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Governo do Estado do Rio de Janeiro

Secretaria de Estado de Educação

Comte Bittencourt
Secretário de Estado de Educação

Andrea Marinho de Souza Franco


Subsecretária de Gestão de Ensino

Elizângela Lima
Superintendente Pedagógica

Coordenadoria de Áreas do Conhecimento


Maria Claudia Chantre

Assistentes
Carla Lopes
Catia Batista Batista Raimundo
Roberto Farias

Texto e conteúdo

Professora Deise Rose Neiba da Cruz


CIEP Brizolão 355 Roquete Pinto
Professora Olinda Martins Messias
C.E. Elvídio Costa
Professora Rosiane Paes Silva
CIEP 441 Mané Garrincha / C. E. Parada Angélica
Professora Letícia Marques Bessa da Silva
C.E. Minas Gerais
Professora Maria Beatriz Leal da Silva
Assessoria de Ensino Religioso – Seeduc /RJ
Capa
Luciano Cunha

Revisão de texto

Prof ª Alexandra de Sant Anna Amancio Pereira


Prof ª Andreia Cristina Jacurú Belletti
Prof ª Andreza Amorim de Oliveira Pacheco.
Prof ª Cristiane Póvoa Lessa
Prof ª Deolinda da Paz Gadelha
Prof ª Elizabete Costa Malheiros
Prof ª Ester Nunes da Silva Dutra
Prof ª Isabel Cristina Alves de Castro Guidão
Prof José Luiz Barbosa
Prof ª Karla Menezes Lopes Niels
Prof ª Kassia Fernandes da Cunha
Prof ª Leila Regina Medeiros Bartolini Silva
Prof ª Lidice Magna Itapeassú Borges
Prof ª Luize de Menezes Fernandes
Prof Mário Matias de Andrade Júnior
Prof Paulo Roberto Ferrari Freitas
Prof ª Rosani Santos Rosa
Prof ª Saionara Teles De Menezes Alves
Prof Sammy Cardoso Dias
Prof Thiago Serpa Gomes da Rocha

Esse documento é uma curadoria de materiais que estão disponíveis na internet, somados à
experiência autoral dos professores, sob a intenção de sistematizar conteúdos na forma de uma
orientação de estudos.

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Ensino Religioso – Orientações de Estudos

7º Ano - 3º Bimestre - 2020

Sumário
INTRODUÇÃO

1. Aula 1 – As regras de ouro das religiões 5

2. Aula 2 - A importância da empatia 7

3. Aula 3 –Ecumenismo e diálogo inter-religioso 9

4. Aula 4 –Religião e Ciência 1 11

5. Aula 5 – Religião e Ciência 2 16

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COMPONENTE CURRICULAR: Ensino Religioso

ORIENTAÇÕES DE ESTUDOS para Ensino Religioso

3º Bimestre de 2020 – 7º ano do Ensino Fundamental

META:

Compreender o universo plural de nossa identidade através das diferentes matrizes


religiosas e culturais presentes em nossa história, apoiando-se em diálogos fraternos
(ecumênicos e inter-religiosos) na construção de uma sociedade de respeito à
diversidade.

OBJETIVOS:

Ao final destas Orientações de Estudos, você deverá ser capaz de:

 Reconhecer como povos e culturas descreveram os mitos da origem;

 Compreender as características das tradições religiosas a partir de seus relatos


míticos;

 Reconhecer a importância dos mitos e relatos da Origem nas tradições


religiosas e na Ciência.

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AULA 1- AS REGRAS DE OURO

Na entrada do Palácio de Vidro, sede da


ONU em Nova Iorque, há um mosaico que
representa homens, mulheres e crianças
das mais diversas origens, religiões e
culturas. O mosaico contém a frase «faça
aos outros o que gostarias fosse feito a
ti», a chamada “Regra de Ouro”.

O que é, afinal, a Regra de Ouro?


É uma lei única no seu gênero porque
parece exprimir uma intuição fulminante e
simultaneamente acessível a todos os
conhecimentos e consciências humanas,
pois está presente em todas as principais https://marianaviaja.com/wp-content.jpg
correntes religiosas e sapienciais das diferentes culturas do mundo. Por isso pode
bem definir-se, também, como a sínteses de códigos éticos universais.
De acordo com estudos recentes, a presença da Regra de ouro remonta já a 3000
a.C. na tradição védica indiana, «Não faças aos outros o que não queres que seja
feito a ti; e deseja para os outros o que desejas e esperas para ti mesmo».
Entre as mais antigas e conhecidas citações da Regra de Ouro encontra-se a do
filósofo Confúcio, que viveu na China nos séculos VI e V a.C.
Regra de Ouro é um ensinamento comum encontrado na maioria das religiões e
culturas e aparece nas seguintes versões:
1. Trate os outros como gostaria de ser tratado.
2. Não trate os outros como não gostaria de ser tratado.
3. O que você deseja para os outros, deseje para si mesmo.

A regra de Ouro é também chamada de ética da reciprocidade. Porém, é preciso


cuidado, pois, a ética da reciprocidade trata-se de fazer para “também” receber.
Enquanto que a Regra de Ouro é um fazer gratuito que brota do amor e respeito para
consigo e o outro. Vamos conhecer as Regras de Ouro em algumas religiões:

 Budismo: “Não trates os outros como não gostarias que te tratassem.”


O Buda, Udana-Varga 5, 18

5
 Confucionismo: “Uma expressão resume a base de toda a boa conduta
bondade carinhosa. Não faças aos outros o que não queres que te façam a ti”.
Confucio, As Analectas 15, 23

 Cristianismo: “Em tudo, trata os outros como gostarias que te tratassem; porque
esta é a lei e os profetas”. Jesus, Evangelho de São Mateus 7, 12

 Judaísmo: “O que é odioso para ti, não o faças a outro. Isto é toda a Torá; tudo
o mais é comentário. Vai e aprende-a”. Hillel, Talmud, Shabbat 31a

 Hinduísmo: “Este é o resumo de qualquer dever: não faças aos outros nada
que te magoasse se te fizessem a ti”. Mahabharata 5, 1517

 Islamismo: “Nenhum de vocês crê verdadeiramente até que deseje aos outros o
que deseja para si mesmo.” (O Profeta Maomé), Hadito

 Índios Norte Americanos: “Se você não puder nutrir e ajudar a si mesmo, você
não poderá nutrir e ajudar os outros.”

 Ensinamento Sikh: “Assim como considera a si mesmo, considera os outros”

 Taoísmo: Veja no proveito de seu semelhante o seu proveito, e a perda de seu


semelhante como sua perda.

 Tradição Africana de Ba-Congo: Homem, aquilo que você não gosta, não o faça
a seus semelhantes.

 Tradição Indígena do Brasil: Não queira desfazer do seu vizinho, pois assim
como você procura ter bom tratamento, dê o mesmo aos outros.

1- De acordo com o que estudou, o que é a “Regra de Ouro”?

2- Qual a diferença entre a regra de ouro e a ética da reciprocidade?

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AULA 2- A IMPORTÂNCIA DA EMPATIA

Ser empático é, antes de tudo, ser um bom ouvinte.


É ter abertura para conhecer a realidade do outro e
tudo que ele comunica, inclusive o que não é dito,
mas que pode ser percebido no tom de voz ou no
olhar.
Sabendo ouvir, pessoas empáticas não fazem
julgamentos precipitados sobre o comportamento do
outro, procurando perceber, primeiramente, as
razões que o levam a agir de determinada maneira. Além disso, essas pessoas
sabem praticar o perdão, são compreensivas e conseguem estabelecer um
equilíbrio entre o que elas esperam e o que o outro pode oferecer.
Elas também estão sempre dispostas a ajudar, a contribuir para que problemas sejam
solucionados. São atentas às necessidades do outro e oferecem ajuda porque
realmente se importam com suas dúvidas ou dores.
Por fim, essas pessoas tratam os outros da maneira como esperam ser tratadas
(reciprocidade, lembra?).

Mas o que fazer para ser empático? A seguir 10 dicas para viver bem:

1 – Seja educado
A educação é uma das atitudes mais bonitas que o ser humano pode ter. Seja
educado com todos, sem discriminação em relação à crença, religião, cor e raça;

2 – Escute os outros
Escute o que os outros têm a falar. Você não tem a obrigação de concordar, mas seja
respeitoso em escutar.

3 – Pratique compaixão
Ajude o outro. Seja bondoso. Preocupe-se com outro de forma solidária, e não com
pena. Há uma frase de Dalai Lama que diz o seguinte: “Se você quer que os outros
sejam felizes, pratique compaixão. Se você quer ser feliz, pratique compaixão”.

4 – Ajude os outros
Se você se sentir preparado e com o coração aberto, se disponha em ajudar os
outros. Uma pequena atitude pode fazer uma enorme diferença na vida de muitas
pessoas.

5 – Seja humilde
A humildade é essencial para o ser humano. É um afeto, um ato social. Não se
subestime. Você não é mais do que ninguém. Perder a humildade é perder o sentido
da vida.

7
6 – Cultive laços familiares
Cultive uma relação próspera com sua família. Defeito todas tem. Mas saiba que a
família é um laço onde nós podemos apoiar e se sentir firmes e seguros.

7 – Seja grato
Estamos tão acostumados a pedir as coisas e não agrademos em troca. Agradeça ao
universo, ele conspira, acredite nisso, a família, ao lugar que mora, trabalho.

8 – Ame
Ame a você em primeiro lugar. Ame aos próximos. Sinta amor pela vida, por sua vida.
O amor é um sentimento puro e não está apenas relacionado ao sentimento por outra
pessoa, é também a compaixão pela vida. Ame a natureza está ligação que é tão
importante para o ser humano. Ame!

9 – Coloque-se no lugar do outro


Antes de julgar, coloque-se no lugar do outro. Não saia pré-julgando casos ou
situações. Quando nos colocamos no lugar dos outros, temos outra opinião.

10 – Não julgue
Não cabe a você julgar o outro. Se reserve. Cuide da sua vida, de suas reflexões e
ações. Julgar o outro é tirar uma culpa de nós mesmos. Quando julgamos o outro, nos
colocamos no lugar daquele que tem razão e sabe das coisas. Mas quem somos nós
para julgar? Reflita!

De acordo com o que você estudou, enumere as imagens de acordo com dicas para
viver bem:

( )

( )

8
( ) ( )

AULA 3 – ECUMENISMO E DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO

Vamos conhecer duas maneiras pelas quais as religiões praticam a empatia, ou seja,
quando elas de fato põem sua regra de ouro em ação.

Diálogo Ecumênico
Considera-se importante ao diálogo ecumênico:
 Igrejas unidas tem mais força para defenderem a justiça e realizarem obras
importantes, na caridade.
 Ter amigos é melhor e mais saudável do que ter competidores.
 A busca da unidade entre as Igrejas Cristãs.
 Igrejas que se agridem mutuamente prejudicam a pregação do evangelho aos
que não creem.

NÃO SIGNIFICA SIGNIFICA


Mistura de tudo num mesmo Diálogo que reconhece e respeita a
cristianismo. diversidade.
Disfarce, para uma igreja Valorização de tudo que já une as
dominar a outra. igrejas.
Algo que afaste a pessoa de sua Trabalho conjutno por um mundo
igreja. melhor.
Fazer todos concordarem em Criação de laços de afeto fraternos
tudo. entre as religiões.
Fingir que as diferenças não Oração em comum a partir da
existem. mesma fé.
Desvalorizar as normas de cada Busca sincera de caminhos para
igreja. buscar feridas da separação.
Deixar de lado o espírito crítico.

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Diálogo inter-religioso
É o processo de entendimento mútuo entre diferentes religiões.
Por exemplo: Diálogo do Cristianismo com: Hinduísmo, Budismo, Islamismo,
Xintoísmo e religiões de matriz africana.
Formas de diálogo inter-religioso

 Diálogo da Vida: espírito de abertura e de boa vizinhança; partilha de vida.


 Diálogo das obras: colaboração em vista do desenvolvimento integral e da
libertação das pessoas.
 Diálogo da experiência religiosa: partilha de riquezas espirituais das diferentes
tradições religiosas; no que se refere à oração, à contemplação, à fé e aos
caminhos de busca de Deus.

As religiões estão presentes em todas as culturas e entre todos os povos de todos os


tempos. Assumindo diversas formas de devoção, doutrinas e princípios éticos, elas
buscam o sentido da vida e a da morte e têm em comum essa busca da humanidade.
Por isso é possível importante dialogar de maneira respeitosa e solidária.
Com o diálogo aceitamos a diversidade de caminhos, o respeito à cultura, à
religiosidade e o jeito de ser de cada pessoa.
O diálogo é uma forma de estar, de ser e de viver o que cada um é e acredita. Deste
modo, nunca estará concluído nem acabado. Não é uma tarefa que possamos
cumprir, mas uma atitude que devemos cultivar para o bem da sociedade em que
vivemos.
O caminho do diálogo, do respeito e do reconhecimento mútuo é o único capaz de
contribuir para a construção de uma sociedade que se saiba e se aceite
verdadeiramente plural.

Fique por dentro do assunto.


Assista ao vídeo: Diálogo Inter-religioso, disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=4Lz5QtvNSYk

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1. Preencha o acróstico utilizando palavras do texto. Não se esqueça de que elas
devem estar relacionadas ao tema Diálogo:

D
I
A
L
O
G
O

2. Qual a importância dos caminhos de diálogo ecumênico e inter-religioso para as


pessoas?

AULA 4 – RELIGIÃO E CIÊNCIA

Nesta aula veremos como cada tradição religiosa, das quatro matrizes, através dos
seus mitos, descreve a criação do mundo e do homem.

Mitos de Origem

Os mitos de origem são histórias simbólicas que


narram acontecimentos de um passado distante,
eles dão sentido à vida no presente, pois
explicam como o mundo e todos os seres
passaram a existir. Os mitos se relacionam com a
vida social, a religiosidade, o modo de pensar de
cada povo. Eles expressam maneiras diferentes
de compreender o surgimento do universo, da vida, da humanidade e do planeta onde
vivemos. Os mitos fazem parte da cultura e da religião de todos os povos, desde os
tempos mais antigos, os mitos são certamente, um dos primeiros recursos de

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comunicação utilizados pelos seres humanos com o propósito de explicar a realidade
das coisas, dos fenômenos da natureza. Os mitos de origem são uma tentativa de
explicar por meio de histórias o surgimento de todas as coisas

A criação do mundo segundo a tradição Yorubá


Olorum era uma massa infinita de ar. Um dia, como
por encanto, lentamente começou a respirar, e uma
parte desta massa de ar transformou se em ar, dando
origem a Orixalá.
O ar e a água continuam a se mover como uma
dança e eles mesmos foram se misturando e uma
parte deles junto e misturado deu origem à lama. Dessa lama surgiu uma bolha
avermelhada. Olorum maravilhou se com essa bolha e soprou ela e seu hálito deu lhe
vida. E essa forma, em permanente expansão e movimento foi a primeira dotada de
existência individual.
Olorum criou o mundo, todas as águas e terras e todos os filhos das águas e do seio
da terra. Criou plantas e animais de todas as cores e tamanhos. Até que ordenou que
Oxalá criasse o homem. Oxalá criou o homem a partir do ferro e depois da madeira,
mas ambos eram rígidos demais, criou o homem de pedra, viu que era muito frio.
Tentou a água, mas o ser não tomava forma definida, tentou o fogo, mas a criatura se
consumia no próprio fogo. Fez um ser de ar que depois de pronto retornou ao que era,
apenas ar. Tentou ainda o azeite e o vinho sem êxito. Triste pelas suas tentativas
infecundadas, Oxalá se sentou à beira do rio, de onde Nanã emergiu indagando o
sobre a sua preocupação. Oxalá fala sobre o seu fracasso, e Nanã mergulha e retorna
da profundeza do rio e lhe entrega lama (barro). Mergulha novamente e lhe traz mais
lama. Oxalá, então cria o homem e percebe que ele é flexível, capaz de mover os
olhos, os braços, as pernas e, então sopra lhe vida. Assim
surge o ser humano

Criação do Mundo para os indígenas


Mitologia Tupi Guarani
O povo Tupi Guarani acreditava num deus supremo que
chamavam de deus do trovão e o denominava Tupã. Os
indígenas acreditavam que a voz deste ente supremo podia

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ser ouvida durante a tempestade. Eles acreditavam que este era o deus da criação, o
deus da luz e sua morada seria o sol.
Mito da criação do mundo Indígena
Tupã com a ajuda da deusa Araci, haveria descido à Terra em um monte da região de
Arégua (Paraguai) e deste local havia criado tudo o que existe mares, florestas,
animais e colocado as estrelas no céu.
Mito dos Primeiros humanos
Os primeiros humanos criados por Tupã teriam sido Rupave (o pai dos povos) e
Sypave (a mãe dos povos) e estes teriam dado origem a um grande número de filhas
e a três filhos chamados: Tumé Arandú (O Sábio), Marangatu (O Líder Generoso) e
Japeúsa (O Mentiroso). Este último era ladrão e trapaceiro e teria morrido, porém foi
ressuscitado como um caranguejo, e desde então todos os caranguejos foram
amaldiçoados para andar para trás como Japeúsa

Mito da criação na cultura Chinesa - Pan Ku o Criador do Céu e da Terra


Pan Ku a gigante divindade, teria crescido e se desenvolvido
no interior do caos, que teria a forma de um enorme ovo (a
unidade), aí permanecendo por cerca de 18 mil anos. Um dia
acordou, espreguiçou partindo o ovo em dois (a dualidade).
Dos pedaços originados pela cisão, aqueles que eram puros
e luziam rapidamente formavam os céus Yang, enquanto as
partes impuras que caiam formavam a terra o Ying.
Pan Ku tinha agora a importante tarefa de manter nos seus
lugares o Céu e a Terra, para isso, se colocou entre as duas partes sustentando com
a cabeça o céu, para que elas ficassem separadas. Pan Ku crescia em cerca de três
metros, nove vezes por dia, assim como o Céu e a Terra, o que foi acontecendo por
mais 18 mil anos até o céu ficar bem distante e a Terra ter ficado muito maior. Pan Ku
manteve se como um pilar sustentando o Céu e a Terra para que não viesse a
mergulhar novamente no caos.

Nu Wa a criadora da Humanidade
Com uma face humana e um corpo de serpente a deusa Nu Wa desempenhou um
papel muito importante na visão chinesa da criação do mundo. O mito conta que um
dia passeando pelo deserto do mundo primitivo ao olhar em seu redor se sentiu só.
Perante esta realidade a deusa concluiu que havia a necessidade de criar mais vida

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onde estava. Cansada do seu longo passeio sentou-se a beira de um lago onde se
refletia o seu rosto e todo o seu corpo, e todos os seus movimentos e expressões.
Perante isto Nu Wa concluiu que na verdade existiam diversas coisas que viviam no
seu mundo, mas que nada a sua própria forma de vida, interrogando-se se não seria
bom ela própria fabricar seres à sua imagem e semelhança para povoarem a Terra.
Enquanto pensava pegou com as suas mãos um pouco de lama da beira do lago
começando inconscientemente a amassá-la, surgindo o perfil, a forma de ser, mas o
mais importante aconteceu quando ao colocar aquela massa modelada sobre a Terra
repentinamente ela se tornou vida. Radiante do que criara, batizou logo ali aquele ser
como humano.

A Origem Grega da Criação


No princípio de todos os mitos, houve um tempo
em que nada existia no universo além do caos a
mais antiga das divindades. Pois antes que a Terra,
o mar e o céu tomassem forma, a natureza tinha
apenas uma única face, chamada Caos, uma
massa crua e desestruturada, um conglomerado de
matéria composta de elementos incompatíveis.
Nenhum elemento estava em sua forma correta, e tudo estava em conflito dentro de
um mesmo corpo. O frio com o quente, o seco com o molhado, o pesado com o leve.
Mas de repente, e sem qualquer explicação, brotou do Caos o primeiro sinal de um
futuro menos caótico, era a Terra, que os gregos chamaram de Gaia. Gaia tinha uma
forma fixa, estável ao contrário do caos. Sobre o imenso corpo de Gaia elementos se
organizavam fogo, água, terra e ar, misturavam se uns aos outros e iam se formando
florestas, montanhas, colinas...
Das profundezas do Caos surgiram outros seres grandiosos como Eros, o amor,
Tártaro, o submundo, um abismo profundo que ficava embaixo de Gaia a Terra, surgiu
também do Caos a noite e a escuridão. Depois de Gaia, surgiu sozinho, através do
seu amor provocado pelo Eros, o céu estrelado que os gregos chamavam de Urano e
depois surgiu Ponto, o mar salgado. Agora, o mundo da mitologia grega estava
estruturado no alto, o Céu; no meio a fértil Gaia, com montanhas e planícies banhadas
pelas ondas do mar; e lá nas profundezas, o Tártaro sombrio. E assim o caos ia se
transformando em cosmos, palavra que em grego significa ordem, Caos significa
desordem.

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A origem do homem para os gregos
Prometeu, um deus Titã, que habitava a Terra antes do homem, foi indicado pelos
outros deuses para essa criação e tomando um pouco de terra e misturando com
água, criou o homem à semelhança dos deuses, dando lhe uma postura ereta, de
modo que enquanto os outros animais têm o rosto voltado para a Terra, o homem
levanta a cabeça para o céu e olha as estrelas.
Prometeu e seu irmão Epimeteu ficaram encarregados da criação do homem e dos
demais animais e garanti-lhes as condições necessárias à sua sobrevivência. Dessa
forma, Epimeteu deu a uns asas, a outros velocidade e a outros couraça de proteção,
porém quando chegou a vez do homem, os recursos tinham sido usados nos demais
seres.
Epimeteu, com a ajuda do seu irmão Prometeu, pediu a Minerva a deusa da sabedoria
que os auxiliasse a concluir a criação do homem e Minerva concedeu-lhe o domínio
do fogo, o conhecimento, este foi dado ao homem, o que fez com que ele tivesse
superioridade sobre as demais criaturas.

Aprendemos que os mitos da criação de diferentes culturas


e povos antigos tem histórias semelhantes sobre a criação
do universo e do próprio homem e todos eles estão
profundamente relacionados com a natureza.

1. Na mitologia Yorubá, o deus que cria todas as coisas se chamava Olorum, criou as
águas, a terra, as florestas e montanhas, mas os criadores do ser humano
foram:_______________________________________________________________.

2. Complete de acordo com o texto.


O povo Guarani acreditava num deus supremo que chamavam de deus do trovão,
denominado ________________________. Os primeiros humanos criados por Tupã
foram _______________________, pai de todos os povos e _________________,
mãe de todos os povos.

3. De acordo com nossas aulas preencha o quadro comparativo:

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MATRIZ AFRICANA INDÍGENA ORIENTAL EUROPÉIA

Mito da
Origem

Quem criou o
ser humano

Nome dado ao
homem /
mulher criados

Matéria usada
na criação do
ser humano

AULA 5 – RELIGIÃO E CIÊNCIA 2

A ORIGEM DA VIDA

Apesar de várias teorias da ciência explicarem


a origem da vida e também de inúmeras
afirmações dadas pelas tradições religiosas,
místicas e espirituais sobre o tema, a origem
da vida continua sendo um grande mistério
que intriga a mente dos cientistas, filósofos,
religiosos e espiritualistas. Somos seres viventes, portanto, fazemos parte integrante
da totalidade da vida existente na Terra. Algumas tradições espirituais asseguram que
somos parte da grande vida que se espalha numa dimensão cósmica da existência,
além do nosso planeta. A vida, essa força misteriosa é que torna nossa casa
planetária um lugar especial no Universo, ela renova ciclicamente a natureza
revelando-nos sua beleza e perfeição. Todos nós, seres humanos, devemos ter
consciência e sermos responsáveis pela preservação e defesa da vida, porque dela
fazemos parte.

A teoria do Criacionismo- A origem do mundo e do Homem


A origem do homem e do mundo são duas questões que ocupam a mente do homem

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nas mais diversas culturas e tempos históricos. Afinal de contas, a nossa existência e
das coisas que nos rodeiam se deram de que maneira? Conceitualmente, o
criacionismo é uma forma de explicação sobre a origem do mundo onde se busca
atribuir a constituição das coisas à ação de um sujeito criador. Sem dúvida, essa
teoria ganhou espaço em diferentes culturas espalhadas pelo mundo e apareceu
muito antes que o discurso científico viesse tratar dessa questão.
Uma das mais conhecidas narrativas criacionistas do mundo ocidental foi instituída
pelas religiões judaico e cristã. O chamado criacionismo bíblico, contido no primeiro
livro da bíblia, o Gênesis, nele relata que Deus com sua palavra teria feito a Terra em
sete dias. No primeiro dia teria construído o Universo e a Terra. No segundo e no
terceiro, estabeleceu os céus, as terras e mares do mundo. No quarto e no quinto dia
apareceram os primeiros seres vivos, plantas e pequenos organismos, e a separação
do dia e da noite. No sexto, surgiram os demais animais e o homem.

A origem do Homem para o Criacionismo


Segundo a narrativa bíblica, o homem foi
concebido depois que Deus criou Céus e
Terra. Também feito a partir do barro, o homem
teria ganhado vida quando Deus assoprou o
fôlego da vida em suas narinas. Outras religiões
contemporâneas e antigas formulam outras
explicações e algumas chegam a ter pontos de
explicação bastante semelhantes. A palavra Homem, vem de Húmus, que significa
terra fértil. Para formar o corpo do homem, Deus utilizou de matéria existente. Deus
tomou o pó da Terra e com ele modelou o ser que se chamou homem. O homem foi
feito do pó da terra, sendo, portanto, da terra. A palavra Adão significa homem,
“homem criado da terra (vermelha). A origem do nome Adão é o hebraico Adam
(homem),essa palavra está intimamente ligada com a palavra terra: adamah. E
seu corpo consiste dos elementos da terra.

Segundo as autoridades científicas, são encontrados muitos elementos químicos no


corpo humano:

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Oxigênio 66% Sódio 0,3%
Carbono 17,5% Cloro 0,3%
Hidrogênio 10,2% Enxofre 0,2%
Cálcio 1,6% Magnésio 0,105%
Fósforo 0,9% Ferro 0,005%
Potássio 0,4%

Há ainda outros elementos que apesar de importantes aparecem em quantidades


reduzidas. É o caso do manganês, cobalto, iodo, flúor, alumínio, níquel, bromo, zinco,
silício e outros. Todos estes elementos estão contidos, também, na Terra.

A origem do homem segundo a Ciência

Atualmente temos duas vertentes que tentam explicar essa origem. O criacionismo
(explicação religiosa) e a teoria científica do Big Bang, desenvolvida a partir do século
XX para explicar a origem da vida na Terra, a teoria científica.
O último século marcou a humanidade em razão da ampliação do conhecimento e da
informação sem contar às inúmeras inovações tecnológicas que aconteceram nesse
período. Muitas teorias e hipóteses puderam ser comprovadas com o auxílio de
tecnologia e intercâmbio científico. No campo astronômico surgiram importantes
instrumentos e equipamentos, como os telescópios de alta precisão, que contribuíram
diretamente no desvendar dos mistérios e enigmas que esse complexo universo
esconde.
Quanto à origem do Universo, são muitas as teorias
que buscam a sua criação, porém a mais aceita pela
classe científica e acadêmica é a do Big Bang. A
teoria do Big Bang foi divulgada no início do século
XX, por George Henri Edward Lemaitre, Padre
Católico, astrônomo, cosmólogo e físico belga, junto
com a equipe científica acreditavam que a formação do universo se deu a partir de
uma gigantesca explosão que teria acontecido há pelo menos 15 bilhões de anos e a
Terra teria surgido a 4,5 bilhões de anos.
Segundo os cientistas, o Universo antes da suposta explosão se encontrava
aglomerado em uma espécie de esfera densa e quente, além disso, tinha uma

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composição química de Hélio e hidrogênio. Entretanto eles não conseguem explicar o
que teria motivado a explosão da esfera e sua intensidade, sabem que a partir do
evento foram lançados materiais por todos os lados.
A teoria do Big Bang afirma que após a explosão e a acomodação das diferentes
matérias, essas se aglomeraram formando galáxias do Universo. Com base nessa
teoria, esse processo ainda continua, ou seja, o Universo ainda está em constante
expansão.

A Origem do Homem segundo a Ciência


A teoria evolucionista mais conhecida pela ciência com relação a origem do homem
relata que todos os seres vivos, incluindo o homem tiveram sua evolução, ou seja, se
transformaram fisicamente, sofreram mutação a partir de um ancestral comum. Tais
mudanças ocorridas e as diferenças entre as espécies deram-se pelo processo de
seleção natural, no qual os indivíduos que melhor se adaptam ao meio ambiente
sobrevivem, deixando descendentes, que por sua vez, também sofrem alterações em
seus mecanismos biológicos e deixam novos descendentes.
Estudiosos e defensores da teoria evolucionista pregam que, em dado momento da
evolução, os seres humanos e os macacos tiveram um ancestral comum. Deste
ancestral evoluíram dois grupos diferentes: um deles gerou o macaco e o outro gerou
os seres humanos.
O padrão evolutivo do ser humano, desde os primeiros hominídeos até o Homo
sapiens Sapiens. Entre as características observadas destacam-se a capacidade de
manipular os objetos, o andar ereto com os dois membros em vez de quatro e a
grande massa encefálica (o desenvolvimento do cérebro).

Entre o aparecimento dos primeiros hominídeos e o aparecimento do Homo sapiens


Sapiens, há o espaço de sete milhões de anos. Neste intervalo de tempo, houve dois

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segmentos ou gêneros, os Australopitecos e o Homo, conforme a lista:

Australoptecus Ananensi Homo Rudolfenis


(Viveu nas árvores) (Extinto)
Australoptecus Africanesis Homo Habilis
(Ancestral comum do homem e do macaco) (Origem ao homem, o que criou a pedra lascada)
Australoptecus Aetiopicus Homo Engaster
(Extinto) (Veloz para a caça, extinto)
Australoptecus Boesis Homo Erectus
(Origem dos Gorilas) (Origem aos orientais, descobriu o Fogo)
Australoptecus Robustos Homo Neanthertal
(Origem dos Gipanzes) (Vivia nas cavernas em regiões de muito frio)
Australoptecus Africanus Homo de Heidellborgenis
(origem das outras espécies de macacos) (Extinto)
Homo sapiens Sapiens
(Criou a escrita, nossa espécie)

Um dos fósseis de hominídeos mais completo já encontrado é o de Lucy, uma


representante do Australoptecus Africanesis encontrada em 1947, na Etiópia, no
deserto de Afer. Esse fóssil possui cerca de 3,2 milhões de anos. A Espécie do Homo
Sapiens Sapiens surgiu no planeta a 300 mil anos.

Para saber mais sobre Lucy confira em


https://www.hipercultura.com/curiosidades-sobre-o-fossil-lucy/

Vamos conferir o que aprendemos?


1. Preencha o quadro abaixo:
ORIGEM RELIGIÃO CIÊNCIA*
Teoria (s) -
-
Quem criou o ser humano

Origem do Universo

Matéria usada na ‘criação’


do ser humano

20
2. O que há em comum com todos os relatos de criação ou surgimento do Universo e
do ser humano? Quais elementos são comuns a todos eles? E qual a importância
disso para a nossa vida?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

REFERÊNCIAS
https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/criacionismo.htm
https://www.infoescola.com/religiao/criacionismo/
https://www.biblegateway.com/passage/?search=Genesis%201&version=NIV
https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/o-big-bang.htm
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/origem-homem.htm

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