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LEOPOLDO PONTES
REINICIAR
É a Solução pra Tudo!
Por
LEOPOLDO PONTES
A palavra emoção vem do latim ex movere, que tem a ver com sair do
movimento, isto é, coloca-lo de dentro para fora. É uma manifestação física que nos
põe em movimento dentro e fora de nós mesmos.
Além de ser uma forma de nos defender, de termos atenção e memória, é
também uma maneira de nos exprimir. Entre outras coisas.
Temos que aprender a dar nomes às nossas emoções.
Isso não é algo tão trivial, como pode parecer à primeira vista. É uma questão
de reconhecimento de coisas que podem funcionar melhor para nossa vida.
O primeiro passo é reconhecer que as emoções não são sempre as mesmas.
Elas variam bastante, e precisamos reconhece-las em nós mesmos, para um bom
exercício de autoconhecimento.
A raiva é diferente do ódio, que é diferente de estar bravo com alguém, que é
diferente de estar bravo com todo mundo.
Estar alegre não é necessariamente estar feliz. Que não é estritamente estar
cheio de sorrisos.
Podemos pensar que hoje estamos nos sentindo de determinada maneira, de um
modo geral, ou que neste momento já não estou com o sentimento de uma hora atrás.
Tudo muda. Os sentimentos variam.
Não adianta dizer para nós mesmos coisas como estou mexido. Precisamos
entender de que forma estamos mexidos, se estamos magoados com que, e com quem,
se estamos tristes, se estamos sentidos, se estamos mais sensibilizados, e com qual
motivo.
Ou motivos.
Podemos estar nos sentindo mais sentimentais, mais nervosos, mais tácteis.
Temos que achar os nomes mais exatos quanto possível.
O mais aproximado possível nunca é o perfeito, mas é o mais importante.
Se aprendermos a dar nomes às nossas emoções, rumaremos a um
autoconhecimento mais pleno. E assim, a uma vida mais inteira, mas ligada à nossa
realidade interior e mais conectada ao nosso exterior.
Isso nos ajuda a sermos mais sensíveis sensorialmente, emocionalmente,
mentalmente, socialmente e espiritualmente.
18/10/2020.
2. Voltar a tocar
Quem leu meu livro anterior, sabe que parei de todar flauta doce há alguns
meses em razão de um tombo que levei, e que me causou uma dor nos lombos
excruciante.
Hoje, com os remédios contra dor, quase estou bem, desde que não carregue
pesos maiores que dois quilos etc. Enquanto a UBS não marcar a data de meu
ortopedista, não poderei fazer os exames necessários, nem partir para a fisioterapia.
O que vinha me impedindo de tocar era a posição correta que eu tinha que ficar,
segundo os manuais e métodos de flauta doce.
Pensava que, quando pudesse voltar, estaria tão destreinado que teria que
começar tudo de novo.
Pois bem. Agora há pouco, sentei-me num sofazinho, desci a estante de
partituras à minha altura, e na posição “incorreta” comecei a tocar. Utilizei a flauta
contralto, que é a minha preferida, e toquei alguns temas de minha predileção. Até que
não estava tão mal assim, como achava que fosse estar.
Enfim, retornei. Acho que toquei apenas por uns vinte minutos, mas foi o
bastante para recomeçar. Volto tocando na posição “errada”, mas volto. Viva o prazer!
Muitas pessoas não estão querendo crer. Estão saindo sem máscara às ruas,
tocando-se pele-a-pele umas nas outras, não lavando mais as mãos corretamente, entre
os dedos, até o cotovelo, nem usando álcool-gel.
Estão havendo aglomerações de gente em tudo quanto é lugar do Brasil.
Elas acham que o período da pandemia do Covid19 já passou. E que a fase
pesada foi só nos primeiros meses do ano.
Não existe vacina ainda. E o tratamento é incipiente. Quem pegou o vírus uma
vez, mesmo que tenha sido “curado”, ainda permanece com o vírus dentro do corpo.
Vai precisar da vacina.
Não é porque uma pessoa pegou coronavírus e se curou que não está arriscada a
pegar novamente.
Não é porque uma pessoa que não apresenta os sintomas que ela não possa ser
uma portadora do pernicioso vírus.
O próprio governo não apresenta os números reais do espalhamento da doença.
Quem se curou não está livre de contaminar outras pessoas.
Enquanto não existir uma vacina comprovadamente eficaz, devemos
permanecer em quarentena, e manter todos os cuidados básicos para não pegar o vírus,
ou não contaminar os outros.
19/10/2020.
Adendo
Agora, temos vacina, em duas doses. Mesmo assim, temos tempo ainda até
normalizar a situação da pandemia. Todo cuidado é necessário.
25/01/2021.
4. Tocar Violão
19/10/2020.
5. Chiar a Chaleira
Para tomar um bom chimarrão, devemos ter a água na temperatura correta, entre
70 e 86 graus Celsius.
Para começar, costumo ferver a chaleira no fogo mínimo, para não a estragar. E
também porque assim controlo melhor a fervura.
Pra arrumar a erva, temos que primeiro encher de dois terços a três quintos da
cuia de erva. Depois, tampar o bocal da cuia. Depois, viramos a cuia de cabeça para
baixo, e sacudimos a erva, com todo o vigor.
Então, viramos a cuia novamente pra cima, formamos um morrinho na ponta, e
jogamos a água atrás do morrinho. Fazemos isso com a água ainda morna.
Quando falo em chaleira, não é aquela que vem com apito na ponta. É a sem
apito. É a comum que tem que ser usada.
Tropeiros e carreteiros gaúchos usam a cambona, uma meia lata de forma
achatada. É uma chaleira rústica, para aquecer a água no fogo de chão. Seu formato
achatado se deve à facilidade de ser carregada no lombo dos cavalos durante as
viagens. Pelo menos é o que está escrito na embalagem do excelente mate Cambona,
de Machadinho (RS).
Tem gente que segue essa tradição, e não usa a chaleira tradicional, mas uma
caneca de fogão.
Não uso o termômetro adequado. Então, faço por ouvido, como se é de
costume.
Sei que o tempo necessário, nestes dias que se passam, é de aproximadamente
oito minutos no fogão novo.
Quando está chegando o final do tempo, fico atento.
Se a chaleira chiar e parar, chiar e parar, não é a hora ainda, mas está pertinho!
Normalmente, ela faz isso duas, ou quatro vezes. Mais ou menos. Tem que
prestar muita atenção, pra não deixar a água ferver. Água fervida queima a erva. E o
que é queimar a erva?
Quando a gente põe a água fervendo sobre a erva, todo o sabor e aroma fica na
primeira cuia. Pode até dar um travo. Não existem mais cuias. Ficam todas sem gosto
nem cheiro.
Quando a chaleira chia sem parar, devemos imediatamente desligar. Mas tem
que chiar alto, mesmo.
Às vezes, a chaleira vai direto pro chiar sem parar. Temos que prestar muita
atenção.
Nesse instante, a água estará pronta para um bom chimarrão.
Mas... e a camisinha na bomba? Coloco sempre, para não entupir. E a bomba?
Botamos ela antes ou depois da água? Sempre o fiz após a água, tampando o bocal.
Agora, faço diferente. Logo antes da água, arrumo-a no mate macio, e aí vai.
Então, vagarosamente, colocamos a água sobre a erva previamente arrumada na
cuia, desde o fundo, até enchê-la.
Depois, enchemos a garrafa térmica.
Após isso, a água na cuia pode ter descido um pouco. Completamos e levamos
tudo para um local agradável, onde possamos curtir.
20/10/2020.
Adendo
24/10/2020.
6. Lítio
Manhã de domingo
É todo dia, para tudo que me importa
E não estou assustado
Acendo minhas velas
Atordoado, pois encontrei Deus!
Yeah, yeah
Yeah, yeah
Yeah, yeah
Yeah, yeah
Yeah, yeah
Yeah, yeah, yeah
Yeah, yeah
Yeah, yeah
Yeah, yeah
Yeah, yeah
Yeah, yeah
Yeah, yeah, yeah
Manhã de domingo
É todo dia, porque eu não me importo
E não estou assustado
Acendo minhas velas em transe
Pois encontrei Deus
Yeah, yeah
Yeah, yeah
Yeah, yeah
Yeah, yeah
Yeah, yeah
Yeah, yeah, yeah
21/10/2020.
7. O Espaço é Vazio?
Dizem cientistas que o espaço tem apenas vinte por cento preenchido por
matéria. O resto todo seria apenas espaço vazio, sem o mínimo resquício de matéria.
Ora.
Vamos pensar um pouco.
Oitenta por cento não precisa necessariamente estar vazio. Pode ter algum tipo
de matéria que não reconhecemos como tal.
Da mesma forma, a maior parte dos cientistas só reconhece a vida quando
baseada em carbono. Não é por isso que não podemos supor vida inteligente
experimentada em outro tipo de elemento. Talvez até num que nos seja desconhecido
ainda.
De qualquer maneira, estamos apenas especulando. Assim como qualquer autor
de ficção científica.
Temos esse direito, pois toda verdade científica só existe até ser superada por
outra. Isso é cientificamente ensinado.
21/10/2020.
8. Reis e Rainhas
25/10/2020.
9. O Eu-Comigo e com o Outro
26/10/2020.
10. Empatia: o Olhar do Outro
A questão da empatia é algo que se tornou viral nos dias de hoje. Todos falam
sobre isso, em todo lugar.
É tão simples que não é nada simples.
É estarmos olhando as coisas sob a perspectiva do outro. Isto é, se estamos
conversando com alguém, devemos entender o que aquela pessoa está falando como se
fôssemos ela mesma.
É estarmos no lugar dela.
Não é uma ação mental, intelectiva. É mais de sentir, compreender
emocionalmente o que aquela pessoa está arrazoando, sentindo, ao dizer aquilo.
Devemos aprender a ouvir primeiro. Ponderar, antes de tentar dar uma resposta.
Esperar, nos entregar à audição, respondendo o mínimo possível.
Depois de escutar tudo o que a pessoa tem a falar, ou desabafar, aí é que
poderemos dar o nosso palpite, o nosso pitaco.
Ao responder, devemos entender primeiro a perspectiva de quem está
conversando conosco.
Conversar é saber escutar, ponderar, e responder com responsabilidade. Se
somos interrompidos, devemos entender que nossa fala não será mais ouvida, se
tentarmos continuar.
É melhor esperar.
A empatia é isso. É mais que apenas ouvir, é ouvir sentindo o que o outro sente.
É saber que nossa resposta tem que ser responsável. Se não sabemos o que dizer,
sejamos sinceros. Dizemos que, por hora, não sabemos nada. Mas vamos pensar nisso.
E saímos de lá, realmente pensando no assunto, como resolver.
Ou ainda melhor. Pode até ser o momento de um pensar juntos, de um
raciocinar juntos, de um arrazoamento mútuo, de estarmos envolvidos numa só
emoção. Ela pode ser algo que una ambas as emoções.
Não é porque estou falando aqui, que acho uma situação fácil.
Algumas pessoas podem ter o dom. Mas, no geral, temos que treinar muito,
aprender muito.
Não é fácil.
Mas pode acontecer.
Basta querermos de verdade.
27/10/2020.
11. Sentir-se Mais Inteligente...
Tem manhãs que a gente acorda com ideias, alguma coisa pronta para fazer,
escrever, pintar, desenhar, tocar, sei lá. Resolver uma conta, um problema matemático,
um problema filosófico, um problema caseiro.
Mas tem manhã... que a gente acorda insone, completamente com vontade de
retornar a dormir.
Tem dia que a gente se sente inteligente. Consegue ler os textos e livros mais
difíceis, e compreendê-los.
Tem dia, entretanto, que a gente se sente completamente burro! Hoje, pra mim,
é um dia desses.
Não consigo ler nada mais profundo que a areia da praia. Não consigo escrever
nada mais interessante que a lista de compras.
Não consigo tocar flauta por mais de dez minutos, sem que ela entupa e, mesmo
desentupindo, tenho dificuldade em tocar o dó grave. Tocar violão, nem se diga, já que
está faltando uma corda, as outras estão enferrujadas, não tenho tinta para imprimir o
método, tá uma desgraceira.
Quando me sinto inteligente, consigo tocar qualquer instrumento, não importa o
estado em que esteja (o instrumento). Consigo escrever com facilidade, e criar com
mais imaginação.
Mas hoje... desde que acordei, só consegui baixar texto no computador, para ler
quando estiver mais inteligente. Só li superficialidades. Tentei ler um texto sobre
inteligência artificial, no site The Conversation... and nothing of nothing!
A única coisa que fiz até agora, mais interessante, está sendo digitar este texto.
E olhe lá.
Estou em meu segundo chimarrão. Acordei por volta das sete da manhã, com
sono, mas não podendo voltar pra cama, por causa da dor nos lombos. Não consegui
tocar flauta, nem por dez minutos. Sentado no sofazinho da sala de música.
Mas a vida é assim. O melhor a fazer é usar dias como hoje pra só realizar
coisas fáceis, que não exijam muito da gente. E deixar preparado, o que puder, para os
dias melhores. Em que nos sintamos inteligentes.
Porque hoje...
Estou o ó!
Até me esqueci de tomar os remédios da manhã. Vou tomar agora, 14h30’.
Espero nunca mais ficar tão mal quanto neste dia.
Never more!, como diria Edgar Allan Poe.
Adendo
28/10/2020.
Outro Adendo
É assim mesmo.
Tem dia que a gente se sente um burrão.
Não consegue entender nada. Não consegue aprender nada. Não sente que
consegue absorver coisa alguma.
Se sente um tapado.
Mas é dia. É fase.
Depois, tudo muda.
A gente fica mais capaz. Mais inteligente. Mais absorvível.
Hoje levantei cedinho. Preparei um ótimo chimarrão, e me sinto muito bem.
20/11/2020.
12. Livre Arbítrio é uma Grande Coisa a Se Pensar
Poder escolher, entre uma ou outra opção, pode ser um martírio para algumas
pessoas. Elas não conseguem se decidir se querem tomar banho quente ou morno, por
exemplo. Mas é um direito que temos, principalmente quando se multiplicam as
opções.
Isso me lembra de quando tínhamos uma casa de chá. O cliente chegava e pedia
uma coxinha, digamos. Eu dizia:
- Pode escolher, é mais gostoso.
Ele respondia: - Qualquer uma!
Eu sempre insistia, e, em minha juventude, não percebia o quão doloroso, ou
inútil, pode parecer, para algumas pessoas, ter que fazer uma escolha. Ainda que seja
de algo tão prosaico.
Pessoalmente, acho tão bom selecionar qual salgadinho queremos. Um é
diferente do outro, sempre tem um que é mais tostadinho, ou que tá mais clarinho. É
gostoso optar.
Poder escolher qual sabor de sorvete iremos tomar, qual roupa iremos vestir,
que horas iremos dormir, tudo depende do que chamamos livre arbítrio (free will).
Há quem acredite no maktub, isto é, que tudo está escrito no universo. Que não
existem coincidências. Que o que acontece é porque já estava determinado a
acontecer. Que não temos autonomia alguma sobre o que vamos fazer ou pensar. Que
Deus ou o Universo impõe nossos anseios. Que não temos vontade própria.
É o fatalismo.
Uma matéria do site The Conversation ( https://theconversation.com/will-i-or-wont-i-
scientists-still-havent-figured-out-free-will-but-theyre-having-fun-trying-132085), de 27 de
outubro último, publicada às 14h31’, informa que cientistas estão tentando provar que
o livre arbítrio não existe.
Segundo a matéria, podemos duvidar se temos controle sobre nossas próprias
vidas (control over our own lives).
Tudo começou (segundo a matéria) em 1983, quando o fisiologista norte-
americano Benjamin Libet conectou pessoas a um aparelho que media suas atividades
cerebrais e musculares.
Benjamin pediu a essas pessoas que flexionassem o pulso sempre que
quisessem. Em seguida, elas tinham que observar o momento em que percebessem
pela primeira vez sua intenção de flexionar o pulso.
Essas pessoas tinham que fazer isso lembrando-se da posição de um ponto
giratório no mostrador de um relógio.
Ele descobriu que, a atividade cerebral, acontecia aproximadamente meio
segundo antes das pessoas relatarem suas intenções de flexionar o pulso.
A conclusão de Benjamin foi que talvez os cérebros dessas pessoas já haviam
decidido se mover, meio segundo antes delas se sentirem conscientes disso. Era uma
prova do livre-arbítrio.
Pesquisadores começaram então a arguir que, a ideia intuitiva de que temos uma
consciência distinta de nossos cérebros, poderia estar errada. Nesse caso, uma intenção
é uma consequência, e não a origem da atividade cerebral.
No entanto, foi questionado, se flexionar o pulso é realmente uma decisão. Não
uma ação alternativa. E se podemos realmente julgar o momento de nossa vontade
com tanta precisão.
Considerou-se que talvez o estardalhaço fosse muita coisa por nada.
Poderíamos dizer não ao que o cérebro quer fazer? Isso nos daria um livre
arbítrio.
Para tanto, um novo estudo pediu para que voluntários jogassem contra um
computador. Esse computador teria sido programado para prever suas intenções a
partir de sua atividade cerebral.
Esse novo estudo descobriu que os voluntários poderiam cancelar suas ações, se
o computador descobrisse o que pretendiam fazer, pelo menos até mais ou menos
duzentos milissegundos antes da ação, após o que, já era tarde demais.
1
Vale lembrar que se trata de um quinto de segundo: ( 5 ¿s.
29/10/2020.
13. Sempre em Frente!
30/10/2020.
14. Viver o Que Sonhou ou Ganhar Dinheiro?
Meu pai sempre dizia que eu vivia de sonhos. Que a vida não era assim e que eu
devia estudar para ganhar dinheiro. Muito dinheiro. Para não ficar à míngua. Sábias
palavras.
Ele queria que eu fizesse algo como engenharia, medicina, ou ciências
contábeis. Não o escutei.
Fui estudar comunicação social. Não porque dava dinheiro, mas porque me
pareceu um curso legal. Legal porque me parecia aberto, largo, cheio de informações e
sabedoria de toda espécie. Legal porque parecia que poderia ampliar minha
consciência.
Naqueles dias, era isso que me importava. Eu tinha vinte e três anos.
Não fiquei chateado por meus pais não irem à formatura. Minha esposa estava
presente, e participou das comemorações. Éramos um grupinho, celebrando juntos o
término do curso.
Alguns já tinham emprego na área, a maioria só promessas, ou nem isso. Eu
fazia parte dessa maioria, mas não estava nem aí.
No final do ano seguinte, fomos, minha esposa e eu, junto com nosso filho –
naquela época só tínhamos ele – para Campos do Jordão. Criar cachorros e fundar uma
casa de chá: A Ponte do Leão.
Tive um convite para trabalhar na TV Morena, de Cuiabá. Não me interessei.
Tudo o que eu queria era abrir um barzinho. Não importava o que estudara. Para mim,
os estudos haviam sido um crescimento de meu espírito. E a casa de chá seria a
continuação.
Depois teve minha carreira jornalística na cidade, principalmente na Rádio
Emissora. A única da região. A única do ABC da Mantiqueira. Foi muito gratificante.
O jornalismo ampliou bastante minhas fronteiras de conhecimento. Depois,
quando fiz direito, e trabalhei na advocacia, foi mais uma dilatação. Assim como
outros cursos.
Trabalhei em outras coisas, também. Nunca ganhei muito dinheiro. Mas fui
muito feliz.
Até hoje, não sei ganhar dinheiro. Mas sou feliz. E continuo procurando
estender minha consciência.
É o que importa.
E desafiando uma regra gramatical, ainda sou um sonhador...
30/10/2020.
15. Jornais Preto e Branco
31/10/2020.
16. Terminar um Livro Legal
Quando a gente termina de ler um livro muito legal, mas muito legal mesmo,
daqueles que nos preenchem, que nos fizeram pensar, que nos fizeram sonhar, que
sentimos que transformaram alguma coisa em nós, é porque lemos um livro muito
especial.
Quando nos acontece isso, é impossível buscar outro.
Temos que parar, e fazer outra coisa. Ou não fazer nada mesmo.
É o momento de meditar sobre o que acabamos de ler.
Essa pausa pode durar horas, ou um dia inteiro, ou dias.
Se somos de fazer marcações, podemos nem conseguir voltar a elas, para dar
aquela geral no livro, novamente.
Temos que dar um tempo.
Esse tempo nos renovará as energias, será o que precisamos para retornar às
marcações ou para retomar um novo livro.
O que ocorre, e isso geralmente, é que não encontramos nenhum título que nos
agrade tanto. Nada parece ser tão bom.
É isso que faz alguns livros serem tão especiais. São únicos.
O que ocorre, muitas vezes, é que, anos depois, voltamos a eles e... já não
parecem a mesma coisa. Se mostram opacos, mornos.
Mas outras, poucas vezes, eles se renovam. São esses os livros que nos fazem
viver de novo, não as mesmas, mas novas emoções.
Aconteceu isso comigo com Cleo e Daniel, de Roberto Freire. Foi, para mim,
um livro inovador. Eu tinha quatorze anos, e a visão de mundo renovou-se. Releio,
com prazer, até hoje.
Teve, anos depois, A Morte Organizada, de Luiz Carlos Maciel. Esse livro
mostrou-me que poderia continuar sendo um intelectual, sem deixar de ser, por
exemplo, roqueiro. Era uma nova forma de literatura. Rabisquei ele pra caramba, e o
enchi de anotações.
Por causa desse livro, comprei outros do mesmo autor, posteriormente. Mas
nenhum teve o mesmo impacto.
Aconteceu também com O Jogo das Contas de Vidro, de Hermann Hesse. A
história do jogo dos avelórios, e das passagens em latim, me fizeram pirar! Até
comprei um caderno, para anotar minhas impressões sobre o livro. Já vinha lendo
outros livros dele, com muito fervor, como Caminhada, e O Lobo da Estepe, mas esse
foi inspirador.
Finalmente, O Nome da Rosa, de Umberto Eco. A história, cheia de silêncio,
falando de livros antigos. As passagens em latim medieval. As horas, segundo os
mosteiros. Até comprei um relógio, para adaptar o mostrador naqueles horários.
Já gostava do autor, de seus livros sobre semiótica. O romance foi uma
descoberta.
Foram grandes experiências, nas várias vezes em que os li.
Houve outros, mas não foram tão marcantes.
01/11/2020.
17. No Café Existencialista
02/11/2020.
18. A Busca pela Felicidade segundo os Astecas
02/11/2020.
Adendo
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias tem um programa para
procurarmos nossos antepassados, aqueles que não temos informação suficiente, ou
que nem sequer sabemos os nomes.
Esse programa cruza as pesquisas das pessoas que fizeram suas genealogias
com outras genealogias.
Quando fazemos a nossa, podemos encontrar boas surpresas.
É só procurar em https://www.familysearch.org/pt/.
03/11/2020.
19. Dor é Vida
03/11/2020.
20. Coisa mais Linda
A bossa nova era algo que eu execrava. Gostava da MPB, mas considerava a
bossa nova um estilo muito elitista. E era, mesmo, em 1958. Era coisa da zona sul
carioca.
Gostava de rock, de música barroca, de música clássica, de música antiga, de
jazz, de MPB, e por aí vai.
Foi quando vi a série Coisa mais Linda, na Netflix. É uma série em que, uma
moça paulistana, decide abrir uma boate de música no Rio de Janeiro, parece que em
1959. E descobre um músico que canta baixinho, e toca violão com dissonâncias, mas
num ritmo que mistura o samba com jazz. Um som que voa.
Ela fica impressionada. E decide contratá-lo para sua boate.
Naquele tempo, as boates não eram como hoje, uma barulheira infernal. Tinham
mesas, e podia-se conversar, em voz normal, se a música não fosse tão interessante.
Eram baseadas nas casas de jazz norte-americanas.
O personagem que interpreta o músico é claramente baseado em João Gilberto,
numa livre adaptação. Uma homenagem, digamos assim.
Na verdade, naqueles anos, quais eram as opções musicais do brasileiro, em
termos de música popular? Tinha o samba, o samba-canção (popularíssimo), o jazz e o
rock’n’roll norte-americano (para poucos). No rádio, o que mais tocava, era o samba-
canção. Até a música de fossa era samba-canção.
Claro, tinha o baião, o frevo, as marchinhas etc, mas o que pegava nas boates
era o samba-canção. O vozeirão, inclusive, sem microfone.
A bossa nova foi uma renovação musical. Para a classe média burguesa do Rio
de Janeiro. Mas logo chamou a atenção dos jazzistas norte-americanos, que passaram
a copiá-la descuidada e descaradamente.
Hoje ela influencia várias gerações de músicos, de vários estilos.
Eu tinha dois discos – vinis – de João Gilberto. Com capa desgastada. Pensava
firmemente em vende-los, a bom preço.
Depois da série, desisti. E agora os ouço com calma e frequência. Além de
outros discos desse gênero que temos em casa.
Não podemos esquecer de Baden Powell, precursor do gênero no Brasil. E no
mundo. Desse, eu já gostava.
Se João Gilberto era perfeccionista, Baden Powell era um verdadeiro ilusionista
no violão.
Passei a ter uma nova visão da bossa nova. Não a considero mais tão elitista
assim.
05/11/2020.
21. Cordas Novas
06/11/2020.
Adendo
10/11/2020.
22. Dor Social
A dor não existe apenas fisicamente. Ela também pode ser emocional, mental,
espiritual, social, intelectual etc.
Uma dor social é a que sentimos quando somos rejeitados pela sociedade. Isso
pode acontecer por nossa opção sexual. Por nossa condição mental. Por nossa opinião.
Por nossa religião, ou por nos declararmos ateus. Por sermos pessoas muito tristes. Ou
até por sermos ativos demais. Por nossa cor de pele. Ou por como usamos nossos
cabelos, ou barba, ou pelas roupas que vestimos.
Há inúmeros motivos para sentirmos uma dor social. Para sermos ignorados
pela sociedade. Ou para sermos importunados por ela.
A dor social é algo que eu não tenho resposta, a não ser a educação da própria
sociedade. Contra o preconceito de todas as formas.
Quem sente dor social, pode buscar ajuda. Dependendo do caso, se for uma
doença, existem remédios que podem ser prescritos por especialistas.
Porém. Dependendo do caso, quando não é doença, precisamos saber nos
impor, levantar nossa própria crença, nosso pensamento, nossa moral. E buscar
pessoas que pensem, ou que ajam, ou que sejam como nós. Para ter mais força perante
a sociedade preconceituosa.
Se não encontramos nenhum como nós, somos solitários. E temos que aprender
a enfrentar a sociedade, sem perdermos nossa individualidade.
07/11/2020.
23. Respire
É fundamental.
O que representa vida é a respiração.
A primeira coisa que fazemos, quando nascemos, é chorar. Berrar. Significa que
estamos respirando.
Todos ficam felizes. O bebê está respirando. Está vivo!
Respirar é tão importante, que todas nossas outras funções corporais dependem
disso. O funcionamento do coração, cujo bater significa tanto, depende da respiração.
Do ar entrando em nosso corpo, e saindo, ininterruptamente.
Inspiração e expiração.
É tão fundamental que, todo tipo de meditação, a tem por princípio. Inspirar
profundamente, e expirar lentamente.
Ouvi e li especialistas dizendo que devemos expirar por mais tempo que
inspirar. Algo em torno de, três vezes a expiração, para uma de inspiração. Não ser o
porquê. Mas deve ter lá sua razão. Eu mesmo tento, tento, e consigo muito mal.
Já vi iogues fazendo justamente o contrário: inspirando e expirando
rapidamente. Não entendi o motivo. Especulo.
O controle da respiração e o respirar com a barriga são importantes para
diversas atividades, como tocar instrumentos de sopro, fazer meditação, ioga, e até
para o dia-a-dia.
Respirar com o tórax é insuficiente. Não se impõe para o corpo de uma forma
completa.
Experimentemos isso. Vamos por uma mão sobre a barriga e a outra sobre o
peito. Respiremos. Se o que avançar para a frente for o tórax, estamos incorretos. Se
for o diafragma, perfeito!
Quando nascemos, respiramos com a barriga. Depois, quando crescemos, não
sei porque, passamos a fazer errado. Daí, temos que treinar, para voltar a acertar.
Traduzamos isto: respirar! Conscientemente. Pensando no aqui e agora.
Respirar significa vida. Por princípio. Por base. É nossa força vital. É nossa
natureza.
Teve uma mulher, nos Estados Unidos, que lançou livro e ficou famosa dizendo
que vivia de ar. Que não precisava comer nem beber. Só respirar. Muita gente
acreditou.
Foi desmascarada. Fotografaram-na comendo em local público. Se ela levou
processo de alguém, não sei, pois por lá as coisas são levadas muito a sério.
Vamos pensar em parar a respiração. Para ficar debaixo d’água, por exemplo. É
um hiato, uma partícula de tempo. Não conseguimos, por mais que treinemos, ficar
sem respirar por mais que alguns minutos. Algumas pessoas mais. Mergulhadores que
pescam sem máscaras.
Respirar é um presente que recebemos. Inspirar o ar e expirar. É o mínimo que
podemos agradecer.
Não precisamos nos lembrar, é automático.
Como se diz, respire, mantenha a calma e seja positivo.
Vamos caprichar na respiração. É importante.
07/11/2020.
24. Focinho de Cão
O cachorro tem um faro invejável. Sentem cheiros onde nem percebemos que
pode haver alguma coisa.
Algumas raças, não. Têm visão mais apurada. As de caça.
Mesmo assim, os cães, de uma forma geral, têm visão curta. São míopes, de
certa forma. Embora enxerguem bem no lusco-fusco e à noite.
Mas a audição é muito melhor que a nossa. Eles ouvem alturas que não
conseguimos, por serem baixas, ou altas demais.
Nós tínhamos o costume de acender a luz para nossa cachorrinha jantar, até que
aprendemos isso. Não acendemos mais a luz, e ela vai pelo faro.
O faro do cão é incrível! Ele tem capacidade para distinguir muito mais
diferenças de cheiro que nós. E numa distância bem maior.
Por isso que a polícia treina pastores para detectar drogas, em locais de difícil
acesso.
Arqueólogos usam pastores para achar tumbas antigas, onde tenham ossos
humanos. E até cemitérios abandonados, de povoados que não existem mais. São cães
que, anteriormente, foram utilizados por policiais, para encontrar cadáveres.
De qualquer forma, de uma maneira geral, todo cachorro tem um faro
admirável. Se pusermos um pouquinho de caldo de carne, no prato de arroz com
feijão, de nossa cadelinha, ela imediatamente detecta, e devora o prato. Mesmo no
escuro.
07/11/2020.
25. A Verdade está com as Crianças
08/11/2020.
26. Felicidade e Alegria
Felicidade não pode ser confundida com alegria. São dois conceitos
completamente diversos, conforme nos garante o estudioso da alegria, George H.
Truett, na matéria capturada em The Conversation, hoje, às 18h41’:
theconversation.com/finding-joy-in-2020-its-not-such-an-absurd-idea-really-145993?
utm_medium=email&utm_campaign=Latest%20from%20The%20Conversation%20for
%20November%209%202020%20-%201780917279&utm_content=Latest%20from%20The
%20Conversation%20for%20November%209%202020%20-
%201780917279+CID_51a6ddfbe32721df9369c744de57477c&utm_source=campaign_monitor_us
&utm_term=Finding%20joy%20in%202020%20Its%20not%20such%20an%20absurd%20idea
%20really.
Segundo ele, A felicidade tende a ser a sensação de prazer que sentimos por
ter a sensação de que a vida está indo bem. Já, a alegria tem uma capacidade
misteriosa de ser sentida ao lado da tristeza e até mesmo - às vezes, mais
especialmente - em meio ao sofrimento.
De uma certa forma, para mim, a felicidade é um estado de espírito, que se
obtém como algo perene. Mas dinâmico.
Na felicidade, nem sempre estamos alegres, mas vemos as coisas por um lado
mais otimista. A alegria é instantânea e volátil, podendo acontecer em meio a um mar
de tristeza.
Podemos ter graus de felicidade. Podemos estar nos sentindo momentaneamente
mais felizes, ou ter dias em que nos sintamos menos felizes. Mas se consideramos
nossa vida feliz, num aspecto otimista, haverá menos chances de nos sentirmos
infelizes.
Podemos ter ímpetos maiores de alegria. Ou menores. Graus de alegria não nos
farão essencialmente felizes. Mas podem ajudar.
Não precisamos ser pessoas alegres para sermos felizes. Assim como, nem toda
gente alegre é feliz.
Não são apenas pessoas tristes que se suicidam. Pessoas alegres, também. Pois a
taxa de infelizes é bem grande. Gente que planeja por muito tempo, ou que,
aparentemente, comete num átimo. Na verdade, sempre há sinais anteriores. Que quem
está do lado de fora pode – ou não consegue – ver.
A alegria é momentânea. A felicidade é um plano.
A alegria se vê estampada no rosto. A felicidade, é mais sutil.
09/11/2020.
27. Meditação Guiada
10/11/2020.
Adendo
01/01/2021.
28. Star Trek Discovery: 3ª Temporada
11/11/2020.
Adendo
14/11/2020.
Outro Adendo
O sexto episódio, Piratas, chamou-me atenção pelas atualizações. A nave não
precisa mais das naceles, os controles são bio-adaptados, as insígnias têm várias
funções.
Fora isso, a história foi emocionante. Está valendo a pena essa terceira
temporada. Assisti o episódio na sexta-feira, e ontem o reassisti.
26/11/2020.
Mais um Adendo
29/11/2020.
Mais Outro Adendo
14/12/2020.
Adendo Final
14/01/2021.
29. Democracia Digital
Adendo
Não houve sujeira nas calçadas. Não houve aglomeração de pessoas. Pelo
menos no horário e onde votei. Não vi políticos na entrada do local de votação.
Mas quem ganhou foram os mesmos de sempre.
16/11/2020.
Outro Adendo
18/11/2020.
30. Religião e Religio
17/11/2020.
31. Reiniciar é a Solução pra Tudo!
Físicos acreditam que podem resumir numa única teoria, numa única fórmula
matemática, quiçá, o resumo de toda a física.
A meu ver, é o mesmo que a busca pelo Santo Graal. Ou a tentativa dos
alquimistas em transformar material espúrio em ouro.
Se bem que, alquimistas modernos, dizem que, a busca pelo ouro, era espiritual,
não material.
Em 1989, Francis Fukuyama proclamou o fim da História. Na verdade, segundo
ele explicou, em 92, não era o início da paz mundial, mas o princípio do liberalismo
como aceitação notavelmente ampla, e o fim da ideia de uma sociedade comunista
marxista.
Mesmo assim, os anos futuros mostraram caminhos bem diversos, como o
crescimento do fanatismo de várias formas e maneiras.
Filósofos já tentaram conseguir fazer uma filosofia que fosse a final, a
derradeira, a que terminaria com todas as outras, a que seria A Filosofia. Claro que
não conseguiram, pois o próprio significado da palavra é a busca pela sabedoria.
A busca.
Da mesma forma, na física, sempre há teses que se sobrepõe a outras. Cada
conclusão, levanta uma nova hipótese. Nunca há um desfecho. Uma grande obra final.
Um termo.
Por isso, não acredito na Teoria de Tudo.
20/11/2020.
33. Impermanência
Tudo muda.
Essa é uma lei que funciona em todo o nosso Universo. Em outros, não sei.
O conceito da impermanência originou-se com os ensinamentos de Buda,
segundo consta na História da filosofia.
Dizem que Heráclito, de Éfeso, teria falado que nenhum ser humano pode
banhar-se duas vezes no mesmo rio, pois, na segunda vez, o rio já não é o mesmo, e
nem mesmo o ser humano.
Platão falou desse conceito, em seus livros, mas de outra forma. Ele pensava em
termos de natureza, incluindo, naturalmente, o ser humano.
Aliás, é o ser humano que nos interessa aqui.
Sabemos que as plantas se modificam com o passar dos dias, os animais, as
árvores com o passar dos anos, das décadas, dos séculos. As pedras, as montanhas,
tudo muda ao sabor dos tempos. E quando falo tempos, não é só o do relógio, mas
também o climático.
Nós, seres humanos, temos percepções sensoriais e extra-sensoriais, emoções,
espiritualidade (ativa ou embotada), moral pessoal e social, e inteligência.
Nossas percepções alteram quem somos, a cada instante, a cada nova percepção
sentida.
Uma nova sensação pode transformar nossa emoção. Por exemplo, quando nos
sentimos pressionados por um prazo no trabalho, tendemos a ficar menos tranquilos,
mais nervosos, mais ansiosos, mais inquietos, mais apreensivos. Isso pode acontecer
de uma hora para outra, pode nos mudar no átimo de tempo entre o saber do prazo
exíguo até a conclusão do serviço.
Então, com a tarefa terminada, relaxamos. Isso é uma mudança notável. Ela
existe.
Ou quando estamos curtindo aquele calorzinho gostoso, e de repente esfria sem
esperarmos. Isso pode modificar nosso humor, achando que estamos sem casaco, que
não tinha como prever a mudança do tempo. Podemos nos sentir ácidos. Ou, quem
sabe até, podemos gostar da variação climática.
Em cada segundo, nossa mente e nosso corpo agem para produzir um propósito.
Simone de Beauvoir disse: Lemos os gregos e os romanos, enquanto o mundo
mudou.
Jean-Paul Sartre respondeu: Lemo-los como sendo de outra época, e isso
também é diferente. (Simone de Beauvoir – A Cerimônia do Adeus, primeira
entrevista.)
Eles falam de lermos pensamentos e autores do passado, como se fossem atuais.
E também, de qualquer forma, esses pensamentos e autores são lidos distintamente de
quando eram vivos.
Espiritualmente, podemos evoluir sempre, ou nos estagnar, mas ainda assim
estaremos sempre nos alterando em nossas percepções espirituais. Mesmo que sejamos
embotados, nada impede que, um dia, despertemos. Ou, o inverso, também pode
ocorrer.
Nossa inteligência se altera, sempre que aprendemos alguma coisa, ou quando
esquecemos. Essas coisas acontecem o tempo todo. Ainda que minimamente.
Existe um antiquíssimo brocardo latino que diz: verba volant, scripta manent.
A versão dele, em português, é, mais ou menos: as palavras faladas voam,
enquanto as palavras escritas permanecem.
É o dístico da Academia de Letras de Campos do Jordão. Tem a ver,
naturalmente, com o sentido de que, o que está escrito, é mais duradouro do que o que
é apenas dito em voz alta.
Estudiosos, porém, destoam, quanto ao sentido original dessa frase. Segundo
eles, quando ela foi criada, seu sentido era de que, as palavras, ao serem faladas, iam
mais longe, do que quando eram apenas escritas.
Tem muito a ver, com uma época em que apenas escribas, e alguns bem
aventurados, sabiam ler. A tradição e os ensinamentos eram passados aos
descendentes por via oral. Não haviam livros, como hoje. E o que se falava podia ser
ouvido ao longe e repetido.
Mais fácil será, se nos contentarmos com o provérbio chinês: a tinta mais
pálida, é melhor que a memória mais fiel. Esse eu não sei o original. Mas vale para
nossas recordações.
A palavra, ainda que mal escrita, dura mais tempo que a melhor memória
humana. Para lembrarmos de algo, é melhor escrever, que simplesmente memorizar.
Só não vale esquecer, depois, onde escreveu.
25/11/2020.
35. Um Chimas no Jardim
Depois de um dia tolo, em que não consegui fazer nada – um dia daqueles – tive
uma experiência incrível! Tanto que a gravei, enquanto acontecia. E deu nisto:
“Que prazer...
Tomar um chimarrão no final da tarde, no jardim da frente de casa...
Um frescor de tarde de primavera...
Pés descalços no chão...
Ouvindo os passarinhos...
Cães que latem ao longe...
Som de música, baixinho, do vizinho...
Passarinhos...
As árvores na frente...
Vegetação...
Eu sentado numa poltrona de plástico, muito bem confortável. E a meu lado,
um caixote de madeira. Nesse caixote, estão meus apetrechos de chimarrão: cuia
cheia de um bom mate, com a bomba, e a garrafa térmica. Pra tomar suavemente,
sem pressa...
Às vezes, um carro que passa...
Não tem movimento na rua. Só mesmo o que eu já falei...
Curtir a vegetação, os sons à nossa volta...
Alguma bicicleta que passa...
O cheiro do chimas invadindo o ar, junto com o cheiro dos vegetais, o cheiro
do cair da tarde...
É um prazer inolvidável. Algo que eu nunca tinha experimentado antes...
As luzes de natal do vizinho já estão funcionando, brilhando à toda prova...
As luzes da rua se acendem...
O chimarrão termina...
Tomar chimas, no jardim da frente de casa, é algo sensacional.
Nada melhor. Um momento mágico.”
05/12/2020.
37. Flauta Doce em Línguas
05/12/2020.
38. Dilítio em Star Trek e a série Marte
06/12/2020.
Adendo
Terminamos, hoje de manhã, de ver a segunda temporada de Marte. A menina
marciana, Gabriella Durand Delgado, está viva, aos três anos de idade e experiência,
no planeta vermelho. E a empresa Lukrum, depois de uma mal sucedida operação, teve
que se curvar à IMSF.
Aguardo, ansioso, pela terceira temporada!
Desculpem o spoiler, para quem ainda não assistiu a série, mas não pude
resistir. De qualquer forma, quando este livro sair à lume, os interessados já deverão
ter assistido à segunda temporada da série. Se não, perdão novamente.
08/12/2020.
39. Computadores Quânticos Detonam!
08/12/2020.
40. A Verdadeira Dialética!
14/12/2020.
42. Por Que Somos Agressivos?
18/12/2020.
43. Perdoar para se Sentir Mais Leve
Quantas vezes não escutamos as pessoas dizerem: esse tipo de coisa eu não
perdoo. Ou ainda: essa pessoa eu não consigo perdoar. Ou mesmo: perdoo, mas não
esqueço.
Há dois tipos de perdão: aquele em que o fazemos, a agimos como se nada
tivesse acontecido, e aquele outro, em que perdoamos, mas não olvidamos.
O primeiro pode ser incondicional. Não importa o que a pessoa tenha feito para
nós, ou a alguém, perdoamos. Podemos reprovar o ato, mas queremos acreditar que a
pessoa não o faria novamente. Nem se tivesse chance. Acreditamos em sua boa-fé.
Mas também pode ter condições. Perdoamos aquela pessoa, desde que ela não
repita o ato conosco, nem com ninguém. Se repetir o ato, mantemos o perdão da
primeira vez, porque já o fizemos, mas não da seguinte.
O segundo é um perdão espiritual. Mas a emoção fica ressentida, ainda que,
intelectualmente, o caso tenha sido resolvido. Ou melhor, resolvido, mas não
esquecido. Porque a emoção não deixa.
O perdão é, realmente, válido para nós mesmos. Quando não perdoamos, nos
sentimos aprisionados, por toda a nossa vida, àquele momento ingrato. Carregamos
em nossas costas o mal, a decepção, o pavor, o ódio, o sentimento ruim. Muito pior
para nós, que para as pessoas a quem não perdoamos.
Perdoar é descarregar o peso. Pode ser importante, ou não, para a pessoa que
perdoamos, mas é mais importante para nós mesmos.
A mágoa, o ressentimento e o rancor só nos fazem mal. Ficar guardando um
sentimento que nos pesa, faz mal a nós mesmos. A pessoa que fez mal pode até nem
estar aí, mas nós sofremos.
Podemos nos sentir ressentidos por algo durante muitos anos, e isso nos faz
carregar uma carga muito pesada.
Podemos não desculpar até a nós mesmos. Ficamos carregando a carga de algo
que fizemos há tanto tempo, e não nos desapegamos.
Não é algo que acontece de repente. Pode ser um período breve, pode ser um
longo processo, mas tem que acontecer. Precisamos, realmente, nos desapegar.
Estamos sempre criticando, julgando, coisas que fazemos a outras pessoas, e
que elas nos fazem. Ficamos usando nossas cabeças pra isso, em vez de coisas mais
importantes. Isso não melhora nossas vidas. Só nos martiriza.
Temos que aprender a ter discernimento sobre o que pesa tanto em nós.
Aprender a tirar de nossas costas o que nos tira o vigor, que nos deixa cansados, sem
saber porque.
A raiva que sentimos por alguém, pode ser transmutada em distribuição de
felicidade. Felicidade para esse alguém, mas, principalmente, felicidade para nós
mesmos. Por dispersarmos a dor.
Jesus disse para perdoarmos nossos inimigos. Sei que não é fácil, para nenhum
de nós, mas ele perdoou.
Meditação pode ajudar. Orações fervorosas. O que soubermos fazer para nos
ajudar. Porém, necessitamos disso. Com toda a nossa força e disposição.
Ter essa atitude pode ser libertador! Para nós mesmos.
Sermos críticos conosco mesmos, ou com outras pessoas, não nos deixa viver
com união e bondade com a gente, ou com os outros.
Como diz o antigo hino, ou também uma velha música do Hair, por muitos de
nós conhecida, deixa a luz do sol entrar!
Perdoar é se sentir mais leve.
18/12/2020.
44. Emburrecimento Político
23/12/2020.
45. Violão Novo
Uns tempos atrás falei que não estava aguentando ouvir violão de cordas de
nylon, principalmente bossa nova e música de barzinho.
Alguma coisa mudou em meus ouvidos. Interessei-me novamente na música de
violão de cordas de nylon, e comprei um. É da marca Vogga, clássico, preto, modelo
VCA204BK.
Comprei pra tocar por música. mas como é um instrumento que já tenho
domínio, estou tocando por ouvido, também.
Estou completamente destreinado. Afinal, há anos que não toco num desses.
Mas acho que é como andar de bicicleta.
Decifrar as partituras está um pouco difícil. Há décadas, não leio partituras de
violão. Mas, vamos em frente!
O repertório ainda é pequeno. Não sei quase nenhuma música e tenho
pouquíssimas partituras. Por enquanto.
Não me lembrava como as cordas de nylon deslizam tanto para afinar. Levei
horas para uma afinação a contento. Ainda bem que ainda tenho meu diapasão afinado
em lá. Pelo som dele, afino todas as cordas. De ouvido, que é a maneira tradicional.
Compramos pela internet. Chegou há uns dez dias, mas abrimos dia 21, quando
houve a conjunção dos planetas Marte e Saturno.
Estou treinando algumas coisas, por música e por ouvido. As flautas doces estão
encostadas, por enquanto.
24/12/2020.
46. Um Chimarrão Perfeito
28/12/2020.
Adendo
O chimas da manhã de hoje foi perfeito, com o morrinho bem feito e a água na
temperatura exata. Estou tomando com o ventilador ligado porque amanheceu bem
quente!
Não vou tirar fotografia.
31/12/2020.
47. Resoluções de Ano Novo
10/01/2021.
48. Teclado Novo
26/01/2021.
49. Desperto
27/01/2021.
Sobre o autor
Contato: leopoldopontes21@gmail.com
Livros de Leopoldo Pontes editados pela Amazon:
(Este texto foi baseado no texto final do e-book “VOCÊ NÃO ESTÁ SOZINHO
- Reflexões sobre a pandemia”, organizado por Cássio Cipriano e Paulo
Narley, Publicação Digital Independente, 2020.)
FIM
Índice
1. Emoções
2. Voltar a tocar
3. Não Querem Acreditar
4. Tocar Violão
5. Chiar a Chaleira
6. Lítio
7. O Espaço é Vazio?
8. Reis e Rainhas
9. O Eu-Comigo e com o Outro
10. Empatia: o Olhar do Outro
11. Sentir-se Mais Inteligente...
12. Livre Arbítrio é uma Grande Coisa a Se Pensar
13. Sempre em Frente!
14. Viver o Que Sonhou ou Ganhar Dinheiro?
15. Jornais Preto e Branco
16. Terminar um Livro Legal
17. No Café Existencialista
18. A Busca pela Felicidade segundo os Astecas
19. Dor é Vida
20. Coisa mais Linda
21. Cordas Novas
22. Dor Social
23. Respire
24. Focinho de Cão
25. A Verdade está com as Crianças
26. Felicidade e Alegria
27. Meditação Guiada
28. Star Trek Discovery: 3ª Temporada
29. Democracia Digital
30. Religião e Religio
31. Reiniciar é a Solução pra Tudo!
32. A Teoria de Tudo?
33. Impermanência
34. As Palavras Faladas e as Palavras Escritas
35. Um Chimas no Jardim
36. Incredulidade
37. Flauta Doce em Línguas
38. Dilítio em Star Trek e a série Marte
39. Computadores Quânticos Detonam!
40. A Verdadeira Dialética!
41. O que Fica de Tudo Isso?
42. Por Que Somos Agressivos?
43. Perdoar para se Sentir Mais Leve
44. Emburrecimento Político
45. Violão Novo
46. Um Chimarrão Perfeito
47. Resoluções de Ano Novo
48. Teclado Novo
49. Desperto
Extra. Minha Mãe e Meu Pai
Sobre o autor
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