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Habilidade
Materiais e recursos
Aulas expositivas.
Computadores com acesso à internet.
Livros para pesquisa.
Folhas de papel pautado.
Desenvolvimento
Quantidade de aulas: 3.
Aula 1
Sugere-se iniciar esta sequência didática a apresentação de uma imagem que já foi
reproduzida, imitada e até parodiada em inúmeras versões, tendo sido veiculada em centenas de
publicações, inclusive em diversos livros didáticos de diferentes disciplinas como História, Ciências
e Biologia : trata-se da ilustração conhecida como “Marcha do Progresso” e que, à primeira vista,
sugere que a evolução humana teria ocorrido de forma linear, a partir de uma sequência cronológica
de espécies de hominídeos que teriam sido sucessivamente substituídos até chegar ao homem
moderno (Homo sapiens).
Uncle Leo/Shutterstock.com
Nem todas as quinze espécies representadas na ilustração são de ancestrais dos humanos
modernos. Algumas delas pertencem a linhagens que originaram outras espécies de primatas ou que
pertencem a linhagens que desapareceram completamente, por exemplo: o Pliopithecus
(provavelmente pertenceu à linhagem que originou os gibões e não os humanos); o Proconsul (há
dúvidas se foi um antepassado comum dos humanos e macacos ou apenas um antepassado direto do
chimpanzé); o Dryopithecus (provável ancestral dos macacos; o Oreopithecus (primata bípede cuja
classificação ainda é motivo de controvérsia entre os cientistas); o Ramapithecus (possível ancestral
dos orangotangos, mas não dos humanos). O assunto fica ainda mais complexo a partir do
aparecimento do Australopithecus, gênero que abrigava diferentes espécies que originaram
diferentes linhagens, das quais uma delas pode ter originado o gênero Homo, enquanto outra delas
originou o Paranthropus, uma linhagem extinta que chegou a ser contemporânea do Homo erectus.
É importante que os alunos entendam que, no estudo dos seres vivos, o processo de evolução
das espécies (particularmente dos humanos modernos) não é sinônimo de progresso, mas sim de
mudanças para se adaptar ao meio ambiente. O surgimento de uma nova espécie de hominídeo nem
sempre significou a extinção de espécies anteriores ou a substituição imediata do antecessor pelo
sucessor. Em muitos períodos, duas ou mais espécies de hominídeos chegaram a existir
simultaneamente. Cruzamentos entre diferentes espécies de hominídeos também ocorreram (a
exemplo do que aconteceu entre indivíduos Neandertais e indivíduos dos primeiros grupos da nossa
espécie).
Para que os alunos entendam em linhas gerais esse processo, sugere-se comparar a nossa
evolução com uma árvore genealógica na qual alguns ramos foram podados (as linhagens extintas).
Ao estudar os fósseis, os paleoantropólogos ficam numa situação semelhante a alguém que encontra
um antigo álbum de família com fotografias e ao folheá-lo não sabe se as pessoas fotografadas
foram seus tataravôs ou irmãos e primos de seus tataravôs. O trabalho é muito difícil, pois muitas
vezes os fósseis encontrados são apenas fragmentos como partes de um dente ou de ossos, muito
raramente são encontrados esqueletos completos, e nem sempre é possível analisar o material
genético. Dessa forma, a cada nova descoberta o quebra-cabeça da evolução vai sendo montado.
Caso alguns alunos apresentem resistência ao assunto por questões religiosas, aproveitar para
esclarecer que há defensores do criacionismo, como, por exemplo, o arqueólogo Rodrigo Silva,
doutor em Arqueologia pela Universidade de São Paulo e professor de Arqueologia do Centro
Universitário Adventista de São Paulo, que acompanham atentamente as pesquisas dos cientistas
evolucionistas com o objetivo de apontar eventuais inconsistências e elaborar argumentos em defesa
do criacionismo. Ou seja, mesmo sendo criacionista, o Doutor Rodrigo Silva faz questão de se
manter informado sobre as pesquisas dos evolucionistas. Nenhum aluno é obrigado a abrir mão de
suas convicções religiosas, mas, é importante que todos os alunos saibam sobre o que a comunidade
científica diz a respeito do processo de evolução da espécie humana.
Após esta parte expositiva, que deve durar, no máximo, metade do tempo da aula, pedir aos
alunos que passem a limpo as anotações feitas durante a parte expositiva e façam um breve resumo
em que expliquem o que aprenderam nesta aula, comparando o que sabiam antes com o que
passaram a saber depois das explicações. Estabelecer a outra metade do tempo da aula para que os
alunos escrevam o resumo.
Aula 2
Iniciar a aula fazendo uma breve retomada (cerca de cinco minutos) sobre o que foi explicado
anteriormente. Após essa breve revisão, aprofundar a explicação sobre uma das espécies de
hominídeos representada em “Marcha do Progresso”: o homem de Neandertal (Homo sapiens
neanderthalensis), que assim como o Homo sapiens, teria evoluído a partir do Homo erectus.
Explicar que os Neandertais receberam esse nome porque os primeiros fósseis conhecidos dessa
espécie foram encontrados durante o século XIX no vale de Neander, na Alemanha. Inicialmente,
acreditava-se que essa espécie havia originado a nossa. Pesquisas posteriores revelaram que quando
Resposta: Por meio de achados arqueológicos, sabemos que os Neandertais sepultavam seus mortos e às
vezes deixavam objetos junto com os corpos. Isso é um indício de que eles respeitavam a memória dos
mortos, de que tinham consciência da própria finitude. É possível que praticassem algum tipo de religião ou
tivessem algum tipo de crença em alguma forma de vida após a morte. Recentemente, foi achada uma pintura
rupestre feita na Europa muito antes da suposta data da chegada dos Homo sapiens ao continente. Até então,
todos os vestígios de pintura rupestre encontrados haviam sido atribuídos aos Homo sapiens. Se os
Neandertais também foram capazes de criar pinturas rupestres, isso seria uma prova de que a capacidade
cognitiva deles era muito maior do que se supunha, pois a arte está ligada à capacidade de pensamento
simbólico e de abstração.
10. Quais são as provas de que houve cruzamentos entre a nossa espécie e os Neandertais?
Explique.
Resposta: Fósseis que apresentavam características de ambas as espécies foram encontrados em sítios
arqueológicos, o que levantou a hipótese de que houve miscigenação. Mais tarde, exames no material
genético dos fósseis e a presença de genes Neandertais em uma parcela dos seres humanos atuais
comprovaram que realmente houve cruzamentos entre as duas espécies.
As questões foram propostas com o intuito de demonstrar que durante certo tempo as duas
espécies foram contemporâneas. Se a pesquisa for realizada na internet, auxiliar os alunos na busca
de sites que tenham informações confiáveis. Além disso, combinar com a turma que só deverão ser
acessadas páginas que tenham relação direta com o tema da pesquisa. Se a pesquisa for realizada na
biblioteca, auxiliar os alunos a pesquisar os temas e palavras-chave em sumários, índices e índices
remissivos. Solicitar aos alunos que respondam às perguntas em folhas à parte.
Aula 3
Antes de recolher os trabalhos de pesquisa solicitados na aula anterior, selecionar alguns
alunos para lerem em voz alta as respostas para as questões propostas. Dentre elas, enfatizar mais a
sétima questão (referente às possíveis causas da extinção dos Neandertais). Estimular a discussão
sobre as causas da extinção. Perguntar à turma qual teria sido a principal causa da extinção dos
Neandertais. Conforme os alunos forem respondendo, marcar as respostas na lousa, ou caso
algumas respostas se repitam com mais frequência, procurar identificar quais foram as mais
frequentes.
Vale lembrar que diferentes hipóteses foram criadas para explicar a extinção dos Neandertais.
Ao longo do tempo algumas delas foram descartadas, como, por exemplo, a que dizia que os Homo
sapiens teriam exterminado os Neandertais durante uma guerra. As duas espécies chegaram a
conviver durante dez mil anos e, embora, provavelmente alguns encontros tenham sido violentos,
não necessariamente todos ocorreram dessa forma. Possivelmente, as mudanças climáticas afetaram
os Neandertais: seus corpos eram adaptados para suportar climas frios e eles se alimentavam
basicamente de carne, ou seja, necessitavam de uma dose diária de calorias muito superior à dos
Homo sapiens, e quando a caça começou a rarear, principalmente por causa da extinção de muitas
espécies, a sobrevivência dos Neandertais se tornou cada vez mais difícil. Também é preciso
lembrar que a população de Neandertais nunca foi numerosa, mesmo em seu auge, havia entre 10 e
50 mil indivíduos. Eles sempre foram menos numerosos do que os Homo sapiens. Talvez, esse fato
tenha levado os Neandertais a serem assimilados pela população de Homo sapiens.
Após essa primeira parte da aula, que deve durar metade do tempo, pedir aos alunos que se
dividam em duplas e respondam às seguintes questões no caderno:
1. Com base em tudo o que foi estudado nas aulas e no seu trabalho de pesquisa, qual você
considera que foi o motivo principal da extinção dos Neandertais? Por quê?
Resposta pessoal. Espera-se que o aluno compreenda que há variadas hipóteses para responder à pergunta e
que o mais importante é reunir argumentos suficientes para embasar a teoria escolhida.
2. Você acredita que nossa espécie pode desaparecer de maneira semelhante ao que aconteceu com
os Neandertais? Justifique sua resposta.
Resposta pessoal. Espera-se que o aluno reflita e perceba que os Neandertais viveram durante milhares de
anos em ambientes inóspitos, isto é, sobreviveram durante longo tempo em situações adversas. Por isso, nada
garante que tenhamos mais sucesso do que eles, no longo prazo, em manter a espécie viva. No nosso caso,
temos ainda o agravante de que nós mesmos, por meio da degradação ambiental em escala mundial,
podemos comprometer a vida da espécie neste planeta.
Estabelecer um prazo que dure cerca de um terço do tempo da aula para os alunos
responderem às duas questões. Em seguida, pedir para as duplas lerem as respostas em voz alta e
fazer uma correção comentada.
Avaliação
Participação em sala de aula (assiduidade e interação).
Participação dos alunos durante a etapa da pesquisa.
Realização de pesquisa sobre o homem de Neandertal.
Capacidade de argumentação para defender determinada hipótese sobre a extinção dos
Neandertais.
Elaboração de resposta para questão sobre a continuidade da espécie humana.
Para auxiliar na avaliação sugere-se a ficha a seguir.
Ficha para o professor
Ampliação
KUGLER, Henrique. Descanse em paz. Ciência Hoje On-Line, 6 jan. 2014. Disponível em:
<http://cienciahoje.org.br/descanse-em-paz/>. Acesso em: 15 set. 2018. Artigo sobre a prática de
sepultamento dos mortos entre os Neandertais.
MOUTINHO, Sofia. Herança vantajosa. Ciência Hoje On-Line, 29 jan. 2014. Disponível em:
<http://cienciahoje.org.br/heranca-vantajosa/>. Acesso em: 15 set. 2018. Artigo sobre como o
cruzamento entre Neandertais e Homo sapiens, o que teria contribuído para que genes ligados ao
sistema imunológico e a resistência a certas doenças tivessem sido transmitido para as gerações
posteriores.
NOGUEIRA, Salvador. Neandertal era tão esperto como o Homo sapiens. Superinteressante,
12 jan. 2018. Disponível em: <https://super.abril.com.br/historia/neandertal-era-tao-esperto-quanto-
o-homo-sapiens/>. Acesso em: 15 set. 2018. Artigo sobre a capacidade cognitiva dos Neandertais.
OS CROODS. Direção: Kirk De Micco, Chris Sanders. Dream Works Animation, 2013.
Filme de animação ambientado na Pré-História sobre uma família de Neandertais que luta para
sobreviver. A família faz amizade com um jovem, que embora não tão forte fisicamente, se revela
muito inteligente.