My One and Only

Alanea Alder
Minha Preciosa
Alanea Alder

Tradução: Andrea, Regina, Margarida, Monica, Cris, Naty

Revisão Inicial: Liz
Revisão Final: Shinigami, J.Angel, Atena
Leitura Final: White Dog e Guinha Souza
Relançamento: Eva

My One and Only

Alanea Alder
 Dedicatória
~Amor Vincit Omnia - O Amor Tudo Conquista~

“Porque o amanhã não é uma garantia.” ~Serenity

Meadowsweet~

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Alanea Alder
 Micah passou tantos séculos escondendo quem é que esqueceu
como é ser ele mesmo, e apesar de sempre estar disponível para os
outros, ele acha impossível pedir ajuda. Quando semanas de
noites sem dormir começam a pesar, ele encara o fato de que
precisa de seus irmãos de unidade agora mais do que nunca.

Vivendo em Storm Keep com sangue mestiço, Serenity lutou

por tudo que tem. Quando desobedece os ditames de seus Anciões
para ajudar os doentes em Noctem Falls ela fica despreparada
para a gentileza e apoio que recebe de seus cidadãos, incluindo
seu próprio companheiro, um bruxo de nascença.

Enquanto ambos são forçados a revelar seus próprios segredos há

muito guardados para salvar uma cidade, serão eles capazes de
superar seus próprios medos arraigados para fazer durar o
acasalamento?

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Alanea Alder
 Prólogo
Os olhos de Micah estavam turvos por falta de sono. Suas
patrulhas eram no Nível Cinco naquele dia com Warrick. Ele
planejava completamente passar por todos os vendedores de
cafeína do Nível Seis antes de se reportar para o dever.
Ele olhou para o céu noturno falso em seu jardim. O que
ele não daria por apenas um momento com sua companheira.
Se a Destino1 a mantivesse afastada e a protegesse, ele sabia
que, se lhe fosse dado apenas um momento, ele poderia
enfrentar uma vida sem ela.
Por favor, ele implorou. Um momento para durar uma
vida.

1
Aqui preferi colocar “a Destino”, pois durante várias passagens de vários dos livros da
série os personagens se referem ao destino no feminino.

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 Capítulo 1
Micah caminhava por entre Meryn e Warrick enquanto
acenavam para as pessoas arredias do Nível Cinco. Ryuu os
seguia, uma sombra sempre presente de sua incumbência.
— Eles parecem prestes a mijarem nas calças, — Meryn
observou quando os residentes do nível correram para dentro
de suas casas, batendo as portas, enquanto o trio passava por
eles pelo longo corredor de volta ao túnel de transporte.
Warrick suspirou.
— Eu sabia que tinha ficado ruim, mas não tão ruim.
Micah assentiu.
— Eu já patrulhei o Nível Cinco antes, mas sabe que
ficamos bem perto do túnel. É um costume antigo para
qualquer cidadão com problemas se encontrar conosco lá, eu
nunca realmente questionei isso. — Ele olhou ao redor. —
Estou me perguntando quantas dessas pessoas tinham
permissão para chegar perto do túnel.
Meryn virou o rosto para ele.
— Por que não patrulhar todo o nível?

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 Os olhos de Micah se arregalaram.
— Meryn, isso seria como andar por uma cidade inteira.
Quero dizer, somos bons, mas não tão bons assim.
Meryn piscou.
— Ah sim, a coisa da colmeia.
Micah riu.
— A cidade não está estruturada como uma colmeia.
— Tanto faz.
Micah estava prestes a provocá-la um pouco mais quando
uma pequena figura apareceu na frente deles. Ele e Warrick
trocaram expressões de dor. Já estavam familiarizados com
esse residente em particular. Ele era uma ameaça adorável,
moldado pelo pai para ser uma pedra nos seus sapatos.
Nenhum dos guerreiros jamais machucaria o rapazinho, mas
isso não significava que este não era um incômodo. Quando se
é treinado para matar ferals, um jovem vampiro com metade
do seu tamanho não é bem uma ameaça.
Micah olhou por entre o jovem e Warrick, ele duvidava
que, mesmo na ponta dos pés, este alcançasse a clavícula de
Warrick.
— Vocês foram banidos daqui. Vão embora. Xô. — O
jovem de aparência élfica disse fazendo um movimento de
“enxotar” com as mãos.
Meryn inclinou a cabeça.
— Hã? O Warrick é o chefe da Família Fundadora daqui
agora. Então, tipo, o banimento é totalmente sem cabimento.
— O que é que não está cabendo? — respondeu o jovem
de cabelos escuros.

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 — Não. Não caber de colocar, cabimento. Quer dizer algo
sem sentido algum, não que algo fora posto em algum lugar,
— explicou ela.
Os olhos do jovem se encheram de confusão.
— Ele não me disse isso.
— Quem? — Meryn perguntou.
— Meu pai.
Meryn olhou para Micah.
— O pai dele?
Micah apontou para o homem à sua frente.
— Meryn McKenzie, este é Pip Maverick. Filho biológico
de DeLaFontaine.
Os olhos de Meryn se arregalaram.
— O Gavriel disse que DeLaFontaine não tinha herdeiros
nem ninguém para sucedê-lo.
Warrick estremeceu.
— Tecnicamente ele não tem. O Pip nunca foi listado no
Livro da Vida dos DeLaFontaine.
Meryn franziu a testa.
— Por que não?
Pip corou ferozmente.
— Porque eu nasci com defeito, — ele sussurrou.
— Bem, isso é besteira. Quero dizer, você não parece
danificado. — Meryn olhou-o atentamente.
Pip a olhou, surpreso.
— Não pareço?
Ela balançou a cabeça.
— Não, você parece normal para mim.

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 — Papai diz que eu sou lento. Que ele deveria ter me
afogado quando nasci, — Pip admitiu vergonhosamente.
— Não querendo parecer malvada nem nada, mas seu pai
é um grande babaca, — disse Meryn.
Os olhos de Pip se arregalaram e ele olhou em volta
freneticamente.
— Você não deveria dizer essas coisas. Eles vão te levar
embora para enfrentar o meu pai.
Meryn bufou.
— Gostaria de vê-los tentar. — Ela apontou para Warrick
e depois para Ryuu, que estava atrás deles. — O Warrick está
no comando deste nível, todo mundo responde a ele agora. E
se alguém tentasse me levar embora, meu escudeiro iria
estripá-los.
— Certamente, denka, — Ryuu confirmou atrás deles.
— Eu não quero que você se machuque. Você é legal e me
explicou coisas. — Pip começou a balançar para frente e para
trás enquanto seus dois punhos pequenos batiam nas próprias
têmporas. — Mas meu pai me disse que eu tinha que afastar
vocês, não importa o que acontecesse, mesmo que eu tivesse
que fazer coisas ruins.
Meryn os olhou em pânico.
— Ajude ele, — esta ordenou.
Warrick rapidamente se ajoelhou e gentilmente pegou os
punhos de Pip em suas grandes mãos.
— Pip, como sabe que seu pai quer que você seja mau?
Pip fungou.
— Ele me disse durante a minha última visita.

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 Warrick olhou para Micah e depois de volta para Pip.
— Você visita seu pai?
Pip assentiu.
— Eu sou o único que consegue vê-lo, porque somos
parentes de sangue.
— Isso pode explicar como o escolta de túnel recebeu
instruções, — Micah murmurou.
Warrick acenou com a cabeça levemente para reconhecer
que o ouvira.
— Pip, você deu instruções a alguém em nome do seu pai?
Pip assentiu lentamente, com medo nos olhos.
— Eu fui mau? Estou em apuros?
Micah estava vendo um novo lado de Pip. Normalmente,
o pequeno vampiro apenas jogava coisas neles ou gritava
coisas das ruas laterais. Talvez o comportamento anterior
deste não tivesse sido coisa sua no final das contas.
Warrick sacudiu a cabeça.
— Não, você não é mau, nem está em apuros. — Warrick
se virou para trás para olhar para Micah e Meryn. — O que
fazemos?
Micah sabia o que Warrick queria dizer. Com
DeLaFontaine nas celas de detenção, ele não estava certo se
havia alguém cuidando do jovem vampiro. Ele nem tinha
certeza se Pip sabia voar, de tão jovem que era.
Meryn deu um passo à frente.
— Pip, se você pudesse fazer alguma coisa, o que te faria
feliz?
Os olhos azuis de Pip se arregalaram.

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 — Qualquer coisa?
Warrick sorriu.
— Sim, qualquer coisa.
Pip sorriu brilhantemente, transformando seu rosto
inteiro em algo próximo do angelical.
— Eu não quero mais ser mau ou fazer coisas ruins.
Quero um lugar seguro para dormir e... — ele hesitou.
— E? — Warrick incentivou gentilmente.
— Comida. Comida sempre que estou com fome, — Pip
admitiu suavemente.
Meryn tirou as mãos de Warrick do caminho e passou um
braço em torno de Pip.
— Ele é meu pelo tempo que ele me quiser.
Warrick se levantou.
— Ora, Meryn.
Ela se virou para encará-los com os olhos flamejando.
— Não. Não estou dizendo que é culpa de todos vocês,
mas isso deve estar acontecendo faz anos. — Ela prendeu os
dois com um olhar zangado. — Querem ajudar? — Ela acenou
ao redor de si. — Consertem essa merda. Vocês são guerreiros
de unidade designados para proteger as pessoas, comecem a
proteger. — Ela se virou para Pip. — Vamos, amiguinho. Você
vai ficar comigo por um tempo.
— Vou? — Pip perguntou. — O que tenho que fazer?
Meryn deu de ombros.
— Me fazer companhia e me ajudar a comer a comida do
Sebastian.
Pip inconscientemente lambeu os lábios.

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 — Comer?
Os olhos de Meryn tinham um brilho de lágrimas. Ela
engoliu em seco antes de sorrir para Pip.
— Isso. Ele vai te amar. Ele vive para alimentar as
pessoas. — Ela lhe puxou a mão. — Vamos.
Pip hesitou, virando-se para Warrick.
— Você é realmente o chefe da Família Fundadora agora?
— Meryn esperou enquanto Pip pedia esclarecimentos.
Warrick assentiu.
— Sou.
— Eu não tenho que ver meu pai mais?
— Não. Não se não quiser.
— Eu não tenho que ser mau mais?
— Não.
— Posso usar o túnel de transporte e ir com a Meryn?
— Qualquer cidadão desta cidade pode usar o túnel de
transporte, — respondeu Warrick, parecendo confuso.
— Eu tenho que voltar? — Pip perguntou em voz baixa.
— Não, — respondeu Meryn. — Na verdade, se você quiser
passar pela sua casa e pegar as suas coisas, não precisará
voltar nunca mais.
Pip balançou a cabeça de um lado ao outro.
— Não tenho permissão para ter coisas.
Meryn sorriu.
— Agora pode ter.
Pip se endireitou.
— Eu quero ir com a Meryn e comer a comida do
Sebastian.

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 Warrick assentiu e sorriu.
— Divirta-se.
Enquanto se afastavam, Micah pôde ver que Meryn
apertava ferozmente a mão de Pip. Ryuu se colocou entre ele e
Warrick.
— Assumo que farão tudo ao seu alcance para ajudar a
situação do Pip?
Warrick suspirou.
— Claro. Ele e todo mundo no Nível Cinco.
Ryuu assentiu laconicamente.
— Vocês não têm ideia do quanto a situação dele se
harmoniza com a infância de Meryn. No coração dela, ela já o
considera da família e, portanto, eu o considero uma de
minhas incumbências. — Ele encontrou seus olhos e sorriu
friamente. — Eu realmente não quero matar ninguém
enquanto estou aqui... mas matarei se for preciso. — Ele lhes
fez uma reverência e rapidamente alcançou Meryn, que estava
explicando sobre o Pudim Mágico a um fascinado Pip.
Quando estes saíram pelo túnel, Warrick soltou um
suspiro explosivo.
— Deuses! Se eu não achasse que assumir a posição de
chefe da Família Fundadora manteria Avery mais seguro, eu
diria alegremente ao Gavriel que recuso a prestigiosa
promoção.
— Melhor você do que eu, — provocou Micah.
Warrick lançou-lhe um olhar azedo.
— Por onde eu começo a ajeitar esse nível dos diabos, de
qualquer forma?

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 Micah pensou por um momento.
— Por que não faz o que Kari fez? Encontre-se com os
chefes das Famílias Nobres e peça que eles ajudem a passar
informações e as mudanças políticas.
— Você esqueceu que o tio que me deserdou, é um dos
chefes de Família Nobre que agora se reportam a mim? — ele
perguntou.
Micah piscou e riu.
— Eu tinha esquecido disso.
Warrick esfregou o queixo.
— O LeBeau não é tão ruim assim. Mas tenho a sensação
de que meu tio tentará me sabotar a cada passo.
Micah deu de ombros.
— Então substitua-o.
Warrick o olhou em choque.
— Nós não podemos fazer isso!
— Por que não? Foi assim que você foi promovido.
— As circunstâncias em torno da minha promoção foram
únicas, impossíveis e extremas.
Micah se aproximou e lançou uma bolha de
insonorização.
— Olhe. A Meryn está certa. Há uma tonelada de merda
obscura acontecendo por aqui que está acontecendo bem
debaixo dos nossos narizes, e nós passamos por cima porque
tivemos que ceder a tradição. Bem, sabe de uma coisa? Foda-
se isso. Finalmente temos um passe livre e o nome dele é a
porra do Príncipe das Sombras, Gavriel Ambrosios. Toda a
cidade de Noctem Falls fica de joelhos quando alguém

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menciona seu nome e por um bom motivo. Se o seu tio lhe
encher o saco, diga ao Gavriel e obtenha permissão para
substituí-lo. O Gavriel é incapaz de errar. Temos uma janela
muito pequena de oportunidade para finalmente ajudar as
pessoas. Use-a. — Micah exalou.
Warrick simplesmente o encarou.
— Você está certo. — Ele se endireitou e deu um sorriso
convencido. — Vamos ao Nível Um, checar o Pip, então, se
possível, falamos com o Gavriel sobre reorganizar algumas das
Famílias Nobres.
Micah desfez o feitiço de isolamento acústico.
— Depois de você, — Micah fez um arco com o braço para
fazer uma reverência.
— Você sabe que se eu conseguir fazer o que quero,
precisarei de apoio, — Warrick murmurou.
— Seria uma profunda honra e um prazer ajudá-lo nesse
empreendimento. Na verdade, aposto que Declan e seu irmão,
Rex, também adorariam ajudar, considerando os eventos
recentes.
Warrick riu alto.
— E o Declan diz que nunca fazemos nada legal para ele.
Micah sorriu.
— Bastardo ingrato.
Rindo, Warrick passou um braço em volta do ombro dele
enquanto caminhavam em direção ao túnel de transporte.
No que dizia respeito às patrulhas, aquele dia estava se
mostrando um grande dia.
*****

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 — Tem certeza sobre isso? — Radclyffe perguntou pela
décima vez em uma hora.
Serenity Meadowsweet soltou um suspiro exasperado.
— Pela enésima vez, não, não tenho certeza, mas vou de
qualquer forma.
— Você quer dizer que todos nós vamos. — Radclyffe
Juniper apontou com o dedo para um lado e depois o outro,
entre ele e sua companheira, Laelia.
— Na verdade, vocês não precisam vir, pode ser uma ideia
melhor para vocês dois ficarem para trás e cuidarem do
templo, — sugeriu Serenity, fazendo uma pausa em seus
esforços de fazer as malas.
— Não seja boba. Você precisa de nós, — sua mais íntima
amiga rebateu. Laelia Juniper era uma das mulheres mais
doces que já conhecera. Ela queria desesperadamente o apoio
da amiga, mas sabia que, se a seguissem até Noctem Falls,
todos poderiam ter sérios problemas.
Serenity fechou a mala. Ela não tinha pego muito, apenas
algumas mudas de roupa. Eles forneceriam suporte mágico,
então não havia muito o que levar no que concernia a
suprimentos. Ela se virou para encarar os dois melhores
amigos.
— Vocês percebem que, vindo comigo a Noctem Falls,
estamos indo contra o ditame dos Bruxos Anciões concernente
a participação de Storm Keep nesta crise? — Os dois
assentiram. — E que, vindo comigo, nós três poderíamos ser
punidos quando voltarmos? — Mais uma vez, eles assentiram.

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 Laelia colocou a bolsa no ombro e seu companheiro fez o
mesmo.
— Não apenas não a deixaremos fazer isso sozinha, mas
também concordamos com você que é nosso dever ajudar. —
Ela acenou com a mão indicando o cômodo. — Você é a Chefe
do Templo da Água em Storm Keep. Nós somos o centro de
cura mágica do mundo paranormal. Se não formos, quem irá?
Radclyffe ajustou a bolsa.
— Além disso, se não era para ajudarmos, não haveria
uma Cláusula do Curandeiro incorporada nos protocolos de
quarentena dos portais fae.
Serenity ficara chocada quando a rainha dos fae a
procurara diretamente para perguntar se ela estava disposta a
adotar a cláusula e ir a Noctem Falls para ajudar a combater
a doença desconhecida. Os fae eram incapazes de ir à cidade
dos vampiros, mas a rainha explicara que se um portal fosse
aberto de dentro do Templo da Água, os curandeiros poderiam
passar por este para prestar assistência.
Serenity tinha sido honesta com a rainha quando disse
que não tinha certeza do que deveria fazer, querendo obter a
permissão de seus Anciãos primeiro. Como chefe do templo,
ela se reportava diretamente ao Conselho dos Bruxos Anciãos
que administravam a cidade. Ela tinha a sensação de que, se
o conselho da cidade, composto pelas quatro principais raças,
tivesse sido incluído na tomada de decisões, ela teria
conseguido permissão para ir.

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 A Rainha Aleksandra disse que a decisão era dela e que
não informaria ninguém em Noctem Falls sobre a possibilidade
de sua chegada até que ela se decidisse.
Serenity sabia que queria ajudar e pensou que ir ao
conselho seria uma formalidade. Ficou chocada com a decisão
unânime deles de deixar Noctem Falls a própria sorte.
Quando voltou ao templo, sabia que tinha que agir
rápido. Ligou imediatamente para o irmão e pediu que este
saísse de Eiré Danu através de um portal para ir a Storm Keep.
Seria ele que lhes abriria o portal para Noctem Falls. Ela queria
manter a rainha fora daquela empreitada traiçoeira tanto
quanto possível. Ninguém desconfiaria de uma visita de seu
irmão mais velho, Zachari, afinal eram gêmeos e se visitavam
com frequência.
Serenity pegou sua mala.
— Vou deixar o Troy no comando enquanto estivermos
fora.
Radclyffe assentiu.
— Ótima escolha. Ele é tão devotado a você, como chefe
do templo, quanto às regras e regulamentos. Ele pode lidar
facilmente com o conselho.
— Toc, toc. Seri, onde você está? — uma voz masculina
profunda perguntou. Momentos depois, seu irmão estava
abaixando a cabeça para entrar em seus aposentos. Quando a
viu, seu sorriso aumentou. — Aqui está minha irmãzinha
favorita! — Ele atravessou a sala e a puxou para um abraço de
urso que fez sua espinha estralar.

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 Apesar de serem gêmeos, não se pareciam em nada. Ele
puxara ao pai. Alto, dourado e deslumbrante. As duas
diferenças entre ele e os faes de sangue puro eram as mechas
de cabelos castanhos escuros, visíveis mesmo quando puxados
para trás em um rabo de cavalo, como ele usava normalmente,
e os olhos castanhos escuros que herdara da mãe. Olhos
escuros entre os fae eram altamente incomuns.
Ela puxara à mãe bruxa com cabelos escuros e dons
mágicos. No entanto, ao contrário do irmão, ela tinha os olhos
cor de lavanda do pai. Sua mãe sempre dizia que os dois eram
a mistura perfeita de bruxo e fae.
Zach tinha alguns poderes, mas não o suficiente para
justificar o teste pela Academia de Magia. Ele lhe dissera
descaradamente que podia fazer magia o suficiente para
manter suas amiguinhas felizes. Ela lhe disse que não
precisava saber mais.
Para facilitar a vida em Storm Keep, ela adotara o nome
de solteira da mãe, Meadowsweet, deixando de lado a tradição
fae. Independentemente de quais regras ela retorcesse ou
quebrasse enquanto crescia, sempre teve todo o apoio dos pais.
Ela só podia esperar que não ficassem muito chateados com
ela por ir contra os ditames do conselho.
— Zach! Me coloque no chão, — ela riu. Não importava
quanto tempo ficassem separados, ele sempre a
cumprimentava assim. Ele a colocou no chão, seu rosto
ficando sério.
— Tem certeza sobre ir? Eu não quero que fique doente.

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 — Pelo que a rainha me disse, até agora a doença está
afetando apenas shifters e vampiros. Muitos guerreiros de
unidade bruxos têm ajudado os doentes e nenhum deles foi
infectado. Eles precisam da nossa ajuda. Nós estudamos para
isso, — respondeu ela.
Ele esfregou o queixo.
— Eu não gosto disso.
— Não precisa gostar, basta abrir o portal.
— Mesmo sendo gêmeos, você não pode abrir um portal e
eu posso, — ele balançou a cabeça. — A genética é estranha.
— Eu posso abrir um rio ao meio e você não pode, — ela
respondeu.
Ele sorriu.
— Você melhorou. Quando éramos crianças, você tinha
problemas com poças de lama, — ele brincou.
Ela jogou-lhe um olhar sem expressão.
— Eu sou a chefe do templo agora.
— Sim, senhora chefe do templo, o que diga, senhora
chefe do templo, — Zach fez uma reverência, as pontas dos
dedos roçando o chão.
Serenity revirou os olhos.
— Você é impossível!
Zach a olhou e piscou um olho.
— Mas você me ama mesmo assim. — Ele se endireitou e
depois se virou para Laelia. — E como está minha segunda
dama favorita?
Laelia corou.
— Estou bem.

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 Radclyffe balançou a cabeça. Estava acostumado com as
provocações de Zach.
— Você nunca me cumprimenta assim.
Zach pareceu surpreso por um momento e depois olhou
os dois lentamente.
— Se eu não soubesse como estão apaixonados, seduziria
os dois.
— Zach! — Serenity guinchou.
Ele se virou para ela franzindo a testa.
— Você tem estudado com uma banshee2?
— Abra o maldito portal e depois vá para casa! — ela
apontou para a parede em branco de seus aposentos.
— Eu nunca sou apreciado, — ele suspirou. — Eu posso
me esconder um pouco em Storm Keep. Allia Li'Aerlin quer
“treinar”. Tem sido impossível trabalhar com ela desde que ela
não conseguiu enviar tropas ao irmão, se ela descobrir que abri
um portal para Noctem Falls, vai me atacar enquanto durmo,
— ele resmungou.
Laelia e Radclyffe estavam lutando contra o riso enquanto
se aproximavam para ficar ao lado de Serenity.
— Tanto a Allia quanto o Ailain o mimam, já que somos o
par de gêmeos nascidos depois deles em Eiré Danu, — apontou
Serenity.
Ele revirou os olhos.

2 A banshee é um ser fantástico da mitologia celta. Uma forma obscura de fada,

consideradas mensageiras da morte, com um grito que podia ser ouvido a quilômetros
de distância e até podia estourar crânios.

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 — Ter quase trezentos anos não é ser muito velho no
mundo paranormal, mas em Eiré Danu é mil vezes pior. Eu me
sinto como uma maldita criança.
— Você é um dos mais jovens de uma cidade de imortais,
— brincou Serenity.
Zach jogou-lhe um olhar sem expressão antes de abrir o
saco na cintura para puxar um anel de prata.
— Vossa Majestade aprecia suas tentativas de protegê-la,
mantendo-a fora desta empreitada. Dito isto, ela me emprestou
este anel. Ele deve abrir um portal diretamente para a Borda
de Noctem Falls. Quando o portal abrir, ele também passará
por cima do feitiço que esconde a porta e a abrirá para você.
Para passar pelo portal, precisa-se ser um bruxo. Acho que o
portal procura magia para provar que você é um curandeiro.
— Seu rosto bonito ficou sério. — Tenha cuidado, Seri. Não
hesite em ligar se precisar de ajuda. Vou arriscar passar pelo
portal com minhas poucas habilidades mágicas para chegar
até você.
Serenity abraçou o irmão com força.
— Eu te amo.
Ele lhe deu um último aperto e recuou.
— Também te amo. Divirta-se violando a lei.
Ela lhe fez uma saudação e depois se virou para a parede.
Zach colocou o anel e abriu o portal.
— Que tenham as bênçãos dos deuses, — ele sussurrou
enquanto eles passavam pelo portal.
*****

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 Micah pensou que se os olhos de Pip se arregalassem
mais estes simplesmente cairiam da cabeça. O pobre garoto
não tinha ideia do que achar de Meryn. Atualmente ela estava
tentando fazê-lo sentar ao lado dela em uma cadeira. Micah
olhou em volta da sala de jantar.
— Onde está o Sebastian?
Ryuu levantou Pip de onde este estava ajoelhado no chão
e sentou-o ao lado de Meryn.
— Ele está verificando o Magnus. — Ele olhou para o
jovem vampiro. — Sente-se ao lado de Meryn, por favor.
Machucaria as costas dela continuar se inclinando para te
olhar, — ele explicou gentilmente.
Os olhos de Pip se encheram de compreensão.
— Eu não gostaria de machucar a Meryn. — Claro que ele
se sentaria ao lado de Meryn por causa dela, não porque queria
se sentar na mobília. — Os criados na casa do meu pai
geralmente colocam minha tigela no chão, — Pip explicou.
— Eles o que? — uma voz terrivelmente fria perguntou.
Micah ficou chocado ao ver que a pergunta viera do
normalmente agradável Sebastian.
O escudeiro Rioux entrou na sala para ficar atrás de
Meryn e Pip.
— Quem é este? — ele perguntou.
Meryn apontou para o novo amigo.
— Este é o Pip, DeLaFontaine foi seu doador de esperma.
Como ouviu, ele fez um trabalho excelente cuidando dele. —
Ela olhou para o escudeiro com os olhos implorando. — Ele
está com fome, Sebastian.

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 Sebastian inalou e olhou para o rosto inocente lhe
encarando.
— Bem, isso é inaceitável, não? Dê-me alguns minutos
para fazer algo.
Meryn lhe fez um joinha. Pip levantou a mão e curvou os
dedos para baixo para fazer um joinha ao escudeiro também.
Sebastian deu um tapinha na cabeça dos dois e rapidamente
foi para a cozinha.
Meryn suspirou.
— Ficar com fome é uma merda.
Micah teve a sensação de que ela não estava apenas se
referindo ao barulho irritante que se tinha entre o café da
manhã e o almoço. Seu olhar contava uma história mais
sombria.
Pip assentiu.
— Fica difícil dormir.
— Mesmo que esteja cansado e queira dormir, seu corpo
continua te dizendo para comer, — disse Nigel baixinho.
Meryn olhou para os gêmeos sentados do seu outro lado.
— Vocês também?
Neil sorriu fracamente.
— Às vezes não havia muita comida no orfanato, então
dávamos a nossa para as crianças pequenas.
Micah só conseguia olhá-los. Sua infância não tinha sido
só rosas e cachorrinhos, mas sua avó garantiu que ele nunca
passasse necessidade.
Meryn balançou a cabeça como se para afugentar seus
pensamentos.

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 — Sim. Mas não precisamos nos preocupar com isso
agora. Temos o Ryuu e o Sebastian para nos alimentar.
Os gêmeos sorriram.
— Eles são demais!
Pip virou-se para os bruxos.
— Vocês pertencem a Meryn também?
Nigel riu.
— Ela nos adotou como irmãos.
— Irmãos? Não servos? — Pip inclinou a cabeça.
— O que? — Meryn perguntou, franzindo a testa.
— Você não me trouxe aqui para eu servi-la? — Pip
perguntou.
— Não! Eu não estava brincando quando disse que só
queria que você me fizesse companhia. Se não é isso que quer,
pode fazer o que quiser. Eu não te vejo como um servo. — Ela
apontou com o polegar para Ryuu. — Eu mal consigo lidar com
um.
Pip torceu a mão nervosamente.
— Eu não entendo. O que devo fazer para ganhar minha
comida?
A boca de Meryn se abriu e fechou.
— Ryuu? Preciso de ajuda aqui.
Ryuu se aproximou para ficar atrás de Meryn e Pip.
— Mestre Pip, minha incumbência o vê como alguém a
ser protegido. Ela não exige pagamento por coisas como roupas
e comida. Você lhe traz felicidade simplesmente por aceitar sua
gentileza. Se sente que deve fazer algo em troca, me ajude a
cuidar dela e mantê-la segura.

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 Pip assentiu rapidamente.
— Eu posso fazer isso. Meryn é legal. Coisas ruins não
deveriam acontecer com ela.
— Você vai se sair muito bem aqui, — disse Ryuu,
sorrindo.
— Vamos ficar com ele? — Nigel perguntou com os olhos
cheios de lágrimas.
Meryn assentiu.
— Ele é um de nós agora.
— Isso é incrível! Agora temos outro irmão!
— O que? — uma voz profunda perguntou.
Aiden entrou na sala franzindo o cenho. Imediatamente
Pip pulou da cadeira para ficar na frente de Meryn. Ele
estendeu os braços.
— Você não vai machucá-la.
Aiden parou em cheio e olhou para o jovem que era do
tamanho de uma de suas pernas.
— Hã?
Meryn riu.
— Pip, esse é o meu companheiro, Aiden McKenzie. Ele
nunca me machucaria, eu tenho acesso ao seu corpo
inconsciente.
Aiden revirou os olhos.
— E você me ama.
— E eu te amo, — ela acrescentou.
Atrás de Aiden, todo mundo começou a chegar para o
almoço.

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 Pip olhou para Aiden, desconfiado. Ele fez um “V” com os
dedos e apontou para os olhos.
— Vou ficar de olho em você. — Ele se sentou na cadeira
e a aproximou de Meryn.
O queixo de Aiden caiu enquanto Colton caia na
gargalhada.
— Melhor dormir com um olho aberto hoje à noite.
Aiden rosnou para o melhor amigo, então percebeu que
Pip estava em sua cadeira. Resmungando, ele se sentou ao
lado do estranho vampiro e a um assento de distância da
companheira.
— Quem é essa gracinha? — perguntou Anne.
— Anne, pessoal, este é Pip Maverick, meu mais novo
irmão. DeLaFontaine é seu doador de esperma, — Meryn
anunciou.
Aiden inalou e começou a engasgar com o pão.
— O que? De novo?
— Sim. — Meryn deu um único aceno decisivo.
— Mas você já tem o Jaxon, Noah, Nigel e Neil, — Aiden
gaguejou.
— E? Não posso ter outro irmão? — Meryn perguntou.
— Eu acho que ele é completamente adorável, —
acrescentou Bethy.
Meryn virou-se para Pip.
— Beth me adotou como sua irmã, então tecnicamente
vocês também são parentes.
Pip voltou seus grandes olhos azuis como água para
Bethy.

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Alanea Alder
 — Ela é tão bonita.
— Oh! — Bethy corou e depois piscou. — DeLaFontaine?
— Pegou essa, hein? — Micah perguntou levantando uma
sobrancelha.
Bethy virou-se para Gavriel.
— Pensei que você tivesse dito que ele não tinha nenhum
herdeiro.
Gavriel olhou para Pip, franzindo a testa.
— E não tem. O nome de Pip não está no Livro da Vida
dos DeLaFontaine.
— Porque eu sou quebrado, — Pip sussurrou.
— Não é não! — Bethy disse indignada.
Pip levantou a cabeça e olhou em volta.
— Sério? Todo mundo na casa do meu pai dizia que eu
não servia para nada.
— É por isso que não mora mais lá, lembra? — Meryn
apontou.
O rosto de Pip se contorceu em confusão.
— Então por que eles diziam essas coisas? Por que faziam
coisas ruins?
— Porque são cuzões. Confie em mim, o mundo está cheio
deles, — disse Meryn sabiamente.
Pip olhou em volta nervosamente.
— Se você diz coisas ruins, os homens te levam embora.
Meryn balançou a cabeça.
— Não aqui embaixo.
— Eu gostaria de vê-los tentar levar você ou a Senhorita
Meryn embora, — Sebastian disse sombriamente enquanto

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Alanea Alder
arrastava um carrinho enorme cheio de comida. Ele o dirigiu
primeiro a Pip. — Eu não sabia do que você gostava, então fiz
um pouco de tudo. Sanduíches, sopas, petiscos e até uma
pizza. — Ele se inclinou. — Economize espaço para a
sobremesa, — disse ele, dando uma piscadela.
Os olhos de Pip travaram no carrinho.
— Eu não sou servido primeiro, — disse ele com uma voz
de pânico. — Eu pego as sobras da minha tigela no chão. —
Pip parecia como se estivesse lutando contra a reação
automática do corpo de cair no chão.
Todo mundo ficou em silêncio antes que o som de metal
rangendo ecoasse pela sala de jantar. Sebastian arrancara a
barra de colocar a toalha do carrinho.
— Nós não fazemos isso aqui, — Sebastian disse
suavemente. Ele pegou um par de colheres de servir e
empilhou sanduíches no prato de Pip. — Me avise dos que mais
gosta.
Pip virou-se para Meryn.
— Eu não posso comer tudo isso, — ele confessou.
Meryn sorriu.
— Eu também acho isso às vezes, mas depois puf, é tão
bom que como tudo.
Pip pegou um sanduíche com a mão trêmula e o mordeu.
— Então esse é o gosto de pão fresco! — ele exclamou com
alegria infantil. Meryn entregou-lhe um rolinho macio e Pip
cantarolou de satisfação.
Outro som de estalo veio de Sebastian, em seu carrinho.
Desta vez, as pinças de servir, dobradas ao meio, foram o

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objeto de sua frustração. Micah virou a cabeça para esconder
o sorriso. Ele tinha a sensação de que Sebastian teria uma
conversinha com o escudeiro dos DeLaFontaine.
Bethy girou na cadeira para encarar Gavriel.
— Você...
Ele levantou a mão dela e a beijou gentilmente.
— Considere esta situação resolvida. Warrick solicitou
uma reunião após o almoço e sinto que sei do que pode se
tratar. — Ele inclinou a cabeça na direção de Pip.
Warrick grunhiu e assentiu. Avery esfregou as costas do
companheiro reconfortantemente.
— Nunca na minha vida tive tanta vergonha de chamar
Noctem Falls de casa, — sussurrou Bethy.
Adriel cobriu a outra mão dela com a dele.
— Devemos confiar na Destino. Muitas coisas
maravilhosas aconteceram nas nossas horas mais sombrias
nos últimos tempos.
— Ele está certo, — Pip concordou. — Eu não sabia o que
aconteceria quando meu pai foi para as celas de detenção. Mas
agora temos Warrick para nos ajudar no Nível Cinco e ele
parece enorme como se pudesse nos proteger. E eu conheci a
Meryn que me apresentou o pão macio! — Pip saltou
animadamente.
Warrick sorriu com a maneira como Pip o descreveu.
— Farei o meu melhor.
Aiden empurrou sua tigela de sopa.
— Experimente mergulhá-lo na sopa de macarrão com
galinha e depois coma.

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 Pip timidamente estendeu seu precioso rolinho e
mergulhou-o na sopa. Quando deu uma mordida, seus olhos
reviraram na cabeça.
— É como mágica! — ele sussurrou em tom reverente.
Aiden empurrou a tigela de forma a ficar bem na frente
de Pip.
— Coma essa.
— Você é um bom homem, Aiden McKenzie, — disse
Rheia sorrindo.
Aiden corou e deu de ombros.
— É só sopa.
— Espere até você experimentar o Pudim Mágico, depois
o jantar, o café, o café da manhã e o almoço de amanhã, além
dos lanches! — Meryn exclamou.
Pip virou-se para ela.
— Tem mais?
Ela sorriu.
— Você não tem ideia.
— Vamos com uma refeição de cada vez, denka. Dessa
forma, ele pode se surpreender e aproveitar cada nova
descoberta, — sugeriu Ryuu.
— Bom ponto, — ela concordou.
— Talvez devêssemos apresentar todo mundo, — sugeriu
Micah.
— Essa é uma ideia maravilhosa, — Ellie concordou. Ela
levantou Benji. — Olá, Pip, meu nome é Benji, prazer em
conhecê-lo, — disse ela com uma voz estridente.
Pip deu risadinhas.

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 — Olá, Benji, — ele disse acenando. Ellie cobriu a mesa
inteira, apresentando todos e explicando quem eram e o que
faziam.
Assim que terminou, Pip se levantou e apontou para cada
pessoa repetindo cada nome e qualquer informação que Ellie
compartilhara. Quando terminou, olhou para Meryn
esperançosamente.
Ela lhe sorriu.
— Você não é lento, é um gênio do caralho. Como fez isso?
Pip sentou-se novamente.
— É fácil se eu guardar as informações corretamente. —
Ele franziu a testa. — Mas às vezes não entendo o que as
pessoas me dizem, não como todo mundo.
Avery ofegou.
— Você é como eu! Chama-se memória fotográfica. Mas
eu tenho dificuldade em entender algumas interações sociais,
se não forem explicadas para mim.
Meryn assentiu.
— Sim, isso me fode também.
Pip olhou para Avery, do outro lado da mesa.
— Eu não estou quebrado?
Avery balançou a cabeça enfaticamente.
— Não! Na verdade, você é especial. — Ele se virou para
a irmã. — Aprendi que ser diferente não é algo tão ruim, no
final.
Kari se inclinou e o beijou no topo da cabeça. Meryn
observou com cuidado, em seguida, inclinou-se e beijou o topo

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da cabeça de Pip. Pip tocou no cabelo com um olhar de
admiração no rosto.
— Meu primeiro beijo.
Meryn sorriu.
— Eu pensei que só contava se o beijo fosse nos lábios.
Pip manteve a mão na cabeça.
— Não. Essa é a primeira vez que alguém já me beijou na
vida.
— Eu vou foder tanto aquele babaca, — Meryn sussurrou
baixinho.
Rex pigarreou.
— Eu não ouvi nada.
Gavriel deu de ombros.
— Eu não tenho ideia do que está se referindo.
Pip franziu a testa e apontou para Meryn.
— Ela disse que...
Aiden passou um braço em volta de Pip e cobriu sua boca.
Ele se inclinou e disse num sussurro claramente conspiratório:
— Eles sabem.
Pip piscou e Aiden retirou a mão.
— Oh! — ele então compartilhou um sorriso maligno com
Meryn. — Entendi.
Meryn sorriu de volta para Pip antes de começar a franzir
o cenho. Ela se levantou, depois caminhou para ficar entre as
cadeiras dos gêmeos. Beijou os dois na cabeça e depois voltou
ao seu assento. Eles trocaram a mesma expressão surpresa.
— Só por garantia, — Meryn disse pegando um
sanduíche.

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 — Olhe para você! A Amelia ficaria tão orgulhosa, —
brincou Rheia.
Meryn deu de ombros.
— Eles não são tão ruins. Eles não se enrolam em volta
de mim como um polvo, igual a Amelia.
Micah soube naquele momento que os gêmeos passariam
pelo fogo pela pequena humana. Ele tinha a sensação de que
não seria diferente com Pip. Ele estava prestes a perguntar o
que ela queria dizer quando um alarme alto interrompeu o
almoço. Todos os olhos se voltaram para Meryn.
— O que é isso? — Gavriel perguntou.
— O alarme da porta da frente, — explicou Meryn.
— Porta da frente?
— Sim, sabe, a única porta de entrada para a cidade. A
porta grande pra caramba. Se essa não é a porta da frente,
qual é?
— O que significa o alarme? — Bethy perguntou.
Meryn deu batidinhas nos lábios.
— Ou alguém está entrando furtivamente ou alguém está
saindo furtivamente.
— Bem, qual dos dois é? — Aiden rosnou.
Meryn deu de ombros.
— Não tenho ideia.
— Como descobrimos? — Micah perguntou.
— Vão ver, — ela aconselhou.
Aiden e Adriel saíram correndo.
Meryn balançou a cabeça.

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 — Sério, às vezes tenho que pensar por todo mundo. —
Ela tirou o notebook da bolsa ao lado da cadeira e o abriu.
Todos observaram enquanto o alarme soava.
Com alguns toques dos seus dedos, o alarme alto parou.
Ela encarou a tela.
— Bem, é alguém entrando na cidade. Três alguéns.
Parece que estão explicando as coisas para o Adriel. — Ela
fechou o notebook. — O Adriel está guiando-os para o túnel,
então provavelmente estão vindo para cá.
Micah trocou olhares com Declan, Etain e Grant.
— Como diabos eles chegaram aqui?
— Estamos prestes a descobrir, — disse Meryn sorrindo.

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 Capítulo 2
Serenity seguiu atrás do enorme Comandante da
Unidade. Se sentia como uma idiota. É claro que não os
esperavam, eles se moveram tão rapidamente depois da
reunião do Conselho dos Bruxos que Noctem Falls não fora
notificada. Foi um milagre não terem tomado um tiro.
Ela ficou surpresa quando flutuaram até o Nível Um. De
tudo o que ela leu sobre a cidade dos vampiros, o Nível Um era
conhecido como o Nível Real. A Rainha Aleksandra lhe disse
que o Príncipe Magnus tinha um interesse pessoal em curar o
vírus, mas ela supôs que isso significava que ele apoiava
publicamente qualquer esforço médico. Por que eles estavam
ali?
Quando passaram por um corredor Aiden apontou.
— A enfermaria e os laboratórios são por ali, junto com a
sala de reuniões que os médicos tem usado. Magnus não
poupou despesas ao comprar equipamentos. Antes de ficar
doente, ele estava trabalhando o tempo todo em um esforço
para ajudar as crianças. — Aiden parou e os olhou. — Eu tenho

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um profundo respeito por ele como líder, — disse ele em voz
baixa antes de continuar pelo túnel.
Serenity trocou olhares com Laelia e Radclyffe. A
declaração silenciosa de Aiden falava muito sobre o príncipe
vampiro. Ela estava duplamente feliz por ter ignorado o
conselho e ter ido. Homens como o Príncipe Magnus eram
raros, especialmente em posições de liderança.
Quando Adriel abriu a porta sem bater, Serenity olhou
para Radclyffe e Laelia. Ambos pareciam tão surpresos e
nervosos quanto ela.
Adriel levantou o braço e apontou para a sala de jantar.
— Felizmente, vocês nos pegaram na hora do almoço,
então poderemos atualizá-los.
Quando Serenity entrou, ficou chocada ao ver Kendrick
Ashwood sentado à mesa mastigando um sanduíche.
— Kendrick! — ela exclamou.
Kendrick olhou para cima, inalou e começou a engasgar
com o lanche. Aiden apontou e riu.
— Não é tão engraçado quando acontece com você, é? —
ele brincou enquanto se sentava ao lado de um jovem de
cabelos escuros.
Kendrick se levantou, batendo no peito. Franzindo o
cenho ferozmente para ela, ele se aproximou.
— O que raios vocês três estão fazendo aqui? — ele
demandou.
— Viemos ajudar, — disse Serenity simplesmente.

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 Kendrick olhou dela para Radclyffe e depois para Laelia.
Ele beliscou a ponta do nariz antes de dar a Laelia um olhar
azedo.
— Você não conseguiu detê-los?
Laelia sorriu e ficou na ponta dos pés para beijar-lhe a
bochecha.
— Também sentimos sua falta. — Ela olhou em volta. —
O que há para o almoço? — Ela passou rapidamente por
Kendrick para tomar um assento vazio.
— Oh, eu já gosto dela, — disse Rheia. — Você é uma
enfermeira?
Laelia riu.
— De certa forma, sim.
Kendrick exalou e apontou para eles.
— Esta é Serenity Meadowsweet, a chefe do Templo da
Água de Storm Keep. Os dois que deveriam tê-la amarrado e a
mantido em casa são seus melhores amigos e dedicados ao
Templo da Água, Radclyffe e Laelia Juniper.
Radclyffe bateu com a mão no ombro de Kendrick.
— Você é o único que gosta de amarrar as pessoas, meu
velho. Não projete esse fetiche em mim e na minha
companheira. — Ele passou por Kendrick para se juntar a
Laelia à mesa.
Kendrick revirou os olhos e a apontou para a mesa.
— Sente-se também.
Ela jogou-lhe um olhar sem expressão.
— Muito obrigada, — disse ela, sarcasticamente,
sentando-se ao lado de Radclyffe.

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 Kendrick sentou-se ao lado de uma mulher que tentava
recuperar o fôlego de tanto rir.
— Oh, calada, — ele disse sorrindo.
— Meu nome é Anne Ashwood, companheira do Kendrick,
— disse a mulher, apresentando-se.
Kendrick olhou em volta, estremecendo.
— Deveríamos fazer as apresentações novamente.
O jovem de cabelos escuros ao lado de Aiden pulou da
cadeira acenando com a mão.
— Deixa eu! Deixa eu! — ele implorou.
Serenity ficou chocada com o sorriso gentil no rosto de
Kendrick quando este acenou com a cabeça para o jovem. Ele
não era conhecido por sua paciência em Storm Keep. Na
verdade, ela ouvira muitos bruxos criarem desafios que
envolviam se aproximar de Kendrick para pedir um conselho
ou ajuda com um feitiço. Ele era lendário por ser ranzinza e
mal-humorado. Talvez estar acasalado o tivesse amadurecido.
Começando consigo mesmo, Pip apresentou a todos,
dando-lhe um pouco de informação com cada introdução.
Quando ele apresentou o guerreiro Micah Sageson, seu
coração começou a acelerar. Como? Como esse poderia ser o
homem dos seus sonhos? Debaixo da mesa, ela apertou as
mãos. Ele era seu companheiro? Ou ela teve uma premonição
sobre ele lhe avisar que algo terrível iria acontecer por causa
da doença? Micah parecia um pouco chocado. Ele sonhara com
ela também? Ele se recuperou rapidamente e piscou um olho
para ela de uma maneira conspiratória. Ele cruzou as mãos

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atrás da cabeça e recostou-se na cadeira, observando-a
atentamente.
Ela se virou rapidamente para sorrir para o doce jovem.
— Obrigada, Pip, isso foi maravilhoso.
Ele lhe sorriu.
— Eu acabei de conhecer eles também.
Serenity o olhou.
— Você memorizou os nomes de todos tão rápido assim?
Pip assentiu parecendo orgulhoso.
— Meryn diz que sou um gênio.
— Digo o mesmo, — concordou Laelia.
Serenity sorriu para os outros dois rostos familiares.
— Olá, meninos.
— Oi, Seri! — eles disseram acenando.
Ela tinha um enorme fraco por Nigel e Neil Morninglory.
Entre ajudar a cuidar dos outros jovens no orfanato e treinar
para o exame de guerreiro, eles passaram muito tempo no
Templo da Água. Eles pareciam ser os únicos que conseguiam
ficar perto de Kendrick sem serem explodidos ou
transformados em pequenos animais. Quando foram
designados para Noctem Falls, ela se viu sentindo muita
saudade deles.
— Agora que conhecem todo mundo. Como chegaram
aqui? — Kendrick perguntou.
— A Rainha Aleksandra encontrou a Cláusula do
Curandeiro no feitiço original usado para criar os portais da
cidade. Este diz que, se um portal for aberto dentro do Templo
da Água, bruxos poderão passar por ele para ajudar em

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qualquer tipo de crise. Ela praticamente nos atualizou sobre o
que está acontecendo aqui. Devo dizer que estou muito
impressionada com o progresso que fizeram até agora.
Kendrick esfregou o queixo.
— Estou surpreso que o Conselho dos Bruxos tenha
permitido que viessem. — Serenity estremeceu e desviou o
olhar. — Por favor, diga-me que você não desobedeceu ao
Conselho dos Bruxos para vir aqui, — Kendrick disse em voz
baixa.
Serenity voltou-se e franziu o cenho para um de seus
amigos mais antigos. Ao contrário de outros bruxos de Storm
Keep, sua má atitude não a afetava nem um pouco. Ela
simplesmente ignorou.
— Para que diabos de outro lugar eu iria? O Templo da
Água tem a maior coleção de feitiços corporais já registrado.
Desde que assumi o cargo de chefe do templo, incorporei a
magia de cura nos estudos diários. Você tem a si mesmo para
agradecer por isso, a propósito. Você foi uma enorme
influência sobre mim na infância e enquanto eu reorganizava
o Templo da Água.
Kendrick jogou os braços para cima com frustração.
— Eu queria que os outros soubessem como curar para
que todos me deixassem em paz, não para que você fosse
punida por aqueles fantoches arrogantes e narcisistas.
— Fantoches, — Meryn repetiu dando uma risadinha.
— Talvez não será tão ruim, — disse ela, sem acreditar de
verdade nas próprias palavras.

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 — Ela simplesmente vai ter que ficar aqui, — Micah
sugeriu, dando-lhe uma piscadela atrevida.
— Deixe a pobre mulher em paz, Micah, — resmungou
Kendrick.
— Nunca. Ela é a minha companheira, — ele anunciou
silenciando a mesa.
Kendrick piscou.
— Ela é o que?
— Ela é a minha preciosa, — disse Micah encontrando
seus olhos. Havia uma paz nele que projetava uma satisfação
quase espiritual. A maneira como ele a chamou de preciosa
quase lhe trouxe lágrimas aos olhos.
— Já estava na hora! — Declan exclamou batendo nas
costas de Micah. — Parabéns a vocês dois!
A carranca perpétua de Kendrick voltou quando a olhou.
— Ele está certo? Eu sei que nossos sonhos de
acasalamento podem ser um pouco traiçoeiros.
Ela assentiu lentamente.
— Eu tenho sonhado com ele. Só não sabia que ele estaria
aqui.
— Micah Sageson... ele não é o terrível mulherengo aqui
de Noctem Falls? — Radclyffe perguntou olhando furioso para
Micah que lhe mandou beijos em troca.
— Micah flerta o tempo todo, mas é inofensivo. Ele é o
cara mais doce de todos os tempos, — disse Meryn. — Ele me
chama de flor delicada e gota de orvalho, — acrescentou.
A proclamação de Meryn fez seu coração afundar. Talvez
o apelido carinhoso de seu companheiro não significasse nada

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para ele. Ela se sentiu boba por exagerar. Ela se virou para
Rheia e Ellie.
— Coloque-nos onde precisam. Se vamos ter problemas
por vir, quero fazer a diferença.
Os olhos de Ellie brilharam de emoção.
— O que podem fazer para ajudar?
Laelia e Radclyffe trocaram sorrisos. Laelia virou-se para
Ellie.
— Graças à Serenity, ficamos muito melhores em cura.
Não seremos capazes de curar ninguém, mas podemos baixar
febre, ajudar com a dor e facilitar a respiração. Nossa magia
ajuda o corpo a retornar a um estado saudável.
Ellie e Rheia exalaram de alívio. Ellie os olhou com
lágrimas nos olhos.
— Graças aos deuses! Nossos medicamentos estão
perdendo a eficácia a cada dia. Eu estava apavorada com o que
aconteceria quando ficassem completamente inúteis. O vírus
causa muita dor nas articulações e eu odiaria ver as crianças
sofrerem.
Radclyffe passou um braço pelas costas da cadeira de
Laelia.
— Não sabemos absolutamente nada sobre ciência e
medicina humana, mas sabemos como manter o corpo
funcionando. Nossos corpos querem funcionar corretamente,
por isso é fácil garantir que continuem funcionando assim. Não
é tão cansativo quanto tentar eliminar completamente uma
doença. Contanto que tenhamos um tempo para recarregar

My One and Only

Alanea Alder
nossa magia e comer adequadamente, podemos garantir que
nenhuma das crianças sinta dor.
— Deixe as refeições saudáveis e satisfatórias comigo, —
prometeu Sebastian.
— E deixe a descoberta da cura comigo, — disse Vivi. Ela
deu batidinhas nos lábios. — Se olharem para um paciente,
podem me dizer se algo se destaca como anormal? Por
exemplo, uma contagem mais alta de glóbulos brancos ou
talvez inflamação?
Laelia assentiu devagar.
— Eu sou capaz de apontar para um lugar no corpo deles
e dizer que têm um desequilíbrio, mas a Serenity é melhor no
âmago da questão, como tipos de células e hormônios no
sangue.
— Ela parece incrível, — Micah disse, os olhos ainda
presos nela.
Ela corou e abaixou a cabeça.
— Depois de tanto ajudar os guerreiros da unidade,
descobri que tinha um talento especial para a magia corporal.
Costumo ver muitas doenças e dores na forma de cores.
Seus olhos se voltaram para a loira bonita sentada ao
lado do Príncipe Gavriel. Ela estava atormentada. Ela sabia?
Deveria Serenity dizer alguma coisa?
— Serenity, nunca jogue pôquer, — brincou Kendrick.
Ela olhou para cima.
— Hã?
— Law e eu vimos também. Mas tenho que dizer que estou
muito impressionado com você. Você viu imediatamente, —

My One and Only

Alanea Alder
disse Kendrick apontando para Beth. — Você sabe o que é? —
ele perguntou.
— Sim, — ela disse assentindo. Ela notara
imediatamente.
O queixo dele caiu.
— O que?
Law caiu na gargalhada.
— Oh, como os poderosos caíram! Você não fez nada além
de vasculhar seus livros e não tem ideia!
Gavriel se inclinou para frente.
— Você sabe o que é a sombra?
Serenity hesitou. Kendrick franziu a testa.
— Quão ruim é?
Ela estremeceu.
— Muito ruim. — Ela respirou fundo. — É uma maldição
de morte.
Suas palavras causaram caos em massa ao redor da
mesa. Gavriel puxou Beth para os braços, Meryn começou a
tremer, os pais de Beth se aproximaram da filha e Sebastian
correu para ficar atrás de Beth como se quisesse protege-la de
qualquer dano. Micah se levantou e rodeou a mesa para se
sentar do outro lado da companheira. Sem dizer uma palavra,
ele passou um braço em volta dela.
Ela tomou um momento para apreciar seu apoio. Ela
enfrentara o mundo sozinha por tanto tempo que seu pequeno
gesto significava tudo.
Meryn a olhou com o lábio inferior tremendo.
— Mas ela não está morta, certo?

My One and Only

Alanea Alder
 Serenidade sorriu gentilmente.
— Não, Meryn, ela não está morta. — Ela olhou para Beth
novamente. — Mas não por falta de tentativas. Nunca vi um
feitiço mais fragmentado. Deve estar tentando matá-la há
décadas.
Beth a olhou atordoada.
— Acho que sim. Tenho a pior sorte do mundo. Não
consigo nem começar a listar os ferimentos que sofri ao longo
dos anos.
— Como diabos você sabe disso? — Kendrick estalou.
Ela levantou uma sobrancelha.
— Você esqueceu da minha linhagem?
Kendrick recostou-se na cadeira pesadamente, os olhos
arregalados.
— É claro!
— O quê? O que tem a linhagem dela? Ela pode consertar
a Beth? — Gavriel exigiu, sua preocupação deixando seu tom
severo.
— Gavriel, — Micah disse simplesmente. Ele encarou o
príncipe com um olhar duro no rosto.
Beth colocou as duas mãos no peito do companheiro.
— Se acalme, meu amor. O Kendrick já disse que isso
está comigo há um tempo, eu não vou a lugar nenhum.
Gavriel deu um longo suspiro trêmulo.
— Minhas desculpas, Serenity, eu não quis pressioná-la.
— Ele inclinou a cabeça para Micah. — Obrigado por chamar
minha atenção.
Serenity franziu a testa.

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Alanea Alder
 — Isso foi chocantemente humilde da sua parte, sendo
um príncipe.
Todos ao redor da mesa sorriram com a observação dela.
Micah virou-se para ela.
— Ele era um guerreiro de unidade primeiro, somos muito
humildes.
As mulheres, principalmente, balançaram a cabeça com
essa afirmação.
— De volta a minha companheira... por favor, — Gavriel
insistiu gentilmente.
Serenity voltou-se para Beth.
— Sou meio fae, então sou extremamente sensível à
magia negra ou sombria. Minha magia é muito afetada pelo
meu sangue fae. Por isso que vejo as coisas em cores, da
mesma forma que os fae tendem a ver auras coloridas.
Provavelmente é por isso que vi imediatamente e Kendrick não.
— Ela respirou fundo e buscou sua magia profundamente. De
repente, a sombra ao redor de Beth ficou mais clara e ela
conseguiu diferenciar tons de cinza e traços de cores vivas. Ela
soltou um assobio baixo. — Se estou lendo corretamente, o
feitiço não foi feito para você. Foi feito para alguém ligado a
você por sangue. — Ela estremeceu. — Quem lançou esse
feitiço tinha um senso de humor doentio.
— O que quer dizer? — Kendrick perguntou com as
sobrancelhas unidas.
Ela apontou para a cor cinza mais escura, mesmo
sabendo que era a única pessoa que podia vê-la.

My One and Only

Alanea Alder
 — Quem lançou o feitiço foi só isso, a pessoa que lançou
o feitiço. Outra pessoa que o queria, e o ódio que ele tinha pela
qual que seja a pessoa a qual o feitiço foi destinado é
assustador. O que o feiticeiro não disse à pessoa que pediu o
feitiço era que esse pedaço específico de magia negra exigia um
sacrifício humano. — Ela olhou para Kendrick. — Eles
mataram o pedinte para lançar o feitiço.
Kendrick piscou.
— Entendo o que quer dizer. Muito traiçoeiro.
Serenity voltou-se novamente para estudar Beth. Quando
ela viu fios de ametista correndo pelo feitiço, começou a
entender o que poderia ter acontecido. Ela olhou para
Broderick.
— Você e a mãe de Beth eram companheiros?
Ele balançou a cabeça.
— Não, ela queria um filho e eu me ofereci. Nós dois
éramos shifters de coelho, então fazia sentido. — Ele inalou
bruscamente, ficando branco como um lençol. — Era para
mim, não era?
Ela assentiu.
— Acho que sim. Os diferentes tons de vermelho são
geralmente indicadores de raiva, ódio e ciúme. Há tanta raiva
nesse feitiço. — Ela olhou Beth nos olhos. — Mas também há
um fio feroz de amor, é ametista e lindo. — Ela sorriu
gentilmente. — O amor e a proteção de uma mãe.
As mãos de Beth voaram para a boca.
— Minha mãe?

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Alanea Alder
 — O acidente de carruagem, — disse Broderick, com a
voz trêmula. — Éramos nós que deveríamos ir à cidade naquele
dia, mas você não estava se sentindo bem, então eu fiquei para
cuidar de você.
Serenity assentiu distraidamente enquanto juntava os
pedaços da história.
— Se o feitiço foi afixado na carruagem para matar você,
Broderick, então, quando a mãe de Beth morreu em vez disso,
o feitiço seguiu a linhagem dela em sua direção porque
compartilhavam uma filha juntos. Mas alcançou a Beth
primeiro já que ela estava ligada tanto a mãe quanto a você
pelo sangue.
— Oh deuses, a culpa é minha, — Broderick sussurrou.
— Não, Papa, não é. Quem quer que seja que fez essa
maldade que é o culpado, — disse Beth, abraçando o pai
apertado.
— Quem iria querer tanto matar Broderick e Beth? —
Caspian perguntou. — Ela era apenas um bebê.
Serenity respirou fundo outra vez e reorientou sua magia.
— Quem quer que fosse, tinha um laço extremamente
forte com a mãe de Beth.
— E se foi o companheiro da mãe de Beth? — Meryn
sugeriu.
Broderick sentou-se mais ereto.
— Pode muito bem ser isso. A mãe de Beth disse que ia
se encontrar com alguém na cidade, e foi por isso que ela foi
no nosso lugar. Ela disse que mal podia esperar para nos
apresentar. Eu nem dei atenção a isso depois que ela morreu.

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Alanea Alder
Quem quer que fosse, deve ter nos visto como uma ameaça ao
acasalamento deles.
Serenity se desequilibrou um pouco e Micah a puxou para
perto.
— Pronto, — disse ela, balançando a cabeça para limpar
as cores da mente.
Gavriel piscou.
— Pronto o que? Como nos livramos disso?
Serenity deu de ombros.
— Não podemos. Está tão entrincheirado em sua aura
que não há como remover. — Ela sorriu. — Mas, pelo lado
positivo, isso se diluirá a cada geração futura.
Atrás deles, ouviram um baque alto. Ela e Micah se
viraram nas cadeiras para olhar para baixo. Micah se voltou
para a mesa.
— O Tarak desmaiou, — ele anunciou brilhantemente.
— Isso não é engraçado, Micah, — Adriel advertiu
sorrindo largamente.
— Deuses, que ninguém diga ao Tarragon, ele vai cortar
os próprios pulsos, — murmurou Declan.
Gavriel encarou a mesa com os olhos arregalados de
choque.
— Próxima geração?
Broderick deu um tapinha distraído nas costas de
Gavriel, também parecendo um pouco perdido.
— Nós conseguimos, — disse ele assentindo
repetidamente, em transe.

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Alanea Alder
 — Então, o Jack vai precisar de uma bolha, hein? —
Meryn perguntou.
Beth olhou do companheiro para o pai e depois para
Meryn. Ela olhou para trás, no chão, onde Tarak ainda estava
deitado, desmaiado.
— Não chame meu bebê de Jack, Meryn. — Ela sorriu
para todos. — Se o amor da minha mãe pode me proteger de
uma maldição de morte, então eu tenho certeza que posso
impedir que meu bebê se machuque muito.
Serenity lhe deu um breve aceno de encorajamento.
— Exatamente.
— Oh, eu não consigo suportar isso, — disse Radclyffe,
se levantando. Ele se aproximou e colocou uma mão nas costas
de Broderick e Gavriel. Ele sussurrou baixo e depois de alguns
segundos os dois homens sentaram-se um pouco mais retos,
parecendo menos estressados. — Se sentindo melhor? —
Radclyffe perguntou recuando.
Gavriel olhou para o curandeiro.
— Isso foi incrível. Em um segundo eu mal conseguia
pensar e então foi como se a névoa se dissipasse.
Radclyffe estalou os dedos.
— Eu apenas anulei um pouco do choque só. — Ele voltou
para se sentar ao lado da companheira.
Broderick virou-se para Ellie.
— Eles são exatamente do que precisamos, do que as
crianças precisam.
Meryn levantou as mãos formando um “T”.

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Alanea Alder
 — Ok, pessoinhas, tempo. — Ela prendeu Serenity com
um olhar interrogativo. — Então a Beth está bem, certo? Eu só
preciso de esclarecimentos nisso.
Serenity sorriu.
— Sim, Meryn, ela está muito bem. Ela está como sempre
esteve. De fato, pelo gradiente nas bordas da maldição, eu diria
que ela está melhor do que nunca. Acho que encontrar seu
companheiro e criar outro vínculo ajudou a aliviar a potência
da maldição.
Gavriel suspirou e recostou-se na cadeira.
— Eu seria muito egoísta se pedisse mais.
— Acho que a segunda rodada não será tão ruim então,
— disse uma voz masculina profunda vinda do chão. Tarak se
levantou, balançando a cabeça. Ele olhou para Beth e depois
esfregou a nuca. — As pedras angulares não funcionarão com
uma criança. Talvez uma pedra enfeitiçada que se ative com
certos níveis de dor, — ele se virou e continuou murmurando
para si mesmo enquanto saía da sala de jantar.
Gavriel parecia exausto enquanto sorria.
— Eu gosto do jeito que ele pensa.
— Pessoalmente, acho que ele está sendo dramático
demais, — fungou Beth, erguendo o queixo.
Ao redor da mesa, todos lutaram para esconder suas
risadas, mas logo todos estavam rindo alto.
— Sério?! — Beth exclamou.
Meryn olhou para Anne maliciosamente.
— Se a Anne se apressar e engravidar, o filho dela pode
curar o seu filho, — sugeriu ela.

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 Anne olhou para Beth animadamente.
— Essa é uma ótima ideia!
Beth sorriu de volta.
— Eu esqueci que meu filho não ficará sozinho como eu
fiquei na infância.
Serenity olhou para Meryn.
— E o seu próprio filho, não vai ajudar?
Meryn pensou nisso por um momento.
— Para ser honesta, acho que o meu filho será a razão
pela qual o filho da Beth vai se machucar. — Todos ao redor
da mesa assentiram quase em sincronia, concordando com
Meryn.
Ellie ficou de pé.
— Estou feliz que sabemos o que é essa coisa da sombra
agora. — Ela se espreguiçou e depois se virou para Laelia e
Radclyffe. — Se todos vocês estiverem prontos, posso
apresentá-los às crianças e seus outros pacientes.
Serenity se levantou quando seus amigos o fizeram.
Laelia virou-se para ela e balançou a cabeça.
— Passe um tempo com seu companheiro. Radclyffe e eu
faremos uma avaliação e a atualizaremos durante a nossa
próxima reunião. — Ela olhou em volta. — Quando ela seria?
— No jantar, — todos disseram quase imediatamente.
Radclyffe olhou em volta.
— Todo mundo come aqui todas as refeições?
Rheia assentiu.
— Acabou sendo mais fácil assim.
Sebastian sorriu.

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 — Com três escudeiros aqui, é, na verdade, bem fácil.
Sintam-se livre para deixarem suas malas aqui, eu as moverei
para nossos aposentos de hóspedes. — Ele olhou para Micah.
— Se for mais fácil, eu posso ajeitar um quarto para você e sua
companheira também.
Micah sorriu.
— Acho que essa pode ser uma boa ideia, pelo menos até
que o vírus seja curado.
Sebastian virou-se para Meryn.
— E para o Mestre Pip?
Meryn franziu a testa.
— Eu não tinha pensado nisso tudo.
— Ele pode ficar conosco na nossa casa no Nível da
Unidade, — ofereceu Nigel. — Ele é um vampiro, então ele pode
simplesmente ir e vir entre os níveis.
Pip deu um sorriso fraco.
— Ainda sou um pouco instável quando se trata de voar,
— ele admitiu suavemente.
Neil passou um braço em volta de seus magros ombros.
— Não tem problema, podemos ajudar sempre que
precisar de nós.
Pip o olhou confuso.
— Por quê?
Neil sorriu para Meryn, em seguida, olhou para Pip.
— Porque somos irmãos da Meryn e você também agora,
então vamos cuidar de você.
Pip assentiu com entusiasmo.
— Acho que vou gostar de ter irmãos e uma irmã.

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 Meryn deu de ombros.
— Não é tão ruim.
Serenity levantou uma sobrancelha para Kendrick, que
balançou a cabeça sorrindo. Ela pensou que se alguém fosse
adotar os gêmeos, seria Kendrick. Mas pelas expressões
radiantes dos meninos, ela sabia que finalmente haviam
encontrado um lugar para chamar de lar, mesmo que fosse
com uma humana estranha.
Vivi virou-se para Serenity.
— Eu não quero me intrometer no seu tempo com seu
companheiro, mas antes do jantar, você pode avaliar o Príncipe
Magnus? Nosso terceiro tratamento, como sabe, está em
espera até que possamos descobrir o que o afetou tão
negativamente. Se puder nos dar metade das pistas com as
quais trabalhar, que deu para a maldição de Beth, sinto que
eu teria uma direção a seguir.
Serenity olhou para Micah, que assentiu.
— É claro. — Serenity sorriu para ele e voltou-se para
Vivi. — Volto daqui a pouco para ajudar com o príncipe.
Suas palavras pareceram dispensar todo mundo já que
todos se levantaram e começaram a sair da sala de jantar.
Meryn segurou a mão de Pip e passou por eles, guiando-
o.
— Vamos, Pip, eu vou lhe mostrar minha batcaverna.
Pip fez uma careta.
— Eu não gosto de morcegos.
Meryn riu.
— Você vai ver.

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 Aiden seguiu atrás deles.
— Não o sobrecarregue, Meryn, — ele repreendeu.
Rheia olhou para Serenity então piscou um olho.
— Eles são todos marshmallows gigantes, eu juro. — Ela
indicou Pip. — Acho que o Aiden será mais protetor com ele do
que a Meryn. — Serenity assentiu sorrindo. Ela já conseguia
perceber que o grande comandante tinha um traço protetor
enorme.
Laelia lhe beijou a bochecha.
— Te vejo em breve, — esta prometeu e apertou suas
mãos encorajadoramente. Radclyffe apenas olhou bravo para
Micah na saída.
Quando ficaram apenas os dois na sala de jantar, ela se
virou para o companheiro.
— Olá, — ela disse nervosamente.
Micah simplesmente se inclinou para frente até que suas
testas se tocassem.
— Há muitos rumores sobre mim, a maioria não é
verdadeira, — ele sussurrou. — Apenas saiba que estou
esperando por você há muito tempo e espero que tente
conhecer o meu verdadeiro eu.
Quando ele recuou, seus olhos continham um elemento
de vulnerabilidade. Sentindo-se ousada, ela se aproximou de
seu corpo e esfregou seus narizes.
— Sou teimosa e tenho que me queimar algumas vezes
para aprender algo, por isso, se tiver paciência comigo, farei
tudo o que puder para conhecer meu companheiro, — Serenity
prometeu.

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 O rosto dele se iluminou quando ela usou o termo
companheiro.
— Combinado. — Ele pegou a mão dela e liderou o
caminho para fora da habitação do príncipe em direção ao
túnel de transporte. — Vamos para o Nível Seis. Você pode
conhecer alguns dos lobos e dos vendedores, pegar algo para
comer e até passar pelo hospital antes de verificarmos o
Magnus.
Serenity sentiu um calor se expandir em seu peito. Ele
notou que ela não tinha tido a chance de comer e sentiu sua
impaciência em ver as crianças.
— E nós? — ela perguntou.
Micah sorriu.
— Temos o resto de nossas vidas, minha preciosa. Até que
a ameaça às crianças e ao príncipe acabe, acho que posso
compartilhá-la. — Ele fez uma pausa. — Mas só um pouco, —
ele disse seriamente.
— Obrigada, — ela disse simplesmente.
— Vamos nessa. — Ele a puxou para dentro do túnel e
juntos flutuaram em direção ao Nível Seis.

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 Capítulo 3
Micah não conseguia acreditar que sua companheira
estava caminhando ao seu lado. Não só ela era absolutamente
deslumbrante com seus cachos castanhos escuros e olhos cor
de lavanda, sua abnegação brilhava de sua alma como um sol
caloroso.
Ele a conduziu pela mão até encontrarem uma mesa
escondida da multidão do meio do dia.
— Espere aqui, vou pegar meus favoritos para você
experimentar, — ele sugeriu. Ela lhe sorriu e assentiu.
— Ei, Micah, quem é essa com você? — Marcy perguntou
quando ele se aproximou de sua barraca. Ela era uma das suas
vendedoras favoritas. Sua especialidade era batatas doces
fritas regadas com açúcar mascavo e canela.
— Essa bela alma é a minha preciosa, minha
companheira, — disse ele com orgulho.
Ao seu redor, as vozes diminuíram.
— Você finalmente acasalou? — o velho Richter
perguntou.

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 Micah lhe sorriu.
— Pode ter certeza.
— Bom para você, garoto. Diga a sua dama que ela é bem-
vinda aqui a qualquer momento, — ele ofereceu.
— Muito obrigado, — disse Micah, acenando.
Marcy tinha uma expressão resguardada no rosto quando
lhe entregou a guloseima. Ela se inclinou na direção dele.
— Seja cuidadoso com ela, Micah, você acabou de partir
muitos corações.
Micah franziu a testa e olhou em volta. E ficou chocado
ao ver algumas das damas que conhecia enxugando os olhos.
Ele voltou-se para Marcy.
— Mas elas sabiam que eu não era seu companheiro, —
disse ele, tomando seu tempo para pegar os guardanapos.
— O que tornava suas palavras gentis ainda mais
especiais. — Marcy balançou a cabeça. — Dê a elas alguns dias
para se ajustarem.
Ele lhe piscou um olho.
— Você sempre cuida bem de mim, — ele brincou.
Mesmo tendo idade suficiente para ser sua avó, ela corou
antes de fazê-lo chispar.
— Vá em frente, vai.
Micah rapidamente pegou alguns crepes e voltou para a
companheira. Ela o olhou desconfiada.
— Você parecia muito amigável com aquela vendedora.
Ele deu de ombros e sentou-se em frente a ela. Lhe
entregou as doces guloseimas antes de murmurar um feitiço

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de insonorização, criando uma bolha de privacidade ao redor
deles.
— Não é fácil ser mulher em Noctem Falls. Está ficando
cada vez melhor com o Gavriel assumindo ativamente um
grande papel em acertar as coisas. Mas antes do Aiden vir
visitar com sua louca companheira e a Bethy, as pessoas aqui
romantizavam a Era Vitoriana, incluindo como as mulheres às
vezes eram tratadas.
Serenity congelou segurando uma batata na frente de si.
— Você está brincando, certo?
Ele balançou a cabeça.
— Todo mundo era muito educado, é claro, e respeitosos
em público, mas não acho que muitas das mulheres aqui
ouviam uma palavra gentil atrás de portas fechadas. — Ele
cantarolou quando mordeu suas batatas fritas. — É tão bom!
De qualquer forma, quando cheguei aqui, dei piscadelas,
paquerei e elogiei todas as mulheres que conheci. Dava para
ver em seus olhos que minha patetice lhes dava um momento
de orgulho. Um guerreiro da unidade as chamara de lindas.
Elas ficavam mais eretas ou sorriam mais. Logo, eu ganhei
uma reputação de mulherengo, mas as mulheres sabiam a
verdade. Em todos os anos em que estive aqui, nunca passei
fome ou necessidade. Essas mesmas damas arranjavam cestas
de comida para serem entregues no Nível da Unidade ou
lavavam minhas roupas se eu estivesse atrasado com as
tarefas domésticas. Deveres que elas normalmente faziam
diariamente, mas pela primeira vez, elas queriam fazer. —
Micah olhou para a companheira. — Eu tenho muitos amigos

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na cidade e cerca de noventa e cinco por cento são do sexo
feminino.
Os olhos de Serenity estavam cheios de simpatia.
— É bem diferente em Storm Keep. As mulheres estão em
um bom pé de igualdade com os homens. O que importa mais
que o sexo são os resultados dos seus testes. — Ela o olhou
com cuidado. — Espere um pouco, como você ainda está aqui?
— Ela o olhou de cima a baixo. — Você deve ter tido uma
pontuação extremamente alta.
— Você consegue ver minha magia? — ele perguntou,
curioso.
— Mais ou menos. Mais como uma variedade de cores. A
sua tem uma profundidade incrível.
Ele deu de ombros.
— Como a maioria dos guerreiros de unidade, eu
falsifiquei meus resultados para poder voltar à cidade depois
dos testes. — Ele estremeceu e olhou para a companheira. —
E eu meio que dormi com a esposa do procurador.
Ela começou a engasgar com o crepe. Ela bateu no peito
antes de olha-lo.
— Você o que?
— Eles não eram companheiros, — ele disse rapidamente.
— Eu nunca, jamais dormiria com uma mulher acasalada.
Eles se casaram por insistência dos pais dela para ter filhos
mais poderosos. Eu fui um prazer de fim de semana.
Serenity se inclinou para frente.
— Qual procurador? — ela perguntou com os olhos
dançando.

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 Ele balançou um dedo de um lado ao outro na frente dela.
— Eu não conto essas coisas, mas nem é preciso dizer
que ele me baniu de Storm Keep por um tempo.
Ela franziu o cenho.
— Eu também posso ser banida.
— Bem, você está em boa companhia.
Ela girou uma das batatas ao redor do prato.
— O que eu faria aqui, Micah? Depois que esse vírus for
curado, eles não precisarão mais de uma curandeira.
— Talvez precisarão. Não sabemos quanto tempo os lobos
e os pequenos ficarão aqui. Além disso, você poderia dar aulas
de cura para os bruxos de unidade, sempre podemos usar mais
conhecimento de cura entre as unidades.
— O Kendrick poderia fazer isso, — ela começou e depois
balançou a cabeça. — Deixa pra lá.
Micah estremeceu.
— Eu respeito aquele homem mais do que qualquer outro
bruxo que já conheci, mas eu odiaria ter uma aula com ele.
Sua sugestão para o Aiden para nos ensinar sobre o parto foi
traumatizante. — Ele estremeceu ao se lembrar daquele vídeo
horrível.
— Deuses! Ele não fez isso! — Serenity exclamou antes
de se dissolver em um acesso de risadinhas.
Micah a olhou sem expressão.
— Não é engraçado. — Suas palavras apenas pareceram
incendiá-la mais. — Eu tive pesadelos.

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 Ela colocou os braços em volta do estômago e tombou
para o lado no banco. Seu riso era a única indicação que ele
tinha de que ela ainda estava respirando.
— Depois, ele fez o Sebastian servir um peru recheado
para o almoço, — continuou ele.
Quando Micah ouviu um baque, olhou embaixo da mesa,
sorrindo. Sua prestigiada companheira estava no chão com
lágrimas escorrendo pelo rosto.
— Pare, eu imploro, — ela conseguiu dizer, acenando com
a mão para ele.
Ele se levantou e deu a volta na mesa para ajudá-la. Ela
estava rindo tanto que estava praticamente capenga. Ele a
segurou pelas axilas enquanto ela se acalmava.
Quando ele olhou em volta, percebeu que estavam
recebendo alguns olhares estranhos. Eles deviam parecer
ridículos com o feitiço de insonorização ainda ativo. Ele deu de
ombros e os homens apenas assentiram com simpatia.
Finalmente, depois de alguns minutos, ela respirou fundo
algumas vezes limpando os olhos e as bochechas com o
guardanapo.
Ele se inclinou e lhe beijou o nariz. A pura alegria em seus
olhos encheu seu coração.
— Eu vou te amar até o fim dos tempos, — ele prometeu
suavemente.
A boca de Serenity se abriu um pouco quando ela inalou
e ele aproveitou sua distração. Ele queria finalmente provar
sua companheira. Ele lhe segurou a nuca e capturou seus
lábios entre os dele. Chupou seu carnudo lábio inferior,

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gemendo com o leve sabor de canela e açúcar. Quando ele se
afastou suas bochechas cremosas estavam coradas, seus
lábios estavam inchados e ela parecia completamente
reivindicada.
Apesar do crescente problema em suas calças, ele se
orgulhou de seu trabalho. Ele soube bem naquele momento
que nunca se fartaria dela.
— Por favor, não quebre meu coração, porque acho que
já estou me apaixonando por você, — ela sussurrou.
— Nunca haverá mais nada neste mundo que eu
apreciarei mais do que seu coração, seu amor e sua confiança,
— Micah prometeu.
Ele cambaleou de volta para o seu assento e sentou-se.
Amaldiçoando, ele ficou de pé de um pulo novamente, respirou
fundo e tentou ajustar secretamente as calças. Por ter ficado
igualmente afetado pelo beijo deles como ela, ele quase se
castrou com o zíper.
Ela lhe deu um olhar satisfeito.
— Deixe aquelas damas verem o que eu faço com você, —
disse ela, piscando um olho e apontando com a cabeça para o
lado, indicando o público cativo.
Estremecendo, ele sacudiu uma perna e cuidadosamente
se sentou novamente.
— Massageia ele para mim mais tarde? — ele perguntou,
olhando-a sedutoramente.
Ela jogou a cabeça para trás e riu.
— Só se você me beijar assim de novo.
— Eu planejava mesmo isso, — disse ele em voz baixa.

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 Quando ela estremeceu com seu tom mais profundo, ele
pegou outra batata frita. Ele teria que descobrir uma maneira
de cobrir a companheira com canela e açúcar mais tarde. Ela
era agora sua nova guloseima favorita.
*****
Quando embalaram seus petiscos, ela se levantou com
pernas trêmulas. Seu companheiro tinha uma maneira de
fazer seu mundo girar e fazê-la se sentir como a mulher mais
desejada do mundo.
Enquanto caminhavam em direção ao hospital, ela
captou mais de um olhar de ódio. Depois de ouvir a explicação
de seu companheiro, ela decidiu lhe dar um voto de confiança.
O que ele disse fazia sentido e, se ele fosse mentir, ela não
achava que ele confessaria ter dormido com a esposa do
procurador.
Não, ela realmente acreditava que seu companheiro
simplesmente tinha um coração de ouro e gostava de ver as
pessoas ao seu redor felizes. Então, ela decidiu que era seu
trabalho como companheira dele se certificar de que ele
estivesse feliz.
Ela o olhou com cuidado enquanto caminhavam. Não
parecia que fazê-lo feliz seria uma tarefa tão difícil. Ele estava
cantarolando e balançando as mãos para frente e para trás
entre eles naquele momento. Ele era absolutamente adorável e
não tinha nem um pouco de medo de mostrar seu carinho por
ela. Sua declaração anterior nas barracas dos vendedores de
que estava acasalado ajudava bastante a aliviar seus medos.
Ela fez uma pequena oração de agradecimento por seu

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Alanea Alder
companheiro não ser um burocrata obcecado por pontuação e
puxa-saco de Storm Keep.
Quando entraram no hospital, ela notou que Laelia e
Radclyffe estavam de lado com Ellie e Rheia. Quando se
aproximaram, ela percebeu que não conseguia ouvir nada. Ela
acenou com as mãos para chamar a atenção deles. Radclyffe
levantou o dedo e desfez o feitiço de insonorização. Ela e Micah
se aproximaram e Micah fez outro.
— O que está acontecendo? — ela perguntou.
Ellie parecia à beira das lágrimas.
— Os antivirais e redutores de dor que estamos usando
não estão mais funcionando. Graças aos deuses que chegaram
quando chegaram. Não sei o que teríamos feito se as crianças
ficassem iradas novamente. — Grant massageou os ombros da
companheira com amor.
— A rainha disse mesmo que esse era um sintoma inicial.
Ele voltou? — Serenity perguntou.
Rheia assentiu.
— Vimos na noite passada que as crianças tiveram
dificuldade em adormecer. Elas ficavam se debatendo e
reclamando de dor. Nesta tarde, começaram a atacar os pais
novamente.
— Estamos ficando sem sangue do segundo lote e
estamos com medo de tentar com o sangue mais velho do
terceiro tratamento que deixou o Magnus violento, —
continuou Vivi.

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Alanea Alder
 — Por que não fazemos com que os caras doem
novamente? — Micah sugeriu. Ele sabia que seus irmãos da
unidade não tinham problemas em doar para as crianças.
— Tememos que, se continuarmos dando a eles o que
chamamos de sangue da “geração mais jovem”, o vírus se
adaptará e qualquer chance que tenhamos de eliminá-lo
completamente com o sangue mais velho desaparecerá, —
explicou Vivi, parecendo pálida. Ela passou a mão pelo cabelo
vermelho escuro. — Estamos deixando algo passar, só não sei
o que poderia ser. Nós conversamos sobre todo cenário possível
para solucionar os problemas até não dar mais.
Marjoram passou um braço envolta de Vivi.
— Vamos para a sala de reunião para repassar as coisas
de novo. Descobri que novas pessoas trazem novas
perspectivas consigo. — Ela assentiu para Laelia, Radclyffe e
Serenity. — Além disso, você precisa se deitar, mocinha. —
Micah desfez o feitiço de insonorização enquanto Marjoram
conduzia Vivi em direção à saída.
— Essa, na verdade, não é uma má ideia. Vou convidar a
Meryn também. Não sei por que ela não foi incluída desde o
início, — acrescentou Rheia enquanto todos seguiam atrás de
Marjoram.
Serenity virou-se para a médica humana.
— Ela tem treinamento médico?
Rheia bufou.
— Nem um tiquinho, mas ela pensa de maneira diferente
de nós. Se alguém pode nos ajudar a entender as coisas, é a
nossa ameaça.

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Alanea Alder
 Anne riu.
— Vou passar por sua batcaverna e pelo laboratório para
pegar a Meryn, o Law e o Kendrick. Encontro vocês na sala de
reuniões. — Ela acenou e correu em direção ao túnel antes de
pular.
Serenity quase tropeçou virando-se para Rheia em
pânico.
— Ela é humana! — ela exclamou.
Rheia riu mostrando uma pequena pedra.
— Os gêmeos fizeram estas para nós. Meryn as chama de
pedras flutuantes. Elas nos permitem navegar pelos túneis
sem ter que esperar por uma escolta.
Serenity agarrou o próprio peito.
— Acho que tive um ataque cardíaco, — ela reclamou.
— Engole o choro, porque está prestes a vivenciar uma
sessão de troca de ideias com alguém que cria o caos tão
naturalmente quanto respira, — Rheia passou o braço pelo de
Serenity.
Serenity olhou para Micah se sentindo um pouco
desnorteada. Ele deu de ombros.
— Minha delicada florzinha sozinha é uma experiência
única.
— Em que diabos nos metemos? — murmurou Radclyffe.
— Parece emocionante, — brincou Laelia.
Serenity seguiu os colegas até o túnel, de fato imaginando
o que a tarde lhes reservava.
*****

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Alanea Alder
 Uma hora depois Serenity simplesmente encarava a
pequena humana que continuava girando em círculos na
cadeira. Todos ao seu redor a ignoraram e começaram a
reunião, começando bem do começo para benefício deles.
Serenity estava sentada ao lado do companheiro em torno
de uma mesa de conferência de madeira muito
impressionante, junto com Rheia, Anne, Vivi, Ellie, Marjoram,
Kendrick, Law, Laelia e Radclyffe. O escudeiro de Meryn, Ryuu,
estava quieto no canto, observando sua incumbência com um
sorriso suave nos lábios.
— Ela vai ficar enjoada, — ela alertou.
Meryn parou de girar.
— Faço isso o tempo todo, me ajuda a pensar.
Radclyffe virou-se para Kendrick.
— Então, sabemos que o DeLaFontaine é quem espalhou
o vírus?
Kendrick assentiu.
— Encontramos um sistema de contaminação muito
complexo, embutido em sua abotoadura. Só podemos supor
que ele tenha aproveitado tanto o churrasco de boas-vindas
para os lobos quanto a feira para se aproximar das vítimas.
Meryn começou a girar novamente.
— Isso pode estar errado, — disse ela a ninguém em
particular.
Kendrick riu.
— Eu disse que era uma suposição, Meryn. Faz sentido
que ele usaria essa oportunidade para contaminar o maior
número de pessoas possível, o tempo se encaixa também.

My One and Only

Alanea Alder
 Meryn estendeu o pé, interrompendo os giros.
— Não foi isso que eu quis dizer. DeLaBabaca espetava
as pessoas e elas ficavam doentes, certo? Foi assim que o
Magnus ficou doente.
Kendrick assentiu.
— Exatamente. Ele usou a abotoadura depois do jantar
para infectar o Magnus.
Meryn inclinou a cabeça.
— Então por que o Aiden não está doente? Ele também
foi picado.
Kendrick congelou antes de se virar para Ellie, que olhou
para Law, que assentiu.
— Ela está certa.
Vivi se levantou com as mãos trêmulas.
— Eu preciso do sangue dele! — ela saiu correndo da sala.
Meryn suspirou, pegou o walkie-talkie e soltou-o da
mochila.
— Trabalhem de maneira mais inteligente, não da mais
difícil, pessoal. — Ela apertou o botão. — Catatau, atenda,
Catatau3.
— Você está bem? — Aiden respondeu imediatamente.
— Sim, estou bem. Mas você pode encontrar a Vivi no
laboratório? Ela precisa de você.
— Claro. Amo você.
— Eu também te amo, te vejo mais tarde. — Ela prendeu
o walkie-talkie de volta na bolsa.

3Catatau, tradução de BooBear, acreditamos ser uma referência ao amigo do Zé

Colméia, do desenho de mesmo nome, por isso a tradução Catatau.

My One and Only

Alanea Alder
 — Eu amo mesmo meu codinome agora, Meryn, — disse
Micah, sorrindo. Serenity levantou uma sobrancelha. —
Casanova, — ele respondeu.
— Claro, — disse Radclyffe, revirando os olhos.
— A Serenity precisa de um, — disse Meryn dando
batidinhas na mesa. Ela lhe sorriu. — Você tem o mesmo nome
que o meu carro.
Serenity olhou para a pequena humana.
— Firefly ou Sailor Moon?
— Firefly, — Meryn admitiu. — Embora, graças a Anne,
eu tenha uma nova apreciação por anime. Um dos furries do
meu culto sugeriu algo chamado hentai, mal posso esperar
para pesquisar no Google.
Ryuu deu um passo à frente, preocupado.
— Eu não sugeriria isso, denka.
Meryn olhou para o escudeiro.
— Por quê?
— É um monte de pornografia com tentáculos, — explicou
Anne. Quando todos os olhos se viraram para ela, esta corou e
enfiou o rosto no peito de Kendrick.
— Ora, ora, ora, — Kendrick murmurou.
Anne levantou a cabeça e puxou sua orelha.
— No que quer que esteja pensando, simplesmente não.
— Ele continuou a sorrir enquanto esfregava a orelha.
Serenity se voltou para Meryn.
— Espere. Furries? Culto?
Rheia largou a caneta e recostou-se na cadeira.

My One and Only

Alanea Alder
 — Ela quer dizer seus amigos shifters do Facebook e seu
grupo do Facebook. — Ela se levantou. — Ok, vamos trabalhar
sob a suposição de que o Aiden foi infectado, quais poderiam
ser as possíveis razões pelas quais ele não está doente?
— O Grant também não está doente e tem todos os
motivos para estar. Ele esteve com as crianças desde o
primeiro dia e ficou coberto com praticamente todas as
substâncias nas quais você pode pensar. Ele está bem, — Ellie
ofereceu.
— Poderia ser porque ambos são Alfas de Nascença? —
Kendrick perguntou. — Eu não estudei como a fisiologia deles
difere dos shifters regulares.
Serenidade falou:
— Eu estudei. Havia vários volumes dedicados a Alfas de
Nascença no Templo da Água. Pelo que li, são mais fortes e
mais rápidos, mas são fisiologicamente iguais a qualquer outro
shifter. A maioria das mudanças parece ser metafísica, não
científica.
Rheia apertou os lábios.
— Lá se vai essa teoria. Também temos que ter em mente
que nenhum dos bruxos ou fae estão doentes.
Serenity balançou a cabeça.
— Os bruxos são mais suscetíveis à doenças do que os
fae.
Meryn chutou a mesa e começou a girar novamente.
— E se não for uma coisa de raça? — ela perguntou.

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 Serenity simplesmente seguiu seu pensamento. Até
agora, aquela brilhante humana deu aos cientistas o primeiro
avanço que tiveram em semanas.
— Continue, — ela encorajou.
Meryn parou.
— Aqui é Noctem Falls, certo? — Todos assentiram. — A
casa dos vampiros e principalmente vampiros. Tipo, eles nem
chegam perto da diversidade de Lycaonia, certo? — Mais uma
vez, todos assentiram. — Aiden, os bruxos e os fae têm outra
coisa em comum. — Ela lhes sorriu. — Em uma cidade de
vampiros, qualquer um que seja fae ou bruxo é um guerreiro
da unidade. Nenhum dos guerreiros está doente também e
estão ajudando desde o primeiro dia.
Rheia ofegou.
— Oh meu Deus! Os relatórios! Os relatórios do Adam! —
ela guinchou e correu da sala.
Meryn suspirou.
— Eu odeio quando fazem isso. Eu gostaria que
compartilhassem com a classe antes de saírem correndo como
maníacos.
Marjoram trocou olhares empolgados com Ellie.
— Nós vamos voltar ao Nível Seis e trabalharemos para
manter as crianças calmas e confortáveis. Vamos deixar os
gênios trabalharem.
Anne, Laelia e Radclyffe se levantaram. Laelia assentiu
para Marjoram.

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 — Nós vamos com você. Não poderíamos ajudar em um
laboratório de qualquer maneira. — Ela se virou para Serenity.
— Verifique a Vivi e a Rheia e nos mantenha atualizados.
Meryn bocejou então se levantou.
— Vou voltar para minha batcaverna. Estou
apresentando o Pip ao Pudim Mágico e Doctor Who.
— Se alguém merece uma recompensa hoje, é você,
Meryn, — elogiou Marjoram. — Vou fazer cookies extras para
você mais tarde.
— Sim! — Meryn jogou um braço no ar.
— Venha, denka, você pode ser incrível em sua
batcaverna, — disse Ryuu, guiando sua incumbência para
fora.
Ellie e seus ajudantes se retiraram atrás de Meryn
deixando Serenity, Micah, Kendrick e Law na sala de reuniões.
Serenity balançou a cabeça.
— Ela é brilhante de verdade. Como ela vê as coisas de
maneira tão simples?
Kendrick franziu a testa.
— Ela disse que sua avó costumava dizer que seu cérebro
quebrado se concentrava nas coisas erradas. — Ele rosnou. —
Essa mulher odiosa me fez pensar seriamente em ressuscitar
os mortos, só para que eu pudesse acabar com ela na porrada.
Serenity revirou os olhos.
— Você é sempre tão dramático.
Law observou a interação deles com olhos arregalados.
— Ela não se sente nenhum pouco impressionada com
seus poderes, — disse ele, parecendo impressionado.

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 Kendrick apenas grunhiu e ela lhe sorriu largamente.
— Adoro irritá-lo demais para ficar impressionada, — ela
admitiu.
— Entre você e os gêmeos, é um milagre que eu tenha
conseguido terminar algo nos últimos cem anos, — disse
Kendrick, rabugento.
— Vamos, bibliotecário, vamos ao laboratório para ver o
que suas placas elementares nos dizem sobre que tipo de
magia há no vírus. Os resultados devem ficar prontos hoje, —
disse Law, se levantando.
— Arquivista, — corrigiu Kendrick.
— Por que você precisaria... — Serenity começou e notou
o olhar cortante que Kendrick lhe jogou. — Sabe de uma coisa?
Não importa. Estou mais curiosa para descobrir o que fez a
Rheia sair correndo daqui daquele jeito.
Kendrick se levantou e fez uma reverência.
— Depois de você, milady.
— Obrigada, gentil senhor, — disse ela, passando por ele.
Mais tarde, ela perguntaria por que ele estava fazendo
testes para descobrir qual elemento havia no vírus, porque não
tinha nada a ver com curá-lo, o que poderia ser realizado
independentemente desse saber. Ela ainda estava se
perguntando o que o bruxo rabugento estava tramando
quando Micah passou o braço em volta da cintura dela.
— Precisamos lhe dar um codinome.
Ela lhe sorriu docemente.
— Que tal Assassina de Casanova?

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 — Serenity, um. Micah, zero, — Kendrick disse atrás
deles.
Micah deu um grande suspiro.
— Abusam tanto de mim, — disse ele dramaticamente,
colocando as costas da mão na testa.
— Você gosta, — ela brincou baixinho.
Ele abriu os olhos e deu uma piscadela.
— Você descobrirá mais tarde.
*****
Quando entraram no laboratório Vivi e Rheia estavam
conversando muito rápido e os olhos de Aiden pareciam
desfocados.
Sentindo pena do shifter de urso, Serenity chamou a
atenção de Vivi.
— Você precisa dele para mais alguma coisa? — ela
perguntou apontando para o Comandante da Unidade.
Vivi balançou a cabeça.
— Não, eu já tenho o sangue dele.
Serenity virou-se para Aiden.
— Você está livre para ir.
— Graças aos deuses! Me chamem se precisarem de mim
novamente, — ele disse rapidamente e antes que ela pudesse
piscar, ele estava fechando a porta atrás de si.
Do walkie-talkie veio a voz de Ryuu:
— Se possível, o Law poderia substituir o Etain na guarda
da Meryn? O Etain foi chamado para o hospital.
Kendrick pegou o walkie-talkie enquanto Law saia.
— Ele está a caminho.

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 — Muito obrigado, — foi a resposta educada do escudeiro.
Vivi estava no meio da frase, conversando com Rheia,
quando parou.
— Por que o Etain foi chamado para o hospital?
— Ah, isso. A Ellie tem pedido aos guerreiros fae que
façam rodízio de turno no hospital. Eles conseguem facilmente
levantar as crianças, assim como os adultos, para trocar os
lençóis. Isso faz com que seja muito mais fácil manter os
pacientes confortáveis, — explicou Rheia.
Vivi piscou.
— Isso faz sentido. Eu sou realmente a pior pessoa
quando se trata de enfermagem. Escolho um microscópio e
uma lâmina a qualquer dia.
— Falando em lâminas, o que te fez sair correndo da
reunião como se o cabelo estivesse pegando fogo? — Serenity
perguntou a Rheia.
Rheia corou.
— O que a Meryn disse sobre os guerreiros não ficarem
doentes. Normalmente eu diria que é porque são paranormais
e paranormais não ficam doentes, certo? — Ela acenou com a
mão. — Só que agora sabemos que podem ficar doentes. Temos
shifters e vampiros doentes no Nível Seis, mas não os
guerreiros.
— O que isso nos diz? Como eles são diferentes? —
Serenity perguntou completamente confusa.
Rheia sorriu maliciosamente.
— No ano passado, nossa ameaça fez as obras públicas
de Lycaonia atualizarem completamente nossa clínica. Mas o

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lado negativo disso foi que começaram a pedir relatórios
semanais sobre o que estava sendo feito, meio que verificando
para garantir que o dinheiro estava sendo bem gasto. Bem, em
vez de fazer os guerreiros quebrarem os ossos uns dos outros
semanalmente, o que teria ficado muito velho, muito rápido,
sugeri que fizéssemos exames físicos em todos os caras.
Micah assentiu.
— O Doutor St. John fez isso aqui também. Ele disse que
o cuidado dos guerreiros tinha que ser uniforme nas quatro
cidades-pilar.
Rheia bateu palmas animadamente.
— Exatamente! Os exames médicos incluíam inoculações,
então todos ficaram com a vacinação em dia!
Serenity procurou um banquinho com a mão e sentou-se.
— Uma das vacinas os deixou imunes?
Rheia e Vivi assentiram com entusiasmo. Vivi levantou
uma lâmina de vidro.
— É o que esperamos, de qualquer maneira. Se
estivermos certas, levará algum tempo para isolar qual é, mas
finalmente temos uma direção a seguir.
Vivi virou-se para Rheia.
— Quero me desculpar. Quando você sugeriu a Meryn
pela primeira vez eu estava cética sobre com o que ela poderia
contribuir, pensei que ela nos distrairia. Mas ela realmente
ajudou.
Rheia deu um sorriso presunçoso.
— Nossa ameaça é incrível.
Kendrick assentiu.

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 — É mesmo.
Quando Vivi e Rheia entrincheiraram-se com o novo
teste, Serenity foi até Kendrick. Ela olhou para Micah e fez um
círculo com o dedo. Quando seu companheiro terminou de
lançar o feitiço de insonorização, ela ergueu o olhar para
Kendrick.
— Você quer me dizer por que está fazendo testes de
presença elementar quando isso não tem nada a ver com a
cura?

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 Capítulo 4
Kendrick suspirou.
— Eu deveria saber que você notaria isso. — Ele apontou
para a própria mesa. Era evidente pelas placas multicoloridas
que ele estava fazendo testes para influências elementares. —
Tecnicamente, encontrar o elemento mágico usado no vírus
pode ajudar. Eu deduzi que há uma espécie de comando
autodestrutivo codificado dentro do vírus. Assim que este fica
mais frio que a temperatura corporal apaga qualquer traço do
vírus e da magia dentro de setenta e duas horas, mais ou
menos.
Serenity assentiu.
— Então, isolando a magia elementar usada, você pode
anular essa magia, dando a Vivi mais tempo para estudar o
vírus.
Kendrick assentiu.
— Exatamente.
Serenity o olhou fixamente.
— E? — Ele lhe deu um sorriso diabólico.

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 — E, se eu conseguir descobrir qual elemento foi usado,
posso começar a rastrear a magia até o bruxo. — Ele olhou
para a mesa. — Existem muitos poucos bruxos no mundo que
podem criar algo tão complexo. Quero dizer, se está falando
sobre magia em um nível molecular. — Ele deu de ombros. —
Eu posso fazer isso, mas isso não quer dizer muito.
— Kendrick... — Serenity rosnou impaciente.
Kendrick piscou.
— Certo. De qualquer forma. Só há um punhado de
bruxos que poderiam fazer isso e eu conheço todos eles. Se eu
puder determinar quem é, posso tomar as medidas necessárias
para garantir que este vírus ou qualquer outro semelhante
nunca volte a existir.
Micah franziu a testa.
— Mas, ao criar este vírus e infectar as pessoas, matando-
as, o bruxo que criou o vírus não se transformaria em um feral
e perderia sua magia?
Kendrick deu de ombros lentamente.
— Bem-vindo ao Ética Mágica 101.
Serenity gemeu.
— Cai em uma área cinzenta, não é? — Quando ela estava
estudando para as provas, ela e Kendrick haviam discutido
várias vezes sobre ética mágica. Ele sempre bancava o
advogado do diabo e ela geralmente acabava gritando com ele.
Seus argumentos favoritos tiravam completo proveito do que
ele gostava de chamar de “áreas cinzentas”. Cenários que não
eram certos nem errados. Nem magia branca, nem magia
negra. Nem abertamente útil nem prejudicial. Apenas uma

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vasta zona sombria e cinzenta onde algumas coisas boas eram
feitas, mas principalmente coisas ruins.
Kendrick assentiu.
— Tecnicamente, o vírus em si é inofensivo. O bruxo que
o criou não infectou ninguém. — Ele ergueu um dedo. — Agora
é aqui que fica ainda mais complicado. DeLaFontaine é quem
o distribuiu, mas ele não é um feral. Por quê?
Micah fechou os olhos e balançou a cabeça.
— Porque não foi ele quem criou o vírus. — Ele abriu os
olhos para encarar Kendrick. — Essa é uma das brechas mais
brilhantes que já vi. — Ele fez uma pausa antes de continuar:
— Quem diabos está por trás disso?
Serenity olhou para a mesa. O que Kendrick estava
fazendo fazia muito mais sentido. Se conseguissem descobrir
o bruxo, eles poderiam usá-lo para rastrear quem quer que
fosse que estava manipulando as coisas. Ela olhou de volta
para Kendrick.
— Quem está por trás disso usou um dos chefes de
Família Fundadora mais antigo como um burro de carga, —
ela sussurrou.
Kendrick assentiu.
— Eu sabia que você veria a profundidade desse problema
rapidamente.
— Eles devem ter sólidos culhões de ferro, — murmurou
Micah.
Serenity revirou os olhos.
— O que te faz pensar que um homem é inteligente o
suficiente para fazer isso?

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 — Ei! — Kendrick e Micah protestaram.
Ela sorriu.
— Só estou dizendo. — Ela foi até a mesa. — Magia da
terra, hein? — ela disse apontando para a bandeja verde
brilhante.
Kendrick assentiu.
— Posso usar os gêmeos para estabilizar a magia no vírus,
isso também deve ajudar a torná-lo mais visível.
— Os meninos? — ela perguntou se sentindo ansiosa. Ela
não os queria nem um pouco perto daquela magia.
Kendrick deu um tapinha em seu ombro.
— Eles estão crescidos agora, Serenity, você pode cortar
seus cordões umbilicais. — Ele riu. — Além disso, eles
rivalizam comigo no poder de magia da terra.
— Eles mal passaram nos testes, — argumentou Serenity.
Não havia como Nigel e Neil terem a mesma quantidade de
poder que Kendrick.
Kendrick esfregou a nuca enquanto Micah ria.
— Posso ter ensinado a eles como esconder sua magia
para os exames, — ele confessou.
Serenity olhou para o companheiro.
— Você disse algo semelhante, sobre falsificar seus
resultados nos testes.
Micah assentiu.
— A maioria dos bruxos que querem continuar servindo
como guerreiros de unidade têm que esconder suas
habilidades para obter pontuações mais baixas ou seriam
chamados por Storm Keep para ganhar dinheiro para a cidade.

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Se você tiver pontuações medíocres, eles permitem que você
continue como guerreiro já que a cidade é obrigada a fornecer
guerreiros para as unidades. É por isso que Leif e Travis
estavam se escondendo em Las Vegas. Eles acidentalmente
exibiram sua magia ao evitar aquele deslizamento de terra
enquanto visitavam a casa deles há algum tempo. Não havia
como enganar os administradores dos testes. Magnus fez a
todos um grande favor os transferindo de volta para Noctem
Falls e fazendo seus testes serem cancelados.
Serenity cerrou os dentes com frustração.
Instantaneamente, Micah estava envolvendo um braço em
volta dela e puxando-a para perto.
— Qual o problema? O que te chateou?
Ela lhe olhou com lágrimas nos olhos.
— Eles mal me testaram porque eu não sou uma bruxa
de sangue puro. “Mestiços” são avaliados aos duzentos e
cinquenta anos em vez de quinhentos anos como bruxos de
sangue puro. Eu tive metade do tempo para estudar. Eles me
deram a pontuação que achavam que eu deveria ter. Na época,
lutei por cada ponto pensando que tinha uma chance de
trabalhar para o conselho, mas depois que recebi minha
pontuação fui informada que embora eu tivesse potencial, eles
estavam reservando aquelas vagas abertas para outros
candidatos, ou seja, eu não precisava me inscrever.
Kendrick assentiu com simpatia.
— Nunca acreditei muito no sistema de pontuação deles.
Micah esfregou suas costas reconfortantemente.

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 — Olhe dessa forma, amor, o Kendrick tem sabotado o
sistema por séculos, aquela pontuação de merda que te deram
não significa nada. — Quando as palavras saíram de sua boca,
eles se viraram um para o outro, depois para Kendrick, que
começou a assobiar e olhar para o teto como se ele não fosse o
único responsável por arruinar uma estrutura social inteira.
Micah riu e Serenity enxugou os olhos.
— De certa forma, estou feliz que me rejeitaram. Eles
inicialmente me pediram para agir como uma secretária de
baixo nível na Academia de Magia. Eu era teimosa e
deliberadamente me mudei para a Cidade Baixa para assumir
o cargo de chefe do Templo da Água. — Ela exalou. — Graças
aos deuses por quem quer que seja que insistiu em manter o
templo lá, caso contrário, muitas pessoas teriam o
atendimento negado. Como fica na Cidade Baixa, o templo teve
dificuldade para preencher as vagas. O conselho de colocação
achou que era uma designação apropriada para mim. — Ela
sorriu. — Isso permitiu-me ajudar tantas pessoas e tornou a
minha vida tão plena que nem consigo imaginar trabalhar na
Academia de Magia, mesmo que seja numa zona mais
agradável da cidade.
— Você fez muitos trabalhos bons, deveria estar
orgulhosa, — Kendrick disse dando a ela um raro elogio.
— Eu pude trabalhar com Laelia e Radclyffe e fui capaz
de ajudar os meninos, — ela listou.
— Falando nos meninos. — Kendrick olhou para Micah,
que baixou o feitiço de insonorização. Kendrick pegou seu

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walkie-talkie da mesa. — Frick, Frack, apresentem-se no
laboratório o mais rápido possível.
— Estamos indo, — respondeu um dos gêmeos.
Kendrick desligou o walkie-talkie.
— Eu nunca consigo diferenciá-los através dessas coisas.
Serenity sorriu.
— Esse era o Neil. Ele geralmente assume o comando e
fala mais do que o Nigel.
— É claro que você saberia, — Kendrick disse colocando
as mãos nos quadris, em seguida, inclinando-se para trás para
estalar a coluna.
— Vamos deixá-lo então, — Serenity disse antes de olhar
para Micah. — Eu gostaria de ir verificar o Príncipe Magnus
agora.
— Eu posso te levar, — Vivi ofereceu. — A Rheia pode
testar a vacina contra a cepa pura do vírus que pegamos do
DeLaFontaine. Estou rezando para conseguirmos uma reação
que possamos ver.
— Eu poderei ajudar com isso, — Kendrick disse. — Meu
teste está pronto. Descobrimos que é magia da terra no vírus.
Agora que conhecemos o elemento, vou pedir aos gêmeos que
me ajudem a estabilizar a magia, o que deve impedir que ela
se extinga e que fique visível.
Vivi praticamente caiu de alívio.
— Graças aos deuses, — ela murmurou reverentemente.
Quando estavam saindo, os gêmeos estavam correndo até
a porta. Os dois lhe deram um beijo na bochecha antes de irem
se encontrar com Kendrick.

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 — Eles são bons meninos, — Vivi disse, assim que se
dirigiam para os aposentos do príncipe.
— São mesmo, apesar do começo difícil na vida. Você não
tem ideia do quanto significa para mim vê-los tão felizes. —
Serenity sentiu vontade de ligar para a Academia de Magia, se
vangloriando pelos três terem encontrado um lugar onde
pertenciam, mesmo com notas baixas nos testes.
Vivi abriu a porta e entrou da mesma forma que Adriel.
— Vocês não batem na porta? — ela perguntou.
Vivi deu de ombros.
— Nós meio que já passamos do ponto de bater. Por que
afastar o Sebastian do que quer que ele esteja fazendo?
— Eu aprecio isso mais do que imagina, — Sebastian
disse entrando da sala de jantar, enxugando as mãos em uma
toalha.
— Estamos prestes a verificar o Magnus, — Vivi disse.
Vivi olhou em volta.
— Onde está a Meryn?
Sebastian riu, então tossiu na mão para esconder a
hilaridade.
— Já que os gêmeos tiveram que se reportar ao Kendrick
no laboratório, o Mestre Pip decidiu visitar o Mestre Avery no
escritório. Isso deixou a Meryn sozinha para fazer companhia
a Magnus.
— Oh deuses, — Vivi sussurrou, então começou a
caminhar pelo corredor.

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 Serenity e Micah seguiram. Ao se aproximarem, notaram
que a porta da suíte principal estava aberta e podiam ouvir
altos silvos e estrondos.
— Vá em frente e tente me morder mais uma vez,
Pirracento. Lembre-se de que a Beth gosta de você, mas eu não
tenho problemas em socá-lo nas bolas para fazer você se
acalmar. — A voz de Meryn era claramente audível. Vivi cobriu
o rosto com a palma da mão.
Surpreendentemente, o silvo se suavizou.
— Pronto. Agora, a Rheia diz que tenho que ter oito horas
de descanso ou ela enfiará um tubo de alimentação pelo meu
nariz. Então, vou compartilhar um dos meus programas
favoritos de TV relaxantes com você. Ok, Ryuu, pressione
iniciar.
— Claro, denka, — Ryuu respondeu.
Uma voz suave e calmante começou a falar. Serenity
franziu a testa.
— Eles estão assistindo Bob Ross? — ela sussurrou.
— Pequenos e alegres, stormtroopers4, — disse Meryn.
Micah assentiu.
— Sim.
Vivi passou pela porta e eles a seguiram. Sem dúvida.
Meryn tinha colocado o príncipe dos vampiros na cama e
estava deitada ao seu lado enquanto Bob Ross tocava ao fundo.
Quando Magnus os viu, se sentou e mostrou as presas. Meryn

4 Stormtroopers são a tropa base do Império Galáctico no universo de Star Wars.

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levantou a mão sobre a virilha dele e Magnus se deitou
rosnando humildemente.
Sebastian observou a cena inteira parecendo um pai
orgulhoso.
— Só a Meryn está sendo capaz de lidar com ele.
Vivi balançou a cabeça.
— Me pergunto por que. — Ela se virou para Serenity. —
Você precisa tocá-lo para que isso funcione?
Serenity balançou a cabeça.
— Não, só preciso vê-lo.
— Eu preciso me levantar? — Meryn perguntou
queixosamente.
— Não, Meryn, está bem assim. Apenas tente não se
mover.
— Belezura. — Meryn bocejou e fechou os olhos.
Serenity respirou fundo e invocou sua magia.
Instantaneamente, seus olhos foram atraídos para o cérebro.
Lampejos roxos se acendiam em aglomerados. Seus níveis de
testosterona estavam nas alturas. Ela nunca, em toda sua
carreira, viu alguém com níveis tão altos e ela tratava dos
guerreiros da unidade após batalhas.
— Vivi, o que exatamente havia no tratamento que você
deu a ele? Os componentes exatos, — Serenity perguntou,
mantendo os olhos focados em Magnus.
— Usamos o sangue de um vampiro mais velho e depois
misturamos com o de Caspian para garantir a compatibilidade
e evitar qualquer tipo de vínculo, — Vivi explicou.

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 — Você está me dizendo que a única coisa que ele recebeu
foram duas linhagens de sangue vampiro? — Serenity
perguntou.
— Sim.
— Quem era o outro doador?
Vivi hesitou.
Serenity podia entender a relutância em compartilhar
nomes, mas para ajudar Magnus ela precisava saber.
— Não estou pedindo por ser intrometida e, como
qualquer outro médico, sou sujeita ao sigilo. O que você me
disser ficará comigo, — ela prometeu.
— Você pode muito bem dizer a ela, — Sebastian disse.
— Isso vai surgir na conversa mais tarde de qualquer maneira.
— Era o sangue do Gavriel, — Vivi respondeu.
— Hummm. — Serenity continuou a observar as luzes
piscando em seu cérebro. Para ela, parecia uma explosão de
fogos. Não admira que ele estivesse inquieto. Seu cérebro
estava enviando sinais confusos para seu corpo.
— Hmmm? O quê? — Vivi perguntou.
— Você disse vampiro mais velho, certo? O Magnus é bem
velho, posso assumir que Gavriel doou porque é mais velho?
— Sim, muito mais velho. Na verdade, ele provavelmente
tem o dobro da idade do Magnus.
Serenity piscou e desviou o olhar de Magnus para olhar
para Vivi.
— Sério?
Vivi acenou com a cabeça.

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 — Gavriel é o nosso Príncipe das Sombras, o filho de um
de nossos Originadores. Ele tem mais de dez mil anos de idade.
Nós pensamos que seu sangue era a resposta, mas então isso
aconteceu, — ela apontou para as restrições em Magnus.
Serenity olhou ao redor do quarto.
— Alguém tem um walkie-talkie?
Meryn apontou para Ryuu.
— Ele está com o meu. — Ryuu o ergueu.
— Você poderia chamar o Gavriel para vir aqui, por favor?
— Claro, — ele disse e ergueu o walkie-talkie. — Gavriel,
você poderia se reportar a habitação dos Rioux, por favor?
Meryn fez uma careta.
— Você nunca usa os codinomes, — ela murmurou. Ryuu
piscou um olho para sua incumbência.
— Estou a caminho, — Gavriel respondeu.
Meryn riu.
— Aposto que ele pensa que é por causa da Beth. Ele
chegará aqui em dois segundos.
— Você está certa, — disse uma voz profunda atrás deles.
Serenity o olhou fixamente.
— Quão rápido você é? — Os olhos dela se estreitaram.
— Ou você só estava por perto?
Gavriel ergueu uma sobrancelha.
— Você me chamou para perguntar isso?
— Não. Estou tentando ajudar o Magnus. Disseram-me
que você doou o sangue para o tratamento dele.
Ele inclinou a cabeça.
— Eu doei.

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 — Você está ajudando o tio? — Beth perguntou, entrando
no cômodo. Imediatamente Gavriel puxou-a para perto de seu
corpo. Ela deu a Serenity um sorriso torto. — Eu não queria
interromper, mas ouvi o Gavriel sendo chamado e desci. —
Serenity conseguia ver a riqueza do amor que Beth tinha por
seu tio. Não tinha nada a ver com ele ser um príncipe. Pela
maneira como ela alisou os lençóis, Serenity percebeu que o
Príncipe Magnus era adorado pela sobrinha.
— Você não está interrompendo de forma alguma, estou
apenas reunindo alguns fatos para tentar ajudar. — Ela se
voltou para Gavriel. — Eu sei que esta pode ser uma pergunta
pessoal para os vampiros, mas te garanto, é relevante. Você
recentemente passou por uma transição?
Gavriel piscou.
— Na verdade, sim. — Ele inclinou a cabeça. — Como
você poderia saber disso?
Serenity sorriu quando as peças finais do quebra-cabeça
se encaixaram.
— Acho que sei o que há de errado com ele.
— Você sabe? — múltiplas vozes perguntaram incrédulas.
— É uma suposição, veja bem, mas... — Serenity
caminhou até a cama. — Meryn, você poderia se levantar por
um minuto? — ela perguntou se abaixando para ajudar a
humana grávida. Meryn gingou até o escudeiro.
Imediatamente Magnus começou a se debater e sibilar
para ela. Ela o ignorou e colocou a mão em sua testa. Ela
lentamente enviou sua magia para seu corpo. Enquanto ela
trabalhava, ele ficou menos agitado. Ela tomou seu tempo

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certificando-se de que tudo que pudesse voltar aos níveis
normais voltasse. Assim que sua química ficou equilibrada, ela
retirou sua magia e deu um passo para trás. Micah colocou a
mão na parte inferior de suas costas e ela podia sentir sua
magia infiltrando-se nela. Ele reabasteceu o que ela gastou,
aliviando um pouco da fadiga. Ela o olhou com gratidão e ele
beijou seu nariz novamente. O homem parecia obcecado por
seu nariz.
Quando ela olhou ao redor da sala, todos estavam
olhando para Magnus, que estava dormindo pacificamente
com um leve sorriso nos lábios.
Beth se virou para ela, a esperança era uma coisa viva em
seus olhos.
— O que você fez? Ele está bem?
— Tenho certeza de que Vivi teria notado eventualmente,
mas todos vocês estão sobrecarregados com o vírus.
— Notado o quê? — Vivi perguntou.
— Seus níveis de testosterona estavam fora de controle.
— Ela apontou para Gavriel. — Acho que é porque ele estava
reagindo ao sangue do Gavriel, que ainda estava acelerado por
causa da transição. Algo no vírus reagiu a esses marcadores
de transição desencadeando a agressão.
Sebastian ofegou.
— Ele não virou um feral, estava passando por uma
transição?
Serenity assentiu.
— O sangue do Gavriel desencadeou uma. Seu corpo
estava preso em um ciclo vicioso. Sua transição estava

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paralisada devido ao modo de “lutar ou fugir” em que seu corpo
estava devido aos gatilhos de agressão do vírus. Assim que
diminuí os níveis de testosterona, sua transição terminou.
— E quanto ao vírus? — Beth perguntou ansiosamente.
Serenity sorriu.
— Completamente queimado.
Beth começou a chorar com a notícia, fazendo com que
seu companheiro a abraçasse mais. Sebastian estava
enxugando os olhos com a toalha de chá enquanto caminhava
até Serenity. Sem aviso, ele a puxou para um abraço caloroso.
— Obrigado! — ele sussurrou, a emoção deixando sua voz
áspera. Ele recuou, em seguida, correu para confortar Beth.
Serenity deu de ombros.
— Sinto que estou recebendo todo o crédito quando
apenas ajudei nas etapas finais. Vivi é a verdadeira heroína.
Sebastian balançou a cabeça.
— Você o trouxe de volta para nós, obrigado, — ele
repetiu.
Meryn olhou para Magnus nervosamente.
— Vocês todos se lembram de coisas de quando estão com
raiva na transição?
Gavriel a olhou de perto.
— Por quê?
Meryn ficou instantaneamente com uma figura de
inocência.
— Por nada.
Serenity olhou para o príncipe.

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 — Eu o deixaria amarrado apenas por precaução, mas ele
deve acordar completamente como ele mesmo. — Ela olhou
para Sebastian. — Ele vai precisar de muito sangue fresco, seu
corpo está quase esgotado.
Sebastian assentiu.
— Claro. Era tão difícil tentar fazê-lo se alimentar quando
ele estava sendo...
— Pirracento, — Meryn ofereceu.
Sebastian piscou um olho para ela.
— Sim, pirracento. — Ele se dirigiu para a porta. — Vou
preparar um banquete para o jantar desta noite em sua
homenagem e para celebrar o retorno de Magnus para nós!
Hal! Oh, Hal! Preciso de ajuda na cozinha! — Sebastian gritou
do corredor.
Gavriel sentou Beth na cadeira ao lado da cama de
Magnus. Ela estava enxugando os olhos.
— Estúpidos hormônios de gravidez, — ela reclamou.
Serenity olhou para a barriga de Beth.
— Sua filha está dormindo no momento, então você não
pode culpá-la.
Gavriel a olhou, em seguida, para baixo para olhar para
a barriga quase plana de Beth. Quando ele olhou para cima,
tinha lágrimas escorrendo pelo rosto.
— Nós temos uma filha?
Serenity assentiu.
— Eu verifiquei mais cedo quando analisei sua maldição.
Ela está muito bem, perfeitamente saudável.

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 Gavriel passou os braços em volta da companheira e
enterrou o rosto em seu ombro. Beth o abraçou apertado.
Quando os olhou, estava sorrindo amplamente.
— Obrigada por este dia.
Meryn fungou.
— Ok, então não é Jack. — Ela deu batidinhas nos lábios
com o dedo. — Que tal Jackie ou Jacquelyn?
Beth balançou a cabeça, rindo.
— Não, Meryn.
Meryn deu de ombros e se virou para Serenity apontando
para a própria barriga.
— Faça comigo.
Serenity balançou a cabeça.
— Tenho tentado, mas seu bebê está tão virado que não
sei dizer. Mas posso te dizer uma coisa, eles são muito felizes.
Nunca vi um bebê irradiar tanta felicidade. Eles sabem que são
amados.
Meryn corou e olhou para o chão.
— É provavelmente o Pudim Mágico, — ela disse
calmamente.
Ryuu colocou as mãos em seus ombros.
— Venha, denka, você ainda precisa do seu tempo de
descanso, especialmente se quiser estar descansada para o
banquete desta noite.
Meryn se iluminou.
— Oh, sim! Toneladas de comida de escudeiro.
Ryuu revirou os olhos enquanto a conduzia para fora do
quarto.

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 — Sim, porque você está tão privada de comida de
escudeiro, — ele brincou.
Serenity pegou a mão de Micah.
— Nós vamos lhes dar um pouco de privacidade. — Eles
estavam prestes a se virar em direção à porta quando ela se
viu nos braços de Gavriel. Quando este recuou, seus olhos
ainda estavam brilhantes, mas as lágrimas haviam sido
enxugadas.
— Obrigado, — ele disse simplesmente.
— É para isso que estou aqui, — ela respondeu.
Ela caminhou de mãos dadas para fora do quarto com o
companheiro, deixando Gavriel e Beth sozinhos para falar
sobre a filha.
*****
Uma vez do lado de fora, próximos do túnel de transporte,
Micah se virou para ela.
— Para onde agora, chefe?
Serenity tirou o telefone do bolso e verificou a hora.
— Quando será o jantar?
— Normalmente nos encontramos para tomar umas
bebidas na antecâmara por volta das seis, então o jantar é às
sete. Damos a volta na mesa e todos dão seus relatórios.
Recebemos nossas atualizações médicas dos médicos.
Atualizações da unidade do Adriel e do Aiden. Atualizações da
cidade do Gavriel, Kari e Beth. E o resto de nós apenas
preenche com qualquer coisa pertinente.
— Então temos algumas horas. — Ela guardou o telefone.
— Que tal verificarmos as crianças? — ela sugeriu.

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 Micah sorriu.
— Você está indo bem. Não me surpreenderia se você
curasse todo mundo até a hora do jantar.
Ela corou.
— Se eles forem curados em breve, será por causa dos
esforços incansáveis de Rheia, Vivi e Ellie. Essas três são
realmente milagrosas. Trabalhando com tão pouco, elas
conseguiram não apenas tratar uma carga crescente de
pacientes, mas também descobrir uma cura parcial. Usaram a
engenhosidade humana e a ciência, o que para mim é incrível.
Sinto que recorro à minha magia muito rapidamente. Espero
aprender o máximo que puder com elas enquanto estiver aqui.
Aposto que Laelia e Radclyffe vão se sentir da mesma maneira.
— Estou apenas brincando. Acredite em mim, eu sei o
quanto essas damas fizeram. Mas você realmente deveria se
acostumar com a gratidão e os elogios, se o Magnus puder se
juntar a nós esta noite, todos irão lhe cantar louvores, — ele
disse enquanto entravam no túnel.
— Por quê? — ela perguntou, se sentindo confusa. Ela
realmente não tinha feito muito, apenas abaixou seus níveis
de testosterona e terminou sua transição estagnada.
Quando pisaram no Nível Seis, ele colocou uma mão em
cada ombro dela e a virou para encará-lo.
— Porque você não precisava vir. Na verdade, vir aqui
pode custar sua posição. Mas isso não a impediu. Você pode
sentir que fez apenas pequenas coisas, mas essas pequenas
coisas estão virando as chances a nosso favor. Mesmo que o
que você faça nos dê uma pequena vantagem, essa pequena

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Alanea Alder
vantagem pode significar a diferença entre jantares de
comemoração e outro trágico funeral.
— Falou bem, Micah, — comentou uma voz masculina.
Eles se viraram para ver Adriel lhes sorrindo largamente.
Ele caminhou até Serenity e a abraçou. Quando ele recuou,
sua companheira tomou seu lugar, dando-lhe outro abraço.
O sorriso de Eva era contagiante.
— Meryn nos mandou uma mensagem sobre o que
aconteceu. Entendemos que um anúncio geral não pode ser
feito ainda, mas aqueles de nós que estão vivendo fora do Nível
Um e lutando dia após dia sabem o que você fez. Todos que
receberam uma atualização estão andando por aí sorrindo
como uns idiotas.
Serenity sorriu, sentindo-se um pouco como uma fraude.
— Eu continuo dizendo ao Micah que não fiz muito.
— E como meu sábio irmão de unidade já lhe disse, o que
você fez, não importa o quão pequeno, tem ramificações
gigantes, — Adriel a lembrou.
Serenity ergueu as mãos.
— Tudo bem! De nada, — ela disse rindo.
Eva bateu os quadris com ela.
— Esse é o espírito.
Adriel se virou para Micah.
— Você considerou minha oferta?
Micah acenou com a cabeça, em seguida, apontou para
ela.
— Sim, mas preciso falar com a minha companheira
antes que eu possa lhe dar uma resposta final.

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 Adriel sorriu.
— Isso mesmo. — Ele se virou para Serenity. — Você vai
verificar as crianças?
— Sim, e meus dedicados. Eles têm uma tendência a
exagerar com sua magia se eu não os mantiver na linha.
Eva se virou para olhar para o hospital.
— Aqueles dois fizeram milagres hoje. Não vi as crianças
se sentindo tão bem desde a primeira infusão de sangue de
guerreiro.
Serenity não pôde deixar de se sentir orgulhosa. Ela sabia
o quão duro Laelia e Radclyffe estudavam para poderem ajudar
outros.
— Eles são duas das pessoas mais altruístas que
conheço.
— Não vamos mantê-la longe deles por mais tempo, —
Adriel disse colocando o braço em volta da companheira. —
Não se esqueça de falar com Serenity sobre minha oferta.
Micah assentiu.
— Vejo vocês no jantar. — Adriel e Eva acenaram e
sumiram de vista.
Serenity se voltou para Micah.
— Eu deveria ficar preocupada?
Ele lhe deu um sorriso juvenil.
— Não, na verdade é uma oferta muito legal. Uma que
acho que não vamos recusar. Mas podemos discutir isso mais
tarde, quando estivermos sozinhos.

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 Capítulo 5
Quando entraram no hospital Serenity encontrou Laelia
e Radclyffe cada um com uma criança diferente. A garota com
Laelia estava lhe mostrando um bichinho de pelúcia que
parecia uma galinha estranha e Radclyffe estava lendo uma
história para uma maravilhada audiência. Serenity balançou a
cabeça com suas palhaçadas. Ele estava exagerando
completamente usando sua magia para fazer efeitos sonoros,
mas ela supôs que o resultado valia a pena. Ele estava
entretendo todos ao seu redor.
Ela decidiu deixá-los continuar enquanto caminhava
para o centro da sala. Ela enviou sua magia para todos na sala.
Ela não se limitou apenas aos pacientes, também se estendeu
aos pais, os guerreiros, os ajudantes, para Ellie e Anne e
especialmente para seus dois melhores amigos.
Ela reduziu a ansiedade, aumentou os níveis de
endorfinas e serotonina, aliviou a dor e enviou ondas de
felicidade e amor. Quando abriu os olhos, todos a estavam
olhando com sorrisos suaves nos rostos.

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 — Pronto, acho que ganhei uma porção extra de
sobremesa esta noite, — ela disse, piscando para as crianças.
Estas riram e seus pais riram com elas. Ela concentrou a maior
parte de seus esforços nas figuras exaustas que cuidavam de
seus filhos. Quando ela entrou, as mães e pais pareciam
abatidos, assustados e sem esperança. Ela sabia que as
crianças, especialmente, captavam o humor ambiente. Ela
esperava que, dando aos cuidadores um estímulo, isso
ajudasse as crianças a relaxar durante a noite.
Laelia se aproximou e beijou sua bochecha.
— Ainda estamos aprendendo contigo. Obrigada por
notar o que deixamos passar.
Serenity beijou a bochecha da amiga em troca.
— Eu só pude ajudar porque você e Radclyffe fizeram um
trabalho incrível com as crianças. Eu tinha que encontrar algo
para fazer, — ela brincou.
Radclyffe acenou para as crianças para quem estivera
lendo e correu até ela.
— Marjoram disse que poderíamos ficar com ela neste
nível em vez de no Nível Um. Estaremos mais perto das
crianças e será mais fácil fazer rondas.
Marjoram, Ellie e Anne se juntaram ao grupo.
— Ficarei grata pela companhia. Ellie, Grant e Benji
foram morar com a unidade no Nível Um.
Serenity olhou para Micah.
— É normal que os guerreiros vivam no nível da realeza?
— ela perguntou.
Ele balançou a cabeça.

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 — Essa era a decisão sobre a qual eu ia falar com você
mais tarde.
Serenity olhou de Laelia para Radclyffe.
— E quanto às suas coisas?
Marjoram sorriu.
— Eu já usei aquele prático walkie-talkie que os
guerreiros carregam. Sebastian enviou as coisas deles mais
cedo.
Marjoram se inclinou e beijou Serenity na bochecha.
— Eu ouvi falar do que você foi capaz de fazer. Obrigada.
Parece que você e Meryn receberão cookies extras.
Micah se inclinou para frente.
— Cookies?
Marjoram apontou para Serenity.
— Veja se sua companheira está disposta a compartilhar.
Micah se virou para ela com uma expressão tão
lamentável que ela não pôde deixar de rir.
— Claro que vou compartilhar meus cookies com você.
Você me apresentou às suas guloseimas favoritas no Nível
Seis.
— Sim! — Micah exclamou com entusiasmo.
Ellie deu risadinhas.
— O Grant é igual quando se trata dos cookies da
Marjoram.
Serenity achou isso difícil de acreditar. Ela não conseguia
imaginar o estoico guerreiro agindo como seu alegre
companheiro nem um pouco.
— Eles devem ser realmente incríveis, — disse ela.

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 Ellie suspirou feliz.
— São sim.
Radclyffe se virou para a companheira.
— Você está pronta para ir? Temos algum tempo para
relaxar antes do jantar no nível da realeza.
Serenity franziu a testa.
— Vamos comer no Nível Um? — ela perguntou, sentindo
um momento de pânico.
Eles acenaram com a cabeça.
— Não esperávamos confraternizar com membros da
realeza e das Famílias Fundadoras, mas a Ellie nos garantiu
que somos bem-vindos. Honestamente, ficaríamos
perfeitamente contentes em comer lasanha caseira com os
gêmeos e seus amigos no Nível da Unidade.
Serenity olhou para Micah.
— Quem são os membros da realeza e das Famílias
Fundadoras que estarão no jantar?
Todo mundo apenas a encarou. Laelia finalmente teve
pena de seu estado de confusão.
— Você não estava prestando atenção às apresentações
mais cedo?
Serenity assentiu e então balançou a cabeça.
— Eu ouvi nomes, mas estava muito ocupada me
perguntando o que Kendrick estava fazendo aqui e olhando
para Beth. — Ela olhou em volta. — Mas acho que teria me
lembrado se introduzissem alguém da realeza.
Marjoram sorriu.

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 — Acho que entendo o problema. Ela sabe os nomes de
todos, mas não suas posições. Posso ver porque ela ficaria
confusa, todos são tão casuais no Nível Um que meio que se
esquece que são importantes. É quase como se fossem pessoas
de verdade, — ela disse em um tom brincalhão e zombeteiro.
— Vó! — Ellie advertiu corando.
— Espere, então quem é importante? — Serenity
perguntou.
Micah esfregou a nuca.
— Seria mais fácil listar aqueles que não são.
— Certamente não a Meryn, — Serenity disse brincando.
Micah assentiu.
— Companheira do Comandante da Unidade e futura
Lady McKenzie da Casa McKenzie. Ela foi adotada por Beth
como irmã, ligando-a à Casa Rioux e à Casa Ambrosios. Sua
prima está acasalada com Darian Vi'Alina, que foi criado pela
Rainha Aleksandra dos fae e ela é a mais nova proprietária do
Vestido de Eiré Danu, — listou Micah.
— Aquela pequena e incrível excêntrica? — Serenity
sussurrou. Todos assentiram.
Laelia se virou para Micah.
— Talvez você devesse levar Serenity a algum lugar para
relaxar também. Vocês também poderiam revisar a lista de
convidados para que ela não tenha um ataque de pânico no
jantar.
Serenity estava franzindo o cenho para o chão.

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 — Quer dizer, eu sabia sobre o Príncipe Magnus e o
Príncipe Gavriel, eles exalam poder, mas a Meryn apenas exala
referências geek e pó de Cheetos.
Micah fisicamente a virou para encarar a porta.
— Veremos todos vocês mais tarde. — Ele lhe deu um leve
empurrão em direção à saída.
— Ela é tão... — Serenity continuou, olhando para o
companheiro.
Ele sorriu maliciosamente.
— Sim, ela é.
*****
Micah decidiu que o melhor lugar para levá-la era sua
casa no Nível da Unidade. Quando eles pararam em frente à
sua casa, ele de repente se sentiu inadequado. Se
comparassem sua casa de campo de estilo inglês de tamanho
médio com o castelo de Declan ou a casa da árvore fae de Etain,
sua casa pareceria deselegante.
— Eu amei, — sua companheira sussurrou olhando para
a casa.
— Amou?
— Eu sempre adorei lugares aconchegantes, — ela
admitiu com um sorriso contagiante no rosto.
— Bem-vinda à minha mais humilde morada, — ele disse
com grande floreio.
Eles pisaram no caminho de pedra e sua companheira
ofegou. Oh sim. Ele tinha se esquecido do feitiço de aconchego
que colocara nas pedras. Segundos depois, sua companheira

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estava de joelhos, com as mãos estendidas sobre as pedras
cinzentas de formato estranho.
— Que feitiço é esse?— ela perguntou.
— Sempre a estudiosa. — Ele se ajoelhou ao seu lado. —
Existem três feitiços nas pedras. Aconchego, risos e segurança.
Para mim, isso que torna de um lugar um lar.
Ela gentilmente passou a mão sobre as pequenas flores
rosa e roxas que cresciam por entre as pedras.
— Isso é serpilho5?
Ele acenou com a cabeça calmamente.
— Eu desenterrei um pouco do jardim da minha avó em
Storm Keep e trouxe comigo. — Ela esmagou lentamente a
planta para liberar a fragrância aromática. Ela lhe sorriu.
— Eu poderia passar o dia inteiro na sua calçada e ser
perfeitamente feliz.
Ele a ajudou a se levantar.
— Então você perderia o que há dentro.
Enquanto caminhavam até a porta, ele viu que a Sra.
Anderson deixara sua cesta de roupas limpas perto da porta.
— Que os deuses abençoem aquela mulher. — Ele sorriu
timidamente para a companheira. — Eu consigo fazer
praticamente todo feitiço grande que tento, mas por alguma
razão, toda vez que lavo minhas roupas, elas ficam rosa, azul
ou cinza.

5 Serpilho, ou tomilho selvagem é uma espécie de planta da família das

hortelãs Lamiaceae, nativa da maior parte da Europa e do norte da África.

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 Serenity em vez de rir acenou com simpatia.
— Você acha que ela estaria disposta a cuidar da minha
roupa também? Eu ficaria mais do que feliz em pagá-la pelo
trabalho. Eu odeio lavar roupa, — ela admitiu.
— Eu sabia que fomos feitos um para o outro. — Micah
se inclinou e beijou-a profundamente. O que começou como
um beijo impulsivo de alegria esquentou rapidamente. Quando
ela começou a puxá-lo para perto, ele recuou. Ele colocou a
mão trêmula no centro da porta e a destrancou. — Depois de
você, — ele disse respirando pesadamente.
— Desmancha prazer! — uma voz masculina gritou do
outro lado da rua.
Micah se virou e olhou bravo para Dimitri.
— Vá embora!
— Ir para onde? Nós moramos aqui também, — Dimitri
respondeu.
— Sim, nunca conseguimos ver o Micah realmente
beijando uma mulher. Depois de todas as décadas observando-
o flertar, eu sinto que deveríamos ver mais, — Viktor disse
sorrindo.
— Não com a minha companheira, — Micah reclamou.
Serenity estava ao lado dele rindo loucamente. Ele se
virou para ela.
— Você não ajuda.
Serenity balançou os dedos para os guerreiros.
— Oi, pessoal!
— Olá! — Eles responderam de volta.

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 Micah quebrou a cabeça tentando pensar em uma
maneira de fazer os guerreiros deixá-los em paz para que
pudessem entrar e, com sorte, retomar o que estavam fazendo.
— Micah! — Dimitri gritou, apontando.
Segundos depois, duas vozes gritaram:
— Immobiles!
Micah estava procurando em volta pela fonte do perigo
quando Serenity gritou e praticamente subiu em suas costas.
O braço desta em volta do seu pescoço estava ameaçando
cortar seu ar.
— Respirar... Serenity... eu preciso respirar. — Ela
afrouxou o aperto, mas ficou onde estava. Ela apontou para os
pés deles. — Serpente! — ela gritou, quase rompendo seu
tímpano.
Micah olhou para baixo e viu uma pequena cobra verde
vivo.
— É apenas uma cobra de jardim, — ele disse se
inclinando para pegar o réptil congelado.
— Micah, espera, — Dimitri disse se aproximando
correndo com Viktor. Hawthorne e Emlyn bem atrás deles.
— Parece uma cobra inofensiva para mim, — Micah disse.
Viktor ergueu uma sobrancelha.
— Em Noctem Falls? — Ele apontou para todas as pedras.
— Bom ponto, — Micah disse.
Dimitri soltou um assobio baixo.
— Esta não é uma cobra inofensiva, é uma Mamba Verde
Oriental e são mortais.

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 Atrás dele, sua companheira continuava murmurando a
palavra “cobra” repetidamente. Ele se virou para Dimitri.
— Como diabos ela chegou aqui?
Dimitri encontrou seus olhos e então olhou para Serenity.
— É provavelmente o animal de estimação exótico de
alguém que fugiu. Vou perguntar por aí para ver para onde
levar esse carinha.
Tradução: “Vou descobrir o que aconteceu e mutilar o
responsável”.
Micah murmurou a palavra: “obrigado” antes de virar a
cabeça em direção à companheira.
— Veja, minha preciosa, o Dimitri vai levar aquele carinha
para casa.
Com cuidado, ela desceu, mas ficou atrás dele, com o
rosto enterrado entre suas omoplatas. Se ele não estivesse
ainda tentando regular seus próprios batimentos cardíacos,
teria achado a reação dela adorável.
Hawthorne olhou para Serenity.
— Eu recomendaria um pouco daquele vinho de
sabugueiro, que você contrabandeou da casa da sua avó, para
a sua companheira, Micah.
Serenity espiou por cima de seu ombro, ainda evitando
olhar para Dimitri que segurava a cobra congelada.
— Vinho de sabugueiro? — ela perguntou já parecendo
mais calma.
— Ótima ideia, Hawthorne! Venha, querida, vamos
entrar. — Micah olhou para seus irmãos guerreiros. — Vocês
têm meus agradecimentos.

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 Viktor deu um tapinha em seu ombro.
— Tudo em um dia de trabalho.
Eles acenaram até os caras sumirem de vista, então se
dirigiram para a porta. Quando chegaram a trinta centímetros
da porta, Serenity congelou. Ele facilmente a pegou nos braços,
destrancou a porta novamente e a abriu. Ele olhou para a cesta
e decidiu deixá-la perto da porta.
— Que tal relaxarmos no jardim? — ele sugeriu
gentilmente, colocando-a no chão de forma que apontasse para
a parte de trás da casa. Ele fechou a porta atrás deles.
Ela olhou ao redor de seus pés ainda parecendo
assustada.
— Sem cobras, certo?
Ele inclinou a cabeça de Serenity para trás e esfregou
seus narizes.
— Sem cobras, eu prometo.
— Ótimo, — disse ela estremecendo. — Eu juro que ainda
posso sentir aquela lá contra minha perna. — Ela
convulsionou novamente e começou a caminhar para o jardim.
Micah agarrou o peito quando ela abriu a grande porta de
carvalho que conduzia ao seu oásis. A cobra estivera em cima
dela?
— Vinho de sabugueiro, certo. Parece muito bom por
agora. — Ele desviou para a esquerda, para a cozinha. Abriu a
porta da despensa e vasculhou a prateleira de baixo até
encontrar seu prêmio. Ergueu a garrafa e soprou para tirar a
poeira. Sorrindo, ele se levantou e foi até seus armários para
pegar um saca-rolhas e duas taças.

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Alanea Alder
 Ele encontrou a companheira sentada na grande cama de
plataforma que ele havia suspendido do teto de sua grande
varanda. Seus joelhos estavam dobrados sob o queixo e os pés
longe do chão.
— Posso te apresentar o melhor vinho do mundo? — ele
disse de uma maneira grandiosa, determinado a tirar a mente
dela daquela cobra maldita.
— Mundo? — ela perguntou ceticamente.
— Absolutamente. Eu roubei... quero dizer, peguei
emprestado da adega da minha avó. Ela faz o melhor vinho de
todos. — Ele facilmente abriu a garrafa e o passou debaixo do
nariz de Serenity, permitindo que o cheiro começasse a
confundir seus sentidos.
— Ele foi enfeitiçado! — ela exclamou sentando-se,
deixando os pés tocarem o chão. Ela pegou uma das taças
vazias. — Ok, me faça acreditar, — ela desafiou.
— Não diga que não avisei, — ele disse, servindo-lhe a
taça. Enquanto ela tomava seu primeiro gole, ele serviu a
própria taça e se acomodou ao seu lado. Usando o pé, ele
chutou a mesa e a plataforma inteira começou a balançar.
Ela riu, em seguida, levantou os pés para se aproximar
ainda mais dele.
— É por isso que é suspenso.
— Por que você achou que era? — ele perguntou, tomando
um gole.
— Porque você era um pervertido da porra, — disse ela
tomando outro gole.
Ele engasgou ligeiramente com a resposta dela.

My One and Only

Alanea Alder
 — Serenity! — ele disse, corando.
— Você está corando! — ela gritou.
— Você xingou! — ele rebateu.
— Eu xingo mesmo, sabe.
— Você não xingou a tarde toda.
— Eu também estive em reuniões e curando pessoas. Eu
não saio por aí falando foda-se a torto e a direito. Estou
acostumada a trabalhar em um templo.
— É mesmo. — Ele tomou outro gole e permitiu que o
calor se expandisse por seu estômago. Ele girou o dedo e uma
brisa começou a circular ao redor deles, trazendo consigo os
cheiros maravilhosos de seu jardim. Jasmim, gardênias e
passifloras sempre floresciam ali. Sentindo-se preguiçoso, ele
bateu no apoio de braço de madeira ativando a plataforma e
levantou os pés. A cama aconchegante deles continuou a
balançar.
— Eu amo esse caralho de vinho, — disse ela se
inclinando para trás, os olhos fechados.
— Vale a pena a bronca que recebo quando minha avó
descobre que peguei algumas garrafas.
Serenity bufou.
— Algumas?
— Ok, eu acabei com o estoque na minha última visita.
Da próxima vez que eu voltar para casa, ela vai me matar, —
ele riu. — Eu digo a ela que se ela estiver com raiva de mim,
não sentirá tanto a minha falta.
Serenity apoiou a cabeça na mão, virando-se para
encará-lo.

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 — Conte-me sobre a sua avó.
Micah se assentou contra os travesseiros.
— Minha avó é tudo para mim. O doador de esperma que
era o meu pai, desapareceu antes de eu nascer e minha mãe
morreu no parto. — Ele franziu a testa. — Havia tanto que eles
não sabiam sobre medicina naquela época. Minha avó disse
que ela provavelmente teria morrido de qualquer maneira,
mesmo com o que sabemos hoje. Ela disse que minha mãe
sangrou demais muito rápido.
Serenity se moveu de modo a descansar a cabeça em seu
peito.
— Sinto muito sobre a sua mãe.
— Obrigado. Eu sinto falta do que eu poderia ter tido, mas
eu nunca realmente a conheci para sentir falta dela. Isso faz
sentido? — Ela assentiu. Ele respirou fundo. — Minha avó,
porém, me criou e garantiu todos os dias que eu soubesse que
era amado.
— Como?
— Bem, primeiro, ela não me matou, — Micah disse, em
seguida, riu de sua expressão quando ela o olhou. — Quando
penso nas artes e travessuras que costumava fazer... — Ele
balançou a cabeça. — Agradeço aos deuses todas as noites pela
minha avó. Ela também me ensinou como usar minha magia.
Ela nunca realmente confiou na Academia, então eu não fui
para a escola como as outras crianças da minha idade. Fiquei
em casa com a minha avó, aprendendo em seu jardim.
— Mas você não é um bruxo da terra, — Serenity disse.

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 — Não, mas ela é e minha mãe também era. Presumo que
recebi a magia do ar do meu doador de esperma. Mas isso não
significa que não absorvi tudo o que ela me ensinou. Embora,
mais de uma vez ela teve que ir até o vizinho, o Sr. Compton,
um bruxo do ar, para me tirar de alguma encrenca em que eu
me encontrava.
— Como o quê?
Micah pensou por um momento.
— Como quando eu acidentalmente me paralisei no ar
depois de pular do galpão dela. Acho que tinha cinco ou seis
anos na época. Pulei, entrei em pânico e congelei. Minha avó
virou a esquina e eu estava a quase dois metros do chão com
a boca aberta de quando gritei. Acho que quase a matei
daquela vez, — ele disse pensativo.
Serenity teve que lhe entregar a taça enquanto ria. Micah
olhou para a companheira.
— Você vai me deixar complexado se continuar rindo de
mim.
— P-p-pare! — ela implorou cruzando as pernas.
Ele fungou ruidosamente.
— De qualquer forma. O Sr. Compton ouviu minha avó
gritando e correu para lá. É desnecessário dizer que ele riu
muito, assim como você, — ele disse cutucando-a com um
dedo, mas tomando cuidado com sua taça.
Ela se sentou novamente e pegou a taça, enxugando os
olhos.
— Não consigo evitar, você deve ter sido absolutamente
adorável quando criança.

My One and Only

Alanea Alder
 Micah assentiu.
— Eu era.
— E tão modesto também, — ela brincou.
Micah se virou para ela.
— Sua vez. Como você era quando criança?
Ela tomou um gole de vinho.
— Uma moleca teimosa, cabeça-dura, obstinada e
aventureira. Uma criança de cabelos escuros cercada pela
beleza dourada dos fae.
— Então você deu trabalho também?
Ela assentiu.
— Meu pai me encorajava. Ele ficou encantado com
minhas habilidades mágicas. Mas eu sempre me senti de fora.
— Ela sorriu suavemente. — Eu não sei dizer em quantas
brigas meu irmão se meteu para me defender. Embora, entre
nós dois, eu começava a maioria delas.
— Me fale sobre ele, para que eu possa agradecê-lo mais
tarde, — disse Micah.
— Zachari é meu irmão mais velho por três minutos.
Fomos os primeiros gêmeos a nascer em Eiré Danu em mais
de um milênio. A própria rainha mandou presentes de
nascimento para meus pais. Ele é alto e bonito como meu
papai. Ele também é gentil e leal. Não importa os problemas
que eu causava, ele sempre me defendia, mesmo quando eu
estava errada.
— O que você fez?
— Cortei acidentalmente algumas das flores favoritas da
rainha para dar à minha mãe, sem saber que eram protegidas.

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 — Caramba.
— Felizmente a rainha foi muito complacente. Para ser
honesta, acho que ela me mimava mais do que os meus pais.
Acho que eu a entretinha.
— Eu ouvi sem querer uma conversa entre ela e Etain
uma vez, ela parecia uma pessoa maravilhosa.
Ela assentiu.
— Oh, ela realmente é. Houve tantas vezes em que ela fez
questão de segurar minha mão durante um evento ou me fazer
sentar ao lado dela durante o chá, apenas para mostrar aos
outros que ela não achava que eu era menos fae por causa do
meu cabelo, — ela passou a mão sobre os cabelos castanhos.
Ela pareceu perdida em pensamentos por um momento,
então riu.
— Seu consorte, Brennus, costumava me passar doces de
fininho quando meus pais não estavam olhando. — Ela lhe
sorriu. — Eu sempre dividia com o Zach. — A expressão dela
ficou pensativa antes de cutucá-lo suavemente. — Do que você
deveria falar comigo?
Micah girou o vinho na taça.
— Adriel ofereceu casas para todos da Unidade Eta dentro
da habitação dos Ambrosios no Nível Um. Se decidirmos ficar
em Noctem Falls, temos a escolha de ficar aqui ou nos
mudarmos com o resto da minha unidade para o nível da
realeza.
Ela encarou a taça.
— Acho que é uma suposição bem segura que minha
posição como chefe do Templo da Água já foi encerrada. — Ela

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Alanea Alder
olhou em volta. — Acho que viver no Nível Um traz muitas
vantagens para rejeitarmos isso, mas eu odiaria desistir do seu
jardim.
Micah lamentava que sua companheira provavelmente já
tivesse perdido sua posição, mas estava em êxtase por ela já
gostar de seu jardim.
— O Adriel destruiu completamente a habitação dos
Ambrosios. Em vez de entrar em uma antecâmara, você se
encontra em uma pequena estrada. Ao longo de cada parede
ele deixou espaço para duas casas menores, então no final da
estrada colocaram dois grandes edifícios lado a lado. Uma
propriedade é para o Gavriel, a outra para o Adriel. Os quatro
espaços de cada lado da estrada de paralelepípedos são para a
Unidade Eta.
— Isso é porque são da unidade mais elevada? — ela
perguntou.
Micah balançou a cabeça.
— Não, é porque o Adriel é o maior molenga que já conheci
e ele teria sentido nossa falta.
— Ele parece tão sério.
— Acredite em mim, seja lá o que aquele homem sinta,
ele sente profundamente. Além disso, com a maioria das
nossas companheiras ligadas ao Nível Um, simplesmente fazia
sentido morar lá também, — explicou ele.
— O que você quer dizer?
— Bem, a Eva é basicamente o elo de ligação com os
refugiados. Não apenas o bando de Wolftown confia nela, todos
os outros refugiados esperam que ela aja como seu porta-voz.

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Alanea Alder
Ela é foda o suficiente para cuidar de si mesma e eles sabem.
Então tem a Kari. Vou simplesmente ser honesto, ela
praticamente governa a cidade. Para você ver o quanto Magnus
depende dela. Ela é como uma pequena general nos bastidores
dizendo a todos nós o que fazer. Depois de Kari, temos Ellie e
Vivi. Elas provavelmente terão seus próprios laboratórios ao
lado do de Broderick. O Magnus não é nenhum pouco bobo,
aposto que antes de adoecer, ele estava escrevendo uma lista
de coisas necessárias para elas serem felizes e ficarem aqui, e
isso foi antes de ele saber que a Vivi era sua afilhada. Então
há você. — Ele lhe sorriu. — Com o baby boom em miniatura
em Noctem Falls, aposto que ele tentará suborná-la para ficar
também. Ele é louco pelas crianças. — Ele tomou outro gole de
vinho. — Então, veja, ficar no Nível Um faz sentido.
Serenity o olhou, piscando lentamente. Ele percebeu que
ela estava ficando com sono.
— Podemos ficar com o seu jardim? E seu balanço? E seu
vinho?
Micah lhe beijou suavemente o nariz.
— Claro.
— Você tem um fetiche por nariz, — disse ela rindo. —
Ou errou minha boca.
— Bem, não podemos deixar isso assim, — ele disse antes
de beijá-la lentamente. Quando ele se recostou, Serenity
suspirou feliz. Ela pegou sua taça e a tomou de um gole antes
de deixá-la tombar ao seu lado. Sorrindo, ela fechou os olhos
novamente.
— Eu amo o seu jardim.

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Alanea Alder
 Micah pegou a taça da companheira, então terminou de
tomar seu próprio vinho antes de se inclinar para colocar as
duas taças vazias ao lado da garrafa na mesinha.
— Bêbada? — ele perguntou, aconchegando-se ao lado
dela.
— Não. Só... — ela parou.
— Completamente relaxada, despreocupada e
perfeitamente contente?
Ela assentiu, esfregando o nariz de forma brincalhona em
seu peito.
— Eu acho que o vinho fez algo com a atração do
acasalamento, — ela disse, antes de bocejar.
Micah assentiu, cedendo à calmaria que ameaçava
dominá-lo.
— Acho que a acelerou.
Ela assentiu novamente.
— Sim.
— Sim, — ele repetiu.
— Te amo, Micah.
— Eu também te amo, minha preciosa, — ele respondeu
enquanto seus olhos finalmente se fechavam.
*****
Serenity acordou e olhou em volta. Eles ainda estavam no
jardim mágico, típico da Disney, de Micah. Seu príncipe estava
roncando baixinho enquanto a cama balançava para frente e
para trás.
Ela o olhou, então se lembrou de suas confissões antes
de adormecerem. Ela esperava que o pânico a atingisse a

My One and Only

Alanea Alder
qualquer momento, mas nada aconteceu. Ao contrário, ver seu
rosto adormecido roncando e babando levemente a fez sorrir e
se sentir contente. Ela olhou para a garrafa de vinho. Aquela
coisa era potente e precisava de um rótulo de advertência. Ela
sorriu. Eles iam mesmo beber mais daquilo mais tarde, talvez
depois do jantar.
— Jantar! — ela exclamou.
E sacudiu o companheiro.
— Micah! Micah, acorda! Que horas são?
Micah abriu os olhos, em seguida, piscou.
— Por que você me acordou para me perguntar que horas
são?
Serenity pulou da cama e pegou o telefone.
— São cinco e meia! Temos menos de meia hora para nos
prepararmos para o jantar.
Micah parecia muito mais alerta agora.
— Merda, eu esqueci completamente do jantar. — Ele se
espreguiçou. — Se não houvesse tanto acontecendo, eu
tentaria tentá-la a ficar aqui.
Serenity balançou a cabeça.
— De jeito nenhum. Eu preciso, pelo menos, checar com
a Vivi sobre o progresso que ela fez com o teste do sangue do
Aiden. — Ela olhou em volta freneticamente. — Onde está a
minha mala?
Micah cruzou as mãos atrás da cabeça.
— Onde a deixamos, no Nível Um.
Serenity baixou os olhos para sua camisa comum de
botão branca e seus jeans.

My One and Only

Alanea Alder
 — Eu não posso usar isso para o jantar!
— Por que não? A Meryn apareceu para o jantar na noite
passada com o pijama do Pikachu.
— Ela é a Meryn, você me deu uma lista de um quilômetro
de comprimento de porque ela pode se safar com isso, — ela
rebateu. E ofegou. — Você nunca me disse qual era a posição
de todos.
Micah deu de ombros.
— Eu não acho que isso importe, a maioria é da família
agora de qualquer maneira.
Ela olhou para o companheiro.
— O que você vai vestir?
Micah lhe deu um sorriso presunçoso.
— Vou colocar meu uniforme.
— Ugh! Eu te odeio!
— Não, não odeia. Você me ama, você mesma disse, — ele
disse presunçosamente.
Serenity fez uma pausa no colapso.
— Não é estranho?
Ele balançou a cabeça.
— Não. Nenhum de nós está lutando contra este
acasalamento, além de que o vinho derrubou quaisquer
barreiras que poderíamos ter. — Ele assentiu. — Acho que
pulamos direto para poder peidar na frente um do outro.
Serenity sentiu o queixo cair.
— Eu nunca, jamais vou peidar na sua frente.
Micah riu.
— Sim, vai sim, e vai ser fofo.

My One and Only

Alanea Alder
 — Eu não posso lidar com você agora! — ela exclamou,
jogando as mãos para cima. — Talvez eu possa me esgueirar
lá em baixo e pegar minha bolsa e me trocar lá?
— Ou você pode ir ao banheiro para se refrescar, vou ligar
para os gêmeos no walkie-talkie e fazê-los correr para pegar
sua mala e trazê-la para você, — Micah sugeriu.
— Por que você não disse isso desde o começo? — ela
exigiu.
— Porque você é sexy quando é petulante, — ele
respondeu quase imediatamente.
— Certo. Ligue para eles. — Ela olhou em volta. — Onde
é o banheiro?
— Lá em cima, o principal é na única sala à esquerda, —
respondeu ele.
Ela estava prestes a dar o primeiro passo em direção à
casa quando se virou e pulou na cama para se deitar sobre ele.
— A Destino sabia o que estava fazendo quando o deu
para mim, — ela disse antes de se inclinar para beijá-lo.
Antes que ele pudesse envolver os braços em volta dela,
ela pulou e abriu a porta.
— Apresse-se e chame os gêmeos, — ela ordenou,
deixando seu companheiro parecendo decididamente abalado.
Ela estava feliz de que seu beijo funcionara, de jeito nenhum
ela o deixaria parecendo tão malditamente presunçoso.
Sorrindo, ela correu escada acima para o banheiro dele.

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 Capítulo 6
Serenity se sentiu mil vezes melhor sobre seu simples
vestido preto quando viu Meryn na antecâmara com um par de
calças de moletom e um casaco de moletom com capuz. Micah
se inclinou, seguindo sua linha de visão.
— Eu te disse.
Ela lhe deu uma cotovelada no estômago e sorriu quando
este grunhiu.
— O que foi? — ela perguntou.
— Você está linda, — ele gemeu.
— Obrigada. Você está muito bonito com seu uniforme,
— ela disse, lhe sorrindo brilhantemente.
Antes que Micah pudesse dizer qualquer coisa, Declan
levantou a palma entre eles. Sorrindo, Serenity bateu na palma
dele com a própria.
— Ei! — Micah protestou.
— Ela te pegou, irmão, e preciso dizer que é divertido ver
você se atrapalhando, — Declan admitiu.

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Alanea Alder
 Serenity mentalmente repassou os nomes de todos em
sua cabeça. Ela não sabia como Pip conseguira aprendê-los tão
rapidamente. Enquanto examinava a sala, ela o viu parado ao
lado de Meryn, olhando em volta como se estivesse perdido.
Ela caminhou até eles e colocou a mão em seu ombro.
Usando sua magia, ela o acalmou um pouco. Este lhe sorriu.
— Obrigado. A Meryn disse que eu não tenho que ter
medo de ninguém, mas... — seus olhos percorreram a sala. Ela
conseguia entender o que ele queria dizer.
Todos ali pareciam autoridades, pessoas importantes ou
da realeza. Os guerreiros da unidade em suas roupas de dia a
dia eram impressionantes, de uniforme pareciam ainda
maiores e mais intimidantes. As mulheres, com exceção de
Meryn, usavam vestidos rodados simples e pareciam refinadas.
Ela se abaixou.
— Você pode me ajudar a acertar os nomes de todos? —
ela perguntou.
O peito de Pip se estufou com seu pedido.
— Sim. Eu posso fazer isso.
Agora que tinha uma tarefa, Pip parecia sair de sua
concha. Ele gentilmente pegou sua mão e a conduziu ao redor
da sala, apresentando-a novamente a todos.
Os homens sorriram para Pip e deram tapinhas em suas
costas, lhe dizendo que ele estava fazendo um trabalho
maravilhoso. Micah acenou com aprovação e o agradeceu por
cuidar dela. Cada elogio parecia trazer mais a tona uma
pequena camada da personalidade de Pip. Finalmente, ele
franziu a testa e apontou.

My One and Only

Alanea Alder
 — Aquele é o Sebastian, mas não sei quem está com ele.
Ninguém me disse seu nome ainda.
Serenity olhou do outro lado da antecâmara para ver que
o Príncipe Magnus acabara de entrar na sala, puxando as
mangas enquanto franzia a testa. Sebastian pairava atrás dele
como uma mãe galinha superprotetora.
— Sebastian, por favor, deixe como está. Para esta noite
está bom, — o Príncipe Magnus implorou enquanto Sebastian
se preocupava com as roupas mal ajustadas do príncipe.
Sebastian suspirou dramaticamente.
— Eu nem percebi que você cresceu!
— Tio! — Beth exclamou e se lançou sobre o príncipe.
Um sorriso caloroso transformou o rosto deste quando ele
facilmente pegou a sobrinha e a confortou.
— Shiu agora, Bethy, eu estou bem. — Ele deu um passo
para trás e flexionou o braço, sorrindo. — Mais forte do que
nunca. — Quando flexionou o outro braço, todos ouviram
tecido rasgar e Sebastian parecia a ponto de desmaiar.
— E-e-eu...
Magnus apenas tirou o paletó e arregaçou as mangas da
camisa social.
— Muito melhor. — Ele piscou um olho para Meryn. —
Talvez eu devesse experimentar calças de moletom mais tarde,
— disse ele em uma voz brincalhona. Serenity achou adorável
o jeito que ele disse “moletom” como se fossem duas palavras
diferentes.
Beth continuava enxugando os olhos.
— Tem certeza de que você deveria estar de pé?

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Alanea Alder
 O príncipe assentiu.
— O Sebastian tem enfiado sangue minha goela a baixo a
tarde toda. Estou pronto para comer um pouco de comida de
verdade.
Serenity observou como Meryn avançou devagar até
Sebastian e puxou sua manga. Ela apontou para Vivi e o
escudeiro ofegou:
— É claro.
Sebastian se aproximou de sua incumbência.
— Magnus, há alguém aqui que eu gostaria que você
conhecesse. — Ele fez sinal para Vivi dar um passo à frente.
O Príncipe Magnus franziu a testa.
— Eu já conheci a Vivi, Sebastian. Eu não fiquei doente
por tanto tempo assim.
Sebastian lhe jogou um olhar sem expressão antes de
continuar.
— Como eu estava dizendo. Magnus, gostaria que
conhecesse Vivian Mercy, filha de Mercia DuCoeur e sua
afilhada, — Sebastian cantou.
O queixo do príncipe caiu. Timidamente, Vivi ergueu um
pequeno pônei de pano.
— Você não tem ideia de como é maravilhoso vê-lo de
novo... Maggie, — ela sussurrou.
O príncipe dos vampiros chorou abertamente enquanto a
puxava para os braços.
— Eu pensei que a tínhamos perdido! Eu coloquei
guerreiros para procura-la por anos, — ele disse se engasgando
com as palavras. Beth e Meryn continuavam passando um

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Alanea Alder
lenço de papel entre as duas enquanto observavam Vivi e o
príncipe.
— O Hal me manteve segura, — disse Vivi, usando seu
pônei de pano para enxugar as lágrimas.
Príncipe Magnus olhou para o pequeno bichinho de
pelúcia.
— Você ainda a tem?
Hal fungou e enxugou o nariz com uma toalha.
— É um de seus bens mais valiosos.
Meryn balançou a cabeça e foi até Magnus.
— Vamos continuar com as apresentações. — Ela
apontou para Warrick. — Warrick Fortier, o mais novo chefe
de Família Fundadora de Noctem Falls. Nós definitivamente
prendemos o DeLaFontaine e dissolvemos sua casa.
Os olhos do Príncipe Magnus se arregalaram
ligeiramente.
— Vocês o que?
Meryn continuou:
— Prendemos o Jervasius também, por ser um completo
babaca. — Ela fez um gesto para Pip dar um passo à frente.
Ele se aproximou devagar parecendo um pouco assustado.
Meryn o arrastou para o seu lado. — Este é Pip Maverick,
DeLaFontaine foi seu doador de esperma, mas eu o adotei.
O príncipe olhou ao redor da sala com os olhos um pouco
selvagens.
— O quê? Quanto tempo eu fiquei doente mesmo? — ele
exigiu.
Beth estremeceu.

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 — Essa atualização foi do tipo muito brusca para alguém
que estava doente.
Adriel deu um passo à frente.
— O Gavriel, Vivian e eu reivindicamos publicamente
nossa herança e reabrimos as residências Ambrosios e
DuCoeur aqui no Nível Um. Eu abri espaço para a Unidade Eta
se mudar para a habitação dos Ambrosios dado o quanto
nossas companheiras estão envolvidas nas operações aqui em
baixo.
Eva sorriu e foi para o lado do companheiro.
— Pavil Desrosiers é o escudeiro dos Ambrosios. Nós o
roubamos da família Régis depois que descobrimos que
Jervasius forçou Bree a ser sua companheira, apesar de ela
estar, na verdade, acasalada com Pavil. Pavil comanda a casa,
mas Bree comanda nossa programação.
Warrick e Avery se aproximaram.
— Estou tentando fazer com que meu tio seja removido
como chefe da família DuBois. Há muito rancor entre ele e o
povo do Nível Cinco para mantê-lo em uma posição de
liderança.
Pip concordou.
— Ele é mau e ajuda os outros homens maus a levarem
pessoas embora quando são más, — ele acrescentou.
Ellie se aproximou mais do Príncipe Magnus.
— O DeLaFontaine também ordenou que o idiota escolta
de túnel matasse a Vivi, — ela contribuiu.
Vivi franziu o cenho.

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Alanea Alder
 — Ele quase matou meu bebê, — ela olhou para Etain,
que se envolveu em torno dela. — Mas o Etain e os outros fae
ajudaram a salvá-la. — Ela sorriu para seu athair. — A
propósito, estou grávida.
Serenity se aproximou e colocou a mão no ombro do
príncipe. Baixou sua frequência cardíaca e o acalmou.
— Pronto, Príncipe Magnus, todas são boas notícias, —
disse ela suavemente.
Ele se virou para encará-la e sorriu.
— Eu me lembro da sua magia. Você afugentou a
escuridão, para que eu pudesse acordar. — Ele cobriu a mão
dela com a dele. — Obrigado pela ajuda. Não acho que poderia
ter me libertado sem a sua ajuda. — Ele olhou ao redor da sala
até que seus olhos pousaram em Micah. — Ela é sua,
presumo?
Micah se aproximou para ficar ao lado da companheira.
— Na verdade, eu sou dela, — disse ele, antes de beijá-la
na têmpora.
O Príncipe Magnus riu.
— Eu sempre soube que você era inteligente, Micah. —
Ele se virou para Serenity. — Por favor, me chame de Magnus,
especialmente considerando que seremos vizinhos.
Ela sorriu.
— Eu gostaria de apresentar meus dois melhores amigos.
— Ela olhou para os cantos da sala e fez um gesto para que se
aproximassem. Laelia fez uma pequena reverência e Radclyffe
se curvou.

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Alanea Alder
 — Estes são Laelia e Radclyffe, dois dos melhores
curandeiros de Storm Keep, — disse ela, sorrindo
encorajadoramente para os amigos.
Magnus os cumprimentou calorosamente, então se virou
para ela com um olhar questionador.
— Como chegaram aqui?
Sebastian pigarreou.
— Posso sugerir irem para a sala de jantar antes de mais
explicações serem feitas? — ele olhou para Magnus. — Sua
comida vai esfriar.
Magnus esfregou as mãos.
— Eu sinto que poderia comer tudo o que você colocar na
minha frente. — Ele passou um braço ao redor de Beth e outro
ao redor de Vivi antes de beijar cada uma na bochecha. — Eu
ainda estou muito fraco e preciso de ajuda para chegar à sala
de jantar, — disse ele, fazendo beicinho para as duas
mulheres.
Estas riram e apoiaram a cabeça em seus ombros. Beth
deu um tapinha no peito dele.
— Claro, tio, vamos ajudá-lo.
Etain e Gavriel seguiram, parecendo decididamente mal-
humorados sem as companheiras. Serenity ficou para trás
enquanto todos se dirigiam para a mesa. Marjoram se colocou
à sua frente em seu caminho para se juntar aos outros.
— Eles nunca crescem de verdade, — ela olhou para
Micah. — Alguns menos do que outros.
— Oh, Marjoram, minha pequena amora madura. Eu sei
que você ficará desolada sem mim, — brincou Micah.

My One and Only

Alanea Alder
 Serenity ficou chocada ao ver a mulher mais velha corar.
Em interações anteriores, ela estivera composta e no comando.
Marjoram deu um tapinha em Micah.
— É melhor você cuidar dessa jovem, Micah Sageson, não
me faça ligar para a sua avó, — ela ameaçou.
Micah empalideceu.
— Você conhece minha avó?
Marjoram deu-lhe um sorriso malicioso.
— Eu a procurei depois de conhecê-lo. Ela me disse para
lhe dizer que você está muito encrencado por ter pego o vinho
dela.
Micah engoliu em seco.
— Foram apenas algumas garrafas, — ele murmurou.
Marjoram ergueu uma elegante sobrancelha.
— Algumas garrafas? Ela disse que você esvaziou toda a
adega dela.
Serenity se voltou para ele.
— Você tem uma adega inteira de vinho? — ela perguntou
animadamente.
— Talvez, — disse ele olhando de soslaio para Marjoram.
A mulher mais velha ergueu dois dedos.
— Duas garrafas e eu suavizo as coisas com a sua avó,
oferecendo a ela minha receita de biscoito e entusiasmo por
você ter encontrado sua companheira.
Micah pareceu aliviado.
— Combinado! — ele concordou imediatamente.

My One and Only

Alanea Alder
 Ela encontrou os olhos de Serenity e piscou um olho
antes de desaparecer atrás da porta fechada da sala de jantar.
Micah se virou para ela, sorrindo.
— Ela é incrível. Talvez minha avó não me mate agora.
— O que é isso sobre um vinho? — Laelia perguntou.
Serenity olhou Micah com olhos de cachorrinho. Ele
suspirou.
— Claro, eles podem ficar com uma garrafa.
Serenity passou o braço pelo de Laelia e se dirigiu à sala
de jantar.
— Deixe-me te contar sobre o melhor vinho do mundo
inteiro.
*****
Assim que todos estavam sentados Micah ficou
maravilhado ao ver que realmente ocuparam completamente a
longa mesa de jantar real. Ele observou como Hal, Ryuu, Pavil
e Sebastian serviram a todos sem esforço. Claro, com tantos
sentados para o jantar, quase se precisava de quatro
escudeiros. Ele compareceu a bailes com menos pessoas.
Ele se recostou enquanto todos pareciam falar ao mesmo
tempo. Lentamente, Magnus foi atualizado. Kari, abençoada
fosse, quando sentada, apresentou a Magnus seu iPad e
repassou a lista detalhada de mudanças.
Serenity se inclinou.
— Eles estão tão felizes.
Ele a puxou para perto, lembrando-se da noite terrível em
que Magnus adoeceu.

My One and Only

Alanea Alder
 — Nós precisávamos disso. Todo mundo passou por tanta
coisa, nós realmente precisávamos dessa alegria. Ter o Magnus
de volta conosco muda tudo. — Ele a beijou no nariz. — Você
é o meu milagre.
— Posso ter a atenção de todos, por favor? — Rex
perguntou, se levantando. Ele ergueu a taça. — Eu gostaria de
propor um brinde para... — Ele fez uma pausa dramática. —
Para a Destino. Ela não apenas forneceu aos nossos guerreiros
companheiras que serão a salvação de todos nós, ela também
nos apresentou a novos amigos que se tornaram da família, e
nos abençoou com o início da próxima geração. Embora nossa
luta para afastar esta doença do nosso meio não tenha
acabado, não tenho dúvidas de que esta família vai superar
isso.
Declan se levantou com os olhos brilhantes.
— À família! — Ele ergueu a taça. Ao redor da mesa, todos
se levantaram e ergueram suas taças.
— À família! — todos aplaudiram antes de esvaziar suas
taças.
Depois que todos se sentaram, Pip se virou para Meryn.
— Eu também? — ele perguntou.
Meryn assentiu.
— Com certeza.
— Pip, — Magnus disse baixinho, chamando a atenção do
jovem.
Pip se virou para o príncipe com os olhos arregalados.

My One and Only

Alanea Alder
 — Lamento que meu pai o tenha deixado doente. Isso foi
mau da parte dele. E lamento que ele o tenha chamado de tolo
idiota, isso foi malvado.
Magnus pareceu um pouco surpreso com a desculpa de
Pip, então riu.
— Você não tem nada pelo que se desculpar. — Ele olhou
para o iPad. — Depois de ouvir sua história, sinto que devo me
desculpar com você, Pip. Eu nunca realmente investiguei por
que você agia daquela maneira. Você e outros como você
sofreram porque a política me atrapalhou a fazer a coisa certa.
— Ele olhou de Adriel para Gavriel, em seguida, de volta para
Pip. — Felizmente, tenho amigos muito bons que estão
ajudando a endireitar as coisas. Você pode me perdoar por não
ver como você estava sendo tratado?
Ao final do pedido de desculpas, Pip estava tremendo
tanto que parecia que estava prestes a se despedaçar. Meryn
olhou ao redor da mesa.
— O que eu faço? — ela perguntou.
— Abrace-o, Meryn. Isso o fará se sentir melhor, —
aconselhou Serenity.
Meryn torceu o nariz com a palavra “abraço”, mas, de
qualquer forma, passou um braço em torno do amigo
perturbado.
Magnus parecia magoado.
— Eu não queria perturbá-lo.
Pip enterrou o rosto no ombro de Meryn e balançou a
cabeça de um lado ao outro.

My One and Only

Alanea Alder
 — Não. Isso está errado, eu não sou nada, eu sou mau.
O príncipe não deveria dizer essas coisas para mim, — ele
sussurrou.
O rosto de Magnus ficou ilegível. Ele se virou para
Warrick.
— Você tem minha permissão para reestruturar o Nível
Cinco da maneira que achar melhor. Se precisar estabelecer
novas casas Nobres, me avise. Eu nunca, jamais quero que
outro cidadão meu acredite que não é nada, — a última palavra
de Magnus foi ardida.
Warrick assentiu.
— Assim será.
Pip ergueu os olhos com o rosto encharcado de lágrimas.
— Novas famílias Nobres? — ele perguntou.
Warrick assentiu.
— Estou tentando me livrar de todos os homens maus. —
O gigante disse suavemente, tentando não incomodar mais
Pip. — Mas as pessoas têm medo de mim, então estou tendo
dificuldade em descobrir quem são os homens maus.
Pip se endireitou mais na cadeira.
— Eu posso ajudar. Eu conheço todos os homens maus,
até mesmo os assustadores que viviam nos Fossos.
Ao redor da mesa, todos se aquietaram. Meryn se virou
para Pip.
— O que você disse?
Pip olhou em volta.
— É onde viviam os homens maus e assustadores,
aqueles que comiam pessoas.

My One and Only

Alanea Alder
 Aiden se inclinou.
— O que mais, Pip? Não sabemos nada sobre esses
homens, então o que puder nos dizer pode ajudar a todos. —
Como Warrick, Aiden fez questão de manter o tom calmo.
Pip abaixou a cabeça.
— Às vezes eu era mau e ouvia quando o papai fazia suas
reuniões, era a melhor forma de saber como fazê-lo feliz para
que eu pudesse comer.
Na ponta da mesa, eles ouviram um estalo de madeira
quando Magnus arrancou o braço da cadeira. Ele deu um
sorriso para Pip.
— Não se preocupe comigo. Esta cadeira é velha. Por
favor, continue. — Ele deixou a madeira cair no chão.
Pip assentiu.
— Depois que os lobinhos chegaram aqui, meu pai ficou
furioso quando os homens maus comeram algumas pessoas
do Nível Seis. Ele disse que eles iam estragar tudo. Eu o ouvi
dizer àquele desagradável escolta de túnel para sequestrar
alguém do Nível Seis para que os lobinhos pensassem que ele
havia matado os refugiados. Depois disso, ele começou a enviar
pessoas más do nosso nível para os Fossos para os homens
maus e assustadores comerem. — Ele olhou para Meryn. — É
por isso que você tem que ter cuidado para não dizer coisas
ruins no Nível Cinco ou será mandado para os Fossos.
— Meus deuses! — Adriel se sufocou com as palavras. Ele
se virou para a companheira. — Não foi o Augustus Pettier
quem te atacou nos Fossos, foi um desses monstros.
Os olhos de Gavriel ficaram escarlates.

My One and Only

Alanea Alder
 — Quantos homens maus e assustadores havia, Pip?
Pip deu de ombros.
— Não sei. Mas havia o suficiente para que, quando
saíram da cidade, o escolta do túnel tivesse que usar uma
plataforma para levá-los ao Salão Principal.
Aiden recostou-se.
— O alarme da porta, quando o Marek foi nocauteado
durante o ataque a Vivi.
Colton assentiu, em seguida, olhou para Vivi.
— Parece que matar você era para ser uma distração.
— Como diabos eles entraram? — Magnus explodiu. —
Por que fazer isso? — Como Gavriel, seus olhos estavam
vermelhos.
— O sangue. Eles pegaram o sangue mais antigo, — Vivi
sussurrou.
Magnus empalideceu.
— Quanto?
Vivi começou a tremer.
— Dezenas de bolsas.
— Oh meu Deus, — Meryn sussurrou.
— Eu sei, amor, — disse Aiden com simpatia, puxando-a
para perto. Meryn se afastou do companheiro.
— Não. Não Isso. — Ela olhou ao redor da mesa. — Nós
fomos enganados por aqueles filhos da puta!
Pip olhou para Meryn.
— Sim! Enganos pelos filhos da puta! — ele gritou antes
de se inclinar. — Como?
Meryn olhou para Pip.

My One and Only

Alanea Alder
 — Eu te amo pra caramba agora.
Pip sorriu largamente.
— Porque eu sou seu irmão.
— E porque você é incrível. — Ela se virou para Magnus.
— Acho que os ataques aleatórios na área foram para fazer com
que você abrisse a cidade. Acho que aqueles desgraçados se
infiltraram na cidade quando o primeiro grupo de refugiados
chegou. Acabamos usando plataformas para baixar os lobos
para a cidade porque havia muitos deles, se nossos assassinos
estavam invisíveis, então não os teríamos visto, — ela fez uma
pausa. — Nós realmente precisamos descobrir uma maneira
de modificar meu feitiço de cola de farinha para que não
estrague as coisas.
Serenity trocou olhares com Laelia e Radclyffe antes de
falar:
— Sangue de vampiro deve ser uma das substâncias mais
potentes do mundo paranormal. Infelizmente, provavelmente
há dezenas de maneiras de usá-lo ilegalmente e todas são
ruins.
— Oh! — Kendrick ofegou. — Oh! Oh!
Anne piscou.
— Não tenho certeza se quero saber o que ele descobriu.
Ele nunca fica sem palavras.
Kendrick simplesmente descansou a testa na mesa.
Serenity olhou de Laelia, para Anne para Meryn e depois para
Law. O que quer que Kendrick estivesse prestes a dizer seria
horrível.
Kendrick se sentou e se virou para Ryuu.

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Alanea Alder
 Ryuu acenou para ele.
— Estou trabalhando nisso, — disse ele indo para a
cozinha. Sem perguntar Hal, Sebastian e Pavil o seguiram.
Magnus esfregou a mão sobre a boca.
— Devo presumir que eles estão pegando algo que fará
com que o que quer que você nos diga seja mais fácil de
enfrentar?
Kendrick acenou com a cabeça, parecendo doente. Beth
o encarou.
— Isso é pior do que descobrir que as miçangas foram
feitas com as almas dos bebês por nascer assassinados?
— O que?! — Serenity exigiu.
Beth cobriu a boca com as mãos.
— Sinto muito, você não sabia.
— O que? — Laelia e Radclyffe ecoaram.
Kendrick se virou para Kari.
— Enquanto Ryuu busca algo para nos manter sãos, você
pode atualizar todos os que estão nessa mesa?
Kari se levantou e começou a repassar os eventos,
começando com os ataques dos ferals em Lycaonia. Enquanto
esta falava, Serenity sentiu seu mundo quebrar em milhares
de pedaços. Ao lado dela, Micah esfregou suas costas
reconfortantemente enquanto Kari revelava os eventos mais
trágicos que ela já tinha ouvido.
Kari enxugou os olhos ao terminar, fazendo com que
Declan se levantasse e a puxasse para perto.
— Foi um trabalho maravilhoso, querida, — ele
murmurou, sentando-a de volta na cadeira.

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Alanea Alder
 — Lá vamos nós, — Ryuu anunciou vindo da cozinha.
Este empurrava um carrinho que continha uma bandeja com
o que parecia ser copos de bebidas e xícaras de chá
fumegantes. Atrás dele, os outros escudeiros seguravam
bandejas idênticas nas mãos enquanto serviam a mesa.
Hal colocou um copo generosamente cheio com um
líquido âmbar, ao lado da xícara de chá na frente dela. Ela
olhou ao redor da mesa, todos, com exceção das mulheres
grávidas, tinham tanto álcool como chá. Ela se inclinou sobre
a xícara e sorriu. Então se virou para Kendrick.
— Camomila Abençoada, do nosso próprio estoque ainda
por cima.
Kendrick olhou para seu copo com álcool.
— Eu odeio dizer isso, mas isso tem sido muito necessário
nos últimos tempos.
Magnus ergueu seu copo.
— Vamos nessa.
Ao redor da mesa, engasgos, suspiros e xingamentos
foram ouvidos enquanto todos tomavam suas doses de um
gole.
Serenity pensou que o que quer que tivesse acabado de
beber estava queimando de seu esôfago até o estômago. Ela
estava prestes a reclamar quando tudo girou por um segundo,
então turvou agradavelmente.
— Céus. — Suspiros encheram o ar quando o álcool
potente fez efeito.
Kendrick esperou até que estivessem tomando o chá
antes de lançar um feitiço de insonorização. Serenity sabia que

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Alanea Alder
o que fosse que ele estava prestes a dizer era importante
porque usou uma grande quantidade de poder no feitiço. Ela
abriu bem a boca tentando fazer seus ouvidos estalarem.
Kendrick se levantou.
— Como a Kari explicou, durante um dos últimos ataques
dos ferals à cidade, Lycaonia perdeu seu bruxo Ancião, Rowan
Airgead. Pouco antes de morrer, ele conseguiu transmitir o que
pensava que o inimigo buscava. — Ele fechou os olhos. — Ele
disse que paranormais acasalados eram necessários para um
exército. Bruxos como combustível, — ele olhou para Magnus.
— E vampiros pelo sangue.
— Para o que? — Magnus perguntou.
Kendrick engoliu em seco.
— Não tenho nenhuma evidência, mas, acho que o
sangue de vampiro é usado para criar aqueles malditos
colares. Eles já colheram dezenas de almas de shifters ao redor
de Lycaonia e quase drenaram minha afilhada de sua magia.
Meus melhores amigos, que são os irmãos de Law e Amelia,
estão na lista de alvos para conseguir mais magia. Acho que
estão combinando sangue de vampiro, magia de bruxo, a alma
de um nascituro como um recipiente e a alma de um shifter
para pegar suas habilidades, para criar tantos colares quanto
precisam para se infiltrar em nossa sociedade e quebrá-la de
dentro para fora. — Ele sentou-se novamente, parecendo
estranhamente derrotado.
— Foda-se isso. Ryuu, acho que preciso desse shot, —
disse Meryn, olhando para o escudeiro. Ele balançou a cabeça.

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 — É muito potente para o bebê, mas eu preparei uma
sobremesa. — Ele lhe deu um beijo na testa e enfiou a mão
embaixo do carrinho para tirar tigelas do que parecia ser uma
pequena montanha de chocolate.
Meryn suspirou.
— Você me ama de verdade. — Ela pegou a colher e caiu
de boca. Os escudeiros distribuíram as sobremesas e todos
pegaram as guloseimas, o jantar há muito esquecido. Tudo
ficou quieto enquanto todos lentamente comiam seu reconforto
de chocolate e absorviam o que Kendrick divulgara.
— E eu praticamente lhes entreguei o sangue que
precisavam. Eu joguei direitinho o jogo deles, — Magnus
sussurrou.
— Eles são inteligentes, vou admitir isso, — disse Meryn,
lambendo a colher.
Todos os olhos se voltaram para ela.
— O que quer dizer? — Kari perguntou.
Meryn girou a colher enquanto falava.
— Bem, se eles tentassem usar a força bruta para coletar
sangue de vampiro, como os ataques de guerrilha em Lycaonia,
teriam levado meses, talvez até anos para conseguir uma
quantidade decente. Noventa por cento da população de
vampiros está empilhada na colmeia de Noctem Falls. Mas, ao
se infiltrar na cidade e introduzir um vírus para a qual a única
cura possível é o sangue de vampiros mais velhos, tudo o que
tiveram que fazer foi se sentarem e esperarem que tentássemos
curar a cidade. Então poderiam empacotar o sangue que
coletamos em saquinhos bonitinhos e irem embora. — Ela

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balançou a cabeça. — Nós sabemos que eles têm coletado
almas de shifters por mais de vinte anos, para coletarem tanto
sangue de vampiro, aposto que o cronograma de produção dos
colares deles ficou distorcido quando Lycaonia foi selada.
Laelia concordou.
— É como quando você está cozinhando. Você começa
com o componente que leva mais tempo para preparar. Como
garantir que o cream cheese esteja em temperatura ambiente.
Isso pode levar horas, então se faz isso primeiro. Depois disso,
você pode simplesmente acrescentar os outros ingredientes e
misturar. Considerando que o primeiro componente é a alma
de um nascituro, eles teriam que esperar que as shifters
ficassem grávidas. O que, como todos sabem, é questão de
sorte na melhor das hipóteses. A maioria dos paranormais tem
dificuldade até mesmo para encontrar seus companheiros.
Magnus se virou para Aiden.
— O feitiço, aquele para que os guerreiros encontrassem
suas companheiras.
Aiden acenou com a cabeça, parecendo doente.
— Acreditamos que as matriarcas foram influenciadas a
solicitar esse feitiço.
Meryn tomou um gole de seu chá.
— Eu adoraria conhecer aquele que está orquestrando
isso. Cada vez que aprendemos algo, a teia fica um pouco
maior. Estamos lidando com um baita gênio.
Aiden a olhou.
— Você pode, por favor, não ficar impressionada com o
psicopata que está tentando destruir tudo o que conhecemos?

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 Meryn acenou com a colher na cara de Aiden.
— Ei, um gênio é um gênio. Pense nisso. Aquele feitiço foi
projetado especificamente para atingir os guerreiros da
unidade. Os guerreiros encontram suas companheiras,
engravidam elas. Os vilões matam as companheiras. Se os
homens ou as companheiras são shifters, eles conseguem a
alma do nascituro como recipiente, possivelmente uma
habilidade da mãe e um guerreiro de unidade treinado, sedento
de sangue e insano, para se lançar sobre nós mais tarde. Se os
homens ou as companheiras forem vampiros ou bruxos, eles
colhem o sangue e a magia. Quanto mais companheiras de
guerreiros de unidade matam, menos guerreiros ficam
disponíveis para defender as cidades-pilar mais tarde. É como
um cenário de ganho total. — Ela fez uma pausa. — Na maioria
das vezes. — Ela comeu mais um bocado enorme de sua
montanha de chocolate e cantarolou feliz, completamente
alheia aos olhares horrorizados que estava recebendo daqueles
ao redor da mesa.
Pip olhou para as expressões de todos e franziu a testa.
Pulou de seu assento e ficou na frente de Meryn.
— Ela não é má.
Aiden piscou.
— Oh, Pip. Não achamos que ela seja má. Estamos
perturbados por ela ter dito algo que deveria ter sido evidente
para nós o tempo todo. É algo terrível, então estamos um pouco
abalados, mas somos gratos por ela ter apontado isso.
O lábio inferior de Pip tremeu.
— Você estava encarando.

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 Meryn puxou Pip de volta para sua cadeira.
— Diga ahhhh!
Pip abriu a boca obedientemente.
— Ahhh.
Meryn enfiou sua colher cheia de chocolate na boca deste.
— Obrigada por me defender.
Os olhos de Pip se arregalaram enquanto mastigava.
Serenity ficou seriamente preocupada com o pequeno vampiro
quando seus olhos reviraram. Meryn riu.
— Né?
Pip rapidamente engoliu.
— Eu não tinha experimentado porque parecia cocô. O
que é? Faz eu me sentir no paraíso! — Ele pegou a colher e
comeu.
— É chocolate, Pip. Depois do café, é uma das melhores
substâncias na terra, — explicou Laelia.
Aiden acenou com a cabeça.
— O chocolate é muito poderoso.
Todos observaram Pip e Meryn comerem sua sobremesa
e, de alguma forma, apesar das coisas horrendas que
descobriram, todos sorriram.
— Não sei se é a Camomila Abençoada, mas sinto que
deveria estar mais triste do que estou, — disse Serenity,
apontando para Meryn.
Micah sorriu.
— Ultimamente, descobri que é mais fácil enfrentar os
momentos mais sombrios quando se compartilha o fardo com
seus entes queridos. — Ele indicou a todos sentados ao redor

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da mesa. — O que descobrimos esta noite realmente me
apavora em relação ao futuro, mas sei que não estou sozinho.
Cada um de nós alivia a carga e, de formas pequenas, acaba
com os planos do nosso inimigo. Aposto que DeLaFontaine
nunca imaginou que seus segredos mais profundos seriam
revelados pelo filho incrível que ignorou. Sua escolha de vida
de maltratar Pip nos levou a esta noite. — Ele fez questão que
Pip encontrasse seus olhos. — Cada pessoa que nasceu tem
um papel a desempenhar e é preciosa para a Destino. Nunca
se esqueça disso, Pip. Sua ajuda pode ser o marco para salvar
o nosso mundo inteiro.
Pip parecia atordoado.
— Eu?
Warrick assentiu.
— Sim, você, e a Meryn também. Ela foi inteligente o
suficiente para ver o quão especial você é. E se seus caminhos
nunca se cruzassem?
Pip balançou a cabeça.
— Não quero pensar nisso. Isso me deixaria triste.
Meryn sorriu maliciosamente para Micah.
— Isso é o que eu quis dizer quando disse que era “na
maioria da vezes” um cenário de ganho total. Aposto que nunca
levaram em conta que as companheiras dos guerreiros seriam
tão duronas. — Ela apontou para o próprio peito. — Eu fiz o
Aiden ter bom senso no tapa.
— Ei! — Aiden protestou.
Meryn continuou.

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 — A Beth nos organizou, a Rheia salvou Colton e ajudou
a descobrir os colares, a Amelia sobreviveu ao ser drenada e
foi capaz de nos dizer o que o inimigo havia planejado, a Anne
foi a rocha de todos quando descobrimos que as miçangas
eram bebês por nascer. — Ela olhou para Eva. — Aqui em
Noctem Falls, Eva me abandonou para se tornar a voz dos
refugiados. — Eva bufou, e Meryn continuou: — Com a Kari eu
nem acho que consigo resumir todo o bem que ela fez para nos
manter no caminho certo, Ellie, Vivi e Serenity fizeram
milagres mantendo todos vivos. O vírus provavelmente deveria
ter mergulhado a cidade no caos, mas a cidade ficou mais forte
e melhor do que antes. — Meryn respirou fundo parecendo um
pouco envergonhada. — Tudo o que estou dizendo é que talvez
a carta mestra do inimigo em acasalar os guerreiros seja, na
verdade, a nossa carta mestra. — Ao redor da mesa, as
mulheres estavam sentadas mais retas, como se estivessem
ocupadas com um propósito maior, e os homens irradiavam
uma esperança que não existia poucos momentos antes.
Magnus se virou para Sebastian.
— Essa criança pode ter o que quiser, quando quiser. —
Sebastian assentiu enquanto sorria largamente para Meryn
parecendo um pai orgulhoso.
Meryn piscou um olho para Magnus.
— Você já me dá o que quero de qualquer maneira.
Aiden lançou um olhar desesperado para Magnus.
— Podemos colocar alguns parâmetros nisso?
— De jeito nenhum! O Magnus pode me mimar quando
quiser! — Meryn agitou-se.

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 — Talvez nossa maior arma seja a menor de nós, —
Kendrick sussurrou enquanto Meryn discutia com o
companheiro. Quase todos ao redor da mesa o ouviram, exceto
a pequena humana que poderia muito bem ser a salvação de
todos.

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Alanea Alder
 Capítulo 7
Serenity encarou o impossível céu noturno acima do
jardim de Micah.
— Eu sinto que tudo mudou.
Ele se estendeu ao seu lado enquanto a cama balançava
para a frente e para trás.
— Tudo mudou, e ainda assim nada mudou. Tudo está
exatamente como deixamos quando fomos jantar, mas nossas
percepções estão diferentes.
Ela se virou para encará-lo.
— Não te assusta que alguém ou algo está lá fora
tentando nos destruir?
Ele estendeu a mão e puxou-a para a curva de seu corpo.
— Na verdade não, mas sou treinado para esperar que
tudo esteja tentando me destruir.
Ela apenas grunhiu e apoiou a cabeça em seu bíceps.
— Bem, eu sempre acreditei que o conselho estivesse
contra mim, isso conta? — ela perguntou brincando, olhando-
o.

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Alanea Alder
 Ele tinha o tipo de rosto em que sua expressão mudava a
forma como alguém o via. Normalmente ele estava sorrindo,
rindo ou brincando. Seus olhos se iluminavam e ele parecia
seguro, confiável e gentil. Mas quando ele baixava a guarda,
sua expressão tornava-se pensativa, sombria e intensa.
Ela queria beijar seu queixo sexy e ver o calor em seus
olhos. Em menos de um dia ela tinha visto muitos lados
diferentes de seu companheiro, exceto um. Ela estava
desesperada para ver como seu rosto ficaria quando ele
afundasse o corpo no dela enquanto ambos se afogavam em
luxúria.
Ela o rolou de costas e montou nele, seu vestido preto se
levantando até as coxas.
Ele lhe sorriu. Ela bufou. Ele ainda parecia brincalhão.
Jogando a cautela ao vento, ela puxou o vestido por cima da
cabeça e o jogou no chão. Estendeu a mão para trás de si e
soltou o fecho do sutiã, deixando-o cair ao lado deles. Segurou
os seios e os ofereceu a ele.
Sua expressão escureceu e ele a olhou com olhos
semicerrados.
— O que você quer de mim? — ele perguntou, levantando-
se para manter a parte superior do corpo acima da cama
apenas com a força de seu núcleo. Com as mãos livres, ele foi
capaz de traçar suas clavículas suavemente.
— Só você, Micah. Eu quero meu companheiro sem o
sorriso. Eu te quero no seu pior para que você saiba que não
importa o que aconteça, eu sempre vou te querer.

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Alanea Alder
 Ele estalou os dedos e ela sentiu uma corrente de ar
quente em torno dos pulsos. Lentamente, seus braços foram
puxados por sobre a cabeça e ela foi levantada da plataforma
até que seus dedos dos pés mal tocassem as cobertas. Ela
estava suspensa, mas não estava sendo puxada para baixo
pelo peso de seu próprio corpo. Era como se o ar a embalasse
no lugar para que ele a estudasse.
— Micah? — ela perguntou, enquanto ele se ajoelhava,
afrouxando a gravata.
— Só você pode me ver assim, — ele sussurrou.
Sem dizer nada, ele terminou de se despir e jogou as
roupas no chão. Se ajoelhou diante dela completamente nu e
ela não pôde deixar de olhá-lo, ele era a personificação da
beleza absoluta. Ele não era alto como Etain ou largo como
Grant e Declan. Era como se cada centímetro quadrado dele
fosse projetado com a perfeição em mente. Ele tinha um leve
tom dourado na pele que parecia um bronzeado permanente.
Seu peito, braços e pernas estavam cobertos por uma fina
camada de pelo castanho claro e seus ombros eram grandes,
sem serem largos. Os olhos dela viajaram para baixo e a vista
ficou ainda melhor, seu abdômen estava em forma e cada
músculo era definido com ondulações suaves. Ela olhou para
seu rosto, sua parte favorita de seu corpo.
— Você é, sem dúvida, a criatura mais impressionante
que já vi. Homens como você devem ter inspirado Michelangelo
e encorajado a existência de semideuses.
Ele lhe deu um sorriso lascivo.
— Esse belo elogio lhe rendeu um mimo.

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Alanea Alder
 — Mimo? — ela perguntou enquanto ele deslizava sua
calcinha para baixo por seus quadris e a tirava.
Gentilmente, suas pernas foram separadas e ele passou
a língua ao longo de suas dobras.
— Micah, — ela suspirou.
Ele mergulhou a língua entre suas dobras e encontrou
seu clitóris. E sugou a pequena protuberância
preguiçosamente. Ela sentiu seu corpo começar a se apertar.
— Micah! — ela gritou com urgência, tentando torcer o
corpo para aumentar a fricção. Ele estava lentamente
deixando-a louca.
Suas mãos subiram e este cravou os dedos em suas
nádegas para mantê-la imóvel. Ela sentiu as pernas
começarem a tremer e quando ele a surpreendeu mordendo
suavemente seu clitóris, ela explodiu.
— Um, — disse ele inclinando-se para trás com uma
expressão satisfeita no rosto.
— Deuses, — ela resmungou.
Ele deu uma piscadela.
— Talvez apenas nós, os semideuses.
Serenity pensou que agora que seu “mimo” havia
acabado, ele a baixaria para a plataforma. Ela ficou chocada
quando o corpo dele se ergueu para encontrar o dela no ar. Ele
envolveu as pernas dela em volta de sua cintura e enterrou o
rosto entre seu pescoço e ombro.
— Minha preciosa, — ele disse suavemente.
— Faça amor comigo, Micah, — ela implorou. — Eu
preciso sentir meu companheiro.

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 Ele se afastou e emoldurou o rosto dela com as mãos.
— Eu gostaria que pudéssemos congelar o tempo e ficar
neste momento para sempre.
Ela flexionou as pernas e esfregou o núcleo gotejante
sobre seu estômago.
— Se fôssemos congelar o tempo, preferiria que você
estivesse dentro de mim para este momento duradouro, — ela
provocou.
Ele riu.
— Nunca diga que não te dou o que pede, — Micah
alertou. Ele colocou a mão entre eles e guiou seu membro
quente entre suas lubrificadas dobras. Com um movimento de
quadris, ele a penetrou profundamente.
— Sim! — ela silvou.
Ele foi implacável ao definir o ritmo. Serenity lutou contra
as algemas de ar e suas mãos foram liberadas. Passou os
braços em volta do pescoço dele e o segurou.
Desafiando a gravidade, Micah fez amor com ela como se
o desespero alimentasse seus esforços. À medida que o prazer
crescia entre eles, ela de repente começou a ver fragmentos de
momentos.
Ela rindo enquanto ele derrubava a própria cesta de
batatas fritas no chão, fazendo-lhe beicinho. Ele se
escondendo no chuveiro para dar-lhe um baita susto quando
ela fosse fazer xixi. Manhãs preguiçosas tomando café da
manhã na cama. Ela jogando pincéis nele com frustração
enquanto decorava a casa deles. A expressão no rosto de Micah
quando a pedra da gravidez brilhou em uma cor âmbar. E

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fazendo amor. Milhares de momentos deles fazendo amor
reunidos em uma só experiência.
Enquanto ele a penetrava pela última vez, rugindo com o
orgasmo, ela simplesmente se desfez enquanto o prazer a
consumia. Suas almas se ergueram e giraram juntas, cada
uma contendo um pequeno pedaço de magia. Quando estas se
assentaram em seus corpos, ela não só podia sentir Micah,
mas também um pouco de sua magia do ar.
Serenity tentou acalmar a respiração, mas não
conseguiu. Ela estava chorando, mas de pura felicidade. O que
ela viu, o que eles experimentaram só podia ser descrito como
espiritual. Sob suas mãos, Micah tremia enquanto suas
lágrimas quentes escorriam pelo pescoço dela.
Lentamente, eles desceram para a cama de balanço.
— Eu nunca vou te soltar, — disse ele, parecendo
engasgado.
— Bem, você vai ter que soltar eventualmente,
especialmente se vamos nos limpar, — disse ela passando as
mãos pelo cabelo dele.
Ele se retirou de seu corpo e os dois gemeram. Cada
terminação nervosa ainda estava vibrando. Os braços de Micah
tremeram e então desabaram, deixando-o de cara no colchão
ao lado dela.
— Você consegue respirar? — ela perguntou.
— Não, — foi sua resposta abafada.
Rindo, ela o rolou de lado. Enquanto ela se movia para a
beira da plataforma, passou a mão por onde seu corpo estivera
deitado.

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 — Como? Não está nem suado.
Micah sorriu.
— Lençóis autolimpantes. O Leif os aperfeiçoou para a
Vivi. Já que ele me devia um favor, consegui os conjuntos
seguintes para a plataforma e a cama do andar de cima.
Serenity se contorceu e fez uma careta para ele.
— Ele não me limpou. Vou para o chuveiro.
Micah acenou para ela ir em frente.
— Quando eu voltar a sentir minhas extremidades, me
junto a você.
Ela balançou a cabeça.
— Pobrezinho.
— Sinta-se à vontade para começar de novo sem mim.
Vou tentar chegar no chuveiro antes de você terminar.
— Sem ofensa, porque você literalmente abalou meu
universo, mas eu não acho que aguento mais esta noite. Eu
sinto como se tivéssemos tido orgasmos para uma vida inteira
quando reivindicamos um ao outro.
Micah franziu a testa e ela riu.
— Não se preocupe, Romeu, tenho certeza que ambos nos
sentiremos melhor amanhã.
Ela lhe mandou um beijo e entrou para se limpar.
*****
Ele tentou se manter calmo enquanto ela se afastava. Não
havia como a Destino lhes dar uma vida inteira em um
momento, porque ele iria perder a companheira. Seus
pesadelos o assombraram enquanto Micah permanecia deitado
na plataforma, olhando para o falso céu noturno.

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Alanea Alder
 Ele não se importava se tivesse que lutar contra os
próprios deuses. Ele não perderia a companheira, ele a
salvaria, até dela mesma.
*****
Serenity estava deitada ao lado do companheiro em sua
cama em sua primeira noite juntos. O quarto estava escuro,
exceto por um minúsculo globo que parecia uma lua em
miniatura. O brilho suave era reconfortante e iluminava o
quarto apenas o suficiente para que ela não machucasse o
dedo do pé no meio da noite indo ao banheiro. Ela rolou de
lado e estudou o rosto de seu companheiro.
A reivindicação deles não foi como nada de que ela já
ouvira falar. Não afetara apenas seu corpo, mas seu coração e
mente também. Cada um daqueles fragmentos se tornaram
como uma lembrança para ela. Serenity sentia na alma que ela
e Micah estavam acasalados por anos em vez de horas. Isso
eram premonições de momentos que viriam? Ela bufou ao se
lembrar de jogar um pincel na cabeça dele.
— O que? — Micah perguntou virando-se para encará-la.
— Eu estava me lembrando de como eu joguei o pincel
em você quando estávamos decorando o berçário.
— Era o berçário? — ele perguntou. — Tudo o que vi
daquele momento foram meus esforços frenéticos para acalmá-
la.
Ela estendeu a mão e traçou seus lábios.
— Sim, era o berçário.
Seu sorriso ficou bobo, então ele franziu a testa
ferozmente.

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Alanea Alder
 — O parto é traumático, não acho que eu aguentaria ver
a sua dor. Não poderíamos simplesmente botar um ovo?
Ela revirou os olhos.
— Quando chegar a hora, Laelia estará conosco, o
Radclyffe também. Ficaremos bem.
Micah se iluminou.
— Eles conhecem um feitiço para tirar o bebê sem todos
os gritos e sangue?
— Não, mas eles vão me impedir de te matar.
— O que é definitivamente uma coisa boa, — disse ele.
— Micah? — ela disse suavemente, se perguntando se
deveria perguntar sobre os próprios pesadelos.
— Sim? Minha preciosa.
— Você teve sonhos antes de me encontrar?
Ele franziu a testa e simplesmente assentiu.
— Eu também. Eles me assustaram porque neles eu te
perdia. Eu nunca vi o que te perseguia, mas sabia que era o
seu passado, os segredos que você guardava. Você chorava
pelos mortos a seus pés e eu sabia que eles eram próximos de
você. Depois de conhecer sua unidade, tenho certeza de que
eram eles. — Ela estremeceu ao se lembrar da sensação
dilacerante de perda que cada pesadelo provocava.
Ele a puxou para debaixo do queixo.
— Eu poderia enfrentar qualquer coisa, exceto a morte
dos meus irmãos, — ele sussurrou. Ele se afastou e a olhou
nos olhos. — Se eu te pedisse para ir embora daqui comigo,
você iria?

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Alanea Alder
 Ela assentiu sem nem mesmo precisar pensar sobre o
assunto. Ele era seu companheiro e onde ele fosse, ela o
seguiria.
— Eu espero que antes de partirmos você confie em mim
o suficiente para me dizer por que está com tanto medo.
— Eu não estou com medo, — ele protestou
imediatamente.
— Eu pensei que meu companheiro fosse progressivo o
suficiente e seguro o suficiente de sua masculinidade para
admitir ter medo.
— Tecnicamente, não é medo, é um senso inato de
sobrevivência.
— Sobrevivência a quê?
— Um massacre, — disse ele suavemente.
— Que massacre? — ela perguntou.
— Um que aconteceu há quase cinco mil anos em Storm
Keep.
— Não houve nenhum massacre em Storm Keep, — ela
zombou.
— Houve sim, — ele insistiu.
— Acho que eu me lembraria de ter lido sobre isso, —
respondeu ela.
— Houve sim, — ele repetiu calmamente.
— Não houve! — ela gritou, assustando a si mesma. —
Micah? O que acabou de acontecer?
— Essa, minha preciosa, é uma resposta condicionada
que foi transmitida em um nível genético com base em uma
manipulação, que abrange toda a cidade, da memória das

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pessoas. — Ele apontou para a sala escura e para baixo, onde
estavam. — A maioria das pessoas reage melhor em uma sala
escura e silenciosa, onde não se distraem com o que veem ou
ouvem. Contato físico também ajuda. — Ele deu uma risada
baixa. — Mais uma razão pela qual eu prefiro você nua.
— Houve um massacre? — ela perguntou, com medo de
acreditar na própria mente.
— Sim. A família real de Storm Keep foi levada a fugir do
castelo e seus servos mais leais foram mortos quando a
manipulação não funcionou com eles.
— O rei e a rainha foram embora, — ela corrigiu.
— Por quê? Para onde foram?
— Eles... — Ela balançou a cabeça de um lado ao outro
tentando limpar a névoa.
— Shhh, está tudo bem. Vai ser mais difícil para você
lutar contra a manipulação já que saiu de Storm Keep esta
manhã.
— O que isso tem a ver com qualquer coisa?
— O que quer que tenha alterado as memórias de nosso
povo cinco mil anos atrás, permeou a própria pedra do castelo
transformando-a em uma torre de transmissão. Quanto mais
tempo se fica longe da cidade, mais clareada fica a mente,
também ajuda se as memórias forem desafiadas regularmente.
— O povo tem o direito de saber, — ela começou e ele
colocou um dedo em seus lábios.
— Menos de uma dúzia de pessoas sabem a verdade.
Qualquer tentativa de revelar o que está acontecendo é
encerrada por cidadãos inocentes. Lembre-se da sua reação.

My One and Only

Alanea Alder
 — Como você sabe de tudo isso?
Ele a abraçou apertado.
— Minha família serviu aos Stormharts. Na noite em que
aconteceu o massacre, meus bisavôs estavam no castelo se
reportando ao rei e à rainha.
— Reportando?
Ele deu uma risadinha.
— Minha família dirigia o que seria o equivalente ao
serviço de inteligência da família real naquela época. Os
Ashleighs eram a espada, os Ironwoods o escudo, mas os
Whiteoaks eram o livro.
— Whiteoaks?
— Meu verdadeiro sobrenome, Whiteoak. Micah
Whiteoak. Minha família é descendente da linhagem druídica
dos Darwids. Dar significa carvalho, wid significa
aproximadamente saber. Meu povo era estudioso e buscava
conhecimento. Eles usavam esse conhecimento para servir ao
seu rei e rainha.
— Isso é incrível.
— Isso também foi uma sentença de morte. Suas mentes
estavam condicionadas a questionar tudo, a buscar verdades
e desvendar segredos. Nenhuma das manipulações funcionou
e eles se levantaram para defender o rei e a rainha. Foram eles
que abriram o caminho para que escapassem. Minha avó
perdeu todos naquela noite. Seus pais, irmãos mais velhos,
tios, tias, toda a família se foi, em oito horas cheias de sangue.

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Alanea Alder
 — Oh, sua pobre avó! Como ela sobreviveu? Como ela
descobriu o que aconteceu? — Serenity o segurou enquanto ele
contava sua história.
— Ela persuadiu os pais a permitirem que ela treinasse
com os guerreiros da unidade. Ela queria se apressar e
começar o trabalho de campo. Então ela passou aquele fim de
semana com a Unidade Nu. Quando voltou para a cidade e não
conseguiu encontrar a família, ela correu de volta às unidades
chorando histericamente. Eles não conseguiam se lembrar de
sua família. Para eles, ela sempre estivera sozinha. Mais tarde,
ela descobriu que depois que saiu da propriedade da unidade
e estava fora de vista, as mentes dos guerreiros foram
alteradas. — Ele respirou fundo, estremecendo. — O reino
inteiro foi manipulado e minha pobre avó pensou que estava
enlouquecendo. Por muito tempo ela manteve a verdade para
si mesma. Ela construiu uma vida e lentamente começou a
fazer perguntas e coletar informações. Um por um ela
encontrou outros bruxos que tinham um conjunto diferente de
memórias do que era geralmente aceito e eles compilaram tudo
o que descobriram em um livro. Um desses bruxos estava no
castelo naquela noite e foi capaz de dizer à minha avó como
sua família lutou bravamente, mas esse era um conforto frio.
— O que isso tem a ver com você agora? — ela falhava em
ver como seu companheiro poderia estar em perigo. Ele nem
tinha mais o mesmo sobrenome.
— Eu vim aqui para Noctem Falls para investigar se um
vampiro, ou um grupo de vampiros, poderia ser responsável
pela manipulação em massa que aconteceu naquela noite.

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Alanea Alder
Porque eu agora sou o portador do Livro Veritas, o Livro da
Verdade. — Ele lhe beijou o topo da cabeça. — Nosso povo é
escravo das próprias memórias e não vou descansar até que a
verdade seja conhecida.
— Por que não falar com os Ironwoods ou os Ashleighs?
Eles ainda estão vivos, certo? — Ela remendara Caiden na
semana passada.
Ele balançou a cabeça.
— Uma geração inteira da família deles foi eliminada, mas
cem anos depois eles voltaram à cidade como se nada tivesse
acontecido. Acho que eles nem mesmo se lembram de seu
verdadeiro propósito.
— Caiden, Tristan e Kyran Ironwood são bons homens.
Law Ashleigh é um bom homem. Se você os ajudasse a
lembrar, eles poderiam ficar ao seu lado. — A assustava de
morte que seu companheiro fosse enfrentar este futuro
sozinho.
— Levaria anos para remover tantas camadas de falsas
memórias e acho que não temos tanto tempo assim.
— Os ferals, — ela sussurrou.
— Ceifadores. Meryn os chamou de ceifadores.
— Você sabe o que quero dizer.
— Eles são a maior ameaça por agora, então quero ficar
com meus irmãos de unidade. Mas se meu passado está
realmente voltando para me atormentar, o que eu contar a eles
pode nos separar. Como eu poderia olhar o Adriel nos olhos e
confessar que tenho mentido para eles há séculos. Que vim
aqui sob falsos pretextos, procurando desacreditar seu povo.

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Alanea Alder
 — Eu acho que ele te perdoaria e se ofereceria para
ajudar.
— Eu acho que você está sendo extremamente otimista.
— Faça-me um favor, pelo menos diga ao Kendrick. Ele
teve acesso a uma das maiores coleções de livros do reino por
séculos. Eu sei que ele poderia ajudar, — ela implorou.
Ele suspirou.
— Se ele não fosse um guerreiro de unidade interino, eu
diria não. Mas tecnicamente ele é um irmão guerreiro e
praticamente evita tudo o que Storm Keep representa. Vou
testar as águas, mas não faço promessas.
— Se eu tivesse que escolher entre um exército ou
Kendrick ao meu lado, eu escolheria Kendrick todas as vezes,
— ela confessou.
Ele se apoiou na própria mão.
— Eu preciso sentir ciúme aqui?
Ela balançou a cabeça.
— Não, ele é... — ela teve que parar e pensar por um
momento. — Ele é meio que um irmão mais velho, mas não um
irmão gentil e legal como o Zach. Ele é meio sádico e sarcástico
pra caralho, mas como ele não te mima, ele te ajuda a se tornar
mais forte, aprender mais e se esforçar. — Ela exalou. — Houve
momentos em que eu honestamente queria estrangulá-lo, mas
eu não seria a bruxa que sou hoje sem sua provocação, zoação,
risadas e ridicularização.
Micah franziu a testa.
— Eu não preciso acabar com ele, preciso?

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 — Não, ele nunca foi malicioso, mas eu proporcionei
entretenimento para ele mais de uma vez quando estudava
para o meu teste da Academia.
Ele soltou uma risada nervosa.
— Ótimo, porque você viu o tamanho dele? O que ele
comeu na infância?
— Minha família saiu de Eiré Danu quando tínhamos
cerca de cinco anos para que eu pudesse passar meus anos de
formação em Storm Keep e aprender com outros bruxos. Zach
andava com os guerreiros fae aprendendo como aumentar os
músculos e como lutar. Eu me metia em problemas com as
outras crianças bruxas enquanto testávamos feitiços uns nos
outros.
Micah riu.
— Vejo que isso não mudou nos séculos desde que cresci
lá.
— Eu me pergunto se já brinquei nas mesmas estradas
que você na infância? Ou talvez passei pela sua avó no
mercado?
— Só perdemos um ao outro por um ou dois ou três
séculos, — ele brincou.
— Alguns séculos não são nada para os paranormais.
— Estou feliz que nos conhecemos quando conhecemos e
não em Storm Keep, — disse Micah, beijando sua testa. — Eu
era um merdinha atrevido até fazer trezentos anos. Você teria
me odiado.

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 — Eu costumava ter inveja de Laelia e Radclyffe, eles
sabiam desde que eram praticamente bebês que eram
companheiros.
— Como isso aconteceu? — ele perguntou.
— Eles nasceram exatamente no mesmo dia, hora e
minuto. A família de Radclyffe é de classe alta. No dia em que
ele nasceu, sua mãe entrou em trabalho de parto enquanto
estava no mercado, infelizmente para ela, a ajuda mais
próxima estava no Templo da Água na Cidade Baixa. Os pais
de Laelia eram da Cidade Baixa, então é claro que, quando sua
mãe entrou em trabalho de parto, ela foi levada ao Templo da
Água também. — Ela sorriu ao se lembrar de Radclyffe
contando a história com entusiasmo quando criança, quando
se conheceram. — De qualquer forma, as duas mulheres foram
colocadas na mesma sala de parto. Quando o relógio do templo
deu meia-noite na Véspera de Halloween, os dois bebês
respiraram e choraram, — ela riu. — Ninguém pensou nisso
até cerca de cinco anos depois. Radclyffe viu Laelia enquanto
estava no mercado com sua mãe e seguiu Laelia para casa. Ao
longo dos anos, Radclyffe foi levado de volta para a casa dos
pais pela orelha quase todos os dias. Laelia e eu brincávamos
que sua orelha esquerda é maior que a direita porque seu pai
é destro.
— Vocês se conheceram na infância? — ele perguntou.
— Sim, embora quando voltei para Storm Keep para
estudar para minha avaliação e assumir como chefe do Templo
da Água, já fazia um tempo que tinha visto eles. Minha família

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saiu de Storm Keep logo depois que o Zach e eu atingimos a
maioridade.
“Uma das primeiras coisas que fiz quando voltei para a
cidade foi procurá-los. Eles reivindicaram um ao outro não
muito tempo depois que eu parti e se mudaram para a Cidade
Baixa para começar seu trabalho no Templo da Água.
— Por que nenhum deles se tornou chefe do templo?
— Laelia disse que não queria a responsabilidade e
negaram a Radclyffe o cargo porque seu pai está no conselho
que analisa a aplicação para cargos na cidade. Quando eles se
mudaram para a Cidade Baixa, sua família o deserdou.
— Por que o Templo da Água? — ele perguntou.
Ela sorriu.
— É onde eles nasceram. Eu estudei pra caramba e eles
me ajudavam, embora evitassem o Kendrick como a praga, —
ela deu de ombro. — Todo mundo pensa que eu posso reclamar
dele porque não me impressiono com seu poder, mas nada
poderia estar mais longe da verdade. Na infância eu vi seu
imenso poder e isso me apavorou, mas eu sabia que se havia
uma pessoa no mundo que poderia me ajudar a ficar mais forte
era ele. Eu não era destemida, era teimosa, — ela engoliu em
seco. — E ajudou que eu vi como ele era perto do Keelan.
— Vocês dois eram próximos? — Micah perguntou
suavemente.
Ela assentiu.
— Eles não recebiam muitos convidados, considerando a
personalidade calorosa do Kendrick, então o Keelan ficava
animado quando eu ia visitá-lo quando criança. Ele estava

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estudando para seus exames de guerreiro e costumava
compartilhar suas técnicas para tomar notas, — ela
estremeceu. — A cidade inteira sentiu a dor de Kendrick na
noite em que perdemos Keelan.
— De acordo com a Meryn, ele simplesmente não está no
próprio corpo agora, — esclareceu Micah.
— Mas o que isso quer dizer? — Serenity perguntou. A
última atualização recebida de Kendrick enquanto ela estava
em Storm Keep foi que ele estava trabalhando para ajudar
Keelan. Quando ela se ofereceu para viajar para Lycaonia para
ajudá-lo, ele a informou que não era um problema médico e
que tudo estava sendo feito para restaurar Keelan.
— Eu não tenho ideia e a Unidade Alfa está muito
“silenciosa” sobre isso. Não porque não confiam em nós, mas
porque o que quer que tenha acontecido é tão importante que
quanto menos pessoas souberem dos detalhes, mais seguro o
Keelan estará. Todos os guerreiros respeitam essa decisão e
não pressionaram para obter mais detalhes.
— Talvez depois de curar o vírus, possamos ajudá-los, —
sugeriu ela.
Ele sorriu.
— Esse parece um bom plano para mim. — Ele deu-lhe
um beijo rápido e depois fechou os olhos. — Não seremos
capazes de ajudar ninguém se não dormirmos um pouco.
— Tenho a esperança de ter sonhos sensuais com uma
montagem da nossa reivindicação, — disse ela antes de
bocejar.
— Eu também, — disse ele.

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 Antes que ela pudesse pensar em outro assunto para
mantê-la bem acordada, a respiração regular de Micah a
adormeceu.

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 Capítulo 8
Micah olhou lentamente para a companheira por cima do
café no jardim deles na manhã seguinte.
— Graças à sua sugestão um pouco antes de eu dormir,
sonhei com a nossa reivindicação, foi uma montagem de
imagens sensuais, mas feito como os melhores momentos da
ESPN. — Ele tomou um gole de café. — Eu ganhei pontos
extras por te reivindicar no ar, então ficou estranho. Nós
ficamos presos acima da plataforma e o vizinho da minha avó,
o Sr. Compton, teve que nos descer. — Ele balançou a cabeça.
— Não sei se o sonho foi excitante, humilhante ou perturbador.
— Ele ouviu um baque e quando olhou em volta não conseguiu
ver a companheira. Sua xícara de café estava precariamente
equilibrada no braço da cama de plataforma, mas ela não
estava em lugar nenhum.
— Serenity? — ele chamou.
Micah ouviu um barulho ofegante embaixo de si e se
inclinou para o lado da cama. Sua brilhante companheira
curandeira, mais uma vez, caiu enquanto ria dele.

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 — Parabéns, agora estou complexado, — ele repreendeu.
— Micah, pare! — ela gritou, enquanto rajadas de riso
ecoavam por todo o oásis normalmente tranquilo dele.
Ele sorriu de suas palhaçadas. Ele amava como ela se
entregava à hilaridade e à alegria. Não continha nada quando
ria, ele só desejava que não fosse porque ela estava rindo dele.
Depois de mais alguns minutos, ela finalmente se
arrastou de volta para a plataforma e tomou um gole de café.
— Eu precisava disso, — disse ela, ainda sorrindo.
— Meu objetivo é sempre agradar. — Ele se recostou. —
Quais são os nossos planos para o dia?
Ela o olhou de forma engraçada.
— Você não tem que patrulhar ou fazer trabalho de
unidade? Lá em Storm Keep as unidades estavam
constantemente fazendo patrulhas pela cidade.
Micah balançou a cabeça.
— A Eta foi atribuída ao Nível Um para fazer rodízio na
guarda das companheiras. — Ele lhe sorriu. — Eu sou o seu
guarda.
Atrás deles, na casa, o relógio soou e ele se levantou.
— Venha, minha preciosa. Hora do café da manhã. — Ele
esfregou as mãos. — Mal posso esperar para ver o que o
Sebastian fez, espero que tenhamos waffles, seus waffles são
lendários.
— Então, todo mundo realmente se reúne para as
refeições? — Ela tomou tudo da xícara de café e o seguiu para
dentro. — Espero que a Vivi tenha uma atualização sobre o
sangue do Aiden. Por mais que eu gostaria de ajudar no

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laboratório, tudo o que podemos fazer como curandeiros é
deixar os pacientes confortáveis, somos inúteis quando se
trata de ciência humana.
Micah pegou sua xícara e a enxaguou antes de colocá-la
na máquina de lavar.
— É por isso que fazemos as refeições juntos. É
simplesmente mais fácil para manter todos atualizados. Não
só a comida é incrível, mas ultimamente parece que estamos
em casa no Nível Um.
Micah mal podia esperar para provocar Radclyffe sobre
sua orelha. O bruxo lhe estava olhando feio desde que ele
anunciou que Serenity era sua companheira. Talvez ele jogaria
isso no meio de uma conversa para ver o que aconteceria.
— Por que você está com um sorriso maligno? — sua
companheira perguntou.
— Eu? — ele perguntou inocentemente.
Ela apenas balançou a cabeça.
— Vamos, você me fez desejar waffles.
Ele se aproximou e pegou sua mão.
— Avante para os waffles! — ele anunciou apontando
para a porta da frente.
Serenity deu uma risadinha e apontou.
— Avante!
*****
Seu companheiro era tão bobão, mas Serenity amava isso
nele. Ele tornava divertido algo tão simples como ir para o café
da manhã. Quando chegaram, Micah abriu a porta para a
habitação dos Rioux.

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 — Querida, chegamos, — anunciou ele. Eles entraram na
antecâmara e fecharam a porta atrás de si.
— Aqui, querido, — Declan respondeu em voz de falsete.
Micah abriu a porta da sala de jantar.
— Sentiu minha falta, gatinho? — ele perguntou ao
shifter de leão.
Declan riu.
— Alguém está de bom humor, — ele lhes arqueou uma
sobrancelha. Serenity corou, mas Micah apenas fez joinha com
ambos os polegares para o irmão antes de se sentar ao lado de
Serenity.
Aiden se virou para Adriel.
— Sabe, eu acho que você está pior do que eu. Pelo menos
eu só tenho que lidar com o Colton.
Meryn balançou a cabeça.
— E o Sascha e o Keelan, quando ele estiver melhor. —
Ela acenou com o garfo para o companheiro. — Vocês não
instalaram um maldito sistema de alarme com bola de fogo na
propriedade Alfa?
Rheia acenou com a cabeça.
— Tiveram que confiscar os explosivos do Graham.
Os olhos de Adriel estavam arregalados e este engoliu em
seco.
— Acho que está ótimo com Declan e Micah.
— Oh sim, está ótimo, — disse Micah com uma voz
sensual.
Declan recostou-se na cadeira para bater na palma de
Micah com a dele.

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 Adriel beliscou a ponta do nariz.
— Mas então...
Declan se endireitou.
— Você nos convidou para morar com você, está preso
com a gente agora, — ele lembrou ao líder da unidade.
Adriel lhes deu um sorriso satisfeito.
— Isso também me permite visitar meus afilhados com
mais frequência. — Ele olhou para Etain e deu um aceno curto.
Etain se levantou.
— Não queria interromper o café da manhã, mas tenho
algo importante a anunciar. — Ele olhou para Vivi, que
estendeu a mão e pegou a dele. — Como todos sabem, Vivian
e eu estamos esperando nossa primeira filha. — Ao redor da
mesa, todos aplaudiram e assobiaram. — O que pode não ser
de conhecimento geral é que quase perdemos nossa filha, —
sua voz falhou e ele pigarreou. A mesa se aquietou enquanto
os homens franziam a testa ferozmente ao pensar em algo
acontecendo com um de seus filhos. Etain continuou: — Nós a
teríamos perdido, exceto que meus irmãos fae aqui na cidade
contribuíram com sua luz e deram a ela a força para
sobreviver. Mas eles poderiam não ter chegado a tempo se não
fosse por Micah.
Serenity se virou para seu companheiro, que tinha um
rubor lhe subindo pela nuca.
— Você a salvou? — ela perguntou suavemente.
Micah balançou a cabeça.
— Só busquei ajuda, — ele refutou. — Os guerreiros fae
que salvaram.

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 Etain se aproximou de suas cadeiras.
— Você salvou minha filha, — ele olhou para Adriel, que
estava sorrindo, antes de olhar para Micah. — E eu ficaria
honrado se você fosse seu athair.
O queixo de Micah caiu enquanto olhava de Etain para
Adriel, para Declan e Grant.
— Não foi isso que combinamos, — ele protestou
fracamente.
Etain lhe deu um sorriso malicioso.
— Falei com o Adriel e ele disse que está ansioso para ser
tio de um de nossos filhos. — Seus olhos se suavizaram. —
Você aceita, irmão? Você vai cuidar da minha garotinha?
Micah engoliu em seco e continuou piscando.
Finalmente, assentiu e se levantou.
— Seria uma honra e um privilégio ser o athair da sua
filha. — Eles se cumprimentaram com os antebraços na forma
dos guerreiros antes de Etain puxá-lo para um abraço. Quando
recuaram, Micah ainda parecia um pouco atordoado. Rindo,
Etain gentilmente o empurrou de volta para a cadeira e se
sentou novamente.
— Que maneira maravilhosa de começar o dia, — Magnus
disse sorrindo largamente.
— Isso foi simplesmente lindo, — disse Sebastian
enxugando os olhos com a toalha. Hal fungou alto enquanto
empurrava o carrinho de servir da cozinha.
— A garotinha da minha garotinha agora tem um athair.
— Ele parou ao lado de Meryn. — Waffle?
— Pode crer, — disse Meryn estendendo o prato.

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 Hal sorriu e empilhou quatro waffles no prato desta.
Meryn colocou o prato na mesa.
— É disso que estou falando. — Ela pegou um dos tubos
de calda e encharcou os waffles.
Aiden olhou para a crescente poça âmbar.
— Talvez isso seja o suficiente, — ele sugeriu.
— Não. Todos os pequenos quadrados têm que ter calda,
— disse Meryn virando o corpo ligeiramente para proteger a
calda.
— Ela está certa, Aiden, — Micah concordou. — Cada
quadrado precisa de sua própria piscina de delícias deliciosas.
Grant balançou a cabeça pegando a geleia.
— Isso é doce demais para mim.
— O que eu faço? — Pip perguntou a Aiden, olhando da
calda para a geleia. Serenity percebeu que, embora Pip
adorasse Meryn, procurava Aiden em busca de conselho e
proteção.
Aiden pensou por um momento.
— Experimente um pouco de calda e se gostar, pode
sempre acrescentar mais, — este sugeriu.
— Caiden te elogia o tempo todo, dizendo o quão rigoroso
e diligente você é no treinamento e na criação de exercícios.
Mas você é gentil também, — disse Serenity, elogiando o
grande comandante.
Aiden deu de ombros.
— Ele me lembra do Ben quando era mais jovem.
Micah piscou.
— Eu sempre esqueço que você tem um irmão mais novo.

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 Rex sorriu.
— Os irmãos mais novos são uma das maiores alegrias
da vida e uma das maiores pedras no sapato que se pode ter.
Aiden, Kendrick, Magnus e Etain assentiram
solenemente. Declan revirou os olhos.
— Irmãos mais velhos são ótimos para estarem lá quando
você precisa de ajuda, — ele olhou para Rex. — Quer você peça
ou não.
Mais uma vez, Aiden assentiu, desta vez junto com Rheia,
Caspian e Serenity.
Laelia olhou para o Comandante da Unidade.
— Você tem três irmãos, não é?
Aiden assentiu.
— Dois mais velhos e um mais novo.
Laelia parecia impressionada.
— Sua família é verdadeiramente abençoada.
Ele sorriu.
— Acho que as verdadeiras bênçãos são meus pais.
— Eles têm uma idade relativamente próxima também, —
ressaltou Declan.
Rex assentiu.
— Ter muitos irmãos está ficando mais raro hoje em dia.
Etain deu uma risadinha.
— Nunca se sabe. Meus pais me surpreenderam com um
par de irmãos gêmeos quando eu tinha mil anos. Passei de filho
único a ter um irmão e uma irmã.
Meryn tomou um grande gole de café.

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Alanea Alder
 — Será fácil para vocês com três escudeiros. Quero dizer,
eles poderiam alternar as tarefas de babá e ainda administrar
as três famílias.
Hal e Sebastian pararam de servir e se entreolharam. Hal
sorriu.
— Ora.
Sebastian concordou.
— Ora, de fato.
— Eu posso criar um cronograma e rotações, — Kari
ofereceu. — Ficarei grata por qualquer ajuda que possam
fornecer.
Rex deu batidinhas no próprio queixo.
— Podemos entrevistar um escudeiro para a sua casa.
Afinal, a Lionhart é uma Família Fundadora.
Sebastian franziu a testa.
— Isso significaria que teríamos menos tempo com o
bebê, — argumentou ele, depois balançou a cabeça. — Não.
Hal, Pavil e eu somos mais do que suficiente para o Nível Um.
— Ele inclinou a cabeça para Ryuu. — E, claro, o Ryuu quando
a pequena Meryn visitar.
Magnus cortou seus waffles.
— O chefe falou, — disse ele. Kari e depois Beth
começaram a rir. Magnus deu de ombros. — Está tudo bem,
minhas queridas, todos sabemos que o Sebastian comanda o
Nível Um.
Sebastian agitou a toalha de chá sobre a cabeça de
Magnus.

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Alanea Alder
 — Não comando não! — Magnus apenas olhou para a
mesa enquanto a toalha de chá ricocheteava acima dele.
Aiden assentiu.
— O Marius comandava a nossa casa enquanto eu crescia
e tenho certeza que o Ryuu será a única coisa que nos manterá
vivos depois que os bebês nascerem.
Ryuu deu de ombros modestamente.
— Cada casa fica um pouco caótica quando um bebê
chega.
Kari suspirou.
— Eu não estou ansiosa para lavar toda a roupa.
Sebastian se afastou de Magnus.
— Não se preocupe, estarei presente para ajudar. — Ele
dispensou Magnus com um aceno de mão. — Tenho certeza
que Magnus consegue fazer suas próprias refeições algumas
noites por semana.
Magnus parou de mastigar.
— O que?
Kari olhou para Sebastian com olhos arregalados.
— Você nos ajudaria tanto assim?
— É claro! E vou ficar de babá sempre que precisarem, —
ele ofereceu.
Magnus coçou o queixo, pensativo.
— Eu gosto mesmo de programas de culinária, — ele
admitiu.
Broderick olhou para Magnus com horror antes de se
virar para Rex.

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Alanea Alder
 — Acho que um escudeiro para os Lionhart é uma ideia
maravilhosa.
Magnus pareceu ofendido.
— Esta pode ser uma grande oportunidade. Eu nem sei
como a cozinha realmente é ou como as coisas estão dispostas.
Posso ter que mudar um pouco as coisas.
O sorriso de Sebastian vacilou.
— O que?
Magnus olhou para o irmão.
— Poderíamos experimentar novos pratos juntos. — Ele
se voltou para Meryn. — Meryn, você pode ser um amor e
procurar a receita para aquela sobremesa onde se usa um mini
lança-chamas? — ele perguntou entusiasmado.
Sebastian empalideceu.
— Tenho certeza que posso cuidar da nossa cozinha e
ajudar a Kari, você não precisa cozinhar, Magnus, — ele
retrocedeu rapidamente.
Os dedos de Meryn já estavam se movendo.
— Magnus, você me compra um lança-chamas de
verdade?
— Claro, querida, — Magnus respondeu.
— Está! Vendo?! Bem isso! — Aiden exclamou. —
Precisamos de parâmetros.
Meryn mostrou a língua para o companheiro.
— Ele já disse sim.
Sebastian enxugou as mãos na toalha.

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 — Vou perguntar ao Pavil se ele conhece algum escudeiro
em quem confia para descer ao Nível Um. Podemos conduzir
entrevistas depois que o vírus for curado.
— Mas... — Magnus protestou parecendo arrasado.
Sebastian balançou a cabeça.
— Fique fora da minha cozinha. — Ele olhou ao redor da
mesa. — Parece que acabou o café. Já volto. — Ele correu pelas
portas até a cozinha.
No momento em que a porta se fechou, os dedos de Meryn
pararam e ela colocou o notebook ao lado da cadeira. Ela e
Magnus trocaram piscadelas.
Beth ofegou.
— Você... — ela cobriu a boca com as mãos e olhou em
volta, certificando-se de que Sebastian não pudesse ouvi-la.
Magnus tomou um gole de suco.
— Que manhã realmente incrível, — disse ele a ninguém
em particular. Ele olhou para Kari. — Acho que arranjar um
escudeiro para você é uma excelente ideia. Bebês dão muito
trabalho e você vai precisar de alguém em quem possa confiar
o tempo todo para ajudá-la.
Sebastian voltou para a sala de jantar parecendo
derrotado.
— Eu ainda quero ajudar como babá, — disse ele
calmamente, segurando uma garrafa de café contra o peito.
Kari se levantou e correu até o escudeiro.
— Claro que pode ajudar! Na verdade, não vou contratar
nenhum escudeiro a menos que você o aprove. Eles devem
passar em todos os testes que você puder imaginar. Conseguir

My One and Only

Alanea Alder
alguém que você recomende é a segunda melhor coisa depois
de ter sua ajuda. Eu confio em você implicitamente.
Sebastian pareceu emocionado.
— Seria uma honra ajudar. — Ele beijou sua testa e ela
voltou para a cadeira. Ele olhou bravo para Magnus. — Isso foi
maldoso.
Magnus deu de ombros.
— Você estará ocupado organizando coisas para a nossa
Bethy, mesmo depois que ela voltar para Lycaonia, não seja
ganancioso em tentar monopolizar todos os bebês.
— Isso é verdade, eu já tenho coisas pendentes para ela.
— Ele se abaixou e puxou a manga de Magnus. — E você
precisa de um guarda-roupa inteiramente novo, — Sebastian
disse olhando para as mangas puxadas de Magnus novamente.
Magnus olhou para a camisa com desgosto.
— Eu poderia entender se ganhasse altura como o Gavriel
ou mesmo um volume perceptível como o nosso comandante
aqui, — disse ele apontando para Aiden. — Mas crescer só o
suficiente para que nenhuma das minhas roupas caiba é
ridículo. — Ele corou ligeiramente. — Eu nem vou entrar em
detalhes sobre como minhas roupas de baixo irritam.
— Você deveria totalmente usar moletom e ficar com as
bolas livres, — sugeriu Meryn.
Os olhos de Magnus se estreitaram.
— Isso significa o que eu acho que significa?
Em volta da mesa, os homens assentiram e um coro de
“sim” soou.
Sebastian estremeceu.

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Alanea Alder
 — Apenas. Não.
Gavriel acenou com a cabeça em simpatia pela situação
de Magnus.
— Nem me lembre. Demorou meses para substituir todo
o meu couro.
Beth baixou o garfo.
— Que couro? Eu nunca vi você em couro antes.
Gavriel se virou para a companheira.
— Antes de nossos uniformes serem projetados para
imitar os dos militares humanos, a maioria das unidades
usava calças, coletes e jaquetas de couro. É um material de
longa duração e pode ser endurecido para agir como uma
armadura leve.
Os olhos de Beth percorreram seu corpo.
— Hmmm.
— Beth! — Gavriel exclamou, parecendo chocado.
Caspian escondeu um sorriso por trás do guardanapo.
— Tem dias em que me pergunto o quanto influenciei
Bethy enquanto ela crescia, então temos momentos como este
e eu fico tipo: “oh, olha eu aí”,
— Vocês são todos leather daddies! — Meryn declarou
com os olhos arregalados. Ela se abaixou e puxou o telefone da
bolsa.
Em torno da mesa, Rex, Law e Grant cuspiram o suco que
acabaram de tomar. Rheia bateu nas costas de Colton,
enquanto ele engasgava, enquanto este tentava parar de rir por
tempo o suficiente para respirar.
Aiden olhou para a companheira.

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Alanea Alder
 — Você sabe o que isso significa?
— Sim, significa que usam couro. — Ela lhe deu um olhar
exasperado. — Meus furries falam sobre leather daddies o
tempo todo. E ursos. — Seu rosto ficou pensativo. — Mas eu
não achava que tantos deles assim fossem shifters de urso.
Aiden fechou a boca e respirou fundo.
— Passe a calda, — disse ele, apontando para o tubo.
Meryn o entregou a ele e voltou para seus waffles enquanto
verificava o telefone com uma mão.
Declan olhou Aiden com admiração.
— Eu acho que ele simplesmente deletou isso da
memória.
Grant acenou com a cabeça como se isso fizesse sentido.
— Acho que é assim que ele sobrevive.
— Espere até meus furries descobrirem que vocês são
leather daddies, — disse Meryn, movendo o polegar a um
quilômetro por minuto.
Sem nem mesmo levantar os olhos dos waffles, Aiden
simplesmente tirou o telefone de sua mão e jogou-o para o alto
atrás deles. Ryuu o pegou facilmente e o guardou na jaqueta.
— Rude! — Meryn berrou. Aiden continuou comendo seus
waffles.
— Bom trabalho, Aiden, — disse Beth com admiração.
Aiden olhou para ela do outro lado da mesa e deu uma
piscadela. Ele enfiou mais dois waffles na boca e pegou o café.
Grant se virou para Declan.
— Estamos na presença de um mestre.
Meryn pegou o notebook de novo.

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Alanea Alder
 — Ok, então, obviamente, se fui banida do Facebook,
então não entendi o que um leather daddy é.
Aiden a olhou de perto.
— O que você vai fazer?
— Pesquisar no Google, — respondeu ela.
— Sem Facebook, — ele alertou.
— Sem Facebook, — ela concordou.
— Vou passar o dia com a Kari e o tio, — disse Beth
rapidamente.
— Vivi e eu estaremos no laboratório, — acrescentou
Rheia.
Anne se voltou para Ellie.
— Estaremos ocupadas no Nível Seis com as crianças.
— Eu estarei em reuniões com o Stefan a manhã toda, —
Eva acrescentou.
Serenity observou enquanto as mulheres efetivamente
“tiravam o corpo fora” em resposta à súbita sede de
conhecimento de Meryn.
Micah se virou para ela e levantou uma sobrancelha. Ela
assentiu. Alguém tinha que cuidar da estranha humana e se
fosse completamente honesta consigo mesma, ela estava
morrendo de vontade de ver o que esta diria a seguir.
— Minha preciosa e eu podemos fazer companhia a anã
hoje, — Micah ofereceu magnanimamente.
Em volta da mesa, os homens exalaram de alívio. Serenity
percebia que cada um deles se imaginava respondendo a
perguntas da Meryn durante toda a manhã sobre diferentes
escolhas de estilos de vida.

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Alanea Alder
 — Eu não sou uma anã, — protestou Meryn parecendo
distraída. Ela inclinou a cabeça para o lado para olhar para o
notebook.
Aiden os olhou.
— Vocês têm meus agradecimentos.
Serenity se virou para Ryuu.
— Você pode cuidar dela mais tarde, para que eu possa
fazer rondas no hospital?
Ryuu assentiu.
— Claro. Me avise quando precisar sair, cuidar de Meryn
não é difícil. — Serenity tinha a sensação de que não havia
muito que Ryuu consideraria difícil.
Serenity se voltou para Vivi.
— Você fez algum progresso com o sangue de Aiden
ontem?
Vivi assentiu.
— Graças ao Kendrick, podemos ver o vírus agora para
fazer vários testes. Descobrimos que quem criou essa coisa a
fez com base na Hepatite C, por isso que os guerreiros estavam
imunes, todos receberam a vacina para isso. Estou tentando
fazer uma cura com engenharia reversa com base nisso, mas
vai demorar um pouco.
Colton franziu a testa.
— Você não pode simplesmente dar a vacina a eles?
Ellie balançou a cabeça.
— Uma vacina é uma medida preventiva, não um
medicamento, — disse ela, parecendo triste.

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Alanea Alder
 — Estamos um passo mais perto do que estávamos
ontem, — lembrou os Adriel.
Vivi se iluminou.
— Você está absolutamente certo. Estamos anos-luz à
frente de onde estávamos ainda no início desta semana.
Kari ergueu o iPad.
— Não se esqueça de que temos uma reunião com os
Chefes de Família Fundadora e Nobre esta tarde para atualizar
a todos sobre a elevação de posto de Warrick e para avisá-los
de que o Magnus está curado.
Em torno da mesa, surgiram gemidos. Kari os ignorou.
— Pessoalmente, estou ansiosa. Essas mudanças
tardaram em chegar, — disse ela, sorrindo maldosamente.
Magnus recostou-se.
— Percebo que também estou ansioso para isso, — este
admitiu.
Meryn pegou seu notebook e o girou noventa graus.
Magnus franziu a testa.
— Meryn, qual o problema?
— Você acha que homens nus parecem estranhos? Quero
dizer, os deuses ou quem quer que seja, estava no caminho
certo criando o homem. Músculos peitorais, antebraços,
barriga de tanquinho e então. Bam! Um pênis, meio colado
como se tivesse sido algo de última hora. — Ela virou o
notebook. — Parece removível.
A cabeça de Aiden girou bruscamente.
— O que você está vendo?! — Ele pegou seu notebook,
fechou-o e o entregou a Ryuu.

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Alanea Alder
 — Estou estudando arte! — Meryn protestou.
— Nu artístico? — Aiden perguntou. — Como você foi de
leather daddies para nu artístico?
Meryn piscou.
— Não sei. Só fiquei clicando nos links e antes que
percebesse...
Rheia deu a Meryn um olhar de simpatia.
— Eu já fiz algo assim antes. Pesquisei no Google os
currículos de educação domiciliar para a Penny, o que me
levou a um site sobre vida autossuficiente, depois enlatamento
e depois preparação para desastres. Desliguei quando percebi
que havia passado uma hora lendo sobre suicídios em cultos.
Aiden empalideceu.
— O Google é perigoso?
— Isso acontece comigo o tempo todo, é como eu aprendo,
— disse Meryn. — Mas geralmente é sobre respingos de
sangue, assassinos em série e fazendas de cadáveres.
Declan se inclinou para frente.
— O que diabos é uma fazenda de cadáveres?
O rosto de Meryn se iluminou.
— É onde instalações de pesquisa colocam um monte de
cadáveres em um campo com gaiolas ao redor deles, para os
necrófagos não conseguirem mexer e eles estudam coisas como
a taxa de decomposição e quanto tempo leva para os insetos
entrarem no corpo, e crescimento de larvas, coisas assim.
Aiden cuspiu seus waffles e cobriu a boca com a mão.
Serenity ouviu arfadas secas e viu que Colton estava por um
fio. Laelia levantou-se de seu assento e colocou uma mão nas

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Alanea Alder
costas dele. Serenity enviou magia calmante ao redor da mesa
para acalmar as barrigas mais delicadas.
Sebastian suspirou.
— Agora que o café da manhã acabou, vou trazer café
extra, lattes e expressos para fortalecer todos para o dia.
Ryuu deu um tapinha na cabeça de Meryn e olhou ao
redor da sala.
— Ela não é adorável?
Colton olhou para Aiden com os olhos um pouco
selvagens.
— Graças aos deuses que o Keelan não estava aqui para
ouvir isso. — Aiden assentiu.
Meryn espirrou ketchup sobre seus ovos mexidos. Colton
e, surpreendentemente, Rex saíram correndo da sala. Meryn
riu e continuou comendo. Laelia balançou a cabeça e se sentou
novamente. Radclyffe esfregou as costas dela.
— Você tentou, querida.
— Adorável, — Ryuu repetiu.
Kendrick riu.
— Isso ela é mesmo.
— Graças a Deus que os gêmeos não estavam aqui, —
disse Rheia recostando-se na cadeira enquanto Hal começava
a recolher os pratos.
Serenity viu quando Meryn ficou realmente interessada
em seus ovos. Ela não foi a única que percebeu.
Aiden se inclinou.
— O que eles estão fazendo, Meryn?
— Hmmm? — ela o olhou com os olhos arregalados.

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Alanea Alder
 — Meryn, — ele rosnou.
— Não foi ideia minha, — ela começou.
— O que não foi ideia sua?
Ela respirou fundo e hesitou.
— Você realmente, realmente quer saber? Quero dizer,
mais tarde você não vai mentir ao conselho quando disser que
não tinha ideia do que estava acontecendo.
Os olhos de Aiden saltaram.
— O que em nome dos deuses eles estão fazendo?
— Beeeem, — Meryn arrastou a palavra.
Quando Aiden se atrapalhou na cintura procurando por
seu walkie-talkie, ela o agarrou e começou a falar rápido.
— Os gêmeos e eu não gostamos de como o DeLaFontaine
machucou tanto o Pip. E ele é nosso irmão agora, então nós
meio que somos legalmente obrigados a defendê-lo e garantir
que isso nunca aconteça novamente.
Os olhos de Pip se encheram de lágrimas.
— Eles estão fazendo algo por mim?
Meryn se virou na cadeira para encará-lo.
— Sim. Seu pai biológico fez coisas muito ruins que
machucaram muitas pessoas, mas uma das piores coisas que
ele fez foi maltratar você. Seus pais e tutores devem cuidar de
você e alimentá-lo e fazê-lo se sentir seguro, e ensiná-lo a
trilhar seu caminho no mundo. Mas ele não fez nenhuma
dessas coisas e ele te machucou. Eventualmente ele vai pagar
por seus crimes contra a cidade e seu povo, nós só queríamos
garantir que ele pagasse pelo que fez a você também.
Aiden recostou-se.

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Alanea Alder
 — Não consigo nem ficar bravo com isso. Tenho certeza
de que o que quer que você faça valerá qualquer sermão que o
conselho venha a fazer.
Magnus pigarreou.
— Parte do conselho está sentado bem aqui. — Meryn
engoliu em seco e ele continuou: — Considerando a gravidade
de seus outros crimes, eu não consigo imaginar que seu
sermão seja muito severo. — Ele a olhou cuidadosamente. —O
que você fez?
Meryn sorriu.
— Diarreia.
Magnus se virou para Ryuu.
— Simplesmente adorável.

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Alanea Alder
 Capítulo 9
Serenity e seu companheiro, com Meryn e Pip a reboque,
alcançaram os gêmeos na batcaverna de Meryn. Meryn correu
até eles.
— Deu certo? — ela perguntou, enquanto se reuniam em
torno de um monitor.
Nigel assentiu.
— Achamos que sim. Porém, esquecemos que o cara que
atacou a Kari e o Jervasius Régis ainda estava lá, então eles
podem ter sido atingidos também.
Meryn deu de ombros.
— Bem feito para eles.
Serenity se inclinou sobre o ombro de Meryn para ver o
que parecia ser um vídeo em circuito fechado.
— Tem som? — ela perguntou enquanto observava
DeLaFontaine ter um ataque de raiva épico. O outro prisioneiro
já estava dobrado sobre si na privada.
Neil riu.

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Alanea Alder
 — Sim, mas baixamos o volume. Ele está xingando muito
e fazendo ameaças de morte. Opps! — ele apontou para o
monitor enquanto DeLaFontaine corria para o canto
atrapalhando-se com as calças. Ele se virou para Meryn. —
Colocar a raiva como um gatilho foi genial.
— Uh, oh, — Nigel sussurrou enquanto observavam Leif
e Travis entrarem. Eles só deram dois passos quando os dois
cobriram a boca e começaram a engasgar.
Os olhos de Neil estavam enormes enquanto observavam
os dois guerreiros da unidade se afastarem das celas.
— Eles devem ter entrado porque o DeLaFontaine
começou a gritar. Eles vão nos matar, eles estão de guarda lá
esta semana.
Meryn riu.
— Fiquem perto do Kendrick, — ela aconselhou.
Serenity se voltou para Pip, que observara tudo em
silêncio.
— Pip, você está bem?
Meryn e os meninos se viraram para olhar para trás, onde
Pip estava de lado. Neil parecia preocupado.
— Fomos longe demais? — ele perguntou.
Pip se aproximou alguns passos.
— Ele parece tão pequeno na sua tela. — Sua mão se
estendeu para tocar o monitor. — Ele sempre foi tão?...
— Imperfeito? — Meryn perguntou fornecendo a palavra.
Pip concordou. Meryn bateu o quadril com o dele. — Acho que
ele parece menor para você porque o seu mundo ficou maior.
Pip a olhou franzindo o cenho.

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Alanea Alder
 — Por que eu queria tanto a aprovação dele?
Meryn se voltou para a tela.
— Porque ele é o seu pai e não importa o quão horríveis
eles sejam, sempre queremos a aprovação da nossa família.
Pip endireitou as costas.
— Ele não é a minha família. Não mais.
Neil passou o braço em volta do ombro deste.
— Você nos tem agora. Nós mesmo ainda estamos
aprendendo muito, mas talvez seja por isso que podemos
ajudá-lo mais. Os guerreiros se esqueceram de como é crescer
no nosso mundo.
Pip se animou.
— Você pode me ajudar a voar melhor? Eu ainda oscilo.
Os gêmeos sorriram um para o outro e Nigel assentiu.
— Com certeza podemos. Se puder esperar um pouco,
estamos compilando todas as imagens de vídeo que coletamos
dos Fossos para a Meryn. Depois disso, podemos ir com você.
Você não precisa se preocupar em cair com a gente perto. Pode
praticar o quanto quiser.
Neil olhou para Meryn.
— Quer vir conosco?
Ela balançou a cabeça.
— Eu vou com a Serenity e o Micah quando forem olhar
os pequenos. Então, depois disso, temos que voltar ao Nível
Um para uma reunião chata pra caramba com figurões.
Serenity olhou para Meryn.
— Eu não sabia que você queria dar uma olhada nas
crianças.

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Alanea Alder
 Meryn piscou para ela.
— Não quero. Mas vou junto para visitar o Sr. Culpepper
e o Velho Richter no Nível Seis para que possam me alimentar.
Serenity olhou para Meryn.
— Você não se importa com as crianças?
Meryn deu de ombros.
— Eu não as conheço, nem seus pais. Não sou enfermeira
e meio que não gosto de crianças no geral. A Penny é uma
exceção porque ela é uma Whovian6.
— Mas você está grávida, — Serenity apontou.
Meryn olhou para a barriga com surpresa.
— Estou?? Como isso aconteceu? — ela perguntou
sarcasticamente.
— Você sabe o que quero dizer, — Serenity disse
gentilmente tocando-lhe o nariz.
Meryn franziu o rosto e esfregou o nariz.
— O Aiden queria um pequeno terrorista. Além disso,
acho que meu filho vai ser fodão, então é claro que vou amar
ele ou ela.
Pip sorriu para Meryn timidamente.
— Eu acho que você será uma mãe incrível. — Os gêmeos
acenaram em concordância e Meryn corou furiosamente.
— A Beth disse que só tenho que garantir que não estejam
morrendo de fome, se machucando ou balançando em um
canto. Isso não parece muito difícil e terei o Ryuu comigo.
Micah bagunçou seu cabelo castanho curto.

6 Whovian é uma denominação dada aos fãs de Doctor Who.

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Alanea Alder
 — Você consegue, minha florzinha delicada.
Ela lhe sorriu.
— Eu amo seus apelidos. Em casa eles apenas me
chamam de Ameaça. Os seus são mais legais.
Micah levou a mão ao peito.
— Não os odeie porque eles não são eu, — ele disse em
um tom trágico.
Serenity cruzou a perna na frente de si e chutou
suavemente o interior do joelho de Micah, fazendo-o
cambalear. Os gêmeos riram e Micah virou a cabeça para lhe
dar uma piscadela.
— Bobo, — ela disse calorosamente.
— O seu bobo, — ele corrigiu.
— Eu disse que ele era legal, — Meryn ressaltou.
Serenity lhe sorriu.
— Disse e estava certa. A Destino me deu o companheiro
mais perfeito do mundo inteiro.
Micah se endireitou e puxou-a para seus braços de forma
que suas costas estivessem contra seu peito. Ele passou os
braços frouxamente em volta da cintura dela.
— Eu que sou o sortudo.
— Awww vocês são tão fofos, — Meryn disse, parecendo
feliz por eles.
— Meryn, se quer tempo para comer é melhor subir agora,
— disse Neil apontando para a hora no monitor. — Eu sei como
você pode começar a falar com o Sr. Culpepper.
Micah puxou o walkie-talkie da cintura.
— Ryuu, estamos indo para o Nível Seis com a anã.

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Alanea Alder
 Um momento depois, Ryuu respondeu:
— Um momento, estou a caminho.
Meryn inclinou a cabeça.
— Por que você ligou para ele se você é o meu guarda?
Micah prendeu novamente o walkie-talkie.
— Porque aquele homem não vai me esfolar vivo caso algo
possa acontecer contigo. Se fosse apenas você e eu, eu poderia
não ter ligado para ele. Mas como a minha preciosa vem
conosco, eu sei que meu foco estará nela.
— Você não tem ideia de como fico feliz em te ouvir
admitir tal coisa, — Ryuu disse, entrando pela porta. — Me
tranquiliza saber que você leva essas coisas em consideração
quando está protegendo minha denka.
Micah sorriu travessamente.
— E eu não quero acabar eletrocutado por uma luz azul.
A boca de Ryuu se contraiu.
— E tem isso.
Meryn se virou para os meninos.
— Divirtam-se e certifiquem-se de que a rede está no
lugar antes de praticar com o Pip.
— Sim, Meryn, — os gêmeos disseram em uníssono.
Meryn foi para o lado de Ryuu.
— Vamos pegar um pouco de comida.
Serenity pegou a mão de Micah.
— E verificar as crianças.
Meryn deu de ombros.
— Sim, eles também.
*****

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Alanea Alder
 Quando chegaram ao Nível Seis, Meryn
surpreendentemente ficou com eles enquanto se dirigiam para
o hospital.
— Eu pensei que você não gostasse de crianças? — Micah
perguntou.
— Isso não significa que eu as quero doentes também.
Talvez eu possa afofar travesseiros ou algo assim.
Quando entraram no hospital, Ryuu imediatamente
assumiu uma postura protetora na frente de Meryn. Ao redor
deles, as crianças estavam se debatendo, sibilando e atacando
seus guardiões.
Serenity se virou para Ryuu.
— Tire-a daqui. Nós os encontraremos naquele vendedor
que ela gosta. — Ryuu simplesmente assentiu e conduziu
Meryn de volta para fora. No segundo em que se foram,
Serenity e Micah correram para camas diferentes para ajudar
os pais.
Atrás dela, ela ouviu Hawthorne, Kendrick e Micah
lançando o feitiço de Immobiles em um esforço para proteger
as crianças. Serenity imediatamente foi até Ellie.
— O que eu posso fazer? — ela perguntou ao se
aproximar.
Ellie estava lutando para prender os braços de uma das
meninas.
— O que puder para acalmá-los! — Ellie gritou.
Serenity olhou ao redor da sala. Laelia já havia estendido
sua magia no lado esquerdo da sala e Radclyffe no direito. Em

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Alanea Alder
vez de tentar alcançar cada criança, ela usou seus melhores
amigos como condutes e começou a enviar seu poder a eles.
No olho de sua mente, Serenity se concentrou em ativar
as partes do cérebro que regulavam o sono. Ela gradualmente
começou a aumentar os níveis de melatonina.
— Dormite, dormite, dormite, — ela sussurrou instando-
os a dormir.
Demorou mais de dez minutos se concentrando em
regular seu fluxo de poder antes de uma mão acariciar seu
ombro.
— Eles estão dormindo, minha preciosa, — Micah disse
suavemente.
Quando ela retirou o último traço de seu poder, seus
joelhos cederam e ela foi pega nos braços do companheiro.
— Nós vamos para o estande do Culpepper, — Micah
sussurrou.
Serenity lutou para manter os olhos abertos.
— Laelia, Radclyffe?
— Estamos aqui, — disse uma voz suave ao seu lado.
Serenity virou a cabeça e sorriu para os amigos. O rosto de
Laelia parecia pálido, mas fora isso esta parecia bem. —
Graças aos deuses que chegou quando chegou. Tínhamos
acabado de lhes dar seus lanches quando eles começaram a
ficar fora de controle.
— Seu poder? — Serenity perguntou.
Laelia balançou a cabeça.
— Está melhor do que o seu.
Rheia se aproximou correndo.

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Alanea Alder
 — Ela está bem?
Serenity assentiu.
— Apenas exausta.
Rheia olhou por cima do ombro para a sala.
— Quanto tempo temos antes que eles acordem?
Serenity bocejou.
— Doze a quinze horas sem dúvida. Se você não colocou
cateteres neles, pode querer dizer aos pais para coloca-los em
fraldas.
Rheia mordeu o lábio inferior.
— Você pode me garantir que eles ficarão apagados por
pelo menos doze horas?
Laelia colocou uma mão reconfortante no ombro de
Rheia.
— Se Serenity disse doze, serão doze, no mínimo. Eu
ficaria surpresa se as crianças acordassem novamente antes
do café da manhã de amanhã. No momento, elas estão
dormindo melhor do que qualquer pessoa na cidade. Serenity
os encheu de melatonina.
Rheia exalou.
— Vou pedir aos pais para colocarem as fraldas nas
crianças, então ver se podemos persuadi-los a dormir um
pouco. Os gêmeos alargaram as alcovas onde as camas ficam
para acomodar as poltronas de visitantes, é hora de usá-las.
Faremos rodízio na função de enfermagem para manter as
crianças limpas e confortáveis. — Ela se virou para Laelia e
Radclyffe. — Vocês dois estão de folga. São essencialmente

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Alanea Alder
nossa única forma de remédio. Vão para casa, durmam,
relaxem e recarreguem as baterias. Essas são ordens médicas.
Marjoram se aproximou de Rheia e apontou para a porta.
— Eu cuido dos pais. Estou mandando vocês, meninas,
para o Nível Um, para descansar um pouco. Nos encontramos
na antecâmara antes do jantar.
Ellie e Anne saíram com os companheiros. Anne passou
um braço em torno de Rheia.
— Vamos descer agora. Kendrick e eu vamos participar
da reunião no Nível Um para que você e Ellie possam
descansar um pouco. Se alguma loucura acontecer, contarei
tudo a vocês.
Serenity olhou para Micah.
— Precisamos ir buscar a Meryn.
Os olhos de Kendrick percorreram a sala.
— Ela não está aqui, está?
Micah balançou a cabeça.
— Não, nós a enviamos para a barraquinha do Sr.
Culpepper no momento em que vimos o que estava
acontecendo.
Os olhos de Kendrick se arregalaram.
— Sozinha?
Serenity bufou.
— Claro que não, seu escudeiro está com ela.
Kendrick pareceu aliviado.
— Vamos pegar nossa anã e ir para o Nível Um.

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Alanea Alder
 Serenity pensou em pedir a Micah para colocá-la no chão,
mas ela estava muito confortável. Ela fechou os olhos e apoiou
a bochecha em seu ombro.
Micah roçou os lábios de um lado ao outro em sua testa
antes de beijá-la.
— Assim que pegarmos a Meryn, voltaremos para a
minha casa.
Serenity suspirou.
— Por mais que eu queira relaxar no seu jardim, acho que
devemos ir naquela reunião e depois ver como está a Vivi. Ela
também está grávida e o estresse deve estar a afetando.
Os olhos de Micah estavam cheios de preocupação.
— Você gastou muita magia fazendo essas crianças
dormirem. Você precisa descansar.
— Posso descansar durante a reunião. Não vou fazer uma
apresentação nem nada. Só quero ouvir. — Ela se inclinou
mais contra ele. — Eu também sei dizer quando a frequência
cardíaca muda ou se as pessoas começam a suar. Gavriel e
Magnus podem precisar de uma avaliação mais tarde.
Micah aninhou-a perto.
— Entre você e Meryn, qualquer culpado não tem chance.
— O que quer dizer?
Ele piscou um olho.
— Te digo lá embaixo.
— Meryn, vamos lá, — Rheia falou enquanto se
aproximavam do estande do vendedor.
A cabeça de Meryn apareceu por trás da aba de lona.
— As crianças não estão mais loucas pra caramba?

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Alanea Alder
 Rheia cobriu o rosto com a palma da mão.
— Oh, Meryn, — ela murmurou.
Meryn saiu com Ryuu atrás de si.
— O quê? Diga-me que o que eu vi lá não foi um exemplo
perfeito de loucura.
Kendrick só conseguiu assentir.
— Você está absolutamente correta, Meryn. Agora,
vamos. É hora de se divertir com a reunião no Nível Um.
Os olhos de Meryn se animaram.
— Massa!
Rheia olhou para Serenity.
— A política é como um grande jogo para eles.
Kendrick levantou uma sobrancelha.
— Um em que somos muito bons.
Rheia bocejou.
— Bem, vou pular essa reunião. Sei que a Kari
transcreverá tudo, em triplicata e codificado em cores até o
jantar, então pego os destaques lá.
Ellie sorriu.
— Você está certa, ela vai fazer isso. Eu mesma não me
sinto tão mal por pular isso.
Grant acariciou seu pescoço com o nariz.
— Você precisa descansar. Você esteve com as crianças à
manhã toda. Vamos deixar o Benji com a Adora um pouco mais
e tirar uma soneca.
Laelia e Radclyffe acenaram e se dirigiram para a casa
onde estavam hospedados com Marjoram. O resto foi para o
túnel e se separou assim que chegaram ao Nível Um. Ellie e

My One and Only

Alanea Alder
Grant acenaram e continuaram caminhando em direção a
habitação dos Ambrosios. Rheia entrou na habitação dos
Rioux em direção a seus quartos de hóspedes, enquanto todos
os outros viraram à esquerda em direção à sala de reuniões.
Do lado de fora da porta, Micah gentilmente a colocou no
chão.
— Eu gostaria de poder te segurar o dia todo.
— Seus braços iriam cair, — ela brincou enquanto
entravam e se sentavam nos assentos reservados para eles na
frente. Em torno de todo o perímetro da sala, guerreiros da
unidade estavam de pé, os pés ligeiramente separados e as
mãos cruzadas atrás das costas. Em vez de se sentar ao lado
da companheira, Aiden permaneceu de pé no palco olhando
para a multidão.
Serenity se voltou para o companheiro e se inclinou para
perto.
— O que você ia me dizer sobre a Meryn? — ela
sussurrou.
Micah lançou um rápido feitiço de insonorização.
— Muitas pessoas não sabem, mas ela é empática. Ela
pode ler emoções e geralmente sabe dizer quando alguém está
mentindo.
Serenity se virou e olhou para a pequena humana que
estava conversando com Anne e Kendrick.
— Aquela maluquinha é empática? Aquela que não se
importava de verdade se as crianças estavam doentes? Aquela
humana?
Micah riu.

My One and Only

Alanea Alder
 — Não use sua honestidade contra ela. Ela teve uma
infância difícil, então nunca aprendeu realmente a confiar nos
outros. Mas está melhorando. Quando chegou aqui, mal nos
deixava bagunçar seu cabelo. E você a viu no jantar na outra
noite, ela de boa vontade deu um abraço no Pip.
— Se alguém precisa de abraços, é o Pip. Aquele pobre
jovem passou pelo inferno, — disse Serenity, pensando no
adorável vampiro.
Micah balançou a cabeça.
— Se alguém precisa de um abraço, é a Meryn. — Seus
olhos ficaram sérios para variar. — Por que você acha que ela
entende o Pip?
Serenity se voltou para realmente olhar para Meryn. Era
verdade que a mulher era estranha, maluca e geralmente não
gostava das pessoas no geral, mas não havia como negar a
profundidade de emoção que exibiu quando contou a Pip
porque sentiam a necessidade de punir DeLaFontaine.
— Ela é tão pequena, — disse Serenity. — Há tanto nela
que é difícil imaginar que tudo esteja espremido em seu
minúsculo corpo neurótico.
Micah riu.
— Você não viu o que é neurótico ainda. Vamos pular o
café na nossa casa amanhã e ir direto para o Nível Um. A
Meryn sem café é um show.
Serenity estava prestes a responder quando Kari se
aproximou do pódio. Gavriel e Adriel sentaram-se em duas das
três cadeiras vazias no palco. Micah desfez seu feitiço de
insonorização.

My One and Only

Alanea Alder
 Kari deu batidinhas no microfone.
— Silêncio, por favor? — Em torno deles, os murmúrios
cessaram imediatamente. — Obrigada.
Lentamente, Serenity enviou sua magia de forma que mal
tocasse os presentes. Ela a manteve em uma frequência bem
baixa para que ninguém notasse. Ao menos foi o que pensou.
Meryn se virou na cadeira para franzir a testa para ela.
Serenity balançou a cabeça e Meryn assentiu, então deu a Kari
toda a sua atenção.
— Obrigada a todos por terem vindo em tão pouco tempo.
Temos muito sobre o que falar, então quero começar
imediatamente. — Ela digitou no iPad no pódio. — Nosso
primeiro ponto do dia é...
Hugo Evreux se levantou.
— Sem ofensas a você, Srta. Kari, mas por que o príncipe
não é quem está presidindo?
Gavriel se levantou e simplesmente projetou sua voz.
— Por favor, não me faça presidir. Não sou nem um pouco
tão organizado quanto ela, — disse ele de uma maneira gentil.
Ao redor da sala, todos riram. Hugo concordou.
— Ela é mais bonita também, — ele disse piscando um
olho para Kari antes de se sentar.
Ao lado dela, Serenity viu Meryn inclinar a cabeça, em
seguida, inclinar-se em direção a Kendrick.
— Veja, ele não é um babaca. Talvez não seja genético.
A sala inteira se virou para olhá-la e suas bochechas
ficaram vermelhas.

My One and Only

Alanea Alder
 — Certo. Audição paranormal, ainda estou aprendendo
isso, obviamente. — Gargalhadas tomaram conta da sala. No
palco, Gavriel se virou e seus ombros tremiam. Kari, por outro
lado, parecia mortificada. Meryn murmurou: “Sinto muito”.
Kari deu um sorriso fraco, tomou um gole de água e pigarreou.
Ao lado dela, Gavriel sentou-se novamente, embora tentasse
parecer severo, sua boca estava se contraindo horrivelmente.
— Mantendo a atmosfera alegre, fico feliz em anunciar
que o Príncipe Magnus se recuperou totalmente e pode se
juntar a nós em breve.
Serenity sentiu um grande puxão em sua magia e olhou
para a fileira. Embora estivesse batendo palmas com todos os
outros, a frequência cardíaca daquele homem disparara.
Meryn seguiu sua linha de visão. Ela semicerrou os olhos e se
virou para olhá-la. Ela abriu a boca para dizer algo, em
seguida, pegou o telefone. Digitou algo, então o entregou a ela.
Serenity sentiu a respiração falhar quando viu as palavras
digitadas no bloco de notas.
Ódio, confusão, raiva. Muitos riscos vermelhos e manchas
de óleo preto.
Ela passou o telefone de volta para Meryn e continuou a
monitorar a sala.
Javier se levantou.
— Que notícia maravilhosa, Kari! O que está atrasando
ele?
Kari franziu a testa.

My One and Only

Alanea Alder
 — Infelizmente, isso tem a ver com as más notícias que
eu tinha para compartilhar. As crianças pioraram novamente,
ele está sendo informado por um dos médicos nesse momento.
Instantaneamente, ela sentiu um choque de satisfação do
homem.
Baixinho, ela ouviu Meryn sussurrar:
— Babaca. — Felizmente, todos os outros começaram a
falar baixinho com o anúncio de Kari, então não a ouviram.
Javier se sentou novamente quando Kari levantou a mão
pedindo silêncio mais uma vez.
— Obrigada. Embora o Príncipe Magnus tenha se
recuperado, o Príncipe Gavriel ainda está liderando as várias
investigações sobre este vírus misterioso e outros crimes
contra nosso povo. — Ela deu um grande suspiro. — É com o
coração pesado que confirmo o que alguns de vocês já devem
ter ouvido como boato. Ivan DeLaFontaine e Jervasius Régis
foram presos e atualmente estão detidos nas celas de detenção.
Ao redor deles, todos começaram a falar ao mesmo tempo.
Perguntas foram gritadas para Kari e discussões surgiram ao
redor da sala. Gavriel se levantou com o rosto sombrio.
— Quietos, — este disse em voz baixa, mas severa.
Quando todos ficaram em silêncio, ele continuou: — Há outra
razão pela qual vocês não me querem presidindo, — seus olhos
ficaram carmesim e quase todos instintivamente se afastaram.
— Eu mal estou conseguindo controlar minha raiva.
Informações recentes que me foram dadas, juntamente por
ouvir os nomes desses dois traidores novamente, me
colocaram no pior humor em que estive em séculos. — Ele

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respirou fundo. — Continuaremos a reunião, mas, por favor,
entendam que esta é, em sua maioria, uma comunicação
unilateral. Kari irá atualizá-los, avisá-los sobre novas
mudanças e então encerrar a reunião. Não estou procurando
uma resposta nem pedindo permissão para o que faremos. —
Ele se virou para Kari. — Por favor, continue.
Kari deu um breve aceno com a cabeça.
— Como eu estava dizendo, DeLaFontaine foi pego
tentando injetar na Princesa Vivian uma cepa pura do vírus.
Ele está sendo interrogado como nosso principal suspeito no
assassinato de Clara Garcia. Futuras acusações estão
pendentes conforme o vírus se espalha e fica pior. — Ela
digitou no iPad. — Jervasius Régis foi preso por sequestro,
cárcere privado, agressão sexual e, francamente, muitas
outras coisas nojentas para mencionar. — Ela olhou para a
multidão. — Ele forçou Bree a ser sua esposa, eu me recuso a
usar o termo companheira, já que ele sabia que seu verdadeiro
companheiro era seu escudeiro, Pavil Desrosiers. Ela viveu
com ele contra sua vontade enquanto Jervasius ameaçava
matar Pavil se ela partisse. — Ofegos foram ouvidos ao redor
deles. Kari continuou: — O Príncipe Gavriel vê isso como uma
traição séria a tudo o que consideramos sagrado. Jervasius
enfrentará o tribunal assim que todos os Anciãos puderem
retornar à cidade. — Ela endireitou as costas. — Isso deixou
nossos líderes com algumas decisões sérias a tomar.
Jervasius, é claro, será substituído por seu filho, Jourdain,
como o novo chefe da Família Fundadora Régis. — Ela fez uma
pausa enquanto Jourdain se levantava e recebia uma breve

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salva de palmas. Ninguém pareceu surpreso, ele era a escolha
óbvia. Kari bateu exatamente duas palmas e retomou o
anúncio. — Como DeLaFontaine não tem nenhum herdeiro
documentado, os Príncipes Gavriel, Adriel e Caspian, junto
com a Princesa Vivian e mais tarde o Príncipe Magnus,
concordaram que, dado os relatórios perturbadores do Nível
Cinco, é sua decisão unânime elevar um dos filhos de Família
Nobre para servir como o novo chefe da Família Fundadora do
Nível Cinco. — As cabeças se viraram enquanto aqueles ao seu
redor tentavam descobrir quem poderia ser escolhido para
uma elevação tão prestigiosa. Kari sorriu calorosamente. — É
com grande honra que lhes apresento, pela primeira vez, nosso
mais novo chefe de Família Fundadora, Warrick Fortier. —
Warrick se afastou da parede, onde estivera com seus
companheiros guerreiros, e caminhou para a frente do palco.
O homem que parecera tão triunfante com a angústia das
crianças se levantou.
— Impossível! — ele gritou.
O olhar gélido de Warrick se voltou para o homem.
— Tio. Obrigado por se levantar. Isso facilitou muito te
localizar no meio da multidão. — Ele se virou para Viktor. — A
Unidade Iota poderia, por favor, prender Gerald e Andre
Dubois e levá-los às celas de detenção para interrogatório?
Viktor deu um sorriso maligno para um congelado
Gerald.
— Com prazer.
Gerald tentou correr, mas Hugo esticou uma perna longa
e o fez tropeçar. Outro homem impediu que Andre fugisse e os

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guerreiros os escoltaram para fora da sala. Warrick se voltou
para a multidão.
— Eu sei que houve muitas mudanças ultimamente.
Acredite em mim, eu não estava esperando por isso, — ele
esfregou a nuca.
— Vá em frente, filho, — gritou Hugo.
Warrick assentiu.
— Eu conheço muitos de vocês por participar de eventos
com meu tio, espero que por agora me conheçam como um
homem honesto e um guerreiro orgulhoso para minha cidade.
Estou pedindo sua confiança agora. — Ele apontou para a
porta pela qual seu tio acabara de ser arrastado. — Não posso
divulgar porque eles estão sendo presos, mas posso dizer que
descobri recentemente que eles são responsáveis por ferir
muitos cidadãos inocentes no Nível Cinco. Esses crimes são
tão hediondos e abrangem tantos da Família Nobre que pedi
ao Príncipe Gavriel para dissolver a casa completamente. Neste
momento, não temos planos futuros para a casa.
— Príncipe Gavriel, — gritou um homem, levantando-se.
— Não queremos desrespeitá-lo, mas o que está sendo
discutido afeta famílias que governaram por gerações. Não
havia mais nada que pudesse ser feito? — ele perguntou em
tons suaves e regulares.
Gavriel balançou a cabeça.
— Sei que essas medidas parecem extremas para vocês,
mas vou pedir sua confiança como Warrick pediu. Estou
tentando desesperadamente salvar esta cidade e não me refiro
à ameaça do vírus. Algo mais sombrio se enraizou nesta cidade

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e está se espalhando como um câncer. O que veem como
mudanças em famílias definidas, eu vejo como uma cirurgia
precisa para remover a doença que, se deixada do jeito que
está, destruirá nossa cidade.
Serenity conseguia sentir o efeito das palavras de Gavriel
na multidão. Quase todos estavam tremendo com a terrível
mensagem compartilhada pelo príncipe. Não houve impulsos
de adrenalina. Ela se virou para Meryn, que já estava lhe
passando o telefone.
Medo, gratidão, esperança. Assustados pra caralho, mas
com boas vibrações.
Serenity assentiu. Isso combinava com as reações que ela
estava sentindo. Ela passou o telefone de volta para Meryn.
Olhou para o palco e viu que Kari as observava de perto.
Serenity encontrou seus olhos, então deu um aceno sutil e
lento. Kari estava prestes a continuar quando seus olhos se
arregalaram. Serenity virou a cabeça para ver o que ela estava
olhando.
Meryn se levantara e estava levantando a mão. Kari
parecia positivamente doente.
— Sim, Meryn?
Mais uma vez Meryn encontrou-se no centro das
atenções. Ela parecia um pouco assustada, mas respirou
fundo.
— Uh, vossos príncipes, — ela começou. Gavriel se
levantou e se aproximou mais da borda do palco.
— Basta falar como você normalmente falaria, — ele disse
gentilmente.

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 Kari cobriu o microfone com a mão.
— Você está louco? — ela exigiu. Como Meryn, ela
também se esqueceu da audição paranormal.
A tensão na sala caiu significativamente quando riram.
— Oh, deixe a pequena falar o que pensa, Srta. Kari, —
Hugo disse, seus olhos brilhando. — Mas talvez mova-a para o
palco para que possamos vê-la.
Meryn lhe sorriu.
— Eu sabia que gostava dele, — ela disse, subindo na
cadeira. Kendrick se levantou e colocou uma mão firme nas
costas dela. Meryn olhou ao redor da sala. — Ok, pessoinhas,
eu não sou daqui, mas conheci muitas pessoas legais desde
que cheguei, a maioria delas gente de verdade no Nível Seis. —
No palco, Kari gemeu com o termo “gente de verdade”. Meryn
a ignorou. — De qualquer forma. Já que o Warrick é um
guerreiro de unidade e costuma fazer patrulhas e rondas e
falar com diferentes pessoas em diferentes níveis. Em vez de
criar outra Família Nobre, por que não criar um mini conselho
de cidadãos que pode reunir as preocupações das pessoas e
apresentá-las para o Warrick para agirem? Ele pode abordar
as preocupações diretamente ou, como agora é uma pessoinha
de Família Fundadora, pode levar a preocupação para uma
reunião como esta.
Depois que ela terminou, houve silêncio. Meryn olhou em
volta nervosamente.
— Foi só uma ideia. — Kendrick a ajudou a descer e ela
se sentou rapidamente.

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 Gavriel continuou a olhá-la por mais um momento antes
de pular graciosamente do palco. Quando alcançou Meryn, se
ajoelhou sobre um joelho e pegou sua mão.
— Como sempre, você parece ver tudo mais claramente.
Em todos os meus longos anos, pensei que realmente entendia
o que significava liderar, mas você me humilha com sua
preocupação com meu povo, todo o meu povo, não apenas
aqueles que têm voz.
— Fazia sentido para mim, — ela sussurrou.
Gavriel se levantou e se virou para aqueles ao seu redor.
— Sinto que devo compartilhar que também foi Meryn
quem sugeriu que Warrick reivindicasse o nome da mãe,
estabelecendo Fortier como uma Família Fundadora como
deveria ter sido há muito tempo. Ela o fez porque “fazia
sentido”. — Ele fez uma pausa dramática. Serenity sentiu os
batimentos cardíacos de todos aumentarem. Olhou ao redor e
viu admiração e entusiasmo em seus rostos. Gavriel colocou a
mão sobre o coração. — Talvez essa sugestão dela também
esteja corrigindo um erro de longa data que nem sabíamos que
existia.
Hugo coçou o queixo.
— O que ela diz realmente faz muito sentido. Mesmo com
interação constante, é quase impossível conectar-se com todos
os nossos cidadãos. — Seu rosto ficou pétreo. — Se o que o
Príncipe Gavriel diz for verdade, então não conseguimos
detectar grandes transgressões. Eu sou totalmente a favor de
dar aos próprios cidadãos uma cadeira no governo na forma de
um conselho liderado por cidadãos.

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 Assim que as palavras foram ditas, todos concordaram
rapidamente com a ideia de Meryn. Gavriel pulou de volta no
palco para chamar a atenção de todos.
— Temos visto e ouvido coisas terríveis, mas acho que
também vimos como é a esperança. — Ele apontou para
Warrick e Meryn. — Mudar nem sempre é uma coisa ruim. Eu,
pelo menos, estou animado com nosso futuro, — ele disse
magnanimamente. — Dito isso, por favor, continuem apoiando
nossos esforços para curar as crianças. Obrigado por terem
vindo, bom dia.
Depois de dispensada, a multidão se levantou e começou
a falar uns com os outros. Havia uma certa luz nos olhos de
todos enquanto lançavam ideias sobre como ajudar a organizar
este novo Conselho de Cidadãos.
Serenity estava prestes a se levantar quando ouviu Meryn
rindo. Ela olhou em volta e viu que Kari estava encarando
brava a pequena humana.
Meryn se levantou e se espreguiçou.
— Ela vai me matar. — Serenity se levantou e olhou para
baixo.
— Você planejou isso?
Meryn balançou a cabeça.
— Na verdade não. Eu estava conversando com o Sr.
Culpepper enquanto comia meus espetinhos de carne e meio
que me dei conta de que eu participo dessas reuniões e nem
mesmo moro aqui, mas as pessoas que trabalham muito para
manter este lugar não podem vir.
— Você sabe que é incrível, certo?

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 Meryn deu de ombros.
— Eu apenas vejo as coisas de forma diferente.
— Ainda é incrível.
Meryn estava prestes a responder quando seus olhos se
estreitaram.
— Oh, nem a pau.
Do outro lado de Serenity, todo o corpo de Micah ficou
tenso. Quando Meryn foi direto para o palco, Serenity e Micah
seguiram bem atrás dela. Enquanto conversavam, o Príncipe
Magnus e Beth entraram na sala de reuniões e estavam
conversando com as pessoas na frente do palco.
Enquanto Hugo se afastava de Beth, outro homem se
aproximava. Quando este estava prestes a alcançar Beth,
Meryn encaixou seu pequeno corpo entre eles.
Ele olhou para baixo.
— Com licença, — ele a desprezou.
Meryn não recuou.
— Não.
— O que? — ele exigiu.
— Só porque você disse isso, não significa que eu tenho
que me afastar.
O homem ofensivo se aproximou direto do peito de Meryn.
— Jourdain, eu sugiro que vá embora, — Micah rosnou.
— Meryn, vamos, — Beth disse suavemente, parecendo
pálida. Serenity se aproximou e colocou um braço em volta
dela. Do outro lado da sala, ela viu Aiden e Gavriel distraídos
por diferentes conversas. Mas sentiu uma onda de alívio
quando viu Ryuu se aproximando deles rapidamente.

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 Meryn cruzou os braços.
— Saia do meu espaço pessoal.
Jourdain deu um sorriso malicioso.
— Só porque você disse isso não significa que eu tenho
que me afastar, — ele a repetiu.
— Olha, estando tão perto de mim eu assumo uma de
duas coisas. Ou você quer lutar comigo ou me foder. De
qualquer maneira, meu companheiro vai te matar, — ela disse
presunçosamente.
Jourdain deu um passo para trás, chocado com suas
palavras. Quando este rosnou e aproximou o rosto do dela,
Serenity ouviu um leve estalo, então os olhos de Jourdain
tremularam antes de fecharem e ele caiu no chão. Ao redor
deles, todos se afastaram, olhando em choque para o novo
chefe de Família Fundadora.
— Céus, — Beth disse, olhando para baixo.
Magnus os alcançou quase ao mesmo tempo que Ryuu.
Ele olhou para o corpo que se contorcia.
— Ele está morto? — o príncipe perguntou com um pouco
de alegria nos olhos.
Meryn balançou a cabeça e ergueu o que parecia ser uma
estranha varinha.
— Não, mas eu acabei com ele no choque. É a minha
chave de fenda sônica. Eu teria chutado ele nas bolas, mas o
Aiden disse que eu não posso mais fazer isso casualmente.
— Que pena, — Magnus murmurou. — Embora
substituir o chefe da Família Régis pela segunda vez em meia
hora pareceria ruim.

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 — Alguns de nós não se importariam, — disse Hugo
baixinho.
Ryuu estendeu a mão e Meryn entregou-lhe sua chave de
fenda. Esta brilhou em azul por um momento e ele a devolveu.
— Eu a recarreguei para você.
Meryn olhou a figura vulnerável de Jourdain. Beth riu.
— Não, Meryn.
— O que aquele bastardo fez com a minha Beth? —
Gavriel rugiu. Fazendo pessoas correrem para a saída.
Micah estava cutucando Jourdain com o pé.
— Nada desta vez, Gavriel. A Meryn a protegeu.
— Ela o quê? — Aiden exigiu. Ele e Gavriel se voltaram
para suas companheiras e começaram a examiná-las.
Beth bateu nas mãos de Gavriel, rindo.
— Eu estou perfeitamente bem. Ele nunca nem chegou
perto de mim. Meryn e Keelan me protegeram.
A respiração de Serenity perdeu o passo.
— Keelan? — ela perguntou.
Beth apontou para o dispositivo na mão de Meryn.
— Ele fez isso para ela.
— Por que não posso matá-lo? — Aiden rosnou.
— Porque estou ficando sem membros de Família
Fundadora para promover, — Magnus rosnou de volta.
Atrás deles, Hugo, Javier e Simon estavam se apoiando
enquanto gargalhavam. Leana e Marie olharam bravas para
Jourdain.
— Já era hora de alguém colocá-lo no lugar. Ele vem
aterrorizando a pobre Bethy há décadas, — Marie disse.

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 Kari cobriu o rosto com as duas mãos.
— Eu não consigo. Simplesmente não consigo. — Adriel
estava esfregando seus ombros e tentando não rir.
Serenity afastou Micah de Jourdain quando este
continuou a chutá-lo levemente para ver se ele respondia.
— Você é, sem dúvida, o maior bobo que já conheci.
Ele a girou e a inclinou para baixo.
— Você sabia disso.
Serenity virou a cabeça. Kari ainda estava tendo um
pequeno colapso, Aiden e Magnus estavam discutindo que
Jervasius tinha três filhos, Gavriel ainda estava examinando
Beth e os outros chefes de Família Fundadora estavam
cacarejando como hienas.
Ela olhou novamente para o companheiro enquanto ele a
segurava nos braços.
— Então por que meio que me assusta que você é o
normal?
Ele lhe beijou o nariz.
— Pelo menos nunca somos entediantes.

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 Capítulo 10
Micah olhou para a companheira adormecida e
silenciosamente usou o braço para balançar a cama de
plataforma. Ele esperava que o movimento oscilante a
mantivesse dormindo até o jantar. Ela tinha usado muita
magia hoje e precisava de tempo para recarregar.
Ele fechou a porta atrás de si e olhou para onde
Hawthorne ficara a vontade em sua sala de estar. Seus pés
estavam apoiados na mesa de centro e este usava seu iPad.
— Obrigado novamente por cuidar dela.
Hawthorne sorriu.
— Essa foi a tarefa mais fácil que recebi a semana toda.
Ela sabe onde você vai estar?
— Sim, lhe disse que estaria no Nível Um em uma reunião
com o Kendrick. Mas não imagino que ela acordará tão cedo.
— Eu senti o que ela fez no hospital, ela merece um
descanso.

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 — Ela fez ainda mais durante aquela reunião das
Famílias Fundadoras. — Micah olhou para trás, para a porta
que levava ao jardim. — Talvez eu devesse ficar aqui.
— Você disse que precisava falar com o Kendrick
enquanto as crianças estivessem desacordadas, antes que as
coisas enlouquecessem de novo, — o lembrou Hawthorne.
— Merda. Você está certo.
— Vá em frente. Posso cuidar daqui enquanto você está
longe.
— Ok, ok, estou indo. Obrigado novamente.
— Estou sempre a disposição, — disse Hawthorne.
Micah saiu da casa e correu ao túnel de transporte.
Saltou ao Nível Um e seguiu direto ao Jardim Real. Quando
perguntou a Kendrick se poderiam conversar em particular,
Kendrick arranjou para que se encontrassem ali para evitar
serem interrompidos.
Kendrick o estava esperando na porta.
— Bem na hora, — disse ele e colocou a mão na porta.
— Você tem acesso? — Micah perguntou.
— Eu tenho acesso a praticamente todos os lugares,
exceto os cofres. — Ele gesticulou com a mão. — Depois de
você.
Micah entrou no jardim e sorriu. Ele sempre amou
plantas, um subproduto de ter sido criado por uma bruxa da
terra. Eles caminharam ao interior e se sentaram em uma das
mesas de piquenique que os gêmeos instalaram.
Kendrick cruzou as mãos na frente de si.
— Então, para o que você queria me ver?

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 Micah fechou os olhos e lançou o feitiço de insonorização
mais forte que conseguia. Os olhos de Kendrick se
arregalaram.
— Micah, está tudo bem? — Ele olhou ao redor como se
avaliando qualquer risco em potencial.
Micah respirou fundo.
— Depois de acasalar com Serenity, contei a ela algumas
coisas sobre a minha família. Ela praticamente me implorou
para que eu viesse até você para pedir a sua ajuda.
As sobrancelhas de Kendrick se juntaram enquanto este
franzia a testa em preocupação.
— Eu sei que provoco a Serenity terrivelmente, mas não
há muito que eu não faria por ela. Ela é a irmã mais nova e
malcriada que eu nunca tive.
Micah hesitou. A próxima pergunta determinaria muito.
— O que você sabe sobre o massacre que aconteceu há
cinco mil anos atrás?
Kendrick piscou.
— O que você precisa saber?
Micah o encarou.
— Você sabe sobre isso?
Kendrick assentiu lentamente.
— Sim, mas como você sabe?
Micah balançou a cabeça.
— Por favor, isso é importante. Como você sabe?
Kendrick o estudou por um momento antes de responder.
— Meu pai me contou sobre isso. Eu estava fora do país
na época.

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 — E como seu pai sabia?
— Ele estava lá naquela noite.
Micah exalou.
— Tão poucos se lembram dos acontecimentos
verdadeiros daquela noite. Eu estava inteiramente preparado
para ter que reverter séculos de memórias falsas antes de
conseguir pedir a sua ajuda. — Ele queria deitar a cabeça na
mesa. — Você não tem ideia de como estou aliviado por você
ser um dos bem poucos que sabem.
— Micah, como você sabe? Você não é tão velho assim e
foi criado em Storm Keep, — Kendrick perguntou.
— Você sabe sobre a manipulação mental.
Kendrick assentiu.
— Mas não exatamente como funciona.
— A teoria mais precisa que li é de que a magia usada
naquela noite permeou as pedras do castelo Stormhart,
transformando-o numa torre de transmissão, emitindo
constantemente os falsos acontecimentos.
Kendrick se inclinou para frente parecendo animado.
— Eu nunca nem cheguei a considerar o castelo em si,
pensei que poderia ser alguma pedra poderosa alojada em uma
das torres.
Micah balançou a cabeça.
— O depoimento de uma testemunha ocular relatava que,
por apenas um momento, todo o castelo pareceu brilhar com
uma leve cor vermelha, como se estivesse manchado pelo
sangue derramado naquela noite.

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 — Eu tenho uma cópia de quase todos os livros escritos
sobre magia e a história de Storm Keep, e nunca li nenhuma
teoria sobre o massacre ou relatos de testemunhas oculares.
— Ele olhou Micah de perto. — De onde você obteve essa sua
informação?
Micah encontrou seus olhos, não sabia se era a influência
de Serenity, mas ele confiava em Kendrick.
— Eu sou o portador do Livro Veritas. É uma compilação
de depoimentos de diferentes bruxos antes que suas memórias
se apagassem. Temos até alguns relatos de um bruxo que
concordou com um tipo de terapia de regressão. Eles se
lembraram por tempo o suficiente para nos contar o que
sabiam, depois esqueceram novamente.
As mãos de Kendrick começaram a tremer visivelmente.
— Eu preciso ler esse livro.
Micah balançou a cabeça.
— Sou o único que tem permissão para ler suas páginas.
Preciso ler tudo pelo menos uma vez a cada dois dias ou até
mesmo eu começo a esquecer algumas das histórias.
— Micah, você não entende... — Kendrick começou.
— Sinto muito, Kendrick, mas minha resposta é não.
Desde aquela noite, cinco mil anos atrás, minha família
trabalhou e morreu criando este livro. Não estou tentando ser
difícil, mas minha família fez um juramento aos nossos
verdadeiros rei e rainha, e não serei eu que vou quebrá-lo. Meu
dever não é apenas revelar ao mundo o que aconteceu, mas
também fazer os responsáveis pagarem pelo que fizeram.

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 Kendrick piscou para conter as lágrimas. Micah se sentiu
péssimo.
— Entendo que é perturbador de se ouvir inicialmente...
Kendrick se levantou e rodeou a mesa. Micah tinha
certeza de que ia levar um soco e ficou chocado quando foi
levantado e recebeu um forte abraço.
— Uh, Kendrick. Nós dois estamos acasalados...
Kendrick começou a rir. Quando recuou, Micah pôde ver
lágrimas em seu rosto.
— Certo. Ótima reunião, eu tenho que ir.
— Meu nome é Julian Stormhart. Meus pais foram
levados a fugir de Storm Keep cinco mil anos atrás e os únicos
que poderiam ter feito tudo o que você disse são os membros
supostamente assassinados da família Whiteoak. A agência de
inteligência que a minha mãe criou, — Kendrick respirou
fundo tremulamente.
O peito de Micah se contraiu e sua garganta fechou. Por
algum motivo, ele parecia não conseguir respirar. Ele agarrou
a garganta e olhou para Kendrick em pânico.
A mão de Kendrick foi até as suas costas, forçando-o a se
dobrar ao meio.
— Respirações calmas e superficiais. Inspire. Expire.
Inspire. Expire, — disse ele suavemente.
— M-m-mo-rren-do, — Micah ofegou. Ele se virou para
olhar o homem que lhe estava permitindo morrer.
— Não, você não está morrendo, está tendo um ataque de
pânico, — Kendrick disse sorrindo-lhe.

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Alanea Alder
 Kendrick o levou de volta ao banco e se sentou ao lado
dele, virado na direção oposta enquanto se encostava na mesa.
— Melhor?
Micah manteve a mão no peito.
— Acho que sim. — Ele olhou para Kendrick. — Por que
você não está morto?
Kendrick levantou uma sobrancelha.
— Como você existe? Minha mãe estava convicta de que
seus amigos mais próximos morreram dando-lhes tempo para
escapar. Ela disse que foi como se o castelo se erguesse para
lutar contra os atacantes, mas não foi o suficiente.
Micah piscou repetidamente. Kendrick disse mãe, mas
estava falando sobre a rainha deles, a sua rainha! Kendrick lhe
deu um tapinha para que continuasse.
— Certo. Desculpe. Minha avó estava treinando com uma
unidade e sobreviveu. Foi ela quem começou o livro.
“Minha família começou a servir a sua antes do fim da
Grande Guerra. Sua mãe usou as informações que reuniu para
evitar batalhas sangrentas. Depois que a guerra acabou, eles
seguiram o casal real e assumiram diferentes posições no
castelo.
“Os Ashleighs se tornaram a espada e os Ironwoods o
escudo. Eles deviam ser vistos, respeitados e temidos para
fazerem seus trabalhos. Mas minha família precisava se
misturar para realizar seu serviço, então se tornaram as
empregadas, cozinheiras, serventes do estábulo e todas as
outras posições possíveis que lhes dariam mais acesso ao
reino.

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 “Os Ashleighs e os Ironwoods perderam a geração mais
antiga, os que viviam no castelo, mas os mais jovens
sobreviveram porque moravam juntos em propriedades
maiores próximas ao castelo.
“Sua mãe estava certa. Uma anotação no livro dizia que,
na noite do ataque, lutaram contra os invasores a cada
momento. Quase todos os servos, a minha família,
empunharam armas e isso mal foi o suficiente para
conseguirem escapar com vida.
Kendrick balançou a cabeça.
— Esse livro. A peça que faltava no quebra-cabeça. A
única coisa que poderia provar aos outros que algo realmente
aconteceu há cinco mil anos.
Micah girou no banco para encará-lo.
— Por que você não fez nada? Você poderia ter retomado
a cidade... — Ele se interrompeu quando Kendrick apenas lhe
sorriu de canto. — Certo, é difícil retomar uma cidade quando
não se lembram de quem você é.
Kendrick deu de ombro.
— E eu estava protegendo algo muito importante. —
Micah franziu a testa. Kendrick continuou: — Meu irmão,
Keelan.
Micah sentiu o peito contrair. Kendrick bateu nele
algumas vezes.
— Não vamos fazer isso de novo.
— O Keelan está ferido! — Micah gritou. Keelan era um
de seus príncipes. O último da linhagem que ele jurou
proteger.

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 — Sim, eu sei. Embora, tecnicamente, ele não esteja
ferido, apenas não está em seu corpo no momento.
— Você não pode colocá-lo de volta? — Micah perguntou.
Kendrick assentiu, mas em seguida balançou a cabeça.
— Ele está ocupado nesse momento agindo como a parte
consciente do perímetro que protege Lycaonia.
— Os fogos de artifício roxos, — Micah sussurrou.
Kendrick riu.
— Nos séculos em que Keelan serviu como um guerreiro
de unidade, eu não tinha ideia da loucura e diversão que ele
experimentava em sua vida cotidiana. Sabia que o Aiden acha
que garotinhas humanas são ninjas?
— Por quê? — Micah perguntou se sentindo
completamente confuso.
— Ele ouviu isso do Colton, — explicou Kendrick.
— Você percebe que esses dois são os guerreiros da
unidade de mais alto escalão do país, não é? — Micah apontou.
Kendrick sorriu.
— Incrível, não é? — Seu sorriso sumiu um pouco. —
Você deveria ver aqueles dois lutando. Nunca em todos os
meus anos vi algo que se aproximasse de quão magnífico eles
ficam, quando entram em combates corpo a corpo, colados de
costas um para o outro.
— Magnífico? — Micah perguntou cético.
Kendrick apenas acenou com a cabeça.
— Acho que é porque cresceram lado a lado. Antes mesmo
de receberem qualquer treinamento, engatinhavam juntos de
fraldas. É quase como se o Colton fosse uma extensão de Aiden

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quando estão lutando. Eles simplesmente sabem
instintivamente onde o outro está. — Ele olhou Micah nos
olhos. — Sem magia, eu não poderia vencê-los e estudei
diferentes técnicas de luta por milhares de anos.
— Eu realmente quero vê-los lutar agora, — confessou
Micah.
Kendrick olhou para o longe.
— Eles também são os melhores porque nunca deixam
um homem para trás. No dia em que o Ancião Airgead tentou
nos matar, o prédio do conselho estava caindo, eu tinha
desistido, mas a Unidade Alfa estava esperando por mim no
corredor. — Ele balançou a cabeça. — Eu devo-lhes muito.
O queixo de Micah caiu.
— O que diabos você quer dizer com quando o Ancião
Airgead tentou matá-los?
Kendrick estremeceu.
— É mesmo, você só ouviu a versão editada. — Ele
respirou fundo e começou a recontar os eventos reais daquele
dia e suas ramificações.
Micah engoliu em seco.
— Seus pais...
Kendrick contraiu a mandíbula.
— Ainda estão presos.
— Juro a você, pela minha vida, que não irei descansar
até que eles sejam libertados, — Micah jurou.
Kendrick apenas o olhou.
— Obrigado. Há muito tempo esqueci como é ter a
lealdade de uma família tão dedicada. — Ele inclinou a cabeça,

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lembrando Micah de Meryn. — Por que você não foi até os
Ashleighs ou os Ironwoods?
Micah apenas o olhou.
— Eles sabem?
Kendrick ergueu o dedo.
— Até agora, apenas Marshall Ironwood e Lily Camden
sabem. A verdade meio que foi revelada no jantar, quando
estavam visitando a Amelia. Na verdade, toda a Unidade Alfa
sabe. — Ele esfregou a nuca. — Eu não contei aos Ashleighs
ainda.
Micah soltou uma risada alta.
— O Thane vai te matar, — ele previu.
Kendrick estremeceu.
— Sim, eu realmente não estou ansioso por essa
conversa, embora saiba que vá acontecer em breve. Eu tirei
Marshall de sua missão para encontrar meus pais. Os
Ashleighs escutaram Marshall quando ele apresentou seu
relatório porque o respeitam, mas sei que enviaram vários
agentes para verificar se Marshall e Lily não estão sob qualquer
influência ou sendo coagidos.
— Eles conheceram a Lily Camden? — ele brincou.
Aquela mulher era uma força da natureza.
Kendrick lhe deu um sorriso maligno.
— Quer dizer, a tia biológica da Meryn?
— Quem diabos é essa pequena humana? — Micah
perguntou. Parecia que cada vez que se viravam, Meryn estava
no centro das coisas.

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Alanea Alder
 — Acredite em mim, sei exatamente o que você quer dizer.
Ela está sob a minha proteção no momento, mesmo que fosse
simplesmente porque Anne a adora.
— E ela adotou os seus primos, — disse Micah
maliciosamente. Ele ficou muito satisfeito com a forma como o
sangue se esvaiu do rosto de Kendrick. O homem lhe devia
após a revelação de sua identidade.
Agora era Kendrick que se levantara com uma mão no
peito.
— O quê?! Não! Isso é impossível. Eles-eles-eles...
— Respire. Inspire. Expire. Inspire. Expire, — brincou
Micah.
Kendrick levou um momento para se recompor.
— Isso não é verdade.
Micah acenou com a cabeça.
— Na verdade, é sim. Lembre-se, a minha família lida com
verdades e segredos. O primo do seu pai foi assassinado
naquela noite, mas a amante dele sobreviveu. Ela deu à luz e
a criança viveu feliz na ignorância e no desconhecimento.
Minha avó manteve um registro daquela linhagem acreditando
que fossem os últimos Stormharts. Os pais dos gêmeos foram
designados para fora e nunca mais voltaram a Storm Keep,
então os meninos foram colocados no orfanato. Houve alguns
momentos em que ela quase os tirou de lá, mas decidiu que
seria mais seguro não atrair atenção para eles. — Micah
apontou para Kendrick. — Você ajudou a criar seus primos e
nem sabia disso.

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Alanea Alder
 Kendrick voltou a sentar-se abruptamente, retornando ao
seu lugar no banco.
— Tem sido só eu e o Kee por tanto tempo, então o Kee...
— Seus olhos se estreitaram. — Aquele filho da puta perverso
ainda está no comando do orfanato?
Micah assentiu.
— Por que? Vai matá-lo? — ele perguntou
despreocupadamente. Quando Kendrick se virou para encará-
lo, seus olhos continham uma raiva tão assassina que o
chocou. Micah balançou a cabeça. — O pobre bastardo nem
sabe que já está morto.
Kendrick rosnou.
— Como a sua avó, não interferi porque não queria piorar
as coisas para eles e legalmente eu não tinha recursos, mas
agora que sei... — Ele parou.
Micah viu Kendrick ranger os dentes. Ele estendeu a mão
e deu um tapinha em sua perna.
— Olhe pelo lado bom. Pelo menos o cabelo ruivo
permaneceu na família.
Kendrick lhe deu um sorriso triste.
— Foi esse o motivo de eu ter partido, os nobres da corte
disseram que eu não parecia com meu pai. Eles não sabiam
nada sobre genes recessivos naquela época. — Ele soltou uma
risadinha. — Depois que meus pais foram levados a fugir de
Storm Keep, meu pai adorou cuidar de seu jardim. Com o
passar dos anos, tanta exposição ao sol deixou seu cabelo
ruivo. Eu finalmente vi de onde veio o meu cabelo.

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Alanea Alder
 Micah girou no banco para que pudesse se inclinar contra
a mesa também.
— O que fazemos agora?
— Eventualmente, gostaria de ler o seu Livro Veritas. —
Ele esfregou o queixo. — Por enquanto, nos concentramos em
curar esse vírus. Assim que pudermos sair da cidade, acho que
uma reunião com os Ironwoods e os Ashleighs está há muito
atrasada. — Ele virou a cabeça. — Nosso inimigo ainda está lá
fora. Esse nível de manipulação mental em massa... —
Kendrick olhou em volta. — Deuses! É por isso que você está
aqui, não é?
— Prestar o meu exame de guerreiro foi uma das coisas
mais difíceis que tive que fazer. Precisei pontuar alto o
suficiente para ser colocado na Eta, mas baixo o suficiente
para que não me mantivessem na cidade.
— Você encontrou alguma coisa? — Kendrick perguntou.
— Muitas, mas nada concreto o suficiente para explicar o
que aconteceu cinco mil anos atrás. Infelizmente, descobri que
as habilidades dos vampiros são muito subjetivas.
“Por exemplo. Um dia, uma vendedora no Nível Seis
conseguiu ouvir os pensamentos das pessoas ao seu redor. Ela
descreveu como se sua mente tivesse sintonizado numa
estação durante o dia. No dia seguinte, essa capacidade havia
desaparecido. Em outro caso, uma mulher foi atacada por seu
próprio companheiro. Sem o conhecimento dele, sua raiva por
ela atacou a mente de sua companheira. Ele foi tomando por
completo pela culpa, mas jurou que não tinha ideia do que
estava fazendo.

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 “Os vampiros mais velhos têm mais controle, mas mesmo
assim, eles precisam se concentrar apenas em uma única
pessoa. A menos que estejamos falando de um vampiro com
habilidades extraordinárias, você precisaria de pelo menos
alguns milhares de vampiros para obter o que aconteceu em
Storm Keep.
— Você só falou com mulheres? — Kendrick perguntou
curiosamente.
Micah assentiu.
— Era mais fácil me aproximar das mulheres.
Tristemente, grande parte delas simplesmente queria alguém
para ouvi-las. — Ele olhou as próprias mãos. — Tenho mentido
para os meus irmãos de unidade por todos esses anos. Meu
verdadeiro propósito ao ser designado para Noctem Falls era
aprender o máximo que pudesse sobre as habilidades dos
vampiros. Eu sinto que traí a confiança deles.
— Isso não é necessariamente verdade. Você nunca
mentiu abertamente para eles e, de acordo com Adriel, é o
melhor bruxo de unidade na cidade. Acredito que você foi além
no desempenho de seus deveres como guerreiro de unidade.
Você só tinha coisas que não podia lhes dizer, não apenas para
mantê-los seguros, mas também a muitos outros. Uma única
missão pode carregar dois propósitos, Micah, — Kendrick disse
numa voz firme, mas gentil.
Naquele momento, Micah soube que estava na presença
de seu rei.
— O que quer que eu faça? — ele perguntou. Kendrick
poderia lhe pedir para fazer praticamente qualquer coisa que

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não colocasse Serenity em perigo e ele o faria. Ao fazer essa
pergunta, queria que Kendrick soubesse que possuía sua
lealdade eterna.
Kendrick pareceu surpreso com o que a pergunta
implicava, então se recompôs.
— Flerte. Desfrute de estar acasalado. Proteja os seus
irmãos guerreiros e a cidade que serve. Chegará um momento
em que precisarei de sua ajuda, mas até então, viva cada dia
ao máximo. Temos dias sombrios pela frente e vamos precisar
dos dias atuais para nos sustentar no futuro.
— Eu, com certeza, consigo flertar, — admitiu Micah
tentando aliviar o clima.
— Não deixe a sua companheira ouvir isso. Ela pode
literalmente dar um nó nas suas bolas. Eu mesmo lhe ensinei
esse feitiço.
— Posso contar a ela sobre você?
Kendrick fez uma careta.
— Ela pode acabar dando um nó nas minhas bolas. Mas
vá em frente, de qualquer maneira. Não deveria haver segredos
entre companheiros. — Ele o olhou. — E a Unidade Alfa?
Tecnicamente, eles não precisam saber que você existe, mas já
que sabem de todo o restante, pode ser vantajoso ter a ajuda
deles mais tarde.
— A Meryn sabe sobre você? — Micah perguntou.
Kendrick sorriu presunçosamente.
— Ela descobriu por conta própria com base no
sobrenome que escolhi ao voltar para a cidade.

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 — Ashwood. Como eu deixei isso passar? — Micah sentiu
como se isso fosse algo óbvio agora que sabia. — Se contarmos
a Alfa sobre mim, podemos contar a Eta sobre você?
Kendrick ficou em silêncio por alguns minutos.
— Se os homens fossem quaisquer outros, e não quem
são, eu recusaria. Mas o Adriel é parente do Gavriel. Declan é
membro da Família Fundadora de shifters mais experientes em
política do mundo, o irmão de Grant lidera a maior matilha de
lobos do país e ele é um Alfa de Nascença, e a família de Etain
sempre serviu a Rainha Aleksandra, que já sabe quem eu sou.
— Ele lhe deu um tapinha nas costas. — Então há você. Um
dos últimos membros sobreviventes da família a qual meus
pais mais confiavam. Acredito que vou deixá-lo usar seu
julgamento no que diz respeito a se deve contar à Eta e aos
outros ou não.
Micah gemeu quando Kendrick colocou essa decisão em
seus ombros. Ele começou a contabilizar todos os outros,
levantado os dedos enquanto falava.
— É um fato certo de que se os homens souberem, suas
companheiras saberão também. O que, considerando aquelas
especiais damas, não acho que será um problema. O Magnus
é uma certeza, junto com Caspian, já que é da realeza, então
Broderick será informado. O Rex pelas mesmas razões de
Declan, provavelmente ainda mais. Marjoram não vai se
importar de uma forma ou de outra, ela ainda vai paparicá-lo
e lhe fazer biscoitos. — Ele franziu a testa. — Mas podemos ter
que algemar o Law de antemão, para que ele não te estrangule.
— Ele abaixou as mãos, ficando sem dedos para seguir

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adiante. — Avery, Warrick, Pip e os gêmeos não têm comido
muito conosco à noite. Confio em Warrick com a minha vida e
sei que o Avery nunca nos trairia. Simplesmente não é do seu
feitio. Confio nos gêmeos, mas eles são jovens. Os únicos aos
quais não tenho certeza são Laelia e Radclyffe Juniper, Pip e
qualquer outro guarda que estiver na sala no momento.
Kendrick se virou para ele.
— Laelia e Radclyffe são confiáveis. Eles são dedicados de
coração e alma ao povo de Storm Keep. Eles podem, na
verdade, ser necessários para atuar como contatos na cidade,
junto com a sua avó, é claro. — Kendrick passou a mão pela
boca. — Os gêmeos prefeririam comer vidro a fazer ou dizer
qualquer coisa que me machuque. Eles são jovens, mas todos
sempre subestimam o que tiveram que suportar.
— E quanto ao Pip?
— Vou confiar na Destino. Ela trouxe Pip ao nosso círculo
por uma razão e de acordo com Meryn, ele é da família agora.
Você não mencionou os escudeiros, — Kendrick apontou.
Micah revirou os olhos.
— Nunca conheci escudeiros melhores em toda a minha
vida. A probabilidade de quebrarem nossa confiança é a
mesma de matarem suas incumbências.
Micah se levantou e retirou o feitiço de insonorização.
— Bem, o jantar vai ser divertido.
Kendrick se levantou e mordeu o lábio inferior.
— Então, algemas para o Law, certo? — Micah riu.
Kendrick continuou: — E você deve impedir que a sua
companheira dê um nó nas minhas bolas, a Anne gosta delas.

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 — Você que é o bruxo grande e malvado. Tenho certeza
que pode lidar com elas, — disse Micah enquanto saíam do
jardim.
— Vá em frente e brinque, você nunca viu a sua
companheira puta. Eu vi. Ela é assustadora. — Kendrick
estremeceu.
— Você tem mais medo da minha doce Serenity do que de
Law Ashleigh? — Micah perguntou.
— Você não tem ideia, — Kendrick avisou.
Naquele momento, Micah percebeu que tinha um novo
objetivo na vida. O de nunca, jamais irritar a companheira.
*****
Micah olhou a companheira e se perguntou o que esta
teria feito no passado para deixar Kendrick com tanto medo
dela. Tudo o que ele podia ver eram cachos escuros e macios e
pele cremosa. Sua boca se movia ligeiramente como se ela
estivesse falando enquanto dormia. Micah detestava acordá-la,
mas num esforço para evitar que ela ficasse brava com ele,
decidiu acordá-la, para que ela tivesse tempo de se preparar.
— Serenity, minha preciosa, hora de acordar, — disse ele
gentilmente.
— Não, — ela murmurou e virou o rosto.
— Fiz um bule de café fresco para você, — Micah falou
sedutoramente.
— Fresco? — ela perguntou, levantando a cabeça.
— Sim. Na verdade, você tem tempo suficiente para
desfrutar de uma xícara antes de se preparar para o jantar. —
Ele queria receber brownies por seus esforços.

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 Seu sorriso brilhante quase o fez jogar as boas intenções
para o ar, ela era tão bonita que seu corpo estava fazendo suas
próprias demandas.
— Eu te amo tanto, — disse ela em uma voz ofegante. Se
espreguiçou e moveu as pernas para o lado da cama. — Onde
está esse café maravilhoso?
— No balcão. Deixei uma xícara para você.
Ela o beijou na bochecha.
— Café, café, café... — ela cantou enquanto entrava na
casa.
Micah só podia esperar que ela mantivesse seu humor
alegre depois das revelações daquela noite. Algo lhe dizia que
seria necessário mais do que café para acalmá-la mais tarde.
Ele deu de ombros. Como disse à companheira antes, pelo
menos não eram tediosos.

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 Capítulo 11
Serenity continuava virando para olhar para Micah
enquanto o jantar começava. O coração deste estava acelerado,
e este estava suando. Ela estava prestes a lhe perguntar qual
era o problema quando Kendrick se levantou.
— Ryuu, você pode pedir ao Hal e o Sebastian para
entraram na sala, por favor? — ele perguntou. Ryuu fez uma
meia reverência e passou pela porta da cozinha, momentos
depois os escudeiros voltaram empurrando seus carrinhos de
servir e ficaram de lado.
Kendrick respirou fundo, então ergueu as mãos de cada
lado do corpo. O feitiço que lançou não apenas insonorizou o
cômodo, mas o selou também. Ninguém poderia entrar
acidentalmente.
Magnus se recostou.
— É tão importante assim?
Kendrick assentiu.

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 — O que estou prestes a compartilhar, não pode sair
daqui. — Ele olhou ao redor da mesa. — Onde estão Warrick,
Avery, Pip e os gêmeos?
— O Avery queria apresentar o Pip ao meu jogo de zumbi,
então convenceram Marjoram a cozinhar para eles no Nível da
Unidade. Ela está lá agora, provavelmente dando pra eles os
meus cookies, — disse Meryn parecendo preocupada.
— Você sabe que a vovó nunca faria isso, Meryn, — Ellie
a repreendeu.
Kendrick se virou para Sebastian.
— Estamos esperando a chegada de Pavil?
Sebastian balançou a cabeça.
— Dado os acontecimentos do dia, achei que um jantar
leve seria o melhor. Não são necessários quatro escudeiros
para servir sopa e sanduíches. O Pavil está tirando a noite de
folga com a Bree.
Kendrick olhou para Tarak.
— Vou precisar da sua palavra de que o que for discutido
não saíra daqui, com a exceção de seu irmão.
Tarak assentiu.
— Você tem a minha palavra.
Kendrick voltou para a mesa.
— Na verdade, vou precisar da palavra de todos de que o
que for dito aqui permanecerá entre nós. Não que eu não confie
em vocês, não estaria compartilhando o que sei se não
confiasse, mas preciso que saibam que vidas podem ser
perdidas se o que for dito vazar. — Serenity acenou com a
cabeça junto com todos os outros. Debaixo da mesa, Micah

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agarrou sua mão. Ela o fitou, seus olhos normalmente
sorridentes estavam sombrios. Ela apertou sua mão
suavemente e Micah acenou com a cabeça.
Kendrick começou a contar a história do que aconteceu
cinco mil anos antes em Storm Keep, como o rei e a rainha
foram levados a fugir de sua casa e como todo o país foi
induzido a esquecer os eventos. Várias expressões de
descrença se mostraram claramente visíveis ao redor da mesa.
Apenas os visitantes de Lycaonia não pareciam chocados.
Adriel olhou para Kendrick.
— Você não compartilharia isso sem um motivo. O que
mudou que o levou a divulgar essa informação?
Os olhos de Kendrick se voltaram para Micah. Serenity
ficou chocada quando este se levantou ao lado dela.
— Porque eu lhe contei quem sou e por que estou aqui,
— Micah começou.
O rosto de Adriel ficou ilegível.
— Continue.
— O que Kendrick disse é verdade. Cinco mil anos atrás,
o conselho dos bruxos subiu ao poder quase da noite para o
dia e ninguém questionou isso. Eu sei, porque a minha família
está entre os assassinados naquela noite. Apenas minha avó
sobreviveu. Desde então, ela e alguns outros estiveram
coletando evidências a fim de tentar averiguar como tantas
pessoas puderam ser manipuladas ao mesmo tempo.
— Então você veio até a cidade dos vampiros para
investigar os nossos poderes? — Magnus perguntou baixinho.
Micah simplesmente assentiu.

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 — Fiz tudo o que pude para ser designado para cá. Era
minha missão descobrir tudo o que havia para saber sobre as
habilidades de controlar a mente dos vampiros.
A mandíbula de Adriel ficou tensa.
— Teve alguma coisa que disse e fez que foi verdadeira ao
longo dos séculos? Ou você estava apenas nos usando para
descobrir o que podia? — ele perguntou friamente.
Etain enfrentou seu líder de unidade.
— Não deixe suas emoções proferirem o que não sente de
verdade. Micah se doou várias vezes desde que foi designado
para a Eta. Ele protegeu a sua companheira, manteve Declan
vivo depois que ele foi atacado e salvou a minha filha. Ele pode
ter estado tentando investigar os vampiros, mas também foi
um guerreiro de unidade enquanto fazia isso.
Ao lado dela os olhos de Micah brilharam.
— Obrigado, Etain.
Rex olhou em volta.
— Não vejo qual é o problema. Todos temos coisas que
não podemos compartilhar por causa de lealdades divididas.
Eu sou acima de tudo um Lionhart, protejo a minha família e
os shifters que dependem de nós. Minha segunda lealdade é
com a Rainha Aleksandra, já que ela abriu Eiré Danu aos leões.
Minha posição pessoal como Ancião vem em terceiro lugar.
Mas isso não significa que não me importe com as pessoas de
Noctem Falls.
Magnus concordou.

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Alanea Alder
 — Bem colocado. — Ele se virou para Adriel. — Sei que
está se sentindo magoado, mas lembre-se que está se sentindo
ferido porque se importa muito com este jovem.
— Claro que me importo! — Adriel explodiu em uma rara
demonstração de emoção. — Ele não é apenas um
companheiro guerreiro, mas meu irmão de unidade. O que
mais me enraivece é que ele não veio nos pedir ajuda. — Ele
cruzou os braços sobre o peito e recostou-se.
A boca de Eva se contraiu.
— Você está fazendo beicinho? Porque se estiver, é
adorável.
— Eu não estou fazendo beicinho! — Adriel argumentou,
sem perceber que parecia a imagem perfeita de uma criança
mimada.
Declan se virou para ele.
— Você disse que sua família foi assassinada, por quê?
Micah sorriu, parecendo orgulhoso.
— A minha família descende da linhagem druida de
Darwid, que significa carvalho e conhecimento. O nome mais
comumente usado é Whiteoak.
Gavriel se sentou ereto e se inclinou para frente.
— Os Whiteoaks. A família que dedicou toda a sua
linhagem à coleta de informações? — ele perguntou, parecendo
animado. Micah assentiu. Gavriel balançou a cabeça. — O que
diabos estamos enfrentando para que tantos fios estejam
sendo entremeados?
— Tem mais, — Kendrick disse, esfregando a nuca.
Magnus riu.

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 — O que mais você poderia dizer? Esta noite nos trouxe
de volta uma família de prestígio que pensávamos estar
perdida.
Kendrick riu.
— Então, sobre isso.
Micah cruzou as mãos atrás da cabeça.
— Vá em frente, — incitou ele.
Os olhos de Kendrick se voltaram para Serenity e depois
de volta a Micah. Micah riu.
— Pare de ser um bebezão, ela não vai te matar.
Serenity franziu o cenho para Kendrick.
— Do que ele está falando? Por que eu te mataria?
Kendrick se endireitou e Serenity viu uma mudança
visível acontecer nele. Ele não parecia mais desleixado e seu
poder estalava ao seu redor.
— A razão de compartilhamos com vocês o verdadeiro
propósito e o nome de Micah, é porque estarei convocando-o
ao serviço em um futuro não muito distante e ele precisará ser
liberado de suas funções da unidade.
Adriel se eriçou, e olhou de Aiden a Kendrick e vice-versa.
— Aiden é o nosso Comandante da Unidade, somente ele
pode mudar as nossas ordens. O que você está planejando
fazer com o Micah? — ele exigiu.
— Aww, você se importa de verdade, — Micah provocou.
A Serenity lhe deu um tapa.
— Micah, cale-se.
— Sim, minha preciosa, — ele respondeu, parecendo
satisfeito.

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Alanea Alder
 Aiden se virou para Adriel.
— Quando chegar a hora, dispensarei não apenas Micah,
como também Caiden, Kyran e Tristan Ironwood. — Ele olhou
para Law. — Tenho a sensação de que você e seus irmãos
também serão convocados a servir.
Law bufou.
— Não há uma única pessoa viva, exceto nossa mãe, que
pode dizer a mim e aos meus irmãos o que fazer.
Micah abaixou as mãos e balançou-as na direção de Law.
— Algemas de ar quando você estiver pronto, Kendrick,
— disse ele de brincadeira.
Kendrick se virou para Adriel.
— Você pode acabar ficando com aquele ali, — disse ele
apontando com o polegar para Micah.
A mente de Serenity disparou. Por que Aiden liberaria
Micah e os Ironwoods para servir a Kendrick? Como os
Ashleighs se encaixavam em tudo isso? Ashleigh, Ironwood e
Whiteoak? Ela inalou bruscamente engasgando-se com a
própria saliva. E começou a engasgar o que a colocou em uma
espiral de pânico. Não podia ser.
Kendrick a olhou satisfeito e então se virou para Law.
— Ela é mais inteligente do que você.
Law franziu o cenho para Kendrick.
— Do que diabos você está falando?
Micah sentou-se novamente e esfregou as costas da
companheira.

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Alanea Alder
 — Calma, calma, querida. Você está tendo a mesma
reação que eu tive no início da tarde. — Ele pressionou a taça
de água contra os lábios dela. — Tome um gole.
— Micah, ela está bem? — Laelia perguntou preocupada.
— Ela vai ficar bem, — respondeu Micah.
Para Serenity, a água gelada descera maravilhosamente
por sua garganta. Ela se concentrou em desacelerar a
respiração. Se não se controlasse, Laelia e Radclyffe
começariam a paparicá-la. Quando olhou para cima, foi como
se estivesse vendo Kendrick pela primeira vez.
— Como? — ela sussurrou.
— Oh meus deuses, — disse Kari, recostando-se
pesadamente na cadeira.
Kendrick ergueu dois dedos.
— Já temos duas damas a sua frente, Law.
Law olhou em volta e além dela mesma, Kari e aqueles de
Lycaonia, todos os outros estavam com uma expressão
confusa. Ele se virou para Kendrick.
— O que fez a Serenity se engasgar e a minha irmãzinha,
Kari, parecer que está prestes a desmaiar? Por que o Micah me
ameaçaria com algemas de ar? — ele exigiu furiosamente.
— Provavelmente por causa do seu temperamento, —
Serenity respondeu, respirando fundo. Ela se levantou com
pernas trêmulas e Micah se ergueu junto. Ambos se viraram
para ficar de frente para Kendrick e ela fez uma profunda
reverência enquanto Micah se curvava.
Law deu um tapa no braço de Micah.

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Alanea Alder
 — Pare com isso. O que diabos está acontecendo? Por que
você se curvaria ao Kendrick?
Sua pergunta levou Meryn a um ataque de risos.
— Talvez devêssemos pedir ao Sebastian para pegar um
taco, para que você possa bater na cabeça dele com a resposta.
— Ora, Meryn. Não é tão óbvio assim, — Aiden a
repreendeu.
Meryn fungou.
— Eu fui a primeira pessoa a descobrir isso em casa.
— Micah Whiteoak, Serenity Meadowsweet, por favor,
levantem-se, — Kendrick disse formalmente.
Durante toda a vida, Serenity odiou a forma como Storm
Keep era governada. Todos estavam tão obcecados com os
resultados dos testes que os dias mais brilhantes de seu rei e
rainha viraram lendas e mitos. Em seu coração, ela sempre
sentiu que, como um povo, eles deveriam estar fazendo mais.
Ela não podia acreditar que o humilde arquivista que
morou na Cidade Baixa por séculos era o seu rei a muito
perdido.
Quando a verdade a atingiu, seus soluços se soltaram e
suas lágrimas correram sem controle pelo rosto. Micah
envolveu um braço ao seu redor, não menos afetado. Ele olhou
para Kendrick com um olhar de absoluta devoção, lágrimas
pingando do queixo.
Kari enxugou os olhos.
— Isso é simplesmente lindo.
Law se levantou com raiva e enfrentou Kendrick.

My One and Only

Alanea Alder
 — Você e eu lá fora. Estou cansado de perguntas
respondidas com perguntas.
Kari riu.
— Law, não ameace bater em seu rei, como um Ashleigh
você jurou protegê-lo. — Suas palavras ecoaram pela mesa,
todos olharam para Kendrick, que ergueu uma sobrancelha
para Law.
— Bem?
O sangue se esvaiu do rosto de Law tão rápido que
Serenity tinha certeza de que este iria desmaiar.
— Isso... só... não é... possível, — ele conseguiu soltar
entre engasgos, agarrando-se à cadeira para ficar de pé.
Kendrick endireitou as costas e se virou para a mesa.
— Meu nome é Julian Stormhart, filho de Kiran e Celeste
Stormhart. Espero que todos possam guardar o meu segredo
e, quando chegar a hora, me ajudar e ao meu povo.
Laelia e Radclyffe se levantaram de um pulo, fazendo uma
reverência.
— Vossa Majestade, — disseram eles.
— Laelia, Radclyffe, levantem-se. Tratem-me como
sempre trataram, depois que o feitiço de insonorização for
removido, serei apenas Kendrick novamente. — Quando se
endireitaram e olharam-no, Kendrick levantou uma
sobrancelha para Radclyffe. — Você ainda quer fazer piadas
com algemas?
Radclyffe soltou um gemido estrangulado e se curvou
novamente.
— Eu sinto muitíssimo.

My One and Only

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 Laelia o puxou de volta, rindo.
— Vossa Majestade, isso foi simplesmente cruel, — ela o
advertiu. Kendrick apenas riu.
Anne revirou os olhos.
— Ignore-o. Ele se acha tão espirituoso quando seu ego
infla. — Ela deu um tapa na bunda de Kendrick. — Vou
desinflá-lo mais tarde.
Kendrick a olhou lentamente.
— Eu sei de algo que você pode desinflar.
Magnus agarrou a mesa com as duas mãos.
— Ajudar você com o quê exatamente? — ele perguntou.
Kendrick lhes deu o sorriso sarcástico a qual estavam
acostumados.
— Ajudar-me a recuperar minha cidade e libertar meu
povo.
Suas palavras desencadearam uma enxurrada de
perguntas na mesa. Serenity continuou a olha-lo fixamente,
sem se importar com o caos ao seu redor. Kendrick a olhou e
deu uma piscadela. Ele podia ser seu rei, mas primeiro era seu
amigo.
— Estou cansado de ficar de pé e estou morrendo de
fome. Se já terminou com seu ato de magnificência, Sebastian,
Hal e Ryuu, podem nos servir o jantar? — ela perguntou,
sentando-se novamente.
Micah estalou as costas.
— Acho que toda essa reverência distendeu um músculo.
— Ele se sentou ao lado dela.

My One and Only

Alanea Alder
 Laelia e Radclyffe a estavam olhando como se ela tivesse
perdido a cabeça. Mas Serenity sabia que fizera a coisa certa
quando Kendrick deu a ela um olhar de gratidão.
— Sim, eu estou com fome, — Meryn entrou na conversa.
Kendrick sentou-se novamente e colocou o guardanapo
no colo.
— Que tipo de sanduíches temos esta noite?
Laelia e Radclyffe se sentaram lentamente como se não
tivessem certeza de que deveriam e Law ainda permaneceu de
pé, piscando para Kendrick.
Kendrick apontou para a cadeira de Law.
— Sente-se, — disse ele.
Foi como se as cordas que prendessem Law tivessem sido
cortadas. Ele desabou na cadeira.
— Role, — Meryn brincou.
Law se virou para Meryn com uma carranca.
— Calma aí, baixinha, não é todo dia que se descobre que
seu rei retornou.
— O Retorno do Rei7, esse foi um grande filme, — disse
Meryn balançando a cabeça.
Hal ainda parecia distraído quando começou a andar ao
redor da mesa com sua bandeja de sanduíches. Ryuu e
Sebastian, no entanto, pareciam imperturbáveis enquanto
começavam a servir.
Ryuu começou com Meryn.

7O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei, filme baseado nos livros da série O Senhor dos
Anéis, escrito por J. R. R. Tolkien, e é o ultimo filme da trilogia.

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 — Denka, fiz questão de fazer o famoso sanduíche do
Colton, já que é um dos seus favoritos.
— Posso pegar dois? — ela perguntou. Ele acenou com a
cabeça e colocou dois sanduíches no prato dela.
Aiden levantou o prato.
— Cinco para mim, por favor.
Declan trocou olhares com Grant.
— O que é um sanduíche do Colton? — perguntou ele.
Grant deu de ombros.
— Não tenho certeza, mas já que o nome deriva do Colton,
vou ficar longe.
Declan acenou com a cabeça.
— Bem lembrado.
— Ei! Devo informar que o meu sanduíche é incrível. É
uma obra-prima da culinária que consiste em maionese,
manteiga de amendoim, queijo, picles e carne seca.
Grant estremeceu.
— Definitivamente ficarei longe.
Adriel se virou para Magnus, seu olho esquerdo
contraindo.
— Devemos ignorar a declaração que ele fez sobre a
retomada de sua cidade?
Magnus suspirou.
— Sim. De qualquer forma, não há muito que possamos
fazer sobre isso no momento. Nossa própria cidade ainda está
sendo devastada por esse vírus maldito.
Ellie se virou para Vivi enquanto os escudeiros
continuavam a servir.

My One and Only

Alanea Alder
 — Você fez algum progresso em direção à uma cura?
Vivi fungou alto, com lágrimas nos olhos.
— A engenharia reversa de uma cura leva tempo.
— Estamos sem tempo, — sussurrou Ellie.
Colton se inclinou para frente para que pudesse ver Vivi.
— Por que não podemos simplesmente usar o sangue de
vampiros antigos como planejamos? Sabemos que o problema
com o Magnus ocorreram devido aos elementos da transição
no sangue do Gavriel.
Vivi balançou a cabeça.
— Eu não considerei nenhum marcador de transição para
a cura. Normalmente trabalho com sangue de vampiros mais
jovens, então esse problema nunca surgiu antes. Mas quanto
mais velho o vampiro, mais marcadores o seu sangue carrega,
e mais agressividade é desencadeada. Foi um mal que veio
para o bem o fato de Magnus apresentar uma reação adversa.
Como um vampiro, os marcadores simplesmente provocaram
uma transição em seu corpo. Mas os shifters não passam por
transição, eles não têm uma maneira de processar os
marcadores. Eles permaneceriam feral.
Ellie se virou para Serenity.
— Quanto tempo eles têm?
Serenity balançou a cabeça.
— Amanhã à noite, o mais tardar. Seus corpinhos estão
desgastados. Eles não têm mais nenhuma força para lutar
dentro de si.
Ellie cobriu o rosto com ambas as mãos e chorou. Grant
a puxou para mais perto de seu corpo e beijou o topo de sua

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Alanea Alder
cabeça. Ao redor da mesa, suas palavras levaram muitos às
lágrimas.
Serenity torceu as mãos.
— Eu gostaria que pudéssemos fazer mais.
Micah colocou a mão sobre a dela.
— Essa luta começou muito antes de você chegar aqui.
Não coloque isso em seus ombros.
Laelia e Radclyffe se levantaram.
— Kendrick, se puder remover a barreira, gostaríamos de
nos certificar de que as crianças estejam o mais confortáveis
possível. Também gostaríamos de começar a dar forças aos
pais.
Kendrick fechou os olhos e o ar flexionou. Ainda estavam
cobertos pelo feitiço de insonorização, mas a barreira havia
sumido.
— Não hesite em chamar se precisarem de alguma coisa.
Sebastian colocou a mão no ombro de Laelia.
— Vou mandar sanduíches, sopa e café daqui a pouco.
— Obrigado, — Radclyffe disse parecendo aliviado.
Serenity conseguia perceber que ele estava preocupado com a
companheira. Ambos acenaram em adeus e saíram.
Eva olhou para o companheiro.
— Precisamos nos encontrar com o Stefan, os pais
precisarão do apoio da matilha.
Magnus espalmou as mãos na mesa enquanto se
levantava. Sem dizer uma palavra, ele saiu da sala de jantar.
Beth enterrou o rosto no ombro de Gavriel.
Caspian respirou fundo.

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 — Isso vai deixar uma cicatriz nele. Conheço o meu
irmão. Para ele sobreviver enquanto as crianças morrem, isso
o mudará.
— Estou fazendo tudo que posso! — Vivi chorou. Etain
recuou e a pegou no colo.
Hal correu ao lado deles para passar a mão em seus
cabelos.
— Você tem que se acalmar, minha garotinha, pelo bem
da sua filha.
Quando Ellie foi se levantar, Grant a puxou de volta.
— Não. Você precisa comer e descansar um pouco.
Principalmente se amanhã... — Ele não conseguiu terminar a
frase.
— Nós percorremos todo esse caminho, chegamos tão
longe. Não pode terminar assim, — disse Rheia amargamente.
Serenity observou enquanto Gavriel e Kendrick trocavam
um olhar triste. Ela ficou abalada quando percebeu o que
aquele olhar significava. Ambos tinham milhares de anos,
quantas pessoas boas os dois viram morrer
desnecessariamente? Era um olhar de comiseração, enquanto
mentalmente acrescentavam as crianças a uma progressiva
contagem de luto que testemunharam.
Magnus voltou para a sala e se sentou parecendo mais
calmo. Ele se virou para olhá-la.
— Não há nada que você possa fazer? — ele perguntou.
Serenity balançou a cabeça.
— Eu sinto muito. Mas não há mágica no mundo que
possa simplesmente curar uma doença ou enfermidade.

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Nossos corpos estão constantemente criando células e
metabolizando energia. Os processos são extremamente
complexos. Minha mágica atua como uma ferramenta, a uso
da mesma forma que um médico usaria remédios ou uma
cirurgia. Concentro-me em alterar uma determinada química
para obter a reação que preciso, como colocar alguém para
dormir, aliviar a ansiedade ou reduzir a febre. Posso estimular
o crescimento ósseo ou manter uma ferida aberta, mas se
tentasse utilizar a minha magia na tentativa de curar um vírus,
sua natureza sempre mutável esgotaria a minha força vital. —
Ela olhou ao redor da sala e desejou poder aliviar a dor e a
preocupação de todos. Essas pessoas já haviam sofrido o
bastante.
Magnus esfregou o rosto com as mãos.
— Perdoe-me, eu sabia a resposta, mas perguntei mesmo
assim. Eles são apenas bebês. Mal experimentaram qualquer
coisa que este mundo tem a oferecer. Se eu pudesse pegar os
meus anos restantes e dividir entre eles, eu o faria, num piscar
de olhos. — Sua cabeça estava baixa. — Sinto que tudo isso é
minha culpa. Aquelas crianças deveriam estar seguras aqui.
Kari colocou a mão em seu ombro.
— Coloque a culpa onde ela pertence, com DeLaFontaine
e os homens maus com quem ele estava conspirando.
Magnus ergueu o rosto e a tristeza ali contida era de
despedaçar a alma.
— Há tão poucas crianças nascendo, e perdermos tantas,
todas de uma vez, é uma tragédia da qual poderemos não nos
recuperar.

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 Serenity pensou em Laelia e Radclyffe e em suas
tentativas desesperadas de ter um filho. Ela não podia
imaginar finalmente conceber, dar à luz, criá-los por anos
apenas para perdê-los. Ela sabia que alguns pais naquele
hospital tinham mais de um filho doente, o que aconteceria
com eles se perdessem todos os filhos? Devia haver algo que
ela pudesse fazer.
Meryn deu batidinhas na mesa distraidamente.
— Sinto que estou perdendo alguma coisa.
Anne enxugou os olhos.
— Então provavelmente estamos, você geralmente está
certa quando se trata dessas coisas.
Meryn olhou para Rheia.
— Foi algo que você disse que começou uma coceira no
meu cérebro.
Rheia deu um sorriso triste.
— Uma coceira, é?
Vivi se virou para Meryn.
— Se pensar em qualquer coisa, não importa o quão
pequena seja, por favor, me avise. Não cometerei o erro de
subestimá-la de novo.
— Obrigada, — Meryn disse, então seus olhos se
estreitaram. — Espere um minuto, você me subestimou? — Ela
cruzou os braços sobre o peito. — Vaca.
Vivi assoou o nariz com o lenço fornecido por Hal.
— Eu simplesmente te adoro também, Gizmo.
Meryn estava prestes a responder quando a voz frenética
de Stefan soou pelo walkie-talkie de Eva.

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 — Eva! Por favor, venha rápido e traga os médicos. As
crianças estão entrando em choque!
Todos se encararam por um momento em horror antes de
se levantarem e serem catapultados para a ação. Serenity e
Micah estavam bem atrás de Ellie e Rheia enquanto corriam
até o túnel. A distância entre o Nível Um e o hospital nunca
pareceu tão longa antes.
Quando correram para dentro do hospital, os pais
choravam e seguravam corpos imóveis nos braços. As
máquinas do hospital apitavam e emitiam avisos e alertas. Mas
tudo o que Serenity viu foi seus dois melhores amigos parados
no meio da sala. Costa com costa, eles ergueram as mãos
enviando fios de magia para cada criança.
— Não! — ela gritou, quando percebeu o que estavam
fazendo. Os dois estavam tentando usar suas próprias vidas
para manter as crianças vivas e ganhar-lhes tempo, mas a um
custo terrível. Um custo que ela não permitiria que pagassem.
— Serenity, o que está acontecendo? — Micah perguntou,
girando-a para encará-lo.
Ela sabia o que precisava fazer, mas seu coração
protestou contra deixar seu companheiro. Ela estendeu a mão,
emoldurou a bochecha dele e o tempo pareceu parar.
— Eu sou grata por aqueles momentos roubados que a
Destino nos deu na noite da nossa reivindicação. Ela nos deu
uma vida inteira em uma noite, e sabe de uma coisa? Valeu a
pena, — ela sussurrou. — Espero que encontre em seu coração
uma forma de me perdoar.

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 Ela usou sua magia para enviar um pulso, atordoando-o
por um momento. Sua magia sempre foi mais forte do que a de
seus amigos. Ela colocou a mão nos ombros dos dois e os
separou, fazendo-os voar pelo piso. E tomou o lugar deles no
ápice que criaram e amorosamente começou a juntar os fios
até o centro de sua magia.
Serenity não sabia nada sobre ciência, laboratórios ou
marcadores, mas sabia de magia. Ela conhecia o sentido inato
do corpo de lutar e viver. Ela invocou esse instinto agora,
enquanto enviava o seu próprio poder pelos fios até os
pequenos corpos que lutavam para se agarrar à vida.
Vocês vão viver. Vocês vão viver, crescer, rir e amar. E um
dia, se tiverem muita sorte, a Destino lhes dará um companheiro
tão maravilhoso quanto o meu. Não é a hora de vocês partirem.
Lentamente, o mundo ao seu redor desapareceu
enquanto ela se concentrava em se agarrar àqueles fios
preciosos.
*****
Micah piscou, então piscou novamente. Quando seus
olhos focaram, ele se virou para encontrar Laelia e Radclyffe
olhando para Serenity. Laelia estava com o punho na boca
enquanto soluçava e Radclyffe a segurava contra o peito.
A última coisa da qual se lembrava era da expressão de
tristeza no rosto de sua companheira. A maneira como ela
implorou por seu perdão. Micah sentiu como se alguém tivesse
lhe dado um soco no estômago.
— Adriel! — ele gritou, chamando pelo irmão que sempre
sabia o que fazer.

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 — Estou aqui, — disse Adriel, envolvendo um braço em
torno de seu peito.
— Eu tenho que impedi-la! Me ajude! — ele implorou,
lutou para dar um passo adiante, mas outro par de mãos o
segurou.
— O Kendrick disse que ela está muito envolvida no
feitiço, se a tirarmos vamos perder todos, — Declan explicou
rapidamente, apoiando-o do outro lado.
— Nenhum dos pesadelos de vocês se tornou realidade!
Não é justo! — Ele empurrou suas mãos. — Devolvam-na! —
Micah implorou.
Onde antes havia lamentos e choros, a sala parecia
estranhamente silenciosa enquanto Micah lutava contra seus
irmãos de unidade. Os pais choravam por ele, sabendo que sua
companheira de alguma forma havia dado uma chance aos
seus filhos. Ela se sacrificou para dar a Vivi mais tempo de
encontrar uma cura para as crianças.
Kendrick entrou em seu campo de visão, bloqueando a
imagem de sua companheira.
— Perdoe-me, — ele sussurrou, ecoando as últimas
palavras de Serenity para ele.
— Não! — Ele se enfureceu enquanto a mão de Kendrick
tocava sua testa e a escuridão o reivindicava.

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 Capítulo 12
Quando Micah abriu os olhos, sentiu como se estivesse
caminhando em uma névoa. Ele olhou ao redor. Por que estava
em um dos quartos de hóspedes de Magnus? Meryn o
observava ansiosamente, seus olhos verdes arregalados.
A realidade arrancou a névoa para longe.
— Serenity, — ele ofegou.
Meryn se aproximou correndo e sentou-se na cama.
— Quieto! Se você surtar de novo, o Kendrick vai te dar
um choque pelo seu próprio bem. Você não pode ajuda-la se
estiver inconsciente. — Ela colocou ambas as mãos no peito de
Micah. — Ela ainda está viva, Micah, nós só temos que
descobrir como trazê-la de volta.
Ele balançou a cabeça.
— Você não entende. Ela ligou as crianças ao âmago de
sua magia. Cada segundo que passa, eles drenam mais de sua
vida.
Os olhos de Meryn endureceram.
— Enquanto ela estiver respirando, há esperança.

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 — O que eu perdi? — ele perguntou, sentando-se.
Meryn pulou da cama e voltou para sua cadeira.
— Todo mundo está perdendo a cabeça. Kendrick está
andando de um lado ao outro rosnando para as pessoas. Vivi,
Ellie e Rheia se trancaram no laboratório, Etain, Colton e
Grant estão ameaçando arrombar a porta e Laelia e Radclyffe
se recusam a sair do hospital. Ambos têm feito tudo o que
podem para ajudar as crianças e diminuir o fardo de Serenity.
— Por que você está aqui comigo? — ele perguntou.
Ela deu de ombros.
— Onde mais eu estaria? Não tenho treinamento médico
e todo mundo está usando a antecâmara como acampamento
base. É mais silencioso aqui com você.
Alguém pigarreou.
— E ela estava preocupada com você, — acrescentou
Ryuu.
— Boa forma de me expor, Ryuu, — Meryn disse corando.
— Meryn, você é quem continua desvendando as coisas.
— Ele se levantou e agarrou a mão dela. — Vamos, minha flor
delicada, minha preciosa necessita do seu intelecto.
Ele levou Meryn até a antecâmara, Ryuu atrás deles.
Quando entrou, todos se aquietaram. Os olhares de remorso e
tristeza nos rostos de seus irmãos de unidade quase foram a
sua ruína.
— Certo, pessoal. Como vamos trazê-la de volta? — ele
perguntou, conduzindo Meryn até a poltrona reclinável dela.
Declan o puxou para um abraço.

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 — Temos conversado sobre as coisas, tentando pensar em
outras maneiras de ajudar as crianças.
Micah deu um tapinha no ombro de Declan.
— A única coisa que salvará a minha companheira é uma
cura para os pequenos. Assim que estejam solidamente
ancorados por suas próprias forças vitais, ela será capaz de se
libertar do feitiço.
— Isso é o que tenho dito a eles, — Kendrick falou
amargamente.
Anne apenas olhou para o companheiro.
— Na verdade, você tem atacado todo mundo e atirando
os braços para o alto.
Kendrick olhou para Anne.
— Eu a conheço desde que ela era uma criança. É como
perder o Keelan de novo, — ele sussurrou.
Anne ficou de pé de um pulo e colocou os braços em volta
da cintura dele.
— Nós não perdemos o Keelan e não vamos perder a
Serenity também, — disse ela esfregando suas costas.
— Ok, alguém soletre as coisas para mim, — disse Meryn,
cruzando as pernas.
Adriel olhou para Meryn, e embora seus olhos estivessem
gentis, sua expressão estava exasperada.
— Acho que não temos tempo para explicar a ciência ou
a magia.
Meryn se inclinou e se balançou de lado na poltrona. E
pegou o walkie-talkie.

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 — Vi3PO8, câmbio.
— Meryn? Está tudo bem? — A voz de Vivi soou em
retorno.
— Os homens acham que sabem tudo e não me explicam
as coisas. Vocês podem vir até a antecâmara?
— Acabamos de iniciar um teste, assim que estivermos
com ele em processamento, iremos até aí, — prometeu Vivi.
Magnus se virou para Meryn com uma expressão de dor.
— É realmente necessário tirá-las do laboratório?
Meryn simplesmente cruzou os braços sobre o peito e o
ignorou. Magnus estremeceu.
— Meryn, sabe que confio em você, mas...
— Mas não sou uma cientista? Sabe de uma coisa?
Também não sou uma líder militar, mas sou uma comandante
foda. — Meryn lhe mostrou a língua.
Magnus suspirou.
— Sim, querida.
Poucos minutos depois, a porta se abriu e as damas,
seguidas por seus companheiros que mostravam expressões
aliviadas, entraram. Vivi foi imediatamente até Meryn e se
sentou no sofá mais próximo a ela.
— O que você precisa saber?
— Do que exatamente as crianças precisam? — Meryn
perguntou.
Vivi piscou.
— De uma cura?

8 Acreditamos ser uma referência a C-3PO, um androide do mundo fictício de Star Wars.

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 — Não, tipo, um remédio? O que os faria melhorar?
— Estou tentando sintetizar um antiviral que imitará os
anticorpos encontrados em alguém que foi inoculado com a
vacina, — explicou Vivi.
— Estamos muito perto também, — acrescentou Ellie.
Meryn franziu a testa.
— Então, uma pessoa toma uma vacina que induz o corpo
a pensar que está doente, daí o corpo cria anticorpos que lutam
contra a doença falsa, certo? Então, quando a doença
verdadeira aparece, ela não os afeta?
Vivi acenou com a cabeça lentamente.
— Basicamente, sim.
Meryn apontou para Magnus.
— Ele não tem os anticorpos? Não dá pra simplesmente
usar o sangue dele?
Vivi piscou para Magnus. Então se virou para olhar para
Rheia e Ellie.
— Isso poderia funcionar?
Rheia e Ellie se sentaram ao lado de Vivi no sofá. As três
se viraram uma de frente para a outra. Rheia acenou com a
cabeça enquanto pensava nas possibilidades.
— E os marcadores de transição?
— Eles teriam sido neutralizados pela Serenity quando
curou o Magnus, — Vivi respondeu.
— E a combinação das linhagens vampiras? Não temos
tempo para usar a sua pedra, — Ellie perguntou. Todas as três
se viraram para Meryn.

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 — Você usa a sua pedra e o sangue de outro vampiro para
ajudar a prevenir uma ligação e eliminar a necessidade de uma
compatibilidade exata, certo? — Vivi assentiu. Meryn
continuou: — E o sangue real geralmente está misturado com
sangue Nobre, que está misturado com o sangue dos cidadãos.
O Sr. Culpepper disse que uma das razões pelas quais era algo
tão grandioso o fato de as quatro casas reais estarem de volta,
é porque quase todos na cidade conseguem seguir a arvore
genealógica de suas famílias de volta àquelas quatro casas. —
Gavriel, Magnus e Vivi assentiram. — Bem, o Magnus tem o
sangue do Gavriel para dar um super impulso. — Ela olhou
para Vivi. — Mas o seu sangue tem todas as quatro casas, já
que o Gavriel e o Caspian lhe deram um pouco de sangue para
curar o seu estômago. Isso não faria de você uma doadora
universal para os vampiros e eliminaria a necessidade de uma
compatibilidade exata?
Vivi se lançou em Meryn envolvendo os braços em volta
do pescoço da mulher.
— Eu te amo! — Ela salpicou o rosto de Meryn com beijos.
— Quando isso acabar, venha trabalhar para mim!
Aiden pareceu perplexo.
— Espera aí, ela está certa?
Vivi sorriu e assentiu.
— Não há garantia, mas é a nossa melhor chance. — Ela
atirou a cabeça para trás e riu. — DeLaFontaine pensou que
iria infectar o Magnus e se livraria dele, mas nos deu uma cura
efetiva!

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 — Espere! E quanto às crianças? Vampiros já são
doadores universais para shifters, mas e quanto aos laços? —
Ellie perguntou.
Magnus balançou a cabeça.
— Eu não me importo. Vou cuidar de todos se for
necessário, — disse ele enfaticamente.
— Vacina, anticorpos, sangue de vampiro antigo, mas não
de um vampiro... — Meryn murmurou olhando para o teto. Sua
cabeça abaixou. — Colton! Ele é um shifter de lobo que recebeu
a vacina, então tem os anticorpos, mas também tem o sangue
do Gavriel correndo pelas veias de quando foi mordido pelo
feral. Então ele também tem o impulso de sangue de um
vampiro antigo, mas como é um shifter, não precisam se
preocupar com a ligação ou com os marcadores de transição.
— Ela olhou para Vivi. — Ele recebeu o sangue do Gavriel cerca
de três meses atrás, acha que funcionaria?
Vivi simplesmente saiu correndo da sala.
— Colton! Magnus! Depressa! — ela guinchou. Os dois
homens simplesmente correram para alcançá-la.
Adriel se levantou da cadeira e se aproximou para ficar
na frente de Meryn. Sem dizer uma palavra, ele praticamente
se dobrou ao meio curvando-se para ela. Sorrindo, Declan e
Etain se aproximaram para fazer uma reverência a ela, um de
cada lado de Adriel.
Micah se levantou, se inclinou e beijou a testa de Meryn
suavemente. Silenciosamente, deu um passo para trás até
estar ao lado de Etain e fez uma reverência.

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 — Aiden, eles estão fazendo aquela coisa, — Meryn falou
ao seu companheiro, parecendo perturbada.
— É porque você merece, — disse Aiden, sua voz
comovida.
— Bem, diga a eles para pararem. Se querem me fazer
feliz, podem me dar alguns espetinhos de carne ou algo assim,
— Meryn definitivamente parecia agitada.
Como um, Micah se endireitou com sua unidade. Adriel
ajoelhou-se sobre um joelho na frente dela.
— Você poderia me perdoar? Eu não tive a intenção de
desmerecer o valor de sua contribuição. Meu coração e minha
mente estavam distraídos por minha preocupação com Micah.
Não é uma desculpa, mas espero que entenda.
Meryn apenas piscou.
— Então, vou ganhar espetinhos de carne ou não?
Adriel riu e se levantou para bagunçar seu cabelo. Ela
tentou se esquivar de sua mão.
— Pare com isso!
— Vou buscar seus espetinhos de carne sempre que você
quiser, — prometeu ele.
Meryn esfregou a grande barriga.
— Talvez depois de um pouco de Pudim Mágico.
— Vou pegar um pouco imediatamente, — Sebastian
disse e desapareceu da sala.
Ellie se ergueu e ajudou Rheia a se levantar.
— Nós vamos para o hospital. Conhecendo a Vivi, ela vai
levar os injetores direto para lá. — Grant e Micah ficaram ao
lado das mulheres. Micah olhou para Meryn.

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 — Se isso funcionar, deverei a você mais do que imagina.
Meryn levantou três dedos.
— Três palavras. Espetinhos. De. Carne.
— Com certeza, — disse ele. — Mais alguém vem?
Kendrick e Anne deram um passo ao lado deles. Kendrick
encontrou seus olhos.
— Nós, com certeza. A Anne pode ajudar com as crianças
e eu farei tudo o que puder para libertar Serenity do feitiço.
Sentindo-se impaciente, Micah se virou para a porta.
— Vamos lá.
*****
Pareceram que se passaram séculos enquanto esperavam
Vivi chegar com os diferentes injetores, mas na verdade, levou
menos de dez minutos. Micah se pôs ao lado da companheira,
que estava congelada no centro da sala, brilhando fracamente
com uma luz prateada. Laelia e Radclyffe estavam em cada
lado da sala ajudando as crianças. Quando os viram entrar,
suas mãos caíram e correram até ele.
— Como podemos trazer a Serenity de volta? — Laelia
perguntou.
— Meryn e as mulheres acreditam que têm uma cura
viável. Logo chegarão aqui e no segundo que as crianças
estiverem curadas, seremos capazes de puxar a Serenity de
seu feitiço. — Ele engoliu em seco olhando a companheira. Sua
pele não tinha mais cor e uma mecha de cabelo branco e
brilhante aparecera em sua têmpora direita. Ele estendeu a
mão e a tocou suavemente.
O medo tomou conta dele quando se virou para Kendrick.

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 — Ela está sem tempo. Quase não resta mais nenhuma
magia.
— Marjoram! — Vivi gritou, correndo para dentro do
hospital.
— Aqui! — Marjoram a encontrou no meio da sala e
dividiu os injetores entre ela, Rheia, Ellie e Anne. Todas
correram até as camas e começaram a injetar nas crianças.
Haviam chegado à metade da fila, quando o primeiro
grupo de crianças começou a mostrar alguma reação.
Convulsões violentas assolaram seus corpos da cama e os
arrancaram das mãos de seus pais enquanto tentavam segurá-
los.
De repente, o brilho fraco em torno de Serenity
desapareceu e ela caiu para frente em seus braços. Ele soube
antes de abaixar a cabeça até o peito dela que seu coração
havia parado.
— Ela não está respirando!
Atrás deles, as crianças continuaram a se debater, mas
seu foco estava na companheira. Ele não permitiria que ela
enfrentasse sozinha o desconhecido. Indiferente aos deveres
que estava deixando para trás, injetou sua magia no corpo
dela, para que pudesse segui-la, para onde quer que ela
estivesse indo.
— Micah! Puxe a sua magia de volta! Ela vai te levar
consigo, — Kendrick gritou.
Micah apertou os braços ao redor da companheira e
suspirou feliz. Podia sentir o cheiro da doçura de sua pele,
familiar e tentadora. Ele abriu todos os canais de magia que

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tinha e ficou levemente surpreso quando magia da terra
respondeu. Ele há muito desistira dessa habilidade. Sem
precisar persuadir, os tentáculos verdes se afundaram
profundamente no chão. Através de sua magia, podia senti-los
se ramificando, pequenas raízes espalhando-se por
quilômetros. Sentindo-se suficientemente ancorado, ele atirou
toda a cautela ao vento e encostou o rosto no dela. Se os
Deuses quisessem, ele a veria novamente em breve.
*****
No início havia escuridão, mas ao longe, Micah conseguia
ver uma figura minúscula. Quando se aproximou, pode ver o
contorno de sua companheira.
— Serenity! — ele a chamou.
Ela se virou, parecendo confusa.
— Oh, não! Volte neste instante.
— Não.
— Não? O que quer dizer com não? Você tem coisas para
fazer, Micah. Fez uma promessa ao Kendrick, você tem que
ajudar o nosso povo.
— Eles ficarão bem sem mim.
Lágrimas apareceram em seus olhos.
— Por favor, meu amor. Você logo se esquecerá de mim.
Nós só tivemos alguns dias juntos. Você tem as suas gatinhas,
flores delicadas e gotas de orvalho para aliviar a sua dor. Por
favor, — ela implorou. — Volte.
Ele balançou a cabeça.
— É verdade, chamei centenas de mulheres de gatinha.
Centenas de gotas de orvalho, deusas e flores delicadas. Mas

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Alanea Alder
só chamei uma única mulher de minha preciosa, e essa é você.
Um carinho que englobava toda a esperança, sonho e desejo
que eu tinha por minha companheira. Não existe um eu, sem
você. Então, ou nós dois voltamos, ou continuamos para ver o
que há adiante.
— Seu bobo teimoso! — ela sussurrou asperamente.
— Você decide, minha preciosa. Para onde vamos?
— Se a Destino estiver disposta a me deixar voltar, quero
retornar. Quero vivenciar cada momento que ela nos mostrou.
Quero gravá-los na minha memória conforme os vivenciarmos,
e não os deixarei escapar como se fossem um sonho ao
amanhecer.
Ele agarrou sua mão.
— Isso pode doer, — Micah alertou.
— Nada que valha a pena vem fácil. Além disso, posso
torturá-lo mais tarde como recompensa.
— Estou tremendo de antecipação, — ele brincou.
— Vamos lá.
Micah agarrou a mão dela com força e começou a seguir
a raiz verde, agora grossa, que o prendia à terra dos vivos.
Lentamente, os dois caminharam em direção à forte luz
branca.
*****
Ofegando, ele se virou de lado e começou a engasgar.
Próximo de si, ouviu um barulho semelhante, enquanto outra
pessoa lutava para respirar. Um pranto suave soava de todos
ao redor deles. Ele abriu um olho para descobrir que estava
sendo segurado pelos gêmeos, que tinham suor escorrendo

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Alanea Alder
pelo rosto. Micah procurou por Serenity. Em frente a ele,
Kendrick estava sentado no chão com ela embalada contra o
peito. Atrás dele, Aiden, Colton e Gavriel emprestavam-lhe
força. Ele deixou cair a cabeça para trás, para olhar atrás de
Nigel e Neil. Lá, seus irmãos de unidade apoiavam os bruxos
gêmeos.
Agora a raíz mais grossa fazia sentido. Kendrick, Nigel e
Neil usaram sua magia da terra para reforçar a sua âncora.
Arriscaram serem puxados para a escuridão a fim de lhe dar
uma chance de salvar sua companheira.
Kendrick o olhou, respirando pesadamente.
— Se você chegar a tentar isso de novo, vou enterrá-lo
antes que você pare de respirar, — ele o ameaçou.
Aiden deu um tapa na parte de trás da cabeça de
Kendrick.
— Ele só fez o que qualquer um de nós faria.
— Micah? — uma voz fraca o chamou.
Micah se inclinou para frente e começou a se arrastar
pelo chão em direção a sua companheira antes de Etain e
Declan levantá-lo e carregá-lo até Serenity. Eles o colocaram
no chão e Kendrick gentilmente a deitou sobre seu corpo.
Ele a segurou perto enquanto se encostava nas pernas de
Etain para se apoiar.
— Deuses, eu te amo tanto.
Ela agarrou sua camisa.
— Eu estou tão brava com você nesse momento. Como
ousa se arriscar? — disse ela, sua voz um sussurro fraco.
Ele inclinou a cabeça dela para trás e lhe beijou o nariz.

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 — Você prometeu me punir mais tarde, — disse ele.
— Esse é o nosso Micah! — Declan exclamou, jogando-se
no chão visivelmente exausto.
Serenity tentou olhar ao redor, mas não teve forças.
— As crianças?
Ellie se ajoelhou ao lado deles, e embora seu rosto
estivesse coberto de lágrimas, seus olhos estavam exultantes.
— Meryn nos ajudou a descobrir uma cura. Elas estão
indo muito bem. — Ela olhou por cima do ombro, onde as
crianças e seus pais agradecidos os olhavam preocupados.
— Quanto tempo? — Micah perguntou.
Kendrick inclinou a cabeça.
— Quanto tempo pareceu?
Micah balançou a cabeça.
— Minutos, — respondeu ele.
Adriel enxugou os olhos.
— Os dois estiveram clinicamente mortos por vinte e três
minutos, — disse ele com a voz trêmula. — Depois que o
Kendrick descobriu o que você estava tentando fazer, chamou
os gêmeos e usaram sua magia para ajudar.
— E realmente ajudaram. Se não tivessem, acho que a
corda fina que me prendia a vida teria se rompido, — Micah
confessou.
— Claro que teria rompido! — Kendrick rosnou. — Quem
usa um poder emergente para ancorar a alma ao corpo
enquanto vagueiam pelo submundo?! — ele gritou.
Anne esfregou seus ombros.

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Alanea Alder
 — Calma, calma, meu amor. Eles estão de volta. — Como
seus amigos ao redor deles, seus olhos também estavam
avermelhados de chorar e suas bochechas manchadas com
marcas de lágrimas. — Não nos assuste assim de novo.
Micah sabia que tinha acabado de receber a primeira
ordem de sua rainha. Ele simplesmente assentiu antes de
fechar os olhos e descansar a bochecha no topo da cabeça de
Serenity.
— Certo, pessoal, vamos levá-los ao andar de baixo para
a enfermaria. Assim poderão visitar quando quiserem, — soou
a voz prática de Marjoram.
Micah lutou para abrir os olhos. Viu Meryn de pé atrás
do companheiro, parecendo assustada, nervosa e brava. Ela
torceu o nariz para ele e fungou.
— Você morreu.
— Eu só estava meio morto, — disse ele e gostou de ver o
queixo dela cair. Ela cobriu a boca enquanto ria.
— Eu te odeio neste momento.
— Não, não odeia.
— Vamos lá, — Etain disse enquanto ele e Declan o
erguiam entre si enquanto Adriel levantava Serenity.
Declan grunhiu.
— Como é que temos que carregar a bunda pesada dele e
você fica com a Serenity?
Adriel o olhou sem rodeios.
— Eu sou seu superior, — disse ele com uma voz
inexpressiva. — Agora movam-se, — ele ordenou.

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 — Diga a Serenity para não surtar, mas vou descansar os
meus olhos um pouco, — Micah falou aos amigos.
— Contanto que continue respirando, não me importo
com o que faça, — Etain respondeu.
— Coloque-os aqui! Preparei a cama maior para eles, —
ele ouviu Broderick dizer.
Micah tentou fazer um sinal de positivo com o polegar
para o homem, mas estava cansado demais.
— Bem pensado, — conseguiu falar.
Gentilmente o colocaram na cama e depositaram Serenity
ao seu lado. Instintivamente Micah se enrolou ao redor dela
em uma posição protetora. Desta vez, quando a escuridão veio,
Micah não teve medo.
*****
Serenity se olhou no espelho. Trançara a longa mecha
branca em sua têmpora, um lembrete do que viveu. A jogou
para frente e para trás. Ainda não estava acostumada a vê-la
quando olhava para si mesma.
Ela e Micah tinham tecnicamente morrido dois dias
antes. Quando ambos acordaram ontem, Vivi os atualizou
sobre tudo o que haviam perdido.
A ideia de Meryn funcionara. Os shifters se recuperaram
quase imediatamente, mas os vampiros ainda dormiam. Vivi
disse que toda vez que tirava o sangue deles, menos do vírus
aparecia. Disse que era apenas uma questão de tempo até
acordarem.
Vivi também confessou que finalizou a cura. Até
descobrirem quem criou o vírus, poderiam usar seus antivirais

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sintetizados para tratar qualquer surto futuro. A melhor coisa
sobre sua cura é que exigia muito pouco sangue de vampiro e
não precisava ser processado.
A voz de Vivi ficou sombria quando disse que havia
finalizado tudo na noite anterior. O que ela não precisava dizer,
é que teria sido tarde demais para ela e as crianças.
— Serenity? — ela ouviu Micah lhe chamando.
— Aqui em cima, — gritou de volta.
Ele apareceu na porta segurando uma pequena caixa de
papelão.
— Comprei algo para nós.
— O quê? — ela perguntou.
Ele lhe entregou a caixa. E ela o olhou.
— Twister?
Seus olhos escureceram.
— Uma das minhas memórias favoritas da noite do nosso
acasalamento. Nós dois rindo e jogando Twister nus.
— Nus? — ela perguntou sentindo o corpo tremer de
antecipação.
— Nus, — ele confirmou.
Ela passou por ele e correu até o grande espaço aberto
em sua nova suíte principal no Nível Um. Ainda não estava
decorado, mas Micah queria ficar perto de seus irmãos de
unidade. Pelo que entendeu, os outros bruxos da unidade
viriam na próxima semana para ajudá-los a mover tudo do
Nível da Unidade.
Ela rasgou a caixa e colocou a grande esteira no chão.
Micah colocou a roleta de lado. Sem dizer uma única palavra,

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cada um se apressou para tirar a roupa. Serenity o derrubou
duas vezes enquanto este tentava tirar as calças. Ela já estava
rindo tanto que ficara com dificuldade para respirar e nem
tinham começado ainda.
Ela ficou nua na frente dele brincando com os seios.
— Você vai jogar?
Micah estava olhando para as mãos dela.
— Certo. — Ele balançou a cabeça e girou a roleta. Olhou
para baixo e colocou o pé em um pequeno círculo azul.
Serenity se curvou deliberadamente na frente dele para
girar a roleta na sua vez. Atrás dela, Micah choramingou.
— Pé esquerdo, vermelho. — Ela escolheu o círculo mais
distante dele.
— Ei! — Micah protestou.
— Sua vez.
Cinco movimentos depois, ele de alguma forma acabou
atrás dela. Quando Serenity precisou colocar a mão direita, na
cor amarela, sabia que estava em apuros. Curvando-se
lentamente, colocou a mão no círculo amarelo.
E roçou contra ele, fazendo os dois gemerem. Da última
vez que o olhou, o pau dele estava duro e pingando. Ela cerrou
os dentes, determinada a não ser a pessoa a ceder.
— S-s- sua vez.
Usando sua magia, ele girou a roleta.
— Sem trapaça! — ela exclamou.
— As regras estabelecem que eu gire a seta, tecnicamente
a minha magia é uma parte de mim, então não é trapaça, —
ele rebateu. Seu movimento o fez inclinar-se sobre sua

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companheira para colocar a mão direita ao lado da esquerda
dela.
Pela extensão de suas costas, o corpo de Micah
pressionava contra o dela. Serenity sentiu o comprimento duro
dele deslizar contra ela. Ela foi girar a seta e ofegou. Então
virou a cabeça para olhá-lo brava.
— Você tem usado magia do ar para escolher os seus
movimentos!
— Estava me perguntando quando você descobriria. —
Micah lhe beijou a nuca. Ela sentiu o corpo deste estremecer.
— Eu quase te perdi. Você me deixou, — ele sussurrou.
Serenity estendeu a mão atrás de si e colocou os braços
dele ao redor de seu corpo.
— Mas você não me deixou ir.
— Nunca vou deixa-la partir, — ele prometeu.
Ela caiu de joelhos e ficou de quatro.
— Me reivindique novamente, Micah. — Quando olhou
para trás, viu que seus olhos tinham escurecido. Ele acariciou
o pênis da base até a ponta.
— Você me pertence, — ele disse enquanto se ajoelhava
atrás dela.
— Somente sua. Para sempre.
Serenity jogou a cabeça para trás em êxtase quando seu
companheiro mergulhou dois dedos profundamente dentro
dela.
— Sim! Micah, por favor! — ela implorou.
Ele alinhou a cabeça de seu pênis e a penetrou. Não
houve palavras suaves ou promessas de amanhã. Não era

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necessário. Ela precisava dele da maneira mais primitiva que
se podia imaginar. Micah não estava fazendo amor com ela, ele
a estava marcando. Reivindicando-a como sua, de dentro para
fora.
Serenity inclinou os quadris até que ele estivesse
atingindo seu ponto G com cada impulso. Ela estava tão perto,
o som de sua carne batendo contra a dela ecoava ao redor
deles. Ela se abaixou e esfregou os dedos em cada lado de seu
clitóris.
— Micah, — ela suspirou.
— Minha! — ele rugiu. Ela torceu os dedos e gozou com
mais força do que nunca na vida. Seus braços cederam e
Serenity teria caído para frente no chão, mas ele a segurou e a
abaixou suavemente. Se retirou de seu corpo e caiu no chão
ao lado dela. — Eu te amo, Serenity.
— Sei que ama. Nenhuma outra mulher já foi amada do
jeito que você me ama. — Ela se virou para encará-lo e
estendeu a mão. Seus dedos se entrelaçaram. Ela o olhou nos
olhos. — Eu te amo mais do que a promessa de um paraíso.
Os olhos dele se encheram de lágrimas.
— O paraíso celestial ainda nos aguarda. Mas, quando
chegarmos lá de verdade, teremos realizado tudo o que nos
propusemos a fazer na vida. Nossos tataranetos nos verão
partir e iremos de mãos dadas. Juntos.
— Juntos, — ela repetiu. — Para sempre.
— Para sempre.

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 Capítulo 13
Meryn sentava-se quieta na mesa da sala de jantar
enquanto as conversas zumbiam ao seu redor. Todos pareciam
estar conversando de um vez. As crianças estavam livres do
vírus e os vampiros adormecidos estavam melhorando cada vez
mais. Mas algo estava errado. Vivi verificara Micah e Serenity
e reportou que estavam ambos acordados e bem. Embora não
tivesse sido dito em voz alta, todos pareciam entender por que
estes não iriam jantar. Meryn sorriu de lado, ela teria sorte de
ver os dois antes de sair da cidade.
Ela se recostou na cadeira enquanto algo continuava a
incomodá-la. Simplesmente não conseguia se lembrar o que
era ou por que era importante. Estúpido cerebrozinho.
— Denka, você está bem? — Ryuu perguntou pegando
seu pulso.
Em torno dela, a mesa se aquietou.
— Ryuu, a criança está bem? — Magnus perguntou.

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 Meryn olhou para Rheia. O que diabos ela dissera? Algo
sobre terem chegado tão longe. Meryn ofegou ao lembrar por
que isso a incomodara.
Eles tinham chegado muito longe. Seguindo exatamente
o caminho traçado para eles, mas por quem?
— Meryn, bebê? — Aiden segurou a outra mão dela.
Meryn se virou para Magnus.
— Você disse que eu poderia ter o que quisesse, a
qualquer hora, certo?
Magnus concordou.
— Você, mais do que ninguém, merece tudo o que seu
coração desejar.
— Quero falar com DeLaFontaine.
— Não, — retrucou Aiden imediatamente.
Ela fez uma careta para ele.
— Não pedi a você.
Meryn se voltou para Magnus.
— Eu não pediria se não fosse importante.
Magnus lhe deu um sorriso suave.
— Já passei do ponto de duvidar de você. — Ele olhou
para Adriel. — O prenda e traga-o até aqui. Se ela quer se
encontrar com ele, a quero cercada por guerreiros da unidade
o tempo todo.
Adriel se levantou e fez um gesto para Declan.
— Você vem comigo.
Declan sorriu.
— Sabia que você gostava mais de mim. — Adriel ainda o
estava ignorando quando os dois saíram.

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 Magnus se levantou.
— Meryn, se for de seu gosto pode postergar isso a
antecâmara, acho que se sentirá mais confortável lá. — Ele
olhou ao redor. — E quando ele sair, podemos voltar aqui sem
que o jantar seja estragado por sua presença.
— Reivindico a poltrona! — disse Meryn se levantando.
Beth riu.
— Acho que é ela praticamente sua agora, de qualquer
maneira.
Meryn deixou Aiden ajudá-la a se erguer e acompanhá-la
até a antecâmara.
Mais rápido do que ela pensou que seria necessário, a
porta se abriu e Adriel puxou DeLaFontaine para dentro da
sala. Quando viu Meryn, ele rosnou.
— Você! — ele silvou. — Não pense que não sei que você
estava por trás daquele feitiço humilhante.
Meryn franziu a testa, então se lembrou do feitiço de
diarreia dos gêmeos. E começou a rir.
— Na verdade, eu tive pouquíssimo a ver com isso, mas
obrigada por me lembrar. Eu precisava de uma boa risada.
Adriel colocou DeLaFontaine de joelhos no meio da sala,
de frente para Meryn.
— Ele é todo seu, — este anunciou.
DeLaFontaine a olhou.
— Do que se trata isso?
Meryn inclinou a cabeça.
— Não tenho certeza ainda. Algo sobre você me incomoda.
— Ele incomoda a todos nós, — Vivi murmurou baixinho.

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 Meryn olhou nos olhos de DeLaFontaine.
— Óleo preto e escorregadio, — disse ela para si mesma.
Ela sentiu duas mãos pousarem em suas costas. Ela
sabia sem se virar que era Ryuu e Kendrick.
— Continue, Meryn, — Kendrick pediu.
— Eu vi aquela coisa preta de novo, com aquele babaca
do Dubois, mas não como ele, — ela apontou para o homem a
seus pés.
O instinto de Meryn se provou correto quando
DeLaFontaine empalideceu com suas palavras.
— Impossível, — ele sussurrou.
— Sabe o que acho? — ela lhe perguntou. — Acho que
quem manda mesmo, quem criou este vírus, não acho que
sejam gentis o suficiente para nos deixar uma saída. Fizemos
tudo que pensaram que faríamos. Abrimos a cidade,
recebemos os refugiados, coletamos sangue, tudo de acordo
com o plano. — Meryn correu atrás daquele exato pensamento
que parecia evadir-se dela. — Até eu visitar você. Foi quando
tive aquelas premonições horríveis sobre Magnus. Foi quando
paramos de fazer o que eles queriam. — Ela se virou para Vivi.
— O que teria acontecido se eu não tivesse te avisado sobre o
Magnus?
Vivi franziu a testa e depois cambaleou. Etain a firmou.
— O Magnus teria sido forte o suficiente, rápido o
suficiente para matar ou incapacitar Gavriel e Kendrick. Uma
vez feridos, os dois teriam sido mortos junto com todos na sala.
Meryn continuou:

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 — O que teria acontecido se eu não tivesse interrompido
o terceiro lote de sangue antigo de ser usado com as crianças
e shifters no Nível Seis?
Vivi cobriu o rosto com as mãos, incapaz de falar. Gavriel
se virou para Meryn.
— Os níveis de testosterona no sangue por causa dos
marcadores de transição teriam reagido a o que quer que
estivesse no vírus para promover um comportamento
agressivo. Eles teriam se tornado ferals. Os adultos iriam
hesitar em machucá-las e as crianças teriam dizimado todos
no hospital. — Ele olhou para DeLaFontaine. — Magnus teria
começado de baixo e ido até a parte de cima e as crianças
teriam começado de cima e aberto caminho até a parte de
baixo. Qualquer vítima que perdesse um companheiro também
iria se tornar um feral e o banho de sangue teria crescido numa
taxa exponencial.
Meryn acenou com a cabeça.
— Foi o que pensei. — Ela olhou para DeLaFontaine. —
Você não é inteligente o suficiente para fazer tudo isso. É muito
egocêntrico. Você iria querer preservar a cidade, para poder
governá-la, não teria orquestrado isso. — Seus olhos se
estreitaram. — Quem está mexendo os seus pauzinhos?
O corpo de DeLaFontaine caiu para frente e sua cabeça
pendeu, seu cabelo bloqueando o rosto.
— Você realmente quer saber? — ele perguntou soando
diferente.
— Sim, — respondeu ela.

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 — Que assim seja. — Foi a última coisa que Meryn ouviu
antes que uma luz explodisse atrás de seus olhos.
— Denka!
— Meryn!
Merda, eles vão ficar tão putos comigo.
Por fim, ela cedeu à dor.
*****
Quando abriu os olhos, ela olhou em volta. Estava em
uma sala bem branca.
— Bem, caralho, — ela murmurou.
Uma risada baixa e masculina a fez se virar.
— Puta merda! — Meryn exclamou. O homem diante dela
não podia ser real, ele era simplesmente lindo demais. Se não
estivesse acasalada, ela o cobiçaria.
— Obrigado, — respondeu ele, com uma voz profunda.
Silenciosamente, ele começou a contorná-la.
— Espera, você pode ler a minha mente? — ela
perguntou.
— De certa forma.
— Cuidado, pode ficar um pouco louco lá, — ela o avisou.
Ele sorriu e continuou a rodeá-la.
— Presumo que você seja o chefe, o cara no comando?
— Algo do tipo.
— Por que está fazendo tudo isso?
— Você deveria estar fazendo tantas perguntas? Não pode
ser bom para a sua saúde, — ele alertou.
— Tenho feito perguntas a minha vida toda, amigo, é o
que eu faço.

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 — Os bruxos me avisaram sobre você. Não tem ideia de
por quanto tempo tenho te procurado.
— Eles te alertaram sobre mim? — Ao redor deles, um
lampejo de luz azul iluminou as paredes de vidro fosco. Ela
ignorou. — Por que você estaria procurando por mim?
— Me pergunto como eles a mantiveram escondida, — ele
meditou.
— Voltando à minha outra pergunta. Por que está fazendo
tudo isso? É pelos colares?
— Os colares são apenas um meio para um fim.
— Que fim?
— Do seu mundo, é claro.
— Cara, sério? Você quer dominar o mundo? Viu como
ele está fodido ultimamente? Acredite em mim, é uma dor de
cabeça que você não quer.
Ele parou de circulá-la para ficar a sua frente.
— Imagine estar trancado em uma pequena caixa de
madeira. Não há janelas, nem portas. É seco, empoeirado,
quente e confinante. Você não arriscaria tudo para sentir um
pouco de ar fresco no rosto ou para saborear a doce e fria
água?
— Suponho que sim, — admitiu Meryn.
— Mesmo que isso significasse matar outros?
Ela deu de ombros.
— Dependeria se eles merecessem ou não.
— Você não é o que eu esperava. A maioria dos humanos
responderia: “Eu nunca mataria uma pessoa inocente”.

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 — A maioria dos humanos mente para si mesmos
regularmente, eu não sou tão esperta assim, — disse Meryn,
estremecendo com o outro lampejo brilhante de luz azul.
— Você pensa mais como um demônio do que como um
ser humano, — ele elogiou.
— É isso que você é?
— Seu Príncipe das Sombras poderá lhe dizer mais, — ele
respondeu. Ele a olhou de perto. — Sabe, eu simplesmente ia
fazer com que a matassem, mas posso mudar de ideia. Você é
divertida. Acho que poderíamos nos divertir muito juntos.
— Você sabe que o DeLaFontaine será questionado pelo
conselho, — Meryn ressaltou.
Ele deu de ombros preguiçosamente.
— Ele cumpriu seu propósito.
— O que quer que você esteja fazendo, se machucar as
pessoas de quem gosto. Vou impedi-lo.
— Você pode tentar, e vou gostar de vê-la tentar. — Ele
sorriu e ergueu um dedo. — Espere.
Meryn protegeu os olhos de outro lampejo de luz.
Ele riu.
— Seu escudeiro está perdendo a cabeça para tê-la de
volta.
Agora foi a vez dela de dar de ombros.
— Eu sei.
Ele fez uma pausa.
— Você sabia que aquele era o seu escudeiro o tempo todo
e o está ignorando?
— Eu te disse. Eu pergunto, é o que faço.

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 Ele lentamente se aproximou dela. Meryn sentiu sua
espinha gelar quando os lábios dele se aproximaram de sua
orelha.
— E eu mato pessoas, é o que faço.
Ela se virou de modo que seus narizes quase se tocaram.
— Mas você não vai me matar. — Disso ela tinha certeza.
Ele sorriu e recostou-se.
— Posso não precisar.
— O que quer dizer?
— Eu esqueci de mencionar? Para falar comigo, tive que
parar o seu coração. — Seus olhos estavam frios. — Eu disse
que fazer tantas perguntas podia afetar a sua saúde.
A mão de Meryn foi até a barriga. Ela correu até o vidro e
uma porta apareceu traçada em fogo azul. Ela olhou para trás.
— Este é o seu único aviso. Não me deixe puta.
Ele atirou a cabeça para trás rugindo de tanto rir.
Quando a olhou, ele sorriu.
— Idem.
Meryn empurrou o vidro até que este cedeu na moldura
de fogo. Tropeçou para frente na luz azul. Exalou quando o
calor se infiltrou em seu corpo. Ela não percebera o quão frio
aquele quarto estava. À distância, viu uma mão se estendendo
para ela. Meryn se esticou o máximo que pôde e deixou que
esta a puxasse de volta.
*****
— A peguei! — a voz familiar de Ryuu exclamou.
— Cara, muito alto, — ela reclamou.

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 Um rugido ensurdecedor ecoou ao seu redor. Ela abriu os
olhos e olhou na direção do som. Adriel, Gavriel, Colton,
Declan e Rex mantinham uma criatura enorme presa ao chão.
Ela sorriu.
— É o Aiden Peludinho, venha aqui, garoto, — disse ela,
estendendo as mãos.
Os homens derrubaram o “urso” quando este avançou
para deitar a cabeça no peito dela.
— Aiden, a sua maldita cabeça é pesada, mude de volta
ou esmagará a nossa jujubinha.
Lentamente, Aiden diminuiu de tamanho novamente,
suas roupas pareciam trapos esfarrapados pendurados nele.
Atrás dela, Ryuu a segurava perto de seu corpo, recusando-se
a soltá-la.
Ela ergueu os olhos.
— Você era a luz azul.
Seus lábios tremeram e os olhos dele se encheram de
lágrimas, mas não as deixou cair. Ele simplesmente assentiu,
incapaz de falar.
Aiden enterrou o rosto em seu peito, segurando sua
barriga protetoramente.
— Ele te matou, — Aiden sussurrou em uma voz gutural.
Quando se virou para olhar o corpo suspenso de
DeLaFontaine, seus olhos estavam com o preto sólido de seu
urso.
Meryn olhou para DeLaFontaine e se virou para Gavriel.
— Leve-o de volta às celas de detenção e sele-o em um
círculo de sal. Depois volte aqui para uma reunião de família.

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 Os olhos de Gavriel imediatamente brilharam em
carmesim. Ele sibilou para DeLaFontaine antes de balançar a
cabeça.
— Não pode ser.
— Foi você que me contou as histórias, acredite em mim,
salgue a bunda dele e depois volte aqui.
Gavriel se moveu mais rápido do que ela já tinha o visto
se mover antes. Ele puxou DeLaFontaine pelo colarinho e saiu
da sala em menos de dois segundos.
Aiden rosnou quando sua presa foi tirada dele. Ela o
beijou nos lábios.
— Estou aqui e não vou a lugar nenhum, prometo.
Preciso que você se recomponha um pouco. Mais tarde, de
noite, pode examinar cada centímetro meu, mas agora temos
planos a bolar.
Aiden olhou para Ryuu.
— Ela fica em seus braços até eu voltar.
Ryuu acenou com a cabeça.
— Será como diz. — Ele apertou os braços ao redor dela.
Aiden levantou-se com as pernas trêmulas e tropeçou em
direção ao seu quarto. Colton e Adriel ficaram ao lado dele em
segundos, apoiando-o em ambos os lados.
— Vamos, Aiden, nós ajudamos, — disse Adriel, ajudando
a levar o comandante esgotado até o quarto para este se vestir.
Quando ela tentou se mover, Ryuu parou seus
movimentos.
— Ryuu, as minhas costas doem. Você não pode me
segurar na minha poltrona?

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 — Minhas desculpas, denka, percebo que estou passando
por algo muito perturbador. É um sentimento que nunca tive
antes e está me distraindo das minhas obrigações.
— Medo, Ryuu. O que está sentindo é puro e genuíno
medo, — Kendrick disse baixinho atrás deles.
Ryuu praticamente rosnou.
— Eu não tenho medo daquela criatura!
Kendrick colocou a mão nas costas do escudeiro.
— Nunca disse que tinha. — Ele olhou para Meryn. — Eu
acredito que o seu medo vem de quase perdê-la.
— Oh, Ryuu, — Meryn falou suavemente. Ela estendeu
as duas mãos para segurar seu rosto. — Eu não estava com
medo, sabe. Porque eu sabia que você estava lá. Você me deu
forças para enfrentá-lo. — Ela se mexeu até que ele a deixou
ficar de joelhos. Meryn não sabia se era socialmente
apropriado, mas sempre se sentia melhor quando Aiden fazia
isso. Sentindo-se insegura, se inclinou e beijou Ryuu na testa.
— Enquanto estivermos juntos, tudo ficará bem, — ela
prometeu.
A boca de Ryuu se abriu de puro choque. Ele olhou para
Kendrick, como se não tivesse certeza de suas novas emoções.
Kendrick riu.
— Você cuidou dela, a protegeu, a guiou. Ela é sua
responsabilidade, então pensou que poderia tratá-la como os
outros, mas se enganou. Ao contrário dos outros, que só o viam
como uma ferramenta a ser usada, ela o considera da família.
Ela quebrou todas as barreiras que você já criou. O que está
sentindo é amor, puro e simples. Um amor que ultrapassa

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Alanea Alder
rótulos como escudeiro e incumbência. Ela simplesmente
roubou um pedaço da sua alma, Ryuu. — Kendrick deu um
tapinha nas costas dele. — E já estava na hora, maldição.
Meryn baixou as mãos e olhou para Ryuu.
— Eu te amo, mas não quero fazer sexo com você, — disse
ela claramente.
Sua brusca declaração ultrajante sacudiu-o de qualquer
estupor na qual suas emoções o deixaram. Ele respirou fundo.
— E também te amo Meryn e não desejo fazer sexo com
você também.
— Você ainda vai me alimentar, certo? — ela perguntou.
Ryuu lhe deu a um olhar plano.
— Claro que vou te alimentar. Você provavelmente
tentaria se sustentar com Hot Pockets9 de novo se não a
alimentasse.
Meryn exalou de alívio.
— Graças a Deus, — ela disse então olhou para o pulso.
— Ei! Minha tatuagem mudou! Meu dragão ganhou asas! —
Ela ergueu o pulso para Ryuu, que franzia a testa.
— Isso não é possível.
— Ele tem asas! — ela gritou, se levantando. Ela ergueu
o pulso pulando ao redor.
— Pensei ter dito a você para mantê-la em seus braços,
— Aiden rosnou enquanto caminhava de volta para a sala. Ele
a pegou e acariciou seu pescoço com o nariz.

9 Uma marca americana de sanduíches de bolsa que geralmente contêm um ou mais

tipos de queijo, carne ou legumes.

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 — Aiden! Olha! Meu dragão tem asas agora!
Aiden olhou para o pulso dela e depois para Ryuu.
— O que você fez enquanto eu me vestia?
— Eu o beijei na testa como você faz comigo o tempo todo,
porque sempre faz eu me sentir melhor. Então lhe disse que o
amava, mas estipulei que não queria fazer sexo com ele, —
disse Meryn girando o pulso para verificar a nova adição à sua
tatuagem.
Declan acenou com a cabeça.
— Ela foi muito clara sobre essa parte, Aiden.
Ryuu se levantou graciosamente.
— Denka e eu viemos a nos conhecer mais
profundamente, o que nos permitiu crescer. Acho que a
mudança na tatuagem é um reflexo de nosso novo
relacionamento. — Ele ajeitou o colete e a jaqueta antes de
alisá-los para que ficassem esticados. Então colocou a mão
sobre o coração e fez uma reverência. — Denka, se voltar para
a mesa de jantar, irei continuar servindo o jantar.
Etain guardou o telefone.
— Micah e Serenity estão a caminho. Normalmente eu os
deixaria descansar, mas tenho a sensação de que os dois
precisarão ouvir o que aconteceu.
Meryn agarrou a mão de Aiden e tentou puxá-lo até a sala
de jantar.
— Vamos, estou morrendo de fome.
Magnus olhou para os outros.
— Então, por todos os meios, vamos continuar nosso
jantar.

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Alanea Alder
 *****
Micah agarrou a mão da companheira com força
enquanto corriam pelo corredor no Nível Um em direção a
habitação dos Rioux.
— O Etain disse o que estava acontecendo? — ela
perguntou.
— Não, mas ele sabia que eu queria passar mais tempo
me reconectando com você. Deve ser algo importante.
Ao se aproximarem da porta de entrada, se encontraram
com Gavriel vindo da direção das celas de detenção. Seus olhos
brilhavam escarlates. Ele olhou para os dois e simplesmente
acenou com a cabeça antes de abrir a porta para que
passassem.
Quando entraram na sala de jantar, todos estavam
sentados como de costume, mas as conversas ao redor da
mesa pareciam moderadas.
— Eu me escondi, — Pip admitiu baixinho.
— Estou feliz que tenha feito isso, Pip, — Magnus disse
com aprovação. — Eu não o queria perto de você.
Assim que ambos estavam sentados, Micah se virou para
Adriel.
— Então, o que aconteceu?
Adriel simplesmente tomou todo o vinho de sua taça.
Micah estava prestes a perguntar a Gavriel quando viu que o
outro também esvaziava a sua taça.
Kendrick encarava sua taça de vinho, mas não estava
bebendo. Foi assim que Micah soube que era algo ruim. Como
um bruxo, beber prejudicava as suas habilidades. Se Kendrick

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não estava bebendo, era porque queria permanecer vigilante
no caso de ter que invocar a sua magia.
Kendrick colocou a taça de lado.
— Meryn confrontou DeLaFontaine hoje e tornou certas
verdades mais evidentes para o resto de nós.
— O vírus foi projetado para que a única cura possível
fosse o sangue de vampiros antigos.
Micah acenou com a cabeça.
— Nós sabíamos disso.
Kendrick continuou:
— Meryn apontou que, se tivéssemos administrado a
terceira dose, o derramamento de sangue teria sido inevitável,
pois shifters e vampiros perderiam o controle devido aos
gatilhos de agressividade embutidos no vírus. Acho que todos
nós percebemos a armadilha da qual escapamos, mas apenas
Meryn a viu pelo que era. Uma tentativa calculada de destruir
a cidade.
— Meu pai não gostou que as pessoas estavam ficando
doentes, — disse Pip baixinho. — Mas os homens assustadores
disseram que essa era a única maneira de papai conseguir a
cidade.
Meryn deu batidinhas na mesa com o dedo.
— Foi o que pensei. Ele queria ser o novo príncipe, o que
significava que ele meio que precisaria das pessoas para
beijarem a sua bunda. Este vírus teria eliminado todo mundo.
— Seus olhos se arregalaram e ela olhou para Vivi. — Acho que
porque eu parei os tratamentos, a cidade permaneceu
trancada e eles não puderam aproveitar o caos para escapar.

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Então, o seu ataque foi simplesmente um meio para abrirem
as portas para eles saírem, — ela fez uma careta. — Me
desculpe por isso.
Vivi dispensou sua preocupação.
— Não foi culpa sua, Meryn.
Aiden olhou para Pip.
— Pip, por que você não foi a nenhum dos guerreiros da
unidade e lhes contou o que estava acontecendo?
Meryn olhou brava para Aiden.
— Não é culpa dele se ele estava com medo do pai.
Pip apenas piscou para Aiden.
— Mas os guerreiros sabiam.
Aiden olhou para Adriel, que balançou a cabeça. Aiden se
voltou para Pip.
— Porque você pensaria isso?
Pip cutucou Aiden no braço.
— Porque eles tinham as mesmas tatuagens dos
guerreiros da unidade, exceto que as deles eram vermelhas.
Micah não foi o único guerreiro a desmoronar na cadeira.
Claro que Pip não saberia a diferença.
Aiden tinha lágrimas nos olhos enquanto continuava a
fazer as perguntas das quais ninguém queria ouvir as
respostas.
— Todos eles tinham tatuagens vermelhas? — Pip
concordou. Aiden parecia que ia passar mal. — É por isso que
você tentou proteger a Meryn quando nos conhecemos?
Pensou que eu fosse como eles? — Pip assentiu novamente.
Aiden desabotoou a manga e empurrou-a para revelar sua

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tatuagem da unidade. — Esta é uma tatuagem dos guerreiros
de unidade, Pip. Ela mostra a cidade, a unidade e a raça a qual
pertencemos. A minha é preta porque estou servindo
ativamente. Quando um guerreiro se aposenta ou fica inativo
um esboço aparece ao redor dela. — Ele engoliu em seco. —
Quando fica vermelha, significa que o guerreiro virou um feral.
Como os guerreiros são treinados por muitos séculos, foi
decidido que, no caso de um guerreiro perder a alma, a tinta
ficará vermelha como um aviso para que os outros fiquem
longe ou peçam ajuda. — Ele olhou ao redor da mesa. — Não
há nada mais perigoso do que um guerreiro de unidade que
perdeu a alma.
Meryn cobriu a boca com as duas mãos.
— A Vanguarda desaparecida.
Micah não conseguia enfrentar a sala. Enterrou a cabeça
nos braços sobre a mesa e tentou bloquear a verdade. E sentiu
a companheira envolver um braço ao redor dele e abraçá-lo
com força.
Finalmente, Meryn falou, quebrando o silêncio:
— Isso explica a sofisticação de todo esse plano. A
execução teve precisão militar, não como os idiotas
ensandecidos que enfrentamos em Lycaonia.
Micah sentou-se ereto e olhou aos seus companheiros
irmãos de unidade. Nenhum deles queria contemplar a ideia
de derrubar um único guerreiro feral, muito menos dois. Pelo
que Pip disse, o inimigo parecia ter sua própria versão feral das
unidades.
Aiden colocou uma mão sobre os olhos.

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 — Preciso ligar ao meu pai e contar a ele sobre os
guerreiros ferals. Ele terá que convocar a Velha Guarda para
nos ajudar a lidar com isso. — Sua mão caiu. — Vamos emitir
um decreto tornando obrigatório que todos os guerreiros da
unidade já treinados façam uma verificação e se inscrevam no
aplicativo. É a única maneira de obtermos um escopo de quão
ruim essa situação realmente é.
— Por que isso está acontecendo? — Ellie sussurrou,
parecendo completamente sem esperança. Grant recuou e a
ergueu facilmente em seu colo. Ela enterrou o rosto em seu
pescoço.
— O cara, que eu acho que é um demônio, a propósito,
disse que estava tentando sair de algum tipo de caixa, —
respondeu Meryn.
Ryuu a olhou azedamente.
— Você quase morre e é com isso que volta?
Ela olhou brava para o escudeiro.
— Aquele cara responde a perguntas com perguntas, tá
bom. Tive sorte de ter arrancado isso dele.
Gavriel a olhou.
— Ele disse mais alguma coisa?
Meryn olhou para cima, relatando mais uma vez sua
experiência.
— Perguntei a ele se era um demônio e ele disse: “O
Príncipe das Sombras poderá lhe dizer mais”. Ele falou que os
colares eram um meio para um fim de dominar o nosso
mundo... Ah, e que os bruxos o alertaram sobre mim. — Ela
sorriu. — Então disse que achava que não ia me matar porque

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eu era engraçada e poderíamos nos divertir juntos. — Ela
franziu o cenho. — Acho que ele gosta de mim.
Hal apareceu ao lado de Aiden e serviu-lhe uma taça
cheia de um líquido âmbar. Com a mão trêmula, Aiden engoliu
tudo e tossiu uma vez. Ele olhou para Hal.
— Obrigado.
Hal parecia tão assustado quanto o resto deles.
— Se alguém merece uma bebida forte, é você.
Kendrick ergueu a mão.
— Ele mencionou bruxos, como no plural?
Meryn acenou com a cabeça.
— Ele disse que não foi capaz de me encontrar porque eu
estava escondida ou algo assim.
Kendrick olhou para Gavriel.
— Pela Destino?
Gavriel balançou a cabeça.
— Neste ponto, sinto que não sei de mais nada.
Kendrick se voltou para Meryn.
— Como soube que deveríamos colocar um demônio em
um círculo de sal?
Meryn se iluminou.
— Netflix.
O queixo de Kendrick caiu, e ele se virou para Anne.
— Magia em seus jogos de RPG, alquimia em anime e
agora caça a demônios na Netflix? Por que eu não sabia de
nada disso?
A boca de Anne se contraiu.

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 — Podemos navegar na Netflix e relaxar depois, amor. —
Meryn riu e Anne piscou um olho para ela.
— Como você consegue rir? — Vivi perguntou. — Como
iremos enfrentar o amanhã?
Meryn inclinou a cabeça.
— Enfrentaremos o amanhã porque a alternativa é não
enfrentar, o que significa morrer, e eu, pelo menos, não acabei
todas as coisas que planejei fazer. Tipo, assistir a mais nova
temporada de Doctor Who ou experimentar os novos Cheetos
sabor pimenta. Eu encaro o amanhã rindo, porque se deixar
que roubem a minha felicidade, então eles já ganharam, e foda-
se isso, porque eu vou ganhar.
Aiden suspirou.
— Você poderia ter falado sobre assistir a séculos de pôr
do sol com seu companheiro ou fazer um tour pela Amazônia,
mas escolheu Cheetos e Netflix?
— Foda-se a Amazônia! Sabe quantos insetos existem na
Amazônia? Tipo, eles nem possuem uma contagem precisa do
número de espécies que existem, muito menos de quantos
insetos há individualmente. Você sabia que uma estatística diz
que na Amazônia, os insetos superam todos os vertebrados de
quatro para um? Imagine quantos insetos minúsculos seriam
necessários para formar quatro da sua bunda enorme. De jeito
nenhum! Foda-se isso.
Aiden fez beicinho.
— Eu não sou tão grande assim, Meryn, e não tenho uma
bunda enorme.

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 Etain se inclinou na direção da companheira e apontou
para o outro lado da mesa, para o Comandante da Unidade e
sua pequena companheira.
— É assim que enfrentamos o amanhã. É assim que
rimos. Encontrando alegria em cada momento. — A boca de
Etain se contraiu com a expressão de Aiden.
Serenity descansou a cabeça no ombro de Micah.
— Temos milhares de momentos pelos quais ansiar. Não
podemos virar as costas para todos eles porque temos medo de
alguns.
Ele se virou para ela e sussurrou:
— Estou especialmente interessado em mais momentos
de Twister nus.
Ela corou e beijou sua testa.
— Pode apostar, — respondeu ela.
Kari suspirou e pegou seu iPad.
— Então, temos um possível demônio criador de vírus que
lidera um exército de guerreiros de unidade ferals, além de
ceifadores invisíveis e uma penca de ferals sem inteligência? —
Ela digitou algumas vezes e ergueu os olhos. Todo mundo a
estava encarando. — O quê? Podemos muito nos organizarmos
a respeito.
Magnus foi o primeiro a perder a compostura. Mas sua
risada estrondosa pareceu desencadear o restante da sala.
Eles estavam enfrentando probabilidades impossíveis, mas de
alguma forma estar com a família fazia parecer que tudo
terminaria bem.
Ellie fungou.

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 — O que fazemos agora?
Micah se inclinou para frente para lhe responder.
— Celebrar. — Ele olhou ao redor da mesa e de volta para
a companheira. — Celebrar cada momento.
Micah conseguia ver o amor incondicional que ela tinha
por ele em seus olhos.
— Porque o amanhã não é uma garantia, — disse ela
sorrindo.
Ele levantou a mão dela e a beijou.
— Mas tudo pode acontecer, o nosso futuro tem
possibilidades infinitas e pretendo aproveitar cada uma delas.

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 Epílogo
Meryn observou a celebração de sua poltrona reclinável
na antecâmara de Magnus. Esta ocorria no dia seguinte ao
agitado jantar estrelado por DeLaFontaine. Magnus se
superara oferecendo uma grande festa para comemorar a
recuperação das crianças. Todo mundo estava se
concentrando nas coisas boas, determinados a não deixar a
notícia perturbadora deixá-los para baixo.
Micah e Serenity ainda tinham o brilho de recém-
acasalados sobre si, então a notícia de um possível demônio
não devia ser nefasta o suficiente para estourar a bolha de sexo
deles. Meryn sorriu. A quem estava enganando? Ela estava
acasalada há menos de um ano e ainda curtia a sua fase de
“lua de mel” com Aiden.
Ela olhou para a camiseta de Micah. Levantando o
telefone, tirou uma foto e a carregou no Pinterest para que Dani
pudesse copiá-la mais tarde. A camisa simplesmente dizia:
1692 – Nunca Mais - Vidas Bruxas Importam
Ela viu quando a boca de Micah se abriu em choque.

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 — O que quer dizer com foi a Karen? — ele perguntou.
Adriel ergueu as mãos.
— Não atire no mensageiro. Dimitri me pediu para te dizer
que foi a Karen e para não se preocupar, ele cuidou disso.
Disse que depois que a Karen descobriu que a Serenity ajudou
a salvar aqueles que foram atingidos pelo vírus, ela confessou
ter posto a cobra no seu cesto de roupa. Dimitri diz que ela se
sente péssima porque o tio dela foi um dos que estavam sendo
tratados no hospital. Disse que ela prometeu não interferir no
seu acasalamento novamente.
Serenity olhou para o companheiro.
— Quem é Karen?
Micah engoliu em seco.
— Bem, se poderia dizer que ela é uma amante do
passado.
Os olhos de Serenity se estreitaram.
— Sua ex-amante colocou uma cobra venenosa em seu
cesto de roupas para se vingar de mim?
Micah suspirou.
— A maldição de ser popular. — Ele franziu a testa. — Me
pergunto por que só a Karen ficou chateada?
A Serenity deu a ele um sorriso maligno.
— Só a Karen? Nada de Twister para você mais tarde.
O queixo dele caiu.
— Mas, Serenity...
A atenção de Meryn foi desviada das súplicas de Micah
pelos gêmeos.

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 — Meryn! — Nigel gritou, enquanto corria em sua direção,
Neil, Pip e Avery logo atrás dele. — Encontramos alguns no
Nível Seis!
Meryn se endireitou.
— Não acredito!
Neil olhou ao redor da sala antes de puxar um pequeno
objeto quadrado de debaixo da camisa e colocá-lo no colo dela.
Os meninos se reuniram em volta, a bloqueando de vista.
Todas as suas cabeças inclinaram-se para baixo.
— O que é isso? — Pip perguntou.
Nigel observou Meryn atentamente enquanto esta
desembrulhava o papel pardo para revelar um pacote de
pequenas latas. Ele olhou para Pip.
— A Meryn estava nos contando sobre esta bebida. Ela
disse que era frutada como suco, carbonatada como
refrigerante, mas tinha todos os efeitos maravilhosos de um
café expresso. — Todos olharam para o líquido mágico.
— Este, meninos, é o Red Bull sem açúcar. Normalmente
eu iria soltar os cachorros por um pouco de açúcar, mas
estranhamente a versão sem açúcar tem um gosto melhor do
que a comum. Tem mais um gosto de framboesa. — Meryn
abriu o pacote e entregou uma pequena lata prateada a cada
um deles. — Aproveitem, rapazes.
Neil franziu a testa.
— E você?
Meryn balançou a cabeça.
— Minha pequena jujubinha gosta de café, não quero
misturar com o Red Bull. — Ela esfregou a barriga.

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 Avery assentiu.
— Essa é provavelmente uma boa ideia. — Os quatro
olharam em volta e abriram suas latas. Deram os primeiros
goles. Até então, todos pareciam surpresos, mas satisfeitos.
Não levaram muito tempo para terminarem suas bebidas.
— Eu não sinto nada, — Nigel observou.
Meryn sorriu.
— Espere um pouco.
Avery sentiu primeiro. O pequeno shifter começou a
correr no lugar.
— Essa coisa é incrível, sinto que posso voar!
Nigel e Neil se encararam.
— Uau, — ambos disseram em uníssono.
— Voar? Sério? Acha que isso pode me ajudar? — Pip
perguntou. — Quer dizer, pode me ajudar. Eu deveria ser
capaz de voar, sou um vampiro afinal. Não quero usar esta
pequena pedra para sempre. — Ele olhou para os gêmeos. —
Não que eu não ache ela incrível. Porque realmente é. Só quero
sentir que me encaixo, sabe?
— Acho que essa coisa desbloqueou um novo nível no
cérebro do Pip, — Neil sussurrou.
Meryn riu.
— Ele não é um videogame.
Avery e Pip deram as mãos e começaram a girar juntos
na antecâmara.
— Pip, tenha cuidado para não jogar o Avery do outro lado
da sala, — avisou Meryn.
— Ok, — os dois disseram juntos numa voz cantante.

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 Neil olhou para Nigel.
— Sentiu algo?
Nigel balançou a cabeça.
— Talvez não funcione com bruxos? — Ele suspirou e
Meryn ouviu um som de estalo fraco.
— Nigel, acho que está funcionando. — Os olhos de Neil
estavam fixos na pedra sob seus pés.
Os gêmeos olharam para o chão enquanto videiras
floridas saíam da pequena fenda.
— Irado, — eles sussurraram maravilhados.
— Nigel! Neil! O que, em nome dos deuses, vocês fizeram?
— Kendrick berrou.
— Uiiiiiiiii, — Avery soltou uma risadinha, enquanto Pip
o flutuava até perto do teto.
— Olha, Neil, o Pip está voando! Ele está voando! — Nigel
apontou para Pip e Avery.
— Isso aí, Pip! — Neil gritou.
— Avery! — Warrick gritou. E ficou embaixo do
companheiro com os braços esticados no caso deste cair.
Meryn sentou-se com as mãos cruzadas no colo,
observando enquanto os meninos se divertiam. Antes de
conhecer Aiden, ela nunca entendera o que “família”
significava. Mas estava aprendendo lentamente. Ver os
meninos felizes, a deixava feliz.
Nigel e Neil correram de Kendrick e se abaixaram atrás de
Anne, que riu e os protegeu de seu companheiro.
— Kendrick, você pode consertar isso? — Magnus
perguntou, quando as plantas começaram a florescer.

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Alanea Alder
 Sebastian sorriu.
— Acho que é uma adição adorável.
Aiden se aproximou de Adriel.
— Alguma palavra sobre como DeLaFontaine foi morto?
Adriel balançou a cabeça.
— Marcus disse que estava dormindo e não viu nada. Leif
e Travis juram que ninguém entrou nas celas de detenção. —
Ele se virou para Meryn. — Meryn, acha que alguma coisa foi
capturada pelas suas câmeras?
Ao lado dela, Sebastian congelou ligeiramente enquanto
servia uma grande tigela de Pudim Mágico. Meryn mostrou sua
expressão mais entediada.
— Não, eu mesmo verifiquei a filmagem, não vi nada. —
Ela sorriu para Adriel e Aiden, que se viraram um para o outro.
Adriel esfregou a nuca.
— Talvez o demônio o tenha matado já que ele não era
mais necessário, — este sugeriu.
Aiden assentiu.
— Aposto que foi isso que aconteceu.
— E apenas para Meryn temos uma variedade de
chocolates importado com infusão de café, — disse Sebastian
entregando-lhe a enorme tigela de pudim. — Se me der apenas
um momento, vou pegá-los para você. — Ele se inclinou e
sussurrou: — Obrigado.
Ela lhe sorriu.
— Essa foi uma das merdas mais sexy que já vi nos
últimos tempos, — disse ela, rindo quando ele corou. O
escudeiro se endireitou e se virou para Ryuu.

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 — Ela é simplesmente adorável. — Ele se afastou
assobiando para pegar os chocolates.
Meryn não estava mentindo. Ver Sebastian entrar nas
celas de detenção, passando por um Leif e Travis parecendo
atordoados, foi incrível. Vê-lo usar seu poder para fazer
DeLaFontaine quebrar o próprio pescoço fora hipnotizante,
mas a forma fria e imparcial que Sebastian disse a
DeLaFontaine que este selou seu destino quando foi atrás de
sua incumbência deu novos objetivos de vida a Meryn.
Já que DeLaFontaine tinha sido colocado na lista de
execução, Sebastian não corria o risco de perder a alma. Ela
comeu alegremente seu pudim.
Ryuu acenou com aprovação.
— Ele é um bom escudeiro.
— Sim. E faz um pudim de matar também.
Meryn esticou o pescoço tentando ver além de Aiden
quando ouviu uma enxurrada de barulho na porta. Sebastian
passou correndo por ela para dar as boas-vindas a quem quer
que tivesse acabado de chegar.
— Pai? — Etain falou incrédulo. Meryn praticamente teve
que inclinar a cabeça para trás para ver o fae por inteiro. Ele
era enorme!
O fae de tamanho impossível puxou Etain para um
abraço.
— Mandei seu irmão, sua irmã e sua mãe ficarem em Eiré
Danu. Não tinha certeza de quão seguro seria depois que os
portais se abriram.
Etain puxou Vivian para a frente.

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Alanea Alder
 — Vivi, este é o meu pai. Liander Aerlin. Quando ele
passou o papel de chefe da família para mim, me tornei
Vi'Aerlin, então seu nome voltou ao nosso sobrenome
principal, — este explicou. Vivi assentiu. Ele se virou para o
pai. — Pai, tenho a honra de apresentar minha companheira,
Princesa Vivian Vi'Aerlin. Mesmo tendo nascido de duas das
casas reais vampiras, DuCoeur e DuSang, ela escolheu levar o
meu nome. — Ele gentilmente colocou a mão sobre o abdômen
dela. — Ela carrega minha filha, uma nova vida fae.
Os olhos de Liander se arregalaram.
— Mil bênçãos a vocês, — ele sussurrou. Então seu rosto
murchou e este se virou para Etain. — Sua mãe e irmã vão me
matar por fazê-las ficar para trás. — Etain simplesmente riu.
Liander o ignorou e colocou uma mão brilhante no ombro de
Etain. — Isso deve substituir o que você perdeu.
Etain suspirou.
— Obrigado, pai. Me sinto muito melhor.
A atenção de Meryn voltou-se para Declan, que parecia
com medo do homem e da mulher na frente de si.
— Mãe? Pai? O que estão fazendo aqui? — Declan
perguntou.
A mulher pequena se lançou em Declan.
— Onde mais estaríamos? Meus dois filhos ficaram
presos na cidade com um vírus shifter se espalhando!
— Pai, gostaria de apresentar Kari Delaney. — Rex
apontou para a barriga dela. — E esse é o bebê Lionhart, —
contou exultante.

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 A versão mais velha de Declan envolveu Kari em um
grande abraço.
— Graças aos deuses que você está bem.
Meryn olhou para Ryuu.
— Acho que os vampiros acordaram já que os portais
parecem estar funcionando.
— Essa é provavelmente uma suposição correta, denka,
— Ryuu respondeu.
A presença da família completou verdadeiramente a
celebração. Sebastian, Pavil e Hal estavam inteiramente em
seu elemento enquanto serviam e entretinham tantos
convidados.
— Aqui está ela! — uma voz masculina gritou.
Meryn olhou para Stefan.
— Com quem você está falando?
Segundos depois, uma versão um pouco mais velha de
Stefan apareceu. Seus olhos castanhos calorosos sorriam para
ela.
— Então esta é a mulher com o cheiro indescritível?
Meryn olhou para Stefan.
— Eu tenho um nome, sabe?
— Meryn, gostaria que conhecesse meu irmão mais velho,
Cristo Bolivar.
Cristo ajoelhou-se na frente dela para que não ficasse
elevado sobre Meryn. Agarrou a mão dela para cumprimenta-
la e franziu a testa. Ele a puxou até o nariz.
— Ele está me cheirando, — ela sussurrou para Ryuu.

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 A mão de Cristo começou a tremer sob a dela. Ela olhou
para Ryuu.
— Eu quero o Aiden, — disse ela, sem saber o que estava
acontecendo.
— Estou aqui, — disse Aiden tirando a mão dela da de
Cristo e se posicionando entre os dois, forçando Cristo a se
levantar e recuar.
— Cristo? — Stefan perguntou parecendo confuso.
Cristo olhou para além de Aiden.
— Por favor, — ele implorou. — Deixe-me cheirá-la só
mais uma vez. Preciso ter certeza.
Aiden se moveu um milímetro para longe e Cristo ficou ao
lado dele. Embora suas mãos tremessem, seus olhos estavam
cheios de lágrimas e admiração.
— Não quero assustá-la, — ele se abaixou até ela.
Lentamente, ela segurou a mão dele e Cristo se abaixou
para cheirá-la novamente. Quando este se endireitou, havia
pura alegria em seus olhos.
— Sim! Sim! Deuses! Sim! — Ele largou a mão dela e
começou a dançar.
— Cristo, mas que diabos? — Stefan exigiu.
Cristo olhou para Stefan.
— Diga ao pai que ele ficará no comando da matilha por
um tempo. Se quiser descobrir por que ela tem um cheiro
familiar, precisa vir comigo.
Stefan concordou.
— Ok. Para onde vamos?
Cristo o ignorou e olhou ao redor da sala.

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 — O Law Ashleigh está aqui? Captei um leve toque de seu
cheiro.
Law saiu da multidão que se formou ao redor deles.
— Estou aqui, seu maldito cão de caça. O que você está
fazendo com a Meryn?
Cristo se aproximou e colocou as duas mãos nos ombros
de Law.
— Law Ashleigh, preciso que invoque a sua senha de
emergência e leve Thane para Eiré Danu.
Os olhos de Law saltaram.
— Olha, não posso entrar em detalhes agora, mas temos
uma tonelada de coisas acontecendo nesse momento.
Cristo apertou os dedos.
— Fale. Com. Ele. Para largar tudo e ir a Eiré Danu. —
Ele olhou nos olhos de Law. — Confie em mim, ele vai querer
estar lá.
Meryn ergueu as mãos formando um “T”.
— Tempo! O que diabos está acontecendo?
Cristo se ajoelhou na frente de Meryn e segurou as duas
mãos dela.
— Eu gostaria de te dizer, mas não posso. Jurei que não
falaria sobre o que eu sei fora da proteção de Eiré Danu. Você
poderia, por favor, vir comigo até a Terra do Sol Eterno?
Meryn analisou seu rosto. Como o pai e o irmão, Cristo
personificava um senso de verdade e lealdade. Ela deixou sua
empatia estender-se e o que viu a fez se decidir.
— Você é um escudo para aqueles que estão atrás de
você, — disse ela.

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 Ele piscou para conter as lágrimas.
— Tento ser, às vezes falho.
— Depois da nossa festa. Me dê alguns dias para amarrar
algumas pontas soltas aqui, depois irei até Eiré Danu. — Ela
deu de ombros. — A rainha quer me conhecer de qualquer
maneira.
Cristo se levantou.
— Perfeito! Irei na frente para pegar algo do depósito.
Deuses! Espero poder encontrar. — Ele lhe beijou a testa e
agarrou Stefan pelo braço. — Vamos localizar nosso pai e lhe
dizer que ele será o Alfa de novo por um tempo.
— Eu não consegui comer nada! — Stefan reclamou
enquanto saíam pela porta.
Aiden encarou Meryn.
— O que?!
Ela lhe sorriu brilhantemente.
— Adivinha só, bebê? Nós vamos para Eiré Danu!

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