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As caravelas eram bem diferentes de um drakkar viking.

Este só tinha um mastro e uma vela


retangular, com a qual só se podia velejar na direção para onde o vento soprasse. Se os vikings
quisessem ir na direção oposta, teriam que remar e remar com muita força. Mas com a caravela
você pode bordejar, quer dizer, virar de bordo, andar em zigue-zague contra o vento, e o próprio
vento vai empurrando o navio. As caravelas podiam fazer isto muito bem porque possuíam três
mastros e três jogos de velas, em geral triangulares. Eram embarcações usadas pelos portugueses,
que aprenderam com os árabes, e essas velas triangulares, chamadas latinas, é que permitiam ao
navio bordejar.

Os primeiros dias foram perfeitos – uma brisa agradável inflou as velas e Colombo manteve um
curso constante na direção oeste. Mas, após uma semana, algo deixou os marinheiros estupefatos e
assustados. Por milhas e milhas, a perder de vista, a água estava coberta de algas marinhas. E os
marinheiros, que nunca tinham visto uma imensidão interminável de algas, ficaram com medo de
atolar nelas, sem poder seguir ou voltar, ficando ali presos para sempre, e todos morrendo de fome e
de sede. Eles se prostraram de joelhos e rezaram. Mas os navios velejaram com facilidade através
das algas. Ainda hoje, incontáveis navios navegam por entre as algas quando passam pelo Mar de
Sargaços.

Mas até o dia 8 de outubro não havia terra à vista, somente um oceano sem fim. Os marinheiros
estavam desesperados e os comandantes das caravelas vieram a bordo do Santa Maria e exigiram o
retorno. Não fazia sentido navegar no grande vazio azul que se estendia por todos os lados. Os
marinheiros amaldiçoavam Colombo, chamando-o de assassino que os levaria à morte. Colombo
pediu que se navegasse por mais três dias. Se depois desse prazo não avistassem terra, retornariam
para a Espanha. Resmungando e praguejando, os marinheiros concordaram.

Colombo usava o quadrante e o astrolábio para calcular o rumo e a distância. A velocidade era
calculada jogando-se um pedaço de madeira na água preso a uma corda cheia de nós, e os
navegantes calculavam o tempo decorrido e a velocidade por hora passando os dedos pelos nós. Por
isso é que até hoje se usa em náutica a palavra nó como unidade de velocidade.

Foi então que os ventos começaram a colaborar com Colombo, soprando forte e com grande
velocidade para oeste. Colombo quase não dormia, ficava na ponte do navio dia e noite, esperando
por um vislumbre de terra. E assim passaram-se o primeiro e o segundo dia. O terceiro dia, que era
11 de outubro, chegou e ainda não se avistava terra. No meio da noite, Colombo viu a faísca de uma
chama ao longe e a notícia se espalhou entre os marinheiros. Às 2 horas da madrugada, um forte
grito cortou os ares “Terra à vista! Terra à Vista!”

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