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Influências da Matriz Congo-Angolana

nas culturas de música e dança afro-


brasileiras
Esta matriz é a mais antiga e a que mais informa a cultura brasileira, incluindo o
português falado por aqui.

CAFUNÉ, CAÇULA, MOLEQUE, Exemplo de palavras


QUITANDA, FUBÁ, DENDÊ, originadas do idioma
MACUMBA, CUÍCA, CACHIMBO. quimbundo

Exemplo de palavras
DENGO, CACHAÇA, MUVUCA originadas do idioma
quicongo
A matriz congo-angolana informa também religiões praticadas no Brasil como a
Umbanda, o Candomblé Angola, o catolicismo popular e as práticas medicinais
tradicionais.

As benzedeiras são herdeiras dos conhecimentos


medicinais indígenas e congo-angolanos. Religião e
medicina caminham juntas nessas tradições.

Algumas práticas religiosas de matriz congo-


angolana possuem um caráter medicinal,
semelhante às práticas religiosas dos povos
indígenas do Brasil. Lá, os líderes espirituais,
chamados de “Cota” e de “Cumba”, correspondem à
figura do Pajé.
“Macota” e “Macumba” são dois termos do idioma quimbundo. Na região do Congo
Angola, “Macota” era o termo que designava o encontro dos “cota”, líderes
espirituais dos vilarejos. Cada macota elegia um “cumba” para ser seu representante.
A reunião de “cumbas” de diferentes regiões recebia o nome de “macumba”.
No Brasil, o termo eleito pelo racismo para se referir de forma depreciativa às
religiões de matriz africana foi “macumba”. Já em Cuba, outro país em que grande
parte da população descende de escravizados do continente africano, o termo eleito
pelo racismo foi “macota”.

Enquanto aqui se diz “macumbeiro”, em Cuba se diz “macoteiro” como forma de


depreciar o praticante de alguma religião afro-brasileira. O termo, porém, nasceu no
idioma quimbundo para se referir aos diferentes líderes espirituais e, mesmo aqui,
praticantes de religiões afro-brasileiras utilizam o termo de modo positivo para se
referir às cerimônias e às oferendas a divindades e entidades.
A Umbanda é a religião de matriz afro-brasileira mais difundida. É uma religião
brasileira que mescla elementos congo-angolanos com elementos indígenas e
com o espiritismo cardecista.

Nas cerimônias, que recebem o nome de “giras”, após uma série de cantos,
acompanhados de percussão, pessoas dotadas de mediunidade incorporam
entidades.

Em seguida, as pessoas que assistem são chamadas uma a uma para se


consultarem com as entidades, que perguntam sobre os seus problemas,
oferecem aconselhamentos, receitam banhos, presenteiam com velas,
protegem o corpo da pessoa com símbolos riscados com giz, entre outras
práticas com propósito de cura (medicinal).
As entidades da Umbanda não são divindades. São espíritos de pessoas notáveis que
viveram e cujos feitos e histórias de vida tiveram relevância para o povo negro brasileiro.
A umbanda é um modo de preservação da memória de heróis negros, indígenas e
populares, apagados pela historiografia oficial.

Uma “Gira de Preto Velho” é uma cerimônia que


reúne espíritos da categoria dos “pretos velhos”.
Segundo a crença, os pretos velhos são espíritos
de escravizados africanos que conseguiram atingir
a velhice (algo raro no Brasil colonial).
Existem também giras de “caboclos" (espíritos de
indígenas), de “capoeiras”, de “marinheiros”, de
“boiadeiros”, de “malandros”, de “ciganas”, de Cada entidade ou espírito pertencente
“erês” (crianças) e de outras categorias que a uma categoria possui características,
comumente remetem a grupos sociais gestualidade, vestimentas, nome e
marginalizados na história do país. história próprios.
Algumas músicas do cancioneiro popular, da capoeira, do samba de roda e da MPB são
originalmente músicas ou “pontos” de Umbanda.

MARINHEIRO SÓ EU VI MAMÃE OXUM NA CACHOEIRA


(comum em rodas de capoeira e rodas de (gravada pelo artista Zeca Baleiro)
“samba de roda”)
Eu vi mamãe Oxum na cachoeira
Eu não sou daqui (marinheiro só) Sentada na beira do Rio
Eu não tenho amor (marinheiro só) Colhendo lírio, lírio lê
Eu sou da Bahia (marinheiro só) Colhendo lírio, lírio lá
De São Salvador (marinheiro só) Colhendo lírio pra enfeitar nosso gongá
Ô marinheiro, marinheiro (marinheiro só) *Gongá = altar
Quem te ensinou a nadar? (marinheiro só)
Ou foi o tombo do navio (marinheiro só)
Ou foi o balanço do mar (marinheiro só) É comum na umbanda referências a divindades
das religiões e matriz nigeriana (iorubá), como é
Lá vem lá vem (marinheiro só)
Ele vem faceiro (marinheiro só) o caso de Oxum, deusa da beleza e da sabedoria
Todo de branco (marinheiro só) feminina nessas religiões.
Com seu bonezinho (marinheiro só)
No Brasil, o racismo elegeu algumas categorias de entidades da Umbanda para
designar como maléficas, em especial a categoria dos “Exús” e a categoria das
“Pomba giras”.
Nas religiões nigerianas, Exu é uma
divindade, enquanto na Umbanda é uma
categoria de entidades. Por vestir vermelho,
ter uma personalidade malandra, ter como
elemento o fogo e como um de seus
símbolos o tridente, Exu foi identificado no
ocidente com o diabo católico. Porém, esta é
uma leitura equivocada, visto que a noção de Os Exús na Umbanda são entidades que
diabo, ou seja, de um ser absolutamente possuem como característica a abertura
de possibilidades, de caminhos, de
maligno, é uma noção ocidental, estranha às
soluções, de brechas em situações
matrizes africanas que informam as religiões difíceis que parecem determinadas. O
afro-brasileiras. tridente simboliza essa abertura.
O termo “Pomba Gira” é um abrasileiramento do termo quimbundo “Mpombo Nzila”,
relativo a um tipo de divindade. Na umbanda, o termo passou a fazer referência às
entidades femininas caracterizadas pela independência, sensualidade, conflitos com
o patriarcado e empoderamento feminino.
CIGANA DE FÉ
(ponto de Pombagira)

Vinha caminhando a pé
Para ver se encontrava
Pomba gira, Cigana de Fé

Ela parou e leu minha mão


Disse-me toda a verdade
Representação de uma das entidades da Eu só queria saber onde
categoria das Pombagiras, chamada andava
“Maria Padilha” Pomba Gira Cigana de Fé
A Cabula era uma religião praticada no
Brasil, trazida por escravizados da
região do Congo-Angola. Era diferente,
portanto, da Umbanda, que é uma
religião brasileira informada por uma
matriz congo-angolana.

Foi perseguida e extinta na década de


1930 pelo governo de Getúlio Vargas.
Catendê: Deus quimbundo, protetor
Contudo, deixou algumas heranças
das florestas. Um dos “Inquices” da
culturais, entre elas o culto aos Deuses religião de matriz congo-angolana
quimbundos chamados “Inquices”. chamada Candomblé Angola, praticada
atualmente e herdeira da extinta
Cabula.
Apesar de extinta, a Cabula deixou também alguns toques de tambores tocados
atualmente em terreiros de diversas religiões afro-brasileiras e em outras
manifestações culturais, entre eles:

- O toque que recebe o nome de “Cabula”, que é a base do samba.

- O toque que recebe o nome de “Congo de Ouro”, que é a base do maculelê e


do funk carioca.

É comum, em textos que buscam contar a origem do samba, não encontrarmos


menção ao “toque de cabula”. Este apagamento da origem afro-religiosa dos ritmos
brasileiros, verificada também na capoeira, no maracatu e em outras manifestações, é
fruto das negociações às quais as culturas populares tiveram que se submeter para
conseguirem sobreviver em uma sociedade racista e intolerante.
O funk carioca é uma manifestação complexa, moralmente ambígua. Se por um
lado, a objetificação da mulher sob o ponto de vista masculino não pode deixar de
ser criticada, por outro, seu caráter transgressor de uma moralidade ocidental que
considera o corpo, sobretudo da mulher, como fonte de pecado, não pode deixar de
ser reconhecida.
Além disso, críticas ao funk acerca de seus aspectos musicais comumente não levam
em conta a herança afro-religiosa presente na sua batida, na sua técnica vocal, no
protagonismo dos instrumentos rítmicos e na complexidade rítmica do toque do
congo de ouro.

Não levam em conta também, a importância do baile funk como um modo de


afirmação de uma identidade preta periférica em uma sociedade racista, nem o fato
de que o samba e outras manifestações que o precederam também sofreram
censuras no passado sob os mesmos argumentos que buscavam caracterizá-las
como indecentes e musicalmente menos evoluídas.
Catolicismo Popular é um termo que designa manifestações que misturam o
catolicismo com heranças culturais africanas.

A origem do Catolicismo popular se dá no


próprio Reino do Congo (na atual região dos
países República Democrática do Congo e
Angola), no século XV.

Por questões comerciais e políticas, o Reino


do Congo se converteu, nesta época, ao
catolicismo, por influência de Portugal.
Assim, antes mesmo da colonização do Reinos existentes no século XV na
Brasil, a população deste reino já era atual região que abrange Angola e a
praticante do catolicismo. República Democrática do Congo.
Contudo, a conversão do Reino do Congo ao catolicismo foi, na verdade, uma
interpretação do catolicismo segundo as crenças locais. Uma falsa conversão,
portanto.

Dikenga: símbolo congolês semelhante a uma cruz, que representa a unidade entre o
mundo dos vivos e o mundo dos mortos. Segundo a Dikenga, o mundo dos vivos é a
terra e a cor que representa a vida é a cor preta. Já o mundo dos mortos é a água e a
cor que representa a morte é a cor branca.
Quando os congolenses viram os portugueses (brancos, da cor da morte) chegando
do mar (o mundo dos mortos), trazendo uma cruz (símbolo semelhante à Dikenga)
com um Deus morto (Jesus), não entenderam aquilo como uma outra religião, mas
como uma confirmação de sua religião.

Além disso, na religião congolesa, a substituição de objetos rituais por outros era
uma prática comum. Assim, ao descartarem seus objetos religiosos e adotarem a
cruz, o fizeram considerando-a como um artefato de sua própria religião. No
mesmo sentido, ao aceitarem serem batizados, não interpretaram isso como uma
ideia de salvação da alma, mas como uma iniciação aos poderes dos mortos.

Vários africanos da região do Congo-Angola que vieram escravizados ao Brasil


eram praticantes desse catolicismo congolês, que influenciou a formação do
chamado “Catolicismo Popular” no Brasil.
Além disso, outra fonte do catolicismo popular no Brasil foram as irmandades
católicas que reuniam as populações negras. Em especial as irmandades de Nossa
Senhora do Rosário, São Benedito e Santa Efigênia.

Tais irmandades eram os


únicos espaços em que negros
tinham a permissão de se
reunirem. Elas funcionavam
como núcleos de resistência
onde se promoviam
arrecadações para a compra de
alforrias de lideranças negras.
Além disso, as irmandades
mantinham secretamente
terreiros de Candomblé.
As irmandades católicas também elegiam reis e rainhas, que recebiam o nome de
“Rei Congo” e “Rainha Congo”, bem como príncipes, princesas e outros títulos de
nobreza. Em certas ocasiões uma corte real formada por escravizados se formava e
desfilava nas ruas. As elites enxergavam isso como algo cômico e inclusive
emprestavam as roupas para seus escravos e escravas desfilarem como nobres.
Tais manifestações, porém, guardavam
segredos. O Rei e a Rainha Congos serviam
como falsas lideranças, que desviavam a
atenção da polícia e dos senhores das
verdadeiras lideranças negras. Além disso, os
cortejos reais serviam como forma de
fortalecimento da autoestima, ao lembrarem
negros e negras de que sua verdadeira origem
não era escrava, e de que vinham de uma terra Coroação de rei e rainha
Congos fotografada por D.
natal gloriosa: o poderoso Reino do Congo.
Pedro II em 1868.
O Congado, comum no estado de Minas Gerais é uma manifestação do catolicismo
popular em forma de cortejo (desfile) organizado por irmandades afro-católicas.
Começa com a realização do “candombe”, uma reza acompanhada de batuques,
cantos e danças), seguida de uma missa na Igreja, de uma procissão em homenagem
a Nossa Senhora do Rosário e aos Santos Negros, da coroação e do desfile do rei e da
rainha Congos acompanhado de tambores.

Em alguns locais padres não


permitem a entrada da
Congada na igreja, por não a
reconhecerem como uma
manifestação verdadeiramente
católica.
Um artefato característico das manifestações do catolicismo popular (ou afro-
católicas) é o uso do terço e do rosário feitos de uma semente popularmente
chamada de “Lágrimas de Nossa Senhora do Rosário” (utilizada também na
fabricação do instrumento musical “caxixi”, tocado junto com o berimbau na
capoeira)
Lenda da semente “Lágrimas de Nossa Senhora do
Rosário” e da “Primeira Congada no Céu”
Outra manifestação que realiza a coroação
de reis e rainhas Congos, bem como desfiles
representando uma corte real negra,
acompanhado de tambores, cantos e
danças, e que portanto é informada por esta
matriz Congo-Angolana, é o chamado
Maracatu Nação, originário da cidade de
Recife – PE.

Contudo, no maracatu, o catolicismo é


substituído pela religiosidade de Matriz
Nigeriana (Iorubá), relacionada ao culto a
divindades que recebem o nome de Orixás.
Instrumentos como o Berimbau, o Caxixi e a Cuíca são versões brasileiras de
instrumentos da região do Congo-Angola.

Berimbau Em Angola e regiões Cuíca ou Puíta,


Instrumento brasileiro, herança próximas os arcos musicais tambor de fricção
congo-angolana costumam ser tocados por
mulheres.
Tambores nos quais a pele é fixada ao tronco com pregos são de origem congo-
angolana. Comumente, manifestações que utilizam tais tambores incluem, como
parte de seus rituais, a construção de uma fogueira, visto que estes tambores são
afinados utilizando o calor (o calor estica a pele).

Tambores de “batuque de umbigada” feitos de


troncos escavados, com técnica congo-angolana
de fixação da pele e afinação por meio do calor.
No continente africano, os tambores são tradicionalmente feitos com pedaços
de tronco escavados. Nas Américas, a dificuldade de aquisição de troncos em
contextos urbanos levou à necessidade de utilização de materiais alternativos,
como os barris utilizados para transporte de mercadorias.

Atabaque: Instrumento
Afro-Brasileiro feito de Conga: Instrumento
ripas de madeira. Cubano feito de ripas
Originado da utilização de de madeira. Também
barris no lugar de troncos. proveniente da
A técnica de afinação por utilização de barris no
meio de cordas é de lugar de troncos.
origem afro-luso-árabe.
Também da região do Congo-Angola vieram instrumentos musicais como a
“Marimba” e a “Mbira” (atualmente divulgada como Calimba).

No século XIX, a Mbira e a Marimba eram os instrumentos mais difundidos entre a


população negra brasileira. “Isso é marimba que preto toca” era uma expressão
racista da época, para designar algo considerado mal feito. Posteriormente estes
instrumentos caíram em desuso, mas a musicalidade trazida da região de congo-
angola foi transferida para o violão, o piano e outros instrumentos.
“Aprendi a tocar trompete imitando minha
mãe assoviar”. Relato do músico de Jazz
afro-estadunidense Louis Armstrong.

Nos EUA os tambores e outros


instrumentos africanos foram proibidos.
Mesmo assim, a população escravizada
levou consigo sua cultura musical e a
adaptou ao sapateado, ao canto nas igrejas
e aos instrumentos ocidentais disponíveis.

Processo semelhante ocorreu no Brasil, de


modo que a musicalidade de matriz
africana aqui também não se limita aos
instrumentos de matrizes africanas.
Tambor de crioula: Manifestação Samba de roda: Manifestação típica do
típica do Maranhão. recôncavo baiano. É a matriz do samba carioca
(não confundir com “roda de samba”).

Várias manifestações afro-brasileiras realizadas em roda, com tambores, cantos com


pergunta e resposta, palmas e dança são informadas pela herança cultura Congo-
Angolana e vinculadas a tradições afro-religiosas (apesar de serem realizadas em
situações festivas e de jogo, e não de culto).
Ao contrário do que se costuma
pensar, as tradições afro-
brasileiras não são originárias
somente da região nordeste do
Brasil. Várias manifestações de
matriz congo-angolana se
Jongo: Manifestação tradicional da região originaram no sudeste e no sul.
do Vale do Paraíba (região que abrange
parte dos estados do RJ e SP)
O gesto da “umbigada” é comum nas
manifestações de origem congo-
angolanas. Em outros tempos, sua
conotação sexual e o fato das religiões e
manifestações afro-brasileiras não
associarem o corpo e a sexualidade à
ideia de pecado, motivou sua proibição
em outras épocas.
Batuque de umbigada: Manifestação
tradicional do interior paulista
Capoeira Angola Capoeira Regional

A capoeira possui diferentes vertentes, sendo as mais conhecidas chamadas de capoeira


Angola e Capoeira Regional. Há controvérsias sobre sua origem no Rio de Janeiro ou na
Bahia.
Atualmente, em várias destas
manifestações, os papéis de
gênero vêm sendo questionado
e transformados através da luta
das mulheres pela participação
igualitária, em especial, quanto
ao direito de tocar tambores
que antes eram tocados O grupo cultural “Comunidade do Jongo Dito
exclusivamente por homens. Ribeiro”, de Campinas – SP, é uma
comunidade de Jongo administrada por
mulheres que conduzem tanto a dança,
quanto o canto e a percussão.
Crioulo cantando samba era coisa feia “Vá cuidar de sua vida”, samba do
Esse negro é vagabundo, joga ele na cadeia compositor paulista Geraldo Filme (1927-
Hoje o branco está no samba, quero ver como é que fica 1995). A música critica a perseguição ao
Todo mundo bate palmas quando ele toca a cuíca samba, à umbanda e à capoeira. Também
ironiza o fato de que atualmente pode
ser mais fácil para uma pessoa branca se
Negro jogando pernada, mesmo jogando rasteira interessar por estas práticas, do que para
Todo mundo condenava uma simples brincadeira um(a) negro(a), pelo preconceito e
E o negro deixou de tudo, acreditou na besteira perseguição que já sofre por sua cor.
Hoje só tem gente branca na escola de capoeira

Negro falava de umbanda, branco ficava cabreiro


Fica longe desse nego, esse nego é feiticeiro
Hoje negro vai à missa e chega sempre primeiro
O branco vai pra macumba e já é babá de terreiro
(Babá = sacerdote)

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