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MY

Brother’s keepeR
Alanea Alder
Minha
Enfermeira
Alanea Alder

Tradução: Bruna Oliveira, Cátia Maria Fernandes e Samantha Chaves


Revisão Inicial: Eva Bold, J.Angel, M.Caster,
Revisão Final: Shinigami, Keenery TS,
Leitura Final: Lelena Dias, Guinha Souza e Dadá
Relançamento: Eva

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Alanea Alder
Dedicatória
~Amor Vincit Omnia - O Amor Tudo Conquista~

Para os meus pais, parem de se preocupar que eu não


terminarei o livro a tempo. Olhem, vejam, tudo pronto :)

Para minha brilhante Assistente Pessoal, Brenna, que me


mantém no caminho certo, sinto muito por te enlouquecer. (Mas
não sinto tanto de verdade há há).

Para todos os meus leitores, perseguidores novos e fiéis, espero


que apreciem este. Obrigada por me deixarem entrar em seus
corações e em suas vidas, seu apoio me faz continuar.

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Duzentos anos atrás, Kendrick Ashwood teve uma premonição que lhe
mostrou a horrível imagem de seu irmãozinho sendo morto no cumprimento do
dever enquanto servia na Unidade Alfa. Quando os séculos passam e Keelan
ainda está vivo e bem, ele começa a relaxar. Ele acredita que suas orações
enviadas aos Deuses para que desta vez estivesse enganado foram respondidas.
Quando Kendrick sente a magia de sua afilhada fora de controle, ele
imediatamente se funde com ela em uma tentativa de controlá-la. É aí quando
ele descobre a tragédia que lhe tirou seu único parente.
Usando todos os recursos à sua disposição, ele imediatamente se dirige à
Lycaonia para descobrir por si mesmo quem seria suicida o suficiente para
machucar seu irmão. O que ele encontra choca-o até o âmago.
Anne Bennett recebe um telefonema que muda sua vida. Seu novo melhor
amigo, Keelan, foi ferido e seu comandante está pedindo para ela se mudar
para ajudar a cuidar dele. Seu coração se parte quando ela ouve da família
dele que os sonhos que ela teve deles juntos foram compartilhados pelo Keelan
e que ele deveria ser seu companheiro.
Ao conhecer Kendrick, todo o seu mundo é abalado. Sua aparência mais
madura e carranca perpétua o faz se parecer mais com o homem de seus
sonhos do que Keelan. Quando ela não consegue mais lutar contra sua atração
por ele, ela confessa seus sentimentos apenas para estes serem rejeitados.
Kendrick está convencido de que nunca roubaria a companheira de seu irmão.
Mas Anne tem quase certeza de que nunca foi a companheira de Keelan para
começar.
Enquanto a Unidade Alfa corre para encontrar os inimigos que roubaram a
alma de Keelan e cobriram Lycaonia em magia negra, Kendrick começa a
descobrir a terrível verdade por trás dos colares. Quando se voltar para Anne
parece ser mais natural do que deveria, Kendrick enfrenta o fato de que Anne é
verdadeiramente sua companheira.
Enquanto o mundo paranormal balança à beira do caos, ele se vê protegendo
não a companheira de seu irmão, mas a sua própria.

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Nota das tradutoras e revisoras:

O título originalmente traduzido deste livro é “A Guardiã


do Meu Irmão”, mas para que os títulos sigam o mesmo padrão,
optamos em traduzi-lo como “Minha Enfermeira”.

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Prólogo
Três semanas atrás

Ela sempre parece tão triste.


Kendrick observava a mulher pálida e loira ternamente
limpar a sopa do queixo de um homem idoso. Embora ela
sorrisse, seus olhos contavam uma história diferente. Com
infinita paciência, ela conseguiu que o homem mais velho
comesse uma tigela inteira de sopa.
— Isso foi maravilhoso, pai. Você terminou a tigela inteira!
Antes que você perceba, você estará assediando a Ethel no Duck
In, — ela brincou.
— Não se preocupe comigo, minha menina. Quando você
vai seguir em frente com a sua vida? Você não pode ser babá de
um homem velho para sempre, — o homem resmungou.
— Não seja bobo; eu amo passar o tempo com você. — Ela
se levantou e foi à cozinha. Kendrick a ouviu colocando os
pratos na lava-louças, e depois de alguns minutos, ela voltou
carregando uma pilha de livros.

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— Você quer que eu ligue a TV nos seus programas?
— Isso seria legal.
Ela pegou o controle remoto e ligou a televisão. Eles se
sentaram em silêncio enquanto ele assistia aos programas e ela
estudava seus livros.
Durante um intervalo comercial, Kendrick notou que, em
algum momento, o velho tinha parado de assistir a TV e estava
olhando a linda mulher.
— Você deveria ter ido para a faculdade, conhecido um
bom rapaz e ter tido seus próprios filhos por agora, — ele disse
calmamente.
Ela olhou para cima, uma expressão surpresa no rosto.
— Eu não poderia simplesmente deixa-lo cuidando da
mamãe sozinho. Além disso, eu ainda vou para a faculdade. —
Ela mostrou o livro de enfermagem.
— Você terá a minha idade antes de terminar, tendo uma
aula de cada vez como está fazendo. Às vezes, eu gostaria de me
apressar e me juntar à minha Lucy no céu para que você não
fique mais amarrada a esta casa.
A jovem saiu voando do sofá e se ajoelhou ao lado da
poltrona do velho. Com lágrimas nos olhos, ela deitou a cabeça
na perna dele.
— Não diga isso! Não me deixe sozinha, papai; você é tudo
o que eu tenho.
O velho gentilmente passou uma mão retorcida sobre os
cachos loiros e macios dela.

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— Você é mais forte do que pensa. O meu tempo está
chegando, minha menina. Quando for a hora de dizer adeus, eu
quero que você sorria para mim. Eu quero que você seja feliz.
Ela balançou a cabeça.
— Eu não sou forte.
— Sim, você é. Você sacrificou tanto para cuidar primeiro
da sua mãe e depois de mim; agora é a nossa vez de te libertar.
Depois que eu me for, venda tudo — a casa, a terra, tudo.
Guarde algumas lembranças, como as joias da sua mãe, mas
venda o resto. Pegue o dinheiro e vá para a melhor escola de
enfermagem do país, não deixe que nada a atrapalhe.
A mulher olhou para cima, os olhos arregalados. Kendrick
viu quando ela percebeu que o pai estava morrendo. Ele viu o
momento exato em que esta percepção a atingiu.
— Não! — Ela estendeu a mão para o telefone e uma mão
enrugada a parou.
— Vá para a faculdade... viva o seu sonho. — As palavras
estavam saindo mais devagar agora.
— Papai, por favor... — ela implorou.
— Isso não é um adeus, não de verdade. Sua mãe e eu
estaremos cuidando de você... então você não estará sozinha.
Viva todos os dias ao máximo para que tenha muito a nos dizer
quando nos vermos novamente. — Ele sorriu e respirou fundo.
— Você é a melhor coisa que eu já fiz na vida, minha menina.
Estou tão orgulhoso de você. — Com uma mão trêmula, ele
aproximou o rosto dela do dele e beijou sua testa. Quando ele se
recostou pesadamente de costas contra a poltrona, Kendrick
sabia que ele tinha falecido.
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— Não! — A mulher enterrou o rosto nas mãos e chorou.
A escuridão o tomou e levou-o para outra cena. A mulher
bonita parecia mais pálida agora, e seus olhos verde azulados
estavam avermelhados e ela olhava para uma lápide.
— Eu consegui, mamãe, papai. Eu me formei e sou uma
enfermeira agora. Voltei para casa e estou trabalhando no Duck
In até que eu possa encontrar um trabalho permanente. — Ela
corou. — Eu conheci um bom homem, ele é amável e gentil, eu
sei que você teria gostado dele, papai. Ele é muito agradável, eu
nunca fico desajeitada quando estou com ele. É bom finalmente
ter um amigo de verdade. — Ela se ajoelhou e colocou um
buquê de girassóis no túmulo duplo. — Talvez seja hora de
começar a pensar em ter uma família, eu já tenho trinta e seis
anos. Seria bom não estar mais sozinha. — Ela se levantou e
recuou. — Vou visita-los mais vezes agora que estou em casa.
Por favor, continuem cuidando de mim. — Ela beijou os dedos e
soprou beijos para cada nome.
Quando a escuridão retornou, Kendrick lutou contra a
onda de escuridão. Ele queria ficar com ela; ele queria garantir
que ela estivesse bem. Quando as sombras desapareceram, seu
coração começou a martelar em seu peito. Um pesadelo familiar
começou a tomar forma.
— Não, — ele sussurrou duramente.
Seu irmão mais novo, Keelan, permanecia quebrado, sem
vida nos braços do guerreiro. Kendrick rosnou baixinho. Ele
conhecia esses homens; eles eram a Unidade Alfa. O sonho
começou a desmoronar em torno dele.

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— Não! Por que você não me deixa ver o que acontece com
ele? Eu posso parar isso se eu souber! — ele gritou.
Mas, como todas as outras vezes que ele reviveu esse
pesadelo, ninguém respondeu. Ele acordou sobressaltado e
sentou-se na cama. Olhou em volta, o cheiro de mofo de livros
antigos o ajudou a trazê-lo de volta ao presente. Respirando
com dificuldade, ele saiu da cama e foi para o banheiro. Ele
ligou a água e, a esmo, molhou o rosto, sem se importar onde a
água terminava. Ele queria acabar com a imagem do corpo sem
vida de seu irmãozinho.
Ele olhou para cima e encarou a si mesmo no espelho.
— Keelan, por favor, esteja em segurança.

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Capítulo 1

Kendrick observou quando o grande shifter empurrou a


pequena mulher atrás de si. Pelo nome que ela havia gritado, o
homem à sua frente era aparentemente Aiden McKenzie, o
Comandante de Unidade.
— Onde está o meu irmão? — ele repetiu, travando os
olhos com o shifter.
Aiden o olhou por um momento, em seguida, recuou.
— Por aqui. — Ele se virou e começou a subir as escadas.
Kendrick acenou para Amelia antes de seguir Aiden. Por
que o corpo de seu irmão estava sendo mantido na propriedade
Alfa? Aiden parou e abriu a porta.
— Nós o trouxemos de volta para o seu próprio quarto. —
Aiden levantou um braço, convidando Kendrick a entrar.
Kendrick empurrou o enorme comandante com o ombro e
entrou no quarto. Deitado serenamente na cama no centro do

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quarto estava seu irmãozinho. Fios e tubos estavam por toda
parte, conectando-o às muitas máquinas que apitavam.
— Ele está vivo? — Kendrick sentiu suas pernas cederem.
Um braço forte impediu que seus joelhos batessem no chão de
madeira. Quando ele olhou para cima, um grande fae o apoiava
sem esforço.
— Ele ainda está respirando, mas não sabemos se ele está
vivo, — admitiu o fae.
Kendrick balançou a cabeça, tentando fazer sua mente
exausta funcionar. Ele havia pesquisado a unidade de seu
irmão décadas antes e os vigiava de perto, mas por sua vida, ele
estava tendo dificuldade em lembrar o nome do fae. Darian! O
membro fae da Unidade Alfa se chamava Darian Vi'Alina.
— O que diabos isso quer dizer? — Ele forçou suas pernas
a apoiá-lo e se afastou dos homens.
Darian falou primeiro:
— Nosso inimigo liberou um feitiço que tira a alma de uma
pessoa do corpo. O Keelan estava nos protegendo desse feitiço
quando foi vítima dele. O inimigo pegou sua alma, o porquê nós
não sabemos.
Kendrick congelou em choque. O que o fae descreveu era
proibido. Separar uma alma do corpo de uma pessoa era uma
afronta aos Deuses. Não admira que toda a cidade estivesse
coberta de magia negra. Ele se virou para descobrir que o
quarto estava agora cheio de casais com rostos sombrios. Os
homens ele conhecia e, claro, sua Amelia, mas as outras
mulheres, ele não conhecia.

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— O que você está descrevendo é proibido. — Ele
encontrou os olhos de cada um dos guerreiros.
— Bem, parece haver muita dessa merda acontecendo
ultimamente, Keelan-do-Futuro, — a pequena mulher disse
sarcasticamente.
Kendrick piscou.
— Eu não sou o Keelan. Meu nome é Kendrick Ashwood.
Keelan é o meu irmão mais novo, — ele explicou.
A mulher revirou os olhos.
— Tanto faz, clone.
Kendrick ficou olhando. Esta mulher tinha problemas?
Amelia se afastou de Darian e colocou os braços ao redor
de sua cintura. Kendrick levou um momento para desfrutar de
um surto de satisfação quando a raiva brilhou nos olhos do fae.
Quem era ele para manter sua afilhada longe dele? Espere?
Caiden não disse que Amelia se acasalara? Tanta coisa
acontecera nos últimos dois dias. Ele retornou o abraço e se
afastou para acariciá-la na cabeça como sempre fazia. O sorriso
dela era vacilante e seus olhos estavam cheios de lágrimas.
— Você pode ajudá-lo? — ela perguntou.
Kendrick forçou um sorriso.
— Claro, é isso que os irmãos mais velhos fazem.
— Nós podemos arrumar o quarto de hóspedes, — Aiden
ofereceu.
Kendrick sacudiu a cabeça.
— Não. Eu ficarei aqui com o Keelan. — Ele apontou para
uma forte cadeira reclinável e voltou-se para eles. — Quem é
responsável por essas máquinas?
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Uma mulher de cabelos escuros se adiantou.
— Eu. Meu nome é Rheia Bradley. Eu sou médica. Se
houver algo que você precise só tem que pedir. Todos nós
queremos o Keelan de volta.
Kendrick procurou em seu rosto por falsidade e não
conseguiu encontrar um traço disso. Ela exalava sinceridade e
força. Ela era uma boa médica.
— Podemos deixá-lo como está por esta noite. Eu gastei
muita mágica para chegar aqui tão rápido, mas amanhã, eu
gostaria de saber o que cada máquina faz. Eu posso ser capaz
de lançar feitiços para substituí-las dependendo do que elas
estão fazendo.
A médica ficou olhando.
— Há magia de cura desse tipo?
Kendrick estava prestes a replicar com sarcasmo sobre os
humanos se intrometerem no mundo paranormal quando notou
os olhares de descrença nos rostos dos homens. Ficou claro
para ele que ele não estava em Storm Keep. Somente bruxos
mais jovens podiam servir fora da cidade e a maioria não era
treinado em cura.
Ele cerrou os punhos em frustração, depois se forçou a
relaxar. Não havia sentido em ser rude com a mulher que estava
cuidando de seu irmão, apesar de sua falta de habilidade
mágica. Ele deveria ser grato, não julgador. Ele sabia, por seus
próprios pensamentos sombrios, que o dia o estava afetando.
— Sim, talvez nos próximos dois dias eu possa mostrar-lhe
diferentes feitiços, — ele ofereceu, tentando fazer sua voz soar
gentil.
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— Eu realmente apreciaria isso. Quanto mais eu puder
fazer pelo Keelan, melhor, —disse Rheia, enxugando os olhos.
Kendrick se sentiu um cuzão. A pobre mulher obviamente
se importava com seu irmão e, apesar de estar grávida, seu foco
era apenas em Keelan.
— Obrigado, — ele disse simplesmente.
Rheia fungou e então balançou a cabeça.
— Você está prestes a entrar em colapso. Tenha uma boa
noite de sono, e essas são ordens médicas. — Ela sacudiu um
dedo para ele, brincando.
Ele assentiu.
— Concordo.
Os casais lhe deram boa noite e começaram a sair.
— Boa noite, Keelan-do-Futuro, — disse a pequena mulher
enquanto saía pela porta.
Kendrick estava prestes a responder, então se deteve; ele
estava cansado demais. Quando olhou para cima, notou que
apenas Darian permanecia ali.
— Posso ajudar? — ele perguntou categoricamente.
— Eu tenho uma mensagem para você do Keelan, —
Darian disse calmamente.
Kendrick franziu a testa.
Darian continuou:
— Ele sabia. De alguma forma, ele sabia o que ia
acontecer. Antes do feitiço acontecer, ele disse: “Diga ao meu
irmão que ele estava certo, mas essa era a única maneira que
eu vi em que todos vocês sobreviviam. Diga a ele que sinto
muito pelo que fiz, mas que faria de novo.” Ele criou um escudo
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que nos protegeu do feitiço; sem ele, todos estaríamos mortos,
ou pior, seríamos ferals.
Kendrick sentiu um nó no estômago. Keelan sabia o tempo
todo do seu destino se ele se juntasse à Unidade Alfa. Kendrick
lhe contara sobre sua premonição duzentos anos atrás. Na
verdade, essa foi a raiz do argumento que levou Keelan a sair de
casa. Que Keelan havia tido suas próprias premonições e
pensara nos outros primeiro, machucava. Uma parte dele se
sentia traído, como se Keelan não se importasse que ele fosse a
única família de Kendrick. No entanto, aquela vozinha rebelde
se acalmou quando ele olhou para cima e viu a dor nos olhos de
Darian. Por mais de duzentos anos, Keelan chamou a Unidade
Alfa de lar e a julgar pela maneira como os membros dessa casa
estavam agindo, ele também os chamara de família.
— Eu quero gritar e amaldiçoá-lo, sabe, — Kendrick
finalmente admitiu.
Darian assentiu.
— Eu o chamei de idiota e gritei na cara dele depois que
isso aconteceu.
Kendrick olhou para o rosto do grande fae e reconheceu
um olhar que ele vira não apenas em seu próprio rosto, mas
também no de Caiden, a expressão de um irmão mais velho que
não conseguira proteger seu irmão mais novo.
— Você acha que... ele sentiu... — Kendrick respirou
fundo. — Ele sentiu dor?
Darian pensou por um momento e sacudiu a cabeça.
— Acho que não. Seu rosto estava em paz e ele estava
sorrindo. — Darian visivelmente engoliu em seco.
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Kendrick bufou.
— Ele realmente riria, o merdinha. Ele sempre foi a criança
mais exasperante do mundo. Ele sempre colocou os outros
antes de si mesmo, a ponto de eu ficar bravo com ele por ser tão
gentil. Que tipo de bastardo isso me torna?
Darian se aproximou e colocou uma mão em seu ombro.
— Isso te torna um irmão. Confie em mim, eu tenho um
irmão mais velho, Oron, e ele já disse exatamente as mesmas
coisas para mim. Às vezes, nós, irmãos mais novos, precisamos
ser lembrados de que não podemos salvar a todos.
Kendrick rangeu os dentes.
— Eu não o lembrei o suficiente. — Ele olhou por cima do
ombro para onde Keelan estava deitado, parecendo que estava
simplesmente dormindo.
— Nós vamos trazê-lo de volta, eu juro para você, —
Darian prometeu.
Kendrick o encarou nos olhos antes de olhar para o anel
de prata no dedo de Darian.
— Eu vou te cobrar isso, Vossa Alteza.
Darian se encolheu e tirou a mão do ombro de Kendrick
para esconder o anel.
— Não há muitas pessoas fora os fae que reconhecem este
anel. Como você sabe disso?
Kendrick deu de ombros.
— Sou arquivista. É meu trabalho estudar e aprender, e
tive muito, muito tempo para fazer as duas coisas.
Darian passou a mão pela nuca.

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— Os outros não sabem. Eu agradeceria se você não
dissesse nada.
Kendrick assentiu, era um pedido razoável.
— Você tem minha palavra.
Darian pareceu aliviado.
— Obrigado. Bem, eu vou deixar você descansar um
pouco. Te vejo de manhã, o café da manhã é às oito, se estiver
acordado.
Kendrick inclinou a cabeça e Darian saiu.
Suspirando, Kendrick se aproximou e sentou-se na
poltrona ao lado do irmão.
— Pelo que eu vi, você tem uma família incrível aqui, Kee.
Eu posso ver porque você iria querer protegê-los. O que eu não
consigo entender é por que você não me chamou para ajudar?
Você achou que eu ainda estava zangado contigo por ir embora?
Pensou que eu não largaria tudo e moveria o céu e a terra para
chegar até você? — Kendrick esfregou as mãos no rosto. Se ao
menos ele pudesse falar com o irmão mais uma vez.
Ele enfiou a mão na pequena bolsa de couro em sua
cintura e pegou o celular. Ele selecionou um número e discou.
Caiden atendeu no segundo toque.
— Kendrick?
— Quanto você sabe?
— Amelia ligou mais cedo para nos avisar. Ela disse que os
que a sequestraram estavam apenas interessados em usá-la
como moeda de troca para chegar a mim e aos meus irmãos, os
Ironwoods e os Ashleighs. O inimigo está colhendo bruxos
poderosos para roubar sua magia e, evidentemente, estamos no
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topo da lista. Sinto-me lisonjeado. — Ele riu secamente. — Ela
também me contou o que aconteceu com o Keelan. Eu fui à sua
casa, mas você já tinha ido embora. Onde você está? — Caiden
perguntou.
— Na propriedade Alfa.
— Mas isso é do outro lado do país! — Caiden exalou. —
Sabe de uma coisa? Não importa. Eu não quero saber quais leis
da física você ignorou. Como está o Keelan, de verdade?
— Eu nunca vi pior. A única coisa que está aqui é uma
concha — pele, ossos e cabelo. Nada do meu irmão está aqui. A
única razão pela qual ele está em uma cama e não em um
túmulo é porque esta concha está respirando. Eles o têm ligado
a tantas máquinas que eu não sei dizer exatamente o que o
corpo está fazendo e que tipo de ajuda ele está recebendo dos
tubos e fios.
— Deuses, Kendrick! — Ele ouviu Caiden respirar fundo.
— O que você precisa da nossa parte?
Kendrick permitiu-se por um breve momento contemplar
chamar seu amigo para o seu lado, não havia nenhuma família
nesta terra na qual ele confiava mais do que os Ironwoods e,
através deles, os irmãos Ashleigh. Mas ele sabia que, se fosse
egoísta o suficiente para chamá-los para o seu lado, estaria
apenas colocando-os em perigo. Ele estaria fazendo exatamente
o que seu inimigo queria, fazendo com que os Ironwoods
deixassem a segurança de Storm Keep.
— Você fica aí, não é seguro para você vir aqui. Você
estaria se jogando na qual for armadilha que o inimigo possa ter
preparado para você.
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— Se é tão perigoso, então você precisa de mim mais do
que nunca. Não se esqueça, minha irmãzinha já foi sequestrada
uma vez. Você espera que eu me sente aqui e não faça nada? —
Caiden exigiu com raiva.
— Sim. Sim. Há algo maior em jogo aqui, Caiden, algo que
é tão grande que eu não consigo nem ver as bordas ainda. Deixe
a Amelia comigo. Eu não deixarei nada acontecer com a minha
afilhada. Enquanto isso, eu preciso que você reforce as
patrulhas. Use o seu antigo status de Ancião para fazer com que
o conselho concorde em fechar a cidade. Se esses monstros
exigem magia, então Storm Keep representa um estoque. Eu
preciso de você onde está, — Kendrick respondeu
uniformemente.
— Que se dane tudo isso, Kendrick! Por que você está
sempre certo? Se eu soubesse que você precisaria de mim no
meu papel de Ancião, eu teria dito ao pai para ficar em casa, —
Caiden reclamou.
Surpreso, Kendrick perguntou:
— Você viu o Marshall recentemente? — Ele não sabia que
o ancião dos Ironwood havia retornado.
— Por cerca de uma hora, antes da Amelia ligar. Há
evidências de que a mamãe e a Amelia estão diretamente
relacionadas com a companheira do Comandante McKenzie.
Assim que a mamãe ouviu isso, ela marchou com meu pai porta
afora para Lycaonia. Eles devem chegar aí em breve. — A voz de
Caiden continha um sorriso.
— Meus Deuses do céu! — Kendrick jurou.
Caiden riu ao telefone.
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— Eu sei que você se dá tão bem com eles.
Kendrick puxou o telefone da orelha e o encarou. Espere.
Amelia estava relacionada com a companheira do comandante?
Ele colocou o telefone de volta no ouvido.
— A companheira do comandante não seria uma pequena
humana enlouquecida, não é?
A gargalhada de Caiden respondeu à sua pergunta.
Maravilhoso.
— Você quer dizer que meu irmão está aqui, em coma,
todos os bruxos estão em perigo, meu melhor amigo e minha
afilhada estão no topo da lista de alvos do inimigo e eu tenho
duas versões da Amelia para vigiar, além da sua mãe esquisita?
— Kendrick falou cada palavra de forma curta.
Caiden não conseguia recuperar o fôlego, ele estava rindo
muito.
— Bem feito. Isso é o que você ganha por ser um eremita
por séculos.
— Desgraça! — Kendrick xingou e desligou o telefone.
Lily Camden, Amelia Ironwood e Meryn McKenzie na
mesma casa ao mesmo tempo. Ele olhou para seu irmão, que
parecia em paz, e balançou a cabeça.
— Bastardo de sorte. — Ele sentou-se e estendeu a mão
para o lado da poltrona reclinável e empurrou o banco para
trás, pegou a mão do irmão e adormeceu.

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Capítulo 2

Kendrick acordou e piscou. Ele ouviu os bipes repetitivos


de uma máquina e olhou em volta. Certo, ele estava na
propriedade Alfa com Keelan. Ele se levantou e rapidamente
olhou para o corpo de Keelan.
— Ele está igual à ontem, — uma mulher disse do outro
lado do quarto.
Ele se virou e reconheceu Rheia.
— Eu diria que nenhum declínio na saúde é, na verdade,
uma melhoria. — Ele ficou surpreso por ser capaz de falar mais
de duas palavras juntas antes do café.
Ela piscou um olho e sorriu.
— Eu posso concordar com isso. Como você dormiu? Eu te
acordei?
Kendrick esfregou o pescoço antes de virá-lo bruscamente
para a direita, estalando-o alto.
— Eu já dormi muito pior.

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Rheia se aproximou e pegou a mão de Keelan.
— Keelan sempre te descreveu como um tipo de super-
homem poderoso que dormia em uma caverna de livros como
um dragão acumulando seu ouro.
Kendrick sentiu um pequeno sorriso nos lábios.
— Bem, ele acertou na caverna e nos livros. Eu acho que
todos os irmãos mais velhos parecem poderosos para os irmãos
mais novos.
Rheia riu.
— Eu tenho cinco irmãos mais velhos e sempre achei que
eles poderiam fazer qualquer coisa.
— Como você lhes explicou sobre se mudar para uma
cidade que eles nunca poderiam visitar?
Ela balançou a cabeça.
— Meus irmãos são meio que adotivos. Eles são do
esquadrão da Vanguarda que protege Jefferson.
Kendrick fechou os olhos pela metade e puxou seu arquivo
mental sobre Jefferson.
— Radek Carson, urso, Marco Rodriguez, jaguar. Dax
Vi'Eaereson, fae, Athan Durant, vampiro e Levi Sorrel, bruxo.
Os olhos de Rheia se arregalaram.
— Você acabou de fazer o que a Meryn faz.
Kendrick nem tentou esconder a surpresa.
— O que você quer dizer exatamente?— Ele tinha que ter
certeza que ela queria dizer o que ele achava que ela queria
dizer.
Rheia apontou para a cabeça dele.

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— Você acabou de puxar algum tipo de arquivo mental e o
leu, não é? A Meryn consegue fazer isso. Ela tem o que o Aiden
chama de “Momento Meryn”, onde ela tem que parar e permitir
que as coisas sejam processadas para que possa armazená-las
corretamente. Se eu mesma não tivesse feito o exame físico dela,
eu juraria que ela é metade computador.
Kendrick sentiu um surto de esperança. Em todos os
séculos em que esteve vivo, ele nunca conheceu ninguém que
pensasse como ele. Aquela humana minúscula e estranha
conseguia pensar como ele?
— Ela parecia um pouco... — Ele não sabia como descrevê-
la sem ser rude.
Rheia riu.
— Excêntrica, estranha, imatura, esquisita, maníaca? Faça
a sua escolha. Mas a coisa é, ela é tudo isso e brilhante. Ela vê
as coisas de formas muito diferentes do que nós que,
honestamente, pode ser difícil de acompanhar. Nós apenas
deixamos ela fazer suas próprias coisas, no entanto; seria uma
pena forçá-la a agir normalmente, quando ela é muito mais.
Suas palavras provocaram uma lembrança de sua mãe.
“Kendrick, por que você está se esforçando tanto para ser comum
quando é claramente extraordinário?” A sociedade em que ele
fora criado não tolerava desvios da norma, então ele saiu de
casa para aprender sozinho. No entanto, ali, naquela casa, eles
não apenas aceitavam Meryn como ela era, eles encorajavam e
alimentavam suas diferenças.
— Eu mal posso esperar para conhecê-la melhor.
Rheia hesitou, respirou fundo e encontrou seus olhos.
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— A vida dela não foi fácil, então, por favor, seja paciente.
Eu não acho que ela aceitou o que aconteceu com o Keelan; é
por isso que ela ia tentar contata-lo com o tabuleiro Ouija e
porque ela te chama de Keelan-do-Futuro. Ela só recentemente
vivenciou a sensação de como é ter uma família, ela não
aprendeu como processar a perda de alguém.
Kendrick sentiu um raro momento de vergonha. Ele havia
julgado Meryn da mesma forma que outros o haviam julgado no
passado.
— Eu prometo ser gentil e paciente com ela.
O alívio de Rheia estava escrito em seu rosto.
— Obrigada. — Ela olhou para o relógio no pulso. — Eu
vou deixar você se preparar para o café da manhã. — Ela se
virou e saiu do quarto.
Kendrick retirou a bolsa de couro em seu cinto e colocou-a
na cama ao lado de Keelan. Em seguida, tirou as roupas e as
dobrou em uma pilha arrumada. Ele esperou um momento para
que as roupas enfeitiçadas fossem repostas e, em seguida, as
colocou de volta pensando nas roupas que queria usar naquele
dia. Em vez das roupas de viagem gastas, ele usava agora um
par de jeans perfeitamente amaciados, uma camiseta por baixo,
uma camisa de abotoar, um fino moletom preto e um blazer
preto por cima. Botas pretas cobriam seus pés e, como de
costume, sua magia lavava seu cabelo, dentes e corpo por ele.
Ele recolocou a bolsa no lugar e saiu pela porta.
Ele seguiu o nariz para rastrear a fonte do incrível e rico
aroma de café moído na hora. Quando abriu a porta da sala de
jantar, toda a conversa parou.
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— Keelan! — Uma voz feminina e infantil, gritou
alegremente. Kendrick olhou ao redor da mesa e viu a dona da
adorável e estridente voz. Sentada ao lado de Rheia estava uma
das menininhas mais adoráveis que ele já tinha visto, tirando
Amelia, é claro.
Apesar da falta de café, ele se viu sorrindo gentilmente
para a criança.
— Não, temo não ser o Keelan. Meu nome é Kendrick, e o
Keelan é o meu irmãozinho.
Seu pequeno rosto se retorceu enquanto pensava.
— Você melhora ele, igual mamãe?
Ele assentiu.
— Esse é o plano.
Ela sorriu brilhantemente.
— Ótimo. Sinto falta dele.
— Eu também, — ele admitiu antes de tomar o assento
vago ao lado de Amelia.
— Esse é o assento do Keelan, — Meryn resmungou.
Kendrick descobriu que na verdade gostava do jeito que ela
franzia a testa para ele. Ela não o temia nem um pouco e não
hesitou em avisá-lo que ele estava sentado na cadeira do
Keelan. Sua honestidade era, na verdade, refrescante.
— Por que você está sorrindo? — ela exigiu.
— Eu estava sorrindo?
— Sim, e foi meio assustador.
— Meryn! — Amelia advertiu.
— O que? Foi mesmo.
Amelia se virou para ele.
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— Sim, essa é a cadeira do Keelan, mas eu não acho que
ele se importaria se você se sentasse nela. E sim, você estava
sorrindo, mas não foi assustador.
Kendrick bagunçou seu cabelo do jeito que sempre fez
quando ela era criança. Ela se desviou de sob sua mão e
semicerrou os olhos para ele. Ela também não gostava disso
quando era criança, mas isso não o impediu na época e não o
impediria agora.
Amelia era uma pacificadora nata. Sua empatia a deixava
dolorosamente ciente dos sentimentos daqueles ao seu redor.
Ela ficava mais feliz quando as pessoas ao seu redor estavam
felizes e ela odiava o conflito e o confronto.
— Você sabe que odeio isso. — Ela bateu na mão dele.
— Sim, eu sei, — ele admitiu.
— Então por que continua fazendo isso?
— Por que eu pararia, simplesmente porque sei que isso te
incomoda?
— Deuses, isso soa como uma pergunta da Meryn, —
Colton gemeu.
Kendrick olhou para o homem.
— Por que você fez parecer como se ser como a Meryn
fosse um problema?
— É, Colton, por que ser como eu é um problema? —
Meryn desafiou antes de jogar um rolinho nele.
Ele ergueu as mãos em defesa.
— Desculpe! Eu não queria fazer parecer um insulto. A
Amelia age como a Meryn às vezes, mas ela não pensa de
verdade como a Meryn. O Kendrick acabou de processar a
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conversa como a Meryn. Eu não estava tentando ser mal; eu
fiquei apenas surpreso.
Amelia bateu palmas e sorriu para todos.
— Já sei, vamos fazer apresentações.
— Amelia, eu te amo como uma irmã, mas se você
continuar a agir tão malditamente animada eu vou dar um soco
na sua garganta, — Meryn ameaçou.
Amelia mostrou a língua para Meryn.
— Como se você pudesse alcançar a minha garganta.
— Você não é tão mais alta que eu, — Meryn protestou em
voz alta. Ao redor da mesa, todos riram.
— Pequena pacificadora, — ele disse suavemente, e Amelia
corou. — Não há necessidade de apresentações para todos, —
ele continuou em um tom normal de voz, olhando ao redor da
mesa. Ele deixou sua mente trazer a tona sua informação sobre
a Unidade Alfa. — Comandante de Unidade, Aiden McKenzie,
shifter de urso. Filho do Ancião Byron e Adelaide McKenzie.
Dois irmãos mais velhos, Adam e Adair, e um irmão mais novo,
Benjamin. Melhor amigo, Colton Albright, shifter de lobo,
terceiro no comando na Unidade Alfa. Filho de Robert e Alice
Albright, sem irmãos. Gavriel Ambrosios, vampiro, segundo em
comando na Unidade Alfa, pais desconhecidos. Idade
desconhecida. Finalmente, Darian Vi'Alina, guerreiro fae da
Unidade Alfa, recentemente acasalou com minha afilhada,
Amelia. Eu já conheci Rheia e falei com ela. Eu vi Meryn
brevemente na noite passada; ela deixou uma impressão. Aos
outros eu ainda não fui apresentado.

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Os olhos de Meryn estavam arregalados enquanto o
olhava. Naquele instante, ele sabia que ela se reconhecia nele.
Ele piscou um olho para ela, e seus olhos se arregalaram ainda
mais e seu rosto se abriu em um sorriso contagiante. Ele
definitivamente teria que ficar de olho nela.
— Você parece saber um bom tanto sobre nós, — Aiden
comentou secamente antes de dar uma grande mordida em
suas panquecas.
— Você acha que eu não saberia? Você serve com o meu
irmão; é claro que eu investigaria todos completamente. —
Kendrick olhou para sua xícara de café vazia e depois ao redor
da sala em busca da garrafa de café. Ele estava prestes a se
levantar para procurar uma quando recebeu a segunda
surpresa da manhã. Um japonês familiar entrou por um
conjunto de portas duplas. Ele colocou um prato de comida à
sua frente segundos antes de colocar uma xícara com líquido
marrom escuro ao lado deste. Kendrick olhou maravilhado; o
prato era um café da manhã tradicional japonês. Ele não comia
um assim fazia séculos.
Ele se levantou e, ignorando o costume, puxou o homem
para seus braços.
— Sei! Que diabos você está fazendo aqui? Quando saiu do
Japão? — Ele bateu em suas costas antes de se afastar.
Sei sorriu e inclinou a cabeça.
— Heika. Depois do que aconteceu com Keelan, eu sabia
que não demoraria muito até você chegar. Você estava tão
decidido a ficar ao lado do seu irmão que nem me viu na noite
passada.
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Kendrick sacudiu a cabeça. A Destino1 o estava
recompensando por manter Caiden afastado colocando o único
outro homem no mundo em quem ele confiava ao seu lado?
— Eu nunca pensei que o veria de novo. O que aconteceu?
Por que está aqui?
Sei guiou-o de volta à sua cadeira.
— Meu velho Mestre se foi e eu fui banido por sua família.
Eu fiquei a deriva por um longo tempo antes de me encontrar
aqui em Lycaonia. — Sei rodeou a mesa até ficar de pé atrás de
Meryn. — A Destino me trouxe para essa pequena e eu a sirvo
agora. Ela me chama de Ryuu.
Kendrick olhou e não pôde impedir o riso nem se tentasse.
— Ryuu? Como isso aconteceu?
Sei virou a cabeça, mas não antes de ele vê-lo corar.
— Um simples erro da minha parte. Denka foi a primeira a
me chamar de Ryuu e descobri que prefiro assim.
Kendrick sacudiu a cabeça enquanto sorria. Ele sabia que
devia parecer louco para aqueles em volta da mesa, mas não se
importava. Ele tinha seu amigo mais antigo de volta,
exatamente quando mais precisava dele.
— Então é assim que vou chamá-lo também. Caramba, se
não é bom te ver! Se ao menos Keelan... — Kendrick se deteve. A
realidade lhe deu um tapa na cara. — Olhe para mim, rindo,
quando meu próprio irmão está lá em cima praticamente morto.
— Ele enterrou o rosto nas mãos, cotovelos na mesa.

1 Aqui preferi colocar “a Destino”, pois durante várias passagens de vários dos livros da série os

personagens se referem ao destino no feminino.

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— Eu não acho que o Keelan é o tipo de idiota que iria se
ressentir por você estar feliz porque se encontrou com um velho
amigo, — Meryn declarou com naturalidade.
Kendrick olhou para cima e olhou ao redor da mesa. As
cabeças estavam assentindo e ele viu apenas sorrisos, não
olhares de desgosto.
— Heika, seu irmão está simplesmente dormindo. É nosso
dever viver nossas vidas de tal maneira que não tragamos
tristeza para esta casa. Quando ele acordar, ele vai querer ser
informado de boas novas, não de como nós nos culpamos, —
Ryuu disse gentilmente.
— Então eu deveria fingir que nada está errado?
— Seja feliz, — respondeu a criança.
— Exatamente, Docinho de Coco! — Rheia disse, fazendo
cócegas na garota. Ela o olhou. — Esta é a minha filha, Penny
Carmichael. Ela também está familiarizada com a dor e a perda.
Eu me tornei sua mãe depois que seus pais foram mortos.
Kendrick olhou para a pequena menina com seus
brilhantes olhos verdes e cachos castanhos. Ela o lembrava de
Amelia quando criança.
— Então, apenas sejamos felizes?
Ela assentiu.
— Se fico triste, mamãe no céu também fica triste. Então,
fico feliz.
Kendrick recostou-se e piscou. Era tão simples e porque
era simples assim, era muito profundo. Ele não podia mudar o
que havia acontecido, e ficar triste não traria Keelan de volta. Se
ele cedesse à sua raiva e frustração e agisse como um idiota, ele
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só acabaria ferindo aqueles para quem Keelan dera a vida para
proteger.
— Ok, pequena, vou tentar do seu jeito, embora eu possa
precisar de ajuda para me lembrar de ser feliz, — Kendrick
disse.
Penny assentiu, seus cachos saltando.
— Eu ajudo. Eu sou uma boa ajudante; o papa disse. Eu
até ajudo a treinar os homens. — Ela sorriu orgulhosamente.
Kendrick levantou uma sobrancelha para Aiden e depois
para Colton. Eles apenas assentiram e riram.
Colton fez cócegas na filha até ela gritar.
— Embora ela trapaceie às vezes.
Kendrick se virou para Amelia.
— Ela me lembra de outra menininha que costumava
atormentar os guerreiros da unidade por diversão.
Ela o olhou.
— Eu não os atormentava.
Kendrick bufou.
— Se você não os atormentava, por que eles te apelidaram
de Pequena Terrorista?
Darian se virou rapidamente na cadeira.
— Ha! Eu nem sequer precisei ligar para o Caiden para
descobrir seu apelido.
— Athair! — Amelia gemeu.
Kendrick sorriu de lado e pegou sua xícara. Ele olhou para
a xícara e se virou para Ryuu.
— Café mocha, eu lembrei que você gosta de coisas doces,
— respondeu Ryuu.
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Kendrick tomou um gole e praticamente estremeceu. Era
néctar em uma xícara disfarçado de café.
— Deuses do céu!
Meryn choramingou e fez beicinho, seu lábio inferior
protuberando.
— Eu quero um pouco.
— Denka, você sabe que não pode tomar nada de cafeína,
— Ryuu gentilmente a lembrou.
— Ela não pode comer chocolate? — Kendrick perguntou.
Ryuu balançou a cabeça.
— Não, não pode chocolate e nem café.
Kendrick estremeceu em solidariedade. Ele olhou para
Meryn.
— Eu sinto muito mesmo.
— Finalmente alguém que entende! — Meryn apontou em
sua direção.
Kendrick fechou os olhos e tomou outro gole e
simplesmente o deixou escorrer pela garganta. Suspirando feliz,
ele abriu os olhos e olhou para seu velho amigo.
— Se eu me sentisse um pouco mais atraído por homens,
trocaria favores sexuais por um café como esse todas as
manhãs.
Em volta da mesa, os homens começaram a engasgar.
Kendrick escondeu um sorriso. Ele podia dizer muito sobre um
homem nos momentos em que este reagia ao desconforto.
Kendrick olhou em volta da mesa. Aiden e Colton, os dois mais
jovens, estavam corados, mas seus rostos não mostravam
nenhum julgamento, apenas choque. Gavriel revirou os olhos e
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piscou um olho, reconhecendo o teste, e Darian lhe sorriu.
Aqueles dois eram os mais velhos entre os quatro; é claro que
não ficariam perturbados por referências casuais à
homossexualidade.
— O que são favores sexuais? — Penny perguntou.
Kendrick se virou para a garotinha.
— Favores sexuais são quando…
— Pare! — Amelia ficou de pé, as mãos à frente de si. —
Não, Athair. Simplesmente não. Ela é muito jovem.
Kendrick franziu a testa. Ela era?
— Ela não pode ser muito mais jovem do que você quando
eu expliquei sobre a reprodução humana.
Amelia cruzou os braços sobre o peito.
— Ela não é. E o Caiden ainda não te perdoou por me
contar sobre os pássaros e as abelhas quando eu tinha sete
anos.
— Eu não entendo; essa é uma parte natural da vida. —
Kendrick olhou para Ryuu, que deu de ombros. Ok, ele era um
mau exemplo de pessoa a quem olhar para avaliar a resposta
normal de um ser humano. Seus olhos foram para Meryn, que
parecia igualmente confusa. Mais um mau exemplo do normal.
Intrigado, ele se virou para Rheia. — Não é apropriado? — ele
perguntou. Amelia sentou-se, sacudindo a cabeça.
Rheia suspirou e continuou a bater nas costas de Colton
enquanto este se engasgava com o café da manhã.
— Ela é um pouco jovem para essa conversa, mas, na
verdade, eu estava planejando explicar as coisas em breve de
qualquer forma. Ela perguntou de onde o bebê veio e eu me
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recuso a contar histórias rídiculas sobre cegonhas. Ela
aprenderá os termos médicos corretos para as nossas partes
reprodutivas e não nomes bobos para crianças.
— Não. Ela é muito jovem, — protestou Colton quando
conseguiu respirar.
Rheia olhou Colton.
— Então você explica de onde o nosso bebê veio, — ela
desafiou.
— Desafio aceito, — Colton rosnou. Ele se virou para a
menina pequena e colocou-a no colo. — Mamãe e papai se
amam muito. Você sabe disso, certo?
Penny assentiu.
— Bem, um dia, papai não conseguiu mais segurar seu
amor pela mamãe, então ele a tomou em seus braços e a beijou
com tanta força que seu amor tocou seu coração e criou uma
pequena semente. Essa semente flutuou até a barriga da
mamãe e um bebê começou a crescer em sua barriga.
Penny pensou nisso por um segundo.
— Então papai amava muito mamãe, deu a ela uma
semente e fez um bebê?
Ao lado de Meryn, Gavriel engasgou com o café. Rindo,
Meryn bateu nas costas dele.
Colton assentiu.
— Exatamente.
— Oh, Colton! Você não pode dizer isso a ela, — Rheia
disse com uma expressão preocupada.
Penny se virou para Colton.

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— É por isso que você disse que mataria qualquer garoto
que me beijasse?
— Sim. Você é muito nova para beijar. Você tem que deixar
isso para os adultos, — Colton disse concordando.
— Quando posso beijar garotos? — ela perguntou.
Colton pensou sobre isso por um longo momento. Ele se
virou para Aiden, depois para Gavriel e depois para Darian. Os
homens trajavam cenhos franzidos igualmente assustadores.
Ele olhou para a filha.
— Quando você encontrar um menino que seja mais forte
que o seu Athair. — Ele apontou para Aiden. — Mais esperto
que o seu tio Gavriel, mais nobre que seu tio Darian, mais leal
que seu papai e mais gentil que seu tio Keelan. Quando
encontrar um menino assim, então você o apresenta a nós, e lhe
informaremos se não há problema em beijá-lo, — Colton
respondeu.
— Ok, papa. Eu acho que sei quem é. — Penny beijou sua
bochecha e desceu do seu colo. — Eu vou colorir agora antes
que a vovó chegue. — Ela saiu pulando da sala.
— Espere! Quem? — Os olhos de Colton pareciam
selvagens.
Rheia deu um tapinha no braço dele.
— Ela vai crescer eventualmente.
Colton recostou-se pesadamente.
— Não, ela não tem permissão. Nunca.
Rheia revirou os olhos.
— Homens das cavernas, vocês são todos um bando de
homens das cavernas.
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Kendrick ignorou a cara fechada de Colton e sorriu para a
loira ao lado de Gavriel.
— Eu não acho que fomos apresentados.
— Eu sabia que você chegaria a perguntar. Meu nome é
Elizabeth Monroe, eu sou uma lepus curpaeums...
Kendrick sorriu.
— Você é uma coelhinha. Não sobraram muitos shifters de
coelhinhos, adoraria ver você se transformando mais tarde.
Gavriel rosnou para ele, seus olhos ficaram vermelhos e
Elizabeth riu.
— O que? — Kendrick perguntou.
— Você não vai ver minha companheira nua.
— Quem disse alguma coisa sobre nudez? Eu só quero ver
a verdadeira transformação de humano para coelho. A maioria
dos shifters que conheço pesa pelo menos tanto em forma
humana quanto sua forma animal. Esta é uma situação rara
onde a forma humana pesa consideravelmente mais. Eu tenho
trabalhado em uma hipótese sobre para onde a massa extra vai,
— Kendrick explicou.
Gavriel piscou, seus olhos retornando à sua cor cinza
normal.
— Sabe, eu nunca sequer pensei nisso.
— Eu não me importo de me transformar, mas terá que ser
muito mais tarde. Eu estou no meio de um censo multi-racial
em todo o país, então eu não tenho tempo para experimentos, —
Beth ofereceu.
Kendrick acenou com a mão.
— Quando tiver tempo livre.
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Beth olhou entre ele e Meryn.
— Acho que eu serei a Coelhinha para o resto da vida. —
Ela suspirou.
— O que ela quer dizer? — Kendrick perguntou.
Meryn sorriu.
— É assim que eu chamo ela. — Ela olhou para o telefone.
— Dito isso, é melhor eu ir para o escritório. Meus minions me
esperam.
— Minions?
— Jaxon Darrow e Noah Calloway. Eles estão aprendendo
sobre linguagens de programação e ciência da computação para
auxiliar as unidades. Não usamos, nem de perto, tecnologia o
suficiente.
Kendrick levantou a mão.
— Antes de ir, eu só tenho uma pergunta... — Ele tomou
outro gole de café. — Há quanto tempo Lycaonia está coberta
com o fedor de magia negra?
Todo mundo o olhou em choque. Aiden finalmente
balançou a cabeça.
— O que você quer dizer, coberta de magia negra? A cidade
está como sempre esteve. Nós não mexemos com magia negra
em Lycaonia.
Kendrick recostou-se.
— Alguém mexeu. Há uma camada fina de fuligem de
magia negra em todos os lugares. Eu percebi isso no momento
em que entrei nos limites da cidade.
Aiden se virou para Ryuu.
— Isso é verdade?
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Ryuu assentiu devagar.
— Se Heika diz que a cidade está revestida de magia negra,
então está revestida de magia negra. Eu não consigo distinguir
a diferença entre magia branca e magia negra, então não
consigo ver o que ele vê.
— Maravilhoso, simplesmente maravilhoso! O que vem
depois? — Aiden deixou cair o garfo no prato.
Kendrick, Meryn e Ryuu estremeceram. Fazer uma
pergunta como essa convidava mais coisas ruins. Às vezes, os
poderes superiores tinham um senso de humor distorcido.
Kendrick levantou os pauzinhos e deu uma mordida no
arroz e depois no peixe.
— A propósito, eu estou me juntando à Unidade Alfa. — Os
homens ficaram em silêncio enquanto cada um absorvia seu
anúncio.
— Você não pode fazer isso! Não é assim que funciona! —
Aiden protestou.
Kendrick apenas o olhou e deu outra mordida na comida.
— Temos recrutas. Há uma ordem para isso! — Aiden
continuou.
Kendrick ficou olhando.
— Não funciona assim, — Aiden resmungou.
— Desista, Comandante. Vou explicar isso para o Basil,
tenho certeza que ele vai entender, especialmente já que o
Keelan e o Kendrick são irmãos, — Colton disse de uma
maneira agradável.

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— Maravilhoso. Agora que resolvemos isso, vocês tem
algum dos colares que os ferals têm usado? — Kendrick
perguntou, continuando seu café da manhã.
Aiden franziu o cenho.
— Nós tínhamos dois; quebramos um e o conselho está
com aquele que foi dado ao Adam para estudo. Após a última
batalha, a Meryn e a Rheia recolheram os colares dos ferals
mortos no pátio. Nós mantivemos cinco e os outros foram
divididos e enviados para as outras três cidades-pilares para
estudo.
— Eles são pessoas! — Amelia disse em voz alta. — Não
são apenas colares, são pessoas!
Aiden se virou para ela, um olhar simpático no rosto.
— Amelia, precisamos entender como essas coisas são
criadas.
Amelia sacudiu a cabeça.
— É desumano não libertá-los. — Lágrimas escorriam por
suas bochechas.
Respirando fundo, Kendrick colocou a mão em seu
antebraço. Ele deixou sua magia gentilmente procurar a dela.
Como ele havia adivinhado, sua empatia e magia da terra
estavam completamente soltas. A caixa que ele criara para sua
magia quando ela era criança agora estava pequena demais
para mantê-la sob controle. Lentamente, ele começou a
construir a imagem mental de um corredor. De um lado, ele
visualizou uma porta gravada com o símbolo da magia da
mente; do outro lado do corredor, ele criou outra porta com o
símbolo da magia da terra estampada nela.
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— Você vê as portas, Amelia? — ele perguntou.
— Sim, Athair.
— Bom. Agora com muito, muito cuidado, comece a puxar
sua magia para essas duas salas. Deixe-as saber que elas não
serão trancadas para sempre, que você virá visitar. Diga a sua
magia que as portas foram criadas para serem abertas.
Ele monitorou seu progresso e quando a última magia foi
colocada atrás das portas ele as fechou com firmeza. Assim que
as portas se fecharam, ela caiu contra Darian.
Seu companheiro o olhou com preocupação no rosto.
— Ela está bem?
Kendrick deu um tapinha no braço dela gentilmente.
— Ela está, agora. Sua magia, especialmente sua empatia,
estava correndo sem controle; isso pode ser esgotante. O que
quer que quebrou suas amarras também permitiu que sua
magia crescesse. Vou continuar verificando para garantir que
toda sua nova magia fique sob controle. Esperançosamente,
teremos resolvido tudo em mais ou menos uma semana.
— Obrigada, Athair. Eu não percebi o quão fora de controle
estava a magia até você começar a puxá-la. Eu pensei que meu
suprimento de magia estaria esgotado após a batalha, mas
havia demais. É como se a batalha nunca tivesse acontecido. —
Amelia se inclinou contra Darian e bocejou.
Kendrick manteve um sorriso no rosto. Ela estava certa.
Sua magia deveria ter estado quase esgotada, especialmente já
que a própria raiva dele inadvertidamente canalizou sua magia
através dela. No entanto, quando ele olhou dentro de seu

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núcleo, a magia estava crescendo fora de controle como um
jardim abandonado.
— Você provavelmente não usou tanto quanto pensou que
usou, — ele sugeriu sorrindo. Não havia razão para
compartilhar suas preocupações, especialmente quando ela não
podia fazer nada a esse respeito de qualquer maneira.
Ela assentiu e bocejou novamente.
— Alguém precisa de mim para alguma coisa hoje? Eu
gostaria de voltar para a cama se eu puder.
Meryn e Rheia balançaram a cabeça. Elizabeth respondeu:
— A única coisa que havíamos planejado hoje era entrar
em contato com a Anne. Temos que contar a ela não apenas
sobre o nosso mundo, mas também sobre o que aconteceu com
o Keelan. Como ela é enfermeira, faz sentido que ela cuide dele.
Kendrick olhou para Elizabeth.
— Por que faz sentido que ela cuide dele?
Beth o olhou e depois olhou para os outros homens.
Gavriel pigarreou.
— Porque a Anne é a companheira do Keelan.
Kendrick sentiu seus pauzinhos escaparem por entre os
dedos. Uma companheira! Seu irmão tinha uma companheira!
Sorrindo largamente, ele se virou para Elizabeth.
— Eu tenho uma irmã! Conte-me sobre ela.
Parecendo aliviada com a reação dele, Elizabeth sorriu de
volta.
— Eu não tinha certeza se você ficaria chateado, já que o
Keelan não tinha te contado.
Kendrick pegou seus pauzinhos.
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— Keelan sempre guardou suas cartas na manga, quanto
mais importante era algo para ele, mais na manga ele
mantinha.
Darian assentiu.
— Ele também não contou a ninguém sobre o conteúdo de
seus pesadelos. A única coisa que ele disse a Amélia foi que ele
os estava tendo, sem detalhes.
— Isso parece coisa do meu pequeno Kee.
Colton riu.
— Eu mal posso esperar para chamá-lo assim.
Kendrick sorriu para o shifter de lobo.
— Provoque ele e eu quebro suas pernas. — Ainda
sorrindo, ele deu outra mordida no peixe. Rheia estava rindo
enquanto consolava seu companheiro. Kendrick ignorou o
filhote e sorriu para Elizabeth. — Conte-me sobre minha nova
irmã.
Elizabeth sorriu.
— Nós não sabemos muito. O Keelan, como você sabe, foi
muito discreto sobre ela. Nós sabemos que ela é uma enfermeira
e acabou de se formar.
— Ela é muito bonita, como uma boneca. Ela e o Keelan
pareciam perfeitos juntos, — Colton disse.
— Eu me lembro que ela foi gentil e não nos julgou quando
achou que nós colocamos a fralda no Keelan por causa de
algum fetiche, — Gavriel acrescentou.
— Isso soa... espere... o que? Que fralda? — Kendrick
exigiu.

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Alanea Alder
Os homens olharam ao redor da mesa, expressões de
culpa nos rostos. Rheia pigarreou.
— Os caras tiveram que ir até a loja para comprar fraldas
para a Penny. Eles não sabiam o tamanho, então usaram o
Keelan para comparar.
Todos ficaram em silêncio. Kendrick gentilmente colocou
seus pauzinhos na mesa e olhou ao redor da mesa. Ele quase
podia ver a tensão no ar.
— Vocês tiraram alguma foto? — ele perguntou, sorrindo.
Os homens ao redor da mesa exalaram e Colton começou a
rir.
— Não, mas eu nunca me senti pior na vida. Que maneira
de conhecer sua companheira pela primeira vez.
— Ela parece perfeita para o meu irmão. Quando vão
trazê-la aqui?
Elizabeth olhou para Meryn e Rheia.
— O que acham? Logo depois do café da manhã? Eu liguei
para o Duck In ontem. Ela trabalha hoje no turno da manhã,
nós sabemos onde ela estará.
Rheia assentiu.
— Quanto mais cedo melhor, dessa forma ela estará aqui
para qualquer magia relacionada à saúde sobre a qual Kendrick
explique.
— Maravilhoso. — Kendrick se virou para Aiden. — Vou
precisar de tantos colares para estudar quanto você puder me
dar.
Amelia se virou para ele com uma expressão triste no
rosto.
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— Sinto muito, Amelia, mas a melhor coisa que podemos
fazer por essas pobres almas é determinar como elas ficaram
presas. Uma vez que descobrimos isso, podemos rastrear os
responsáveis e evitar que isso aconteça com mais pessoas.
Amelia assentiu e enterrou o rosto no braço de Darian. Ele
gentilmente passou a mão pelo cabelo dela. Kendrick admitiu a
contragosto que Darian era um bom par para ela. Ele era forte o
suficiente para protegê-la, mas gentil o suficiente para entender
seu coração bondoso.
— Vou entrar em contato com o Conselho e ver o que
posso fazer para conseguir os colares, — Aiden prometeu. Então
um sorriso malicioso cruzou seu rosto. — Depois disso, temos
treinos. Adoraria ver o que você pode nos ensinar. — Ele sorriu
para Kendrick.
— Sim, sobre os exercícios... não vou fazer isso. —
Kendrick tomou um gole de café.
O queixo de Aiden caiu.
— Não é assim que funciona! Por que entrar na Alfa se não
vai fazer parte da unidade? — ele demandou.
— É bem simples, na verdade; é porque meu irmão
desistiu de sua vida para que todos vocês pudessem viver. Ele
insistiu em salvá-los e depois de tomar café da manhã com
vocês, eu entendo o porquê. Ele via vocês como família e por
amor os manteve seguros. — Kendrick parou de sorrir e deixou
seu poder chegar só à superfície. Os homens reagiram e os
predadores dentro deles ficaram tensos. — E eu serei jogado até
o abismo mais profundo do inferno antes de deixar seu
sacrifício ser desperdiçado e ficar parado enquanto vocês se
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matam. — Ele sorriu novamente. — Agora, se precisarem de
mim, eu estarei no quarto de Keelan montando um laboratório
para estudar os colares que vocês procurarão para mim. — Ele
tomou um último gole de café e ficou de pé.
— Posso ir ver? — Meryn perguntou, completamente
imperturbável por sua natureza dispare.
Kendrick assentiu.
— Depois que eu tiver tudo configurado. Algumas das
magias de contenção não são seguras para serem usadas perto
de mulheres grávidas.
— Ok, Keelan-do-Futuro. — Meryn gorgeou alegremente.
Kendrick levantou uma sobrancelha.
— Se você insistir em me chamar de algo diferente de
Kendrick e desejar continuar essa fachada de viagem no tempo,
pode me chamar de Senhor do Tempo2. — Kendrick escondeu
seu sorriso quando o queixo dela caiu.
Ele se virou para o amigo.
— Ryuu, um par de sanduíches mais tarde seriam muito
apreciados.
Ryuu fez uma reverência.
— Claro, Heika.
Enquanto ele se afastava, ele ouviu Meryn sussurrar:
— Ele é foda demais!

2 Os Senhores do Tempo são uma raça fictícia da série de ficção científica Doctor
Who, e são assim chamados por seu domínio da tecnologia de viagem no tempo e sua
percepção não-linear dele.

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Capítulo 3

Anne Bennett seguiu as três mulheres pela casa até uma


porta fechada. Sem bater, a mulher menor a abriu e passou
pela porta. Anne hesitou antes de entrar. Quando olhou na
sala, reconheceu os homens que tinha visto com Keelan na
noite em que o conheceu no trabalho. Em seus muitos
encontros com Keelan desde então, ela ouvira tantas histórias
maravilhosas sobre os homens que ele chamava de irmãos. Ela
olhou ao redor da sala. O alto, de corpo como o de um jogador
de futebol americano era Aiden McKenzie. Ele era casado com a
pequena mulher chamada Meryn. Ela lembrou que Keelan a
chamava de Ameaça. Anne achava a pequena mulher adorável,
e pelo modo como o homem grande se derreteu quando Meryn
se aproximou deste, ela sabia que Keelan estava certo em
chamar o homem de um gigantesco marshmallow.
A mulher que se apresentou como Rheia Bradley sentava-
se ao lado do que ela sabia ser Colton. Ele era o amante da

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diversão e sempre estava pregando peças. Foi para a filha dele
que os homens estiveram na loja naquela noite comprando
fraldas.
A terceira mulher era Elizabeth Monroe. Ela era casada
com Gavriel Ambrosios, o bonito homem de cabelos escuros.
Ela, Rheia, Meryn e Colton, além de um SUV cheio de homens
que ela não conhecia, tinham estacionado do lado de fora de
seu trabalho esta manhã e viraram seu mundo de cabeça para
baixo. Ela tinha ido ao seu chefe, Bart, e implorou para sair
mais cedo. É claro que o homem mais velho disse sim; ele quase
nunca lhe dizia não. Como o Aiden, ele era um completo
molenga. Sem pensar em sua própria segurança, ela pulou para
dentro do SUV deles e voltou com eles para o lugar que quase
todos na cidade sabiam que existia, mas que nunca ousavam
tentar encontrar.
Seis pequenas palavras mudaram tudo.
“Keelan está ferido, precisa de você.”
Anne olhou ao redor da sala.
— Onde ele está? Onde está o Keelan? O que aconteceu
com ele?
Elizabeth, ou como gostava de ser chamada, Beth, apontou
para o sofá.
— Talvez seja melhor se você se sentar.
Anne olhou ao redor da sala e viu suas expressões graves.
Ela se sentou e cruzou as mãos no colo.
— Bem?
Aiden começou a andar de um lado ao outro.

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— Veja, Anne, há coisas neste mundo que nem todo
mundo conhece. Coisas especiais que às vezes podem ser
assustadoras, mas na maioria das vezes não são... — Ele
esfregou a mão na nuca.
Meryn olhou para o marido.
— Você é péssimo nisso, — ela disse categoricamente.
Aiden se virou e a encarou.
— A última pessoa para quem eu tentei explicar tudo isso
me nocauteou.
— Bebezão. — Meryn revirou os olhos.
Anne olhou para Aiden.
— Você está bem? Concussões podem ser complicadas.
Aiden exalou e apontou para sua pequena esposa.
— Ela me nocauteou com o assento da minha privada há
cerca de quatro meses. Estou bem agora.
Meryn levantou os dois braços e agiu como se estivesse
flexionando.
— Nocaute, na primeira tentativa.
Anne a olhou confusa.
— Parabéns?
Aiden se virou para Beth.
— Talvez você devesse tentar.
Beth assentiu e se virou para ela.
— Anne, o que você sabe sobre o paranormal?
— Você quer dizer, como fantasmas?
Beth sorriu gentilmente.
— Não exatamente.

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— Oh, pelo amor de Deus! A Meryn 2.0 já vai ter nascido
antes de você contar a ela. — Meryn se virou para ela. —
Shifters, bruxas, faes e vampiros são reais.
Aiden enterrou o rosto nas mãos e os homens gemeram.
Anne olhou ao redor da sala.
— Eu sei.
Todos congelaram. Aiden olhou para cima.
— O que?
Anne sorriu para ele.
— Você não se lembra de mim, não é?
Os olhos de Meryn se estreitaram perigosamente quando
olhou para o marido.
— O que ela quer dizer?
Aiden, de olhos arregalados, balançou a cabeça.
— Não faço ideia.
Anne riu.
— Não é isso, Meryn. Eu tinha uns seis anos quando
conheci o Aiden pela primeira vez, embora não soubesse o nome
dele na época. Eu estava na cidade andando na bicicleta nova
que meus pais me compraram, quando um homem tentou me
atrair para um beco com doces. Claro que eu sabia que não
deveria ir com ele. Quando ele ficou desesperado, tentou me
tirar da bicicleta, fingindo que era meu pai. — Ela sorriu para
Aiden. — Foi quando você apareceu. Você me arrancou das
mãos dele e ele tentou correr. Você simplesmente pegou minha
bicicleta e atirou nele como se fosse um frisbee. Você se
certificou de que eu estava bem e foi embora. A polícia veio e
prendeu o homem. Lembro-me de que meus pais ficaram
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zangados de início com a minha bicicleta amassada, mas
quando descobriram o que aconteceu, você estave em suas
orações naquela noite. Muitas pessoas na cidade sabem que
algo acontece aqui.
— O que você quer dizer com: eles sabem? — Gavriel
perguntou, sentando-se para frente.
Anne sorriu para a sala.
— Nós não somos burros, sabem. Nenhum de vocês
envelhecem. Os verdadeiros habitantes locais, aqueles que estão
aqui há gerações, sabem que há algo nessas montanhas, mas
nós não dizemos nada porque vocês nos mantém seguros.
— Espere. O Bart sabe? — Aiden perguntou.
Ela assentiu.
— Eu não acho que ele saiba exatamente o que você é,
apenas que é algo diferente. Ele ficou muito desapontado hoje
quando descobriu que as mulheres não ficariam para conversar.
Ele queria conversar com a “esquentadinha”.
Meryn olhou para Aiden.
— Por que tenho a impressão de que ele estava falando de
mim?
Aiden beijou sua testa.
— É um elogio, bebê.
Anne olhou atentamente para os homens e apontou para
Gavriel.
— Vampiro? — Ele assentiu. Ela se virou e olhou para
Darian. — Fae?
Ele sorriu.
— Bom trabalho.
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Colton acenou com a mão.
— E eu?
Anne pensou por um momento.
— Cão?
Meryn explodiu em risadinhas.
Colton franziu o cenho para ela.
— Eu não sou um cachorro. — Fazendo beicinho, ele olhou
para Anne. — Por que você sugeriu isso?
Anne deu de ombros com um ombro só.
— Porque você é tão aberto e amigável. Você estava
acenando com a mão tão animadamente que me lembrou do
cachorro do meu amigo abanando o rabo.
Sua resposta fez todos os homens desmoronarem de riso.
Colton cruzou os braços.
— Isso não é justo. Ela acertou o Gavriel e o Darian.
Meryn estava rindo e apontou para ele.
— Ela também acertou sobre você, admita.
Colton suspirou dramaticamente e piscou um olho para
ela, deixando-a saber que ele não estava realmente bravo.
— Eu sou um shifter de lobo, então acertou pela metade.
Meryn se inclinou sobre os cotovelos. Ela apontou por
cima do ombro para o marido.
— E ele?
— Oh, ele é fácil. Urso.
Os olhos de Meryn se arregalaram.
— Como você sabia disso?
Anne olhou para Aiden de cima a baixo.

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— Ele é enorme e meio entroncado como um urso, mas
simpático e gentil como um ursinho de pelúcia. Além disso, o
Bart sempre reclama que o Aiden come todos os pães de mel
enquanto caminha pela loja.
Aiden a olhou com a boca aberta. Ele se virou para Gavriel.
— Você sabia que éramos tão fáceis de identificar?
Gavriel subiu a mão para cobrir a boca.
— Eu acho que você é uma rara exceção.
Anne lembrou-se da razão pela qual estava ali.
— Sobra o bruxo. É o Keelan, não é? O que aconteceu com
ele?
Colton estava prestes a responder quando Rheia levantou
a mão.
— Sinto muito, mas eu tenho que perguntar. Você tem
certeza de que está bem? Você está absorvendo tudo isso
extremamente bem.
Anne deu de ombros.
— Eu sou uma enfermeira; pouca coisa me abala mais. Eu
sabia desde criança que havia algo estranho nessas montanhas.
Pessoalmente, eu gosto da ideia de vampiros e shifters de cães
em oposição à teoria da invasão alienígena que eu ouvi na Feed
and Seed3 na semana passada.
— Eu não sou um cachorro! — Colton balançou um dedo
para ela.
Rheia assentiu.
— Você me convenceu no enfermeira.

3 A Feed & Seed é uma empresa orientada para a agricultura, com produção de sementes como

negócio principal.

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— Você é a médica, não é? — Anne perguntou, sentindo
uma afinidade especial com a mulher.
Rheia assentiu e o brilho em seus olhos disse a Anne que
ela sentia o mesmo.
Aiden pigarreou.
— A Rheia disse que as enfermeiras são o equivalente
humano, no campo da medicina, aos sargentos militares.
Anne assentiu.
— Está certo.
— Se for esse o caso, então vou explicar isso diretamente
para você. — Aiden respirou fundo. — O Keelan é um bruxo.
Um de seus dons é a premonição. Em seus sonhos, ele viu um
cenário onde todos nós morríamos. Para evitar que isso
acontecesse, ele se sacrificou para nos salvar.
Anne inalou bruscamente e sala começou a se fechar sobre
ela.
— Eu pensei que você disse que ele precisava da minha
ajuda. Eu não posso ajudá-lo se ele estiver morto! — Ela
finalmente encontrara alguém com quem se importava; ela não
podia perdê-lo também!
Aiden de repente se ajoelhou à sua frente e segurou suas
mãos. Havia lágrimas em seus olhos.
— Ele não está morto, mas não está vivo também. O feitiço
do qual ele nos protegeu removeu a sua alma do corpo. Meu
irmão também é um médico. Ele disse que podemos manter o
corpo de Keelan vivo por algum tempo enquanto procuramos
por sua alma, mas vai ser um trabalho árduo. Ele vai precisar
de muito cuidado.
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Anne juntou as peças.
— É por isso que vieram me buscar? Porque sou uma
enfermeira? — Ela balançou a cabeça. — Tem que haver
centenas de enfermeiras por aí que são mais bem qualificadas.
Por que eu?
Aiden apertou as mãos dela.
— Porque, depois de te conhecer, Keelan nos disse que
você era sua companheira, sua parceira destinada.
Anne sentiu como se todo o ar na sala estivesse
desaparecendo. Ela reconhecera Keelan no segundo em que o
viu. Ela estava sonhando com ele há semanas, mas ele nunca
dissera nada a ela.
— Você está me dizendo que o próprio homem com quem
eu estou destinada a ficar teve a alma roubada e pode morrer?
— ela perguntou baixinho, olhando para o chão.
— Sim, — Aiden respondeu suavemente.
Anne teve tempo suficiente para se virar para a única
pessoa na sala que poderia ajudá-la. O olhar de pânico de Rheia
foi a última coisa que ela viu antes de desmaiar.
*****
— Não foi a minha revelação que a fez desmaiar, foi a sua,
— ela ouviu Meryn dizer.
— Ela está acordando.
Anne tentou abrir os olhos, mas algo frio e úmido estava
em seu rosto. Ela estendeu a mão e removeu o pano. Ela se
virou para Rheia, que estava sentada no chão ao seu lado.
— Acho que não sou tão à prova de balas quanto pensava,
— ela admitiu, sentindo-se um pouco envergonhada.
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Rheia sacudiu a cabeça.
— Você está indo muito bem. Não se menospreze.
Ela sentou-se e notou que os homens ao redor dela se
encolheram e estenderam a mão ao mesmo tempo, como se para
firmá-la. Ela levantou a mão.
— Eu estou bem. Só preciso de um momento. Conte-me
sobre companheiros enquanto eu me lembro de como respirar.
Colton começou a falar e Meryn lhe deu uma cotovelada.
— Ela parece ser capaz de ouvir as minhas explicações.
Aiden trouxe uma cadeira para Meryn, e Colton fez o
mesmo para Rheia para tirá-la do chão.
Meryn bateu com o dedo nos lábios.
— Ok. Aqui vai. Viver em nosso mundo e ser acasalada é
como se casar com seu príncipe dos sonhos, vocês estão
destinados a ficarem juntos como em um conto de fadas, mas
mais como os contos de fadas de Grimm e menos Disney. Magia
é real e os fae são fodões. Vampiros e shifters são meio
parecidos com o que você vê na TV, exceto pela coisa do
lobisomem. O sexo é fora de série, mas você meio que tem de
lidar com alguns momentos de Resident Evil com uns carinhas
chamados ferals, então equilibra. Em resumo, é divertido.
Anne piscou.
— Oh meu Deus.
— Anne, Anne! Respire. — Rheia acenou com a mão na
frente do rosto de Anne.
— Eu estou bem, estou bem. — Ela olhou para o chão
novamente e se concentrou em respirar fundo.
Resident Evil?
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Ela virou a cabeça bruscamente para Aiden.
— Por favor, me diga que não há quaisquer zumbis! Eu
posso lidar com qualquer coisa, menos zumbis.
Aiden esfregou as costas dela reconfortantemente.
— Sem zumbis. Temos ferals, mas eles não são zumbis.
Ela começou a se acalmar o suficiente para processar mais
do que Meryn disse.
— O que são ferals?
Rheia lhe sorriu.
— Ferals são seres que costumavam ser bruxos, faes,
vampiros e shifters. Mas eles escolheram desistir de suas almas
cometendo assassinatos. Eles perdem o que os tornava bons e
atacam as pessoas.
Anne olhou Rheia nos olhos.
— Mas não zumbis, certo? Um arranhão ou mordida não
vai transformá-lo em um zumbi como em A Noite dos Mortos-
Vivos?
Meryn estremeceu.
— Esse filme me fodeu por anos. — Anne concordou com a
cabeça.
Colton estremeceu.
— Mais ou menos.
Os olhos de Anne se estreitaram.
— Defina “mais ou menos”.
Rheia olhou para o marido.
— O que ele quer dizer é que a mordida pode machucá-lo
se for paranormal. Colton foi mordido por um feral e começou a
deteriorar por causa da mordida, mas não se transformou em
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um zumbi. Mordidas de ferals não parecem afetar humanos,
então você não precisa se preocupar.
Anne olhou horrorizada para as pessoas ao redor da sala.
— Aqui é seguro?
Quando ninguém respondeu imediatamente, ela começou
a tremer. Se não fosse por Keelan, ela iria diretamente para seu
apartamento, arrumaria o pouco que possuía e desapareceria.
— Eu vejo que vocês discutiram os aspectos um pouco
mais assustadores do nosso mundo com ela. — Uma voz
masculina disse da porta. Ela olhou para cima para ver um
lindo homem asiático se aproximar enquanto empurrava um
carrinho de servir. Sua antiquada roupa de mordomo parecia
fora de lugar, mas lhe servia perfeitamente.
— Denka, se me der licença? — ele perguntou
educadamente.
Meryn se levantou e acenou para o homem antes de se
aproximar mais de Aiden.
Ele tirou a cadeira de Meryn do caminho e aproximou mais
o carrinho. Com movimentos elegantes, ele serviu-lhe uma
xícara de chá perfumado.
— Como você toma seu chá? — ele perguntou.
Anne piscou.
— Depende do tipo de chá.
Ele assentiu.
— Este é o chá verde de jasmim, um favorito da casa.
— Eu aceito como está, por favor.

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Um olhar de aprovação cruzou seu rosto quando ele lhe
entregou a xícara e o pires. Quando ela estava segurando sua
xícara, ele fez uma reverência.
— Eu sou Ryuu. Sou o escudeiro da casa. Se há alguma
coisa que você precise para facilitar sua transição, por favor,
não hesite em pedir.
— Domo arigato gozaimasu4, — Anne disse suavemente,
tomando um gole de chá. Só a fragrância já ajudara a acalmar
enormemente seus nervos.
Os olhos de Ryuu se arregalaram de surpresa.
— Do itashi mashite5.
Meryn olhou para Anne.
— Você fala japonês?
Anne olhou para o chão.
— Um pouco.
— Se você quiser aprender mais, eu ficaria honrado em te
ensinar. O Kendrick também é fluente e pode responder
perguntas para você, — Ryuu ofereceu.
Anne olhou para cima e sorriu para o homem. Ele parecia
ter acabado de sair de uma de suas fantasias de cosplay.
Ela se virou para Ryuu.
— Quem é Kendrick?
— Heika é o irmão mais velho de Keelan, — Ryuu explicou.
— Oh meu Deus, ele sabe que sou a companheira do
Keelan?
Todos assentiram. Isso faria dele seu cunhado.

4 Muito obrigada.
5 Por nada.

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— Posso conhecê-lo? Eu também gostaria de verificar o
Keelan.
Aiden olhou para Rheia.
— Eu acho que é uma excelente ideia. Rheia, se você a
levasse para cima para conhecer o Kendrick, eu agradeceria. A
Unidade Alfa tem que se apresentar ao Conselho no final da
tarde. Eu tinha acabado de falar no telefone com eles quando
vocês todos chegaram. Eles nos chamaram para mais uma
reunião, — Aiden suspirou.
— Diga ao papai que eu disse oi, — Meryn pediu. Ela ficou
na ponta dos pés para ganhar um beijo.
— Claro. — Aiden a beijou e esfregou o nariz com o dela.
Ryuu estendeu a mão. Anne tomou um último gole de chá
e entregou-lhe a xícara.
— Obrigada pelo chá, ele realmente ajudou a me acalmar.
— Vou levar mais um pouco de chá para cima junto com o
lanche de Heika. Tenho a sensação de que você vai ficar lá em
cima por um tempo. — Ele piscou um olho para ela, e ela pôde
sentir-se corar.
Rheia pegou a mão dela.
— Venha, posso mostrar-lhe a ficha dele e como
atualmente acertamos as coisas. — Rheia deu um aperto na
mão dela.
Anne se sentiu aliviada. Ela se levantou com um senso de
propósito. Enfermagem ela sabia, era boa nisso e se eles
precisavam de médicos como Rheia, então eles precisavam de
alguém como ela também. Isso era normal para ela. As coisas
não poderiam ser tão assustadoras se eles fossem
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suficientemente humanos para precisar de médicos e
enfermeiras.
Ela respirou fundo.
— Vamos ver o nosso paciente, — Anne disse, sentindo-se
melhor agora que estava em terreno familiar.
*****
Rheia bateu.
— Entre, — uma voz masculina falou.
Quando Rheia abriu a porta e entrou, Anne seguiu. Elas
imediatamente foram para a cama de Keelan.
Ela cobriu a boca com as mãos.
— Oh, Keelan. — Seu coração estava quebrando. Em sua
mente, ela sabia o que era um coma; ela era uma enfermeira,
afinal. Ela sabia o que esperar. Mas este era Keelan, seu melhor
amigo desde a morte de seus pais. Ela não queria vê-lo ligado a
máquinas com intravenosas e outros tubos saindo dele. Ele
deveria estar sentado e rindo, os olhos brilhando enquanto lhe
provocava impiedosamente.
Rheia envolveu um braço ao redor de seus ombros.
— Eu sei, — ela disse simplesmente.
Anne negou com a cabeça.
— Não, você não entende. É como se o que quer que
tornava o Keelan o Keelan se foi. Eu já vi pacientes em coma
antes; isso é diferente. Eu não consigo explicar.
— É uma casca, — disse um homem detrás delas.
Quando ela se virou, sentiu seu mundo ficar de cabeça
para baixo.

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— Keelan! — Ela se virou para olhar para o homem na
cama e depois para o homem atrás dela.
Ele balançou a cabeça.
— Sinto muito, eu sei que somos parecidos, então entendo
sua confusão. Meu nome é Kendrick, eu... — Ele semicerrou os
olhos para ela. — Já nos conhecemos antes?
Anne apenas ficou olhando. Ela o tinha visto antes, todas
as noites durante semanas. O cabelo longo, desgrenhado e
ruivo, o queixo sexy com barba por fazer. Sua mandíbula
definida e expressão de raiva só acentuavam o poder que este
homem carregava sobre si sem esforço. Em seus sonhos, seus
olhos só se suavizavam quando ele falava com ela, e era em
seus braços que ela realmente se sentia completa. Ele também
foi o único homem a evocar qualquer tipo de resposta sexual.
Alguns dos sonhos que ela teve eram francamente pornográficos
e ela tinha desfrutado de cada segundo; em uma realidade
acordada, no entanto, ele a assustava como o inferno.
Ela sabia que, se o amasse cegamente — do jeito que havia
amado em seus sonhos — e o perdesse, não haveria
recuperação. Ela seria destruída. Foi por isso que ela ficou tão
aliviada quando conheceu Keelan. Ele a fazia se sentir
confortável e não ameaçava roubar sua sanidade com um olhar
sombrio que prometia o proibido. Keelan pedia comida chinesa e
assistia anime com ela. Ele a fazia rir com futuros inventados de
seus biscoitos da sorte. Ela não pensou duas vezes em dormir
ao lado dele no sofá vestida com suas calças de moletom
manchadas. Ele era seu melhor amigo; ele era seguro.
Ela respirou fundo e contou a maior mentira de sua vida:
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— Não, desculpe, eu nunca te vi antes.
Ele piscou e seus olhos se estreitaram.
— Mesmo?
Dupla maldição, ele sabia!
Ela virou as costas para ele e pegou a mão de Keelan.
— Eu lembraria de alguém como você.
— É de se esperar, — ele respondeu categoricamente.
— Kendrick, você pode nos dizer que tipo de magia você vai
usar aqui? — Rheia perguntou. — Eu gostaria de desconectá-lo
de tantas máquinas quanto possível. Quanto mais o corpo fizer
por si mesmo, melhor.
Anne ficou grata pela interrupção. Ela tinha que se
concentrar em Keelan agora. Afinal, eles lhes disseram que
Keelan tinha dito que ela era a companheira dele.
Ela se virou e olhou Kendrick nos olhos.
— O que pode ser feito pelo meu companheiro?
Ele se encolheu e o músculo ao longo de sua mandíbula
ficou tenso.
— Heika, senhoras, eu trouxe refrescos, — Ryuu anunciou
enquanto carregava uma grande bandeja.
— Timing impecável como de costume, Ryuu, — Kendrick
murmurou.
— Naturalmente, Heika. — Ryuu colocou a bandeja na
mesa redonda no meio do quarto. — Tomei tempo para fazer
outro dos seus favoritos, mas se preferir, eu posso levá-los de
volta...
Kendrick espiou a bandeja, seus olhos o traindo.

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— Isso é taiyaki6?
Ryuu assentiu.
— Eu tenho com pasta de feijão vermelho e com cobertura
de queijo.
— Anko7? — Anne e Kendrick perguntaram ao mesmo
tempo.
Ryuu sorriu.
— É tão refrescante ter vocês dois aqui. Sim, anko.
Anne deu um passo à frente.
— Eu gostaria de um desses, por favor, e mais daquele chá
verde se você tiver um pouco.
— Eu gostaria de dois de anko e um de queijo, Ryuu, —
Kendrick disse.
Ryuu se virou para Rheia.
— Nenhum para mim, obrigada, minha barriga está um
pouco abalada ultimamente. Apenas um pouco de chá seria
ótimo.
Kendrick se virou para ela.
— Como você sabe o que anko é?
— Como você sabe? — ela perguntou em resposta.
— Eu viajei por todo o mundo, incluindo vivi uma longa
estadia no Japão. E você?

6 Bolo japonês em formato de peixe.


7 Anko é uma pasta doce, feita de feijão vermelho, ou azuki, que teve origem no
Japão.

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Anne olhou para o chão. Não havia nenhuma maneira no
inferno que ela iria admitir ser a maior otaku8 do estado,
especialmente para ele ou Ryuu.
— Eu devo ter visto isso no canal de viagem ou algo assim,
— ela murmurou.
— Ela fala com um sotaque perfeito. Ela deve ter visto
muitos programas com pessoas nativas para falar tão bem, —
Ryuu voluntariou.
Kendrick sorriu para o escudeiro.
— Obrigado por fazer outro dos meus favoritos. Eu não
vou escandalizá-lo novamente, oferecendo favores sexuais.
Anne sentiu seus olhos quase saltarem da cabeça.
Kendrick estava flertando com ele? Ryuu não só conhecia suas
comidas favoritas, mas também as fazia para ele? Eles poderiam
ser companheiros? Talvez os sonhos que ela teve tenham
mostrado uma versão mais velha de Keelan, afinal.
Rheia tomou um gole de chá.
— Enquanto vocês dois lancham, pode nos dizer quais
feitiços você lançará?
Kendrick acabara de dar uma grande mordida em um
petisco em forma de peixe. Ele foi responder e quase engasgou.
Rindo, Anne entregou-lhe o chá. Quando seus dedos se
tocaram, ela sentiu um choque de eletricidade percorrer seu
braço. Ele engoliu seu chá, seus olhos nunca deixando os dela.
Finalmente, ela desviou o olhar e pegou seu próprio lanche.
Hormônios infiéis!

8 Otaku é um termo usado no Japão e outros países para designar os fãs de animes

e mangás.

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Kendrick pigarreou.
— Vou lançar um feitiço de estagnação, que impedirá a
atrofia muscular. Tenho material que pode ser usado como uma
fralda que se auto-limpa e um conjunto de roupas que não só se
tornará qualquer tipo de roupa que você precisar, mas também
o manterá limpo.
Anne se virou para Rheia.
— Isso eliminaria a necessidade de um cateter ou de um
Foley retal, o que pode causar necrose. — Ela se virou para
Kendrick. — Sua estagnação, isso também evitaria úlceras de
pressão?
Kendrick assentiu.
— Sim, vai preservar o corpo exatamente como está agora.
Considerando o fato de que não há dano físico atual, irá mantê-
lo em seu estado de saúde.
Anne percorreu a lista mental de pacientes em coma. Se
ela não tivesse que se preocupar em dar banho, virar ou trocar
Keelan, então havia pouca necessidade da maioria de seus
equipamentos.
— Como funciona essa fralda auto-limpante?
— Vou colocá-la em Keelan da mesma forma que uma mãe
faria com uma fralda de bebê. Qualquer forma de eliminação é
imediatamente retirada e o corpo limpo. Não requer
manutenção ou monitoramento, — explicou Kendrick.
— Eu posso fazer isso por você, se você preferir, — ela
ofereceu.
Kendrick sacudiu a cabeça.

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— Não seria a primeira vez que eu colocaria uma fralda em
Keelan. Eu o criei depois que nossos pais morreram.
Rheia inalou bruscamente.
— Kendrick, eu não sabia. Eu sinto muito. Isso deve estar
te abalando em dobro, já que teve que ser tanto um irmão
quanto um pai. Eu não posso imaginar Penny estando... — Ela
parou e engoliu em seco. Ryuu envolveu um braço reconfortante
em volta dos seus ombros.
— Ele está tomando algum tipo de medicamento? — Anne
perguntou a Rheia suavemente.
Rheia sacudiu a cabeça.
— Como o Kendrick disse, ele não estava machucado
fisicamente, então não havia razão para antibióticos ou
analgésicos.
— Então a única coisa que ele vai precisar é de um tubo de
alimentação e uma intravenosa para hidratação? — Anne
perguntou em voz alta.
Rheia pensou por um momento e assentiu.
— Os feitiços e itens mágicos do Kendrick vão, na verdade,
ajudar o Keelan tremendamente.
Anne olhou para Keelan.
— Kendrick, Rheia, quando estiverem prontos, vamos
deixar o nosso menino confortável.

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Capítulo 4

Anne, Rheia e Ryuu saíram do quarto enquanto ele despia


Keelan e o colocava em suas roupas novas e a fralda. Anne era a
companheira de Keelan? Sua mente estava correndo. Anne era a
mulher dos seus sonhos. A que ele tinha certeza que era sua
própria companheira. Que tipo de sacanagem a Destino estava
fazendo com ele agora? A maneira como Anne o olhara, ele tinha
certeza de que ela o reconhecera também, mas ela fez questão
de chamar Keelan de seu companheiro.
Ele cuidadosamente abotoou o pijama e puxou o cobertor
do jeito que Keelan gostava quando criança.
“Abotoe até o meu queixo, Ken-nick, então os monstros não
vão me pegar.”
“Você acha que existem monstros lá fora burros o suficiente
para te machucar comigo cuidando de você?”
“Não, mas apenas no caso de haver monstros muito, muito,
muito burros, me aconchegue bem.”

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Kendrick sorriu com a lembrança e sentiu seus olhos se
encherem de lágrimas. Mal sabia ele então, que havia monstros
por aí que não se importavam nem um pouco que ele era o
irmão de Keelan.
— Apenas durma, amiguinho. Eu vou dar um jeito nesse
desastre antes que você acorde. Tudo vai ficar bem, — ele
prometeu. Ele pegou uma escova de cerdas macias e começou a
ajeitar o cabelo do irmão.
Ele ouviu uma batida na porta.
— Podemos entrar agora?
— Sim.
Rheia e Anne entraram quando ele estava terminando.
— Ele parece muito melhor agora, — Anne disse, correndo
para o lado de Keelan.
Rheia assentiu em concordância.
— Ele realmente parece. Com apenas uma intravenosa e
tubo de alimentação, ele parece quase normal. Esse feitiço de
estagnação até preservou o rubor em suas bochechas. Ele é
como uma versão masculina da Bela Adormecida.
Anne se virou para Kendrick.
— Você pode cuidar dele por algumas horas? Colton e um
cavalheiro chamado Sascha vão me levar para a cidade antes da
reunião do conselho. Eu preciso pegar minhas coisas, cancelar
meu contrato e avisar o Bart que eu me demito. Eu odeio sair
em tão pouco tempo, mas ele sabia que eu poderia conseguir
um emprego de enfermagem a qualquer momento.

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Kendrick não a queria na cidade sozinha com apenas dois
guerreiros como proteção. Sem confrontá-la sobre seus sonhos
ele não tinha o direito de ditar suas ações.
— Talvez você devesse levar um bruxo também, por
segurança, — ele sugeriu.
— Tenho certeza de que com Colton e Sascha ficarei bem,
— Anne disse.
— Na verdade, eu concordo com o Kendrick. Vou sugerir
que levem o Quinn junto, ele está na unidade do Sascha, —
Rheia disse.
Kendrick deu um suspiro interno de alívio.
— Foxglove? — Ela assentiu.
Ainda melhor, ele sabia que Quinn era um bruxo
excepcional quando se tratava de proteção, especialmente desde
que ele tinha enviado pessoalmente ao guerreiro alguns feitiços
de proteção dos grimórios arquivados. Tecnicamente, os feitiços
mais antigos e mais poderosos deveriam ser estudados e
memorizados em Storm Keep, o que significava que os bruxos
mais jovens que serviam nas unidades não tinham metade do
arsenal de feitiços necessários para mantê-los seguros.
Kendrick estivera enviando cópias de feitiços aos guerreiros e à
Vanguarda durante séculos em um esforço para impedir que
todos fossem mortos.
— O Quinn é um excelente bruxo; você estará mais segura
com ele, — Kendrick disse, mantendo o tom neutro.
— Se vocês dois pensam assim, — Anne se limitou a dizer.

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— Nós pensamos, — Rheia falou com firmeza. Kendrick
piscou um olho para Rheia; afinal de contas, era o seu
companheiro que iria para a cidade também.
— Ok, bem, eu vou para a clínica. Muitas das mulheres
grávidas só vão quando eu estiver lá, então eu gosto de estar lá
o máximo possível. — Rheia se virou para Kendrick e o
surpreendeu quando lhe deu um abraço. — Graças a Deus você
veio quando veio. Eu não sabia o que mais eu poderia ter feito
por ele, — ela sussurrou.
Kendrick esfregou suas costas.
— Você só deve se preocupar consigo mesma e deixar o
Keelan comigo. Você tem uma nova vida crescendo dentro de si;
isso exige muito trabalho.
Rheia o olhou, sua confusão óbvia.
— Você sabia na noite passada que eu estava grávida, mas
eu nunca disse nada. Como você sabia?
— O que você sabe sobre magia? — ele perguntou.
— Absolutamente nada.
— Bem, existem dois campos principais de magia,
elementar e psico/físico. — Anne e Rheia apenas o encararam.
— Terra, ar, fogo e água são elementares. Mente, corpo e
espírito são psico/físicos.
A compreensão iluminou o rosto de Anne.
— Eu joguei um RPG onde a magia era classificada assim.
Diferentes classes eram capazes de dominar coisas diferentes.
Tipo, um guardião poderia fazer magia da terra e um clérigo
poderia curar.

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— Exatamente! — Kendrick fez uma pausa na explicação.
— Espere, há jogos humanos como esse lá fora?
Anne assentiu.
— Sim. Eu sempre escolho um paladino, um guardião, um
cavaleiro e um clérigo. Eu busco equilíbrio.
— Incrível. Os paranormais acham que os humanos sabem
muito pouco sobre o mundo mágico, mas inventam jogos
baseados na própria premissa da nossa...
Rheia pigarreou.
Kendrick sorriu sentidamente.
— Certo, minha explicação. Enfim. Um dos tipos de magia
que eu estudei é a magia do corpo. Eu pude ver as mudanças
em seu corpo. Também é como eu sabia que Keelan era uma
casca vazia.
Rheia franziu a testa.
— Se você estudou a magia do corpo, isso deve significar
que outros também estudaram.
Kendrick assentiu.
— Alguns. Não é muito popular já que a maioria dos
paranormais se recupera rapidamente e raramente fica doente.
— É tão frustrante. Vocês podem curar tanto e os médicos
humanos têm que adivinhar e tentar descobrir as coisas por
processo de eliminação. — Rheia cerrou os punhos.
Kendrick se aproximou, pegou suas mãos e gentilmente as
balançou até ela relaxar.
— Há outra razão pela qual a magia do corpo é tão
raramente estudada. O corpo está constantemente mudando; a
cada segundo, novas células são criadas e outras morrem.
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Tentar tratar algo tão simples como um vírus pode ser uma
ameaça a vida de quem lança um feitiço. Nesse respeito, a sua
ciência humana é o melhor método. Ao ajudar o Keelan, minha
magia o está mantendo exatamente como ele está, então o
feitiço não foi tão desgastante.
Rheia conseguiu sorrir e apertou as mãos dele.
— Você não é tão mal-humorado quanto finge ser, não é?
Ele soltou as mãos dela e pigarreou.
— Eu não sei o que você quer dizer.
Rheia bufou.
— Vamos, Anne, quanto mais cedo você sair, mais rápido
pode voltar. Eu sei que o Aiden quer todos de volta antes do
anoitecer, — disse Rheia.
Anne o olhou.
— Eu voltarei antes que ele precise que o saco da sua
intravenosa seja trocado.
— Leve o seu tempo. Eu entrarei e sairei desse quarto
arrumando meu laboratório de qualquer maneira.
As mulheres acenaram e saíram. Para alguém acostumado
a ficar sozinho, Kendrick ficou chocado quando o quarto de
repente pareceu vazio.
Balançando a cabeça, ele passou pela antecâmara de
Keelan. Seu irmão a montou para ser sua biblioteca e área de
prática; esse era um espaço sagrado para um bruxo. Por isso
que Kendrick estava montando seu laboratório no quarto de
Keelan. Ele lançou um campo de contenção de proteção em
torno de sua área de trabalho e começou a desembalar seu
equipamento. Sorrindo, ele soltou a bolsa do cinto. Abriu-a e
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começou a puxar livros e tirar o equipamento da bolsa sem
fundo. Ele olhou de volta para a bolsa e tirou, fazendo flutuar,
uma longa mesa de madeira e a colocou no meio do quarto.
Agora ele tinha um lugar para trabalhar.
Ele amava seus presentes recebidos dos faes. Suas roupas,
que mudavam de aparência e o mantinham limpo, faziam parte
de um conjunto chamado Trajes de Cavalheiros. Ele os havia
conseguido durante uma visita a Éire Danu séculos atrás.
Keelan agora usava uma das duas peças que ele recebeu junto
com a toalha de banho, que agora estava agindo como uma
fralda. Além das vestes, ele recebera o infinitamente útil Saco
dos Desejos; todos eram presentes da própria rainha fae.
O Saco dos Desejos lhe permitia guardar qualquer coisa
que quisesse em sua bolsa, independentemente do tamanho e
peso. Ele tentara duplicar sua magia, mas nunca conseguiu
acertar as equações de massa. Sacudindo a cabeça para a
misteriosa magia fae, ele nunca a apreciou tanto quanto quando
seu laboratório rapidamente começou a tomar forma.
Assim que Aiden fosse capaz de fornecer-lhe os colares, ele
seria capaz de começar a testar os diferentes tipos de magia que
foram utilizadas para criá-los, incluindo rastrear o feiticeiro.
Quando ele encontrasse o responsável pela condição de seu
irmão, nem mesmo o Conselho seria capaz de manter o
bastardo vivo para interrogatório. No segundo que ele soubesse
um nome, o bruxo estaria morto.
*****
Anne observou enquanto Colton olhava para as quatro
caixas e piscava.
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— Sério? Isso é tudo o que você possui?
— Sim. Uma para livros escolares, uma para roupas, uma
para lembranças e uma para bugigangas. Pouco antes do meu
pai morrer, ele me disse para me livrar de qualquer coisa que
pudesse me prender e correr atrás dos meus sonhos. Já que eu
tive que me mudar para o outro lado do país para a faculdade,
fazia sentido me livrar de qualquer coisa que eu não precisasse
de forma alguma. Isso apenas se tornou um hábito depois disso.
— Ela não mencionou que seus bens mais valiosos, suas
coleções enormes de animes e livros, eram mantidos em formato
digital em armazenamento na nuvem. Ela nem queria pensar
em se mudar se suas coleções estivessem em cópia impressa.
Eles ficariam ali por semanas!
— O que o seu senhorio disse? — Sascha perguntou,
pegando duas das caixas.
Anne sorriu.
— O Sr. Clemson me conhece desde que eu estava na
segunda série; ele não me deu nenhum problema com o
contrato. Além disso, é um local bem no centro da cidade...
bem, tão no centro quanto dá em Madison de qualquer maneira.
Ele não terá nenhum problema em alugar.
Para não ficar para trás, Colton pegou as duas caixas
restantes.
— Como Bart recebeu a notícia da sua demissão? — ele
perguntou, equilibrando as caixas com cuidado.
Anne soltou um suspiro enorme.

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— Ele é um bode velho e teimoso! Tive que ameaçar
chamar sua esposa antes dele se acalmar. Ele sabia que eu
apreciava sua preocupação, no entanto; afinal, ele tem filhas.
Colton assentiu.
— Bart é um homem sábio quando se trata de mulheres.
Sascha o olhou atentamente.
— De verdade?
Colton sorriu.
— Ele viveu com seis filhas e uma esposa.
Os olhos de Sascha se arredondaram.
— Eu preciso conhecer esse homem.
Quinn entrou pela porta.
— Eu movi o SUV para a entrada do prédio para que
possamos levar as coisas para baixo. — Ele piscou quando viu
Colton e Sascha com as quatro caixas. — Isso é tudo?
— Vocês são demais. Vamos, vamos voltar; quero verificar
o Keelan.
Isso fez com que os homens se movessem. Em poucos
minutos, as caixas foram carregadas e estavam de volta à
estrada. Ela andava com Colton enquanto Sascha e Quinn
seguiam em seu Honda CRV; esse tinha sido seu único luxo
enquanto estava na faculdade.
— O que? — Colton perguntou do nada.
— O que? — ela perguntou em troca, surpresa com a
pergunta dele.
— Você está franzindo a testa.

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— Oh. É apenas estranho, acho. Eu dirigi por essa estrada
milhares de vezes ao longo dos anos, desde que eu era criança.
Mas agora, parece diferente já que sei para onde estamos indo.
— Como você está, de verdade? É muito para absorver,
especialmente com o Keelan estando... — Colton se esforçou
para encontrar a palavra certa — indisponível.
— Indisponível? — Ela não pôde evitar o riso que escapou.
— Você o faz parecer um médico ocupado com um paciente.
— Eu não gosto dos outros termos; são muito deprimentes.
— Eu gostaria de ter sido trazida para suas vidas por uma
razão mais feliz, mas eu não me arrependo de estar em seu
mundo. É assustador, e eu queria que o Keelan estivesse
acordado para explicar as coisas para mim, mas todo mundo
tem sido tão encorajador, até mesmo a Meryn, da sua própria
maneira.
Colton riu.
— Ela pode parecer meio maluca, mas tem um coração
enorme e é muito protetora dos que ama.
— Ela parece muito desolada por causa do Keelan. Eles
eram próximos?
Colton olhou para a estrada por um momento.
— Sim, mas não da maneira que você pensa. Eles não
saíam juntos, mas eu acho que, apesar do medo dele de uma
Meryn sem cafeína, Keelan era uma das poucas pessoas que a
entendia. Ele entendia suas referências de ficção científica e
gostava do mesmo tipo de filmes. Para Meryn, isso não tinha
preço. Mesmo agora, entre a família, todos nós amamos a
pequena ameaça, mas poucas pessoas realmente a entendem.
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— Eu sei como a Meryn se sente. O Keelan foi a primeira
pessoa com quem eu pude relaxar desde que meus pais
faleceram. É por isso que sinto tanta falta dele agora, — Anne
admitiu.
Colton estendeu a mão e deu um tapinha no braço dela.
— Nós vamos trazê-lo de volta. Se supõe que seu irmão é
algum tipo de gênio da magia. Se alguém pode recuperar a alma
do Keelan, é o Kendrick.
À menção de seu nome, Anne começou a lembrar de seus
sonhos. Tinha que ser Keelan, não Kendrick, que aparecia para
ela à noite. Caso contrário, por que Keelan diria que ela era sua
companheira? Mesmo dizendo isso a si mesma repetidamente,
ela não podia ignorar a atração ardente que sentia por
Kendrick.
— Ei, Colton, você sonhou com a Rheia antes de se
encontrarem?
— Claro. A maioria deles foi legal, mas ficaram mais
assustadores quanto mais perto eu estava de conhecê-la.
Algumas noites, eu ficava sem dormir porque não queria vê-la
se machucar em meus pesadelos.
— É assim que você sabia que eram companheiros? Porque
sonhava com ela?
Colton assentiu.
— Ela também sonhou comigo. Isso realmente a ajudou a
aceitar o nosso acasalamento. Por que pergunta? Você sonhou
com o Keelan antes de conhecê-lo?
— Sim; é por isso que fiquei tão nervosa naquela noite na
loja.
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Colton riu.
— Não ajudou que o tivéssemos colocado numa fralda.
Anne sorriu para a lembrança.
— O rosto dele estava da cor de um tomate quando ele se
aproximou para explicar o que estava acontecendo.
Colton gemeu.
— Eu ainda me sinto horrível com isso.
— Não se sinta mal. Na verdade, fez com que conversar
com ele fosse muito mais fácil. Não havia como eu ficar
intimidada por ele depois disso. Na verdade, acho que esse
episódio inteiro fez com que pudéssemos conversar um com o
outro.
Colton se virou para ela.
— Sério? Você não está apenas dizendo isso para me fazer
me sentir melhor? — Ele voltou a atenção para a estrada.
— Sério. Normalmente, eu fico nervosa perto das pessoas.
Eu era dez anos mais velha do que os meus colegas na
faculdade, então fiquei sozinha por muito tempo, mas era
impossível ficar nervosa perto do Keelan com a imagem dele
usando fralda passando pela minha mente.
— Obrigado, Anne. Eu odiava a ideia de que eu pudesse
ter arruinado seu acasalamento.
— Você é realmente muito doce. A Rheia é uma mulher de
sorte.
As pontas das orelhas de Colton ficaram rosadas.
— Eu sou um shifter de lobo letal. Eu não sou doce.
— Continue dizendo isso a si mesmo.

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Colton rosnou e riu. Ela acabou rindo com ele. Graças ao
Keelan, ela estava fazendo novos amigos. Se ao menos ele
pudesse estar acordado para ver.
*****
Sascha e Colton levaram as caixas para o quarto de
hóspede mais próximo do quarto de Keelan. Se despediram e
desceram para se juntar a Quinn antes de irem para algum
lugar chamado Mansão do Conselho para a reunião. Ela olhou
para as caixas e não sentiu motivação alguma para
desempacotá-las. Então decidiu vestir roupas mais confortáveis.
Ela vasculhou sua caixa de roupas e pegou um par de calças de
moletom, pantufas e seu moletom favorito que dizia: “Anime...
Crack seria mais barato”. Querendo estar mais perto de Keelan,
ela pegou sua mochila e tirou seu notebook e carregador.
Ela bateu na porta de Keelan e esperou. Não obtendo
resposta, ela exalou de alívio. Ela não tinha certeza de como
agir em torno de Kendrick e os sentimentos que ele evocava. Ela
entrou e imediatamente foi até a cama. Ela verificou o tubo de
alimentação de Keelan e a bolsa de soro; ambos ainda pareciam
ótimos. Ela ligou o notebook, sentou-se na poltrona reclinável e
se acomodou. Com o notebook aninhado no colo, ela ligou o seu
favorito anime de boy’s love9. Anime de boy’s love eram seus
favoritos. O que era melhor do que um cara lindo passando
pelos altos e baixos de se apaixonar? Dois caras lindos. Ela
estava tão absorta em seu último episódio, que não notou o
retorno de Kendrick até que ele estava de pé pairando sobre ela.

9 Boy’s love é uma denominação para anime que retrata amor entre dois homens/garotos.

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— Ahh! — Ela acidentalmente inalou seu próprio cuspe e
começou a tossir. Ela colocou o notebook de lado enquanto
Kendrick corria para a mesa e trazia de volta sua xícara de chá.
Ela tomou pequenos goles ainda tentando limpar suas vias
aéreas. — Você estava tentando me matar? — ela exigiu.
Kendrick sacudiu a cabeça, uma expressão divertida no
rosto.
— Você estava tão encantada com Tezuka-san e Yuri-kun
que não me ouviu te chamar.
Anne piscou quando percebeu que ele sabia exatamente o
que ela estava assistindo.
Kendrick se inclinou para baixo.
— Você esqueceu que eu não preciso de legendas para
saber o que está acontecendo.
— Ó meu Deus! — Anne enterrou o rosto nas mãos.
— O que? — Kendrick perguntou, caminhando de volta
para a longa mesa que não estava no quarto antes de ela sair
para pegar suas coisas.
— Você deve pensar que eu sou a maior nerd de todo o
universo por ter sido pega assistindo um anime como esse.
— É assim que se chama? Eu estava gostando de ouvir a
história. Na verdade, se você não se importa, eu gostaria de
descobrir se Tezuka-san admitirá seus sentimentos por Yuri. —
Kendrick pegou um livro grande, com aparência anciã e de capa
de couro e começou a lê-lo.
— Você não se importa que sejam dois caras?
— Não, a história e o diálogo são muito bem escritos, e os
dubladores são excelentes. Não são muitas as formas de
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entretenimento de hoje que me interessam, mas esse me
interessa.
Anne sorriu. Claro que ele não se importava que fosse uma
história de amor entre dois caras. Não se ele tivesse uma queda
pelo Ryuu.
— Eu posso voltar e começar do começo. Eu só vi dois
episódios, — ela ofereceu hesitantemente.
Kendrick se virou para ela com um sorriso no rosto.
— Eu gostaria muito de ouvir como todo esse desastre
começou.
Anne balançou a cabeça e clicou duas vezes no primeiro
episódio. Dentro de uma hora, eles estavam arrebatados e bem
adentrados no próximo episódio quando Kendrick se virou para
ela, franzindo a testa.
— Eu não entendo... por que o Yuri não diz a Tezuka como
se sente? Eles poderiam evitar muita confusão e problemas.
Anne revirou os olhos.
— Porque se ele confessasse seu amor e fosse rejeitado,
isso o destruiria. Neste momento, seu sonho de jogar com o
Tezuka no campeonato nacional é a única coisa que o faz seguir
em frente.
Kendrick sacudiu a cabeça.
— Estou preocupado com o Yuri.
— Eu também. Devemos continuar?
Kendrick estava prestes a responder quando a porta se
abriu com tudo. Um jovem revoltado de cabelos loiros invadiu o
quarto. Anne ficou de pé de um pulo.

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— Você não pode entrar aqui! — ela disse com raiva,
colocando o notebook na cadeira.
O homem foi até Kendrick e o cutucou no peito.
— Você! Quem você pensa que é para mudar as regras?
Quando um membro de uma unidade é morto, um recruta toma
o seu lugar. Você não pode simplesmente entrar aqui e fazer o
que quiser, bruxo! — ele silvou no rosto de Kendrick.
Anne o encarou em choque. Por trás do intruso furioso,
outros quatro jovens apareceram na porta, todos parecendo em
partes iguais, mortificados e apreensivos.
— Sterling, deixe isso! Isso foi decidido pelo Comandante
da Unidade; você precisa se afastar. — O homem moreno de
olhos azuis deu um passo à frente agindo como o líder do grupo.
— Cale-se, Lennox! Por todos os direitos, Basil deveria ter
sido colocado na Alfa quando o Keelan foi morto, — respondeu
Sterling.
Lennox rangeu os dentes.
— O Keelan não está morto, seu imbecil! Por que eu tenho
a impressão de que você não se importa nem um pouco com o
Basil? Isso é sobre você de alguma forma, não é?
Sterling olhou para Lennox, com um sorriso de escárnio no
rosto.
— O Aiden McKenzie tem mudado muitas regras
ultimamente. Se ele ignora o avanço do Basil, quem pode dizer
que ele não irá fazer o mesmo conosco?
— Eu aposto dinheiro no fato de que eles ignorem o seu
avanço, babaca, — o de cabelos negros murmurou.

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— Vai se foder, Kai! Você pode gostar de bajular os
guerreiros, sonhando com o dia que vai avançar, mas eu planejo
avançar. — Sterling voltou seu olhar para Kendrick, que
permaneceu sentado. Kendrick lambeu o dedo e virou a página,
deliberadamente ignorando o homem. — Estou falando com
você! — Sterling derrubou o livro das mãos de Kendrick.
Péssima ideia, cara.
Anne sorriu abertamente quando Kendrick ficou em pé.
Com dois metros, ele se elevava sobre o jovem.
Os olhos de Sterling se arregalaram quando percebeu a
forma musculosa de Kendrick.
— M-m-mas você é um bruxo, — ele gaguejou.
Kendrick nunca disse uma palavra; simplesmente colocou
a ponta do dedo no peito de Sterling. Um segundo depois, o
homem estava convulsionando no chão.
— Kendrick! — Anne correu para se ajoelhar ao lado de
Sterling, que agora estava mole, enquanto pegava seu pulso. Ela
se certificou de que ele ainda estava respirando e se voltou para
Kendrick. — O que você fez?
Ele deu de ombros.
— Uma lição de humildade. Eu recuaria se fosse você.
Anne estava prestes a perguntar o que ele queria dizer
quando o cheiro a atingiu. O que quer que Kendrick tenha feito
fez com que Sterling perdesse o controle de suas entranhas. Ela
recuou um pouco e depois se levantou.
— Mas ele está bem, certo? Não virou um zumbi ou algo
assim?
Kendrick lhe olhou fixamente.
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— Não, não virou um zumbi. — Ele olhou para o grupo. —
Você e você, venham aqui. — Ele apontou para Lennox e Kai. Os
homens se endireitaram como se estivessem sido chamados à
atenção e deram um passo à frente.
— Sim, senhor? — disseram juntos.
Anne meio que esperava que eles fizessem uma saudação a
qualquer momento.
— Leve essa criança de volta para onde os outros
guerreiros estão treinando, eu vou deixar o Aiden lidar com ele.
— Kendrick franziu a testa para a forma imóvel.
Lennox e Kai hesitaram. Kendrick acenou com a mão
sobre Sterling.
— Pronto, nada da sujeira dele vai pegar em vocês agora.
— Ele piscou um olho para os dois homens.
Ambos estavam visivelmente aliviados.
— Obrigado, senhor. Nós não gostamos de tocar no
Sterling para bater nele durante os treinos, muito menos... —
Lennox indicou a situação de Sterling.
— Isso é perfeitamente compreensível. — Kendrick fez uma
pausa e olhou para os outros dois homens na porta. Seus olhos
pousaram no menor e mais jovem, com cabelos e olhos
castanhos. — Basil, eu presumo?
Basil assentiu, foi dar um passo à frente e tropeçou em
seus próprios pés. Se não fosse pelos reflexos rápidos do
homem ao seu lado ele teria acabado no chão como Sterling.
— Senhor? — ele conseguiu guinchar.

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— É verdade que você teria sido aquele a tomar o lugar de
Keelan enquanto ele está... indisponível? — Kendrick
perguntou.
Anne revirou os olhos. O que tinha os homens com essa
palavra?
— Sim, senhor... quero dizer, não, senhor.
Kendrick esperou por mais uma explicação.
— Bem? É sim ou não?
— Sim, eu sou o recruta bruxo da Alfa e no caso do Keelan
não ser mais capaz de servir na Alfa, eu tomaria o seu lugar,
mas o Keelan ainda é parte da Alfa, senhor.
Kendrick sorriu suavemente.
— Excelente resposta. Diga ao Aiden que você será meu
assistente até novo aviso.
Os olhos de Basil ficaram enormes e um largo sorriso
apareceu em seu rosto.
— Você realmente quer dizer isso, senhor?
Kendrick assentiu.
— Normalmente, você não receberia mais instruções
mágicas até que tivesse completado suas responsabilidades
como guerreiro da unidade, no entanto, já que eu estou aqui e
estarei trabalhando em teorias mágicas enquanto estudo os
colares, seria um desperdício de oportunidade não o treinar
ainda mais.
— Obrigado, senhor! Se eu puder, gostaria de terminar
meus exercícios de hoje e começar amanhã? — Basil perguntou
com esperança nos olhos.

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— Acho isso aceitável. É bom da sua parte completar seus
deveres do dia. Aguardo ansiosamente sua ajuda amanhã.
Basil fez uma reverência e deixou que o loiro alto o levasse
para fora do quarto, já que ele parecia completamente
atordoado. Lennox e Kai estavam brincando com ele por sua
boa sorte quando fecharam a porta atrás deles.
Anne se aproximou da mesa enquanto Kendrick pegava
seu livro e se recostava na cadeira.
— Por que esses garotos te trataram como uma espécie de
celebridade?
Kendrick apenas deu de ombros.
— Eu posso ou não ter uma reputação entre os guerreiros
por desobedecer aos ditames do conselho em um esforço de
ajudar os bruxos guerreiros a aprenderem mais, o que pode ou
não ter resultado em vidas sendo salvas.
— Então, basicamente, você é um fodão? — Ela cruzou os
braços sobre o peito.
Ele olhou para cima e piscou um olho.
— Algo assim. Eu não gosto que me digam o que fazer e
não me dou bem com os outros.
— Se você não se dá bem com os outros, por que se
ofereceu para treinar o Basil?
— Porque, apesar de espumar pela boca em interesse
próprio, o Sterling estava certo. O Basil deveria ter sido movido
para a Alfa. Já que eu escolhi ficar e agir no lugar do meu
irmão, posso fazer a próxima melhor coisa.
— O que?

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Kendrick olhou para cima e deu a ela um sorriso de
menino de parar o coração.
— Eu posso torná-lo meu minion. Eu mal posso esperar
para dizer a Meryn que eu também tenho um, — ele disse
presunçosamente.
Anne jogou os braços no ar.
— Homens!
Kendrick ignorou sua explosão.
— Coloque o nosso anime de volta.
Sorrindo, ela correu de volta para a cadeira e retomou o
programa deles.

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Capítulo 5

Eles haviam acabado de encerrar outro episódio quando


ouviram um forte estrondo. Kendrick olhou para Anne e viu sua
expressão assustada. Anne verificou a intravenosa de Keelan e
eles desceram as escadas. Kendrick já podia ver a mudança
nela. Quando ela o conheceu, estivera fechada, nervosa. Mas
depois que ele expressou interesse em algo que ela amava, ela
se abriu para ele como uma flor se abrindo para o sol. Sentindo-
se auto-satisfeito, Kendrick tinha certeza de que seria capaz de
fazê-la admitir que sonhara com ele em breve.
Eles desceram as escadas; ele parou no fim destas e
empurrou Anne para trás de si. Aiden McKenzie estava a dois
segundos de perder a paciência. Pessoalmente, Kendrick não se
importava se ele destruísse o lugar, contanto que Anne não se
machucasse no processo.

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Meryn, Beth, Amelia, Jaxon e Noah apareceram do
corredor do andar de baixo, e Rheia, Penny e uma mulher mais
velha colocaram as cabeças para fora da sala da frente.
— Aiden! Qual diabos é o problema? — Meryn correu para
seu companheiro.
Aiden rosnou e grunhiu, e os olhos de Meryn se
estreitaram. Ela puxou o pé para trás e chutou sua canela. O
grunhido de Aiden parou quando ele se abaixou para aliviar a
dor na perna.
— Meryn! Você tem que parar de fazer isso, — ele
reclamou, esfregando a canela.
— Você estava grunhindo e cuspindo em mim, — Meryn
disse em um tom de voz neutro.
Kendrick ficou impressionado. O Comandante da Unidade
era uma visão intimidadora. Meryn parecia não achar nada de
mais em chutá-lo. Isso apenas provava que os companheiros
sabiam melhor como lidar um com o outro.
Aiden respirou fundo e ficou ereto.
— Eu não estava cuspindo.
— Você estava, mas tudo bem; eu te amo mesmo assim.
Beijo. — Meryn levantou os braços.
Kendrick ficou confuso por um momento até perceber que
a única maneira da mulher pequena alcançar os lábios de seu
companheiro era se ele a erguesse até si.
O rosto de Aiden se transformou em um sorriso gentil
quando ele facilmente levantou sua companheira e permitiu que
ela beijasse seu rosto repetidamente.
— Melhor? — ela perguntou.
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— Muito. Obrigado, bebê. — Ele a colocou no chão, mas
manteve um braço ao redor de seus ombros.
Kendrick olhou ao redor do saguão para ver que as outras
mulheres haviam respondido à raiva de seus companheiros
também. Elizabeth estava esfregando a bochecha sobre a mão
de Gavriel amorosamente, Rheia e Penny estavam se revezando
beijando cada lado do rosto de Colton, e Amelia estava
desenhando corações no peito de Darian e beijando o centro
destes.
— Vocês, cavalheiros, gostariam de compartilhar o que
aconteceu? — Kendrick perguntou.
O rosto de Aiden se contorceu.
— Reunião de família na sala de jantar, — ele disse de
forma curta, e com o braço ainda em torno de Meryn,
caminharam pelo corredor.
A mulher mais velha arrancou Penny dos braços de
Colton.
— O Ryuu trouxe o jantar da Penny há alguns minutos.
Estaremos na sala de estar assistindo um filme e depois eu vou
levá-la para a cama.
Rheia beijou a mulher mais velha na bochecha.
— Obrigada, Mina. Eu não sei o que faríamos sem você.
Você é a melhor avó de todas.
Anne puxou sua manga.
— Isso nos inclui também?
Kendrick ficou emocionado por ela se referir a eles como
“nós”. Ser as duas novas pessoas na casa aparentemente fazia

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deles uma equipe em sua mente. Kendrick não poderia ficar
mais feliz.
Meryn voltou pisando firme no corredor em direção a eles.
— Sim, isso inclui vocês dois. Vamos lá, pessoal.
Anne passou casualmente o braço pelo dele e andaram
juntos pelo corredor. Quando entraram na sala de jantar,
Kendrick sentou-se na mesma cadeira que tinha sentado na
noite anterior e Anne sentou-se do seu outro lado.
Assim que todos estavam sentados, Aiden olhou ao redor
da mesa.
— As Unidades Alfa e Gama foram chamadas pelo
conselho hoje para uma audiência especial. Evidentemente,
certas famílias fundadoras têm criticado a forma como eu estou
dirigindo as unidades. Elas pediram uma investigação e uma
revisão do meu desempenho.
Colton rosnou.
— Eu gostaria de conhecer alguns desses infelizes
membros de famílias fundadoras. Eu adoraria apresentá-los à
nossa nova raça de ferals.
Elizabeth apoiou o queixo nos dedos entrelaçados.
— Eles não podem fazer isso. Não há um corpo governante
que possa ditar ao Comandante da Unidade.
Gavriel rangeu os dentes.
— Não havia, até agora.
Kendrick se inclinou para frente.
— O que?
Aiden se virou para ele.

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— Um grupo de membros fundadores da Geração dos
Antigos se uniu para criar o que chamam de Comitê. Ele
consiste de sete homens de famílias fundadoras representando
as quatro cidades-pilares. Vou lhes dar dois palpites sobre qual
cidade tem apenas um representante.
Kendrick se recostou e esfregou o queixo.
— Deixe-me adivinhar... Lycaonia.
Aiden assentiu.
Darian deu uma risada severa.
— Fica ainda melhor. René Evreux é o representante de
Lycaonia.
— Aquele babaca? — Meryn exclamou.
Anne o olhou.
— Eu não sei nada sobre o seu mundo ou como as coisas
são feitas normalmente. Mas quando um grupo é formado
assim, geralmente é com um propósito em mente e eu não acho
que tenha algo a ver com o desempenho de Aiden.
Kendrick olhou para a mesa. As palavras de Anne
pareciam autênticas.
— Então, o que eles realmente querem? — ela perguntou.
Aiden hesitou e olhou em volta.
— Ryuu?
Ryuu apareceu na porta.
— Senhor?
— Você poderia entrar na sala, por favor? — Aiden
perguntou.
Ryuu entrou completamente e quando Aiden se voltou
para Kendrick seus olhos se encontraram. Sem ter que lhe
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pedirem, Kendrick fechou os olhos e lançou um feitiço à prova
de som.
Ele abriu os olhos.
— Pronto.
Aiden relaxou de volta em sua cadeira.
— Obrigado.
Ryuu andou até que estava de pé atrás de Meryn.
— Eu intuo que devido a solicitação da minha presença
que a minha opinião também é bem vinda?
Aiden virou a cabeça e olhou para o escudeiro.
— Sim. Eu não sou orgulhoso demais a ponto de não pedir
opiniões e ajuda. Exceto pelas mulheres, com o Keelan
acamado, Colton e eu somos os dois paranormais mais jovens
na sala. Eu tenho a sensação de que o que quer que esteja
vindo a tona começou há muito tempo.
Gavriel se virou para Aiden.
— A Geração dos Antigos nunca ficou satisfeita com a
divisão do poder após a Grande Guerra. Muitos deles ocupavam
lugares de grande influência antes que as quatro cidades-pilar
fossem criadas e nos tornarmos mais diversificados. Com a
exceção do Evreux, todos os membros da Comissão que vi hoje
têm muito a ganhar se conseguirem o favor do povo descobrindo
ações nefastas executadas pelo muito confiado por todos
Comandante da Unidade.
— Então, é uma caça às bruxas? — Anne perguntou e
ofegou. Ela o olhou. — Desculpa.
Kendrick lhe sorriu.

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— Não me ofendi, o termo foi usado corretamente. De que
queixas eles falaram?
Aiden recostou-se, os olhos fechados. Ele parecia exausto
demais para responder. Sabendo como a maioria dos corpos
burocráticos funcionava, Kendrick imaginou que ele
provavelmente havia sido questionado a tarde toda.
Colton falou pelo amigo.
— As infrações incluem, mas não estão limitadas a:
permitir que Meryn comandasse as unidades; ser responsável
por Amelia destruir a praça da cidade; ser responsável pelos
danos causados pelo feitiço de farinha da Meryn que fez os
ferals invisíveis ficarem visíveis; Aiden sair de Lycaonia
enquanto esta estava sob ataque; Aiden tirar unidades de
Lycaonia enquanto a cidade estava sob ataque; decisões
unilaterais sobre tecnologia; decisões unilaterais sobre o
treinamento dos guerreiros; colocar guerreiros de unidade em
posições de poder para ganhar mais influência; permitir que um
bruxo de unidade lançasse o feitiço de perímetro sobre toda a
cidade e, finalmente, permitir que um guerreiro de unidade
fosse comprometido pelo inimigo.
Meryn empalideceu.
— Puta que pariu, essas são principalmente merdas que
eu fiz, — ela declarou.
As bochechas de Amelia estavam vermelhas de raiva
enquanto seus olhos brilhavam perigosamente.
— Eles estão se atrevendo a reclamar sobre a praça e o
feitiço de farinha da Meryn? Nós salvamos vidas! Ou isso não
importa mais?
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Alanea Alder
A voz de Rheia tremia.
— Eu não posso acreditar que eles estão usando o que
aconteceu com o Keelan como uma queixa e não temos ideia de
quem lançou o feitiço de perímetro.
Elizabeth se virou para Aiden.
— De quem eles estão falando quando disseram que você
colocou um guerreiro em uma posição para ganhar mais
influência?
Aiden se sentou ereto e suspirou pesadamente.
— Caiden. Ele está desempenhando dois papéis desde que
a Amelia nasceu. Quando seu pai, o ancião bruxo, decidiu viajar
com a companheira, Caiden assumiu os deveres, já que não
exigiam muita atenção. Ele tem agido como o ancião bruxo de
Storm Keep e líder da unidade há décadas. Não vejo por que
isso é tão importante agora.
Elizabeth franziu os lábios.
— Aposto minha agenda favorita que eles usam isso como
uma plataforma para colocar alguém de sua escolha nesse
papel... “temporariamente”, é claro. Aiden, você tem que estar
preparado para perdê-lo como líder da unidade; ele é muito
valioso como ancião para perder esse lugar devido a disputas
posicionais.
Gavriel concordou.
— A Beth está correta. Precisamos de todos os aliados que
pudermos obter no nível do conselho.
Aiden assentiu.
— Vou começar a olhar as escalas de serviço.
Anne franziu a testa e olhou ao redor da sala.
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— Então, basicamente, o que você está dizendo é que as
acusações são tecnicamente precisas? — Sua pergunta foi
recebida com silêncio. Ela continuou: — Então, o que você
precisa é de uma boa e velha relações públicas.
Colton piscou.
— Uma o que?
Amelia bateu palmas animadamente.
— Ela está certa! Este tal Comitê está tentando lançar uma
campanha de difamação, então o que precisamos fazer para
combater isso é compartilhar todas as grandes coisas que o
Aiden e a Meryn vêm fazendo.
Darian não parecia convencido.
— Você acha que isso vai funcionar?
Elizabeth assentiu devagar.
— Se feito corretamente, sim, definitivamente poderia
funcionar. Mas precisamos evitar dar-lhes novas munições
contra nós.
Todos na mesa se viraram juntos para olhar Meryn.
— O que? — ela exigiu.
Amelia abanou o dedo para ela.
— Você sabe o que. Seja boazinha.
— Por que todo mundo sempre me diz isso? Eu nunca sou
realmente ruim. — Meryn fez beicinho dramaticamente.
Aiden riu.
— Meu pequeno anjo.
Meryn sorriu diabolicamente para o companheiro antes de
olhar ao redor da mesa.

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Alanea Alder
— Na próxima ordem do dia, ferals. — Meryn puxou as
pernas até ficar sentada de pernas cruzadas na cadeira. — Ok,
então o que sabemos? Eu não tenho certeza de quanta
informação o Kendrick tinha disponível para si. Não há como
dizer o que foi liberado pelas autoridades de Storm Keep e eu sei
que a Anne é ignorante, então vamos explicar tudo para eles.
Amelia envolveu os braços ao redor de si mesma.
— Agora sabemos que os colares são feitos de almas.
Darian passou um braço em volta dela e puxou-a para
perto.
— Sabemos que os colares estão sendo criados com o
propósito expresso de dar as habilidades de shifters aos
portadores, deter a degradação física e mental e, às vezes,
podem tornar o usuário invisível.
Elizabeth se virou para Gavriel.
— Nós sabemos que eles estão ativamente tentando
recrutar guerreiros por quaisquer meios necessários.
— Nós sabemos que os colares brilham na cor verde
quando os quebramos. — Aiden fez uma careta. — Nós já
quebramos alguns... um por acidente e os outros porque
estavam machucando a Amelia.
Meryn bateu os dedos na mesa como se estivesse digitando
em um teclado imaginário.
— Também sabemos que eles estão se organizando há
muito tempo; essa merda não aconteceu da noite para o dia.
Anne se inclinou para frente.
— Não querendo soar como uma criança de cinco anos,
mas por quê? Do que eles estão atrás?
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Kendrick olhou para cima.
— O motivo número um para todas as causas de miséria
no mundo paranormal desde o início dos tempos.
Todos o olharam com expectativa.
Kendrick olhou em volta da mesa.
— Poder.
Meryn franziu o rosto.
— Isso é estúpido. Poder para fazer o que? — Ela fez
“aspas” com os dedos. — Governar o mundo?
Kendrick permaneceu em silêncio. Ele estava vivo há
muito tempo. Ele tinha visto o que o gosto do poder podia fazer
com as pessoas.
O queixo de Meryn caiu.
— Sério? Estamos lidando com uma versão paranormal do
Pinky e Cérebro10?
Kendrick piscou para ela. Ele não pôde se conter; começou
a rir. Como ela fazia isso? Como ela conseguia reduzir a ameaça
mais séria ao mundo deles desde a Grande Guerra a um
desenho animado?
— Meryn, eu te amo, — ele disse e enxugou os olhos. Ao
redor da mesa, em todos os cantos que olhava, recebia
expressões confusas. Apenas Rheia e Anne estavam sorrindo.
Kendrick franziu o cenho para os homens.
— Algum de vocês assiste televisão?
Darian sacudiu a cabeça.

10 As aventuras de dois ratos de laboratório e seus planos mirabolantes


para dominar o mundo.

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— Na verdade não, embora eu esteja surpreso que você
entenda as referências da Meryn.
Kendrick suspirou.
— Eu não saio muito. A televisão é uma bem vinda
mudança de ritmo quando eu preciso de uma pausa nos meus
estudos.
Anne deu risadinhas ao seu lado.
— E ele não convive bem com os outros.
Aiden franziu o cenho.
— Por que isso soa familiar? — Ele olhou para Meryn.
Gavriel pigarreou.
— Então, temos o Comitê usando nossa atual crise com os
ferals para ganhar influência política para mudar nossa atual
estrutura de poder... — ele deitou a cabeça para trás com um
suspiro — tudo isso enquanto estamos lutando para lidar com a
destruição e o caos que os super ferals estão criando.
Meryn estendeu a mão para debaixo da mesa e pegou seu
notebook.
— Vamos usar o termo “super feral” como nome oficial?
Gavriel levantou a cabeça e a encarou.
— Sabe, você está certa. Nós não demos um nome para
eles ainda.
Colton sacudiu a cabeça.
— Eu não gosto disso. Faz com que pareçam mais
impressionantes do que realmente são.
— Que tal ceifadores? — Anne perguntou suavemente. —
Eles são responsáveis por pegar as almas das pessoas, certo?
Meryn lhe sorriu.
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— Isso é perfeito! Então os monstros resmungões e sem
cérebro com os quais vocês estão acostumados são ferals. Os
que usam colares de alma e comandam exércitos de ferals agora
são chamados de ceifadores. — Meryn digitou em seu notebook.
Kendrick notou que Anne ficara branca. Ele se inclinou.
— Qual o problema?
Ela o olhou, seus olhos azuis arregalados.
— Ela disse monstros resmungões e sem cérebro. Isso
parece pra caramba como zumbis para mim!
Meryn a olhou.
— Eles não são zumbis porque não vão atrás dos cérebros
das pessoas; eles meio que comem todas as partes do corpo.
Kendrick viu como Anne começou a balançar em seu
assento.
— Apenas respire. Nada pode te alcançar aqui, eu
prometo.
Meryn sacudiu a cabeça.
— Na verdade, fomos atacados aqui duas vezes.
— Meryn! Lembra o que eu te disse sobre ser mais atenta
aos traquejos sociais? — Elizabeth silvou.
Meryn olhou para Anne e seus olhos se arregalaram.
— Desculpa!
Kendrick envolveu um braço ao redor de Anne e puxou-a
para perto.
— Isso foi antes de eu estar aqui. Nada pode atacar esta
casa e sobreviver.
Anne olhou para cima.

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— Promete? Eu juro, eu normalmente tenho nervos de aço,
mas eu simplesmente não posso com zumbis. Quando eu era
criança eu ficava acordada depois que meus pais iam para a
cama e assistia Noite dos Mortos-Vivos e venho tendo pesadelos
desde então.
Kendrick levou mais um momento para apreciar a
sensação dela perto, antes que ele lhe desse um aperto final e a
soltasse.
— Prometo. Um exército daquelas coisas poderia atacar e
eles não conseguiriam chegar ao primeiro degrau da varanda.
Aiden bufou.
— Não faça promessas que não pode cumprir. Essas coisas
são fortes e implacáveis. Elas pensam e aprendem. Não são
como ferals normais.
— Ceifadores, chame-os de ceifadores, — interpôs Meryn.
Kendrick olhou do outro lado da mesa.
— Eu nunca faço promessas que não posso cumprir.
Colton riu.
— Vamos, Kendrick, você contra um exército?
Kendrick apenas o olhou.
Colton se aquietou.
— Sério?
Kendrick decidiu que era hora de mostrar a realidade aos
homens.
— Senhores, eu tenho poder mais do que suficiente para
lidar com esses chamados ceifadores sem suar nada. Vocês
estão acostumados a trabalhar com bruxos que tem menos de
quinhentos anos de idade. Storm Keep só permite que jovens
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Alanea Alder
bruxos sirvam nas unidades fora de Storm Keep. Assim que
completam quinhentos anos de idade, eles têm que retornar à
cidade onde continuam seus estudos e são avaliados. Se forem
considerados muito fracos para servir a cidade como um bruxo,
podem retomar suas posições entre as unidades; no entanto, a
maioria vai bem e continuam ali para dominar seu campo
escolhido de magia.
Aiden ficou de pé, seu rosto uma máscara de raiva.
— Por quê? Por que estamos lutando e perdendo bons
homens quando Storm Keep poderia virar a maré facilmente
enviando bruxos mais velhos?
Kendrick deu de ombros preguiçosamente.
— Por que Noctem Falls não envia seus vampiros mais
velhos, aqueles capazes de controle mental e ilusões? Por que
Éire Danu não permite que os guerreiros usem seus portais?
Nenhuma raça está disposta a entregar seus melhores e mais
brilhantes; nem está disposta a compartilhar segredos valiosos.
Estes termos foram acordados quando as cidades-pilares foram
formadas e as unidades criadas. Além disso, eu não acho que é
um simples caso de jogar magia em algo. Mesmo se você tivesse
o poder dos bruxos mais velhos em seu comando, isso não te
traria muita coisa. A maioria deles se especializa em apenas
uma forma de magia. Eu conheço homens que dedicaram
séculos para aperfeiçoar um único feitiço. Você pode conseguir
um ou dois feitiços deles, e então seriam inúteis. Você, na
verdade, está melhor com bruxos mais jovens que podem
receber ordens e conjurar vários tipos de feitiços repetidamente.
Aiden se sentou de volta com as sobrancelhas juntas.
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— E você? Eu duvido que você acabaria inútil.
Atrás de Aiden, Ryuu começou a rir.
— Heika é uma exceção à regra geral no que se trata dos
bruxos.
— Então nós meio que tivemos sorte que ele é irmão do
Keelan? — Meryn perguntou.
Kendrick sorriu para ela.
— Basicamente.
Aiden fez uma careta para o escudeiro.
— Alguma outra palavra de sabedoria?
Ryuu assentiu.
— Você se lembra do velho ditado sobre esses tipos de
situações complicadas?
— Siga o dinheiro? — Meryn brincou.
Ryuu balançou a cabeça.
— Não. Mantenha seus amigos perto, mas seus inimigos
mais perto ainda.
— Eu não quero ficar mais perto daquele babaca, — Meryn
reclamou.
Kendrick estalou os dedos.
— Meryn, você me deu uma ótima ideia.
— Você vai seguir o dinheiro? — ela perguntou.
— Não, mas se eu puder conseguir colares suficientes, eu
posso ser capaz de rastrear a mágica de volta ao conjurador.
Tudo depende de como foram criados.
— O que você quer dizer? — Anne perguntou.
Kendrick se perguntou como poderia explicar magia
superior em termos que eles entenderiam.
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— Para a magia do dia-a-dia, o conjurador depende de seu
próprio poder; é como um poço armazenado dentro de si. Mas
para mágica maior e mais complicada, o conjurador tem duas
opções: ganhar o poder de um ser superior ou oferecer algo ao
universo em troca do que está pedindo.
Os olhos de Anne se iluminaram.
— Eu sei do que você está falando!
Kendrick a olhou em choque.
— Sabe?
Ela assentiu.
— Eu vi isso no anime Fullmetal Alchemist. Acho que é algo
como: “A humanidade não pode obter nada sem primeiro
desistir de algo em troca. Para obter ou criar algo, algo de igual
valor deve ser perdido; essa é a Primeira Lei de Intercâmbio
Equivalente da alquimia”. No show, dois irmãos tentam
ressuscitar sua mãe morta, mas o preço era muito alto. Só
tentar custou a um irmão um braço e uma perna, e ao outro
todo o seu corpo. Sua alma teve que ser anexada a uma
armadura.
Kendrick se irritou.
— Entre os videogames e o anime, qualquer adolescente
pode aprender as artes sagradas; isso não está certo.
— Que videogame? Se ensina magia, estou tão dentro, —
Meryn declarou.
— É um RPG; posso te mostrar mais tarde, — prometeu
Anne.
Aiden, parecendo um pouco pálido, virou-se para
Kendrick.
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— É apenas um jogo certo? Não se pode realmente
aprender magia, pode?
Kendrick rosnou e bateu os dedos na mesa.
— Eu não tenho ideia. Então, novamente, eu também não
sabia que eles estavam ensinando a alquimia para as massas
através de anime. O conhecimento ganho sem nenhum esforço é
como entregar uma arma carregada a uma criança.
Gavriel pigarreou.
— Sua ideia? Eu acredito que você ia explicar como
poderia descobrir a identidade do criador do colar.
Kendrick sacudiu a cabeça. Ele faria Anne mostrar-lhe
este anime sobre alquimia mais tarde.
— Certo, a minha ideia. Então basicamente, exatamente o
que a Anne disse. Se a pessoa que criou os colares não pudesse
conseguir ajuda com um ser superior, então eles estariam
sujeitos às leis da troca equivalente. Se esse for o caso, eu posso
facilmente traçar a troca de volta ao conjurador do feitiço.
— Como? — Elizabeth perguntou.
— Oh! Porque o conjurador teria que oferecer algo de igual
valor, algo que eles mesmos possuam. Aposto que foi a própria
alma deles, — sugeriu Anne.
Kendrick a olhou espantado.
— Você tem certeza de que é humana? Até agora, você
entendeu todos os aspectos da magia sobre os quais eu falei.
Anne assentiu.
— Claro que sou, mas sempre amei ler livros sobre
fantasia, jogar RPGs e assistir anime. — Ela lhe sorriu.

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— Isso é tão legal! Você sabe muito mais do que eu sobre
essas coisas, e moro aqui há meses. Aposto que você gosta de
Doctor Who também. — Meryn sorriu.
Anne negou com a cabeça.
— Desculpe, não.
O sorriso de Meryn desapareceu.
Elizabeth riu.
— Isso estava fadado a acontecer mais cedo ou mais tarde.
— Espere! — Meryn ficou de pé. — Você quer dizer que não
assiste Doctor Who? Tipo, nadinha?
Anne sacudiu a cabeça novamente.
— Não.
— Não é computável! Não é computável! — Meryn acenou
com as mãos no ar.
— Denka, acalme-se. Precisamos começar suas lições de
meditação mais cedo do que eu esperava. — Ryuu estalou a
língua enquanto gentilmente a empurrava de volta para sua
cadeira.
Meryn respirou fundo e voltou seu olhar para Anne.
— Eu terei de in-Doc-triná-la11. Limpe o seu cronocrama.
Além de cuidar do Keelan, você aprenderá sobre o Doutor.
Anne cruzou os braços sobre o peito.
— Tudo bem, só se você concordar em assistir meus
programas de anime favoritos comigo.
Meryn assentiu.
— Combinado.

11 No original “in-Doctor-nated”, um trocadilho com as palavras indoctrinated


(doutrinar) e Doctor (da série Doctor Who).

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Anne assentiu.
— Combinado.
Colton estremeceu.
— Por que eu sinto que acabei de observer uma união
profana?
Rheia bateu de ombros com ele.
— Pateta! Eu gostaria de assistir alguns dos animes
também.
Elizabeth olhou para Amelia, que assentiu.
— Conte conosco também.
O sorriso de Anne iluminou todo o seu rosto.
— Eu nunca tive ninguém interessado o suficiente para
assistir animes comigo antes, apenas o Keelan e o Kendrick.
Colton olhou para o Kendrick.
— Mesmo?
Kendrick lhe sorriu.
— O anime tinha uma ótima história. Você deveria assistir
aquele a qual Anne me apresentou mais cedo.
Anne deu risadinhas.
Colton sorriu para a companheira.
— Por que não? Eu assisto Digimon com a Penny e não é
tão ruim.
— Você vai adorar, — Kendrick prometeu perversamente.
— Se a maioria das discussões sérias tiver terminado
preciso terminar de preparar o jantar. — Ryuu olhou para seu
relógio.
Aiden ficou de pé, esfregando o estômago.

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— Comida parece uma excelente ideia. Depois de um dia
como hoje, estou ansioso para jantar.
— A propósito, Aiden, como seu pai lidou com a notícia
sobre o Comitê? — Elizabeth perguntou.
Aiden sacudiu a cabeça.
— A mamãe provavelmente fará seu Bolo de Mel favorito
por semanas. — Aiden olhou para Meryn. — Eu gostaria que
você aprendesse a fazer esse bolo; é perfeito para dias
estressantes.
Meryn o olhou confusa.
— Você não quer mais boquetes?
Aiden ficou de um vermelho brilhante.
— Meryn!
— O que? Bolo ou boquetes? Você não vai ter os dois, —
Meryn insistiu.
Em volta da mesa, os homens viraram os rostos para
esconder o riso.
Aiden ficou um olhar calculista no rosto.
— Vamos lá para cima para discutirmos isso.
Meryn riu e ficou de pé de um pulo. Aiden pegou-a no colo
e saiu correndo da sala.
Uma vez que o casal estava fora de vista, todos desistiram
da dignidade e riram.
— Ele precisava dessa leveza; eu nunca vi o Aiden tão
estressado, — Elizabeth comentou enquanto todos se
levantavam para sair da sala.
— O que o Aiden se esqueceu de mencionar é que o Comitê
passará por aqui amanhã para se encontrar com vocês, damas.
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Tenho certeza de que ele está lá em cima estabelecendo regras
com a Meryn agora. Estejam preparadas, — Gavriel as
aconselhou.
Anne parecia nervosa.
— Isso me inclui?
Darian lhe sorriu em solidariedade.
— Temo que sim. No entanto, como você não está aqui há
muito tempo, eles provavelmente não lhe farão perguntas além
do seu nome.
— Deuses acima, me dêem forças para ajudar a Meryn
amanhã, — Elizabeth murmurou em oração.
— Assim seja, — os homens ecoaram juntos.
Kendrick tinha a sensação de que seria preciso todos os
Deuses ouvirem para manter aquela cabeça quente sob
controle. Sorrindo, ele acompanhou Anne de volta para cima
para verificar Keelan. Ele sabia que independentemente, Meryn
seria a Meryn. Sem dúvida, ele estaria sentado naquelas
apresentações com o Comitê; ele não as perderia por nada no
mundo.

MY
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Capítulo 6

Mais tarde naquela noite, depois do jantar, Anne se


encontrou de volta no quarto de Keelan com Kendrick. Durante
todo o dia, Kendrick tinha sido atencioso e solidário. Ele não a
julgou por assistir anime e até começou a assistir junto com ela,
apesar de ser uma série de amor gay.
Ela o espiou por trás do seu iPad. Ela tentara engajar em
um novo livro, mas descobriu que, pela primeira vez, a realidade
era melhor que a ficção. Toda vez que começava uma frase, sua
mente vagava de volta para Kendrick. Toda vez que se tocavam,
ela podia sentir uma sacudida de desejo puro em seu corpo.
Quando ela ficou com medo ao pensar em zumbis assassinos,
ele a confortou. Seu braço estivera quente, e no segundo em que
a puxou para perto, ela percebeu que nunca se sentira mais
segura na vida.
Mas Keelan era seu companheiro, não era? Ela balançou a
cabeça. Ele tinha que ser; ele disse a sua família que ela era sua
companheira.

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Alanea Alder
— Kendrick?
— Hmmm? — Os olhos de Kendrick continuaram colados
ao livro enorme que ele estivera lendo antes.
— Alguém já cometeu um erro ao reivindicar o
companheiro? — ela perguntou.
Ele fechou o pesado volume e se virou na cadeira para
encará-la.
— Houve alguns casos documentados, principalmente
entre bruxos, onde um erro foi cometido. Por quê?
— Por que os bruxos? Por que não os outros?
— Porque os bruxos são a única raça que encontra seus
companheiros por sonhos; nós confiamos apenas na visão.
Vampiros e shifters podem sentir o cheiro de seus
companheiros, embora com vampiros é o sangue de seu
companheiro que eles cheiram, não seus corpos. Os faes podem
ver a aura de seus companheiros, mas os bruxos têm apenas
seus sonhos, — ele explicou.
— Mas o Colton disse que tinha sonhado com a Rheia e ele
é um shifter, certo?
Kendrick colocou o livro na longa mesa à sua frente.
— Em algum momento no ano passado, as matriarcas de
Lycaonia foram até o Ancião Airgead com a preocupação de que
as companheiras de seus filhos estivessem no mundo lá fora
sozinhas e morrendo. Então, o ancião lançou um feitiço que
traria suas companheiras para eles. Aiden foi o primeiro a
sonhar com sua companheira, que era a Meryn.
— Todos os guerreiros estão sonhando com suas
companheiras, mesmo que não sejam bruxos?
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Ele assentiu.
— Eu acredito que, já que foi um bruxo que lançou o
feitiço, isso influenciou como os homens encontrariam suas
companheiras.
— E as mulheres sonharam também? — Anne abraçou o
iPad contra o peito.
Kendrick a olhou com uma expressão séria.
— Foi o que me disseram. Por quê? Você também teve
sonhos?
Anne desviou o olhar.
— Sim.
— Os sonhos são complicados. As pessoas costumam
lembrar o que viram, mas não como se sentiram e isso pode
mudar dramaticamente o sonho. Pessoalmente, acho que essa é
a pior maneira de se encontrar o companheiro, mas quem sou
eu para julgar?
Ela o ouviu se virar e quando olhou para trás, ele pegara o
livro de novo e estava lendo. Ele não ia lhe perguntar com quem
ela sonhara? Ele não perguntou por que sabia que ela era do
Keelan? Isso era tão confuso!
Ela ficou de pé.
— O Keelan está pronto para a noite, acho que vou me
deitar. Esse foi o dia mais longo da minha vida.
Kendrick se levantou, o que a fez sorrir. Todos os homens
tinham modos corteses; o simples gesto fez com que ela se
sentisse especial.
— Apesar das mudanças absurdas em sua vida, eu tenho
que dizer que você lidou com tudo com graça e inteligência. Eu
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conheço pessoas muito mais velhas que teriam quebrado hoje,
mas você passou o dia brilhando intensamente.
Anne sentiu as bochechas começarem a queimar.
— Eu desmaiei quando me falaram sobre o Keelan pela
primeira vez.
Kendrick inclinou a cabeça.
— Como qualquer pessoa normal faria depois de descobrir
as terríveis circunstâncias de alguém com quem eles se
importam.
Anne sentiu seus olhos se encherem de lágrimas com seu
elogio.
— Eu não acho que poderia ter ido tão bem sem você.
Obrigada, Kendrick.
— Você é muito bem-vinda. Bons sonhos, Anne. —
Kendrick fez uma leve reverência.
Não sabendo se deveria fazer uma reverência em resposta,
ela fez a próxima melhor coisa.
— Boa noite, — ela murmurou e saiu correndo da sala.
Ela não parou de correr até encostar-se à porta fechada do
seu próprio quarto de hóspedes. Maldito fosse aquele homem
por afetá-la tanto.
Sem pensar, ela trocou de roupa e vestiu uma camisola.
Uma rápida visita ao banheiro a deixou com um rosto limpo e
dentes recém-escovados. Ela puxou as cobertas e deslizou por
entre lençóis gelados.
Aposto que o Kendrick poderia aquecer esses lençóis para
mim.
Quero dizer com magia! Ahhh! Hormônios estúpidos!
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Anne puxou as cobertas por sobre a cabeça.
Eu queria saber o que fazer!
Lentamente o calor do próprio corpo dela começou a
esquentar a cama e ela adormeceu.
*****

— Depressa! O Kendrick e os meninos estão esperando! —


Keelan puxou a mão dela enquanto corriam pela floresta.
— Keelan, devagar! — Anne riu. Keelan a olhou, seu
sorriso habitual brilhando intensamente.
— Sinto muito pela confusão, é minha culpa. — Keelan os
levou através de galhos e ramos baixos.
Ela estava prestes a perguntar do que ele estava falando
quando chegaram em uma clareira. Na frente deles, um grande
piquenique estava preparado sob o sol da tarde. Kendrick
estava rindo e lutando com três garotinhos ruivos que pareciam
ter uns três anos.
— Vamos. — Keelan puxou a mão dela, mas ela não
conseguia avançar.
Ela sabia, sem sombra de dúvida, que os meninos eram
dela. Lágrimas encheram seus olhos; as crianças eram tão
bonitas.
Uma nuvem se moveu acima, lançando uma longa sombra.
Ela olhou para Kendrick e depois para Keelan. Quem era o pai
dos seus filhos? Ela olhou de volta para Kendrick. Ele estava
sentado, observando os meninos enquanto eles começavam a
comer seus almoços. Ele estava esperando pacientemente, um
sorriso gentil no rosto.

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— Quem é o meu companheiro? — ela sussurrou.
Keelan se inclinou e beijou-a na testa.
— Pergunte ao Darian.
Ela se virou para perguntar-lhe o que ele queria dizer, mas
o sonho começou a desvanecer-se. Ela gritou, estendendo a mão
para os meninos para protegê-los da escuridão.
— Anne! — Ela ouviu Kendrick chamando-a.
Ela abriu os olhos e sentou-se, ofegando por ar.
— Anne! Você está bem? — Kendrick sentou-se na beira da
cama, um olhar preocupado no rosto.
Lembrar o sonho feliz com Keelan e seus filhos fez a
escuridão da realidade ser muito mais difícil de enfrentar. Ela
enterrou o rosto nas mãos e chorou. Não havia uma família feliz
para ela. Keelan ainda estava em coma no quarto ao lado, e a
risada dos meninos era uma memória evanescente.
Braços quentes envolveram-na em um abraço apertado.
Ela se segurou na estrutura sólida de Kendrick e colocou a
cabeça contra seu peito. Ela deixou o ruído ritmado de seu
batimento cardíaco acalmá-la. Pela primeira vez desde que seus
pais morreram, ela não se sentia como se estivesse
completamente sozinha. Todos os dias na escola, ela passara
por pessoas, nunca recebendo mais de um segundo olhar ou
um aceno de cabeça enquanto passavam. No hospital onde
havia treinado, o único contato físico que tinha era quando
ajudava um paciente. Ele sabia quão inebriante o calor de sua
pele era para ela?
Depois de alguns minutos, ele quebrou o silêncio.
— Você quer falar sobre isso?
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Ela fungou.
— Como você sabia que eu estava sonhando?
— Eu ouvi você chamar.
— Oh, não! Você acha que eu acordei alguém? — Ela não
achava que poderia enfrentar mais alguém se viessem ver se ela
estava bem.
Ela o sentiu sacudir a cabeça.
— Acho que não. A única razão pela qual eu te ouvi foi
porque eu mesmo acabara de acordar de um sonho e estava
lendo.
— O que você sonhou?
— Foi um sonho caloroso. Foi agridoce porque foi
maravilhoso, mas teve que terminar.
— Foi quase como se fosse tão maravilhoso que o ato de
acordar tenha feito dele um pesadelo, — ela sussurrou.
Ele recuou e emoldurou o rosto dela com as duas mãos.
— Você viu o Keelan?
Ela assentiu.
Ele baixou as mãos para descansá-las em ambos os lados
do corpo dela.
— Eu também. Ele parecia saudável e feliz. Ele estava
sorrindo.
— Era como se o sol estivesse brilhando porque ele estava
sorrindo. — Ela sentiu o sonho começando a se esvair.
— Ele lhe disse alguma coisa?
Ela assentiu novamente.
— Ele me disse para “perguntar ao Darian”.
Kendrick franziu a testa.
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— Perguntar-lhe o quê?
Anne olhou para a cama.
— Eu perguntei ao Keelan sobre os acasalamentos; foi
quando ele me disse para perguntar ao Darian.
Kendrick colocou um dedo sob o queixo dela e gentilmente
inclinou sua cabeça para cima.
— Isso é importante. Ele disse mais alguma coisa?
— Que toda a confusão era culpa dele.
Kendrick se inclinou para frente e beijou-a na testa
exatamente como Keelan tinha feito.
— Descanse um pouco, falarei com o Darian pela manhã.
Anne estava com muito medo de perguntar-lhe sobre as
crianças; ela assentiu e se deitou novamente.
— Keelan? Ele está lá fora em algum lugar, não é?
A expressão de Kendrick estava triste quando assentiu.
— Sim, mas não se preocupe. Vou encontrá-lo, juro. — Ele
se levantou e silenciosamente saiu do quarto, deixando-a com
mais perguntas e emoções mistas. Ela queria que fosse
Kendrick porque ele estava ali e era capaz de consolá-la?
— Maldição! — ela murmurou, virando-se de lado. Ela
abraçou um travesseiro e fechou os olhos. Quando dormiu
desta vez, não havia sonhos para assombrá-la.
*****
Anne se demorou no corredor de cima. Ela ouviu os outros
casais passarem em seu caminho ao andar inferior e esperou
até que eles tivessem ido embora antes de sair do quarto para
esperar à porta de Kendrick. Ela não se sentia bem como uma

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forasteira; era mais como se ela e Kendrick fossem uma equipe
e parecia errado descer sem ele.
Quando Kendrick abriu a porta e entrou no corredor, ela
sentiu uma onda de alívio. Ele viu a expressão dela e franziu a
testa.
— Você estava esperando por mim?
— Sim.
— Kendrick! — uma voz masculina chamou.
Eles se viraram para ver um jovem loiro correndo na
direção deles com um pacote nas mãos.
— Sim? — Kendrick perguntou, dando um passo à frente.
— Meu nome é Noah Calloway. Eu trabalho com a Meryn.
Este pacote acabou de chegar para você de um mensageiro
vampiro. — Noah estendeu uma pequena caixa embrulhada em
papel pardo.
— Obrigado, Noah.
— Sem problema. Bem, é melhor eu voltar ao trabalho.
Meryn terminará o café da manhã em breve e ela vai querer dar
uma olhada no meu código. — Noah cruzou os olhos e fez uma
careta.
Anne riu.
— Boa sorte.
— Obrigado! — Ele acenou e correu de volta pelo caminho
que veio.
Anne olhou para o pacote.
— O que você acha que é?
— Só há uma maneira de descobrir. — Ele segurou a porta
aberta e eles entraram. Kendrick imediatamente foi para sua
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mesa. Cuidadosamente, ele cortou o fio que mantinha o
embrulho no lugar. Quando ele abriu a caixa, suas
sobrancelhas se ergueram. — Eu devo ter feito algo certo. — Ele
enfiou a mão na caixa e tirou seis colares negros. O leve cheiro
de morte fez Anne dar um passo para trás.
Ansioso e sorridente como uma criança, Kendrick começou
a colocar os colares em placas de cristal de pedra individuais.
Quando cada colar tocou os respectivos pratos, começou a
brilhar em cores diferentes.
Kendrick se afastou, com um olhar satisfeito no rosto.
— Devemos obter resultados preliminares até amanhã.
Eles voltaram para o corredor e Kendrick fechou a porta
atrás deles. Ele sussurrou um feitiço e se virou para Anne.
— Coloque sua mão na maçaneta.
Ela estendeu a mão e segurou a maçaneta de metal.
— O que eu estou fazendo?
— Esses colares são provavelmente as coisas mais
importantes da cidade. Se eu tivesse uma sala separada para
estudo, eu os trancaria lá. Já que eles estão na mesma sala que
meu irmãozinho inconsciente, não vou me arriscar. Eu enfeiticei
a porta para que só você e eu possamos entrar.
— O que aconteceria se alguém diferente de você ou eu
tentasse entrar na sala? — ela perguntou curiosa.
Ele lhe jogou um sorriso voraz.
— Não seria agradável.
Ele se endireitou ao lado dela e ofereceu-lhe o braço. Ela
piscou os olhos ao ver seu cotovelo e o olhou. Sorrindo, ele
estendeu a mão, pegou a mão dela e a colocou em seu braço.
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— Seria uma honra te escoltar para baixo. — Ele se virou e
os encaminhou descendo as escadas e entrando na sala de
jantar. Quando entraram, os outros homens se levantaram e
Kendrick puxou a cadeira para ela. Ela lhe sorriu e sentou-se.
Os homens sentaram-se e Ryuu começou a andar pela mesa
com o carrinho de servir distribuindo xícaras de café.
— Ryuu! Volte aqui e deixe-me cheirar a bebida do
Kendrick um pouco mais, — Meryn implorou.
Ryuu suspirou e olhou para a sua incumbência.
— Por que se torturar?
Meryn baixou a cabeça para a mesa.
— Eu quero café. — Ela parecia tão lamentável, Anne
pensou por um momento que Ryuu iria ceder; em vez disso, ele
estendeu a mão para a segunda prateleira do carrinho e tirou
uma pequena tigela de grãos de café. Ele se aproximou e a
colocou na frente de Meryn.
— Você pode cheirar isso até contentar seu coração.
Meryn franziu o cenho ferozmente para o escudeiro. Anne
percebeu que a pequena mulher estivera planejando tomar goles
escondida o tempo todo.
Ryuu contornou a mesa e passou a Kendrick uma xícara
que cheirava levemente a chocolate antes de virar para ela.
— Eu não tinha certeza do que seria do seu agrado, então
esperei para ver o que você poderia gostar nesta manhã.
Anne se virou para Kendrick.
— Posso experimentar um pouco?

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Ele assentiu e cuidadosamente entregou-lhe a xícara
quente. Ela soprou o líquido e tomou um gole hesitante. A
mistura de chocolate e café era perfeita.
— Oh meu Deus.
Quando ela foi entregar a xícara de volta para Kendrick,
ele sorriu e balançou a cabeça.
— Fique com esse. Ryuu, mais um, por favor.
Ryuu fez uma reverência.
— Claro.
Kendrick levantou a mão.
— Ryuu, antes de você ir, já que todo mundo está aqui, eu
tenho um pequeno anúncio. Recebi os colares do conselho esta
manhã para testes. Para manter eles e meu irmão seguros, eu
coloquei um feitiço de proteção na porta, se qualquer outra
pessoa que não eu ou Anne tentar entrar na sala, eles ficarão
gravemente feridos.
— Entendido, — Ryuu disse e foi para a cozinha.
Rheia ficou de pé.
— Eu vou avisar a Penny, Noah, Jaxon e Mina. — Ela saiu
correndo da sala de jantar.
Colton franziu o cenho.
— Você realmente acha que algo tão perigoso é necessário
na casa?
— Eu não teria feito isso se não achasse, — Kendrick disse
casualmente enquanto olhava os pastelzinhos na cesta no
centro da mesa.
Darian caiu de volta em sua cadeira.

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— Primeiro Keelan, então o Comitê, agora estamos
reduzidos a feitiços de proteção em nossa própria casa. No que
se tornou as nossas vidas?
Colton cortou seu rolinho ao meio e espalhou uma camada
de geleia grossa de cada lado.
— Pelo menos temos o perímetro. Não importa quem o
conjurou, está mantendo os malditos ferals para fora da cidade.
Rheia voltou e sentou-se ao lado do companheiro. Ela
olhou para o seu rolinho pegajoso e estremeceu. Ele o tinha
coberto com uma camada tão grossa que era quase como se ele
estivesse comendo geleia com um pouco de rolinho.
Ryuu entrou novamente na sala carregando uma xícara de
café fumegante. Ele a colocou ao lado de Kendrick e foi até
Meryn.
— Denka, você tem que comer alguma coisa. — O
escudeiro tinha um olhar preocupado no rosto.
— Não estou com fome, — Meryn murmurou com seu
rosto ainda na mesa.
Todos pararam o que estavam fazendo para olhar para
Meryn. Anne se perguntou por que isso era tão surpreendente.
Aiden se virou na cadeira e colocou Meryn em seu colo.
— Qual o problema, bebê? Você tem comido três cafés da
manhã ultimamente; por que não está com fome?
Meryn não respondeu, ela apenas virou a cabeça em seu
peito.
— Estou cansada.
Aiden olhou para Ryuu e Ryuu assentiu.

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— Denka, que tal uma xícara bem pequena de café com
chocolate? Assim como o que Heika está bebendo.
Meryn virou a cabeça lentamente para olhar para seu
escudeiro e assentiu.
— Por favor.
No início, Anne pensou que Meryn estava apenas
brincando para tomar um café, mas as expressões preocupadas
nos rostos ao redor da mesa lhe disseram que isso era um
desvio severo do comportamento normal de Meryn.
Em menos tempo do que ele levou para fazer a bebida de
Kendrick, Ryuu voltou com uma xícara para Meryn. Anne
pensou que esta iria engolir de uma vez a doce bebida, mas
quando Meryn apenas tomou um gole e colocou a xícara na
mesa, ela sabia que isso era sério.
Ryuu pegou o pulso de Meryn entre os dedos e fechou os
olhos. Quando eles abriram, ele se virou para Kendrick.
— Heika, você poderia, por favor?
Kendrick se levantou imediatamente e correu ao redor da
mesa. Ele olhou a tatuagem azul e levantou uma sobrancelha
para Ryuu, que deu de ombros. Voltando sua atenção para
Meryn, ele gentilmente segurou a mão dela entre as suas.
Anne se encontrou segurando o fôlego enquanto esperava
para ver o que Kendrick descobriria. Quando seus olhos se
abriram, ela quase caiu da cadeira. Ela ficou surpresa com a
rapidez com a qual começou a se importar com a estranha
mulher.
A expressão atônita de Kendrick se voltou para Amelia e
depois de volta para Meryn.
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— Extraordinário.
— O que? — Aiden rosnou.
Kendrick sorriu.
— A Destino é uma mulher travessa. Fico constantemente
impressionado com suas linhas cruzadas. — Ele começou a
sussurrar e quando terminou, colocou a mão de Meryn de volta
em seu colo.
Ela piscou e olhou ao redor da mesa.
— Eu me sinto muito melhor. — Antes que alguém
pudesse dizer que não, ela pegou o café e começou a bebê-lo de
uma vez. Quando terminou, ela exalou alto e colocou a xícara
de volta na mesa. — Isso estava foda demais!
Kendrick observou Meryn, uma expressão confusa no
rosto. Ao lado dele, Ryuu suspirou. Kendrick deu um tapinha
nas costas dele.
— Ela merecia um pouco de estímulo.
Meryn se remexeu até que Aiden a colocou de volta em sua
cadeira.
— Eu acho que aquele café me deixou com fome. — Ela se
virou e olhou para Ryuu. — Nós temos alguma panqueca? E
bacon? E batatas fritas em cubos?
O sorriso de Ryuu foi indulgente.
— Isso foi o que você pediu para o café da manhã ontem.
Meryn sorriu.
— Isso significa que eu não posso comer isso de novo hoje?
Ryuu balançou a cabeça.

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— Você pode comer o que quiser. É uma coisa boa que eu
congelei as panquecas que sobraram ontem. — Ele fez uma
reverência para Kendrick e se dirigiu à cozinha.
Kendrick deu um tapinha na cabeça de Meryn como se ela
fosse um cachorrinho e caminhou de volta para sua cadeira.
— Espere um maldito minuto. O que aconteceu? — Aiden
exigiu.
Kendrick tomou um gole de café.
— O que você quer dizer?
— O que eu quero dizer é: o que havia de errado com a
minha companheira? — Aiden rosnou.
— Não tenho certeza, mas tenho uma ideia.
— Uma ideia? Se importa de compartilhar?
— Não.
— Não! O que você quer dizer com não? — Aiden olhou
bravo para Kendrick do outro lado da mesa.
Anne teve o bastante. Kendrick não merecia nada disso.
Ela se levantou e bateu as duas mãos na mesa.
— Chega!
Aiden se recostou com os olhos arregalados.
— Eu não queria te chatear, mas tenho que saber o que
aconteceu com a minha companheira.
— Então você deveria perguntar educadamente como uma
pessoa normal! — Ela cruzou os braços sobre o peito. — Eu
conheço o Kendrick tanto quanto o resto de vocês. Apesar das
habilidades mágicas, eu sei que ele não é o tipo de pessoa que
iria reter informações para machucar alguém. Se ele diz que não
sabe, isso significa ele precisa investigar mais antes de fazer um
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diagnóstico. Se ele anunciar que é uma coisa e acabar sendo
outra você também o culparia por isso.
“Eu sei que sou a nova por aqui, mas a hostilidade
injustificada que você demonstrou a ele é óbvia. Pelo bem do
Keelan, eu só vou dizer isso uma vez: Pare com essa merda! —
Anne estava respirando pesadamente e suas emoções estavam
fora de controle. Ela odiava que, toda vez que ficava chateada
com alguma coisa, ela chorava. As pessoas sempre achavam
que era porque ela era fraca quando, na verdade, ela estava
tentando muito não matar pessoas.
Rheia ficou de pé.
— Ela está absolutamente certa. Eu ia deixar as ações do
Kendrick ditarem as minhas, mas todos vocês estão
perturbando a Anne, e ela já tem o suficiente com o que lidar
agora. Eu vejo esse tipo de comportamento o tempo todo como
médica. As pessoas esperam que nós tenhamos todas as
respostas; às vezes não temos. Às vezes, é melhor não dizer
nada sem ter todos os fatos. Eu sei que vocês, homens, sentem
falta do Keelan; eu também. Mas isso não é desculpa para
tratar seu irmão tão mal.
Elizabeth levantou-se elegantemente.
— Somos uma família, cada um de nós na casa. Olhe para
Anne e Amelia. — Os homens olharam para Anne, que ainda
lutava contra as lágrimas e para Amelia, cujo rosto estava
enterrado no peito de Darian. — Temos desafios suficientes
daqueles fora desta casa nos atacando; não precisamos de
conflito na casa também.
Meryn pegou um rolinho.
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— Ele não é o Keelan, — ela declarou. — Ele parece com o
Keelan, mas não é ele. Eu sei que cada um de vocês se sente
uma merda porque acham que deveriam ter sido capazes de
salvar o Keelan, mas não descontem isso no Kendrick. Ele não
nos culpou nenhuma vez, e tem todo o direito de culpar.
Anne olhou em volta da mesa e encontrou os olhos das
outras mulheres. Ela nunca teve amigos íntimos antes e seu
apoio e sorrisos gentis foram sua ruína. Ela cobriu o rosto com
as mãos e começou a chorar como um bebê.
Ela sentiu Kendrick se mover ao lado dela e antes que
percebesse, ela estava segura em seus braços.
— Acalme-se agora. Nós, pobres homens, temos nossas
ordens; nos dê uma folga, ok? — Ele esfregou suas costas.
Ela fungou e abriu os olhos.
— Desculpa!
Aiden ficou de pé, com um olhar preocupado no rosto.
— Você não tem razão para se desculpar, Anne. Sou eu
que deveria pedir desculpas. Obrigado por ter a coragem de
defender o Kendrick. — Aiden se virou para o resto dos homens.
— Elas estão certas, todas as nossas damas. Eu realmente me
sinto culpado. Acho que continuei esperando que o Kendrick
atacasse, então fiquei sempre na defensiva. — Ele olhou
diretamente para Kendrick. — Sinto muito.
Kendrick sacudiu a cabeça.
— Eu tenho a pele bem grossa, Aiden. Vai ser necessário
mais que seus grunhidos de ursinho para me abalar.
Aiden olhou para a mesa.

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— Não. Sinto muito por não poder salvar ele. Ele era
minha responsabilidade e eu falhei com ele.
Colton e Gavriel ficaram de pé rapidamente.
— Não foi sua culpa. Nós que tivemos que arrastá-lo para
fora daquele prédio; nós que o abandonamos. — O rosto de
Gavriel era uma máscara de dor.
Darian virou a cabeça para longe de Kendrick para olhar
para o chão.
— Fui eu quem foi embora. Ele estava bem na minha
frente e eu o deixei lá.
Debaixo das mãos dela, Anne podia sentir o efeito que as
palavras dos homens estavam tendo em Kendrick. Seu corpo
inteiro ficou tenso e sua respiração ficou mais rápida no que
parecia ser um esforço para permanecer no controle. Ela fez a
única coisa que podia naquele momento. Ela colocou os braços
ao redor dele e o abraçou apertado.
Kendrick deu um suspiro trêmulo.
— Obrigado. — Todos se viraram e o olharam. Anne olhou
para cima e ficou chocada ao ver um fluxo constante de
lágrimas escorrendo por suas bochechas. — Obrigado, — ele
repetiu. Ele olhou para cima e os homens se encolheram com a
dor severa em seu rosto. — Obrigado por amar meu irmão como
se ele fosse da sua própria carne e sangue. Se eu tivesse alguma
dúvida sobre sua lealdade, elas acabaram por suas confissões.
Se alguém é culpado, sou eu. Eu sabia há mais de duzentos
anos que ele morreria como membro da Unidade Alfa.
“Eu poderia ter feito tantas coisas para tirá-lo do caminho
que ele escolheu, mas para isso teria esmagado a gentileza de
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Keelan. Eu o teria transformado em algo que ele teria odiado.
Então, eu o deixei viver sua própria vida sabendo o que
aconteceria. Eu estava tão confiante em meu próprio poder, que
tinha certeza de que poderia ver qualquer desgraça iminente e
aparecer e salvar o dia. — Ele deu uma risada vazia. — Eu acho
que não era tão onisciente e poderoso quanto pensava que era e
meu irmão pagou o preço.
Anne negou com a cabeça.
— Eu não sei o que aconteceu com ele, mas eu gosto de
pensar que conheço o Keelan muito bem. — Ela olhou em volta
da mesa. — O rosto dele se iluminava quando ele falava de
todos vocês. Ele chamava vocês de irmãos e eu não acho que ele
poderia ter mais orgulho de chamá-los de família. Se ele tomou
a decisão de protegê-los, então é exatamente isso que ele queria,
porque se algum de vocês tivesse sido ferido — ou pior, morto —
e ele vivesse sabendo que poderia tê-lo salvado, isso o teria
destruído. — Ela se virou para olhar para Kendrick. — Do jeito
que ele te descreveu, eu estava meio esperando que você tivesse
uma capa. Não havia ninguém em quem ele se inspirasse mais.
Ao lado deles, Amelia enxugou o rosto.
— É verdade, Athair. Ele me disse que tinha toda a
intenção de chamar você e meus irmãos se as coisas ficassem
muito perigosas. Acho que tudo aconteceu tão rápido que não
houve tempo.
Gavriel envolveu um braço ao redor de sua companheira e
ela caiu contra ele.
— Então o que fazemos agora?
Ela sentiu Kendrick se endireitar.
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— Nós vamos ouvir uma garotinha muito sábia e seremos
felizes.
Anne observou como sorrisos lentos começaram a aparecer
em volta da mesa. Todos se sentaram e continuaram sorrindo.
Anne colocou a mão debaixo da mesa e pegou a mão de
Kendrick. Ele não mudou de expressão ou deu qualquer
indicação externa de que notou seu gesto, mas seus dedos
longos e quentes apertaram sua mão e não soltaram.
Anne respirou fundo e olhou em volta. Ela percebeu que
todos precisavam disso para começar a superar sua própria
culpa.
Enquanto olhava ao redor, ela pegou o olhar de Meryn e
Meryn piscou um olho.
— Você é oficialmente da família agora; você xingou na
mesa do café da manhã.
Anne fez uma careta e Meryn riu em resposta.
— Então você era oficialmente da família nos primeiros
trinta segundos depois de sentar-se à mesa do café da manhã
pela primeira vez. Eu lembro-me claramente de você ameaçar
castrar o Colton, — Gavriel brincou.
Colton gemeu.
— Não me lembre.
Anne manteve a mão esquerda ao redor da de Kendrick e
pegou o café com a direita. Pela primeira vez em muito tempo,
ela sentiu como se tivesse uma família novamente,
xingamentos, piadas e tudo mais.

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Capítulo 7

Depois do café da manhã, todos ficaram tomando café.


Anne suspeitava que ninguém queria sair da companhia um do
outro ainda.
Meryn estava atacando sua segunda pilha de panquecas
quando se virou para Kendrick.
— A propósito, Keelan-do-Futuro, você continua
aparecendo vestindo roupas diferentes, mas não tinha nenhuma
bagagem. Você montou um laboratório, mas nada foi entregue,
como conseguiu todas as suas coisas?
Kendrick sorriu e soltou uma pequena bolsa do cinto. Ele
estendeu-a balançando-a de seus dedos.
— É maior por dentro.
Meryn deixou cair o garfo e olhou-a fixamente.
— Posso ver?
Kendrick assentiu e Meryn correu ao redor da mesa. Ele
colocou a bolsa em suas mãos e observou enquanto ela a abria.

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Um olhar de decepção floresceu em seu rosto.
— Está vazio.
Kendrick piscou e colocou as mãos ao redor das dela e
sussurrou uma palavra.
Os olhos de Meryn se arregalaram.
— Puta merda! É como um castelo inteiro aqui. Espere!
Volte! Aquilo era uma biblioteca?
Kendrick assentiu.
— Chama-se Saco dos Desejos. Posso colocar o que quiser
dentro, independentemente da forma, tamanho ou peso.
Meryn olhou para suas roupas.
— Então você tem um armário aqui também?
Ele balançou a cabeça.
— Não, estes — ele deu uma puxadinha no blazer —, são
os Trajes de Cavalheiros. Eu os recebi como um presente da
rainha dos fae.
Ela sorriu.
— Como o meu vestido.
Kendrick inclinou a cabeça.
— Você é a nova dona do Vestido de Éire Danu?
Ela moveu a cabeça assentindo e continuou inclinando a
bolsa de um lado para o outro.
— Interessante, — ele murmurou.
Elizabeth bufou.
— Você não tem ideia.
Meryn colocou a bolsa nas mãos dele e se virou para
Aiden.
— Eu quero uma.
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O queixo de Aiden caiu.
— Bebê, eu não posso simplesmente sair e comprar uma
para você. Itens fae encantados são extremamente raros.
Meryn voltou para a cadeira e sentou-se.
— Eu preciso disso na minha vida.
Aiden virou-se para Darian, que estava rindo. Darian
assentiu para Aiden.
— Verei o que posso fazer.
Meryn sorriu brilhantemente para Darian.
— Obrigada, irmãozão-primo.
Darian olhou em volta da mesa.
— Nós nunca tivemos chance, não é?
Todos os homens balançaram a cabeça. Kendrick riu.
— Nunca houve uma declaração mais verdadeira. As
mulheres sempre têm a vantagem, sempre.
Meryn jogou os punhos no ar.
— Porque somos foda!
Kendrick sorriu maliciosamente.
— É porque vocês têm o feijão mágico.
Meryn franziu a testa quando Aiden engasgou com o café.
— Que feijão mágico?
Elizabeth corou.
— Oh céus.
Anne teve que reprimir uma risadinha.
— Eu só conheço dois feijões mágicos: o grão de cacau e o
grão de café, — Meryn insistiu.
Kendrick estalou a língua.
— Comandante, você foi negligente em seus deveres.
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Ao redor da mesa, os outros homens estavam tentando
não rir e falhando miseravelmente.
Finalmente, Gavriel teve pena da confusa Meryn e se
inclinou para sussurrar o que era o terceiro feijão mágico. A
reação de Meryn pegou Anne de surpresa quando esta
gargalhou.
— Ha, ha, ha, feijão mágico! Ei, bebê, quer engolir meu
feijão mágico mais tarde? — Meryn olhou para o companheiro.
Aiden sorriu e balançou a cabeça antes de se inclinar para
beliscar Meryn no pescoço.
— Só se você for muito, muito boa, — ele prometeu.
Meryn estendeu a mão sobre a cabeça e traçou um halo
antes de cruzar as mãos à frente como se estivesse rezando.
— Eu sou sempre boa.
Colton riu.
— Ei, Meryn, você teve que comprar um halo feito sob
medida para se encaixar entre os chifres de diabo? — ele
brincou.
Anne levantou a mão e tocou nos lábios.
— O que acha, Meryn? Nós poderíamos costurar seus
lábios enquanto ele dorme.
Os olhos de Meryn se iluminaram e ela se virou para
Rheia.
— Você não precisa beijá-lo por um tempo, não é?
Rheia deu de ombros.
— Eu poderia ficar sem beijá-lo.
O queixo de Colton caiu enquanto ele acariciava sua
companheira.
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— Querida, você não deixaria que elas fizessem isso
comigo, não é?
Rheia apenas piscou um olho para Meryn e Anne.
Meryn se recostou na cadeira.
— Encare, senhores, vocês não são mais os filhos da puta
mais malvados da sala.
Aiden beijou o lado da cabeça de Meryn.
— Não deixe os outros guerreiros descobrirem.
Anne sorriu.
— Não se preocupe, seu segredo está seguro conosco, —
ela prometeu e as outras mulheres riram. Anne finalmente
sentiu como se pertencesse a esta casa com essas pessoas.
Kendrick pigarreou.
— Não queria estragar as coisas, mas...
Colton sorriu com tristeza.
— Mas ainda temos algumas alegações muito sérias contra
nós.
Kendrick colocou sua xícara vazia na mesa.
— Graças à sugestão de Anne, posso ter um plano para
isso. Mas não era disso que eu estava falando. Eu estava
falando sobre o perímetro.
Aiden piscou.
— Mas o perímetro é a única coisa boa que veio de toda
essa bagunça. Os ferals não foram capazes de violá-lo desde que
ele surgiu; estamos seguros.
Kendrick girou a xícara em suas mãos.
— Talvez eu esteja sendo pessimista, mas quando algo
parece bom demais para ser verdade, geralmente não é.
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Amelia se virou para ele.
— Como o perímetro pode ser uma coisa ruim?
Kendrick parou de girar a xícara.
— E se o perímetro não foi projetado para mantê-los
seguro, mantendo os ferals do lado de fora. E se foi projetado
para manter os ferals fora para manter eles seguros?
Aiden franziu o cenho.
— Eu não gosto de para onde isso está indo.
Kendrick olhou para os homens.
— Ao longo dos séculos, vi muitos tipos diferentes de
magia, mas eu nunca vi nada parecido com este perímetro.
Ninguém na cidade está vindo à tona para reivindicá-lo, e se
algum dos guerreiros o tivesse feito, ele teria lhe contado
imediatamente. Então, se ninguém na cidade lançou o feitiço,
quem lançou?
Colton engoliu em seco, parecendo doente.
— O inimigo.
Kendrick assentiu.
— E se o perímetro mantem os ferals fora, porque quando
o perímetro cair, ele vai se retrair até o centro da cidade,
arrancando a alma das pessoas enquanto a magia entra em
colapso? Se os ferals estiverem na cidade quando isso
acontecer, seus preciosos colares podem ser destruídos.
Aiden bateu os dedos na mesa.
— Você tem alguma prova?
Kendrick sacudiu a cabeça.
— Não, mas eu pensei que seria irresponsável se eu não
trouxesse à tona essa teoria. Você está incluído em mais
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reuniões de alto nível do que eu. Se você ouvir algo que possa
explicar uma parte da minha teoria, pelo menos você poderia
fazer a conexão.
Aiden se levantou e esticou os braços acima da cabeça.
— Eu vou ficar atento. Enquanto isso, nós temos treinos,
cavalheiros.
Kendrick levantou-se ao lado dela.
— Eu posso me juntar a vocês.
Aiden parecia satisfeito.
— Eu pensei que você não fizesse exercícios.
— Não faço, mas preciso falar com alguns de seus homens.
Aiden riu.
— Eventualmente eu vou te pôr pra trabalhar.
Amelia sacudiu a cabeça com veemência.
— Você realmente não quer isso, Aiden.
As sobrancelhas de Aiden se juntaram.
— Por quê?
Amelia se contorceu na cadeira.
— Você se lembra daquela vez em que o Caiden teve que
pedir que o conselho aprovasse renovações para a pista de
obstáculos de Storm Keep?
Aiden assentiu.
— Ele disse que os homens se acostumaram com a... — ele
olhou para Kendrick.
Kendrick sorriu de lado de volta para o comandante.
Aiden virou-se para a porta.
— Não importa. Venham, homens. — Ele se inclinou,
beijou Meryn no topo da cabeça e caminhou em direção à porta.
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Anne observou enquanto os outros homens ao redor da
mesa se despediam de suas companheiras. Kendrick se
levantou e lhe olhou.
— Quando você checar o Keelan, fique longe da mesa. Se
você ver alguma coisa brilhando num tom vermelho vivo, evacue
a casa e venha me buscar.
— Eu ouvi isso! — Aiden gritou do saguão.
Kendrick piscou um olho para ela, então se virou para
Meryn.
— Diga ao seu amiguinho que ele tem acesso ao quarto do
Keelan. A proteção não se aplica a elfos.
Meryn estendeu a mão e a colocou no ombro.
— Obrigada, Kendrick. Felix tem passado muito tempo
com o Keelan.
Anne olhou para Meryn, mas não viu nada.
— Elfo?
Em um segundo não havia nada, no seguinte, um pequeno
elfo estava sentado no ombro de Meryn, agitando suas asas. Ele
acenou e ela acenou de volta. Quando ela piscou, ele se foi
novamente.
Ela se virou para Kendrick. Ele se inclinou e seus olhos se
encontraram. Ela ficou surpresa com a intensidade deles. Ela
pensou que ele estava prestes a beijá-la, mas no último
momento, ele moveu a cabeça de modo que sussurrou em seu
ouvido:
— Obrigado por me defender. Ninguém fez uma coisa
dessas há muito tempo. Eu vou te dar um presente mais tarde.

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Divirta-se com as meninas. — Ele bagunçou o cabelo dela e saiu
atrás de Darian.
Depois que os homens se foram, a sala ficou em silêncio.
Meryn engoliu o último gole de seu suco de laranja.
— Então, eu não me sinto com vontade de ser adulta hoje.
Vamos assistir anime e comer lanches.
Rheia, Elizabeth e Amelia se entreolharam e sorriram.
Amelia assentiu.
— Isso parece uma ótima idéia. — Ela se virou e olhou
para Anne. — Nisto você será o nosso Yoda.
Anne franziu a testa.
— Ele era o verde, certo?
Do outro lado da mesa, Meryn começou a fazer sons como
se estivesse tendo um ataque epiléptico.
Amelia envolveu um braço ao redor dela.
— Ignore-a. Beth geralmente lida com a Meryn quando ela
está assim. Vamos para a cozinha pegar alguns salgadinhos
para depois do café da manhã.
Anne olhou por cima do ombro para lançar um olhar
preocupado para Meryn. Ela imaginou que se Rheia não estava
preocupada, ela também não deveria estar. Talvez ela estivesse
se acostumando com a dinâmica desta casa.
*****
— Por que estou aqui mesmo? — o jovem de cabelos
escuros perguntou. Depois de verificar Keelan, Anne foi
formalmente apresentada a Jaxon e Noah quando as mulheres
invadiram o comando central para tomar o controle da televisão
de sessenta e cinco polegadas.
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— Porque eu sentiria sua falta se você não estivesse aqui,
— Meryn respondeu.
— Você percebe que isso não está em inglês, certo? —
Jaxon perguntou.
— Sim, agora silêncio. Eu acho que Tezuka está prestes a
se confessar ao Yuri. — Meryn jogou pipoca em Jaxon, que riu.
Noah se sentou no sofá com as pernas dobradas para
cima, um olhar de encantamento no rosto. Ele havia sido
imediatamente preso pelo enredo e já tinha chorado uma ou
duas vezes pela situação de Yuri. Anne teve que admitir que
Noah tinha que ser o menino mais bonito que ela já conheceu.
Se ele fosse desenhado para estar em um anime, ele seria um
bishõnen, ou lindo garoto.
Anne já tinha assistido quase metade desta temporada
com Kendrick, então sua atenção estava inteiramente no
pequeno elfo que se tornara visível depois de um pouco de
persuasão da parte de Meryn. Ele agora se sentava no ombro de
Anne, assistindo o anime junto com eles. Anne achava Felix
absolutamente adorável. Quando ele viu que as mãos dela
tremiam quando foi pegá-lo, ele lhe sorriu timidamente e ela
estava perdida.
Meryn riu e continuou digitando no telefone. Anne não
tinha ideia de como Meryn estava acompanhando as legendas
enquanto estava no telefone, mas todos os comentários que fez
sobre a história estavam certos, então ela devia estar prestando
mais atenção do que Anne achava.
Rheia apontou para a tela.
— O que são aqueles?
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Anne olhou para cima e sorriu.
— São takoyaki. São redondos, feitos de uma massa à base
de farinha recheada com polvo picado, gengibre em conserva,
cebola verde e às vezes pedaços de tempurá. O molho de
takoyaki é de matar; é como uma mistura entre molho inglês e
maionese. Não comi nenhum desde que voltei para Madison.
— Ryuu! — As mulheres gritaram ao mesmo tempo em que
Meryn pausou o anime.
Um momento depois, Ryuu apareceu na porta.
— Denka? Está tudo bem?
Meryn se virou de joelhos para espiar para trás do sofá.
— Você pode fazer isso? — Ela apontou para trás de si, à
tela.
Ryuu olhou para cima e um olhar de surpresa agradável
cruzou seu rosto.
— Claro.
— Ah, e lamen12? — Rheia perguntou lambendo os lábios.
— Eu adoraria experimentar o yakisoba. — Amelia
esfregou o estômago.
A boca de Ryuu se contorceu com um sorriso.
— Que tal eu planejar uma noite em que vocês possam
experimentar vários pratos da minha terra natal?
Meryn jogou o punho no ar.
— Sim!
Ryuu fez uma reverência.

12 Lámen, ou rāmen, é um alimento japonês, normalmente composto por um tipo


de macarrão chinês, uma sopa com caldo à base de ossos de porco, peixe ou frango, e
temperados com uma base tarê (molho) que da sabor ao caldo base.

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— Eu tenho um amigo lá de casa que eu posso contatar.
Ele deve ser capaz de enviar os suprimentos necessários através
de um portal comercial fae. Agora, se vocês, senhoras, me
derem licença, eu vou trazer o chá da manhã em um momento.
— Ele fechou a porta atrás de si.
Amelia olhou para a porta fechada por um segundo.
— Sabe, eu aposto que ele fica com saudades de casa.
Talvez devêssemos comer comida japonesa uma vez por
semana.
Meryn se virou e sentou-se novamente.
— Essa é uma ótima ideia. Eu quero experimentar essas
bolas de polvo.
Anne e Amelia estremeceram.
— Takoyaki, — ambas corrigiram Meryn ao mesmo tempo.
Meryn deu de ombros e sorriu para o celular.
— Isso é ótimo, estou recebendo muitos pedidos de
amizade. — Ela parou e olhou para elas. — Os polvos têm
bolas?
Elizabeth sacudiu a cabeça.
— Oh, Meryn.
Meryn sorriu maliciosamente e se voltou para o celular.
A atenção de todos se voltou para o anime. Depois de
alguns minutos, o telefone de Elizabeth começou a tocar. Ela
tirou do bolso, olhou para baixo e franziu a testa.
— Tio? Olá, tio. O que?! Não! Não. Não importa. Pare de rir!
Adeus! — Elizabeth se virou para Meryn. — Por que você
colocou que você e eu estamos em um relacionamento no
Facebook? Toda a Noctem Falls está zumbindo que eu estou em
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um relacionamento lésbico com a companheira do Comandante
da Unidade!
Meryn pareceu confusa.
— Nós estamos em um relacionamento, você é minha irmã.
Elizabeth simplesmente caiu de lado e enterrou o rosto nos
travesseiros. Rheia, Jaxon e Noah estavam com as mãos na
boca tentando não rir. Amelia foi para o lado de Elizabeth
esfregando suas costas.
— Vamos, vamos. Não pode ser tão ruim assim.
Elizabeth sentou-se novamente.
— Retire agora.
Meryn sacudiu a cabeça.
— Acho que é tarde demais. Tenho oitocentos e sete
comentários e três mil compartilhamentos.
— Me dê isso! — Elizabeth pegou o telefone de Meryn e
começou a rolar a tela. Seu rosto ficou pálido por um momento
e ela olhou para cima. — Você não pode se referir aos seus
amigos shifters como seus “furries”!
— Homem abatido! Homem abatido! — Jaxon riu,
apontando para Rheia que estava ofegando no chão. Noah
estava vermelho como uma beterraba e tinha dificuldade para
respirar.
Amelia engoliu em seco e parecia que estava lutando muito
para não sorrir.
— Ela fez o quê?
Meryn foi pegar o telefone de volta, mas Beth se levantou e
segurou-o acima da cabeça. Meryn colocou as mãos nos
quadris.
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— Por que isso é errado?
Anne limpou a garganta.
— Meryn o termo “furry” refere-se a uma subcultura que
está interessada em personagens animais antropomórficos com
personalidades humanas. É também um tipo de fetiche sexual
onde as pessoas levam o interesse para o quarto.
Meryn piscou.
— Então, tecnicamente, eu ainda estou certa.
— Eu desisto! Vou excluir a sua conta. — Elizabeth digitou
no celular de Meryn.
Meryn deu de ombros.
— Eu sempre posso postar na conta do Aiden.
Amelia suspirou.
— Eu sempre quis ser um shifter. Tornar-se um animal
deve ser libertador.
Derrotada, Elizabeth parou e devolveu o telefone para
Meryn.
— A fofoca fica velha depois de um tempo. — Ela sentou-
se, parecendo um pouco traumatizada. — Vamos retomar o
nosso anime. Eu não me sinto mais com vontade de ser adulta
também; o resto do mundo paranormal pode simplesmente
continuar sem mim hoje.
— Parece que eu trouxe o chá na hora certa, — Ryuu disse
enquanto empurrava seu carrinho de chá para a sala.
Noah fez uma pausa no anime e se virou para eles, seus
olhos brilhando.
— Eu não sabia que tinham anime onde dois garotos se
apaixonam.
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Elizabeth se animou.
— Não machuca que eles sejam tão bonitos.
Noah corou e se virou para Anne.
— Você pode recomendar mais alguns?
Anne assentiu animadamente.
— Claro.
Noah suspirou, um olhar sonhador no rosto.
— Pena que não se vê esse tipo de coisa na vida real.
Jaxon bateu com o ombro no ombro do amigo.
— E quanto ao Sydney e o Justice?
Noah pensou por um momento.
— Eles são a exceção.
Meryn olhou para seu escudeiro, um olhar travesso no
rosto.
— E quanto ao Kendrick e o Ryuu?
Rheia cuspiu o chá que tinha acabado de bebericar.
Amelia ofereceu-lhe um pano de prato e olhou para Meryn.
— Você não pode continuar fazendo isso com a Rheia, —
ela disse severamente.
Meryn olhou para a amiga.
— Desculpe, Rheia. — Instantaneamente, sua atenção
voltou-se para seu escudeiro. —Então?
Ryuu nem piscou. Ele continuou a servir o chá.
— Um homem ou mulher teria muita sorte em ficar com o
Heika.
Meryn esfregou as mãos.
— Parece promissor. Kendrick ofereceu mesmo favores
sexuais em troca de café.
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Noah estava de olhos arregalados e olhou para o escudeiro.
— Eles seriam um casal incrível.
Elizabeth tomou um gole de chá.
— Talvez tenha razão, Meryn.
Anne aceitou sua xícara de chá de Ryuu. Seus olhos
encontraram os dela e ele deu uma piscadela. Anne se virou,
suas bochechas em chamas. Era evidente para os outros como
ela se sentia? Que a menção de Kendrick com mais alguém era
o suficiente para fazê-la se sentir mal? Ryuu colocou a mão em
seu ombro brevemente antes de voltar para o carrinho de chá
para voltar a servir.
Ela pensou em Kendrick e no sonho que teve na noite
anterior. Foi essa a razão pela qual ele se juntou aos homens
hoje? Para que pudesse perguntar ao Darian sobre seu sonho?
Ela bebeu seu chá verde sem açúcar e esperou que Kendrick
encontrasse uma resposta, de um jeito ou de outro.
*****
Kendrick sentiu um calafrio percorrer sua espinha. Ele
parou no meio do caminho e estremeceu.
Darian lhe olhou engraçado de onde estava fazendo
abdominais invertidos.
— Você está bem?
Kendrick esfregou os braços.
— Alguém deve estar falando sobre mim. — Ele caminhou
até Darian e encostou-se à máquina de musculação.
— Eu vi mesmo você falando com o meu irmão agora há
pouco? — Darian perguntou.
— Sim, eu precisava pedir um favor a ele.
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Darian se sentou e saiu do banco de um pulo.
— Mas não foi por isso que você se juntou a nós hoje, foi?
Kendrick olhou para a casa.
— Não, eu preciso falar com você sobre algo.
— Claro. O que tem em mente?
— O Keelan, — Kendrick disse imediatamente.
Darian exalou devagar.
— O que posso te dizer?
— Ele disse alguma coisa sobre a Anne?
Os olhos de Darian se estreitaram.
— Como assim?
Kendrick olhou para Darian, dando-lhe todo o peso de seu
olhar.
— O Keelan disse alguma coisa sobre eles serem
companheiros?
Darian passou a mão pelos cabelos.
— Talvez. — Ele olhou em volta para ver se alguém estava
ouvindo. — Logo antes dele... do que aconteceu, Keelan
confessou para mim que não se sentia atraído pela Anne de
forma alguma.
O coração de Kendrick começou a bater contra o peito.
— O que você disse para ele?
— Eu perguntei se ele tinha tentado se sentir atraído por
ela, ele disse que sim, é claro, mas não havia nada entre eles.
Ele disse que eles se davam muito bem, mas ele não se sentia
atraído por ela.
Kendrick sacudiu a cabeça.

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— Mas ele sonhava com ela. — Tudo voltava a isso. Se
Keelan tinha tido um sonho de acasalamento com Anne, então
ela não era dele.
Darian assentiu.
— E é uma coisa boa que ele sonhou também; caso
contrário, ela poderia estar morta.
Kendrick agarrou a parte superior dos braços de Darian e
o sacudiu.
— O que você quer dizer?
Darian deu um passo atrás para se desvencilhar do aperto
de Kendrick.
— Acalme-se; ela está ilesa. Keelan sonhou que havia algo
errado com o carro dela e ela morria quando saía da estrada e
batia em uma árvore. Quando ela levou o carro no mecânico por
insistência dele, eles descobriram que havia algo errado com os
freios.
Kendrick olhou para o grande fae.
— Deuses! — ele sussurrou asperamente. — Não eram
sonhos de acasalamento absolutamente; ele estava tendo
premonições para mantê-la segura.
Darian piscou e então piscou novamente.
— Sabe, eu acho que você pode estar certo. O sonho que
ele teve sobre o carro dela não foi a primeira premonição que ele
teve sobre a Anne.
— Ele tinha sonhado com ela antes?
Darian assentiu.
— Embora eu não ache que ele se lembrasse. A única
razão pela qual me lembrei foi por causa do que Anne nos
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contou quando a conhecemos. Ela se lembrou da primeira vez
que conheceu o Aiden. Ele a salvou de ser sequestrada, mas
não teríamos estado na cidade naquele dia se não fosse pela
insistência do Keelan de que tínhamos que ir lá. — Darian
franziu a testa. — Mas por que Anne? Por que Keelan estava
tendo tantas premonições sobre a Anne se ela não era sua
companheira?
A pergunta de Darian fez Kendrick se abalar porque a
resposta era muito injusta para ser verdade.
— Porque ele estava protegendo a companheira do irmão,
— ele sussurrou, olhando para o chão. Ao redor dele, o dia
seguia como sempre, mas Kendrick estava preso nesse
momento de descoberta.
Ele ouviu Darian inalar bruscamente.
— Oh, Deuses, ela é a sua companheira!
Kendrick olhou para cima e riu duramente da expressão
de Darian.
— Você não entende.
Darian deu um passo à frente e colocou a mão em seu
ombro.
— Fale comigo, Kendrick; seus olhos estão brilhando na
cor prata. Eu não sou um bruxo, mas sei que isso não pode ser
bom.
Kendrick puxou todas as emoções para seu núcleo. Ele
respirou fundo e começou a canalizar a raiva e o desespero
através de suas pernas para o chão. Somente quando o desejo
de destruir tudo ao seu redor diminuiu, ele abriu os olhos para
olhar para o amigo de seu irmão.
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— Duzentos anos atrás, eu tive uma premonição de que
Keelan morreria como um membro da Unidade Alfa. Quando ele
me disse que se ofereceu para vir para Lycaonia, eu o proibi de
vir. Pela primeira vez na vida ele me desafiou. Ele disse que
tinha suas próprias razões para vir à Lycaonia, sempre acreditei
que ele colocara o bem-estar de seus colegas guerreiros acima
de mim como seu irmão e eu fiquei com raiva. Eu não entendi
até essa manhã o quanto vocês se importam uns com os outros.
E se a Destino teve que usar o Keelan para salvar a minha
companheira porque eu não poderia sair de Storm Keep? E se a
culpa for minha que ele se feriu?
Kendrick olhou para os pés do fae, incapaz de arriscar o
olhar de condenação que ele tinha certeza que havia nos olhos
de Darian.
— Kendrick?
Kendrick olhou para cima a tempo de ver um grande
punho voando em direção à sua cabeça. Quando o soco o
atingiu, ele voou para trás e acabou olhando para o céu. Darian
foi até onde ele estava deitado e se inclinou sobre ele.
— Se sentindo melhor?
Kendrick piscou. Sua mandíbula o estava matando, mas
sua cabeça estava clara.
— Sim, na verdade, estou me sentindo muito melhor,
obrigado. Me dá uma mão?
Darian se abaixou e puxou Kendrick para cima.
— Você sabe que a única razão pela qual você não está
enterrado até o pescoço é porque eu realmente precisava de
alguém para me colocar no meu lugar?
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Darian assentiu.
— É o que os irmãos fazem um pelo outro.
Kendrick parou de limpar as roupas e olhou para cima.
— Irmãos?
— É assim que isso funciona, Kendrick. — Darian acenou
com o braço e apontou para onde os membros da unidade
estavam rindo, provocando e batendo muito uns nos outros de
forma bem humorada. — A Meryn estava certa; somos uma
família e a família cuida um do outro. Acho que você ficou
sozinho por muito tempo, meu amigo.
Kendrick não sabia o que dizer.
— Então somos irmãos e amigos?
Darian riu.
— Você deixaria qualquer outro trouxa escapar impune
por te socar para colocar um pouco de bom senso na sua
cabeça?
Kendrick sorriu com tristeza.
— Eu posso dizer honestamente que isso nunca aconteceu
antes. Normalmente, eu sou aquele que dá o soco.
Darian se inclinou contra o banco.
— Em circunstâncias normais, você é provavelmente o
mais adequado para lidar com esses tipos de situações. Mas
isso é sobre o Keelan e a Anne, então você não está realmente
pensando claramente. No entanto, estou descobrindo que não
pensar claramente é a norma quando se lida com
companheiras. — Os olhos de Darian se voltaram brevemente
para a casa. — Elas te deixam louco. Elas não escutam; o

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pensamento delas machucadas faz você querer matar, mas a
vida sem elas não seria uma vida de jeito nenhum.
— Eu só tive Keelan por tanto tempo. Eu poderia me
acostumar a ter mais irmãos, — Kendrick admitiu.
O olhar de Darian ficou diabólico.
— Então, como irmão, você poderia me fazer um favor?
Kendrick sorriu.
— Depende, o que você tem em mente?
Darian apontou para o pátio de treinamento onde um
guerreiro de cabelos brancos brigava com sua unidade.
— Aquele é o Sascha. Ele e Keelan iam e vinham com
pegadinhas. O Sascha gostava de pintar o Keelan de roxo e o
Keelan gostava de eletrocutar o Sascha. Talvez devêssemos dar
um choque nele pelo Keelan.
— Eu gosto do jeito que você pensa. Que tal isso? —
Kendrick levantou sua mão de porder e girou o dedo no ar. O ar
ao redor de Sascha começou a se mover, pegando pedras e
sujeira. Sascha olhou em volta descontroladamente e viu
Kendrick e Darian rindo.
— Isso não é engraçado, babacas! — Sascha foi caminhar
pela brisa aparentemente inofensiva e parou quando uma faísca
voou. — Ei!
Os homens estavam rindo ruidosamente enquanto se
aproximavam de Sascha.
— Ouvi dizer que você gostava de fazer pegadinhas com o
meu irmãozinho, então decidi me juntar à diversão para você
não sentir muita falta dele.

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Sascha rosnou enquanto o ar se acalmava. Hesitando, ele
testou a área ao redor e deu um suspiro de alívio quando não
levou choque novamente.
— Ha, ha, muito engraçado. No entanto, eu realmente
sinto saudades do Keelan, o garotinho sempre revidava na
mesma medida. — Ele olhou bravo para o Kendrick. — Sem
choques mais, já estou sendo eletrocutado o suficientemente na
patrulha; o maldito perímetro me pega toda vez. — Os homens
riram da má sorte de Sascha.
Kendrick riu.
— Eu adicionarei isso à minha lista de coisas para
investigar sobre o perímetro. — Ele se virou e apertou a mão de
Darian. — Obrigado novamente. Eu sei o que tenho que fazer
agora. — Ele olhou de volta para a casa. — Você pode cuidar
deles enquanto eu estiver fora? — Kendrick olhou em volta e viu
um Basil de aparência tímida parado à margem. Ele acenou
para o jovem se aproximar.
Darian soltou a mão dele e assentiu.
— Claro, para onde você vai?
— Para a cidade, há alguns recados que preciso enviar.
Volto em cerca de uma hora mais ou menos. Ah, e diga ao Aiden
que usarei o Basil como aprendiz por um tempo. Esqueci de
mencionar isso no café da manhã. — Ele se virou para Basil. —
Você vem comigo. Vamos às lojas de suprimentos mágicos da
cidade para pegar o que é necessário para você realizar seus
próprios experimentos.
Basil o olhou.
— Minha carteira está no quartel.
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Kendrick levantou uma sobrancelha.
— Que tipo de mestre eu seria se não desse ao meu
aprendiz o básico que ele precisa para aprender?
Basil sorriu largamente para ele e, naquele momento,
lembrou-o tanto de Keelan que seu coração doeu. Ele pigarreou
e colocou a mão no ombro do jovem bruxo.
Darian acenou para eles e olhou em volta, franzindo a
testa.
— Espere. Onde está o seu carro?
Kendrick sorriu.
— Quem disse alguma coisa sobre dirigir?
Kendrick respirou fundo e começou a se mover. A cada
passo que davam, sua magia condensava longas distâncias em
distâncias curtas e gerenciáveis. Para Darian e os outros, ele e
Basil teriam simplesmente desaparecido. Ele iria até a cidade
para se encontrar com alguns dos moradores, pegar
suprimentos para o Basil e então ele voltaria para a propriedade
Alfa para reivindicar sua companheira.

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Capítulo 8

Era final de tarde, quase noite. Depois que Anne trocou a


bolsa de intravenosa do Keelan, eles mudaram da história de
Tezuka para outro anime quando ela disse que queria assistir o
resto com Kendrick. Ela estava prestes a pressionar iniciar e
começar uma nova série quando ouviram as portas do carro
batendo do lado de fora. Elizabeth se levantou e puxou a cortina
de lado.
— Deuses acima, são os membros do comité. — Ela se
virou para encarar Meryn. —Lembre-se do que falamos. Você é
um tímida muda.
Meryn cruzou os braços sobre o peito e fez beicinho.
— Você não está sendo legal.
Elizabeth foi até o espelho e ajeitou o cabelo.
— Eu não tenho que ser legal; sou sua Yoda. Você não está
nem perto de pronta para se envolver com esses tubarões, talvez
em mais alguns anos, mas não agora.

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Meryn se sentou ereta.
— Eu não vejo qual é o grande problema.
Elizabeth se virou.
— Porque você não será capaz de conquistá-los sendo
direta e engraçada. Eles só respeitam uma coisa e é o poder.
Francamente, você não construiu uma reputação suficiente
para eles te levarem a sério. Esses homens estavam vivos antes
das cidades-pilares, Meryn; eles vivem e respiram etiqueta e
conduta. Por favor, só desta vez, me escute nisso, — Elizabeth
implorou.
Meryn suspirou e assentiu. Ela pressionou o polegar e o
indicador e os passou pelos lábios.
— Eu ficarei muda.
Anne trocou olhares com Rheia, que parecia igualmente
nervosa. Anne se virou para Elizabeth.
— O que fazemos?
Elizabeth sorriu.
— Se perguntado, apenas se apresentem. Seja breve e
educada, Amelia ou eu faremos a maior parte da conversa.
Amelia se levantou e endireitou o suéter.
— Eu estou acostumada com esses tipos de homens. Eu
me apresento o tempo todo pelo Caiden em casa para reuniões
do conselho. Eu posso ter alguma influência, já que sou uma
Ironwood e posso traçar minha linha genealógica até o palácio
real.
Houve uma batida na porta e Ryuu entrou em cena. Anne
podia ver que ele não parecia feliz.

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— Senhoras, vocês têm visitantes na sala da frente. —
Penny e sua avó entraram. Haviam sido deslocadas pelos
visitantes.
Elizabeth se virou para Noah e Jaxon.
— Vocês dois ficam aqui, eu não acho que estão aqui para
questioná-los. — Tanto Noah quanto Jaxon pareciam aliviados.
Ela se virou para a sala. — Venham, senhoras, não vamos
deixá-los esperando.
Rheia beijou Penny na bochecha e bagunçou seus cabelos.
— Eles podem morrer de velhice no que me diz respeito, —
Meryn murmurou.
Elizabeth lançou-lhe um olhar sujo. Meryn revirou os
olhos, respirou fundo e bem na frente de Anne, era como se ela
se transformasse. A mulher excêntrica e vibrante se foi e em seu
lugar havia uma criatura de olhos arregalados e assustados.
Elizabeth deu um tapinha na cabeça de Meryn.
— Boa menina. — Meryn segurou a bainha do suéter de
Elizabeth e elas saíram da sala.
— Assustador, — Amelia e Anne disseram ao mesmo
tempo.
Rheia sacudiu a cabeça.
— Eu acho que essa transformação vai me dar mais
pesadelos do que os ferals.
Elas saíram do comando central e se dirigiram para a sala
da frente. Ryuu tinha trazido mais assentos para acomodar
tantas pessoas. Além do conselho de sete homens, havia
também os três membros do conselho de Lycaonia sentados
diante deles. Os homens se levantaram quando elas entraram
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na sala. Havia apenas lugares vazios suficientes para as cinco
mulheres se sentarem. Anne olhou ao redor da sala, tentando
achar o Kendrick. Darian deu um passo para frente de onde
estava parado ao lado da parede com os outros membros da
Unidade Alfa e Gama e se inclinou até o ouvido dela.
— Ele teve que ir para a cidade para fazer algumas coisas;
ele deve voltar a qualquer momento.
Anne assentiu e se virou para encarar os homens
imponentes à sua frente. À esquerda, uma versão mais velha de
Aiden lhes sorriu. Ao lado dele, um homem loiro e fae assentia
encorajadoramente. Elizabeth e Meryn sorriram de volta para
ele. Ao lado dele havia um homem de vestes verde-esmeralda.
Havia uma pequena mesa de café entre os três e os sete
membros do comitê. O homem de cabelos escuros e aparência
oleosa fez uma reverência e permaneceu de pé quando os outros
homens sentaram-se novamente.
— Senhoras, obrigado por se juntarem a nós. Permitam-
me apresentar todo mundo. À minha extrema direita, o
representante shifter de Lycaonia, Ancião Byron McKenzie.
Depois temos o representante fae de Lycaonia, o Ancião Celyn
Vi'Ailean e então nosso estimado representante bruxo de
Lycaonia, Ancião Rowan Airgead. — Ele apontou para o peito. —
Eu sou Daggart Hemlock, um representante de Storm Keep e
chefe do recém-formado Comitê. À minha esquerda está meu
colega, Adalwin Dulse, outro representante de Storm Keep.
Anne achou que os dois homens tinham aparência de
pertencer a uma masmorra como torturadores. Ela não
conseguia afastar a sensação de que eles não estavam tramando
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nada de bom. Adalwin parecia que estava acordado há dias.
Desde que foi apresentada aos paranormais, ela nunca tinha
visto nenhum deles parecendo tão cansados e abatidos. Ele
parecia que deveria estar na cama, não no exterior causando
problemas.
— Do outro lado do Adalwin estão os representantes fae de
Éire Danu, Brion Li'Aereil e Varis Vi'Eilendis.
Anne notou que o Ancião Celyn estremeceu com o nome de
Varis, o que a fez gostar ainda menos de Varis. Se Elizabeth e
Meryn gostavam do Ancião Vi'Ailean, então ela confiaria em sua
opinião e a julgar pela maneira como ele olhava para Varis,
havia hostilidade entre eles. Dos dois fae apresentados, Varis
era o mais arrogante. Brion se contraiu nervosamente e
continuou olhando ao redor da sala.
— Ao lado de Brion, temos nossos representantes
vampiros, Edmond Devan e Jourdain Régis, — Daggart
continuou.
Anne pensou que Edmond parecia com todas as versões de
vampiros que ela já tinha visto na televisão. Ele não era bonito
como Gavriel; ele era muito comum, do cabelo escuro
estereotipado à roupa estilo vitoriano. Jourdain, por outro lado,
era bonito e sabia disso. Seu lábio parecia estar preso à ponta
do nariz em um sorriso de escárnio permanente. Anne
instantaneamente o odiou.
— E por último, mas certamente não menos importante,
nosso representante de Lycaonia, Réne Evreux. — Daggart
sentou-se assim que concluiu as apresentações.

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Anne pensou que Réne parecia mal-humorado, como se
quisesse estar em qualquer lugar menos ali. Se ela não
soubesse da verdade, teria dito que ele parecia zangado com os
outros membros do comitê.
Anne olhou quando Elizabeth se levantou com elegância.
— Obrigada por uma introdução tão completa. Permitam-
me fazer o mesmo. Eu sou Elizabeth Monroe. Meu tio é Magnus
Rioux de Noctem Falls e estou acasalada com Gavriel
Ambrosios. À minha direita, temos Meryn McKenzie, a
companheira do nosso respeitado Comandante da Unidade e
futuro Ancião, Aiden McKenzie. Em seguida, temos Rheia
Bradley, uma médica muito respeitada e companheira de Colton
Albright. Ao lado dela, temos Amelia Ironwood, filha do Ancião
Ironwood de Storm Keep e companheira de Darian Vi'Alina. E
esta é a nossa mais nova membro da família, Anne Bennett. Ela
acaba de completar uma árdua educação para se tornar uma
enfermeira e está cuidando de Keelan Ashwood, o guerreiro que
sacrificou a vida para que a Unidade Alfa pudesse viver. —
Elizabeth sentou-se e pegou a mão de Meryn em um gesto de
apoio.
Os homens acenaram para as mulheres quando foram
apresentadas. Principalmente, todos os olhos estavam em
Meryn, mas Anne notou que o vampiro Jourdain olhava para
Elizabeth.
— Agora que nos conhecemos, vamos passar para os
tópicos em questão... — começou Daggart.
— Você não quer dizer alegações? — Elizabeth
interrompeu.
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Daggart lhe sorriu.
— Alegação é uma palavra tão dura. — Ele lhe sorriu de
uma maneira condescendente. Anne lutou contra o desejo de
bater nele.
— Então você simplesmente deseja discutir certos tópicos,
sem intenção de que alguma ação ocorra após o fato? —
Elizabeth perguntou.
Daggart sacudiu a cabeça.
— Houve algumas decisões extremamente imprudentes
feitas por algumas de vocês, senhoras, que resultaram em
danos à propriedade pública.
Elizabeth levantou uma sobrancelha.
— Eu discordo. Tudo o que foi feito foi em resposta a
circunstâncias incomuns e terríveis. Eu não posso acreditar que
o Comitê iria valorizar a propriedade acima das vidas de nosso
povo.
Adalwin sacudiu a cabeça.
— Se as coisas tivessem sido feitas do jeito que sempre
fizemos, não teríamos nenhum dano.
Elizabeth sorriu docemente.
— Nesse caso, você pode, por favor, ir até os super ferals...
— Ceifadores, — Meryn sussurrou.
Elizabeth olhou para Meryn e continuou:
— Por favor, vá até os ceifadores e convença-os a voltar de
onde vieram e parar de matar pessoas. Dessa forma, podemos
voltar a fazer as coisas do jeito que sempre fizemos.
O rosto de Adalwin ficou vermelho com a resposta dela.

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— Não precisamos dela introduzindo tecnologia humana;
não é necessário, — Edmond protestou.
Para surpresa de Anne, foi um homem de cabelos brancos
encostado na parede que respondeu.
— Eu sou Sascha Baberiov, líder da Unidade Gama. Nós...
— ele apontou para o resto dos guerreiros — as unidades
discordam. Desde a introdução da tecnologia atualizada,
conseguimos salvar vidas sem perder guerreiros. Eu sei de
vários casos em que Noah e Jaxon foram capazes de direcionar
as unidades para longe de bolsões de ferals na última batalha
usando as câmeras de vigilância da cidade. Eles foram capazes
de evitar ficarem em desvantagem numérica e foram capazes de
escoltar civis para a segurança.
— Quem diabos são Noah e Jaxon? — Edmond exigiu.
Elizabeth sorriu.
— Noah Calloway e Jaxon Darrow são os primeiros alunos
no programa de aprendizagem de tecnologia da Meryn. Como o
líder da Unidade Gama apontou, já é um enorme sucesso.
Daggart apontou para Elizabeth.
— Isso me leva ao próximo ponto. Temos métodos de
ensinar nossos jovens para que eles possam ser monitorados de
perto. Como você explica seu guerreiro bruxo fora de controle
que lançou o feitiço de perímetro?
Aiden deu um passo à frente e Anne podia perceber que
estava sendo necessário cada parte de sua força de vontade
para ele não gritar com os acusadores membros do comitê.
— Como relatado anteriormente, nenhum membro da
unidade é responsável por lançar o feitiço que criou o perímetro.
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Elizabeth recostou-se na cadeira, parecendo presunçosa.
— Talvez você deva reavaliar seus métodos de ensino,
representante bruxo de Storm Keep. Parece que um de seus
bruxos foi impertinente.
Anne podia ouvir a madeira quebrar sob as mãos de
Daggart enquanto ele agarrava os braços da cadeira.
— Nossos métodos são perfeitamente sólidos.
Jourdain travou o olhar com o de Elizabeth até que ela
estremeceu e desviou o olhar. Gavriel chegou atrás dela em um
instante, seus olhos brilhavam em vermelho quando ele silvou
para o outro vampiro.
Jourdain sorriu ironicamente e espalmou as mãos.
— Perdoe-me, mas não vejo Bethy há algum tempo; velhos
hábitos são difíceis de morrer.
Elizabeth segurou a mão de Gavriel com tanta força que
Anne podia ver seus nós dos dedos ficando brancos.
— Estou bem. — Ela respirou fundo e endireitou-se mais.
— Se vocês, cavalheiros, não tem nada mais substancial para
discutir, francamente, eu acho suas alegações infundadas e
insultantes. — Sua voz continha uma asperidade que não
estava lá antes do olhar de Jourdain.
Jourdain a olhou.
— Estamos apenas começando. Nós nem discutimos como
a Unidade Alfa deixou um de seus guerreiros ser comprometido
e cair nas mãos do inimigo.
Anne sentiu-o antes mesmo de ele entrar na sala. Ela se
virou para a porta para ver Aiden e Colton se separando para
permitir que Kendrick entrasse. Os membros do comitê se
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voltaram para o novo chegado. Daggart e Adalwin estavam
olhando com a boca aberta para Kendrick. De repente, a sala
pareceu menor, como se não pudesse conter a própria presença
de Kendrick.
— Eu não vou permitir que você transforme meu irmão em
um trampolim político. — Sua voz profunda ressoou pela sala.
Jourdain voltou-se para Elizabeth, ignorando a entrada de
Kendrick.
— Você pode ter uma resposta bonita para nossas
razoáveis preocupações, mas você não pode negar que... essa
humana é incapaz de liderar nossas unidades. — Seu longo
dedo apontou diretamente para Meryn.
Byron ficou de pé, rosnando baixinho.
— Primeiro, tenha muito cuidado com a maneira como se
dirige à minha filha, Jourdain. Segundo, eu sigo a liderança
dela, assim como os homens. Você está tentando nos dizer que,
com nossos milhares de anos de treinamento combinados, não
sabemos o que nós estamos fazendo?
Jourdain franziu o cenho.
— Claro que não.
Kendrick andou por trás das cadeiras dos membros do
comitê lentamente, fazendo com que cada um deles
estremecesse. Ele parou no final da fila.
— Eu acredito que ela está indo excepcionalmente bem.
Daggart olhou para cima, seus olhos sombrios.
— E por que a opinião de um arquivista que ainda não
recebeu um nível de Domínio é importante para alguém?
Kendrick assentiu enquanto sorria.
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— Você está absolutamente certo, eu sou apenas um pobre
escriba da Cidade Baixa.
Daggart sorriu com a admissão de Kendrick.
— No entanto, Lady Fairfax não é, e nem muitos de seus
outros amigos de alto berço, ou muitos dos cidadãos de
Lycaonia com quem falei hoje. — Kendrick continuou andando
até estar atrás das cadeiras das mulheres. — Sabe, eles confiam
em Meryn implicitamente. Porque, quando importou, essa
mulher humana grávida pegou em armas e protegeu não apenas
os guerreiros da unidade de seu companheiro, mas também as
pessoas da cidade. Ao contrário de certos anciãos que aparecem
após o fato, apontando dedos.
Daggart levantou a mão para interromper, mas Kendrick
continuou, ignorando-o:
— Eles a amam tanto que, na verdade, o editor do Arauto
de Lycaonia — um velho amigo meu, por sinal — vai fazer um
artigo de várias páginas sobre a Meryn e como ela está
mudando a vida do povo de Lycaonia para melhor. O artigo
será, é claro, distribuído para as outras três cidades-pilares,
onde o interesse pelos programas de tecnologia da Meryn está
crescendo a cada dia.
Brion falou:
— E as acusações de ter um líder de unidade atuando
como Ancião para ganhar ainda mais influência?
Kendrick parou no meio do caminho e encarou o fae.
— Há acusações agora?
Brion ficou vermelho.
— Eu falei mal. Temos preocupações a respeito.
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Kendrick deu de ombros preguiçosamente. Anne teve que
virar a cabeça. Ela estava começando a entender sua linguagem
corporal. Sempre que Kendrick fazia parecer que não se
importava, era quando estava mais agitado.
— Esse tipo de coisa acontece de vez em quando, não é?
Especialmente com assentos hereditários. Caiden fez um
trabalho tão incrível realizando ambos os papéis nos últimos
trinta anos que ninguém notou até muito recentemente que ele
estava fazendo ambos.
Elizabeth deixou escapar uma risadinha e tossiu como se
estivesse tentando encobrir seu deslize. Mas Anne estava
aprendendo; Elizabeth nunca fazia nada sem razão. A mulher
queria que os homens soubessem que sua preocupação era um
assunto risível.
Daggart olhou para Kendrick, sua personalidade afável
desaparecendo.
— Isso não muda o fato de que o Comandante da Unidade,
Aiden McKenzie, não só saiu da cidade enquanto esta estava
sob ataque, mas também levou unidades valiosas com ele.
Kendrick levantou a mão para Aiden, que havia dado um
passo para frente rosnando. Aiden assentiu e deu um passo
para trás encarando Daggart. Kendrick olhou para o
representante bruxo.
— Isso é muito verdadeiro, mas não é como se ele tivesse
deixado a cidade indefesa. Tudo o que ouvi hoje das pessoas foi
o quão seguras elas se sentiram depois de verem muitos de seus
vizinhos se destacarem durante a batalha como guerreiros
inativos ou aposentados. Cito uma comerciante: "É como se
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houvesse um guerreiro em cada esquina nos mantendo
seguros". Ela não parecia chateada de forma alguma.
Kendrick andou até estar atrás da cadeira de Amelia. Ele
colocou a mão em seu ombro.
— Não nos esqueçamos de que a pessoa que eles foram
salvar está bem à sua frente. E que, saindo da cidade e
salvando sua vida, a Unidade Alfa não apenas aprendeu mais
sobre as intenções do inimigo, mas foi capaz de destruir uma de
suas instalações. — O olhar duro de Kendrick prendeu os
membros do comitê em suas cadeiras. Alguns desviaram o
olhar, envergonhados. Eles tinham esquecido que Amelia era a
pessoa que foi sequestrada.
Adalwin quebrou o silêncio que se seguiu:
— E os danos? — ele perguntou fracamente.
Kendrick sorriu.
— Eu pensei que você nunca perguntaria. — Ele olhou
para Oron, que assentiu de onde estava contra a parede com
Sascha. — A própria Rainha Aleksandra presenteou a cidade de
Lycaonia com os serviços de seus melhores artesãos fae para
limpar e reconstruir a praça como um presente pessoal para
Meryn.
Daggart ofegou.
— Impossível! Leva semanas para conseguir uma
audiência com a rainha!
Oron deu um passo à frente, sorrindo.
— Não quando se é próximo do trono. — Ele se virou para
Meryn. — A rainha está muito animada para ver outra mulher

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em uma posição de autoridade, e diz que mal pode esperar por
uma visita sua.
O queixo de Daggart caiu quando Meryn fez um sinal de
positivo para Oron.
Elizabeth se virou para os homens.
— Cavalheiros, vocês tinham outras preocupações para
resolvermos? — ela perguntou docemente.
Daggart estava prestes a responder quando foi
interrompido por um leve som de zumbido; todos olharam ao
redor para tentar localizar a fonte do ruído. Com tristeza, Aiden
tirou o celular do bolso.
— Aiden aqui. O quê? Quantos? Posição? Eles o quê?
Entendido. Vou ligar de volta com ordens.
Os homens mais próximos de Aiden que ouviram os dois
lados da conversa, pareciam doentes.
Daggart olhou para Aiden.
— Bem?
— Ceifadores e ferals levaram um grande grupo de
refugiados vindo de Jefferson como reféns ao sul daqui. Eles
estão exigindo que nós retiremos o perímetro em troca da vida
dos refugiados.
Todos começaram a falar de uma só vez. Colton levantou
dois dedos e assobiou bruscamente. Aiden lhe sorriu.
— Obrigado. — Ele olhou para Kendrick e depois para o
pai. — Sugestões?
Anne observou quando Byron olhou para Kendrick e
relanceou a Meryn. Kendrick assentiu e foi para trás de Meryn.
— O que você acha que deveríamos fazer, Meryn?
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Meryn olhou para Elizabeth, que assentiu. Anne sorriu;
Meryn estava recebendo a autorização de seu Yoda para falar.
— Quantos ferals? — Meryn perguntou.
Edmond bufou.
— Você não deveria estar perguntando quantos reféns?
Meryn o olhou.
— Não. Eu sei o que queria perguntar.
Daggart se levantou.
— Isso é absurdo! Essa mulher não tem o direito de ser
incluída em decisões importantes.
Aiden olhou para o homem intrometido.
— Ela tem mais direito do que você.
Quando os argumentos começaram, Anne pôde ver a
paciência de Kendrick se esgotando. Ele simplesmente levantou
a mão e soltou um feitiço, fazendo com que todos congelassem.
Tudo ficou instantaneamente quieto. Ele abriu a mão e todos
puderam se mover novamente.
— Deixe-me tentar esclarecer essa questão para vocês,
cavalheiros, de uma vez por todas. Então podemos nos
concentrar nos reféns que precisam de nós. — Ele se moveu
para o meio da fileira.
— Amelia representa uma mulher normal, ela é calorosa,
carinhosa e inteligente. Todas qualidades maravilhosas e, tanto
quanto amo minha afilhada, por causa dessas qualidades, eu
nunca a colocaria na posição de tomar uma decisão tão difícil. A
Meryn por outro lado, é... diferente. Ela pensa do mesmo jeito
que eu, do jeito que um líder treinado pensaria, e eu confio nela
implicitamente para fazer escolhas difíceis por causa disso.
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Adalwin parecia confuso.
— Como você pode nos mostrar isso?
Kendrick levantou um dedo.
— Amelia, Meryn, vou descrever uma situação de
emergência. Vocês poderão me fazer uma pergunta antes de
decidir seu curso de ação; entretanto, assim que ouvir minha
resposta, devem responder imediatamente.
Ambas as mulheres assentiram.
— Você é o capitão de um navio que está afundando. Por
causa do argumento, vamos apenas dizer que há apenas uma
maneira de salvar o navio. Você tem que selar os níveis mais
baixos. No entanto, há cinquenta pessoas lá embaixo que, não
importa o que você faça, não serão capazes de chegar aos níveis
superiores a tempo de serem salvos. Qual é a sua pergunta?
Amelia?
Amelia engoliu em seco.
— Há quantas crianças?
— Vinte e cinco. Metade dos passageiros presos são
crianças. Sua resposta? — Kendrick perguntou bruscamente.
Amelia se encolheu.
— Eu tentaria salvá-los.
Kendrick olhou para os homens ao redor da sala; quase
todos estavam concordando. Ele se virou para Meryn:
— Sua pergunta?
Meryn deu de ombros.
— Há quantas pessoas no barco?
— Três mil. Sua resposta?
Meryn respondeu instantaneamente:
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— Eu selaria os níveis mais baixos.
A sala ficou em silêncio.
— Como podem ver, cavalheiros, Meryn sabia que
pergunta fazer e escolheu o melhor curso de ação.
Kendrick se virou para Aiden.
— Eu acredito que ela perguntou quantos ferals havia.
Aiden assentiu.
— Épsilon relatou de trinta a cinquenta ferals e
aproximadamente cem reféns.
— Eles estão dispostos a aceitar qualquer outra coisa? —
Adalwin sugeriu.
Aiden pegou seu telefone e discou.
— Ei, Papai Noel, você pode avisar os bastardos que não
podemos retirar o perímetro, pergunta se eles se contentariam
com outra coisa em troca.
Todos esperaram em silêncio enquanto o líder da Épsilon
se comunicava com os ferals.
Aiden assentiu.
— Ok, aguarde. Vou ligar de volta. — Ele colocou o celular
de volta no bolso. — Santiago disse que o líder ceifador está
disposto a aceitar nossos colares em troca.
Rowan se levantou e inclinou a cabeça para Aiden.
— Pessoalmente, não acho que seria uma perda retirar o
perímetro. Eu tenho plena fé em nossos guerreiros da unidade,
eles nos protegeram por séculos sem um perímetro e eu sinto
que eles podem continuar protegendo. Mas, já que não sabemos
quem fez o perímetro, ser capaz de retirá-lo conforme solicitado
está fora de questão.
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— Parece que os colares são a nossa única escolha, —
confirmou Réne.
Rowan sacudiu a cabeça.
— Infelizmente, alguém já os deu ao Kendrick aqui para
estudar. — Réne fez uma careta para Rowan, que o ignorou.
Rowan se virou para Kendrick.
— Bem, filho, você acha que pode desistir de seus testes
para salvar a vida do nosso povo?
Anne observou quando Kendrick olhou para Réne. Um
olhar estranho apareceu em seu rosto e desapareceu com a
mesma rapidez. Ele balançou a cabeça com a pergunta de
Rowan e se virou para Meryn.
— Bem?
Meryn o olhou.
— Talvez eu seja humana; talvez eu seja jovem demais e
americana demais, mas em uma situação como esta, eu me
recuso a negociar com terroristas. Eu enviaria todas as
unidades que temos e quaisquer voluntários para exterminar
essa ameaça. Se começarmos a ceder a eles agora, estaremos
nos abrindo para mais situações com reféns no futuro.
Anne olhou para Aiden e Byron, que já estavam em seus
celulares. Aiden estava coordenando as unidades para se
encontrarem na propriedade Alfa e Byron estava ligando para os
guerreiros mais velhos para ver se algum deles se ofereceria
para ajudar.
Rheia se levantou e caminhou até Anne, um celular no
ouvido também.

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— Adam, temos uma situação em que poderíamos estar
enfrentando muitas baixas. Traga qualquer coisa que não esteja
pregada para a propriedade Alfa. Ah, a propósito, temos outra
enfermeira agora. — Ela fez uma pausa. — Eu não quero ouvi-lo
reclamando sobre não ter nenhum suprimento após a última
batalha. Eu não me importo se você tem que cagar bandagens,
venha aqui já.
Os membros do comitê estavam olhando para Rheia em
choque. Rheia nem sequer lhes olhou duas vezes.
— Anne, você vem comigo. Vamos montar a triagem no
gramado da frente. Normalmente, eu mandaria todos para a
clínica, mas estamos mais perto. — Rheia saiu da sala gritando
pelo Ryuu. Ryuu apareceu e ela começou a lhe dar uma lista de
bebidas quentes e cobertores que ela precisaria para ajudar a
tratar vítimas de choque.
Elizabeth estava ao telefone com o tio, pedindo que ele
enviasse qualquer material médico de sobra via portal para a
clínica de Lycaonia, quanto mais cedo melhor.
Anne observou como Amelia coordenou com Kendrick e
Sascha para usar sua magia para nivelar o chão, tornando mais
fácil cuidar dos feridos. Meryn estava em um walkie-talkie de
mão falando com guerreiros da unidade.
— Eu também sinto sua falta, Adonis. Depois que tudo
isso acabar, você tem que passar aqui para conhecer minha
nova pessoinha, câmbio e desligo.
Anne piscou.

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— Quem é Adonis? Parece sexy, — ela brincou. Meryn
sorriu e antes que Anne percebesse, Aiden e Kendrick estavam
indo em sua direção.
Aiden rosnou para Meryn e mordiscou seu pescoço, e
Kendrick fez uma careta para ela.
— Esqueça qualquer Adonis. — Ele olhou pela janela. —
Eu vou sair com os homens para tentar minimizar o número de
baixas, mas será difícil fazer isso no escuro. Eu preciso ser
capaz de ver para lançar feitiços. Infelizmente, minha forma de
luz é fogo, então a menos que queiramos queimar a floresta, vou
confiar nos holofotes dos guerreiros.
Colton deu um tapinha nas costas dele.
— Não é tão fácil quanto pensou, é?
Kendrick sacudiu a cabeça.
— Não, mas farei o que puder para te manter seguro.
Colton não disse nada, apenas deu um tapa nas costas
dele novamente e se aproximou de Aiden.
Anne agarrou o braço dele.
— Você tem que ficar seguro também. — Ela estava
compreendendo que os homens estavam prestes a sair para a
batalha; eles poderiam ser mortos.
Kendrick a olhou e ela ficou confusa com a frustração em
seus olhos. De repente, ele se inclinou e beijou sua testa. Ele
manteve os lábios na pele dela e sussurrou:
— Eu voltarei. Você e eu temos negócios inacabados.
Quando ele se afastou, ela sentiu como se ele tivesse
puxado um pedaço do coração dela para fora de seu peito
consigo.
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— Tenha cuidado! — Ela lhe falou. Ele assentiu e correu
para alcançar os homens que já estavam saindo pela porta.
Rheia se aproximou e colocou o braço ao redor do ombro
de Anne.
— Não fica mais fácil, não importa quantas vezes eu faça
isso. Ajuda ficar ocupada.
Anne assentiu.
— Aponte para onde precisa de mim, doutora.
Rheia sorriu.
— Isso é o que eu queria ouvir.

*****
Anne rapidamente começou a notar que estavam
recebendo mais feridos do que ela e Rheia podiam lidar
sozinhas. Quando mais dois shifters apareceram com
ferimentos de bala, Anne tomou a decisão de enviar todos os
pacientes críticos para a clínica.
Ela correu até um dos guerreiros carregando uma maca.
— Não. Coloque-o em um veículo e envie-o para a clínica.
O homem franziu a testa.
— Mas a Dra. Bradley disse que devíamos trazer todos os
pacientes para cá.
Anne colocou as mãos nos quadris.
— Isso foi antes de percebermos quantos feridos estavam a
caminho. Esse homem precisa de cirurgia; ela não pode ser feita
no gramado frontal.
Rheia correu até eles.
— Ela está absolutamente certa.
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Anne olhou ao redor do gramado.
— Noah!
O loiro se virou para eles e rapidamente correu até ali.
— Do que precisa?
— Siga-me. Pegue uma caneta e papel e marque cada
paciente para a transferência que eu apontar. — Ela se virou
para Rheia. — Você precisa ligar para o médico da clínica e
dizer-lhe para ficar lá e esperar pacientes.
Rheia assentiu e pegou o telefone. Ela estava dando ordens
quando um novo grupo chegou num SUV. Ela finalizou
rapidamente a ligação enquanto as duas se aproximavam
correndo. Os recém-chegados eram duas crianças que tinham
um aperto de morte em Sascha. Ele lidava com eles muito
gentilmente, um empoleirado em cada lado do quadril. Quando
ele viu Rheia e Anne se aproximando, ele praticamente caiu de
alívio.
— Graças aos Deuses! Vocês podem olhar estes dois? Eu
não acho que haja algo de errado, mas são tão pequenos, — ele
se afligiu, olhando preocupado entre os dois.
Quando Rheia estendeu a mão para o garotinho, ele se
virou e enterrou o rosto no peito de Sascha. Sascha olhou para
Rheia, um olhar frenético no rosto.
— Doutora! Nós precisamos de você aqui! — outro
guerreiro gritou. Ele estava montado no corpo de um homem em
uma maca, segurando bandagens encharcadas de sangue.
Rheia imediatamente correu para ajudar.
Anne olhou para Sascha.

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— Eles parecem estar bem. Eu não vejo nenhum osso
quebrado ou feridas abertas. Mantenha-os calmos e aquecidos.
— Ela se virou e correu de volta para onde os feridos estavam
sendo colocados em fileiras.
— Como faço isso? — Sascha gritou.
— Cobertores e chocolate quente! — ela gritou.
Noah alcançou-a e eles rapidamente abriram caminho
através dos feridos. Dos cem reféns, mais de trinta haviam sido
feridos. Quando terminaram de priorizar os cuidados dos
gravemente feridos, Anne e Noah procuraram por Rheia.
O rosto de Rheia parecia comprimido enquanto ela
trabalhava em um paciente crítico demais para o transporte.
Ela parecia em pânico quando pediu itens que precisava apenas
para perceber que não havia ninguém para ajudar. Anne correu
para frente.
— Eu estou aqui, continue.
— Noah! Eu preciso que você e quatro guerreiros peguem
cobertores, lonas, o que puderem e criem uma sala de
operações improvisada. Precisamos da maior cobertura possível!
— Anne gritou.
Noah decolou como uma bala. Anne voltou sua atenção
para Rheia e calmamente entregou-lhe os instrumentos que
precisava para remover a bala profundamente alojada. Ela mal
notou quando o vento parou de jogar seus cabelos em seus
olhos devido aos esforços soberbos de Noah para mantê-los
protegidos.
Anne percorreu a lista de passos em sua mente e estava
determinada a ficar dois passos à frente de Rheia, antecipando
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todas as suas necessidades. Ela nunca ficou tão grata pela
sugestão de seu mentor de se voluntariar como enfermeira de
emergências. No pronto-socorro, era preciso saber um pouco de
tudo. Foi igualmente emocionante e frustrante. Ela estivera
determinada a aprender o máximo possível e estava valendo a
pena.
Uma hora depois, o homem estava estável e a maioria dos
pacientes estava envoltos em cobertores e prontos para ser
enviados para a cidade.
Ela estava lavando as mãos pelo que parecia ser a
milésima vez naquela noite quando Rheia se aproximou.
— Você tem que ser uma das melhores enfermeiras que já
vi. Tem certeza de que não é psíquica?
Anne sorriu e sacudiu a cabeça.
— Não. Eu simplesmente odiava na escola de enfermagem
quando um paciente sofria porque eu não sabia de algo. Então
eu estudei tudo.
— Você é exatamente do que precisamos aqui em
Lycaonia. Eu não acho que poderia ter lidado com isso sozinha.
Você e Noah foram inestimáveis em organizar os pacientes com
os cuidados corretos. Você pensou claramente e se adaptou
bem. Bom trabalho. — Rheia acenou para ela em admiração e a
respiração de Anne ficou presa.
— Obrigada, Dra. Bradley.
— De nada, enfermeira. — Rheia se espreguiçou e esfregou
as costas. — Como você acha que o Sascha foi com as crianças?
Anne sorriu e acenou com a cabeça para a extremidade da
área de tratamento. Sascha tinha espalhado cobertores no chão
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e sentou-se encostado em seu SUV. As duas crianças dormiam
profundamente com as cabeças em seu colo.
Rheia sacudiu a cabeça.
— Grandes molengas, cada um deles.
Anne não pôde deixar de concordar.
— Nós não os quereríamos de outra maneira.
— Eu assino embaixo! — Rheia exclamou e passou o braço
pelo de Anne.
Elas inspecionaram a área juntas, certificando-se de que
todos que precisavam de tratamento o tivessem recebido.

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Capítulo 9

Kendrick sentou-se nos degraus da varanda da frente e


observou as pessoas circularem ao redor. A batalha foi
surpreendentemente curta. Quando os ceifeiros perceberam que
não iam conseguir o que queriam, eles se voltaram contra os
reféns, ferindo muitos e matando cinco antes que os guerreiros
pudessem ficar entre eles e seus atacantes. No final da
escaramuça, Kendrick acabou com mais colares para testes.
Isso é o que Keelan vinha fazendo há duzentos anos?
Como ele fazia isso? Sentindo-se inútil, Kendrick se levantou e
decidiu que tinha que encontrar uma maneira de ajudar. Ele
tinha mais magia do que sabia o que fazer com ela; certamente
poderia realizar algo útil.
Ele estava andando por aí tentando encontrar Anne
quando viu Amelia. Ela estava no meio do pátio de treinamento,
com um olhar vazio no rosto. Ele correu até ela, pegando um

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cobertor de uma pilha próxima no caminho. Ele a envolveu
e a abraçou.
— Shiu, vai ficar tudo bem, Amelia. — Ela começou a
tremer debaixo do cobertor.
Olhando ao redor, ele chamou a atenção de Darian e
acenou para Amelia. Darian quase atropelou as pessoas
em um esforço para chegar ao lado dela.
— O que há de errado com ela? — ele perguntou.
— Vamos levá-la para dentro e para longe dessas
pessoas. Então eu quero olhar a magia dela. — Darian
pegou Amelia nos braços.
Kendrick olhou ao redor e viu Meryn. Ela estava
franzinho o cenho para todos, respirando pesadamente e
atacando verbamente qualquer um que chegasse perto o
bastante. Ele correu e pegou-a no colo.
— Você também vem.
— O que há? Ponha-me no chão! — Meryn gritou.
A cabeça de Aiden girou ao som dos gritos de Meryn.
Ele correu para perto.
— Kendrick, você quer me dizer por que eu não
deveria te matar?
Kendrick apontou com a cabeça para a porta.
— Lá dentro.
Kendrick não esperou por Aiden. Ele correu em
direção à casa onde Ryuu os encontrou na porta, um olhar
aliviado no rosto.
— Graças aos Deuses, eu estava prestes a ir procurá-
la. Como você sabia, Heika?
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Kendrick continuou andando.
— Eu tinha a sensação de que ela estaria chateada. —
Ryuu e Aiden o seguiram até chegarem no escritório de Aiden.
Era a sala mais silenciosa do andar de baixo e onde Darian
escolhera ir com Amelia.
Kendrick colocou Meryn ao lado de Amelia. Ele estendeu
as duas mãos, agarrando Meryn com a esquerda e Amelia com a
direita. Delicadamente, ele enviou sua magia através delas,
procurando. Como ele suspeitava, Meryn tinha um toque de
magia. Ele cuidadosamente encurralou sua magia e a prendeu
atrás das portas mentais que criou. Era fácil para Amelia, ela
tinha sido criada pensando assim e ele tinha feito isso com ela
uma vez antes, mas a magia de Meryn era completamente
selvagem. Ele tomou seu tempo e a persuadiu a entrar atrás da
porta grossa antes de fechá-la para ela.
Ele sentou-se sobre os calcanhares.
— Bem, eu sei de onde vem sua empatia, da Amelia.
Amelia sacudiu a cabeça como se tentasse limpá-la.
— Espere, o que?
Aiden caiu em uma cadeira.
— O que?
Kendrick se moveu para poder encostar as costas na mesa
de café. Estas duas seriam a morte dele. Controlar a empatia
delas fora exaustivo.
— Está tudo bem aqui? Vimos vocês carregando a Meryn e
a Amelia para dentro e ficamos preocupados, — uma voz suave
perguntou.

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Kendrick olhou para cima e sorriu. Anne, Rheia,
Elizabeth e o resto da Unidade Alfa estavam atravessando
a porta.
— Evidentemente, denka tem magia, — Ryuu
respondeu.
— Não, eu não tenho. Eu saberia se tivesse magia, —
Meryn protestou.
Kendrick levantou uma sobrancelha para a mulher
teimosa.
— Eu não tenho!
— Meryn, foi-me dito que você não teve uma infância
fácil, correto?
Meryn se aquietou imediatamente.
Kendrick continuou:
— Você tem magia, mas é uma quantidade muito
pequena, apenas o suficiente para ser incômodo. Você tem
empatia, o mesmo dom que sua prima.
— Não, ela não tem. — O sentimento ecoou por toda a
sala.
Kendrick balançou a cabeça por causa de suas
negações e continuou a olhar para Meryn.
— É apenas o suficiente para que você conheça os
verdadeiros sentimentos de alguém, apenas o suficiente
para que saiba quando estão mentindo. Amelia foi criada
em um lar acolhedor e amoroso, onde as pessoas diziam o
que sentiam, não mentiam e eram muito gentis. —
Kendrick gentilmente segurou as mãos de Meryn. — Agora,

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isso é apenas um palpite, mas aposto que isso não foi o que
aconteceu no seu caso.
Meryn sacudiu a cabeça.
Kendrick continuou:
— Aposto que as pessoas com quem você cresceu eram
mesquinhas e ofensivas.
Meryn assentiu silenciosamente.
Kendrick olhou ao redor da sala.
— Se você tem o dom da empatia e é criado em tal
ambiente, o que acham que aconteceria?
Amelia abraçou Meryn com força.
— Ela se afastaria das pessoas e ficaria sozinha, porque se
está sozinha, não pode se machucar.
Aiden se levantou e se sentou ao lado de Meryn. Ele a
puxou para seu colo e esfregou o queixo no topo da cabeça dela.
— Meu pobre bebê.
Meryn se aconchegou contra o companheiro.
— Não foi tão ruim e me trouxe até você. — Ela inclinou a
cabeça para trás e ele a beijou por todo o rosto.
— Isso também poderia explicar porque ela pode ver elfos,
— teorizou Gavriel.
Houve uma batida na porta e depois esta se abriu. Um
homem loiro que Kendrick não tinha conhecido entrou.
— Aiden, praticamente todos estão organizados. As
unidades estão escoltando as pessoas para a cidade e os
membros do seu comitê acabaram de sair.
Aiden suspirou.

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— Obrigado, Ben, eu tinha me esquecido deles. — Ele
se virou para Kendrick. — Haverá realmente um artigo
sobre a Meryn no jornal?
Kendrick assentiu.
— Sim. O comitê deve se comportar como gatinhos
depois que eu os coloquei no lugar deles. — Ele se virou
para Elizabeth. — Embora eu deva dizer, foi uma tarefa
muito mais fácil graças a você.
Elizabeth sorriu.
— Um dos benefícios de crescer em um lar nobre.
Rheia bateu palmas.
— Foi uma longa noite, todos deveriam se lavar e
jantar.
Ryuu se adiantou.
— A refeição desta noite é uma variedade de sopas
diferentes. Elas estão fervendo o dia todo. Se me deixarem
suas escolhas, eu posso deixar seu jantar lhe esperando
quando descerem.
Colton pegou uma caneta e um pedaço de papel da
mesa de Aiden e começou a organizar suas seleções. Anne
chocou Kendrick quando escolheu o ensopado de carne,
ele a atrelou a um tipo de garota vegetariana. Ele escolheu
a sopa de lentilhas e foi até Anne. Sorrindo, ele estendeu a
mão.
— Vamos checar o nosso garoto. — O rosto de Anne
se iluminou e ela segurou sua mão. Ele tomou um
momento para apreciar o simples ato de andar de mãos

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dadas com ela pelas escadas. Era hora de dizer-lhe a verdade.
*****
Anne entrou no banheiro com o coração na boca. A
caminhada até seu quarto fora muito curta. Ela queria
aproveitar a sensação de segurar a mão de Kendrick um pouco
mais. Olhando no espelho, ela teve que encarar a percepção de
que já estava meio apaixonada por Kendrick. Ela não sabia o
que faria se descobrissem que ela era realmente a companheira
de Keelan. Ela respirou fundo e sorriu para si mesma. Isso era
algo que sua mãe lhe ensinou a fazer quando criança. Quando
as coisas ficarem difíceis, sorria para si mesma no espelho. Seu
corpo é levado a pensar que está feliz e seu rosto sorridente te
reforça mentalmente. Hoje, ela mostrou os dentes e a língua
para garantir.
Ela tomou o banho mais rápido do mundo e se secou com
uma das toalhas mais macias que já havia usado. Ela olhou
para as roupas que escolheu e suspirou. O que ela realmente
queria usar era sua camiseta de anime, mas a única outra
pessoa que se vestia assim para o jantar era Meryn e ela tinha a
sensação de que Meryn poderia se safar de praticamente
qualquer coisa. Ela se comprometeu consigo mesma e colocou
seu jeans favorito, mas escolheu uma camisa mais vistosa. A
cor brilhante de coral destacava seus olhos verde-azulados, mas
os botões de sua camisa repuxavam levemente no peito. Ela
suspirou e aceitou o fato de que não ficaria confortável
novamente até a hora de dormir.
Ela secou o cabelo uma última vez com a toalha antes de
sair para o quarto com o pente e um laço de cabelo na mão.
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Kendrick estava sentado na beira da cama dela,
presumivelmente lhe esperando. Vê-lo sentado lá causou
estragos em seu corpo. Ela precisava ficar longe dele,
especialmente dele e qualquer tipo de superfície plana,
como a cama. Imagens de atirar o homem para trás e
montá-lo a fizeram se afastar de uma cadeira próxima e se
acomodar no chão para pentear o cabelo.
Lentamente, ela começou a escovar e pentear os
cabelos com os dedos.
— Eu falei com o Darian, — ele disse baixinho.
Ela congelou.
— E o que ele disse?
Kendrick se levantou e se aproximou para se sentar
atrás dela. Ele estendeu as pernas uma de cada lado dela.
Antes de responder, ele pegou o pente da mão dela e
começou a passá-lo pelo seu cabelo. Cuidadosamente ele
começou a trançar o cabelo.
— Ele disse que Keelan admitiu que não se sentia
atraído por você. — Ela o sentiu prender a trança com o
laço de cabelo.
As palavras doeram. Não porque ela teve que
enfrentar o fato de que Keelan não se sentira atraído por
ela, mas porque agora Kendrick sabia como seu irmão se
sentia. Isso influenciaria sua mente?
— Eu não me sentia realmente atraída por ele
também. Eu ficava muito confortável ao seu redor para
ficar atraída. Ele era mais como um melhor amigo do que
namorado, — ela confessou.
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— Anne, eu não acho que você e Keelan sejam
companheiros.
Anne se levantou e começou a andar pelo quarto.
— Então por que ele disse que sonhava comigo?
— Porque ele sonhava, mas foram premonições, não
sonhos de acasalamento, — Kendrick explicou. — Anne, com
quem você sonhou? — Sua voz se aprofundou e ela se virou
para encará-lo. Quando ela viu a cena a seus pés, ofegou. Assim
como em seu sonho, ele estava sentado em um cobertor
esperando por ela com um sorriso paciente. Ela sentiu as
lágrimas encherem seus olhos e depois escorrerem pelas
bochechas.
— Você. Eu queria tanto que fosse você. — Ela fechou os
olhos e cobriu o rosto com as mãos.
Segundos depois, ela o sentiu puxá-la para perto.
— Eu sonhei com você também, meu amor.
Ela se afastou e o olhou.
— O que você viu?
— O dia em que seu pai morreu.
— Oh.
Ele a abraçou apertado e começou a balançar para frente e
para trás.
— Você sempre viveu para os outros. Primeiro, seus pais,
depois seus pacientes, e agora Keelan. Você me permitirá
colocar você em primeiro lugar? Eu esperei muito, muito tempo
para encontra-la.
Ela colocou os braços em volta da cintura dele.
— Quantos anos você tem, afinal?
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— Sou mais velho do que qualquer um acredita.
— Mais velho que o Aiden? — Kendrick assentiu. —
Mais velho que o Darian? — Kendrick riu e Anne olhou
para cima. Ele a estava olhando com um olhar tão triste no
rosto. Ela estendeu a mão e acalmou a área entre as
sobrancelhas dele com o polegar.
Ele sorriu.
— Lá vai você, cuidando de mim novamente.
— Eu não me importo contanto que seja você.
Ele se inclinou bem devagar, dando-lhe todas as
oportunidades para se afastar. Quando ele estava prestes a
beijá-la, ela não pôde evitar e começou a rir.
Parecendo confuso, ele lhe sorriu.
— O que te fez rir?
Ela acenou com a mão para ele.
— Você. Sendo tão cuidadoso. Se vai me beijar, me
beije, e garanta que vai fazer um bom trabalho.
Ele seguiu suas palavras e tomou posse de sua boca.
Ele gentilmente passou a língua pelos lábios dela até que
ela se abriu para ele. Ela deu-lhe uma polegada e ele
tomou uma milha. Sua língua provocou o céu da boca
antes de começar a mordiscar seus lábios. Ele explorou e
dominou todas as partes de sua boca.
Quando houve uma batida na porta, eles se
separaram, ambos respirando pesadamente.
— O jantar está pronto, pessoinhas, — Meryn
anunciou.
— Desço já, — Anne resmungou.
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Ela olhou para cima e sentiu um pouco de satisfação por
Kendrick estar tão afetado quanto ela.
— Isso foi incrível.
Kendrick acenou com a cabeça, em seguida, olhou para a
cama.
Ela deu um tapinha no braço dele, rindo.
— Calma aí, Romeo, eu nem sei seu nome do meio.
Kendrick piscou.
— Eu não tenho um. Isso vai ser um problema?
Anne riu.
— Não, claro que não. Por que você não tem um nome do
meio?
Ele deu de ombros.
— Nós não os usávamos naquela época.
Ela colocou as mãos nos quadris.
— Quantos anos você tem?
O olhar provocante de Kendrick fez seus joelhos
enfraquecerem.
— Beije-me novamente e eu te digo.
Ela deu um passo para trás ao ver sua expressão
diabólica.
— Hmmm. Não. — Ela virou-se e marchou em direção à
porta.
Ele alcançou-a imediatamente e passou os braços ao seu
redor. Ele começou a beijar-lhe a nuca, enviando calafrios por
todo o seu corpo.
— Pare com isso!
Kendrick a girou em seus braços.
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— Você parece diferente.
Anne pensou nisso por um momento.
— Pareço?
— Você parece mais segura de si.
Ela assentiu.
— Acho que estou mesmo. Antes, quando havia
confusão sobre o Keelan, eu não tinha certeza de onde eu
pertencia. A culpa por sentir atração por você me fez
duvidar de quem eu era, mas agora... — ela colocou os
braços ao redor do pescoço dele — ...agora eu sei que está
tudo bem estar apaixonada por você.
Seus olhos se arregalaram.
Opa!
Ela sorriu brilhantemente e correu para a porta.
— O jantar está com um cheiro muito bom!
Ela estava no meio da escada quando o ouviu
correndo. Ela guinchou e, rindo muito, correu para a sala
de jantar. Ela entrou na sala e todos olharam para cima
surpresos. Sorrindo, ela se apoiou na porta fechada.
Segundos depois, ela foi sacudida pelo impacto de
Kendrick batendo na porta.
— Filho da puta!
Rindo, ela correu para a cadeira. Todos ao redor da
mesa estavam sorrindo.
Kendrick abriu a porta e entrou devagar, seus olhos
se estreitando perigosamente.
— Eu sei que Anne não iria bloquear a porta contra
mim, fazendo-me bater o nariz. — Ele a olhou.
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Anne negou com a cabeça.
— Você está certo. Foi o Colton. — Ela apontou para o loiro
cujo queixo caiu com a acusação.
Kendrick cruzou os braços sobre o peito e começou a bater
o dedo no cotovelo.
— Entendo. Então, Colton, por que você iria querer me
manter longe da minha companheira?
Com sua pergunta, houve ofegos ao redor da mesa. Anne
franziu o cenho para ele.
— Você poderia ter dito a eles de uma maneira melhor.
Kendrick deu de ombros e se aproximou para ficar ao lado
de sua cadeira. Ele olhou em volta da mesa.
— Isso não vai ser um problema, vai, cavalheiros?
Darian balançou a cabeça e olhou para os outros homens.
— Keelan admitiu para mim que não se sentia atraído pela
Anne. Kendrick e eu descobrimos que os sonhos que ele estava
tendo eram premonições para mantê-la segura, não eram
sonhos de acasalamento. — Ele olhou para Kendrick. —
Suponho que vocês dois estiveram sonhando um com o outro?
Anne assentiu e olhou para Kendrick; ele lhe piscou um
olho e sentou-se.
— Vocês já se reivindicaram? — Meryn perguntou.
— Meryn! — Elizabeth exclamou.
— O que? — Meryn olhou para Anne e Kendrick. —
Pessoal demais?
Kendrick deu de os ombros e Anne apenas sorriu para
Meryn; a mulher estranha a tinha conquistado.

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— Eu não me importo de te dizer quando ele me
reivindicar, mas não vou entrar em detalhes. Algo me diz que
será muito escandaloso para compartilhar. — Ela olhou
para o companheiro. Ele apenas assentiu e pegou seu copo
d’água.
Meryn riu e levantou o punho. Anne levantou o dela e
deu à mulher seu bater de punhos imaginário. Meryn
suspirou feliz.
— Eu sabia que você se encaixaria.
Colton a observou com um olhar cuidadoso.
— Ela estava escondendo a loucura, — ele acusou.
Rheia riu e sacudiu a cabeça.
— Ela provavelmente estava com muitos conflitos
sobre como se sentia sobre o Kendrick, especialmente
considerando o que dissemos a ela sobre o Keelan. Agora
que está estabelecida, aposto que veremos mais da
verdadeira Anne Bennett.
Anne assentiu.
— Ela está certa. Antes, eu sabia que não estava
atraída pelo Keelan dessa forma, mas todo mundo estava
me chamando de sua companheira. Então eu conheci o
Kendrick e me senti atraída pelo irmão do meu suposto
companheiro. Eu me senti uma merda.
Amelia estendeu a mão ao redor de Kendrick para
acariciá-la no ombro.
— Não se sinta mal, esse é o quinto de cinco
relacionamentos que começaram com o pé esquerdo nessa
casa. — Todas as mulheres estavam assentindo.
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— Pelo menos você não bateu no Kendrick com nenhum
equipamento de encanamento, — Aiden comentou.
Meryn jogou as mãos no ar.
— Ainda? — Ela olhou para Anne. — Pelo menos ele não te
trancou no porta-mala dele. — Ela se virou e mostrou a língua
para o companheiro.
Rindo, Elizabeth entrou na conversa:
— Quase sangrei até a morte um par de vezes.
Rheia abraçou o braço de Colton.
— Eu surpreendi o Colton com uma filha no dia em que
nos conhecemos.
Amelia se virou e levantou a mão.
— Nem me faça começar a falar sobre se sentir culpada.
Darian e eu te vencemos sem dúvida.
O rosto de Anne doia por sorrir tanto. Todo mundo estava
se esforçando tanto para tornar isso menos complicado e ajudá-
la a se sentir parte da família.
— Vocês terão que me contar suas histórias depois;
parecem incríveis.
— Nunca há um momento de tédio por aqui, isso é certo,
— Ryuu disse, empurrando a bandeja de servir para dentro da
sala. Ele havia distribuído a sopa de escolha de todos e
começou a servir enquanto rodeava a mesa.
— Desculpe por roubar seu homem, Ryuu, — brincou
Anne.
Ryuu lhe sorriu enquanto colocava seu jantar na frente
dela.
— Como vou continuar?
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Amelia bateu palmas.
— Eu sei! Vamos encontrar um companheiro para o
Noah!
Anne assentiu entusiasticamente.
— Estou dentro. Ele é tão bonito; ele merece um
homem incrível.
Meryn começou a saltar em sua cadeira também.
— Inteligente como o Doutor.
Anne assentiu.
— Bonito como o Tezuka.
— Fiel como o Rory, — Meryn suspirou.
— Atencioso como o Yuri, — Anne acrescentou.
Elas se entreolharam e Anne sorriu.
— Acho que nossa “nerdeza” apareceu ao mesmo
tempo.
Meryn jogou o braço no ar.
— Ponto!
Elizabeth desdobrou o guardanapo.
— Eu não acho que tenho uma “nerdeza”, mas gosto
de organizar as coisas.
— Eu amo maquiagem, — Amelia confessou.
Anne se voltou para Rheia em busca de seus
interesses. Rheia balançou a cabeça e riu.
— Eu tenho uma criança de quatro anos; mal consigo
ver direito no fim do dia, muito menos fazer maquiagem ou
me manter em um plano organizado.
Meryn pegou sua colher.

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— Sim, eu praticamente desisti do olho esfumaçado; meu
novo inimigo são batons líquidos. Eles me fazem parecer que eu
estive beijando palhaços. — Sorrindo, ela olhou para Aiden.
— Ei! — ele riu.
Anne pensou nisso por um momento.
— Eu realmente não tenho muitos hobbies além de anime,
e cosplay quando tinha um raro fim de semana de folga. — Ela
fez uma pausa. — Cozinhar conta?
Elizabeth assentiu.
— Absolutamente. Qual é a sua coisa favorita de fazer?
Anne deu de ombros.
— Qualquer coisa, na verdade. Eu gosto mais de bolos do
que de biscoitos no entanto. Quando você faz biscoitos, você
enrola tudo numa bolinha. Leva uma eternidade fazer duzentas
e quarenta e uma bolinhas. — Ela estremeceu com a lembrança
do último Natal.
— Isso é um monte de biscoitos, — disse Gavriel.
— Eu doo para os abrigos das mulheres nos feriados. Elas
dificilmente comem algo caseiro assim, — Anne confessou.
— Que ideia maravilhosa! Como você conseguiu fazer isso
e ir para a faculdade? — Elizabeth perguntou.
Anne sorriu.
— Não é como se eu saísse muito. Fico bem contente de
ficar em casa vendo televisão e fazendo biscoitos. O açúcar
ajudava na hora do exame.
Colton exalou de alívio.
— Ela é uma louca normal, não como aquela. — Ele
apontou para Meryn.
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Meryn nem sequer olhou na direção dele.
— Eu gosto da minha loucura, muito obrigada. Eu
percebi há muito tempo que aqueles que valorizam a
normalidade a ponto de fazer alguém se sentir uma merda
por ser diferente são babacas. Eu parei de me importar
com o que as pessoas pensavam de mim depois disso.
— Nós também apreciamos a sua loucura, Ameaça, —
brincou Colton.
Anne riu.
— Por que te chamam de Ameaça?
— Porque é isso o que ela é, — Darian respondeu. —
Ela gosta de mexer conosco, pobres e trabalhadores
guerreiros da unidade.
Amelia bateu de ombros com o companheiro.
— Ela não faz isso.
Darian deu uma olhada na Amelia.
— Então me responda isso: por que Meryn tinha
binóculos para lhe dar logo depois que você chegou?
Amelia abriu a boca e fechou-a. Ela olhou para
Meryn.
— Por que você tem binóculos?
— Ela gosta de observar pássaros, — Aiden
respondeu.
Anne olhou ao redor da mesa para ver se ela era a
única que não acreditava nisso. Ela se inclinou para frente
na cadeira para ver a expressão de Rheia. Ok, isso seria
um grande e gordo não.
Meryn sorriu.
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— Sim, eu gosto de observar.
— Oh, Meryn. — Elizabeth escondeu o rosto contra o braço
de Gavriel. Os lábios de Gavriel se contraíram quando ele tentou
não rir, mas de vez em quando, uma risadinha escapava.
Colton e Darian estavam trocando olhares. Colton acenou
com a cabeça em direção a Aiden. Darian sacudiu a cabeça e
apontou para Colton.
E o vencedor é? Anne se perguntou quem seria corajoso o
suficiente para contar a verdade ao Aiden.
Colton pigarreou.
— Sabe, Aiden, eu realmente não acho que a Meryn
observa pássaros.
Aiden franziu o cenho.
— O que mais ela estaria fazendo com binóculos?
Kendrick levantou a colher e tomou um gole de sopa.
— Eu suponho que você tem um sistema de classificação?
Meryn riu e assentiu.
— Eu até criei um banco de dados.
Kendrick assentiu em aprovação.
— Você terá que me mostrar como funciona. Eu adoraria
organizar alguns dos materiais de referência que eu acumulei
ao longo dos anos em um formato mais fácil de pesquisar.
— Sistema de classificação? — Aiden franziu o cenho.
Meryn ignorou a pergunta de Aiden.
— Claro, passe pelo escritório a qualquer hora, — Meryn
ofereceu.
— Excelente, — Kendrick concordou. — A propósito, qual
foi a minha posição?
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Meryn sacudiu a cabeça.
— Nós não te colocamos ainda no ranque já que você
não malhou sem camisa ainda.
A compreensão ficou clara no rosto de Aiden.
— Meryn! — ele gritou.
— O quê? Fica chato por aqui, — ela reclamou.
— A quem ela está se referindo quando diz “nós”? —
Gavriel perguntou, seus lábios dançando ao longo do
pescoço de Elizabeth enquanto falava.
Elizabeth riu, suas bochechas coradas.
— Noah. Ele só me tem como juíza em caso de
empate.
Colton virou-se para Rheia.
— Você sabia disso?
Rheia assentiu.
— Eu ajudei a fornecer as medições de peito que
precisavam para algumas das classificações mais
contestadas.
Colton ficou pensativo, em seguida, virou-se para
Meryn.
— Estou pelo menos no top dez?
Meryn assentiu.
— Seu sorriso te salvou.
Colton deu um sorriso brilhante para a mesa.
— Isso!
Anne olhou para Kendrick e depois para Meryn.
— Posso ajudar a julgar quando o Kendrick estiver
sem camisa?
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Meryn assentiu com entusiasmo.
— Se tivermos três juízes, não teremos mais empates.
Kendrick a olhou.
— O que faz você pensar que eu vou treinar sem camisa
com esses lunáticos?
Anne lançou-lhe um olhar sensual para mostrar-lhe como
se sentia a respeito de vê-lo de peito nu. Os olhos âmbar de
Kendrick escureceram antes de ele se virar para Aiden.
— A que horas vocês, cabeçudos musculosos, começam de
manhã?
Anne piscou um olho para Meryn, que estava toda
sorrisos.
— Entre nunca e nunca e trinta, — respondeu Aiden
amargamente.
Kendrick deu de ombros.
— Eu acho que posso andar sem camisa pela casa.
Gavriel rosnou.
— Nós começamos logo depois do café da manhã. Use suas
roupas em casa quando estiver perto da minha companheira.
Kendrick se virou para Elizabeth.
— Sem ofensa, mas me atraem enfermeiras com olhos
azul-esverdeados que gostam de me apresentar a animes e
depois não me deixam assistir aos finais.
Anne sorriu largamente.
— Eu não sabia que você tinha gostado tanto do anime.
Kendrick gemeu.
— Isso foi tudo que você ouviu?
Anne piscou.
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— Hã?
— Nada. — Kendrick sacudiu a cabeça.
— Mal posso esperar para dizer ao meu minion que
temos alguém para nos ajudar, — disse Meryn, mexendo a
sopa com a colher.
Kendrick bateu na testa com a palma da mão.
— Minion! Eu esqueci completamente do Basil!
Depois que nós voltamos, eu disse a ele para fazer o
inventário de seus novos suprimentos junto com o que ele
já tinha. Eu prometi mostrar a ele os feitiços de cristal
hoje. Eu não tinha previsto ajudar em batalhas campais
com ferals esta noite.
— Você tem um minion também? — Meryn perguntou
animadamente.
Kendrick assentiu.
— Basil Barberry. Senti-me horrível por tomar o seu
lugar na Alfa, por isso decidi mostrar-lhe um pouco de
magia de alto nível enquanto estou aqui. Não posso
acreditar que tenha me esquecido dele.
Darian riu.
— Não se preocupe com ele. Ele é afiado como uma
navalha e trabalhador. Assim que viu todo mundo se
mobilizando, ele se ofereceu para ajudar a escoltar os
reféns. Ele e os outros recrutas os ajudaram a se instalar
na cidade. Eu aposto qualquer coisa que ele estará aqui
logo depois do café da manhã e pronto para a ação.
Kendrick se recostou pesadamente em seu assento,
parecendo aliviado.
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— Graças aos Deuses. Fico feliz que ele não ficou
chateado.
Colton riu.
— Nossos recrutas são ótimos, bem, exceto o Sterling. Mas
você já lidou com ele.
Aiden riu alto.
— Alegrou minha manhã voltar daquela reunião do
conselho e encontrar o Sterling fervilhando em sua própria
merda. Eu vou falar com o meu pai. Tem que haver algo que
possa ser feito a respeito dele, ele não foi feito para ser
guerreiro. Ele é muito centrado em ranque.
Colton estava prestes a responder quando ouviram uma
batida na porta.
Meryn ficou de pé de um pulo e correu para fora da sala
em direção à porta.
Todos se levantaram e correram atrás da pequena mulher.
— Não atenda, Meryn! — Aiden gritou.
Meryn congelou no meio do caminho, a mão estendida na
direção da maçaneta. Ela se endireitou.
— Eu te disse, bandidos não batem na porta.
Aiden passou por ela.
— Só no seu próprio mundinho.
Meryn revirou os olhos e apontou para a porta.
Aiden abriu.
— Posso ajudar?
Anne ficou para trás com Kendrick. Eles não conseguiam
ver os visitantes por causa do grande corpo de Aiden.

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— Meryn ou Amelia estão aqui? — Uma voz feminina
perguntou. Aiden abriu a porta ainda mais. Anne podia ver um
homem e uma mulher em pé na varanda.
— Mãe! — Amelia gritou e passou por Aiden para os
braços de uma mulher de cabelos escuros e um homem
alto de olhos prateados.
— Amelia! É tão bom te ver! Deixe-me te olhar. — A
mulher virou Amelia, analisando cada centímetro. — Eu
estive tão preocupada! Recebemos relatos na estrada que
ferals atacaram a cidade. Claro, eu disse ao seu pai para
dirigir mais rápido para que pudéssemos chegar aqui para
ajudar.
— Lily e Marshall Ironwood, eu presumo, — Aiden
disse, abrindo a porta completamente para permitir que o
casal entrasse, Amelia entre eles.
Marshall parou e ofereceu a mão a Aiden, e eles
seguraram os antebraços um do outro em saudação.
— É ótimo finalmente poder conhecê-lo, Comandante.
Não ouvi nada além de coisas maravilhosas sobre você dos
meus filhos.
— Eles são um mérito para a sua linhagem. Eu confio
neles implicitamente com o funcionamento das unidades
em Storm Keep, — Aiden disse, sorrindo para o homem
mais velho.
A atenção de Anne não estava em Aiden ou Marshall;
ela estava observando Meryn, que tinha caminhado
silenciosamente para trás dos homens e fechara a porta.
Ela estava debruçada sobre si mesma, tentando parecer o
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menor possível. Ficou claro, pelo menos para Anne, que ela
estava morrendo de medo de conhecer seus parentes.
Finalmente, Amelia levantou a cabeça e olhou em volta.
Ela viu Meryn de lado, foi até ela e teve que praticamente
arrastá-la pelo braço para ficar na frente de seus pais.
— Mãe, pai, esta é a Meryn. Ela é minha irmãzinha-prima.
Lily puxou Meryn para seus braços.
— Minha querida e doce criança. — Ela se afastou e olhou
para Meryn com cuidado. —Você é igualzinha a sua mãe.
Meryn parecia prestes a fugir a qualquer segundo. Anne
estava prestes a ir até ela quando Ryuu apareceu ao lado de
Meryn.
— Denka, talvez todos ficassem mais confortáveis se
voltássemos para a sala de jantar? — ele sugeriu.
Sem palavras, Meryn assentiu e liderou o caminho.
Anne não sabia muito sobre o passado de Meryn, mas
quando as pessoas barulhentas ficavam quietas, nunca era por
uma boa razão.

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Capítulo 10

Anne notou que o corpo inteiro de Kendrick ficou tenso.


Ele manteve a cabeça baixa, concentrando-se na sopa.
Ela se inclinou para mais perto dele.
— O jantar não pode ser tão fascinante assim, — ela
sussurrou.
A boca de Kendrick se moveu e Anne teve que assumir que
essa era sua tentativa de sorrir. Amelia estava praticamente
vibrando na cadeira enquanto fazia apresentações e Meryn
parecia estar a dois segundos de escorregar para debaixo da
mesa.
Ela e Kendrick escolheram abrir lugares para Lily e
Marshall ao lado de Amelia e Darian. Isso colocou Kendrick no
final da mesa em frente à Aiden, com Amelia sentada à sua
esquerda. Ele não parecia estar feliz com seu novo assento.
Lily abraçava Amelia e estava enxugando as lágrimas.

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— Graças aos Deuses que você está segura! Caiden
esperou até ligarmos para dizer que havíamos chegado em
Lycaonia para nos contar sobre o seu sequestro. É tudo culpa
nossa!
— Lily. — Marshall chamou seu nome agudamente.
Meryn sentou-se ereta, eriçada.
— Ela pode dizer o que diabos quiser.
Anne sorriu. Lá estava a Meryn, o redemoinho do tamanho
de uma caneca que ela conhecera. Ao lado dela, Kendrick
bufou.
Marshall se virou para Meryn, um olhar de choque no
rosto.
— É claro que pode. — Ele parou e levantou a mão direita.
Ele começou a sussurrar e o ar pareceu brilhar. — Pronto, eu
deixei a sala à prova de som. Eu estava simplesmente avisando
a ela que poderíamos ser ouvidos, querida. Eu não estava
tentando censurar o que ela estava dizendo. Quando conhecer a
sua tia, você vai perceber que isso seria uma tarefa impossível.
Lily sorriu largamente para Meryn.
— Você não age nenhum pouco como a sua mãe, — ela
disse rindo.
Meryn deu de ombros.
— Eu não saberia; ela morreu quando eu era pequena, —
ela murmurou.
Lily ficou sóbria instantaneamente.
— Eu gostaria que você pudesse tê-la conhecido. Ela era
doce e gentil. Nunca tinha uma palavra ruim para dizer sobre
alguém, muito parecida com a minha Amelia aqui.
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Meryn olhou para o prato.
— Eu não sou como ela absolutamente.
Lily sorriu.
— Não, querida, não é. — Meryn estremeceu. Lily
continuou: — Você é igualzinha a mim.
Meryn olhou para cima, os olhos arregalados.
— Mesmo?
Marshall riu.
— Que os Deuses nos ajudem, mas eu acho que ela está
certa. Lily teria me colocado no meu lugar exatamente como
você fez agora. Ela é muito feroz em relação aos que ama.
Amelia olhou para a mãe em estado de choque.
— Ela é?
Lily abraçou Amelia mais apertado.
— É hora de lhe contar a verdade sobre o que está
acontecendo. Você e seus irmãos já estão sendo alvos, não há
mais motivo para esconder o que estamos fazendo.
— Mãe? — Confusa, Amelia olhou do pai para a mãe.
— Sim, Lily, Marshall, por favor, compartilhem o que
querem dizer. — Kendrick recostou-se e cruzou os braços.
Marshall olhou bravo para o companheiro dela.
— Eu não tenho que responder a você, Kendrick Ashwood,
apesar de você ser o athair da minha filha.
Kendrick entrelaçou os dedos atrás da cabeça.
— Acho que estamos todos muito curiosos sobre o que
você quis dizer com suas declarações, isso é tudo.
Lily recuou e pegou as mãos de Amelia nas dela.

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— Seu pai e eu não andamos por aí em comunhão com a
natureza todos esses anos.
— O que vocês tem feito? — Amelia perguntou.
Lily olhou para Marshall que assentiu encorajadoramente.
Ela respirou fundo.
— Logo antes de você nascer, fomos encarregados de uma
missão muito importante. Estamos rastreando o desaparecido
casal real de Storm Keep.
Ao lado dela, Kendrick exalou devagar. Anne olhou para
cima e viu que sua mandíbula estava cerrada e os músculos do
pescoço estavam tensos. Ela estendeu a mão, pegou a dele e
lentamente começou a massagear o centro de sua palma. Ela
ficou satisfeita quando ele relaxou um pouco.
— Eu pensei que vocês estavam comendo brotos de alfafa e
aprendendo yoga! — Amelia explodiu.
Lily sacudiu a cabeça.
— Levou-nos décadas, mas estamos perto de encontrar
nosso rei e rainha.
Gavriel se inclinou para frente.
— Kiran e Celeste desapareceram há mais de cinco mil
anos, logo após a Grande Guerra e a criação das quatro
cidades-pilares. O castelo acabara de ser concluído quando
foram atacados e forçados a fugir.
Marshall assentiu.
— Foi quando o conselho subiu ao poder. A casa real caiu
e as cabeças das duas casas nobres foram assassinadas. — Ele
olhou para Amelia. — Esses são seus bisavós e os bisavós dos
Ashleigh. As duas famílias nobres não puderam voltar para
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Storm Keep por quase cem anos, e mesmo assim, não foram
autorizados a voltar para o palácio real. Então, os membros
sobreviventes das famílias lentamente compraram a maior parte
da terra ao redor do castelo e construíram as duas enormes
propriedades que ainda existem hoje, os lados esquerdo e
direito que criam a torre do portão para a cidade alta.
“Até hoje realizamos nossos deveres juramentados para
proteger a família real. Nós, os Ironwoods, agimos como o
escudo real; e os Ashleighs agem como a espada real. Nós
protegemos a família real de danos e eles destroem seus
inimigos.
— Bem, obviamente, vocês fizeram um esplêndido
trabalho, já que eles foram expulsos do próprio castelo e estão
desaparecidos há cinco mil anos, — Meryn disse
sarcasticamente.
Marshall estremeceu.
— Falei com o pai de Thane e comparei os diários que
temos dos nossos pais. Há mais na história do que sabemos.
Apesar de estarem lá e testemunharem tudo em primeira mão,
os relatos deles sobre os acontecimentos daquela noite são
imprecisos. Até mesmo nossas entrevistas secretas com os
poucos bruxos remanescentes que estavam vivos na época
revelam os mesmos detalhes vagos. O que quer que tenha
acontecido foi tão sutil e tão precisamente feito que todo o reino
falhou em perceber que algo enorme tinha acontecido. Só depois
de comparar minhas notas com as do Thane é que vimos o
padrão. Quando perguntados sobre certas questões, todos
davam exatamente a mesma resposta. Era como se um dia
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tivéssemos um rei e, no outro, tivéssemos um conselho e
ninguém percebesse a mudança.
— Isso é impossível! As pessoas devem ter se virado contra
o rei, não há nenhum feitiço que possa afetar tantas pessoas
diferentes de uma só vez, — Kendrick insistiu.
Marshall assentiu.
— Você está certo, é isso que levou Thane e eu a Noctem
Falls.
Kendrick inalou bruscamente.
— Os vampiros?
Gavriel balançou a cabeça, seus olhos brilhando
perigosamente.
— Espere um momento, o que você está sugerindo pode
ser motivo para a próxima Grande Guerra; seja muito cuidadoso
com o que diz.
Anne agarrou a mão de Kendrick com força. Ele apertou os
dedos dela e cobriu suas mãos unidas com a mão direita. Ele se
virou para ela e ela viu seus lábios se moverem silenciosamente.
Ela sentiu a pressão nos ouvidos crescer.
Ele se virou para ela.
— Não temos muito tempo antes que o Marshall perceba
que eu lancei uma bolha à prova de som.
— O que você precisa que eu faça? — Anne perguntou. O
que quer que estivesse acontecendo, ela sabia que faria
qualquer coisa que ele pedisse.
— Minha enfermeira sensata. — Ele sorriu forçadamente.
— Eu terei que revelar algumas coisas que podem mudar
nossas vidas para sempre. Mas se você me disser agora que não
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quer fazer parte dessa bagunça, eu não direi nada. Podemos
continuar como arquivista e como enfermeira e provavelmente
viver uma vida bastante normal.
Anne procurou em seu rosto uma pista sobre o que ele
estava falando; tudo o que viu foi tristeza.
— Se disser o que quer que fosse dizer, isso poderia salvar
vidas?
Ele assentiu uma vez.
— Se não disser nada, pessoas boas podem morrer?
Ele assentiu novamente.
Ela levou a mão dele aos lábios e a beijou.
— Então eu acho que você já sabe o que devemos fazer.
Ele virou as mãos e beijou a dela em troca.
— Eu te amo, Anne Bennett. Eu queria que você soubesse
disso antes que tudo mude. Eu te amei desde o momento em
que te vi em meus sonhos. Eu amei o jeito que você chorou pelo
meu irmão porque viu que seu amigo estava ferido. Eu amo
como você pode assistir a uma história de amor e ser
arrebatada por ela. Eu amo como, em uma crise, você
permanece como uma pedra na tempestade. A Destino não
poderia ter escolhido melhor para mim.
— E eu também te amo, Kendrick Ashwood. Eu amo como
você pode provocar em um momento e ficar sério no próximo.
Eu amo como você é protetor dos que gosta. Eu amo o quão
paciente foi comigo, não sendo insistente ou ficando irritado
com a nossa situação. Eu amo que você é provavelmente o mais
poderoso nesta mesa, mas também é o mais gentil.

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— Eu tenho que desmoronar a bolha agora. — Ele se
inclinou para frente e a beijou levemente.
Ela sorriu.
— Lembre-me de falar sobre os nossos filhos mais tarde.
— O que?! — Kendrick exclamou.
Todos os olhos se voltaram para eles. Aiden olhou em volta
como se estivesse avaliando possíveis ameaças.
— Tudo bem, Kendrick?
Anne olhou para o companheiro e sorriu. Ela estendeu a
mão e acariciou sua bochecha.
— Ele vai ficar bem, — ela disse casualmente.
Kendrick piscou, depois piscou novamente. Ele se virou,
olhou para todos e piscou novamente.
Anne, super enfermeira, um. Todo-Poderoso Kendrick, zero.
Este será provavelmente um dos melhores momentos do nosso
relacionamento. Eu deveria tirar uma foto!
Anne enfiou a mão no bolso e pegou o telefone.
— Kendrick, olhe aqui.
Ele se virou, ainda parecendo chocado. Ela tirou a foto e
guardou o telefone.
— Você é uma mulher muito, muito má, — ele resmungou.
— Não seja bobo. — Ela olhou para Marshall. — Sinto
muito, o que você estava dizendo? Nós podemos ter perdido um
pouco.
Marshall tinha uma expressão divertida no rosto enquanto
olhava entre eles.
— Kendrick, bem-vindo ao acasalamento. — Ele se voltou
para Gavriel. — Como eu estava dizendo, nós não acreditamos
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que toda a raça de vampiros está tramando contra os bruxos.
Inferno, nós nem estamos dizendo que uma grande facção ao
menos sabe o que aconteceu, mas a única explicação para que
muitas pessoas de repente estejam perfeitamente de boas em
perder seu amado rei, é se eles foram manipulados por um
vampiro muito poderoso, ou por um pequeno grupo de vampiros
trabalhando juntos.
Amelia olhou para os pais.
— Por quê? Por que vocês não me contaram? Por que me
deixaram pensar que simplesmente não me queriam?
Lily cobriu o rosto e Marshall estendeu a mão além de sua
companheira para passar esta no cabelo de Amelia. Anne
conseguia perceber que Amelia havia sido ferida pelas
revelações de seus pais.
Marshall sorriu para a filha.
— Porque, minha querida, era a única maneira de mantê-
la segura. Não houve um dia que não pensamos em você.
Amelia enxugou os olhos.
— E aquele dia em que eu era pequena, na floresta,
quando tentaram me ensinar a comungar com a natureza e eu
acabei coberta de picadas de insetos? Isso foi apenas um ato
para me fazer acreditar na história de vocês?
Lily sacudiu a cabeça.
— Nós estávamos sendo rastreados e monitorados. Era a
única maneira que eu consegui pensar para fazer você ficar
parada. Nós não voltamos para casa por um longo tempo depois
disso.
Darian abraçou Amelia com força.
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— Por que agora? Depois de todos esses milênios, por que
tiveram que sair logo depois que a Amelia nasceu? — Sua voz
estava severa. Ficou claro que ele não gostava que nada
perturbasse sua companheira, até mesmo seus próprios pais.
Marshall respondeu:
— Thane Ashleigh teve uma visão de que nosso rei
retornaria. Então, começamos a procurá-lo enquanto ele e seus
irmãos tentavam descobrir a verdade sobre o que aconteceu há
cinco mil anos. Nós devemos encontrar nosso rei e rainha e
protegê-los, e eles tem de eliminar qualquer ameaça
remanescente para eles.
Marshall olhou para Amelia com lágrimas nos olhos.
— A segurança do nosso rei e o futuro do nosso reino são
as únicas coisas que poderiam nos afastar de você.
Ao lado dela, Kendrick respirou fundo.
— E se eu pedisse que abandonassem sua busca? E se eu
entrasse em contato com Thane, Justice e Law e os chamasse?
O que fariam?
Marshall franziu a testa.
— Por que desistiríamos agora quando estamos tão perto?
Por que deveríamos abandonar nossas missões? Por décadas
sacrificamos tanto para ver nosso reino restaurado. Você pode
não ver, Kendrick, mas eu vejo. Todos os dias, bruxos estão
afastando-se de quem somos como um povo. Estão
abandonando os velhos hábitos, e a única coisa que importa
para eles são os seus resultados de avaliação. Storm Keep
tornou-se uma corporação onde o conselho está praticamente
vendendo os serviços do nosso povo a quem paga mais. O Rei
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Kiran nunca aceitaria isso. Ele acredita na conexão com a
natureza e nossos Deuses. O Rei Kiran...
— Está morto, — Kendrick disse suavemente.
Marshall o encarou.
— Você mente, — ele disse sufocadamente.
Kendrick sacudiu a cabeça.
— Eu gostaria de estar mentindo. Enterrei os dois, com
minhas próprias mãos, trezentos anos atrás.
Lily começou a tremer.
— Mas encontramos uma cabana; encontramos o anel de
sinete do Rei Kiran.
Kendrick a olhou com pena nos olhos.
— Você acha que o rei deixaria algo tão importante para
trás?
Marshall respirou fundo.
— Eles têm que estar vivos ou tudo foi por nada.
— Eles estão enterrados a cerca de oitocentos metros atrás
da cabana, em uma pequena clareira na beira da floresta, sob
um grande carvalho. — A voz de Kendrick estava calma e até
gentil.
Marshall bateu as mãos na mesa.
— Como você pôde manter algo assim em segredo? — ele
demandou.
Kendrick olhou-o nos olhos.
— A quem eu deveria contar? Seus inimigos sabiam que
estavam mortos, e seu povo há muito tempo os havia esquecido.
Lily o olhou com desconfiança.

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— Por que você? Por que você sabia onde eles estavam?
Eles entraram em contato contigo? Por que não pôde salvá-los?
— Sua voz estava cheia de emoção.
Ao lado dela, Kendrick cerrou os dois punhos.
— Você acha que eu não queria salvá-los? Que eu não
trocaria de lugar com eles em um instante se pudesse? — Ele
jogou a cabeça para trás e riu.
Os olhos de Anne se encheram de lágrimas. O riso que ela
ouviu não nasceu de alegria; foi dragado dos lugares mais
escuros de sua alma, através da dor e uma tristeza tão
profunda que ela não poderia imaginar sorrir novamente depois
de rir assim.
A risada macabra de Kendrick ecoou pela sala. Quando ele
terminou, seus olhos pareciam vazios. Ele sorriu, mas era um
sorriso vazio.
— Esqueça o seu grandioso sonho de um reino que nunca
existirá. Mesmo se ele ainda estivesse vivo, eu nunca ficaria
parado e permitiria que ele desistisse de sua felicidade para
servir um bando de bajuladores fracos que permitiram que seu
único e verdadeiro rei fosse expulso de sua casa e perseguido
como um animal. — Suas palavras foram cáusticas. — Storm
Keep merece exatamente o que receberam, um conselho que
dita suas vidas de acordo com o poder.
Amelia olhou para Kendrick como se não o conhecesse.
— Você não acredita nisso.
Kendrick zombou dela.
— Oh sim, sim, eu acredito.
Ela balançou a cabeça.
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— Não, não acredita! Se você não se importasse, não teria
deliberadamente escolhido viver na Cidade Baixa onde poderia
ajudar a maioria das pessoas. Você não teria ajudado meus
irmãos com as unidades. Você não teria mandado feitiço após
feitiço para os bruxos fora da cidade para mantê-los a salvo. Se
você realmente não se importasse com ninguém, você não teria
criado um irmão tão amoroso e gentil. E você não teria sido meu
athair. — A voz de Amelia quebrou e soluçando, ela se virou
para Darian.
Darian olhou bravo para Kendrick.
— Você a machucou.
Kendrick deu de ombros.
— Ela é uma bebê chorona; ela tem sofrido por outras
pessoas a vida toda.
Amélia gemeu mais e Darian rangeu os dentes.
— Você e eu, lá fora. Agora!
Kendrick girou a mão para ele.
— Desculpe, meu velho, eu não tenho tempo para um
confronto de machão.
Anne torceu as mãos no colo. Ela tinha que acreditar que
Kendrick estava fazendo isso por uma razão, mas que razão ele
poderia ter para machucar Amelia? Ela olhou para Meryn.
Meryn estava observando Kendrick de perto e não dizendo uma
palavra. Era como se ela também estivesse tentando descobrir o
que Kendrick estava fazendo.
Marshall ficou de pé, os olhos relampejando.
— Você foi longe demais! Como se atreve a machucar a
minha filha? Você vai arranjar tempo para mim, meu jovem!
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Kendrick sorriu preguiçosamente.
— Por que se importa? Você não pôde proteger seu rei e
abandonou sua própria filha no processo. Diga-me, por que eu
deveria levar você a sério? O que você vai fazer? — Kendrick se
levantou, derrubando a cadeira. — Bem? Seu rei está morto.
Você não tem ideia de quem é seu inimigo. Você está claramente
em menor número e em desvantagem. O que. Você. Vai. Fazer?
— Kendrick disse cada palavra zombeteiramente.
Marshall rugiu:
— Eu vou lutar! Vou descobrir a verdade e, quando
descobrir, vou destruir os que mataram o nosso rei. Vou fazer o
nosso povo enfrentar a verdade. Vou apagar todos os testes de
avaliação e protocolo que o nosso conselho colocou! — Marshall
inalou com dificuldade. — Vamos começar de novo.
Kendrick deixou a cabeça cair para frente, quando a
levantou de volta, havia ardor em seus olhos novamente.
— Então parece que você tem um plano. — Quando ele
sorriu, não foi mais de forma vazia ou sardônica.
Amelia se virou na cadeira para encará-lo.
— Te odeio!
Kendrick estremeceu.
— Oh, minha querida garota, eu sinto mais do que você
jamais saberá. Mas eu tinha que saber até onde seu pai estava
disposto a ir. Você sabe que eu não quis dizer nada disso.
Amelia o olhou brava.
— Você me chamou de bebê chorona.
— Bem, você é, — Kendrick disse, parecendo confuso.

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— Eu sou, mas você disse para ser malvado, — Amelia
ressaltou.
— Eu disse que sentia muito.
— Você me deve dois passeios, — Amelia fungou.
Kendrick suspirou.
— Tudo bem. Dois passeios.
— Passeios? — Anne e Meryn perguntaram ao mesmo
tempo.
Amelia limpou o rosto com o guardanapo.
— Kendrick pode voar.
— Sério? — Anne e Meryn perguntaram em uníssono
novamente.
Kendrick assentiu e pegou sua cadeira.
— Eu aprendi em algum lugar. — Ele se sentou e colocou o
guardanapo no colo.
Marshall permaneceu em pé, ele olhou para Kendrick
como se nunca o tivesse visto antes.
— Quem é você? — ele perguntou com uma voz rouca.
Kendrick deu de ombros.
— Sou apenas um pobre arquivista da Cidade Baixa.
Meryn ofegou e cobriu a boca com as mãos.
Kendrick sacudiu a cabeça.
— Eu deveria saber que você descobriria primeiro. O que
deu a dica?
— Seu nome. Beth e eu estamos fazendo o censo; é claro,
eu prestei muita atenção às histórias familiares de todos nesta
casa. Keelan foi o único que apareceu com um beco sem saída.

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Eu ia perguntar a você sobre isso mais tarde, mas... — Meryn
piscou. — Puta merda, — ela sussurrou suavemente.
— Oh, Deuses! — Gavriel e Beth exclamaram ao mesmo
tempo.
Anne revisou tudo em sua mente. A única palavra que
aparecia da confusão que rodeava sua mente era: heika. Que
significava...
— Vossa Majestade, — ela sussurrou.
Havia um olhar de orgulho nos olhos de Kendrick quando
ele a olhou.
— Eu sabia que você entenderia.
— Puta merda mesmo, — Colton ecoou.
— Como? — Aiden perguntou, olhando de Meryn para
Kendrick e depois para Marshall.
— Vossa Majestade! — Marshall exclamou e fez uma
reverência tão profunda que Anne achou que ele iria cair para
frente.
Kendrick sacudiu a cabeça.
— Por favor, não me chame assim.
Lily levantou-se rapidamente e fez uma reverência
profunda ao lado do companheiro.
— Vossa Majestade, por favor, nos perdoe.
Ryuu entrou vindo da cozinha e olhou em volta. Ele se
virou para Kendrick.
— Você finalmente disse a eles?
Kendrick fez uma careta.
— Mais ou menos.

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Ryuu colocou uma tigela de sopa na frente de Lily e depois
de Marshall.
— Vocês podem querer se levantar; ele realmente não
gosta disso. — Ryuu reencheu seus copos de água e caminhou
ao redor da mesa para verificar Meryn.
Marshall e Lily se endireitaram e depois olharam para
Kendrick, que acenou para as cadeiras deles. Eles se sentaram,
parecendo completamente atordoados.
Aiden olhou para Meryn.
— Como você descobriu?
Meryn sorriu de lado.
— O sobrenome deles. Ashwood. Ele combinou os nomes
das duas casas leais. Ash de Ashleigh e Wood de Ironwood,
Ashwood. Não há nenhum nascimento ou morte documentada
de alguém com esse sobrenome em nenhum dos nossos
registros.
Marshall olhou para Kendrick.
— Príncipe Julian?
Kendrick assentiu.
— Julian? — A pergunta ecoou em volta da mesa.
Kendrick lançou um olhar de desculpas a Anne antes de
encarar todo mundo.
— Meu nome é Julian Stormhart, filho de Kiran e Celeste
Stormhart, da cidade bruxa de Storm Keep.
Meryn se virou para Anne.
— Isso definitivamente aumenta a classificação dele.
— Meryn! — Aiden cobriu a boca dela com a mão.
Kendrick deu uma piscadela para a pequena encrenqueira.
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— Mas você estava perdido para nós, como? Quando? —
Marshall gaguejou.
Kendrick entremeou os dedos a frente de si, sobre a mesa
e respirou fundo.
— Eu nunca realmente me encaixei entre as famílias
nobres. Eu não me parecia com a minha mãe ou meu pai; os
rumores que os nobres permitiam que um menino escutasse
poderiam ser prejudiciais. Então, eu saí logo que tinha idade o
suficiente. Meu pai dominou a magia da mente antes de eu
nascer e era um caminhante dos sonhos especialista, apesar de
eu ter viajado pelo mundo todo, ele me procurava pelo menos
uma vez por mês para ver o que eu estava fazendo.
Kendrick sorriu ao lembrar.
— Por mais de mil anos eu treinei com xamãs, sacerdotes,
monges, detentores de conhecimento. Eu estava no que agora é
chamado de Japão quando as notícias da Grande Guerra me
alcançaram. Meu pai afastou toda informação sobre a Guerra de
mim para me impedir de lutar. Ele insistiu que eu ficasse longe,
então, é claro que eu queria voltar para casa, mas já era tarde
demais. Quando finalmente voltei para casa, uma nova cidade
fora formada, um castelo construído e meus pais estavam
desaparecidos.
Ele respirou fundo.
— Já que eu tinha ido embora há tanto tempo, ninguém
me reconheceu. Eu vaguei pela cidade por dias à procura de
pistas sobre o que aconteceu. Quando eu ouvi sobre a morte
dos amigos mais próximos e confiáveis do meu pai e suas
companheiras, eu sabia que tinha que sair da cidade. Eu viajei
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por semanas antes do meu pai falar comigo por meus sonhos.
Ele disse que tinham sido traídos e nunca poderiam voltar para
a cidade. Eu argumentei e disse a ele que iria lutar, mas ele
disse não. Que era impossível lutar contra um inimigo
desconhecido.
“Eu não tinha ideia do que ele queria dizer na época. Eu
era jovem e estava bravo, mas fiz como meu pai ordenou e fiquei
longe de Storm Keep. Com o tempo, meus pais foram
esquecidos e nos estabelecemos em uma vida pacífica. Eu ainda
viajava e eles construíram uma pequena cabana na floresta.
Sua expressão se suavizou.
— Eu acho que os anos que meus pais passaram sozinhos
naquela cabana foram os mais felizes de suas vidas. Eles não
eram um rei e uma rainha, eram simplesmente Kiran e Celeste.
Ele balançou a cabeça.
— De qualquer forma, tudo esteve pacífico até os gêmeos
nascerem. Papai não percebeu o quanto de poder que eles
estavam emitindo. Isso facilitou para nossos inimigos encontrá-
los. Uma noite, durante uma visita de sonhos, eu finalmente
pude conhecer meus irmãozinhos pela primeira vez. Deuses!
Eles eram tão pequenos e indefesos que me apaixonei no
segundo em que os vi. — Ele engoliu em seco. — Minha mãe
saiu do sonho primeiro, para colocar o Kendrick na cama.
Keelan ficou com meu pai já que eu ainda estava brincando com
ele. Ouvimos um barulho alto e um grito. Eu nunca vou
esquecer o olhar no rosto do meu pai quando ele percebeu que
minha mãe tinha sido morta.
Ele apertou as mãos firmemente a sua frente.
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— Quando meu pai percebeu que minha mãe já estava
morta e o Kendrick junto com ela, ele tomou uma decisão. Ele
puxou sua adaga e cortou os pulsos. Ele chamou os Deuses
para conceder-lhe um último desejo. Em vez de usar seu vasto
poder para lutar contra seus inimigos, ele ofereceu sua vida e
empurrou o bebê e seu livro de feitiços para mim. Eu me lembro
de gritar com ele para lutar, mas o olhar que ele me deu foi tão
pacífico e sereno, eu sabia que ele queria ficar com a minha mãe
e meu irmão mais do que ele queria vingança. Ele não queria
que enfrentassem a morte sozinhos.
“Quando acordei, Keelan estava em meus braços e o livro
de feitiços do meu pai estava no chão. Meu pai fez história
naquele dia como o primeiro bruxo a passar uma matéria física
através de grandes distâncias em um estado de sonho, mas
ninguém jamais soube.
“Para nos manter seguros, eu limitei os poderes do Keelan
até que ele tivesse idade suficiente para fazer isso sozinho e
voltamos para Storm Keep. Eu percebi que o inimigo não sabia
que o Keelan ou eu existíamos, e se existíssemos, quais as
probabilidades de vivermos bem debaixo do nariz deles? Eu
assumi o nome do meu irmão, para que, de alguma forma eu
pudesse honrar sua memória e me estabeleci como um humilde
arquivista. Eu poderia monitorar o conselho de perto e destruir
lentamente os livros de feitiços poderosos que meu pai foi
forçado a deixar para trás.
— Você não parece um Julian, — anunciou Meryn.
Kendrick deu-lhe um sorriso agradecido.
— Isso é porque eu não sou, não mais.
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— Mas, Vossa Majestade, isso muda tudo, — começou
Marshall.
Kendrick sacudiu a cabeça.
— Isso não muda nada. Sem cortar o mal pela raíz, a
história está fadada a se repetir. Não vou me revelar e colocar
meus entes queridos em perigo por nada. Somente depois de
identificarmos nossos verdadeiros inimigos podemos esperar
mudar algo.
— Não querendo parecer espertinha... — Meryn começou.
Ela teve que parar quando quase todos ao redor da mesa
bufaram. — Como eu estava dizendo, eu não quero declarar o
óbvio, mas não são os que estão no poder agora os
responsáveis? Não podemos simplesmente chutar suas bundas
e terminar bem o dia?
Lily balançou a cabeça suavemente para Meryn.
— Você é realmente minha sobrinha. Receio que a resposta
não seja tão simples ou eu teria feito exatamente isso anos
atrás.
— Bem, porque não? — Anne exigiu. Ela não gostava da
ideia de que o Kendrick estivesse em perigo.
— Porque, Vossa Majestade, os que estão no poder muito
provavelmente foram manipulados da mesma maneira que o
povo, — Lily explicou.
Anne piscou.
De uma só vez, as implicações da realeza de Kendrick a
atingiram.
— Céus.

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Kendrick estendeu a mão e começou a esfregar suas
costas.
— Está tudo bem, tudo está igual a quando nos sentamos
para comer a sopa maravilhosa do Ryuu. Respire.
Anne se virou e deu um tapa nele com as duas mãos.
— Não me diga para respirar, sua pedra no sapato da
realeza! Eu estou bem!
Meryn gargalhou.
— Eu sabia que gostava dela.
— Na verdade, Anne, você está hiperventilando, — Rheia
falou do final da mesa.
Anne respirou fundo e segurou o ar antes de exalar
devagar. Ela fez isso mais algumas vezes enquanto encarava
Kendrick.
— Onde está minha enfermeira equilibrada? — ele brincou.
Ela lhe mostrou o dedo do meio e ele riu. Ele piscou um
olho para ela e ergueu a taça de vinho como em um brinde. Ela
estreitou os olhos e se aproximou o suficiente para que só ele
pudesse ouvir.
— Keelan me mostrou um sonho onde eu tinha garotos
trigêmeos.
Kendrick cuspiu em sua taça de vinho e começou a
engasgar, o que o levou a inalar mais vinho. Sorrindo
docemente, ela agora esfregou as costas dele.
— Calma, calma, querido, está tudo bem. Apenas respire.
Meryn lambeu o dedo e desenhou uma linha invisível no ar
marcando a vitória de Anne sobre Kendrick.

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Demorou alguns minutos para que Kendrick limpasse
suas vias aéreas. Seu peito ainda estava ofegando enquanto ele
a olhava maravilhado.
— De verdade? — Kendrick sorriu para ela com um olhar
bobo no rosto.
— Talvez.
— Bem, eu sei o que vou fazer esta noite, — ele anunciou.
Ela engoliu em seco e o encarou. O olhar sombrio e
caloroso que ele lhe dera lembrava-lhe a maneira como um gato
selvagem observa sua presa.
— Então, o que fazemos? — Lily perguntou.
Kendrick quebrou o contato visual com ela e se voltou para
os outros.
— Faça exatamente o que têm feito. Esse segredo não pode
sair da sala. Se você acha que não pode continuar como
sempre, precisa me avisar e eu vou apagar isso da sua mente.
— Eu acho que falo por todos nós quando digo que, claro,
manteremos seu segredo, —Gavriel respondeu formalmente.
— Nossa missão acabou. — Lily se virou para Marshall.
Marshall sorriu para sua companheira.
— E nós temos uma filha, um novo filho e sobrinha para
conhecer.
Aiden limpou a garganta.
— Na verdade, se você pudesse ligar para o Caiden e
retomar seu papel de Ancião, isso nos ajudaria bastante.
Marshall assentiu.
— Claro, mas por que isso é um problema?

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— Porque temos múltiplos babacas de cada uma das
cidades-pilares tentando causar problemas, — Meryn explicou.
Lily sorriu e deu batidinhas nos lábios.
— Sério? Isso parece divertido.
— Oh, Deuses, — Aiden, Marshall e Elizabeth disseram ao
mesmo tempo.
Ao lado dela, Kendrick se levantou.
— Aiden, eu vou deixar você atualizar o Marshall e a Lily
sobre nossa posição com o Comitê. Eu tenho outros assuntos
urgentes para tratar. — Kendrick se virou para Anne e fez uma
reverência com uma mão sobre o coração e a outra estendida
para ela. — Milady, posso acompanhá-la para cima?
— Bow chica wow wow, — Meryn cantou.
Anne sentiu-se corar furiosamente, mas não se importou.
Ela colocou a mão na dele e se levantou. Virando-se, notou que
todos na mesa sorriam de orelha a orelha.
— Boa noite a todos, — ela disse.
— Durmam bem! — Rheia gritou.
— Não deixe os percevejos morderem! — Amelia gritou
rindo.
— Mas deixe o Kendrick morder se ele quiser! — Colton
sorriu de lado.
Todo mundo ainda estava rindo enquanto eles entravam
no corredor. Kendrick se manteve em cada centímetro como
cavalheiro até entrarem no saguão.
— Vou te dar uma vantagem de dez segundos. — Seus
olhos brilharam com luxúria.
— Porra!
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— Exatamente.
Anne não perdeu outro precioso segundo; ela correu.

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Capítulo 11

Anne correu o mais rápido que pôde, mas ele ainda a


alcançou antes mesmo de chegar ao topo da escada. Ela riu
quando ele a pegou nos braços e se dirigiu ao seu quarto.
— Não querendo arruinar o clima, mas preciso verificar o
Keelan, — ela disse quando passaram pela sua porta.
Kendrick parou e colocou-a no chão.
— Obrigado por colocar as necessidades dele acima das
suas.
Anne abriu a porta e se aproximou da cama de Keelan.
— Ele pode não ser meu companheiro, mas é meu melhor
amigo. — Ela verificou o tubo de alimentação e a intravenosa e
trocou seu soro. — Ele sabe sobre seus pais?
Kendrick sacudiu a cabeça.
— Não. Eu nunca quis colocá-lo em perigo, ele ficou
melhor sem saber.

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— O que você disse a ele sobre seus pais? — Anne
perguntou.
— Que eles morreram em um acidente de barco tentando
atravessar o rio; nenhum deles conhecia a magia da água. Foi a
explicação mais plausível que eu consegui arrumar. — Kendrick
sorriu para o irmão.
— Ele nem sequer pensou em duvidar de você, não é?
— Não. Ao crescer, ele deve ter acreditado que eu andava
sobre a água. Ele estava sempre me seguindo por aí, entrando
em meus suprimentos de magia. — Kendrick riu de repente. —
Quando ele tinha dois anos, ele comeu quase um saco inteiro de
salitre enquanto eu estava absorto em traduzir um manuscrito.
Quando eu percebi o que ele estava fazendo, eu corri ao redor
como um louco tentando encontrar alguém para ajudar. A viúva
no fim da rua riu de mim e lhe deu um líquido que o fez
começar a vomitar. Eu me senti como o pior irmão em todo o
universo enquanto observava meu irmãozinho esvaziar o
conteúdo de seu estômago por cinco horas. Esse episódio me fez
querer aprender sobre cura. Eu nunca quis ficar perdido
quando ele precisasse de mim novamente.
— Eu mal posso esperar para fazer perguntas a ele sobre
você. — Anne estendeu a mão.
Kendrick a pegou e apagou as luzes da sala com um aceno
de mão.
Chegar a suíte de hóspedes dela era quase anticlimático.
Quando a porta se fechou atrás deles, ela suspirou. Kendrick foi
até a cômoda e ligou a pequena lâmpada. Sua baixa potência

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emitia apenas luz suficiente para enxergar, mas era agradável
aos olhos.
Kendrick olhou para cima.
— Você quer que eu te persiga ao redor do quarto?
Ela riu e sacudiu a cabeça.
— Parece tão obrigatório agora.
— Obrigatório? — Kendrick lentamente abriu o zíper de
seu moletom. — Eu vou te mostrar o obrigatório.
Anne observou-o enquanto ele casualmente começou a
tirar as roupas. Quando ele estava sem camisa e desabotoando
a calça jeans, ela levantou a mão.
— Pare.
Kendrick piscou.
— Tudo?
Ela se aproximou e estendeu a mão timidamente. A
personalidade de Kendrick dependia de sua mente brilhante,
então ela frequentemente esquecia que ele era extremamente
bem musculoso. O curto cabelo ruivo no peito dava-lhe um
brilho caloroso na luz fraca.
Ela começou colocando as mãos lado a lado no centro do
peito dele, em seguida, moveu-as para cima, acariciando seus
músculos. Ela passou as mãos pelas laterais dele e depois pela
frente, traçando o entalhe de seus quadris, que a guiaram para
baixo. Seu corpo, sob as mãos dela, estava muito parado. Ela
olhou para cima e viu um olhar de admiração em seu rosto. Ela
se inclinou, colocou a bochecha contra o peito dele e escutou
seu batimento cardíaco.

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— Você é lindo, sabe. Você tem um dos corpos mais
perfeitos que eu já vi.
Ela olhou as brilhantes tatuagens vermelhas, pretas e
prateadas no seu antebraço direito e o olhou.
— Muito bom, — ela murmurou.
Ele lhe deu uma piscadela e pegou suas duas mãos nas
dele, beijando-as gentilmente. Ele as deixou cair, agarrou a
bainha de sua blusa e puxou-a por cima de sua cabeça.
— Eu posso devolver o favor?
Ela assentiu enquanto ele lenta e deliberadamente retirava
cada peça de roupa. Ele parou quando ela estava diante dele
apenas de sutiã e calcinha.
— Acho que prefiro te tomar devagar em vez de no calor do
momento. — Ele deslizou as alças do sutiã para baixo antes de
se inclinar para beijar suas clavículas. — Eu quero que você
saiba que eu estou pensando em você e só você, a cada segundo
que faço amor contigo. Eu quero que saiba que cada toque,
cada beijo, e cada carinho é deliberado. Eu não quero que você
ceda à paixão irrefreada, porque sua mente é a coisa que eu
mais amo em você. — Ele soltou o fecho e deixou o sutiã cair no
chão. — Eu quero explorar cada centímetro seu. Eu quero
memorizar cada curva, sarda e cicatriz. Eu quero gravar na
minha memória a sensação do seu corpo contra o meu para que
ele nunca pareça completo sem você.
Kendrick a puxou para perto e o calor de sua pele contra
seus mamilos sensíveis a fez estremecer. Ele olhou para baixo e
era quase como se seus olhos âmbar estivessem brilhando como
ouro derretido.
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— Você prefere que eu te jogue na cama e te dê tanto
prazer que você não saberá o seu próprio nome? Ou prefere que
eu a ame tortuosamente, extraindo cada onda de êxtase até que
meu nome seja a única coisa que você saiba?
Anne colocou os braços ao redor de seu pescoço e o olhou.
— O segundo, depois o primeiro duas vezes, depois o
segundo novamente, — ela lhe sorriu.
Kendrick olhou para o teto antes de lhe sorrir.
— Você será a minha morte.
— Sempre, — ela prometeu.
Kendrick deu um passo para trás e abriu o zíper da calça
jeans. Quando a deixou cair, Anne começou a ter sérios
arrependimentos por pedir várias sessões. Ela duvidava que
fosse sobreviver ao primeiro turno.
Seu pênis estava ereto e alcançava seu umbigo. Como se
ela não estivesse preocupada o suficiente com o comprimento, a
cabeça coroava um eixo que ela sabia que mal conseguiria
envolver com a mão.
— Ele não vai te matar, — disse Kendrick rindo.
Anne franziu o rosto.
— Pode ser que mate.
— Vamos ver. — Ele se ajoelhou a sua frente e desceu sua
calcinha sobre os quadris e as pernas. Ela saiu de cima dela e
ele a jogou do outro lado do quarto.
— Você já fez amor com um bruxo antes? — ele perguntou
enquanto usava os polegares para separar suas dobras.
Ela balançou a cabeça.
— Você sabe que não.
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Kendrick olhou para ela com um sorriso travesso no rosto.
— Então me deixe apresentá-la aos benefícios de estar
acasalada com um bruxo.
Em um segundo ela estava de pé, no seguinte ela estava de
costas, flutuando no ar.
— Kendrick?
— Eu dominei a magia do ar, meu amor, você não vai cair.
Ele a flutuou até a cama, mas em vez de deixá-la cair nas
cobertas, ele a manteve flutuando um metro acima destas.
Ela levantou uma sobrancelha.
— Para te comer melhor, minha querida. — Ele abriu as
pernas dela e passou a língua por sua fenda até chegar a
provocar seu clitóris com os dentes.
Ofegante, ela jogou a cabeça para trás. Repetidas vezes ele
alternou entre mordidas afiadas e movimentos rápidos de sua
língua. Com as pernas esticadas, ela estendeu a mão para ele,
perseguindo o prazer que ele prometia.
Ele recuou e a baixou gentilmente na cama. Ela
choramingou com a perda e ele riu.
— Fica melhor, — ele disse quando se abaixou e começou
a entrar nela devagar.
Ela sabia que estava certa em se preocupar. Ele a estava
esticando demais. Ela começou a mexer a cabeça de um lado
para o outro.
— Kendrick!
Ela estava prestes a dizer a ele para parar quando sentiu
sua boca quente em seu clitóris novamente.

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Hã? Como ele poderia estar lhe dando prazer com a boca e
o pênis ao mesmo tempo?
Ela abriu os olhos e ele lhe estava sorrindo.
— Como?
— Magia de fogo.
O calor torceu e virou. Ela apertou seu pau invasor,
tentando capturar aquela coisa pela qual ela estava
desesperada.
Ele se inclinou para frente, lambeu e mordiscou
lentamente seu seio esquerdo. Quando se afastou, uma
sensação gelada a distraiu das sensações avassaladoras em
torno de seu clitóris.
Ele entrou profundamente, enchendo-a completamente
antes de acender seu feitiço de fogo para mandá-la para a
estratosfera. Ele impiedosamente a manteve à beira do clímax e
depois a trazia de volta para a Terra com uma beliscada de gelo.
Sem parar, ele usou as duelantes sensações para fazê-la perder
a cabeça.
Bem quando ela pensou que não aguentaria mais, ele se
inclinou sobre ela, penetrando-a repetidamente. Seu olhar
estava cheio de amor e seus olhos cheios de lágrimas quando
ele começou a recitar palavras que ela de alguma forma
conhecia; era como se estivessem escritas em seu coração e só
ele pudesse ver as palavras para desbloquear sua alma.
— Assim como há um sol e uma lua, um céu e uma terra,
e um senhor e uma dama, assim há dois pedaços desta única
alma. Que nos completemos mais uma vez, para nunca sermos
separados. Eu dou tudo o que sou para minha companheira
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guardar, deixe meu amor proteger e guardar nossas almas
unidas.
Ele penetrou fundo uma última vez, estremecendo com
sua própria liberação, o que desencadeou o orgasmo dela.
Quando seu batimento cardíaco começou a desalecerar, ela
começou a sentir uma onda suave e quente começando a engoli-
la. Não era violenta ou selvagem. Era gentil e paciente ao invadir
lentamente todas as células de seu corpo. Ela sentiu novas
conexões quando a consciência inundou seus sentidos. Ela
estava agora ligada à própria natureza; era tão humilde e bonito
que ela começou a chorar.
Kendrick se retirou de seu corpo e rolou-os de lado,
envolvendo o corpo ao redor do dela. Ele a abraçou enquanto as
ondas começaram a se dissipar.
Ela não foi capaz de falar por alguns minutos.
— O que foi isso?
Kendrick beijou o lado do seu pescoço.
— Essa foi a minha magia, minha conexão com a natureza.
Sou mais próximo Dela do que a maioria dos bruxos. Ela ficou
muito feliz em conhecê-la.
Anne ainda podia sentir o poder dele correndo por seu
corpo.
— Eu sou uma bruxa agora?
Atrás dela, ela o sentiu sacudir a cabeça.
— Não, você ainda é humana, mas você ganhará a
habilidade de fazer certas coisas.
— Como o quê?
Kendrick deu de ombros.
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— É diferente para cada casal. Normalmente, uma bruxa e
um bruxo trocam aspectos da magia em que são melhores. Por
exemplo, um bruxo de fogo pode ganhar a habilidade de chamar
a brisa de sua companheira que pode trabalhar com feitiços de
ar.
— Mas você não faz apenas uma coisa.
— Não, não faço.
— Então, você na verdade não sabe.
— Não, mas isso não deixa emocionante?
Ela riu e então ofegou. Ela definitivamente podia sentir os
efeitos posteriores de fazer amor com ele.
— Eu te machuquei? — ele perguntou imediatamente,
parecendo preocupado.
— Não, não realmente. Estou apenas um pouco dolorida. É
mais um incômodo do que dor.
Ele não disse nada.
— Você está sorrindo? — Ela estendeu a mão por trás da
cabeça para sentir o rosto dele.
Rindo, ele rosnou falsamente e mordiscou os dedos dela,
fazendo-a guinchar.
— Cuidado, amor, você vai me cutucar nos olhos.
Anne foi se virar para poder encará-lo e percebeu o quão
grande era a bagunça que eles haviam feito. Ela sentou-se e fez
uma careta, olhando para as cobertas.
Kendrick sacudiu a cabeça, foi até o centro do quarto e
pegou suas roupas, que agora pareciam um vestido comprido.
— Você não tinha calças?
Kendrick assentiu.
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— Sim, mas se eu não as vestir por um certo período de
tempo, a roupa retorna ao seu estado original. Venha aqui.
Anne saltou cautelosamente da cama e ficou na frente
dele.
Ele desabotoou o vestido e colocou-o na cama onde
acabaram de fazer amor.
— Kendrick! Vai ficar sujo. — Ela foi pegar a roupa, mas
ele a impediu.
— E para o meu próximo truque de mágica. — Ele tirou o
tecido de cima da cama e esta estava tão limpa quanto no
começo da noite. Anne fungou; na verdade, estava mais limpa.
Agora cheirava como se tivesse acabado de sair do varal.
Ele a puxou para perto e envolveu o vestido ao redor deles.
Segundos depois, seu corpo estava limpo e até seus dentes
pareciam escovados. Ela saiu do vestido e se virou para verificar
o corpo.
— Isso é incrível!
— Agora, acredito que a ordem foi a segunda opção, a
primeira duas vezes e depois a segunda? — Kendrick se
aproximou de fininho dela.
Rindo, ela correu para a cama. Suas roupas mágicas iam
trabalhar muito.
*****
Na manhã seguinte, eles já haviam checado Keelan e
estavam prestes a se sentarem para desfrutar da primeira
xícara de café quando Anne ouviu passos barulhentos correndo
pelas escadas. Anne olhou em volta e só Darian e Amelia
estavam ausentes.
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A porta voou para dentro e um Darian completamente em
pânico entrou correndo segurando um pacote de roupas.
Aiden ficou de pé.
— Darian? Qual o problema?
Darian apenas ficou olhando horrorizado quando o caroço
nas roupas começou a se mover. Segundos depois, a cabeça de
um peludo cachorrinho Shepard Alemão surgiu. Este deu um
latido muito fofo e olhou ao redor da sala, abanando o rabo.
— Oh, meu Deus! É tão fofo! — Anne exclamou.
Meryn já tinha saltado da cadeira e corrido até Darian.
— Ele é tão fofo! — Meryn não lhe deu escolha e tirou o
filhotinho de seus braços. Ela esfregou a bochecha sobre a
cabeça do filhote repetidamente. Ela se virou para Aiden. —
Podemos ficar com ele?
— Não! — Aiden e Darian exclamaram juntos.
Darian tentou recuperar o filhote, mas Meryn continuava
girando o corpo.
— Meryn, devolva-a!
Meryn ignorou seu pedido.
— Como você sabe que é uma menina?
— Porque é a Amelia!— Darian gritou, seu peito arfando.
Lily colocou sua xícara no pires.
— Amelia Violet Ironwood, no que você se meteu?
Darian se virou para Kendrick.
— A conserte, por favor! — ele implorou.
Meryn riu.
— Ela é tão peluda, eu vou morrer!

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Kendrick franziu a testa enquanto o filhote lambia o rosto
de Meryn repetidamente.
— Eu nunca vi isso antes.
— Nunca? — Darian perguntou, parecendo doente.
Kendrick sacudiu a cabeça.
— Não, nunquinha.
Ambos encararam Meryn e o filhotinho que era Amelia, e
finalmente, Kendrick se virou para Darian.
— Você gosta de cães?
O queixo de Darian caiu. Ele se virou de Kendrick para
Amelia e de volta para Kendrick novamente.
Marshall riu.
— Amelia, fazendo feitiços assim, você vai fazer as pessoas
pensarem que é filha de um shifter.
O olhar de Rheia ficou pensativo.
— Ou se ela estiver grávida agora, ela pode acabar tendo
filhotes, então todo mundo vai pensar que são do Colton.
Darian puxou seu longo cabelo loiro com as duas mãos
freneticamente.
Anne finalmente teve pena dele e se virou para seu
companheiro.
— Não há nada que você possa fazer?
Kendrick suspirou.
— Suponho que há, mas ela é muito adorável dessa
maneira.
Cabisbaixa, Meryn o olhou.
— Nós temos?

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Kendrick se levantou e recolheu a roupa esquecida do chão
e caminhou até Meryn.
— Você eventualmente sentiria falta da sua prima. Posso?
Meryn beijou Amelia no topo de sua cabeça peluda e
entregou-a para Kendrick.
Kendrick levantou o filhote para o nível dos olhos.
— Você nunca para de se meter em apuros, não é? — Ele a
levou para o corredor, Darian bem atrás dele.
Anne sentiu uma onda de poder e, um minuto depois,
Kendrick estava voltando para a sala de jantar.
— De volta ao normal, — ele anunciou.
— Como ela conseguiu isso? — Marshall perguntou.
Kendrick esfregou o queixo.
— Evidentemente, tanto ela quanto Meryn herdaram a
empatia do lado da família de seu cônjuge. Desde que a magia
da Amelia se soltou durante a batalha, sua empatia tem
alimentado sua magia da terra. Suponho que ela será capaz de
fazer muito mais com sua magia do que nunca fez. Sua empatia
está agindo como um reator nuclear, gerando mais e mais
energia devido aos altos níveis de estresse de todos.
Lily olhou para Meryn.
— Meu lado da família? Mas somos humanos.
Kendrick sacudiu a cabeça.
— Majoritariamente humanos. Eu aposto que você tem um
bruxo em algum lugar em sua árvore genealógica.
Meryn acenou com a mão.
— Posso fazer feitiços?
— Não! — Aiden respondeu.
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— Mas...
— Não, — Colton repetiu.
— Ora, isso não é...
— Não, Meryn, — Elizabeth e Rheia disseram com firmeza.
— Vocês não são divertidos! — Meryn fez uma pausa e
depois olhou para Aiden. —Posso ter um gatinho?
Aiden assentiu, então parou.
— O que?
— Eu estive pensando, eu quero um gatinho, tipo um leão
bebê ou lince. — Meryn tomou um gole de sua xícara.
Aiden começou a sacudir a cabeça.
— Não. O quê? Por quê? Leões bebês e linces não são
chamados de gatinhos, eles são chamados de crias, e eles
crescem mais do que você!
Meryn deu de ombros.
— Assim como qualquer menino que tivermos; você não
parece se importar com essa ideia.
Elizabeth se virou para a amiga.
— O que trouxe isso?
Meryn deu de ombros.
— Eu nunca tive um animal de estimação antes. Quando
eu estava crescendo, nenhum animal era permitido em casa.
Segurando a versão cachorrinho da Amelia me fez perceber o
quanto perdi. — Ela ergueu a faca de manteiga como uma
espada. — Poderia ser um gato de batalha para o Felix, como o
Cringer de He-Man.
Colton sacudiu a cabeça.
— Não, querida, ele comeria o Felix.
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Meryn franziu a testa.
— Eu não pensei nisso. — Ela virou a cabeça. — Eu prefiro
ter você a um gato a qualquer dia, Felix.
Lily olhou para Meryn preocupada.
— Tem alguma coisa aí?
Marshall se inclinou para frente animadamente.
— Ela tem um elfo, não é?
Meryn sorriu.
— Vá em frente, — ela disse encorajadoramente.
O ar brilhou ao redor da cabeça de Meryn e Felix apareceu.
Ele abaixou o rosto atrás da orelha dela.
Lily inclinou a cabeça.
— Muito prazer em conhecê-lo, Felix. Obrigada por cuidar
da minha sobrinha.
Felix corou furiosamente, assentiu e desapareceu
novamente.
As portas da sala de jantar se abriram. Darian tinha o
braço em volta de Amelia, que estava sorrindo timidamente.
— Desculpe-me por aquilo, pessoal, acho que poderei me
transformar de volta sozinha na próxima vez.
Darian caiu na cadeira.
— Não haverá uma próxima vez. Nunca mais, Amelia.
Amelia olhou para o teto.
— Certo.
— Ela está mentindo, — Lily e Marshall disseram ao
mesmo tempo.
Darian enterrou o rosto nas mãos.
— Eu não posso, eu simplesmente não posso.
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Ryuu entrou carregando uma grande cesta.
— Isso pode animá-lo; recebemos uma cesta de presentes
da rainha fae. O grupo que vai concertar a praça da cidade a
entregou esta manhã. Disseram-me que seus bolinhos favoritos
estão aqui, Darian. — Ryuu colocou a cesta no meio da mesa.
Darian se animou imediatamente.
— Sério? — Ele se levantou e usou um par de alicates de
metal para começar a separar os doces sortidos.
— Eu posso ver como ele está preocupado, — brincou
Anne.
Amelia revirou os olhos.
— Eu juro que eles são todos governados por seus
estômagos. — Ela apontou para Aiden e Colton, que estavam
olhando dentro da cesta de guloseimas.
Anne se virou para Kendrick.
— Você não está com fome?
Ele sorriu.
— Do que você gostaria? — ele perguntou.
— Um rolinho de canela se tiver algum.
Kendrick acenou com a mão e três doces flutuaram para
fora da cesta e pousaram em seus pratos.
— Como você fez isso? Eu pensei que você tinha que ver
para o que estava apontando sua mágica? — Colton perguntou.
— Isso varia de feitiço para feitiço, neste caso, eu usei
minha magia da terra para identificar as tortas de maçã e os
rolinhos de canela, e os chamei para mim. Maçãs e canela são
colhidas de plantas. — Kendrick levantou a torta polvilhada e a
mordeu. Ele suspirou feliz enquanto mastigava.
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Anne comeu seu rolinho de canela e não ficou
desapontada. Era o melhor que ela já comeu.
Kendrick olhou para a sua comida.
— Percebo que o Cord ainda serve no palácio.
Darian pareceu surpreso.
— Como você sabia disso?
Kendrick levantou a torta.
— Eu reconheceria seus doces em qualquer lugar.
Darian sorriu.
— Ele é um mestre no que faz.
A sala de jantar ficou quieta enquanto todos apreciavam as
guloseimas inesperadas.
Anne estava tomando o chá quando notou que alguns
assentos à mesa estavam vazios.
— Onde estão Penny, Jaxon e Noah? Eles já comeram? —
ela perguntou.
Rheia se inclinou para frente.
— Mina está visitando uma amiga, então não pode ensinar
a Penny hoje; Noah e Jaxon se ofereceram para cuidar dela.
Eles roubaram a cesta antes de descermos e tomaram controle
do comando central por hoje.
Anne teve que sorrir ao visualizar a imagem daqueles três
juntos.
— Eles são bons garotos.
Meryn assentiu.
— Eles são minions perfeitos.
Ao lado dela, Kendrick começou a engasgar. Ele pegou o
café e o engoliu algumas vezes para limpar as vias aéreas.
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— Minions! Eu esqueci completamente. O Basil virá hoje.
Eu vou mostrar a ele como eu preparei os testes para os
diferentes colares.
Aiden olhou para Kendrick.
— Obrigado por ensiná-lo. Realmente ajudou bastante a
acalmar sentimentos feridos sobre a troca de lugares. Você não
consideraria ensinar uma ou duas classes para todos os bruxos
da unidade enquanto está aqui? Eu sei que o Noah está
atrasado em seus estudos também. Quando seus pais o
expulsaram, suas lições pararam.
Kendrick assentiu devagar.
— Eu poderia facilmente fazer isso. — Ele se virou para
Elizabeth. — Você é a planejadora, não é?
Elizabeth riu.
— Sim, você gostaria de um pouco de ajuda?
— Sim, por favor.
Elizabeth pegou seu planejador diário.
— Você precisa de ajuda para organizar a lista de aulas,
localização ou plano de estudos?
Kendrick estremeceu.
— Tudo.
Elizabeth parou de escrever e fechou seu planejador.
— Entendi. Vou apenas te avisar sobre onde e quando
aparecer e sobre o que você falará.
Kendrick pareceu aliviado.
— Obrigado! Ensinar não é realmente meu forte.
Elizabeth olhou para Meryn.
— Eu entendo isso.
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Rheia olhou por sobre a mesa para Anne.
— Anne, Meryn e eu vamos para a clínica fazer exames de
rotina, você gostaria de vir junto para ver a localização e
conhecer o Adam, nosso outro médico?
Anne assentiu animadamente.
— Eu adoraria.
Kendrick se inclinou e beijou seu pescoço.
— Olhe para você, tão empolgada com a ideia de organizar
luvas de látex e palitinhos.
Anne virou-se rapidamente e lambeu seu nariz.
— Você está da mesma forma ao pensar em ensinar os
procedimentos de teste ao Basil.
Kendrick limpou o nariz.
— Touché.
Amelia se virou para os pais.
— Eu gostaria de ficar com vocês o máximo possível
enquanto estiverem aqui.
Lily abraçou Amelia.
— Claro, a Meryn também. Quando ela estiver pronta.
Meryn brincou com seu pão doce dinamarquês.
— Não é como se eu não quisesse falar contigo. Eu
simplesmente não sei o que dizer. A única coisa que vem à
mente é: “Sua mãe era uma vadia odiosa e eu estou feliz que ela
esteja morta”, mas isso não parece algo que se diz durante o
chá.
Lily cobriu a boca com o guardanapo, os olhos dançando
de tanto rir.

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— Oh, Meryn! Você poderia definitivamente dizer isso
durante o chá, pelo menos com o seu tio e eu. Lembre-se,
querida, nós a conhecemos também. Eu tive que praticamente
arrastar o Marshall para longe da casa dela. Ele queria
transformá-la em um sapo, mas eu o parei já que ela ainda
estava criando a Violet.
Meryn pensou por um segundo.
— Não, não um sapo, uma lesma. Isso teria sido melhor.
Marshall piscou um olho para Meryn, fazendo-a corar.
— Eu concordo cem por cento. Poderíamos ter revezado
com o saleiro.
Meryn riu, em seguida, olhou para o prato.
— Talvez mais tarde, depois da minha consulta,
pudéssemos ficar juntos. Talvez conversar sobre a minha mãe.
O sorriso de Lily foi vacilante quando ela piscou para
conter as lágrimas.
— É o que eu mais gostaria.
Aiden resmungou baixinho.
— Quanto mais ouço sobre essa mulher, mais eu apoio a
ideia de mover seu túmulo para Lycaonia.
Meryn colocou sua cabeça contentemente no ombro do
companheiro.
— Eu não penso assim. Eu não iria querer que ela sujasse
o lugar. Talvez em algum lugar próximo.
Anne não conseguia imaginar o que essa mulher poderia
ter feito, mas, pelo apoio que a ideia de mover o túmulo daquela
mulher estava tendo ao redor da mesa, ela estava feliz por
nunca tê-la conhecido.
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A campainha tocou indicando o fim do café da manhã.
Anne se levantou com Kendrick.
— Se divirta hoje treinando seu minion. Tente não explodir
nada enquanto eu estiver fora.
Kendrick suspirou.
— Você está tirando a diversão da minha manhã. — Ele
esfregou narizes com ela. —Divirta-se contando bandagens e
medindo a temperatura de todos.
— Você conhece as enfermeiras, nós amamos medir
temperaturas, — ela brincou.
— Te amo.
— Amo você também. E sério, não exploda nada ou
destrua a casa.
— Farei meu melhor, — Kendrick disse magnanimamente
e aproximou-se da porta para cumprimentar o Basil.

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Capítulo 12

Eles acabaram levando o Honda CRV de Anne para a


clínica já que ele não tinha uma vaga para si ainda e ainda
estava na frente da casa. Meryn discutiu com Ryuu de que não
precisava de uma babá, e ela não queria ele na sala quando
alguém estivesse dando uma olhada em seu “hoo-ha”. Ryuu
conseguiu parecer aborrecido e preocupado com sua
incumbência ao mesmo tempo enquanto a ajudava a colocar o
casaco.
Uma vez no carro e à caminho, Meryn exalou:
— Liberdade!
Rheia riu.
— Você teve um momento a sós desde que se mudou?
Meryn sacudiu a cabeça.
— Não. Eu poderia beijar aquele que lançou o feitiço para
erguer o perímetro. Talvez agora eu possa ir para a cidade
sozinha e visitar o Sydney e o Justice.

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Anne olhou para a direita, onde Meryn se sentava.
— Eu ouvi seus nomes antes, quem são eles?
— Sydney e Justice são donos do café na cidade chamado
The Jitterbug. Ambos são pecaminosamente lindos e tão melosos
que deveria ser ilegal.
As orelhas de Amelia se animaram.
— Eu acho que assisti um anime que tinha dois homens
donos de um café. Eu adoraria conhecer o Sydney e o Justice,
eles parecem divertidos.
— Eles são pessoinhas incríveis. Pena que eu não posso
provar qualquer uma das suas mais recentes criações, — Meryn
suspirou e esfregou a barriga. Ela olhou para baixo. — É melhor
você valer a pena, criança.
Rheia riu no banco de trás.
— Ela vai valer.
Anne sorriu.
— Você vai ter uma menina?
Meryn deu de ombros.
— Eu não sei. Eu disse a Rheia para não me dizer. Então,
ela continua mudando os pronomes para confundir o Aiden.
— E quanto a você, Rheia, você quer saber? — Anne
perguntou.
— Eu não me importaria de uma forma ou de outra. Isso
pode facilitar a decoração, — Rheia respondeu.
— Então, você foi reivindicada, hein? — Meryn perguntou
de repente.
— Meryn! — Rheia ofegou, parecendo mortificada.

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— O quê? Ela disse que não se importava de me dizer, —
Meryn apontou.
Anne não conseguiu não sorrir.
— Sim.
— E? — Meryn urgiu.
— E... foi mágico, por falta de uma palavra melhor.
— Minha reivindicação foi picante, mas eu não acho que
usaria a palavra “mágica”. Eu fui mordida, no entanto. — Meryn
puxou para baixo a gola do casaco para revelar duas cicatrizes
rosa brilhantes.
Rheia suspirou.
— Eu também fui mordida.
Anne franziu o cenho.
— Eu não fui mordida. Era para eu ser mordida?
Meryn bateu na porta.
— Acho que não, talvez seja uma coisa de shifter.
Anne seguiu a estrada.
— Talvez.
Depois de mais alguns minutos de silêncio.
— Você acha que eu poderia usar minha chave de fenda
sônica como uma varinha? — Meryn perguntou.
Anne praticamente podia sentir Rheia encarando Meryn.
Ela olhou no espelho retrovisor.

Sim. O olhar de “eu-não-sei-o-que-fazer-contigo”.


— O que é uma chave de fenda sônica? — Anne
perguntou, quebrando o silêncio.

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— É algo que o Doutor usa naquele programa de que eu
estava te falando. O Keelan me fez uma versão mágica de uma.
Já que o Kendrick diz que eu tenho um pouco de magia em
mim, eu queria saber se eu poderia usá-la como uma varinha
para, você sabe, lançar feitiços.
Anne voltou a pensar em cada instância que tinha visto
Kendrick usar magia.
— Meryn, eu não acho que bruxos de verdade usam
varinhas assim. Eu nunca vi o Kendrick usar uma.
— Eu nunca vi o Keelan ou o Quinn usarem uma também,
Meryn, — Rheia adicionou da parte traseira.
— Hmmmm. — Meryn olhou pela janela.
— Além disso, você está proibida de usar magia, lembra?
— Rheia a lembrou.
— Se a Amelia não ficou em apuros por se transformar em
um cachorro, acho que fico bem, — Meryn protestou.
— É ali? — Anne perguntou quando um grande edifício
entrou no campo de visão.
— Sim, é ali, — Rheia respondeu.
Anne estacionou perto da porta e elas saíram. Rheia
apontou para as diferentes salas de exame e equipamentos de
testes enquanto passavam por estes.
— O que são todas essas caixas? — Meryn perguntou,
apontando para a sala de suprimentos.
— São presentes de Éire Danu e Noctem Falls. Um
passarinho chamado Elizabeth Monroe fez alguns telefonemas
e, de repente, eu estou enterrado até o pescoço de suprimentos
muito necessários, — uma calorosa voz masculina respondeu.
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— Ei, Adam! — Meryn gritou, correndo até o grande
desconhecido.
Adam a pegou em um abraço apertado.
— Olá, irmãzinha! — Ele a colocou no chão e olhou para
Anne. — E quem é esta? Uma nova paciente?
Rheia envolveu um braço em volta dos ombros dela e a
moveu para frente.
— Esta é a nossa nova enfermeira. Adam, conheça Anne
Bennett, a companheira do Kendrick. Foi ela quem me ajudou
com as vítimas da situação com os reféns. Eu juro que ela foi
incrível. Ela parecia estar sempre exatamente onde eu precisava
dela. Ela também é quem está cuidando do Keelan para nós em
casa.
Adam estendeu a mão, e quando as apertaram, ela notou
que ele tinha calos nas palmas das mãos.
Adam esfregou a nuca quando a pegou encarando.
— Eu comecei a treinar com a Unidade Beta. Após os dois
últimos ataques, eu queria voltar às melhores condições de luta.
— Quem diabos iria querer lutar contigo? Você é enorme,
— Anne perguntou, olhando para cima.
O riso estridente de Adam a fez sorrir. Ele era muito mais
aberto e amigável do que seu ranzinza irmão mais novo. Mas,
novamente, Adam também não tinha uma companheira como a
Meryn a quem ficar de olho.
— Você ficaria surpresa com quantos ferals não dão
atenção a essas coisas. — Adam estendeu o braço. — Senhoras,
vamos terminar esses exames para que eu possa verificar minha
sobrinha ou sobrinho.
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Rheia se virou para ela.
— Anne, você poderia voltar para a sala de suprimentos e
tentar organizá-la? Se tivermos suprimentos suficientes, você
pode arrumar algumas coisas básicas para levarmos de volta
para casa?
Anne assentiu.
— Claro. A piada do Kendrick sobre eu contar palitinhos se
tornou realidade.
— Muito obrigada. Não vamos demorar, então não pense
que precisa organizar tudo. Vamos deixar a maior parte para o
Adam terminar, mas tudo o que puder fazer para ajudá-lo a
começar seria uma ajuda. — Rheia olhou de volta para onde
Meryn a esperava no corredor.
Anne mandou-a embora.
— Vá em frente, eu vou ficar bem.
Anne andou pelo corredor e entrou na sala de
suprimentos. Após cerca de uma hora, ela havia agrupado
caixas e tinha aberto o suficiente delas para montar quatro
estojos de campo. Se precisassem de mais alguma coisa,
poderiam pegar mais tarde. Ela colocou a mochila cheia de
suprimentos no ombro e saiu para o corredor.
Os cabelos em seu pescoço começaram a arrepiar.
Tentando não ser muito óbvia, ela parou na fonte de água e
virou a cabeça para olhar o corredor. Estava vazio, mas então,
pelo canto do olho, ela viu o ar cintilar. Era um cruzamento
entre a aparência do ar antes de Felix aparecer e as ondas de
calor que subiam da estrada em um dia de verão. Algo a estava
perseguindo.
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Ela se virou e lutou para manter o ritmo normal, apesar de
todos os instintos gritando com ela. Anne andou o mais
normalmente que pôde até estar na frente da porta do escritório
de Adam.
— Gente, posso entrar? — ela gritou.
— Sim, nossas pernas estão fechadas e nós estamos
vestidas, — Meryn brincou.
Anne se obrigou a rir. Ela abriu a porta e fechou-a
rapidamente, trancando-a. Engolindo em seco, ela sentiu como
se seu coração estivesse na garganta.
Adam se levantou.
— Anne?
Anne balançou a cabeça, apontou para a porta e moveu a
boca dizendo sem som: “Tem algo lá fora”.
Adam pegou o telefone de mesa e o levou ao ouvido.
Segundos depois, ele o colocou de volta no gancho e balançou a
cabeça.
Meryn mexeu na mochila e pegou seu telefone. Seus dedos
minúsculos começaram a se mover. Segundos se arrastaram
como horas. Com lágrimas escorrendo pelo rosto, Meryn
balançou a cabeça.
— Eu nunca tive esse problema quando era o Keelan que
atendia o telefone do Aiden, — ela silvou.
Anne olhou para Adam e Rheia.
— Celular? — ela sussurrou.
— Eu deixei o meu em casa, — Adam confessou.
— O meu está no carro, — Rheia disse, com a voz trêmula.

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Anne estava prestes a responder quando a maçaneta
sacudiu. Segundos mais tarde, algo bateu contra a porta. Adam
saltou por sobre a mesa e segurou a porta com seu peso.
— Adam! — Rheia gritou quando a porta foi atingida
novamente.
Anne respirou fundo e pensou em Kendrick. Ela encontrou
aquela energia calorosa da noite anterior e começou a segui-la.
Lentamente, muito lentamente, ela flutuou de volta para a
propriedade Alfa. Quando esta ficou à vista, ela passou pelas
paredes até o segundo andar.
Kendrick estava sorrindo e conversando animadamente
com Basil, que estava segurando um cristal nas mãos.

Kendrick!
Kendrick virou-se rapidamente na direção da clínica; não
havia nenhum vestígio de riso em seu rosto agora.

Kendrick! Socorro!
Isso foi tudo o que conseguiu dizer antes de se sentir
sendo puxada de volta. Quando abriu os olhos, Rheia a
embalava nos braços.
Anne olhou em volta.
— O que aconteceu?
De repente, Adam foi sacudido contra a porta. Quem quer
que estivesse lá fora estava tentando muito entrar.
— Você entrou em colapso. Pensei que tivesse desmaiado,
mas seus olhos estavam abertos. — Rheia ajudou-a a sentar-se.
— Eu acho que fui capaz de contatar o Kendrick. — Ela
colocou a mão sobre o peito. —Estou certa disso.

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— Espero pelos Deuses que esteja certa. Esta porta não vai
durar para sempre, — Adam disse, reposicionando os pés.
Rheia olhou através do escritório para a janela.
— Eu suponho que colocar grades nas janelas parecia uma
boa idéia na época?
Adam sorriu.
— Nós podemos abri-las do interior, mas não podem ser
abertas pelo lado de fora.
Rheia se levantou.
— Então por que não podemos simplesmente sair desse
jeito?
Adam balançou a cabeça.
— Foi assim que a perderam da última vez. Tenho a
sensação de que estaríamos indo direto para uma armadilha. É
melhor ficar aqui. — Ele olhou para Anne. — Quão certa você
está de que há ajuda a caminho?
Anne se levantou e encarou o médico.
— O Kendrick está vindo me buscar.
Ele assentiu.
— Então a melhor coisa que posso fazer é aguentar. A
única maneira de eles chegarem à minha irmãzinha é passar
por cima do meu cadáver.
Meryn sorriu fracamente para Adam, em seguida, olhou
brava para seu telefone.
— Quando eu ver o Aiden, vou matá-lo.
Atrás de Adam a porta começou a rachar.

Kendrick! Depressa!

MY
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Alanea Alder
*****
— Vê porque usamos quartzo agora? — Kendrick
perguntou.
Basil assentiu, com os olhos colados ao cristal que estava
mudando de cores.
Basil absorveu tudo o que ele lhe ensinara naquela
manhã, incluindo o feitiço de proteção na porta. Ele não poderia
ter escolhido um aluno melhor.

Kendrick!
Kendrick virou-se e olhou em volta. Ele podia jurar que
acabara de ouvir Anne.

Kendrick! Socorro!
Não havia dúvida em sua mente; tinha sido Anne.
Ele virou-se para encarar Basil.
— Anne está com problemas. Preciso que você fique aqui.
Esses testes estão prestes a terminar. Preciso que você fique
aqui e registre os resultados para mim; pode fazer isso?
— Claro! — Basil parecia assustado.
— Bom rapaz! — Kendrick se virou e saiu correndo do
quarto. — Sei! — ele gritou enquanto descia as escadas
correndo. O estresse tinha-lhe feito voltar a chamar o Ryuu pelo
seu primeiro nome.
Ryuu apareceu abaixo dele no saguão.
— Algo aconteceu, não foi?
Kendrick assentiu e ambos correram para a porta. Eles se
dirigiram para o campo aberto, onde os guerreiros da unidade
estavam treinando.

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— Aiden, aqui! — ele gritou.
Aiden levantou a cabeça bruscamente. Ele viu Kendrick e
Ryuu correndo em sua direção e rugiu. Kendrick sabia que o
comandante havia entendido que, se eles estavam correndo até
eles, as mulheres estavam em perigo. Alguns dos homens
correram para o pequeno prédio dos fundos e outros para a
garagem.
Aiden verificou sua pistola.
— O que sabemos? — ele perguntou.
— Nada, só que a Anne me chamou.
Ryuu olhou para Aiden.
— A denka está com medo, mas também com raiva de
você.
Aiden gemeu e correu de volta até sua mochila. Ele mexeu
nesta e pegou o telefone. Ele colocou no viva-voz.
— Bebê, eu sinto muito.
— Mais tarde. Onde você está? — Meryn exigiu.
— Estamos saindo daqui em cerca de dois minutos. Qual é
a sua situação?
— Rheia, Anne, Adam e eu estamos presos no escritório
dele. Até agora eles não foram capazes de passar pela porta.
Kendrick sentiu sua impaciência aumentando. Ele já
queria ir embora. Atrás deles, os SUVs começaram a chegar
enquanto os outros homens corriam à frente carregando bolsas
de equipamentos táticos. Em menos de um minuto, os homens
haviam se mobilizado. Normalmente, ele simplesmente usaria
sua magia, mas havia muitos homens, e ele nunca tinha ido à
clínica antes para medir a distância.
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— Tem algo que pode nos dizer sobre o inimigo? — Aiden
perguntou.
— Achamos que são ferals invisíveis. Eles estão sendo
persistentes e irritantes pra caralho, — Meryn gritou.
— Aí está a minha Ameaça, — disse Sascha, acenando
para Aiden.
— Caras, vocês precisam se apressar, sem zueira, — disse
Meryn. O soluço em sua voz fez os homens se dispersarem.
— Espere! Diga-lhes que eles são invisíveis, mas são
brilhantes, como se estivessem emitindo ondas de calor, — eles
ouviram Anne gritar ao telefone.

Ondas de calor?
— Vamos embora! Lorcan, sua unidade cuida da casa. Não
sabemos onde esses bastardos poderiam aparecer a seguir, —
Aiden gritou.
— Sim, senhor! — Lorcan gritou de volta, e começou a
posicionar seus homens ao redor da casa.
Kendrick, Gavriel, Colton, Darian, e Ryuu saltaram para o
SUV com Aiden. Tudo no que Kendrick conseguia pensar era em
Anne. Se algo acontecesse com ela, ele não sabia se seria capaz
de segui-la pacificamente para o além. Ele estava seriamente
com medo pelos homens com quem andava. Ao lado dele, Ryuu
estava vibrando com energia. Ele sabia que o escudeiro estaria
focado em uma coisa e apenas uma coisa, Meryn. Entre eles
dois, o inimigo não teria chance.
*****

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Alanea Alder
Quando os homens chegaram, eles simplesmente
chutaram a porta e inundaram os corredores. Quando
chegaram ao corredor que levava ao escritório de Adam, Aiden
ergueu o punho.
Kendrick e Ryuu se entreolharam e se colocaram na frente
de Aiden.
— Espere, não sabemos o que há lá! — Aiden silvou.
— Não importa, — disse Kendrick e voltou sua atenção
para o corredor. Graças à descrição de Anne, ele sabia pelo que
procurar. Para o olho destreinado de Anne, o feitiço de
invisibilidade através de sua magia parecia ondas de calor, o
que significava que ele seria capaz de vê-los. — Você pode
detectá-los? — ele perguntou ao amigo.
Os cabelos de Ryuu flutuavam ao redor de seu corpo como
se estivessem flutuando na água. Ele balançou a cabeça.
— Não, mas minha magia pode seguir a sua. Qual é o
plano?
— Matar todos, — disse Kendrick sem emoção. Ao
contrário do Ryuu, o elemento de Kendrick era o fogo, e o ar ao
seu redor começou a crepitar.
— Que diabos? — Colton gritou.
Kendrick virou-se para olhar para trás. Os guerreiros da
unidade estavam se afastando do calor. Movimento chamou sua
atenção do lado de fora da janela da sala a qual estavam ao
lado.
— Aiden, temos companhia lá fora. Seria mais seguro para
você e seus homens lidar com eles. Deixe o Ryuu e eu
acabarmos com os que estão no corredor.
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Aiden hesitou.
— É minha companheira que está lá.
Kendrick deixou seu poder aumentar até Aiden recuar
novamente.
— Minha companheira está lá dentro também. Agora vá!
— Vocês ouviram o homem! — Aiden levou os homens ao
exterior para lidar com os ferals tentando flanqueá-los por trás.
Kendrick voltou sua atenção para o corredor onde as
formas nebulosas estavam avançando sobre eles.
— Ótimo, eles querem brincar.
Ele ergueu a mão de poder.
— Inferno!
O corredor foi envolto em calor e chamas. As figuras diante
dele começaram a gritar e cair no chão.
— Oh, caralho, meu Deus, que fedor! Que porra estão
fazendo aí? — Meryn gritou.
Ryuu sorriu.
— E ali está a donzela indefesa, — ele disse antes de
levantar as duas mãos. Uma parede de água correu pelo
corredor extinguindo as chamas que subiam nas paredes.
Fuligem e cinzas cobriam corpos, tornando-os visíveis.
Eles enchiam o corredor, bloqueando o caminho até as
mulheres.
— Você pode removê-los? Denka e Rheia têm estômagos
tão sensíveis hoje em dia, — Ryuu perguntou educadamente...
como se não houvesse cadáveres meio queimados derretendo
bem à frente deles.

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— Seria um prazer. — Kendrick levantou a mão novamente
e flutuou os corpos pelo corredor e para fora da porta onde
atirou-os contra uma árvore, criando uma pilha fumegante de
carne e osso.
— É seguro sair agora? — Meryn gritou.
— Não. — Ryuu rapidamente caminhou pelo corredor.
Quando estavam na frente da porta, ele bateu. — Agora está
seguro, denka. — A porta se abriu lentamente.
Quando Meryn viu Ryuu, ela se jogou em seus braços.
— Sinto muitíssimo! Eu nunca deveria ter saído sem você!
Ryuu a pegou no colo como se ela não pesasse mais do que
uma criança.
— A culpa é completamente minha, denka. Esqueci que
meu primeiro dever é protegê-la. Como os outros, fui embalado
em uma falsa sensação de segurança pelo perímetro. Mas posso
garantir que não deixarei que isso aconteça novamente.
Meryn limpou o nariz na manga.
— No que me diz respeito você pode me ver fazer xixi.
Ryuu sorriu suavemente.
— Tenho certeza de que isso não será necessário.
— Anne? — Kendrick olhou ao redor da sala.
Anne se levantou com pernas trêmulas, as mãos fechadas
em punhos na lateral do corpo, o rosto surpreendentemente
calmo.
— Eu disse a eles que você viria nos buscar.
Kendrick entrou e simplesmente a abraçou.

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— Isso nunca pode acontecer novamente. Nunca, está me
ouvindo? — ele conseguiu dizer sufocadamente. Ele estava
tendo dificuldade para falar com o nó na garganta.
— Rheia! Rheia! — Eles ouviram Colton gritando.
Em um segundo ele estava no corredor, no seguinte, ele
tinha a companheira nos braços, girando-a por aí.
— Já chega! Já! Chega! Chega de clínica! — Rheia sacudiu
a cabeça, rindo de suas travessuras, mas Kendrick notou as
lágrimas escorrendo pelo seu rosto.
Kendrick se afastou e olhou para Anne.
— Você está bem?
Ela assentiu com a cabeça.
— Eu posso surtar mais tarde, mas no momento, acho que
estou bem.
— Tudo bem? Ela foi incrível! — Adam explodiu. — Essa
garota tem nervos de aço. Ela manteve a Rheia e a Meryn
calmas e me ajudou a barrar a porta. Ela também foi quem
notou que eles haviam entrado furtivamente e, mantendo a
calma, ela conseguiu entrar aqui e trancar a porta sem que eles
soubessem que ela os viu. Essa é uma baita mulher que você
tem.
— Meryn? Meryn! — Os gritos de Aiden fizeram Meryn se
remexer para descer. Ryuu a colocou no chão e deu um passo
para trás.
Aiden veio correndo pela porta e pegou Meryn nos braços.
— Bebê, eu sinto muito! Eu juro que vou usar o telefone no
pescoço a partir de agora! — Aiden enterrou o rosto em seu
ombro.
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Meryn enrolou os braços ao redor de sua cabeça.
— Eu vou chutar o seu traseiro mais tarde. Agora, só me
abraçe.
Anne olhou para Kendrick.
— Como eles entraram? Eu pensei que o perímetro
impediam estas coisas de entrar na cidade.
Adam voltou do corredor, acenando com a mão na frente
do rosto.
— Eu acho que nunca vou tirar esse cheiro do nariz. — Ele
espirrou duas vezes e olhou para Anne. — Eu acho que o
perímetro está funcionando bem. Eu suspeito que essa era uma
célula dormente. Eles estavam escondidos à espera de uma
chance de atacar. — Ele se virou para Meryn e Rheia. — Eles
viram vocês duas sem escolta e se moveram. Foi provavelmente
o seu último esforço para pegar vocês.
Meryn empalideceu.
— Eles estavam atrás dos nossos bebês.
Kendrick ofegou quando as peças começaram a se
encaixar. Ele teve que dar um passo para trás enquanto tudo
era processado.
— Kendrick? — Ele ouviu Anne chamar.
— Deixe-o! Ele está descobrindo algo, — exclamou Meryn.

Almas, shifters, habilidades, colares, casais, recruta,


bebês...
Kendrick sacudiu a cabeça. Ele olhou em volta e descobriu
que havia se encurralado em um canto e todos o observavam
atentamente.

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Seus olhos encontraram os de Anne.
— Eu sei que você precisa de mim, mas eu tenho que ir. Se
eu estiver certo...
Anne apontou para a porta, com os olhos perfeitamente
serenos.
— Vá! Eu estou bem. Vá verificar os testes, eu estarei bem
atrás de você.
Kendrick virou-se para sair, mas teve que beijá-la
primeiro. Ele voltou para ela, beijou-a com urgência. Ele se
virou para Ryuu e depois para Aiden.
— Estou confiando em vocês dois para trazê-la para casa
em segurança.
Ryuu fez uma reverência e Aiden assentiu.
— Você tem minha palavra.
Kendrick olhou para Anne uma última vez e correu porta
afora. Uma vez afastado do prédio, ele voou.

Só dessa vez, por favor. Só dessa vez, deixe-me estar


errado.
*****
Kendrick abriu a porta de supetão e subiu as escadas
correndo.
— Meryn? Rheia? — Amelia gritou.
— Tudo bem, estão bem! — ele respondeu e continuou.
Ele abriu a porta do quarto de Keelan e Basil pulou.
— Que cores você viu? — ele demandou.
Basil pegou seu caderno.

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— Os testes de cristais para habilidades mudaram de cor
com base na habilidade da miçanga. Os cristais um e dois
ficaram vermelhos. O cristal três ficou verde e o cristal quatro
ficou azul. O último que testou o conteúdo do recipiente, bem...
— Bem o que?
— Senhor, b-b-brilhou, — gaguejou Basil.
— Brilhou? — Kendrick começou a andar de um lado para
o outro. Ele parou e voltou para a mesa. — Isso não pode estar
certo. Basil, você tem certeza?
— Sim, senhor. Tenho certeza, brilhou na cor branca, —
respondeu Basil.
Kendrick congelou e seu coração perdeu o passo.
— Por que você não disse isso no começo?
Basil franziu a testa em confusão.
— Senhor, o cristal é branco.
Kendrick caiu de joelhos. Obviamente, um novato não
seria capaz de determinar a diferença entre um brilho regular e
uma luz branca. Ele fazia testes há séculos e nunca tinha visto
nada brilhar na cor branca, porque não havia nada nesta terra
puro o suficiente para chegar na classificação branca.
— Senhor! Senhor, você está bem? — Basil o circulou
preocupado.
— Basil, você pode esperar lá embaixo? Assim que os
outros chegarem, você pode enviar o Ryuu diretamente para
mim e reunir todos os outros na sala da frente? Vou precisar
que você e o Noah cuidem da Penny; ela não precisa ouvir isso,
— sussurrou Kendrick, tentando manter a voz calma.

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— Sim, senhor, o que precisar. — Basil saiu correndo tão
rápido pela porta que nem parou para remover seu avental de
teste.
Kendrick olhou para o chão. No que o mundo deles havia
se transformado?
Minutos começaram a ficar embaçados, porque a próxima
coisa que ele percebeu foi Ryuu ajoelhado ao lado dele.
— Heika, você está machucado? — Ryuu perguntou com
sensibilidade.
— Meu coração dói, Sei. Temo pelo nosso futuro, não sei
mais se quero viver neste mundo. Estou tão cansado, — admitiu
Kendrick.
— Você tem um motivo muito bom para viver, heika; ela
está esperando ansiosamente por você lá embaixo. — Ryuu
colocou a mão debaixo do seu braço e o ajudou a se levantar.
— Estou feliz que a Meryn tenha você, estou mesmo. Mas
eu daria qualquer coisa para tê-lo como meu escudeiro. — Ele
olhou seu amigo mais velho nos olhos.
— Eu entendo e fico lisonjeado. — Ryuu fez uma
reverência.
Kendrick se recusou a ceder a essa tristeza por mais um
segundo. Ele endireitou as costas e respirou fundo.
— Eles precisarão de você, especialmente Meryn e Rheia.
— Ele abriu a bolsa e tirou uma pequena bolsa de couro. — Isso
é camomila abençoada, um pouco ajuda bastante. Está
enfeitiçada para trazer paz. Faça alguns bules de chá para nós
durante toda a noite; todos nós precisaremos. — Ele entregou a
bolsa ao seu velho amigo.
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Alanea Alder
— Heika, uma coisa que aprendi vivendo com minha
denka nesses meses é que os humanos são mais fortes do que
acreditamos.
Kendrick inclinou a cabeça.
— Eu imagino que sim. Vou deixar você descer primeiro
para começar a preparar o chá, depois vou para a sala da
frente.
Ryuu colocou o punho sobre o coração, fez uma reverência
e saiu do quarto.
Kendrick esperou cinco minutos e desceu as escadas. A
cada passo que dava, seus pés ficavam cada vez mais pesados.
Quando ele entrou na sala da frente, olhou em volta para
as pessoas que rapidamente se tornaram sua família. A peculiar
Meryn e o ranzinza Aiden. Colton, que gostava de diversão, e
sua séria companheira, Rheia. Sua bondosa afilhada, o nobre
companheiro dela e seus pais. A elegante Elizabeth e seu
sombrio e misterioso companheiro, Gavriel. Ao lado, Jaxon,
sentado em silêncio, surpreendentemente encontrou seu olhar
sem vacilar.
— Já era hora, caralho! — Meryn reclamou.
Kendrick olhou em sua direção, mas não disse nada. Ele
respirou fundo novamente e exalou lentamente.
— Algumas das coisas que estou prestes a lhes contar,
vocês já suspeitavam ou sabiam. Eu sou simplesmente capaz de
confirmá-las com base nos testes que conduzi. Primeiro, posso
confirmar que cada miçanga é uma alma individual. Dito isto,
também posso confirmar que cada miçanga ressoa com uma
habilidade diferente de shifter.
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Alanea Alder
— O que não sabíamos? — Aiden perguntou. Ele sentava-
se ao lado de Meryn, segurando sua mão.
— As próprias miçangas são uma impossibilidade. Até
hoje, eu não achava que havia alguma maneira de criar algo que
tivesse a capacidade de conter uma alma; infelizmente, eu
estava errado.
"Nosso inimigo descobriu uma maneira de colher a mais
pura das almas para agir como recipientes. — Ele olhou ao
redor da sala. Os homens entenderam primeiro e aproximaram
mais suas companheiras. — Eles estão matando bebês por
nascer e recém-nascidos para usar suas almas puras para
abrigar as almas e habilidades dos shifters assassinados, suas
próprias mães e, às vezes, pais.
Soluçando, Amelia e Rheia se voltaram para seus
companheiros. Elizabeth parecia tão pálida que Kendrick
pensou que esta iria desmaiar, mas a reação de Meryn lhe deu
esperança. Ela não estava chorando; na verdade, ela nem
parecia estar chateada externamente. No entanto, Kendrick
percebeu pelo olhar que ela já estava matando mentalmente
seus inimigos. Sim, ela estava se imaginando até o joelho em
entranhas.
Kendrick virou-se para Anne. Ela estava pálida, sim, mas
seus olhos estavam tranquilos. Ela o observava com uma fé
inabalável que o deixava humilde. Ele podia ver pela maneira
como ela o olhava que Anne acreditava que ele impediria que
essas atrocidades acontecessem. E ela estava certa. Por mais
que ele quisesse vingança por seus pais, seu pai nunca o
perdoaria se ele não fizesse tudo ao seu alcance para acabar
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com esse mal insidioso e proteger não apenas seu povo, mas
todos os paranormais.
Elizabeth respirou fundo tremulamente.
— É por isso que eles foram atrás de casais prestes a
serem pais. Eles pegariam a alma do bebê como um recipiente,
a habilidade do shifter e, possivelmente, um novo recruta para o
exército deles.
O som de madeira estalando chamou a atenção de
Kendrick para Gavriel. Ele havia quebrado os dois braços da
cadeira e seus olhos estavam brilhando em um tom vermelho.
— Nenhum homem passaria honrosamente para o próximo
mundo e deixaria sua companheira e filho por nascer presos em
torturas sem fim. Eles começariam querendo destruir aqueles
que mataram sua família, mas se perderiam no derramamento
de sangue até se tornarem zangões irracionais.
Ryuu empurrou um carrinho para dentro da sala e
silenciosamente começou a servir o fragante chá. Ryuu
estendeu uma xícara para ele, mas ele balançou a cabeça. Ryuu
não se mexeu, apenas manteve a mão estendida, segurando a
xícara. Kendrick cedeu e aceitou a oferta de seu amigo.
Enquanto todo mundo tomava seu chá, suas respirações se
nivelaram lentamente e seus músculos relaxaram. A tristeza
ainda estava lá, mas o terror entorpecente estava
desaparecendo.
Elizabeth colocou a xícara de chá no pires.
— Ryuu, onde você conseguiu essa mistura incrível. Ainda
estou horrorizada, é claro, mas sinto que posso respirar
novamente.
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Ryuu fez uma reverência.
— Heika pensou que este chá ajudaria a todos com as
trágicas notícias que ele tinha para compartilhar.
Meryn se permitiu tombar para um lado e abraçou a
almofada do sofá contra o rosto.
— Eu não quero enfrentar isso agora. — Ela espiou por
sobre a almofada e olhou para Anne. — Você conhece algum
anime feliz que possamos assistir? Eu nem me importaria com
muito rosa e glitter no momento.
Anne assentiu.
— Acho que essa é uma ótima idéia. Vamos passar a tarde
relaxando; podemos enfrentar a realidade daqui a pouco.
Lily olhou para o companheiro e os dois se levantaram.
— Vamos ao conselho e os atualizaremos sobre o que
descobrimos aqui hoje. Vocês, crianças, vão com calma. — Lily
beijou a bochecha manchada de lágrimas da filha antes de ir até
Meryn para beijar sua têmpora e, de mãos dadas, ela e Marshall
foram embora.
Aiden se levantou.
— Eu já volto, bebê, vou pedir para o Lorcan escolta-los
até a cidade. — Ele esfregou as costas dela e correu atrás do
casal mais velho.
Gavriel balançou a cabeça.
— Crianças? Eu me pergunto se eles percebem que a
maioria de nós é mais velha do que eles?
Darian deu de ombros.

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— Eu não acho que isso importe. Adelaide nos trata como
seus meninos, e ela é muito mais nova que a maioria dos
guerreiros.
Colton puxou a manga de Kendrick e apontou com a
cabeça em direção à porta.
— Nós vamos sair um pouco, mas já voltamos, — ele
anunciou para as mulheres.
Kendrick colocou o chá de lado e, relutantemente, seguiu o
shifter de lobo para o saguão, junto com Gavriel e Darian. Ele
percebeu que a maioria das mulheres estavam tão distraídas
que nem se despediram.
Aiden fechou a porta da frente e, quando se virou e os viu
ali, franziu a testa.
— O que vocês querem?
Colton levou um dedo aos lábios.
— Cala a boca, as mulheres vão ouvir.
— Ouvir o que? — Aiden perguntou.
Colton os agrupou.
— Eu descobri algo que é garantia que deixará as
mulheres felizes, mas temos que ir à cidade.
Os homens estavam sorrindo enquanto se entreolhavam e
depois se viraram para encarar Kendrick. O sorriso de Aiden era
mais como um sorriso de lado.
— Bem, Kendrick, você acha que está pronto para
enfrentar o Duck In?

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Capítulo 13

Kendrick olhou bravo para Colton.


— Você está mentindo, não existe tal coisa.
Colton balançou o dedo para ele.
— Oh, vós de pouca fé. Eu estou acasalado com uma
humana então tenho lido sobre eles. A própria Rheia me disse
sobre essas pequenas guerreiras; ela disse que elas também
cozinham e vendem cookies que são, e eu cito: “melhores que
sexo”.
— Talvez melhor do que sexo com você, — Darian
murmurou.
Colton chutou o encosto do banco, empurrando Darian
para frente no painel. Colton continuou enquanto Darian
xingava.
— Como eu estava dizendo... Eles treinam essas garotas
para serem como pequenas ninjas. Elas precisam ganhar
distintivos especiais pelas habilidades de sobrevivência que

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aprendem, meio como ensinamos os cadetes. Agora, para
equilibrar todo o treinamento com armas e a aspereza da
sobrevivência na selva, eles também as ensinam a fazer cookies.
Aiden assentiu.
— Humanos são criaturas impressionantes. Você acha
que devemos inscrever a Penny em um de seus programas?
Colton balançou a cabeça.
— Rheia diz que a Penny teria que sair da cidade para
reuniões e não quer arriscar que sejam atacadas.
Darian franziu a testa.
— Isso é uma pena; esse programa ninja parece
promissor, especialmente para jovens mulheres. Talvez
possamos conversar com a sua mãe sobre isso, Aiden.
Aiden estalou os dedos.
— Ela adoraria se envolver em um programa como este.
Kendrick franziu a testa.
— Como devemos encontrar essas ardilosas ninjas?
Colton sorriu largamente para eles.
— Aparentemente, nesta época do ano elas nem praticam
subterfúgios, ficam expostas a céu aberto para que os civis
possam vê-las. Rheia disse que montam bancas no exterior de
supermercados e praticam suas técnicas de interrogatório nos
que entram na loja, para tentar fazê-los comprar seus cookies.
Gavriel olhou para Colton.
— Certeza de que elas são humanas?
Colton assentiu.
— Sim, este é um programa humano. É extremamente
popular; na verdade, é um programa nacional.
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Aiden entrou no estacionamento do Duck In e estacionou
longe do prédio para que pudessem dar uma olhada.
Colton pegou um par de binóculos.
— Estou vendo. Elas meio que são fofas, embora tenha
uma com metal preso a todos os dentes que parece
assustadora. Acho que ela pode ser a líder.
Aiden virou-se para Kendrick.
— O Duck In pode ser assustador, mas é o único lugar por
perto que vende tampões para ajudar a impedir que as
mulheres sangrem até a morte e preservativos para ajudar a
criar filhos.
Kendrick piscou.
— Aiden, eu não acho que é assim que funciona.
Aiden levantou a mão.
— Confie em mim. Eu sou um especialista.
Certo.
— Ok, então vamos lá. — Kendrick se inclinou para a
frente e agarrou a maçaneta da porta.
— Espere! — os homens gritaram em uníssono.
Kendrick deu um pulo para trás.
— O que?
Colton virou-se para Aiden.
— Precisamos de um plano de ação. Tenho a sensação de
que essas guerreiras só vendem seus valiosos cookies para
aqueles que se provaram em batalha.
Darian assentiu.
— Isso faz sentido.
Kendrick sacudiu a cabeça.
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— Não, sério, pessoal, acho que podemos apenas...
Colton balançou a cabeça.
— Quieto, Kendrick. Você é o novo homem da equipe. —
Ele então se virou para Aiden. — Que tipo de poder de fogo
temos no SUV agora?
O queixo de Kendrick caiu.
Gavriel curvou-se sobre o banco de trás e levantou a
tampa das maletas de armas.
— Temos dois lançadores de granadas aqui, — ele falou.
Aiden assentiu, sorrindo.
— Acho que devemos ir em grande estilo. Quanto mais
impressionantes parecermos, mais fácil será.
Kendrick sacudiu a cabeça repetidamente.
— Não, não, não será.
— Ok, homens. A missão é negociar com as ninjas, pegar
os cookies e levá-los de volta para as mulheres. — Aiden olhou
nos olhos de cada homem no SUV. — Lembrem-se, não
deixamos nosso pessoal para trás. Se um de nós for enganado,
voltem ao SUV.
— Sim, senhor! — Colton, Darian e Gavriel gritaram.
Todos eles se voltaram para Kendrick. Ele suspirou.
— Sim, senhor.
Enquanto desciam, Aiden virou-se para ele.
— Não estou sentindo o espírito de equipe aqui.
Kendrick apontou para os homens que vestiam todos os
equipamentos táticos que possuíam.
— Estamos prestes a negociar com ninjas em frente a um
supermercado; não estou vendo isso terminando bem.
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Aiden sorriu largamente e bateu no ombro dele.
— Lidar com humanos é o meu forte. — Cantarolando, ele
passou por Kendrick.
A Meryn não bateu nele com uma tampa de vaso sanitário?
Kendrick andou atrás dos quatro homens enquanto se
aproximavam das pequenas ninjas. Imediatamente, Kendrick
sentiu que algo estava muito errado.
Aiden deu um passo à frente.
— Gostaríamos de negociar.
A ninja com metal na boca olhou para cima.
— O que é negociar?
Aiden se inclinou para trás e piscou um olho para ele.
— Resposta evasiva. Elas são profissionais. Olha, ela tem
mais insígnias, é claramente a líder delas.
Ele então se inclinou e ficou bem na frente do rosto da
ninja.
— Queremos seus cookies.
Foi então que ela e as outras três ninjas começaram a
chorar.
Colton olhou para Aiden e franziu a testa.
— Comandante?
Aiden levantou a mão.
— Esta é uma técnica de negociação, que visa evocar
sentimentos de pena em suas vítimas.
Colton se iluminou.
— Oh.
Nós vamos para a cadeia.

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— O que, por Sam Hill, está acontecendo aqui? —
Kendrick olhou para cima e viu um homem mais velho se
arrastando na direção deles.
Aiden sorriu.
— Bart! É bom te ver de novo, amigo.
Bart olhou para o grupo deles e depois para Kendrick.
Kendrick apenas deu de ombros, levantou a mão e acenou com
os dedos para ele. Bart voltou-se para Aiden.
— O que há de errado com vocês, meninos?
Aiden franziu a testa.
— Senhor?
— Por que estão assediando esses doces anjos? — Bart
exigiu.
Aiden bufou.
— Doces anjos? Ha! Elas te enganaram, meu amigo. Vou
lhe contar um segredo. — Aiden se inclinou para perto do velho.
— Elas, na verdade, são ninjas.
Bart não disse nada imediatamente; ele apenas olhou
para Aiden.
— Filho, sua esposa te bateu com aquela tampa do vaso
de novo?
Aiden balançou a cabeça.
— Não, senhor.
Kendrick abriu caminho entre Aiden e Colton.
— Senhor, acredito que o que meus amigos bem-
intencionados e bem armados estavam tentando fazer era
comprar alguns cookies.

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A essa altura, mães raivosas estavam se aproximando
para defender as filhas.
Darian se inclinou para Aiden.
— Abortar missão, senhor, abortar!
Aiden balançou a cabeça.
— Não! Viemos aqui buscar cookies para as mulheres.
— Bart, afaste esses maníacos da minha filha antes que
eu chame a polícia! — uma mulher especialmente estridente
exigiu.
Kendrick observou como cada homem analisou a cena na
frente deles.
Meninas chorando, confere.
Mães assassinas, confere.
Multidão enfurecida se formando, confere.
Lentamente, cada um começou a empalidecer.
Kendrick virou-se para as mães furiosas.
— Queremos comprar seus cookies.
As mulheres se entreolharam.
— Quantos?
— Todos! — Aiden soltou.
Boa resposta, Comandante!
Kendrick observou a raiva diminuir lentamente enquanto
o dinheiro começava a trocar de mãos.
Foi necessário todos os cinco para carregar o estoque
inteiro de cookies das ninjas para o carro. Uma vez dentro do
SUV, Colton limpou a testa.
— Aquelas mulheres eram ninjas adultas; dava para
perceber.
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Gavriel olhou para suas caixas laranja e verde, parecendo
um pouco atormentado.
— Eu nunca mais quero enfrentá-las.
Aiden estava no banco do motorista, respirando fundo.
— Bom trabalho, homens. Embora possa parecer que
escapamos facilmente, nunca se toma cuidado demais. Darian,
quero que observe nossa traseira para ver se tentam nos seguir.
Darian rapidamente se arrastou para o banco de trás.
— Sim, senhor!
Colton parecia um pouco assustado.
— Ela tinha metal na boca. Elas deveriam ter metal na
boca assim?
Gavriel estremeceu.
— Com certeza vou ter pesadelos esta noite.
Colton assentiu.
Aiden agarrou o volante.
— Valeu a pena, pelas mulheres.
Ao redor dele, os homens assentiram.
Kendrick olhou pela janela.
Keelan, como você fazia isso o tempo todo?
*****
— Para onde você acha que eles foram? — Elizabeth
perguntou.
— Não sei dizer. Colton estava com aquele olhar nos
olhos. — Rheia sorriu.
— Aquele em que ele acha que está sendo esperto, mas na
verdade está sendo um idiota? — Meryn perguntou.
Rheia assentiu.
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— Sim, esse mesmo. Ele é tão adorável quando faz isso.
— Papa é bobo, — Penny opinou do colo da mãe. Após as
preocupantes revelações sobre os colares, Rheia foi ao comando
central pegar a Penny, e a esteve abraçando desde então.
Basil virou-se para Noah.
— Então o Tezuka realmente gosta do Yuri, ele está
apenas fingindo não gostar?
Noah assentiu e passou a tigela de pipoca para ele.
— Ele acha que o está protegendo.
Basil parecia confuso.
— Mas ele não está machucando o Yuri negando o amor
deles?
Anne se inclinou para frente.
— Ahhh. Esse é o cerne da maioria dos animes. Machucar
aquele que ama, o negando, para que os outros não o
machuque, para descobrir que o machucou o tempo todo, então
o deixando, causando-lhe mais dor e quase morrendo.
Meryn franziu a testa.
— Esse não era o enredo de Crepúsculo?
Elizabeth riu e jogou pipoca na amiga.
Eles ouviram a porta abrir e fechar, e todos se viraram
para ver quem havia entrado. Segundos depois, Lily e Marshall
apareceram.
— Bem, o Comitê agora se dedica a descobrir quem
lançou o feitiço de perímetro e usou magia negra. O Kendrick
fez um trabalho tão incrível refutando suas alegações que
desistiram por completo. Embora, para ser sincero, se eles
apenas tivessem andado pela cidade, nunca teriam perdido o
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tempo deles. As pessoas adoram você e seu companheiro
completamente, Meryn.
Meryn balançou a cabeça.
— Eles são boas pessoinhas.
Lily sentou-se com Marshall e olhou para a televisão.
— O que estamos assistindo?
— Um dos meus novos programas favoritos, — respondeu
Amelia.
Lily sorriu.
— Bem, eles certamente são bonitos.
Todas as mulheres suspiraram.
Cerca de uma hora depois, eles ouviram os homens
voltarem.
— Segure a porta, Aiden! — Anne ouviu Darian gritar.
As mulheres se entreolharam.
— Precisam de ajuda? — Anne gritou.
— Não! — Os homens gritaram.
Poucos minutos depois, os homens entraram e
começaram a distribuir caixas coloridas.
Kendrick lhe passou duas. Ela olhou para cookies de
menta e manteiga de amendoim? Ela deixou cair as caixas no
chão e se jogou nele.
— Meus favoritos! Como você sabia?
Kendrick riu.
— Eu não sabia, eu imaginei. Espero que saiba o quão
difícil foi conseguir isso.
Anne o beijou profundamente e imediatamente pegou sua
guloseima e rasgou a caixa de biscoitos de menta. Ao redor da
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sala, as outras mulheres estavam reagindo da mesma maneira.
Quando cada mulher deu sua primeira mordida, suspiros felizes
encheram a sala.
Colton deu uma olhada nos biscoitos que Rheia e Penny
estavam comendo. Rheia revirou os olhos e deu-lhe a sua
própria caixa. Dando de ombros, ele abriu o pacote e colocou
um cookie na boca. Seus olhos se arregalaram e ele começou a
mastigar mais rápido. Ele rapidamente terminou seu pacote e
pulou para pegar mais duas caixas.
Vendo a reação de Colton, os homens se dispersaram,
cada um pegando suas próprias caixas. Anne deitou no sofá e
assistiu seu anime favorito. Se aconchegou perto de Kendrick,
que também cedeu e estava se entregando aos doces.
Ao redor da sala, todos estavam flutuando em uma feliz
névoa de açúcar, deliberadamente tentando esquecer a feiura
daquela tarde. Ryuu estalou a língua para as escolhas
alimentares deles e começou a levar bules de chá e sanduíches
para o jantar, em um esforço de fazê-los comer algo substancial.
— Oh, querido! Um cabo de elevador quebrou na
Espanha; trinta pessoas morreram! — Amelia exclamou,
olhando para o telefone.
Darian tirou o telefone das mãos dela.
— Estamos na hora feliz agora.
Amelia enterrou o rosto no peito dele.
— Desculpe, você está certo. Hora feliz. Eu estava apenas
fazendo algo para a Meryn.
— Como se faz caber trinta pessoas em um elevador? —
Meryn e Kendrick perguntaram exatamente ao mesmo tempo.
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Anne escondeu o sorriso diante da expressão incrédula de
Amelia.
— Foi isso que chamou sua atenção?
Meryn assentiu.
— Bem, sim. Quero dizer, quão grande era o elevador?
Talvez fosse um elevador de carga, — sugeriu ela, olhando para
Kendrick.
Kendrick franziu a testa.
— Se era de carga, por que havia trinta pessoas nele?
Aiden colocou um cookie na boca.
— Sabe, ter o Kendrick aqui me faz me preocupar menos
com a Meryn.
— Não te preocupa que agora tenhamos duas pessoas que
têm um senso distorcido da realidade? — Colton perguntou.
Aiden balançou a cabeça.
— Não, porque estão do nosso lado.
Colton se iluminou.
— Aí sim.
Anne inclinou a cabeça para trás e beijou a bochecha de
Kendrick.
— Eu amo o jeito que você pensa.
Kendrick se inclinou.
— Você adoraria ainda mais se pudesse ver o que eu
estava pensando, — ele provocou.
Ela riu e o abraçou com mais força.
— Amelia, você me ajudou como eu pedi? — Meryn disse
com a boca cheia de cookies.
Amelia suspirou.
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— É claro que sim, embora eu não saiba como você
aumentou tanto de nível em tão pouco tempo.
— Meus furries no Facebook me ajudam. — Meryn
colocou outro cookie na boca e digitou no telefone.
Aiden sentou-se ereto.
— O que dela?
Elizabeth balançou a cabeça.
— Esquece, Aiden, é uma causa perdida. Confie em mim.
— Todos os seus campos nos pertencem, — disse Meryn
em um tom robótico.
Todo mundo olhou para Amelia que estremeceu.
— Eu a apresentei ao FarmVille.
— Eu vou dominar o mundo. Ma-ha-ha-ha! — Meryn
agitou os dois punhos no ar.
Anne riu da excitação peculiar de Meryn por um jogo da
internet.
Quando a campainha tocou, Anne não foi a única que
olhou em volta e verificou os números mentalmente. Quem
poderia estar na porta se todos estavam ali?
Meryn pulou da cadeira e foi para a porta.
— Meryn, — Aiden chamou.
Meryn congelou e virou-se para ele, dando batidinhas
com o pé.
— Bem, vamos lá.
Aiden passou por ela enquantos todos se levantavam para
olhar o saguão.
Aiden abriu a porta.
— Posso ajudar?
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— Foi-me dito que o Sei Ryuu servia nesta casa, — uma
voz masculina afirmou em inglês com sotaque.
Aiden manteve a porta aberta, e um homem pequeno
vestido com traje tradicional japonês entrou lentamente,
observando o ambiente.
Anne observou Ryuu entrar pelo corredor; seus olhos
pareciam assombrados. Kendrick passou por Colton e Gavriel
para ficar ao lado do amigo.
O homenzinho começou a falar em japonês.
Ryuu balançou a cabeça.
— Por respeito aos proprietários desta casa, por favor, fale
em inglês.
O homem inclinou a cabeça levemente e continuou:
— Sei Ryuu, seus serviços são necessários na casa
principal. Seu contrato ainda é válido. — O homem levantou o
braço e puxou a manga. Uma tênue tatuagem azul acinzentada
envolvia o pulso do homem e o antebraço.
Ryuu fez uma reverência na altura da cintura,
aparentemente retornando o gesto do homem, e balançou a
cabeça.
— Eu fui banido, não posso voltar.
O homem deu um passo à frente.
— Você fará como lhe foi ordenado. É uma vergonha você
vir aqui para servir pessoas como estas.
— Mizushima-dono, como me encontrou?
Os olhos do homem relanpejaram.
— Você se atreve a me abordar dessa maneira? Esqueceu
seu objetivo? Seu amigo na casa principal ficou tão empolgado
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em ouvir notícias suas, que teve que dizer a todos que você
estava vivo e indo bem aqui em Lycaonia. Como se atreve a
servir alguém que não seja seu mestre? Venha! — O homem
apontou para o espaço ao lado dele como se estivesse falando
para um cachorro sentar.
Ryuu olhou para Meryn.
— Talvez isso seja o melhor. Meu péssimo julgamento
quase a matou hoje. Eu não mereço estar ao seu lado.
Meryn deu um grito baixo e passou os braços em torno de
Ryuu.
— Não!
— Denka, por favor.
— Denka? Essa relés criatura? Ela é humana. — O
homem cuspiu cada palavra.
— Denka... — Ryuu tentou tirar os braços de Meryn de
sua cintura.
Ela balançou a cabeça de um lado para o outro.
— Não! Não! Não! Não! Você é meu. — Ela olhou para
cima, com lágrimas escorrendo pelo rosto. — Você me ouviu?
Você é meu! Você é da minha família, você e o Felix. — Ela
levantou o braço, onde sua própria tatuagem brilhava em um
azul royal vibrante. — Você prometeu. — Ela o olhou, incapaz
de recuperar o fôlego. — Eu te amo.
Essas três palavras endireitaram as costas de Ryuu. Ele
passou um braço em volta de Meryn e olhou para o pequeno
homem.
— Eu me vinculei a servir a denka. O contrato que eu
tinha com sua família está concluído. Terminou no dia em que
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você me exilou do meu país. A marca em seu braço continuará a
desaparecer, assim como qualquer poder que havia anexado a
ela. Desejo-lhe sorte em seus futuros empreendimentos. —
Ryuu fez uma reverência, claramente dispensando o homem,
depois permaneceu de pé orgulhosamente.
Anne sentiu vontade de pular para cima e para baixo.
Meryn estava uma bagunça, fungando. Ela nunca seria nobre
ou elegante, mas estava claro para todos que Ryuu valorizava
seu amor mais do que qualquer prestígio que pudesse receber
ao retornar à sua antiga família.
O rosto do homenzinho ficou em um tom perigoso de
vermelho. Ele levantou o pulso e sussurrou uma palavra. Ryuu
cambaleou para frente ligeiramente, com uma expressão de dor
no rosto.
Meryn recuou.
— Ryuu? — Ela se virou e viu o que o antigo mestre de
Ryuu estava fazendo. Ela se moveu até ficar na frente de Ryuu e
ergueu o pulso. O que quer que estivesse puxando Ryuu para
frente foi negado pela tatuagem de Meryn.
Kendrick ficou entre Meryn e Ryuu, e o homem indignado.
Ele balançou a cabeça para Aiden, que estivera a ponto de pegar
o intruso. Kendrick sorriu.
— Mizushima, sim? — ele perguntou.
— Não fale comigo, cachorro. — O homem endireitou as
vestes.
— Você me mostrou o seu, agora deixe-me mostrar o
meu. — Kendrick arregaçou a manga direita. Seu antebraço
musculoso estava rodeado por uma faixa vermelha, uma preta e
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uma branca prateada que formavam intrincados trabalhos de
nós. Uma fênix, uma tartaruga preta e um tigre branco
enrolados no pulso.
O homem começou a tremer e deu um passo para trás.
— Impossível! Você é um estrangeiro!
Kendrick estalou o pescoço.
— Não vejo como isso tem alguma coisa a ver com isso. —
Ele caminhou lentamente até o homem e agarrou seu pulso
direito. Segundos depois, o homem começou a gritar enquanto
fumaça subia de onde Kendrick o agarrava com força. Ele soltou
o homem, deixando-o cair no chão. Ele pairou sobre o outro,
com uma expressão fria no rosto. — Todos esses anos atrás, eu
tive que ficar de lado e te ver tratar meu amigo como um
cachorro, e eu não pude fazer nada. Ele está livre de você e da
sua espécie, e eu não preciso mais ser legal. Qualquer que fosse
a influência que você tinha sobre ele se foi. — Ele apontou para
a bagunça mutilada que havia feito do braço do homem. — Esse
é o seu único aviso: saia. E nunca mais chegue perto da minha
família. — Kendrick acenou com a mão e a porta da frente se
abriu violentamente. Ele cruzou os braços sobre o peito.
Mizushima saiu de quatro pela porta, que se fechou com força
atrás dele.
— E é assim que se acaba com alguém, — disse Colton
sorrindo de orelha a orelha.
— Kono-yaro13! — Meryn falou atrás do homem.
Ryuu olhou para Meryn em choque.
— Denka, onde você aprendeu tal linguagem?
13 Kono-yaro, do japonês, seria algo como: “Eu te pego, babaca!”, ou até: “Seu fudido”.

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Meryn se virou para Ryuu.
— Anime. — Ela começou a cutucá-lo no peito. — De
onde diabos você teve a idéia de que eu ficaria melhor sem você?
— Meryn continuou cutucando-o enquanto ele lhe sorria.
— Esqueça que eu disse alguma coisa, denka.
Aiden se aproximou do escudeiro e deu um tapinha no
ombro dele.
— Nós não poderíamos viver sem você; você é da família.
Ryuu recuou, colocou o punho sobre o coração e fez uma
reverência profunda.
— Eu juro servir sua casa enquanto houver membros da
família para servir.
— E cozinhar comida gostosa! — Colton acrescentou.
— E ser alguém com quem tomar chá. — Rheia sorriu
para o escudeiro.
Darian e Amelia assentiram.
— Não seria um lar sem você, Ryuu, — Amelia disse
gentilmente.
Ryuu manteve a cabeça baixa, mas Anne adivinhou que
seria para que os outros não vissem o quanto suas palavras o
afetavam.
— Agora é hora do seu castigo. — Meryn esfregou as
mãos.
Ryuu ficou de pé ereto, com um leve sorriso no rosto
bonito.
— Ah, e o que seria o castigo?

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— Eu quero toda aquela deliciosa comida japonesa que
você nos prometeu. Na verdade, a Meryn 2.0 realmente quer a
comida. — Meryn esfregou o estômago.
Anne virou-se para Kendrick. Foi necessário cada grama
de autodisciplina nela para não pular nele depois que a porta se
fechou. Ele ainda estava com os pés plantados no chão
separados pela largura dos ombros, os braços cruzados sobre o
peito. As tatuagens juntamente com sua barba o faziam parecer
perigoso e sexy. Ele a pegou olhando-o e lançou-lhe um olhar
interrogativo.
Ela sorriu docemente e murmurou as palavras:
— Eu te desejo.
Colton deve ter visto o que ela disse, porque começou a
rir. Kendrick agarrou a mão dela e foi direto para as escadas.
— Heika, você não está com fome? — Ryuu falou com
diversão na voz.
— Eu vou comer lá em cima! — Kendrick respondeu.
Isso levou Colton a rir convulsivamente.
Anne ofegou e correu para acompanhá-lo.
*****
Eles verificaram Keelan e depois foram para o quarto dela.
Nunca na vida ela quis algo tanto quanto queria seu
companheiro. Assim que fechou a porta, ela começou a se
despir. Kendrick se apressou a tirar a roupa e esperou por ela
na beira da cama. Anne o olhou e viu a expressão presunçosa
em seu rosto. Ela deixou cair a calcinha e foi recompensada
quando os olhos dele começaram a escurecer. Ela podia sentir a

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magia dele agora; esta estava percorrendo suas veias como um
raio.
Deliberadamente, ela pegou suas roupas e as dobrou em
uma pilha arrumada na cômoda. Quando se inclinou na frente
dele para pegar suas roupas mágicas, ela sorriu quando o ouviu
gemer baixinho.
Anne cuidadosamente dobrou as roupas dele e as colocou
ao lado das dela. Ela então se virou e caminhou em direção ao
banheiro.
— Anne, amor? — ele chamou.
Ela se virou.
— Sim? — ela perguntou inocentemente.
— Onde vai?
— Tomar banho. Há cheiro de carne queimada da clínica
no meu cabelo.
— Oh.
— Você está livre para se juntar a mim.
Ele levantou-se.
— Achei que nunca perguntaria.
Anne entrou no banheiro e foi diretamente para o
chuveiro. Ela o ligou no mais quente. Quando o vapor estava
saindo, ela diminuiu um pouco a temperatura e entrou.
Kendrick entrou atrás dela e gemeu quando a água bateu
em suas costas.
— Isso parece o paraíso.
— Vai ficar ainda melhor, — ela prometeu.
Kendrick puxou seu corpo nu e molhado contra o dele.
— Sabe, eu nunca fiz isso antes.
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— O que, tomar banho? — ela perguntou de brincadeira.
Ele torceu o nariz dela.
— Não. Eu nunca tomei banho com uma mulher antes.
Anne pegou o sabão e começou a ensaboar a bucha.
Pegou esta e começou a fazer pequenos círculos sobre o peito
dele, movendo-se lentamente para baixo. Quando largou a
bucha e usou as mãos ensaboadas para acariciá-lo, ele engoliu
em seco.
— Deuses, mulher!
Ela o acariciou rápido, depois lentamente, torturando-o
da mesma maneira que ele a tinha torturado na noite anterior.
Quando ela enfiou o polegar na pequena fenda, a respiração
dele saiu do corpo como uma explosão, e ele bateu com as duas
mãos contra o azulejo de cada lado da cabeça dela.
Ele a olhou.
— Por favor, me diga que está pronta.
Ela assentiu. Ter tanto poder sobre ele havia mexido com
a parte inferior de seu corpo. Ela estava doendo de desejo por
ele.
— Nós vamos fazer uma bagunça novamente, — disse
Kendrick, levantando-a e envolvendo suas pernas em volta da
cintura dele. Ele desligou a água.
Quando seu núcleo quente entrou em contato com seu
estômago, ela começou a se roçar contra ele, tentando encontrar
alívio.
— Eu não ligo; é para isso que serve a magia, — ela
ofegou.

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Kendrick saiu do chuveiro e foi diretamente para a cama.
A água de seus corpos pingou nas cobertas, mas nenhum deles
se importou. Sem aviso, ele a penetrou. Foi tão fundo que ela
gritou de prazer. Ele pegou seus pulsos e os prendeu acima da
cabeça. Repetidamente ele a penetrou. Ela levantou os quadris
a cada impulso. Quando ele começou a aumentar o ritmo, ela
sabia que ele estava perto.
— Por favor, — ela sussurrou.
Sorrindo, ele moveu os quadris e, de repente, a fricção
calorosa de sua magia estava torcendo e provocando seu clitóris
no tempo de seus impulsos. Não demorou muito até que seu
corpo estivesse explodindo em ondas de prazer. Ele a penetrou
mais duas vezes antes de gritar com seu próprio gozo,
desabando em cima dela, e ela o abraçou.
— Estou morta; você me matou, — ela sussurrou com voz
rouca.
— É o calor do acasalamento, — ele conseguiu dizer entre
ofegos.
— Nós acasalamos, isso não deveria estar acalmando?
Kendrick balançou a cabeça contra o pescoço dela.
— Fica mais intenso com o passar dos anos.
— Eu não vou sobreviver. — Anne empurrou a franja dele
para trás e beijou sua testa.
Ele se levantou e deslizou lentamente para fora do corpo
dela, fazendo os dois gemerem. Com as pernas trêmulas, ele foi
até a cômoda.
— Você tem que se levantar, amor.

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— Coloque fita amarela em volta de mim; não consigo me
mexer, — Anne disse, ainda tentando recuperar o fôlego.
Rindo, ele acenou com a mão e ela começou a flutuar até
ele. Ele endireitou a cama deles e usou suas roupas mágicas
para limpá-los. Quando Anne estava aconchegada ao lado dele,
com a cabeça em seu peito, ela suspirou feliz.
— Agora que os testes estão concluídos, posso tentar
localizar o bruxo responsável pelos colares, — disse ele em voz
baixa.
— Eu apoio você independentemente. — Ela colocou a
mão sobre o coração dele.
Quando Kendrick não respondeu, Anne se sentou e beijou
seus lábios.
— Amanhã. Se preocupe com isso amanhã.
— Obrigado.
— Pelo quê?
— Por ser uma companheira em quem posso me apoiar.
— Você não merece menos. — Ela o beijou novamente e
deitou-se.
— Muito apropriado para uma rainha.
Ela o mordeu gentilmente, e ele riu.
— Eu sou apenas uma enfermeira.
— Sim, senhora. — O braço dele a apertou e ela
adormeceu ao ritmo do coração dele.

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Capítulo 14

Eles ficaram na cama até o meio dia do dia seguinte. Toda


vez que um ia se levantar, o outro atacava. Rindo, eles
caminharam de mãos dadas para a sala de jantar bem a tempo
do almoço.
— Eles estão vivos! Ótimo, — brincou Meryn.
Anne caiu em sua cadeira e bocejou.
— Estou faminta.
Kendrick sentou-se ao lado dela e abafou um bocejo.
Aiden apontou para as montanhas de sanduíches no
centro da mesa. Anne estendeu a mão para os sanduíches,
depois parou e apontou.
— Aquele é do quê?
Rheia soltou um suspiro exasperado e depois apontou para
Colton.
— A própria criação especial dele. É maionese, manteiga
de amendoim, carne seca, picles e queijo.

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— Gostoso! — Penny cantou, balançando o sanduíche.
— Eles são deliciosos, — Meryn concordou, dando uma
mordida enorme no dela.
Anne olhou para Kendrick.
— Fique à vontade. Eu vou passar. — Ele apontou para a
pilha, imaginando se ela realmente experimentaria um
sanduíche tão estranho. Anne pegou um, o olhou e depois deu
uma mordida. A princípio, sua expressão era de horror, mas
quanto mais ela mastigava, menos em pânico parecia. Ela
engoliu.
— Na verdade, não é tão ruim assim.
— Maravilhoso. Outra convertida. — Ryuu suspirou e
colocou uma tigela grande de salada de frutas sobre a mesa.
Kendrick vasculhou a grande pilha até encontrar um
sanduíche de presunto e queijo e o atacou.
— Kendrick? — Meryn o chamou.
— Sim?
— Posso te perguntar uma coisa?
— Claro, Meryn.
— Já que tem três tatuagens, isso significa que tem três
escudeiros? — Era uma pergunta inocente o suficiente, uma
que ele não se importava de responder porque sabia que ela
estava genuinamente curiosa e não estava buscando mais
poder.
Ele balançou a cabeça.
— Não, eles não eram escudeiros, eram meus melhores
amigos.
— Eram? — Os olhos de Meryn se encheram de simpatia.
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— Há muito tempo, viajámos juntos. Quando eles
desapareceram deste mundo, me deixaram seu poder. Demorei
milhares de anos para dominar cada um, mas valeu a pena.
Toda vez que uso sua mágica, sinto como se eles estivessem me
protegendo.
— Por que eles desapareceram? — Perguntou Anne.
— Eu acho que posso saber, — Gavriel disse calmamente.
— Quando se vive por muito tempo e vê tanta dor e maldade
sem sentido, fica difícil encontrar um motivo para acordar todos
os dias. Quanto mais vive, mais vontade sente de descansar e
deixar tudo desaparecer. — Ele se virou para Elizabeth e sorriu.
— É por isso que, quando se encontra algo pelo qual viver, se
luta por isso.
— Gavriel está certo. Eles estavam muito, muito cansados
e suas almas estavam exaustas. — Kendrick esfregou o pulso
direito.
Meryn se virou na cadeira e cutucou Ryuu no estômago.
— Nada de desaparecer.
Ele assentiu.
— Eu não vejo como alguém poderia se entediar com a
vida ao seu redor, denka.
— Ótimo! Espere... — Ela o olhou. — Isso foi um elogio?
— Foi, — ele respondeu.
— Está bem então. — Meryn se virou na cadeira e voltou a
comer seu sanduíche monstruoso.
Kendrick esperou até que todo mundo tivesse
praticamente terminado de comer o almoço antes de decidir
abordar o assunto dos colares.
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Ele olhou para o Comandante da Unidade.
— Aiden, agora que os testes terminaram e sabemos o que
são os colares, eu poderia tentar localizar o bruxo responsável
por sua criação.
Rheia virou-se para Noah e Jaxon.
— Meninos, podem levar a Penny para o comando central?
Noah ficou de pé.
— Claro. Vamos, fofucha, quando você é convidada a sair
da mesa porque os adultos querem conversar, você ganha duas
sobremesas. — Noah empilhou pratos com fatias de torta nos
braços.
— Eba! — Penny comemorou. Ela subiu no colo de Jaxon e
os três saíram da sala de jantar.
— Obrigado, Rheia, — disse Kendrick.
Aiden recostou-se.
— Quais são os riscos?
— Para traçar a mágica até o bruxo que lançou o feitiço,
precisarei quebrar todas as miçangas de cada colar que temos
para conseguir um rastro suficientemente forte. Se fizermos
isso, não haverá mais tipos diferentes de testes; essa é a troca.
Todo mundo ficou quieto.
— Vamos em frente, — disse Amelia com firmeza. — Agora
que sabemos o que são, não há razão para mantê-los presos.
Vamos libertá-los.
Aiden olhou em volta da mesa. Todos assentiram.
Anne falou:
— Há algum perigo para você?
Deuses a abençoassem! Ela sempre pensava nele primeiro.
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Ele balançou a cabeça.
— Vou seguir a trilha usando minha magia, meu corpo
permanece aqui. É seguro.
— Devemos alertar o conselho sobre o que estamos
fazendo? — Elizabeth perguntou.
Aiden balançou a cabeça.
— Meu pai e o resto do conselho são obrigados a transmitir
tudo o que descobrem ao Comitê. Nesse caso, é melhor
pedirmos perdão do que permissão.
— Concordo, — disse Gavriel.
Kendrick olhou para onde Ryuu estava atrás de Meryn.
— Vou precisar da sua ajuda, velho amigo.
Ryuu fez uma reverência.
— Claro, o que precisar.
— Vou precisar usar você como âncora.
— Seria uma honra.
Aiden se levantou.
— Vamos começar.
*****
Kendrick estava no andar de cima recolhendo os colares
quando Anne colocou a mão no braço dele.
— Você não estava mentindo, estava? Não tem como você
se machucar?
Kendrick olhou para baixo e viu medo real em seus olhos.
Ele segurou o rosto dela com as mãos e a beijou gentilmente.
— Eu estava dizendo a verdade. Quando você estava em
perigo na clínica, como me alcançou?
Anne franziu o cenho em pensamento.
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— Lembrei-me do sentimento caloroso que senti quando
toquei sua magia durante a nossa reivindicação. Depois que a
toquei, fui capaz de segui-la de volta para casa. Oh! É isso que
você fará?
Kendrick assentiu. Ele a beijou novamente antes de pegar
os colares.
— Pronta? — Ele estendeu a mão. Ela a pegou e eles
desceram as escadas para onde todos estavam esperando na
sala de estar frontal.
— Então, o que exatamente vai acontecer? — Meryn
perguntou.
Kendrick esperou até Anne estar sentada antes de começar
sua explicação para o grupo.
— Se lembram da conversa que tivemos sobre como
funciona a magia superior? Que um bruxo deve fazer um
contrato com um ser superior ou oferecer algo deles mesmos em
troca?
Todos assentiram.
Ele levantou os colares.
— Quando eu quebrar essas miçangas, a parte que o
bruxo ofereceu será liberada e conectada temporariamente ao
bruxo. Vou seguir essa conexão de volta ao bruxo. Com um
pouco de sorte, eles não estarão muito longe, e eu serei capaz
de identificá-los. No pior cenário, terei que fazer um esboço da
pessoa que verei, mas pelo menos é um começo.
Aiden ficou ao lado de Ryuu.
— É mais do que temos agora.

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Kendrick piscou um olho para Anne, que revirou os olhos.
Sorrindo, ele foi até Ryuu.
— Vou precisar que você me prenda com sua magia para
que eu possa encontrar o caminho de volta. Não há como dizer
até que ponto ou com que rapidez voarei quando essas
miçangas forem quebradas.
Ryuu estendeu a mão e envolveu o pulso direito de
Kendrick com a mão. Onde se tocavam, uma luz azul brilhava.
— Estou pronto, heika.
Kendrick respirou fundo e, usando sua magia, esmagou as
miçangas na mão. Uma luz verde brilhou e ele se concentrou
em encontrar aquela lasca de magia. Ele viu dois fios, um mais
grosso que o outro. Ele agarrou seu leve brilho rosa e correu
atrás da luz que se afastava. Ele passou por árvores e
atravessou a floresta. Ele ficou surpreso ao ver que estava indo
direto para Lycaonia. Ao passar por empresas e casas, ele teve
um pressentimento de que sabia para onde estava indo. Ele
olhou para cima quando os fios cor de rosa estalaram à sua
frente. Ele não poderia ir mais longe; o prédio onde ambos os
fios desapareceram estava protegido.
Ele se virou e puxou a luz azul que o prendia ao seu corpo.
Ryuu começou a puxá-lo de volta. Prédios e ruas passaram
correndo, e as árvores não passavam de um borrão. De repente,
ele estava de volta em seu corpo.
Ofegando, ele abriu os olhos e se afastou de Ryuu.
— Deuses!
Aiden apareceu ao lado dele e o ajudou a se sentar em
uma cadeira.
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— O que você viu?
Kendrick respirou fundo.
— Não pude ver o rosto deles; há dois.
No fundo, Kendrick ouviu um telefone celular tocando.
— Dois? O que isso significa? — Colton perguntou.
— Isso significa que havia mais de um bruxo criando
colares, — respondeu Kendrick.
Anne pegou sua mão.
— Por que você não viu os rostos deles?
Kendrick olhou para Aiden.
— Porque o prédio está protegido. Eu parei na Mansão do
Conselho.
A sala ficou silenciosa, exceto pelo leve toque do celular.
— Pelo amor de Deus, Aiden, atenda o seu maldito
telefone! Você nunca atende o telefone! — Meryn exclamou,
jogando as mãos no ar.
Aiden rosnou e tirou o telefone do bolso.
— O que?! — Seu rosto instantaneamente se esclareceu. —
Pai, me desculpe, eu... O quê?! Quando? — Aiden engoliu em
seco e caiu na cadeira. — Pai, eu vou ter que ligar de volta. —
Ele encerrou a ligação e encarou o chão.
— Aiden? — Gavriel falou.
Aiden olhou para cima.
— O Ancião Adalwin está morto. Eles estavam no meio de
uma reunião quando ele começou a gritar e envelhecer diante
deles. Meu pai disse que ele parece uma múmia seca. Os outros
membros do comitê estão em tumulto. Eles acreditam que ele
foi assassinado usando magia negra e querem unidades lá fora
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o mais rápido possível para iniciar uma investigação e, é claro,
para protegê-los.
Kendrick assentiu.
— Isso faz sentido. Se ele foi um dos bruxos que lançou o
feitiço, então, quando as miçangas foram quebradas, os anos de
sua vida que ele ofereceu foram coletados. — Kendrick olhou
para as miçangas quebradas. — Ele deve ter criado a maioria
das que quebramos.
Elizabeth franziu o cenho.
— Mas você disse que havia dois fios.
Kendrick assentiu.
— Isso significa que ainda há mais um bruxo canalha na
Mansão do Conselho, e não temos ideia de quem ele é.
— Bem, que se foda essa porra, — Meryn exclamou,
jogando-se para trás no sofá.
Kendrick não poderia ter concordado mais.
*****
— Estou te dizendo que tem que ser aquele babaca, o
Réne! — Meryn disse, ajoelhando-se no sofá.
Elizabeth a puxou de volta para baixo.
— Meryn, temos que olhar isso de todos os ângulos.
Meryn jogou à amiga um olhar plano.
— O vampiro babaca é o vilão mau. Matamos o vilão mau,
salvamos o dia, voltamos para casa e comemos bolo!
Kendrick se viu apoiando Elizabeth.
— Meryn, temos que entrar com a mente aberta. Sou com
certeza a favor de me livrar do vilão, mas quero ter certeza de
que estamos nos livrando do verdadeiro mal, não do cara que
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age como um babaca. Além disso, o Réne é um vampiro, não
um bruxo.
— Eu acho que é o Daggart, — sugeriu Elizabeth.
Meryn ficou pensativa.
— Porra, agora fica difícil. Ele também foi um babaca.
Aposto que estão juntos nisso.
Anne pigarreou. Kendrick a olhou imediatamente.
— Eu sei que sou nova aqui, mas você acha que é por isso
que o Adalwin queria saber se os ferals aceitariam outra coisa
em troca dos reféns? E se eles nunca esperaram realmente que
o perímetro fosse baixado? É como quando se é uma criança,
você pede algo completamente ultrajante, para quando lhe
disserem não e você sugerir algo razoável, os pais ficarem mais
inclinados a dizer sim, já que acabaram com sua primeira ideia.
— Deuses, eu fiz isso com meu tio tantas vezes! —
Elizabeth exclamou.
— Réne apoiou a ideia de desistir dos colares, —
resmungou Colton.
Gavriel se virou para Aiden.
— O que fazemos?
Aiden levantou-se e pegou o telefone.
— Vou solicitar uma reunião do conselho com apenas meu
pai, Rowan e Celyn. Já que o Réne foi escolhido para ser o
membro do comitê representante de Lycaonia, podemos
justificar sua exclusão, já que sua lealdade fica dividida.
Gavriel, pegue o telefone. Quero a Beta e a Delta aqui na casa
cuidando das mulheres, e quero que a Gama vá conosco. Eles

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foram incluídos em todas as reuniões até agora; podemos usar
isso como uma desculpa para levá-los às câmaras do conselho.
Gavriel se levantou e pegou o celular enquanto Aiden fazia
a ligação para o pai, solicitando uma reunião.
Anne foi até ele.
— Eu não vou perguntar se você estará seguro, porque sei
que não estará. Mas vou fazer você prometer voltar.
Kendrick se levantou e a puxou para perto.
— Nem mesmo a morte poderia me afastar de você, — ele
sussurrou em seu ouvido.
Sorrindo, ela se afastou.
— Eu sei que você queria que isso fosse romântico, mas
depois de todas essas conversas sobre almas e múmias, foi meio
assustador.
— Eu sempre posso confiar em você para me manter no
chão. — Ele beijou sua testa.
— Eu estarei esperando você voltar bem aqui. Isso significa
que você tem que subir aquelas escadas ileso e muito quente e
vivo. Nada dessa coisa de: “nem mesmo a morte pode me parar”.
— Ela estremeceu. — Você sabe como me sinto sobre zumbis.
— Você tem a minha palavra, — ele prometeu.
Aiden guardou o telefone.
— A Gama estará aqui em cinco minutos. Vamos colocar
nosso equipamento.
Kendrick beijou sua testa novamente e se juntou aos
homens enquanto se dirigiam para a porta.
— Você vai se preparar? — Colton perguntou.
Kendrick sacudiu a cabeça.
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— Não, mas é sempre divertido ver com quantas coisas
vocês conseguem se cobrir para entrar em batalha.
Atrás deles, as mulheres riram. Colton deu um sorriso
agradecido e um sinal de positivo.
Keelan, eu juro, todos nós vamos voltar para casa desta
vez.
*****
Cabeças se viraram e as pessoas sussurraram enquanto as
duas unidades corriam da garagem para a Mansão do Conselho.
As longas pernas de Kendrick garantiram que ele fosse capaz de
acompanhar. O Ancião McKenzie os encontrou na porta, um
olhar sério no rosto.
— O que é isso tudo, filho?
— Vamos conversar lá dentro, pai. — Aiden andou lado a
lado com o pai pelos corredores. Eles passaram as câmaras
normais de reuniões para uma sala menor, destinada a
conversas mais íntimas. Sascha fechou a porta atrás deles e
Kendrick lançou um feitiço de isolamento acústico.
A Unidade Gama se organizou em direção ao fundo da
sala, enquanto a Alfa ficou na frente dos três membros do
conselho. O Ancião Vi'Ailean já estava sentado quando o Ancião
McKenzie sentou-se ao lado dele.
— Estamos apenas esperando o Rowan; ele teve que
convencer o Daggart sair do prédio quando o Adalwin, bem,
petrificou, — o Ancião McKenzie explicou.
— Ancião McKenzie, eu... — Kendrick se adiantou.
O ancião levantou a mão.

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— Por favor, Kendrick. Enquanto estivermos nesta sala,
não sejamos tão formais. Tive formalidade suficiente para durar
até o próximo século, — disse Byron amargamente, referindo-se
à recente reunião com o Comitê.
— Claro, senhor. Eu... — A porta à direita se abriu e o
Ancião Airgead se apressou para frente. Kendrick observou
enquanto este se dirigia para a cadeira. Seus cabelos
normalmente escuros pareciam mais claros nas têmporas e
havia mais rugas em seu rosto do que quando se encontraram
antes.
Kendrick lembrou-se de como Adalwin parecera abatido
quando a voz de Aiden ecoou em sua mente.
“Já quebramos alguns. Um por acidente e os outros porque
estavam machucando a Amelia.”
Kendrick sentiu o coração perder o passo enquanto olhava
para o ancião bruxo. O segundo fio se dirigia a ele! Rowan deve
ter sido o criador de pelo menos um dos colares que ele havia
quebrado mais cedo, por isso ele parecia mais velho.
Rowan o pegou encarando, e seus olhos se arregalaram.
Kendrick rosnou:
— Foi você! — Ele levantou a mão, mas não foi rápido o
suficiente.
Rowan levantou a mão.
— Debilito!
Kendrick sentiu sua consciência congelar dentro de sua
própria mente. Ele não conseguia ver ou ouvir nada. Ele lutou
para trazer sua magia à superfície, mas não conseguiu. Toda

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vez que ele pensava que esta estava ao seu alcance, sua mente
nublava e esta desaparecia.
O que Rowan estava fazendo? A Unidade Alfa estava
segura? Kendrick gritou internamente, até que até mesmo o
sentimento de desamparo começou a desaparecer.
“Kendrick.”
“Quem é?”
“Réne Evreux, fiquei desconfiado quando o Rowan convocou
uma reunião e não fui convidado.”
“Ele é um dos responsáveis por fazer os colares!”
“Eu sei; fui eu quem lhe enviou os colares para obter as
provas de que precisávamos. Ouça, só posso libertar uma pessoa
e terá que ser você. Você é o único forte o suficiente para vencê-lo.
Os membros do comitê não acreditarão em mim se eu lhes contar
o que está acontecendo.”
“Ligue para a propriedade Alfa, peça pela Anne; ela é minha
companheira. Diga a ela o que está acontecendo. Ela fará a
Meryn mobilizar as outras unidades.”
“Eu ligarei. Boa sorte.”
Ele sentiu como se Réne usasse uma brisa fresca para
limpar sua mente. Ele olhou ao redor. Rowan estava se
aproximando de Aiden com uma adaga. Séculos de frustração, a
queima acídica da traição e o medo de perder outro ente querido
alimentaram sua raiva. Ele nivelou a mão e sussurrou:
— Praemorior.
Rowan se virou no último momento, e o feitiço o atingiu no
centro do peito. Ele voou para trás contra a parede e caiu no

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chão. Ele olhou para Kendrick, um fino fio de sangue pingando
do canto da boca.
— Por quê? Por que você teve que vir para Lycaonia? Eu
estava tão perto, tão perto. — Ele deixou a cabeça cair para trás
contra a parede de pedra.
— Tão perto do que? — Kendrick olhou para os outros
homens na sala, todos ainda congelados e inconscientes por
causa do feitiço de Rowan.
— Foi tudo por nada! — Rowan ofegou.
Kendrick observou desapaixonadamente os pés de Rowan
começarem a se desintegrar e desaparecer.
— Rowan, você está prestes a enfrentar nossa Deusa. Você
carregará consigo o peso dos nascituros que assassinou, mas
você pode fazer um último ato de bondade. Diga-me quem está
por trás de tudo isso?
Kendrick se ajoelhou ao lado do bruxo que serviu seu povo
abnegadamente por séculos.
— Diga-me, — ele implorou.
O sorriso de Rowan foi gentil.
— Meu mestre não tem nome, pelo menos não um que
tenha compartilhado comigo. Ele é lindo, ele tenta você
exatamente com o que seu coração deseja. Você não pode dizer
não.
Kendrick olhou para ele com pena.
— O que quer que ele tenha te prometido, ele mentiu.
Rowan balançou a cabeça de um lado ao outro lentamente
enquanto suas pernas começaram a desaparecer.

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— É exatamente isso. Ele não precisa mentir. Do jeito que
ele opera, ele não precisa, aí está a perfídia.
— Qual foi o acordo? — Kendrick perguntou.
— Eu o ajudaria em Lycaonia. Deixei que ele usasse minha
mente, minhas memórias e meus relacionamentos de longa data
com as pessoas desta cidade para caminhar pelos sonhos nas
mentes das matriarcas e plantar a semente do pânico em
relação as companheiras de seus filhos serem assassinadas. Ele
queria que todos os guerreiros acasalassem. — Rowan respirou
fundo tremulamente.
— Por quê? — Kendrick pegou a mão de Rowan na dele. —
Foque. Por que ele queria que os guerreiros da unidade
acasalassem?
— Paranormais acasalados são necessários para formar
seu exército. Vampiros... sangue. Bruxos... combustível. Ele
pode roubar seus filhos. — Rowan tossiu e sangue jorrou por
seu queixo. Seus pulmões estavam se desintegrando.
Rowan riu e ofegou.
— Ele nunca contou com as mulheres. Deuses, como elas
conseguiram desvendar as coisas tão rapidamente.
Kendrick ofegou.
— Meryn, Elizabeth, Rheia e Amelia.
Rowan assentiu.
— Ele pensou que, ao acasalar os guerreiros, eles
ganhariam uma fraqueza, ou o que ele considerava uma
fraqueza. Eu poderia ter dito a ele que um homem luta mais
quando tem algo a proteger e uma mulher ainda mais. As
mulheres são mais ferozes, mais cruéis.
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— Agora acabou. Aiden destruiu a fábrica... — Kendrick
parou quando Rowan balançou a cabeça.
— Você não tem... ideia... de até onde isso vai, a grandeza.
Eu nunca soube em quem confiar. Como as miçangas no colar,
fomos mantidos separados uns dos outros, nossa única conexão
era ele. — Rowan apertou sua mão com força.
Kendrick segurou a mão de Rowan. Não demoraria muito
agora.
— O que você desejou? O que ele te mostrou? — Kendrick
perguntou suavemente.
— O colar dele. Eu queria... o colar dele. O primeiro que foi
feito, aquele que eu tinha que salvar, não importava o custo.
O rosto de Rowan relaxou quando seus braços e peito
lentamente se tornaram transparentes.
— Ele... me enganou. Ele disse que eu veria meu rei
novamente. Pensei que se eu libertasse meu rei, Kiran o
derrotaria.
A mente de Kendrick começou a acelerar.
— Rowan! Rowan! Seu rei está morto, como você poderia
libertá-lo? — Kendrick gritou.
— Como... ele... veio a ser. O Rei Kiran, a Rainha Celeste e
o bebê deles foram as primeiras miçangas a serem criadas. —
Rowan fechou os olhos.
— Não! — Kendrick gritou.
— Prometa-me! Prometa-me que você o libertará, — Rowan
implorou.
Kendrick sentiu seu coração se partir em pedaços quando
assentiu.
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— Juro pela alma de meu pai que não descansarei até que
o assassinato dos meus pais seja vingado e esse mal seja banido
deste mundo.
Os olhos de Rowan se arregalaram com suas palavras, ele
olhou para Kendrick quando lágrimas fantasmagóricas
começaram a fluir.
— Ele estava certo; eu consegui ver meu rei depois de
tudo. — Rowan lutou para levantar a outra mão, mas não parou
até que esta descansasse em seu peito evanescente. — Vida ...
longa... ao Rei Julian. Todos os Deuses o abençoem! — Era
como se essa declaração tivesse tirado o resto de sua força.
Rowan fechou os olhos e se foi.
Atrás dele, os homens descongelaram e começaram a
gritar ordens. Kendrick se ajoelhou no chão de pedra e começou
a tremer.
— Kendrick? — Aiden se aproximou dele por trás.
— Limpe o prédio! — Kendrick gritou. Ele olhou para as
mãos vazias. Sua magia estava furiosa e descontrolada com
suas emoções. Eletricidade negra estalava ao seu redor. Ele não
seria capaz de contê-la, todos estavam em perigo.
Aiden não perguntou, ele começou a latir ordens e os sons
dos guerreiros da unidade ficaram cada vez mais fracos.
Sob seus joelhos, a terra começou a se mover, chateada
por ter sido despertada com tanta força.
— Mãe! Pai! Kendrick! — Ele bateu as mãos no chão.
Todos esses milhares de anos, eles estiveram presos,
forçados a serem usados pelo próprio mal que tirou suas vidas.

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Acima dele, o teto começou a desabar, grandes pedras
pesadas caíram perigosamente perto, mas ele não se importou.
“Kendrick.”
Ele ignorou a voz suave de sua companheira. Ele se
recusava a deixá-la vê-lo assim.
“Athair”.
Não! Sua afilhada também não.
“Essa coisa está funcionando, Ryuu?”
Kendrick sorriu por entre as lágrimas. Até Meryn estava
tentando alcançá-lo.
“Kendrick, meu amor, é hora de voltar para casa. Você fez o
que pôde por hoje, agora é hora de descansar. Volte para casa,
para mim. Você prometeu.”
— Anne, minha doce Anne. Firme e verdadeira. Paciente e
amorosa. Deuses, meus pais amariam você.
“Athair, estamos todos preocupados com você. O que quer
que esteja enfrentando, não precisa enfrentar sozinho. Somos
uma família, lembra?”
— Eu deixei minha família morrer, Amelia. Eu não mereço
outra.
“Kendrick, irmão, não vou deixar você morrer assim. Você é
um membro da Alfa agora; isso significa que você luta. Aiden,
Gavriel, Darian e Colton estão no corredor esperando por você.
Eles acreditam na sua força, assim como eu.”
Kendrick ofegou e olhou em volta.
— Keelan? — Ele viu uma pedra cair e a esquivou bem a
tempo. Ele ficou de pé cambaleando. Ele nunca havia
decepcionado Keelan antes; e não ia começar agora.
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“Mova sua bunda! Não quero que o Aiden seja esmagado
como uma panqueca!”
Kendrick riu das repreensões de Meryn e correu para a
porta. Ele pegou o batente da porta com uma mão e se jogou no
corredor. Lá, esperando por ele, estava sua unidade.
— Já estava na porra da hora! Está ficando perigoso aqui!
— Colton gritou.
— Minhas desculpas, — Kendrick mostrou o dedo do meio
para ele e passou por ele correndo.
— Ei! — Colton gritou.
Os homens riram e correram por entre os pedaços do teto
que caíam.
Kendrick sentiu a terra se mover novamente e sabia que o
prédio estava prestes a cair.
— Corram para a porta, não parem! Está caindo! — ele
gritou.
Eles correram em zigue-zague pelas passagens estreitas
até chegarem à grande sala de recepção perto da porta. Eles
ouviram rachaduras e sons de explosões atrás de si. Eles
correram para a saída e desceram os degraus da Mansão do
Conselho. Atrás deles, o prédio de cinco mil anos de idade
desmoronou.
Kendrick olhou para o céu e percebeu o quão azul este
estava. O rosto sujo de Colton apareceu sorrindo sobre ele,
depois o de Aiden, o de Gavriel e, finalmente, o de Darian.
Kendrick levantou as mãos e eles o ergueram.
Sascha apareceu atrás deles.
— Gente, não temos que pagar por isso... certo?
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Kendrick riu, porque ele ia ou rir ou chorar. Saber que sua
mãe, pai e irmão estavam lá fora, presos, abrira velhas feridas,
mas, diferentemente da época em que as recebera, agora ele
tinha uma família por perto para ajudá-lo a passar por isso.
Aiden ainda estava rindo quando ordenou que os homens
retornassem à propriedade Alfa. Kendrick não tinha certeza,
mas estava quase seguro de que ouviu o Anciãor McKenzie
dizer: “foda-se” antes de ele também sair. Eles caminharam até
a garagem e entraram nos SUVs. Como Kendrick, a única coisa
que a Unidade Alfa queria era chegar em casa para suas
companheiras.

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Capítulo 15

Anne beijou a testa de Kendrick e saiu da cama. Ela


silenciosamente se vestiu e saiu do quarto deles. Todos os
homens estavam exaustos quando voltaram da Mansão do
Conselho na noite anterior. Embora nem os homens soubessem
na hora o que havia acontecido com Kendrick. Eles ficaram para
trás porque ele fazia parte da unidade e eles não deixavam
homens para trás.
Quando um Kendrick surrado entrou pela porta, ele
chocou todos ao cair de joelhos e enterrar o rosto na barriga
dela. Todos os deixaram sozinhos e, quando ele estava pronto,
Kendrick se levantou, pegou-a pela mão e juntou-se a todos na
sala de estar.
Sua voz permaneceu calma enquanto ele contava o que
havia acontecido depois que Rowan lançou o feitiço de paralisia
nos homens. Ele explicou sobre a traição de Rowan e as
revelações surpreendentes sobre seus pais. Não era de admirar

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que Anne sentira sua dor embora estivessem separados por
quilômetros.
Ela havia se virado para Amelia e Ryuu para obter
orientação sobre a melhor maneira de alcançar Kendrick e
conversar com ele sobre sua dor para fazê-lo se mexer. Ela não
queria pensar no que teria acontecido com todos os cinco
homens se ele tivesse demorado mais um segundo.
Anne desceu as escadas procurando por Meryn. Ela lhe
devia algumas horas assistindo Doctor Who esta tarde, já que
Meryn havia assistido anime com ela. Ela entrou no escritório e
parou em cheio. Meryn estava tentando levantar as pernas e
estava usando as mãos para dobrá-las na frente de si. Segundos
depois, Anne teve que cobrir a boca para não rir em voz alta, a
pequena mulher havia tombado para trás e terminou de costas
xingando.
— Filho da puta!
— Meryn, desista; isso simplesmente não é para você, —
Elizabeth murmurou, com os olhos presos no notebook.
— Besteira! Vou fazer essa coisa “Zen” nem que isso me
mate, caralho.
Anne entrou na sala e ajudou Meryn a se sentar.
— Você sabe que ser zen não deve levar ao estresse ou à
morte.
— Eu sei. Ok, mais uma vez. — Meryn se remexeu até que
suas pernas estivessem dobradas em uma posição assustadora,
parecendo um pretzel. Ela colocou as mãos nos joelhos, fechou
os olhos e inclinou a cabeça para trás.

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Depois de alguns momentos de silêncio, Anne olhou para
Beth. Beth estava olhando para Meryn, um olhar confuso no
rosto.
— O que exatamente você está fazendo? — Anne
finalmente perguntou.
— Ryuu sugeriu que eu tentasse meditar para aliviar o
estresse. Ele disse que eu deveria tentar encontrar meu animal
espiritual interior, — disse Meryn sem abrir os olhos.
— O quê? Um Pikachu? — Anne perguntou, sorrindo de
lado. Do outro lado da sala, Elizabeth começou a engasgar com
o café.
Os olhos de Meryn se arregalaram.
— Rude! E eu não sou tão baixinha assim!
Colton colocou a cabeça para dentro na sala.
— Oh, senhoras! Notícias do comitê, venham para a sala
de estar.
Meryn olhou para sua posição perfeita.
— Filho da puta!
Elizabeth e Anne se abaixaram.
— Vamos, Ameaça, você sabe que quer ouvir o que eles
têm a dizer, — disse Elizabeth.
— Por que eles tiveram que sair da Mansão? Eu não me
importaria se eles tivessem sido esmagados, — Meryn
murmurou.
— Oh, Meryn, — Elizabeth suspirou.
Elas entraram na sala de estar. Anne olhou brava para
Colton quando viu um Kendrick sonolento sentado no sofá.

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— Você poderia tê-lo deixado dormir. — Ela se sentou ao
lado do companheiro.
Kendrick a puxou para perto.
— Estou bem. Muito melhor hoje depois de ter descansado
tanto.
— O que os babacas queriam? — Meryn perguntou.
— Os babacas, como você os chama, estão furiosos, é
claro. — Byron se inclinou e beijou Meryn na testa.
Meryn corou.
— Oh, oi, pai.
Aiden sorriu com o desconforto de Meryn e esfregou o nariz
no pescoço dela, fazendo-a guinchar.
— Crianças, — repreendeu Byron.
Aiden sentou-se mais reto.
— Desculpe, pai, por favor continue.
— Como eu estava dizendo, eles estão furiosos, mas não
podem dizer muito, já que um deles trabalhava para o inimigo.
— Byron olhou para Kendrick. — Você tem certeza de que
manter o envolvimento de Rowan em segredo é a coisa certa a
se fazer?
Kendrick deu um breve aceno com a cabeça.
— Eu não o estou desculpando; as escolhas eram dele. Ele,
e apenas ele, está enfrentando os Deuses por suas ações. Mas
ele nem sempre foi um homem ruim. Ele fez muitas coisas boas
aqui em Lycaonia, e eu não queria manchar isso. Além disso, se
o inimigo, seja ele quem for, acredita que não temos ideia do
envolvimento de Rowan, ele não fará ideia de que nos disseram
algo, incluindo algo sobre sua própria existência.
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Meryn sorriu.
— Destorcido. Eu gosto.
Kendrick riu.
— Pensei que você poderia gostar.
Byron sacudiu a cabeça.
— Bem, eu estou de férias até que a nova Mansão do
Conselho seja construída. Estarei em casa saboreando meu
bolo. — Ele se virou para sair e depois se voltou novamente. —
A propósito, Aiden, por que Sascha está me implorando para
falar com você sobre removê-lo da patrulha?
Colton começou a rir e Darian bateu na palma dele com a
própria palma em uma saudação. O sorriso de Aiden era
diabólico.
— Porque, por alguma razão, apenas Sascha está tomando
choque do perímetro, então fazemos com que ele faça
varreduras de perímetro.
Darian se inclinou para trás.
— É como se o Keelan ainda estivesse conosco.
Ao lado dela, Kendrick ficou tenso.
— O que você acabou de dizer?
O rosto de Darian empalideceu.
— Eu não quis dizer nada com isso, Kendrick. É como eu
te disse, eles tinham uma rivalidade, e o Keelan sempre
eletrocutava o Sascha.
Kendrick sentou-se ereto na cadeira.
— Aquele pequeno bastardo! — Ele levantou-se e correu
escada acima. Anne estava bem atrás dele, como todos.
Kendrick abriu a porta de Keelan de supetão e foi até a
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antecâmara que ele lhe dissera ser o espaço sagrado de ritual de
Keelan.
Eles o esperaram no quarto de Keelan enquanto ele
vasculhava o local, derrubando caixas e tigelas de vidro.
— Ele conseguiu! Ele realmente conseguiu! — Kendrick
correu para a sala principal, segurando um livro encadernado
em couro.
— Ele conseguiu o que? — Aiden perguntou.
Kendrick começou a andar de um lado ao outro.
— Alguém... alguém me disse algo... — Ele apontou para
Darian. — Você! O que me disse na noite em que cheguei? Qual
foi a mensagem de Keelan para mim?
Darian balançou a cabeça.
— Ele... uh, ele disse: “Diga ao meu irmão que ele estava
certo, mas essa era a única maneira que eu vi em que todos
vocês sobreviviam. Diga a ele que sinto muito pelo que fiz, mas
que faria de novo.” Foi isso.
Kendrick gritou, pegou Anne e a girou!
— Ele disse que sentia muito!
Anne riu.
— Kendrick, querido, você está começando a me assustar.
Ele a colocou no chão.
— Ele disse que sentia muito pelo que havia feito, mas que
faria novamente. Eu sempre pensei que ele sentia muito por ter
se juntado à Alfa, por ficar com todos vocês quando sabia que ia
morrer, mas não era disso que ele estava falando!
A excitação de Kendrick era contagiosa. Anne agarrou o
braço de Kendrick.
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— Do que ele estava falando?
Kendrick parou e olhou para os rostos deles.
— Vocês não entendem, nenhum de vocês? Isso é
assustador. Como passam os dias?
Ryuu pigarreou.
— Heika...
Kendrick apontou para Ryuu.
— Certo. No dia depois que cheguei aqui, eu lhes disse que
toda a cidade estava coberta por magia negra, certo? — Todos
assentiram. — Esse tipo de sujeira só pode ser causada por
sacrifício humano, então, naturalmente, eu assumi que foi
nosso inimigo. Eu estava errado! Deuses! Com que frequência
consigo dizer isso?
— Kendrick! — Anne exclamou, perdendo a paciência.
— Foi o Keelan! — Kendrick explodiu.
O rosto de Aiden ficou vermelho e ele puxou Kendrick pela
gola.
— O Keelan nunca, em um milhar de anos, mataria
alguém por magia.
Kendrick arrancou as mãos de Aiden do seu colarinho e
deu um tapinha no peito dele.
— Você, meu grande amigo, está absolutamente certo; ele
nunca, jamais mataria alguém para lançar um feitiço. Mas, e
se... apenas, e se, ele soubesse o momento exato em que alguém
iria morrer?
Anne tateou com a mão cegamente até encontrar a
cadeira. Ela se sentou.
— Oh meu Deus.
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— Ele sabia que ia morrer! Ele sabia disso há séculos! Ele
descobriu como fazer um perímetro perfeito. Nenhum de vocês
se perguntou por que Keelan não estava de pé e andando por
aí? — Kendrick olhou para os outros.
— Porque ele perdeu a alma. Duh! — Meryn respondeu,
apontando para a cama.
Kendrick levantou um dedo.
— Então, e os ferals? Eles não têm alma e são capazes de
correr, lutar, babar, morder, você sabe, os comportamentos
normais dos ferals.
Anne olhou para o companheiro.
— Eu disse a mesma coisa na primeira vez que o vi, disse
que era como se ele nem estivesse ali.
Gavriel deu um passo à frente.
— Então, onde ele está?
Kendrick foi até a janela e a abriu. Ele apontou para o céu.
— Ele está lá fora! O componente que falta em qualquer
perímetro é a inteligência. Você nunca pode lançar um feitiço
para, digamos, barrar todos os vampiros. Temos vampiros em
nossas unidades. Como esse perímetro diferencia o amigo do
inimigo?
— Keelan, — Meryn sussurrou.
Elizabeth apontou para a janela.
— O Keelan está lá fora, nesse momento?
Kendrick assentiu.
— Bem, traga-o de volta! — ela exclamou.
Kendrick jogou o livro do outro lado da sala.

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— Eu não sei como! Pelo que sei, o que ele fez foi uma
viagem sem volta. Ele lançou o feitiço do perímetro no exato
momento em que sua alma deixou o corpo e usou sua própria
morte como o sacrifício humano necessário para fazer a barreira
perfeita. Eu nem sei por onde começar a desemaranhar isso.
Anne se levantou e emoldurou o rosto dele com as duas
mãos.
— Você tem tempo de sobra para descobrir. Não é como se
ele fosse para algum lugar, não é?
Kendrick piscou. Ela apertou as bochechas dele,
amassando seu rosto.
— Você continua esquecendo que não está mais sozinho.
Você até mesmo tem um minion muito dedicado que comeria
vidro se você pedisse. — Ela moveu as mãos para a esquerda. —
Pare de tentar — ela moveu para a direita — fazer tudo — ela o
segurou no lugar e o olhou nos olhos — sozinho. — Anne soltou
o rosto dele.
Kendrick esfregou as bochechas.
— Todos esses anos cuidando de Keelan, eu pensei que era
o guardião do meu irmão. Mas você é quem cuida tão bem de
nós dois. Você é a nossa guardiã.
Anne riu.
— Idiota arrogante. — Ela apontou para o céu. — O Keelan
é quem cuida de nós. Ele é o guardião de seu irmão, e parece
que sempre foi.
Kendrick sorriu e Anne notou que havia uma luz nele que
não havia antes. Agora que ele sabia que seu irmão estava
seguro, ela sabia que não havia nada neste mundo que o
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impediria de trazer Keelan para casa, não importava quanto
tempo levasse. E ela estaria bem ao lado dele, apoiando-o a
cada segundo.

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Epílogo

Todo mundo estava praticamente drogado com as boas


novas de que a alma de Keelan havia sido encontrada, por mais
impossível que parecesse no momento trazê-lo para casa.
Elizabeth sentiu como se tivesse envelhecido séculos na semana
passada. Tantas coisas haviam sido reveladas, era como se o
mundo deles fosse um lugar mais sombrio agora.
— Qual o problema, meu amor? — Gavriel perguntou,
sentando-se ao lado dela.
Ela se inclinou contra ele.
— Não sabemos em quem confiar. Sinto que nosso mundo
nunca estará seguro novamente. É como se a felicidade de
nossa família desaparecesse mais a cada dia.
Gavriel levantou uma sobrancelha e apontou para Meryn,
que estava inclinada precariamente contra a janela aberta,
gritando com Keelan para dar choques em Sascha novamente
enquanto um Aiden frenético tentava puxá-la para dentro.
— O que você estava dizendo?
Elizabeth começou a rir, apesar de seu humor melancólico.
— Graças aos Deuses por essa pequena humana. Não sei
como seria esta casa sem ela.

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— Você escolheu bem sua irmã. — Gavriel roçou o pescoço
dela com o nariz, fazendo-a suspirar enquanto eletricidade lhe
percorria o corpo.
Ela estava prestes a convidá-lo a subir quando o telefone
tocou. Ela o pegou e sorriu.
— Tio! Como estão as coisas na Cidade da Noite? — Ela
respondeu alegremente. Seu tio sempre a fazia se sentir melhor.
— Elizabeth Monroe, estou exigindo sua presença
imediatamente e traga essa sua amiga humana nanica, — seu
tio ordenou.
— Claro, tio, como quiser. Eu entendo completamente. —
Ela terminou a ligação e olhou em volta.
Todos pararam o que estavam fazendo quando Gavriel
começou a silvar para o telefone dela.
Seu companheiro ficou de pé, os olhos flamejando na cor
vermelha.
— Quem ele pensa que é para fazer tais demandas?
Elizabeth bateu os dedos nos lábios.
— Como ele me chamou, meu amor?
Gavriel parou e virou-se para ela, seus olhos agora
estavam em um tom de profundo vinho.
— Elizabeth Monroe.
— Oh merda! O que está acontecendo na Cidade do
Drácula? — Meryn sentou-se no sofá enquanto Aiden fechava a
janela.
Gavriel olhou para Beth e ela lhe sorriu.
— Meu tio nem me chama de Beth, muito menos de
Elizabeth, e ele ama a Meryn. Ele nunca a chamaria de “aquela
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humana nanica”. Algo está terrivelmente errado e ele está em
uma posição em que não confia em ninguém ao seu redor para
falar abertamente. — Ela olhou para Meryn, sorrindo
maliciosamente. — Bem, você sempre quis ver Noctem Falls;
está com humor para uma viagem?

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