Você está na página 1de 361

MY

CommandeR
Alanea Alder
Minha
Comandante
Alanea Alder

Tradução e Revisão: Juuh A.


Revisão Final: Shinigami, Guinha Souza, Kady Grant, M.Caster
Leitura Final: Dadá
Relançamento: Eva

MY
CommandeR
Alanea Alder
Dedicatória

Para a minha equipe de rua, eu não conseguiria ter feito isso


sem vocês! Vocês realmente são meus Anjos!

~Amor Vincit Omnia-


O Amor Tudo Conquista~

MY
CommandeR
Alanea Alder
Quando o assunto dos netos surge durante a reunião semanal do
círculo das matriarcas das famílias fundadoras, elas decidem
procurar o bruxo Ancião para verificar se seus filhos têm
companheiras. E ficam chocadas ao descobrir que muitas das
companheiras de seus filhos são humanas!

Temendo que as futuras companheiras de seus filhos acabem


morrendo antes de serem reivindicadas e lhes proverem netos para
mimar, elas convencem seus próprios companheiros de que algo
deve ser feito. Depois de reunir todos os guerreiros em uma
cerimônia de premiação falsa, o bruxo Ancião faz um feitiço para
direcionar as companheiras dos homens para eles, eles querendo ou
não.

Aiden está convencido de que não precisa de uma companheira, e


que essa somente ficaria em seu caminho, mal percebe que o destino
está lhe enviando sua companheira primeiro! Ele conhece sua
predestinada companheira, Meryn Evans, e as coisas vão por água
abaixo à partir daí. Nas primeiras vinte e quatro horas ela chuta, grita
e nocauteia seu companheiro shifter urso. Eles, eventualmente,
descobrem que a vida antes de encontrar um ao outro pode ter sido
boa, mas a vida após é perfeita, ainda que envolva super batalhas de
água e granadas de mão sendo abertas acidentalmente.

MY
CommandeR
Alanea Alder
Prólogo

— Aiden, venha me encontrar! — a voz brincou


suavemente. Aiden olhou ao redor, ele estava na floresta
entre o quartel do Alfa e Beta. Tropeçando cegamente ele não
conseguia ver aonde ela estava se escondendo. Uma
crescente sensação de medo fez seu coração bater
descontroladamente.
— Pare de brincar e saia — ele gritou.
— Mal-humorado! — Sua risada feminina ecoou pelas
árvores.
— Vamos, pare de brincar. — ele gritou. Não houve
resposta além do silêncio. — Isso não é engraçado, apareça!
— Aiden! — O grito dela quebrou o silêncio. Ele correu
em direção a voz dela. Quando chegou à clareira ele rugiu de
raiva. Ela estava deitada em uma crescente poça de sangue.
Seus cabelos longos e castanhos emolduravam cada lateral
de seu corpo pequeno. Ela usava um delicado vestido de
renda branco de verão, e era a mulher mais bonita que ele já

MY
CommandeR
Alanea Alder
tinha visto. Ela era sua companheira, e estava morrendo. Ele
correu até ela e caiu de joelhos, pegando seu pequeno corpo
nos braços.
— Fique comigo bebê, por favor! — ele implorou.
— Por que você não procurou por mim? — Seus grandes
olhos verdes mostravam tanta dor.
— Eu não sabia. — Ele engasgou com as palavras.
— Eu teria te amado para sempre. — E então os olhos
dela se fecharam.
*****
Aiden se sentou na cama apertando o peito. Ele esteve
sonhado com essa mulher nas últimas duas semanas, com
seu cabelo longo, macio e marrom, seus expressivos olhos
verdes e pele pálida. Ela parecia tão inocente e frágil. Na
maioria das noites os sonhos foram maravilhosos, mas há
três noites os pesadelos começaram, e ele estava morrendo de
medo que sua companheira estivesse lá fora quando ele não
tinha ideia de onde encontrá-la.
Ele jogou as pernas sobre a borda da cama e se inclinou
para frente, apoiando os cotovelos nos joelhos e o rosto nas
mãos. Ele tentou se livrar da sensação de que algo estava
terrivelmente errado. Suspirando, ele sentou-se e esfregou as
mãos sobre o rosto. Ele se levantou e decidiu contra a ideia
de tomar um banho, eles treinariam hoje, e ele estaria suado
e fedendo em menos de uma hora de qualquer maneira.

MY
CommandeR
Alanea Alder
Ele vestiu seu uniforme de treinamento e desceu as
escadas. Gavriel estava à mesa, franzindo a testa para sua
caneca de café.
— Você também? — perguntou Aiden. Gavriel olhou
para cima e assentiu.
Até agora, eles eram os únicos em sua unidade que
tinham começado a sonhar com suas companheiras. Em
teoria, ele entendia as preocupações dos Anciões para com a
próxima geração. Num primeiro momento, lançar um feitiço
para trazer suas companheiras para eles lhe pareceu
extremo, mas com seus pesadelos veio também um crescente
senso de urgência. Talvez eles tivessem razão depois de tudo.
Droga.
— Ruim? — Aiden perguntou, voltando sua atenção
para seu segundo em comando.
— Eu acho que minha companheira pode ser retardada
mental, ou isso, ou ela tem um grave desequilíbrio do ouvido
interno. Toda noite é como se eu a observasse de longe, eu
nunca vi alguém mais propensa a sofrer acidentes em minha
vida. Temo que ela se mate antes que eu possa encontrá-la.
— Gavriel franziu o cenho. Aiden estremeceu. Gavriel era um
dos homens mais graciosos e elegantes que ele conhecia. O
que poderia ter pensado a Destino emparelhando-o com uma
mulher assim?
— E você? — perguntou Gavriel.
— Ela foi assassinada novamente. Eu não cheguei a
tempo. — Aiden sussurrou. Gavriel baixou seu copo à mesa.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Aiden, é só dizer e nós vamos começar a procura-la.
— Obrigado, eu aceitaria, mas não tenho ideia de por
onde começar.
— Vocês dois parecem especialmente tristes esta
manhã. — Colton entrou despreocupado na cozinha e foi
direto para o pote de café.
— Tive problemas para dormir. — Gavriel disse
suavemente, assentindo para Aiden com um olhar
compreensivo. Aiden sorriu de volta, ele estava grato por não
ter mais que discutir seu pesadelo.
— Então, o que está na agenda de hoje? — Colton se
virou, segurando sua caneca favorita. Era uma caricatura de
uma cervejeira peituda segurando duas canecas de cerveja, a
escrita dizia: “Eu gosto de jarros grandes, não posso negar”.
Aiden sentiu que começava a sorrir. Só Colton conseguia tirá-
lo de seus maus humores tão facilmente.
— Estaremos fazendo exercícios. — Aiden tomou um
gole de café.
— Quais?
— Todos eles.
Colton se engasgou com seu café.
— Todos eles?
— Todos eles. Cada filho da puta de vocês. Vamos
treinar até cair. — Aiden decidiu que, se tivesse que se forçar
até a exaustão para evitar sonhar, arrastaria os homens para
o passeio miserável consigo.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Posso dizer que estou doente? — Colton fingiu uma
tosse.
— Não. Ligue para o Lorcan e Sascha, estamos
treinando com o Beta e Gamma hoje. Deixe-os saber que
estaremos usando nossas instalações. — Aiden esvaziou seu
copo de café enquanto Gavriel terminava o que restava do
dele. Ambos saíram para os campos de treinamento da
unidade, deixando Colton gemendo atrás deles. Aiden
começou a designar exercícios para os primeiros a chegar. E
então virou-se para olhar para a floresta.
Era apenas um sonho. Ela não é real. Aiden exalou e se
concentrou nos homens. Ele não precisava de uma mulher
bagunçando sua vida, e com certeza não precisava da
distração.

MY
CommandeR
Alanea Alder
Capítulo 1

— I love rock and roll so put another coin in the jukebox


baby1. — Meryn aumentou o volume do iPod dela e cantou
junto com Joan Jett. Ela tinha acordado com uma enorme
necessidade de sair e explorar. Então, ela enfiou seu
notebook na mochila e entrou no carro. Trinta minutos
depois, ela estacionou do lado de uma velha estrada rural e
continuou a pé. Ela agora estava olhando para uma alta e
muito oficial grade de ferro. Sua curiosidade inata, que já
tinha lhe metido em mais de um problema no passado, junto
com o estranho desejo de seguir em frente, estava lhe
impelindo a escalar a cerca e ver o que havia além. Dando de
ombros, ela começou a escalar. Ela rapidamente chegou à
conclusão de que escalar cercas era muito mais difícil do que
parecia na TV. Ela chegou ao topo, desceu alguns centímetros
e então pulou para baixo o que restava. Balançando a cabeça

1 Trecho da musica I Love Rock 'n' Roll, de Joan Jett & The Blackhearts.

MY
CommandeR
Alanea Alder
ao ritmo da música ela olhou ao redor e começou a caminhar
para frente.
Era outubro, e o ar fresco de outono, que cheirava a
folhas e terra, fazia o dia ser perfeito para caminhadas e
exploração. Ela fechou seu moletom com capuz quando uma
nuvem passou sobre o sol, baixando a temperatura da tarde.
Ela sempre usava moletons três tamanhos maiores que o
dela, o que os tornava confortáveis e aconchegantes, como
um cobertor.
A única coisa que ela não gostava sobre usá-los era que
eles geralmente encobriam suas camisetas favoritas. Hoje ela
estava usando uma camiseta vintage das Tartarugas Ninjas
que tinha encontrado no brechó. Ela a tinha vestido por cima
de uma camiseta térmica branca, e estava feliz com o
resultado.
Quando o vento aumentou, ela começou a pensar
novamente sobre ter cortado o cabelo. Ela passou a mão
sobre os cachos curtos e sorriu. Ela amava quão fácil era
cuidar do cabelo, e o corte pixie era descontraído e divertido.
Mas caramba se a nuca dela não estava ficando gelada. Nota
para mim mesma: comprar mais cachecóis! Ela estava prestes
a continuar com sua caminhada quando notou um
movimento com o canto do olho que a fez parar de supetão.
Ela se virou para ver um homem alto e loiro de olhos verdes
olhando para ela com um olhar divertido enquanto se apoiava
em um... aquilo era um rifle de assalto? Ela tirou os fones de
ouvido.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Um, olá.
— Olá, pequena. Você sabia que está numa propriedade
privada?
— Sério? Eu não tinha ideia. — Meryn disfarçou.
Ele levantou uma sobrancelha.
— A cerca de dez metros atrás de você não te deu essa
impressão?
Meryn virou-se para olhar para a cerca à distância.
— Como aquilo foi parar ali? — Ela fingiu estar chocada.
— Você é engraçada. Mas não engraçada o suficiente
para evitar problemas. — Ele deu um passo para frente, e ela
deu um passo para trás.
— Eu estava apenas curiosa sobre o que tinha aqui.
Mais homens começaram a sair da floresta por todos os
lados. Em pânico, ela se virou e correu para a cerca. Grandes
mãos agarraram-na e puxaram-na para trás.
— Me solta, seu imbecil! — ela gritou enquanto os
homens se entreolhavam em estado de choque.
— Pare de se contorcer. Ai! Pare de tentar chutar
minhas bolas! — o homem loiro gritou enquanto Meryn se
debatia inutilmente.
— Isso é um ataque e um abuso!
— É você que está me atacando, sua mulher maluca!
Acho que você quebrou meu nariz! — Finalmente ele ganhou
o controle e segurou-a à frente dele, prendendo os braços
dela.

MY
CommandeR
Alanea Alder
Meryn olhou ao redor, impotente, se balançando entre
os braços dele. Suas esperanças de fuga acabaram quando
ela viu que eles agora estavam cercados por nada menos do
que doze homens enormes, todos portando armas.
— Ok, eu já vi esse filme, e não gostei. Eu não posso
simplesmente ir pra casa? — Ela observou o armamento
militar deles e fechou os olhos. — Eu não vi nada, juro.
— Quem te mandou? — Meryn abriu os olhos para ver
outro homem loiro avançando. No início, ela pensou que ele
poderia estar relacionado com o cara segurando-a, mas esse
homem tinha olhos de cor âmbar, não verdes. Ele também
tinha as maçãs do rosto mais altas, e lábios mais cheios. Era
uma combinação maravilhosa.
— Ninguém.
— Então você simplesmente decidiu escalar uma cerca
aleatória, só para ver o que estava do outro lado? — Não
havia como esconder o sarcasmo dessa pergunta.
Ela assentiu freneticamente.
— Na verdade, sim. Acabei de me mudar para a cidade,
e hoje, quando acordei, tive essa vontade enorme de sair e
explorar. Foi o que me impeliu até aqui. — Ela notou como os
homens deram uns aos outros olhares significativos.
— Então, vocês são tipo, paramilitares? Alguma espécie
de base militar secreta de treinamento da CIA? Isso seria
legal. — Meryn perguntou.
Todos os olhos se voltaram para ela. Ela encolheu-se e
fechou os olhos novamente.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Quero dizer, eu não vi nada, não ouvi nada, e
definitivamente não vou dizer merda nenhuma.
O homem por trás dela bufou enquanto o som de
homens se aproximando a fez abrir os olhos novamente. Por
detrás das árvores, mais dois homens apareceram. Um
parecia que deslizava sobre as folhas caídas; o outro as
esmagava com os pés imprudentemente, os profundos olhos
azuis severos. Parecia que ele era o tipo de homem que
ostentava uma carranca perpétua.
O com cara de raiva a olhou de cima a baixo.
— Qual é o seu nome?
— Estes não são os dróides2 que você está procurando.
— ela disse. O homem menor e de cabelos ruivos à esquerda
rachou de rir. O homem corpulento olhou para ele.
— Quieto, Keelan. — Ele voltou a olhar para ela.
— Vamos lá, isso é de Star Wars. — Keelan explicou.
— Ela luta em guerras de tipo estelar? — ele perguntou,
preocupado.
Meryn olhou para ele.
— Sério?
Ele abriu a boca para responder e congelou. Ele fechou
os olhos e inclinou a cabeça para trás. Seu peito musculoso
expandiu quando ele respirou fundo. Seu corpo inteiro
estremeceu. Sua cabeça ergueu-se outra vez, e quando ele a

2 Robôs inteligentes vistos no universo ficcional de Star Wars. Provavelmente


essa fala remete ao filme.

MY
CommandeR
Alanea Alder
olhou de cima a baixo, tinha uma expressão atordoada no
rosto.
— Você cortou o cabelo. — ele sussurrou.
Ela assentiu, depois congelou. Como diabos ele sabia
disso? Meryn começou a lutar para se soltar. Algo estranho
estava acontecendo, e ela tinha que sair dali.
— Então, o que fazemos com ela? — O captor dela
perguntou, balançando o pequeno corpo dela como se ela
fosse uma boneca de pano. Os olhos do grande homem
ficaram totalmente pretos, e um baixo ressoar emanou de sua
garganta. Rosnando, ele avançou e tirou-a das mãos do
homem loiro, colando-a a curva de seu próprio corpo. Ele
vociferou e rugiu aos outros homens.
— Para trás, a mulher é a companheira dele! Cai fora,
isso é uma ordem, Colton! — um homem moreno gritou.
Meryn sentiu o homem enorme esfregar seu rosto no
topo da cabeça dela, quase como se estivesse tentando
marca-la com seu cheiro. Ela sentiu uma onda de pânico
quando os homens começaram a se afastar. Eles pareciam
normais. Não estavam rosnando e rugindo. Ela estendeu a
mão para o homem loiro.
— Por favor! Não deixe que ele me leve!
O homem loiro parecia dividido.
— Aiden, ela está com medo! Acalme-se! — ele gritou.
Um rugido do homem que a segurava quase estourou
seus tímpanos. Ele atirou-a sobre seu ombro, e ela se
debateu para descer. Seu estômago estava matando-a de

MY
CommandeR
Alanea Alder
onde o ombro dele esmagava suas entranhas enquanto ele
corria. Agarrando a cintura dele, ela o mordeu nas costas, por
cima do rim. Rugindo, ele a virou para frente, embalando-a
nos braços. O passo dele acelerou quando ele se virou e
correu por entre as árvores.
— Neanderthal! Ponha-me no chão! Ponha-me no chão
agora! — Seus pequenos punhos bateram no peito e na
cabeça dele. Ele ignorou os esforços dela. Quando uma
grande casa apareceu no campo de visão, ela lutou mais,
sabendo que se ele conseguisse chegar ao interior, ela nunca
seria capaz de sair. Mas ela teve efeito nulo sobre o homem.
Ele chutou a porta e entrou.
O andar de baixo tornou-se um borrão enquanto ele se
movia pela casa. Ele subiu as escadas correndo e andou
rapidamente por um longo corredor. Rápido demais ele estava
abrindo uma porta. Ele rapidamente a fechou atrás de si
antes de colocá-la no chão. Ele então se afastou, sorrindo
para ela. Ele ainda estava sorrindo quando o punho dela
atingiu seu nariz. Ele balançou a cabeça, parecendo como se
estivesse tentando se concentrar.
— Deixe-me ir! — O pé dela atingiu a canela dele, e ele
soltou um grito indigno.
— Mulher, pare de me bater! — ele gritou.
— Isso é sequestro e cárcere privado! — Ela trouxe a
mochila para frente e pegou o telefone. Ele o arrancou da mão
dela. Ele pegou sua mochila para tirá-la dela, mas ela a
segurou firme com as duas mãos.

MY
CommandeR
Alanea Alder
Frustrado, ele levantou a mochila sobre a cabeça dela,
mas ela ainda assim não soltou, apenas ficou pendurada
pelas alças. Ele balançou a mochila e finalmente as mãos
dela se soltaram e ela caiu no chão. Ela franziu o cenho para
ele a partir de sua posição sentada.
— Você é a mulher branda e feminina dos meus sonhos?
Minha delicada inocente? Você, com seu cabelo curto, tênis
sujos e roupa masculina pré-adolescente? — Ele parecia
confuso. Ele se inclinou e inalou novamente.
— Por que você está me cheirando? — Ela fugiu para
longe, andando como um caranguejo sobre as mãos e os pés.
— Oh Deus, isso é como O Silêncio dos Inocentes? —
Lágrimas corriam pelo seu rosto. — Eu não quero descer pelo
buraco! Eu não vou passar loção na pele! Olhe para mim,
você não vai ser capaz de usar minha pele, eu não vou cobrir
sua bunda enorme! — ela lamuriou.
Ele deu um passo cuidadoso para trás.
— Eu voltarei. — Ele virou-se e fugiu do quarto. Ela
ouviu o som de um pequeno clique de metal quando a porta
foi trancada. E então ouviu algo que fez seu cérebro trabalhar
horas extras:
— Minha companheira é fodidamente louca!
*****
Meryn levantou de um pulo quando a porta se fechou e
tentou abri-la. Droga, ela estava trancada. Companheira? O
que ele quis dizer com companheira? Ela correu para a janela
e olhou para baixo. Ela estava pelo menos no terceiro andar,

MY
CommandeR
Alanea Alder
então saltar era impossível. Ela estava prestes a se afastar
quando viu o homem que a agarrou mais cedo correr para os
fundos. O grandão, Ainden, havia chamado o homem loiro de
Colton. Ela observou quando Colton começou a tirar a roupa.
Ela inclinou a cabeça para admirar a vista. Ele tinha uma
linda bunda. Um momento depois ela começou a pensar que
um dos militares devia lhe ter dado algum alucinógeno,
porque num segundo Colton era um homem nu com uma
linda bunda, e no outro ele era um enorme cachorro correndo
para a floresta.
Ela cambaleou para trás, tropeçou em um tapete que
parecia caro e caiu de bunda no chão. Ela estava em um
mundo de merda agora. Fato um: o grandalhão que rosnou e
a trouxe até ali tinha que ser um dos homens mais sexys que
ela já tinha visto na vida. Na verdade, todos os homens eram
lindos, mas havia algo naquele brutamontes que
simplesmente a fazia querer se aconchegar nele e tirar uma
soneca... depois de uma longa tarde de sexo apaixonado. Fato
dois: pelo menos um cara aqui se transformou em um cão.
Fato três: ninguém parecia muito preocupado por ela ter sido
sequestrada, de modo que a ajuda provavelmente não estava
a caminho. Ela estava sozinha. Por que todas as coisas loucas
aconteciam com ela? Ela simplesmente atraía merdas loucas?
Ela ouviu a porta abrir e o grandalhão entrou devagar
antes de fechar a porta atrás de si. Ela levantou-se e recuou
até que atingiu a parede. Ele ergueu as mãos.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Seu nome é Aiden, certo? — ela perguntou. De
alguma forma, dar-lhe um nome o tornava ligeiramente
menos assustador e mais propenso a ser razoável.
Ele assentiu.
— Eu não vou te machucar.
A voz profunda e sexy dele deveria ser ilegal.
— Eu tenho certeza que isso é o que todos os assassinos
em série dizem às suas vítimas. — Ela viu a lâmpada na mesa
de cabeceira.
— Eu só quero conversar. — As palavras dele eram
cuidadosas, e ele falava em tons suaves.
— Eu suponho que você queira falar sobre a sua gente
cachorro. — Ela aproximou-se da mesa de cabeceira.
— Gente cachorro? Oh, você viu Colton. Certo. Como eu
explico isso? — Ele esfregou a nuca, o rosto assumindo uma
expressão tímida. Se ele não fosse seu sequestrador, ela diria
que ele parecia adorável.
— Comece com a coisa do cachorro. — ela sugeriu.
— Colton é um dos homens da unidade a qual eu sirvo.
Cada homem na unidade é um pouco... diferente da maioria
das pessoas. Acontece que o Colton é um shifter. Ele pode se
transformar em lobo.
Meryn piscou. Então piscou novamente. Sem olhar para
longe dele, ela passou os dedos sobre a pesada base do
abajur que estava sobre a mesa de cabeceira.
— Então, você é um lobo? — ela perguntou, não
querendo realmente saber a resposta.

MY
CommandeR
Alanea Alder
Ele pareceu ofendido.
— Claro que não.
Ela soltou um suspiro de alivio.
— Eu sou um urso.
Ela fechou os olhos.
— Por que eu? Por que essa merda sempre acontece
comigo? — Quando ela abriu os olhos, ele havia se
aproximado um pouco mais. Ela ficou tensa. Ele se inclinou e
cheirou o cabelo dela.
— Você está me cheirando? — Ela perguntou, incrédula.
— Eu quero ter certeza. Deixe-me perguntar uma coisa:
você está atraída por mim? — As sobrancelhas dele se
juntaram enquanto ele franzia o cenho para ela.
— Você está perguntando se eu quero fazer sexo
apaixonado e suado com você? — ela perguntou.
— Não! Espere. Você quer?
— Não vou responder a isso.
— Você entende de animais?
— Eu acho que sei o que a maioria das pessoas sabe.
— Você sabe que os lobos se acasalam para a vida?
— Assim como os cisnes. — Ela tinha visto isso no
National Geographic. Ele pareceu surpreso.
— Eles fazem? Sério?
— Sim. — Ela assentiu com a cabeça.
— Eu nunca soube disso.
— Qual era o seu ponto?

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Desculpe, me distraí. A questão é que pessoas como
eu e Colton, nós temos apenas um companheiro na vida,
como lobos em estado selvagem. Você é a minha
companheira. — Ele sorriu para ela.
Oh Deus, ele queria acasalar com ela!
Ela pegou o abajur e puxou o fio da tomada.
— Isso é alguma seita louca? — Ela jogou o abajur o
mais forte possível contra ele. Ela sorriu com satisfação
quando o objeto quicou na cabeça dele. Sua satisfação
morreu rápido quando ele voltou o olhar irritado na direção
dela. Ela pulou na cama e continuou a recuar até que
alcançou ao canto com a segunda mesa de cabeceira à suas
costas e o colchão king size entre eles.
— Eu não vou fazer parte da seita. Recuso-me a ter seus
bebês. Resistência não é inútil! — ela gritou e pegou o
segundo abajur. Ele se virou e fugiu do quarto. Respirando
com dificuldade, ela colocou a luminária de volta na mesa
com as mãos trêmulas. Ele parecia correr de objetos jogados
nele. Ela decidiu que precisava procurar no quarto e banheiro
por mais objetos passiveis de serem usados como projéteis.
Sentindo-se melhor agora que ao menos tinha um pequeno
plano, ela foi ao trabalho.
*****
Aiden se sentou no andar térreo com seus homens ao
seu redor. Ele deixou a unidade de Lorcan organizando as
patrulhas, apenas no caso de qualquer outra mulher decidir

MY
CommandeR
Alanea Alder
escalar suas cercas perimetrais. Como uma mulher tão
pequena podia causar tantos problemas, droga?
— Ela é vigorosa. — Darian disse, consolador.
— Eu não tenho nem ideia do que ela está dizendo na
metade do tempo. — Aiden gemeu.
— Ela é do sexo feminino, então é claro que você não
entenderia — Keelan disse.
— Deixe que ela se acalme. Ela esteve lá em cima pelas
últimas duas horas, deve estar ficando com fome. Talvez lhe
fornecendo alimentos você possa mostrar a ela que quer
cuidar dela e ser um bom companheiro. — Gavriel sugeriu.
— Essa não é uma má ideia. Eu sei que a comida
sempre me faz sentir melhor. — Aiden assentiu. Talvez um
jantar calmo e agradável, onde eles pudessem conhecer um
ao outro fosse exatamente o que eles precisavam.
— Temos alguma comida aqui?
— As sobras daquele lugar italiano que fomos no outro
dia, ainda deve estar bom. — Keelan o lembrou.
— Tudo bem. Vou tentar alimentá-la e ver se ela me
escuta. — Aiden se levantou com um renovado sentido de
propósito. Seus homens, por outro lado, pareciam
preocupados.
— Tenho certeza que tudo vai ficar bem. — Ele sorriu,
sentindo-se mais e mais confiante. Afinal, ele poderia lidar
com uma pequena fêmea humana.
*****

MY
CommandeR
Alanea Alder
Ela o ouviu à beira da porta e se levantou. Pegando o
pesado assento de porcelana do vaso sanitário que tinha
encontrado, ela correu e subiu na comprida cômoda ao lado
da porta. Ela prendeu a respiração quando a porta se abriu
um pouco. Ele tinha dado apenas um único passo para
dentro do quarto quando ela baixou a tampa do vaso na
cabeça dele o mais forte que podia. Ele caiu de joelhos com
um estrondo. Dois recipientes de isopor caíram de suas mãos
no chão. Ele ficou de quatro antes de cair para frente.
Tremendo, ela largou a tampa do vaso, desceu da cômoda e
correu para fora do quarto. Ela correu pelo corredor e desceu
as escadas. Se simplesmente conseguisse sair, poderia voltar
para a cerca e encontrar seu carro. Ela estava prestes a abrir
a porta da frente quando foi agarrada por trás. O homem
loiro, Colton, a segurava novamente.
— Me solta!
— De jeito nenhum, peixe pequeno. — Um rugido cheio
de dor ecoou do andar de cima.
— Ok, eu sei que o irritei, então, por favor, me deixe ir.
— O que você fez?
— Acertei ele na cabeça com o assento do vaso sanitário.
— ela sussurrou.
— Sério? — Colton começou a tremer com o riso, sem
nunca afrouxar seu aperto. Ela se torceu e contorceu em um
esforço para fugir. Passos barulhentos a fizeram olhar para
cima. Aiden, parecendo furioso, descia as escadas como um
furacão, xingando e esfregando a parte de trás da cabeça.

MY
CommandeR
Alanea Alder
Sem parar, ele a agarrou pelo braço, abriu a porta da frente e
arrastou-a para fora.
— O que você está fazendo, Aiden? — Colton perguntou,
correndo atrás deles.
Aiden estava dando passos tão largos que estava
literalmente arrastando-a junto. Eles não pararam até
chegarem a um carro. Ele abriu a porta traseira e jogou-a
dentro. Ele sentou no banco do motorista e ela começou a
chutar a parte de trás da cabeça dele. Quando seu tênis
ricocheteou pela segunda vez, ele saiu do carro, abriu a porta
e agarrou-a novamente. Quando ela viu onde ele estava
prestes a colocá-la ela começou a chorar.
— Por favor, não! — Ele jogou-a no porta-malas e o
fechou com uma batida. A escuridão começou a se aproximar
por todos os lados.
— Droga! Ela é humana, Aiden, você não pode dirigir por
aí com ela no porta-malas. — Ela ouviu Colton gritar.
— Eu não vou muito longe.
— Para onde vamos? — As vozes estavam ficando mais
distantes.
— Para a casa dos meus pais. — As duas portas do
carro fechando fizeram o chassi do carro vibrar. Segundos
depois, o motor foi ligado, e ela podia senti-los se movendo.
Chorando baixinho de medo e frustração, ela rezou para que
ele não a matasse.

MY
CommandeR
Alanea Alder
Capítulo 2

Quando o carro parou Meryn estava exausta. Ela esteve


chutando a parte de cima do porta-malas a viajem inteira. Ela
ouviu as portas se abrirem e fecharem, então ouviu uma
risada masculina.
— Você vai ter que mandar arrumarem isso. — Ela
ouviu Colton dizer.
— Maldita mulher! — O porta-malas abriu e ela franziu
o cenho para os homens. Os corpos deles eram silhuetas
negras bloqueando o brilho do sol. As mãos dele a tiraram do
porta-malas e meio arrastaram, meio a carregaram pelo
caminho para uma mansão que parecia muito cara. A porta
da frente abriu e um homem em um uniforme de mordomo,
sem piscar um olho, abriu caminho para Aiden entrar.
— Devo informar os seus pais da sua chegada, senhor?
— Meryn o olhou, ele era o exemplo de mordomo perfeito. O
cabelo grisalho perfeitamente penteado. Recém-barbeado. O
colarinho branco e gravata bem atada. Ela olhou para baixo.

MY
CommandeR
Alanea Alder
Sim. Mesmo os sapatos estavam polidos até estarem de um
preto lustroso.
— Seu nome é Alfred? — ela perguntou, incapaz de se
impedir. Ele piscou para ela, os olhos bondosos.
— Meu nome é Marius Steward, e você é? — ele
perguntou, olhando para Aiden que segurava a parte superior
do braço dela quase acima da cabeça dela, o que a fazia
cambalear por aí nas pontas dos pés.
— Meu nome é Meryn Evans, eu fui sequestrada por
esse idiota louco, que quer que eu me junte a seita dele,
tenha os bebês dele e quer se vestir com a minha pele. Você
pode ligar pra polícia, por favor? — Sobrancelhas grisalhas se
arquearam, embora sua expressão facial nunca mudasse.
Aiden rosnou para ela.
— Ele o quê? — Uma voz feminina exigiu. Meryn olhou
para a grande escadaria quando o casal mais elegante que ela
já tinha visto descia em direção a eles. A mulher usava os
cabelos loiros mel para cima, em um coque estilo vitoriano.
Seus olhos castanhos claros cintilaram quando ela andou
para frente. Seu vestido lavanda era modelado em camadas
de renda e cetim, apertadas em torno de sua cintura fina. O
homem ao seu lado usava um terno escuro e gravata. Parecia
que eles tinham acabado de sair de uma cena de Orgulho e
Preconceito. Meryn não pôde evitar o pequeno suspiro de
inveja. Nunca, nem em um milhão de anos, ela poderia ficar
com aquela mesma aparência.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Aiden, o que você disse a esta pobre criança? E solte
o braço dela, você vai arrancá-lo do ombro desse jeito. — A
mulher advertiu. Aiden liberou imediatamente o braço dela.
Meryn olhou para a mulher com novo respeito, se ela tinha
autonomia sobre Aiden, então talvez pudesse ajudá-la a sair
dali.
— Ela é uma ameaça! Ela feriu o lábio de Colton, jogou
um abajur em mim, me nocauteou com a tampa do vaso
sanitário, me chutou na parte de trás da cabeça... duas vezes,
e amassou a porta do meu porta-malas! — Meryn notou que
ele rosnou a última queixa, confie em um homem para ficar
mais preocupado com o próprio carro do que com uma possível
concussão.
— E como ela amassou a porta do seu porta-malas? —
Meryn ouviu o tom afiado da voz da mulher, e respondeu
rapidamente na esperança de angariar simpatia para sua
situação.
— Ele me jogou no porta-malas do carro. Eu o estava
chutando por dentro, tentando escapar. — Ela fungou
dramaticamente e olhou para Aiden. Ela notou que ele havia
empalidecido de repente.
— Oh, filho. — O bonito homem mais velho cobriu o
rosto com a mão, e a mulher olhou para eles em estado de
choque.
— Você a trancou no porta-malas?!
— Ela estava me chutando. — Aiden protestou.
— Ela é humana e tem metade do seu tamanho!

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Você não entende, ela é uma terrorista!
— Ela é sua companheira, não é? — perguntou a
mulher. Meryn começou a se sentir desconfortável. Ali estava
a palavra companheira novamente.
— Talvez. — Aiden murmurou baixinho. Ele enfiou as
mãos nos bolsos e encarou o chão. Meryn olhou ao redor, e
viu Colton sorrindo como um idiota para a coisa toda. Ela
franziu o cenho para ele. Ele piscou para ela. Sim, um idiota.
— Você não podia explicar as coisas para ela de uma
forma normal? Você teve que sequestrá-la e atacá-la? — A
mulher exigiu, as mãos nos quadris acentuando sua cintura
fina. Meryn olhou para as camadas estufadas de seu moletom
com capuz extra grande, jeans desgastados e tênis sujos. Sim,
sem comparação.
— Eu tentei servir o jantar para ela e foi então que ela
me bateu na cabeça.
— Eu estava tentando escapar, você me trancou por
horas. — Meryn clarificou.
— Porque você jogou o abajur em mim e estava gritando
sobre seitas. Eu estava lhe dando tempo para se acalmar. —
Aiden olhou para ela, ela o olhou de volta. O som de palmas
batendo fez os dois olharem para a mulher.
— Isso é o que vamos fazer: vamos até a cozinha e
deixaremos Marius fazer para nós um bom bule de chá.
Vamos nos sentar e eu vou tentar responder suas perguntas.
Saiba que você não está em perigo algum. Na verdade, cada
pessoa nesta sala de bom grado a defenderia de qualquer

MY
CommandeR
Alanea Alder
ameaça possível. Você está no lugar mais seguro que poderia
estar. — A mulher se aproximou e passou um braço pelo
dela. Elas caminharam em direção à parte de trás da casa.
Meryn esperava que, depois da explicação deles, talvez eles
simplesmente a deixariam ir. A mulher se inclinou para frente
e sussurrou.
— O latido dele é pior que a mordida. Ele é um bom
homem. Ele tem dedicado a vida para proteger o nosso povo.
— A mulher deu um tapinha no braço dela.
— Ele não gosta de mim. — Meryn sussurrou.
— Por que você diz isso? — perguntou a mulher.
— Porque eu não me pareço com você. Ele sabia que eu
tinha cortado o cabelo, eu não acho que ele gosta do jeito que
eu pareço com ele curto. Ele disse que eu pareço um menino.
— Meryn passou a mão sobre seus cachos curtos, e a mulher
riu.
— Confie em mim, querida, ele não gostaria de ter uma
companheira que se parecesse com a mãe dele. — Meryn
parou e a encarou.
Não havia nenhuma maneira desta mulher ser mãe dele!
A mulher puxou-a junto até que elas estavam na
cozinha. Meryn momentaneamente se esqueceu da idade de
Adelaide e olhou de boca aberta o cômodo à frente dela. A
cozinha era digna da capa de uma revista, com
aconchegantes tons castanho claro, bancadas de pedra,
utensílios de aço inoxidável industriais e até mesmo um forno
de tijolos. Era o sonho de cozinha de cada chef ou confeiteiro.

MY
CommandeR
Alanea Alder
Todos se sentaram ao redor de uma mesa de madeira escura
e grande. As palavras da mulher começaram a ser
assimiladas.
— Você é mãe dele? De jeito nenhum! Você não é velha o
suficiente para ser a mãe dele.
— Obrigada por isso, querida, mas eu sou mais velha do
que pareço.
Meryn se inclinou para trás em sua cadeira.
— Você é uma pessoa cachorro também, não é?
A mulher olhou para ela, confusa.
— Ela quer dizer shifters. Ela viu Colton se transformar
no quintal. — Aiden explicou a sua mãe.
— Querida, Aiden é um urso, nós somos seus pais, o
que faz de nós ursos também. Meu nome é Adelaide
McKenzie, e este é meu companheiro, Byron McKenzie. Você,
claro, já conheceu Aiden. O homem loiro que parece muito
divertido com o desconforto do meu filho é o seu melhor
amigo de infância, Colton Albright, e o homem encantador
que está preparando o nosso chá é meu escudeiro, Marius
Steward. — Adelaide fez as apresentações e Meryn assentiu e
manteve a boca fechada. Quanto menos eles soubessem
sobre ela, melhor.
— Espero que você goste de Earl Grey, pequena lady. —
Marius colocou uma xícara e um pires de porcelana, que
pareciam frágeis, na frente dela. Quando ele derramou o
líquido escuro em sua xicara, o aroma floral de bergamota
encheu o ar. Ela respirou fundo, Earl Grey sempre fora um

MY
CommandeR
Alanea Alder
favorito. Ele estendeu um açucareiro cheio de pequenos
cubos brancos e um par de pinças.
— Quatro, por favor. — Ele acenou com a cabeça, e com
facilidade praticada colocou quatro dos cubos de açúcar na
xícara dela. Ela pegou uma pequena colher de prata e
começou a mexer o chá.
— Quatro? — Aiden a encarou.
— Eu gosto doce.
— Assim como eu. — Byron sorriu gentilmente e serviu-
se de três cubos.
— Agora, no meio de todo esse tumulto, meu filho
explicou-lhe que você é a companheira dele? — Adelaide
perguntou, bebericando seu chá.
— Ele disse que nós éramos companheiros, mas eu meio
que surtei depois disso.
— Isso é compreensível, considerando-se a situação. —
Byron lançou um olhar divertido para o filho.
— Como ele poderia saber que somos companheiros?
Acabamos de nos conhecer, — perguntou Meryn. Ela ainda
não acreditava completamente que aquilo estava
acontecendo, mas ver a transformação de Colton tinha
definitivamente mexido com as coisas em sua mente. Ou eles
estavam falando a verdade, ou sua mente genial finalmente
havia quebrado. Ela pessoalmente não se achava tão fraca,
logo, sobrava apenas a explicação de que eles não estavam
mentindo, e que realmente eram pessoas urso.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Por sermos shifters, sabemos pelo cheiro. — Adelaide
explicou.
— Então é por isso que ele ficava me cheirando. —
Meryn pensou em voz alta e Byron riu.
— O cheiro de um companheiro para um homem é como
erva de gato para um gato: nunca nos saciamos. — O pai de
Aiden inclinou-se e enterrou o nariz no pescoço de Adelaide,
respirando profundamente. Ele sorriu para sua companheira,
como se para provar seu ponto.
— Então o Colton, com a bunda linda, é um shifter de
cachorro? — perguntou Meryn. Aiden rosnou alto.
— Eu realmente tenho uma bunda linda. — Colton
admitiu, sorrindo largamente.
O pai de Aiden passou a mão sobre a boca, sorrindo.
Aiden se levantou, fazendo a cadeira voar para trás.
— Você não devia ficar olhando para a bunda de mais
ninguém! — ele berrou, o peito arfando. Trinta minutos atrás
ela teria ficado aterrorizada, mas ele a tinha sequestrado,
trancafiado no porta-malas e a maltratado. Ela conheceu
seus pais e viu o amor deles um pelo outro e por seu filho e
isso havia mudado a percepção dela sobre ele. Ela já não
tinha medo dele. Ele era apenas um mal-humorado urso
mimado, e ela estava cansada dos rosnados dele.
Ela se levantou, pronta para berrar de volta, quando
percebeu que ele se elevava sobre ela. Resmungando, ela
subiu na cadeira. Ela ainda alcançava apenas o nível do
queixo dele. Ele sorriu tolamente para ela. Fervendo de

MY
CommandeR
Alanea Alder
frustração, ela subiu em cima da mesa, e pôs o dedo bem na
cara dele.
— Não se atreva a me dizer o que fazer! Eu sou uma
mulher adulta, se eu quiser olhar para homens nus, eu vou
olhar! — Ela sabia que estava gritando, mas não podia evitar,
este homem a deixava louca.
— Se quer olhar para homens nus, comece comigo! —
Aiden tirou a camisa e ficou parado na frente dela, as mãos
nos quadris.
Todo pensamento coerente sumiu da mente dela. Meryn
sentiu seu QI caindo, juntamente com seus olhos enquanto
ela observava avidamente cada... mínimo... centímetro dele. O
homem era uma obra de arte. Nunca antes ela vira algo tão
perfeito. Ele era musculoso, mas não volumoso. Seus
músculos eram definidos, e ela apreciou cada declive e cume.
Seus olhos se moveram para baixo do corpo dele, e a vista só
melhorou. Mentalmente ela traçou cada rígida depressão que
compunha o tanquinho dele. Seus olhos seguiram a
superficial trilha de pelos para baixo até que estava olhando
para onde as calças dele começavam. Ela não poderia impedir
sua reação física a ele nem se tentasse. Gemendo, ele a tirou
de cima da mesa para dentro dos braços dele. Seus lábios
encontraram os dela e o mundo dela mudou para sempre.
Ela nunca tinha sentido tal necessidade, tal urgência
como quando a língua dele se entrelaçou na dela. Era como
se ele a estivesse inalando, absorvendo cada respiração e gota
de suor. Ele se alimentou dos lábios dela como se ele

MY
CommandeR
Alanea Alder
estivesse morrendo e ela fosse sua última refeição. Ela estava
vagamente ciente de todos calmamente deixando a cozinha,
mas não se importava. Tudo o que ela queria era este homem,
para sempre. Ela tinha vivido a vida inteira sem nunca
experimentar esta necessidade esmagadora, e agora que
havia sentido, nunca a deixaria ir. Era como se o corpo dela
estivesse vivendo pela primeira vez sob o toque dele.
Ela enrolou as pernas em volta da cintura dele e
praticamente escalou seu corpo. Ela enterrou as mãos nos
cabelos dele e lhe permitiu dominar a boca dela. Ele se
afastou e ela choramingou. Os lábios dele traçaram seu
ouvido e ela prendeu a respiração, quando os macios lábios
dele traçaram uma linha na inclinação do pescoço dela ela
gemeu. Ele se afastou de novo, e ela percebeu que seus olhos
estavam diferentes agora. Eles já não eram de um azul
brilhante, mas um preto ilegível. Ela ficou tensa. Tinha
esquecido que ele não era humano. Seus olhos negros eram
assustadores. Ela estava tentando não ter medo, mas isso
não era algo que uma pessoa podia controlar completamente.
Ele deve ter notado a mudança em seu ardor, porque
piscou e fechou os olhos. Puxando-a para perto, ele enterrou
o rosto em seu pescoço.
— Por favor, não tenha medo de mim. Não de mim.
Podemos ter tido um começo difícil, mas eu nunca iria
machucá-la. Nunca, — ele sussurrou asperamente.
Foi seu pedido desesperado que mexeu com ela. Tocou
sua alma. Este estava cheio com uma sensação crua de

MY
CommandeR
Alanea Alder
solidão que ela entendia bem demais. Naquele momento ela
sabia que nunca teria medo dele novamente. Hesitante no
início, ela colocou os braços ao redor da cabeça dele e
acariciou seus cabelos. Um arrepio percorreu o corpo dele, e
seus braços apertaram-na mais.
— Me desculpe por ter batido em você com a tampa do
vaso sanitário, — ela sussurrou. Ele riu, e ela sentiu uma
sensação de realização. Era a reação pela qual ela estava
esperando. Ela se afastou de repente, desesperada para ver o
sorriso dele.
Ele olhou para ela, seus olhos azuis novamente. Linhas
de riso vincavam o canto de seus olhos, e um sorriso gentil a
cumprimentou. Não haveria outro homem depois dele, como
poderia qualquer outro se comparar? Em menos de uma
tarde, ele tinha mudado sua vida para sempre. No entanto,
tudo parecia tão perfeito que ela estava com medo de confiar
nisso.
— Eu estou tão fodida. — Ela exalou e olhou para ele.
— Ainda não. — Ele piscou e, nesse momento, lembrou-
a do pai dele. Talvez houvesse algo sobre shifters que
significava que eles nunca iriam crescer, e continuariam
garotinhos para sempre. Olhando para seu rosto sorridente,
ela não conseguia realmente encontrar nada de errado com
isso.
*****
Ela e Aiden se juntaram aos outros no que Adelaide
chamava de sala de visitas dela. Ela se sentou ao lado da mãe

MY
CommandeR
Alanea Alder
dele, e ele se sentou em uma das muitas poltronas. Aiden
continuava olhando para ela como se a estivesse vendo pela
primeira vez. Ela sentia-se em conflito. Este homem era um
bruto, horrível e rude que a maltratou e sequestrou. Mas
também era lindo, fazia beicinho adoravelmente e deixava seu
corpo em chamas. Chamar a polícia ou não chamar a polícia,
eis a questão.
— Você gosta de cozinhar? — Adelaide perguntou, os
olhos brilhando de entusiasmo.
Meryn deu de ombros.
— Suponho que sim, quero dizer, quem não gosta de
massa de cookies caseiros com gotas de chocolate?
— Você come a massa? Você não os cozinha? —
Adelaide perguntou, os olhos arregalados.
— Espere, você nunca comeu massa de cookie crua
antes? — Meryn não podia acreditar nessa conversa maluca.
Pobre mulher.
— Marius, temos os ingredientes para cookies com gotas
de chocolate? — Adelaide se virou para seu escudeiro.
Ele assentiu.
— Claro, minha senhora.
Ela gritou feliz e se voltou para Meryn.
— Eu sempre sonhei em cozinhar com uma filha. — Os
olhos dela estavam brilhando com lágrimas não derramadas.
Meryn suspirou. Sim, não ia ligar para a polícia mesmo. Esta
mulher era doce demais. Ela não poderia fazer seu filho ser

MY
CommandeR
Alanea Alder
preso. Seu estômago escolheu aquele momento para rosnar
alto. Ela corou de vergonha. Marius se inclinou para frente.
— O que você, pequena lady, gostaria para o jantar?
— Qualquer coisa está ótimo, eu não sou exigente.
— Senhores? — Marius virou-se para Aiden e Colton.
— Um de seus famosos sanduíches seria incrível agora,
Marius. — Colton lambeu os lábios.
— Sim, isso soa perfeito. — Aiden assentiu.
— Eles são tão bons assim? — Meryn perguntou,
curiosa. Os dois homens assentiram. — Posso ter um
também?
— É claro. Volto já. — Marius fez outra meia reverência
e saiu da sala.
— Ele é tão legal! — Meryn sorriu para Adelaide.
— É mesmo. Ele foi um presente da minha mãe.
Meryn se virou.
— Huh? Como se você o possuísse? Isso não é ilegal?
Adelaide deu uma risada tilintante.
— Não, querida, ele é meu empregado, mas vai além
disso. Quando acoplei com Byron, minha mãe sabia que eu
assumiria o papel de Lady McKenzie, já que esperava-se que
Byron, uma vez como Comandante da Unidade, se tornasse o
Ancião do Conselho para os shifters e liderasse o nosso povo.
Ela sabia que eu precisaria de um aliado, alguém para me
ajudar a cuidar da casa. As coisas eram diferentes naquela
época. — Ela suspirou. — Minha mãe arranjou para que um
dos escudeiros mais altamente treinados tomasse essa

MY
CommandeR
Alanea Alder
posição. Ele tem estado comigo desde então. — Adelaide
explicou.
— Não teríamos conseguido sem ele. Ele ajudou a
administrar a casa, criar os meninos e auxiliou com funções
sociais. Eu fiquei desconfiado no começo, afinal havia outro
homem ajudando a cuidar da minha companheira, mas
olhando para trás nunca poderíamos ter chegado tão longe
sem ele. Ajudou que ele logo encontrou a própria
companheira. Uma adorável mulher que assumiu o papel de
manter os outros empregados organizados. Isso me permitiu
concentrar-me no trabalho do conselho, e à mãe de Aiden
ajudar várias instituições de caridade. — Byron explicou.
Meryn lançou um olhar assustado para Aiden. Ele olhou
de volta para ela com preocupação.
— O que foi? O que está te fazendo parecer tão
apavorada? — ele perguntou, se inclinando para frente.
— Eu não posso fazer a coisa social, ou a coisa da
caridade. Na verdade, eu não posso fazer a coisa servil
também. Não posso ser assim. — Meryn sentiu sua
respiração falhar. Ela odiava estar em torno de um monte de
pessoas. Não havia nenhuma maneira no inferno dela poder
se tornar como Adelaide.
— Está tudo bem, querida, respire. Isso não vai
acontecer da noite para o dia, você e Aiden tem tempo de
sobra antes de Aiden assumir o lugar do pai. Até então você
estará mais confortável com a nossa sociedade, até mesmo

MY
CommandeR
Alanea Alder
com as festas sociais e as conversas maliciosas. — Adelaide
esfregou as costas dela suavemente.
— Conversas maliciosas?
— Ceús, sim. A sociedade aqui pode ser muito cruel. Há
um monte de manter as aparências, se você entende o que
quero dizer.
— As pessoas são más contigo? Por que você
simplesmente não dá um soco na cara delas? — perguntou
Meryn. Adelaide olhou para ela, chocada. Colton riu.
— Nós definitivamente temos tempo antes de você
assumir, querida. — Byron riu.
— Você nunca teve um círculo de amigas, onde uma
amiga iria deliberadamente convidar outra apenas para te
aborrecer? Esse tipo de coisa?
— Não. Eu não tinha amigos enquanto crescia, eu ficava
a maior parte do tempo sozinha. — Meryn deu de ombros.
Adelaide mordeu o lábio inferior em consternação.
— Ela vai ficar bem, querida, uma lufada de ar fresco. —
Byron acenou a cabeça na direção de Maryn
encorajadoramente.
— Pequena lady, senhores, o jantar. — Marius anunciou
da porta antes de empurrar um grande carrinho para dentro.
Ele levantou as tampas de prata, e Meryn ofegou. Marius
colocou um guardanapo no colo dela e entregou-lhe um
prato. O sanduíche parecia delicioso. O vinagre e o azeite
brilhavam da mistura de alface, o presunto e o peru pareciam

MY
CommandeR
Alanea Alder
recém-cortados e ele tinha acrescentado dois tipos diferentes
de queijos.
— Obrigado, Marius. — Aiden aceitou seu prato.
— Obrigado, Marius, como sempre, está incrível. —
Colton já havia tragado metade do sanduíche dele. Meryn deu
uma mordida e praticamente gemeu.
— Delicioso!
— Fico feliz que você pense assim. — Marius sorriu para
ela.
— Marius, você pode organizar entrevistas para escolher
um escudeiro para Meryn? Eu acho que ter alguém ao lado
dela, mostrando-lhe a sociedade, iria ajudá-la a se adaptar ao
nosso mundo. — Adelaide pegou um pedacinho do prato de
Meryn.
— É claro, minha senhora, irei espalhar o anúncio
imediatamente. — Marius fez uma reverência novamente e
saiu, levando o carrinho com ele. Meryn estava mastigando
seu sanduíche quando percebeu o que disse Adelaide.
— O que você quer dizer com “mundo”?
— Você não está mais no Kansas, Dorothy3. — Colton
entrou na coversa. Meryn olhou para Aiden, que assentiu
com a cabeça.
— Onde estou exatamente, então? — Meryn colocou seu
sanduíche no prato.
— Deixe-me ser o primeiro a dar-lhe as boas-vindas à
Lycaonia, uma das quatro cidades paranormais ocultas nos

3 Frase do conto e filme “O Mágico de Oz”.

MY
CommandeR
Alanea Alder
Estados Unidos. — Byron colocou uma mão sobre o coração e
fez uma pequena vênia de seu assento.
— Uma das? — Meryn guinchou.
— Existem quatro cidades paranormais principais, nós
as chamamos de cidades pilar. Lycaonia é a cidade shifter;
Noctem Falls é a cidade vampiro; Éire Danu é a cidade Fae; e
Storm Keep é a cidade bruxa. Cada cidade é lar de um
conselho de quatro pessoas que governam nosso povo. O
conselho em cada cidade tem um membro de cada povo
representado. — Byron começou.
— Lycaonia protege a região Sudeste e Centro-Atlântica.
Éire Danu protege a região Nordeste e Centro-Oeste. Noctem
Falls protege a região do Pacífico Noroeste e Storm Keep
protege a região Sudoeste. — Adelaide continuou.
— Então, quatro cidades, quatro membros do conselho
por cidade. Isso significa que vocês têm um conselho com
dezesseis membros que governa o seu povo. O que vocês
fazem em casos de empate? — Meryn estava fascinada. Isso
era melhor do que assistir o history channel.
— Eu sou o voto de desempate como o Comandante da
Unidade, — Aiden disse.
— O que são unidades?
— Colton e eu somos parte de uma unidade. Unidades
são constituídas por cinco homens. Para Lycaonia isso
significa um líder shifter, um vampiro como segundo em
comando, um shifter como terceiro em comando, um fae e um
bruxo. — Aiden explicou cuidadosamente. Meryn poderia

MY
CommandeR
Alanea Alder
dizer que ele estava procurando por sinais de um surto
eminente.
— Ok, então shifters, vampiros, bruxos e fae, céus! —
Meryn sorriu para Colton, que lhe deu uma saudação
brincalhona por usar uma referência ao Mágico de Oz.
— Você é o líder? — Ela se virou para Aiden e ele
assentiu.
— Você deve ser o terceiro em comando já que se
transforma em um cachorro. — Meryn sorriu para Colton.
— Eu não sou um cachorro! Sou um lobo! — Colton
protestou em voz alta.
— Vira-lata sarnento. — Aiden riu e socou Colton no
ombro. Meryn gostava deste lado de Aiden, ele parecia quase
normal.
— Quantas unidades existem?
— Há seis unidades por cidade. — Adelaide respondeu.
Meryn olhou para seus dedos.
— Portanto, há cento e vinte membros da unidade?
Quem está no comando de todos eles? — Meryn perguntou.
— Eu estou. — O sorriso de Aiden foi um pouco triste.
Meryn não podia dizer se ele estava infeliz por ser o
Comandante da Unidade ou se só havia aspectos do trabalho
que ele não gostava.
— Você está fazendo um bom trabalho, filho. — Byron
bateu com a mão no ombro de Aiden. Aiden assentiu e seu
rosto relaxou. Meryn olhou para ele, pensativa.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— E é por isso que ele precisa de você. — Adelaide
sussurrou em seu ouvido. Quando Meryn a olhou, podia dizer
que a mulher mais velha tinha percebido aquele olhar triste
também.
— O quê? — Byron e Aiden perguntaram juntos.
— Nada. — Meryn e Adelaide falaram em resposta.
Meryn olhou para Adelaide, e as duas começaram a rir.
— Então, para que vocês têm todos esses guerreiros?
Para manter os seres humanos afastados? — Meryn mordeu
seu sanduíche. Mastigou e percebeu que todos ficaram
quietos.
— Ru que? — ela perguntou, a boca cheia.
— Os guerreiros da unidade são necessários para
proteger outros paranormais e os humanos de algo que
sempre chamamos de ferals. Ferals são homens, e às vezes
mulheres, que voluntariamente desistem de suas almas pela
emoção de matar. Eles cedem à sua natureza sombria. Os
shifters perdem a capacidade de se transformarem, mas
mantêm uma quantidade anormal de força, e deleitam-se com
a brutalidade. Vampiros perdem sua grande velocidade e a
capacidade de manipular mentes, e sua sede se sangue piora.
Os fae perdem a maior parte de sua magia, com exceção de
alguns feitiços de ilusão, que eles tem prazer em usar para
deixar as pessoas insanas. Bruxos perdem toda a sua magia,
mas ganham algo como um demônio familiar, mas sem o
contexto religioso. Eles existem apenas para matar, para criar
o caos e destruir vidas. — Aiden falou em tons suaves

MY
CommandeR
Alanea Alder
enquanto tentava transmitir esta notícia desagradável para
ela suavemente. Ela se virou para ele.
— É seguro aqui? — ela sussurrou. Ele assentiu.
— Não há lugar mais seguro para estar do que aqui em
Lycaonia com a Unidade Alfa. — Ele piscou para ela,
tentando fazê-la sorrir. Ela imediatamente franziu o cenho.
— Vocês estão brincando? — Ela apontou para ele e
Colton.
— Hey! — Colton protestou.
Aiden riu e acenou com a cabeça.
— Nós somos os melhores dos melhores.
— Bem, estou segura. Eu te nocauteei com o seu próprio
vaso sanitário hoje. — Ela suspirou e continuou a comer o
resto de seu sanduíche.
Alguém bufou. Meryn pensou que tivesse sido Colton,
mas, para sua surpresa, Adelaide soltou outro bufo indignado
e riu alto. Isto, obviamente, fez com que seu companheiro
seguisse seu exemplo junto com Aiden e Colton os seguiu.
— É bom os ferals tomarem cuidado com você, então. —
Aiden sorriu para ela. Meryn sorriu de volta antes de um
bocejo lhe escapar.
— Ceús, olha a hora. Aiden, você pode mostrar a Meryn
seu antigo quarto? — Adelaide perguntou, piscando para seu
filho, que corou furiosamente.
— É claro.
Meryn se levantou quando Aiden o fez e colocou seu
prato vazio na mesa.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Colton, o seu quarto, como sempre, está pronto para
você. Eu juro que você passa mais tempo aqui do que na casa
dos seus pais.
— Obrigado, mãe. — Colton beijou Adelaide na
bochecha e saiu da sala.
Meryn virou-se para a mãe de Aiden.
— Obrigada por fazer isso não parecer tão louco. —
Meryn não sabia como agradecer a alguém por suavizar sua
introdução nesta vida louca.
— Melhora, querida, você vai ver. — Adelaide beijou a
bochecha dela e pegou o prato vazio. Byron beijou sua testa e
seguiu sua companheira enquanto ela se dirigia para a
cozinha.
— Vamos? — Aiden perguntou, oferecendo-lhe o braço.
Ela sorriu para ele. Ela poderia se acostumar com este
tratamento. Era muito melhor do que ficar trancada em um
porta-malas.
*****
— O que você quer dizer com que vai dormir aqui
também? — Meryn exigiu. Ela devia saber que ele estava
sendo bonzinho demais.
— Este é o meu quarto para quando eu fico aqui.
— Tudo bem, leve-me para um quarto de hóspedes. —
Meryn se irritou.
— Nós não temos quartos de hóspedes. — Aiden
murmurou baixinho. Mesmo Meryn sabia que isso era uma

MY
CommandeR
Alanea Alder
mentira, esta casa tinha de ter perto de uma centena de
quartos.
— Isso é besteira! Tudo bem, eu posso dormir no sofá!
— De jeito nenhum. Eu não vou deixar você sair de
vista. — Ele cruzou os formidáveis braços sobre um peito
ainda mais formidável. Uma garota poderia realmente entrar
em problemas com aqueles músculos.
— Tudo bem, mas há regras.
— Regras?
— Sim, regras. Regra número um: permaneça no seu
lado da cama. Regra número dois: não me toque, respire em
mim ou faça qualquer coisa estranha comigo enquanto eu
durmo. Regra número três: não cruze a Grande Muralha. —
Ela enumerou cada regra em seus dedos.
— Grande Muralha? — Ele parecia confuso.
Ela se aproximou e puxou a roupa de cama para baixo.
Então começou a empilhar cada travesseiro extra no quarto
no centro da cama. Ela apontou para um lado, depois para o
outro.
— Meu lado, seu lado. Capiche4?
— Tudo bem, vamos simplesmente descansar um pouco.
Eu não dormi nada na noite passada, e fizemos exercícios
hoje, estou exausto. Quer tomar banho primeiro? —
perguntou ele. Ela balançou a cabeça. Ele deu de ombros.
— Fique à vontade. — Ele entrou no banheiro e fechou a
porta. Ela se jogou na cama. Oh, Meryn, garota, o que você

4 Entendido, em italiano. Também uma jorgão comum em O Poderoso Chefão.

MY
CommandeR
Alanea Alder
está fazendo? Arrombando um lugar, entrando, sendo
sequestrada, atacando seu sequestrador com a tampa de um
vaso sanitário e então assediando tal sequestrador. Que
pessoa sã faz isso? Ela se virou e olhou para o teto. O
engraçado era que esta era a primeira vez que ela se sentiu
calma em meses.
Ela havia se mudado para a cidade vizinha há duas
semanas. O súbito desejo de viver em algum lugar novo a
levara a loucura. Finalmente, ela tinha jogado um dardo em
um mapa e acabou aqui. Foi aí quando os sonhos estranhos
começaram. No início, eles tinham sido agradáveis, seu
Príncipe Encantado a encontraria em uma clareira, e eles
iriam rir e conversar. Algumas noites ficaram bem quentes,
ela gostou desses sonhos. Mas então eles começaram a ficar
assustadores. Alguém estava se movendo nas sombras na
floresta e toda noite na última semana ela era assassinada.
Ela não pôde se impedir de notar o quanto Aiden lembrava
seu Príncipe Encantado, embora ele era mais gentil no sonho.
Ela sorriu. Mesmo ele sendo, evidentemente, um shifter
urso, ela se sentia segura com ele. Gostava dessa sensação.
Ela seguiria o ritmo e veria aonde isso a levaria. Ela ainda
estava sorrindo para o teto quando Aiden saiu do banheiro
com uma toalha amarrada baixa em seus quadris.
— O teto disse algo engraçado? — Ele perguntou,
secando o cabelo com uma toalha. Ela estava muito ocupada
tentando não engolir a própria língua para responder. Ela
ficou de bruços.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Você está bem? — perguntou ele. Ela assentiu, ainda
encarando.
— O chuveiro está livre.
Ela assentiu com a cabeça novamente.
— Vai entrar? — ele perguntou, parecendo divertido. Ela
assentiu depois balançou a cabeça como se para limpá-la.
— Sim, volto logo. — Ela pulou da cama e, quando
passou por ele, não pôde se conteve. O diabo a fez fazer
aquilo. Ela agarrou a ponta da toalha e a puxou. Ele deu um
grito e cobriu a virilha com as mãos. Rindo, ela jogou a toalha
nele.
— Você tem uma bunda linda também. — Rindo, ela
correu para o banheiro. Uma vez lá dentro, se inclinou contra
a porta. Ela respirou fundo, estava com problemas, porque
aquele homem realmente tinha a bunda mais perfeita.
*****
Meryn encarou o teto. Ela praticamente podia sentir o
calor do corpo dele irradiando do lado dele da cama. Ele
estava acordado? Ela se virou sobre a lateral direita. A
imagem do corpo nu dele a provocava. Por que ela tinha
achado que foi esperta quando puxou aquela toalha? Ela
estava pagando o preço agora. Ela se virou para a esquerda.
— Não consegue dormir? — Aiden soou divertido.
Ela voltou a deitar de costas.
— Não. E você?

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Não, é minha primeira noite com minha companheira,
acho que dormir é a última coisa que me passa pela cabeça.
— Ele brincou.
Meryn não queria pensar sobre o que ele estava
deixando implícito, ela poderia pular nele. Para tirar sua
mente de seus pensamentos devassos ela mudou de assunto.
— Como foi crescer aqui?
— Divertido, havia muitas maneiras para um garotinho
entrar em apuros, especialmente um garotinho tentando
imitar seus irmãos e pai.
— Como o que? — Meryn ficou intrigada.
— Uma noite, Colton e eu nos esgueiramos para ver os
guerreiros da unidade patrulhando o perímetro, mas fomos
pegos. Eu realmente tive que me esconder atrás do meu pai
para ficar fora do alcance da minha mãe por isso. — Aiden
riu. — E você? Eu sei que você tem que ter se metido em
problemas quando jovenzinha.
— Na verdade, não. Eu fiquei na minha, principalmente.
Fui criada pela minha avó, e não queria enfurece-la. — Meryn
se sentou na cama e olhou por cima do muro dela. — Hey,
Aiden.
Ele se virou para ela.
— Sim?
— Você pode se transformar pra mim? Nunca vi um
urso de perto antes.
Ele sentou-se.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Claro, mas você vai ter que cobrir os olhos, eu tenho
que estar nu para me transformar.
Meryn balançou a cabeça.
— Não nessa vida.
Aiden hesitou só por um momento, mas depois deu de
ombros. Ele saiu da cama e se levantou. Tirou as calças do
pijama e deliberadamente se virou para encará-la. A boca
dela ficou seca enquanto olhava o corpo perfeito dele. Foi
necessário cada grama de autocontrole para não jogar o
homem no chão. Lhe tomou três tentativas para limpar a
garganta.
— Vá em frente. — Ela tentou parecer indiferente, mas
soube que falhou quando ele piscou impertinentemente para
ela.
Num segundo ele era a vívida imagem de cada sonho
dela, no outro ele era um extremamente grande e escuro urso
pardo. Sorrindo com animação ela pulou da cama e andou
até ficar em frente a ele. Ela estendeu a mão e ele deu
cabeçadinhas na palma dela. Ela puxou a cabeça peluda dele
para o peito dela e enterrou as mãos no pelo dele.
— Você não é tão assustador, apenas um ursinho de
pelúcia grande. — Ela beijou o topo do nariz dele. Ele
enterrou o focinho entre as pernas dela e ela ofegou, a
maldita coisa era fria! Rindo, ela correu de volta para o seu
lado da cama e subiu nela. Segundos depois ela ouviu o
farfalhar de roupas e a cama afundou.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Você acha que vai ser feliz aqui, Meryn? — perguntou
ele.
— Eu acho que sim. Eu não vou mentir, tudo é estranho
e assustador, mas também divertido e excitante.
— Você sabe que eu estarei com você a cada passo do
caminho, certo?
— Sim, eu não sei se essa é a parte assustadora ou a
parte excitante. — Ela gritou quando um par de dedos
apareceu sob a muralha para beliscar seu bumbum. A risada
profunda dele era contagiosa e ela riu junto com ele.
— Ai! Definitivamente assustador. — Ela bateu na mão
dele quando ela se aproximou dela novamente.
— Boa noite, Meryn.
— Boa noite, Aiden. — Meryn estava sorrindo quando se
virou de novo. Era bom ter alguém a quem dizer boa noite.

MY
CommandeR
Alanea Alder
Capítulo 3

Aiden acordou na manhã seguinte e se encontrou


sorrindo. Ele não havia dormido tão bem em semanas.
Quando ele foi virar a cabeça sentiu uma mão contra o rosto
dele. Ele se sentou e olhou para o pequeno corpo no meio da
cama. Meryn, apesar de todas suas regras na noite passada,
havia lhe buscado enquanto dormia. Como um assassino
furtivo ela havia feito um túnel sob a “Grande Muralha” dela.
Ela estava deitada de costas, braços e pernas estendidos. Sua
boca estava aberta, ela roncava levemente e uma fina trilha
de baba escorria por sua bochecha. O coração dele inchou no
peito. Ele nunca vira nada mais adorável na vida. Sorrindo de
orelha à orelha ele foi para o closet e se vestiu. Quando ele
viu a toalha pendurada na maçaneta da porta ele riu. Sua
companheira até então o havia surpreendido a cada vez. Ele
quietamente abriu a porta e se esgueirou para o andar de
baixo.

MY
CommandeR
Alanea Alder
Quando entrou na cozinha, quatro pares de olhos se
viraram para olhá-lo. Com o maior sorriso presunçoso que
conseguia dar, ele andou todo emproado até o bule de café.
Seus homens haviam decidido visita-lo para o café da manhã.
— Estou feliz por ver que você sobreviveu à noite sem
ser nocauteado novamente pela sua pequena companheira, —
Colton brincou. Keelan riu e Darian riu abertamente.
— Ela é uma flor delicada, ela estava assustada. —
Aiden protestou.
— Onde está a porra do café? — Uma voz rouca exigiu
da porta. Colton perdeu a compostura e começou a rir.
Mesmo seu segundo em comando desviou o olhar tentando
não sorrir. Aiden hesitou em dar café para sua companheira.
Ela tinha estado bem agitada ontem.
— Que tal um pouco de suco? — Ele ofereceu.
— Que tal você calar a porra da boca e me dar um pouco
de café? — Meryn cambaleou pela porta e desabou em uma
cadeira.
— Ah sim, ela estava muito assustada. — Colton vaiou e
bateu na mesa, rindo.
— Por que você está sendo barulhento? É divertido ser
tão barulhento assim tão cedo de manhã? Sabe o que
acontece com pessoas matutinas barulhentas? Elas morrem.
Elas morrem mortes horríveis, mutiladas enquanto dormem e
então são enterradas com suas bolas na porra da boca
barulhenta delas. — Meryn olhou para ele através de olhos
semicerrados. Os homens engoliram em seco.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Aqui está, bebê, uma caneca extra grande de café.
Aqui está o açúcar e o creme. Encha de novo quando quiser.
— Aiden colocou o café na mesa em frente a ela e retrocedeu
devagarinho. Colton se virou para ele, o rosto pálido. Ele deu
de ombros. Ele também não tinha a menor ideia do que fazer.
Devagar, enquanto Meryn tomava café, seus olhos abriram.
Ela bocejou e então esticou os braços por cima da cabeça. Na
segunda caneca ela estava olhando ao redor da cozinha. Na
terceira caneca ela estava sorrindo para todo mundo.
— O que tem pro café da manhã? — ela perguntou
animadamente.
— O que quer que você queira, porra, — Keelan disse,
um olhar de espanto no rosto.
— Sério? Eu mataria por algumas panquecas. — Ela
suspirou melancolicamente. Colton pulou da cadeira como
um palhacinho numa caixinha de surpresas.
— Sem problema. Eu sei onde o Marius guarda as
coisas. — Ele correu para a despensa e começou a retirar
ingredientes para a massa de panqueca. Aiden recostou-se na
cadeira dele e tomou um gole de café. Bem feito pra ele por
tirar sarro do comandante dele.
— Vocês têm uma máquina de café expresso? — Meryn
virou-se para ele.
— Quer saber? Nós vamos para a cidade e pegaremos
uma, só pra você. — Aiden ofereceu. Ele nunca queria ver
como sua companheira seria sem cafeína.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Sério? Elas podem ser um pouco caras, é por isso que
eu não comprei uma ainda. — Ela mordeu o lábio inferior. E,
apesar da ameaça de desmembramento que ela tinha
acabado de fazer ao melhor amigo dele, ele pensou que ela
parecia fofa com o lábio entre os dentes.
— Vamos todos contribuir, certo, caras? — Darian disse.
Todos os homens concordaram.
— Vocês todos são tão doces. Obrigada. — Ela sorriu
timidamente para eles. Gavriel encontrou os olhos dele por
cima da cabeça de Meryn do outro lado da mesa e arqueou
uma sobrancelha. Aiden sorriu de volta. Ela podia ser louca,
mas era toda dele.
— A propósito. Quem são vocês todos? — Meryn tomou
outro gole de café.
— Essa é a minha unidade. Você já conheceu o Colton;
esses são o Gavriel Ambrosios, Keelan Ashwood e Darian
Vi’Alina. — Aiden apontou para cada um dos homens dele.
Ela olhou os outros três homens. Ela apontou para
Darian. Ele possuía características delicadas, mas nunca
seria chamado de bonito. Ele era muito masculino, mas havia
algo sobre ele que era etéreo. Seu longo cabelo loiro estava
enrolado e trançado por suas costas. Seus olhos eram de um
suave lavanda que simplesmente não se via em humanos. Ele
era musculoso, mas não tão cheio no tórax quanto Aiden.
— Vampiro? — ela perguntou. Ele negou com a cabeça e
se levantou em toda sua altura.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Puta merda! Você é mais alto do que o Aiden, e ele é
tipo, assustadoramente grande. — A diferença entre o metro e
sessenta dela de altura e ele a fazia se sentir como um
bebezinho.
— Não sou não! — Aiden protestou.
Darian sorriu e sentou-se novamente.
— Fae. Temos todos entre 1,80 metro e 2,10 metros de
altura.
— Eu pensei que os fae fossem o pessoal
“pequenininho”.
— É, nem tanto. — Darian deu de ombros.
— Vi'Alina? — Meryn falou devagar para pronunciar
corretamente.
— Sim. O prefixo “Vi” indica que eu sou o herdeiro da
minha linhagem familiar. “Alina” é o nome da minha casa. Se
eu tivesse irmãos, o segundo filho seria Ri'Alina e o terceiro
filho seria Li'Alina. — Darian explicou.
— E o quarto a nascer? — perguntou Meryn. Darian
balançou a cabeça.
— Vivemos por tanto tempo que, a menos que uma
tragédia ocorra, ninguém após o terceiro filho herda algo. Eles
não recebem um prefixo para o nome deles.
— Então, se eu fosse fae, eu seria Meryn Vi'Evans? —
Darian assentiu. — Isso é legal.
Meryn virou-se para Gavriel. Ela observou seu cabelo
escuro e meditativos olhos cinzentos. Gavriel era menos
etéreo, e mais sombrio e perigoso. Ele era exatamente o tipo

MY
CommandeR
Alanea Alder
de homem que você gostaria de encontrar em uma noite
escura e tempestuosa.
— Você deve ser o vampiro, então. — Ele inclinou a
cabeça.
Keelan franziu a testa.
— Por que não poderia ser eu? — Ele exigiu.
Meryn sorriu e apontou para Keelan. Ele tinha um ruivo
rabo de cavalo curto e olhos castanhos amáveis.
— Porque você parece muito bonzinho, e está longe de
ser tão elegante. Ele simplesmente exala “príncipe das
trevas”. — Ela suspirou, Aiden rosnou. Ela deu um soco na
coxa dele.
— Ai!
— Ela tem tendências violentas, igualzinho a você. —
Colton brincou. Aiden mostrou o dedo do meio pra ele.
— Então isso significa que você é o bruxo. O que você
pode fazer? Você pode voar? — Meryn se inclinou para frente,
os olhos brilhando.
— Eu tenho premonições às vezes, e trabalho melhor
com o fogo e o ar. Meu irmão Kendrick é mais forte, ele pode
manipular todos os quatro elementos, mas ele decidiu ser um
arquivista em vez de um guerreiro. — Keelan olhou para a
mesa.
— É uma profissão respeitável, Keelan, nós temos uma
rica história que deve ser preservada. — Aiden lembrou
gentilmente ao jovem bruxo. Ele sabia que esse tinha sido um
ponto de discórdia entre os dois irmãos.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Eu sei. Só que é frustrante saber que eu estou
lutando para aprender os feitiços que precisamos, e ele pode
fazê-los sem nem sequer pensar a respeito. — Keelan girou o
copo de café em sua mão lentamente.
— E ele é cerca de 300 anos mais velho que você. Dê-se
uma folga. — Colton apontou. Keelan se animou.
— Eu acho que você está certo.
Aiden tomou um gole do café dele, e apreciou a vista
diante de si. Ele não poderia pedir por mais do que ter seus
amigos e sua companheira sentados à mesa do café da
manhã. Talvez essa coisa de acasalamento pudesse dar certo,
afinal.
*****
— Olá, meninos, que legal da parte de vocês visitar para
o café da manhã. — Adelaide e Byron entraram na cozinha.
Marius entrou atrás deles e imediatamente começou a
trabalhar na preparação do café da manhã, assumindo o
lugar de Colton. Os membros da unidade, incluindo Aiden,
ficaram de pé. Meryn olhou em volta, se perguntando se
deveria levantar-se também. Byron se aproximou e beijou a
testa dela.
— Eles estão de pé por respeito à mãe de Aiden. Eles
foram criados em uma época em que um homem se levantava
quando uma dama entrava na sala. — Byron se sentou ao
lado dela, e Adelaide ao lado dele.
— Eles não se levantaram quando eu entrei na sala,
mas, novamente, acho que não sou uma dama. — Meryn

MY
CommandeR
Alanea Alder
serviu-se de outra caneca de café. Quando ela olhou para
cima, notou que Byron estava atirando punhais com os olhos
para os outros homens na mesa, que pareciam todos
devidamente castigados. Byron levantou a mão dela e a
beijou.
— Lhe perdoe, querida. Que eles falharam em se
levantar quando você entrou na sala mostra o caráter deles,
não o seu. Estou chocado que meu filho falhou em fazer isso.
É uma lição básica de etiqueta que eu sei que lhe foi ensinada
quando ele era um menino. — Byron afagou a mão dela e
continuou a olhar para os homens.
— Pai, sinto muito. — Aiden se desculpou
imediatamente.
— Não é do meu perdão que você precisa. — Byron
assentiu com a cabeça para Meryn. Aiden se virou para ela.
— Eu sinto muito, minha companheira. Eu ainda estava
avoado pela ótima noite de sono que eu tive a noite passada e
não estava pensando corretamente esta manhã. Por favor, me
perdoe. — Meryn ficou surpresa com quão verdadeiramente
arrependido ele soou, como se tivesse cometido uma grande
ofensa.
— Considerando que você me sequestrou, me prendeu,
me jogou no seu porta-malas e me arrastou por aí pelo braço
ontem, não se levantar da mesa do café da manhã não parece
tão ruim. — Ela sorriu brilhantemente para ele.
— Você não vai me deixar esquecer disso nunca, não é?
— Aiden gemeu.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Não.
— E se eu te levar pra sair e te mostrar a cidade?
Podemos ir às compras. Eu sei onde podemos comprar sua
máquina de café expresso. — Aiden pegou a outra mão dela e
a levou aos lábios. Agora, este era o homem encantador de
seus sonhos.
— Então é claro que eu vou perdoá-lo, agora que você
está agindo como sua versão no meu sonho. Mais charmoso e
menos resmungão.
O rosto de Aiden congelou, seus olhos ficaram
assombrados.
— Você sonhou comigo antes de vir para cá?
— Sim. Por semana eu lutei contra o impulso de me
mudar. Mas era como se algo estivesse me impelindo. Então
eu lancei um dardo num mapa e acabei em Madison. Depois
que eu me mudei pro meu apartamento, eu comecei a ter
sonhos. No início, eles eram legais. Você era maravilhoso e
doce. Nós nos deitaríamos de baixo de umas árvores e
conversaríamos. Mas então eles ficaram assustadores. A noite
passada foi a primeira noite em semanas que eu não sonhei
nada. Eu odiei sair da cama essa manhã já que eu dormi tão
bem. — Meryn estava estendendo a mão para pegar a caneca
de café dela quando Aiden a puxou para o colo dele. Ele a
segurou tão apertado que ela podia sentir o coração dele
batendo descontroladamente contra a bochecha dela.
— Filho, qual o problema? — Byron exigiu.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Eu achei que eram apenas sonhos. — Aiden enterrou
o rosto contra o pescoço dela.
— Você esteve tendo pesadelos também? — ela
sussurrou. Ele assentiu.
— Pesadelos? Eu pensei que você disse que eram sonhos
agradáveis. — Adelaide perguntou, soando preocupada. Aiden
levantou a cabeça.
— É como a Meryn disse. No início eram agradáveis; nos
encontraríamos numa clareira na floresta e conversaríamos.
Mas depois os sonhos se tornaram pesadelos. No sonho eu
iria procura-la, mas não conseguiria encontrá-la. Ela
chamaria por mim, me provocando e então tudo ficaria
quieto. Então eu a ouviria gritar, mas chego muito tarde,
ela... — Ele vacilou. Meryn se afastou e olhou ao redor da
mesa.
— Eu sou assassinada. Um homem que não é Aiden saí
da floresta e me esfaqueia repetidamente, como se gostasse
disso. — Meryn estremeceu. Nos sonhos ela conseguia sentir
claramente o aço frio em seu corpo.
Gavriel ficou de pé, o peito se expandindo e contraindo.
— Eles não podem ser proféticos. Você encontrou sua
companheira. Ela está segura. — Os olhos normalmente
cinzas de Gavriel começaram a brilhar em um tom vermelho.
Aiden se levantou e colocou Meryn na cadeira dele. Ele correu
para Gavriel.
— Respire, meu amigo. Meryn está segura. Assim como
a sua companheira. A Destino vai encontrar um modo de

MY
CommandeR
Alanea Alder
trazê-la para nós e então vamos proteger as duas. — Aiden
tinha as mãos nos ombros de Gavriel. Keelan estendeu a mão
para colocá-la no antebraço de Gavriel.
— Suadet, frater meus. Fique tranquilo, meu irmão. —
Keelan sussurrou a frase de novo e de novo até que Gavriel
respirou profunda e asperamente.
— Obrigado, Aiden, Keelan. Eu também tenho tido
pesadelos. Eu tenho que pôr a minha fé na Destino e rezar
para que minha companheira seja entregue a mim a tempo.
— Gavriel baixou a cabeça.
— Ela vai chegar a Lycaonia e então a Unidade Alfa vai
mantê-la segura. — Aiden deu um passo para trás e ajudou,
delicadamente, Gavriel a sentar na cadeira.
Meryn se levantou para voltar a cadeira dela, mas Aiden
a puxou de volta para os braços dele e se sentou, colocando-a
novamente no colo dele. Ela ia protestar, mas depois de ver o
quão afetado Gavriel ficou, ela sabia que Aiden apenas
precisava segurá-la. Ela olhou para o elegante vampiro e quis
aliviar sua preocupação.
— Aiden está certo, sabe. Eu não tive escolha em vir
aqui. Eu pensei que tinha um mau caso de sede de viagens,
mas agora eu sei o que era. Era uma força com a qual não se
pode lutar. Se algo como a Destino se deu ao trabalho de me
puxar e trazer até aqui, eu duvido que ela deixaria qualquer
coisa acontecer com a sua companheira antes de trazer ela
aqui. — Gavriel a olhou, os olhos ilegíveis.
— Você acha mesmo isso?

MY
CommandeR
Alanea Alder
Meryn não hesitou antes de assentir.
— Absolutamente. Especialmente considerando quantos
livros e DVDs eu tive que empacotar. Só a minha coleção de
sci-fi deu tipo umas dez caixas. Confie em mim, você não tem
ideia de quão duro a Destino teve que trabalhar para me
manter focada tempo o bastante para empacotar as minhas
coisas. Eu continuava querendo parar e ler um livro ou
assistir um filme que eu não via há anos. — A tensão
abandonou o rosto do vampiro.
— Obrigado, Meryn. Eu realmente me sinto melhor
sabendo o que a Destino passou para te trazer aqui. — Havia
um vestígio de um fraco sorriso nos lábios dele.
— De nada. — Meryn sorriu, então pensou sobre isso. —
Espere. Isso foi um elogio? — Ela franziu a testa. Colton
suprimiu uma risada. Gavriel sorriu para ela.
— Creio que foi um elogio, minha cara. A Destino, afinal,
decidiu que você valia a pena o esforço. — Adelaide colocou.
Gavriel assentiu.
— Oh, tudo bem. — Meryn se virou para que estivesse
encarando Aiden. — Depois de irmos às compras, podemos ir
pegar as minhas coisas? Eu já praticamente aceitei o fato de
que não sou louca, e que todos vocês não estão mentindo.
Então acho que vou ficar por um tempo.
— Você quer dizer para sempre. — Aiden disse em uma
voz áspera.
— Então os rumores são verdadeiros. Meu irmãozinho
encontrou sua companheira. — Uma voz profunda retumbou

MY
CommandeR
Alanea Alder
da porta. Meryn virou-se e, para sua surpresa, dois homens
que pareciam estranhamente idênticos a Aiden estavam
sorrindo para eles.
— Meryn, por favor, ignore o par de idiotas sorridentes
que são meus irmãos mais velhos. Adam é o feio do lado
esquerdo, e Adair é o mais feio do lado direito.
— Há três de vocês? — Ela podia dizer que eles estavam
relacionados, já que todos se pareciam com Byron. Cabelo
preto escuro e penetrantes olhos azuis. Adam era tão alto
quanto Aiden, com 1,98 metro, mas com uma constituição
bem mais magra. Adair era mais baixo, com 1,93 metro, mas
mais musculoso na região do peito. Adam possuía olhos
bondosos, e Adair um sorriso maroto. Ela não pôde evitar
acenar para eles.
— Há quatro de nós. — Uma voz gritou por trás dos dois
irmãos. — Saia do caminho, ela quer conhecer o irmão sexy.
— A voz era alegre e parecia mais jovem do que a dos outros
dois. Adam e Adair entraram na cozinha para dar lugar a
ainda mais um homem. Meryn não pode se impedir de
encarar. O último irmão era tão alto quanto Adair, com 1,93
metro, mas aí eram que as semelhanças com seus irmãos
terminavam. Este realmente puxou à mãe. Ela usava seu
longo cabelo loiro em um rabo de cavalo e seus olhos
castanhos eram calorosos e convidativos. Ele era como o vivo
Adonis grego. Ele se moveu para frente até que foi capaz de
arrancar a mão dela do aperto de Aiden e beijar seus nós dos
dedos. Aiden rosnou para o irmão.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Meu nome é Benjamin. Temo que mamãe tenha
esgotado os nomes com “A” e me presenteou com um nome
começado com “B”, como papai. — Ele piscou para ela
diabolicamente. Ela riu para ele e Aiden a puxou para mais
perto.
— Minha! — ele rosnou. Benjamin colocou uma mão
sobre o coração e fez uma reverência profunda.
— Claro, irmão. Eu estava apenas admirando sua bela
companheira. Só posso esperar que a Destino seja assim tão
gentil comigo quando escolher meu pudinzinho. — Ele
suspirou exageradamente. Adelaide riu.
— Pare de provocar seu irmão. Como você
provavelmente pode perceber, ele é o mais jovem. — Adelaide
afagou a bochecha de Benjamin quando ele se aproximou
para dar-lhe um beijo de bom dia.
— Vocês todos são guerreiros? — perguntou Meryn. Ela
sentiu Aiden ficar tenso. Adam balançou a cabeça.
— Adair e eu somos uma espécie de escândalo. Eu me
recusei a me tornar o herdeiro do papai e assumir como
Comandante da Unidade e, eventualmente, como Ancião do
Conselho. Ainda é inédito rejeitar o legado da família, mas eu
não tinha nenhuma vontade de me tornar um guerreiro. Eu
saí de Lycaonia, e estudei medicina. Eu agora comando a
clínica que cuida dos guerreiros da unidade. — Explicou
Adam.
— Eu também não queria comandar. Até Aiden aceitar,
tenho certeza que eu e Adam quase deixamos o pai

MY
CommandeR
Alanea Alder
complexado. Seus filhos não queriam assumir o comando
depois dele. — Adair soltou uma efervescente risada.
— Eu estava esperando que pelo menos um de vocês
gostaria de herdar. Eu sabia que cada um teria que encontrar
seus próprios caminhos. Bem, com exceção de Ben. Temo que
ele esteja determinado a continuar sendo um garotinho para
sempre. — Byron fez uma careta para o filho mais novo, que
lhe soprou um beijo em resposta.
— Eu recusei ser o Comandante da Unidade para
assumir o cargo de Diretor Chefe na academia de
treinamento. — Adair explicou.
— E eu sou um guerreiro da Unidade Gama, sirvo sob o
comando do Sascha Baberiov. — Benjamin adicionou.
— Eu vou ligar para ele mais tarde para recomendar
exercícios extras para você. — Adair provocou.
— Senhores, senhoras. O café da manhã está pronto
para ser servido. Tendo em vista o grande grupo, eu arrumei
a mesa da sala de jantar. — Marius anunciou. Meryn foi
posta de pé. Tentou pegar um petisco perto do fogão, mas
servo atrás de servo estava saindo levando a comida para ser
servida na sala de jantar.
— Vamos, querida, vamos comer alguma coisa, e então
podemos visitar a cidade.
— Me parece bom. — O estômago de Meryn se encheu
de borboletas quando Aiden estendeu a mão e pegou a dela.
Era um gesto simples, mas parecia certo. Quando ele olhou
para baixo Meryn podia dizer que ele estava olhando para as

MY
CommandeR
Alanea Alder
bochechas coradas dela. Ele apertou mais forte a mão dela e
os guiou.
*****
Meryn sentiu uma pontada de culpa quando eles saíram
para fora e ela viu o estado do porta-malas dele. Quando ela
percebeu que ele a estava observando, ela fez uma careta e
ele corou.
— Desculpe por colocá-la no porta-malas. — Aiden
parou ao abrir a porta do carro para ela para pedir desculpas.
Meryn piscou.
— Eu estava prestes a pedir desculpas por amassar o
seu carro. — Meryn sentou-se e esperou que ele entrasse.
Quando ele entrou, virou-se para ela.
— Eu vou fazer o Darian consertá-lo. Ele é um gênio
com qualquer tipo de habilidade manual. Acho que é o
sangue fae. — Ele passou a mão sobre a coxa, enxugando as
palmas das mãos. Se Meryn não soubesse melhor, diria que
ele estava nervoso. Quão adorável!
— Então, o que você faz para se divertir? — Meryn olhou
pela janela e observou o cenário passar voando. Era difícil
acreditar que havia uma cidade inteira além das árvores da
qual os humanos desconheciam.
— Eu malho. — Aiden lambeu os lábios.
— Claro que você faz. — Meryn fez uma anotação mental
para apresenta-lo ao seu X-Box.
— Como vocês impedem que os humanos descubram
tudo isso? — Meryn apontou para a junção da estrada que se

MY
CommandeR
Alanea Alder
abria para um cruzamento onde eles poderiam ir para a
esquerda, direita ou à frente.
— As bruxas e os fae renovam um feitiço de
encantamento a cada ano no solstício de inverno. Depois que
eles completam o feitiço todo mundo vai para a Mansão do
Conselho para o Baile do Solstício de Inverno. — Meryn
sentiu o estômago dar um nó.
— Baile, tipo com vestidos volumosos e dança e
pequenos sanduíches que não saciam?
A cabeça de Aiden se virou, e ele olhou para ela com
surpresa.
— Sim, eu pensei que todas as mulheres amassem esse
tipo de coisa.
— Não essa aqui. Eu tenho que ir?
— Já que eu sou o Comandante da Unidade e herdeiro
do meu pai, espera-se que eu compareça. Como minha
companheira, espera-se que você esteja lá.
— Eu tenho que ir? — Meryn repetiu, sentindo-se
doente ao pensar nisso. Aiden riu.
— Eu vou me certificar de que você não fique sozinha.
Nós temos o Baile da Véspera de Halloween chegando em
breve, o que vai te dar uma ideia do que esperar para o Baile
de Inverno. — Meryn colocou uma mão sobre o estômago. Ela
se sentia tonta.
— Eu odeio pessoas.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Sabe, com os chutes, gritos e ataque as pessoas com
partes de vasos sanitários eu nunca teria imaginado. — Aiden
criticou.
— Ha, ha. Você é tão engraçado. Sério, posso apenas
enviar um prato de biscoitos ou algo assim?
— Desculpe, querida, mas você é da alta sociedade
agora.
— Que saco isso! — Aiden olhou para ela, em seguida,
de volta para a estrada.
— É melhor eu avisar a minha mãe sobre amanhã. —
Aiden fez uma careta. Meryn virou-se para encará-lo.
— Por quê?
— Porque ela está planejando apresentá-la ao círculo de
costura dela. Todas as matriarcas das famílias fundadoras
vão estar lá. — Ele parecia se desculpar.
— Eu acho que vou ficar doente. — Ela fechou os olhos
e recostou-se de volta no assento.
Aiden estacionou e desligou o carro. Ela o ouviu se virar
na direção dela.
— Basta sorrir e acenar. Minha mãe vai fazer a maior
parte do falar. Tenho a sensação de que Daphane Bowers irá
monopolizar a tarde, de qualquer maneira. A nora dela está
grávida, então ela estará usando isso para conseguir cada
pedaço de atenção que puder por um tempo. — Meryn abriu
os olhos e levantou a cabeça.
— Então ela está grávida. Grande coisa. Elas
provavelmente vão fazer um desses bolos de fraldas ou algo

MY
CommandeR
Alanea Alder
assim. Eu suponho que posso sorrir e acenar, mas vou levar
meu notebook. Eu não consigo costurar mesmo.
Aiden lhe deu um olhar engraçado.
— Eu não acho que você entenda. Estar grávida é uma
verdadeira bênção. Bruxas só podem conceber durante o
solstício de inverno, os vampiros durante o equinócio da
primavera, shifters no solstício de verão e os fae durante o
equinócio de outono. É por isso que cada equinócio e solstício
é uma grande festa para nós. Como cada uma das quatro
raças só pode conceber durante estes tempos, suas crianças
geralmente nascem durante um feriado correspondente.
Bruxas nascem perto do equinócio de outono; vampiros
durante o longo, sombrio solstício de inverno; shifters por
volta do equinócio de primavera, quando a maior parte dos
animais nascem; e os fae por volta do solstício de verão, no
auge do verão, quando tudo está em plena floração. Cada
raça tem apenas uma determinada época do ano em que são
férteis, e mesmo assim não é garantido que o casal vá
conceber. Após a concepção, apenas cerca de sessenta por
cento de todas as gestações chega a termo. Isso tem mantido
nossos números bem baixos.
Havia uma tristeza nos olhos dele que ela desejava poder
apagar.
— Isso deve ser duro. Vou me certificar de soltar os
apropriados “Ooooh” e “Aaaah” nos momentos apropriados. —
Meryn prometeu.
— Você realmente é antissocial, não é?

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Eu gosto dos rapazes e da sua família. Mas não gosto
de ser falsa ou educada com idiotas.
A boca de Aiden se contraiu.
— Amanhã deve ser interessante.
— Serei boa. Prometo. — Ela olhou ao redor. — Onde
estamos?
— Esta é a Mansão do Conselho. Meu pai me avisou que
o Conselho queria falar comigo esta manhã, no café da
manhã. Ele saiu cerca de meia hora antes de nós para avisá-
los de que estávamos chegando.
— Tem problemas se eu entrar? — Ela olhou de boca
aberta para o prédio imponente. Parecia a Biblioteca do
Congresso. Meryn observava as pessoas passando pelo seu
carro estacionado. Os homens estavam usando mantos
oficiais, que se abriam para revelar ternos e gravatas
perfeitamente costurados. As mulheres eram visões de
gentileza em vestidos longos de cores outonais. Ela olhou
para sua camiseta das Tartarugas Ninja e seu moletom com
capuz amarrado a esmo em torno de sua cintura. Ela olhou
para Aiden. Ele nem pareceu notar. Dane-se o homem. Ela
odiava se destacar. Aiden endireitou a gravata e tirou um tipo
de chapéu militar do banco traseiro. É claro, ele se encaixava
muito bem usando um uniforme. Ele abriu a porta do carro.
— Meu pai disse que não deve demorar muito; eles só
querem que eu dê uma olhada em alguma coisa. Então
podemos sair e explorar a cidade. — Aiden pegou a mão dela.
— Pronta?

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Eu acho que sim.
Ele beijou-lhe a mão antes de soltá-la, e então saiu do
carro. Ele deu a volta e fez uma careta para Meryn quando ela
abriu a própria porta, recusando-se a esperar por ele. Ela lhe
mostrou a língua, e ele a surpreendeu por rir. Já que ele
estava constantemente franzindo o cenho, a fez sentir-se bem
poder fazê-lo rir.
Meryn apreciou que Aiden pegou a mão dela e estava
guiando-os, de outra forma ela sabia que teria esbarrado em
algo. O exterior do edifício era nada menos que incrível, mas o
interior lhe tirou o fôlego. A arquitetura de pedra com
abobadas altas. As janelas exteriores jogavam um arco-íris de
cores nos pisos e paredes com seus vitrais. Estátuas e
pinturas a óleo antigas decoravam as paredes. Aiden
literalmente a arrastou pelo caminho enquanto ela olhava ao
redor com espanto infantil. Quando eles viraram o canto,
Meryn ofegou.
— O quê? — perguntou Aiden.
Meryn encarava a estátua na frente deles.
— Não pisque. Nem sequer pisque, — ela sussurrou.
— Do que diabos você está falando? — Aiden olhou ao
redor, tentando identificar uma possível ameaça oculta.
— Pisque e estará morto. — Meryn olhou sem piscar
para as duas grandes estátuas de anjo de pedra de cada lado
de uma porta de madeira que parecia pesada. A mão de Aiden
foi para a arma em sua lateral.
— Meryn, é apenas uma estátua.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Mas e se não for? Quero dizer, até essa semana eu
não achava que paranormais existissem, e agora vocês estão
em todo maldito lugar. Não posso correr o risco. — Meryn
continuou a olhar para a estátua.
— Por que eu nunca entendo uma palavra que sai da
sua boca? É como se você não estivesse nem mesmo falando
Inglês!
— Oh meu Deus, e se o Doutor5 for real também?! Isso
seria fantástico! — Meryn sentiu Aiden puxá-la para mais
perto das portas, mas se recusou a afastar os olhos das
estátuas.
— Eu desisto! Há algo de errado com você. — Meryn
conseguia ouvir a exasperação na voz dele.
— Você simplesmente não fala a linguagem geek. Está
tudo bem, eu posso treiná-lo. — Meryn fechou um olho,
depois o outro. Em seguida, abriu-os rapidamente. As
estátuas permaneceram estátuas.
— Essas podem não ser perigosas. — Ela soltou um
suspiro de alívio.
— Você acha? — Aiden perguntou asperamente. Meryn
voltou a atenção para as altamente polidas portas de madeira
escura na frente deles.
— Essas são umas portas de aparência impressionante.
É para manter a gente fora, ou eles dentro? — Aiden fechou
os olhos, e parecia que estava contando mentalmente até dez.

5 Aqui Doutor se refere ao doutor de Doctor Who.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Na maioria dos dias serve para nos manter do lado de
dentro. Entre, Aiden, deixe-nos conhecer sua inteligente
companheira. — Uma voz falou do outro lado das portas.
Meryn cobriu a boca com as mãos. Ela continuava
esquecendo da audição paranormal. Aiden a olhou, um
sorriso contraindo seus lábios. Ele levantou o grande anel de
ferro e abriu a porta com um puxão. Meryn viu como seus
bíceps flexionaram sob a longa manga da camisa do
uniforme. Delicioso.
Eles caminharam sobre um macio tapete vermelho até
um longo painel de madeira. Atrás dele sentavam-se quatros
homens de aparência poderosa. Dos quais apenas um ela
reconheceu.
— Estimados membros do conselho, deixe-me
apresentar minha companheira, Meryn Evans. Meryn, tenho
a distinta honra de apresentar os membros do conselho de
Lycaonia; Ancião Celyn Vi'Ailean, nosso representante fae.
Ancião Rowan Airgead, nosso representante bruxo; Ancião
René Évreux, nosso representante vampiro; e, claro, você já
conheceu meu pai, o representante shifter.
Aiden fez uma reverência à altura da cintura. Não
sabendo o que fazer, Meryn apenas acenou. Sorrindo
amplamente, o grande ancião fae acenou de volta. Byron
assentiu. O ancião bruxo sorriu calorosamente, mas o ancião
vampiro fungou e torceu o nariz. Meryn sentiu-se franzir a
testa.

MY
CommandeR
Alanea Alder
Por favor, não me deixe falar algo que deixe Aiden em
apuros.
— Pelo que era que vocês queriam me ver? — Aiden
perguntou, de pé e em sua altura máxima.
— Gostaríamos que você investigasse uma série de
desaparecimentos. Dois casais paranormais que viviam em
Madison desapareceram. A mãe de uma das mulheres
desaparecidas está frenética. Se você puder sair com alguns
homens e fazer algumas perguntas por aí, nós apreciaríamos.
Sei que iria aliviar as preocupações de todos. — O Ancião
Airgead explicou.
— É claro, senhor. Vou sair com alguns homens hoje
mais tarde. — Aiden fez uma meia reverência. Meryn debateu
sobre fazer a pergunta dela, mas percebeu que não
descobriria nada se mantivesse a boca fechada. Ela arriscaria
se fazer de boba por uma chance de ajudar.
— Um, senhores, vossas excelências? — Meryn esperava
que não soasse tão nervosa quanto se sentia.
— O que é, criança? — o Ancião Vi'Ailean perguntou, a
voz suave e gentil.
— Se você tiver qualquer informação sobre os casais
desaparecidos, eu poderia tentar rastrear seus últimos
movimentos e paradeiro conhecidos usando meu notebook. —
Meryn olhou fixamente para a parte de cima dos Converse6
surrados dela.

6 Converse é um tênis da All Star.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Você consegue fazer isso? — O Ancião Airgead parecia
chocado. Ela levantou a cabeça e assentiu.
— Eu posso rastrear os cartões de crédito deles,
compras, bilhetes de estacionamento, basicamente qualquer
coisa eletrônica, — ela explicou.
— Tudo do seu notebook? — o Ancião Airgead
perguntou.
— Sim. Isso é brincadeira de criança.
— Todos os seres humanos são tão bem versados com a
tecnologia? — Byron perguntou, parecendo impressionado.
— Não, embora a maioria possa fazer o básico. Eu
simplesmente sou muito, muito boa. — Meryn não pôde
afastar o traço de orgulho da voz. Ela sentiu a mão quente de
Aiden em sua lombar. Ele estava lhe mostrando que estava
cuidando da retaguarda dela, literalmente. Sentindo-se mais
corajosa, ela continuou: — Eu também posso compilar as
informações de ambos os casais para procurar por qualquer
coisa que os ligue, para estabelecer um padrão. Se
conseguirmos encontrar o padrão, poderemos estabelecer um
motivo, e limitar a busca para encontrar os responsáveis. —
Meryn fechou e abriu as mãos em suas laterais. Anos de
assistir CSI estavam começando a dar frutos.
— Impressionante. Eu não tinha ideia que minha nova
filhinha fosse tão talentosa. — Byron se gabou.
— Nós não interagimos com os humanos o suficiente
para acompanhar a tecnologia deles, — o Ancião fae admitiu.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Eu nem sei por que nos importamos com o que
acontece fora da cidade. Os paranormais que vivem fora de
Lycaonia conhecem os riscos de tentar se misturar com os
humanos. Se eles realmente quisessem ficar seguros,
estariam por trás dos muros da cidade, — René disse com
desdém. Ao lado dela, Meryn sentiu Aiden ficar tenso.
— Com todo o respeito, Ancião Evreux, há mais
paranormais agora do que havia mesmo cem anos atrás,
apesar de nossa taxa de natalidade em declínio. Com cada
vez menos matilhas e guerras causadas pelo orgulho, e
centros de alimentação estabelecidos para os vampiros, as
gerações mais velhas estão vivendo mais. É extremamente
caro para um paranormal comum viver em uma das nossas
cidades. Tornou-se necessário para as famílias maiores se
mudarem para o mundo humano, — Aiden explicou. Por seu
tom ligeiramente condescendente, Meryn tinha a sensação de
que não era a primeira vez que Aiden tinha apresentado este
argumento.
— Paranormais não pertencem entre os humanos. Eles
não são nada além de insetos. — O Ancião Evreux zombou,
olhando diretamente para Meryn.
— René, você vai retirar essas palavras sobre a minha
filha imediatamente. Antes que eu te obrigue! — Byron se
levantou completamente enquanto seus olhos mudavam para
preto. Os olhos de Meryn se arregalaram. Ela olhou para
Aiden para ver o que eles deveriam fazer, apenas para ver que
seus olhos também haviam mudado e que seus caninos

MY
CommandeR
Alanea Alder
haviam se estendido para baixo dos lábios. Em resposta, o
Ancião Evreux se levantou mostrando as presas.
— Byron! René! Parem de uma vez. — O Ancião Airgead
posicionou-se entre os dois homens, suas duas mãos
brilhando de uma fraca cor azul. Ambos os homens
permaneciam de cada lado do bruxo respirando pesadamente
e encarando um ao outro.
— Eu não quis insultar sua filha. — O Ancião Evreux
disse pausadamente cada palavra. Byron deu um breve aceno
de cabeça e sentou-se novamente.
— Puta que pariu! O papai urso é incrível pra caramba!
— Meryn sussurrou. Cinco pares de olhos imediatamente se
viraram para ela. Ela se colocou atrás de Aiden. Ela ouviu
gargalhadas e espiou para ver que o Ancião fae estava rindo e
enxugando as lágrimas.
— Meryn, você é um completo tesouro. Primeiro os
Weeping Angels7 e agora isso. — Ele respirou fundo e
encontrou os olhos dela.
— Finalmente! Alguém que é inteligente! — Meryn
explodiu.
— Eu vou fingir que você não quis me excluir. — A voz
de Aiden era monótona.

7 Weeping Angels, ou Anjos Lamentadores, são uma raça de predadores da

série Doctor Who. Se assemelham a silenciosas estátuas de anjo de pedra em tamanho


humano. Quando não estão sendo observados podem mover-se muito rapidamente e
em silêncio, mas quando observados ficam involuntariamente congelados Se dois
anjos se olham, ficam presos em forma de pedra até uma força externa separá-los,
assim cobrem os olhos enquanto se movem, fazendo-os parecer que estão chorando.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Claro. Se isso te ajuda a dormir à noite. — Meryn
bateu no quadril dele com o dela. Ele olhou para ela com
carinho nos olhos.
Meryn não se sentia mais intimidada por esses homens.
Eles podiam ser todos poderosos, e se transformarem em
grandes animais predadores, e lançarem feitiços, mas no final
do dia eram apenas homens. Com homens ela podia lidar.
— Aiden, por favor, sinta-se livre para trazer sua
companheira para o chá uma tarde. Eu gostaria muito de ver
as reações dela ao jardim de Vivian, — o Ancião Vi'Ailean
disse, ficando em pé. E então, virou-se para Meryn. — Minha
companheira também é humana, então não deixe os velhos
preconceitos antiquados de algumas pessoas te afetarem,
minha querida. — Ele então virou-se e passou pelo Ancião
Evreux. — Seja grato que não sou eu a pessoa que se ofendeu
com suas palavras, René. Teria sido preciso mais do que os
feitiços de Rowan para me fazer recuar. — Com um aceno
régio, ele passou por René e saiu da sala.
— Eu juro que vocês, rapazes, vão me levar a beber. Eu
deveria ser autorizado a sedar vocês três para as reuniões. —
O Ancião Airgead sentou-se novamente, parecendo cansado.
— Onde está a diversão nisso, Rowan? — Byron brincou.
— Com suas permissões? Devo à minha companheira
um passeio por Lycaonia. — Aiden fez uma reverência.
— É claro, Comandante. Meryn, minha querida, eu
espero que nossa exibição não tenha azedado sua opinião
sobre a cidade e nosso povo. Acho que você vai achar alguns

MY
CommandeR
Alanea Alder
dos locais da cidade incríveis. Talvez você possa bloggar isso
em seu notebook. — O Ancião Airgead sugeriu. Meryn sorriu.
— Você quer dizer postar. Talvez. Você tem as
informações sobre os casais desaparecidos? — ela perguntou.
O Ancião Airgead assentiu e entregou-lhe uma pilha de
papéis. Meryn deu um passo à frente e aceitou-os. Abriu a
aba da mochila dela e os enfiou dentro.
— Eu mal posso esperar para começar. Adoro projetos.
Obrigada.
— Você carrega seu notebook com você? Não fica
pesado? — perguntou Byron.
— Não, eu estou acostumada. Não posso viver sem ele.
— Meryn colocou a mochila no ombro.
— Boa sorte no seu projeto. — O Ancião bruxo recostou-
se na cadeira dele.
Quando estavam saindo da sala, Meryn olhou para
Aiden.
— Todos os vampiros são babacas? Porque Gavriel não
é. — Aiden agarrou a parte superior do braço dela e quase
começou a correr para o corredor. Atrás dela, ela podia ouvir
a risada alta de Byron preenchendo a sala do conselho.
Merda! Ela continuava esquecendo que não havia tal coisa
como sussurros em torno de paranormais!

MY
CommandeR
Alanea Alder
Capítulo 4

— Eu juro que você está tentando me matar! — Aiden


explodiu assim que estavam de volta ao carro.
— Sinto muito! Eu esqueci que ele podia me ouvir. Mas,
sério, aquele cara é um imbecil.
— Eu sei que ele é, mas ele ainda é um Ancião. Tente
não insultá-lo novamente. Infelizmente, não somos nós que
temos que lidar com ele numa base diária, é o meu pai. —
Aiden ligou o carro.
— Oh, pobre Byron. — Meryn se sentia terrível sobre o
que dissera agora. Aiden a olhou e teve piedade dela.
— Não se sinta tão mal. Eu já fiz pior. Eu cresci aqui,
lembra? — Aiden tomou a mão dela na dele e as pousou
sobre o painel central.
— Eu aposto que você e Colton eram terríveis.
— Ele era. Eu só ia junto para ver o que aconteceria. Os
ursos são naturalmente curiosos.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Você mesmo foi bem fodão lá atrás. Obrigada por me
apoiar.
— É claro, você é minha companheira.
— E só você pode gritar comigo? — Meryn brincou.
— Exatamente. — Aiden sorriu para ela e habilmente
virou o volante com uma mão manobrando o carro em uma
grande garagem pública. Quando ela olhou para ele e
levantou uma sobrancelha, ele explicou: — A cidade original
foi construída antes que tivéssemos carros. As ruas são de
ladrilhos de pedra e muito estreitas para os veículos. Nós
construímos um estacionamento nos arredores e todo mundo
caminha na cidade. Então, onde você gostaria de ir primeiro?
— Café.
— Nós temos alguns museus incríveis.
— Café!
— Ou nós poderíamos...
— Café ou te esfaqueio! — Aiden riu e se inclinou sobre
o painel para beijar a ponta do nariz dela.
— Ok, ok. Café será. Venha, Ameaça. — Ele abriu a
porta do carro e saiu. Se sentindo rebelde, ela rapidamente
abriu a porta do carro e saiu. Aiden a encarou.
— Há! — Meryn deu um soco no ar. Aiden rolou os
olhos.
Ela pegou sua mochila e fechou a porta. Ela colocou a
mochila nas costas e ajustou as alças.
— Você parece alguém do segundo ano. — Aiden havia
inclinado a cabeça e estava olhando engraçado para ela.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Foda-se. Não pareço não. Muitos adultos vestem
camisetas vintage. É moda agora. — Meryn tinha sim que
admitir, até mesmo para si mesma, que ela pensava que
parecia uma criancinha a maior parte dos dias também.
— Eu acho que você parece fofa. — O sorriso de Aiden
era gentil.
— Eu não sou fofa, sou sexy. — Meryn protestou. Aiden
teve a ousadia de rir na cara dela.
— Você é minha companheira e digo isso com toda a
sinceridade. Você não é sexy, de jeito nenhum. Você é tipo
uma intrépida esquentadinha e está tudo bem. Você é
completamente diferente e metade do que diz eu não entendo,
mas eu não mudaria nada em você. — Aiden despenteou o
cabelo dela e pegou a mão dela. Ela estava dividida entre se
derreter numa poça aos pés dele e ficar ofendida que ele não
achava que ela era sexy. Estupefata, ela andou ao lado dele,
olhando furtivamente para ele para ver se ele estivera tirando
sarro dela. Quando eles cruzaram a calçada para o caminho
de pedras Meryn sentiu uma sacudida atravessá-la. Havia
algo sobre os caminhos de pedra. Ela soltou a mão da de
Aiden e se ajoelhou para colocar a palma estendida na
superfície das pedras.
— Há algo estranho sobre essas pedras. — Mas não
importava como ela olhasse as pedras, elas eram simples
pedras cinzas e sem graça.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Muito bom, companheira minha. As pedras estão
enfeitiçadas. Elas estimulam sentimentos de comunidade e
boa disposição, — Aiden explicou.
— Legal. — Meryn se levantou e imediatamente Aiden
tomou a mão dela novamente. Ela estava começando a ver
um padrão. Ele tinha que estar tocando-a quando estavam
juntos. Segurando a mão dela, tocando suas costas, até
mesmo colocando-a no colo.
Eles caminharam até que chegaram ao fim do longo
beco. Aiden a olhou.
— Bem-vinda a Lycaonia, — ele disse e soltou a mão
dela para impulsioná-la para frente. Meryn se colocou entre
os altos prédios do beco e olhou ao redor. Em todo lugar que
se virava havia algo novo para se ver. Vendedores riam e
gritavam para as pessoas enquanto essas passavam por
perto, tentando vender suas mercadorias. Cada loja era
diferente. Na janela de uma loja, ela podia ver pilhas e pilhas
de livros velhos e rolos de pergaminho, em outra espadas e
adagas. Uma grande janela de uma loja continha fileiras de
bolos de aparência delicada. Ela sentiu a boca começar a
salivar. Quando olhou do outro lado da rua uma placa de
madeira pendurada alardeava sobre os melhores ingredientes
mágicos vendidos na costa leste. Ingredientes mágicos! Bem
quando ela achou que não poderia ficar melhor os cheiros
começaram a assalta-la. Jasmim, madressilva, incenso e
mirra. Ela olhou para além da loja de magia e viu um
boticário. A deliciosa fragrância de pão fresco e rolinhos de

MY
CommandeR
Alanea Alder
canela a fez se virar para encarar uma padaria com muitos e
muitos pães em exibição.
— Eu... eu... oh... A gente podia... Oh! — Meryn girou
em círculos tentando absorver tudo. Ela sentiu um dos
episódios dela chegando. Ela congelou e deixou seu cérebro
absolver tudo. Ela quase conseguia sentir as imagens sendo
baixadas e armazenadas.
— Meryn, Meryn! Você está bem? — A voz preocupada
de Aiden a trouxe de volta. Ele estava inclinado para baixo,
olhando o rosto dela.
— Me desculpe sobre isso. Às vezes meu cérebro precisa
processar as coisas rápido e eu tenho um momento. — Ela
corou. Ela sabia que era estranha, ela só odiava que ele
continuava vendo seu lado estranho.
— Um momento? Um Momento Meryn. Entendi. Você
está bem, no entanto, certo? — Aiden pegou a mão dela
novamente. Ela estava começando a se sentir nua sem a mão
grande, firme dele entrelaçada a dela.
— Momento Meryn? Gostei. Soa melhor do que
“Segundos Psicopatas” ou “Colapço Estranho”.
— Quem chamou isso disso? — Aiden franziu o cenho.
— Meu primeiro namorado e meu segundo namorado. —
Meryn suspirou. Ela tinha parado de namorar depois disso.
— Humpf. Ignore eles, Meryn, eles eram apenas
humanos. — Aiden balançou as mãos deles. Meryn sentiu o
coração voar. Isso mesmo! Eles eram só humanos, ela estava
nadando num lago muito maior e mais esquisito agora. Aiden

MY
CommandeR
Alanea Alder
a aceitava por quem ela era. A sensação era incrível. Meryn
franziu o cenho e parou de supetão aonde estava. Aiden
olhou para trás, preocupado.
— Eu acho que estou me apaixonando por você, — ela
disse monotonamente. As sobrancelhas dele se arquearam e
ele a olhou fixamente. As pessoas passavam por eles de todos
os lados enquanto eles encaravam um ao outro.
— Bem, eu acho que estou começando a te amar
também. — Aiden murmurou, as bochechas da cor das
maçãs vermelhas à venda na cesta ao lado deles.
— Bom. Café agora?
Aiden limpou a garganta e assentiu. Meryn notou que a
mão dele enquanto pegava a dela, havia ficado úmida e
tremia ligeiramente. Seu ursinho bobo.
— Por que vocês têm câmeras nos telhados? — ela
perguntou, apontando para a linha do telhado. — A cidade
inteira tem essa vibe vitoriana Steampunk legal e então você
vê essas câmeras e isso meio que estraga a atmosfera.
— As crianças. Ano passado se tornou maneiro “rotular”
locais da cidade com um feitiço ou, no caso dos shifters,
urina. Nós gastamos um monte de tempo perseguindo
adolescentes e conversando com pais. Com as câmeras, nós
apenas mandamos aos pais o vídeo capturado da criança
delinquente e cobramos pela limpeza. O vandalismo parou
quase imediatamente. Eu acho que a nova moda agora são
tatuagens de tinta que somem.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Eu suponho que crianças são crianças não importa
aonde você viva. — Meryn respirou fundo e além dos aromas
de jasmim, mirra, pão recém assado e canela estava o nítido
cheiro de outono. Enquanto andavam Aiden apontou para a
academia de treinamento e a escola local. Ele a levou por
uma rua mais estreita que estava cheia de pequenos
restaurantes. Ela sentiu o cheiro de algo familiar e começou a
sorrir.
— Eu espero que eles tenham bebidas com sabor de
abóbora.
— Tenho certeza que eles têm. — Aiden parou e segurou
aberta a porta para uma loja menor. No segundo que a porta
abriu ela pôde sentir o cheiro de céu. Grãos de café recém
moídos a atraíram para dentro.
— Bem-vindos ao The Jitterbug! Entrem! — Uma voz
falou de detrás do balcão. Meryn olhou para o homem menor
e sorriu. Ele era mais baixo do que qualquer um dos outros
homens que ela conheceu até então. Ela calculou que ele
tinha cerca de 1,72 metro. Mas o que lhe faltava de músculos
ele compensava em beleza. Ele tinha cachos loiro
avermelhados e brilhantes olhos verde azulados. O homem ao
lado dele que estava olhando-o com adoração era sua
antítese. Ele era mais alto, com 1,78 metro, seu cabelo era
escuro e estava puxado para trás numa longa trança. Seus
olhos castanhos tinham manchas douradas neles.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Comandante McKenzie, isso é uma surpresa. Você
nunca vem visitar. O que te traz aqui? — O homem menor
falou.
Eles andaram até o balcão.
— Minha companheira demandou café, então eu a
trouxe para o melhor em Lycaonia. Meryn, gostaria que
conhecesse Sydney Fairfax e Justice O’Malley. Eles são donos
do The Jitterbug. Cavalheiros, minha companheira, Meryn
Evans.
— Oh meu Deus, os rumores são verdade. O feitiço do
Ancião Airgead funcionou. Os guerreiros estão começando a
conseguir suas companheiras! — O homem menor, Sydney,
começou a rir. — Isso vai deixar muitas das mulheres
solteiras na cidade bem infelizes. Você foi votado como o
melhor Solteiro Elegível em Lycaonia pelos últimos cinco
anos. — Sydney secou os olhos.
— Bem-vindos triplos à Lycaonia, Meryn! O que você viu
até agora? O que eu posso pegar para você? É por conta da
casa. — Justice ofereceu.
— Essa é a primeira loja em que entramos, mas tudo
parece incrível. Você tem alguma coisa com abóbora?
— É claro! É outono, não é? Agora, sem querer me
gabar, mas o meu latte de Maçã de Abóbora é de matar. —
Sydney soprou nas pontas dos dedos e os esfregou na parte
frontal da camisa.
— Meu homem está se gabando, mas ele está certo. É
incrível mesmo. — Justice se inclinou e beijou a nuca de

MY
CommandeR
Alanea Alder
Sydney antes de retornar a máquina de café expresso. Sydney
suspirou alegremente.
— Vocês dois são tão fofos! Há quanto tempo estão
juntos? — Meryn se inclinou no balcão.
— Cinco anos agora, mas ele mantém as coisas
estimulantes. Eu não sei como fui sortudo o bastante para
ser o companheiro de um homem assim, mas a destino é
mais sábia, não?
— Eu acho que sim. Bem, eu espero que sim,
evidentemente ela me trouxe aqui.
— Eu acho que ela está fazendo certinho. — Aiden
passou um braço ao redor dos ombros dela.
— Awww! Eu nunca achei que veria o dia em que aquele
militar Comandante de Unidade, osso duro de roer, Aiden
McKenzie agiria de forma tão malditamente fofa! Garota, qual
o seu segredo? — Sydney perguntou. Meryn se inclinou.
Sydney se curvou para ouvir.
— Eu bati nele com a privada dele, — ela sussurrou.
Sydney se ergueu novamente e olhou fixamente para Aiden
em choque. Aiden suspirou e cobriu o rosto com a outra mão.
— Oh, minha Deusa, você não está mentindo. Ahhhhhh!
— Sydney apertou o estômago, ele estava rindo muito. Meryn
não pôde se impedir de rir com ele. Ele tinha o tipo de risada
que era contagiosa.
— Deixe ele em paz, seu bobo. Comandante, o que eu
posso preparar para você? — Justice empurrou o
companheiro dele para fora do caminho.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Obrigado, Justice. Eu tenho um respeito
completamente novo por você agora que eu conheci a Meryn.
— Hey! — Meryn ouviu Sydney ecoar o ultraje dela.
— Eu te entendo perfeitamente, Comandante. — Justice
assentiu sabiamente e ele e Aiden compartilharam um
momento.
Os olhos de Sydney se estreitaram e ele se virou para
Meryn:
— Sabe o que eu aprendi depois de estar acasalado por
cinco anos, Meryn? Homens grandes e engraçadinhos às
vezes esquecem que seus companheiros menores têm acesso
aos seus corpos inconscientes quando eles vão dormir. Às
vezes você tem que lembra-los disso. — Sydney cruzou os
braços sobre o peito.
— Isso parece brilhante para mim. — Meryn olhou para
Aiden. Tanto Aiden quanto Justice visivelmente engoliram em
seco.
— Agora, querido, você sabe que eu te amo de coração,
minha vida seria absolutamente aborrecida sem você para
fazer com que valha a pena viver cada dia. — Justice puxou
Sydney para os braços dele e estava enchendo o rosto e
pescoço do homem de beijos. Meryn podia ver o amor entre
eles. Sydney riu e jogou os braços ao redor do companheiro.
— Perdoado. Pegue para o ansioso Comandante o café
dele e eu prepararei o latte para Meryn. — Sydney deu um
tórrido beijo no companheiro e então começou a tirar garrafas

MY
CommandeR
Alanea Alder
de debaixo do balcão. Justice, sorrindo com bobo, andou para
a parte traseira. Meryn se virou para Aiden.
— Eu espero que você tenha estado tomado notas.
— Como se fosse fazer algum bem te tratar como uma
pessoa normal. Eu teria que fazer algo diferente, como te
comprar uma máquina de café expresso, certo? — Meryn
ofegou.
— Sério?! Você não estava brincando no café da manhã?
Sério? — Meryn deu pulinhos, animada.
— Sim, sua pequena ameaça, eu vou comprar pra você
uma máquina de café expresso. Eu temeria pela minha vida
toda manhã se você não tivesse uma. — Meryn pulou para
cima e passou os braços ao redor do pescoço dele. Quando os
braços de Aiden se enrolaram ao redor dela, ela passou a
beijar-lhe o rosto.
— Obrigada! — Meryn se contorceu até que ele a colocou
no chão. — Onde elas estão? Elas estão aqui? A gente tem
que pedir? — Meryn olhou ao redor da loja.
— Passe pela ponta do balcão, eu tenho algumas das
mais populares em exibição. Eu recomendo a de um botão,
super automática. Elas são fáceis de usar e podem te dar
qualquer coisa desde um café expresso a cappuccinos, —
Sydney aconselhou.
— É claro que também podemos te colocar em um
cronograma de entrega de grãos de café expresso. — Justice
acrescentou. Aiden suspirou.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Vá em frente. Eu sabia que isso seria caro, mas ela
vale à pena.
Meryn sentiu lágrimas lhe enchendo os olhos. Nunca
alguém já havia feito algo assim para ela em toda sua vida.
Incapaz de se impedir, ela deixou as lágrimas caírem.
Instantaneamente Aiden ficou ao lado dela.
— Hey, isso devia te deixar feliz, não triste. — Ele
limpou as lágrimas dela com seus dedos calosos.
— Ninguém já fez algo tão legal pra mim antes.
Obrigada, — Meryn sussurrou e enterrou o rosto no peito
dele.
— Se acostume. Eu tenho a sensação que vou gostar de
te mimar. — Aiden esfregou a bochecha pelo topo da cabeça
dela. Ela, repentinamente, se sentiu mais à vontade sabendo
que ele estava tentando marca-la.
— Vocês dois são tão lindos! — Sydney fungou por de
trás do balcão.
— Ele é bem incrível, não? — Meryn perguntou, dando
um passo para longe de Aiden, limpando os olhos na
camiseta dela.
— Vocês dois são. Agora. Que máquina você acha que
gostaria? — Sydney limpou os olhos na toalha dele e a guiou
até as prateleiras.
— Eu gosto daquela ali. — Meryn apontou para a
máquina prateada que alardeava ser fácil de usar, não
apenas para fazer bebidas, mas também na manutenção da
mesma.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Ótima escolha. Para te colocar em um pedido
recorrente de grãos, preciso saber quantas doses você vai
fazer. Quantas xícaras acha que vai beber?
— Em um dia?
— Claro. — Sydney tirou uma prancheta de do lado da
caixa registradora.
— Hum. Duas pra acordar. Uma para a metade da
manhã, uma depois do almoço. Uma para me animar à tarde
e uma depois do jantar. Então, seis. — Meryn estendeu os
dedos. Sydney ficou encarando.
— Os humanos processa a cafeína de forma diferente
dos shifters? — Sydney perguntou. Justice limpou a garganta
e respondeu:
— A cafeína os afeta mais. — Eles todos a encararam.
— O quê? — Eles continuaram encarando. — Eu preciso
disso pra viver! — Ela bateu o pé.
— Ela é assustadora de manhã. — Aiden estremeceu.
Tanto Justice quanto Sydney a olharam com renovado pavor.
Evidentemente, qualquer coisa que é ruim o bastante para
amedrontar um Comandante de Unidade era bem ruim.
— Eu vou estabelecer essa ordem de entrega
imediatamente. De fato, pegue alguns grãos do estoque para
os próximos dias. — Sydney foi para trás do balcão e pegou
um saco de grãos.
— Eu vou pegar a máquina. — Justice desapareceu,
indo para a parte traseira.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Garota, parabéns pra você. Mal posso esperar para
ver como aqueles fantoches esnobes da sociedade vão reagir a
você. — Sydney riu em silêncio.
— Nem me lembre. Ela foi convidada a participar do
círculo de costura da minha mãe amanhã. — Aiden rosnou.
— O Círculo de Costura das Filhas de Lycaonia? Sério?
Isso é sábio? — Sydney olhou Meryn de canto.
— Provavelmente não, mas minha mãe quer exibi-la.
— Ela conheceu a Meryn, certo? — Sydney perguntou.
Aiden assentiu.
— Eu estou bem aqui, rapazes! — Meryn socou Aiden
com força. — Eu disse que ia ser boazinha e vou ser. — O
humor azedo de Meryn evaporou quando Justice voltou da
sala de estoque com uma máquina de café expresso novinha.
— Ok, amiga, aqui estão os grãos, algumas garrafas de
calda, uma lista de receitas e meu número de telefone. Me
liga mais tarde e eu vou te dizer tudo sobre as damas
educadas que você vai conhecer amanhã. — Sydney entregou
a ela uma bonita sacola de compras de papel cheia com
suprimentos de café.
— Obrigada, Sydney, me sinto como se eu estivesse indo
para a batalha amanhã sem nenhuma munição. — Meryn
admitiu.
— Confie em mim, querida, eu posso te dar montões e
montões de munição. — Ele piscou um olho.
— Maravilhoso. Eu não sei se apresentar vocês dois foi
inteligente ou não. — Aiden pegou a pesada sacola de

MY
CommandeR
Alanea Alder
compras da Meryn e facilmente a segurou junto com a nova
máquina dela.
— Definitivamente não foi uma boa ideia, mas eu tenho
a sensação que será divertido. — Justice sorriu.
— Verdade. Ok, Ameaça, vamos. — Aiden a guiou até a
porta. Meryn acenou com a mão e riu de Sydney que estava
com o dedo mindinho e o polegar estendidos perto do rosto no
universal sinal de “Me Liga”. Ela assentiu.
Aiden a levou por toda a cidade, lhe mostrando seus
lugares favoritos para sair e restaurantes. Ela riu do deleite
infantil que ele mostrou quando estavam na padaria. Ela deu
risadinhas quando ele pediu patas de ursos8 e ele riu com ela.
Então ele a espantou por comer quase uma dúzia.
— Você não pode julgar. Você bebe quantidades insanas
de café e eu amo doces. — Aiden a cutucou com um dedo na
lateral, fazendo-a guinchar.
— Patas de urso para as suas patas de urso. Grrrrr. —
Meryn estendeu seus dedos curvados em um rugido de
zombaria. Aiden jogou a cabeça para trás e riu abertamente.
Quando o rosto sorridente dele se voltou para ela, ela não
pôde impedir. Se levantou da cadeira e tomou os lábios dele.
Ela viu a expressão aturdida dele antes dela fechar os olhos
enquanto ele tomava o controle. A mão dele segurou a parte
de trás da cabeça dela e ela sentiu sua língua ágil traçar o

8 Patas de urso é um doce recheado com amendoins torrados


salgados e caramelo amanteigado macio, revestido com doce chocolate branco ou
negro.

MY
CommandeR
Alanea Alder
céu da boca dela. As pernas dela estavam bambas quando se
separaram.
— Você tem gosto de limão. — Ele respirou fundo e se
moveu na cadeira desconfortavelmente. Ele estremeceu
enquanto ajustava as calças. Atordoada, ela balançou a
cabeça e se sentou novamente. Maldito homem. Seus beijos a
deixavam estúpida.
— Bom trabalho aí, Comandante. — Uma voz masculina
o parabenizou.
— Obrigado, Darren. Como está a sua companheira? —
Aiden se levantou e cumprimentou o dono da padaria que
havia se aproximado da mesa deles.
— Ela está bem. Ela vai me matar por dizer algo, mas
estou morrendo de vontade de compartilhar. Ela está grávida.
— Meryn pensou que o homem sairia voando de dentro do
avental de orgulho. O rosto de Aiden se iluminou e ele
estendeu a mão. O padeiro agarrou a mão de Aiden e a
apertou vigorosamente.
— Ela tem esperanças que seja uma menina. Eu não me
importo contanto que ele seja saudável. Um menino ou uma
menina sempre podem ajudar por aqui. — Darren irradiava
alegria.
— Darren, essa é a minha companheira, Meryn. Meryn
esse é o Darren Williams. Ele era o terceiro no comando da
Unidade Gama alguns anos atrás. Ele se aposentou para
assumir a padaria da família aqui na cidade. Eu acho que
estamos todos gratos por isso. Os doces dele são de matar. —

MY
CommandeR
Alanea Alder
Aiden apresentou o homem. Meryn se levantou e se
encontrou pega em um abraço. Darren a soltou e ela se
aproximou mais de Aiden.
— Comandante, estou tão feliz que o feitiço funcionou.
Eu sei por experiência própria que vocês, homens, precisam
de companheiras. Eu lembro quão ruim algumas noites
podem ficar depois de uma missão. — Darren estremeceu.
— Tem sido interessante até agora. — Aiden apertou a
mão dela.
— No início eu fiquei assustada já que nem mesmo sabia
que qualquer uma dessas coisas existia, mas agora... — Ela
olhou para Aiden. — Eu não consigo me lembrar como era a
minha vida antes do Aiden, — ela disse timidamente.
— Nós precisamos ir, — Aiden disse abruptamente. Ele
pegou a máquina de café expresso e a sacola de compras dela
e a puxou para fora da loja sem nem mesmo dizer adeus.
— Se divirta, Comandante! — Darren gritou enquanto as
portas se fechavam atrás deles.
— Rude! — Meryn estalou enquanto Aiden, que, com a
máquina de café expresso dela debaixo de um braço, a
arrastava pela multidão de volta ao estacionamento. —
Aiden? — Meryn estava confusa. Ela tinha dito algo errado?
— Shiu. Não diga mais nada, meu controle está por um
fio, — Aiden disse se movendo rapidamente por entre as
pessoas.
Quando eles chegaram ao carro ele abriu o porta-malas
e colocou a máquina de café expresso e a sacola de compras

MY
CommandeR
Alanea Alder
dela dentro. Ele abriu a porta do carro, a fez se sentar e
praticamente correu de volta ao lado do motorista.
— Se eu disse qualquer coisa que não deveria, apenas
me diga. — Meryn protestou.
— Nem mais uma palavra. — Meryn exasperava-se ao
lado dele. Ela odiava ser tratada como uma criança. Ela olhou
para fora da janela e as árvores passavam voando. Antes que
ela percebesse, eles estavam de volta à casa. Ele estacionou
bem em frente à porta. Não querendo irritá-lo ainda mais ela
esperou que ele abrisse a porta. Ele abriu a porta de supetão,
agarrou ela pela mão e a puxou para fora do carro.
Ele a surpreendeu quando se dirigiu para os fundos em
vez de ir para a porta da frente. Passaram pelos canteiros
bem cuidados e pelos lagos de carpas. Ela não teve tempo de
admirar o gazebo ou a treliça coberta de rosas. Ele continuou
marchando até chegarem à floresta e ele ainda continuou. Ela
podia dizer que eles estavam em um caminho construído,
mas um que foi criado depois de anos de ser pisado em vez de
ser feito pelo homem com pedra ou tijolo.
Ele não parou até que as árvores deram espaço para
revelar um pequeno riacho de montanha. Quando ela olhou
ao redor, sentiu como se a cidade e a casa estivessem a
mundos de distância. Esse local parecia tão isolado e pacífico.
Finalmente Aiden soltou a mão dela e foi ficar perto do riacho,
olhando para a água.
— Aiden, o que quer que eu tenha feito, sinto muito. Eu
não quis te envergonhar. — Meryn baixou a cabeça.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— É isso que você acha? — Aiden se virou e acabou com
a distância entre eles com dois passos. — Eu te arrastei para
fora de lá antes que você dissesse mais alguma coisa que me
faria te reclamar nas mesas da padaria do Darren para toda a
Lycaonia ver. Você tem alguma ideia do que as suas palavras
fizeram comigo? — Ele exigiu segundos antes que os lábios
dele descessem aos dela.
Em um segundo ela estava se desculpando, no próximo
ela tinha esquecido em que planeta estava. Quanto mais ele
sugava e traçava os lábios dela mais quente seu núcleo
ficava. Cada gole parecia como se os lábios dele estivessem
envoltos ao redor do clitóris dela, mandando faíscas de prazer
por seu corpo. Tudo vindo de um beijo. Ela sentiu liquido se
empoçando entre as pernas dela e ela o desejava mais do que
já quis qualquer outra coisa na vida.
Ela se afastou, respirando pesadamente.
— Por favor, — ela sussurrou. Ele se inclinou para
frente e mordiscou a sensível pele atrás da orelha dela.
— Por favor, o quê? — A voz dele havia se aprofundado
para um rosnado baixo e a arrepiou na espinha.
— P-p-p-por favor, — ela gaguejou. Ele tinha estado
certo mais cedo. Ela não era sexy. Ela não tinha ideia de
como pedir a ele o que ela precisava. Quando ele olhou para
baixo, seu rosto se suavizou.
— Está tudo bem, minha doce Meryn. Eu sei. Eu sei do
que você precisa. Eu sou seu companheiro, sempre te
proverei. Sempre te darei o que você deseja. — Aiden a virou

MY
CommandeR
Alanea Alder
de forma que as costas dela estivessem pressionadas contra o
corpo dele. Estendendo a mão para a frente do corpo dela ele
abriu energeticamente os jeans dela e os empurrou para
baixo, para a metade da coxa, com um duro puxão. Ela
ofegou quando o frio ar de outono atingiu sua pele quente.
Segundos depois as grandes palmas calosas dele estavam
acariciando-a. Dedos gentis traçavam o monte dela e a dobra
entre o sexo e as pernas dela. Ele mergulhou o dedo entre as
dobras molhadas dela e provocou sua abertura. Sem pensar
conscientemente, ela impulsionou os quadris para cima,
querendo mais do que ele estava provendo.
— Shiu. Confie em mim, — ele sussurrou e mordeu
gentilmente o ombro dela enquanto seus dedos encontravam
o pequeno botão que estivera implorando por atenção. Ela
gritou e impulsionou o quadril novamente. Os dedos dele
dançaram e o corpo dela se apertou mais e mais. Sem aviso,
seu corpo explodiu. Ela gritou por causa de sua liberação e
arqueou as costas. Devagar os dedos dele pararam. Os
joelhos dela cederam e ela se encontrou sendo sustentada por
um único braço. Com a outra mão Aiden arrancou a calcinha
do corpo dela e a usou para limpa-la. Gentilmente ele puxou
os jeans dela de volta para cima e enfiou o tecido usado no
bolso do casaco. Com ambas as mãos agora livres, ele a
pegou nos braços e a carregou para se sentar no colo dele sob
um grande carvalho.
Meryn se aconchegou contra o peito dele. Nenhum outro
homem já foi capaz de lhe dar um orgasmo antes. Era como

MY
CommandeR
Alanea Alder
se ele fosse o único que conseguisse inflamar o corpo dela.
Quando ela sentiu uma dura protuberância entre eles, ela
percebeu quão egoísta tinha sido. Ela recuou.
— E você? Quero dizer, você não... — Meryn apontou
para a virilha dele e ele sorriu e puxou a cabeça dela
novamente para o peito dele.
— Eu estou bem. Isso era para você. O seu prazer, o seu
completo abandono foi um presente. Obrigado. — Meryn
franziu o cenho, confusa. Ela teve um orgasmo de explodir
mentes e ele disse obrigado?
— Foi a sério o que eu disse no café. A vida era boa
antes de eu te conhecer, mas é como se cada dia desde que te
conheci ela só ficasse mais e mais perfeita. Eu sinto que
finalmente tenho um lugar aonde pertenço. — Ela o olhou e
viu emoção nos olhos dele.
— As coisas que você diz, — ele sussurrou duramente e
a beijou novamente. Quando se separaram, ela pousou a
cabeça no peito dele e desfrutou da brisa vinda da água.
— Eu vou gostar mais das minhas visitas à casa agora
que você está aqui. — Ele suspirou, contente. Ela assentiu,
então percebeu o que ele disse.
— O quê? — Ela se levantou para olhá-lo.
— O quê? — ele perguntou.
— O que quer dizer “quando você visitar”?
— Eu não vivo aqui, Meryn, eu vivo na propriedade da
Unidade Alfa.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Quando eu me mudo com você? — Ela se ajoelhou
novamente.
— Você não se muda. — As sobrancelhas dele se
franziram.
— O que você quer dizer com “eu não me mudo”?
— Quero dizer que você vai viver aqui com os meus pais
e aprender como administrar uma casa e eu vou viver com a
Unidade Alfa e comandar os homens. Eu virei visitar, é claro.
— Meryn teria pensado que ele estava sendo deliberadamente
cruel, exceto pela expressão absolutamente confusa em seu
rosto.
— Ok, veja, isso não vai funcionar pra mim. Acoplada,
casada, namorando, do que quer que você queira chamar. Eu
pensei que iríamos viver juntos. — Ela se levantou e ele se
recostou contra a árvore.
— Não é assim que as coisas funcionam, Meryn. — O
tom condescendente dele estava fazendo a pressão sanguínea
dela se elevar à estratosfera.
— Comigo é assim que funciona. Você tem duas
escolhas. Ou você se muda de volta com os seus pais e vive
comigo, ou eu me mudo para a propriedade da Unidade Alfa
com você. É assim. — Ela colocou as mãos nos quadris e
franziu o cenho para ele.
— Pare de agir como uma criança. Nós temos motivos
para fazer as coisas do jeito que fazemos. Eu não posso
liderar os meus homens da casa dos meus pais e você seria
uma distração se se mudasse comigo. — Aiden fechou os

MY
CommandeR
Alanea Alder
olhos. O queixo de Meryn caiu. Ela lutou contra o desejo de
chutá-lo na cara, mas a pequena parte racional de seu
cérebro não queria machucá-lo seriamente. Então ela fez o
que sempre fazia quando ficava realmente zangada. Se
desligou. Ela conseguia sentir seus músculos faciais
relaxando e seu corpo se inclinou para frente bruscamente.
Sem dizer uma palavra ela se afastou. Ela andou todo a
caminho de volta para casa e para a porta do fundo antes de
ouvir o grito surpreendido dele. Ela se apressou a passar pela
porta de trás e fechou a tranca. Ela olhou para cima para ver
um surpreendido Ben congelado no lugar mordendo o
sanduíche dele. A porta atrás dela balançou no batente
quando Aiden a esmurrou.
— Maldição, Meryn, destranque a porta nesse instante!
— Vai se foder! — ela gritou para as janelas de vidro.
Atrás dela o Bem começou a rir, então se engasgou
ligeiramente com o sanduíche. Quando sua boca ficou livre
ele lhe fez uma continência.
— Fala pra ele mesmo! — ele aplaudiu.
— Pare de incitá-la, Ben! Meryn, abra a porta agora!
Meryn balançou a cabeça.
— Você sabe que ele tem uma chave, certo? — Bem
disse casualmente.
Ela o olhou, lágrimas escorrendo pelo rosto.
— Eu não quero ver ele nesse momento. — Ele suspirou
e deixou o prato. Ele agarrou a mão dela e eles correram.
Subiram as escadas correndo e correram pelos corredores.

MY
CommandeR
Alanea Alder
Bem quando ela pensou que eles não poderiam ir mais longe,
ele os fez correrem em círculos no fim do corredor. Ela
pensou que ele estava fora de si até que ele estendeu a mão e
bateu de leve em um pequeno painel atrás de um espelho
antigo. Uma pequena abertura apareceu e ele se agachou e
rastejou para dentro. Ela o seguiu e ele colocou o painel de
volta no lugar. Ela estava prestes a lhe perguntar como ele
sabia sobre aquilo quando ele colocou a mão sobre a boca
dela. Mal respirando eles ouviram passos ruidosos no
corredor. Na escuridão Meryn esperou.
— Maldito seja, Bem, isso não é engraçado! — Aiden
rugiu.
— Aiden, qual é o problema? — Meryn ouviu Adelaide
perguntar.
— Meu estúpido irmãozinho sequestrou a minha
companheira! — A voz de Aiden mal era humana.
— Se acalme antes que eu chame o seu pai. Eu estarei
na sala de visitas frontal esperando por você com um bule de
chá. Vamos tomar uma xícara e você poderá explicar por que
Meryn está chateada o bastante contigo para estar se
escondendo com Bem. — Adelaide disse de forma razoável.
— Mas! — Aiden rugiu.
— Você tem cinco segundos para retrair esses caninos,
jovenzinho, antes que eu faça isso para você. — A voz de
Adelaide ainda estava nivelada, mas havia caído uma oitava.
Meryn percebeu que: é claro que a voz dela podia mudar,
Adelade era uma shifter também.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Me desculpe, mãe, — Aiden disse, soando muito mais
calmo.
— Bom. Agora venha para baixo comigo e me conte tudo
sobre isso. — Só quando os sons dos passos deles
desapareceram completamente Ben retirou a mão da boca
dela. Ele tateou na escuridão até que encontrou a mão dela. A
guiou pelo pequeno túnel até uma sala secreta. Esta tinha
uma única, pequena e arredondada janela que deixava entrar
a desvanecente luz solar da tarde.
— Cara, eu não ouvi a mãe ou o Aiden irritados assim
faz um bom tempo. Eu não tive que usar esse lugar secreto
nos últimos duzentos anos. — Ben desabou numa longa
espreguiçadeira e uma nuvem de poeira o envolveu. Meryn
tossiu e riu enquanto tentava limpar o pó das roupas dele.
— Agora conte ao irmãozão Ben o que o Aiden fez pra te
deixar tão triste. Então podemos planejar uma vingança
apropriada.
— Você fez muito isso aqui em cima, não? — Ela se
sentou ao lado dele na espreguiçadeira.
— Pode apostar. Meus irmãos sempre foram maiores do
que eu, mas eu geralmente era mais rápido. Eu descobri esse
esconderijo quando era garoto. Minha velocidade me dava
bastante tempo para correr por aí para dispersar meu cheiro
e me esconder aqui. Você não pode se mover imediatamente
ou eles vão ouvir. Eu escapei de muitas surras assim.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Eles não realmente batiam em você, batiam? —
Meryn, apesar de estar extremamente zangada com ele, não
conseguia imaginar Aiden batendo no irmão mais novo.
— Bater talvez seja uma palavra forte. Socar talvez? Não
me leve a mal, na maior parte do tempo eu totalmente
merecia, mas é assim que os irmãos são. Agora, o que o Aiden
fez? Talvez eu possa ajuda. — Os preocupados olhos
castanhos de Ben foram a ruína dela. Ela estava acostumada
a suportar a dor e frustação sozinha. Não estava acostumada
a ter pessoas se preocupando com ela ou dispostos a
enraivecer os membros da família deles por ela. Ela enterrou
o rosto nas mãos e chorou. Ben a rodeou com um braço e
abraçou apertado.
— Hey, nada pode ser tão ruim que você e eu não
possamos lidar. Eu conheço umas pessoas que conhecem
umas pessoas. — Ben beijou o cabelo dela.
— O Aiden não quer viver comigo. Hoje foi tão
maravilhoso, nós fomos às compras e ele me mostrou a
cidade. Ele foi perfeito e charmoso e amoroso e apaixonado.
— Cuidado com a parte apaixonada, irmãzinha, o
irmãozão aqui não precisar ouvir essa parte. — Ela sorriu
timidamente.
— Então o Aiden diz que não devemos morar juntos, que
ele tem que viver com os homens dele e eu tenho que
aprender a gerenciar uma casa. Não foi assim que eu
imaginei que seria estar com outra pessoa. Eu sou

MY
CommandeR
Alanea Alder
antissocial, mas até mesmo isso é espaço demais pra mim. —
Ela limpou o nariz na manga da camisa.
— O Aiden está numa posição difícil. Ele está certo. Ele
não pode viver aqui. Há muito treinamento e exercícios com
as unidades para ele viajar diariamente. As unidades vivem
juntas porque podemos ser chamados a qualquer hora e
temos que nos organizar e sair dependendo da situação. Nós
já chegamos a incidentes muito tarde, não tem como o Aiden
adicionar de vinte a quarenta minutos a esse processo por
causa de tempo adicional de viajem e para se atualizar. Você
não pode viver lá porque viver com a unidade seria como viver
em um quartel.
— Eu não quero viver longe dele. Eu sentiria falta
daquele idiota.
— Sente com ele. Explique por que ficou chateada. Ele
não é como eu. Ele não entende o funcionamento delicado da
mente feminina. Você literalmente terá que soletrar para ele.
— Talvez ele não realmente me quer. Ele já me chamou
de distração algumas vezes até agora.
Ben riu alto.
— É claro que você é uma distração, você não seria a
companheira dele de outra forma. Só o seu cheiro é uma
distração para ele. Quando você leva em consideração sua
completa falta de conhecimento sobre as normas da
sociedade e sua maluquice geral, é claro que ele fica
distraído. Se ele não ficasse, então você teria que se

MY
CommandeR
Alanea Alder
preocupar. — Meryn olhou para Ben enquanto absorvia suas
palavras.
— Ele não me quer perto porque me quer? — ela
perguntou e, de alguma forma, aquilo fazia sentido.
— Sim. Agora, vamos descer e tomar um chá. Eu aposto
que a mãe abriu o estoque do bom para acalmar o Aiden, é
delicioso. — Ben sacudiu as sobrancelhas para ela.
— Obrigada. Você vai... vai ser meu amigo? — Meryn
prendeu o fôlego.
— Não.
O coração de Meryn desmoronou.
— Mas serei seu irmão. — Meryn o atacou e eles caíram
no chão.
— Eu nunca tive irmãos antes. Posso usar seu
esconderijo se eu precisar escapar de Aiden novamente?
— É claro, eu vivo para enlouquecer os meus irmãos. —
Ben se levantou e ajudou-a a ficar de pé. Eles andaram até a
parede e se agacharam novamente. — Embora eu me lembre
disso sendo mais fácil quando eu era mais jovem. — Ben se
espremeu pela pequena passagem.
— Provavelmente porque você era menor. — Meryn riu.
— Provavelmente. Um momento. — Ele tirou o painel e
ajudou-a a sair antes de recoloca-lo. — Vamos. — Ele
estendeu a mão e ela a pegou e eles desceram as escadas. Ela
nunca teve um irmão antes, mas gostou da ideia de alguém
estar do lado dela para variar.

MY
CommandeR
Alanea Alder
Quando eles entraram na sala de visitas, Aiden ficou de
pé, o rosto cheio de remorso.
— Venha Benjamin, esses dois precisam conversar.
Ben ficou com um rosto desanimado.
— Mas...
— Eu vou te fazer seu próprio bule na cozinha. —
Adelaide piscou para Meryn e puxou Ben para fora da sala
antes de fechar a porta atrás deles.
— Eu sinto muito, — Aiden disse imediatamente.
— Pelo quê?
— Por te chatear. Por não perceber porque você não
queria estar longe. — Meryn não poderia perdoá-lo em
seguida. Ela queria saber como ele se sentia.
— Por que eu não quero que nos separemos? — ela
perguntou suavemente. Os olhos de Aiden se encheram de
lágrimas, mas ela observou enquanto ele lutava para impedi-
las de cair.
— Porque você se importa comigo. — Ele a observou com
cuidado.
— E como você acha que me senti quando pareceu que
você estava bem em ficar longe de mim?
— Provavelmente perto de como me senti quando você
deixou meu irmão consolá-la em vez de mim. — Ela não podia
mais suportar a dor nos olhos dele.
— Você é um baita de um maldito idiota. — Ela jogou as
mãos para cima. Ele a observou cautelosamente. — Mas ...
você é o meu baita idiota maldito e eu não quero que nos

MY
CommandeR
Alanea Alder
separemos. — Aiden tirou o divã do caminho com um
empurrão e a puxou para os braços dele.
— E você é a minha pequena ameaça. Eu também não
quero que nos separemos, mas não tenho certeza de como
podemos fazer isso funcionar. — Ele admitiu.
Ela deu de ombros.
— Não há pressa, certo? Podemos dar um jeito.
— Sim, definitivamente vamos dar um jeito, porque você
está certa. Eu não acho que devemos nos separar também.
— Bom. Agora, posso tomar um pouco desse chá incrível
do qual Ben me falou? — Aiden riu.
— Vamos lá, vamos tomar um gole fresco na cozinha. —
Juntos, eles saíram da sala de visitas e entraram na cozinha.
— Eu vou dividir meu chá com a Meryn, mas não com
você, já que você já bebeu um tanto. — Ben fez beicinho.
— Garotinhos para sempre, eu juro. — Adelaide revirou
os olhos.
— Eu vou tomar só um gole, eu sou mais de beber café
de qualquer forma, a menos que eu esteja no meu notebook,
então eu prefiro o Earl Grey, é melhor para os meus olhos. —
Meryn pegou a xícara de Ben e tomou um pequeno gole. O
chá era doce, mas não muito doce.
— Isso é delicioso. Ele gosta do chá doce como eu!
— Na verdade, não há adoçante nele, ele é naturalmente
doce, — Adelaide explicou.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Eu amei! O que é? — Meryn tomou outro gole
saudável e passou, com arrependimento, a taça de volta para
Ben.
— É uma hibridização de um raro chá chinês Oolong e
uma mistura fae. Chama-se Chá de Mel. — Adelaide pegou
uma pequena vasilha.
— Os garotos conseguem para mim todos os anos no
Natal. — Ela sorriu para os filhos. Meryn se virou e olhou ao
Aiden com olhos de cachorrinho.
— Parece que temos que adicionar Meryn à lista este
ano. — Meryn dançou ao redor alegremente antes de se
lembrar daquela manhã.
— Talvez você devesse guardar um pouco para o seu pai.
— Ela sugeriu.
— Byron? Por quê? — Adelaide parecia interessada.
— Eu posso ter ou não ter chamado o vampiro Ancião de
babaca. — Ben e Adelaide ficaram olhando fixamente para
ela. — Foi um acidente! — Meryn exclamou. Adelaide se
levantou.
— Marius! Marius! — Ela gritou e começou a tirar
ingredientes dos armários.
— Minha senhora! Qual é o problema? — Marius
apareceu na porta, um pano de limpeza na mão.
— Você pode contatar o seu contato na cidade para ver
se foi entregue um pouco de lagosta fresca do Maine hoje?
Temo que Byron possa ter tido uma tarde difícil com o

MY
CommandeR
Alanea Alder
conselho, e vai precisar de um jantar especial. — Ela fez uma
careta.
— Claro. Quão difícil? — ele perguntou. Meryn olhou
para todos os lugares, menos para Adelaide.
— Vou fazer um bolo de Pão de Mel. — Foi a resposta de
Adelaide. Marius empalideceu.
— Eu mesmo vou pegar. — Marius tirou o avental e saiu
correndo da sala.
— Eu sinto muito! — Meryn lamentou.
— Não sinta, querida, você não disse nada que nós todos
já não pensamos em um ponto ou outro. Além disso, você
ainda é muito jovem e nova ao nosso mundo. — Adelaide
tirou uma dúzia de ovos da geladeira.
— Ela recebeu um convite do Ancião Vi'Ailean para
visitar seus premiados jardins, — Aiden disse sorrindo de
orelha a orelha. Adelaide fez uma pausa e desta vez parecia
encantada quando se virou para Meryn.
— Um grande elogio, de fato. Apenas um punhado de
pessoas já foram convidadas para o coração de um jardim
fae. Mal posso esperar para jogar essa linda bomba na
Daphane Bowers. Ótimo trabalho, Meryn. — Ela a
parabenizou.
— Mas e o cara vampiro?
— Ele só é popular com outros vampiros. Não vai
machucar nem um pouquinho a sua reputação se essa
história vazar, pode acabar ajudando, na verdade. — Adelaide

MY
CommandeR
Alanea Alder
riu. — Ele é um babaca pomposo, no entanto. — Adelaide
disse enquanto quebrava os ovos.
— Mãe! — Aiden e Ben pareciam chocados. Adelaide os
ignorou.
— Oh, Aiden, você pode querer levar Meryn para o
apartamento dela para buscar suas coisas antes do jantar.
Ela pode gostar de colocar algumas roupas íntimas novas. —
Adelaide se virou para o armário.
— Como você sabia que ele as arrancou? Os
paranormais são psíquicos? — Meryn exigiu. Adelaide deixou
cair a grande tigela de aço inoxidável que tinha tirado do
armário.
— Ele fez isso? Oh, querida, eu só assumi que você
gostaria de roupas limpas. — Adelaide corou até a linha do
cabelo. Ao lado dela, Aiden gemeu e enterrou o rosto nas
mãos. Meryn virou-se para Ben, que estava olhando para eles
com olhos arregalados.
— Certo. Bem, assim sendo, vamos embora! — Meryn
agarrou a mão de Aiden e puxou-o para fora da cozinha.
Assim que abriram a porta, Ben irrompeu a gargalhar.
— Eu amo ter uma irmã! — Ela o ouviu gritar. Meryn
sentiu seu coração se encher. Ela tinha a sensação de que
iria gostar de ter um irmão também, se pudesse parar de se
envergonhar em torno de sua nova família.

MY
CommandeR
Alanea Alder
Capítulo 5

Eles pararam em um prédio de apartamentos de


aparência questionável. Quando Meryn saiu do carro e
passou por um traficante de drogas para verificar a
correspondência, ele começou a ter palpitações no coração.
Ela vivia ali?
Ele rapidamente saiu e rosnou baixinho para o homem
de olho em sua companheira. O homem olhou para cima,
assustado, e continuou descendo a rua. A porta de proteção
não passava de uma placa de vidro rachado e metal
enferrujado. Quando ele entrou no saguão, notou que a
lâmpada da entrada havia sido removida. Que conveniente
para um assaltante. Ele estava grato por não ser capaz de ver
o estado do piso, mas estava preocupado com o risco de
segurança que o sombrio saguão apresentava. Ele seguiu-a
por um conjunto de escadas escuras, com cuidado para não
tocar o corrimão. Meryn pegou as chaves e foi abrir a porta.
No momento que a mão dela tocou a maçaneta, a porta se

MY
CommandeR
Alanea Alder
moveu, balançando-se ligeiramente para dentro. Ela pulou
para trás como se tivesse sido eletrocutada. Seus olhos
estavam arregalados quando se virou para ele. Empurrando-a
para trás dele, ele violentamente chutou a porta, fazendo-a
bater ruidosamente na parede. Meryn bateu nas costas dele.
— Quieto, eles podem te ouvir, — ela sussurrou.
— Bebê, se eles estão roubando o lugar, eu quero que
me ouçam para que vão embora, — ele explicou.
— Oh. Boa ideia. — Ela assentiu.
— Fique aqui.
— É, foda-se isso. Vou grudar em você como cola. Eu já
vi esse filme de terror, a pessoa que espera no corredor
morre. — Meryn sacudiu a cabeça.
Aiden virou-se para olhar para ela.
— Mais tarde vamos conversar sobre suas escolhas de
filmes. — Ele atravessou a porta aberta e olhou ao redor da
sala. — Quantos quartos há? — ele perguntou.
— Sala principal, cozinha e quarto com banheiro anexo.
Só isso. — Meryn agarrou o cinto dele e ele sentiu a pequena
mão dela em suas costas.
Ele entrou na sala principal, não havia armários para
ninguém se esconder dentro. Ele enfiou a cabeça na
minúscula cozinha do estilo das de navios. Estava vazio.
— Bebê, fique aqui enquanto eu checo o quarto, ok? —
Ela assentiu. Ela fechou a porta do apartamento e seus olhos
percorreram a sala. Ele podia dizer que ela estava tentando
ver se alguma coisa havia sido roubada.

MY
CommandeR
Alanea Alder
Quando ele abriu a porta do quarto, foi imediatamente
oprimido pelo cheiro de outro macho. Alguém havia marcado
este quarto como seu território com urina e sêmen. Sentindo-
se doente, ele puxou as cobertas da cama para descobrir que
o colchão havia sido estraçalhado e que sêmen marcava os
travesseiros. Seu urso subiu à superfície rugindo. Ele mal
conseguiu evitar se transformar. Respirando pela boca para
permanecer calmo, ele checou o banheiro e o closet. Ambos
também estavam marcados e vazios.
— Por que está demorando tanto? — Meryn perguntou,
prestes a entrar.
— Fique longe! — Ele ordenou. Ela o olhou com uma
expressão magoada, mas então notou sua raiva mal contida.
Ela olhou para além dele, seus olhos notando cada pequeno
detalhe.
— Aquilo é... aquilo é sêmen? — ela perguntou.
Ele não respondeu, não precisava.
— Eu vou vomitar. — Meryn correu disparada pelo
corredor e ele estava bem atrás dela. Ela se inclinou sobre a
pia da cozinha e regurgitou seu latte. Ele esfregou as costas
dela. Ela enxaguou a boca com água da torneira e depois
cambaleou até a geladeira. Abriu a porta com tudo e pegou
um recipiente de suco de laranja. Ela fez um gargarejo com o
suco na boca antes de cuspi-lo na pia. Ela tomou outro gole e
engoliu. Suas mãos tremiam quando pôs o suco de lado.
Aiden pegou seu telefone.
— E aí? — Colton perguntou.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Mande a Unidade Beta ficar no lugar de vocês,
rapazes, e traga a Alfa para o apartamento da Meryn. Eu
quero os caras aqui cinco minutos atrás. — Aiden rosnou
para o telefone.
— Você está ferido? — Colton exigiu, no fundo, Aiden
podia ouvir Gavriel vociferando ordens.
— Eu estou bem, assim como a Meryn. Estamos no
antigo prédio de apartamentos na rua 9, apartamento 3B. Só
cheguem aqui rápido.
— Estamos a caminho. — Colton desligou.
— E se você não tivesse me encontrado ontem e me
sequestrado? E se eu tivesse vindo para casa para encontrar
esse cara esperando por mim? — O corpo dela não parava de
tremer. Aiden pegou-a nos braços e sentou-se no sofá com ela
no colo. Ele abraçou-a apertadinho e beijou seu cabelo.
— Você estava destinada a ficar comigo. É por isso que a
Destino fez você escalar aquela cerca. Ele nunca chegará
perto de você, eu te prometo, Meryn. Esse cara já é um
homem morto. — Ele não teve coragem de dizer a ela que o
sêmen estava fresco. Eles não deram de cara com essa
aberração por pouco.
— Vamos fazer as suas malas. Os caras estarão aqui em
breve. — Ele se levantou e colocou-a em pé.
— Como vou saber o que ele tocou? Eu não quero nada
que ele... tocou. — Ela fez uma careta.
— Eu vou trazer qualquer coisa que tenha apenas o seu
cheiro para cá para você embalar. Quando isso for feito, você

MY
CommandeR
Alanea Alder
pode andar pelo quarto para ver se as coisas que sobraram
são coisas das quais você está disposta a se separar. Se você
quiser manter esses itens, eu vou limpá-los para você. — Ele
levantou o queixo dela e beijou-a suavemente. — Que tal
assim? — ele perguntou gentilmente.
Os olhos dela se encheram de lágrimas.
— Você é incrível. Eu posso me arrepender de ter batido
em você com a sua privada depois de tudo. — Embora seus
olhos estivessem cheios de lágrimas, ela sorriu.
— Você nunca vai esquecer isso, não é?
— Não.
— Minha pequena guerreira. — Ele bagunçou o cabelo
dela.
— Eu vou começar, deixe os caras entrarem ou eles vão
arrombar a porta quando chegarem aqui.
*****
Aiden colocara a maior parte das coisas dela na sala
principal para ela embalar antes dos caras chegarem.
Quando ela andou pelo quarto para ver o que tinha sido
“contaminado”, ele notou que seu lábio inferior tremia, mas
ela respirou fundo e analisou tudo. Ele estava tão orgulhoso
dela.
No final, tudo o que sobrou foram coisas das quais ela
podia se separar. Aiden ficou furioso ao ver que quase todas
as suas roupas íntimas, lingerie e camisolas compunham a
pilha na cama. Ele lhe compraria coisas novas e se
certificaria de que ela se divertisse escolhendo-as.

MY
CommandeR
Alanea Alder
Gavriel silvou quando atravessou a porta do quarto.
— Precisamos encontrar esse cara, ele precisa morrer. —
Aiden cerrou e afrouxou os punhos.
— Assim será, irmão. Não vamos deixar uma ameaça a
sua companheira existir. — Gavriel colocou uma mão em seu
ombro. Aiden estava grato pelo apoio da unidade, ele sabia
que se eles não tivessem conseguido chegar lá quando o
fizeram, ele poderia ter perdido o controle e ido atrás desse
cara sozinho. Mas saber que seus irmãos estavam a caminho
ajudou-o a manter seu urso restringido até que eles
chegassem.
— Aiden, consegue sentir o cheiro? — Gavriel respirou
fundo novamente.
— O fato de que esse babaca se masturbou em todo o
lugar? Sim, eu sinto o cheiro disso.
— Então você perdeu o fato de que é um shifter. —
Gavriel deu um passo para mais perto da cama. — É fraco,
tão fraco. — Ele surpreendeu Aiden indo até o armário e
pegando um cabide antes de voltar para a cama. Usando o
cabide de plástico, ele revolveu os sutiãs e calcinhas. —
Encontrei. — Gavriel levantou um sutiã com o cabide.
Aiden balançou a cabeça, o que quer que fosse, mesmo
sendo um shifter ele não conseguia sentir o cheiro.
Gavriel colocou o sutiã sob o edredom e usou o cabide
para apontar para o fecho do sutiã.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Alguém esqueceu dos pequenos ganchos de metal
quando estavam usando isso para se masturbar. Há fracos
vestígios de sangue ao redor de cada gancho.
Aiden se aproximou e olhou de novo. Ele podia ver
manchas pequenas de vermelho, mas ele teria passado isso
por cima porque o sutiã era de uma estampa floral.
— Bom trabalho. Embale e leve conosco.
Eles saíram do quarto dela para a sala. Aiden rosnou
quando viu Darian empacotando, em uma pequena mala, os
poucos pares de calcinhas que o psicopata havia deixado
passar. Meryn riu e caminhou até ele. Ela deu um tapinha no
peito dele e ele se acalmou.
— Você é tão fofo. — Ela sorriu para ele. Aiden ficou feliz
em ver que os traços de medo haviam se esvaído. Ele franziu
a testa para ela.
— Eu não sou fofo. Eu sou uma feroz máquina de
matar. Paranormais em todos os lugares tremem diante de
mim.
— Meu ursinho de pelúcia. — Ela puxou a camisa dele
até que ele estava curvado o bastante para ela alcançar seus
lábios e beijou-o. Ele olhou além dela para ver Colton prestes
a dizer alguma coisa.
— Não diga nem a porra de uma palavra. — Ele avisou.
— Sim, Comandante. — Colton fez uma saudação, mas
seus olhos dançavam com alegria reprimida. Aiden suspirou.
Ia ser um longo dia.
*****

MY
CommandeR
Alanea Alder
Enquanto terminavam de fazer as malas, Aiden ligou
para a mãe e lhe contou o que havia acontecido. Ela
prometeu fazer um jantar mais que especial tanto para Byron
quanto para Meryn.
— E agora, Comandante? — Colton perguntou.
— Ligue pro Lorcan, diga a ele que estou tirando a Alfa
da rotação. Até pegarmos esse filho da puta, vocês estão
designados para o serviço de guarda na casa dos meus pais.
Eu não vou deixar Meryn fora da minha vista.
Meryn tentou esconder seu suspiro de alívio. Não que
ela não achasse que estaria segura com Adelaide e Byron, ela
apenas se sentia melhor sabendo que Aiden também estaria
lá.
— Entendido, volto já. — Colton estava pegando o
celular enquanto saía pela porta.
Aiden virou-se para Meryn.
— Tudo embalado?
— Sim, Darian e Keelan levaram as últimas caixas para
baixo e Gavriel se ofereceu para falar com o meu senhorio
sobre o meu contrato.
Aiden sorriu.
— Aposto que ele fez. Venha, vamos garantir que os
caras não estão causando problemas.
Meryn não esperou que ele pegasse a mão dela, ela se
agarrou ao braço dele em vez disso. Ela não estava triste por
ver o apartamento pela última vez. Ela sabia que não era em
uma boa parte da cidade, mas era o único lugar que não

MY
CommandeR
Alanea Alder
tinha uma lista de espera. Quando passaram pelo escritório
de aluguel, Meryn espiou dentro e viu que Gavriel tinha o
senhorio de aspecto pegajoso contra a parede.
— E você vai substituir a porta da frente e se certificar
de que o saguão esteja bem iluminado, não é? — O tom de
Gavriel era agradável, mas o homem à sua frente estava
suando aos borbotões. Keelan observava, divertido. Toda vez
que o senhorio olhava na direção dele, Keelan acenava com a
mão e o trio de ratos a seus pés silvava para o senhorio.
— Já chega com a diversão, rapazes, hora de sair. —
Aiden latiu. Gavriel e Keelan se viraram em uníssono e se
juntaram a eles. Do lado de fora, Colton e Darian tinham dois
homens presos contra o SUV deles. Aiden suspirou.
— Eu juro que não posso levá-los a lugar algum.
— Quando chegamos aqui, eles tinham tirado os pneus
do seu carro, Aiden, acho que Darian e Colton estavam
apenas garantindo que tudo estava bem. — Keelan disse. O
olhar sombrio de Aiden se voltou para os dois homens. Ele se
aproximou e ficou atrás de Colton.
— Veja, vocês não se moveram rápido o bastante, nosso
chefe aqui notou o que fizeram. Nós tentamos avisá-lo, amigo.
— Colton abriu as mãos como se estivesse desistindo.
— Não, por favor! Nós sentimos muito! Nós os colocamos
de volta! Nós os colocamos de volta! — O maior dos dois
homens balbuciou.
— Corram. — O tom áspero de Aiden fez os dois homens
se encolherem. Eles o encararam aterrorizados. — Eu disse

MY
CommandeR
Alanea Alder
corram! Se olharem para trás, eu estarei bem atrás de vocês!
— Aiden rosnou. Os dois homens gritaram e saíram correndo.
Meryn se aproximou para ficar ao lado dos homens.
— Vocês são todos garotinhos. Cada um de vocês. — Ela
cutucou a parte de trás do joelho de Aiden com o pé, rindo
quando a perna dele sucumbiu, fazendo-o oscilar.
— Esses homens mereciam coisas piores. Talvez eles
pensem duas vezes antes de fazer tais coisas más novamente.
— O tom de Gavriel era cordial.
— Movam-se! — Aiden latiu e os homens se moveram
para o carro deles. Aiden segurou a porta aberta para ela e
ela entrou. Dois dias. A vida dela havia mudado
completamente em apenas dois curtos dias. Ela balançou a
cabeça e tentou não pensar nisso. Ela estava se divertindo
mais agora do que em anos. Ela olhou para Aiden. Ela nunca
havia se apaixonado antes, mas até agora era um sentimento
maravilhoso. Crescendo, ela aprendeu a depender de si
mesma. Ter pessoas cuidando dela era algo novo. De má
vontade, ela estava sendo forçada a abrir sua pequena bolha
e deixar os outros entrarem. Isso era mais aterrorizante do
que se apaixonar.
— Seja o que for, pare de pensar tanto sobre isso. O que
for acontecer, vai acontecer. — A voz de Aiden a surpreendeu,
tirando-a de sua espiral de ansiedade.
— E se eu estiver com medo do que vai acontecer? — Ela
sussurrou.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Diga-me o que te assusta e eu vou matá-lo. — Aiden
deu de ombros. Meryn sacudiu a cabeça; é claro que o
bastardo arrogante não sonharia que ela estava com medo de
seu futuro com ele.
— Por que você está tão confiante sobre nós? Os
companheiros alguma vez se divorciam? — Ela observou o
rosto dele cuidadosamente. Ela estava começando a gostar de
seu rosto carrancudo. Se isso não era amor, o que era?
— Não. Uma vez que encontramos nossos companheiros
destinados, ficamos com eles a vida toda.
— Como você sabe que somos companheiros
destinados? Talvez você simplesmente goste do meu perfume.
— Meryn não sabia por que estava lutando tanto contra isso.
Considerando o que lhe disseram sobre paranormais ela
sabia que Aiden era seu companheiro. Mas, era difícil
acreditar que ele a aceitava cegamente por causa da Destino e
não porque a desejava.
— Você não usa perfume. — A resposta simples de
Aiden a fez querer bater a cabeça contra o painel. Ela se virou
e olhou pela janela, em silêncio.
Depois de alguns minutos, ela viu quando o carro que
Colton estava dirigindo virou-se para a casa dos pais de
Aiden. O carro deles desviou para a direita. Aiden parou no
acostamento. Os galhos das árvores estendiam-se sobre a
estrada, criando um dossel cor de outono em vermelhos,
laranjas e amarelos.
— Por que você parou aqui?

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Você não usa perfume. — Aiden repetiu. Ela foi se
virar, mas a mão dele segurou a parte de trás de sua cabeça
então ela tinha que olhar para ele. — Você não usa perfume,
então o que eu cheiro é a sua própria essência. Cada pequena
nuança, cada mudança química que seu corpo faz, eu posso
sentir o cheiro. Toda vez que está com raiva, toda vez que está
triste, toda vez que está excitada, há um cheiro distinto. Hoje
senti o cheiro do seu medo, o verdadeiro terror pela primeira
vez, e eu quase perdi o controle. Eu sei que você é minha
companheira porque mesmo que seu perfume seja uma
manifestação física, é um verdadeiro reflexo da sua alma e
essa alma brilhante pertence a mim. — Os olhos azuis dele
pareciam irradiar sua própria luz interior. Era como se ela
pudesse verdadeiramente ver as profundezas do seu ser e o
que ela viu lhe trouxe lágrimas aos olhos.
No fundo do coração dele, ela se viu.
— Eu sou estranha e bizarra! Eu não gosto da maioria
das pessoas e não tenho um desses filtros sociais na boca! —
Meryn exclamou enxugando os olhos. O sorriso de Aiden era
gentil.
— Eu sei.
— Eu como besteira e não sei como, mas sempre
encontro uma maneira de me meter em encrencas. — Meryn
fungou e limpou o nariz na manga. A boca de Aiden se
contraiu.
— Eu sei.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Eu posso ser violenta, ter pavio curto e ser vingativa e
não sei nada sobre ser uma dama. — Meryn olhou em seu
rosto, triste que poderia não corresponder às expectativas.
Ele assentiu.
— Eu sei. Eu já sei tudo isso, Meryn. Você escalou uma
cerca para invadir uma propriedade privada porque estava
curiosa. Você me acusou de querer me vestir com a sua pele e
me nocauteou com a tampa da minha privada. Você chamou
um dos membros mais antigos e mais reverenciados da nossa
sociedade de babaca e ameaçou castrar meu melhor amigo.
Isso foi mais ou menos nas primeiras vinte e quatro horas
que te conheci.
Meryn fechou os olhos e baixou a cabeça. Dedos quentes
sob seu queixo a guiaram a olhar de volta para ele.
— Você sabe o que eu pensei sobre tudo isso? — Aiden
perguntou suavemente. Ela balançou a cabeça, com medo de
responder.
— Eu pensei: “essa mulher é completamente
desequilibrada. Eu não sei o que diabos ela vai dizer ou fazer
a seguir”. — Ele fez uma pausa. Meryn deixou as lágrimas
caírem. Ela sabia que não havia como ele a querer! Ela torceu
o rosto tentando escapar da mão dele, mas ele se recusou a
soltar. Segundos depois, seus lábios estavam nos dela. Ele
beliscou com os dentes seu lábio inferior até que ela abriu a
boca. Então ele começou seu ataque. Sua língua foi
implacável, entrelaçando e dominando a dela. Quando ele se
afastou, ela choramingou com a perda.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Eu também pensei: “essa mulher é a pessoa mais
linda, brilhante e cativante que já conheci. Ela vai me manter
na ponta dos pés pelo resto de nossas vidas”. — Os lábios de
Aiden voltaram desta vez para beijá-la gentilmente. Quando
ela olhou para ele, não havia mais dúvida em seu coração.
Ela foi feita para ser dele, pelo resto da vida.
— Eu vou fazer você perder a cabeça. — Ela sorriu
através das lágrimas. Aiden usou os polegares para limpar
suas bochechas.
— Deuses, eu espero que sim! — Com um rápido beijo
final, ele ligou o carro e os levou de volta para a nova casa
dela.
*****
— Sinto muito que alguém tenha invadido a sua casa,
Meryn, mas não posso deixar de apreciar as consequências.
Nós podemos dormir aqui e comer a comida do Marius! —
Colton enfiou outro enorme rabo de lagosta na boca.
Depois de voltar para a casa, Aiden ligou para o líder da
outra unidade, Lorcan, e providenciou que ele entrevistasse
os pais dos casais desaparecidos. Ele estava falando sério
sobre ficar ao lado dela.
— Eu não posso imaginar o quão desafiador o dia tem
sido para você, minha querida. — Byron estendeu a mão por
cima da mesa e afagou a mão dela.
— Não foi tão ruim. Eu sinto mais por qualquer
problema que eu possa ter causado com aquele vampiro

MY
CommandeR
Alanea Alder
Ancião. — Meryn fez uma careta ao lembrar. A cabeça de
Gavriel virou na direção dela.
— O que aconteceu com o Ancião Evreux? — Ele
arqueou uma sobrancelha. Meryn sentiu as bochechas
corarem. Ben gargalhou ao lado da mãe. Agora todos os
homens estavam olhando-a, incluindo os dois irmãos mais
velhos de Aiden que ocasionaram de estar em casa para o
jantar.
— Parece que a Meryn ainda tem que aprender que os
paranormais têm uma audição excepcional. Ela estava
tentando sussurrar algo para Aiden e é claro que todos na
sala ouviram. — O rosto de Byron era severo.
— O que ela disse? — Colton estava na beira da cadeira.
— Ela perguntou se todos os vampiros eram babacas,
porque Gavriel não era. — A compostura fria de Byron
desmoronou e ele começou a rir. Ele riu tanto que tinha
lágrimas escorrendo pelo rosto. Os homens ao redor da mesa
pareciam estar em choque. Meryn não sabia dizer se era de
sua gafe social ou da reação de Byron a esta.
— Ela chamou o Ancião Evreux de babaca? — Gavriel
sussurrou. Me mate agora! Meryn queria afundar no chão.
Em volta da mesa, o riso masculino entrou em erupção.
Primeiro Colton, depois Darian, depois Keelan, seguidos pelos
irmãos de Aiden. A que mais a chocou foi a risada silenciosa
de Gavriel. Ele simplesmente cobriu o rosto com a mão e
estremeceu. Ela o observou atentamente.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Ele está respirando? — Ela perguntou a Aiden,
preocupada. Aiden olhou para seu segundo em comando e,
em seguida, levantou a mão e lhe deu um tapa nas costas.
Gavriel inalou profundamente e uma risada contagiante
surgiu, claro que isso desencadeou a mesa inteira novamente.
— Eu não entendo como isso é engraçado. Eu fiquei tão
envergonhada. — Meryn franziu a testa para o seu rabo de
lagosta, determinada a quebrar a própria lagosta em vez de
Aiden fazer isso por ela novamente.
— Não estamos rindo de você, querida, é que muitos de
nós queriam chamá-lo assim, e pior, ao longo das décadas, é
bom finalmente ver isso acontecer. — Byron beijou a
bochecha dela. — E foi a minha filha que colocou aquele
imbecil no lugar dele. Que dia incrível! — Byron facilmente
quebrou outra couraça de lagosta, entregou a Meryn a carne
e, sem dizer uma palavra, pegou aquela com a qual ela
estivera lutando. Aceitando que ela era oficialmente a pessoa
mais fraca, não importava para onde fosse, ela decidiu
apenas desfrutar da lagosta.
— Minha companheira é brutal em sua honestidade. —
Aiden piscou para ela.
— Só porque eu sei que o meu companheiro vai me
manter segura. — Ela disse de volta para ele, de forma
paqueradora. As risadas e conversas ao redor da mesa se
aquietaram. Meryn olhou ao redor para ver o que havia
acontecido. Aiden estava olhando fixamente para ela,
maravilhado.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— O que? — Ela franziu a testa para ele.
— Diga isso de novo.
— Dizer o quê?
— O que você acabou de dizer. — O sorriso de Aiden não
podia ser mais amplo.
— Porque o meu companheiro vai me manter segura? —
Meryn o olhou, confusa.
Aiden soltou um grito alto antes de se levantar e pegá-la
nos braços. Rindo, ele a girou no ar.
— Oh, isso é simplesmente lindo. — Adelaide fungou e
enxugou os olhos com o guardanapo.
— Aiden, eu vou vomitar em você. — A cabeça de Meryn
estava zonza. Ele imediatamente parou e sentou-se, desta vez
com ela no colo. Ela se moveu devagar, tentando fazer o
quarto parar de girar enquanto ele acariciava com o nariz a
nuca dela.
— O que diabos deu em você? — Ela exigiu.
— É a primeira vez que você me chama de companheiro.
— Ele sorriu para os pais.
— Oh. Eu meio que aceitei que estou presa a você. —
Meryn pegou um pãozinho para mastigar até que seu
estômago se acalmasse.
— Porque eu sou seu companheiro destinado? — Aiden
provocou.
— Não, porque eu te amo e sou terrivelmente possessiva.
Eu nunca vou deixar você ir. Então, mesmo que a Destino
tenha cometido um erro, ela pode ir se ferrar. — Meryn

MY
CommandeR
Alanea Alder
acenou com o pãozinho como se fosse uma espada. Aiden
ficou de pé, pegando-a nos braços.
— Mãe, pai, se nos der licença.
— Claro, filho. — Byron soou engasgado. Todos os
homens à mesa estavam sorrindo como idiotas.
— Eu ainda estou com fome! — Meryn se contorceu.
Aiden a ignorou e saiu correndo do cômodo, em direção ao
andar superior.
Uma vez em seu quarto, ele a colocou no chão e fechou
a porta.
— Você deve dizer essas coisas de propósito. — Ele
prosseguiu. Ela recuou.
— O que você quer dizer?
— Você deve saber o que elas fazem comigo. — Ela
recuou até que suas panturrilhas atingiram a cama.
— Aiden ... — Ele tentou beijá-la e ela o empurrou.
— Nós não podemos ainda. — Meryn se sentiu zonza,
todo o sangue em seu corpo estava fervendo em suas
bochechas. Ele congelou.
— O que quer dizer com não podemos? Estamos
acasalados. Você acabou de me reivindicar como seu
companheiro na frente de toda a minha família. Dê-me uma
boa razão para não podermos! — Ele berrou.
— Porque meu ciclo começou esta noite. — Ela soltou as
palavras e se sentou na cama. Quando ele não respondeu, ela
olhou para cima. Ele piscou. Então piscou novamente.
— O que isso significa?

MY
CommandeR
Alanea Alder
— O que você quer dizer com “o que isso significa”?
— Significa que não tenho ideia do que você está
falando. De novo! — Aiden jogou os braços no ar.
Meryn pensou sobre isso. Ele havia sido criado por um
pai guerreiro e tinha três irmãos. Quando ele saiu de casa, foi
morar com outros homens em um tipo de quartel militar. Ela
realmente não via Adelaide como o tipo de mulher que
explicaria essas coisas para seus filhos, essas coisas
provavelmente nunca eram discutidas naquela época. A ficha
caiu como um tijolo nela, ele realmente não tinha ideia do
que ela estava falando.
— Certo. Você se lembra quando me disse que os
paranormais só podem conceber uma vez no ano?
Aiden assentiu.
— Ok, para os humanos, podemos conceber todos os
meses do ano. Para uma mulher humana, se não
concebermos, nossos úteros expulsam o revestimento dele,
preparando-se para a gravidez no próximo mês.
Ela olhou para ele e ele a estava olhando fixamente,
esperando que ela continuasse.
— Então, basicamente, todo mês meu útero se contrai,
arrancando o revestimento do meu útero e eu sangro e expilo
esse revestimento por cerca de três a quatro dias, tudo isso
enquanto sinto uma dor excruciante. — Na verdade, toda
essa atividade havia aumentando a intensidade de suas
cólicas, ela podia dizer que esse mês seria um mês ruim para
as cólicas ao que parecia.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Você quer me dizer que está sangrando internamente,
nesse momento? — O rosto de Aiden perdeu a cor. Ela
assentiu. Ele a pegou no colo e a colocou no centro da cama.
— O que eu faço? Devo procurar um médico, a minha mãe?
— Meryn quase se sentiu mal com o nível de pânico dele, mas
suas cólicas a estavam deixando mais maldosa do que o
normal.
— Eu estou bem por agora. Mas notei quando
estávamos fazendo as malas que eu só tinha um absorvente
sobrando e eu o usei esta noite, você pode correr até a loja e
pegar um pouco mais?
Meryn, você vai para o inferno!
Aiden assentiu rapidamente, uma expressão de choque
no rosto.
— Eles vão ajudar? Eu deveria te deixar sozinha? Talvez
eu deva fazer meu irmão te examinar. — Aiden andava
nervosamente ao lado da cama.
— Você quer que seu irmão examine o meu interior? —
Meryn perguntou, divertida. A cabeça dele virou de supetão
para ela e ele rosnou.
— Não! Claro que não!
— Aiden, esta é uma parte natural de ser uma mulher
humana. A dor deve diminuir em um dia ou dois, então eu
vou ficar perfeitamente bem. Até então eu vou ficar muito,
muito irritadiça. — Pelo menos ele não podia dizer que não
tinha sido avisado.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Ok. Certo. Ok. Você fica bem aí na cama. Vou pedir
pro Marius te trazer um lanche. Você precisa de um cobertor
extra? — O rosto preocupado de Aiden pairou sobre ela. Ela
balançou a cabeça.
— Não Aiden, estou bem. — Ela sorriu para ele.
— Ok. Volto logo. Não se mexa! — Aiden estava quase na
porta, ele parou e correu de volta para a cama. Ele a beijou
gentilmente, como se ela fosse quebrar, e depois saiu
correndo do quarto. Quando a porta se fechou, Meryn sorriu
para si mesma e se enrolou em uma pequena bola quando
outra onda de cólicas começou. De alguma forma, saber que
seu companheiro fodão estava indo comprar tampões, fazia
suportar suas cólicas um pouco mais fácil do que o normal.

MY
CommandeR
Alanea Alder
Capítulo 6

Aiden desceu as escadas correndo, o coração acelerado.


Ele derrapou para dentro da sala de jantar e todos os olhos se
viraram para ele.
— Essa foi rápida, irmão. — Adam brincou.
— Unidade Alfa, saiam. Nós temos uma missão. — Aiden
ordenou e se virou e saiu da sala. Atrás dele, ele podia ouvir
as cadeiras sendo empurradas para trás rapidamente e os
passos apressado-se para alcançá-lo. Ele pegou as chaves do
SUV da mesa do saguão e foi ligar o carro.
Minutos depois, seus homens estavam no carro
verificando suas pistolas e tirando as armas dos esconderijos.
— Aiden, qual é o alvo? Você recebeu uma ligação
enquanto estava no andar de cima? — Colton perguntou.
— Não, eu ... — Aiden não sabia por onde começar. A
ideia de que sua companheira estava no andar de cima,
sentindo dor e sangrando internamente, o fazia se sentir
doente. O que quer que ela pedisse, ela teria. Limpando a

MY
CommandeR
Alanea Alder
garganta, ele continuou: — Você sabia que as mulheres
humanas têm a capacidade de engravidar todo mês? — Ele
perguntou.
Ao seu redor os homens balançaram a cabeça.
— Bem, evidentemente, quando elas não concebem seus
úteros viram ao avesso e expelem seu revestimento. É
extremamente doloroso e causa hemorragia interna. — Aiden
respirou de forma estremecida.
— Você quer dizer que a Meryn está passando por isso
agora? — Colton parecia chocado.
— Eu mal podia dizer que ela estava sentindo alguma
dor, ela é muito corajosa. — Aiden apreciou o nível de
admiração na voz de Keelan.
— As fêmeas humanas são seres verdadeiramente
misteriosos. — Gavriel acrescentou.
— Elas são. Ela faz isso todo mês. Como ela sobrevive?
Ela não morreria por perda de sangue? — Aiden agarrou o
volante e virou o carro para a estrada principal. Na velocidade
atual, eles deveriam chegar na cidade humana de Madison
em pouco menos de vinte minutos. Ele tinha certeza de que
poderia encontrar absorventes lá.
— Desde que acontece todo mês eu não acho que ela vai
morrer por perda de sangue. Qual é a missão? — Darian
perguntou.
— Ela precisa de absorventes. Evidentemente, isso ajuda
com esse processo. Temos que proteger a localização de onde

MY
CommandeR
Alanea Alder
eles estão sendo vendidos, adquiri-los e depois levá-los de
volta para a minha companheira, de imediato.
— Você pode confiar em nós, Aiden. — A mão de Colton
surgiu do banco de trás para dar um tapinha no ombro dele.
De repente, ele não se sentia tão em pânico. Ele não ia deixar
nada acontecer com sua companheira e sabia que sua
unidade estava cuidando dele.
Não rápido o bastante para o seu gosto, eles
estacionaram na mercearia local, Duck In.
— Todo mundo pronto?
— Sim, senhor! — Os homens falaram alto. Ele assentiu
e eles saíram do veículo. Quando eles entraram na loja, a
caixa parou o que estava fazendo e os encarou. Aiden olhou
para trás dele. Darian havia entrado com uma besta9 presa às
costas.
— Darian, talvez você possa deixar a besta no carro.
Darian sacudiu a cabeça.
— Não, senhor, você está distraído com a preocupação
com a saúde da sua companheira. Precisamos ser hiper
vigilantes.
Aiden pensou sobre isso por um segundo e então
assentiu com aprovação. Ele deu um tapinha no ombro de
Darian.
— Bom homem.

MY
CommandeR
Alanea Alder
Juntos, os cinco homens andaram de um lado ao outro
das gôndolas. Em todos os lugares que iam, olhos os
seguiam.
— Estamos sendo vigiados. — Colton sussurrou.
— Eu sei. Apenas continue procurando, talvez possamos
sair daqui sem ferimentos. — Os olhos de Aiden examinaram
cada prateleira que continha remédio.
— Senhor. Encontrei! — Keelan gritou. Os outros quatro
homens convergiram para sua localização. Juntos, eles
começaram a analisar as caixas.
— Senhor, não quero absolutamente desrespeitar sua
companheira, mas pelo modo como eles são moldados, eles
vão ... — Keelan não conseguiu terminar a frase. Aiden
entendeu o que o jovem bruxo estava dizendo.
— Eu acho que você está certo, Keelan, deve ajudar com
a dor de alguma forma. — A compreensão encheu os olhos de
Keelan.
— É claro.
Depois de alguns minutos, Aiden sentiu a cabeça zonza
com confusão.
— Senhor, eu não sei se estes objetos são seguros. Há
uma advertência sobre a Síndrome do Choque Tóxico. Essas
coisas podem matar! — Keelan largou a caixa que segurava e
limpou as mãos nas calças. Os outros homens imediatamente
largaram as caixas que estavam segurando.
— Isso é o que ela pediu, então talvez ela saiba de uma
maneira de evitar isso. — Aiden não gostava da ideia de que

MY
CommandeR
Alanea Alder
essas coisas podiam matar, mas se ela precisava delas, ele as
levaria para ela.
— O que você acha que Super Plus significa? Ela não
disse nada sobre ser Plus ou não. — Aiden segurava duas
caixas semelhantes, exceto que uma dizia Plus e a outra
Super Plus.
— Senhor, eu vi um gráfico na lateral deste, acredito que
tem a ver com a capacidade de absorção. — Darian explicou.
— Absorção, você quer dizer quanto sangue... — Aiden
estremeceu. Sua pobre companheira!
Darian empalideceu:
— Sim, senhor.
Aiden se sentiu em pânico. Isso importava? E se ele
pegasse um que não absorvesse tanto quanto ela precisava,
isso a machucaria a longo prazo?
— Senhor, eu gosto deste aqui. Diz aqui que tem uma
trava antigravidade de proteção contra vazamentos. — Keelan
estendeu uma caixa azul.
— Antigravidade, sério? Esse tem que ser um dos
melhores, certo? É um Super?
Keelan conferiu.
— Super Plus, senhor.
— Vamos levar esse.
— Quantas caixas você acha? — Keelan perguntou.
Aiden olhou em volta para os homens. Todos deram de
ombros.
— Quantas tem?

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Cerca de quinze.
— Pegue todas elas.
— Sim, senhor! — Keelan e Darian pegaram todas as
caixas na prateleira. Juntos, eles foram até as caixas
registradoras. Em vez da jovem e bonita caixa, havia agora
um ser humano mais velho e grisalho. Eles colocaram suas
caixas na esteira do caixa e Aiden se aproximou do homem
mais velho.
O homem mais velho deu uma olhada nas quinze caixas
na esteira e então olhou para os cinco homens à sua frente.
— Filho, sua mulher te mandou sair para comprar? —
Ele perguntou em uma voz sulista arrastada.
— Sim, senhor. — Havia algo sobre esse velho humano
que fazia Aiden querer fazer uma continência.
— Recém-casado?
— Sim, senhor.
— Nunca saiu para comprar essas coisas antes,
imagino.
— Não, senhor.
— Você não tem ideia do que está fazendo, não é,
garoto? — O velho o fitou com pena. Os ombros de Aiden
cederam.
— Não, senhor.
— Eu ouvi sua discussão sobre estas coisas com seus
homens aqui. São militares? — Ele perguntou enquanto
escaneava cada caixa lentamente.
— Sim, senhor.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Dá pra perceber. De qualquer forma, vocês fizeram
bem. Esses vendem muito bem, a maioria das mulheres por
aqui gostam deles. Agora, se você não se importar com um
conselho de um homem que está casado há quarenta e sete
anos e criou seis meninas? — Ele fez uma pausa.
— Claro que não! Qualquer conselho que você der será
apreciado. — Aiden soltou um suspiro de alívio. Não admira
que ele sentisse a necessidade de fazer uma continência a
este homem. Ele viveu em torno de mulheres toda a vida e
sobreviveu para contar a história.
— Agora, como eu estava dizendo, estes aqui vendem.
Mas se você está aprendendo agora o ciclo da sua dama eu
recomendo a caixa que tem todos os tipos nela. Alguns dias
as mulheres sangram menos do que outros. Com uma caixa
que tem uma variedade, ela terá o que quer que precisar.
— Keelan! — Aiden latiu. O velho pulou um pouco
enquanto Keelan corria de volta ao corredor, ele voltou com
cinco caixas que continham uma variedade de capacidades.
— Outra coisa. Minha esposa na maioria dos dias é um
docinho. Mas nos dias que ela tá no ciclo, ela fica irritável pra
caramba. Ela jogou um ferro de passar roupa em mim uma
vez.
— Isso não parece tão ruim. — Darian comentou.
— Ela tinha acabado de passar roupa, então o ferro
ainda estava quente. — O homem mais velho esclareceu.
Darian se encolheu.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Senhor, você diz que, em condições normais, sua
esposa era doce e amável? — Gavriel perguntou. O homem
mais velho assentiu.
Gavriel se virou para Aiden, a preocupação estampada
no rosto.
— Meryn é violenta e louca em condições normais. —
Gavriel parecia tão doente quanto Aiden se sentia.
— Cara, você está tão fodido. — Colton sussurrou.
— Se esse é o caso, eu só ia sugerir um bolo de
chocolate, mas se você tem uma garota esquentadinha, você
pode querer pegar alguns brownies também. O chocolate
diminui a dor e as deixa amáveis novamente. Bem, na
maioria das vezes. — O velho explicou.
— Darian, pegue três bolos de chocolate e cinco caixas
de brownies. — Aiden ordenou.
— Sim, senhor!
— Filho, quão violenta é a sua mulher? — O homem
mais velho perguntou, parecendo curioso. Aiden se inclinou e
sussurrou:
— Ela me nocauteou com a tampa do meu vaso
sanitário uma vez. — Os olhos do homem mais velho se
arregalaram.
— É melhor você pegar algumas barras de chocolate.
Você pode jogá-las à distância. — Aiden assentiu.
— Eu gosto do jeito que você pensa. — Aiden pegou a
caixa inteira de barras de chocolate da prateleira ao lado da
caixa registradora enquanto Darian retornava com os doces.

MY
CommandeR
Alanea Alder
O velho escaneou seus itens e lhe deu um total. Aiden pagou
e os homens pegaram as sacolas. Eles iam sair e Aiden parou.
Ele voltou ao caixa.
— Muito obrigado pelo seu conselho. Você é muito
corajoso e sábio por ter passado por tanta coisa. — Aiden lhe
estendeu a mão. O homem mais velho riu e apertou a mão de
Aiden.
— Parece que você tem uma bombinha nas mãos, filho.
Aiden sorriu amplamente.
— Sim, senhor, eu tenho, e não gostaria que fosse de
qualquer outra maneira.
— Bom para você, filho. Volte a qualquer hora por
conselhos.
— Obrigado, senhor.
Aiden sabia que havia encontrado um aliado e uma
valiosa fonte de informações sobre como cuidar de sua
companheira humana. Sentindo-se melhor do que estivera
desde que Meryn explicou sua condição, ele entrou no carro e
dirigiu de voltou para Lycaonia.
*****
— Então, onde ele está agora? — Sydney perguntou.
— Fora, pegando algo pra mim da loja. Eu não tenho
certeza de quanto tempo ele vai demorar, então você vai ter
que falar rápido. — Meryn ajustou o celular na orelha. Assim
que Aiden saiu, ela se lembrou da oferta do dono do café. Ela
decidiu que, enquanto Aiden estava fora, ela ligaria para ele.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Garota, eu consigo falar rápido. Agora. A maioria das
damas, apesar de serem paranormais, são ovelhas puras e
simplesmente, ou devo dizer simplórias. Eu juro que elas
compartilham células cerebrais. Há realmente uma
mentalidade grupal com aquele grupo. Imagine cada vadia
maliciosa, odiosa e traidora que você odiava quando lia um
romance de época e as coloque em um cômodo, e vai ter o
Círculo de Costura das Filhas de Lycaonia.
— Como você sabia que eu leio romances de época? —
Meryn interrompeu.
— Todo mundo não lê? — Sydney perguntou.
— Bom ponto. Continue.
— De qualquer forma. A maioria das mulheres são
ovelhinhas inofensivas, a menos que estejam seguindo o
exemplo de alguém. Na maioria dos casos, ou elas imitam
Adelaide porque ela realmente é uma querida perfeita, ou elas
se tornam uma vacas traidoras quando estão tentando ficar
de boas com a Daphane Bowers para evitar retribuição.
— Então Daphane é com quem eu tenho que tomar
cuidado?
— Sim. Há rumores de que ela praticamente sofreu um
colapso quando soube que Adelaide convenceu o conselho a
fazer esse feitiço para trazer as companheiras dos guerreiros
para eles. Ela se sentiu como se Adelaide estivesse ofuscando
sua nora que tinha acabado de engravidar.
— Eu ouvi dizer que isso é tipo uma coisa realmente
importante. — Meryn murmurou.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Garota, você não sabe da missa a metade. Na nossa
sociedade, é um grande negócio quando uma mulher
engravida. Eles veem cada gravidez como uma bênção dos
Deuses, tipo literalmente. Não há provas, mas eu apostaria
dinheiro que Daphane foi quem espalhou os rumores sobre
Adelaide usar magia negra para engravidar setecentos anos
atrás, quando ela ficou grávida do Aiden. O marido da
Daphane tinha acabado de peticionar ao conselho para dizer
que Byron tinha mantido seu lugar no conselho por muito
tempo e que eles precisavam de ideias novas. Eles estavam
inclinados ao favor dele quando Adelaide ficou grávida. Todo
mundo viu isso como um sinal de que os Deuses estavam
favorecendo a Casa McKenzie e Byron foi capaz de manter
seu lugar no conselho. Claro que isso foi reforçado mais tarde
quando Adelaide engravidou novamente do Ben.
— Uau. Guerra de Úteros.
— Sem brincadeira. Isso me deixa feliz de ser gay.
— Então, eu estar lá vai parecer que a Adelaide está
tentando superar a Daphane?
— Absolutamente.
— Elas provavelmente serão muito passivas agressivas e
cruéis comigo, não? — Meryn perguntou sentindo-se
deprimida.
— Você pode contar com isso.
— Então, por que é que eu vou mesmo? — Ela
perguntou.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Porque se você não for vai ficar mal para Adelaide. —
A voz de Sydney soou compreensiva.
— Isso vai ser uma droga.
— Desculpe, querida, se você sobreviver, passe pelo café
e eu lhe farei algo especial. — Sydney ofereceu.
— Você é um doce. Obrigado.
— A qualquer momento. Ouça, eu tenho que ir, Justice
está me dando uns “olhares de quarto”, se sabe o que quero
dizer. Boa sorte amanhã.
— Obrigada novamente, Sydney, boa noite.
— Boa noite. — Sydney desligou e Meryn olhou
fixamente para o celular. Uma batida na porta a fez pular.
— Pequena senhorita, eu trouxe-lhe um pouco de chá de
camomila para ajudar a aliviar suas cólicas. — Marius
colocou a xícara de chá na mesa de cabeceira. Ela o olhou.
— Como você sabia?
— Sou muito mais velho que Lady Adelaide e tenho
minha companheira. Além disso... — Ele limpou a garganta.
— Uma fêmea tem um cheiro diferente quando começa seu
ciclo. — Os olhos de Marius pestanejaram.
— Quantos anos você tem, afinal? — Meryn tomou um
gole do chá e suspirou. Estava doce, bem como ela gostava.
Ela estava começando a entender o que Adelaide quis dizer
com “precisar de um escudeiro”. Era reconfortante ter Marius
por perto.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Mais velho do que pareço. O que você disse ao Mestre
Aiden? Ele saiu daqui com um olhar selvagem. — Marius
levantou uma sobrancelha prateada.
— Eu não menti. — Meryn disse rapidamente.
— É claro que não. Acho que vai fazer bem a ele pensar
nas coisas mais práticas da vida. Ele é um homem acasalado
agora, essas coisas vêm com essa responsabilidade.
Meryn sentiu seus olhos ficarem pesados.
— Você é demais, sabia disso?
Ele sorriu:
— Sim.
Quando um bocejo a pegou desprevenida, ela ficou
desconfiada.
— Você colocou alguma coisa no meu chá?
Ele assentiu.
— Sim, pequena senhorita. Você teve uns últimos dias
muito animados, ainda mais seu ciclo começou hoje. Você
precisa de uma boa noite de descanso. — Ele puxou as
cobertas até as orelhas dela.
— Escudeiro sorrateiro. — Meryn bocejou novamente.
— Claro. Boa noite, doce Meryn.
— Boa noite, Marius, obrigada. — Meryn sentiu a mão
quente dele afastar o cabelo dela para trás em um gesto
paternal antes que ela se rendesse à escuridão.
*****
Quando Meryn acordou na manhã seguinte, ela sentou-
se e olhou ao redor da sala em estado de choque. Caixas de

MY
CommandeR
Alanea Alder
tampões, bolos e brownies cobriam as superfícies das
mesinhas de cabeceira e cômoda. Ela pulou da cama, pegou
uma caixa e foi tomar banho. Depois de se lavar, ela abriu
uma mala e quase dançou de alegria por poder vestir roupas
diferentes. Hoje era aquela coisa do círculo de costura. Ela
estendeu suas camisetas e suspirou. Ela não possuía nada
nem remotamente feminino. Nada parecido com os vestidos
requintados que Adelaide usava. Ela colocou a mão sobre a
parte inferior do estômago quando suas cólicas recomeçaram.
Foda-se. Ela ia ficar confortável. Ela calçou as meias, jeans e
botas. Em vez de um bonito sutiã de renda, ela vestiu o seu
preferido, de algodão branco. Quando estendeu a mão para a
camiseta, hesitou. Pensando em quão acolhedora Adelaide
fora, ela escolheu a camisa rosa da Moranguinho. Pelo menos
era rosa. Ela arrumou o cabelo com um grampo ou dois e
usou o pó compacto para tirar o brilho do nariz. Ela se olhou
no espelho e deu de ombros. Estava tão bom quanto ia ficar.
Quando ela entrou na sala de jantar para o café da
manhã todos olharam para ela com horror.
— O que você está fazendo fora da cama? — Aiden se
levantou de um pulo.
— Eu estava com fome e queria café da manhã. Não
posso tomar café da manhã? — Ela perguntou confusa.
— Claro que pode. Venha se sentar ao meu lado,
querida. Eu não acho que Aiden aprecie plenamente o quão
forte as mulheres podem ser. — Meryn sentou-se entre
Adelaide e Aiden. Ela notou que Aiden a observava muito

MY
CommandeR
Alanea Alder
minuciosamente. Talvez ela tenha exagerado na noite
passada.
— Eu trouxe bolo para você. — Aiden se inclinou e
beijou sua bochecha.
— Eu vi. Eu totalmente planejo comer ele mais tarde.
— Qual deles?
— Todos eles.
— Todos? — Aiden perguntou.
— É, eu não sei como você sabia que eu estava
desejando chocolate, mas eu juro que ontem à noite eu teria
matado por um pouco.
Ela viu Colton fazer um sinal de positivo para Aiden. No
que diabos eles se meteram a noite passada?
— Podemos adiar a sua introdução ao círculo de costura
se você não estiver se sentindo bem. Como shifter, só tenho
meu ciclo uma vez por ano, não consigo imaginar ter ele todo
mês. — Adelaide estremeceu.
— Não é tão ruim quando você se acostuma. — Marius
colocou um prato cheio de ovos, bacon, torradas e batatas
fritas na frente dela, ela sorriu em agradecimento.
— Você não pode estar tendo ele por tanto tempo. Você
mal entrou em seus anos férteis. — Adelaide parecia confusa.
— Eu tenho tido meu ciclo por cerca de... vinte e dois
anos agora. — Meryn deu uma enorme mordida na torrada.
— Vinte e dois anos? Quantos anos você tem Meryn? —
Adelaide perguntou.
— Trinta e quatro. Por quê?

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Isso significa que você começou seu ciclo aos doze
anos de idade? Todos os meses pelos últimos vinte e dois
anos. — Adelaide parecia doente.
— Sim. E?
— Os humanos têm bebês tão jovens assim? Vocês
mesmo são praticamente bebês nessa idade. — Adelaide
perguntou.
Meryn deu de ombros.
— Depende. As crianças fazem sexo cada vez mais
jovens hoje em dia. Não é inédito ler sobre crianças de doze
ou treze anos de idade tendo filhos. — Meryn cuidadosamente
colocou o ovo sobre a torrada. Sua parte favorita era morder a
gema.
— Isso é bárbaro. Os pais dessas meninas, eles buscam
retribuição por suas filhas? — Byron exigiu.
— Às vezes, às vezes as garotas simplesmente são
expulsas.
— Expulsas. O que você quer dizer? — Keelan
perguntou, sendo puxado para a conversa.
— Em algumas famílias, se você fizer algo como
engravidar jovem ou se declarar homossexual, os pais os
expulsam de casa. — Meryn explicou. Por todos os seus
caminhos mundanos paranormais, ela estava descobrindo
que os Lycaonianos estavam bastante protegidos das duras
verdades fora da cidade deles.
— Mas isso significa que eles não têm nenhum lugar
para onde ir, certo? — Ben perguntou.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Sim. Se tiverem sorte, têm outro parente que pode
acolhe-los, mas muitas vezes acabam sem lar e sujeitos aos
predadores nas ruas. A maioria acaba viciada em drogas ou
forçada à prostituição.
— Em Lycaonia, toda criança é querida. Não posso
imaginar abandonar seu próprio filho assim. — Byron
envolveu um braço em torno de Adelaide. Meryn se sentiu
horrível por arruinar o café da manhã de todos. Era tão banal
para ela, que nem sequer pensou duas vezes antes de falar
sobre isso.
— Esses são casos extremos. Não é tão ruim lá fora. Eu
sobrevivi, e perdi ambos meus pais. Há pessoas boas lá fora
também. — Meryn baixou o garfo de repente, querendo
aquele bolo de chocolate.
Aiden, sentindo sua mudança de humor, coloco-a no
colo. Estava começando a lhe parecer natural estar ali.
— Machucaria muito falar sobre isso? — Ben perguntou,
com simpatia nos olhos.
— Não há muito para contar. Tanto meu pai quanto
minha mãe morreu em um acidente de carro quando eu tinha
cinco anos. Depois disso, eu vivi com a minha avó. Ela era
rigorosa, mas me deixava em paz a maior parte do tempo.
Desde que houvesse comida para comer, eu estava bem. Ela
acabou morrendo no meu último ano do ensino médio. Minha
orientadora me deixou morar com ela no meu último mês do
meu último ano e no verão antes de eu ir para a faculdade.
Depois disso eu sobrevivi com bolsas de estudo, trabalhos de

MY
CommandeR
Alanea Alder
meio período e subsídios. Eu me graduei na faculdade e
comecei a trabalhar. Não demorou muito para eu descobrir
que não gostava de trabalhar para outras pessoas,
especialmente porque a maioria deles era mais burra que eu,
então eu comecei meu próprio negócio de segurança na
internet e eu tenho feito isso desde então. Fim.
— Você está sozinha desde que era adolescente? —
Colton perguntou. Meryn assentiu, então pensou sobre isso.
— Na verdade, desde que meus pais morreram
realmente. Minha avó não falava muito comigo, na verdade. A
única coisa boa que ela já fez por mim foi conseguir pra mim
meu cartão da biblioteca.
— Humanos são criaturas incríveis, não são? — Gavriel
disse, seu tom cheio de espanto. Todos assentiram. Meryn
corou.
Adelaide enxugou os olhos.
— Você não tem que comparecer ao círculo de costura
comigo. Eu fui desconsiderada e nem mesmo considerei o seu
passado. — Meryn ignorou seu alivio momentâneo. Ela não
podia decepcionar Adelaide.
— Eu não me importo. Só vou ficar bem quieta no canto.
Eu vou cumprimentar todo mundo, dessa forma ninguém
pode voltar mais tarde e dizer que eu fui arrogante ou me
achava melhor do que eles por não dizer olá.
— Eles pensariam isso também. Oh, querida, depois dos
últimos dois dias que você teve, além de começar seu ciclo, eu

MY
CommandeR
Alanea Alder
me sinto péssima por sujeitar você a isso. — Adelaide torceu
os dedos.
— Querida, se ela diz que pode fazer isso, ela pode, eu
acho que Meryn consegue fazer qualquer coisa que ponha na
mente. — Byron separou as mãos de sua companheira para
que ela não se machucasse.
— É isso aí! — Ela fez uma pausa e olhou em volta. —
Eu posso levar meu notebook, certo?
*****
Meryn estava no inferno do ensino médio. Ao redor dela
as damas de Lycaonia riam e davam risadinhas, cada uma
elogiando a outra muito docemente. Meryn sentia vontade de
vomitar.
— Eu achei que o vestido que você usou no chá de
outono de Lady Rosethorn era impressionante. A Laurel do
Just Sew Sew fez ele para você?
Meryn tinha, é claro, esquecido prontamente os nomes
de todas, mas em sua mente ela estava chamando a loira que
estava falando de Cara de Cavalo. A pobrezinha teve a
infelicidade de nascer com um rosto comprido e uma risada
parecida com um zurro. Cara de Cavalo estava conversando
com uma mulher muito mais robusta, que Meryn havia
rotulado de Fruit Loop10. Ela era redonda, cheirava a limões e
era um pouco boba.

10 Uma marca de cereal.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Você está gostando de Lycaonia, querida? Deve ser
difícil acompanhar tudo, sendo humana e tal. — E ali estava
a própria Abelha Vadia, Daphane Bowers. Ironicamente, a
única do grupo que Meryn podia suportar era a doce e
modesta, futura mamãe e nora de Daphane, Elise.
— Não, tudo parece muito fácil de entender para mim.
— Meryn deu de ombros. Daphane deu uma risadinha. Meryn
não sabia quantos anos Daphane tinha, mas onde Adelaide
conseguia dar uma risadinha graciosamente, essa mulher
não podia. Ela deveria ter parado, tipo, há duzentos anos
atrás.
— Bobagem, é claro que você está confusa, só com
Adelaide aqui para guiar você. Você absolutamente deve vir
até nós com quaisquer perguntas, minha querida, afinal, é
para isso que o Círculo de Costura das Filhas de Lycaonia foi
criado, para ajudar os indivíduos inferiores, mais
desafortunados. — Ela disse isso tão docemente que Meryn
simplesmente piscou por um momento.
Aquela vaca tinha acabado de se referir a ela como um
indivíduo inferior?
— Que generoso da sua parte. Mas de todas as pessoas
Adelaide é a escolha perfeita para me ajudar a aprender sobre
o seu mundo. Ela é, afinal de contas, a companheira de um
homem do Concelho e minha futura sogra. Ela tem sido tão
paciente e maravilhosa explicando as coisas para mim sobre
como será administrar uma das mais poderosas casas de
Lycaonia.

MY
CommandeR
Alanea Alder
Ela fez uma pausa e fungou dramaticamente. Meryn
limpou os olhos com o guardanapo de chá.
— Agora eu finalmente sei o que é ter uma mãe. —
Fungue novamente e alguém solte a música dramática.
— Pobrezinha.
— Sozinha no mundo, pode imaginar?
— Adelaide é realmente a coisa mais doce, você não
poderia pedir por alguém melhor, minha querida. — Meryn
assentiu e aceitou a simpatia delas.
— As mães realmente são especiais. Continuo dizendo a
Elise que ela será uma mãe maravilhosa. Estivemos
planejando o berçário por semanas, não estivemos, Elise?
Oh, alguém jogou a carta do bebê cedo.
Meryn virou-se para Elise e com uma sinceridade
genuína a parabenizou:
— Estou tão animada por você! Eu acho que você vai ser
uma mãe incrível. Vocês decoram os berçários usando temas
aqui em Lycaonia? — Meryn perguntou.
— Temas? — A voz suave de Elise mal foi ouvida.
— Sim. Como Hello Kitty se é uma garota ou um tema de
beisebol se for um menino.
— Oh não. Nós não temos nada assim aqui. Apenas
cores diferentes. O que você recomendaria para um bebê lobo
shifter? — Elise perguntou, os olhos brilhando de
curiosidade.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Hmm. Nada muito assustador. Talvez filhotes de lobo
de desenho animado com bandanas coloridas ao redor de
seus pescoços. — Meryn sugeriu.
— Isso seria tão adorável. — Elise juntou as mãos.
— Ninguém em Lycaonia tem isso Elise, definitivamente
seria algo novo. Nosso anúncio não será publicado até hoje
mais tarde, mas minha Eleanor está grávida. Aposto que ela
gostaria de algo assim também. — A mulher à direita de Elise
disse, sua voz tímida.
— Estou tão animada por Ellie, Lady Canter! Diga a ela
que ligarei mais tarde. — Elise irradiava animação. Meryn
ficou surpreendida com as personalidades completamente
diferentes entre Daphane e Elise.
— Não seja ridícula! Quem já ouviu falar de decorar um
berçário com personagens de desenhos animados? Absurdo.
Vamos decorar nos tons tradicionais de Lycaonia de azuis e
verdes para meninos. Eu tenho certeza que ela terá um filho,
um menininho igualzinho ao meu Donovan. — Daphane
interpôs, seu tom ligeiramente severo. Elise murchou bem
diante dos olhos de Meryn. Meryn começou a ficar seriamente
irritada, ela odiava valentões mais do que qualquer outra
coisa.
— Elise, acho que você deveria ser capaz de decorar seu
berçário do jeito que quiser. É o seu bebê, afinal de contas.
Eu sei que você provavelmente está ansiosa por isso há muito
tempo. — Meryn adivinhou. Elise a olhou, gratidão nos olhos.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Eu gostaria de algo novo e brilhante. Eu gosto da
ideia de filhotes de desenho animado. Poderíamos fazer
bandanas em cores diferentes para que pudéssemos começar
imediatamente. Não faria diferença se eu tivesse um menino
ou uma menina. Eu...
— Elise, não seja boba. Olha, você está ficando muito
cansada. Isso está obviamente te chateando. — Daphane
voltou seu olhar para Meryn. — Até você entender nossos
costumes um pouco melhor, pode ser melhor você não
interferir. — O olhar duro de Daphane não a deteve. Meryn
simplesmente se virou para Elise, ignorando Daphane e
ficando de costas para ela.
— Ou você poderia fazer constelações de lobos correndo
pelo teto. Eu sempre achei que as luzes cintilantes eram
calmantes. — Meryn virou a cabeça para que apenas Elise a
visse piscar o olho. Os olhos de Elise se arregalaram e ela
escondeu um sorriso atrás do guardanapo.
— Realmente! Elise! — Daphane protestou.
— Deixe as jovens conversarem, Daphane. Eu gosto de
ouvir sobre novas ideias, é muito estimulante. — Lady
Fairfax, a velha e mal-humorada mulher, falou pela primeira
vez. Meryn se esquivou dela no início, porque ela a lembrava
de sua própria avó, mas ela estava rapidamente se tornando
uma das suas favoritas entre as mulheres.
— Sim, Daphane, Elise não parece tão bem há meses. —
Cara de Cavalo contra-atacou. Vendo que estava em menor

MY
CommandeR
Alanea Alder
número, Daphane recuou. Mas Meryn podia dizer que algo
mais estava se formando.
— Então, Adelaide, como é a sensação de ter um dos
seus filhos finalmente acasalados? Eu tenho que dizer que
fiquei um tanto chocada ao ouvir que você teve que lançar um
feitiço para que seu filho encontrasse uma companheira e
uma humana ainda por cima. — Daphane tomou um gole do
chá dela.
A vadia disse o que? Ok, as luvas estão sendo retiradas
agora.
— Não é milagroso? — Meryn irrompeu. Ela agarrou a
garganta de uma maneira melodramática. As damas se
inclinaram para frente instintivamente. — A Destino escolheu
Adelaide para ajudar tantos guerreiros a encontrarem
companheiras. Quero dizer, em todo o mundo ela confiou nela
para canalizar seu propósito. Por causa de Adelaide, tantos
bons homens encontrarão suas companheiras e cumprirão o
plano da Destino. Só ela poderia ter criado um plano tão
prático, mas eficiente. É quase como se Adelaide fosse uma
com o Divino. — Meryn fechou os olhos e soltou um suspiro
sonhador. Ela abriu os olhos uma fresta para dar uma
olhada. Ela rezou para que não tivesse exagerado muito com
isso. Para sua alegria, as mulheres ao seu redor estavam
chorando e olhando para Adelaide com algo próximo à
reverência.
— Eu sempre soube que ela era destinada a grandes
coisas.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Lady McKenzie, você simplesmente tem que ir ao meu
almoço que planejei para a semana que vem!
— Ela foi guiada pelo Divino!
— Eu sempre soube que a Casa McKenzie era
abençoada. — As vozes excitadas das mulheres ao redor dela
fizeram Meryn virar a cabeça para esconder o sorriso.
Xeque e mate, vadia.
— E pensar que a própria Destino trabalhou através de
você, Adelaide. Que excitante! — Cara de Cavalo estava
praticamente vibrando na cadeira.
Do lado de fora, o som fraco dos sinos assinalaram o fim
da hora. Adelaide se levantou e todos se aquietaram
imediatamente. Ela pareceu um pouco surpresa com isso.
— Senhoras, muito obrigada por vir hoje para dar as
boas-vindas à minha filha à Lycaonia. A presença de vocês
aqui diz muito sobre vocês. Espero que ela tenha descoberto
tantas amigas entre vocês quanto eu. — Todas as senhoras se
endireitaram e aplaudiram.
— Até a próxima vez. — Adelaide assentiu e, uma a
uma, cada mulher parou para falar com ela.
Elise foi até onde Meryn estava, ao lado de Adelaide, e
pegou as duas mãos dela.
— Obrigada, não vou esquecer da sua ajuda hoje.
Gostaria de falar com você novamente. — Elise disse
timidamente.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Claro. Isso seria ótimo, embora eu tenha que avisá-la,
eu sou realmente meio estranha e nunca tive uma amiga
antes. — Meryn confessou.
— Eu também nunca tive. Não uma verdadeira amiga.
Tenho a sensação de que você seria uma verdadeira amiga,
Meryn McKenzie. — Elise assentiu e se apressou em alcançar
sua sogra, que fora uma das primeiras a sair.
— Meryn McKenzie hein? Não parece tão ruim. — Meryn
refletiu para si mesma. Adelaide acompanhou a última
mulher para fora. Quando ela voltou para a sala de estar, ela
estava borbulhando de rir. Ela enrolou os braços em volta de
Meryn e praticamente a jogou no sofá.
— Tornou-se uma com o Divino? Oh meu Deus, Meryn,
eu pensei que você disse que não sabia como as mulheres da
sociedade eram. — Adelaide e Meryn se sentaram respirando
com dificuldade por terem rido muito.
— Eu disse que não gostava disso, nunca disse que não
seria boa nisso.
— Você fez uma inimiga hoje. — Adelaide avisou.
Meryn deu de ombros.
— Eu posso viver com isso. É uma coisa boa que essa
coisa terminou às três, eu estava a dois segundos de socar
aquela vadia na garganta. Como você consegue suportá-la? —
Meryn rangeu os dentes.
— Porque ela realmente faz muito trabalho bom na
comunidade. Seus motivos podem nem sempre ser puros,
mas o resultado final é o mesmo. — Adelaide deu de ombros.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Eu gostei da Lady Fairfax, ela parece uma velha
senhora legal.
— Eu gosto dela também. Ela é muito direta e honesta.
Acho que talvez ela também gostou de você. Seu neto é dono
de um café na cidade chamado The Jitterbug. — Adelaide
ficou de pé.
— Sydney é o neto dela? Não é de admirar que eu gostei
dela. — Meryn pensou, juntando um mais um. Ambos tinham
Fairfax como sobrenome.
— Coloque seu notebook de lado, querida. Eu consigo
ouvir meu filho andando de um lado para o outro na cozinha.
Eu mal posso esperar para lhe dizer o quão estupenda você
foi. — Meryn corou. Ela seguiu Adelaide até a cozinha. Aiden
e sua unidade se levantaram. Eles estavam comendo sobras
do chá do círculo de costura.
— Então, como foi? — Aiden puxou uma cadeira para
ela. Por um segundo, ela se sentiu desapontada por ele não
tê-la colocado no colo. Ela se sentou e acenou para Adelaide
porem eles a par do ocorrido.
— Sua companheira, sozinha, devolveu todas as
tentativas que Daphane Bowers fez para menosprezar a ela
ou a mim. De fato, ela pode ter me elevado a um status
"Divino". — Adelaide sorriu largamente.
— Eu sempre achei que você era divina. — Byron disse,
chegando por trás de sua companheira e beijando-a no
pescoço.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Oh, Byron, eu queria que você pudesse ter visto.
Meryn foi absolutamente perfeita. Quando Daphane insinuou
que a única maneira de nosso filho conseguir encontrar uma
companheira foi por lançar um feitiço, Meryn fez isso se virar
contra ela. Ela disse que a Destino me escolheu como um
receptáculo para ajudar tantos guerreiros a encontrar suas
companheiras.
Byron olhou para Meryn.
— Essa é, na verdade, uma teoria muito sólida.
— Sim, também deve baixar a bola dela, caso ela tente
ressuscitar o terrível rumor sobre Lady Adelaide usar magia
negra para engravidar. — Meryn bocejou. Adelaide e Byron a
olharam em choque.
— De onde você ouviu essa velha história?
— Eu tenho minhas fontes. — Meryn se gabou.
Byron esfregou o queixo.
— Um movimento muito bom, Meryn. Você está certa.
Ninguém pode mais ressuscitar esse velho conto para
machucar Adelaide. Excelente manobra. — A aprovação de
Byron fez com que ela se sentasse mais ereta.
— Minha pequena políticazinha. Como está sua
condição? — Aiden perguntou suavemente.
— Oh. Minhas cólicas? Melhor. Eu encontrei uma
garrafa velha de Aleve11 no fundo da minha mochila. Estou
indo muito bem. — Meryn lutou contra o desejo de pular no

11 Remédio. Naproxeno, um anti-inflamatório não esteroide. De ação


analgésica, antipirética e anti-inflamatória.

MY
CommandeR
Alanea Alder
colo dele. O que diabos estava errado com ela? Ela se sentia
nervosa, como se não pudesse ficar quieta.
— Aiden. — Byron apontou para Meryn. O rosto de
Aiden se abriu em um sorriso. Sem palavras, ele a levantou
do assento e a pôs no colo dele. Ela soltou um longo suspiro
de alívio e enterrou o rosto no peito dele.
— Eu não achei que isso a afetaria, sendo humana. —
Aiden murmurou enquanto esfregava a bochecha contra o
cabelo dela. Meryn sentiu vontade de ronronar. Quando ela
percebeu o que estava fazendo, congelou.
— O que está acontecendo? — Ela se afastou para olhar
para Aiden.
— Essa é a atração do acasalamento. Vai ficar cada vez
mais forte quanto mais tempo estivermos juntos. — Aiden
acariciou seu pescoço com o nariz. Meryn virou-se para
Adelaide e Byron.
— Como diabos vocês vivem? — Ela sabia que eles
estavam juntos há muito tempo. Byron apenas riu.
— Nós estamos acasalados, Meryn, essa sensação igual
à que você acabou de ter, de tocar o seu companheiro nunca
some, mas fica mais fácil depois que você foi reivindicada. —
Adelaide explicou.
— Maldito período! — Meryn se aconchegou nos braços
de Aiden. Byron corou e tossiu.
— Sendo assim, eu estarei no meu escritório até o
jantar. — Ele se inclinou e beijou Adelaide antes de ir para o
escritório.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Por que você não leva Meryn para cima para tirar
uma soneca? — Adelaide sugeriu.
— Nós vamos fazer patrulha ao redor da casa. — Colton
anunciou enquanto ele, Darian, Gavriel e Keelan se
levantavam.
— Falo com você mais tarde. — Aiden também se
levantou com Meryn aninhada nos braços. Eles fizeram uma
continência e saíram pela porta dos fundos. Aiden sorriu para
a mãe e subiu as escadas.
— Eu realmente poderia me acostumar a ser carregada
por aí assim.
— Eu poderia me acostumar a ter você em meus braços
o tempo todo também. — Aiden disse e carregou-a para o
quarto deles.

MY
CommandeR
Alanea Alder
Capítulo 7

Quando Meryn acordou de seu cochilo completamente


envolta pelos braços de Aiden, ela ficou surpresa por não se
sentir presa ou aborrecida. Com seus namorados anteriores,
muitas vezes se encontrara rezando durante a noite para que
eles parassem de respirar alto para ela poder dormir, mas
dormir ao lado de Aiden parecia natural. A soneca lhe fez
maravilhas, ela se sentia como uma nova pessoa.
Eles estavam agora no andar de baixo na sala de jantar
para o jantar. A Unidade Alfa e os irmãos de Aiden se
juntaram a eles novamente. Meryn acreditava que era a
comida de Marius que os fazia visitar, não a companhia dela.
Quando Aiden estendeu a mão sobre a mesa para pegar
o cesto de pão, ela notou algo preto na parte superior do
braço dele. Curiosa, ela começou a levantar a manga da
camiseta dele. Aiden, vendo do que ela estava atrás puxou a
manga até o ombro. A tatuagem era de um grande escudo, o
interior dividido com símbolos diferentes em cada quadrante.

MY
CommandeR
Alanea Alder
Letras estranhas formavam a borda do escudo e um nó celta
juntava tudo.
— É lindo. O que significam os diferentes símbolos? —
Meryn estendeu a mão e traçou as linhas.
— O escudo representa ser um membro da unidade. No
canto superior esquerdo, a crista com o grifo, representa
Lycaonia. O grifo tem o corpo de um leão e a cabeça e asas de
uma águia. Já que o leão é considerado o Rei dos Animais e a
águia o Rei dos Pássaros, foram escolhidos para
representarem todos os shifters. No canto superior direito,
está a letra grega para "A" ou Alfa. Ele mostra que eu estou
na Unidade Alfa. Abaixo dela está uma longa espada,
representando a minha escolha de batalhar e defender nosso
povo. No canto inferior esquerdo, o círculo dentro de um
quadrado dentro de um triângulo dentro de outro círculo, é o
símbolo da transformação indicando que eu sou um shifter.
Na parte superior do escudo está o brasão da minha família, e
a estrela no meio representa que eu sou o Comandante da
Unidade. As tatuagens são enfeitiçadas de modo que, se um
guerreiro muda de unidade, os símbolos podem ser
atualizados. — Aiden apontou para cada símbolo com
reverência. Meryn olhou para Byron. Obsequiosamente, ele
levantou a manga e tinha uma tatuagem idêntica, já que ele
também fora o Comandante da Unidade antes de Aiden. Sua
tatuagem tinha um símbolo a mais que a do Aiden, no
entanto. Byron apontou para a coroa de louros pendurada no
alto do escudo.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Isso significa que eu sou um Ancião, um dia Aiden vai
ter isso adicionado à sua tatuagem também.
— O que são os rabiscos ao longo da borda? — Meryn
perguntou.
Darian riu.
— Não são rabiscos, essa é a linguagem escrita dos faes.
Elas são feitiços para nos manter seguros, para nos ajudar a
curar e para pedir aos Deuses que cuidem de nós. — Darian
levantou a manga. O brasão da família dele era diferente, mas
os símbolos representando Lycaonia, a Unidade Alfa e a longa
espada eram os mesmos. Ela apontou para o intrincado sol
feito em trabalho celta.
— Esse é o símbolo dos fae?
Darian assentiu.
— Já que estamos fazendo “mostre e conte”... — Keelan
sorriu e levantou a manga. Em vez de um sol, ele tinha uma
lua crescente voltada para a esquerda, uma lua cheia e outra
lua crescente voltada para a direita. — O símbolo dos bruxos
representa a Deusa tripla, mostra suas três encarnações,
Donzela, Mãe e Anciã. — Gavriel levantou a manga dele. Ele
tinha um dragão enrolado para fazer um símbolo do infinito
com a cabeça comendo a cauda.
— É o símbolo vampírico para a eternidade já que somos
imortais. — Ele baixou a manga. Meryn virou-se para Aiden.
— Eu quero uma tatuagem.
Aiden se engasgou com o chá.
— Você não recebe uma.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Por que não? Eles não têm tatuagens de parceiros?
Existe um símbolo humano? — Meryn perguntou a Adelaide
já que Aiden estava sendo obstinado.
— Receio que não, minha querida. Talvez você possa
criar um. — Ela sugeriu.
— Mãe! Eu... — As palavras dele foram cortadas pelo
celular tocando. Ele imediatamente parou o que estava
dizendo e atendeu.
— Aiden aqui. Sim, senhor, sim, senhor. Eu entendo. —
Aiden se levantou e estalou os dedos para Gavriel. Os homens
se levantaram de supetão. — Imediatamente. — Ele desligou
o telefone.
— Colton, você fica aqui, eu quero que você guarde
Meryn. O resto de vocês comigo. — Aiden se inclinou e beijou-
a rapidamente.
— Leve o Colton com você, estou bem aqui. — Meryn
protestou.
— Eu gostaria de poder deixar mais. — Ela podia dizer
que Aiden estava dividido.
— O que somos nós, fígado picado? Vá Aiden, não
vamos deixar nada acontecer com a sua companheira. —
Adam se levantou e se aproximou para ficar atrás de Meryn.
Adair assentiu.
— Você pode ser o irmãozinho Comandante da Unidade,
mas não esqueça que sou o Diretor Chefe na academia de
treinamento. — Ele adicionou. Ben também ficou de pé.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— E eu sou um guerreiro da unidade também, Aiden.
Vou ligar para o Sascha e dizer a ele que vou dormir aqui. —
Meryn nunca se sentiu tão protegida.
— Eu não preciso te lembrar que eu costumava ser o
Comandante da Unidade, preciso, filho? — Byron perguntou.
Aiden sacudiu a cabeça.
— Está bem, está bem. — Ele a olhou. — Eu voltarei
assim que puder. Colton vai ficar aqui com você. — Ele se
virou para os homens. — Alfa saiam. — Os homens correram
para fora da sala de jantar. Quando Meryn ouviu a porta da
frente se fechar, lhe sobreveio que ele estava saindo para
arriscar a vida e ela nem tinha dito adeus. Adam bagunçou o
cabelo dela.
— Ei, baixinha, ele vai voltar. Não se preocupe com ele,
ele é muito bom no que faz. — Ele tomou o lugar de Aiden e
colocou outra fatia de carne assada no prato dela. — Coma. A
carne vermelha durante o seu ciclo ajudará a restaurar o
ferro no seu sangue. — Meryn assentiu, mas não achava que
pudesse comer outro pedaço. A comida que ela já havia
comido se transformara em um tijolo no estômago.
— Marius, talvez você possa conseguir que Bronwyn
faça para Meryn uma xícara de chá especial. — Adelaide
sugeriu.
Marius assentiu.
— Eu mesmo estava prestes a recomendar isso. —
Marius disse.
— Quem é Bronwyn? — Meryn olhou para Marius.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Bronwyn é minha companheira. Ela é dolorosamente
tímida. Espero que ela se apresente em alguns dias. Ela faz
os chás mais calmantes e deliciosos em Lycaonia. — Ele disse
orgulhosamente.
— Como aquele da noite passada?
Ele assentiu.
— Sim, essa é uma das suas misturas mais populares.
— Ele fez uma pequena reverência e foi para a cozinha.
Meryn mexeu a comida de um lado para o outro no
prato. Minutos depois, Marius voltou com uma xícara de chá
fumegante e uma fatia grande de bolo de chocolate. Meryn
lambeu os lábios.
— Obrigada, Marius. — Meryn empurrou o prato de
comida para um lado e puxou a fatia de bolo de chocolate
para ela. Adam foi interceptar e colocar a carne assada de
volta no lugar quando ela bateu no braço dele.
— É chocolate, eu vou cortar você!
Adam franziu o cenho para ela.
— Não precisa ficar violenta.
Colton riu.
— Ela fez meu nariz sangrar. Eu disse desde o começo:
ela é perfeita para Aiden. Ela vai deixá-lo louco. — Meryn deu
outra mordida no bolo, mastigou e engoliu.
— Eu não deveria?
Byron assentiu.
— Sim, deveria.

MY
CommandeR
Alanea Alder
Depois de terminar o chá e duas fatias de bolo, Meryn
bocejou. Maldição, aquele chá funcionou rápido. Ela bocejou
novamente. Indiferente às boas maneiras à mesa, ela cruzou
os braços sobre a mesa e deitou a cabeça para baixo. Ela
estava apenas começando a cochilar quando ouviu Byron
dizer:
— Não, eu a levo. — Ela foi levantada gentilmente. O
movimento oscilante de ser carregada a acalmou ainda mais
antes dela desistir e adormecer.
*****
— Meryn, Meryn. — Uma voz sussurrada a tirou do
sono.
— Aiden? — Ela piscou, mal visualizando uma figura no
escuro.
— Não, é Colton.
— Que porra de horas são? — Ela murmurou.
— Sete da manhã, pouco antes do amanhecer. Eu
queria te dizer que Aiden conseguiu voltar. Ele e os homens
estão dormindo no quartel, você o verá mais tarde hoje. —
Colton parecia tão aliviado quanto ela se sentia.
— Obrigada por me dizer. — A figura dele começou a se
afastar e, de repente, ela não queria ficar sozinha. — Você
não pode ficar por um tempinho?
— Você quer que Aiden me mate?
— Por favor? Eu me sinto abalada, como se eu quisesse
chorar, mas não sei por quê. É confuso. — Ela admitiu. Ela o
ouviu suspirar.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— É porque você está aliviada que Aiden está bem e seu
corpo está desejando o dele. Tudo bem. Mas se você disser a
Aiden que eu fiz isso, eu vou negar.
Ela o ouviu se mover na escuridão.
— Colton? — Ela não obteve resposta. Segundos depois,
um grande peso pulou na cama. Na luz do amanhecer, ela viu
como um lobo gigante subiu na cama e se enrolou ao lado
dela. Ela ia dormir ao lado de um lobo! Quão legal era isso?
— Eu nunca tive um cachorro antes.
Colton rosnou.
— Eu acho que gosto mais de você assim. — Meryn
gentilmente esfregou o pelo macio atrás das orelhas dele.
Uma perna começou a chutar.
— Você gosta disso, menino? Huh? Um menininho tão
bom! — Ela lhe beijou no nariz e passou um braço ao redor
dele. — Obrigada, Colton, me sinto melhor agora. — Ela
bocejou e voltou a dormir.
*****
— Uma razão. Dê-me uma maldita razão pela qual eu
não deveria matá-lo! — Meryn ouviu a voz irritada de Aiden e
sentou-se de supetão na cama. Ele agarrava Colton pela nuca
e o lobo balançava abaixo de seu aperto. Gavriel tinha uma
mão estabilizadora no braço dele.
— Porque ele é seu melhor amigo, porque ele é o seu
terceiro no comando e porque ele nunca iria trair você, não
que Meryn iria. — Gavriel explicou em um tom uniforme.

MY
CommandeR
Alanea Alder
Meryn pulou da cama, vestida apenas com sua camiseta
de dormir do Voltron12 e roupas íntimas. Ela tirou Colton da
mão dele. Colton caiu de quatro e sentou-se passivamente.
Ela passou os braços ao redor do pescoço dele.
— Deixe meu cachorrinho em paz! — Ela gritou para
Aiden. Ele congelou.
— Seu o quê? — Gavriel perguntou enquanto ele e Aiden
piscavam para ela.
— Meu cachorrinho. Eu nunca tive um cachorro antes,
então estou adotando o Colton. — Ela esfregou o topo da
cabeça de Colton. Ela teve que engolir um sorriso quando viu
que Colton estava de malandragem. Ele rolou de costas,
expondo sua barriga para um carinho. Sorrindo, ela coçou a
barriga dele. Ela olhou para Aiden. — Peça desculpas a nós
dois. Porque Gavriel está certo. Nenhum de nós iria te
machucar assim. — Ela se levantou e colocou as mãos nos
quadris. Colton ficou de pé, rosnando em um baixo ressoar
ao lado dela.
— Eu sinto muito, eu não quis insinuar que qualquer
um de vocês iria me trair. Mas caramba! Eu entro para ver as
roupas de Colton no chão e vocês dois aconchegados juntos.
— Aiden jogou as mãos no ar. Meryn pensou sobre isso.
— Bom ponto. Da próxima vez dobre suas roupas e
coloque-as na cômoda. — Ela disse olhando para Colton.

12

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Esse não é o ponto! — Aiden gritou.
— Colton leve suas roupas para o banheiro, se
transforme de volta e se vista. O café da manhã está quase
pronto. Quanto mais cedo descermos, mais cedo Meryn pode
se vestir. — Colton pegou suas roupas com a boca e correu
para o banheiro. Os olhos de Gavriel estavam rindo, mas ele
nunca sorriu. Meryn olhou para cima e viu que a veia na
têmpora de Aiden estava pulsando. Isso não poderia ser bom,
até mesmo para um shifter.
— Você... você... — Ele apontou para a blusa dela.
— O que? Voltron era fodão!
— Eu não posso fazer isso. Vou descer. Vamos começar
esta manhã de novo no café da manhã. — Aiden se virou e
fechou a porta atrás dele com força. A porta do banheiro se
abriu e Colton saiu correndo sem nem mesmo olhar na
direção de Meryn. Ele abriu a porta e correu pelo corredor.
Gavriel olhou para a cintura dela. Meryn puxou a
camisa para baixo. Ele estava olhando para a virilha dela?
— O que?
— Você está errada por um dia. — Ele assinalou. Ficou
claro para ela que ele estava falando sobre sua calcinha de
dia da semana.
— Meu TOC teve um pequeno problema com isso.
Quando Aiden me sequestrou, meus dias da semana saíram
dos trilhos. Eu deveria começar uma nova semana no dia em
que fui pega. Fiquei aliviada que o pervertido que destruiu
meu apartamento não mexeu com este conjunto, é o meu

MY
CommandeR
Alanea Alder
favorito. Quando pegamos minhas coisas eu não conseguia
decidir se eu ainda deveria usá-las em ordem ou pular alguns
dias e fazê-los corresponder com o dia atual. Se eu pulasse
dias elas se desgastariam em momentos diferentes. — Meryn
explicou. Gavriel assentiu seriamente.
— O que você decidiu fazer?
— Vou usar essa até o meio-dia, então vou trocar, eu
devo recuperar o tempo perdido e estar de volta aos trilhos
hoje mais tarde.
— Eu não posso acreditar que entendi isso. Te vejo no
café da manhã, Meryn. — Gavriel fez uma saudação e fechou
a porta atrás de si.
Meryn decidiu ir com calma. Ela tomou banho e revisou
cuidadosamente sua seleção de camisetas. Hoje ela
definitivamente estava se sentindo no humor para Doctor
Who. Ela pegou sua camiseta da TARDIS13 e vasculhou sua
mala procurando seu Converse azul. Sua longa echarpe
multicolorida completava seu conjunto. Ela pegou seu
moletom com capuz e seu notebook Mac Book Air e se dirigiu
à porta. Assentindo no espelho, ela piscou para si mesma
enquanto passava.
— Allon-sy14!
Ela desceu as escadas saltitando, olhando o longo
corrimão de madeira. Hoje não. Mas logo. Ela ia tentar

13 TARDIS é a nave espacial e máquina do tempo do seriado Doctor Who, e seu


exterior parece com uma cabine de polícia de Londres. Ela é azul.
14 Frase comum no seriado Doctor Who, significa “Vamos lá” ou “Vamos

nessa”.

MY
CommandeR
Alanea Alder
deslizar nele. A madeira altamente polida estava praticamente
implorando por isso. Ela entrou na sala de jantar e sentou-se
ao lado de Aiden. Ela notou que Keelan, Darian e os irmãos
de Aiden não estavam lá. Ela colocou seu moletom com capuz
e seu notebook no chão ao lado da cadeira dela.
— Onde está todo mundo?
— Adam está de volta à clínica. Adair tinha aulas
matinais e Darian e Keelan começaram os exercícios matinais
com a unidade de Ben. — Aiden respondeu antes de beijá-la
profundamente nos lábios. Ela o beijou de volta com
entusiasmo até sentir o cheiro de algo que lhe deu água na
boca. Seu nariz se contraiu.
— O que é esse cheiro gostoso? — Ela olhou em volta.
— Eu me lembrei da sua máquina de café expresso esta
manhã. Nós dois a deixamos no porta-malas do meu carro
ontem. Marius tem aperfeiçoado suas canecas de café
expresso desde que eu a trouxe. — Aiden deu uma mordida
no bacon.
— Falando de carros. Onde está o meu? — Ela exigiu.
Aiden estremeceu.
— Você quer dizer sua armadilha de morte sobre rodas?
No quartel da Unidade Alfa.
— Você não fale nada sobre a Serenity. Ela me serviu
bem.
— Você nomeou seu carro? — Colton perguntou.
— Você não? — Meryn ficou surpresa. Ela pensou que
todo mundo fazia isso. As portas da cozinha se abriram.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Eu acho que fiz certinho. Se estiver muito fraco ou
muito forte, por favor me avise. — Marius trouxe um pequeno
copo de marfim coberto com uma espuma branca. Meryn se
adiantou com as mãos ansiosas e pegou o copo elegante
antes de levá-lo ao nariz.
— Cheira maravilhosamente. — Ela tomou um gole. A
espuma em si era doce e a amargura das doses de expresso
eram temperadas pelo leite. Ela olhou para Marius.
— Eu te amo. — Aiden congelou. Marius não piscou um
olho.
— E eu te adoro, pequena senhorita. Crepes ou torrada
francesa esta manhã? — Ele perguntou, estendendo um prato
vazio.
— O que há nos crepes?
Marius piscou.
— Sabe, os garotos nunca me perguntaram isso. Nem
uma única vez.
— Isso é porque eles geralmente comem duas porções de
cada um, não importa qual é o recheio. — Adelaide cortou o
crepe dela com a precisão de uma dama.
— Há dois tipos diferentes de crepes esta manhã. Mirtilo
e cream cheese ou cream cheese e amêndoa. — Marius
respondeu à Meryn parecendo satisfeito.
— Eu poderia ter um dos de amêndoas, por favor? —
Meryn inclinou o copo e tentou sugar a espuma da parede
interna. Quando ela abaixou o copo suspirou feliz. Ela já
podia sentir a cafeína fazendo sua mágica. — Eu também

MY
CommandeR
Alanea Alder
poderia ter outro daqueles cappuccinos? — Meryn estendeu
seu copo vazio. Aiden colocou a mão sobre o copo.
— Isso depende, quais são seus planos para o dia? —
Ele perguntou.
— Eu estava planejando levá-la para fazer compras com
Colton agindo como escolta. — Adelaide respondeu antes que
Meryn tivesse a chance de falar. Ela olhou para a doce
mulher horrorizada. Aiden levantou a mão e deu de ombros.
— Ok. — Ele assentiu. Meryn olhou para ele.
— E se eu tivesse planejado sair contigo hoje? — Aiden a
olhou.
— Por mais que eu adoraria passar o dia com você,
tenho que escrever o relatório da missão da noite passada e
discutir algumas novas preocupações com os outros líderes
de unidade. — Meryn apenas o olhou. Ele totalmente não
respondeu a pergunta dela.
— Eu queria falar um pouco mais sobre aqueles
detalhes do caso que o Ancião Airgead me deu. — Meryn
murmurou enquanto Marius colocava um prato com um novo
crepe diante dela.
— Você passou a tarde toda de ontem no círculo de
costura mexendo naquele notebook. Hoje vou mostrar-lhe
minhas butiques favoritas! Precisamos pegar sua roupa para
o Baile da Véspera de Halloween. Espero que possamos
encontrar algo decente. Nessa hora tardia as melhores estão
fadadas a terem sido compradas. — Adelaide estava quase
tremendo de emoção ao pensar em uma expedição de

MY
CommandeR
Alanea Alder
compras. Meryn começou a se aproximar da borda de seu
assento. Ela tinha feito a coisa do círculo de costura, mas
aquilo e compras na mesma semana era pedir demais. O
braço pesado de Aiden envolveu seus ombros, puxando-a
para trás em sua cadeira.
— Mamãe está ansiosa por uma filha por muito, muito,
muito tempo, Meryn. — Ele a olhou com os olhos suplicantes.
— Suponho que sim. — Ela pensou sobre isso por um
segundo. — Podemos voltar àquele café? Prometi a Sydney
uma atualização sobre como foi o círculo de costura. —
Meryn cortou um enorme pedaço do crepe e encheu a cara. O
cream cheese estava suave e doce com uma pitada de
amêndoa. Marius colocou outro copo na frente dela.
— Tão bom! Agora eu entendo porque você disse que
precisava tanto dele, Lady Adelaide. — Meryn pegou seu
segundo cappuccino.
— Eu organizei a sua entrevista dos escudeiros para o
dia após o baile. Marius concordou em ajudar com alguns dos
testes de qualificação. — Adelaide fez uma pausa e Meryn
olhou para cima. Adelaide hesitou antes de continuar: —
Meryn, Lady Adelaide é tão formal. Eu gostaria que você me
chamasse de mãe, ou, se você não está confortável com isso,
apenas Adelaide. — Meryn a encarou. Ela nunca chamara
ninguém de mãe pelo que conseguia se lembrar.
— Mãe. — A palavra soava engraçada de se dizer.
— Mãããããããe.
— Mãããã.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Você é minha mamãe? — Meryn riu, então se virou
para Adelaide, que estava começando a olhar para ela com
preocupação.
— Eu nunca usei essa palavra antes. Eu gosto... mãe.
Isso significa que eu posso te chamar de pai? — Meryn
perguntou a Byron timidamente. Ela ouviu uma fungada e
pensou que Adelaide fosse a que estava emocionada. Ela, no
entanto, sorria para seu companheiro. Meryn ficou surpresa
ao ver que era Byron que esfregava os olhos como uma
criança sonolenta. Masculinamente ele limpou a garganta.
— Eu adoraria se você me chamasse de pai. — Meryn
sorriu para ele, o homem era simplesmente um enorme
marshmallow. Ele olhou carinhosamente para Adelaide.
— Nós temos uma garotinha. — Ele disse com uma voz
completamente maravilhada. Adelaide assentiu, então um
rápido lampejo calculista cruzou seu rosto.
— Byron, estou usando sua conta para fazer compras
hoje. — Byron assentiu distraidamente com um largo sorriso
bobo no rosto. Aiden se inclinou e beijou sua bochecha.
— Obrigado por fazê-los felizes.
— Não é como se eu não estivesse ganhando nada do
negócio. Nunca tive pais antes. — Meryn deu de ombros.
— Eu vou deixar Colton com você hoje. Diga a ele para
se manter vestido. — Aiden beijou sua têmpora e se levantou.
— Como assim? — Byron perguntou.
— Descobri que gosto mais de Colton como um
cachorro. — Meryn terminou seu crepe.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Eu não sou um cachorro! Sou um lobo. — Colton
tentou soar arrogante, mas ninguém acreditou.
— Você deveria tê-lo visto quando filhotinho! Eu acho
que tenho alguns esboços por aqui em algum lugar. Alguns
de Aiden também. — Adelaide ofereceu.
— Não há fotos? — Meryn perguntou.
— Câmeras não tinham sido inventadas até então,
querida. — Adelaide explicou gentilmente.
— Oh. — Ela olhou para Aiden. — Droga, você é velho!
Ele revirou os olhos e se levantou.
— Divirta-se fazendo compras. Fique com o Colton. —
Ele a beijou, se virou para ir embora e voltou. O segundo
beijo continuou até que a cabeça dela começou a flutuar. Eles
se separaram com relutância. Aiden beijou sua testa e
recuou.
— Seja boa. — Ele pegou uma banana da fruteira e saiu
com Gavriel.
— Eu sempre sou boa. — Adelaide, Byron e Colton
olharam fixamente para ela. — Eu sou. — Eles continuaram a
olhar fixamente. — Na maior parte do tempo.
— Nós vamos nos divertir muito hoje. — Adelaide sorriu.
— Eba! — Meryn comemorou fracamente. Ela odiava
fazer compras!

MY
CommandeR
Alanea Alder
Capítulo 8

Haviam mentido para ela. Adelaide lhe prometera café,


agora já passava do meio-dia e ela não conseguira seu café
restaurador da tarde. Eles estavam agora na quarta boutique
e o dono da loja estava falando à Adelaide a mesma frase que
os outros três. Eles não tinham nada que se adequasse a ela
e ficaram sem tecido para encomendar uma nova peça. As
costas de Adelaide estavam eretas como uma vareta.
— Eu sinto muito em ouvir isso. Talvez no próximo ano.
— Adelaide passou um braço pelos ombros dela e a conduziu
para fora.
— Talvez eu não devesse ter pisado no calo da Lady
Bowers. — Meryn suspirou. Ela estava apavorada com a
perspectiva de ir a um baile, estar entre tantos estranhos,
onde seria esperado dela fazer conversa fiada e lembrar
nomes. Mas, tinha que admitir, ela estava ansiosa para se
vestir para uma festa de Halloween em uma cidade
paranormal.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— De todas as coisas juvenis para fazer! Eu gostaria que
ela simplesmente deixasse o passado para trás. — Adelaide
protegeu os olhos do sol da tarde. — Vamos pegar um pouco
daquela cafeína pela qual você está inquieta para ter. —
Meryn se animou imediatamente com a sugestão de Adelaide.
De braços dados elas caminharam até o The Jitterbug.
Quando entraram, Meryn inalou profundamente. A única
coisa que faria este lugar cheirar melhor era se vendesse
livros.
— Lá está ela! Sente-se e conte tudo. — Sydney apontou
para as duas banquetas vazias do outro lado do balcão de
onde ele estava operando a caixa registradora. Meryn e
Adelaide tomaram seus lugares. Meryn pediu o latte de
abóbora e maçã que havia pedido da última vez e Adelaide a
surpreendeu quando pediu a mesma coisa. Adelaide tinha
uma expressão envergonhada no rosto.
— Eu amo chá, mas a variedade é o tempero da vida.
— Por favor, me diga que o boato que eu ouvi sobre você
ignorando a Lady Bowers é verdade? Você tem sido o assunto
da cidade! Ninguém pode acreditar que você a enfrentou
daquele jeito. — Sydney compartilhou enquanto fazia as
bebidas delas.
— Eu posso confirmar que isso aconteceu. Ela
simplesmente estava sendo rude com a nora.
Sydney bufou.
— Você conheceu a vaca, ser rude é simplesmente a
natureza dela.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Você não tem medo de dizer coisas ruins sobre ela?
Evidentemente, ela já virou as pessoas contra mim. As lojas
da cidade não me venderão uma roupa. — Sydney acenou
com a mão, desconsiderando sua preocupação.
— Ela e eu discutimos quando ela disse que eu perverti
e distorci a escolha da Destino de companheiro para mim.
Todo mundo sabe que não temos voz no que diz aos nossos
companheiros, aquela mulher é simplesmente louca. —
Sydney entregou-lhes as bebidas.
— Ela ainda deve acreditar que eu roubei Byron dela.
Eles estavam se vendo quando ele e eu nos conhecemos. Ela
tinha grandes ilusões sobre se tornar a Lady McKenzie. Mas
uma vez que você encontra seu companheiro, acabou. Eu
acreditei que ela superou isso, mas vendo as reações dos
lojistas à Meryn, não posso deixar de me perguntar. —
Adelaide balançou a cabeça. — Vou invadir meu armário e
fazer um novo traje à mão, se for preciso. — Ela disse
veementemente.
— Não se preocupe com um traje. Eu sempre posso
simplesmente fazer alguns buracos em um lençol e ir como
um fantasma. — Meryn suspirou enquanto tomava um gole
da sua bebida. A bebida doce e picante a aqueceu de dentro
para fora.
Sydney e Adelaide trocaram olhares de preocupação
— Meryn, você não entende, essa não é só uma festa à
fantasia. É um dos maiores eventos sociais do ano. — Sydney
explicou.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Eu disse traje, mas é mais como um vestido de baile
com acessórios extraordinários. — Adelaide continuou. Meryn
olhou de um ao outro.
— Então, sem procurar por maçãs ou enfiar a mão em
uma tigela com uvas sem pele fingindo que elas são globos
oculares?
— É isso que os humanos fazem? Isso é nojento. —
Sydney estremeceu.
— Querida, é um grande baile. As reuniões, discussões,
apresentações, a escalada social e arranjos de negócios feitos
nesta noite podem determinar o sucesso das principais casas
no ano. — A voz de Adelaide era gentil. Para Meryn, o quarto
começou a girar.
— Eu não posso ir para algo assim! Você está louca?
Vou humilhar Aiden! — Meryn ofegou por ar. Adelaide
empurrou a cabeça dela entre as pernas.
— Agora, pare com isso. Eu te vi em ação durante o
círculo de costura, você consegue manter sua compostura. —
Adelaide esfregou suas costas.
— Pensei que poderia te encontrar aqui. Meu neto tem
estado roendo as unhas para falar com você sobre o círculo
de costura de ontem.
Meryn olhou para cima, Lady Fairfax estava de pé na
porta segurando um saco de cetim. Seus cabelos grisalhos
estavam puxados para cima em um coque elegante e sua
figura corpulenta estava elegantemente vestida. Ela
encostava-se pesadamente em uma bengala de ébano.

MY
CommandeR
Alanea Alder
Embora mais velha, seus olhos ainda brilhavam com uma
malícia geralmente reservada para pessoas mais jovens.
— Vovó, o que você está fazendo aqui?
— Eu ouvi rumores de que Daphane Bowers passou por
todas as lojas de roupas esta manhã. O que é interessante é
que todas as lojas se especializavam em vestidos de baile.
Você ainda não teve a chance de comprar um, não é, Meryn?
— A mulher mais velha se sentou na mesa atrás de onde
Meryn estava sentada na banqueta. Meryn endireitou-se e
virou-se para encará-la.
— Não, estamos procurando a manhã toda.
— Você pode muito bem parar de desperdiçar seu
tempo, Daphane Bowers não faz as coisas pela metade.
Sydney, você pode ser um amor e me trazer uma xícara de
chá? — Ela recostou sua bengala contra a mesa.
— Você está dizendo que Meryn não deveria ir? —
Adelaide perguntou. Lady Fairfax sacudiu a cabeça.
— Eu acho que ela deveria ir mesmo.
— Mas ela não tem um vestido. — Sydney apontou,
colocando uma xícara de chá na mesa.
— Sydney, seja um bom rapaz e entregue a ela aquele
saco. — Lady Fairfax apontou para a bolsa de cetim branca
de tamanho médio que havia colocado na cadeira ao seu lado.
Sydney a pegou e entregou a Meryn.
— Vá em frente, acho que vai gostar. — Disse Lady
Fairfax. Meryn abriu a bolsa e tirou uma grande muda de
roupa de cetim branco. Era completamente disforme,

MY
CommandeR
Alanea Alder
pendendo até o chão. Os braços eram tão largos que Meryn
tinha certeza de que ela poderia caber dentro de um deles.
— Hum. Obrigada? — Meryn franziu a testa para o
material. Quando ela olhou para cima, viu que Adelaide
estava olhando para a roupa, admirada. A mão delicada que
avançou para roçar o material estava tremendo.
— É isso o que acho que é? — Ela perguntou sem fôlego.
Lady Fairfax assentiu sorrindo.
— Eu mal posso esperar para ver a expressão de
Daphane Bowers quando Meryn entrar usando isso. Oh, oh,
isso fará meu ano. — Lady Fairfax soltou uma risada alta,
assustando os clientes a sua volta. Meryn virou-se para
Sydney como se dissesse "Sério?" Ele teve pena dela.
— Meryn, este é um vestido muito especial. Está em
nossa família há gerações. Foi um presente para a minha avó
da própria Rainha dos Fae. Este vestido é o Vestido de Éire
Danu. Você o coloca e ele muda para qual for que seja o
vestido que você precise, ele se transforma de acordo com
seus pensamentos e desejos. Ele não foi usado por um longo
tempo. — A voz de Sydney parecia triste. Lady Fairfax
assentiu.
— Desde a mãe dele, que os Deuses a tenham. Estou
ficando mais velha e, embora Sydney ame muito o Justice ele
nunca foi de se travestir. Então eu estou lhe presenteando
com ele. Meu único pedido é que, se Sydney e Justice tiverem
uma garotinha, você o entregue a ela.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Isso muda para o que eu quiser? — Meryn olhou para
o vestido em dúvida.
— E atua como suas damas de companhia. Vai mudar
os seus sapatos, cabelo, maquiagem e acessórios para
combinar com o vestido. O único vestido que você alguma vez
vai precisar.
— Eu mal posso esperar para ver o rosto dela. —
Adelaide estava rindo tanto que cobriu o rosto. Lady Fairfax
começou a rir novamente.
— Lady Fairfax, eu não sei como te agradecer. Só o
pensamento de que eu nunca terei que sair para comprar
roupas novamente é um presente. — Para Meryn isso
significava mais do que um vestido que foi feito pelos fae.
— Pensei que você poderia apreciar isso. Diga-me,
menina, quão perto você estava de bater na Daphane ontem?
— Os olhos de Lady Fairfax dançavam com regozijo.
— Ai não, era aparente? — Meryn, de forma reverente,
colocou o vestido de volta em seu saco especial.
— Eu notei, mas não acho que as idiotas que estavam lá
ontem notaram. Realmente, criança? Tocada pelo Divino? —
Ela levantou uma sobrancelha.
— Hey! Funcionou, não foi? — Meryn protestou.
— Tenho a sensação de que as coisas estão prestes a
ficar mais interessantes em Lycaonia. — Lady Fairfax tomou
um gole de chá. Sydney observou sua avó cuidadosamente
antes de soltar sua bomba de fofoca.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Você sabia que ela chamou o Ancião Evreux de
babaca? — Ele disse casualmente. Lady Fairfax pulverizou o
chá sobre a mesa e se virou para encarar Meryn.
— Foi um acidente!
— Como você chama alguém de babaca por acidente? —
Sydney perguntou.
— Ele não deveria me ouvir. — Meryn murmurou.
Lady Fairfax começou a arquejar, preocupada Meryn
desceu do assento e começou a dar batidinhas nas costas
dela.
— Você está bem?
— Oh, eu mal posso esperar para provocá-lo sobre isso.
Idiota pomposo. Oh, Meryn, você é boa para o meu coração.
— Lady Fairfax riu e puxou Meryn para baixo para beijar sua
bochecha. Meryn corou furiosamente.
— Meryn, você pode ligar para Aiden? Enquanto
estivermos fora eu preciso saber se ele quer que eu pegue sua
roupa formal dos alfaiates. — Adelaide sorria de orelha a
orelha. Grata por uma chance de escapar de ser o centro das
atenções, ela voltou e pegou sua mochila.
— Você terá que ir lá fora, por algum motivo a recepção
dentro do café tem sido irregular ultimamente. — Sydney
aconselhou. Ela foi sair e percebeu que não tinha o número
dele. Ela voltou-se.
— Você tem o número dele? — Ela perguntou a
Adelaide. Adelaide anotou o número num guardanapo e lhe
entregou.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Tome seu tempo, querida. Estou gostando do meu
latte. — Adelaide piscou um olho.
— Obrigada! — Meryn praticamente correu para a porta.
Ela saiu e respirou fundo. Ar fresco. Ela se acomodou em
uma das pequenas mesas de bistrô, pegou seu notebook e
abriu-o. Ela procurou na parte inferior da bolsa por seu
telefone. Assim que o encontrou, discou o número de Aiden.
— Olá? — A voz profunda de Aiden lhe provocou
arrepios. Ele soava sem fôlego.
— Por que você está respirando com dificuldade? — Ela
perguntou.
— Estamos fazendo exercícios. Você está bem? —
Enquanto a respiração dele se acalmava, ela o imaginou
suado e todos os seus músculos flexionando. Malditos
hormônios!
— Sim. Eu ainda estou fora com a sua mãe. Ela queria
que eu perguntasse se você precisa que nós peguemos suas
roupas formais.
— Obrigado aos Deuses pela minha mãe! Eu esqueci
completamente que as armazenei na Seamless. Os alfaiates
da cidade são bruxos e quando eles guardam suas roupas
eles lançam um feitiço para mantê-las limpas, passadas e
prontas para usar. Se eu tivesse esperado até o último
minuto, teria havido um período de espera para retirá-la, já
que eles têm que lançar um feitiço de reversão. — A
respiração de Aiden parecia normal e seu tom otimista. Ela

MY
CommandeR
Alanea Alder
desejou que ele estivesse na frente dela, ela apostava que ele
estava sorrindo.
— Ok, vou avisá-la... — Do nada ela poderia jurar que
sentiu alguém passar por ela. Ela realmente sentiu calor
corporal. Ela olhou em volta e na calçada onde estava
sentada, estava vazio.
— Meryn? — Aiden chamou seu nome. Ela balançou a
cabeça.
— Desculpa, me distraí por um momento. Você estará
em casa para o jantar? — Ela estava começando a amar
comer. Antes de Aiden, comer significava engolir um hot
pocket15 enquanto mexia no notebook. Agora significava
conversar e rir com amigos e família.
— Sim, estaremos lá. Marius deixou escapar que ele
estava fazendo o seu mundialmente famoso bolo de carne
hoje à noite. Nós vamos ter que lutar contra os caras por uma
boa fatia.
— Eu aposto que Marius vai guardar um pouco para
mim, ele... — A garganta de Meryn se contraiu, alguém tinha
acabado de suspirar em sua nuca. Arrepios explodiram em
sua pele e cobriram seu corpo. Uma risada sinistra a fez
ofegar e girar em sua cadeira. Ninguém estava lá.
— Meryn, o que há de errado? — A pergunta frenética de
Aiden mal foi registrada.

15 Uma marca americana de sanduíches de bolsa que geralmente contêm um


ou mais tipos de queijo, carne ou legumes.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Eu acho que alguém está aqui, mas eu não vejo nada.
— Ela sussurrou.
— Onde está Colton? Onde está a minha mãe? — Ele
perguntou. No fundo, ele estava gritando ordens para os
homens entrarem nos veículos.
— Eu não vi Colton e sua mãe está no café. — Os olhos
de Meryn dispararam ao redor.
— Entre agora! — Aiden gritou. Meryn se levantou
apenas para uma mão pesada empurrá-la de volta para
baixo.
— Aiden algo me empurrou! Não vai me deixar entrar! —
Seu coração batia fora de controle.
— Grite. Grite o mais alto que puder. A unidade de Ben
está patrulhando a cidade hoje, alguém vai te ouvir. — Aiden
gritou. Ela abriu a boca para gritar quando algo a cobriu. Só
foi quando ela sentiu o calor úmido que ela percebeu que
alguém a estava beijando. Uma língua estranha forçou seu
caminho até a garganta dela. Ela se debateu, uma mão forte
agarrou seu seio. Arremessando-se para trás, ela se afastou
de seu agressor. Quando sua boca ficou livre, ela puxou ar e
gritou o mais alto que pôde. Segundos depois, uma figura
apareceu ao lado dela. Era Colton.
— O que aconteceu? — Ele exigiu, olhando em volta. Ela
não conseguia responder. Tudo o que ela conseguia fazer era
tremer e chorar. A porta do café se abriu e Adelaide saiu
correndo.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Meryn, o que há de errado? — Ela foi puxada para os
braços de Adelaide, mas ainda não conseguia falar.
— Colton, seu cachorro inútil, pegue a porra do telefone!
— Aiden estava gritando tão alto que até Meryn podia ouvi-lo.
Colton gentilmente retirou os dedos dela do celular.
— Aiden, eu juro que estava observando-a o tempo todo.
Ninguém se aproximou dela. — Colton passou uma mão pelos
cabelos.
No final da rua, o som de um motor rugindo anunciou a
chegada da Unidade Gama. Ben saltou do SUV e correu para
se ajoelhar na frente de Meryn.
— O que estamos procurando, criança? — Ele
perguntou. Ela balançou a cabeça.
— Um fantasma. — Ela sussurrou. Ben a olhou confuso
antes de se virar para Colton.
— Colton, do que estamos atrás daqui?
— Eu não tenho ideia, porra, não havia nada lá. —
Colton praticamente gritou. Ben permaneceu ajoelhado na
frente de Meryn, segurando as mãos dela.
— Você está segura agora. O que quer que foi, terá que
passar por nós para chegar até você. — Meryn virou-se para
Colton e eles trocaram um olhar. Apenas Colton entendia.
Porque ele não tinha visto nada também. Como você pode
lutar contra algo que não pode ver?
Atrás deles, a Unidade Gama se espalhou e começou a
questionar os clientes e lojistas que tinham saído ao som do

MY
CommandeR
Alanea Alder
grito dela. Rodas rangendo a fizeram olhar para cima. Um
familiar SUV preto, praticamente inclinado, virou a esquina.
— Aiden. — Ela sussurrou. O SUV foi dirigido
diretamente até eles e freiou com tudo. Antes do veículo parar
de se mover, Aiden estava pulando para fora, do lado do
passageiro. Ele correu até ela e a levantou nos braços. Sob as
mãos dela, ela podia sentir que ele estava tremendo.
Empurrando seu próprio medo de lado, ela esfregou o peito
dele.
— Eu estou bem. Eu estou bem. — Ela continuou
repetindo até ele se acalmar. Recusando-se a soltá-la, ele se
sentou e a manteve no colo.
— O que aconteceu, Meryn? Nos guie pelas sequências
de eventos, não deixe nada de fora. — Aiden perguntou.
Assentindo, Meryn sentou-se.
— Nós estávamos falando sobre os alfaiates e eu senti
calor, tipo calor corporal passando por mim. Mas não havia
nada lá, então eu ignorei. Então senti um suspiro na nuca e
alguém riu. Você me disse para entrar, mas quando me
levantei fui empurrada para baixo. Eu fui gritar e... — Meryn
engoliu em seco enquanto lágrimas enchiam seus olhos.
Ela respirou fundo antes de continuar.
— Algo me beijou, ele também torceu meu peito. Seu
hálito era podre e ele tentou me sufocar, forçando sua língua
pela minha garganta. — Meryn sentiu lágrimas derramarem
sobre seus olhos. Aiden embalou-a mais apertado. — Eu me

MY
CommandeR
Alanea Alder
empurrei para trás e gritei. Então Colton estava lá. — Ela
enxugou os olhos.
— Colton, você tinha o dever de guarda, como pôde
deixar isso acontecer? — Aiden exigiu. Meryn bateu na
cabeça de Aiden. Ele continuou a franzir a testa para seu
melhor amigo. Meryn exasperou-se.
— Que parte do “eu não vi nada” você não entendeu?
Quem quer que seja esse idiota, ele estava com a língua tão
profundamente na minha garganta que estava tocando nas
minhas amídalas e eu não vi nada. O que Colton poderia ter
feito? — Ela exigiu. Aiden respirou fundo.
— Aiden, eu juro a você pela minha vida que eu não vi
nada. Eu nunca deixaria nada acontecer com a Meryn. —
Colton sussurrou duramente.
— Eu sei que você não iria. — Aiden admitiu antes de se
virar para o outro homem que estivera dando ordens.
— Relatório. — Ele latiu.
— Senhor, nós entrevistamos praticamente todo mundo
na rua. Ninguém viu nada, ninguém na mesa ou fugindo. —
Meryn olhou para o gigante de cabelos brancos.
— Obrigado, Sascha. Vou deixar você e a Gama para
terminarem aqui. Vou levar minha companheira e minha mãe
para casa. A Alfa permanecerá designada para a Casa
McKenzie até que esse cara seja pego. — Aiden ficou de pé.
— Sim, senhor! — Sascha assentiu e começou a ordenar
que seus homens terminassem com as entrevistas. Quando

MY
CommandeR
Alanea Alder
Aiden começou a ir em direção ao SUV, Meryn se contorceu
para descer.
— Eu tenho que pegar minha bolsa. — Aiden a colocou
no chão. Ela voltou para a mesa apenas para perceber que,
embora sua bolsa ainda estivesse lá. Seu notebook sumira.
— Filho da puta da porra de uma puta! — Ela berrou.
Os homens ao redor dela congelaram.
— Meryn? — Aiden perguntou cautelosamente.
— Ele roubou meu notebook! Eu tive essa coisa por
anos! Eu amo meu notebook, é meu bebê. Ele me entende e
me diverte. — Ela começou a hiperventilar.
— Podemos te conseguir um novo, respire, bebê, respire.
— Aiden estava freneticamente tentando acalmá-la. A cabeça
dela parecia embrulhada em algodão. Ela ouviu Adelaide
pedir a Sydney um copo de água. Eles não entendiam. Seu
notebook era todo o seu mundo; atrás do teclado de seu
notebook ela era invencível.
— Tinha a minha capa favorita do Doctor Who. — Ela
chiou. Ela não queria mais ver ninguém. Ela não lutou
quando os pequenos pontos cinzentos apareceram. Ela se
deixou desmaiar.
*****
— Eu não entendo, é só um notebook. Eu compro cem
pra ela se isso a fizer se sentir melhor. — Meryn acordou com
o sussurro de Aiden.
— Não é sobre o notebook Aiden. Sua companheira,
embora tenha se saído bem conosco, não gosta de interagir

MY
CommandeR
Alanea Alder
com as pessoas. Embora ela disfarce, ela teve uma infância
bastante isolada. Ela nunca aprendeu como estar perto dos
outros. Para ela o notebook era como um porto seguro,
quando ele foi súbita e violentamente retirado dela, isso
estourou seu nível de ansiedade, provocando um ataque de
pânico.
Meryn manteve a respiração uniforme e os olhos
fechados. Aiden estava conversando com seu irmão mais
velho, Adam. O cheiro austero a levou a acreditar que estava
na clínica e não na casa.
— Eu não entendi! — A voz de Aiden estava cheia de
frustração. Ela ouviu um suspiro pesado.
— Ok. Quando alguém lhe dá um presente que você não
necessariamente gosta, o que você faz? — Adam perguntou.
— O que diabos isso tem a ver com alguma coisa? —
Aiden latiu.
Ela ouviu um baque suave.
— Ai! — Sim, Adam tinha batido no Aiden.
— Apenas responda à pergunta para o seu irmão mais
velho e mais sábio.
— Tudo bem! Eu digo obrigado, penso em um modo em
que ele possa ser usado e prometo dizer a eles como foi. —
Aiden respondeu.
— Como você sabia disso?
— Eu não sei.
— Eu sei. Marius ensinou a você e a todos nós como
aceitar presentes graciosamente. Eu me lembro,

MY
CommandeR
Alanea Alder
especificamente, dele te ensinando antes do seu aniversário
de seis anos.
— Qual o seu ponto?
— E se nunca te ensinassem? E se alguém lhe
entregasse algo e você não tivesse ideia do que fazer ou dizer.
E se você simplesmente congelasse, mas então o ato de
congelar adiciona mais estresse. Agora você está estressado
porque está estressado, adicione quaisquer possíveis reações
negativas e os compostos problemáticos.
A explicação de Adam foi recebida com silêncio.
— Agora imagine que essa é a reação que você tem toda
vez que tem que falar com alguém que não conhece. Ou
quando é o centro das atenções?
— Bons Deuses! — Aiden exclamou suavemente.
— Como eu disse, ela se deu muito bem conosco, pode
ser porque você é seu companheiro e qualquer aceitação
natural que ela tenha por você se estendeu a seus amigos e
familiares. Mas fora do seu círculo social, ela experimenta
verdadeiros lampejos de pânico. Eu acho que ela aprendeu a
manter isso à distância usando o notebook como um
amortecedor. Se ela estiver em uma situação em que possa
ter que falar com outras pessoas, aposto que ela tem um
notebook aberto na frente dela para poder fingir estar
ocupada ou desinteressada. — Meryn sentou-se, ambos os
homens se voltaram para ela.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Eu faço isso. Se você parece que está trabalhando, as
pessoas ficam longe e não tentam ficar de conversa fiada. —
Ela admitiu. Aiden rapidamente se moveu para o lado dela.
— Se sentindo melhor? — Ela deu de ombros. Suas
mãos pareciam vazias.
— Aiden, eu recomendo levá-la para casa e colocá-la
para descansar pelo resto do dia. Uma boa noite de sono vai
lhe fazer muito bem. — Adam aconselhou. Meryn assentiu
segurando o braço de Aiden.
— Podemos, por favor, ir para casa? — Ela se sentiria
melhor se estivesse em um local familiar.
Ela olhou em volta.
— Por que essas coisas parecem estoque que sobrou dos
anos cinquenta? — Ela perguntou. A maca em que estava e
os armários de metal verde-limão pela sala tinham visto
décadas melhores.
— Porque é. — Adam respondeu.
— Mas por quê? Você não pode comprar coisas mais
novas? — Meryn perguntou. Adam e Aiden balançaram a
cabeça.
— A riqueza pessoal não pode ser usada para financiar
um estabelecimento público. — Aiden explicou.
— Isso é uma merda.
— Nós faremos outra arrecadação de fundos no final do
ano, mas a maioria das pessoas não acha que os membros da
unidade precisam de uma clínica, já que somos paranormais
e nos curamos rápido. — Adam tirou um cobertor do armário

MY
CommandeR
Alanea Alder
alto e envolveu-o nos ombros dela. — Leve-a diretamente para
casa e para a cama. — Ele ordenou.
— Vamos, Ameaça, hora de ir. — Aiden levantou-se e
pegou-a nos braços gentilmente.
— Minhas pernas vão esquecer como funcionam se você
continuar com isso.
— Tudo bem. Eu te carrego se elas o fizerem.
A viagem para a casa foi tranquila. Aiden segurou a mão
dela pelo caminho todo, pelo qual ela estava grata. Enrolada
no cobertor da clínica, Aiden a carregou para dentro da casa.
Marius e Adelaide saíram correndo da sala de estar da frente.
— Ela está bem? — Meryn podia ver a ansiedade no
rosto de Adelaide.
— Ela está bem. Vamos passar o resto do dia no andar
de cima, relaxando. Marius, você poderia mandar um jantar
leve para cima mais tarde? — Aiden perguntou.
— É claro, senhor. — Ele fez uma reverência.
— Nós vamos fazer um café da manhã extra especial
para você amanhã, Meryn, você simplesmente descanse
agora. — Adelaide se inclinou para frente e beijou sua testa.
— Obrigada, mamãe. — Meryn ficou satisfeita com a
expressão de Adelaide.
— Mamãe? — Ela sussurrou.
— Todo mundo te chama de mãe, mas eu acho que
mamãe soa melhor. — Meryn explicou.
— Claro que sim. — O sorriso de Adelaide era trêmulo.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Vejo você pela manhã. — Aiden disse e carregou-a ao
andar de cima.
Assim que a sua porta se fechou atrás deles, Aiden
começou a rir.
— Aposto que minha mãe correu para o escritório para
ligar para o meu pai e dizer a ele que você a chamou de
mamãe. Espero totalmente que ele peça para você chamá-lo
de papai. — Aiden colocou-a na cama.
— Se isso fizer ele feliz eu vou. — Meryn se enrolou de
lado. Aiden a olhou e o amor que ela viu em seus olhos quase
a fez chorar novamente, mas ela estava farta de chorar. Aiden
apenas continuou parado lá. Meryn percebeu que ele não
sabia o que fazer. Ela se virou mais ou menos e deu um
tapinha no espaço vazio atrás dela. Sem perder tempo, ele se
enfiou atrás dela e puxou-a para a curva de seu corpo. Sua
força e calor eram como um bálsamo calmante. Ela virou
apenas a cabeça.
— Beije-me. Eu não quero mais sentir o gosto dele. —
Ela sussurrou. Com um rosnado baixo, ele abaixou a cabeça.
Seus lábios mordiscaram os dela. Quando sua língua
perseguiu a dela, ela teve que se afastar rindo. Ele pressionou
os lábios na nuca dela e ela pôde senti-lo sorrir. Ele estava
tentando fazê-la se sentir melhor.
— Conte-me sobre o Natal. Eu quero ouvir algo legal
para afugentar o medo. — Ela se empurrou para trás até que
não havia dúvida alguma que o beijo deles o deixou desejoso.
A mão dele parou o recuo dela.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Tenha cuidado ou você receberá um presente em vez
de ouvir sobre eles.
— Meu ciclo terminará depois de amanhã.
— Graças aos Deuses! — Foi o rogo fervoroso de Aiden.
— História de Natal, por favor. Nós não realmente o
celebrávamos muito ao crescer. Eu ganharia duas ou três
roupas novas do brechó e um novo par de sapatos, só isso.
Nós nem sequer compramos uma árvore, nunca. — Aiden
ofegou.
— Nenhuma árvore! Essa é a minha parte favorita do
Natal. Eu adoro decorar a árvore. Nós acumulamos tantos
tipos diferentes de lâmpadas e ornamentos que tivemos que
começar a dividi-los em temas diferentes e fazer rodízio. Este
ano acho que é o tema animal. É um dos meus favoritos,
muito rústico.
A voz de Aiden assumiu uma cadência excitada.
— E a comida! Deuses, a comida. Marius e minha mãe
cozinham e cozinham todos os dias. Peru e presunto e gansos
recheados. Tortas de carne moída e pudim flamejante. Os
biscoitos da Bronwyn me fazem querer chorar todos os anos,
são tão bons.
Aiden suspirou.
— O baile tem que ser o melhor, no entanto. Não há
acordo ou arranjos comerciais feitos como na Véspera do
Solstício de Inverno. Apenas a alegria da temporada, há
dança e cantos a noite toda. Os Anciãos fazem e servem um

MY
CommandeR
Alanea Alder
rum com manteiga16 que mantém todos de alto astral.
Acendemos velas durante toda a noite e ficamos acordados
até o amanhecer para saudar o sol. Daí em diante os dias
ficam mais longos. — Os olhos de Meryn se fecharam
enquanto o dia a apanhava. A imagem que Aiden criou
dançava em sua mente. Ela mal podia esperar pelo Natal,
mesmo que isso significasse outro baile estúpido.

16 Rum com manteiga é uma bebida que contém rum, manteiga, água quente
ou cidra, um adoçante e várias especiarias. Nos EUA tem uma história que remonta
aos dias coloniais.

MY
CommandeR
Alanea Alder
Capítulo 9

— O seu notebook é uma merda e deveriam atirar em


você por possuí-lo! — Meryn se enfureceu. A coisa pesava
cerca de 3 quilos e meio e estava rodando o Windows 95. Ela
tinha que se sentar perto da mesa dele, já que era necessário
um cabo para a internet, ele era muito antigo para se
conectar sem fio. — Eu não consigo fazer nada com isso!
Como diabos você consegue fazer alguma coisa?
— Meryn, meu trabalho é perseguir e atirar em coisas.
Eu preciso da minha arma não um notebook. — Aiden
explicou. Ele havia desmontado sua pistola lateral e estava
lubrificando-a.
Eles ainda estavam isolados no quarto deles na manhã
seguinte, pelo que Meryn estava grata. Ela não teve muito
tempo para si para recuperar as forças. Surpreendentemente,
ela nem se importava que Aiden estivesse no quarto com ela.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Eu não pensei nisso até agora, mas você perdeu tudo
o que tinha compilado sobre o caso de pessoas
desaparecidas, não é?
— Quem disse que eu perdi? Eu sempre faço um back
up no meu próprio servidor online pessoal. Eu só preciso
chegar neles. Ugh! Pelo amor de Deus, ele está tentando se
conectar com a AOL17! — Ela queria gritar. Ela ainda estava
amaldiçoando quando houve uma batida na porta. Aiden
deixou de lado sua arma e pano para lubrificar e atendeu a
porta.
— Eu trouxe o café da manhã para vocês. Deixe-me ser
o primeiro a lhes dizer que sentiram muito a falta da
Senhorita Meryn à mesa esta manhã. — Marius entrou com
um carrinho.
— Café! — Meryn se levantou de um pulo e saltou para o
carrinho. Marius trouxera três xícaras de cappuccinos e um
bule de café fresco em uma garrafa. Aiden imediatamente foi
para o prato que continha uma pilha alta de bacon e salsicha.
— Marius, você seria capaz de ir às compras hoje? Eu
gostaria de comprar um novo notebook para a Meryn para
substituir aquele que foi roubado. — Aiden perguntou.
— É claro, senhor. Acredito que eles acabaram de abrir
uma nova loja da Apple em Madison. Eu devo ser capaz de
encontrar algo para ela lá. — Meryn olhou para Aiden.

AOL é um portal e provedor de serviço online, situada em Nova Iorque. Foi


17

uma das pioneiras na internet em meados da década de 1990, e a marca mais


reconhecida na web dos EUA.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Ele sabe sobre a Apple. Por que você não tem um
computador decente? — Ela tomou um gole de cappuccino e
lutou contra o desejo de chutar o notebook dele. Ele estendeu
um cano de arma oleada e continuou comendo.
— Se a senhorita escrever tudo que precisa, eu devo ser
capaz de ir às compras hoje e estar de volta esta noite. —
Marius descobriu um prato com torradas francesas
triangulares. Ele caminhou até a pequena escrivaninha em
que ela estivera trabalhando e começou a pôr à mesa seu café
da manhã completo com seu próprio saleiro de sal e
pimentões. Meryn foi até sua mochila e arrancou um pedaço
de papel e procurou uma caneta. Após cinco minutos de
buscar e retirar todos os itens de sua bolsa, ela encontrou a
caneta presa no caderno que tinha no começo. Sentindo-se
frustrada, ela começou sua lista.
Ela mostraria a ele. Sorrindo, ela escreveu uma lista e
deu a Marius. Ele a olhou e franziu a testa. Talvez ela não se
saísse com a sua depois de tudo.
— Senhorita, este item, apenas dois? — Ele arqueou
uma sobrancelha. Meryn não conseguia entender o que ele
queria dizer. Ela balançou a cabeça, olhando-o
interrogativamente. Ele desenhou a letra “A”. “A?” Oh! Alfa!
Ela deveria pegar o suficiente para todos.
— Doze?
Ele assentiu.
— Isso parece correto. Desfrute do seu café da manhã,
pequena senhorita. Eu vou sair em breve para comprar-lhe

MY
CommandeR
Alanea Alder
um notebook que funciona. — Ele fez uma reverência e saiu
do quarto.
— Ele é tão fodão! — Meryn deu um soco no ar. Ela
olhou e percebeu que Aiden estava absorvido em sua arma.
Murmurando para si mesma, ela abriu o notebook e esperou
pelo acesso à internet.
Nos vinte minutos seguintes, ela terminou seu café da
manhã e seus segundo e terceiro cappuccinos. Ela estava
prestes a desistir quando viu a familiar página inicial do seu
servidor. Lhe tomou mais dez minutos para abrir os relatórios
que havia compilado no dia anterior. Ela estava deixando
passar algo óbvio e isso a estava comendo viva. Ela puxou as
informações sobre o primeiro casal que tinha desaparecido,
em seguida, as informações do segundo. O que, nesses dois
casais, os ligavam? Por que agora?
— Esse é um grunhidozinho impressionante que você
tem. — A voz de Aiden a assustou.
— Eu estava grunhindo? — Ela perguntou. Aiden
assentiu.
— Foi muito sexy.
— Sem noção.
— Agora, isso é algo de que posso dizer honestamente
que nunca fui chamado. — Aiden riu. Meryn revirou os olhos.
Ela não podia nem mesmo insultá-lo, seu ego era muito
grande. Ela franziu a testa para o notebook.
— Por quê? — Ela pensou em voz alta.
— O que? — Aiden perguntou.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Nada, apenas falando comigo mesma.
— Bem, se divirta. Vou levar Gavriel de volta ao quartel
para me encontrar com Sascha para falar de ontem. Colton,
Darian e Keelan ficarão aqui. — Aiden se inclinou, beijou-a
nos lábios e se virou para ir embora. Meryn sentiu seu
coração se apertar. Ela estendeu a mão e agarrou a camisa
dele. Parecia que se ele ficasse com ela, nada de ruim
aconteceria. Ele se virou e se ajoelhou na frente dela. — Eu
voltarei antes que você perceba. Eu tenho que me informar
com os homens e alimentar o Tubarão.
— Tubarão? O que você tem, tipo, um Rottweiler ou algo
assim? — Aiden corou e balançou a cabeça.
— Eu tenho um peixe.
— Uma piranha?
— Não. Um peixe-palhaço. — Ela piscou e ele lhe franziu
o cenho, como se a desafiasse a rir.
— Você tem um peixe-palhaço chamado Tubarão? — Ela
perguntou e então percebeu.
Ela começou a rir.
— Você gostou do Encontrando Nemo, não foi? — De
alguma forma o rosto dele ficou num tom mais profundo de
vermelho. — Isso é demais! — Ela caiu de lado, rindo. Aiden
continuou a franzir o cenho para ela.
— É a maior história de sobrevivência! Nemo é levado
pelo inimigo, mas seu pai não desiste de tentar recuperá-lo.
Ele forma alianças improváveis e vence seus medos para ter
seu filho de volta. Nemo também se recusa a continuar

MY
CommandeR
Alanea Alder
prisioneiro e segue o código dos guerreiros para escapar e
voltar para sua unidade familiar. — Aiden explicou. Meryn se
sentou e passou os braços em volta do pescoço dele.
— Você tem que ser o homem mais adorável que eu já
conheci. Eu sou tão sortuda pela Destino nos ter juntado. —
Ela o abraçou apertado.
— Eu não sou adorável. Eu sou o Comandante da
Unidade, meus inimigos tremem... — Ela o beijou
profundamente.
— Sim, sim, eu sei. Você é muinto assustador.
Ele envolveu seus braços fortes ao redor dela e acariciou
seu pescoço com o nariz até que ela chiou.
— Eu te amo, Meryn. E farei o que for preciso para
mantê-la segura. — Ele se afastou e ela viu a determinação e
vulnerabilidade em seus olhos. Sua garganta se apertou, ela
nunca amou nada mais do que o homem à sua frente.
— Eu também te amo, eu não me senti segura até você
estar aqui.
Ele segurou-a apertado.
Ela se afastou e beijou-o gentilmente nos lábios.
— Vá alimentar o Tubarão, mal posso esperar para
conhecer seu peixinho feroz.
Ele se levantou.
— Seja boa. — Ela apenas o encarou. — Tente ser boa?
— Ela assentiu.
— Aiden. — Ela chamou quando ele passou pela porta.
Ele se virou.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Sim?
— Obrigada por ter vindo por mim. — O sorriso dele era
caloroso e gentil, mas seus olhos a abrasavam com um
prometedor ardor. Ele fechou a porta atrás dele. — Maldito
período! — Ela murmurou e voltou para o notebook arcaico
de Aiden.
*****
Ao meio-dia, Meryn estava pronta para cortar os pulsos
ou bater em Aiden com seu próprio notebook, estava em um
impasse. Finalmente, ultrapassados os seus níveis de
paciência, que eram praticamente inexistentes concernente
ao carregamento de páginas de qualquer forma, ela fechou a
tampa do notebook com uma batida e decidiu tomar um
banho. Ela deixou a antiguidade cair no chão e foi até sua
mala. Ela deveria reivindicar uma gaveta? Este era seu novo
quarto? Ela vasculhou suas roupas e fez uma anotação
mental para perguntar sobre o futuro deles. Sentindo-se
beligerante, ela escolheu uma de suas camisetas favoritas que
dizia: "Eu odeio todo mundo!" e foi ao banheiro. Enquanto se
preparava, percebeu que seu ciclo acabara. Ela fez uma
pequena dança feliz no chuveiro. Enquanto lavava o cabelo,
ela debatia sobre a melhor maneira de informar Aiden.
— Vamos lá, garotão, você, eu e Tubarão. — Meryn
bufou, rindo, o que foi um erro porque ela inalou um monte
de água. Tossindo e cuspindo e sentindo-se mais mal-
humorada do que nunca, ela terminou o banho e se vestiu.
Ela deixou o notebook de Aiden no chão e saiu pela porta. Ela

MY
CommandeR
Alanea Alder
estava prestes a dar o primeiro passo para descer as escadas
quando olhou para o corrimão.
E o olhou.
Ela olhou em volta para ver se alguém estava
observando. Jogando a cautela ao vento, ela subiu no
corrimão de madeira, respirou fundo e se empurrou.
Puta merda!
— Má ideia, má ideia, má ideia!! — Meryn gritou até
chegar lá em baixo. Ainda gritando, ela voou do final do
corrimão e aterrissou sobre o cóccix no caro piso de mármore
do saguão. Com lágrimas nos olhos, ela rolou no chão
segurando a bunda.
— Que diabos! — Adelaide e Byron correram para fora
do escritório. Eles a encararam enquanto ela se balançava,
gemendo.
— Você me deve cinco dólares. — Byron disse,
estendendo a mão. Adelaide balançou a cabeça.
— Eu posso lhe dever cinco dólares porque você apostou
que ela iria descer pelo corrimão, mas você me deve vinte
porque eu disse que ela não pensaria em colocar qualquer
travesseiro aqui em baixo como o Ben. — Adelaide apontou
um dedo para seu companheiro.
— Vocês são maus. Estou aleijada! — Meryn levantou-se
com as pernas bambas.
— Venha se sentar e nos fazer companhia no meu
escritório, as cadeiras são mais confortáveis lá do que na sala

MY
CommandeR
Alanea Alder
de estar. — Byron ajudou-a a mancar até seu escritório e
sentou-a.
— Esse dia é uma droga! O notebook do Aiden é uma
droga! E os chuveiros são uma droga! E os corrimões são
uma droga! — Meryn sabia que parecia infantil, mas fez
beicinho de qualquer maneira. Alguns dias simplesmente
precisavam de um botão de reinicialização.
— Pobre querida. Aqui, tome um pouco de chá, você vai
se sentir melhor rapidinho. — Adelaide passou-lhe uma
xícara de chá fumegante. Meryn inspirou a leve fragrância.
— Jasmim?
— Sim, é um dos preferidos do Byron. — Adelaide lhe
passou um pequeno prato cheio de cookies. À sua direita,
uma grande lareira de pedra com um fogo crepitante dava à
sala um brilho aconchegante. Meryn se remexeu na cadeira,
ficando confortável, ignorando as pontadas de dor de seu
cóccix e suspirou. O dia estava parecendo muito melhor.
Em um silêncio confortável Adelaide escrevia, cartas
realmente escritas à mão enquanto Byron digitava em seu
computador. Meryn estava morrendo de vontade de ver se seu
computador era melhor do que o notebook de Aiden.
— Meryn, venha aqui antes que torça o pescoço. —
Byron levantou-se e apontou para a cadeira dele. Meryn
rapidamente deixou de lado sua xícara de chá e praticamente
correu para a mesa dele. Byron sentou-se ao lado de sua
companheira e começou a ajudá-la a colocar o endereço em
alguns dos envelopes.

MY
CommandeR
Alanea Alder
Meryn estalou os nós dos dedos. Era um computador
Mac. Ela logou como convidada e em segundos estava na
internet. Ela puxou seu banco de dados e começou a puxar
relatórios.
— Oh, rasgue esse. Não vamos convidar os Bowers, não
depois do que eu descobri esta manhã. — Adelaide fervilhava.
Byron a olhou, surpreso.
— O que o Ethan fez?
— Não o Ethan, a Daphane! Marius quase ficou com
vergonha de informar que quase todos os potenciais
candidatos a escudeiros que selecionamos para as entrevistas
depois do baile desistiram. Evidentemente, Daphane está
entrevistando para a Elise exatamente no mesmo dia e está
dizendo que é mais prestigioso trabalhar para alguém que é
realmente paranormal em uma casa menor, do que para um
humano na Casa McKenzie. — Adelaide bateu a caneta.
Meryn deu de ombros.
— Se isso foi o suficiente para eles mudarem de ideia,
então podem ter nos feito um favor. Agora não teremos que
eliminá-los. — Ela tamborilou os dedos na madeira polida da
mesa de Byron.
— Essa é uma maneira muito positiva de olhar para
isso, Meryn. — Byron parecia orgulhoso.
— Isso também significa menos entrevistas e conversas
com as pessoas. — Meryn olhou para cima, sorrindo.
Adelaide riu.
— Claro, você veria dessa maneira.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Você está começando a me conhecer bem demais,
mamãe. — Meryn voltou para as anotações que o Ancião
Airgead lhe dera. Alguém limpou a garganta.
— Ah, Meryn, eu na verdade queria falar contigo sobre
algo. — Byron começou. Meryn tinha a sensação de que sabia
o que ele ia dizer.
— Sim, papai? — A expressão no rosto dele era
inestimável. Ela estava certa. Ele queria ser chamado de
“papai”. Ele engoliu em seco.
— Hum... como está o computador para você? — Ele
mudou de direção rapidamente.
— Melhor do que o do Aiden, com certeza. Ei, posso te
perguntar uma coisa? Os paranormais são permitidos no
Facebook? Ou há alguma versão super duper paranormal?
— Não, nós usamos a mesma versão do Facebook como
o resto do mundo, só temos que ter cuidado com o que
compartilhamos. Todos os dispositivos têm o Geo-tagging18
desativado. — Byron explicou.
— Hmm. — Ela abriu o Facebook e voltou ao trabalho.
— Bem, agora temos três entrevistas. Um jovem
promissor de Londres, um da Alemanha e outro jovem do
Japão. Eu nunca ouvi o nome da família dele antes, então ele
pode ser novo em servir. Honestamente, toda essa falsidade e
mesquinharia porque Daphane Bowers não acha que todo
mundo está prestando atenção suficiente no seu futuro neto,

18 Geotagging é o processo de adição de informações geográficas a uma foto,


vídeo, site ou feed RSS. Esta informação revela a sua localização exata quando a foto
foi tirada.

MY
CommandeR
Alanea Alder
é ridículo. Como se não fosse a época do ano para anúncios
de gravidez de shifters. — Adelaide balançou a cabeça e
Meryn congelou.
— O que você disse? — Meryn se virou para Adelaide.
— Sobre a Daphane?
— Não, sobre os anúncios de gravidez dos shifters.
— Aiden não te explicou sobre os nossos períodos
férteis? — Ela perguntou.
Meryn assentiu.
— Mas por que você disse o que disse sobre anúncios de
gravidez?
— Meryn, shifters engravidam em torno do Solstício de
Verão. É outubro, a maioria dos casais espera até depois do
primeiro trimestre para anunciar qualquer coisa, ou dá má
sorte. É por isso que há sempre anúncios de gravidez de
shifters nessa época do ano. — Adelaide explicou.
— Oh meu Deus. — Meryn sentiu o sangue se esvair de
seu rosto.
— Por favor, esteja errado, por favor, esteja errado, por
favor, esteja errado. — Ela murmurou para si mesma vez
após vez.
— Meryn? — Adelaide e Byron se levantaram e se
aproximaram dela. Meryn rapidamente escaneou o site em
que estava e se rescostou, sentindo-se mal.
— Eu sei como eles estavam conectados, os dois casais
desaparecidos. Eles tinham, ambos, postado anúncios de
gravidez no Facebook com um dia de diferença um do outro.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Ela sussurrou. Adelaide ofegou e agarrou o braço de
Byron.
— Byron! — Ele já estava se movendo. Ele pegou o
casaco e estava indo para a porta.
— Bom trabalho, Meryn, ligue para Aiden e informe-o.
Estou convocando uma reunião de emergência do conselho.
Precisamos enviar uma advertência pública para parar os
anúncios de gravidez. — Ele correu pela porta. Meryn estava
congelada na cadeira.
— Meryn. Meryn. Ligue para o Aiden. — Adelaide
empurrou o telefone da mesa para ela. Com uma mão
trêmula, ela discou o celular de Aiden.
— Pai? — A voz de Aiden soava confusa.
— Não, sou eu. Meryn, quero dizer.
— Por que você está no telefone de mesa do meu pai?
— Ele me deixou usar o computador dele. Ouça, eu
achei a ligação entre os dois casais, ambos estavam grávidos.
Eles postaram um anúncio de gravidez no Facebook com um
dia de diferença um do outro. — Ela explicou. Ele começou a
xingar sem parar. — Seu pai está convocando uma reunião
do conselho para impedir os anúncios de gravidez.
— Eu tenho que ir, preciso atualizar os líderes de
unidade. Meryn, fique com os meus pais hoje. Não saia por
conta própria.
— Eu não vou. Prometo. Aiden? — Meryn hesitou.
— O que foi, querida?

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Tenha cuidado, ok? Eu meio que me acostumei com
você.
— Eu vou. Prometo. Te amo. — Ele sussurrou.
— Te amo também. — Ela desligou o telefone e o olhou
fixamente. Quando se virou, viu Adelaide de pé perto da
porta, olhando para fora, uma expressão assombrada no
rosto. Ela foi até ela e passou os braços em volta de sua
cintura. Adelaide choramingou baixinho e abraçou Meryn de
volta com força.
— É por isso que sempre quis uma filha. — Adelaide se
afastou e enxugou os olhos nas costas da mão. Ela sorriu
para Meryn. — Aiden teria prometido matar o que quer que
estivesse me incomodando e então ele teria saído para treinar
para garantir que poderia fazer isso. Às vezes você só precisa
de um abraço. — Meryn pousou a cabeça no ombro de
Adelaide. Ela inspirou o perfume da mulher mais velha e
enterrou o rosto em seu vestido. — Isso é um abraço de mãe?
Adelaide riu.
— Sim, este é um abraço de mãe, menina querida. Que
tal nós tomarmos a cozinha enquanto Marius não está aqui
para nos castigar e fazermos uma enorme bagunça fazendo
cookies? — Adelaide sugeriu. Meryn definitivamente poderia
se acostumar a ter uma mãe.
— Só se eu puder te apresentar as alegrias de comer
massa de cookie crua.
— Combinado!

MY
CommandeR
Alanea Alder
Elas caminharam até a cozinha e Adelaide começou a
pegar os ingredientes.
— Adelaide, posso te perguntar uma coisa? — Meryn
mediu o açúcar mascavo, ela colocou um pouco na tigela e
comeu uma colher de chá de açúcar. Uma xícara na tigela,
uma colher de chá para ela.
— É claro, querida. — Adelaide estava medindo a
farinha e o chocolate.
— Foi difícil viver longe de Byron todos aqueles anos? —
Meryn chupou sua colher de chá. Adelaide parou por um
momento e continuou colocando os ingredientes.
— Sim. Sim, foi muito difícil. Algumas noites eu ficava
acordada no andar de cima e me perguntava por que
estávamos tão perto, mas separados. Eu não gostava disso,
mas havia noites em que Byron tinha que sair com sua
unidade, onde mal chegavam à cena a tempo de salvar uma
vida. Até mesmo o tempo extra até o quartel teria custado
vidas. Eu entendi por que tínhamos que viver assim, mas
não, eu não gostava disso.
— Por que você não se mudou para o quartel com ele?
Pelo que me lembro, o lugar é como uma pequena mansão,
tinha que ter espaço. — Meryn pegou outra colher de chá de
açúcar.
Adelaide piscou para ela.
— Isso simplesmente não é feito.
— Hmm. — Meryn derramou o açúcar mascavo na
tigela.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Você vai se acostumar com isso depois de um tempo e
terá seu escudeiro para lhe fazer companhia. — Meryn
observou com fascinação enquanto Adelaide facilmente mexia
com a colher de pau a mistura robusta. Esta era a parte em
que ela sempre tinha problemas, seus braços magros mal
podiam mover a colher. Ela continuava esquecendo que
Adelaide também era uma shifter.
— Ok, está misturado. Você simplesmente come? —
Adelaide olhou para a tigela.
— Não. Vamos colocá-la na geladeira por um tempo.
Então devemos ser capazes de comê-la. Resfriar a massa
também deixa os biscoitos melhores. — Meryn cobriu a tigela
com uma toalha e colocou-a na geladeira.
— Vamos tomar um chá enquanto esperamos. —
Adelaide colocou a chaleira no fogão para ferver.
Meryn sentou-se à mesa e empilhou os cubos de açúcar
em um guardanapo. Sem seu notebook, ela se sentia exposta.
Ela estava trabalhando na terceira fileira de sua parede de
açúcar quando Adelaide veio com duas xícaras de chá. Ela se
sentou em frente a Meryn e tomou um gole de chá.
— Como era Aiden quando criança? — Meryn
perguntou, aproveitando esta oportunidade para conhecer
mais sobre seu companheiro. Adelaide sorriu, mas de uma
forma um pouco triste.
— Ele era um filho muito sério e consciencioso. Ele
sempre defendeu Ben e tirava tempo para mostrar-lhe coisas.
Ele sempre se certificava de que eu estava confortável antes

MY
CommandeR
Alanea Alder
de sair de um cômodo. E é claro, ele idolatrava o pai. Quando
ele saiu de casa para se mudar para a academia, como aluno,
senti saudades terrivelmente. Byron já havia se tornado um
Ancião quando Aiden partiu para treinar e Adam e Adair já
haviam se recusado a herdar depois de Byron. Eu acho que
Aiden considerou seu dever ser um guerreiro e seguir os
passos de Byron. Há alguns dias em que me pergunto se isso
é o que Aiden realmente queria e se talvez, no fundo, ele se
ressente de seus irmãos por escolherem outros caminhos e
forçá-lo a se tornar um guerreiro. — Adelaide girou a xícara
de chá no pires. Meryn pensou nisso por um momento e
balançou a cabeça.
— Ele é muito teimoso. Ele pode ter se sentido obrigado
a princípio, mas ele não teria continuado a menos que fosse
algo que ele quisesse fazer. Quando Adam e Adair se
apresentaram eu pude ver um sinal de orgulho nos olhos de
Aiden. Eu não acho que ele se ressente deles fazerem o que
querem com suas vidas.
— É bom poder falar sobre isso com alguém. — Adelaide
admitiu.
— Não se preocupe, Adelaide, eu vou te ajudar a mantê-
los ocupados. — Meryn prometeu.
A risada tilintante de Adelaide elevou o ânimo de Meryn.
— Eu acho que você já está fazendo isso. Vamos para a
sala de estar da frente e eu vou te ensinar a costurar. —
Adelaide se levantou e Meryn gemeu.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Por quê? Eu pensei que você gostasse de mim? —
Meryn terminou seu chá e se levantou.
— Você não quer dar a Daphane Bowers a chance de lhe
olhar por cima do nariz, quer? — Adelaide levantou uma
sobrancelha elegante.
— Não! Eu já lhe dou muita munição. — Meryn admitiu.
— Bom. Vou começar com algo fácil. Primeira lição:
colocar a linha na agulha. — Adelaide caminhou com ela até
a frente da casa.
Me mate agora.
*****
Pelo resto da tarde, Meryn descobriu como Sísifo19 deve
ter se sentido empurrando aquela rocha morro acima, quase
alcançando o topo apenas para vê-la rolar para baixo
novamente. Depois de quatro horas, ela ainda precisava
enfiar a linha em uma agulha. Toda vez que ela exalava,
errava. Toda vez que inspirava, errava. Então ela tentou
prender a respiração e quase desmaiou. Quando Marius
voltou com seus pacotes, Meryn estava secretamente
planejando juntar todas as agulhas da casa e derretê-las no
quintal.
— Eu pensaria que você está brincando comigo, mas
posso ver o quão determinada está. — Adelaide balançou a
cabeça.

19 De acordo com a mitologia grega, Sísifo era o mortal mais ardiloso que
existia e, por enganar a morte duas vezes, Zeus lhe castigou fazendo-o rolar uma
enorme pedra morro acima, mas ao chegar ao topo a pedra rolaria de volta para baixo
e ele teria de recomeçar.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Eu vou enfiar essa linha pela porra dessa agulha
mesmo que isso me mate! — Meryn jurou agitando o punho.
— Por que você não faz uma pausa? Eu acho que Marius
tem algo para você. — Adelaide apontou para a porta. Meryn
viu uma caixa grande com o logotipo universalmente
reconhecido da Apple e soltou um grito alto. Ela pulou e
dançou de pé em pé na frente de Marius.
Marius, com grande floreio, abriu a caixa e apresentou-
lhe um notebook novinho em folha.
— Olá, bebê, vou cuidar tão bem de você. Vem cá,
filhinho da mamãe. — Meryn cantarolou para o pequeno
notebook e correu de volta para sua cadeira. Em segundos,
ele tinha iniciado e estava arrancando com ela através da
configuração final. Ela instalou um sistema operacional Linux
paralelo e começou a instalar seus próprios programas a
partir de seu pen drive. Depois de alguns minutos, ela havia
estabelecido a conexão sem fio e estava de volta à Internet.
— Você trata essa coisa com mais gentileza do que a
maioria das pessoas trata seus animais de estimação. — A
voz de Aiden a tirou de sua alegre exploração de sua nova
máquina.
— Você voltou!
— Eu vou ajudar o Marius a organizar o jantar. —
Adelaide beijou-o na bochecha e dirigiu-se à cozinha.
— Sim, eu tenho observado você acariciar seu novo
notebook. Eu deveria estar com ciúmes? — Ele brincou.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Absolutamente. — Meryn assentiu e abraçou seu
notebook apertado. Ela optara pelo Mac Book Pro de 13
polegadas. Era mais leve que seu antigo notebook e tinha
mais poder. Ela já estivera on-line e localizou uma nova capa
do Doctor Who. Ela fez uma anotação mental para perguntar a
Marius qual endereço usar para despachar.
— Que homem pode competir com um novo notebook,
huh? Nós pedimos pizza para dar a Marius a noite de folga já
que ele foi fazer compras para nós. Depois do banho, o resto
dos caras estará aqui. Espero que goste de pimentão verde. —
Ele esticou os braços sobre a cabeça e girou o pescoço. Ela
admirava a forma como os músculos dele se moviam sob a
camiseta de algodão apertada.
Ela suspirou e ele levantou uma sobrancelha.
— Talvez eu possa competir depois de tudo? — Ele
fechou a porta atrás dele e foi até ela. Meryn sentiu seu
coração começar a acelerar. Ele tirou o notebook de suas
mãos e colocou-o na mesa ao lado dela. Com um movimento
possibilitado por sua velocidade e força de shifter, ele a puxou
da cadeira e a inclinou para trás, abrasando-a com um beijo
apaixonado. Conforme o beijo se aprofundava, eles se
endireitavam. Meryn colou-se ao corpo dele e sentiu a linha
dura de sua ereção contra seu estômago. Ela estendeu a mão
por entre seus corpos e apertou a protuberância dele,
fazendo-o gemer profundamente na garganta.
— Você não pode fazer isso comigo, Meryn. Você ainda
está no seu ciclo e minha mãe me mataria se eu a tomasse na

MY
CommandeR
Alanea Alder
sala de estar dela. — Sua respiração ficou mais irregular
enquanto ela continuava acariciando-o. Meryn deixou sua
mão se afastar e a testa de Aiden se recostou em seu ombro.
Ela sorriu maldosamente enquanto virava os lábios para o
ouvido dele.
— Meu ciclo terminou hoje. — A respiração dele parou.
Ele recuou e seus olhos estavam completamente pretos.
Assim que as mãos dele apertaram seus braços para puxá-la
para mais perto, a mãe dele abriu a porta.
— A pizza chegou. Venha pegar enquanto está quente.
— Ela se afastou, deixando a porta aberta.
— Oba! Pizza! — Meryn pegou seu notebook e se virou
para Aiden com uma expressão inocente. — Não está com
fome? — Seu rosnado a fez rir enquanto corria da sala. Sua
resposta sorridente e seus beliscões perseguiram-na até a
sala de jantar.
Quando chegaram lá, ele a beijou rapidamente e então
sua atenção foi para as pilhas de pizza dispostas na grande
mesa da sala de jantar. Observando-o pegar uma caixa
inteira, seu coração parecia leve. Ela tinha que admitir,
mesmo que apenas para si mesma, que ela sentira muitas
saudades dele hoje. Ao contrário de Adelaide, ela se recusava
a ficar para trás enquanto ele morava no quartel. Com um
novo item em sua lista de tarefas, Meryn pegou um prato e
sentou-se ao lado de Aiden, enquanto o resto dos membros
da unidade se juntavam a eles para o jantar.

MY
CommandeR
Alanea Alder
Capítulo 10

— O que o conselho decidiu? — Aiden perguntou


enquanto todo mundo se acomodava.
— Meryn, nunca, nunca, se sinta mal por chamar René
de babaca. Aquele homem quase excedeu os limites da minha
paciência hoje. Ele teve a ousadia de sugerir que esses casais
mereciam o que quer que lhes acontecesse por terem decidido
morar fora de Lycaonia. — Byron rosnou baixinho.
— Vão parar com os anúncios de gravidez? — Adelaide
perguntou.
— Faremos um anúncio público geral amanhã. Temos
que mantê-lo vago para evitar o pânico em massa, mas temo
que a maioria o ignore. Faz parte da nossa cultura celebrar os
nossos filhos e eu sei que os novos pais vão querer que o
mundo saiba. — Byron mordeu uma fatia de pizza.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Oh, isso me lembra — Meryn virou-se para Aiden —,
antes de perder a cabeça com seu notebook esta manhã, me
deparei com um relatório arquivado pelo xerife do condado.
Eles localizaram um corpo feminino a cerca de oito
quilômetros de Madison hoje. Mas não divulgarão essa
informação tão cedo. — Meryn dobrou sua fatia ao meio e deu
uma mordida. Todos a encararam.
— E como você “se deparou com isso”? — Aiden
perguntou.
— Você possui um notebook ainda rodando o Windows
95, não vou desperdiçar uma explicação perfeitamente boa
em você, mas saiba que foi completamente ilegal.
— Meryn!
— O quê?
— Você não vai ser pega?
— De jeito nenhum! Se o governo federal não pôde me
rastrear, não há como esses pequenos xerifes conseguirem. —
O rosto dele empalideceu.
— Governo federal?
— Sim, tenho a NSA na palma da mão. Eles pararam de
tentar me pegar anos atrás. Eles sabem que eu não causo
problemas, não vendo segredos ou roubo. No final, eles
perceberam que era mais fácil apenas deixar-me fazer o que
eu quero.
— Então você só sentiu vontade de invadir o e-mail do
xerife? — Darian perguntou.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Uh, sim. Eles não percebem que estão lidando com
paranormais e não sabem relatar coisas para você, então eu
montei um pequeno programinha que encaminha todos os e-
mails do xerife para a minha caixa de entrada.
Os olhos de Aiden se estreitaram.
— Exatamente o que você pode fazer com aquele frisbee
demasiado caro?
— Dominar o mundo. — Ela deu outra mordida na
pizza.
— Não, fala sério. — Ele cutucou.
Ela o olhou e piscou.
— Não, eu falo sério.
— Ok, eu não quero pensar sobre isso agora. Alguma
outra notícia?
Meryn pegou o notebook do chão e abriu-o no colo. Ela
examinou seu e-mail antes de se voltar para Aiden.
— Você quer uma versão resumida? É meio sangrento.
— Ela apontou para Adelaide.
— Se essas jovens mulheres passaram por isso, eu pelo
menos devo a elas ouvir. Se eu puder ajudar de alguma
forma, eu vou. — Adelaide insistiu.
— Ok. Um segundo corpo foi encontrado fora de
Waynesburg, mas porque esse é um condado diferente, eles
não perceberam que era a pessoa desaparecida de Madison.
Ambos os corpos foram completamente mutilados. Os
médicos legistas ainda estão tentando determinar se têm
todos os pedaços. — Meryn fez uma pausa para ler.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— O que é?
— Eles estão tendo dificuldade em identificar os corpos
porque, e cito: “Parece que algo comeu os seus rostos”. Eu me
pergunto se eles têm fotos? — Meryn estava prestes a
verificar quando Aiden fechou seu notebook.
— Desculpe. — Adelaide colocou a mão trêmula à boca e
saiu da sala, Byron e Marius atrás dela.
— Desculpe. — Meryn sentiu que tinha pisado na bola.
— Tudo bem. Eu acho que é o fato dela saber que as
mulheres estavam grávidas que a está afetando. Já
discutimos coisas piores na mesa de jantar antes. — Aiden
esfregou as costas de Meryn.
Adelaide e Byron voltaram alguns minutos depois.
— Eu sinto muitíssimo. — Meryn se desculpou.
— Está tudo bem, querida. Eu espero que ninguém se
importe se eu ignorar o resto do jantar e for direto para a
sobremesa. Cookies parecem-me perfeitos agora. — Adelaide
empurrou sua pizza para o lado.
— Parece perfeito para mim também!
— A primeira fornada está aqui. Comam enquanto estão
quentes. Eu também tomei a liberdade de deixar de fora
apenas a massa do cookie. — Marius colocou um prato no
meio da mesa. De um lado, biscoitos frescos fumegando, no
outro bolas de massa. Depois que Adelaide e Meryn pegaram
as suas, todos os outros também pegaram. Meryn estava
prestes a perguntar como fora o treinamento deles quando as
luzes se apagaram.

MY
CommandeR
Alanea Alder
No escuro Meryn ouviu uma meia dúzia de cadeiras
raspando no chão enquanto os homens se levantavam.
— Gavriel, leve Colton e Keelan e verifique a parte
traseira. Pai, você, Darian e eu veremos a frente. Marius, você
pode manter a equipe calma? — Aiden imediatamente
assumiu o comando.
— Claro, senhor.
Uma mão apareceu em seu ombro e ela ofegou.
— Sou apenas eu. — Aiden a beijou e se afastou
rapidamente.
— Meryn se agarre na borda da mesa e venha até mim.
— A voz de Adelaide soou calma e segura. Meryn nunca teria
imaginado que ela acabara de recusar o jantar. Ela fez o que
Adelaide aconselhou e tateou seu caminho ao redor da mesa
até que agarrou duas mãos quentes. — Agora me siga. Byron
tem um quarto do pânico em seu escritório. Se apresse,
querida. — Adelaide navegava com facilidade no corredor
escuro. Tinham acabado de passar pela porta da frente
quando Meryn ouviu o som de um gemido canino. Ela
congelou. —Vamos, Meryn. — Adelaide gentilmente puxou a
mão dela, mas quando um grito agudo foi interrompido,
Meryn se virou para a porta.
— Foi o Colton! — Ela tentou livrar a mão com um
puxão.
— Não, Meryn! Temos que ficar dentro de casa. —
Adelaide começou a puxá-la de volta para o escritório.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Não, por favor! Nós temos que ver se ele está bem. —
Meryn tentou libertar-se, mas não conseguia. Então, tão
repentinamente quanto as luzes haviam se apagado, estavam
de volta. Meryn aproveitou a distração momentânea de
Adelaide e soltou-se. Correu e abriu a porta. Ela só dera dois
passos para fora quando tudo começou a se mover em
câmera lenta. Não conseguia recuperar o fôlego. Percebeu que
estava tendo dificuldade em respirar porque estava gritando.
Imagens passavam em sua mente em mil pedaços. A porta se
abrindo e depois o sangue. Tanto sangue. Braços se
enrolaram em volta dela por trás. Um perfume familiar
envolveu-a quando ela foi puxada de volta para dentro da
casa. O fluxo constante de gritos de sua própria garganta e a
imagem que ficaria para sempre gravada em sua mente.
Um lobo eviscerado, pendurado por seus intestinos na
varanda da frente.
E então, como se alguém apertasse um botão, o mundo
não estava mais se movendo em câmera lenta.
— Não! Deus, não! Colton! — Seus próprios gritos
ecoaram no saguão. Gritos zangados dos homens e pés
batendo.
— Respire Meryn, apenas respire. — A voz de Adelaide
se repetia em seu ouvido. Meryn podia sentir as lágrimas
quentes da mãe de Aiden em seu pescoço. Meryn não mais
gritava palavras, apenas lamentos longos e angustiados.
Entre uma batida do coração e a outra o mundo dela ficou
preto.

MY
CommandeR
Alanea Alder
*****
Meryn lutou para acordar. Quando tentou abrir os
olhos, percebeu que eles estavam praticamente colados de
sono. Esfregando os olhos, ela se virou. Estava em seu
quarto.
— Aiden? — Ela sentiu um movimento atrás dela.
— Estou aqui. — Ele a puxou para perto.
Os eventos da noite anterior voltaram e ela começou a
soluçar.
— Querida, está tudo bem.
— Como você pode dizer isso? Ele era seu melhor amigo!
— Colton está bem. Minha mãe disse que você gritou o
nome dele. Meryn, era apenas um cachorro, um pobre
cachorro que esse psicopata usou para nos assustar. — Ele
esfregou os braços dela.
— Colton está bem?
— Sim, ele está bem. Quando morremos, mesmo se
estivermos transformados, voltamos à forma humana. Ele
ficou muito emocionado com sua preocupação, no entanto. —
Alívio a inundou. Sentia-se exausta de novo.
— Aquele pobre cão. Eu o ouvi Aiden, ele estava vivo
quando ele o trouxe aqui. Eu o ouvi chorando na varanda. —
Isso foi tudo o que bastou para uma nova torrente de
lágrimas a alcançar.
— Juro que vou encontrar esse cara, ele vai pagar por
tudo o que fez.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Por que ele iria machucar um cachorro inocente? —
Meryn soluçava. Ela poderia facilmente discutir sobre corpos
dilacerados no jantar e não se importava. Nunca gostou de
pessoas, mas de animais? Os animais foram seus únicos
amigos enquanto crescia. Ela não suportava o fato de ter
ficado ali, escutado esse cachorro sendo assassinado.
— Porque ele é um fodido de merda e está brincando
com a gente. — Aiden puxou-a para o seu corpo e colocou
uma perna pesada sobre a dela. — Durma um pouco,
querida, as coisas não parecerão tão ruins de manhã. —
Meryn apenas assentiu. Fechou os olhos e gostou de estar
envolvida nos braços de Aiden.
*****
Meryn estava em uma missão. Ela estava determinada a
encontrar o idiota assassino de cães e levá-lo à justiça. Assim
que acordou, deslizou para fora da cama e saltou para o
chuveiro. Conseguiu se vestir antes de Aiden acordar. Ele
sorriu para a sua escolha de camiseta para o dia. She-Ra20: A
Princesa do Poder, brandido uma espada em seu peito,
fazendo-a sentir vontade de tomar o mundo.
— Vou descer. — Ela disse.
— Volte aqui, mulher. — Aiden apontou para o lado
vazio do leito. Ela pousou o notebook e caminhou de volta
para a cama. Antes que ela pudesse piscar, o braço dele

20 She-Ra é Adora, irmã do He-Man.

MY
CommandeR
Alanea Alder
serpenteou para fora das cobertas e puxou-a de volta à cama.
Rindo, ela se virou e olhou para ele. Seus beijos lentos
acenderam um fogo em seu sangue. Ele tomou seu tempo e
fez uma trilha de beijos até seu pescoço. — Podemos sempre
ficar na cama hoje. — Ele sussurrou antes de sua mão
começar a subir a camiseta dela.
— Eu já te disse, ultimamente, que te acho um gênio? —
Ela ofegava. Ele riu. Seus dedos tinham acabado de deslizar
para dentro de seu sutiã quando uma batida forte o afastou
bruscamente. Aiden rosnou para a porta. Meryn rolou de
costas, tentando recuperar o fôlego.
— O quê?! — Ele gritou.
— Um terceiro casal acabou de ser dado como
desaparecido, desta vez de dentro de Lycaonia. — Gavriel
relatou com urgência. E sem mais nada, o seu ardor
arrefeceu. Aiden levantou-se e começou a vestir seu
uniforme.
— Quem?
— Eleanor Canter. — Meryn franziu a testa. Ela
conhecia o nome. Como ela conhecia o nome? A conversa do
círculo de costura surgiu em sua cabeça.
— Oh, não. Sua mãe vai ficar preocupada de morte. Eu
a conheci no círculo de costura, Aiden. Ela era realmente
simpática. — Os olhos de Aiden encontraram os dela. Ela
sabia que ele estava tentando não demonstrar, mas no final
eles eram muito parecidos, ambos acreditavam que Eleanor
já estava morta.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Estou deixando Colton aqui. Me ligue se precisar de
alguma coisa. — Aiden se inclinou para frente e encostou sua
cabeça na dela. — Eu gostaria de poder ficar. Eu quero lhe
mostrar como me sinto. — Ele sussurrou baixo.
— Eu sei. Mas temos tempo, Eleanor pode não ter. —
Ela agarrou a frente de sua camisa.
— Eu te amo tanto, Meryn. Eu preciso te reivindicar
logo. — Ela se inclinou para trás.
— Esta noite. — Ela prometeu.
— Esta noite. — Ele a beijou suavemente, como se
saboreando a sensação de seus lábios.
— Vamos, Super-Homem, a sua unidade precisa de
você. — Meryn agarrou seu notebook e pegou sua mão. Aiden
abriu a porta.
— Ele é mais o Zé Colmeia do que o Super-Homem. —
Gavriel informou-a, sem abrir um sorriso.
— E você é mais como... — Aiden começou.
— Não. Não diga isso. Quaisquer comparações feitas
com certos vampiros brilhantes serão respondidas com uma
morte lenta. — Gavriel ameaçou. Aiden riu. Meryn revirou os
olhos. Eles desceram as escadas e despediram-se no saguão.
— Até hoje a noite. — Aiden prometeu.
— Até hoje a noite. — Eles saíram e Meryn foi até a sala
de jantar sozinha. Quando entrou, Adelaide e Byron estavam
saindo.
— Onde vocês dois vão? — Ela perguntou.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Byron tem uma outra reunião do conselho para
discutir o novo desaparecimento. Estou indo até à casa dos
Canter para ver se há alguma coisa que eu possa fazer.
Depois, vou para a Mansão do Conselho ajudar a preparar o
baile de amanhã, embora com tudo o que tem acontecido, eu
não tenho certeza se as pessoas vão querer celebrar. — Ela
enxugou os olhos. Byron beijou seu cabelo.
— É por causa do que está acontecendo que precisamos
celebrar. — Byron olhou para Meryn.
— Você fica bem sozinha hoje?
— E Aiden iria deixá-la sozinha? — Colton disse, atrás
de Meryn. Ele andou até ela e lhe deu um abraço fraternal.
— Vou deixá-la em suas mãos. — A voz de Byron era
agradável, mas mesmo Meryn podia ouvir a ordem tácita:
“Proteja-a ou me enfrente”.
— Sim, senhor.
— Talvez eu devesse ficar com Meryn? — Adelaide
torceu as mãos. Meryn sacudiu a cabeça.
— Não, Aileen precisará de você mais do que eu. Diga a
ela que eu estou pensando nela e quando encontramos
Eleanor vou ajudar com o berçário. — Meryn prometeu.
— Você é um anjo. — Adelaide beijou a bochecha dela,
Byron o topo de sua cabeça e saíram.
Meryn olhou para Colton, que a olhou de volta.
— Então? — Ela perguntou.
— Então? — Ele respondeu.
— O que quer fazer?

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Você pode me mostrar o e-mail do xerife? Eu não sou
tão bom quanto o Keelan com o material técnico, mas eu
gostaria de ajudar a rever algumas das informações do caso,
enquanto estou aqui.
— Você quer dizer enquanto está preso sendo minha
babá. — Ela interpretou.
— Isso também. — Seu sorriso era completamente sem
remorso.
— Com uma condição.
— O quê?
— Você se transformar em lobo mais tarde e brincar
comigo. — Ela virou o rosto para que ele não pudesse ver sua
expressão envergonhada. Ele simplesmente a puxou para um
abraço de urso e a girou no ar. Rindo, ela tentou descer.
— Eu sabia que você gostava de mim! — Colton a
colocou no chão e bagunçou seu cabelo.
— Talvez um pouco. — Meryn admitiu. Ela pegou um
muffin do cesto do café da manhã estilo buffet pousado no
aparador. Colton pegou um guardanapo e o encheu. Ela
pegou uma garrafa de refrigerante da marca Diet Mt. Dew e
ele pegou duas garrafas de água.
— Vamos, Colton, eu vou deixar você ser o meu minion.
— Bacana!
Eles acabaram no escritório de Byron já que tinha as
cadeiras mais confortáveis e a grande lareira.
Ela se virou para ele e abriu seu notebook.
— Vamos começar.

MY
CommandeR
Alanea Alder
*****
— Estou entediada! — Meryn fechou o notebook. Eles
tinha verificado ambos os e-mails do xerife e não havia nada
de novo. Ela mostrou-lhe como tinha descoberto suas senhas
e como configurar o programa de encaminhamento.
— Então o que você quer fazer? — Colton baixou seus
pés do sofá e se sentou.
— Você gostaria de um pouco de chá? — Marius
perguntou da porta.
— Sem ofensa, Marius, mas se eu beber mais chá vou
flutuar. Ou seja, eu sinto que estou a ponto de perder minha
cabeça. — Não havia muito no mundo que ela odiasse mais
do que o sentimento de estar entediada.
— Posso sugerir uma visita ao Mestre Aiden? Você tem
aquele outro pacote que eu comprei. Deixei-o na despensa
para mantê-lo seguro. — Meryn ficou de pé e se virou para
Colton.
— Podemos ir visitar o Aiden?
— Claro. Keelan me mandou uma mensagem há pouco
tempo para me informar que eles estavam de volta ao quartel.
— Colton se levantou e esticou as pernas.
— Aiden não mandou mensagem? — Meryn perguntou.
Colton riu alto.
— Aiden não manda mensagem. Eu nem mesmo acho
que seu telefone pode enviar mensagens.
Meryn parou no ato de colocar seu notebook na mochila
e piscou para Colton.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Você está mentindo. Todo o mundo envia mensagens!
— Não o Aiden, eu acho que é por causa daqueles dedos
másculos dele. Ele leva uma eternidade para digitar qualquer
coisa. Se for necessário enviar alguma mensagem de texto,
Keelan ou eu tratamos disso.
— Ele realmente é um Neanderthal. — Meryn ia ter que
puxar Aiden para o século XXI, quer ele gostasse ou não. Ela
foi até a porta, onde Marius estava esperando por eles. Ele
havia ido até a despensa e voltou com uma grande caixa.
— Senhorita, seu pacote. — Marius colocou uma caixa
bastante grande no corredor.
— Maravilhoso. Obrigada, Marius! — Ela levantou-se e
beijou sua bochecha.
— O prazer é meu.
— Ok, Colton, isso vai no carro.
— O que é isso?
— Eu vou lhe mostrar quando chegarmos lá. — Ela
prometeu.
Meryn quase molhou as calcinhas observando Colton
tentar colocar a caixa no porta-malas dele.
— Da próxima vez, você vai levantar isso. O que diabos
tem nessa caixa, Meryn? — Colton esfregou as costas.
— Não era assim tão pesada, bebezão.
— Meryn, a caixa era quase tão grande quanto você.
— E eu sei o que está dentro, por isso não deve ter sido
tão pesado para um grande e forte shifter como você.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Você tem sorte que a caixa está no porta-malas,
baixinha. — Meryn lhe mostrou a língua e entrou no carro.
Não demorou muito e eles estavam encostando junto ao
quartel da unidade. Meryn olhou. Ela só o tinha visto
brevemente, viajando em pânico nos braços de Aiden. Ela
olhou a grande mansão à sua frente. Era menor do que a
propriedade em que os pais de Aiden viviam, mas não por
muito.
— Este lugar é enorme!
— Todos os quartéis da unidade são grandes. Cada
guerreiro tem sua própria suite completa com uma pequena
área de kitchenette. Em baixo ficam os espaços comuns como
a sala de estar, cozinha, sala de jantar principal e escritórios.
— Colton explicou.
— É bonito. — Meryn foi pega de surpresa pela
aparência caseira que tinha.
— Adelaide nos ajudou a torná-la mais doméstica. — Ele
apontou para o lindo jardim perto da porta. — Agora você vai
me dizer o que tem na caixa? — Ele perguntou.
— Você pode ver por si mesmo. Onde os homens
treinam?
— Lá atras.
— Vamos levar a caixa para a varanda dos fundos. —
Colton amaldiçoou em voz baixa enquanto tirava a caixa do
porta-malas e a levava para a varanda dos fundos. Era um
caminho longo dar a volta na casa. Ele colocou a caixa no

MY
CommandeR
Alanea Alder
chão e como uma criança no Natal, começou a rasgá-la.
Quando ele abriu as abas e olhou para dentro, começou a rir.
— De jeito nenhum! Meryn, isso é incrível.
— Seu trabalho é enchê-las. Eu estou indo desafiar
Aiden. — Meryn levantou uma pistola d'água da caixa e olhou
ao redor à procura de uma torneira. Colton pegou duas e
mostrou-lhe onde a mangueira se ligava à casa perto da porta
de trás. Ela encheu a dela primeiro e deixou-o sorrindo como
um idiota para ir encontrar Aiden.
Ela caminhou de volta para a grande pista de obstáculos
e parou. Apesar de ser quase Halloween a maioria dos
homens estava sem camisa e fazendo exercícios. Cada
homem estava tentando atacar o seu parceiro de treino que
estava com os olhos vendados. Silenciosamente ela
esgueirou-se por trás de seu companheiro e saltou gritando
como uma possuída. Aiden saltou quase um metro no ar e
virou-se rosnando. Foi quando ela apoiou a arma no ombro,
apontou...
— Meryn, não! — Aiden advertiu.
... e disparou. Acertou-lhe no rosto, rindo enquanto ele
cuspia água. Atrás de Aiden os homens gritavam e a
incitavam a diante. Quando ela parou, os olhos de Aiden
assumiram um brilho perigoso.
— Ah merda!
— Atenção, Comandante! — Colton gritou e jogou uma
arma para Aiden.
— Traidor!

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Gama contra Alfa. Meryn, você está na equipe do
Gama. — Colton gritou e começou a jogar armas para os
homens. Ben correu e agarrou a mão dela.
— Vamos! — Meryn correu com Ben com toda a sua
força. Atrás deles a Gama ficou entre ela e Aiden, rindo e
atirando uns aos outros. Ela e Ben tomaram posições na
borda da pista de obstáculos. Ele escalou um dos muitos
obstáculos de escalada e ficou à espreita sobre a barriga
como um franco-atirador. Meryn sabia que se tentasse algo
como aquilo iria cair de modo que ficou atrás da parede de
escalada.
Minutos mais tarde, os homens começaram a correr
num esforço para chegar à floresta. Ela saltou e acertou
Colton no ouvido.
— Agghhh.
Rindo histericamente, ela correu para a floresta. Mal
podia correr de tanto rir. Correu até não poder mais. Olhou
em volta e assumiu uma posição tática atrás de uma árvore.
Ouviu risos e os homens a praguejar e congratulou-se. Eles
precisavam de algo para distrair suas mentes do caso em que
estavam trabalhando.
À medida que os minutos se passaram notou como tudo
estava silencioso. Talvez ela tivesse corrido para muito longe.
Saiu de trás da árvore.
— Meryn! — Ela ouviu Aiden gritar.
— Aiden, venha me encontrar. — Ela brincou.
— Pare de brincar e saia. — Ele gritou.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Mal-humorado! — Ela riu e ouviu o eco através das
árvores.
— Vamos, pare de brincar. — Ele gritou. Não havia nada
além de silêncio.
Meryn congelou. Ela conhecia esta cena. Era a cena que
ela tinha sonhado nas últimas semanas.
— Isso não é engraçado, apareça! — A voz de Aiden soou
frenética.
— Aiden! — O grito dela quebrou o silêncio.
Do nada um corpo se chocou contra ela. Ela podia sentir
alguém sobre si, mas não conseguia ver nada.
— Está quase na hora de você morrer. — A voz rouca
sussurrou em seu ouvido. Uma mão tateou entre as pernas
dela e ela começou a lutar.
— Me faça um favor e morra, babaca! — Ela virou a
cabeça e mordeu cegamente. Um rugido zangado emergiu
acima dela. Uma mão pesada desceu e cortou sua bochecha.
Estrelas explodiram e por um segundo ela não podia ver, e
depois, tão rapidamente quanto estava lá, o peso se foi. Ela
estava deitada no chão da floresta, piscando para tentar focar
os olhos.
Ela podia ouvir pés correndo e homens gritando.
— Aqui! — Ela gritou. Segundos depois, um rosto
familiar apareceu sobre ela.
— Encontrei! — Ele berrou. — Você está machucada?
— O cuzão me deu um soco. Estou realmente
começando a odiar esse babaca invisível. — Ela lutou para se

MY
CommandeR
Alanea Alder
sentar. Ele ofereceu-lhe a mão e ajudou-a a inclinar-se contra
a árvore. Aiden correu através da linha das árvores e não
parou até que estava ao seu lado.
— Ela foi esfaqueada? — Suas mãos puxaram a roupa
dela tentando inspecionar cada polegada dela.
— Não, senhor, ela disse que foi um soco.
— Obrigado, Sascha. Leve Gama e encontre esse filho da
puta. — Aiden ordenou.
— Ele está sangrando. Eu o mordi. — Meryn disse ao
guerreiro de aspecto nórdico, alto com o cabelo muito loiro.
Seus gelados olhos azuis mostravam admiração. Ele assentiu.
— Bom trabalho, irá tornar a busca mais fácil. — Ele
virou-se para os dois homens que tinham chegado depois de
Aiden.
— Christoff, é a sua vez. Ele está sangrando, você está
no ponto para o rastreamento. — O homem de cabelos negros
assentiu. Ele andou até Meryn e cheirou sua jaqueta que
agora ostentava respingos de sangue.
— Oron, você vai com ele. Reporte a cada dez minutos.
— Sascha ordenou.
— Sim, senhor! — Ambos os homens partiram.
— Aiden, vamos levá-la de volta para a propriedade Alfa.
— Sascha sugeriu. Aiden levantou-a suavemente.
Eles correram de volta e Meryn queria gemer. Cada
solavanco fazia sua cabeça doer. Eles correram pela pista de
obstáculos, até onde os outros homens se haviam reunido
junto da casa esperando ordens.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Ben, estou atribuindo você à Alfa por hoje. Ajude-os a
manter Meryn segura. Quinn, você vem comigo. Vamos
vasculhar os arquivos. Estamos procurando por um feitiço de
invisibilidade. — Sascha e Quinn se viraram e foram para
onde os carros estavam estacionados.
— Senhor, eu gostaria de ajudar Quinn e Sascha. Eu
cresci ajudando meu irmão nos arquivos em Storm Keep. Eu
conheço alguns desses volumes de cor. — Keelan avançou.
Aiden concordou.
— Vá, faça o que for preciso. — Keelan assentiu e correu
para apanhar Quinn e Sascha.
— Aiden, vamos preparar uma patrulha em torno da
propriedade Alfa. Leve Meryn ao andar de cima e certifique-se
que ela está bem. — Ben empurrou seu irmão mais velho
para a porta.
— Obrigado, Ben. Gavriel, você está no comando. —
disse Aiden.
— Quando você leva uma pancada, pode ficar cego por
um segundo? — Meryn olhou para os homens e fechou um
olho depois o outro.
Colton sorriu.
— Às vezes. Você levou um soco, né? Eu sabia que você
era uma baixinha durona.
— Eu mordi ele também, que lhe sirva de lição por me
apalpar. — Meryn estremeceu. O aperto de Aiden ficou mais
forte.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Nós vamos estar lá em cima. — Ele se virou e entrou
na casa.
— Lembro-me dessas escadas. — Meryn deitou a cabeça
no peito dele. — Devo dizer que esta viagem é até melhor do
que a última.
— Você tinha acabado de me morder também, se bem
me lembro, bem sobre o meu rim.
— Você me levava sobre o ombro, essa merda dói. Eu
senti como se fosse vomitar.
— Devidamente anotado. — Aiden virou por um longo
corredor.
— Não parecia tão grande da última vez. — Meryn
observou enquanto Aiden virava para outro longo corredor.
— Você estava com pressa da última vez. Tinha acabado
de me espancar com a tampa do vaso sanitário. Esta é a ala
do Comandante da Unidade. — Ele parou em uma porta e
girou a maçaneta. — E este é o meu quarto. — Ele entrou e
acendeu a luz, ela piscou. Ela sentiu-se em casa. Para onde
quer que se virasse a personalidade de Aiden estava refletida
nas pequenas lembranças que decoravam a sala. Quando ela
viu o grande aquário começou a se contorcer.
— Ponha-me no chão, quero ver o Tubarão. — Aiden
pousou-a suavemente e tomou sua mão. Levou-a até ao
aquário que ocupava a maior parte de uma parede.
— Eu tive que reforçar o chão, mas ele merece. — Aiden
bateu gentilmente no vidro. Do nada, um peixe laranja

MY
CommandeR
Alanea Alder
brilhante correu para a frente. — Meryn, Tubarão. Tubarão,
minha companheira Meryn.
— Ele é adorável. Ele precisa de uma namorada. —
Meryn olhou o peixe nadar por mais alguns instantes e
desviou os olhos.
— A primeira coisa que fiz quando assumi o cargo de
Comandante da Unidade foi desmanchar esta suite e
redecorar. A maior parte do quartel é decorado em tons de
verde e grão de madeira. Eu odeio isso. Então eu mudei para
azul. — Aiden apontou para as paredes. Cada parede fora
pintada em um tom diferente de azul para acentuar as águas
calmantes do aquário. Os acentos decorativos e móveis eram
pretos com toques de prata.
— Eu amei. O seu quarto na casa do seu pai é tão sem
graça. — Ela correu e saltou sobre a impossivelmente alta
cama de dossel.
— Meryn, eu não vivo lá, lembra? — Aiden lembrou
suavemente.
— Oh sim. — Estremecendo, ela esfregou o lado do
rosto. Aiden subiu na cama e puxou-a para mais perto.
— Ele tocou em você? — Sua voz soava tensa.
Ela assentiu com a cabeça.
— Está tudo bem. Eu estou com você agora, isso é tudo
que importa.
— Deixe-me ver seus olhos. — Aiden virou-a para
encará-lo. Com a mão grande, ele bloqueou a luz, em
seguida, deixou-a brilhar de volta em seu rosto. — Suas

MY
CommandeR
Alanea Alder
pupilas estão dilatando então eu não acho que você tenha
uma concussão. — Ele passou a mão pelos cabelos dela.
— Não, mas tenho certeza que vi estrelas.
— Quando você gritou eu pensei... — Sua voz quebrou.
Lembrou-se de que eles tiveram o mesmo sonho até se
encontrarem. Em seu sonho, ela era esfaqueada.
— Eu estou bem. Nesse sonho eu tinha cabelo
comprido, as coisas mudam. — Ela aconchegou-se em seu
peito e bocejou. — Eu não costumava tirar tantos cochilos
antes de vir para cá.
— Antes, você provavelmente não era agredida nem
traumatizada diariamente também. — Aiden rosnou.
— Não, mas eu estou me divertindo mais agora.
— Deixe-me abraçá-la por um tempo. Você não tem de
tirar um cochilo, eu só preciso senti-la em meus braços.
— Eu posso fazer isso. — Ela fechou os olhos e
adormeceu ouvindo-o respirar.
*****
Quando ela acordou, estava de volta à casa dos pais de
Aiden. Ela devia estar bem apagada para não ter acordado na
viagem. Ela se sentou e olhou em volta. Aiden estava no
notebook dele na cadeira do canto.
— O que você está fazendo nessa coisa? — Ele fechou-o
e levantou-se.
— Jogando Paciência Spider.
— Por que estamos aqui? Gostei mais do seu quarto. —
Ela deitou-se.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Adam te analisou no quartel. Ele disse que estava
tudo bem, sem sinais visíveis de inchaço. Era para eu acordá-
la em trinta minutos se você não acordasse sozinha. Depois
que ele te analisou nós te acordamos por volta das seis para
ver se você queria jantar e você disse que não. Então, eu a
trouxe de volta para cá para passar a noite. — Aiden levantou
as cobertas e deitou do lado dela.
— Que horas são? — Ela imediatamente rolou para o
lado e ele aconchegou-se ao lado dela.
— Uma da manhã. Volte a dormir. — Havia algo em sua
voz que a fez virar para encará-lo.
— O que aconteceu?
Ele suspirou.
— Posso dizer-lhe de manhã? Você já passou por tanta
coisa até agora.
— Não. Eu sou uma menina grande e posso lidar com
isso.
— Partes de um corpo foram entregues no quartel. Nós
achamos que pertencem a Eleanor Canter. Nós trouxemos
você de volta aqui porque esta casa é mais fácil de ser
defendida. — Ele parecia tão derrotado.
— Ok, vamos fingir que você não me disse isso. Vamos
apenas dormir e fingir que não existe um psicopata lá fora
matando e decepando. — Meryn enterrou o nariz no peito
dele.
— Tudo o que você quiser, querida. Descanse um pouco.
Nós temos o baile amanhã.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Eu até estou meio ansiosa por isso. — Ela colocou o
braço em volta da cintura dele e apertou forte.
Ele descansou o queixo em sua cabeça e esfregou suas
costas.
Amanhã. Amanhã seria um dia melhor.

MY
CommandeR
Alanea Alder
Capítulo 11

— Meryn, você vai ficar comigo hoje. Eu preciso ir ao


quartel Alfa para me reunir com as outras unidades e
garantir que todos saibam onde devem ficar no baile de hoje à
noite. — Aiden disse servindo-se de outra xícara de café.
— Claro. Pelo que Lady Fairfax me contou sobre esse
“super vestido” não vai demorar muito para eu ficar pronta.
— Meryn tomou um gole de cappuccino. Ela olhou para o
único muffin no prato dela e engoliu em seco. Ela não estava
com fome absolutamente. Seu estômago estava dando
cambalhotas. Toda vez que ela pensava em andar em uma
sala enorme cheia de pessoas que não conhecia, sentia enjoo.
— Você precisa comer. — Aiden colocou uma colherada
de batatas gordurosas no prato dela ao lado do muffin. Ela
observou o vapor subir do prato. No momento em que o
cheiro atingiu seu nariz, ela se levantou. Cobrindo a boca, ela

MY
CommandeR
Alanea Alder
saiu correndo do quarto. Ela quase derrubou Marius antes de
chegar ao banheiro do andar de baixo. Já que ela só tomara
café no café da manhã ela estava arfando no momento em
que Aiden a alcançou.
— Oh, bebê, está tudo bem. — Ele pegou um pano e
molhou-o com água morna. Quando o estômago dela parou
de tentar se virar do avesso, ela sentou-se contra a parede.
Aiden entregou-lhe um pequeno copo d’água. Ela bochechou
a água fria e limpa na boca e a cuspiu na privada. Ela
recostou-se novamente e o pano quente foi colocado sobre
seus olhos.
— Eu não sei dizer se esse seu enjoo é por causa dos
seus nervos ou um pós-efeito de tomar um soco ontem.
— Nervos. Confie em mim, é nervosismo. — Ela removeu
o pano e ficou de pé. Aiden a ajudou a estabilizar-se e eles
voltaram para a sala de jantar. Ela ficou aliviada porque seu
prato havia sido substituído e as batatas gordurosas não
estavam à vista. Marius colocou um pequeno prato de
bolachas salgadas ao lado de seu chá.
— Obrigada, Marius. Espero que meu escudeiro seja ao
menos a metade de tão maravilhoso quanto você. — O
homem mais velho corou um pouco.
— Eu pensei que mais dos meus colegas apareceriam
para suas entrevistas, mas temo que eles tenham sido
influenciados por fofocas indolentes.
— Isso não é culpa sua.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Eu estava esperando que meu sobrinho pudesse vir,
mas ele aceitou uma posição na Bélgica.
— Enquanto você estiver lá para ajudar na decisão, eu
me sinto bastante confiante sobre as entrevistas de amanhã.
— Meryn comeu uma bolacha.
— Eu farei tudo o que puder para ajudar.
— A que horas você vai trazê-la de volta, Aiden? O baile
começa às oito horas. — Adelaide perguntou.
— Bem antes das oito, mãe. Não se preocupe, você vai
ter seu tempo de garotas. — Aiden brincou. — Meryn, você
queria mais bolachas? — Aiden perguntou, se levantando.
Ela balançou a cabeça.
— Pequena senhorita, eu tomei a liberdade de
empacotar algumas em uma bolsa para você. Só para
prevenir. — Marius lhe entregou uma pequena sacola de
bolachas com zíper.
— Obrigada, Marius. Vejo vocês todos mais tarde. — Ela
pegou sua mochila ao sair. Ela saiu e evitou olhar para a
seção recém-repintada da varanda. Era um lembrete horrível
que eles não conseguiram tirar todas as manchas de sangue
de cachorro da madeira. Ela saiu da varanda e seguiu Aiden
até o carro dele. Ela respirou fundo. Aiden segurou a porta
aberta para ela.
— Vou baixar as janelas para a viagem. Parece que o ar
fresco está ajudando. — Ele fechou a porta e segundos depois
estava entrando no carro. Ele ligou o carro e imediatamente
baixou as janelas. Ela se recostou e fechou os olhos sem dizer

MY
CommandeR
Alanea Alder
uma palavra, e ficou confortável com o silêncio. Ela gostava
do som da estrada passando, o ar fresco no rosto e a mão
quente dele em torno da dela.
Quando chegaram ao quartel, Colton os encontrou
quando estavam saindo do carro.
— Ei, baixinha, se sentindo melhor?
— Eu não estou vendo dobrado mais se é isso que você
quer dizer.
— É bom ouvir isso. Aiden, os homens estão lá atrás
esperando ordens. Vou ficar de olho na Meryn já que eu já sei
que vou brincar de escolta hoje à noite.
— Obrigado, Colton. Volto logo, bebê. — Aiden beijo-a
nos lábios e caminhou até a parte de trás da casa.
— Ele começou a treinar com os homens. Estamos
praticando luta com os olhos vendados, para que possamos
atacar e defender contra o que não podemos ver. — Colton
explicou.
— Ele é muito bom, não é? — Ela perguntou.
— O melhor. Melhor que o nosso último comandante.
— Eu pensei que Aiden assumiu depois do pai? —
Meryn perguntou, confusa.
— Caminhe comigo. Eu te mostrarei o entorno e lhe direi
como Aiden se tornou o Comandante da Unidade.
Colton pegou a mão dela e eles caminharam em direção
aos anexos exteriores.
— Byron foi escolhido para ser um Ancião logo após
Adair nascer, então, cerca de seiscentos anos antes de Aiden

MY
CommandeR
Alanea Alder
ou, para você, cerca de mil e trezentos anos atrás. Enfim. Até
o nascimento de Aiden, Byron manteve ambas as posições,
Comandante da Unidade e Ancião. Pouco antes do Aiden
nascer houve controvérsias de que Byron ocupou o assento
de Ancião por muito tempo e outros fizeram uma petição para
colocar outra pessoa no comando.
— Sydney me contou sobre isso. Adelaide ter
engravidado pela terceira vez fez com que pensassem que
Byron estava fazendo um bom trabalho. — Meryn interveio.
Colton assentiu.
— Ele foi capaz de manter seu assento de Ancião, mas
com três filhos em casa, ele admitiu que eles precisavam
nomear um novo Comandante da Unidade. Edward Carthage
foi escolhido como o melhor guerreiro e se tornou o novo
Comandante da Unidade. Por um tempo tudo continuou
normal, mas depois de uns cinquenta anos os homens
começaram a desiludir-se com o novo comandante. Ele
desaparecia durante as missões, voltava bêbado. Não
organizava os treinos nem vigiava os homens. Depois de
séculos da liderança justa e eficiente de Byron, a diferença
entre os dois era gritante.
Colton apontou para o banco do lado de fora de um dos
edifícios e eles se sentaram.
— Quando Aiden e eu tínhamos cem anos de idade,
estávamos treinando duro na academia, onde Adair podia
ficar de olho em nós. De vez em quando, éramos mandados
para patrulhas para ir pegando o jeito. Uma noite, Aiden

MY
CommandeR
Alanea Alder
estava fazendo uma patrulha noturna normal, checando o
perímetro quando uma missão chegou. Ao invés de mandar
Aiden de volta para a academia, Edward decidiu usar a
missão para humilhar Aiden no lugar do pai. Os outros
membros da Unidade Alfa discutiram, mas Edward usou sua
posição. Os homens fizeram o melhor que puderam para
cobrir o Aiden, já que ele nunca tinha saído em uma missão
antes. Mas logo perceberam que não precisavam. Ele
aguentou como se tivesse nascido para isso, talvez tivesse.
Colton fez uma pausa. Ele se inclinou para trás e fechou
os olhos.
— A missão era pior do que eles foram levados a
acreditar. A unidade estava contra três ferals, eles se unindo
era inédito na época. Jean-Marc, o segundo em comando de
Edward bateu o pé no chão e insistiu que Aiden ficasse para
trás e cuidasse dos cavalos. Ele não queria que ele se
machucasse. Edward deveria manter a rota de fuga deles
livre, mas não o fez. Ele foi embora. Mais tarde eles
descobriram que ele fora ao bordel local. Aiden ouviu os
homens gritando e, provavelmente pela primeira e última vez,
ele ignorou ordens. Ele correu para a briga e cobriu os
homens enquanto eles recuavam. A Unidade Alfa inteira foi
morta nas ruas naquela noite, exceto Jean-Marc. Aiden foi
capaz de levá-lo aos cavalos e amarrá-lo. Ele voltou para
aquele beco mais três vezes, lutando contra todas as
probabilidades para recuperar os corpos dos outros membros
da Unidade Alfa. Ele conseguiu colocar os homens em seus

MY
CommandeR
Alanea Alder
cavalos e os conduziu até onde a Unidade Beta estava
cobrindo o perímetro da cidade para garantir que nenhum
feral escapasse. Ele estava tão machucado e sangrando tanto
que não acharam que ele sobreviveria. Demorou alguns dias
até ele acordar. Eu estava ao seu lado o tempo todo. Antes de
Jean-Marc falecer, eu o ouvi relatar a Byron o que aconteceu.
Até hoje nunca vi Byron tão bravo. Quando Edward entrou
na enfermaria onde Aiden estava sendo tratado, Byron
mudou para sua terceira forma e atacou. Foi necessário a
Beta, Delta e Gama para tirar Byron de cima dele.
— O que é a terceira forma? — Meryn interrompeu.
Colton abriu os olhos e a olhou.
— Como shifters, normalmente temos duas formas.
Homem ou animal. Um ou outro. Mas em raras ocasiões,
quando o homem e o animal estão completamente em
sincronia, quando ambos querem algo com o mesmo nível de
intensidade, somos capazes de mudar para uma terceira
forma, meio homem, meio animal. Só aconteceu uma dúzia
de outras vezes em nossa história escrita.
— E Byron foi capaz de fazer isso?
— Sim, o que praticamente o cimentou como Ancião até
o dia em que morrer. Na audiência, Edward apelou para seus
homens testemunharem a seu favor e cada membro da
unidade virou as costas para ele. Edward foi julgado pelo
conselho e considerado culpado. Ele foi executado e cremado
para que seu corpo não fosse enterrado na cidade. Suas

MY
CommandeR
Alanea Alder
cinzas foram dadas a sua irmã, uma Daphane Bowers,
anteriormente Carthage.
— Puta merda! — Meryn ofegou.
— Fica melhor. Daphane pressionou para ter seu filho
designado como Comandante da Unidade, Donovan Bowers.
Ele, na verdade, não é um cara ruim, mas ele nunca quis ser
um guerreiro. Os homens se recusaram. Eles disseram que
só receberiam ordens de Aiden. O conselho não sabia o que
fazer. Aiden era tão jovem, mal saído da adolescência em
anos de shifter, embora Donovan não fosse muito mais velho.
— O que eles fizeram? — Meryn perguntou.
— Não havia nada que pudessem fazer. Não foi que
Aiden voltou e lutou ao lado da Unidade Alfa, não foi que ele
abriu caminho para a fuga, apesar de todas as adversidades.
Foi o fato de ele ter voltado pelos mortos, que ele arriscou a
vida para leva-los para casa, que mostrou aos homens que se
importava mais por eles do que pela própria vida. É por isso
que suas ordens nunca são questionadas e porque cada
membro ativo ou aposentado sempre irá se submeter a ele.
O coração de Meryn doía pelo que Aiden tinha passado,
mas mais do que isso, ela sentia uma sensação avassaladora
de orgulho.
— Não é que eu não queira aprender mais sobre Aiden,
eu quero. É só...
— Por que eu te disse?
— Hmm.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Hoje à noite você verá um lado diferente do Aiden. Eu
realmente não sei se posso colocar em palavras.
Colton ficou em silêncio e pensou por um minuto.
— Aiden comanda o respeito dos homens mais
poderosos da cidade, mas mais do que isso, ele tem sua
lealdade imortal, amor e confiança. Quase todos os membros
da unidade de Lycaonia estarão lá, do passado, presente e
futuros, já que os em treinamento estão autorizados a
comparecer de uniforme. Mesmo que ele não fosse o herdeiro
de Byron, o que já é bastante prestigioso, só o apoio deles faz
com que ele seja ouvido.
— Você quer dizer em Lycaonia, certo?
Colton sacudiu a cabeça.
— Querida, quando Aiden assumir o lugar de Byron, ele
se tornará o Ancião shifter.
— Certo, em Lycaonia, já que existem quatro cidades e
quatro membros do conselho por cidade. — Meryn disse.
Colton a encarou por um segundo.
— Você não entende. Meryn, Lycaonia é a capital shifter
do mundo. Byron é o Ancião shifter que representa todos os
shifters. Os outros três Anciãos shifter se reportam a ele. Em
Noctem Falls, a cidade vampira, Magnus Rioux é o Ancião
vampiro, todos os Anciãos vampiro se reportam a ele. Na
cidade bruxa, Storm Keep, Caiden Ironwood é o Ancião
bruxo, todos os Anciãos bruxo se reportam a ele e na cidade
fae de Éire Danu, Brennus Vi'Eirlea é o consorte da rainha
fae e Ancião fae, todos os Anciãos fae se reportam a ele.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Oh meu Deus. — A enormidade do que Colton
acabara de explicar foi compreendida.
— Aiden comanda cada guerreiro de unidade em todas
as quatro cidades. Neste momento, isso representa um
pequeno papel em nossa política, mas quando ele substituir
Byron, ele será literalmente o homem mais poderoso do nosso
mundo. Você realmente acha que uma companheira de um
membro da unidade comum receberia esse tanto de proteção?
Ele bateu no ombro dela com o dele. Meryn colocou a
mão sobre o estômago. Então hoje à noite seria um milhão de
vezes pior do que ela imaginara.
— Você está bem? — Colton ficou de pé de um pulo.
— Eu preciso das minhas bolachas. — Meryn engasgou
com as palavras. Colton enfiou a mão na mochila dela e
praticamente lhe jogou o saco de bolachas. Respirando pelo
nariz, ela mordiscou lentamente um biscoito.
— Você não é realmente uma pessoa de pessoas, é?
— Não. Vocês, garotos, não me incomodam, mas esta
noite terão todas essas pessoas importantes e agora você me
diz que Aiden é essa super celebridade e eu vou ter que ficar
ao lado dele a noite toda e sorrir e acenar e essas merdas... —
Ela respirou fundo novamente.
— Ouça, você se concentre em passar pela primeira
meia hora de apresentações. Deixe o resto comigo.
Ela o prendeu com os olhos.
— Promete?

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Eu juro. Apenas mantenha a compostura por trinta
minutos. — Meryn pegou uma última bolacha e guardou a
bolsa.
— Eu posso lidar com trinta minutos.
— Bom, um pouco de cor está voltando para as suas
bochechas. Por um segundo você ficou branca como leite.
Meryn ficou de pé.
— E agora?
Colton olhou em volta e apontou para um prédio menor
ao lado.
— Quer ver o arsenal?
Meryn se iluminou.
— Armas? — Ela perguntou.
Colton hesitou.
— Sim. Por que você parece tão animada de repente?
— Eu quero uma arma. Depois de ser atacada duas
vezes. Eu quero uma arma.
Colton esfregou o queixo.
— Isso, na verdade, não é uma má ideia. Você sabe
atirar?
— Sim. Apenas nunca cheguei a comprar uma arma. O
que vocês têm?
— O que não temos? — Colton liderou o caminho para o
pequeno prédio branco e pegou suas chaves. Ele abriu a
porta e eles entraram. Acima deles, as luzes se acenderam
automaticamente. Meryn olhou em volta. Armas de todos os

MY
CommandeR
Alanea Alder
tipos e de todos os séculos estavam empilhadas do chão ao
teto.
— Aquilo são nunchakus21?
— Não toque.
— Mas...
— Não.
— Tudo bem, então vocês têm a pistola Smith and
Wesson’s Bodyguard? — Colton pareceu impressionado.
— Você realmente sabe algo de armas. Deixe-me ver.
Acho que temos as armas menores neste baú. — Meryn o
seguiu de volta para um alto armário de aço. Ele destrancou
as portas e começou a puxar gavetas. Ele entregou-lhe uma
pequena caixa. Ela abriu e dentro estava a arma dos seus
sonhos. Inclusive havia uma caixa de munição e um coldre de
ombro.
— Obrigada! Estive morrendo de vontade de comprar
uma, mas elas são caras.
— Eu não acho que Aiden se importe em gastar dinheiro
para a sua autodefesa.
Ela enfiou a caixa na mochila e fechou-a.
— Dê-me um segundo para trancar o armário e então
podemos encontrar Aiden.
— Claro. — Meryn andou por aí espiando as caixas,
sorrindo, ela pegou uma pequena granada de mão. Colton se
aproximou.

21 Arma branca de artes marciais.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— O que você pegou?
Rindo, ela ergueu a granada e puxou o pino. O rosto
dele mudou de expressão. Movendo-se mais rápido do que ela
já vira alguém se mover na vida, ele arrancou a granada da
mão dela, correu para a entrada e jogou a granada na
floresta.
— Granada! — Ele gritou a plenos pulmões antes de
derrubá-la em um movimento de mergulho. Segundos depois,
uma explosão ensurdecedora balançou o pequeno prédio em
que estavam. Quando a fumaça começou a desaparecer,
Colton levantou-se lentamente e a olhou com uma expressão
ansiosa. Ele ajudou-a a ficar de pé e começou a examiná-la
de cima a baixo.
— Colton! Meryn! — Não havia como confundir o medo
na voz de Aiden. Meryn saiu do prédio e olhou para a nova
clareira que a pequena granada havia criado. Tossindo, ela
moveu a mão na frente do rosto para tentar limpar a fumaça.
— Foi mal! Foi mal! — Ela tossiu novamente tentando
limpar suas vias aéreas.
Aiden e os outros vinte e oito guerreiros da unidade
formaram um círculo ao redor da porta. Meryn lutou contra o
desejo de voltar para dentro e se esconder. Do nada mãos a
agarraram por trás, elas a viraram. Ela olhou para cima. A
expressão de Colton era furiosa. Seus olhos estavam com
uma expressão selvagem e todo o seu corpo estava tremendo.
Com as mãos nos braços dela, ele a sacudiu como uma
boneca de pano.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— O... Que... Diabos... Tem... De... Errado... Com...
Você?! — Ele gritou no rosto dela. Ela abriu a boca, mas não
conseguiu formar nenhuma palavra. Ela nunca teve alguém
tão zangado consigo antes.
— Eu sinto t... tanto! Eu pensei que era como nos
desenhos animados e você podia colocar o pino de volta. —
Ela desfez-se em lágrimas. Colton puxou-a para um abraço
apertado.
— Sua pequena idiota maluca! — Ela gemeu na camisa
dele.
— Dê ela para mim. — A voz de Aiden mal era humana.
Colton a afastou do seu peito e beijou sua testa.
— Pare de quase morrer. Eu finalmente estou me
acostumando contigo. — Ele gentilmente empurrou-a para os
braços de Aiden.
— Não mais. Eu não aguento mais isso! — Aiden pegou-
a e correu. Antes que ela pudesse parar de enxugar os olhos,
ele a tinha na casa, no andar de cima e no quarto dele. Ele
fechou a porta com um chute e não parou de andar até suas
pernas atingirem a cama. Ele a soltou antes de recuar. Sem
palavras, ele começou a tirar as roupas.
— Nada mais de esperar, Meryn. Eu preciso te tornar
minha, de corpo e alma. — Ele puxou a camiseta preta por
sobre a cabeça. Ela lambeu os lábios. Ele era tão bonito
quanto ela se lembrava. Não havia como voltar atrás, ela
queria esse homem mais do que queria sua próxima
respiração. Ela ficou de joelhos na cama e levantou a bainha

MY
CommandeR
Alanea Alder
da camisa sobre o corpo. Ela a deixou cair no chão ao lado da
dele. Sorrindo maliciosamente ela soltou o sutiã e o deixou
cair em cima da camiseta. Ela levantou as mãos e segurou os
seios. Os olhos dele nunca deixaram seu corpo enquanto as
mãos se moviam para o cinto. Ela ouviu o metal da fivela e
depois o suave sussurro do zíper. Quando suas calças
caíram, ela pôde ver sua ereção lutando contra o material de
sua cueca boxer. Ela apertou as pernas, já podia sentir a
umidade em sua calcinha. Ele estendeu a mão e puxou-a
para perto pelo cós do seu jeans. Ele desabotoou-os
lentamente e os deslizou pelos quadris dela. Quando ela foi se
deitar para tirá-los completamente, ele a impediu. Ele passou
um dedo pela frente de sua calcinha, lentamente o passou
entre suas dobras, a única coisa que os separava era o
material saturado de sua calcinha. Quando ele empurrou um
pouco mais e raspou seu clitóris, ela ofegou. Sua mão no seio
dela a empurrou para trás antes que ele tirasse a calça jeans
de suas pernas. Ele tirou a cueca e a boca dela ficou seca. Ele
espalmou seu pau pesado.
— Antes de você entrar na minha vida, tudo que eu
tinha era a unidade, exercícios de treinamento e missões.
Mas agora eu acordo e penso em você, vou para a cama com
seu suave corpo ao lado do meu. Fico ansioso pelas minhas
refeições porque sei que você estará lá para compartilhá-las.
Ele subiu na cama e se arrastou sobre ela. Ele puxou
sua calcinha e jogou-a pelo quarto. Ela nunca se sentiu mais
viva ou desejada na vida. A possessividade nos olhos dele

MY
CommandeR
Alanea Alder
enviou uma corrente elétrica ao seu núcleo. Ela pertencia a
ele, desde o primeiro dia, ela simplesmente fora muito
teimosa para admitir. Ele se moveu entre as pernas dela e as
abriu bem.
— Eu tenho lutado minha vida toda, protegendo meu
povo, mantendo a cidade segura. Todo santo dia. Eu
simplesmente não sabia que estava fazendo isso por você.
Ele enfiou gentilmente um dedo dentro dela e ela gemeu
do mais fundo da garganta.
— Eu não sabia que um dia tudo valeria a pena. Que a
Destino me enviaria o presente mais complexo, complicado e
precioso. — Ele acrescentou um segundo dedo ao primeiro e
começou a acariciar aquele ponto indescritível dentro dela.
— Aiden, eu não sou nenhum presente.
— Você é o meu presente, meu tesouro. Eu viveria
novamente aqueles séculos enfadonhos mil vezes sem
reclamar se soubesse que teria você esperando por mim no
final. — Ele lentamente adicionou um terceiro dedo
esticando-a completamente.
— Você é o presente, Aiden, eu não sei o que faria sem
você. Você é meu escudo.
Ela não conseguiu segurar as lágrimas enquanto ele
lentamente a aproximava mais e mais da borda. Ele retirou
os dedos e estendeu a mão entre eles para guiar seu pau
grosso até a entrada dela. Lentamente ele deslizou para
frente. Ela queria que ele fosse devagar para que pudesse
saborear cada segundo sentindo-o esticá-la pela primeira vez,

MY
CommandeR
Alanea Alder
mas ela também estava desesperada para tê-lo
completamente dentro de si. Ela arqueou as costas e
envolveu as pernas ao redor da cintura dele. As mãos dele
subiram por suas coxas para sustentar o peso dela. Logo ele
estava estocando em rápida sucessão. Ele moveu as mãos de
debaixo do corpo dela e as estendeu, cada mão capturou um
dos seios dela e ele provocou seus mamilos intumescidos
impiedosamente.
— Aiden! — Ela mal conseguia dizer seu nome. Cada vez
que ele raspava a unha sobre seus mamilos, ela sentia uma
linha de prazer conectar-se ao seu clitóris que a fez cair e
convulsionar ao redor dele. Quando ele os torceu, ela jogou a
cabeça para trás. Ele agarrou seus quadris e começou a
penetrá-la em um ritmo frenético. Ela se entregou à sensação
única de seu corpo preenchendo o dela. Quando ele se
levantou sobre ela, os olhos pretos como azeviche, ela sabia
que ele estava perto. Ele se inclinou para frente e penetrou
fundo, o corpo dele se imobilizou e ele mordeu selvagemente o
local onde o pescoço dela encontrava o ombro.
Uma onda de dor a pegou de surpresa. Não foi até que
ele estocou novamente que a dor recuou e seu prazer voltou
rugindo ampliado mil vezes. Ela se sentiu como se estivesse
saindo de seu corpo e então, de uma vez, a mais perfeita e
avassaladora sensação de paz e amor se expandiu e abraçou-
a. Ela voltou com tudo para dentro do seu corpo quando seu
orgasmo explodiu através dela. Ela gritou e gritou. Acima dela
Aiden rugiu e ela podia sentir jatos quentes de esperma

MY
CommandeR
Alanea Alder
enchê-la. Ele saiu dela e caiu para o lado. Respirando com
dificuldade, ele mal teve força para puxá-la para perto.
— Finalmente, nossas almas são uma só. Eu posso te
sentir agora. Sua alma parece um pequeno beija-flor
dançando pelo meu coração. Eu juro que vou te amar pelo
resto da minha vida. — Meryn percebeu que a sensação
aconchegante e segura que tinha era a alma de Aiden
protegendo a dela. Ela estendeu a mão e afastou o cabelo dos
olhos dele.
— E eu vou te amar para sempre. — Lentamente, a
respiração deles voltou ao normal. Aiden se levantou e com as
pernas bambas foi até o banheiro. Ele voltou com uma toalha
quente. Gentilmente a limpou, beijando a parte interna das
suas coxas e lhe mordendo os joelhos até que ela estava rindo
e se contorcendo para fugir. Quando ele voltou para a cama,
ele franziu a testa para ela, seus dedos traçando a lateral
dela.
— O que é isso? Parecem cicatrizes. — Meryn olhou para
baixo e percebeu que ele estava falando sobre suas estrias.
Ele nunca vira estrias antes?
— São chamadas de estrias.
— Estrias? Como você as conseguiu?
— As fêmeas humanas ficam com elas quando
crescemos. Se crescemos muito rápido, nossa pele se rompe e
se cura. É um processo muito doloroso. — Meryn mentiu
através dos dentes. Não havia como ela discutir sobre estrias

MY
CommandeR
Alanea Alder
depois do sexo mais sensacional de sua vida. Não. Não ia
acontecer. A expressão de Aiden tornou-se reverente.
— As fêmeas humanas são criaturas incríveis, vocês
suportam tanta dor e ainda assim são tão frágeis. — Ele
beijou cada linha lustrosa.
Eu vou para o inferno.
Meryn sorriu. Ela não se importava. Ele valia a pena.
— Me promete uma coisa? — Ele perguntou.
— O que?
— Prometa-me que você nunca tocará em outra granada
enquanto vivermos.
— Que tal você me ensinar sobre granadas em vez
disso? — Aiden enterrou o rosto no estômago dela.
— Que os Deuses me ajudem.
— É bom mesmo. — Ela gritou quando ele beliscou sua
bunda. Ela retaliou cutucando-o na lateral.
Algumas horas e dois orgasmos depois eles finalmente
saíram da cama. Tomaram um banho, lavando um ao outro
com amor antes de sair para voltar para a casa dos pais dele,
para que ela pudesse se preparar para o baile.
Eles demoraram-se dizendo adeus, não querendo
desistir da sua intimidade recém-nascida.
— Eu te encontrarei lá. Vou fazer uma varredura de
segurança antes que todos cheguem. — Ele a beijou
gentilmente.
— Te vejo em algumas horas. — Ela o beijou uma última
vez e depois entrou. Ela fechou a porta da frente e encostou-

MY
CommandeR
Alanea Alder
se nela. Ela lutou contra o desejo de segui-lo. Colocou a mão
sobre o coração. Ela ainda podia senti-lo, sua força
protegendo sua alma. Ela já sentia falta dele.

MY
CommandeR
Alanea Alder
Capítulo 12

— Meryn, é você? — Adelaide chamou do andar de cima.


— Sim.
— Depressa, querida, a carruagem estará aqui em
menos de uma hora. Quero ter certeza de que você está
perfeita.
— Sim, mãe! — Ela gritou enquanto subia as
escadas. Quanto mais cedo ela se vestisse, mais cedo ela
poderia ver Aiden.
Ela entrou no quarto dela para ver que Adelaide já
estava vestida. Ela parecia uma rainha com seus longos
cabelos loiros em uma espiral trançada na cabeça como uma
coroa. O vestido fora feito em seda marrom com videiras e
folhas bordadas em verde brilhante. Ela usava um enfeite de
cabelo dourado e verde que combinava com o tema, dando ao
vestido um simples, mas elegante design. Ficou claro até para

MY
CommandeR
Alanea Alder
Meryn que ela representava a Mãe Terra. O longo traje de
cetim branco que Lady Fairfax lhe dera estava do outro lado
da cama. Quando Adelaide se virou, sua boca fez um
pequeno “O”. Com um grito baixo ela correu para frente e
puxou-a para um abraço.
— Você se acasalou! — Ela exclamou.
— Ok, isso é uma coisa esquisita de olfato de shifter?
Porque se for, é estranho e nojento. — Adelaide balançou a
cabeça e apontou para o pescoço dela. — Oh. Sim, acho que
essa é uma grande pista.
Meryn estava prestes a recostar sua mochila quando
ouviu um tinido. Ela pegou seu notebook. O programa havia
terminado a pesquisa nacional e os resultados estavam
prontos. Ela examinou os números e lutou para não
ofegar. Ela sabia que tinha que contar a Aiden, mas vendo a
animação de Adelaide, decidiu esperar até depois do baile.
— Está tudo bem? — Adelaide perguntou.
Meryn assentiu.
— Sim, estou apenas nervosa, acho.
— Não se preocupe com nada. Com essa marca de
acasalamento está claro que você é a companheira de Aiden.
Meu filho sempre teve um timing impecável. Agora toda
Lycaonia saberá que ele acasalou e foi reclamado. Estou tão
feliz que poderia flutuar. Agora vamos ver qual será o seu
vestido. Estou morrendo de vontade de vê-lo em ação. Esse
vestido é lendário. — Meryn tirou a roupa e hesitou quanto as
roupas de baixo.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Você acha que aquela coisa fornece roupas de baixo?
— Só há uma maneira de descobrir. — Adelaide
estendeu o traje. Meryn se despiu completamente e Adelaide
vestiu o traje pela cabeça dela. Meryn olhou para Adelaide,
que estava começando a entrar em pânico.
— Você acha que não está funcionando porque eu sou
humana?
— Tem que funcionar, não temos mais nada para você
vestir!
— Talvez... — Meryn sentiu algo deslizar por seu
abdômen. — Adelaide, acho que algo está acontecendo. —
Meryn observou com espanto quando o material mudou de
textura e peso diante de seus olhos. Num segundo o traje era
longo, branco, acetinado. No próximo, era um brocado pesado
em um profundo azul royal. Meryn ofegou.
— É azul TARDIS!
— O que é Tardis, querida? — Adelaide perguntou.
— Nada. — Meryn correu para o espelho e não pôde
acreditar em seu reflexo. O vestido tinha uma alça sobre o
ombro esquerdo. O corpete a abraçava apertado, empurrando
tudo para cima e segurando no lugar. Onde o vestido se
estreitava em sua cintura, a cor desbotava para um azul mais
claro e continuava ficando mais claro até que acabava em um
branco espuma a seus pés. Meryn ficou de boca
aberta. Cobrindo quase cada centímetro do corpete
havia pequenas joias azuis e transparentes. Na cabeça, uma
delicada tiara de metal prateado, entremeada de pérolas.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Por favor, me diga que não são reais?
— Como se os fae fossem usar joias falsas? Oh, Meryn, é
simplesmente perfeito. Aiden ama a cor azul, se apenas
tivesse um xale.
Tão logo ela falou as palavras, um xale leve de prata e
branco apareceu ao redor dos ombros de Meryn.
— O vestido pensa em tudo, não é mesmo? Até a sua
maquilhagem é requintada. Ele forneceu-lhe as roupas de
baixo? — Adelaide perguntou. Meryn se mexeu um pouco.
— Sim, é como leggings de seda, elas são quentes e
confortáveis. Eu poderia me acostumar com isso.
— Excelente. Vamos descer. Byron providenciou uma
carruagem puxada por cavalos para que fossemos levadas
com segurança para a entrada da Mansão do Conselho e não
precisássemos andar. Eu amo os paralelepípedos da cidade,
mas às vezes eles podem ser um pesadelo para se andar. —
Adelaide pegou uma pequena bolsa carteira da cama.
Elas desceram e encontraram Marius e Byron no
saguão. Byron parecia majestoso em suas vestes de
Ancião. Ela estava morrendo de vontade de ver qual a
aparência de Aiden de uniforme formal.
— A terra amorosa e o mar suave, vocês duas me tiram
o fôlego. — Byron beijou cada uma delas na bochecha. Eles
estavam prestes a se dirigir para a porta quando Marius
pigarreou.
— A pequena dama está usando sapatos? — Meryn
olhou para baixo.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Não, eu... — Segundos depois, o mundo mudou
quando ela foi elevada dez centímetros para cima. — Sim,
acho que estou agora.
— Tenha uma noite maravilhosa.
— Você não vem? — Ela perguntou. Ele balançou a
cabeça.
— Minha companheira, Bronwyn, se sente terrível no
meio das pessoas. Eu comemorarei com ela em nossos
quartos. Foi ela que me deu as bolachas para você mais cedo.
Ela realmente gostou de você. — Meryn sentiu uma sensação
estranha de parentesco com a mulher que ainda não havia
conhecido. Aqueles biscoitos tinham ajudado tremendamente
esta manhã.
— Agradeça a ela e quando ela estiver pronta, eu
adoraria conhecê-la.
— Eu farei exatamente isso.
Meryn se afastou dele e deu apenas dois passos quando
seu tornozelo torceu e todo seu corpo foi arremessado para a
frente. Ela caiu no chão de mármore.
— Filho da puta! — Ela gritou. Byron correu para a
frente e estendeu a mão através de metros de tecido para
ajudá-la a se levantar. — Eu vou me matar nesses sapatos! —
Meryn balançou, instável. Ela experimentou um momento de
vertigem e ficou descalça novamente, o vestido se encurtou
para permitir sapatos mais planos. Quando ela levantou a
bainha, ela pôde ver um Converse azul aparecendo.
— Incrível!

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Oh céus. — Adelaide suspirou.
— Eu gosto. Venham comigo, minhas queridas. — Byron
ergueu cada braço e acompanhou-as até a carruagem. Ele
ajudou-as a entrar e fechou a porta.
— Eu me sinto como a Cinderela.
— Espero que você se divirta esta noite. Se você começar
a se sentir mal, venha me buscar. — Adelaide ofereceu.
— Eu acho que vou ficar bem. — Por mais apreensiva
que ela estivesse naquela manhã por estar entre estranhos,
não parecia tão ruim agora. Ela estava ansiosa para voltar
para Aiden. O som dos cascos do cavalo na estrada batia em
um staccato que parecia estar em sincronia com seus
nervos. Ela percebeu que não estava ansiosa, ela estava
animada. A carruagem logo reduziu a velocidade e ela pôde
ver lampejos de luz na estrada. Eles estavam na fila para
descerem.
— O que são os lampejos?
— Câmeras, querida, até Lycaonia tem sua própria
versão de paparazzi. Essas fotos aparecerão no jornal
amanhã. — Byron explicou. E assim, sua ansiedade voltou.
— Apenas sorria. Se alguém lhe perguntar alguma coisa e
você não souber a resposta, encaminhe-a para mim. — Byron
deu um tapinha na mão dela.
Muito em breve foi a vez deles. Byron saiu primeiro e os
lampejos aumentaram. Ele ajudou Adelaide a sair da
carruagem e estendeu a mão para ela. Ela respirou fundo e
hesitou. Ele lhe piscou um olho e ela pegou a mão

MY
CommandeR
Alanea Alder
dele. Quando seus pés tocaram no tapete, as luzes
explodiram por toda parte.
— Ancião Byron, esta é a sua nova filha?
— Você pode comentar sobre os rumores de que ela
começou uma briga com o Ancião Evreux?
— Aquele é o Vestido de Éire Danu?
As perguntas vinham de todas as direções. Agindo num
momento de inspiração, ela enterrou o rosto na manga de
Byron e mostrou-se tímida e assustada. Byron colaborou com
o ato dela e a confortou em voz alta.
— Está tudo bem, querida, eles não vão te machucar,
eles estão apenas fazendo algumas perguntas. — Ele
arrulhou para ela enquanto Adelaide se posicionava do outro
lado.
Byron se virou para a multidão e, em voz alta, começou
a responder às perguntas.
— Sim, esta é minha linda filha, Meryn, a companheira
de Aiden. Como você pode ver ela é uma criatura gentil, eu
não posso imaginar onde o boato começou que ela provocou
uma briga com Evreux. E sim, este é o Vestido de Éire Danu.
Meryn impressionou bastante a Lady Fairfax e ela passou
este vestido para Meryn.
Vários suspiros e sussurros detonaram ao redor deles.
— Agora, se nos der licença, meu filho está esperando
impacientemente, sem dúvida, por sua companheira.

MY
CommandeR
Alanea Alder
Byron assentiu e conduziu-as para dentro do
prédio. Uma vez por trás de portas fechadas, ela viu a boca
dele começar a tremer.
— Você? Dócil e meiga? — Ele gargalhou para si mesmo.
— Deixe-a em paz, Byron, foi uma jogada brilhante. —
Adelaide beijou a bochecha dela.
— Meryn? — Aiden parecia impressionado.
— Nós a deixamos em boas mãos. Divirta-se hoje à
noite, querida. — Adelaide e Byron andaram de braço dados
por um longo corredor antes de parar em um conjunto de
portas duplas. Quando as portas se abriram, um arauto os
anunciou e eles entraram.
— Você... você. — Aiden não conseguia parar de encará-
la. Meryn se aproveitou de sua falta de palavras e embeveceu-
se da visão dele. Cada centímetro dele era o de um
príncipe. Seu cabelo escuro realçava o azul de seus olhos. O
uniforme que usava era branco brilhante acentuado em
vermelho lycaoniano. O cinto preto e polido encaixava
confortavelmente ao redor de sua cintura estreita, que
enfatizava seus ombros largos.
— Você gosta? — Ela perguntou antes de dar um
giro. Quando ela parou, ele simplesmente a puxou para um
longo beijo. Pela primeira vez em horas, ela se sentiu
calma. Era como se ela precisasse dele, sua própria presença
física era necessária para a sobrevivência dela. Ela recuou e
tentou recuperar o fôlego. Os olhos dele brilhavam.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Quanto tempo vai passar antes que essa ânsia se
estabilize?
— Algumas centenas de anos. — Ele provocou e, em
seguida, ofereceu-lhe o braço. Ela colocou a mão no cotovelo
dele enquanto ele a escoltava para o salão de baile.
— Cara, eu vou ficar continuamente grávida. — Aiden
tropeçou, mas se estabilizou. Tinha algo selvagem em seu
olhar enquanto dardejavam do meio do corpo dela para seu
rosto.
— Você está? Você poderia estar? — Ele gaguejou. Ela
balançou a cabeça.
— Não, bem, eu acho que não. — Ela deu de ombros.
— Não faça isso. — A outra mão dele apertou o peito.
— Desculpa. — Ela apertou a mão dele quando se
aproximaram da porta.
— Pronta?
— O mais pronta que posso estar. — Aiden acenou para
o arauto e as portas se abriram.
— Tenho a distinta honra de apresentar, o Comandante
Aiden McKenzie, herdeiro da Casa McKenzie, Comandante da
Unidade das quatro cidades-pilares e futuro Ancião de todos
os shifters e sua companheira, Meryn Evans, a nova Dama do
Vestido de Éire Danu. — O cômodo ficou em silêncio
enquanto Aiden os conduzia pelo longo tapete em um ritmo
majestoso. Murmúrios e sussurros estavam por toda
parte. Meryn lembrou das palavras de Colton e apenas sorriu
para aqueles que fizeram contato visual e assentiu.

MY
CommandeR
Alanea Alder
No final do longo tapete, os quatro Anciões, dois com
companheiras e dois sem, ficaram de pé para recebê-
los. Quando Aiden parou e fez uma reverência, Meryn
inclinou a cabeça. Ela sabia que se tentasse uma reverência,
cairia. Mais sussurros se espalharam ao redor deles. Já tinha
ela estragado tudo? Ela engoliu em seco e encontrou os olhos
do fae Ancião Celyn Vi'Ailean. Ele deu um passo à frente e
pegou a mão dela do cotovelo de Aiden. Ele beijou-a e puxou-
a para frente.
— Querida, esta é a doce garota de quem eu te falei.
Meryn, esta é minha companheira, Vivian Vi'Ailean. Ela
esteve muito ansiosa para conhecê-la e já está planejando
uma visita ao nosso jardim em sua homenagem. — A mulher
loira alta deu um passo à frente e pegou sua mão nas duas
dela e sorriu. Como Adelaide, ela não tinha que se enfeitar
com joias, ela usava sua dignidade ao seu redor.
— Ela foi convidada para os jardins dos fae?
— Quem é ela?
— Ela é apenas uma humana, por que é tão especial?
Mesmo com sua audição humana, ela podia ouvir o
desprezo nas vozes ao seu redor. Os olhos de Vivian
relampejaram.
— Lady Meryn, é um prazer imenso conhecê-la. Meu
companheiro não teve nada além de coisas maravilhosas para
me contar sobre você e sua ajuda contínua no assunto dos
preocupantes desaparecimentos de recentemente. Eu sei que
você tem entrevistas para escudeiros amanhã, mas talvez,

MY
CommandeR
Alanea Alder
depois que isso tenha terminado, você poderia vir para uma
visita? Eu adoraria lhe mostrar meu jardim. — Seu convite
começou um zumbido que se espalhou como fogo.
— Eu adoraria visita-la amanhã. As entrevistas devem
ser rápidas, tivemos tantos cancelamentos inesperados. Foi
muito curioso como todos tiveram que cancelar no último
minuto. Seria aceitável se eu trouxesse meu novo escudeiro
comigo amanhã? — Ela manteve os olhos arregalados e sua
voz doce. Vivian olhou para baixo, sua boca se contorcendo.
— É claro. Mal posso esperar para falar com você
amanhã. — Suas palavras combinavam com a admiração e
sinceridade em seus olhos. Meryn apenas sorriu para ela
descaradamente.
— Eu lhe disse que ela era um amor. — Adelaide se
gabou.
— E ela é. — O Ancião Vi'Ailean confirmou, então se
virou para Aiden. — Comandante, parabéns pelo seu
acasalamento. Ela é uma mulher incrível.
— Obrigado, senhor, ela me fez um homem feliz. —
Quando ele a olhou, não havia dúvida de como se
sentia. Seu amor estava lá para todos verem.
— Não vamos mais segurar você. Aproveite seu primeiro
baile de Véspera de Halloween, Meryn.
— Tenho certeza de que será uma experiência diferente
de tudo que já conheci. — Meryn disse e o Ancião Vi'Ailean
tossiu para cobrir sua risada.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Com a sua permissão? — Aiden inclinou-se e guiou
Meryn através da multidão que se abria diante deles,
tornando mais fácil para chegar à mesa de refrescos. Ele se
inclinou e mordiscou o lóbulo da orelha dela.
— Como você está se sentindo? — Seus olhos estavam
brilhando com risadas.
— Surpreendentemente bem. O Ancião fae é realmente
legal, eu gosto dele. — Ao longe, Vivian cobriu a boca para
esconder o sorriso enquanto seu companheiro corava. Aiden
mordiscou sua orelha novamente. Certo! Ele estava tentando
lembrá-la de que qualquer coisa que ela dissesse poderia ser
ouvida e, claro, usada contra ela. Ela se virou e olhou para a
mesa. Tudo parecia incrível.
— Com fome?
— Faminta . — Ela manteria a boca cheia para que não
pisasse em falso.
— Atenção. — Aiden murmurou.
— Queeeriiiidaa. É tão maravilhoso ver você de novo.
Estou tão surpresa que você pôde vir. — Daphane Bowers
parou diante dela com outras duas mulheres. Meryn não
pôde evitar a imagem mental que surgiu em sua cabeça. Elas
eram como a madrasta e irmãs malvadas da Cinderela, com a
atmosfera majestosa seu cérebro estava preso na Disney.
— Sabe, eu quase não fui capaz de vir hoje à noite. A
maioria das lojas em Lycaonia estavam completamente sem
tecido e não podiam fazer uma roupa para mim. Imagine isso,
cada loja de roupas na cidade, ficar sem tecido exatamente ao

MY
CommandeR
Alanea Alder
mesmo tempo. Mas descobri mais tarde que as coisas
acontecem por uma razão. Devido à minha terrível situação,
Lady Fairfax foi levada a me dar este lindo vestido. Quase
poderia se dizer que foi algo destinado. — Meryn disse
docemente. Atrás delas, Adelaide começou a se engasgar com
um h'orderve22, Vivian, rindo, bateu nas costas dela.
— Entendo. Bem, espero que nada aconteça com o
vestido, isso seria uma pena. — Ela fungou e se virou, suas
gêmeas aduladoras correram atrás dela.
Meryn abriu a boca e Aiden colocou pedaço de brownie
nela. Ela mastigou e respirou fundo.
— O homem da mercearia disse que o chocolate ajuda a
deixar as mulheres mais amorosas. Acho que ele estava certo.
— Aiden estendeu outro brownie.
— Especialmente calda de chocolate. — Ela aceitou o
segundo brownie.
— Como você come calda? — Aiden perguntou franzindo
a testa. Sentindo-se perversa, ela sorriu.
— Lambendo-a de alguma coisa.
— Lambendo de... Oh! — Aiden olhou-a com
malicia. Desta vez era Byron que estava engasgando e o
Ancião Vi'Ailean batendo em suas costas rindo ruidosamente.
— Parece que você está indo muito bem, baixinha. —
Colton se aproximou, também de uniforme. Meryn suspirou,
homens de uniforme eram sempre tão gostosos. Aiden
mordiscou seu pescoço.

22 Petiscos servidos antes da refeição principal.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— É o uniforme. — Meryn explicou. Colton envaideceu-
se.
— Nesse caso, olhe até se fartar. — Colton se virou e
apontou para trás dele. Na pista de dança, os homens das
diferentes unidades dançavam com mulheres de todas as
idades. Cada homem usava um uniforme branco passado e
deslizavam pela pista de dança com suas parceiras.
— Meryn, eu odeio fazer isso, mas já volto. A avó de
Eleanor está me chamando. Colton vai ficar com você. —
Aiden beijou a mão dela. Ela assentiu.
— Volte logo. — Ela observou suas costas largas se
afastarem. Ele cumprimentou uma senhora mais velha com
uma reverência. Ela cobriu o rosto com um lenço e Aiden
levou-a para um canto mais privado. Meryn virou-se para
Colton.
— É tão triste.
— Nós fazemos o que fazemos para que outras famílias
não conheçam essa dor. — Colton respirou fundo. Sorrindo,
ele puxou Meryn para seus braços e inclinou-a para trás. Ela
chiou e começou a rir. — Venha, Meryn, vamos dançar. — Ele
puxou-a para a pista de dança e ela começou a cravar os
calcanhares no chão.
— Mas eu não posso dançar assim!
— Que tipo de cavalheiro eu seria se não pudesse
conduzir uma mulher pela pista de dança? — Colton arqueou
uma sobrancelha. Meryn olhou em volta freneticamente. Ela

MY
CommandeR
Alanea Alder
pegou uma taça de champanhe de uma bandeja que passava
e a virou de um gole. Ela colocou a taça vazia na mesa.
— Ok, pronta para ir.
Colton virou-a e guiou-a para a pista de dança. Meryn
percebeu que se ela parasse de pensar sobre onde seus pés
deveriam ir e apenas acompanhasse Colton, seria muito mais
fácil. Logo ela estava pegando o jeito dos giros e reverências.
— Posso ter a próxima dança? — Darian fez uma
reverência profunda. Colton a entregou para o fae.
— Você não precisava dançar comigo. — Meryn corou
furiosamente.
— O prazer é todo meu. De fato, a Unidade Alfa
reivindicou todas danças com você hoje à noite. As outras
unidades ficaram muito chateadas conosco. Todos nós
queríamos dançar com a dama do nosso Comandante. — Ele
piscou um olho para ela.
A dança com Darian não foi menos graciosa ou divertida
do que com Colton. Lá pelo terceiro giro, ela estava com sede.
— Eu acredito que é a minha vez. — Uma voz prateada
interrompeu. Darian curvou-se em favor de Gavriel. — Eu
acredito que vou abrir mão da minha vez de dançar, vamos
encontrar algo para você beber.
Ele a levou até uma das mesas decoradas festivamente.
— Aqui está, Meryn, água mineral. — Gavriel entregou-
lhe uma taça de vinho.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Obrigada. — Com pouca atenção ou importância em
como isso seria interpretado, ela bebeu a taça toda. Ela
sorriu para Gavriel. — Muito melhor.
— Estou tão feliz por poder ajudar. — Meryn olhou ao
redor da sala. Ela observou como pequenos grupos de
pessoas se fundiram para se tornarem grupos maiores, ou
como duas ou três pessoas deixavam um grupo para
conversar entre si. Foi então que ela se lembrou que esta
noite também era sobre círculos sociais e negócios. Ela ficou
na ponta dos pés e não viu nada.
— Gavriel, você vê Adam em algum lugar? — Gavriel
olhou em volta.
— Sim, creio eu, ele está conversando com o Comissário
de Obras Públicas e um grupo de empresários da cidade.
— Ele deve estar tentando angariar apoio para a clínica.
— Mais do que provável. — Gavriel concordou.
— Você pode me acompanhar até lá? Talvez eu possa
ajudar. — Gavriel ofereceu o braço.
— Você vai ser boa, certo?
— Por que todo mundo fica me perguntando isso?
A essa altura eles já estavam se aproximando do
pequeno grupo.
— Olá, Adam. — A franzir de cenho formidável de Adam
desapareceu quando ele viu Meryn.
— Olá, irmãzinha. O que você acha do seu primeiro
baile?

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Eu gosto da dança. — Ela disse honestamente. Seu
olhar foi para os outros homens.
— Meryn, me perdoe, deixe-me apresentar-lhe. — Ele se
virou para o grupo.
— Cavalheiros, esta é minha nova irmãzinha, Meryn
Evans. Meryn, este é Cecil Adams, nosso Comissário de
Obras Públicas, Peter Dawning e Jacob Lewiston. Peter e
Jacob possuem dois dos negócios de importação de maior
sucesso de Lycaonia. — Adam completou as apresentações.
Hora do show. Meryn assumiu sua expressão mais vaga
e bateu palmas com entusiasmo.
— Vocês, cavalheiros, devem estar falando sobre o seu
apoio para a clínica de Adam. — Até mesmo Meryn achava
que sua voz soava jovem e inocente.
— Não exatamente. — Cecil disse.
— Você já esteve na clínica? Eu sei que você, como
Comissário de Obras Públicas, deve estar ajudando Adam a
levantar os fundos necessários para as atualizações. Você
parece tão importante, não admira que Adam confie em você.
— Ela sorriu para ele. Um rubor escarlate subiu pelo pescoço
do homem e acabou incendiando as pontas de suas orelhas.
— Eu revi a proposta de Adam. Muito bem escrita. —
Ele admitiu. Meryn virou-se para os dois empresários.
— E quanto vocês dois doaram? — Ela perguntou,
praticamente dando pulinhos. Eles se olharam com
nervosismo. Peter pegou um lenço e enxugou a testa.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Nós não realmente discutimos isso. — Jacob a
informou. Meryn cobriu a boca com ambas as mãos e
assumiu uma expressão trágica.
— Eu não interrompi sua discussão sobre números, não
é?
Ela deixou lágrimas reais encherem seus olhos. Todos
os três homens se apressaram para garantir que ela não
tinha interrompido.
— Graças a Deus. Adam teve que me tratar na clínica, e
posso dizer em primeira mão que ela não representa o nível
de sofisticação que vi em outros lugares da cidade. Ela
precisa desesperadamente de modernização.
— Você foi tratada lá? — Jacob perguntou,
aturdido. Meryn oscilou um pouco e sentiu a mão de Gavriel
em suas costas.
— Está tudo bem, Meryn, você está segura agora. — Ele
disse. Meryn poderia tê-lo beijado, ele estava colaborando.
— Eu fui brutalmente atacada por aquele monstro que
está lá fora perseguindo as pessoas. Se não fosse por Adam,
eu não sei o que teria acontecido comigo. — Ela virou o rosto
para o peito de Gavriel. Ele passou a mão pelo cabelo dela.
— Nós nunca consideramos que os companheiros
humanos podem precisar ser tratados lá. — Cecil passou a
mão pelo queixo. Meryn se virou para Jacob e Peter.
— Vocês irão doar, não irão? — Ela deixou sua voz
falhar.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Claro que sim. — Ambos os homens concordaram
quase imediatamente.
— Vou deixar Adam continuar esta conversa. Falar
sobre a minha provação me deixou abalada. Talvez outra
dança ou duas me ajudem a esquecer. — Ela olhou
suplicante para Gavriel.
— É claro, cavalheiros, se nos der licença?
Gavriel levou-a para longe do grupo de homens e para
um grupo de membros da unidade. Sem diminuir o passo, ele
agarrou Keelan pelo braço e continuou até que estavam na
varanda.
— Keelan, um feitiço de silêncio. — Gavriel falou
sufocadamente. Rapidamente Keelan lançou o feitiço. No
segundo que ele terminou, Gavriel jogou a cabeça para trás e
riu.
— O que ela fez? — Keelan implorou. Gavriel contou
toda a cena. No final, Keelan estava batendo em sua perna e
uivava.
— Eu poderia me acostumar com essas coisas. — Meryn
sentiu orgulho de si mesma. — Vamos voltar para dentro. Eu
ainda quero minha dança. — Keelan desfez o feitiço de
silêncio e ofereceu-lhe o braço.
— Você está usando roupas de baixo? — Ele sussurrou.
— Sim, uma legging. Por quê? Que tipo de dança você
quer dançar? — Meryn perguntou confusa.
— O tipo que só um bruxo pode fazer. — Ele sussurrou
um longo e baixo feitiço e segundos depois eles estavam

MY
CommandeR
Alanea Alder
flutuando. Keelan levantou-a acima da multidão e a girou ao
redor. Meryn nunca se divertiu tanto na vida. Os outros cinco
bruxos membros da unidade não queriam ser sobrepujados e
logo também levantaram seus parceiros no ar. No final da
música, todos flutuaram de volta para a pista de dança para
uma rodada de aplausos. Keelan piscou para ela e quando ele
a virou uma última vez, ela foi pega nos braços de Aiden. Ele
a puxou para perto enquanto as luzes diminuíam.
— Como ela está? — Meryn perguntou.
— Eles estão sofrendo muito. As partes do corpo que
foram entregues eram de Eleanor. Este é o primeiro feriado
sem ela. — Ele descansou o queixo no topo da cabeça dela.
— Existe alguma coisa que possamos fazer?
— Podemos encontrar quem a tirou deles.
— Então vamos fazer isso. — Meryn descansou sua
bochecha contra o peito dele.
— Nós iremos. — Ele se afastou. — Ouvi dizer que você
está se divertindo. — Havia um leve sorriso nos lábios dele,
embora seus olhos permanecessem tristes.
— Eu pude conhecer o Comissário de Obras Públicas. —
Ela disse simplesmente.
— Meryn, você me surpreende. — Ele a girou ao redor e
com mais força que Colton, mais graça que Darian, mais
consideração que Gavriel e mais prodígio que Keelan, ele
passou o resto da noite a tratando como uma princesa.
*****

MY
CommandeR
Alanea Alder
Meryn tirou o vestido e correu para debaixo dos
lençóis. Embora a casa tivesse aquecimento e resfriamento
central, era quase uma da manhã e estava frio. Ela se
aconchegou no corpo quente de Aiden. A sensação de seu
corpo nu ao lado do dela fez seu baixo ventre
contrair. Quando ele começou a passar a mão para cima e
para baixo na lateral de seu corpo de um modo vagaroso, ela
o empurrou de costas e o montou. A expressão de surpresa
no rosto dele foi substituída por um olhar de puro êxtase
quando ela se abaixou e o guiou para dentro dela.
— Mesmo que vivêssemos para sempre, eu nunca me
cansaria de você. — Ele fechou os olhos e envolveu as mãos
firmes ao redor da cintura dela. Lentamente ela balançou o
corpo. Ela amava a sensação dele profundamente dentro de
si. Ela logo descobriu que, quando se inclinava para frente, a
cabeça de seu membro batia com perfeição no seu ponto
G. Ele levantou os braços e apoiou a parte superior do corpo
dela. Ela acelerou seu ritmo enquanto perseguia algo que
nunca havia experimentado antes. Ela nunca havia tido um
orgasmo no ponto G antes. Ela sentiu todo o corpo começar a
abrasar de desejo. — Tome o que você precisa, bebê. — Ele
sussurrou. Ele deixou que ela fizesse o que queria, deixou
que ela marcasse o ritmo.
Quando ela pensou que não aguentaria mais, suas
pernas começaram a tremer. Não foi uma enorme explosão,
mas aglomerados de pequenas explosões dentro dela.
— Aiden, por favor. Eu preciso de mais. — Ela implorou.

MY
CommandeR
Alanea Alder
Ele a virou e a penetrou com um profundo impulso.
— Sim! — Ela gritou. Era disso que ela precisava. —
Assim, Aiden, por favor!
Ele a levou a sério e começou a bater dentro dela
impiedosamente. Ela podia senti-lo batendo no colo do
útero. Ela estava prestes a dizer a ele para parar, que a dor
era demais, quando esta se transformou em outra coisa. Sua
mão desceu e ele estava provocando seu clitóris a cada
golpe. Não demorou muito para que um segundo orgasmo
passasse por ela. Aiden gritou e desmoronou ao lado dela.
— Você disse que esse calor acaba eventualmente,
certo? — Meryn perguntou. Aiden estava respirando com
muita dificuldade para responder, ele apenas balançou a
cabeça.
Quando ambos se recuperaram e se limparam, Meryn
ficou deitada nos braços dele, olhando para o teto.
— Eu encontrei algo hoje. — Ela sussurrou. Ele se virou
de modo que estavam de frente um para o outro, cada um
deitado de lado.
— O que?
— Eu ampliei os parâmetros de busca. Eu não sei se
eles são paranormais, mas onze outros casais daqui até St.
Louis foram dados como desaparecidos, pode haver mais se
os paranormais não estiverem indo para a polícia.
Aiden a puxou para perto.
— Envie-me a lista, vou falar sobre isso amanhã com
Colton e Gavriel para ver quantos são paranormais.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Aiden, eu acho que isso é maior do que pensávamos.
— Temo que você esteja certa. Durma um pouco, você
tem as entrevistas para escudeiros amanhã. Você precisará
de suas forças. — Ele provocou. Ela inclinou a cabeça para
ganhar um beijo. Ele não a desapontou. Quando eles se
separaram, ela se aconchegou perto dele.
Destino, se estiver ouvindo. Mantenha-o em segurança.
Meryn fechou os olhos e adormeceu.

MY
CommandeR
Alanea Alder
Capítulo 13

— Obrigado aos cavalheiros por virem. A entrevista de


hoje será na forma de uma prática. Gostaríamos que vocês
fizessem quaisquer perguntas que precisem da Meryn e
depois preparassem um almoço e chá da tarde. Revimos
todas as suas três credenciais e estamos muito satisfeitos por
serem bem treinados para o cargo. Agora tudo o que resta
para se ver é como vocês reagem a sua futura empregadora.
Adelaide continuou a dar instruções para os três
homens enquanto Meryn os observava de perto. O candidato
alemão, Jungen, era o mais baixinho, talvez com 1,78 metro,
com entradas no cabelo. Ela podia ver uma fina camada em
sua testa, ele estava suando terrivelmente. Ela sentiu como
se estivesse olhando para o rosto de um assassino em série.
Ele tinha os olhos vazios, ela supôs que aquela era a versão
dele de uma cara de paisagem, mas ela não conseguia
impedir a sensação desconfortável que ele lhe dava. Ela

MY
CommandeR
Alanea Alder
voltou sua atenção para o candidato britânico, Dennis. Ele
tinha exatamente 1,82 metro. Ele a lembrava de Ben, com
seu cabelo loiro ondulado e sorriso caloroso. Ele flertava
horrivelmente com Adelaide, mas era agradável. Ela sabia que
poderia se dar bem com ele. Em seguida, havia o candidato
japonês: Ryuu. Ela teve que se relembrar que estava
acasalada. Duas vezes. Ele era o mais alto dos três com 1,95
metro. Exalava serenidade e poder, um potente afrodisíaco.
Ela tinha ouvido o termo “tipo descolado” antes, mas não
entendeu completamente até que viu Ryuu. Ele sentava-se
quieto, sua postura perfeita e ouvia respeitosamente. Ela
podia dizer que ele era musculoso sob o seu vestuário
tradicional japonês. O ar ao seu redor até mesmo parecia
diferente, régio. Ela quase esperava que flores de Sakura
começassem a cair pelo ar a qualquer momento.
— Ok, vou lhes permitir que perguntem para Meryn
quaisquer perguntas que precisem para melhor servi-la. —
Adelaide sentou-se.
Meryn se contorceu na cadeira quando três pares de
olhos masculinos a olharam.
— Quais os alimentos que você gosta de comer? — Ryuu
perguntou, sua voz era surpreendentemente profunda.
— Eu gosto de pizza, sanduíches e hot pockets. — Ele
assentiu.
— Qual é o seu chá favorito? — Dennis perguntou.
— Eu gosto de chás fortes, adoçados, sem leite. Earl
Grey bem forte, de preferência.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Eu aposto que você adoraria o meu chá Yorkshire
com leite. — Dennis fez uma anotação em sua ficha. Meryn
sorriu educadamente.
— Por que você o bebe tão forte? — Ryuu perguntou.
— Eu tomo um café forte logo cedo para me fazer
acordar, pela tarde, estou começando a ficar cansada e
preciso de algo para me dar ânimo. É por isso que
normalmente gosto de um almoço leve e algo doce para o chá.
Se eu comer muito, fico cansada. — Ela explicou. Ele
assentiu solenemente. Eles ficaram quietos.
— Vocês têm mais perguntas para a Meryn? — Adelaide
perguntou, ficando de pé.
— Apenas uma. O que você faz pelas tardes? — O rosto
bonito de Ryuu se virou para ela.
— Eu fico muito no meu notebook.
— Obrigado. Eu não tenho mais perguntas, Lady
McKenzie.
— Muito bem então, Marius lhes levará à cozinha.
Veremos os senhores na hora do almoço. — Eles se
levantaram e saíram atrás de Marius.
— Aproveite o seu tempo no notebook, o almoço estará
pronto logo logo. — Adelaide pegou seu tricô.
Duas horas mais tarde, Meryn tinha acabado de
escrever um novo programa quando Marius apareceu na
porta. Sua boca estava em uma linha reta. Uh oh.
— O almoço está pronto.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Oh, querida, eu me pergunto o que aconteceu. —
Adelaide murmurou. Elas se levantaram e seguiram Marius à
sala de jantar. Ao passarem pela cozinha, ela viu que uma
bancada estava cheia de vegetais cortados e respingos de
alimentos. Meryn e Adelaide trocaram um olhar. Agora
sabiam o que estava errado com Marius. Um dos homens que
se candidatou era um pateta na cozinha. Ao longo de três das
paredes, cada candidato havia disposto um extenso almoço.
Meryn notou que apenas Ryuu curvou-se quando eles
entraram.
— Ande em torno, Meryn, e escolha o que quiser. Eu
recomendaria experimentar algo de cada um para ver se você
gosta de sua culinária. — Adelaide sugeriu e pegou um prato
para si mesma. Marius entregou a Meryn um prato e ela
começou a andar pela sala.
Ela foi até a mesa de Dennis primeiro, já que era a que
estava à esquerda. Ele tinha feito sopa francesa de cebola e
um prato de macarrão. Ela ignorou a sopa e pôs uma
pequena porção de macarrão no prato. Ela sorriu para
Dennis e seguiu em frente. Jungen estava ao longo da parede
do meio. Ele tinha feito um sanduíche bratwurst23 com
chucrute. Como acompanhamento tinha preparado um prato
de repolho e batata vermelha. Ela pegou uma porção das
batatas e seguiu em frente. Finalmente, ela chegou em Ryuu.

23 Bratwurst é uma salsicha de origem alemã, composta por carnes de porco,


vaca e, por vezes, vitela.

MY
CommandeR
Alanea Alder
Ele tinha preparado pasteizinhos de aparência simples no
formato de peixes.
— Taiyaki24? — Ela perguntou. Pela primeira vez, a
expressão dele mudou para uma de agradável surpresa.
— Sim.
— O que você usou como recheio?
— Pepperoni e queijo.
— Sério? — Meryn perguntou, estendendo a mão para o
pegador. Ela pegou dois e colocou-os no prato. Ela sorriu
para ele com gratidão. Ele fez uma reverência. Ela caminhou
até a mesa e comeu um pouco do macarrão. Estava
realmente bom. Ela rapidamente terminou o que estava em
seu prato. Em segundo lugar, ela comeu uma das batatas,
mas não conseguiu comer mais. Ela tinha sido preparada na
gordura junto com o repolho. Era muito pesada para ela
comer. Ansiosamente ela pegou o pequeno peixe. Deu uma
mordida e suspirou. O exterior crocante dava lugar ao queijo
derretido e pepperoni ligeiramente picante. Após comer o
segundo ela estava cheia. Elas os agradeceram e retiraram-se
novamente para a sala de visitas.
Algumas horas depois, os homens voltaram, cada um
empurrando um carrinho de serviço. Meryn esfregou os
olhos. Ela esteve olhando para o notebook por horas, sua
visão estava ficando embaçada. Ela precisava muito de um
chá forte.

24 Taiyaki é um bolo japonês em formato de peixe. Os recheios mais comuns são


os de pasta de feijão vermelho, creme, chocolate e queijo.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Para este exercício, Meryn irá avaliar o que cada um
de vocês preparou e escolher aquele que lhe agrada.
Enquanto tomamos nosso chá, Marius irá servi-los do lado de
fora, na varanda, enquanto Meryn e eu discutimos os seus
méritos. Cavalheiros, o palco é de vocês. Por favor, diga-nos o
que preparam e porquê.
Dennis avançou rapidamente e retirou a grande tampa
redonda, revelando suas escolhas.
— Eu preparei um bule de chá Yorkshire duplo com
leite, já que a Senhorita Meryn gosta dele forte, e sanduíches
de pepino, já que ela avisou que sanduíches são um dos seus
favoritos. — Meryn suspirou. Ela realmente queria era Earl
Grey. Jungen se adiantou e tirou a tampa de seu carrinho.
— Eu também preparei sanduíches. — Ele olhou para
Dennis. Agora Meryn percebia porque Dennis avançou tão
rapidamente. Ele sabia que tinham preparado a mesma coisa.
— Em vez de pepino, eu escolhi usar ingredientes de
qualidade superior. À esquerda, temos ovo e agrião e a direita
salmão defumado. Para o chá, eu preparei uma infusão de
Darjeeling, sem leite. Eu escolhi sanduíches, como Meryn
indicou que eram um de seus favoritos, e preparei o chá sem
leite como ela declarou claramente que não prefere o leite. —
Jungen parecia satisfeito consigo mesmo. Os olhos de Meryn
foram para Ryuu. Ele fora tão bem na hora do almoço que ela
mal podia esperar para ver o que ele preparara para o chá.
Por favor, que o homem tenha feito um bule de Earl Grey.

MY
CommandeR
Alanea Alder
Graciosamente ele deu um passo à frente e fez uma
reverência. Com movimentos lentos que a lembravam da
antiga cerimônia de chá japonesa, ele levantou a tampa em
forma de cúpula e apresentou suas escolhas. Os outros dois
homens riram em silêncio. Sem pompa ou ostentação o prato
continha pequenos bolos redondos de aparência comum,
empilhados no centro do prato.
— Eu preparei dango, ou bolinhos revestidos em açúcar
em pó, e chá verde. Eu escolhi os bolinhos já que Lady Meryn
aconselhou que gosta de algo doce com o chá. Eles são
pequenos e fáceis de comer, permitindo-lhe ficar em seu
notebook. Eu escolhi chá verde ao invés de seu preferido Earl
Grey pois uma única dose contém a mesma quantidade de
cafeína que um bule de chá preto extra forte, mas também
contém L-teanina25, o que melhora o funcionamento do
cérebro, ajudando-a a se concentrar no final da tarde. — Ele
fez uma reverência novamente e recuou.
— Obrigada, cavalheiros, tudo parece delicioso. Se
apenas seguirem Marius, ele preparou sua própria versão
especial de chá como um agradecimento por terem se
candidatado. — Os homens seguiram Marius porta a fora.
Adelaide levantou a mão quando Meryn foi falar. Alguns
minutos depois, ela virou-se para Meryn. — Então, o que
acha?

25 A L-teanina é o único aminoácido presente quase exclusivamente na planta


Camellia sinensis (chá verde). No cérebro, Teanina aumenta a produção de serotonina
e dopamina, relaxando a pessoa sem sedá-la, reduz o estresse e melhora a atenção.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Eu estava esperando que você me dissesse o que
achou.
— A sua opinião é mais importante do que a minha, eles
servirão você, não eu. — Adelaide a relembrou.
— Jungen é definitivamente um não.
— Posso perguntar por quê? Só quero ouvir o seu
raciocínio.
— Ele me assusta. Eu nunca me sentiria confortável
perto dele.
— Eu concordo. Eu o teria dispensado de cara devido à
sua aparência desleixada, mas queria ser justa.
— Aposto que foi isso que deixou o Marius nervoso. —
Meryn riu.
— Eu aposto que você está certa. Aquele homem é
exigente. E o menino de ouro, Dennis?
— Ele me fez sorrir. Ele é muito aberto e divertido. Eu
podia me ver relaxando perto dele. Mas... — Meryn hesitou.
— O que, querida?
— Ele flertou com você, o que eu não gostei. Ele não
ouviu. Ele agiu conforme as próprias suposições de que sabia
o que era melhor. Eu conseguiria ver Marius fazendo algo
assim, mas ele estaria certo em fazê-lo e lhe diria o porquê.
Tipo: “Meryn, vista seu casaco, está frio lá fora”. — Meryn
imitou a voz de Marius.
— A sopa francesa de cebola estava divina.
— Aposto que estava, mas eu não gosto de refeições
pesadas na hora do almoço ou leite no meu chá.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Vá em frente. E o arrojado principesco Ryuu, e não se
preocupe em negar que olhou. Eu estou acasalada por
séculos a mais que você, e eu olhei.
— Ele me faz me sentir segura, como o Aiden faz.
Simplesmente há algo nele. Eu sinto como se o conhecesse de
algum lugar, como um melhor amigo de infância ou algo
assim. É como se eu soubesse que posso contar com ele para
qualquer coisa. Ele fez boas perguntas sobre porque eu
gostava de alguma coisa e, embora não tenha preparado o
que eu prefiro, ele levou em consideração porque eu gostava
daquilo. Se ele fosse meu escudeiro, eu não teria que me
preocupar com nada, eu sinto que ele até mesmo pensaria
por mim se eu pedisse.
— Eu acho que você tem sua resposta, minha querida.
— Além disso, ele é um sonho.
— Sim, querida. Mas nunca deixe o Aiden ouvir você
dizer isso. Eu cometi o erro de mencionar o quão bonito eu
achava que Marius era logo quando ele se juntou a nós, não
tive paz até depois que o Ben nasceu.
— Eu nunca, jamais trairia o Aiden.
— E eu nunca trairia o Byron. — Elas olharam uma
para o outra antes de Adelaide lançar-lhe um sorriso
conhecedor. — Mas isso não significa que você não pode
apreciar um belo rosto, especialmente um que vai tomar
conta de você. Eu nunca pensei em Marius dessa forma, nem
uma vez, mas havia dias em que eu precisava dele mais do
que precisava do Byron. Isso cria uma ligação, não significa

MY
CommandeR
Alanea Alder
que você não ame o seu companheiro, apenas significa que
há espaço em seu coração para mais. — Adelaide serviu uma
xícara de Darjeeling.
— Você ama o Marius? — Meryn perguntou.
— Sim, muito. Mas é algo entre amor de irmão e de
melhor amigo.
— Eu acho que sei quem escolher.
— Os homens estarão de volta em breve. Coma seus
bolinhos.
Meryn se empanturrou dos pequenos doces. Ela serviu
uma xícara de chá verde e o adoçou com um pouco de
açúcar. Quando ela tomou um gole com o bolinho, suspirou
feliz. Eles se complementavam perfeitamente.
— Hana Yori Dango. — Ela colocou outro na boca.
— O que é isso, querida? — Adelaide perguntou.
— Bolinhos são melhores que flores. Ou coisas práticas
são melhores do que coisas bonitas.
— Você não está recebendo ambos? — Adelaide brincou.
— Oh, cale-se. — Meryn sorriu. Adelaide apenas tomou
um gole de chá e deixou Meryn pensar.
Uma hora depois, os homens voltaram. Meryn deixou
Adelaide assumir o controle. Ela apenas gaguejaria e eles não
entenderiam uma palavra.
— Meryn e eu discutimos sobre as coisas com grande
deliberação. Depois de levar tudo em consideração, ela
gostaria de estender a oferta para Ryuu Sei.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— O que?! Por que?! — Jungen exigiu. Ele tinha ficado
de um tom doentio de vermelho e parecia que estava prestes
a explodir.
— Nós sentimos que ele se adequará melhor em nossa
casa. — Adelaide disse simplesmente.
— Eu me recuso a aceitar que este estrangeiro seria um
escudeiro melhor do que alguém do meu calibre. — Jungen
grunhiu as palavras entre dentes.
— Cara, sério, você nunca teve chance. Um pequeno
conselho. Tome banho antes das entrevistas. Ok? — Meryn
não pôde impedir. Jungen não tinha o direito de menosprezar
Ryuu. Ela já sentia um sentimento irracional de lealdade
para com o homem.
— Eu deveria ter escutado a Daphane Bowers, não tem
como uma vira-lata humana como você apreciar um serviço
de classe alta. — Jungen cuspiu.
— Marius, por favor, escolte este homem da minha casa
imediatamente. — Adelaide ordenou. Marius se moveu mais
rápido do que Meryn pensava ser possível.
— Solte-me! — Jungen deu um soco em Marius, que
facilmente se esquivou antes de torcer o braço do homem
para trás.
— Eu abro a porta. — Dennis disse, se levantando
rapidamente. — Eu não tenho nada contra os humanos, eu te
acho linda, Meryn. Com sorte a verei novamente em outra
casa. — Dennis piscou um olho para Meryn e correu à frente
para abrir a porta para Marius.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Eu gostei do seu macarrão! — Meryn gritou atrás
dele.
— Obrigado! — Foi a resposta. Eles ouviram um
estrondo alto, o som de gemido de um homem, Dennis rindo
e depois silêncio. Ao longo de toda a cena Ryuu não havia
dito uma palavra.
— Eu nunca nem sequer perguntei. Você gostaria de ser
meu escudeiro, Ryuu? — Meryn teve um lampejo de medo de
ele dizer não.
— Deixe-me perguntar. Te incomodará que eu seja
japonês e não de ascendência europeia?
— Não, eu nunca vi isso como sendo um problema. —
Meryn respondeu com sinceridade.
— Eu continuo esquecendo o quão jovem e humana
você é. — Ryuu respondeu com um sorriso gentil.
— Te incomodará que eu seja humana? — Meryn
perguntou, sentindo-se irritadiça, especialmente depois do
comentário sobre vira-lata de Jungen.
— Não. Eu quis dizer isso no bom sentido. Você vê as
coisas de forma diferente do que nós. Paranormais vivem por
longos períodos de tempo e tendemos a ficar presos no
passado. Mas você vê as coisas como diferentes e novas.
Nada é impossível e tudo pode ser conquistado.
— Você acha que será feliz aqui? Você estará muito
longe de casa. — Em vez de responder Ryuu olhou para o
corredor.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Você gostaria de ir dar um passeio lá fora? — Ryuu
sugeriu.
— Fique perto de casa. Eu não tenho certeza se Marius
explicou, mas Meryn foi ameaçada. Sua segurança deve
sempre vir em primeiro lugar. — Adelaide disse em sua voz de
mãe.
— É claro. — Ryuu levantou-se e esperou por Meryn na
porta. Ela se juntou a ele e eles caminharam lado a lado pela
casa e pela porta dos fundos. — Eu não quis ser
desrespeitoso com Lady Adelaide, mas você será a quem
servirei. Minha história é para você ouvir. — Ryuu olhou para
as árvores e suspirou. — Você está certa, Lady Meryn, eu...
— Só Meryn está bem.
Ryuu sacudiu a cabeça.
— Seu companheiro, quando herdar, será a coisa mais
próxima de um soberano que nosso povo conhecerá, eu não
posso falar com você de uma maneira tão familiar.
— Eu não gosto da maneira como Lady Meryn soa, faz
você parecer estar muito longe.
Ryuu sorriu.
— Eu sou um servo, nossas posições são muito
distantes uma da outra.
— Escute, você está certo. Eu sou jovem e sou humana,
mas mais do isso, eu sou uma americana. Para mim todos
são iguais. Eu não preciso de um servo. Preciso de um amigo.
Preciso de alguém que me ajude a navegar neste mundo sem
me envergonhar ou ao Aiden. Preciso de alguém em quem eu

MY
CommandeR
Alanea Alder
possa me apoiar quando este se mostrar muito estranho. Eu
preciso de alguém em quem eu possa confiar. Você será meu
amigo, Ryuu? — Meryn não conseguiu afastar a emoção da
voz. Ela queria o nível de conforto e confiança que via entre
Adelaide e Marius.
Ryuu segurou seu rosto e, pela primeira vez, ela viu a
intensidade de seus sentimentos em seus olhos. Ele respirou
fundo e varanda sumiu, um enorme palácio apareceu atrás
dele. O outono desapareceu para ser substituído por uma
amena tarde de verão. À distância, ela podia ouvir um sino
tocar enquanto uma brisa reconfortante passava por entre os
bambuzais. Ela não sabia como ele fez isso, mas ela estava de
pé em um palácio real no Japão, e cada fôlego e movimento
parecia lento, como se não estivessem em sincronia com o
tempo.
— Quando eu perdi meu Mestre anterior, não me atrevi
a ter esperança de encontrar um outro a quem eu poderia
servir das profundezas da minha alma. Mas o seu desejo
sincero por um amigo, não alguém para subjugar, assegura-
me que você é alguém a quem eu posso servir. Eu me senti
conectado a você desde o momento em que entrei na sala de
estar. Parece que a Destino ainda tem planos para mim, e em
você eu tenho um novo começo e um novo propósito.
Ele deu um passo para trás e ficou de joelhos, levando a
mão dela aos lábios.
— Eu lhe juro pela minha vida que vou dedicar minha
existência a te servir. Que meus filhos vão servir os seus

MY
CommandeR
Alanea Alder
filhos, até o dia em que uma das nossas linhagens deixe de
existir. Eu juro colocá-la acima de todos os outros, salvo
minha companheira e os meus filhos. A sua saúde e
felicidade será colocada acima da minha própria. Você me
aceita, Meryn Evans? Como seu guia, sua espada e seu
escudo? — As palavras, como foram ditas, soaram como se
ele estivesse recitando um ritual ou um feitiço. Meryn hesitou
apenas por um momento. A Destino tinha lhe trazido até
aqui, ela tinha que confiar que Ryuu também foi levado a ela
por uma razão.
— Sim, eu lhe aceito. — Mal ela falou as palavras
quando uma dor lancinante rodeou seu pulso. A visão
clareou e eles estavam de volta na varanda de Adelaide, onde
o sol de outubro fornecia só o calor suficiente para tornar a
fria brisa de outono agradável. Ryuu piscou um olho para ela
e se levantou.
— Estamos unidos por toda a eternidade. É bom estar a
serviço novamente. — Meryn notou que ele parecia mais
jovem, mais feliz, como se os encargos sobre ele tivessem
sidos aliviados.
— Bem, alguém não tem problemas com compromisso.
— Nós fomos destinados, Meryn. A Destino me trouxe
aqui.
— Eu pensei a mesma coisa antes de dizer sim. —
Meryn puxou a manga para cima e olhou. Em volta do seu
pulso, como uma pulseira de safira, havia uma tatuagem de

MY
CommandeR
Alanea Alder
dragão azul. — Maneiro! Eu ganho uma tatuagem! Ha. Tome
essa, Aiden!
— Ela me permitirá monitorar sua saúde, rastrear sua
localização e interpretar os seus sentimentos. — Meryn não
sabia como se sentia sobre isso.
— Vamos ter que trabalhar em suas habilidades de
comunicação.
— Oh, eu não sei. Eu acho que cronometrei
perfeitamente. — Ryuu disse com uma cara séria.
— É linda. Eu amei. — Meryn não conseguia parar de
olhar.
— Denka, está ficando mais frio, deveríamos entrar.
— O que é “Denka”? — Meryn perguntou, indo em
direção à porta.
— Você não gosta quando lhe chamo de Lady Meryn,
“Denka” é um modo formal de dirigir-se a alguém no meu
idioma, o equivalente a Alteza Real. — Ryuu segurou a porta
aberta para ela.
— Eu gosto disso.
— Vocês se entenderam? — Adelaide perguntou quando
eles entraram na sala de estar.
— Sim. Eu acho que ele e eu vamos nos entender
perfeitamente. — Ryuu tinha tomado uma posição atrás dela,
os pés afastados, as mãos cruzadas atrás das costas.
— Fico feliz. Meryn, eu fiz Marius preparar um bolo para
você levar para o Ancião V'Ailean em sua visita. É o favorito
de Vivian, um Bolo de Limão Crocante. Por favor, o dê a ela

MY
CommandeR
Alanea Alder
com os meus agradecimentos. Ela tornou a noite passada tão
agradável. — Adelaide tomou um gole de chá.
— Claro, a que horas eu... — A pergunta de Meryn foi
cortada por um rugido ensurdecedor. Aiden entrou correndo
na sala e prendeu Ryuu contra a parede pela garganta. O
queixo de Meryn caiu.
— Que diabos, Aiden? Solta ele! — Meryn gritou.
— Ele te marcou. Ele colocou a marca dele em você.
Você! Minha companheira! — Aiden rugiu. Ryuu, por outro
lado, parecia calmo. Ele aceitou o tratamento de Aiden. Ele
simplesmente virou o rosto para Meryn.
— O que quer que eu faça, Denka? Ele é o seu
companheiro e eu não quero machucá-lo. — Sua voz estava
calma, até mesmo agradável.
— Aiden, por favor! — Não havia conversa com seu
companheiro, Aiden tinha perdido a cabeça. Ela olhou para
Ryuu. — Livre-se se puder, sem feri-lo permanentemente. —
Ela estava tão brava com Aiden, ela estava tentada a ir
buscar de volta o vaso do banheiro no térreo e acertá-lo na
cabeça com ele.
— Como quiser. — Os olhos escuros de Ryuu brilharam
quando fogo azul cobriu seu corpo. Com um grito, Aiden o
soltou e deu um passo para trás, segurando o braço.
— Você me eletrocutou? — Aiden perguntou
estremecendo.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Pode parecer assim para alguns. Você deve ser muito
forte, a maioria não é capaz de permanecer consciente depois
de receber um choque desses. — Ryuu elogiou.
— Por que você marcou a minha companheira? — Aiden
exigiu.
— Ela me aceitou como seu escudeiro. No meu país, isso
significa a união de nossas casas, é um vínculo que irá durar
até que a minha linhagem termine ou a sua. A marca é
simplesmente uma manifestação física desse vínculo que vai
permitir-me servir e proteger minha incumbência melhor. —
Ryuu explicou.
— Olha, Aiden, eu tenho a minha própria tatuagem! Não
é uma marca sexy como a sua mordida. — Meryn estendeu o
pulso e mostrou a marca a Aiden. Ele trouxe o pulso dela até
o rosto dele e começou a cobri-la com seu cheiro.
— O que quer dizer com te permitir que a sirva melhor?
Eu quero que seja claro como a porra de um cristal sobre
seus deveres de serviço. — Aiden rosnou. Meryn revirou os
olhos.
— Vou cuidá-la, guiá-la, ensiná-la. Vou ser seu mentor e
amigo. Vou cuidar de sua saúde e felicidade e protegê-la com
a minha vida. — Ryuu esclareceu.
— Se você tocá-la, se você sequer olhar para ela como...
— Aiden começou.
Ryuu sacudiu a cabeça.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— O vínculo que compartilho com Denka está além do
físico. Você não entenderia já que nunca serviu a alguém. —
Ryuu cruzou os braços sobre o peito.
— Mestre Aiden, talvez eu possa ajudar a explicar. —
Marius deu um passo adiante. Aiden deu um breve aceno de
cabeça para ele continuar. — Houve uma época em que seu
pai e eu estivemos de lados opostos, muito parecido como
você e Mestre Ryuu estão agora. Seu pai temia que eu
desejasse sua companheira, e embora eu a amasse, eu nunca
a machucaria desonrando seu vínculo com Byron, pois fazê-
lo teria destruído um pedaço de mim. Quando você é um
escudeiro, um bom escudeiro, seu mundo inteiro se estreita e
tudo o que você vê é a sua incumbência. A ligação é
profunda, mas é platônica, eu lhe garanto.
Marius colocou uma mão no ombro de Aiden.
— Ele será para os seus filhos como eu fui para você.
Por favor, acredite em mim quando digo que você não poderia
pedir por um homem melhor. — Marius acenou para Ryuu,
que exalou alto.
— Minha história chegou até mesmo até aqui? — Ele
perguntou. Marius assentiu.
— Se eu soubesse quem você era, teríamos
simplesmente o convidado para o chá para ver se era
compatível com a pequena senhorita. Você tem as minhas
desculpas por ter sido submetido a tais testes rudimentares.
— Marius fez uma profunda reverência.
— Umm. O que eu perdi? — Meryn perguntou.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Eu devo ter perdido alguma coisa também, você pode
explicar, Marius? — Adelaide exigiu. Marius se virou para ela
se desculpando.
— Já que tive que contatar aqueles que eu conhecia no
Japão, a verificação de suas referências só chegou a quinze
minutos atrás. Houve uma longa demora em responder,
porque eles não conseguiam acreditar que Ryuu saíra do
Japão. A razão pela qual nós não reconhecemos o seu nome e
assumimos que ele fosse um novo escudeiro é porque ele só
serviu uma família. Essa família perdeu seu último membro
vivo no mês passado e, num estupor bêbado, um membro de
fora da família imediata acusou Ryuu de assassinar seu
Mestre e exilou-o do Japão. Todos sabiam que isso era uma
mentira, mas o estrago já estava feito. Ryuu deixou o Japão
para vir aqui. — Marius virou-se para Ryuu. — Sinto muito
se estiver compartilhando demais, mas Adelaide é a minha
incumbência e Meryn, sua filha, elas precisam entender. —
Marius fez uma reverência novamente. Ryuu sacudiu a
cabeça.
— É melhor que isso seja discutido logo, assim podemos
superar isso. Eu não o critico por suas lealdades.
— Quando você diz que ele serviu apenas uma família, o
que isso significa? — Adelaide perguntou.
— Eu servi a família do meu Mestre por um tempo
muito longo. Eu protegi sua linhagem, mas no final, eu não
pude salvá-los da velhice. Eu vim aqui, para esta nova terra,
para morrer, para descansar. Mas parece que a Destino tinha

MY
CommandeR
Alanea Alder
outra coisa planejada para mim, ela é uma capataz dura, mas
eu acho que vou gostar de cuidar de você, Denka.
Aiden limpou a garganta.
— Eu acho que você servirá. — Ele disse a contragosto.
— Eu sou grato por suas palavras. — Ryuu inclinou a
cabeça.
— Merda! Que horas são? — Meryn exclamou quando
percebeu que era quase hora da sua visita com a
companheira do Ancião Vi'Ailean.
— Hora de você sair. Marius, o bolo. — Adelaide os
lembrou. Aiden virou-se para Ryuu.
— Ela tem alguém cuidando... — Ele começou.
O sorriso que Ryuu deu como resposta foi de arrepiar.
— Eu ouvi falar desse monstro. Espero ter a chance de
erradicar essa imundice da vida dela.
— Se você mantê-la segura, conviveremos muito bem. —
Aiden estendeu a mão. Ryuu agarrou Aiden ao redor do
antebraço e eles se cumprimentaram. Meryn revirou os olhos.
— Homens! Não me importa quantos anos vocês
tenham, vocês são todos uns bebês. — Marius entregou a
Ryuu uma caixa grande, quadrada e branca.
— Eu arranjei uma carruagem. O caminho mais fácil
para a casa do Ancião Vi'Ailean é através da cidade. —
Marius explicou. Meryn virou-se para Aiden.
— Eu estarei de volta depois da minha visita. — Ele
acariciou seu pescoço com o nariz repetidamente até que ela
gritou, rindo.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Pare com isso! Eu tenho que ir. — Ela riu e pegou sua
mochila.
— Cuide dela, Ryuu. — Aiden ordenou.
— É o que pretendo. — Ryuu respondeu, então seguiu
Meryn para fora.
— Colton, parece que as suas férias acabaram, amigo.
Você tem exercícios pelos quais compensar, de quando você
estava descansando por aí com a minha companheira. —
Meryn ouviu Aiden dizer a Colton.
— Descansando? Ela quase me explodiu! — Colton
gritou. Ryuu levantou uma sobrancelha enquanto estendia a
mão para ajudá-la a subir na carruagem.
— É uma longa história, acidente total. — Ele assentiu
sem dizer uma palavra e subiu atrás dela. Meryn acenou até
que não podia mais ver Aiden na porta. Agora, ela tinha dois
Neandertais para lhe dar ordens. Ótimo.

MY
CommandeR
Alanea Alder
Capítulo 14

Quando eles chegaram à propriedade do Ancião


Vi’Ailean, Meryn só conseguia olhar fixamente. A casa do
conselho dos shifter, onde Byron e Adelaide viviam, era uma
enorme mansão de tijolos. A propriedade dos fae parecia algo
saído do Senhor dos Anéis. Os pesados portões se abriram
para revelar uma casa elaborada e extensa que foi construída
diretamente nas árvores. Videiras e esculturas esculpidas
envolviam a base de cada árvore convidativamente.
— Eu juro que se o Legolas sair de trás de uma árvore,
Aiden vai estar em apuros. — Meryn murmurou quando
Ryuu abriu a porta da carruagem e saiu. Ele estendeu a mão
para ajudá-la a descer. O problema de ter 1,60 metro em uma
cidade construída para paranormais era que tudo estava
mais acima do nível do chão. Ela pulou para fora e se virou

MY
CommandeR
Alanea Alder
para o Ryuu. Ele esperava pacientemente que ela caminhasse
até a casa. Ela encarou e ele encarou de volta.
— Denka, não fui eu o convidado, eles estão esperando
para te ver. — Ele a lembrou gentilmente.
Ela assentiu.
— Eu sei, mas caramba, olhe para esse lugar e olhe
para mim. — Ela apontou para seus tênis gastos, jeans e
camiseta dos Goonies26, em seguida, para a mansão
imaculada na frente deles.
Ryuu analisou a roupa dela.
— Havia um código de vestimenta implicado no convite
para esta visita? — Ele perguntou, as sobrancelhas franzidas.
Ela balançou a cabeça. — Então eu não me preocuparia com
isso. Se isso te incomoda tanto eu vou fazer arranjos para a
visita de um alfaiate, então você terá roupas adequadas para
a sua posição. No entanto, eu não acho que você ficará tão
confortável. — Ryuu ofereceu.
— Talvez um vestido ou dois, apenas para visitas. Eu
odeio me destacar. — Meryn se virou e caminhou em direção
à entrada da frente. Ryuu apenas assentiu e seguiu atrás
dela. Meryn estava agonizando sobre o pensamento de roupas
quando atravessou o que parecia ser um campo de força. Ela
congelou. A tarde de outubro desapareceu, até o sol parecia
mais brilhante.

26 Filme de Steven Spielberg.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Está tudo bem, Denka, é um feitiço de contenção. É
assim que eles são capazes de viver em uma habitação tão
aberta durante todo o ano sem se preocupar com o mau
tempo. — Ryuu explicou. Meryn se virou e olhou para a
carruagem. Parecia uma típica tarde cinzenta de outono. Mas
agora que ela estava dentro da bolha a casa brilhava
brilhantemente ao sol, dando-lhe uma aparência quase
sobrenatural. Ela deu um passo para trás e estava cinzento e
frio. Ela deu um passo à frente e estava brilhante e quente.
Rindo, ela saltou para dentro e para fora da bolha, antes de
colocar um pé em cada extremo.
— Isso é tão legal!
— Então é aqui que você estava. — O Ancião Vi'Ailean
avançou com Vivian, ambos sorrindo.
Meryn voltou para dentro da bolha.
— Sua coisa de campo de força é legal.
— Nós gostamos, especialmente durante o inverno.
Assumo que este seja seu escudeiro? — Vivian perguntou.
Ryuu fez uma meia reverência.
Meryn assentiu.
— Sim, este é Ryuu Sei. Ele é novo em Lycaonia
também.
— É um prazer conhecê-lo, Ryuu. — Vivian disse.
Elder Vi'Ailean ficou olhando.
— Eu não achei que a sua espécie saísse do Japão.
— Normalmente não o fazemos. Minha situação é
extremamente rara e complicada. No entanto, depois de

MY
CommandeR
Alanea Alder
conhecer Meryn, eu acredito que fui trazido para cá com o
único propósito de ser seu escudeiro. — A expressão afetuosa
no rosto de Ryuu era evidente.
— O que você quer dizer com a espécie dele? — Meryn
perguntou. O Ancião Vi'Ailean levantou uma sobrancelha
para Ryuu que balançou a cabeça.
O Ancião se virou para Meryn.
— Esse vai ser um mistério que você terá que descobrir
mais tarde. Agora, por que eu não escolto vocês, duas
adoráveis damas, aos nossos jardins. Você vai adorar, Meryn,
as passifloras floresceram esta manhã, e o lugar todo está
com um cheiro divino. — O Ancião Vi'Ailean estendeu ambos
os braços e as levou até o jardim.
Quando eles passaram pela entrada, Meryn parou e
olhou fixamente. Jardim? A palavra implicava um espaço
reservado para flores bonitas e paisagismo. Isto não era um
jardim. Isto era um pedaço do paraíso. Tropeçando, ela foi até
a pequena mesa e cadeiras que haviam sido postas para sua
visita. Ela sentou-se em frente a Vivian, mas continuou a se
virar de um lado para outro tentando absorver tudo. Ela
sentiu um de seus momentos chegando. Ela ficou quieta e
esperou que seu cérebro ficasse em dia.
Hibiscus rosa-sinesis, Lavandula, Jasminum, Passiflora.
Ela piscou e se virou para seus anfitriões. Eles estavam
observando-a cuidadosamente.
— Desculpe por isso, eu estava absorvendo tudo.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— O que você acha do nosso jardim? — Vivian
perguntou parecendo aliviada.
— É incrível. Eu não poderia imaginar um lugar mais
perfeito. — Ela fez uma pausa. — Vocês tem Wi-Fi aqui fora?
O Ancião Vi'Ailean riu e balançou a cabeça.
Meryn suspirou.
— Ok, quase perfeito.
— Eu consideraria isso uma exceção, mas sei o quão útil
você e seu notebook foram para a investigação em
andamento. — O Ancião Vi'Ailean disse, servindo-a uma
xícara de chá. Meryn olhou para a xícara e se lembrou do
bolo.
— Oh! Ryuu, você pode colocar isso aqui? — Meryn
apontou para uma parte vazia da mesa. Ryuu posicionou a
caixa e recuou para trás da cadeira dela. Meryn
cuidadosamente abriu-a e tirou o bolo redondo com glacê de
baunilha.
— Esse é o Bolo de Limão Crocante do Marius? — Vivian
perguntou, inclinando-se para frente.
— Sim, Adelaide disse para lhe agradecer por ontem à
noite, ela disse que você tornou a noite agradável. — Meryn
colocou o bolo na mesa. Imediatamente Vivian pegou uma
faca e o cortou em fatias. Ela colocou um pedaço em um
pequeno prato e entregou a Meryn. Meryn levantou o garfo e
deu uma mordida. Esta poderia facilmente se tornar uma de
suas sobremesas favoritas. Ela se virou para Ryuu.
— Você quer um pouco?

MY
CommandeR
Alanea Alder
Ele balançou a cabeça.
— Denka, você tem que fingir como se eu não estivesse
aqui. Um escudeiro não come com suas incumbências. —
Ryuu explicou.
— Isso é rude! — Meryn franziu o cenho. Talvez ela não
tivesse pensado direito nessa coisa toda de ter um escudeiro.
— Ela é tão jovem. Me faz me sentir muito velho e
cansado. — O Ancião Vi’Ailean recostou-se com seu chá.
— Eu concordo. Temos servos por tanto tempo, eu
nunca nem pensei que isso poderia ser considerado rude. —
Vivian mordeu um pedaço do seu bolo. Nessa hora, Meryn
começou a ter sérias dúvidas sobre ser capaz de se encaixar
no mundo de Aiden. Uma mão quente em seu ombro a fez
olhar para cima. A expressão de Ryuu era gentil.
— Isso não me incomoda, Denka. Fico muito feliz por
você estar preocupada com o meu bem-estar, mas não
precisa se preocupar comigo. Servir você e ver o mundo
através dos seus olhos é recompensa suficiente para mim.
— Se fosse eu, eu preferiria comer bolo.
A boca de Ryuu se contorceu.
— É claro, Denka.
Meryn tomou um gole de chá e ficou agradavelmente
surpresa.
— Chá de mel! — Ela tomou outro gole.
— Eu tenho uma paixão tão grande por doces, então
Celyn sempre o mantém em estoque para mim. — Vivian
pegou a mão de seu companheiro com um sorriso.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Eu tenho que tomar meu chá doce.
Meryn olhou para o jardim e piscou. Ela esfregou os
olhos. Bem nos cantos de sua visão ela estava vendo
manchas pontiagudas de luz. Ela voltou-se para Vivian.
— Obrigada por me apoiar na noite passada. Isso
realmente me deu a confiança que eu precisava para encarar
todo mundo.
— Não me entenda mal, minha querida, eu já tinha
planejado convidá-la a vir, baseada nas brilhantes descrições
que Celyn fez de você. Mas foi infinitamente mais satisfatório
entregar o convite pessoalmente no baile, ao invés de um
cartão escrito, só para que eu pudesse ver as expressões nos
rostos daquelas desagradáveis velhas harpias.
— Vivian. — O Ancião Vi'Ailean repreendeu com um
sorriso.
— Não venha com “Vivian” para cima de mim, Celyn.
Aquelas mulheres tem sido uma pedra no meu sapato desde
que eu cheguei aqui, duzentos anos atrás. Eu não vou ficar
parada e ver a mesma coisa acontecer com a Meryn. — Vivian
disse, acenando com o garfo no ar.
— Então eu não sou a única que quer espetá-las com
um alfinete para ver o quão alto elas gritam? — Ela riu
quando Vivian balançou a cabeça com entusiasmo. Meryn
apertou os olhos, as luzes estavam ficando mais brilhantes.
— Eu sabia que você e eu nos daríamos bem no segundo
que você criticou Daphane Bowers, indiretamente, é claro,
sobre as lojas de roupas na frente de todos.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Eu não me importei, mas a pobre Adelaide quase teve
um ataque cardíaco fazendo compras naquele dia. — Meryn
protegeu os olhos. — Ok, sério! Que diabos são aquelas
pequenas luzes?! — Ela exclamou.
Vivian olhou triunfantemente para seu companheiro.
— Eu sabia que ela os veria!
— Ver o que? Vagalumes? — Meryn perguntou.
— Não, querida, o que você está vendo são elfos de
jardim. Nem mesmo todos os fae podem vê-los. Logo quando
eu me acasalei com Celyn, houve muitas insinuações
desagradáveis que eu não era sua verdadeira companheira já
que era humana. O fato de eu poder ver os elfos acalmou
aqueles pessimistas quase que imediatamente. Não há
nenhuma dúvida em minha mente, Meryn, você pertence a
Lycaonia.
Meryn virou-se para olhar o jardim de frente. Quanto
mais se concentrava, mais claro eles se tornavam. Logo ela
podia discernir contornos de corpo minúsculos. Depois de
alguns minutos, ela pôde vê-los claramente. Eles riam e
brincavam, dançando no ar e se escondendo atrás de flores.
De todas as coisas maravilhosas que vira desde que chegara
à Lycaonia, isso tinha de ser o melhor.
Meryn observou como um pequeno elfo masculino foi até
ela. Ao contrário dos outros, ele não dançava ou brincava, ele
ficava nos cantos. Meryn pegou um tanto de glacê com o dedo
e o estendeu para ele. Seus olhos se arregalaram e ele desceu

MY
CommandeR
Alanea Alder
para a mesa. Hesitante, ele estendeu a mão e pegou um
punhado de glacê do dedo dela e começou a comer.
— Eu sei o que é não se encaixar. Todo mundo acha que
você é estranho porque gosta de ficar sozinho, quando na
verdade você só não sabe como dizer “olá”. — Meryn
sussurrou para a pequena criatura.
Ele olhou para cima, surpreendido e assentiu.
— Eu também. Às vezes fico tão nervosa que vomito. —
Ela confessou.
O pequeno elfo assentiu vigorosamente e apontou para o
peito.
— Você também, hein? Talvez nós, introvertidos,
devêssemos ficar juntos. — Ela brincou. Um enorme sorriso
apareceu no rosto dele. Ele assentiu uma única vez e correu
para o arbusto espinhoso de azevinho. Meryn virou-se para
Vivian. — Eu pensei que o seu jardim era incrível antes, mas
os elfos o tornam mágico.
— Eles foram meus únicos amigos por um longo tempo.
— Vivian disse, observando como um elfo empurrava outro
na fonte.
— Bem, agora você me tem. — Meryn disse sem pensar
e deu outra mordida no bolo.
— Sem malícia, sem pensar em ganhar favor ou posição.
Uma verdadeira oferta de amizade. Você não poderia pedir
por um presente mais precioso. — O Ancião Vi'Ailean disse à
sua companheira. Ela assentiu, um olhar de admiração e
gratidão no rosto.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Eu adoraria ser sua amiga, Meryn McKenzie. Há
tanta coisa que posso te ensinar sobre como navegar pelas
águas sociais aqui, especialmente como evitar os tubarões. —
Vivian disse, felicidade irradiando dela.
Meryn deu de ombros.
— Os tubarões não me incomodam. Vou apenas atirar
neles.
O Ancião Vi'Ailean riu.
— Eu gostaria que os repórteres do jornal pudessem tê-
la ouvido dizer isso. O artigo no jornal desta manhã relatou
que você é uma menina tímida e doce, tímida demais para
responder por si mesma.
— Sim, eu meio que entrei em pânico quando aqueles
repórteres começaram a gritar perguntas para mim, então
deixei Byron responder. — Meryn rescostou-se, segurando a
xícara de chá perto do peito.
— Jogada inteligente. — Vivian concordou.
— Adelaide também achou. — Meryn estava prestes a
estender a mão para colocar a xícara na mesa quando o
pequeno elfo de antes emergiu do arbusto de azevinho. Ele
agora carregava um pequeno embrulho de tecido. Ele voou e
pousou no ombro dela.
— Hum, Vivian? — Meryn virou-se para sua anfitriã com
confusão. Vivian estava olhando-os fixamente em estado de
choque.
— Ele quer ir com você. — Ela sussurrou.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— O que?! — Meryn estendeu a mão e cuidadosamente
levantou o pequeno elfo nelas. — Você não quer vir comigo!
Eu não tenho uma casa ou um jardim chique, de fato, não
tenho ideia de onde vou acabar vivendo.
O elfo apenas assentiu.
— Eu sou atrasada e passo muito tempo sozinha no
meu notebook, eu seria terrivelmente entediante.
O elfo assentiu entusiasticamente.
— Você tem certeza? — Meryn perguntou. Ele deu um
aceno determinado.
Meryn olhou para Vivian.
— Tem problema?
— Eu acho que, talvez, vocês dois pertençam um ao
outro. Ele não tem sido muito feliz aqui com os outros e ele
parece adorar você. Apenas mantenha-o aquecido, visto que
elfos são muito suscetíveis ao frio. — Vivian avisou.
— Eu vou. — Meryn olhou para o elfo. — Você tem um
nome?
— Se você aquietar a sua mente, será capaz de ouvi-lo
lhe dizer. — O Ancião Vi'Ailean disse a ela.
Meryn olhou para ele, horrorizada.
— Minha mente nunca fica quieta! — Ryuu bufou. Ela
se virou. — Sim?
Ele se endireitou.
— Nada, Denka.
— Apenas pense nele, olhe para o rosto dele, suas
roupas. Isso vai ajudar. — Vivian sugeriu.

MY
CommandeR
Alanea Alder
Meryn levantou o carinha até que ele estava no nível dos
olhos. Ele estava olhando para ela, esperançoso. Ela respirou
fundo e tentou limpar a mente de tudo, menos dele. Nos
olhos de sua mente, ela o viu parado ali, em sua calça
marrom e colete verde-escuro. Ele tinha cabelos vermelhos
desgrenhados e olhos verdes brilhantes que brilhavam com
travessura.
Felix. O nome sussurrado flutuou em sua mente.
— Ele disse que seu nome é Felix! — Meryn sorriu para
seu novo amigo, que assentiu.
— Bem, vocês dois têm um convite permanente para
visitarem quando quiserem. — Vivian ofereceu.
— Conselheiro! Conselheiro! — Um macho fae
extremamente alto veio correndo da casa. — Você foi
convocado, meu senhor. Houve um ataque nos subúrbios de
Lycaonia, foram ferals. Eles estão reportando pelo menos
uma dúzia! — A voz do homem tremia.
— O quê? Isso é impossível! — O Ancião Vi'Ailean se
levantou.
— Senhor, eles estão convocando uma reunião do
conselho com as outras cidades-pilares agora. As Unidades
Alfa, Gama e Épsilon foram enviadas para a fronteira. — O
criado explicou.
Meryn ofegou. Aiden!
Vivian se virou para ela.
— Você está bem voltando sozinha?
Ryuu se adiantou.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Ninguém vai machucar minha senhora.
Meryn ficou de pé. Colocou Felix no ombro.
— Segure-se. — Ela disse a ele e ele agarrou um
punhado de cabelo acima da orelha dela. — Ryuu, vamos
embora.
— Eu gostaria que a nossa visita pudesse ter terminado
em um tom mais feliz. — Vivian afligiu-se.
— Não se preocupe, eu voltarei em breve. — Meryn
prometeu.
— Por aqui, Denka. — Ryuu acompanhou-a através do
jardim e de volta para a carruagem. Atrás deles, Vivian já
estava dando ordens aos criados para preparar bandagens e
remédios para serem enviados para a clínica.
Na viagem inteira de volta para a casa do conselho dos
shifters Meryn imaginou o pior. Ela sabia que Aiden tinha um
trabalho a fazer, mas era difícil saber que ele estava em
perigo.
— Denka, nós chegamos. — Ryuu a informou. Ele a
ajudou a descer e ela praticamente correu para a porta da
frente. Ela abriu-a com tudo.
— Mamãe! — Ela gritou.
— Oh, graças a todos os Deuses que você está segura!
Eu estava prestes a mandar Marius ir buscá-la. — Adelaide
saiu da sala de estar e correu para ela. Ela puxou-a para um
abraço apertado.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Aiden e Ben foram mandados para fora e Byron foi
chamado para uma reunião do conselho de emergência. —
Adelaide enxugou as lágrimas.
— Eles vão ficar bem, você vai ver. — Meryn se virou
para Marius e Ryuu. — Talvez uma xícara daquele chá
calmante?
Marius assentiu e se virou para a cozinha. Meryn
envolveu um braço em volta dos ombros de Adelaide.
— Vamos, mamãe, vamos nos sentar. Eles vão nos
contatar na hora que aquelas coisas, ferals, forem mortas. —
Meryn conduziu a mulher mais velha de volta para a sala de
estar e a sentou. Ela não podia suportar o olhar de
preocupação gravado no rosto de Adelaide. — Já sei. Deixe-
me apresentá-la a um novo amigo. — Meryn puxou o cabelo
para trás.
Adelaide olhou para cima.
— Meryn, por que seu ouvido está brilhando?
— Meu ouvido não está brilhando, é o meu novo amigo,
Felix. Ele é um elfo que conheci no jardim da Vivian. Ele
decidiu que queria vir para casa comigo. — Meryn sorriu
quando Felix voou e sentou-se na beira da mesa de café.
— Um elfo aqui? Oh, Meryn, você não tem ideia da
honra que lhe foi dada. Os elfos estão entre os seres mais
elusivos e mágicos do mundo dos fae. Para você, não só ser
capaz de vê-lo, mas também de fazer amizade com ele... —
Adelaide olhou para a mesa de café.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Ele é um solitário como eu. Nós nos entendemos. —
Meryn disse.
— Nós, é claro, teremos que construir para ele sua
própria casa, completa com móveis e roupas de cama. Oh!
Podemos comprar roupas também! — Meryn estava feliz em
ver que seu plano para distrair Adelaide de sua preocupação
havia funcionado. Felix começou a dançar por aí sobre a
mesa de uma maneira exuberante.
— Eu acho que ele gosta dessa ideia. Você vai mimá-lo,
não vai?
— Absolutamente. — Adelaide estendeu a mão e pegou
um biscoito da sua bandeja da hora do chá e colocou em um
guardanapo sobre a mesa. — Ouvi dizer que eles adoram
doces. — Ela observou fascinada quando Felix levantou o
biscoito e começou a comer. Meryn supôs que, da perspectiva
dela, o biscoito levantava-se por conta própria.
— O chá está pronto. — Marius disse entrando pela
porta com um caneco fumegante na mão. Ele serviu uma
xícara para Adelaide e foi servir uma para Meryn, mas ela
balançou a cabeça.
— Eu estou bem. Ironicamente, eu me dou muito bem
sob ameaça. É a conversa agradável que me irrita. — Marius
assentiu e colocou a caneca na mesa.
Uma hora depois, Meryn estava olhando para Adelaide
maravilhada.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Por que quando eu bebo uma xícara dessa coisa ela
praticamente me deixa em coma, mas você bebe tipo, quatro
xícaras e simplesmente relaxa? — Meryn perguntou.
— Eu sou uma shifter, querida, nosso metabolismo é
diferente.
— Escudeiro sorrateiro. — Meryn envesgou os olhos e
mostrou a língua para Marius, que virou a cabeça para longe
deles com um sorriso. Meryn estava prestes a comentar
quando ouviram a porta da frente se abrir com tudo. Passos
pesados soaram no corredor e um desgrenhado Ben apareceu
na porta, seu rosto estava torcido de angústia.
— Aiden foi ferido, muito. Eles o levaram para a clínica.
— Meryn já estava se movendo. Felix voou até o ombro dela e
Ryuu já estava na porta da frente. Ela ouviu Adelaide e
Marius seguirem logo atrás. Ben correu na frente deles e
voltou para o SUV que ele havia dirigido da clínica enquanto
todos entravam.
— Vá mais rápido! — Ela estalou com o Ben.
— Eu estou indo o mais rápido que posso e ainda estar
seguro. Apenas mais alguns minutos, Meryn. Ben segurou o
volante com força. Contra sua bochecha, ela sentiu uma
pequena mão acariciá-la reconfortantemente. Ela levantou a
mão e passou o dedo pelos cachos desgrenhados de Felix.
Para Meryn, o caminho até a clínica parecia durar para
sempre. Quando o carro finalmente parou, ela saiu de um
pulo e correu para dentro. Ben correu ao lado dela, guiando-a
por um longo corredor. Meryn sabia em que quarto Aiden

MY
CommandeR
Alanea Alder
estava, pois tinha muitos guerreiros da unidade esperando do
lado de fora em uma demonstração de solidariedade. Adam
deu um passo à frente e puxou-a para um abraço.
— Ele está bem. Ele vai ficar bem. Seu corpo reagiu
lindamente aos pontos que eu coloquei. Eu estimo que em
mais umas duas horas ele será capaz de mudar e ficar
novinho em folha.
Os joelhos de Meryn cederam e ele facilmente a levantou
para uma das cadeiras no corredor.
— Ben disse que ele foi ferido gravemente. — Ela disse
enquanto respirava fundo. Agora era Adelaide que a
reconfortava. A mulher mais velha sentou-se ao lado dela e
passou um braço ao redor dela.
— Ele estava. Pelo que eu ouvi da batalha, metade dos
ferals escapou e mais foram relatados ao longo da fronteira
leste. Ele teve sorte que os restantes dos ferals fugiram para
se reagrupar. Eu nunca vi uma ferida tão profunda em um
shifter curar bem, então, quando Ben saiu mais cedo, o
prognóstico não era bom. Eu nunca tentei suturas internas
em um shifter antes e eu não sabia como seu corpo reagiria.
Foi tentativa e erro por um tempo, mas ele é forte, vai
sobreviver. — Adam olhou por cima do ombro. — Com
licença, Aiden não foi o único ferido. — Ele se virou e voltou
para a grande sala de tratamento.
— Lady McKenzie, talvez a sala de espera será um lugar
mais confortável para descansar. — Uma voz profunda
recomendou. Meryn olhou para cima. Era o lindo homem de

MY
CommandeR
Alanea Alder
cabelos brancos que ela conhecera antes; o líder da Unidade
Gama. Ela respirou fundo e se levantou. Ela precisava saber
o que aconteceu.
— Sascha, relatório. — Ela usou o mesmo comando
firme que tinha ouvido Aiden usar quando o notebook dela foi
roubado. Sascha repentinamente ficou em atenção em uma
reação automática antes de olhar para Meryn com uma
careta.
— Talvez você simplesmente devesse ir até a sala de
espera com Lady Adelaide. — Seu tom não era bem
condescendente, mas estava próximo. Sem dizer uma
palavra, ela abaixou a mochila no chão, abriu o zíper e tirou
uma pequena caixa preta.
— Aqui vamos nós. — Colton resmungou.
Ela sorriu, ele sabia o que era a caixa, porque ele
mesmo lhe tinha dado ela. Ela abriu a caixa e tirou a arma.
Cuidadosamente a carregou e colocou o coldre de ombro, e
depois de alguns ajustes ele coube perfeitamente. Ela virou a
arma nas mãos e olhou para Sascha, que engoliu em seco.
— Escute, todos vocês! — Ela levantou a voz para que
ela continuasse pelo corredor. — As poucas vezes em que eu
encontrei alguns de vocês eu, ou estava chorado devido a um
ataque ou rindo no baile. Só para estarmos claros, aquela
não é a verdadeira eu. A verdadeira eu é uma vadia irritada e
psicopata que é extremamente possessiva com qualquer coisa
que eu julgue como minha; Aiden é uma das coisas mais
importantes que pertencem a mim. E como ele não é capaz de

MY
CommandeR
Alanea Alder
lhes dar ordens agora, vocês terão que se contentar comigo.
Eu quero que os ferals responsáveis por ferir Aiden sejam
encontrados e eliminados. Eles representam uma ameaça
para a cidade e para as pessoas que eu realmente cheguei a
gostar, e isso não é aceitável. — Ela olhou para os homens
que estavam olhando em estado de choque.
— Lady Meryn, nós temos profissionais treinados que
podem lidar com essa situação... — Sascha começou.
— Bem, onde caralhos eles estão? — Os homens se
encolheram. Meryn não sabia se era porque eles não estavam
acostumados a mulheres xingando ou se era pela pergunta.
— Onde está o Comandante da Unidade? Eu exijo falar
com ele imediatamente! — Uma voz ecoou pelo corredor.
— O que agora?! — Meryn praticamente gritou. Ela se
virou para ver o vampiro Ancião Evreux caindo sobre eles.
— Eu exijo que guerreiros da unidade sejam designados
à minha casa! É ridículo que os membros do conselho
tenham sido deixados desprotegidos. — Meryn viu Byron
vindo atrás dele, seu rosto como uma tempestade.
— Ancião, receio que isso não seja possível, todos os
guerreiros disponíveis serão necessários para estabelecer um
perímetro ou patrulhar a cidade. — Meryn disse enquanto se
adiantava. Com o canto do olho, ela viu Sascha dar um leve
aceno de confirmação.
— Por que você está mesmo lidando com essa questão?
Você não deveria estar em casa esperando que seu
companheiro volte com o rabo entre as pernas? Ouvi dizer

MY
CommandeR
Alanea Alder
que ele foi ferido, que desgraça para o Comandante da
Unidade!
Meryn sentiu um sorriso maligno se formar. Os
guerreiros da unidade em volta dela enrijeceram com o
insulto do Ancião Evreux, e Adair e Ben seguraram Byron
enquanto este rosnava.
— Bem o que eu pensava, um humano inútil para um
inútil... — O Ancião Evreux começou.
— Cale a porra da boca, seu babaca viscoso. Deixe-me
perguntar uma coisa, idiota, em todos os longos séculos em
que você esteve por aqui, estou assumindo que você
aprendeu a usar uma espada?
— Sim. — O Ancião chiou.
— Uma adaga? Um florete? Uma arma? Artes marciais?
— Meryn continuou.
— Sim, claro! O que isso tem a ver com alguma coisa? —
Ele demandou.
— Porque isso faz com que você seja mais capaz de lidar
com um ataque de um feral do que a maior parte da cidade.
Agora, cale a porra da boca e saia do meu caminho antes que
eu te designe para uma unidade de patrulha. — As entranhas
de Meryn estavam tremendo, ela estava tão brava. Como ele
ousava insultar Aiden!
A boca do vampiro Ancião se moveu, mas nenhuma
palavra saiu. Bem quando ela pensou que a cabeça dele fosse
explodir, ele se virou e saiu pelo corredor pisando forte.

MY
CommandeR
Alanea Alder
Quando a batida da porta ecoou pelo corredor, Meryn voltou-
se novamente para o Sascha.
— Sascha, pegue a Gama e duas unidades de sua
escolha e monte um perímetro externo. As outras duas
unidades montem patrulhas na cidade. A Alfa fica aqui para
proteger o Aiden. Façam o check-in com cada um pelos seus
dispositivos moveis a cada dez minutos. — Quando ela
terminou, ninguém se mexeu. — Hoje, cavalheiros, e alguém
me encontre um filho da puta de um mapa!
Sascha sorrindo, bateu os calcanhares e lhe deu uma
saudação, os homens seguiram seu exemplo sorrindo de
orelha a orelha. Eles se dispersaram. Meryn exalou.
Byron puxou-a para um abraço.
— Essa é a minha garota!
— Eu acho que eles estavam com medo da minha arma.
— Meryn levantou o pequeno revólver.
Byron assentiu e, com a cara séria, concordou.
— Tenho certeza que é por isso.
Meryn colocou sua arma no coldre e olhou para Ryuu.
Havia orgulho brilhando dos seus olhos que aqueceram
Meryn. Ela esfregou os olhos e respirou fundo.
— Eu definitivamente vou precisar de outra xícara de
café.

MY
CommandeR
Alanea Alder
Capítulo 15

Já passava das cinco da tarde, antes que tivessem uma


sala de tratamento vazia, do outro lado do corredor da sala de
Aiden, preparada como comando central. Colton entregou-lhe
um mapa e ela o estendeu numa maca.
— Marque onde os ataques foram. — Ela entregou-lhe
uma caneta. Ele circulou dois locais quase diretamente em
frente um do outro. Ela pegou o dispositivo móvel.
— Gamma Kitten One, Gamma Kitten One, volte. —
Meryn liberou o botão.
— Isso é realmente necessário? — Sascha respondeu.
— Sim, e você não disse “câmbio”. Quando Aiden
levantar, eu vou repassar quão ridiculamente frouxa é sua
segurança quando se trata de tecnologia. De qualquer forma,
atribua uma concentração mais pesada de homens ao norte e
ao sul da cidade, eles já golpearam leste e oeste. Parece que

MY
CommandeR
Alanea Alder
eles estão tentando manter os guerreiros nos arredores da
cidade. Diga às duas unidades da cidade para manterem os
olhos abertos.
— Entendido, câmbio e desligo.
— Normalmente, seis unidades são mais do que
suficientes para manter a cidade segura, agora estamos tão
no limite. — Byron observou. Meryn olhou para cima e
percebeu que, se alguém devia estar no comando, deveria ser
ele.
— Pai, eu sinto muito, você deveria estar fazendo isso. —
Ela indicou o mapa.
Ele balançou a cabeça.
— Você está indo muito bem. Você fez tudo exatamente
como eu teria feito. Você estudou estratégia de batalha? —
Ele perguntou.
— Não, mas eu jogo World of Warcraft.
— Parece útil, você terá que me mostrar mais tarde.
Meryn sorriu maliciosamente.
— Claro, aposto que você adoraria.
Meryn levantou o olhar e viu Adair sentado com a mãe,
seus olhos então foram para Colton. Ela olhou de novo para
Adair e depois novamente para Colton.
Colton afastou-se da parede e deu um passo para frente.
— O quê?
— Adair, a academia de treinamento está localizada na
cidade, certo? — Ela perguntou.
Adair olhou para cima.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Sim, por quê?
— Quantos aprendizes você tem?
Ele pareceu confuso por um momento antes de
responder.
— Trinta, cinco para cada unidade.
— Talvez ... — Meryn pegou seu notebook. Ela começou
a acessar os feeds sem fio da cidade. Ela olhou em volta.
— Onde estão Darian e Gavriel? — Ela sabia que Keelan
estava ajudando Adam na enfermaria com feitiços de cura.
Além de Aiden, dois membros da Gama também haviam sido
feridos, um com uma lesão na cabeça e outro com uma perna
quebrada.
— Lá fora, eu acho. — Colton disse.
Meryn colocou o notebook sobre o mapa.
— Volto logo. — Ela saiu correndo pela porta. Para o seu
plano dar certo, ela precisaria de Gavriel ou Darian. Estava
prestes a abrir a porta quando ouviu a voz elevada de Darian.
Não querendo perturbá-los, entrou no quarto ao lado da
saída e ficou perto da fresta aberta da janela, onde suas vozes
eram facilmente ouvidas.
— O que quer que você esteja fazendo, não está
funcionando, Gavriel.
— Eu tenho isso sob controle.
— Besteira! Aiden está lá machucado agora por causa
de você. Você não conseguia manter o passo, e tivemos que
voltar para trás por você e ficamos presos entre dois grupos.
— A voz de Darian soava mais frustrada do que irritada.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Você acha que eu não sei disso ?!
— Então faça algo sobre isso! A transição vampírica não
é motivo de vergonha, e daí se você está mais fraco que o
normal e precisa de mais sangue, não é como se tivesse
falhado no treinamento. Quanto tempo ainda falta? — Meryn
ouviu um suspiro pesado.
— Pelo menos mais um mês.
— Um mês? Gavriel, você está em transição há quase
duas semanas já.
— Eu sei.
— Quanto mais longa a transição, mais velho o vampiro;
eu nunca conheci um vampiro que precisasse de seis
semanas para a transição, quantos anos você tem? — A voz
de Darian tinha um traço de medo.
— Anos o bastante. Eu vou pegar o sangue adicional
que preciso, mas está demorando um pouco. Eu não posso
pedir tudo de um único centro ou os Anciões ficam
desconfiados. Tenho que fazer um monte de encomendas
menores.
— Merda. Ok. Ouça, faça o que precisa fazer, eu farei o
que puder para ajudar você. — Darian prometeu. Meryn foi
na ponta dos pés até a porta de saída e abriu-a.
— Aqui estão vocês dois. Eu preciso da sua ajuda.
Darian, você pode ir ver se o Adam precisa de alguma coisa?
Ele está com Aiden desde que cheguei aqui. — Darian
assentiu e entrou. Gavriel a olhou, divertido. Ela cruzou os
braços sobre o peito. — Seis semanas, uma ova. — Meryn o

MY
CommandeR
Alanea Alder
observou, não sabia como sabia que ele estava mentindo,
mas ele estava.
— Meryn, é muito importante que os Anciões não
descubram quantos anos eu tenho.
— Eu não estou nem aí se você tem que fazer uma
encomenda gigante e dizer aos Anciões para beijar sua
bunda, o que aconteceu hoje à noite, Aiden se machucando,
não deixe acontecer de novo.
— Eu prometo.
Meryn se sentiu uma merda, ele parecia tão triste.
— Você está bem, certo?
Seu rosto se iluminou.
— Sim, estou bem.
— Bom. Eu tenho um trabalho para você fazer que pode
cobrir sua bunda até que essa coisa de transição acabe.
— Diga.
— Venha, eu vou te mostrar. — Eles voltaram para o
comando central. Darian já tinha checado com o Adam e
estava esperando por eles. Meryn foi ao seu notebook e
começou seu programa. Sorrindo, ela pegou seu handset.
— Gamma Kitten One, Gamma Kitten One, responda,
câmbio.
— Gamma Kitten One aqui. O que é, Ameaça? — Meryn
ia matar o Aiden por lhe dar esse apelido.
— Reatribua as duas unidades da cidade para o
perímetro, câmbio.
— Mas, Ameaça, isso deixará a cidade vazia, câmbio.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Ameaça é boa, Ameaça é sábia. Confie em Ameaça,
câmbio.
— Aiden está certo, você não fala inglês, câmbio.
Meryn olhou para o rádio, em seguida, ao redor da sala.
Tudo o que viu foram expressões vazias.
— Vamos lá! Isso foi Twister27! — Ela bateu o pé. Mais
caras de paisagem. Ela apertou o botão no rádio. — Apenas
coloque os homens no perímetro, câmbio.
— Entendido, câmbio e desligo.
— O que diabos você pensa que está fazendo?! — Meryn
teria ficado aliviada ao ouvir a voz de Aiden se ele não
estivesse gritando com ela.
— Estou ajudando, eu...
— Eu sou o Comandante da Unidade, não você. Esses
homens são minha responsabilidade e eu não vou permitir
que eles morram porque você quer brincar!
— Mas eu... — Meryn sentiu lágrimas picarem seus
olhos. Por que ele não escutava?
— Não! Eu tive o suficiente das suas palhaçadas, Meryn,
apenas vá para casa e espere por mim, pelo menos então eu
saberei que você está segura e não se intrometendo. — Aiden
apoiou-se contra a porta.
Ela entregou o notebook para Gavriel e apontou para o
que ela queria mostrar a ele. Seus olhos se arregalaram. Ela
pegou sua mochila e caminhou em direção à porta. Ela ficou

27 Twister é um filme-catástrofe norte-americano de 1996, que acompanha


cientistas que perseguem tornados para pesquisá-los.

MY
CommandeR
Alanea Alder
na frente de Aiden sentindo como se ele tivesse a esfaqueado
no coração.
— E eu estava preocupada com você! Babaca! — Ela
puxou o pé para trás e o chutou o mais forte que pôde na
canela.
— Ai! Maldição, Meryn! — Ela foi embora; não queria
mais ouvi-lo reclamar sobre ela. Chegou ao final do corredor
antes que as lágrimas começassem a cair. Parou no meio do
caminho e cobriu os olhos com o braço. Felix deu um tapinha
no seu rosto tentando consolá-la. Ryuu envolveu um braço ao
redor de seus ombros e a conduziu a uma sala de exames.
Ele a pegou e a sentou na beira da mesa.
— Ele não quis dizer isso.
— Quis, sim!
— Não, não quis, não de verdade. Ele acabou de acordar
depois de ser gravemente ferido, não sabe se seus homens
sobreviveram ou onde eles estão e ouve sua voz. Você não
está em casa, segura atrás de portas trancadas, você está
aqui com um mínimo de guardas. Foi o medo dele falando,
não o coração. — Ryuu explicou. Meryn enterrou o rosto no
peito dele.
— Ele me odeia! Eu nunca me importei se as pessoas
me odiavam, porque eu não gostava delas, mas o Aiden não
pode me odiar, porque eu o amo. — Ryuu a segurou apertado
e continuou secando suas bochechas. Um grunhido na porta
fez com que ambos se virassem. Aiden se inclinou

MY
CommandeR
Alanea Alder
pesadamente contra a porta antes de entrar na sala com os
pés instáveis.
— Ele está certo, Meryn, eu fiquei morrendo de medo
quando percebi que você estava aqui. Eu não estou cem por
cento e não tinha certeza se poderia mantê-la segura. —
Aiden estava segurando sua lateral com força.
— Eu estarei do lado de fora. — Ryuu saiu, fechando a
porta atrás dele. Aiden se apoiou contra a parte de trás da
porta.
— Você é um maldito babaca
— Eu sei.
— Eu tinha tudo sob controle, seu pai disse que eu
estava fazendo as coisas do jeito que ele faria.
— Eu sei. — Aiden estremeceu quando respirou fundo.
— Você é um maldito babaca.
— Você já disse isso.
— Você foi tão babaca que eu tive que dizer duas vezes.
— Ela não conseguia ficar brava com ele. Ele parecia tão
malditamente patético. Ela andou até ficar na frente dele. —
Dói? — Ela apontou para a lateral dele.
— Não tanto quanto minha maldita canela.
— Você mereceu.
— Acho que sim. — Aiden segurou seu rosto com as
duas mãos, orgulho brilhando em seus olhos. — Gavriel me
chamou de todo tipo de nomes e me disse para implorar
perdão de joelhos, se necessário. Ele disse que você tinha
sozinha dobrado nossos recursos. Me mostrou o que você fez

MY
CommandeR
Alanea Alder
no seu notebook. Ao invadir as câmeras da cidade podemos
monitorar as ruas da cidade e enviar reforços no segundo em
que uma das unidades de treinamento tenha problemas. Isso
nos permite colocar todos os guerreiros experientes no campo
sem dividir nossos recursos entre a cidade e o perímetro.
Ele a beijou gentilmente.
— Por favor, me perdoe. Eu amo você e suas
travessuras. O pensamento de uma vida sem você me assusta
pra caramba. — Ele colocou pequenos beijos em todo o rosto
dela. Consciente da sua lesão, ela envolveu seus braços ao
redor dele, ele a abraçou apertado.
— Perdoado, embora presentes de chocolate mais tarde
não sejam desvalorizados.
— Devidamente anotado. — Quando ele se inclinou para
frente e capturou seus lábios, ela sentiu-o até ao centro de
seu ser. Ele fez sua alma cantar. Ela apertou-o com força e
ele grunhiu.
— Oh meu Deus, desculpe! — Ela recuou e ele lutou
para recuperar o fôlego.
— Vamos voltar para os outros. — Aiden pegou a mão
dela.
Quando voltaram para o centro de comando, Adelaide
parecia aliviada.
— Estou perdoado. — Aiden anunciou para o quarto.
— Bom, porque estávamos prestes a te expulsar da Alfa
e colocá-la no comando. — Colton brincou.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Isso significa que você vai me mostrar como usar
granadas? — Meryn perguntou.
Colton empalideceu.
— Talvez não.
Aiden riu e gemeu.
— Você deveria estar na cama. — Adam admoestou.
— Eu estou bem. Meryn montou tudo para que eu possa
acompanhar tudo daqui. — Aiden sentou-se com cuidado ao
lado de Gavriel e observou as câmeras.
— Seu irmão é um idiota. — Gavriel apontou para o
notebook. Meryn olhou por cima do ombro de Aiden e viu que
Adair estava na frente de uma das câmeras da cidade com
uma unidade de treinamento. Ele estava rebolando contra
um poste de luz. Aiden riu e gemeu, recuperou o fôlego e
continuou rindo segurando sua lateral. Meryn estava rindo
quando um enorme bocejo tomou conta dela.
Aiden a empurrou na direção da porta.
— Vá para o quartel, descanse e alimente o Tubarão. Eu
estarei lá em breve.
Meryn hesitou.
— Tem certeza?
Ele apenas a olhou.
Meryn lhe deu um selinho na bochecha.
— Ok, ok, eu acho que vou te deixar ficar no comando
por um tempo.
Ele a golpeou na bunda.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Ei, não na frente da sua família! Eles não precisam
saber o quão pervertido sexualmente você realmente é. — Ela
esfregou o próprio traseiro. O queixo de Aiden caiu e ele
começou a corar. Darian e Colton começaram a gargalhar.
— Espere até eu te apanhar sozinha. — Aiden
murmurou.
— Promessas, promessas. — Ela piscou um olho e se
virou para a porta.
Colton jogou um conjunto de chaves para o Ryuu.
— Basta seguir a estrada, é a casa enorme à direita. Não
há como não ver.
Ryuu fez uma reverência.
— Meus agradecimentos.
Dentro do SUV, Meryn fechou os olhos. Foi um dia
cansativo. Ela nunca mais queria receber notícias de que
Aiden fora ferido novamente. Alguns minutos depois, estavam
chegando ao quartel. Quando pulou para fora, Ryuu olhou
feio para ela. Ele também não gostava que ela não o
esperasse. Ela mostrou a língua para ele. Ele abriu a porta e
entrou, com ela bem atrás dele. Tudo o que ela queria era
alimentar o Tubarão e ir para a cama. Antes que ela tivesse
entrado na casa o suficiente para sequer fechar a porta, Ryuu
parou na frente dela.
— O que foi?
Ele ergueu a mão para silenciá-la. Ele virou-se para ela,
procurando por algo. De repente, levou dois dedos até os
lábios e produziu um assobio agudo. Meryn assistiu com

MY
CommandeR
Alanea Alder
horror quando um objeto em forma de homem apareceu atrás
de Ryuu, ela abriu a boca para avisá-lo quando ele foi
atingido por trás. Uma pequena luz voou do ombro dela e
saiu pela porta. Ela sentiu um surto de esperança quando
percebeu que Felix havia ido buscar ajuda.
Ela se virou para a porta e foi agarrada pelos cabelos e
jogada no chão.
— Não! — Ela chutou as mãos ligeiramente amorfas e
conseguiu ficar de pé enquanto puxava a arma e segurava-a
com força.
— O que adianta uma arma se você não consegue ver no
que está tentando atirar? — Uma voz zombou. Meryn virou a
cabeça ligeiramente para que não estivesse olhando
diretamente para ele. Ele não sabia que estava visível. Ela
teria que esperar até que ele parasse de circundá-la para
conseguir um bom tiro.
— Por que você está fazendo isso? — Quanto mais
tempo ela continuasse falando, melhor as chances de que
Ryuu acordaria para ajudar.
— Apenas seguindo ordens.
— Ordens de quem?
— Uh uh uh. Sem mais conversas. Estou ansioso para
estar com você por quase uma semana, você tem um cheiro
tão delicioso. — A voz rouca provocou. Ele parou de circular e
ficou na frente dela. Sorrindo, ela levantou a arma e começou
a atirar. Ela não parou até que ficou sem balas, mas ele
ainda estava se movendo em direção a ela.

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Paus e pedras podem quebrar meus ossos, mas balas
nunca vão me matar. — Ele gargalhou. A empurrou para o
chão, o ar foi arrancado dela, deixando-a ofegante. Segundos
depois, ela sentiu o peso dele em cima dela, pressionando-a
no chão. Engolindo em seco, ela lutou cegamente. —
Ninguém pode te salvar. Todos os soldadinhos de brinquedo
estão ao longo do perímetro e os soldadinhos bebês estão na
cidade. Estamos muito longe para o seu companheiro ter
ouvido sua pequena arma.
Ele se inclinou para frente e passou a língua entre os
seios dela, até o queixo, antes de forçá-la entre seus lábios.
Ela engasgou com a intrusão.
— Hora de você morrer. — Ele puxou o braço para trás,
revelando que estava segurando uma faca. Ela chutou e
gritou, levantando as mãos para desviar a lâmina. Mas a
lâmina não desceu.
Ela sentiu o chão vibrando antes que o som de um
rugido ímpio a sacudisse. Segundos depois, o atacante dela
foi levantado de cima dela e jogado na parede. Ele caiu no
chão coberto de farpas, parede e gesso. Meryn olhou para
cima e seus olhos não conseguiam entender o que via. Era
uma criatura diferente de tudo que já vira antes. Orelhas
arredondadas, pelo castanho, focinho curto, tudo em uma
cabeça de forma humanóide. Tinha um torso e braços
anormalmente longos que se estendiam quase até o chão.
Estava usando o que costumava ser um par de calças, que
nessa criatura parecia um short desgastado. Mesmo

MY
CommandeR
Alanea Alder
agachado, com os ombros curvados para a frente, tinha
quase três metros de altura. Se eles não estivessem no
saguão, a criatura estaria alcançando o teto. No final de seus
vários dedos das mãos, garras se estendiam e golpeavam o
atacante levemente brilhante. Cada ataque resultava em
carne rasgada e ossos quebrados.
Ela não sabia quando percebeu que o que ela estava
olhando era Aiden, mas de repente ela soube. Essa criatura
era o seu companheiro e ele estava puto! Somente quando o
intruso parou de se contrair, Aiden parou. Todos da Unidade
Alfa e a família de Aiden observavam da porta. Aiden cheirou
o ar e caminhou até ela. Quando ele acariciou o cabelo dela
com o focinho, ela gritou. Quando sua língua começou a
refazer o caminho que o atacante havia tomado, ela perdeu a
cabeça.
— Não me lamba! Eca! — Ela empurrou sua forma
enorme. Ele rosnou para ela e ela congelou. — Eu sei que
você não está rosnando para mim! — Ela gritou estendendo a
mão para abanar um dedo na cara dele. O rosnado parou
quase imediatamente. Ele levantou-a e beliscou seu pescoço.
Ela relaxou em seus braços.
— Ela nem sequer estremeceu. — Colton parecia
impressionado.
Meryn se virou para ele e notou o quão alto ela estava.
— Isso é ótimo! É isso que vocês, pessoas altas, veem
todos os dias?

MY
CommandeR
Alanea Alder
Aiden agarrou-a quando seu corpo começou a se
transformar e encolher. Depois de alguns momentos ele
estava de volta ao seu eu humano normal.
— Graças aos Deuses que você está bem! — Ele
enterrou o rosto no cabelo dela.
— Graças a você.
Ele balançou a cabeça.
— Graças a um elfo chamado Felix. Ele se fez visível
para o Darian e nos contou o que aconteceu.
Felix apareceu pairando perto da cabeça dela. Ela
levantou o cabelo e ele mergulhou nele para se esconder.
Darian olhou, maravilhado.
— Quando você ia nos dizer que tinha um elfo? — Ele
perguntou.
Meryn deu de ombros.
— Foi um longo dia.
Gavriel e Colton foram até o que restava do corpo do
atacante. Ainda era pouco visível, exceto pelo brilho fraco.
— Keelan, é um feitiço? — Gavriel perguntou.
Keelan sacudiu a cabeça.
— Nenhum que eu já tenha visto.
— É um shikigami, um servo meu. Ele tornou o agressor
visível. — Ryuu se sentou e esfregou a parte de trás da
cabeça. Ele rolou de joelhos antes de colocar as duas mãos
no chão na frente de si e se curvar, tocando a testa nos
dedos. — Denka, eu não consegui mantê-la segura. Embora

MY
CommandeR
Alanea Alder
isso me custe a vida, você é livre para cortar o vínculo que
nos une e procurar um novo escudeiro.
— Oh, Ryuu, levante-se, por favor. Seu, o que quer que
fosse, fez esse cara visível para que eu pudesse atirar nele e
Aiden pudesse lutar com ele. Não é sua culpa que ele te
atacou por trás. — Meryn não suportava ver um homem tão
orgulhoso de joelhos.
Ryuu se levantou e fez uma reverência profunda, na
altura da cintura.
— Eu juro que isso não vai acontecer de novo. — Ele fez
um juramento.
— Eu vou te perdoar, mesmo que aconteça. O que é um
shikigami? — Ela perguntou.
— São espíritos treinados que convoquei. — Ele
explicou. Meryn ficou impressionada.
— Eles vieram a calhar esta noite. Você poderia nos
preparar um pouco de chá? Eu sei que vou precisar de uma
xícara para me acalmar.
Ele fez uma reverência profunda novamente e saiu
imediatamente para a cozinha.
— É um bom homem. — Darian observou.
— Ele é o melhor. — Meryn olhou para o que seria o seu
atacante. — O que ele tem no pescoço?
Os homens olharam para baixo. Aiden a colocou no
chão e se aproximou.
— O que você vê?

MY
CommandeR
Alanea Alder
Meryn apontou para a pequena esfera pendurada em
um cordão em volta do pescoço do morto.
— Meryn, eu não vejo nada. — Aiden se virou para ela
em confusão.
— Está bem ali! — Ela apontou novamente. Desta vez,
Adelaide e Byron se aproximaram para olhar.
— Meryn, eu não vejo nada também. — Byron lhe disse.
Meryn foi até o corpo e estava prestes a se inclinar para
frente quando Aiden agarrou seu braço. Ela soltou um grito e
golpeou a mão dele.
— Não faça isso! Está tentando me dar um ataque
cardíaco? Você não pega o braço de alguém quando este está
prestes a se curvar sobre um cadáver! — Meryn agarrou seu
peito tentando desacelerar sua respiração.
— Eu não quero você perto dele.
— Aiden, o cérebro dele está no chão do saguão, eu
tenho certeza que esse é um indicador universalmente aceito
de que uma pessoa está morta.
— Tudo bem, mas tenha cuidado. — Ele reclamou.
Ela se ajoelhou e puxou o cordel até que ele quebrou.
Uma vez que o colar não estava mais ao redor do pescoço do
corpo, ele se tornou completamente visível e o fraco brilho
verde desapareceu.
Ela estendeu o cordel.
— Um feitiço de invisibilidade?
Keelan sacudiu a cabeça.
— Não é parecido a nenhum outro que eu já tenha visto.

MY
CommandeR
Alanea Alder
Meryn ficou de pé quando o odor mais sujo que ela já
sentira a atingiu no rosto.
Engasgando, ela virou a cabeça.
— O que diabos é esse cheiro?
— Normalmente é esse o cheiro de um feral.
Normalmente é o que faz com que seja fácil localizá-los. É um
subproduto da perda de sua alma. Você começa a apodrecer
de dentro para fora, é um pouco desagradável. — Aiden
explicou.
— Desagradável? Meus olhos estão lacrimejando, cheira
a Cheetos. Cheetos e bunda quente! — Meryn cobriu o nariz
com a mão. — Agggh! É tão forte que eu consigo sentir o
gosto! — Meryn limpou a língua na manga.
Colton olhou para ela como se ela fosse um gênio.
— Como é que nunca descrevemos assim? É perfeito!
Cheetos e bunda quente, espere até que o Sascha ouça isso.
— Oh, Colton. — Adelaide suspirou. A quem Meryn
percebeu que agora estava de pé na varanda da frente.
— Eu odeio quando o inimigo descobre algo novo. —
Darian resmungou.
— Deixe-me ver isso, bebê. — Aiden estendeu a mão.
Quando ela foi entregá-lo para ele, acidentalmente o deixou
cair e ele quebrou no chão do saguão. Meryn virou-se para
Aiden: — Eu sinto muito... — Ela parou no meio da frase
quando duas pequenas esferas de ouro flutuaram para cima
através do teto.

MY
CommandeR
Alanea Alder
Meryn as observou se afastarem. Ela se virou para
Aiden.
— Acabou, certo?
Aiden a puxou para perto.
— Infelizmente, bebê, acho que está apenas começando.
*****
— Você tem certeza que vai ficar bem morando com os
caras? — Aiden perguntou pela milésima vez.
— Sim. Precisamos estar juntos e você precisa estar
aqui. Então isso significa que eu preciso estar aqui. — Eles
estavam acabando de movê-la da casa principal.
— Como você conseguiu que minha mãe concordasse
com isso? — Aiden perguntou.
— Eu disse a ela que suas chances de se tornar uma
avó subiriam se estivéssemos dormindo juntos numa base
regular. — Ela riu do olhar lascivo que Aiden lhe deu.
— Além disso, conseguimos o Ryuu e sua incrível
culinária. — Colton estava praticamente pulando de
excitação. Os homens das outras unidades gemeram e
começaram a reclamar que não tinham um escudeiro
morando com eles. Todas as seis unidades apareceram para
ajudá-la a se mudar. Eles começaram a atirar caixas vazias e
papel de embrulho nele, mas ele se esquivou facilmente.
Meryn riu quando Sascha deu uma rasteira no Colton,
fazendo-o cair no chão. Ela estava prestes a se juntar à
diversão quando notou dois SUV's descendo a estrada. Os
homens observaram elas pararem. O Ancião Evreux saiu de

MY
CommandeR
Alanea Alder
uma SUV e Byron saiu da outra. Os guerreiros da unidade
formaram um semicírculo ao redor dela e de Aiden.
— Lá está ela! Eu quero que ela seja presa! Ela invadiu
ilegalmente a estrutura principal da cidade e assumiu o
comando dos guerreiros da unidade, colocando vidas em
risco!
— Mas que porra. — Meryn revirou os olhos.
— Ela salvou vidas, René, e você sabe. Pela situação, é
claro que ela foi perdoada por usar a nossa estrutura
principal. Mas sua queixa contra Meryn comandando os
guerreiros da unidade foi anulada no conselho. Você não
pode processá-la civilmente. — Byron estava quase
apoplético.
— Ela não é o Comandante da Unidade, o Aiden é. — O
Ancião Evreux gritou.
Aiden esfregou o queixo e assentiu.
— Isso é absolutamente verdadeiro, conselheiro. Eu sou
o Comandante da Unidade. Eu comando todos os homens
que estão aqui hoje e cada guerreiro da unidade nas quatro
cidades pilares.
— Veja! Veja! Ele concorda comigo. — O Ancião
começou.
Aiden levantou a mão.
— É verdade que eu sou o Comandante da Unidade e
comando os homens, mas... — Ele fez uma pausa e passou
um braço ao redor de Meryn. — Mas a Meryn me comanda.

MY
CommandeR
Alanea Alder
Então, se você seguir a verdadeira cadeia de comando, ela
pode legitimamente dar ordens aos homens. — Ele explicou.
O Ancião Evreux olhou para os guerreiros. Sascha e um
guerreiro loiro que Meryn não reconheceu deram um passo
adiante.
— Homens! Saudação! — Eles latiram. Movendo-se
como uma entidade sólida, os homens prestaram continência
e fizeram uma saudação.
— Ótimo! Que a dignidade da unidade guerreira seja
degradada por essa... essa... humana! — O Ancião Evreux
virou-se e voltou para o carro. Suas rodas rangeram quando
ele se afastou.
— E boa viagem! Idiota! — Meryn mostrou o dedo do
meio ao carro em retirada.
Riso masculino encheu o ar.
Meryn virou-se para Aiden.
— Você realmente quis dizer isso? — Ela agarrou a
frente de sua camisa e ele a puxou para perto. Ela sentiu ele
inalar o aroma de seu cabelo e beijar seu pescoço
suavemente. Ela agradeceria à Destino todos os dias pelo
presente que esse homem era. Ele se afastou e a beijou até
deixa-la sem sentido. Quando eles se separaram, ele estava
sorrindo, um sorriso raro do Aiden.
— Claro que sim, você é a minha comandante.

FIM

MY
CommandeR
Alanea Alder
Prólogo

Ai, não, lá vai ela de novo. Por que você sempre vai pelas
escadas?! Por favor, por favor! Cuidado por onde anda. Não!
Não se vire, você vai...
Gavriel observou com horror quando sua companheira
caiu pelas escadas. Segundos depois, ela estava de pé de
novo sorrindo e, claro, subindo as escadas novamente.
Quando chegou ao escritório do executivo ao qual estava
indo, ele a observou conversar com o homem bonito. Gavriel
chiou. Ele não conseguia ouvir o que diziam. Mas ele não
queria nenhum outro homem perto dela. O homem indicou
aos ármarios perto da janela. Sorrindo e acenando com a
cabeça, ela levou as pastas para os armários. Infelizmente ela
não viu um cabo de extensão, tropeçou e voou pela janela de
vidro do painel. O escritório em que ela estivera ficava no
décimo andar.
Ofegando, Gavriel acordou de seu sonho e lutou para
respirar. Toda noite. Toda santa noite, ele tinha que ver sua

MY
CommandeR
Alanea Alder
companheira cambalear de catástrofe à catástrofe como um
marinheiro bêbado no porto. Ele só podia rezar para que ela
chegasse à Lycaonia, viva e inteira.

MY
CommandeR
Alanea Alder
MY
CommandeR
Alanea Alder
Pumpkin Spice
(Conto 1.5 da série)

— Um... senhor? — Keelan olhou para a caixa na


prateleira.
— O que é, Keelan? — Aiden perguntou, aproximando-
se do jovem bruxo.
— O que você acha... — A voz de Keelan sumiu
enquanto os dois homens olhavam fixamente. Aiden
estremeceu.
— Eu não quero saber. Eu estou perfeitamente contente
em nunca saber. Vamos lá, Keelan, Meryn está esperando
esses bolinhos de chocolate e eu não quero que ela fique
brava comigo... de novo.
Keelan riu.
— Você devia ter sido mais esperto do que...

MY
CommandeR
Alanea Alder
— Eu sei! — Aiden rosnou e caminhou em direção à
frente da loja. Sorrindo, Keelan seguiu atrás dele, grato por
não ter Meryn como companheira.

MY
CommandeR
Alanea Alder

Você também pode gostar