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A
gestão é abrangente. “Há, é claro, diferenças na gestão
nas diferentes organizações: a missão define a estraté-
gia, e a estratégia define a estrutura. Mas as diferenças
entre gerenciar uma rede de lojas de varejo e gerenciar uma
diocese da Igreja Católica Romana são surpreendentemente
menores do que os executivos do varejo ou os bispos imaginam”,
observou Peter Drucker. “As diferenças estão mais na forma de
fazer do que nos princípios. Os executivos de todas essas orga-
nizações gastam a mesma quantidade de tempo administrando
problemas de pessoas, – e os problemas de pessoas são quase
sempre os mesmos.”
“Então, esteja você gerenciando uma empresa de software,
um hospital, um banco ou uma organização de escoteiros, as
diferenças se aplicam a apenas 10% do seu trabalho. Esses 10%
Gestão da mineração
O primeiro a, de fato, codificar a gestão foi Henri Fayol (1841-
1925), que passou toda a sua carreira na companhia de mine-
ração francesa Commentry-Fourchambault-Décazeville. Foi
diretor-executivo entre 1888 e 1918, e salvou a companhia de
uma iminente falência.
Na sua trajetória, ele desenvolveu os 14 “princípios gerais
da administração”. Segundo Fayol, as características universais
da gestão são as seguintes:
1. Divisão do trabalho
2. Autoridade e responsabilidade
3. Disciplina
4. Unidade de comando
5. Unidade de direção
6. Subordinação de interesse individual para interesse
geral
7. Remuneração dos colaboradores
8. Centralização
9. Corrente escalar
10. Ordem
11. Equidade
12. Estabilidade de pessoal
13. Iniciativa
14. Espírito de equipe
O sentido
Para que tanto o fluxo quanto o refluxo façam sentido, identifi-
camos nove conceitos que são o foco central do pensamento da
administração atual:
E
ntre as muitas pesquisas acadêmicas existentes, é inte-
ressante, e até preocupante, como aquilo que os gestores
realmente fazem passa muitas vezes despercebido. É no-
tável, e de certo modo estranho, que as tarefas incumbidas às
pessoas no seu trabalho sejam tão pouco verificadas. Isso ain-
da é mais verdadeiro quando se trata de trabalho gerencial. As
investigações sobre o que os gerentes estão realmente fazendo
são poucas e ainda hoje estão distantes. O mais significativo é
o estudo de Henry Mintzberg no início dos anos 1970, que levou
ao seu livro pioneiro The Nature of Managerial Work. Mintzberg,
da McGill University no Canadá, tem constantemente lamenta-
do a falta de estudos detalhados substanciais acerca dos “geren-
tes e do trabalho essencial que eles fazem nas organizações”.
Papéis interpessoais
Papéis informativos
Papéis decisórios
Mas você afirmou diversas vezes que eles não são deuses.
Sim, eles são pessoas comuns, seres humanos com fa-
lhas como todos nós. Acredito que os pesquisadores
das faculdades de administração de hoje estão sendo
levados a assuntos mais restritos e mais difíceis sobre
os quais eles podem ser mais “rigorosos”. Nada há de
rigoroso a respeito da maioria dessas pesquisas. Mui-
to disso é bobagem, mas no sentido de publicações
acadêmicas, é rigoroso com hipóteses pomposas, tes-
tadas de todas as formas que nunca, ou raramente,
trazem algum insight. Eles não olham para as coisas
holisticamente e não olham para a grande questão.
Ou calam-se sobre liderança sem realmente chegar
ao cerne da questão.
Gerentes profissionais
Tendo em vista a natureza itinerante da gestão identificada por
Mintzberg, há talvez uma ironia no fato de que nos últimos anos
tenha existido uma pressão para que a gestão seja considerada
e reconhecida como profissão. Na vanguarda desse debate, está
o reitor da Harvard Business School, Nitin Nohria, e o professor
de Harvard, Rakesh Khurana.
A gestão é uma profissão? E caso não seja, deveria ser? O
MBA deveria ser considerado um pré-requisito para a prática
da gestão, da mesma forma que os diplomas são pré-requisitos
para que uma pessoa se torne médico ou advogado? No seu
livro de 2007, From Higher Aims to Hired Hands, Khurana argu-
mentou que as faculdades de administração iniciaram com a
grande ideia de profissionalizar a gestão, mas que esse projeto
permanece inacabado.
“Meu argumento é de que, além das questões sobre a efi-
cácia do diploma acadêmico, a maioria dos MBAs quer que seus
trabalhos tenham sentido: eles querem ser profissionais. Mas as
faculdades de administração não estão promovendo uma ma-
neira de ligar seus valores pessoais com o trabalho que farão”,
diz Khurana.
Khurana não é o primeiro erudito de uma faculdade de
administração a criticar seu empregador. Os professores Hen-
ry Mintzberg, da McGill, e Jeffrey Pfeffer, da Stanford, também
têm sido muito persistentes nas críticas a essas faculdades.
A crítica de Khurana, embora moderada, é a mais desfa-
vorável às faculdades. Seu livro faz uma impressionante re-
trospectiva sobre a história social e intelectual das faculdades
de administração das universidades americanas. Ele revela
como o desejo de primeiro elevar a gestão a uma profissão e
depois a uma ciência direcionou o ensino de administração
nos Estados Unidos e modelou a gestão norte-americana por
mais de um século.