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BeacoN
Alanea Alder
Meu Farol
Alanea Alder

Disponibilização: Eva
Tradução: Shinigami, Aly Brasil
Revisão: Shinigami
Leitura Final: Lady McKenzie

Outubro/2022

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BeacoN
Alanea Alder
Dedicatória
~Amor Vincit Omnia - O Amor Tudo Conquista~

~Obrigada por esperar~

Os últimos dois anos tem sido difíceis para todos nós, mas como Meryn
e a gangue, tentem manter os pensamentos positivos, as coisas sempre
melhoram.

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Gage Fabre tem participado de reuniões sobre o escurecimento
das luzes da cidade, mas até então, ninguém sabe por que isso
está acontecendo. Ele e seus companheiros irmãos de unidade só
podem se concentrar em recuperar faes sequestrados e apoiar sua
rainha.
Visões noturnas de uma bela mulher envolta em chamas o
assombram. Noites sem dormir e treinos crescentes o deixam se
sentindo desgastado. Irá o mundo deles, algum dia, ficar seguro
novamente?
Zoe Appleblossom acabara de começar sua obrigação
familiar de atuar como Cabeça do Templo de Fogo quando um
pedido urgente chega de Eire Danu. Ao contrário de seu irmão e
irmã mais velhos, sua magia é um pouco mais selvagem. Tanto
animada pela chance de partir quanto preocupada com os fae, ela
imediatamente se dirige para Eire Danu.
Mas toda a sua animação desaparece quando chega à
Cidade do Sol Eterno e vivencia uma escuridão fria e penetrante
que a deixa abalada.
Enquanto sentimentos de dúvida a atormentam, ela encontra
um vislumbre de esperança no homem que descobre ser seu
companheiro. Lado a lado, eles correm para encontrar respostas,
porém, podem seus esforços conjuntos afastar as sombras e
restaurar a luz de uma cidade inteira?

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Prólogo

Gage assistiu horrorizado enquanto as chamas subiam


na frente de sua companheira. Ele conseguia ouvi-la gritar,
mas a intensidade do fogo o impedia de dar nem que fosse
um único passo à frente. As chamas subiram mais e ele já
não conseguia mais vê-la. Ele piscou e agora estava em um
corredor, observando a cena diante de si por trás de um
batente. As chamas se extinguiram por tempo suficiente para
que a visse virar-se em sua direção, lhe estendendo as mãos.
De repente, a porta se fechou com tudo.
Ofegante, acordou e sentou-se, chutando os cobertores.
Não queria nada perto de sua pele. Ele quase ainda podia
sentir o calor das chamas. Sentindo-se frustrado, se jogou de
volta na cama.
Como ele poderia salvar a companheira, se não pudesse
alcançá-la?

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Capítulo um
Gage se encostou na parede enquanto ouvia os que
estavam sentados ao redor da grande mesa falar sobre o
escurecimento das luzes da cidade.
No dia anterior, depois de correr de volta ao palácio, o
caos se sucedeu enquanto a rainha enviava mensageiros para
todos os lugares. Naquela manhã, sua unidade fora
convocada de volta para que Ari pudesse participar das
reuniões.
Cobrindo a boca, ele tentou abafar um bocejo. Uma
cotovelada em sua lateral o fez revirar os olhos enquanto
Kincaid lhe franzia o cenho.
— Preste atenção, — o bruxo lhe murmurou
silenciosamente.
— Sim, mãe, — ele murmurou em resposta.
— Então, o que está dizendo é que vocês não têm
estações? Isso não fica chato? — Meryn perguntou.
— Meryn, somos chamados de Cidade do Sol Eterno, —
Brennus a lembrou gentilmente.
Meryn inclinou a cabeça para um lado.
— Então, tipo, nada de outono? Sem fogueiras e sem
especiarias de abóbora?
Izzy olhou para a mulher mais baixa.
— Especiarias de abóbora? Sério? Eu não teria te
classificado como uma “dessas” pessoas.

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— O que? — Meryn protestou. — Aquela merda é boa,
não me importo se isso me torna uma vadiazinha.
Izzy revirou os olhos e sorriu.
— Vadia? — Aiden rosnou. — É melhor ninguém te
chamar assim.
Meryn fez barulhos de beijos para o companheiro.
— Não se preocupe, bebê, ninguém diria merda
nenhuma com você por perto.
— Eles provavelmente não diriam nada com ele em
outro continente também, Meryn, — acrescentou Brie.
Meryn concordou com a cabeça.
— Verdade.
— De volta à nova crise em mãos, — disse Kari, levando-
os de volta ao motivo da reunião.
— Acho que é uma crise ficar no verão para sempre.
Deixe esfriar um pouco, — Meryn murmurou baixinho,
aconchegando-se em seu suéter.
— Não é tão simples assim, Meryn, — disse a rainha,
suspirando.
— Já estamos tendo que tomar providências para cuidar
e aquecer algumas das plantas mais delicadas do reino, —
acrescentou Portia.
Molvan fechou os olhos e recostou-se na cadeira.
— Tem sido um pesadelo logístico.
Meryn virou-se para Kendrick.
— Esse não é o tipo de coisa com a qual você lida?
Kendrick a olhou, uma expressão plana no rosto.

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— Normalmente, sim. No entanto, não tenho ideia de
como funciona a iluminação aqui, — este admitiu, parecendo
enojado consigo mesmo.
Os olhos de Kincaid se arregalaram.
— Isso acontece?
Anne sufocou uma risadinha quando Kendrick rosnou.
— Sim, feto, isso acontece, até mesmo com o melhor de
nós.
Kincaid corou, mas estava sorrindo com a advertência.
Gage sabia que o bruxo mais jovem sentia um pouco de alívio
em saber que até mesmo Kendrick tinha problemas com a
magia de vez em quando.
— E o fogo é o seu elemento primário, — acrescentou
Thane, esfregando ainda mais sal na ferida.
— Eu sei disso. — Kendrick olhou raivoso para o outro
bruxo.
— Talvez só precisem trocar as baterias, — sugeriu
Meryn.
Todos à mesa se viraram para olhá-la em uníssono.
Ela lhes piscou.
— Desligar e depois ligar de novo?
Mais uma vez, o silêncio respondeu sua sugestão.
Ela deu de ombros.
— Eu não tenho nenhuma ideia então.
Izzy deu batidinhas nos lábios com os dedos.
— A Meryn pode não estar tão ruim das ideias. Teve
uma vez, quando eu acidentalmente inundei as paredes e
estava saindo água das tomadas elétricas, que eu tive que

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chamar um eletricista e depois o encanador. Vocês não
poderiam ligar para quem instalou as luzes? — ela sugeriu.
Oron olhou para a companheira com horror.
— O que? Como?
Ela ergueu a mão.
— Longa história.
Portia virou-se para a rainha.
— Embora a situação não seja exatamente a mesma, a
sugestão tem mérito. Eu tenho vasculhado os arquivos da
nossa cidade à procura de qualquer coisa que possa ajudar.
De acordo com um dos jornais da cidade, o Templo do Fogo
de Storm Keep é quem projetou e instalou as luzes da cidade.
Kendrick assentiu.
— Mikel, como Cabeça do Templo do Fogo, seria
inestimável para solucionar isso. — Ele franziu a testa. —
Acho que ele saiu há algum tempo, mas devem ser capazes de
chamá-lo de volta.
Aiden sorriu.
— Seria bom vê-lo de novo.
Darian riu.
— Bem como nos velhos tempos.
Meryn jogou a cabeça para trás contra o peito de Aiden.
— Velhos tempos?
Aiden lhe beijou o topo da cabeça.
— Mikel tinha se tornado o bruxo da Unidade Alfa
quando me tornei Comandante da Unidade. Quando teve que
voltar para Storm Keep, nós recebemos Keelan.
Os olhos de Meryn se arregalaram.

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— Um Keelan, antes do Keelan.
Kendrick balançou a cabeça.
— Na verdade não, eles não são nada parecidos. Mikel é
muito mais velho para começar e um indivíduo mais sério.
— Mas um baita bruxo bom, — Darian acrescentou.
Kendrick apenas concordou com a cabeça.
— Portia, você poderia entrar em contato com o Templo
do Fogo e pedir para enviarem o Cabeça do Templo do Fogo
assim que puderem dispensá-los? — a rainha pediu.
— Imediatamente, Vossa Majestade. — Portia inclinou a
cabeça e saiu apressada da sala.
Darian estendeu a mão e a colocou sobre a da rainha.
— Tenho certeza que não é nada.
Ela sorriu fracamente.
— Por mais que eu adorasse acreditar nisso, as luzes se
escurecendo após as tentativas do nosso inimigo de se
infiltrar na nossa cidade me deixam pessimista.
— Me pergunto se é como eu costumava ajudar o Law a
entrar em prédios. Cortar a segurança e as luzes, então
entrar, — Meryn meditou em voz alta.
Mais uma vez, cabeças se viraram para ela, desta vez
com variados olhares de horror em seus rostos.
— Meryn, você é um gênio, — admitiu Law. Ao contrário
de todos os outros na mesa, este parecia pensativo. — É
exatamente como tentaríamos nos infiltrar em um local. —
Ele se virou para a pequena ameaça. — Mude o jogo. O que
você faria se estivesse controlando a segurança do prédio e

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percebesse que as luzes e as câmeras de segurança estavam
se apagando?
Gage ficou oficialmente impressionado. Law parecia
saber exatamente como envolver Meryn, fazê-la pensar em
sua própria maneira especial.
Meryn franziu a testa.
— Não é tão simples assim. Se eu realmente estivesse no
comando do prédio, já teria contramedidas em vigor. Não é o
caso aqui.
A rainha se inclinou para frente.
— O que você acrescentaria?
Meryn ficou em silêncio por um momento, então se virou
para Kendrick.
— Os portais acumulam algum tipo de energia
mensurável antes de se formar?
O queixo de Kendrick caiu.
Gage observou fascinado como um dos bruxos mais
poderosos que ele já conhecera ficou sentado ali de queixo
caído.
Um momento depois, Kendrick abriu um sorriso enorme
antes de ficar de pé de um pulo, comemorando. Este se
moveu ao redor da mesa e pegou Meryn, girando-a por aí.
— Uma mente tão inteligente!
Aiden se levantou, rosnando, antes de arrancar Meryn
das mãos de Kendrick.
— Ela não é a porcaria de uma boneca.
Kendrick o ignorou.

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— Rapazes, Kincaid, Justice, comigo. — Ele ainda
estava murmurando para si mesmo sobre signatários de
energia enquanto praticamente corria para fora da sala.
Nigel, Neil, Kincaid e Justice se entreolharam antes de
correr atrás do bruxo mestre.
Gage piscou enquanto seu amigo desaparecia de vista.
— O que acabou de acontecer?
— Vamos misturar tecnologia e magia, — Meryn
explicou enquanto se acomodava no colo de Aiden.
— Eu preciso de um pouco mais do que isso, — disse
Brennus, parecendo confuso.
Meryn deu de ombros.
— Já que não tenho conseguido usar varinhas para
fazer magia como em Hogwarts, tenho abordado a magia do
ponto de vista científico. Para mim, faz sentido que haja uma
junção de energia para formar um portal. Se formos capazes
de medir e rastrear essa energia, podemos identificar quando
e onde esses portais sombrios aparecerão. Esse seria o
primeiro passo no meu plano de defesa, — explicou ela.
Thane e Law se viraram para olhar para a porta com
expressões invejosas. Gage percebeu que eles também
queriam brincar com a magia experimental.
A rainha recostou-se, parecendo atordoada.
— Qual seria o seu segundo passo?
— Morte e armadilhas, — Meryn respondeu
sucintamente.
Thane correu a ficar de pé um segundo antes de Law se
levantar.

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— Nós podemos lidar com isso, — ele se ofereceu.
Meryn deu batidinhas no queixo com o dedo indicador.
— Tem que ser algo que dá pra mover com facilidade.
Não sabemos onde esses portais vão aparecer.
Law disse animadamente:
— Parece um projeto divertido.
— Vamos, Law, não podemos deixar aquele bibliotecário
certinho se aparecer, — disse Thane, indo em direção à porta.
— Obrigado, Rainha Vermelha, — Law sorriu
maliciosamente e seguiu o irmão.
Brennus recostou-se ao lado da companheira.
— Deveríamos simplesmente deixar a Meryn no
comando.
Aiden exalou.
— Eu venho dizendo isso há meses.
Kari ergueu a caneta.
— Ainda não sabemos por que as luzes estão se
apagando, — ela os lembrou.
— E provavelmente não saberemos até que Mikel chegue
aqui. Até então, vamos trabalhar em contramedidas, — disse
Declan, antes de beijar a companheira no pescoço.
Izzy virou-se para Oron.
— Então o que fazemos agora?
Gage não poderia ter ficado mais surpreso quando Kari
se virou para ele, um olhar de desculpas no rosto.
— Quando tiver um momento, eu tenho uma mensagem
para você da sua família.
Declan revirou os olhos.

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— Deixe o menino em paz. — Ele o olhou nos olhos,
sorrindo. — E não é da sua família inteira, apenas da sua
mãe.
Kari franziu o cenho para o companheiro.
— Talvez ele gostaria de falar sobre isso mais tarde, —
ela repreendeu diplomaticamente.
Gage estremeceu e esfregou a nuca antes de se virar
para Kari e Declan.
— Eu sei ao que vocês estão se referindo. Desde que as
sombras foram avistadas aqui em Éire Danu, minha mãe tem
ligado para ver se eu poderia voltar para Noctem Falls, — ele
fez uma pausa, então continuou: — Ela parece esquecer que
eu sou crescido e um guerreiro de unidade. — Ele olhou ao
redor da sala. Aqueles de Éire Danu estavam bem cientes da
superproteção de sua mãe em relação a ele. Os outros,
recentemente chegados de Noctem Falls, haviam conhecido
seu tio e tia. Por mais embaraçoso que fosse, ele sentiu que
deveria simplesmente dizer tudo agora, para encerrar a
conversa.
Meryn o olhou.
— Me lembro de conhecer o Simon e a Leana, e os
guarda-costas da Beth, mas não me lembro de conhecer mais
ninguém dessa família. Sua mãe mora lá, certo? — ela
perguntou.
Gage estremeceu.
— Sim, ela mora com o meu tio e a minha tia, mas é
mais isolada. Minha mãe é irmã da Leana, então,
tecnicamente, não sou parente de sangue dos Géroux, mas

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Simon sempre me tratou da mesma forma que seus
sobrinhos, Tarak, Kuruk e Bastien. — Ele parou, respirou
fundo e voltou a centrar-se. Quando olhou de volta para
Meryn, sorriu debilmente. — É uma conversa difícil de se ter.
O companheiro da minha mãe, meu pai, não é o mais
carinhoso dos indivíduos. Enquanto eu crescia,
constantemente ouvia falar que as pessoas ficavam surpresas
por ela não ter se esvaído devido à falta de amor entre eles.
Mas, apesar de todos os seus defeitos, ele é um líder justo e
cuida bem da Casa Fabre, — ele suspirou. — Infelizmente,
minha mãe não queria um líder justo. Queria amor. Sem um
companheiro do lado, ela ficou muito mais protetora comigo.
Ela transferiu pra mim todo o amor que tinha pra dar.
Ao lado dele, Ari bufou.
— E ficou um pouco obcecada, — acrescentou este,
brincando.
Gage sorriu.
— Tipo isso. Não era nada inapropriado — ele esclareceu
—, e significou que ela foi capaz de me criar, e eu pude
conhecer e amar a minha mãe, mas às vezes pode ser
intimidador.
Meryn assentiu.
— Faz sentido. Você é o filho dela. Ela viveu por você, e
agora está preocupada que você possa ser morto por ferals
aleatórios surgindo nas sombras em uma cidade que deveria
ser impenetrável.
Para Gage, a falta de pena de Meryn era quase
refrescante, e ele se viu gostando muito mais dela.

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— Obrigado, Meryn. Acho que todos precisávamos dessa
recapitulação, — brincou ele.
Kari ergueu a caneta.
— Eu posso ser um ponto de contato com ela se for mais
fácil. Eu envio atualizações para Magnus, e tenho certeza que
ele se encontra com Simon frequentemente, — ela ofereceu.
Gage pensou por um momento antes de assentir.
— Sabe, isso pode não ser uma má ideia. Se vem de
você, via Magnus e meu tio, vem basicamente de canais
oficiais. Ela não seria capaz de argumentar. Não seria uma
questão de eu simplesmente não querer visitá-la. Obrigado,
Kari. Eu aceito.
Do nada, Priest passou o braço em volta do seu pescoço
e puxou-o para baixo para raspar os nós dos dedos em seu
couro cabeludo.
— Ele é apenas um bebê vampiro, que precisa do seu
tetê, — Priest provocou.
Rindo, Gage deu uma cotovelada no plexo solar de
Priest, e seu irmão de unidade grunhiu.
— E você é apenas nosso passarinho bebê, Dora, — ele
retrucou.
À mesa, Meryn falou:
— É Pandora, — ela corrigiu.
Ari se colocou entre os dois, e ambos se endireitaram,
lembrando-se de que estavam nos aposentos da Rainha. Ari
colocou a mão em seu ombro.
— Você sabe que não seria uma má ideia se você
quisesse convidá-la a ficar aqui, — ele sugeriu.

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Gage apenas o olhou.
— Você quer que eu convide a minha mãe para a
cidade? Temos esses portais estranhos surgindo do nada.
Você perdeu a cabeça? — ele exclamou.
Ari simplesmente ergueu uma sobrancelha.
— E meu pai e minha mãe moram aqui. Ela poderia
ficar na propriedade Lionhart com eles.
Gage balançou a cabeça.
— Eu amo a minha mãe, de verdade, mas mal consigo
lidar com ela em outra cidade-pilar. Eu não tenho certeza do
que eu faria se ela estivesse ali, virando a esquina, — ele
disse, suspirando.
— Mãe coruja paranormal, — Meryn anunciou. — Eu
me pergunto o quanto mais amplificado isso é do que no
mundo humano. — Gemendo, Gage enterrou o rosto nas
mãos.
Ari retirou a dele.
— Estou te dizendo, será muito bom se ela puder ver por
si mesma o quão seguro você realmente está. Talvez muito de
sua ansiedade seja por não saber.
Gage se endireitou.
— Eu entendo seu ponto. Tudo o que posso prometer é
que vou pensar nisso.
Atrás das costas de Ari, Priest estava lhe fazendo
caretas. Bem quando Gage estava prestes a estender a mão e
lhe dar um tapa, um alarme soou.
Meryn piscou.
— Essa é nova. Para que serve? — ela perguntou.

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Ao redor da mesa, todos pareciam um pouco confusos.
Não obtendo resposta, Meryn olhou para Aiden.
— Bebê, você sabe o que significa o novo alarme? — ela
perguntou novamente.
Aiden já estava pegando o próprio walkie-talkie.
— Ben, relatório! — ele latiu.
— Adonis, — Meryn sussurrou.
Aiden a ignorou.
— Comandante, outro desses portais escuros apareceu
quase exatamente no mesmo local que o último. Os cidadãos
viram e relataram a Dav, — respondeu Ben. — A Velha
Guarda está no local e a Gama está indo para lá agora.
Estaremos de prontidão.
— Fique alerta, — Aiden ordenou. — Estamos indo
imediatamente. — Mudando de canal no walkie-talkie, ele se
levantou e começou a falar novamente. — Kendrick, um novo
portal foi avistado no perímetro. Pegue seus bruxos e vá até
lá. Estamos saindo do palácio agora. Diga a Nigel e Neil para
voltar e proteger Meryn.
— Entendido, — foi a resposta rápida.
Aiden virou-se para eles.
— Se mova, Unidade Tau, — ele ordenou.
E assim, Gage estava se movendo. Eles correram pelo
palácio, Kincaid os encontrando no corredor.
Desde o surgimento do primeiro portal e sem saberem
quando seriam enviados para os armazéns, as unidades
passaram a usar muito de seus equipamentos regulares

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enquanto patrulhavam. Felizmente, não precisaram de muito
enquanto se dirigiam ao perímetro.
Gage puxou a pistola e a verificou enquanto corriam.
— O que acha que vamos encontrar quando chegarmos
lá? — ele perguntou.
Ari o olhou, um brilho perverso nos olhos.
— Com esperança, os nossos inimigos, — foi a resposta
alegre.
A cidade propriamente dita passou voando, ao dobrarem
as esquinas da Cidade da Fronteira, logo se viram no
perímetro.
A Velha Guarda e a Gama estavam em formação,
olhando para um grande portal sombrio. Enquanto se
aproximavam correndo, a guarda saudou Aiden.
Aiden dispensou tal formalidade.
— O que temos aqui? — este perguntou.
Dav deu um passo à frente.
— Um dos meus patrulheiros viu algo piscando no
campo. Veio aqui e nos disse, então corremos para cá e vimos
a maldita coisa se formar. Foi como se cada sombra e pedaço
de escuridão na área se solidificasse naquela coisa. Até agora,
nada atravessou.
Aiden pegou o walkie-talkie.
— Meryn, atualize o palácio. Estamos aqui no portal. Até
agora, nada atravessou. Vamos estabelecer um perímetro e
monitorar essa coisa.
— Se eles passaram invisíveis e a Velha Guarda não
tiver óculos térmicos, eles teriam visto alguma coisa

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passando? — Sua resposta alegre fez os homens
estremecerem.
Dav empalideceu, seu tom normalmente dourado
drenando-se a um branco leite.
— Nós não vimos nada... — ele disse, tropeçando nas
palavras. Então bateu na testa com a palma da mão e exalou.
— E não veríamos se eles fossem invisíveis.
Franzindo a testa, Aiden levou o walkie-talkie de volta ao
rosto.
— Meryn, você pode fazer outro pedido de óculos
térmicos?
Segundos depois, Meryn respondeu, parecendo tão
frustrada quanto Aiden.
— Vão demorar mais alguns dias pra isso. Não é como
se desse pra encomendar essa merda da Amazon, e estamos
em uma cidade-pilar, — ela o lembrou.
Kendrick olhou para os irmãos Ashleigh.
— Acho que podemos começar a estudar essa coisa
enquanto ainda está aberta, — disse ele, apontando para o
portal. — Eu não esperava obter dados tão rapidamente.
— Eu estou com os meus óculos, — Brie anunciou,
ajustando-os no rosto. Levantando a mão esquerda, ela
apontou para a linha das árvores. — Vi movimento. — Esta
saiu correndo, Ari, Kincaid, Priest e Gage, logo atrás.
De jeito nenhum ele deixaria algo acontecer com a
companheira de seu irmão de unidade. Atrás deles, ele ouviu
Aiden dar ordens a Gama para proteger o perímetro enquanto
jogava seus óculos para Dav.

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Os passos trovejantes atrás de si momentos depois o
fizeram se virar. Aiden, junto com os bruxos, Darian, Oron e
Declan, estavam seguindo logo atrás.
Um tiro à frente fez com que sua cabeça virasse
novamente, onde viu Brie correr para um ponto em uma
clareira, a arma apontada para baixo.
— Peguei ele, — ela anunciou. Movendo o pé, esta
pareceu cutucar alguma coisa. Suspirando, Brie tirou os
óculos. — Desculpe, pessoal, acho que o matei, embora não
possa ter certeza, ele meio que está de bruços, — ela
acrescentou.
Aiden olhou em volta para os homens. Gage balançou a
cabeça para responder à pergunta não feita de Aiden. Todos
podiam ver o sangue se acumulando, mas sem colocar os
próprios óculos, não conseguiam ver um corpo.
Gage pegou os próprios e os ajustou no rosto. Olhando
em volta, ficou de olho nos arredores enquanto seus irmãos
investigavam o corpo.
Aiden se virou para Brie.
— Brie, você vê algum tipo de colar no corpo? —
perguntou Aiden.
Brie deu de ombros.
— Posso tentar virá-lo, acho. — Colocando os óculos de
volta, ela deu um passo à frente, e Ari rosnou.
— Permita-me, — este ordenou.
Revirando os olhos, ela olhou brava para o companheiro
antes de recuar. Assim que colocou os próprios óculos, vendo

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o que Gage assumia ser a imagem do que quer que estivesse
no chão, Ari o chutou com força.
— Pronto, — disse ele. — Virou.
Brie tirou os óculos e olhou para baixo.
— Tem alguma coisa ali. — Ela semicerrou os olhos. —
Eu não vejo o corpo, mas há um lampejo, bem... ali, — ela foi
se inclinar, e mais uma vez, Ari se interpôs à sua frente.
Soltando um pequeno rosnado próprio, o que era
impressionante para uma humana, Bri deu um soco nas
costas de Ari.
— Essa merda está cansando.
Ari suspirou e deu um passo para o lado.
— Perdão, vá em frente.
Pegando a arma, Brie gastou toda a munição no corpo.
— Pronto, bebê, se sente melhor agora? — ela
perguntou.
Exalando com alívio, Ari apenas sorriu.
— Obrigado, querida.
Balançando a cabeça, ela ficou de joelhos na terra e
estendeu a mão. Eles ouviram um estalo distinto, então o
corpo de repente ficou visível.
— É disso que você está falando? — ela perguntou,
segurando um colar de couro com miçangas.
Aiden assentiu.
— É disso mesmo, — ele respondeu, parecendo
resignado. De pé em um círculo, estavam todos olhando para
baixo.
Gage apontou.

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— Alguém o reconhece? — perguntou.
Ao contrário de Ari, ele crescera em Noctem Falls. Para
si, o homem era apenas cabelo loiro, pele dourada e alto. Ele
não reconhecia nenhuma característica que pudesse
pertencer a uma certa família fae.
— Minha mãe pode saber, — Darian respondeu.
Pegando o telefone, tirou uma foto. — Vou enviar isso para a
Meryn compartilhar. — Ele olhou para o corpo e balançou a
cabeça. — O que fazemos com ele? — perguntou.
Aiden se endireitou.
— Brie, você está designada para a área do portal. Por
enquanto, Ari será sua escolta.
Brie exalou ruidosamente.
— Eu não preciso de uma maldita escolta.
A expressão de Aiden se suavizou.
— Não é porque você é mulher. Todos nós vamos andar
por aí usando o sistema de parceiro. Quem melhor do que
seu companheiro para protegê-la? — Parecendo um pouco
apaziguada, ela assentiu. Aiden continuou: — Neste
momento, você é quem tem mais experiência com os óculos.
Até que todos fiquemos mais confortáveis em usá-los, eu me
sentiria melhor com você tomando conta da situação.
Assentindo, Ari e Brie se viraram e começaram a correr
de volta para onde estava o portal. Aiden olhou em sua
direção.
— Priest, Gage, se puderem levar nosso novo amigo de
volta, precisamos assegurar o que resta dele, — acrescentou,
olhando para todos os buracos de bala. — A rainha pode

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precisar do corpo para identificação adicional. — Aiden se
virou e olhou para mais dentro da floresta. — Para onde ele
estava indo? — se perguntou em voz alta. E olhou para
Darian. — O que há lá fora? — perguntou.
Darian sorriu maliciosamente.
— A Floresta Sombria. Apenas goblins e criaturas das
trevas vivem lá. Francamente, sinto muito por qualquer feral
burro o suficiente para enfrentá-los.
Aiden balançou a cabeça, sorrindo com a resposta de
Darian.
— Darian, você e Kincaid encontrem uma maneira de
avisar os goblins. Se algo acontecer com eles, a Meryn
arranca as minhas bolas. — Aiden estremeceu, pensando nas
repercussões.
Darian assentiu.
— Isso é fácil. Temos um ponto de contato lá agora,
graças a Meryn. — Ele fez uma pausa, franzindo a testa. —
Qual era o nome dele mesmo?
— Gilheim, — Kincaid respondeu, então sorriu
maliciosamente. — Aparentemente, de acordo com a Meryn,
ele também tem uma bunda incrível.
Aiden rosnou.
Ignorando-o, Darian se endireitou e virou-se para olhar
para a floresta.
— Esse mesmo. Ouvi dizer que ele é um guerreiro feroz e
a defendeu entre seu povo. Seria benéfico tê-lo ao nosso lado
para atuar como uma ligação com os goblins.
Gage suspirou.

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— Por que nós temos que mexer com o corpo, e o
Kincaid pode conhecer os goblins? — murmurou.
Priest deu de ombros.
— Nós somos sortudos, acho.
— Comandante, o portal acabou de desmoronar. Vamos
ficar por aqui caso ele se forme novamente, — Dav falou pelo
walkie-talkie.
Aiden levantou o dele.
— Entendido, — ele respondeu, então olhou ao redor
uma última vez. — Acabamos aqui. Vamos sair, — Aiden
ordenou.
Quando o resto da equipe começou a correr de volta
para a cidade, Gage trocou olhares com Priest.
— Arrastamos de volta?
Seu irmão de unidade assentiu, e cada um se abaixou,
pegou um tornozelo e começou a arrastá-lo de volta para
onde ficava o palácio, sem se importar com qualquer dano
que pudessem causar ao corpo ao longo do caminho.

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Capítulo dois
— Milady, não esqueça que você tem um compromisso à
uma hora com Rodney Mandrake. Ele quer discutir uma
proposta de sistema de aquecimento que foi sugerida para
Noctem Falls.
Zoe conteve um suspiro enquanto Andrei olhava para as
próprias anotações e continuava:
— O almoço é às duas. Vai ter assado e legumes. Depois
do almoço, você tem suas verificações diárias da manutenção
dos fogos do templo…
Todos os dias eram iguais. Cada minuto planejado e
contabilizado. Ela mal tinha tempo para respirar. Se não
fosse uma obrigação hereditária, ela teria recusado ser a
Cabeça do Templo do Fogo e ido viajar. Mas, como era a
próxima na linha para servir quando atingiu a maioridade um
mês antes, todas as responsabilidades e fardos caíram sobre
si.
— Milady, está ouvindo? — O tom afiado de Andrei a fez
estremecer. Ela odiava quando ele ficava bravo. Essa era
mais uma decisão que havia sido tomada por ela. Andrei, seu
assistente nomeado pelo conselho.
— Perdão, o que estava dizendo?
Ele zombou.
— Eu disse que você também tem sua visita semanal
com o médico do conselho para verificar a sua condição. —

My
BeacoN
Alanea Alder
Ele parecia saborear a palavra como se gostasse de discutir
sua enorme falha.
— Entendo, — ela respondeu humildemente. Era melhor
concordar e acabar logo com as reuniões.
Andrei colocou uma grande pilha de papéis em sua
mesa.
— E esses precisam de assinaturas antes do fim do dia.
Estarei na minha mesa se precisar de mim.
Você quer dizer que estará na sua mesa observando,
como sempre, Zoe pensou consigo mesma.
— Obrigada, — disse ela, puxando a pilha de papéis
para mais perto. Lhe levaria até pelo menos meia-noite para
ler e assinar cada pedido. Ela escondeu o sorriso. Ler cada
documento era sua pequena maneira de se rebelar. Andrei
não podia sair até que ela saísse, e ela se recusava a assinar
qualquer coisa a menos que tivesse lido. Parecia que ambos
teriam uma longa noite.
Bem quando esta estava desfrutando de sua pequena
vitória, alguém bateu na porta e a abriu lentamente.
— Zoe, você tem um minuto? — uma voz feminina
perguntou enquanto entrava.
Sorrindo, Zoe se levantou e correu até uma das poucas
amigas que tinha no prédio do conselho.
— Eu sempre tenho tempo para você, Caroline. No que
posso ajudar?
A bruxa mais velha sorriu antes de seus olhos
dispararem para onde Andrei escutava.

My
BeacoN
Alanea Alder
— A Rainha Aleksandra de Éire Danu solicitou a ajuda
da Cabeça do Templo do Fogo assim que você puder.
— Ela tem compromissos até o final do mês, —
protestou Andrei, levantando-se imediatamente, os braços
cruzados sobre o peito de forma beligerante.
A expressão de sua amiga ficou gélida.
— Eu não estava falando com você.
— Você sabe muito bem que não se dá pra confiar nela,
— começou Andrei.
Caroline levantou a mão rapidamente, e virou o pulso
enquanto estalava os dedos. Sem sequer dizer uma palavra,
ela lançou um feitiço, paralisando o odioso homem. Zoe ficou
atordoada. Apenas bruxos extremamente poderosos
conseguiam fazer o que ela acabara de testemunhar.
— Carolina? — ela descansou a mão no braço da amiga.
— O que foi?
A bruxa mais velha colocou uma mão reconfortante
sobre a de Zoe, então gentilmente a guiou para fora da sala,
deixando Andrei ofegante e grunhindo sozinho.
— Zoe, eu não aguento mais ver eles te tratando assim.
Prometi à sua mãe, quando ela e seu pai partiram dez anos
atrás, que cuidaria de você, e é isso que estou fazendo. —
Enfiando a mão na manga, ela pegou um pergaminho lacrado
com cera. — E não estava mentindo. Éire Danu solicitou a
Cabeça do Templo do Fogo. — Ela sorriu. — Sinto que
minhas orações foram respondidas. — Lhe passou o
pergaminho. — Vá para Éire Danu e não volte a Storm Keep
até que seu irmão ou irmã retornem.

My
BeacoN
Alanea Alder
O queixo de Zoe caiu.
— Eu não posso fazer isso! Eu tenho responsabilidades,
o Templo e…
— E todos os seus “compromissos”? — Caroline
perguntou, fazendo aspas no ar. — O conselho preenche cada
momento do seu dia para controlá-la.
Zoe olhou para baixo.
— Eu sei. Eu sei que é isso que estão fazendo, mas é a
única maneira de manter todos seguros ao meu redor.
— Besteira!
A cabeça de Zoe se ergueu.
Caroline agarrou seus dois braços e a sacudiu
suavemente.
— Essa é uma solução preguiçosa. Eles nem tentaram
entender porque a sua magia dá errado. Em vez disso, eles
enfiaram todo esse trabalho na sua frente para que você não
tenha oportunidade de fazer mais nada.
— Tipo queimar a cidade? — Zoe perguntou
sarcasticamente.
Caroline soltou seus braços e beliscou o próprio nariz.
— Você parece o Kendrick quando faz isso, — Zoe
brincou.
Caroline balançou a cabeça.
— Vou tomar isso como um elogio. — Ela suspirou. —
Se ele ainda estivesse na cidade, eu te mandaria até ele. O
conselho o evita como a praga.
— Onde ele está?
Carolina deu de ombros.

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BeacoN
Alanea Alder
— O perdi depois que saiu de Noctem Falls. O
conhecendo, ele está onde o irmão está, em Lycaonia.
Zoe assentiu. Fazia sentido. Ninguém amava o irmão
mais do que Kendrick amava Keelan, bem, exceto talvez ela.
Ela sentia saudade de Mikel desesperadamente. Pensar em
seu irmão e no aflito Keelan a deixou chorosa.
— Eu sei, querida. Também sinto falta do Keelan.
Zoe esfregou os olhos.
— E se eu queimar alguma coisa em Éire Danu? — ela
engoliu em seco. — Eles não têm árvores sagradas lá?
— Tenho toda a fé que, dada a oportunidade de verdade,
você pode controlar seu poder. Infelizmente, até agora, o
conselho tem tido medo desse poder e se esforçou ao máximo
para mantê-la trancada dentro de sua casa de infância e
agora em sua mesa aqui no Templo.
Zoe olhou para o pergaminho, as mãos trêmulas.
— Eu posso realmente sair? — ela sussurrou.
— Sim, e quanto mais cedo, melhor. — Caroline olhou
para a porta do escritório. — Aquele feitiço não vai durar para
sempre.
— Você não vai ter problemas com o conselho? — Zoe
perguntou, temendo pela amiga.
Caroline bufou.
— Eu tenho lidado com o conselho por quase cento e
cinquenta anos. Deixe esses intrometidos comigo. — Ela deu
de ombros. — Além disso, se tentarem alguma coisa, como
me designar para algum local remoto, como costumam fazer,

My
BeacoN
Alanea Alder
simplesmente irei para Noctem Falls. Eu tenho uma oferta de
emprego permanente do próprio Príncipe.
— Uau. — Zoe piscou. — Você conhece um príncipe de
verdade?
— Oh, jovenzinha, quem me dera poder ir com você.
Sinto que estou enviando um cordeiro para uma floresta de
lobos. — Caroline se afligiu. — Você não viu muito de Storm
Keep, muito menos do mundo exterior.
Zoe se endireitou.
— Eu consigo fazer isso. Sempre quis viajar, agora é a
minha chance.
Carolina sorriu.
— Esse é o espírito. Você ajuda a rainha em Éire Danu,
e eu tentarei chamar sua família para casa. Nem seus pais,
nem seus irmãos aceitariam o tratamento dado pelo conselho
a você.
Zoe sorriu. Seu irmão provavelmente destruiria o prédio
do conselho.
— Você sabe onde eles estão? — Ela vinha tentando
encontrá-los há anos.
Caroline balançou a cabeça, parecendo triste.
— A tarefa dos seus pais deve ser ultrassecreta. Apesar
de ter acesso a mais do que a maioria, não tenho sido capaz
de descobrir onde estão. — Ela então bufou e riu ao mesmo
tempo. — E ninguém diz a seus irmãos o que fazer. Eles
podem estar em qualquer lugar.
Zoe sorriu.
— O que eu levo?

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Alanea Alder
— Algumas roupas e produtos de higiene pessoal. — Ela
fez uma pausa. — E provavelmente qualquer coisa de valor
para você pessoalmente, nunca se sabe quando você
realmente vai voltar.
— Onde consigo uma mala? Como se monta uma?
Caroline piscou.
— Meu Deus.
— Eu consigo fazer isso. Consigo. Só preciso saber
como.
Caroline expirou.
— Tem razão. Como você saberia, a menos que lhe
dissessem? Venha, bruxinha, vou te mostrar como fazer as
malas.
Zoe passou o braço pelo de Caroline, e as duas correram
em direção aos seus aposentos.
*****
Agarrando a mala contra o peito, ela olhou fixamente
para o grande e dourado fae à frente de si.
— E-eu sou a Cabeça do Templo do Fogo. A rainha me
convocou?
A boca do grande fae se contraiu enquanto este tentava
esconder um sorriso.
— Você está perguntando?
— Sim, quero dizer não.
— Dê uma folga à pobre garota. Dá pra ver claramente
que ela está nervosa. — O belo guerreiro rechaçou o amigo. —
Meu nome é Ramsey Lionhart. Bem-vinda a Éire Danu,
Senhorita…

My
BeacoN
Alanea Alder
Zoe sorriu largamente com sua bondade.
— Meu nome é Zoe. Obrigada por ser tão legal. Esta é a
primeira vez que saio de Storm Keep, — ela fez uma pausa. —
Na verdade, essa é meio que a primeira vez que saio de casa
também.
Ambos os homens piscaram.
— Perdão? — ela disse, temendo poder ter falado algo
errado.
Ramsey se recuperou primeiro. Dando um passo à
frente, pegou sua bagagem e entregou sua mala ao fae atrás
de si antes de posicionar a mão dela em seu cotovelo.
— Não tem o menor problema. Isso significa apenas que
temos muito mais para te mostrar enquanto estiver aqui.
O fae segurando sua mala virou-se para os dois
guerreiros de pé contra a parede.
— Vocês dois ficam responsáveis pelo portal para que
possamos escoltar esta adorável mulher até o palácio.
Estes assentiram, e o fae mais alto colocou a mão sobre
o coração e se curvou.
— Perdoe meu lapso de boas maneiras. Meu nome é
Aeson Vi'Liordon. Sou o líder da Unidade Chi e teremos
prazer em escoltá-la até nossa rainha.
Corando com a atenção deles, Zoe só pôde assentir.
Ninguém em Storm Keep jamais a tratou assim.
Enquanto caminhavam, Ramsey apontou diferentes
lojas e fez recomendações sobre onde comer.
— Agora, se está procurando uma boa cerveja, nenhum
lugar é melhor do que o pub do Dav.

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Alanea Alder
— Ela parece o tipo de lady que bebe cerveja? Ela é
delicada. Aposto que gosta mais de vinho, — Aeson
interrompeu.
— Eu nunca tomei nenhum, porém, gostaria de
experimentar algum dia.
Ramsey lhe sorriu.
— Então irá experimentar.
Zoe parou de andar, e ambos os homens se viraram
para olhá-la com expressões questionadoras.
— O que foi? Precisa descansar? — perguntou Ramsey.
— Por que estão sendo tão legais comigo?! — ela deixou
escapar, incapaz de suportar o desconhecimento. Os únicos
que já a trataram assim eram sua família, e estes não eram
da sua família.
Ramsey pareceu um pouco chocado.
— De que outra forma deveríamos tratá-la?
Zoe fez uma expressão de escárnio.
— Saiba o seu lugar e faça o seu trabalho, — disse ela,
repetindo a frase mais usada de Andrei. E torceu o nariz. —
Tipo isso.
O sorriso de Ramsey parecia travado no lugar, mas seus
olhos endureceram.
— E quem, exatamente, fala com você assim?
— Andrei, ele é o assistente que o conselho me designou
quando me tornei a Cabeça do Templo, mas acho que ele está
lá apenas para me espionar. Seus olhinhos redondos me
seguem para todos os lugares.

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BeacoN
Alanea Alder
— É mesmo? — Aeson murmurou baixinho. — Bem,
diferente daquele bastar... quero dizer, camarada. Nós
sabemos como tratar uma lady. Você não apenas é uma
convidada em nossa cidade, já que é a Cabeça do Templo do
Fogo, o que lhe concede uma certa quantidade de respeito e
deferência, — ele disse, apontando para suas vestes e
emblema de ranque. — Como também foi convidada a vir
aqui por nossa rainha. Com nosso problema atual com a
iluminação da cidade, assumimos que está aqui para nos
ajudar. Todos esses motivos e a boa educação guiaram
nossas ações, — este explicou.
Zoe se sentiu tola. Explicando assim, fazia todo o
sentido tratá-la com cortesia. Mas, se isso era verdade, então
como a diferença poderia ser tão gritante da sua casa?
— E você é uma mulher muito bonita, e é uma deliciosa
mudança de ares passar tempo com você, em vez de
guerreiros fedidos, — brincou Ramsey.
Zoe riu de sua leveza. Ela, de brincadeira, lhe deu um
soco no braço.
— Meu irmão é um guerreiro ou foi um. Ele não é
fedorento.
Ambos os homens agora se inclinaram para frente.
Aeson sorrindo.
— Quem é o seu irmão?
— Mikel Appleblossom, — ela respondeu com orgulho,
estufando o peito.
— Puta merda, — Ramsey sussurrou.

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Alanea Alder
— Minha querida, querida, senhorita, você é três vezes
bem-vinda. Mikel Appleblossom é um dos melhores
guerreiros que já serviu. Ele ajudou a moldar a Unidade Alfa
quando Aiden McKenzie se tornou o Comandante da
Unidade. É uma honra poder escoltar sua amada irmãzinha,
— Aeson disse, fazendo uma reverência elegante.
Ela deu um passo à frente e colocou as duas mãos em
seu antebraço.
— Você sabe onde ele está? Estou procurando por ele há
anos. As coisas em casa estão... — ela parou.
Aeson passou a mala dela para Ramsey e colocou uma
mão grande e quente sobre a dela.
— Eu vou encontrá-lo e trazê-lo para você, isso eu juro.
— Isso eu juro, — Ramsey ecoou.
Zoe não conseguiu conter as lágrimas. Eles a
lembravam tanto de Mikel, e era um alívio finalmente se
sentir segura novamente.
— O que diabos vocês fizeram com essa pobre garota?!
— uma voz raivosa exigiu.
— Nada, Dav, eu juro, — disse Ramsey, parecendo
desgastado por causa de suas lágrimas.
Uma mão áspera e calejada enxugou suas lágrimas.
— Pronto, pronto, querida, conte ao velho Dav o que
esses dois idiotas fizeram, e eu vou corrigir pra você."
— Eles não são idiotas, são muito legais. E você é legal
por perguntar. É só que, me sinto tão segura que de repente
fiquei cansada, — ela admitiu, fungando alto.

My
BeacoN
Alanea Alder
Zoe olhou nos olhos de Dav, e sua gentileza a lembrou
de Caroline.
— Sinto muito.
Este passou um braço em volta de seus ombros.
— Você não tem nada do que se desculpar. — Ele a
olhou. — Está tendo que ser forte faz um tempo, hein?
Ela fungou novamente e assentiu.
— Bem, está aqui agora, e vamos cuidar da nossa
menina. — Ele olhou para Aeson. — Pra onde vocês dois,
pirralhos, estão levando ela?
Aeson revirou os olhos com o comentário sobre
“pirralhos” e respondeu:
— A Rainha Aleksandra a convocou, como a Cabeça do
Templo do Fogo, achamos que ela está aqui para investigar o
escurecimento das luzes, e ela é a irmãzinha do Mikel
Appleblossom.
Dav inspirou abruptamente.
— Tudo isso, hein. — A olhou. — Quem preciso quebrar
na porrada por fazer você só se sentir segura com três
guerreiros feios que acabou de conhecer?
— Você quer dizer dois guerreiros feios, — Ramsey
corrigiu. — Eu sou fabuloso.
Zoe deu de ombros e olhou para a rua. Não queria
causar nenhum problema.
— Ramsey e eu vamos ir para Storm Keep bater num
imbecil chamado Andrei e em qualquer membro do conselho
que teve parte em designá-lo como assistente dela, — Aeson
anunciou.

My
BeacoN
Alanea Alder
Ela olhou para cima rapidamente, e vendo que estavam
falando sério, seu queixo caiu.
— Vocês... vocês não podem fazer isso! — ela gaguejou.
Ramsey inclinou a cabeça.
— Por quê?
— Eles são membros do conselho!
Aeson inclinou a cabeça na outra direção.
— E?
Ela olhou para o terceiro guerreiro, mais velho e
esperançosamente mais sábio. Este apenas sorriu
maliciosamente.
— Nós preferimos enfrentar as consequências políticas
de bater em membros arrogantes do conselho dos bruxos, do
que enfrentar seu irmão se ele descobrir que não fizemos
nada depois de te ver tão angustiada.
Ela se virou de novo para Aeson.
— Você realmente vai bater neles?
Ele lhe deu um tapinha na cabeça.
— Não se preocupe com isso. Agora, o que você gostaria
de fazer?
Zoe sentiu o coração disparar. Fazer escolhas era difícil.
— Ummm, uhh, encontrar a rainha? É por isso que
estou aqui. Certo?
Ramsey assentiu.
— Parece bom.
Ela exalou de alívio. Então franziu a testa.

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Alanea Alder
— Como se cumprimenta uma rainha? — Ela começou a
esfregar a barriga. Seu estômago estava em nós por imaginar
todas as maneiras em que ela poderia estragar as coisas.
— Ei! — Aeson exclamou, movendo-os alguns passos
para trás. — Esse é o maior brilho que vi nelas há um tempo.
Zoe olhou em volta para identificar o que os homens
estavam olhando. À esquerda, a cerca de dois metros e meio
de distância, uma lâmpada da cidade brilhava intensamente.
— É?
Ramsey assentiu, sorrindo.
— Parece que você é exatamente o que precisamos.
Zoe queria ficar feliz, exceto pelo fato de que não
pretendera fazer nada com a lâmpada. Ela só podia ficar
grata por nada estar pegando fogo.
— Depois da sua visita com a rainha, você tem que
passar no meu bar. Eu te servirei o melhor peixe e cerveja
que você já teve, — Dav ofereceu.
Ela lhe sorriu.
— Obrigada. Mal posso esperar para tomar minha
primeira cerveja.
Dav piscou, então abriu um largo sorriso.
— Então vou ter que garantir que esteja especialmente
gelada pra você. — Ele se virou para os outros dois
guerreiros. — Vocês dois sabem o que tem acontecido. Direto
para o palácio e fiquem ao lado dela, — este ordenou.
— Sim, senhor, — os dois homens responderam antes
que, mais uma vez, Ramsey lhe oferecesse o cotovelo. —
Milady.

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Alanea Alder
Ela aceitou seu cotovelo, e retomaram seu caminho em
direção ao grande palácio que assomava acima deles.
*****
Aeson se afastou da mulher fae, que assentiu e
gesticulou para que seguissem. Momentos depois, estavam
diante de uma porta muito imponente.
A mulher bateu, então abriu a porta.
— Vossa Majestade, a Cabeça do Templo do Fogo de
Storm Keep está aqui a seu pedido. — Ela deu um passo para
o lado, e com Ramsey à sua esquerda e Aeson à sua direita,
eles a escoltaram para o que parecia ser um elegante
conjunto de alojamentos.
A levaram até uma mesa impressionante onde um
grande grupo de pessoas estava sentado. Sem olhá-los, ela se
concentrou na única que poderia ser a rainha dos fae.
Fazendo uma reverência, a cumprimentou.
— Vossa Majestade.
— O que diabos você está fazendo aqui, Zoe? — uma voz
familiar e rabugenta exigiu.
Ela olhou para cima e sorriu.
— Kendrick! Por que você está aqui? A Caroline tinha
certeza de que você estaria em Lycaonia com Keelan. Ele está
bem? — Esquecendo o decoro, ela rodeou a mesa correndo.
— Eu senti tanto a sua falta. Você se foi há tanto tempo. —
Ela olhou para baixo e viu uma mulher bonita a olhando, as
sobrancelhas franzidas. — Essa é a sua companheira? Ela é
linda. — Zoe sorriu para a mulher. — Sinto muito que você

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BeacoN
Alanea Alder
tenha ficado presa com esse rabugento, mas ele é muito legal
por dentro.
— Zoe!
Virando-se para a direita, ela viu dois ruivos correndo
em sua direção. Segundos depois, foi arrebatada por um
abraço coletivo. Nigel e Neil eram seus melhores amigos
secretos. Eram os únicos que conhecia que tinham cabelos
ruivos como os dela. Exceto que o deles era reto, enquanto o
dela era uma enorme bagunça de cachinhos.
— Não! Não. Você vai voltar direto para Storm Keep, —
Kendrick exigiu, desvencilhando-a dos gêmeos.
— Mas...
— Sem mas. Nós convocamos o Cabeça do Templo do
Fogo…
— Eu sou a Cabeça do Templo do Fogo, — ela refutou.
Ele parou no meio da frase.
— O que?
Ela apontou para si mesma.
— Eu sou a Cabeça do Templo do Fogo.
— O que?! Onde está o Mikel?
Ela deu de ombros.
— Não sei, ele desapareceu há alguns anos para fazer
algum tipo de missão, e quando cheguei à maioridade, eles
me trancaram no templo.
— Trancaram? — Aeson rosnou.
— Quero dizer, me designaram para o templo, — ela
corrigiu, não querendo incitar mais problemas.

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Alanea Alder
— Calma, calma, Aeson, nós já estávamos planejando ir
a Storm Keep para cuidar daqueles imbecis, — Ramsey disse
suavemente.
— Trancaram? — Nigel e Neil disseram em uníssono,
com os maxilares cerrados.
Ela olhou para seus sapatos.
— Disseram que era para o meu próprio bem, dada a
minha aflição.
— Aflição? — uma voz melodiosa perguntou.
Zoe se virou para ver que a rainha havia se levantado e
agora estava ao seu lado.
— Sim, Vossa Majestade, eu, hum, eu tenho a tendência
de incendiar as coisas quando perco o controle.
— Fodástico, — disse uma pequena mulher, parecendo
impressionada.
— Meryn, temos que cuidar dela, — Neil implorou.
— Ela é uma das nossas melhores amigas. Não pode
voltar para Storm Keep se a estão trancando! — Nigel
protestou.
Aquela que a tinha proclamado como “fodástica”
assentiu.
— É claro. Além disso, com esse cabelo ruivo, estou
surpreso que ela não seja uma prima ou algo assim.
Zoe lhe sorriu.
— Na verdade, meu cabelo ruivo vem da família
Appleblossom. Dizem que descendemos do primo de primeiro
grau do último rei Stormhart, — ela anunciou

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Alanea Alder
orgulhosamente. — Appleblossoms sempre produzem bruxos
fortes.
Meryn olhou para Kendrick.
— Isso não é interessante, Kendrick? Os descendentes
dos Stormharts são sempre bruxos fortes. Quem teria
imaginado?
— Quieta, Ameaça, — Kendrick rosnou.
Neil olhou para Aeson.
— Quando vocês saem?
Aeson assentiu com aprovação.
— Assim que eu conseguir fazer o Ari aprovar uma folga,
— ele olhou ao redor. — Onde ele está afinal? Eu achava que
a Unidade Tau praticamente morasse no palácio agora.
— Eles chegarão em breve. Depois que aquele portal
fechou, Ari e Brie ficaram para trás para mostrar a alguns da
Velha Guarda como usar os óculos, e Gage e Priest estão se
livrando do feral, — respondeu um dos maiores homens que
Zoe já tinha visto. Ele não era apenas alto. Também era
amplamente constituído. Quando o homem se levantou e foi
em sua direção, ela deu um passo para trás e colidiu com
Neil, que sorriu e se inclinou.
— Esse é o Comandante da Unidade, Aiden McKenzie. É
o companheiro da Meryn e meio que nosso irmão adotivo
agora, — este sussurrou.
Vendo que sua altura a deixava nervosa, Aiden se
agachou, então estava ajoelhado sobre um joelho.

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— Zoe, não é? A linda garotinha com olhos cor de
esmeralda e uma profusão de cachos ruivos. — Ele lhe sorriu
gentilmente.
Zoe franziu a testa.
— A gente se conhece?
Ele balançou a cabeça.
— Não, mas eu ouvi tudo sobre você do seu irmão.
Ela sentiu os olhos se arregalarem. Aiden McKenzie, o
Comandante da Unidade, também era o líder da Unidade
Alfa, a antiga unidade de seu irmão.
— Você é o Aiden do Mikel, o líder da unidade dele, —
ela sussurrou, cobrindo a boca com ambas as mãos.
Ele estendeu a mão e pegou as dela.
— É maravilhoso finalmente conhecê-la. Não sei se seu
irmão já te disse isso, mas ele teve muita dificuldade em
escolher seu athair.
Ela assentiu. Ouvira isso a vida inteira. Seu irmão
conhecera tantos homens incríveis em suas viagens que não
conseguiu escolher apenas um.
— Ele não conseguiu escolher um, então acabei sem
nenhum.
Aiden franziu a testa.
— Isso é parte da verdade. Você está certa de que ele
não pôde escolher um, mas errada de que você acabou sem
nenhum. Ele escolheu todos os guerreiros da Unidade Alfa
para serem seu athair. — Aiden se levantou, sorrindo. —
Quando lhe disseram que não era assim que as coisas eram
feitas, ele simplesmente disse…

My
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Alanea Alder
— Se virem, — disse ela, terminando sua frase. Ela
conhecia muito bem a teimosia do irmão.
Aiden riu.
— Mikel Appleblossom é famoso por fazer as coisas do
jeito dele. Então, veja, você tem muitos athairs não oficiais.
Achávamos que ele iria trazê-la para uma visita quando você
atingisse a maioridade, para nos apresentar, mas quando
isso não aconteceu, presumimos que era porque ele havia
mudado de ideia.
Outro fae se aproximou para ficar ao lado de Aiden.
— Meu nome é Darian Vi’Alina. Eu também sou um de
seus athairs não oficiais, Zoe. Eu esperava poder convencer
Mikel a trazê-la para uma visita depois que ele terminasse de
investigar as luzes. É uma surpresa tão incrível conhecê-la
em vez disso. — Ainda sorrindo, ele olhou para Aeson. — Tem
espaço para mais um?
— Dois, — Aiden corrigiu.
— Eu não entendo, por quê? — Zoe perguntou. Pela
segunda vez em um dia, ela se sentiu sobrecarregada por
suas próprias emoções. Segundos depois, ficou apavorada ao
sentir faíscas se formando ao seu redor. Apertando os olhos,
ela tencionou o corpo inteiro, tentando interromper sua
magia.
Não, não, não, não! Não agora, não eles, por favor, não os
machuque! Ela rezou para quem estivesse ouvindo.
Ela sentiu uma mão em sua cabeça, e as faíscas
morreram e o calor em seu corpo desapareceu. Abrindo os

My
BeacoN
Alanea Alder
olhos, Zoe olhou para cima para ver a expressão preocupada
de Kendrick.
— Você está bem, Zo? — este perguntou, gentilmente
conduzindo-a para um dos assentos. Momentos depois, um
copo de água fria foi colocado em suas mãos. — Por que sua
magia estava ameaçando se libertar? — ele perguntou,
enquanto todos se sentavam novamente.
Ela engoliu a água gelada com gratidão.
— É a minha aflição, — ela admitiu.
— Com licença? — ele perguntou.
— A mãe e o pai não queriam que eu falasse sobre isso
fora da família, mas acho que é irrelevante agora, e
tecnicamente athairs são família, então... — Ela exalou. —
Causo incêndios quando fico sobrecarregada. É por isso que
o conselho aconselhou meus pais a me manterem isolada o
máximo possível para evitar que alguém se machucasse. As
vezes que saí de casa para brincar com Nigel e Neil foram as
únicas em que não estava supervisionada. — Ela olhou para
os gêmeos. — Sinto muito por tê-los colocado em perigo, mas
sempre me diverti muito estando com vocês.
— Você nunca precisa se desculpar por brincar conosco,
— Nigel protestou.
— Sim, você é uma das únicas que nos tratava como
pessoas. Todos os outros nos chamavam de fedelhos, —
admitiu Neil.
— Não entendo. Todo bruxo passa por fases em que sua
magia fica descontrolada. Por que eles te isolariam? — outro
guerreiro perguntou.

My
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Alanea Alder
— Boa pergunta, Kincaid, — Kendrick disse com
aprovação. E pegou a mão dela. — O Mikel concordou com
isso?
Ela balançou a cabeça.
— Não, ele disse que eu só precisava de tempo para
aprender, mas a mãe e o pai estavam com medo. Quando eu
perdia o controle, era sempre tão violento. Eles ficaram
morrendo de medo que eu me machucasse, então ouviram o
conselho, mantiveram minha vida regrada e funcionou.
Kendrick balançou a cabeça.
— Zoe, querida, seu irmão estava certo. Você precisava
aprender a controlar sua magia. O que seus pais e o conselho
fizeram foi simplesmente te colocar em um ambiente onde
você não precisava pensar, o que limitava a demanda por sua
magia. Eu consigo entender porque seus pais, preocupados
com você, ouviram o conselho, mas o conselho deveria ser
mais esperto. O que fizeram foi semelhante a drogar uma
criança teimosa. Eventualmente, chegará um momento em
que a criança não estará drogada, e será mil vezes pior
porque ela não aprendeu a processar as próprias emoções.
— Eu era uma criança drogada? — ela perguntou,
incrédula.
Ele balançou a cabeça.
— Não, a sua magia é a criança teimosa. Ela reage
porque nunca te ensinaram a domá-la.
— Por quê? Por que eles fariam algo assim? É como se
quisessem que ela explodisse ou algo assim, — Neil exclamou
com raiva.

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Alanea Alder
Zoe fechou os olhos, pensando em como havia crescido.
Sempre cuidada. Cada necessidade antecipada, nunca
colocada em uma situação na qual tinha que pensar por si
mesma. Simplesmente controlada para que sua magia nunca
explodisse.
— Eu sou um monstro, — ela sussurrou.
— Não, é uma arma, — Meryn corrigiu.
O silêncio encheu a sala enquanto o peso da verdade de
suas palavras ricocheteava de pessoa para pessoa.

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Alanea Alder
Capítulo três
Meryn olhou para aqueles a encarando.
— O quê? Por que mais eles deliberadamente não a
treinariam? Acho que Kari disse algo parecido para o Magnus
sobre sua secretária incompetente: “Acredito que há uma
linha tênue entre incompetência e sabotagem. Um é
deliberado, mas ambos podem resultar em desastre.” Para
um grupo de bruxos que se gabam irritantemente de seu
sistema de treinamento, isso parece planejado, — explicou
Meryn.
— Mikel nunca aceitaria algo assim, — argumentou
Kendrick.
Aiden assentiu.
— Ele é fanaticamente protetor com a irmãzinha.
A palavra arma passou pela mente de Zoe. E se lembrou
das dezenas de discussões que seu irmão e sua irmã tiveram
com seus pais sobre sua criação.
— Ele pode não ter tido escolha. Meus pais, no final das
contas, tomavam a maioria das decisões sobre minha
escolaridade e aulas. Eu me lembro dele discutindo com eles
muitas vezes, mas Mikel não tinha nenhuma autoridade
sobre mim, — Zoe disse, olhando de Kendrick para Aiden. —
Acho que estavam com medo de que eu me machucasse
algum dia. Não os vejo orquestrando um esquema de armas.

My
BeacoN
Alanea Alder
— E se não for nada nefasto? — a mulher ao lado de
Darian sugeriu. E sorriu em sua direção. — Meu nome é
Amelia. Também fui criada em Storm Keep. — Esta se virou
para Kendrick. — Você sabe como o conselho pode ser
preguiçoso e egoísta. Eles podem ter dito aos pais dela para
manter o estresse ao mínimo e ter seguido em frente. Isso
seria muito mais fácil do que arranjar tutores especializados
que poderiam ser melhor utilizados em outros lugares.
Kendrick olhou para Meryn, então acenou com a cabeça
lentamente antes de voltar a olhar para Zoe.
— Posso ver isso como uma possibilidade. Seria preciso
um bruxo muito forte e experiente para guiá-la. Não os vejo
querendo perder um para um cargo de professor. Seus pais e
irmãos são todos bruxos de fogo, correto? Eles não poderiam
ajudar?
Zoe corou.
— Eu sempre os anulava. Não havia muito que
pudessem fazer.
Kendrick amaldiçoou e murmurou baixinho.
— Eles deveriam ter vindo até mim.
Zoe piscou.
— Verdade. Você é um bruxo de fogo, — ela colocou o
copo de lado animadamente. — Você acha que pode ajudar?
Kendrick olhou dela para a expressão de coitadinho dos
gêmeos, então para Kincaid.
— Como? Quando comecei a acumular crianças?
A rainha começou a rir.

My
BeacoN
Alanea Alder
— Sua diversão está apenas começando, — esta disse
enigmaticamente.
— Ah, por favor, Kendrick! Eu vou fazer o que você
disser, de verdade. Eu daria qualquer coisa para poder
controlar minha magia, para não ter que ficar dentro de casa
o tempo todo, — Zoe implorou.
Kendrick jogou os braços no ar.
— Tá! — E se virou para ela, depois para os gêmeos. —
Se quiserem participar, terão que fazer exatamente o que eu
disser. Minhas aulas são brutais, — este alertou.
Nigel sorriu para a figura ameaçadora de Kenrick.
— Claro, — concordou alegremente.
— Cara, se apenas Serenity e Keelan estivessem aqui, —
Neil suspirou tristemente.
Zoe se levantou e abraçou Neil com força.
— Todos nós estaremos juntos novamente algum dia.
Então vamos poder viajar e fazer todas as coisas legais sobre
as quais falamos enquanto crescíamos.
— Vamos ter que levar o Micah junto, ele se acasalou
com a Serenity, — Nigel a lembrou.
Esta assentiu.
— É claro! Ouvi dizer que ela tinha acasalado, mas
desde que o conselho a baniu, perdi qualquer oportunidade
de conhecê-lo. Você acha que eles virão aqui para uma visita
em breve?
Neil pegou o telefone.
— O Micah vai me odiar, — disse ele, rindo. — Que
pena, — adicionou em uma voz cantante.

My
BeacoN
Alanea Alder
Zoe deu uma risadinha.
— Ainda tenho trabalho a fazer para consertar as luzes e
as aulas do Kendrick, mas fora isso, estou livre.
Zoe observou enquanto o que Kendrick chamara de
Kincaid avançava.
— Eu poderia fazer parte de algumas dessas lições
também?
— Arrgh! — Kendrick gemeu e descansou a cabeça na
mesa.
— Bem feito, velho. Isso é o que ganha por se esconder
entre seus livros todos esses anos, — provocou Thane.
A cabeça de Kendrick se levantou, e este olhou para
Thane.
— Para a sua informação eu tenho ficado de olho nessas
crianças há anos. — Suspirando, ele olhou para Kincaid, e
seus olhos se suavizaram. — Você, claro, é bem-vindo a
quaisquer lições adicionais, especialmente porque serão de
fogo em natureza.
Zoe sorriu para Kincaid.
— Você também é um bruxo de fogo?
Ele balançou a cabeça timidamente.
— Não exatamente.
Neil apontou para o bruxo envergonhado.
— Ele é como uma combinação de você e nós. Ele é fogo
e terra.
Kincaid assentiu.
— E minha magia também não funciona direito, então
você não está sozinha nisso.

My
BeacoN
Alanea Alder
Ela sentiu os olhos se arregalarem.
— Você causa incêndios também?
Ele acenou com as mãos na frente de si, balançando a
cabeça.
— Não, pior. Na maioria das vezes, nada acontece, ou se
acontece, não é o que eu pretendia.
— Kendrick, além de um espaço para ensinar, você
precisa de mais alguma coisa para nossos jovens amigos? —
a rainha perguntou.
— Não, tudo o que preciso, tenho comigo, — ele
respondeu, mostrando uma pequena bolsa.
— Eu quero aulas de bruxa também, — anunciou
Meryn.
— Eu também! — um adorável jovem de cabeça escura
ao lado de Meryn disse, entrando na conversa.
— O que? Por quê? Sua inata empatia não é nada
parecida com magia elemental, — Kendrick perguntou,
parecendo confuso. E se virou para o jovem. — E Pip, você é
um vampiro, pelo amor dos deuses!
— Porque eu quero, — respondeu Meryn.
— Isso, — Pip ecoou.
— Meryn... — Aiden começou.
Meryn olhou brava para o companheiro.
— Por que não posso expandir meus horizontes? Os
gêmeos vão, — ela disse, olhando na direção destes.
— Os gêmeos são bruxos, — Aiden apontou, sorrindo.

My
BeacoN
Alanea Alder
Zoe reconheceu o olhar determinado nos olhos de Meryn
e no ajustar de seus ombros. Mikel sempre tinha exatamente
o mesmo olhar quando batia o pé.
— Eu não acho que faria mal se ela quisesse assistir às
aulas.
— Sim, ela e Pip podem ficar conosco se quiserem, —
acrescentou Neil.
Kendrick simplesmente os olhou.
— Sabe, pode não ser uma má ideia abrir as aulas para
qualquer bruxo da unidade que deseje participar, — disse
Aiden, esfregando o queixo pensativamente.
Um homem alto se aproximou para ficar atrás de
Kendrick e lhe deu um tapinha nas costas.
— Nós já íamos mostrar a eles magia defensiva e como
fazer feitiços de detecção rápida.
Kendrick recostou-se, suspirando.
— Thane, que os guerreiros da unidade aprendam essas
coisas, eu entendo e concordo completamente, mas as
crianças? Elas deveriam estar plantando jardins, lendo livros
e tomando chá.
— Isso não parece muito eficiente, — disse Zoe,
franzindo o nariz.
— Ou útil, — acrescentou Neil.
— Como plantar um jardim te ajuda a ficar poderoso? —
perguntou Nigel.
Kendrick arqueou uma sobrancelha.
— E é poder que querem?
Nigel, Neil, Zoe e Kincaid assentiram enfaticamente.

My
BeacoN
Alanea Alder
Kendrick pareceu surpreso com suas respostas.
Thane virou-se para eles.
— Falem a ele o porquê, — ele disse suavemente.
— Para ficar segura, — Zoe respondeu.
— Para proteger os outros, — acrescentou Nigel.
— Para criar nosso próprio caminho, — replicou Neil.
Kincaid assentiu.
— Para proteger meus irmãos de unidade e nosso povo.
— Kendrick, essas crianças são um produto da própria
geração. Elas cresceram em tempos incertos e dentro de um
sistema onde os resultados são tudo. Não têm uso para
jardins.
A expressão de Kendrick ficou trágica.
— Então nós lhe falhamos mais do que eu imaginava.
Neil bufou e deu de ombros.
— Prefiro rastrear ferals e causar caos cibernético do
que festas do chá a qualquer hora.
Kincaid riu alto.
— Parece mesmo que estamos nos divertindo mais
quando se diz dessa maneira, não é?
Zoe se aproximou e colocou a mão no braço de
Kendrick.
— Talvez sejamos exatamente como somos e estamos
onde estamos porque é assim que deveria ser.
— Há um lado bom em uma geração de bruxos que
valorizam proteger os outros em vez de dinheiro e posições,
Kendrick. Não os subestime assim, — a rainha advertiu
gentilmente.

My
BeacoN
Alanea Alder
Pip olhou para Kendrick.
— Você vai servir lanches? Talvez um pouco de chá?
Zoe reconheceu que Pip estava tentando acalmar
Kendrick, e seu coração derreteu. Ele era tão fofo!
— O chá ajudaria a nos manter focados, — disse ela.
— E vamos ler muito, — acrescentou Nigel, percebendo
o andar da carruagem.
Kendrick olhou ao redor da sala. Um leve brilho nos
olhos.
— Eu suponho que vão querer passear pelos jardins
aqui em Éire Danu também, — este perguntou, sua boca
curvada em um sorriso.
— Se não pode com eles e tudo o mais, — respondeu
Meryn.
— Kendrick Ashwood, considere-se verdadeiramente
abençoado, — a rainha disse enquanto levava a xícara de chá
aos lábios.
— Bênçãos não vão ajudá-los durante as aulas. Vou me
certificar de que eles aprendam, — Kendrick resmungou bem-
humorado.
Zoe virou-se para a rainha e fez uma pequena
reverência.
— Peço desculpas por atrapalhar seu almoço, — disse,
percebendo que ainda havia comida na mesa.
A rainha sorriu.
— Foi uma interrupção deliciosa, minha querida. Por
favor, sente-se e junte-se a nós. Tínhamos acabado de
começar quando você chegou.

My
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Alanea Alder
— Vemos que está em boas mãos, Zoe, no entanto,
espero que passe no bar mais tarde, — disse Ramsey
enquanto ele e Aeson se curvavam para sair.
Ela olhou para Aiden.
— Eu posso?
Aiden piscou.
— Huh?
— Posso ir mais tarde?
Meryn assentiu.
— Você é uma garota livre agora e maior de idade, então
faça o que quiser.
Aiden franziu a testa para a companheira.
— Talvez não tudo o que ela queira. — Ele então se virou
para Aeson. — No Dav’s?
— Sim, senhor. Ela impressionou o veterano, então ele
quer lhe servir sua primeira cerveja.
Aiden assentiu.
— Parece importante, não é algo que se deve perder. —
Ele olhou para a companheira. — Você gostaria de
experimentar aquele peixe do qual não para de me azucrinar
hoje à noite para o jantar?
Os olhos de Meryn brilharam.
— Pode crer!
— Festa no Dav’s? — Neil perguntou.
— Nós vamos ficar doidões! — Pip anunciou.
A rainha meio que bufou e riu em sua xícara de chá.
Ramsey esfregou as mãos.
— Pode ser a festa de boas-vindas da Zoe.

My
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Alanea Alder
Aeson sorriu.
— Traremos lanchinhos.
Ramsey fez uma pequena saudação, e ele e Aeson
saíram, discutindo sobre quais petiscos combinariam melhor
com cerveja.
Zoe sentou-se e olhou ao redor da mesa. Mesmo
conhecendo os gêmeos, ainda havia muitos nomes que não
conhecia.
— Olá! — Ela começou com uma voz animada. — Meu
nome é Zoe Appleblossom. Não vejo a hora de trabalhar com
todos vocês.
Meryn sorriu.
— Appleblossom jeans… — ela cantou.
— Boots with the fur... — Três outros na sala
responderam ao mesmo tempo.
O homem alto de pele cor de cacau virou-se para Meryn,
um olhar de desgosto no rosto.
— Muito obrigado. Agora essa música vai ficar na minha
cabeça por dias.
Meryn gargalhou em sua cadeira.
— Cuidado, Pierce, olha o chiclete.
Kincaid e a jovem sentada ao lado da rainha também
olharam bravos para Meryn.
A rainha inclinou a cabeça.
— Receio não entender.
Kincaid suspirou.
— Essa é, ou foi, uma canção popular no mundo
humano. Tem uma melodia muito contagiante, por isso fica

My
BeacoN
Alanea Alder
na mente depois que você lembra dela. Isso é o que a Meryn
quis dizer com chiclete. É uma música que meio que toca
repetidamente na sua cabeça.
A rainha olhou para Meryn horrorizada.
— Isso parece terrível.
— He he he he, — Meryn riu para si mesma.
— Acho que algumas apresentações estão em ordem, já
que Zoe nos cumprimentou tão educadamente, — disse uma
mulher, se levantando. — Meu nome é Kari Lionhart. Estou
acasalada com Declan. — Esta apontou para o homem ao
lado de si.
Nos vinte minutos seguintes, eles rodearam a sala,
apresentando lentamente os presentes e explicando
quaisquer conexões familiares ou políticas.
Zoe ficou sentada lá, tentando o seu melhor para
acompanhar. Um leve toque em seu ombro a fez olhar para
cima.
— Cord, certo?
— Sim, Lady Zoe. Você está indo muito bem em
lembrar-se de todos. O que posso lhe preparar para o
almoço? — este perguntou.
Ela apenas lhe piscou. Nunca teve que escolher o
próprio almoço antes. Este sempre lhe foi preparado e
servido.
— Não sei.
Seus olhos se arregalaram e ele tentou uma tática
diferente.

My
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Alanea Alder
— Qual o seu favorito de casa? Eu posso tentar fazer
para você.
— Eu... eu... eu não sei. Eu nunca escolhi meu almoço
antes, — ela admitiu.
— É sério esse caralho? — Meryn perguntou, com os
olhos arregalados.
Zoe tentou ignorar os olhares incrédulos que estava
recebendo ao redor da mesa.
— O almoço é sempre às duas horas. Nos dias de
semana era sopa e nos fins de semana era assado.
— Nada de pizza? Nem sushi? Nem Hot Pockets?? —
perguntou Meryn.
— Eu sei o que são pizza e sushi pelos livros que li, mas
nunca os comi. — Ela franziu a testa. — O que é um Hot
Pocket?
Meryn girou na cadeira em direção ao escudeiro.
— Ryuu!
Ryuu colocou a mão na cabeça de sua incumbência.
— Vou trabalhar com Cord, Meryn, não se estresse.
Garantiremos que Lady Zoe experimente todas as suas
comidas favoritas.
Meryn exalou de alívio e se virou de volta para ela.
— Você é a melhor amiga dos meus irmãos, então isso
faz de você minha melhor amiga. E na nossa bat caverna, nós
comemos pizza e Cheetos, com café e Red Bull sem açúcar.
Eu seria uma péssima melhor amiga se não te apresentasse
as coisas boas da vida. Considere-se minha agora.

My
BeacoN
Alanea Alder
— Aqui vamos nós de novo, — disse Aiden, rindo. — Eu
não me importo desta vez. Ela é tecnicamente minha
afilhada, então já era da família.
Meryn jogou uma ervilha nele.
— Como é que você nunca mencionou isso?
Ele deu de ombros.
— Não tenho notícias do Mikel há quase uma década,
então não tinha certeza se ele ainda considerava a Unidade
Alfa o athair dela.
— E como é que ela não sabia? — perguntou Meryn.
Zoe olhou para Aiden.
— Sim, por que você acha que o Mikel nunca me
contou?
— Provavelmente para mantê-la segura, — respondeu
Kendrick. — Se você soubesse que tinha quatro guerreiros de
unidade como athairs, você teria obedecido tanto quanto o fez
quando seus pais e irmãos foram embora?
Zoe balançou a cabeça.
— Eu teria ido para Lycaonia no dia em que atingi a
maioridade. — Ela sorriu. — Eu provavelmente teria escrito
para eles o tempo todo sobre como eu estava entediada
também.
— Ele te conhecia bem. Estou disposto a apostar que ele
planejava ficar com você até o seu centésimo aniversário, e
então teria te levado para Lycaonia por segurança. Algo deve
ter mudado seus planos. — Kendrick olhou para Aiden. —
Você tem uma maneira de contatá-lo?
O rosto de Aiden ficou pensativo.

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Alanea Alder
— Talvez, se ele ainda usar seu celular dado pela
unidade. Quase todos os guerreiros de unidade do passado e
do presente têm um. — Ele franziu a testa. — Não é um
método infalível de contatar guerreiros. Nunca tivemos
notícias da Vanguarda desaparecida.
O queixo de Zoe caiu.
— Caroline e eu estamos procurando por ele há anos e é
porque não tínhamos seu número?
Aiden estremeceu.
— É usado apenas entre guerreiros de unidade. Ele não
te deixou nenhuma maneira de contatá-lo?
Ela balançou a cabeça.
— Quando saiu, ele disse que não demoraria muito. —
Ela sentiu os olhos se encherem de lágrimas. — E se algo
aconteceu com ele?
— E os seus pais? — Anne perguntou gentilmente.
Ela sentiu os cachos balançarem quando negou
novamente com a cabeça.
— O conselho os alocou para o exterior dez anos atrás. A
Caroline disse que deve ser importante porque ela tem acesso
à maioria dos registros do conselho e não conseguiu
encontrar nada sobre eles.
— Quando você atingiu a maioridade? — a rainha
perguntou.
— Cerca de um mês atrás, — ela respondeu. — Foi
quando o conselho me moveu da casa da nossa família para o
Templo do Fogo para atuar como a Cabeça do Templo do
Fogo.

My
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Alanea Alder
— Por que você, se é tão jovem? — perguntou Meryn.
— Os Appleblossoms sempre lideraram o Templo do
Fogo. Com meus pais em uma missão e meu irmão e minha
irmã tendo servido e ido embora, coube a mim quando atingi
a maioridade, — explicou ela.
Pip se levantou e caminhou para se sentar ao seu lado,
então a puxou para um abraço.
— Meryn disse que eu sou o responsável pelos carinhos,
e já que você foi criada meio que nem eu, eu sei que você
precisa de carinhos.
Zoe retribuiu o abraço e relaxou contra este.
— Você foi mantido isolado também?
Ele assentiu.
— Sim, meu pai não gostava muito de mim, então o
pessoal na nossa casa seguiu seu exemplo ao lidar comigo.
Ela o olhou.
— O que há para não gostar? Você é incrível.
Ele sorriu brilhantemente.
— Eu consigo acreditar em você agora porque a Meryn
me diz isso o tempo todo. Eu te acho incrível também, já que
permaneceu fiel a si mesma.
— Você não tem medo de pegar fogo por causa de mim?
— ela perguntou.
Ele balançou a cabeça.
— Não, mas mesmo que aconteça, eu não vou culpá-la
porque sei que você não faria isso de propósito. — Ele
flexionou o braço oposto. — Além disso, eu sou um vampiro,

My
BeacoN
Alanea Alder
e o Aiden tem me mostrado exercícios para eu ficar forte.
Aposto que eu me curaria muito, muito rápido.
— Você tem? — Meryn perguntou com uma voz suave,
olhando para o companheiro.
Um rubor subiu pela nuca de Aiden.
— Ele disse que queria poder proteger você, e eu quero
que ele seja capaz de se defender para que ninguém o
maltrate novamente.
Meryn simplesmente subiu em sua coxa, sob seu braço,
e se acomodou em seu colo.
— Eu te amo, bebê.
Sorrindo, Aiden descansou a bochecha no topo de sua
cabeça.
— Eu também te amo.
— Isso é tão doce, — Zoe observou.
— Eles são o melhor irmão e irmã que um cara poderia
pedir, — acrescentou Pip.
— Já que a Meryn disse que eu pertenço a ela agora,
vou compartilhar meu irmão e irmã com você, Pip, — ela
ofereceu.
Seus olhos se arregalaram.
— Sério? — ele chiou.
— Sim, eles vão te amar muito. — Zoe tinha certeza de
que ambos mimariam demais o vampiro. Ele era fofo demais
para não o fazer.
Pip franziu a testa.
— Meryn, precisamos encontrar nosso novo irmão, —
disse ele em um tom sério.

My
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Alanea Alder
Meryn assentiu curtamente.
— Bebê, ligue para o seu número secreto ou o que quer
que seja e diga ao Mikel para vir aqui.
Aiden já estava pegando o telefone.
— Eu ia entrar em contato com ele de qualquer maneira.
Não é típico dele perder o aniversário dela, especialmente o de
cem anos. — Ele digitou na tela do telefone, em seguida,
segurou-o contra o ouvido.
— Mikel, é o Aiden. Onde diabos você está?
Zoe sentiu a respiração travar. Seu irmão estava mesmo
do outro lado da linha?
— Por que estou perguntando? Porque tenho uma Zoe
muito perturbada na minha frente, que está muito
preocupada com você. O que? Não, eu não estou em Storm
Keep. Estou em Éire Danu. Por quê? Longa história, mas
estou feliz por estar aqui já que ferals começaram a aparecer.
Sim, Zoe está aqui. — Aiden afastou o telefone e franziu o
cenho para tal antes de levá-lo de volta ao ouvido. — Para a
sua informação a minha companheira também está aqui, e
eu nunca deixaria nada acontecer com nenhuma das duas.
Hum. Então, quando você chega aqui? Por quê? Precisa de
extração? — Aiden fez uma pausa. — Então por quê? —
Aiden ouviu um pouco mais. — Quer saber, diga a ela você.
— Aiden jogou o telefone para Cord, que ainda estava atrás
dela. Este facilmente pegou o aparelho e o apresentou a ela,
colocando-o no próprio antebraço.
— Lady Zoe.
Ela o colocou na orelha.

My
BeacoN
Alanea Alder
— Mikel?
— Minha menina, o que está fazendo em Éire Danu?
— A rainha solicitou a Cabeça do Templo do Fogo, já
que estão tendo problemas com as luzes, então a Caroline se
certificou de que eu pudesse sair.
— Cabeça do Templo do Fogo? Você?
— Sim, eu cheguei à maioridade no mês passado...
sozinha, — acrescentou ela para compor o cenário.
— Oh, querida, eu estaria presente se pudesse, mas no
que estou trabalhando é para nós dois, ok?
— Você não pode voltar para casa? A Caroline disse que
eu não deveria voltar para Storm Keep a menos que você ou a
Morrigan estivessem lá.
— Por que diabos ela diria isso?
Zoe hesitou. Se ele estava realmente trabalhando em
algo importante, então não queria aborrecê-lo.
Pip a cutucou.
— Diga à ele.
— Me dizer o que, quem é esse? — exigiu Mikel.
— O conselho veio à mansão e empacotou as minhas
coisas e me moveu para o Templo do Fogo. Então me
designaram um assistente que vigiava todos os meus
movimentos. Ele não era muito legal, — ela admitiu, a voz
falhando. Debaixo da mesa, Pip pegou sua outra mão.
Houve um longo silêncio antes de seu irmão falar
novamente.
— Zoe, bebê, você nunca precisa voltar para Storm Keep
se não quiser. Você está com pessoas agora que irão protegê-

My
BeacoN
Alanea Alder
la até que eu possa voltar para o seu lado. Saiba que eu te
amo muito, muito mesmo, e estou fazendo tudo que posso
para voltar.
Ela enxugou as lágrimas.
— Eu sei, é só que eu senti tanta saudade sua.
— Eu sei. Agora, ajude se quiser, mas não precisa.
Aiden cuidará bem de você no meu lugar. Ele é meio que seu
athair, — ele disse, tropeçando na palavra.
Ela riu.
— Eu sei, para ajudar a explicar porque ele queria se
juntar a Aeson e Ramsey em bater no conselho, ele me disse.
Mikel exalou, então soltou uma risada curta.
— Graças aos deuses pelo meu comandante. Não se
esqueça que você é uma Appleblossom. Tem acesso às nossas
contas, então não te faltam meios.
— O conselho assumiu o controle das contas depois que
você saiu, já que eu não era maior de idade, — explicou ela.
— Eles não podem fazer isso, — explodiu Mikel. —
Essas contas e fundos estão vinculados ao patrimônio todo.
— A maioria de nossos parentes foram transferidos para
outras casas e empresas de fora do estado. Não havia
ninguém para protestar.
— Deuses acima, você realmente estava sozinha, não?
Sinto muito, querida. Se eu tivesse pensado por um momento
que eles iriam tão longe assim, nunca teria saído.
— Eu sei.
Mikel respirou fundo.

My
BeacoN
Alanea Alder
— Eu te amo, Zo, vou voltar para casa assim que puder.
Você pode passar o telefone para o Aiden novamente?
— Eu também te amo, e por favor, se apresse. —
Olhando para cima, Zoe passou o telefone para Cord, que o
levou de volta para Aiden.
Aiden, franzindo a testa ferozmente, pegou o telefone.
— Eu ouvi. Nem precisa pedir. Vamos esperar por você
antes de agir. Apenas traga sua bunda de volta pra cá.
Ninguém fode com a família de um guerreiro e sai ileso.
Zoe sentiu como se um enorme peso tivesse sido tirado
de seus ombros. Seu irmão estava seguro e voltaria para
casa.
Ouvindo vozes à porta, ela olhou para cima para ver
quem estava entrando. Três homens e uma mulher entraram
e pararam quando perceberam o que Aiden estava dizendo.
O loiro alto franziu a testa.
— Vamos quebrar a cara de alguém? — este rosnou.
— Ari, o que você ouviu? — a mulher perguntou.
— Nós vamos foder com algumas pessoas, — um dos
outros dois homens respondeu.
Quando os olhos de Zoe encontraram os azuis
cristalinos de seus sonhos, ela ofegou alto.
— Você?
— Aquela ligação era sobre você, não é? — ele exigiu, o
azul dando espaço para um carmesim escuro. — Quem
machucou a minha companheira? — rosnou.
— Companheira? — Meryn perguntou, seus olhos se
arregalando. — Não brinca?

My
BeacoN
Alanea Alder
Zoe assentiu.
— Ele é o homem dos meus sonhos, o olho da
tempestade de fogo, meu porto seguro, — ela sussurrou.
Aiden os olhou, então começou a rir.
— Você ouviu certo, o companheiro dela acabou de
entrar pela porta. Talvez ela não vá precisar de você, afinal, —
Aiden brincou.
O que quer que Mikel dissera em resposta, fez Aiden
empalidecer, mas ainda estava sorrindo.
— Então é melhor você chegar aqui rápido. — Ele tocou
no telefone e o largou. Revirando os olhos, lhe deu uma
piscadela. — Irmãos, não é mesmo?
O homem de cabelos escuros avançou e se ajoelhou do
outro lado dela. Muito gentilmente, enxugou suas lágrimas.
— Diga-me o que precisa ser feito para te fazer sorrir
novamente.
Ela puxou a mão da de Pip, e o menino a acariciou de
forma encorajadora.
— Não tenho certeza, mas talvez possamos descobrir
juntos. — Endireitando as costas, ela estendeu a mão. —
Meu nome é Zoe Appleblossom, é maravilhoso finalmente
conhecer o homem dos meus sonhos.
Com o carmesim desaparecendo, os olhos azuis dele lhe
sorriram. Lhe tomando a mão, ele a virou para que pudesse
beijá-la.
— Meu nome é Gage Fabre, e é uma honra conhecer a
guardiã do meu coração e alma.

My
BeacoN
Alanea Alder
Onde seus lábios lhe tocaram a pele, uma onda de calor
começou. Dentro de seu corpo, uma chama irrompeu em seu
núcleo e se espalhou.
— Meu companheiro, — ela sussurrou, sentindo as
bochechas queimarem.
— Puta merda! — exclamou Meryn.
Segundos depois, Gage a estava puxando para fora de
sua cadeira e para longe de onde as cortinas de repente
haviam pegado fogo.
Cord, em um movimento fluido, empurrou Pip para um
local seguro e puxou as cortinas para baixo para apagar as
chamas. Sem suar a camisa, nem com um fio de cabelo fora
do lugar, ele se virou para Zoe.
— Agora, Lady Zoe, você gostaria de experimentar pizza
no almoço?

My
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Alanea Alder
Capítulo quatro
— Eu já disse uma vez, e digo de novo, escudeiros são
uns filhos da puta fodões, — Meryn disse, ainda com os olhos
um pouco arregalados.
Zoe cobriu o rosto com ambas as mãos, mortificada pelo
que havia feito.
— Lady Zoe, não se preocupe com as cortinas. Eu estava
planejando substituí-las em breve de qualquer maneira. O
mais importante é que você coma para manter a força, —
disse Cord de maneira reconfortante.
— Zoe, você está bem? — Gage perguntou, puxando-a
contra si enquanto de pé ao lado da mesa.
Ela moveu as mãos e o olhou.
— Eu vou te incinerar!
A boca de Gage se contraiu enquanto este claramente
lutava para não sorrir.
— Que jeito de se ir, — ele brincou.
Ela sentiu a boca se abrir quando entendeu o que quis
dizer. Corando furiosamente, ela o empurrou e olhou ao redor
procurando uma maneira de escapar.
Cord simplesmente a guiou de volta para a cadeira e a
ajudou a se sentar.
— Mestre Gage, talvez possa ser sábio abster-se de tais
comentários indutores de emoção no momento? A calmaria
parece ser o curso de ação mais sábio, — este sugeriu.

My
BeacoN
Alanea Alder
Gage assentiu antes de colocar a mão sobre o coração e
fazer uma meia reverência.
— Minhas desculpas, Zoe, eu não quis menosprezar
seus medos.
Ela o olhou e viu preocupação por ela e sinceridade em
seus olhos.
— Eu não quero machucar ninguém, especialmente um
companheiro com quem sonhei.
Ele se sentou ao seu lado e tomou-lhe a mão.
— Kincaid tem alguns problemas com a própria magia,
então estou ciente de quão frustrante pode ser. O que quer
que precisar, eu vou ajudá-la a conseguir.
A rainha tomou outro gole de chá.
— Talvez pudéssemos mudar o esquema de cores para
azul? O que acha, Cord?
Cord lhe jogou uma piscadela antes de olhar para a
rainha.
— Eu estava pensando a mesma coisa. Usamos tons de
ouro e âmbar há séculos. Pode ser revigorante ver algo
diferente.
— Mã-a-a-a-a-ae... — Darian estendeu a palavra.
Esta lhe jogou uma expressão inocente que a fez parecer
tão jovem quanto Meryn.
— O que?
Quando Zoe olhou em volta, percebeu pela expressão
confusa dos outros que estavam tão perdidos a respeito da
brincadeira quanto ela.
— O que eu perdi? — Meryn exigiu.

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— Azul é a cor primária do brasão de Alina, — explicou
Brennus, sorrindo. — Eu acho que seria perfeito.
— Excelente, vou começar a encomendar tecidos
imediatamente, — disse Cord, em seguida, os olhou. — E
para Lady Zoe, vou trazer um dos favoritos de Meryn. Pelo
que Ryuu me explicou, esta é uma versão japonesa de seu
favorito Hot Pockets. Eles são assados com queijo, molho de
tomate temperado e calabresa. De certa forma, é como uma
pizza e um Hot Pocket, você pode experimentar os dois.
Respirando fundo, ela sorriu.
— Obrigado, parece maravilhoso.
Meryn lambeu os lábios.
— Cord...
— Sim, Meryn, farei alguns para você também.
— Ahh, Cord... — Aiden começou a corar.
Cord olhou ao redor da mesa para os vários graus de
interesse.
— Entendido. Já que muitos parecem estar desejando
pizza, colocarei algumas pizzas prontas no forno e as trarei
para os apetites maiores. Os taiyaki sairão assim que
estiverem prontos para a pequena Meryn e Lady Zoe.
Aiden pareceu aliviado.
— Obrigado, Cord. Eu não queria aumentar sua agenda
diária já lotada, mas quando mencionou pizza...
Cord riu.
— Você não foi o único, — disse ele, apontando para
onde Darian e Oron estavam sorrindo sentidamente. — Faz
muito tempo desde que tive que cozinhar para apetites tão

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agradecidos. Deixe que eu me preocupo com a minha agenda.
— Ele fez uma meia reverência e voltou para a cozinha.
Zoe olhou em volta. Ninguém, nem uma única pessoa,
estava olhando horrorizada para a parede queimada.
— Ninguém tem medo de mim? — ela sussurrou para si
mesma.
Meryn inclinou a cabeça.
— Por que teríamos medo?
Zoe apenas a olhou fixamente.
— Eu poderia te incinerar! — ela exclamou.
Meryn deu de ombros.
— E Ryuu apagaria o fogo, e um dos bruxos me curaria,
sem problema.
Zoe piscou e olhou ao redor da mesa, e todos estavam
assentindo.
— Simples assim?
Meryn pegou a própria xícara de café.
— Bem, sim. Você é uma bruxa do fogo, então a solução
mais fácil não seria ter um bruxo de água com você enquanto
está aprendendo? — Ela apontou para trás, para Ryuu. — É
por isso que eu disse que ele apagaria o fogo, ele consegue
usar água. — Ela franziu a testa. — Vinda da Storm Keep,
achei que com certeza você teria, tipo, um escudeiro bruxo de
água ou algo assim por agora.
— Meryn, eu sei que você ouve isso com frequência, mas
você é um gênio, — disse Kendrick com admiração na voz.
Zoe desabou para trás na cadeira. Meryn estava certa,
era uma solução simples, mas nenhum dos bruxos mais

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velhos tinha pensado nisso. O comentário anterior de Meryn
sobre ela se tornar uma arma não parecia mais tão absurdo.
— Eu não entendo por que eles fizeram as coisas que
fizeram. O que teriam a ganhar? — ela questionou,
balançando a cabeça.
Gage passou o braço em volta dos ombros dela e a
puxou para perto de seu corpo.
— E provavelmente não entenderemos até irmos a Storm
Keep para esmurrar os envolvidos.
Zoe olhou para o companheiro. Seu rosto bonito parecia
sombrio enquanto tencionava a mandíbula, pensando no
flagelo dela. Ela estendeu a mão e tocou sua bochecha.
Olhando para baixo, ele sorriu, e seu coração estava
perdido. Cada grama de emoção estava lá em seus olhos. Pela
profundidade do afeto que conseguia ver, ele não estava
lutando nem um pouco contra a atração do acasalamento.
— Obrigada.
Ele se inclinou e lhe beijou a testa.
— É um prazer garantir sua felicidade. — Ele olhou de
volta para cima, para Kendrick. — Alguma sugestão de
escudeiro?
Zoe não pôde evitar um fio de animação. Se tivesse um
escudeiro ao seu lado que pudesse usar água, ela seria capaz
de ir a qualquer lugar. Não teria que se preocupar em
machucar ninguém.
Kendrick recostou-se, esfregando o queixo.
— Os únicos em quem confio não são escudeiros e
infelizmente estão ocupados demais para agirem como um.

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Atrás de Meryn, Ryuu levou o punho à boca e tossiu.
— Talvez eu tenha uma sugestão.
Kendrick pareceu intrigado.
— Você conhece um escudeiro que pode usar magia de
água? Eu o conheço?
Ryuu balançou a cabeça.
— Ele não é escudeiro e está atualmente a serviço de
outra família, mas... — ele hesitou, virando-se para a rainha.
— Acredito que se o pedido viesse da rainha fae, uma
indenização poderia ser acordada.
A rainha sorriu.
— Se essa pessoa tem sua recomendação, ela é mais
que bem-vinda aqui.
— Indenização? Eu não tenho acesso às contas da
minha família, — Zoe apertou o peito.
A rainha lhe sorriu gentilmente.
— Você está aqui para servir a minha cidade e ajudar o
meu povo. Seria negligente da minha parte negar-lhe algo que
a ajudaria. — Esta olhou para Gage. — Você também está
acasalada com um dos guerreiros da minha cidade, que
serviu fielmente por séculos. Só por isso eu já prestaria
ajuda.
E naquele momento, Zoe viu a diferença entre uma
governante que se importava com seu povo e um conselho de
indivíduos egoístas.
Kendrick bufou.
— Eu também posso ajudar.
Zoe virou-se para ele.

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— Eu sei que você se importa, mas não é como se você
fosse um líder em Storm Keep. Eu não colocaria esse fardo
em você, já que não compartilha da responsabilidade. A
rainha parece ter a influência e os recursos necessários que
você simplesmente não tem. — Ela se virou para a rainha. —
Rainha Aleksandra, agradeço sua gentileza e juro fazer tudo
que estiver ao meu alcance para garantir que sua cidade
retorne à sua plena glória.
O queixo de Kendrick caiu, e ao redor da mesa, risadas
abafadas foram ouvidas de quase todos.
— Eu... eu... — ele gaguejou.
A rainha estendeu a mão para dar tapinhas na dele.
— Fique em paz. Não há vergonha em não se ter a
influência ou os recursos que alguém adquiriria ao nascer em
uma família real e viver por milhares e milhares de anos, —
disse ela, com a boca se remexendo terrivelmente.
Zoe assentiu.
— Ela está certa. Eu sei que você tem boas intenções,
mas eu não tiraria de você, Kendrick. Muitos aqui podem não
saber o significado de viver na Cidade Baixa, mas eu sei.
Guarde seu dinheiro para você e o Keelan. — Quando o
olhou, ela viu que Kendrick estava agora em um tom doentio
de vermelho. — Você está bem?
Do outro lado, Meryn estava rindo tanto que estava
começando a deslizar para debaixo da mesa. Seu escudeiro,
segurando-a pelas axilas, era a única coisa que a impedia de
desaparecer de vista.

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— He’s just a poor boy, from a poor family...1 — ela
cantou, entre gargalhadas.
— Droga, Meryn! Eu tinha acabado de tirar aquela outra
música da cabeça. Essa é mil vezes pior, — reclamou Pierce.
Zoe olhou para Gage, que também estava rindo.
— O que?
Ele lhe beijou a ponta do nariz.
— Nada, minha querida. Tenho a sensação de que
Kendrick merecia isso.
Ela deu de ombros.
— Ele é um pouco rabugento, mas se importa.
Aiden, balançando a cabeça, virou-se para a rainha.
— A Alfa também ajudará a arcar com os custos. Nós
somos, coletivamente, os athairs dela, afinal.
Ryuu se certificou de que Meryn estava segura na
cadeira antes de se endireitar.
— Como Storm Keep está atualmente sem rei ou rainha,
a Rainha Aleksandra, como a atual empregadora de Zoe,
seria a única pessoa certa para fazer tal pedido, — ele
compartilhou, olhando para Kendrick. — Todos nós sabemos
que você ajudaria se pudesse.
Kendrick rosnou, chocando Zoe.
— Você também?
Ryuu deu de ombros.
— Essas oportunidades são tão poucas e raras, devemos
aproveitá-las quando surgem.

1 Trecho da música da banda Queen. Tradução: “ele é só um pobre garoto, de uma


família pobre”.

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A rainha riu.
— Ele está certo, Kendrick, vamos aproveitar por
enquanto. Você pode voltar a ser incrível mais tarde.
— Sim, é realmente muito ruim não termos um rei, —
acrescentou Thane, soltando um grande suspiro. — Se
tivéssemos, essa pessoa teria influência mais do que
suficiente para lidar com essa situação e cuidar de uma filha
de Storm Keep.
Kendrick levantou a mão e, um momento depois, Thane
gritou e começou a se debater, tentando apagar as chamas
que subiam pelas pernas de sua calça.
— Veja, Zoe, mesmo quando de propósito, pouco dano é
causado.
— Pouco dano! Quase pegou no meu... — Thane fechou
a boca e corou.
— Pegou no quê? — Anne perguntou inocentemente.
— Não importa, — ele respondeu, tentando ajustar a
roupa.
— Estou impressionada, as marcas de queimadura mal
atingiram seus joelhos, — disse Meryn antes de dar um
assobio. — Isso definitivamente mudará sua classificação.
Thane parou seus movimentos e olhou para Meryn,
sorrindo.
— Sério?
— Pode crer.
Aiden rosnou antes de mordiscar o ombro da
companheira.

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— Eu pensei que tinha te dito para excluir esse banco
de dados.
Meryn assentiu.
— Você disse.
— Então, por que você ainda está classificando
guerreiros?
Ela franziu a testa para o companheiro.
— Eu deveria te ouvir?
Zoe assistiu toda a cena fascinada. Ela nunca tinha
visto tantas pessoas provocando umas às outras e
compartilhando afeição abertamente antes.
— Vocês todos são uma linda família, — disse ela,
sentindo um pouco de ciúmes.
Meryn imediatamente se virou para ela antes de abrir
um enorme sorriso.
— Nós somos, não somos? — Esta apontou em sua
direção. — Você faz parte dessa loucura agora. Você é a
afilhada do Aiden, então isso faz você ser da família também.
A rainha bateu palmas.
— Você está certa, Meryn. Também posso ajudar com
base em laços familiares. Ela é a afilhada do meu filho. — Ela
se virou para Ryuu. — Isso ajudaria?
Ryuu assentiu.
— Os laços diretos de Zoe com o trono ajudarão
imensamente.
— Por que os laços com o trono são importantes? — Zoe
perguntou, sentindo-se nervosa.
Kendrick suspirou.

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— Porque no Japão, quem tem magia está alinhado com
quem está no poder. Eles mantêm um modo de vida mais
elitista do que nós.
Ryuu exalou, parecendo triste.
— Kendrick está correto. O indivíduo em quem estou
pensando pertence a uma das quatro principais casas reais, o
clã Fujiwara. Ele não aceitaria um pedido de qualquer
pessoa.
A rainha olhou para a mulher fae que a escoltara até a
sala.
— Portia, pode pegar as informações de contato com
Ryuu e informá-los de que estamos interessados em contratar
um de seus funcionários?
Antes que Portia pudesse assentir, Ryuu deu um passo
à frente, fazendo uma careta.
— Talvez eu tenha que explicar as coisas um pouco
mais antes de prosseguirmos. — Ele olhou para Zoe. — A
pessoa que tenho em mente acabou de terminar seu
treinamento, então suas realizações e habilidades serão
ofertadas para os outros três clãs e, é claro, para qualquer
interessado externo, dos quais geralmente não há nenhum,
— acrescentou. Se aquietou e franziu a testa para si mesmo
como se estivesse debatendo sobre como continuar.
Kendrick pegou o próprio copo e girou o líquido.
— Eles são, por falta de um termo melhor, leiloados.
A expressão da rainha não foi a única que ficou gélida.
— Explique. — Foi o comando de uma única palavra.
Ryuu inclinou a cabeça e continuou:

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— Dois a três leilões acontecem por ano à medida que os
candidatos terminam o treinamento. O que conseguem fazer
é listado, e qualquer pessoa interessada pode abordar o clã e
fazer uma oferta. A melhor oferta para o clã e o indivíduo é
aceita.
— Por que o clã receberia alguma coisa? Eles são
escravos para serem comprados e vendidos? — Anne exigiu.
Ryuu balançou a cabeça.
— Não, não são escravos. A razão pela qual o clã recebe
um pagamento ou bens em troca é para compensá-los pela
perda do membro de seu clã.
— Eles não iriam querer ficar com os bons? — Zoe
perguntou.
Ryuu assentiu.
— Claro. Aqueles que estão disponíveis não receberam
uma oferta de seu clã de nascimento.
Zoe deu de ombros.
— Parece bom para mim.
Kendrick virou-se para encará-la.
— Como assim?
Zoe olhou ao redor da sala, confusa.
— Não é assim que a Academia de Magia designa os
bruxos? Eles recebem uma pontuação de teste e depois veem
quem está disposto a pagar mais pelo contrato. — Ela sentiu
o estômago começar a revirar quando cada pessoa que a
olhava pareceu ficar horrorizada. — Isso é normal, certo?
Thane falou primeiro.

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— Eu nunca questionei isso até ela descrever como isso
se alinha tanto com o sistema do Japão, — disse ele
calmamente. — Sempre acreditei que os leilões eram
bárbaros, mas dificilmente somos melhores.
Portia ergueu a caneta.
— Então, pelo que entendi, a oferta deve compensar
fortemente o clã para ser favorecida?
Ryuu levantou um dedo.
— Exatamente.
Portia virou-se para a rainha.
— Poderíamos facilmente oferecer um portal. Apenas os
fae podem criá-los, então não é algo ao qual já tiveram
acesso.
A rainha assentiu lentamente.
— Se permitirem as estipulações normais de que o
nosso povo os maneje, eu permito. — Ela deu batidinhas na
mesa com o dedo distraidamente. — Não nos custaria nada,
mas poderia elevar o status do clã ao qual oferecermos.
Ryu sorriu.
— Essa é a mentalidade necessária ao lidar com os clãs.
Meryn franziu o cenho para Ryuu.
— Você foi leiloado?
A expressão deste se suavizou quando a olhou.
— Não, Meryn, eu não fui. Sou um escudeiro. A pessoa
pela qual ofertaremos não é.
Meryn franziu a testa.
— O que ela é então?
— Um atendente, ou tipo de servo, — Ryuu explicou.

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— Eles não cozinham ou cuidam da casa? — perguntou
Meryn.
Ele balançou a cabeça.
— Não, eles respondem apenas ao seu mestre ou
senhora. Se a pessoa a qual servem fica com fome, eles vão
até o cozinheiro e providenciam uma refeição. Suas
responsabilidades por completo estão centradas em torno de
seu mestre.
Os olhos de Meryn se estreitaram.
— E você, por um acaso do destino, sabe de alguém que
está terminando o treinamento?
Ryuu jogou uma piscadela para sua incumbência.
— Assim como Kendrick, fiquei de olho em alguns
jovens à medida que cresciam. Os que tenho em mente
infelizmente estão previstos para servir na minha antiga casa.
Meryn rosnou.
— Aquele babaca que tentou te machucar?
Ele assentiu.
— Eu preferiria que eles não fossem para aquela família.
Zoe olhou de Kendrick para Ryuu, então para Meryn.
— Se ele tem cuidado deles, então temos que ajudar.
Embora não fora muito próxima de Kendrick enquanto
crescia, Zoe sabia que ele a ajudara em muitas ocasiões
quando ela era jovem. Se aqueles que precisavam de ajuda
agora estavam sozinhos porque Ryuu estava ali, ela
conseguia entender o quão solitário isso poderia ser.

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— Se quiser ajudá-los, você, é claro, teria nosso apoio,
mas tenho que perguntar. Eles realmente serão capazes de
ajudar? — a rainha perguntou.
Ryuu colocou a mão sobre o coração.
— Apesar da minha preocupação, eu não os teria
sugerido do contrário. Acredito que o ditado seja “dois
coelhos, uma cajadada”.
Portia enfiou a pena no pergaminho.
— Ryuu, quem eu deveria contatar?
— A casa de Akihiko Fujiwara. Seu escudeiro é Goro
Sato.
Ela assentiu de forma curta.
— Vou contatá-los imediatamente. Devo mencionar você
ou não?
Ryuu assentiu.
— Acredito que saber que estou envolvido ajudará. —
Ele sorriu maliciosamente. — O chefe do clã Fujiwara não
está no melhor pé com minha antiga família e, por causa
disso, as relações com o clã Tiara, a quem servem, têm sido
tensas.
— Deixa comigo. — Portia fez uma pequena reverência e
saiu para começar as negociações.
Zoe recostou-se, sentindo-se exausta. Ela havia saído de
Storm Keep apenas algumas horas antes, e mesmo assim
muita coisa havia mudado.
Gage esfregou suas costas.
— Vai ficar tudo bem, — a tranquilizou. — O que
gostaria de fazer depois?

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— Eu realmente quero ir para a cidade e examinar as
luzes.
— Zoe, por favor, não leve a mal, mas você realmente
acha que pode ajudar? — Kendrick perguntou.
Ela lutou contra a vontade de revirar os olhos.
— Oh, Kendrick, isso é tão engraçado! É só uma
luzinha, bobo. — Ela deu uma risadinha boba para dar
ênfase ao ridículo de sua pergunta.
Kendrick corou enquanto Anne, ao seu lado, ria.
— Você mereceu isso, — disse ela, jogando um bolinho
nele.
Thane esfregou a nuca.
— Eu entendo o que ele quer dizer. Ele, junto com meus
irmãos e eu, examinamos as lâmpadas minuciosamente e não
conseguimos ver nada de errado.
Zoe apenas olhou de um homem para o outro.
— Por que vocês acham que saberiam de uma forma ou
de outra se estão funcionando corretamente?
Ambos os homens pareceram perplexos.
Meryn riu zombeteira.
— Porque são machos mais velhos e fortes, por que não
saberiam?
Kendrick ergueu uma sobrancelha.
— Nós tivemos mais tempo para aprender sobre magia,
— acrescentou este secamente.
— Você conhece o desenho da rede elétrica que foi
criada e instalada aqui na cidade pelos Appleblossoms? —
Zoe perguntou, cruzando os braços sobre o peito.

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Os olhos de Kendrick se arregalaram.
— O quê?
Zoe suspirou.
— Há uma razão pela qual Appleblossoms sempre
lideram o Templo do Fogo. Nós só ensinamos àqueles dentro
de nossa família segredos comerciais.
Thane franziu o cenho.
— Se for apenas uma questão de aprender como a
magia do fogo foi usada…
Ela o cortou.
— Você é formado em engenharia?
Ele engoliu em seco.
— Não, mas suponho que você é?
Ela realmente revirou os olhos dessa vez.
— Eu não tinha permissão para sair de casa, só podia
estudar. Sim, sou formada em engenharia e engenharia
elétrica. Escrevi publicações inteiras sobre como misturar
tecnologia humana e magia de fogo para criar fontes de
energia sustentáveis, entre outras coisas. Mesmo com minha
magia tão instável quanto é, eu poderia fazer vocês dois de
gato e sapato quando se trata de tecnologia de fogo.
— Boom! Tomem essa! — Meryn exclamou, rindo. — Ela
falou e disse.
Zoe deu de ombros, sorrindo.
— Não sei não, Thane, mas o Kendrick precisa ser
lembrado de que não sabe de tudo de vez em quando.
— Pirralha, — Kendrick disse, sorrindo suavemente.

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Quando ela o olhou, ficou surpresa ao ver o orgulho em
seus olhos.
— Eu realmente consigo, — disse ela, encontrando-lhe o
olhar.
— Perdoe-me, Zoe, eu nunca quis te menosprezar.
Quando te olho, tudo o que vejo é a garotinha correndo atrás
de Nigel e Neil, fazendo travessuras e me importunando atrás
de comida.
Agora foi a vez dela corar.
— Sua casa sempre pareceu segura, — disse ela como
explicação.
— Você sempre resmungou e reclamou, mas nunca nos
rejeitou, — Nigel acrescentou.
— Então você não transformava as pessoas em animais
como a Serenity disse? — perguntou Meryn.
Neil riu alto.
— Oh não. Ele transformava. Mas geralmente era um
idiota egoísta procurando uma esmola fácil. Kendrick nunca
ajudou ninguém que não estivesse disposto a trabalhar.
Anne olhou para o companheiro.
— Você era a mãe do bairro?
— O que? Não! — Kendrick gaguejou.
Nigel e Neil a olharam e todos assentiram. Zoe falou
primeiro:
— Por que isso parece adequado?
— Por que mãe? Por que não o pai da vizinhança? —
Kendrick perguntou à companheira.

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— É que assim, — disse Anne, tentando explicar. — A
mãe do bairro cuida da casa para onde todos vão. Pode não
ser a casa mais limpa ou mesmo a que tem os melhores
brinquedos, mas é sempre acolhedora e sempre há mais no
que diz respeito à comida.
— Ah, deuses. Era ele, — Amelia sussurrou, cobrindo a
boca com a mão em descrença. — Ele fazia um alvoroço para
tirarmos os sapatos, se certificava de que tivéssemos feito
nossas lições, sempre tinha algo cozinhando e estava sempre
presente se precisássemos de ajuda.
Nigel e Neil fungaram dramaticamente.
— Mamãe!
Kendrick se virou para tais.
— Agora, não comecem vocês dois.
Ryuu sorriu.
— Não fique envergonhado. Você mudou muito do
errante amargo que conheci tantos anos atrás.
— Devo dizer que gosto de ver esse seu lado, Kendrick.
Eu sabia que criar Keelan o mudara, mas é maravilhoso ver a
prova, — acrescentou a rainha.
Thane sorriu.
— O Caiden é igualzinho. Quando visitávamos havia
crianças em todos os lugares brincando com a Amelia. Acho
que ele tem até um avental que usa.
Amelia riu.
— Eu dei o avental para ele quando eu tinha três anos.
Eu o ouvi reclamando que ficava manchando o uniforme

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quando cozinhava para mim, então pedi ao Tristan para
arrumar um para ele para o Solstício de Inverno.
Thane sorriu.
— Oh, nós sabemos.
Kendrick recostou-se.
— Eu consigo admitir que essa descrição não soa tão
ruim.
Meryn pareceu um pouco triste.
— Eu gostaria de ter sido criada com a Amelia, então eu
poderia ter brincado com todos vocês também.
Brennus inclinou-se para a frente.
— Você teria sido criada aqui em Éire Danu, Meryn, —
ele a lembrou gentilmente.
— Verdade, mas eu pelo menos teria passado os verões
lá ou algo assim, para visitar meus tios, — ela disse,
apontando para Amelia. — Nós poderíamos ter torturado o
Kendrick juntas.
Kendrick balançou a cabeça.
— Deuses acima.
Nigel sorriu para Meryn.
— Nós, Amelia, Serenity, Zoe, Laelia e Radclyffe. Teria
sido incrível.
— Não. Simplesmente não. — Kendrick franziu a testa
ferozmente. — De jeito nenhum eu conseguiria lidar com
todos vocês.
Meryn apontou ao redor da mesa.
— Você não está fazendo isso agora? Exceto que somos
mais velhos, a magia deles é mais forte e temos acesso à

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Amazon e álcool. Se o Keelan estivesse aqui, teríamos a
cobertura de todos os quatro elementos.
Kendrick empalideceu.
A rainha inspirou bruscamente.
Os olhos de Thane se arregalaram.
Ryuu deu batidinhas nos lábios com os dedos.
— Observação interessante, Denka.
— Meryn, nós estamos dominando o mundo? — Pip
perguntou, em um sussurro ouvido por todos.
— Sim, — esta respondeu.
— Eu posso brincar também? — Kincaid perguntou,
parecendo animado.
— Claro, eu acho a sua magia maneira, — respondeu
Meryn.
Pip pareceu triste.
— Mas, eu não tenho magia.
Meryn pegou sua mão.
— Você tem a melhor magia de todas, Pip, você faz as
pessoas se sentirem melhor.
— Eu faço? — ele chiou.
— Todos os dias, amigo, — respondeu Neil.
— Isso é um superpoder?
— Com certeza! — Amelia disse, assentindo.
— Temos que incluir nossos outros irmãos, Noah e
Jaxon, — Pip lembrou Meryn.
— Os Desordeiros Desajustados, — disse Meryn,
puxando o notebook. — Vou encomendar camisetas.

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— Deuses acima nos ajudem, — disse Aiden, olhando ao
redor da mesa.
— Eu posso ter um lança-chamas também? — Pip
perguntou em tom sério.
Meryn sorriu e apontou na direção de Zoe.
— Não precisamos mais de um. Temos a Zoe agora.
Zoe não conseguiu conter o sorriso enquanto comia
outro bocado da folhada refeição em forma de peixe que Cord
lhe tinha feito para experimentar. Pela primeira vez na vida,
com o companheiro do lado, ela sentiu que finalmente tinha
um lugar ao qual pertencia, e não deixaria nenhum membro
do conselho ou sua própria magia errática lhe tirar isso.

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Capítulo cinco
Gage se virou para a companheira e sorriu. Ele tinha
uma companheira. Nesta manhã ela era apenas um sonho.
Agora estava ao seu lado e era tudo que ele sempre quis. Sua
inocência caótica o intrigava, já que não escondia nada
quando se tratava de suas emoções. Era feroz em um
momento e chorava no próximo. Ele se perguntou se ela sabia
como isso era incrível.
— Querida, quando quer sair para investigar a rede? —
ele perguntou. Gage estava perifericamente interessado já
que isso estava afetando a cidade, mas queria ver
principalmente o que sua companheira conseguia fazer. Ele
estava rapidamente ficando viciado no fluxo de expressões
que passavam por seu rosto.
Quando ela lhe sorriu, ele sentiu o coração perder o
passo. Deuses, ela era linda!
— A qualquer hora, na verdade. Estou tão curiosa pela
cidade quanto pela rede elétrica, — ela fez uma pausa. — Eu
não estive em muitos lugares, — admitiu timidamente.
Ele lhe pegou a mão e levou-a aos lábios.
Imediatamente, ela começou a corar. Ele quase podia sentir o
cheiro do sangue em suas bochechas.
— Então garantirei que veja toda Éire Danu, onde quer
que queira ir, o que quer que queira fazer, eu farei acontecer,
— ele prometeu.

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— Eu... eu... eu não tenho certeza. Talvez minha
primeira cerveja? — ela gaguejou.
Gage continuou lhe segurando a mão e lhe deu um
aperto suave.
— Claro, o Dav's é um lugar maravilhoso para se visitar.
Acho que vai apreciar a atmosfera mais descontraída.
— Zoe, nós tínhamos lhe preparado quartos aqui, mas
vendo como conheceu seu companheiro, você preferiria ficar
com ele? — perguntou Brennus.
A rainha deu um tapa no ombro deste.
— Ela pode querer o próprio quarto enquanto se
conhecem. Não deveríamos apressá-la.
Brennus olhou para a companheira e levantou uma
sobrancelha.
— Acho que me lembro de uma certa rainha ordenando
que minhas coisas fossem levadas aos aposentos reais nem
mesmo uma hora depois da minha chegada.
A rainha corou.
— Isso é diferente.
Gage riu da interação.
— A Zoe pode escolher o lugar que quiser. Se ela se
sentir mais confortável aqui, simplesmente terei que visitá-la
com mais frequência.
Zoe franziu a testa por um segundo antes de balançar a
cabeça.
— Acho que vamos nos conhecer mais rápido se eu ficar
com você.
O coração de Gage disparou.

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— Nada me agradaria mais.
— Vou avisar o Aeson para organizar os caras. Faremos
uma festa de boas-vindas mais tarde na vila para que ela
possa conhecer todos. Nós vamos para lá em seguida, então
posso levar a bagagem dela se ela estiver de bem com isso. —
Ari ofereceu.
Brie virou-se para Zoe.
— Ari e eu ficamos lá durante a semana, então você não
será a única mulher ali.
Zoe sorriu para Ari.
— Eu apreciaria muito se levasse minha mala para a
vila. — Ela então se virou para Brie. — Faz sentido você
morar lá, já que é uma guerreira também. Você acha que os
homens vão se importar se eu me mudar para lá de repente?
Gage percebeu que Brie ficou lisonjeada por ser
considerada uma guerreira.
Ari riu enquanto envolvia um braço em torno da
companheira.
— Acho que os caras vão te adorar.
Gage olhou para o líder de sua unidade.
— Ari, se todos vamos encontrar nossas companheiras,
a vila não vai ficar muito pequena? Há uma maneira de
aumentá-la?
O sorriso descontraído de Ari se transformou em uma
carranca.
— Você tem razão. Ao contrário de outras cidades-
pilares, todos vivemos juntos. Precisamos de mais espaço,

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mas adoro nossa localização. Estamos no centro de quase
tudo.
— Vá pra cima, — Meryn sugeriu antes de dar uma
mordida em seu bolinho.
— Com licença? — Ari perguntou, parecendo confuso.
Meryn tomou um gole de café, em seguida, engoliu.
— Na maioria das grandes cidades, quando se fica sem
espaço no solo, se constrói verticalmente. Já que vocês têm
árvores e tal, não poderiam simplesmente fazer uma cidade
guerreira de casa na árvore ou algo assim?
Ari, Priest, Kincaid e até Brennus olharam ao redor com
expressões animadas.
Brennus virou-se para a companheira.
— Isso é algo que pode ser feito?
A rainha assentiu.
— É claro, vou até doar uma muda de carvalho para
servir de âncora no canto, se necessário. O azevinho que
Darian doou não é exatamente o melhor para casas na
árvore.
Gage olhou para o príncipe.
— Poderíamos construir de forma circular em torno do
azevinho? Ela tem sido boa para nós e deveria ser incluída.
Darian assentiu lentamente.
— Acho que ela gostaria disso.
— Vou agendar uma reunião com Portia e Molvan para
iniciar os planos da expansão, — ofereceu a rainha. —
Enquanto isso, Gage, por que não mostra as coisas a essa

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jovem? Acho que ambos gostariam de passar um tempo
juntos.
Gage se levantou e ajudou Zoe a fazer o mesmo.
— Vossa Majestade, sua sabedoria é superada apenas
por sua beleza.
A rainha balançou a cabeça, sorrindo.
— Como presente de acasalamento, por favor, visite a
Baba’s e compre vestes à prova de fogo para Zoe. Eu tenho
uma conta permanente com ela, pois provou ser uma das
melhores comerciantes que temos.
Gage inclinou a cabeça.
— Muito obrigado, Vossa Majestade.
— Eu vou ganhar um vestido novo? — Zoe perguntou.
— Você vai ganhar o que quiser, — ele respondeu.
Ela o olhou de cima a baixo.
— Ótimo.
Gage sentiu o queixo cair.
Zoe fez uma reverência.
— Obrigada por toda sua gentileza, Vossa Majestade.
Vou relatar minhas descobertas sobre as luzes assim que
puder.
A rainha acenou com a mão, sorrindo abertamente.
— Tenho plena fé em você.
Zoe soltou a mão dele e foi em direção à porta.
— Você vem? — Ela ergueu uma sobrancelha e saiu.
— Deuses acima, — Gage conseguiu dizer as palavras de
forma sufocada.

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Ao redor da mesa, seus irmãos de unidade estavam
rindo de suas circunstâncias.
— É melhor pegar lençóis à prova de fogo enquanto está
lá, — Meryn brincou, então acrescentou: — Talvez um
extintor de incêndio para colocar ao lado da cama?
— Se me derem licença, — Gage conseguiu dizer antes
de ele mesmo caminhar rapidamente em direção à porta.
Como de costume, a sugestão de Meryn era boa.
*****
Zoe pressionou as mãos contra as bochechas e
conseguiu sentir o calor. O que a havia possuído para fazer
uma coisa dessas? E na frente da rainha? Respirando fundo,
se endireitou quando ouviu o companheiro se aproximar dela
por trás. Sorrindo largamente, ela estendeu a mão.
— Eu sou toda sua. Me mostre a sua cidade.
A mão de Gage tremia um pouco quando pegou a dela,
antes de apertá-la rapidamente.
— Vamos examinar as luzes primeiro. Dessa forma, você
pode aproveitar a noite sem nada pairando sobre sua cabeça.
— Parece perfeito.
Eles caminharam vagarosamente, vagando por quase as
mesmas ruas que ela tinha visto ao caminhar para o palácio.
Com Gage ao seu lado, ele fez pequenos desvios para lhe
mostrar certos jardins ou uma loja que visitariam mais tarde.
A promessa de mais coisas por vir a excitava.
Quando chegaram ao centro da Praça dos Mercadores,
Gage a levou até um alto poste de luz em forma de árvore

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com lâmpadas penduradas. Era diferente das outras que ela
tinha visto enquanto caminhavam.
— Isso é lindo, — ela suspirou, olhando para o
artesanato. Os fae haviam guiado e nutrido a árvore para tal
crescer ao redor dos cristais necessários para alimentar as
luzes.
— Achei que poderíamos começar aqui. Não sou
nenhum engenheiro, mas pelo que observei, acho que todas
as outras luzes retroalimentam esta, — explicou Gage.
Zoe exalou e convocou uma pequena porção de sua
magia. Muito gentilmente, a enviou para dentro da árvore
para verificar os cristais. Cada linha ainda estava intacta e,
para sua surpresa, bem conservada. Ela esperava, no
mínimo, algumas fraturas, porém estavam em perfeitas
condições.
— Não há nenhum dano. — Ela se virou para ele. —
Elas passaram por manutenção?
Sorrindo, Gage assentiu.
— Foi solicitado à família Eirlindol, pela rainha, cuidar
das luzes depois de instaladas quando a cidade estava sendo
formada e construída. Eles vêm cumprindo esse papel desde
então. Entre os fae, eles são chamados de Portadores da Luz.
— Isso vai facilitar muito as coisas. Posso conhecê-los?
— ela perguntou.
Gage hesitou por um momento.
— Eu posso te levar para a Casa Eirlindol, mas você
pode não receber muita ajuda deles, — este admitiu, seus
olhos tristes.

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— E porque não?
— Essa família perdeu recentemente um de seus filhos.
O fae mais velho que mora lá sempre foi um pouco
rabugento, mas agora ele está totalmente antagônico.
Zoe sentiu lágrimas se formarem em seus olhos.
— Que pobre homem.
— O resto de sua família mora em uma propriedade
separada da casa principal, então ele está sozinho há algum
tempo, — ele alertou.
— Temos que ir vê-lo agora. — Zoe puxou sua magia da
árvore e ajeitou os ombros. Se essa família tinha cuidado
diligentemente da rede por milhares de anos, ela precisava
falar com eles.
— Tem certeza? — Gage perguntou, esfregando a nuca.
— Sim. Ah, e podemos parar em algum lugar para
comprar alguns doces?
Ela olhou ao redor da brilhante área do mercado atrás
de uma loja que vendia doces.
— Se estiver com fome, podemos ir primeiro ao Dav's, —
começou Gage.
Ela balançou a cabeça.
— Não, é para o cabeça da Casa Eirlindol. Eu não posso
simplesmente aparecer de mãos vazias ao visitá-lo pela
primeira vez.
Gage balançou a cabeça, sorrindo.
— Eu sei o lugar perfeito. — Ele estendeu a mão.

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Ela a pegou, e Gage os guiou pela multidão de pessoas
fazendo compras e comendo suas refeições do meio-dia.
Quando parou, ela olhou para cima e piscou.
— Parece um forno de tijolos, — exclamou.
Gage riu.
— Essa é a ideia. O proprietário queria algo diferente.
Causou bastante rebuliço quando foi construído, pois não
combinava nem um pouco com a elegância da cidade, mas
rapidamente se tornou um marco icônico. — Ele abriu a
porta e segurou-a para Zoe. — Depois de você, milady.
Sorrindo, ela entrou rapidamente e inalou
profundamente. Os aromas de canela, baunilha e chocolate a
inundaram.
— Deuses, eu poderia viver aqui, — disse ela antes de
respirar profundamente outra vez.
— Se eu ganhasse um dólar para cada vez que ouvisse
isso, poderia comprar as máquinas de café expresso que
quero, — disse uma voz profunda.
Quando olhou para cima, Zoe piscou. Então piscou
novamente.
— Você é um sujeito bem imponente, — disse ela, ainda
encarando.
O homem a olhou antes de explodir em gargalhadas.
— E você, minha querida, está certa. Sou Peter Lindon,
dono do Brick Oven2. Agora, o que posso fazer por você?
Ela se aproximou da grande caixa de vidro.

2 Por ser nome próprio, foi-se optado por não traduzir. Mas sua tradução literal seria
“forno de tijolos”.

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— Eu ia comprar para outra pessoa, mas posso ter que
comprar algumas coisas para mim também. — Ela olhou
para Gage, atrás de si, para ver se estava tudo bem isso.
Ele revirou os olhos e assentiu.
Ela tomou isso como significando de que estava sendo
boba por perguntar, mas, para ela, seria rude supor que ele
pagaria.
— Está com desejo de algo? — perguntou Peter.
Ela analisou todas as cores e coberturas. Os granulados
e os pedaços de fruta brilhavam como joias.
— Não tenho certeza. Eu nunca comi doces assim antes.
Peter franziu a testa.
— Eles não são exatamente exóticos.
— Em casa, o cozinheiro só fazia bolo de baunilha.
Ele a encarou.
— Só isso?
Ela assentiu, distraída pelos quadrados marrons
escuros.
— Isso é chocolate, não é? Eu li que era marrom, mas
isso realmente é um desserviço. Acho que ele deveria ter seu
próprio nome de cor.
— Mocinha, você quer me dizer que nunca comeu
chocolate antes? — Peter perguntou, parecendo perplexo.
Ela assentiu.
— Mamãe e papai tinham medo de que isso me
estimulasse demais.
— Peter, vamos levar meia dúzia de tudo o que você tem.
Tudo o que ela não quiser experimentar agora pode ser

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enviado para a vila dos guerreiros e adicione uma nota de que
é para ela, para que aqueles canalhas gananciosos não
comam antes de chegarmos lá, — disse Gage, parecendo um
pouco irritado.
— Perdão, Gage, eu não queria... — Zoe não queria
chateá-lo. Ela não estava atrás de doces.
Ele deu um passo à frente e puxou-a para seus braços.
— Minha ira, querida, não é dirigida a você. Eu odeio o
quão pouco você já experimentou. Eu te daria o mundo se
pudesse.
Zoe engoliu em seco.
— Não foi tão ruim, e veja dessa forma. Eu posso
experimentar tantas coisas novas com você por causa de
como fui criada.
— Mocinha, apenas escolha os que quer experimentar
agora e quais serão para o seu presente, e eu vou entregá-los
pessoalmente à vila dos guerreiros, — prometeu Peter, já
pegando caixas de papelão projetadas para parecerem tijolos.
Zoe olhou para o companheiro.
— Eu gostaria muito de experimentar esses
quadradinhos de chocolate, qualquer que seja o seu favorito,
e uma sobremesa que combine bem com um chá calmante.
— Peter, meia dúzia de brownies, dois bolinhos de maçã
e uma caixa de biscoitos de camomila, — Gage pediu.
— Biscoitos de camomila? — Peter suspirou. — Tenho
vendido muito desse ultimamente.
— É para Dirk Vi’Eirlindol, — Gage admitiu.
Peter inspirou bruscamente, então exalou.

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— Vou adicionar um pacote de Camomila Abençoada
para acompanhar o biscoito.
— Muito obrigada, Peter, — Zoe disse, olhando
novamente para o enorme padeiro.
Este deu de ombros.
— Apesar do meu tamanho, não sou um guerreiro. Se
meus doces puderem ajudar essas pobres pessoas de alguma
forma, mesmo que pequena, ficarei mais do que satisfeito.
— Você é um bom homem, Peter Lindon, — disse ela,
fazendo com que as bochechas de tal corassem.
Ele balançou a cabeça.
— Ele é um ótimo tio, afinal. — Este os olhou. — Ele
nem sempre foi um velhote mal-humorado. Diga a ele que
estou pensando nele.
— Nós diremos, — ela prometeu.
Peter sorriu e lhe entregou a menor das três caixas.
— Experimente isso e veja se é do seu agrado.
Zoe pegou a caixa e a abriu rapidamente. Sem perder
um segundo, estendeu a mão, pegou um dos brownies e o
colocou na boca. Em poucos segundos, o sabor rico e
decadente cobriu sua língua, e a doçura agridoce lhe levou às
lágrimas.
— Deuses acima, — ela conseguiu dizer, a boca ainda
cheia.
Peter riu novamente, gargalhadas profundas e
reverberantes que pareciam ecoar em torno de sua cintura
antes de entrar em erupção.

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— Não vou cobrar os brownies. Valeu a pena para ver a
reação dela.
Zoe mal o ouviu. Seu mundo havia encolhido para
incluir ela e sua caixa de tesouros. Sem pensar em decoro,
ela simplesmente se sentou no chão onde estava e colocou
outro brownie na boca.
— Peter, se eu já não tivesse conhecido meu
companheiro... — ela suspirou feliz enquanto mastigava.
— Eu também já ouvi bastante essa. Talvez um dia eu
consiga essas máquinas de café expresso, — lamentou ele de
brincadeira.
— Se eu o apresentasse a uma barista excepcional que
pudesse ajudá-lo a planejar suas compras de máquinas
usando atacadistas e fornecedores, você estaria disposto a
dar um docinho à minha companheira sempre que ela passar
por aqui? — Gage perguntou astutamente.
Peter piscou.
— Você quer dizer aquela mulher maravilhosa que
montou o café no Dav's?
Gage assentiu lentamente.
— Feito! Ouvi dizer que ela está acasalada com o
Príncipe Oron, então não ouso abordá-la sobre tal coisa, mas
você pode, já que ela está acasalada com um companheiro
guerreiro de unidade, — Peter disse, esfregando as mãos.
— Café e brownies combinam? — Zoe perguntou,
olhando para o companheiro.
— Deuses do céu, ela também nunca tomou café? —
perguntou Peter.

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Ela balançou a cabeça.
— Minha magia é um pouco instável. Acho que meus
pais não queriam me dar nada que me estimulasse demais ou
me fizesse perder o foco.
— Instável? — perguntou Peter.
— Eu causo muitos incêndios, — ela admitiu e comeu
outro brownie.
— Incêndios? — Peter engoliu em seco. — Quantos
brownies você já comeu?
Ela sacudiu a caixa vazia.
— Todos. — Ela olhou entre os dois. — Eu não deveria
ter comido?
Gage apenas sorriu.
— Visitar Dirk Vi’Eirlindol vai ser muito divertido.
Peter entregou as outras duas caixas e um pequeno
pacote para Gage.
— Isso pode ser exatamente o que ele precisa.
Gage aceitou as caixas, então estendeu uma mão para
Zoe, ajudando-a a se levantar.
— Peter, muito obrigada mesmo pelos brownies. Espero
que consiga suas máquinas de café expresso logo, — Zoe
disse, enlaçando o braço no do companheiro.
— Desfrute dos bolinhos, — disse ele, acenando um
adeus.
Ao emergirem ao sol da tarde, Zoe suspirou feliz.
— Os brownies estavam incríveis! Mal posso esperar
para experimentar outras coisas. Aquelas coisas com queijo

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do almoço eram de morrer. — Ela balançou as mãos para
frente e para trás entre eles.
— Você irradia alegria, — Gage disse suavemente.
— Eu estou feliz.
— É mais do que isso, — ele indicou as pessoas que
estavam fazendo compras ao seu redor e os comerciantes em
suas barracas. Eles a observavam e também sorriam. — Eu
acho que eles precisam de alguém como você agora. Você os
lembra de que há alegria neste mundo.
Zoe percebeu que ele estava se referindo aos
assassinatos, e lhe ocorreu que muitas das pessoas ao seu
redor estavam, na verdade, de luto.
— Gage, — disse ela, sentindo-se em pânico.
— Você não fez nada de errado. Na verdade, fez algo
maravilhoso. Não deixe a preocupação obscurecer seu
sorriso, minha querida. Você pode estar sorrindo por outros e
nem saber.
— Eu gostaria de poder ajudá-los, — se preocupou.
— E está. Consertar as luzes e acabar com essa
preocupação fará maravilhas para as pessoas, — ele disse e
puxou-a para perto o suficiente para passar o braço em volta
de seus ombros. — Depois de visitarmos Vi’Eirlindol,
podemos ir ao Dav’s e você pode relaxar um pouco. O que
acha?
— Parece perfeito, — ela admitiu. E pensou na viagem
para a vila dos guerreiros ainda por vir. — Gage, os
guerreiros não vão comer meus brownies, vão?

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— Não, não se quiserem continuar respirando, — Gage
prometeu, sorrindo largamente.
— Ótimo. — Porque agora que sabia o quão deliciosos
eram, não iria dividir.
*****
Zoe observou Gage bater em uma porta de carvalho
escuro de aparência muito impressionante. Momentos depois,
a porta se abriu e um homem alto e loiro acenou com a
cabeça e os cumprimentou.
— Bem-vindos à Casa Eirlindol. Eu sou Nevan Anders.
Como posso ajudar?
— Meu nome é Gage Fabre, guerreiro da Unidade Tau.
Esta é a minha companheira, Zoe Appleblossom, Cabeça do
Templo do Fogo de Storm Keep. Ela está investigando o
escurecimento das luzes e deseja falar com Dirk Vi’Eirlindol,
já que representa o maior especialista da cidade em relação
às luzes.
Os olhos do escudeiro se arregalaram.
— Lady Appleblossom, bem-vinda, por favor, por favor,
entre. Eu sei que meu senhor vai querer falar contigo, —
disse ele, conduzindo-os para dentro.
Zoe sentiu um pouco de seu nervosismo se esvair com a
gentileza e a natureza acolhedora deste. Ele os conduziu a
uma sala de estar simples, mas elegantemente decorada.
Assim como a porta da frente, a maioria dos móveis era de
carvalho escuro. Os tecidos ao redor da sala forneciam toques
de cor em vários tons de verde na forma de cortinas, toalhas
de mesa e almofadas.

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Momentos depois, ela ouviu uma voz mal-humorada.
— Por que eu deveria me encontrar com eles? Eles vão
só me culpar como os outros.
— Milorde, por favor, a jovem parece ter vindo aqui
diretamente de Storm Keep. Eu te suplico que fale com ela, —
o escudeiro praticamente implorou.
Zoe virou-se para Gage. Ele parecia tão confuso quanto
ela. Ela nunca tinha ouvido um escudeiro implorar antes.
Um homem alto e loiro com fios de prata nas têmporas
entrou na sala.
— Aquela garota? Essa criança é a Cabeça do Templo do
Fogo? Bah! Saia daqui com suas mentiras!
Zoe se encolheu na cadeira, sem saber o que dizer.
Gage, por outro lado, se levantou e se colocou entre o
homem zangado e sua cadeira.
— Peço gentilmente que mantenha a língua na sua
cabeça civilizada quando se dirigir a minha companheira,
Dirk Vi’Eirlindol. Seu escudeiro está certo, ela chegou nesta
mesma manhã e, tirando ver à rainha, ela insistiu em
conhecê-lo.
— Mais uma jovem demais para ser levada a sério, — o
homem mais velho murmurou antes de se sentar. — Bem?
Sente-se. Vamos ver o que ela tem a dizer, — ele ordenou a
Gage, apontando para a cadeira que o mesmo havia
desocupado momentos antes.
Gage exalou lentamente e sentou-se novamente.
Virando-se para ela, sua expressão se suavizou.

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— Faça suas perguntas a ele agora, minha querida. Ele
será civilizado se sabe o que é bom pra tosse.
O homem mais velho resmungou:
— Prossiga.
— Senhor, só consegui verificar um dos sistemas de
iluminação até agora, mas estava em tão boas condições que
insisti em falar com você antes de prosseguir. Quando meu
companheiro me disse que sua família tem protegido e
cuidado das luzes desde o nascimento da cidade, eu sabia
que tinha que conhecê-lo, — ela desabafou sem preâmbulos.
— Sei que sou jovem. Na verdade, atingi a maioridade no mês
passado, mas foi minha família quem projetou a rede, e me
foi ensinado todos os feitiços usados para criar e fortalecer o
sistema. — Ela inalou e continuou: — Os cristais na árvore
principal estavam em condições quase perfeitas! — Ela se
inclinou em direção ao homem mais velho. — Eles foram
substituídos ou você consertou alguma fratura que ocorreu?
As sobrancelhas do fae mais velho estavam quase na
linha do cabelo enquanto absorvia sua confusão de palavras
apressadas. Lentamente, ele se virou para Gage.
— Ela é sempre assim? — ele perguntou, seu posterior
fio de hostilidade menor.
Gage pigarreou.
— Nós nos conhecemos há apenas cerca de uma hora
atrás, senhor. Mas ela acabou de experimentar a ingestão de
chocolate pela primeira vez comendo meia dúzia de brownies,
— explicou ele lamentavelmente.
O homem mais velho balançou a cabeça.

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— Nevan, um bule de chá açucarado para a jovem. Se
ela não consumir uma quantidade de açúcar cada vez menor,
vai capotar mais tarde.
— É claro, milorde, — disse Nevan, parecendo surpreso,
porém satisfeito.
— Oh! Nós trouxemos isso, — Zoe disse, estendendo a
caixa e o pacote. — É biscoito de camomila e chá de
Camomila Abençoada. Eu nunca comi isso antes também,
embora minha boa amiga tentasse me fazer beber isso de vez
em quando em Storm Keep.
A expressão de Dirk passou de indignação para raiva
antes de se estabelecer em preocupação relutante.
— Por que uma jovem como você precisa disso? — ele
perguntou, então acenou para Nevan pegar o chá e os doces.
Nevan acenou para ela e pegou o presente para preparar
o chá.
— Eu ficava sozinha o tempo todo depois que meus pais
e meu irmão foram embora. Alguns dias, — ela engoliu em
seco. — Alguns dias, era como se o peso de tudo fosse
demais. Ela oferecia o chá, mas eu lembrava que meus pais
não aprovavam, então eu só cochilava até me sentir melhor.
— Sozinha? No Templo do Fogo? — perguntou Dirk.
Ela assentiu.
— O conselho designou a maior parte da minha família
em contratos fora de Storm Keep. A propriedade do templo
era enorme e vazia.
— Quando foi a última vez que viu seus pais? —
perguntou Dirk.

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— Há mais de dez anos. Eles nem conseguiram ir para
casa quando atingi a maioridade, — ela admitiu e suspirou.
— É um caso triste.
— A parte de estar sozinho é o mais difícil, — o fae mais
velho admitiu.
Ela assentiu.
— Eu fiquei sabendo sobre a perda na sua família. Eu
gostaria de poder fazer mais para ajudar, mas tudo o que
posso fazer é inspecionar as luzes.
O rosto de Dirk ficou duro por um momento. Então
relaxou quando olhou em seus olhos.
— As pessoas precisam de luz, minha querida. A luz
pode ser uma fonte de calor e esperança. Acho que é
exatamente disso que as pessoas mais precisam agora. Eu sei
que isso me ajudaria a confirmar que não deixei algo passar
ao enlutar por meu sobrinho.
Zoe se levantou e se espremeu entre o fae mais velho e o
braço do sofá onde este estava sentado. E pegou sua mão.
— Você não deixou nada passar! Enviei minha magia
pela árvore central, e cada cristal estava perfeitamente
intacto a ponto de eu pensar que eram novos. Você e sua
família cuidaram tão maravilhosamente da rede que sinto que
não poderei fazer muito.
Ainda parecendo um pouco chocado com as ações dela,
ele lhe deu um tapinha na mão onde descansava sobre a
dele.
— Nossa família tem uma afinidade com cristais. É por
isso que a rainha nos encarregou de cuidar das luzes. Você,

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por outro lado, conhece a magia que lhe dá vida, luz e calor.
Não se menospreze. Outros farão isso por você, confie em
mim.
Nevan entrou e quase tropeçou quando viu sua
incumbência aconchegado com a visitante. Rapidamente
controlou suas feições, embora sorrisse o tempo todo.
— Milorde, eles trouxeram guloseimas do Brick Oven.
Eu sei que você queria experimentar alguns, já que o jovem
Mestre Peter é dono do estabelecimento. — Ele colocou a
bandeja sobre a mesa antes de servir uma xícara para Dirk.
O fae mais velho franziu o cenho e apontou com a
cabeça em direção a Zoe, indicando que ela deveria ser
servida primeiro. Nevan imediatamente se moveu para servi-
la.
— Peter, hein?
Zoe aceitou a xícara do escudeiro e olhou para Dirk.
— Ele nos deu o chá para você e nos disse para te dizer
que estava pensando em você e que você nem sempre foi um
velhote mal-humorado, — ela explicou antes de pegar o
biscoito do prato.
Gage cobriu a boca com a mão, os olhos dançando.
Nevan congelou enquanto entregava a segunda xícara de
chá a sua incumbência, e o próprio Dirk soltou uma risada
curta.
— Mentiras. Eu sempre fui mal-humorado.
— Eu te acho muito adorável, — ela admitiu.
— Então é melhor guardar isso para si mesma,
senhorita.

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Ela sorriu, então deu uma mordida no biscoito.
— Isso é bom, mas não tão bom quanto os brownies.
O homem mais velho balançou a cabeça.
— Você descobrirá que à medida que envelhece, começa
a apreciar menos açúcar.
Ela mastigou.
— Posso esperar que todos os cristais do sistema
estejam no mesmo estado que o central?
Ele assentiu.
— Eu saio depois da penumbra para evitar as pessoas e
verificá-las eu mesmo.
Zoe deu outra mordida, então tomou um gole de chá.
— Tem que ser a magia então, em algum lugar deve ter
ocorrido uma quebra em um dos feitiços.
O fae mais velho colocou a xícara de lado.
— Eu acho que é importante concertar o que está
quebrado, mas acho que o problema maior é determinar o
que causou a quebra em primeiro lugar.
Ela congelou, o biscoito a meio caminho da boca. Ele
estava certo. O concerto não significaria nada se quebrasse
de novo. Colocando o biscoito de volta no prato, Zoe lhe
sorriu largamente.
— É por isso que eu sabia que tinha que conversar com
você. Alguém que tem feito à manutenção do sistema por
tanto tempo pensaria em coisas que eu não pensaria. Espero
que não se importe se eu passar por aqui de vez em quando
para pedir sua opinião. Como você disse, sou jovem, então

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vou me apoiar na sua sabedoria enquanto tento descobrir as
coisas.
Dirk grunhiu, então olhou para o escudeiro.
— Esta jovem tem permissão para pedir para me ver a
qualquer hora, noite ou dia. Juntos, tenho certeza de que
podemos chegar à raiz do problema, — ele sorriu
maliciosamente. — Dessa forma, ela pode então se concentrar
em seu acasalamento.
Nevan colocou a mão sobre o coração.
— Sim, milorde, — disse ele, quase se engasgando com
as palavras.
Zoe corou furiosamente, então bateu no ombro do
homem mais velho de brincadeira.
— Você vai me provocar terrivelmente, não?
O homem mais velho apenas grunhiu novamente, só
que desta vez havia um leve sorriso pairando em seus lábios.
Satisfeita de que o fae mais velho estava se sentindo um
pouco melhor e estava disposto a ajudá-la, Zoe deu uma
mordida em outro pedaço de biscoito.
— Lorde Vi'Eirlindol...
Ele acenou com a mão.
— Pode muito bem me chamar de Dirk.
— Dirk, posso fazer uma pergunta importante?
Ele franziu a testa.
— É claro.
— Biscoito vem com chocolate? — ela perguntou muito a
sério.

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Para sua total surpresa, o homem deu outra gargalhada
e assentiu.
— Vem sim, jovem Appleblossom, vem sim.
— Que maravilhoso, — ela observou e tomou um gole de
chá.

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Capítulo seis
— Você encantou completamente aquele bode velho, —
Gage se maravilhou enquanto se afastavam da propriedade
Eirlindol.
— Ele não era tão ruim. Eu cresci visitando o Kendrick
de vez em quando. Acho que acabei de descobrir como dizer
quando o latido é pior que a mordida.
— Então, você acha que é a magia?
Ela deu de ombros.
— Tem que ser. Os cristais estão intactos.
— O que você tem que fazer para verificar os feitiços?
— Deve haver pontos centrais na rede que abriga o
feitiço, tipo que nem a árvore, mas talvez não tão decorativos.
Preciso garantir que cada um esteja funcionando.
— Isso terá que esperar até amanhã.
— Por quê? Eu me sinto incrível, como se estivesse cheia
de energia, — disse ela, pulando para cima e para baixo
enquanto andava.
— E em cerca de trinta minutos, a menos que coma
algo, você vai capotar como o Dirk avisou. Vamos ao Dav’s
comer algo um pouco mais substancial do que brownies, —
ele sugeriu.
— Como o quê?
— Pessoalmente, eu amo o ensopado de carne dele, mas
Meryn e Izzy deliram sobre o frango empanado e o peixe frito.

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Zoe lambeu os lábios. Tudo lhe parecia bom.
— Quando eu me tornei tão glutona? Em casa eu nunca
pensava em comida assim.
Gage balançou a cabeça.
— Aposto que você comia repetidamente as mesmas
refeições. Por que ficaria ansiosa para comer?
— Sei que a razão pela qual vim para cá é preocupante,
mas deuses, nunca fui tão feliz. Me sinto livre! — ela girou,
então tropeçou. Os braços fortes de Gage a envolveram e a
puxaram para perto.
Para ela, o companheiro cheirava a sândalo. Inclinando-
se, enfiou o nariz entre os botões de sua camisa e inalou.
— Seu cheiro é bom.
A cabeça de Gage caiu para trás e este suspirou,
sorrindo. Quando olhou para baixo, havia um brilho perverso
em seus olhos.
— Mais tarde, você pode me cheirar o quanto quiser.
Ela deu um passo rápido para trás, percebendo como
suas ações devem ter parecido.
— T-talvez eu cheire, — ela disse enquanto levantava a
cabeça, então continuou andando. Havia dado dez passos
antes de perceber que ele não a estava seguindo. Olhando
para trás, viu que ele estava no meio da rua com um sorriso
malicioso no rosto.
— Gage?
Este apontou para a esquerda.

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— É por ali. Podemos continuar nessa rua, mas ela só
tem principalmente prestadores de serviços, como contadores
e afins, — ele provocou.
— Oh você! — ela voltou novamente e lhe pegou a mão.
— Ok, cão-guia, mostre-me o caminho.
Balançando a cabeça, Gage lhe levantou a mão para
beijá-la e os manobrou pela rua correta. Quando parou, ela
sabia que tinham chegado ao seu destino. As janelas com
esquadrias de madeira davam ao lugar todo uma atmosfera
aconchegante. Gage abriu a porta e entraram.
Ao entrar, ela ouviu o próprio nome de várias direções. E
olhou ao redor, confusa. Não conhecia tanta gente assim na
cidade. À sua esquerda, ela viu Meryn, Nigel, Neil, Aiden e Pip
em uma mesa. Pip estava acenando com entusiasmo.
À sua direita, Kendrick, Thane e Anne, junto com alguns
dos irmãos de unidade de Gage e Brie, lhe sorriram.
— Bem-vinda, mocinha! — Dav deu a volta no bar e fez-
lhe uma meia reverência antes de arrancá-la de seu
companheiro. — Eu estive te esperando.
Com a cabeça girando, ela o deixou conduzi-la em
direção a um bar de madeira lindamente polido. Onde a
madeira encontrava a parede, galhos chegavam ao teto alto e
as raízes mergulhavam no chão.
— Uau.
Dav acenou em direção a Meryn.
— Isso aconteceu depois que ela recebeu uma bênção de
seu Guardião. Ele é o espírito da árvore Anciã. Não sabíamos
que isso afetaria o bar.

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— Que extraordinário, — disse ela e se acomodou em
um banco do bar. Girando, soltou risadinhas. — Isso é
divertido.
Pip se aproximou e se sentou ao seu lado. Juntos, eles
giraram nos bancos do bar.
— Meryn, eu gostei disso, — Pip informou à irmã.
Meryn assentiu.
— Eu também gosto. Me ajuda a pensar.
— Você descobriu alguma coisa? — Kendrick perguntou
de sua mesa.
Zoe se virou para encarar a sala.
— Só que não são os cristais. Os Eirlindols cuidaram
meticulosamente deles. Vou olhar os feitiços amanhã.
— Eu posso acompanhá-la até a Casa Eirlindol amanhã
se quiser falar com eles, — Ari ofereceu. — O cabeça é um
pouco difícil, mas tenho quase certeza de que não vai nos
rejeitar.
Ela balançou a cabeça.
— Já estivemos lá. O achei adorável. — Pensando na
visita, ela se virou para encarar Meryn. — Eu experimentei
chocolate!
Meryn se inclinou para frente.
— Foi bom, não foi? O que experimentou?
— Brownies do Brick Oven, eu quis chorar. Eram tão
bons. Era como se meu coração estivesse envolto em um
cobertor felpudo.
Meryn franziu a testa.
— Brick Oven?

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Zoe assentiu.
— Uma padaria incrível, o nome do dono é Peter, e ele é
enorme! Mas, muito doce.
Ari ainda a estava olhando fixamente.
— Você o achou adorável?
Priest assentiu.
— Peter se certificou de que todos soubéssemos que
aqueles doces eram para ela. Eu sou um guerreiro treinado,
mas caramba, nem eu quero cruzar com aquele homem.
— Está muito cheia de chocolate para comer alguma
coisa? — Dav perguntou, lhe passando uma caneca
espumante de líquido âmbar.
— Ela comeu meia dúzia de brownies. Depois biscoitos,
acho que um pouco de frango lhe faria bem, — aconselhou
Gage.
— Ela está sentada bem ali, — disse Meryn, estreitando
os olhos.
Zoe percebeu que Gage estivera falando por ela. Ela não
se importava, mas também não percebeu até que Meryn disse
algo.
Gage a olhou, o rosto contrito.
— Não foi minha intenção...
Ela assentiu.
— Eu sei. — Olhando para Dav, Zoe sorriu. — Eu
gostaria de experimentar o frango e o peixe e o ensopado de
carne, por favor.
Os olhos de Dav se arregalaram e este começou a rir.
— Me dê alguns minutos.

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— E batatas fritas! — Meryn berrou.
— Sim, ela provavelmente vai querer batatas fritas
também, — disse Dav.
Meryn revirou os olhos.
— Não, Dav, eu gostaria de umas batatas fritas, — esta
esclareceu.
— É claro, querida, já está saindo, — disse Dav e
desapareceu atrás de um conjunto de portas duplas de
vaivém.
— Posso comer um pouco do seu ensopado de carne? —
perguntou Meryn.
— Claro. Eu posso precisar de ajuda para comer tudo.
Eu não deveria ter pedido tanta coisa, mas realmente queria
experimentar tudo.
— Nós podemos ajudar, — Neil ofereceu, apontando
entre si e o irmão.
— Obrigada, rapazes.
Gage acariciou seu pescoço com o nariz como um pedido
de desculpas, então se virou para Ari.
— Ela encantou o velho bastardo. Ele está, de verdade,
cooperando com a investigação dela.
— Ele honestamente não foi tão ruim, — Zoe refutou.
— Ele provavelmente gostou de você porque você é uma
doçura, — sugeriu Meryn.
— Eu sou?
— Sim. E tem um sorriso caloroso.
— Obrigada, Meryn.
— É de graça.

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Alanea Alder
Quando a porta se abriu, ela buscou e se aproximou de
Gage enquanto seis guerreiros entravam. Gage sorriu e
passou o braço ao redor dela.
— Não precisa ficar nervosa perto desses idiotas, minha
querida.
O loiro alto do grupo se aproximou e simplesmente
puxou Gage para longe dela, passando-o para um loiro
arruivado sorridente atrás de si. Ela se lembrava deles de
antes.
— Ramsey, tire suas patas de mim, — Gage protestou.
Ela balançou a cabeça quando o outro diante de si
pegou sua mão e a beijou.
— Como eu disse antes, bem-vinda a Éire Danu, Zoe.
Não sei se lembra, imagino que tenham te dito muitos nomes
recentemente, mas sou Aeson Vi'Liordon, o líder da Unidade
Chi. O guerreiro que parece estar se divertindo demais
torturando seu companheiro é Ramsey Lionhart, primo do
Ari. Ele estava comigo quando a acompanhamos ao palácio.
— Ele deu um passo para a direita e apresentou os outros
consigo. — Este é Matthieu Lucien, de Noctem Falls, Leon
March…
— Shifter de raposa, — acrescentou Leon. — Todo
mundo sempre pensa que sou um leão porque me deram o
nome Leon, mas sou uma raposa.
Ela sorriu com a forma como seu nariz se torceu
enquanto explicava o próprio nome.
— E por último, mas certamente não menos importante,
Carson Elderberry, nosso bruxo.

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— Bruxo de fogo, — Carson esclareceu. — Ouvi dizer
que sua magia é um pouco complicada, então vou ajudar
sempre que puder.
Aeson parecia um pai orgulhoso.
— Você realmente quer ajudar alguém, — ele fingiu
enxugar uma lágrima.
— Ai! — Ramsey exclamou enquanto começava a pular,
segurando o pé.
Gage ajeitou as roupas e retomou seu lugar ao lado
dela.
— Zoe, como deve ter adivinhado, esses idiotas são
meus irmãos de unidade. — Embora os chamasse de idiotas,
sua voz estava cheia de calor e afeição.
— Ele quebrou meu pé! — Ramsey choramingou.
— Eu não. Pare de ser tão dramático, Ramsey. Você está
fazendo o Ari parecer ruim, — Gage repreendeu.
Zoe olhou ao redor e percebeu que eles realmente eram
como irmãos.
— Você tem uma família muito maior do que a minha, e
posso reivindicar a maior parte do Templo do Fogo como
parentes.
Aeson não foi o único que corou com sua observação.
— Vocês todos vieram aqui só para me torturar? —
perguntou Gage.
— Claro que não. Estamos aqui para ver nossa mais
nova bebê, — explicou Aeson, apontando para Zoe.
Gage franziu a testa.
— Vocês não fizeram isso com a Brie.

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Aeson revirou os olhos.
— Claro que não. Brie é uma guerreira por direito
próprio e, de acordo com o envelhecimento humano, muito
mais velha que a Zoe.
Enquanto Gage ficava de papo com Aeson, ela levou a
cerveja aos lábios e tomou um grande gole. No início, a
amargura ameaçou sobrecarregá-la, mas então, um
surpreendente sabor de noz assumiu o controle.
— Céus, isso é muito bom. — Ela tomou mais alguns
goles e ficou mortificada quando um pequeno arroto lhe
escapou.
Ramsey riu.
— Essa é a melhor maneira de beber a cerveja do Dav’s.
Só virar o copo, — disse ele.
Ela assentiu, então ergueu a bebida mais uma vez,
desta vez sem parar até que a caneca estivesse vazia. Um
calor começou em seu estômago e se espalhou por sua
barriga, fazendo-a sorrir.
— Isso é bom.
— O que você disse a ela? — Gage exigiu.
Ramsey franziu a testa.
— Para entornar o caneco.
Os olhos de Gage se arregalaram.
— Acho que essa é a primeira bebida alcoólica que ela já
bebeu.
— Eu gostei bastante. — Suspirando pesadamente, ela
foi se recostar, mas esqueceu que estava em um banco de
bar.

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Rindo, Pip a pegou.
— Vamos. Você pode se sentar com a gente. — Ele a
escoltou até a mesa que dividia com Meryn.
— Posso tomar outra? — ela perguntou.
Meryn deu de ombros.
— Não vejo por que não.
— Dav! — Neil e Nigel gritaram.
— Sim, sim, estou bem aqui, — disse ele, carregando
uma grande bandeja de comida. Vendo que Zoe estava agora
em uma mesa, mudou de direção e foi até eles.
— Não coma demais, — aconselhou Aeson. — Estamos
planejando uma festa de boas-vindas para você.
— Festa de salgadinhos? — Priest perguntou.
Aeson balançou a cabeça.
— Festa de Tapas.
Gage sentou-se ao lado dela e lhe pegou a mão.
— Está se sentindo bem?
— Eu me sinto ótima. O que são tapas? — ela
perguntou.
Gage olhou para seus irmãos guerreiros, então sorriu.
— Tapas são refeições com porções menores, compostas
principalmente por aperitivos. É uma maneira perfeita de
apresentar alguém a uma infinidade de alimentos diferentes
sem enchê-la.
Zoe pulou e abraçou Aeson.
— Você vai fazer isso por mim? — ela perguntou, então
se moveu para Leon. E não parou até que cada um recebeu

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seu próprio abraço, e quando terminou, estes estavam
corando terrivelmente.
— Ouvimos falar que o Gage estava um pouco chateado
com sua falta de exposição, então decidimos um jeito de
compartilhar com você todas as nossas comidas favoritas, —
explicou Ramsey.
Ela olhou para Gage e sorriu.
— Aposto que foi o Peter.
Gage se levantou e agarrou o antebraço de Aeson, então
o puxou para um abraço próprio.
— Eu tenho os melhores irmãos guerreiros de todas as
cidades-pilares.
— Considerando que fui eletrocutado e colado em torres
de sino em Lycaonia, estou inclinado a concordar, — disse
um guerreiro de cabelos brancos em uma mesa adjacente.
— Sascha, eu te eletrocuto porque te amo, — Meryn
brincou, fazendo o próprio companheiro rosnar e o guerreiro
de cabelos brancos estalar.
Momentos depois, Dav entregou-lhe outra cerveja.
— Aproveite!
Durante o resto da tarde, guerreiros entraram e saíram.
Os homens brincaram que com eles arranjando
companheiras, deveriam arranjar mais crachás. Os que
usavam estavam descascando na maioria dos cantos.
Zoe estava em sua terceira cerveja quando um
mensageiro entrou pela porta e olhou ao redor. E ficou
surpresa quando este correu até ela.

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— Mensagem urgente de Storm Keep, para Lady
Appleblossom, — ele disse, antes de entregar-lhe um
pergaminho, e então este saiu correndo.
Storm Keep? Caroline?
Ela desenrolou o pergaminho e leu o conteúdo.
Levantando-se abruptamente, ondas de raiva a percorreram.
Como ousavam?!
— Zoe!
Ela ouviu Kendrick chamar seu nome antes que as
chamas explodissem ao seu redor. Em vez de recuar,
Kendrick, Kincaid e Carson correram para o lado dela.
Carson pegou sua mão livre enquanto Kincaid colocou a mão
em suas costas. Kendrick estendeu a dele e a descansou em
sua cabeça.
— Tudo está bem, fique calma, conquiescere, —
Kendrick repetiu, enviando magia calmante por seu corpo.
— Eu estou aqui, Zoe. — A voz de Gage penetrou sua
raiva.
Exalando lentamente pelo nariz, ela conseguiu reprimir
a raiva. Quando suas pernas cederam, Carson a segurou por
tempo suficiente para Gage dar um passo à frente e pegá-la
nos braços.
— Zoe, o que aconteceu?
Ela enterrou o rosto em seu peito. Tudo estava tão
perfeito, e agora o conselho estava arruinando isso.
— Posso? — Kendrick perguntou, gentilmente puxando
o pergaminho parcialmente chamuscado.
Ela o olhou, assentiu e soltou o pergaminho.

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Quando este leu o conteúdo, começou a apertar a
mandíbula.
— Aqueles bajuladores parasitas, — ele silvou.
Thane se aproximou dele.
— O Conselho dos Bruxos? — adivinhou.
Kendrick assentiu.
— Eles estão ordenando que Zoe volte à Storm Keep e
deixaram fortemente implícito que ela pode ser acusada de
abandonar seu posto.
— Ela não pode simplesmente mandar eles se foderem
como a Serenity fez? — perguntou Meryn.
Kendrick olhou para o pergaminho.
— Eles não a tiraram de seu posto como Cabeça do
Templo. Eles o estão usando como a razão pela qual ela
precisa voltar.
— Eu não vou voltar. Não há mais nada para mim lá,
exceto a Caroline. Não posso voltar, Gage, não posso, — Zoe
começou a ter dificuldade para respirar quando começou a
entrar em pânico. Fazia menos de um dia, mas ela tinha tido
um gostinho do que estivera perdendo. Não podia voltar
agora.
Gage esfregou suas costas reconfortantemente.
— Você não vai a lugar nenhum. Está se esquecendo,
Zoe, de que está acasalada agora. Seu lugar é comigo, e se
quiser que esse lugar seja aqui em Éire Danu, então é onde
vamos ficar.
Aiden estendeu a mão para Kendrick em busca do
pergaminho. Kendrick pareceu surpreso, mas o entregou.

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Alanea Alder
— Zoe, com sua permissão, deixa seus athairs
responderem? — ele disse com os dentes cerrados.
Zoe o olhou.
— Sério?
Aiden assentiu curtamente.
— Tecnicamente, Darian tem mais influência política,
mas Gavriel está bem perto, em segundo lugar. Eu supero os
dois como Comandante da Unidade, embora isso seja uma
questão de opinião. — Ele acenou com a mão na frente de si
como se isso não tivesse importância. — O que estou
querendo dizer é que entre nós três, não importa qual seja
oficialmente reconhecido como seu athair, o Conselho dos
Bruxos faria bem em não nos antagonizar.
Meryn cutucou a lateral do companheiro.
— E o Colton?
Aiden estremeceu.
— Mikel era mais próximo do Colton quando servia na
Alfa. Vamos deixar sua bunda violenta em Lycaonia,
torturando os guerreiros.
Zoe só pôde assentir. Fazia anos desde que sentira que
tinha alguma medida de apoio e estava segura.
— Obrigada, athair.
Aiden estufou o peito um pouco com ela o reconhecendo
como seu athair.
— Nem pense nisso. Você só deve se preocupar com as
luzes da cidade, em conhecer seu companheiro e descobrir
quais novos alimentos experimentar.
Ela assentiu e se preparou para olhar ao redor.

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Alanea Alder
— Qual foi o dano? — perguntou.
Dav ergueu os olhos de onde estivera inspecionando o
bar de perto.
— Nada. Nem mesmo uma marca de chamuscada. —
Ele passou as mãos por sobre a madeira. — Acho que pode
ser um benefício do aprimoramento causado pelo bracelete da
Meryn.
— Maneiro, — disse Meryn, sorrindo.
— Graças aos deuses, — disse Zoe, deitando a cabeça
novamente no ombro do companheiro.
— Você gostaria de ir para casa, minha querida?
Ela se virou em seus braços para olhá-lo.
— Essa é a minha casa agora, não é? — ela perguntou,
a excitação superando seu estresse.
— Leon... — Aeson murmurou.
— Entendido, chefe, — disse Leon, então disparou porta
afora.
Zoe observou a interação.
— Ele está bem?
Aeson sorriu amplamente.
— Está. Agora. Sugiro fortemente pegar uma jarra ou
duas das melhores cervejas de Dav. Então podemos
acompanhá-la para casa. Certo, homens?
— Sim, senhor, — Ramsey, Matthieu e Carson
responderam.
— Nós levamos as jarras, — Priest e Kincaid se
ofereceram.
Meryn se aproximou de Aeson.

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Alanea Alder
— Posso ir e comer as pequenas comidas também? —
esta perguntou queixosamente.
Aeson pareceu surpreso.
— Claro que pode! Comandante, eu insisto que sua
companheira também vá para a vila dos guerreiros para uma
noite de pequenas comidas, — disse ele, usando o termo de
Meryn para as tapas.
Aiden assentiu.
— Vou deixá-la sob seus cuidados enquanto vou ao
palácio para lidar com essa situação. Não vou demorar, — ele
disse, segurando o pergaminho.
Aeson colocou a mão sobre o coração e fez uma
reverência.
— Você me honra, senhor. Eu protegerei nossa princesa
com minha vida.
Aiden piscou.
— Ah sim. Ela é sua princesa, não é? — Ele esfregou a
nuca, então olhou para a pequena companheira. — Seja boa.
— Sem beijinhos?
Aiden sorriu, então se inclinou para beijá-la antes de se
endireitar novamente em toda sua altura. Ele olhou para
Ryuu, que assentiu, então saiu.
— Uhuuuu, hora da festa! Onde estão os strippers? —
Meryn exclamou antes que a porta se fechasse.
— Eu ouvi isso! — Aiden gritou de volta.
Meryn apenas sorriu.
— Vamos dançar!
*****

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Gage a colocou no chão e, em massa, saíram do Dav’s
para seguir à vila dos guerreiros. Quanto mais andavam,
mais seu estômago se enchia de borboletas. Esta seria sua
nova casa. Ela só conhecia Storm Keep, e mesmo lá, conhecia
apenas sua casa familiar e, recentemente, o Templo do Fogo.

Mais à frente, ela notou que os homens haviam parado e


estavam circulando na frente de uma grande propriedade. À
medida que se aproximavam, ela pôde ver um majestoso
azevinho emergindo do centro do edifício.
— É aqui?
Gage assentiu.
No portão da vila, os homens fizeram uma reverência em
uníssono.
— Bem-vinda ao lar, Zoe.
— Vocês não podem continuar fazendo essas coisas, —
ela se inquietou, enxugando os olhos.
Se aproximando, ela e Gage entraram na propriedade, e
vozes ressoaram ao seu redor.
— Bem-vinda!
Parecia que todos os guerreiros que chamavam a vila de
lar estavam lá para lhe dar as boas vindas. Leon acenou.
— Está tudo bem? — ela perguntou.
Ele a olhou, então riu.
— Sim. Saí cedo para dizer aos caras para começarem a
aquecer os alimentos que são melhores servidos quentes e
para avisá-los que você estava a caminho.

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Alanea Alder
Ele passou o braço pelo dela, ignorando Gage lhe
franzindo o cenho.
— Nós íamos organizar cada sala por país, mas no final,
votamos em deixar comidas parecidas juntas.
— Comidas parecidas?
— Sim, por exemplo, todos os alimentos fritos estão na
cozinha. Sanduíches, rolinhos e massas estão na sala de
estar. Saladas, frutas e legumes estão no refeitório e
espalhamos suas sobremesas por toda parte, — ele explicou.
Zoe olhou em volta e não sabia por onde começar. Atrás
dela, Gage estava rindo de algo que Ramsey dissera e já tinha
um copo na mão.
Leon a cutucou.
— Agora, milady. Isso é uma maratona, não uma
corrida.
Ela assentiu.
— Na minha opinião, acho que você deveria começar
com algo leve, como uma salada, e depois passar para algo
mais pesado, como frango frito. Depois disso, descanse um
pouco com uma bebida, acho que o Bastien fez uma mistura
de champanhe com morango cujo cheiro estava incrível.
Então comece de novo, mas talvez mude e vá de pesado para
leve, — ele disse, então lhe entregou um prato vazio.
Ela pegou o prato.
— Vocês todos levam a comida muito a sério, não?
Leon assentiu solenemente.

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— Você não tem ideia. — Ele olhou ao redor e viu Meryn
enchendo o prato. — Vou ajudar a companheira do
comandante. Está bem por você começar por conta própria?
Ela ergueu o prato.
— Estou pronta.
Ela observou enquanto Leon se aproximava e entregava
a Meryn um segundo prato. Podia vê-lo apontando para cada
prato e se perguntou se esta estava recebendo o mesmo
conselho que ela.
Ao longo das próximas horas, os guerreiros foram um a
um se apresentar. Eram muito conscienciosos e espaçaram o
tempo, para que ela nunca ficasse sobrecarregada. A cada
prato que Zoe experimentava, havia um pequeno cartão
falando daquele que o sugerira e o porquê. Em um dia, ela
provou mais comida do que em seus cem anos anteriores em
Storm Keep.
Quando Aiden chegou, lhe deu uma piscadela, então
imediatamente foi até Meryn, que estava proclamando que as
asinhas fritas apimentadas de Broden eram as melhores do
mundo inteiro.
— Olá, prima, — um novo guerreiro a cumprimentou.
— Prima? — ela perguntou, deixando o prato de lado.
— Meu nome é Bastien Géroux. Tecnicamente, meu tio é
acasalado com a irmã da mãe do Gage. — Este deu de
ombros. — Nós apenas reivindicamos um ao outro como
primos. É mais fácil.
— Foi você que fez a bebida de morango! Deuses, estava
delicioso!

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Alanea Alder
Ele sorriu.
— É um dos favoritos do Gage. Ele é um viciado em
qualquer coisa com sabor de morango.
— Obrigada por uma recepção tão calorosa.
— Nós percebemos o quão intimidador pode ser para
uma companheira morar com tantos guerreiros. Queríamos
ter certeza de que você se sentisse que esta poderia realmente
ser sua casa.
— Pelo bem de Gage. — Não era uma pergunta. Ela viu o
quanto os homens cuidavam uns dos outros.
— Para o bem de todos nós, — ele corrigiu. — Você será
a primeira companheira a viver aqui em tempo integral. Se for
verdade que todos vamos ter companheiras, então você morar
aqui tem que dar certo.
— Não tenho dúvidas de que vai dar certo, — disse ela,
pegando o próprio prato.
— Por que isso? — ele perguntou.
— Porque todos vocês querem que dê. Eu vi em primeira
mão do que vocês, homens, são capazes quando se propõem
a isso. Vocês todos são alguns dos homens mais incríveis que
já conheci.
Ele pigarreou.
— Não somos nada maus, — ele concordou.
— E como está a minha companheira? — Gage se
aproximou e acariciou seu pescoço com o nariz, causando
arrepios em seus braços.

My
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Alanea Alder
— Bem. Eu estava apenas conversando com o seu
primo. — Ela o olhou brava. — Como você pôde não nos
apresentar?
Gage fez uma pausa ao levar a taça de champanhe de
morango aos lábios.
— Porque tinha sempre um dos meus idiotas irmãos
guerreiros te cercando. Eu sabia que ele se aproximaria
assim que tudo se acalmasse.
— Ele me conhece bem, — Bastien concordou,
assentindo.
Gage tomou um gole e olhou ao redor dela.
— Onde está o seu prato?
Ela o estendeu.
— Aqui. Por quê?
— Ótimo. Aeson está trazendo um novo lote de
guloseimas do forno agora. Já que você é a convidada de
honra, pode escolher suas guloseimas primeiro.
— Assim como você, como companheiro dela, — Bastien
observou secamente.
Gage apenas lhe jogou um sorriso convencido.
— Essa noite estou sem vergonha. Nossos irmãos não
pouparam esforços. Nunca vi tantos dos meus pratos
favoritos juntos.
— Queríamos garantir que a Zoe tivesse uma ampla
seleção. Dessa forma, ela pode pedir seus favoritos, —
Bastien disse, dando uma mordida em um picles.

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Alanea Alder
— Até agora, os enroladinhos de presunto, os
pedacinhos de queijo e, claro, sua bebida estão concorrendo
ao meu top três.
Gage franziu o rosto.
— Os enroladinhos? Sério?
Ela assentiu.
— O que quer que eles colocaram no cream cheese deu
um toque do qual eu não consigo ficar longe.
Bastien levantou o copo e deu uma piscadela.
— Vou falar para o Leon que a criação dele foi um
sucesso. Divirtam-se, crianças. — Ele caminhou em direção a
Leon, que estava no canto com os gêmeos e Pip passando
pratos ao redor no que parecia ser um jogo da cadeira com
comida.
Gage se inclinou, roçando os lábios contra sua orelha,
fazendo-a estremecer novamente.
— Que tal nos retirarmos depois de mais um prato ou
dois? Não sei você, mas acho que já estou ficando cansado.
Não ajudou eles servirem bebidas e cerveja e nem uma única
fonte de cafeína, — disse ele, tomando outro gole da dita
bebida.
— Você realmente teria tomado qualquer outra coisa,
mesmo se eles tivessem servido? Ouvi dizer que esse aí é o
seu favorito, — ela apontou.
Ele deu de ombros, sorrindo maliciosamente.
— Provavelmente não, mas, novamente, eu não me
importaria com a energia extra na primeira noite com a
minha companheira.

My
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Ela brindou a isso e tomou um longo gole. Porcaria! Era
a primeira noite deles juntos. O que ela ia fazer?

My
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Capítulo sete
Gage olhou para a companheira, onde esta dormia na
grande cadeira na sala de estar. Um de seus irmãos a havia
coberto com uma coberta, e dormindo ela parecia ainda mais
jovem. Ele só tinha ido agradecer todo mundo, e quando
finalmente foi capaz de ficar livre novamente, ela havia
sucumbido ao sono.
Gentilmente a pegou no colo e a segurou perto de seu
corpo. Seus irmãos se aquietaram enquanto ele passava, indo
em direção às escadas, para não acordá-la. Quando chegou
ao quarto, ele se inclinou um pouco e abriu a porta. Com o
pé, a chutou suavemente atrás de si. Se aproximando, a
colocou em sua cama e se afastou.
Seus cachos ruivos se destacavam em contraste com
sua roupa de cama preta. Ele não sabia quanto tempo ficou
ali, apenas observando-a dormir, mas quando percebeu seus
olhos se fechando sozinhos, determinou que era hora de
descansar também.
Enquanto se despia, fez uma pausa; ele normalmente
dormia nu, mas não queria incomodar a companheira pela
manhã. Suspirando, pegou um par de calças de pijama e as
vestiu. Quando caminhou até a cama, se deparou com outro
dilema. O que deveria fazer com a companheira?
As vestes de gola alta do templo não pareciam
confortáveis. Com mãos trêmulas, ele desabotoou o robe

My
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Alanea Alder
engomado e gentilmente o tirou dela. Soltando um suspiro de
alívio, ele descobriu que ela usava um longo vestido de
algodão branco por baixo. Este teria que servir de camisola
naquela noite.
Com muito cuidado, puxou as cobertas para baixo e
depois sobre Zoe antes de se acomodar atrás dela.
Esperançosamente, naquela noite, se sonhasse com a
companheira envolta em chamas, ele agora veria seus irmãos
ao seu lado, ajudando-os como fizeram o dia todo.
*****
Quando Zoe acordou, esticou os braços por sobre a
cabeça antes de se aconchegar novamente. Com um
sobressalto, se sentou e olhou ao redor. Estava escuro
demais para ser seu próprio quarto. Onde diabos ela estava?
Ela tateou ao redor, e sua mão encontrou um cristal de
luz na mesa de cabeceira e o ascendeu. Cristais de luz eram
usados mais em Noctem Falls. Olhando ao redor, ela se
perguntou se ainda estava em Éire Danu. As paredes
pareciam feitas de pedra, e Zoe podia jurar que conseguia
sentir o cheiro da água de um lago. Quando a porta se abriu,
ela cobriu os olhos por causa luz ofuscante.
— Bom dia, querida, — Gage disse, entrando com uma
bandeja.
— Onde estamos?
Ele riu e chutou a porta para fechá-la atrás de si.
— Na vila dos guerreiros em Éire Danu.
— Está mentindo.

My
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Alanea Alder
— Não estou. Meus irmãos bruxos se divertiram
bastante criando este santuário para mim. Bastien gostou
tanto que renovou os próprios quartos de maneira
semelhante.
— Parece que estamos em uma maldita caverna, Gage.
— É para parecer uma caverna.
— É assim que Noctem Falls se parece?
— De certa forma. — Ele colocou a bandeja no criado-
mudo e sentou-se na cama ao lado dela. — Eu te trouxe café
da manhã. Hoje o Jace estava cozinhando, então está um
pouco pesado na carne, já que é isso que o lobo dele prefere.
Zoe olhou para o prato de bifes de presunto frito, bacon
e linguiça. No outro prato havia fatias de torrada com
manteiga, queijo cortado e uma tigela de frutas.
Ela pegou a torrada e fez um sanduíche de presunto e
queijo. Dando uma mordida, ela sorriu.
— Isso é muito bom.
— Fazer um sanduíche foi uma boa ideia. Acho que vou
fazer o mesmo. — Ele escolheu bacon em vez de presunto e
acrescentou um pouco mais de queijo.
— Sinto muito por ter caído no sono ontem à noite, —
ela admitiu.
— Eu não sinto. Pude te carregar escada acima e te
colocar na cama. Pareceu correto cuidar da minha
companheira.
— Mas e... você sabe.
— Sexo? — ele perguntou.
Ela corou e assentiu.

My
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Alanea Alder
— Zoe, eu não estou com pressa. Embora não por culpa
sua, você não foi exposta a muito, então duvido que tenha
namorado com frequência. Estou gostando de conhecê-la
enquanto ficamos mais confortáveis um com o outro. Não é
que eu não a deseje. Eu desejo. Eu só quero que você faça as
próprias decisões e me queira como eu te quero.
— Eu te quero, de verdade. É só que...
— Você não me conhece.
Ela assentiu.
— Zoe, vamos com calma e aproveitemos a atração do
acasalamento. Nós dois somos jovens para os paranormais.
De certa forma, fomos abençoados por encontrarmos um ao
outro tão jovens. Temos o resto de nossas vidas para viver,
mas não teremos esses preciosos primeiros dias novamente.
— Ele se inclinou para que suas testas se tocassem. — Deixe-
me desfrutar de te fazer corar enquanto posso.
— Tenho a sensação de que não importa há quanto
tempo estivermos acasalados, você encontrará maneiras de
me fazer corar, Gage Fabre.
Ele se recostou novamente e lhe jogou uma piscadela.
— Só se eu tiver sorte.
Ela comeu o resto do sanduíche e estava devorando a
fruta quando ele pigarreou.
— Quão particular você é sobre suas roupas?
— Não muito. Quer dizer, normalmente visto os robes do
templo na maior parte do tempo. Por quê?
— Talvez eu tenha tomado a liberdade de sair esta
manhã para a Baba’s e escolhi um robe para você usar hoje.

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Alanea Alder
Achei que pudesse querer experimentar algo novo. Mais
tarde, podemos ir até a loja e você pode escolher mais alguns,
mas dessa forma, pode ver se gosta do design, — admitiu ele
um pouco envergonhado.
— Esta manhã? A que horas você se levantou?
Ele deu de ombros.
— Eu acordo cedo, então perto do amanhecer.
Ela olhou ao redor.
— Você escondeu o robe?
Revirando os olhos, ele buscou debaixo da cama uma
longa caixa branca.
— De acordo com Baba, este aqui é considerado um
clássico. Autolimpante e à prova de fogo. — Ele sorriu, então
continuou: — A gola é mais alta do que a maioria, mas não
até as orelhas como suas vestes do templo. Não tem cinto e
tem caída. Achei que seria mais confortável.
Ela abriu a caixa e ofegou.
— Gage, isso é... — ela passou os dedos sobre o tecido.
Tecido no degradê de material laranja e bordô estavam fios
dourados que brilhavam como seda.
— Eu normalmente não uso muito vermelho por causa
do meu cabelo.
— Por quê? Acho que te complementaria perfeitamente.
— Sério? — Ela ficou de joelhos e o abraçou. — Onde
posso me vestir?
As pontas das orelhas de Gage ficaram rosadas.
— Se não quiser se trocar na minha frente, o banheiro
fica em direção à porta e à esquerda.

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Alanea Alder
Ela se recostou e percebeu que não era a única que
estava atrapalhada com o andar desse acasalamento.
— Quero surpreendê-lo com o efeito final. Além disso,
preciso fazer xixi.
Rindo, ele a ajudou a se levantar. Agarrando as novas
vestes contra si, ela correu para o banheiro, morrendo de
vontade de ver como ficaria. Depois de cuidar de suas
necessidades matinais, ela vestiu o robe. Depois de um
momento, as roupas de baixo se ajeitaram no lugar, e a
cintura se estreitou para lhe dar um pouco de forma.
Olhando no espelho, ela ficou surpresa ao ver que Gage
estava certo. As cores realçavam o brilho de seus cabelos e o
verde de seus olhos. Ela parecia uma chama viva.
Ela abriu a porta e descobriu que ele estivera andando
de um lado ao outro na frente desta, esperando-a. Quando a
viu, ele parou, e seu queixo caiu.
— Deuses, Zo, você está etérea.
Ela girou.
— Sério? Eu amei essas cores! Eu nunca as teria
escolhido para mim, então estou muito grata por você ter
decidido me surpreender.
Ele fez uma reverência, então se endireitou antes de lhe
oferecer o cotovelo.
— Quando eu recuperar o fôlego, vou escoltá-la para
baixo para que você possa surpreender meus irmãos.
Rindo, ela pegou seu braço, e ele os guiou ao andar
inferior.

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Gage pigarreou quando entraram no refeitório, e quase
em uníssono, os homens se viraram, e seus queixos caíram
como o de Gage havia caído. Cadeiras rasparam no chão
enquanto os homens se apressavam a se levantar.
— Lady Zoe, você está... — Leon ficou sem palavras.
— Ela parece um elemental de fogo que ganhou vida, —
Carson sussurrou, também encarando.
— Bom dia, cavalheiros. Tem café? Eu gostaria de
experimentar um pouco, — ela perguntou enquanto Gage
puxava sua cadeira e a ajudava a sentar. Assim que se
acomodou, ele se sentou ao seu lado.
Aeson e Leon se viraram e praticamente chocaram um
com o outro em um esforço para chegar ao café.
— Você serve. Vou pegar creme fresco, — disse Leon.
Aeson assentiu e foi até o bar pegar uma xícara quente
para ela. Com a xícara e o pires na mão, ele cuidadosamente
os colocou diante dela. Momentos depois, Leon voltou com
uma pequena jarra.
Zoe olhou para o líquido marrom escuro rodopiante.
— O que eu faço com isso?
Ramsey apontou para o açucareiro, depois para o
pequeno jarro.
— Pessoalmente, gosto de duas a três colheres de chá de
açúcar e depois um pouco de creme. Eu começaria com
menos e depois adicionaria ao seu gosto.
Zoe seguiu sua sugestão e acrescentou o açúcar e um
pouco de creme. Ela tomou um gole e franziu o cenho.
— As pessoas gostam disso?

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— Muito amargo? — perguntou Gage.
Ela assentiu, pegando mais açúcar.
Ramsey colocou a mão sobre o açucareiro.
— É muito amargo, ou é aquele amarguinho no final?
— O amarguinho.
— Coloque mais creme. Há uma doçura inerente no
leite, então isso pode ser o suficiente sem deixar muito doce,
— explicou ele.
Ela acrescentou um pouco de creme, depois mexeu.
Olhando para Ramsey, ele ergueu os dedos comprimidos.
— Talvez um pouquinho mais.
Cuidadosamente ela acrescentou um pouco mais,
mexeu, então tomou outro gole. Desta vez ela pôde apreciar o
sabor sem que o amargor tomasse a cena.
— Eu vou ter que lembrar como fazer isso. É
maravilhoso.
— O Ramsey converteu outra, — Carson resmungou.
— Converteu? — ela perguntou.
Jace riu.
— Temos dois times de manhã, Time Café Preto e Time
Creme. Carson não só adora café preto, mas a Izzy o faz
adicionar doses de café expresso na caneca agora. Não acho
que a língua dele tenha receptores de amargura.
— Sinto muito, Carson, mas acho que o café preto de
manhã acabaria comigo, — ela admitiu.
Ele resmungou.
Ela se virou para Gage, que balançou a cabeça.

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— O Carson não é uma pessoa matinal. É uma prova de
como ele estava animado para tomar café da manhã com você
que está aqui embaixo e com os olhos quase abertos.
Carson bocejou.
— Eu prometi ajudar.
— Então, o que vocês dois vão fazer hoje? — perguntou
Bastien.
— Talvez umas compras? Então eu gostaria de checar
alguns dos centros de feitiços antes de reportar à rainha, —
ela olhou para Gage para ver se ele estava de bem com isso.
Ele lhe pegou a mão e a beijou.
— Sou sempre o seu mais humilde servo.
Ela olhou para o companheiro.
— Por que é que escapa uma conversa formal de você e
do Bastien às vezes?
Ambos os homens a olharam.
— Huh? — perguntou Gage.
Aeson riu.
— Eu te disse.
Leon apontou.
— Eles não reconhecem que seu discurso formal de
Noctem Falls desaparece quando ficam com a gente por
bastante tempo.
Ambos, Gage e Bastien, grunhiram.
— Gosto de ouvir os dois. Acho que isso faz com que
seja muito mais dramático as vezes em que dizem algo
formal, — observou ela.
— Sério? — Gage perguntou, se animando.

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Zoe assentiu.
— Isso torna tudo mais especial. Mas, novamente, eu
não tenho muito em que me basear. Seu discurso florido é
normalmente dirigido a mim.
Gage serviu sua própria xícara de café.
— Gosto da sensação de que nosso discurso formal
destaca nossas palavras em vez de pensar que a maneira
casual de falar é preguiça da nossa parte.
— Primo, vamos seguir com essa explicação, — disse
Bastien.
— Fi e Chi estão em rotação de descanso durante o dia,
então se precisar de alguma coisa, é só avisar, — Nerius
ofereceu.
— Poderia... — ela hesitou.
Gage, Bastien, Nerius e Aeson responderam:
— O que?
— Poderiam alguns dos caras, se quiserem, isto é, talvez
verificar alguns dos centros de feitiços da cidade? Se
pudessem apenas fazer uma análise preliminar para ver se
há algum dano visível, isso poderia me poupar algum tempo,
— disse ela, apressando as palavras em um esforço para
explicar.
Aeson e Nerius concordaram antes de Aeson falar:
— Isso não será um problema de forma alguma. Não
deve levar mais de uma hora mais ou menos. Vou mandar o
Leon ou o Carson para a Baba’s para te informar antes de
você começar.
— Como sabia que íamos na Baba’s?

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O sorriso de Aeson ficou gélido.
— Depois da maneira como os outros alfaiates trataram
o Príncipe Oron. Esse é o único lugar para onde os guerreiros
estão indo.
— Por que o trataram mal, ele não é um príncipe?
Nerius olhou para Gage.
— Talvez você possa explicar a caminho da Baba’s?
Gage assentiu.
— Vou colocá-la em dia com tudo enquanto
caminhamos. — Ele se virou para ela, seus olhos um pouco
tristes. — Há muito a lhe dizer, então vamos andar devagar.
Ela terminou o café e se levantou.
— Então já devemos começar.
*****
Quando chegaram na Baba’s, ela estava um caco.
— Apenas respire fundo, — disse Gage, conduzindo-a
para dentro.
— Gage Fabre! O que você fez com essa pobre criança?
— A voz mais profunda de uma mulher exigiu.
Gage parecia em pânico e contrito.
— Nada, Baba! Acabei de colocá-la em dia com tudo o
que está acontecendo no nosso mundo.
— Quando? — a mulher perguntou, dando a volta no
balcão para ficar ao lado de Zoe.
— No caminho para cá, — disse ele, apontando para a
porta pela qual tinham acabado de entrar.

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Baba lançou um olhar incrédulo para Gage e conduziu
Zoe até uma espreguiçadeira estofada situada em frente a um
conjunto de espelhos.
— Oh céus, — uma mulher fae murmurou e se sentou
ao lado dela, envolvendo um braço ao redor de seu ombro. —
Homens!
— Como posso ajudar? — ele perguntou, andando de
um lado ao outro na frente dela.
— Além de arrumar um pouco de bom senso? Corra até
o Brick Oven e pega uma guloseima para essa menina. Kyla,
mantenha-a aquecida enquanto preparo um chá, — Baba
ordenou, então se embaralhou em direção aos fundos de sua
loja.
Gage se ajoelhou na frente da companheira.
— Sinto muito, meu amor. O que posso trazer para
ajudar?
— Chocolate. Aqueles brownies e qualquer coisa que o
Peter recomende, — ela disse por entre o bater dos dentes.
Não conseguia parar de tremer.
Ele lhe beijou a testa e correu para a porta.
— Deixa eu adivinhar. Ele te contou o que está
acontecendo como se estivesse fazendo um relatório para o
Ari Lionhart? — Kyla adivinhou.
Ela assentiu.
— Por que estou tremendo?
— Eu acho que você está lutando contra o choque. —
Kyla estendeu a mão para a extremidade da espreguiçadeira e

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pegou um xale esmeralda. Delicadamente, o assegurou ao
redor do corpo de Zoe.
— Há seres invisíveis matando bebês? Mataram shifters
em Lycaonia para ganhar habilidades, e começaram um vírus
em Noctem Falls? — ela perguntou, não querendo que fosse
verdade.
Os olhos de Kyla se encheram de lágrimas.
— E agora estão matando os fae. Perdi minha irmã no
primeiro ataque.
Segurando as mãos uma da outra, Zoe a apertou um
pouco.
— Sinto muito pela sua perda.
— Obrigada. Vim aqui na Baba’s para encomendar
roupas novas. De alguma forma, cores vivas não parecem
corretas, e ela é a única que trabalha com tons mais escuros.
— Viemos aqui para comprar mais vestes à prova de
fogo para mim.
— A prova de fogo?
— Eu sou uma bruxa de fogo, — Zoe respondeu.
— Ahh, entendo. O que está vestindo é lindo.
— O Gage que escolheu.
Baba emergiu dos fundos carregando uma bandeja.
— O menino tem olho bom para a moda mesmo que
falte bom senso. — Ela pousou a bandeja e, entre ela e Kyla,
logo as três mulheres seguravam xícaras.
O dela só tremia de leve enquanto tomava um gole.

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— Eu sei o que é isso. Nós levamos Camomila
Abençoada para Dirk Vi'Eirlindol ontem. — Ela inalou o
aroma calmante e tomou outro gole.
— Pobre homem. Ele era muito próximo do sobrinho. —
Baba estalou a língua.
Kyla virou-se para ela.
— Ele foi encontrado no terceiro armazém. Esse foi o
mais trágico. Segundo relatos, não conseguiram salvá-lo por
uma questão de horas.
— Por que isso está acontecendo? — Zoe perguntou,
envolvendo as mãos ao redor da xícara de chá, tentando
absorver seu calor.
— O mal não precisa de uma desculpa para existir, —
disse Baba.
— Brie, a companheira do Ari, é humana e lidera a
investigação. Ela está usando técnicas das quais nunca
ouvimos falar. Mas, se não ouvimos falar delas, nosso inimigo
provavelmente também não. Em tempos de escuridão, notei
que algumas pessoas brilham ainda mais e são elas que
ajudam os outros, — disse Kyla suavemente.
— Falando em brilhar mais, ouvi dizer que você está
aqui para ajudar com as nossas luzes, — disse Baba.
Zoe assentiu.
— Vou verificar as estações de feitiços hoje para garantir
que estão funcionando corretamente.
— Bem, isso é...
A porta se abriu e Carson entrou. Este deu uma olhada
nela, viu que Gage não estava à vista e rosnou.

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— O que aconteceu? — ele exigiu, caminhando até ela.
— Quem te machucou?
Zoe fungou. O rosnado de Carson a lembrava de seu
irmão.
— Gage explicou as coisas pra mim. Eu só fiquei um
pouco sobrecarregada. Estou bem.
— O que ele disse? — ele perguntou.
— Tudo.
Este piscou.
— Perdão, o quê?
— Os bebês, e ceifeiros e assassinatos e tudo, — Zoe
divagou.
— Certo. Mas você está bem? — ele olhou de Kyla para
Baba, que assentiram.
— Vou ficar. Gage foi ao Brick Oven para me pegar uma
guloseima.
— Eu vim para te dizer que verificamos as estações e
não havia nenhum sinal visível de danos. Agora, se me der
licença, tenho um irmão guerreiro para encontrar. — Ele fez
uma meia reverência e saiu.
— Pobre Gage, — Baba murmurou, balançando a
cabeça.
— Por quê? — Zoe perguntou.
— Os guerreiros cuidam uns dos outros como irmãos.
Se acasalar com Gage fez de você a irmãzinha deles. É um
novo tipo de vínculo que eu sinto que eles vão apreciar. Dito
isto, como qualquer irmão mais velho, Carson sente que é
dever dele apontar exatamente o que seu irmão mais novo fez

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de errado e garantir que isso não aconteça novamente, —
explicou a mulher mais velha.
— Mas, ele não vai machucá-lo, vai?
Kyla lhe deu um tapinha na perna.
— Tenho certeza de que não será nada permanente.
Zoe suspirou e tomou outro gole de chá. Irmãos eram
assim, afinal.
*****
Gage ergueu os olhos da caixa de sobremesas quando a
campainha atrás de si tocou. E gemeu quando viu Carson
caminhando em sua direção.
— Eu sei, eu sei. Eu fodi tudo.
— O que te deu para colocar tudo na mesa em uma
caminhada até uma loja de roupas? Quando você saiu,
pensei que lhe falaria os pontos principais, não tudo, — rugiu
Carson.
— Uma explicação levou a outra, e antes que eu
percebesse, ela estava pálida e trêmula, — Gage explodiu,
passando a mão pelo cabelo.
— Você tem que ter mais cuidado com ela, Gage, —
disse Carson, cruzando os braços sobre o peito.
— Não me diga como agir com a minha companheira...
— Gage começou.
Carson descruzou os braços, deu dois passos à frente e
cutucou Gage no peito.
— Eu não estou te dizendo como agir com a sua
companheira, seu idiota. Estou te dizendo como agir com

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uma bruxa de fogo instável experimentando a porcaria do
mundo inteiro pela primeira vez!
Gage sentiu como se seu irmão lhe tivesse dado um
soco. Todo o ar se esvaiu de seus pulmões.
— Ela está bem? Está segura?
— Parecia que a Baba estava servindo Camomila
Abençoada para ela quando eu saí. Esse chá entorpece nossa
magia, então, por enquanto, ela deve estar bem.
— O Ari fez essa coisa de acasalamento parecer tão fácil,
— Gage admitiu, sentindo-se derrotado.
Carson bufou.
— A companheira dele é praticamente uma de nós, não
um lança-chamas ambulante. Não seja tão duro consigo
mesmo.
Atrás do balcão, Peter sorriu e balançou a cabeça
enquanto continuava a empacotar seu enorme pedido.
— Ela é toda inocência e emoção, não escondendo nada.
Não posso machucá-la de novo, — Gage se virou para o mais
rabugento de seus irmãos.
Carson deu de ombros.
— Estatisticamente falando, vocês dois são jovens, então
vão fazer merda de novo antes de ambos saírem desse
mundo.
Peter rachou de rir.
— Deuses, ele é muito ruim nisso.
Carson franziu o cenho.

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— Não é complicado. O Gage vai amar e adorar a
companheira, vai fazer merda, e seus irmãos e eu vamos
ajudar, fim da história.
Gage o encarou. Era realmente simples assim. Ele não
era perfeito, então iria errar no futuro. Saber que seus irmãos
o apoiavam fazia com que fosse mais fácil respirar.
— Veja, você está entendendo, — disse Carson, dando-
lhe um tapa nas costas. — Eu avisei sua companheira que os
centros de feitiços pareciam estar em boas condições. Eu não
sei realmente os feitiços usados, mas consegui sondar com a
minha magia um pouco. Tudo parecia estar funcionando
como o planejado. — Ele pegou um saco pré-embalado de
biscoitos. — Peter, pode colocar na conta? — perguntou.
Peter olhou por cima do ombro.
— Claro.
Carson se espreguiçou.
— Eu sei que muito do que a Zoe fará envolverá feitiços
aprendidos com a família no Templo do Fogo, mas se ela
precisar de alguma ajuda, conte comigo.
— Obrigado, Carson, por tudo.
Carson deu de ombros.
— É para isso que servem os irmãos. Volte logo para a
sua companheira e se humilhe, — ele ordenou, sorrindo.
Gage fez sentido e saudação.
— Senhor, sim, senhor!
Rindo, Carson saiu.
— Devo começar uma conta de desculpas para você,
Gage? — perguntou Peter.

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Gage foi negar, então parou.
— Você pode estar brincando, mas essa não é uma má
ideia.
— Eu só estava meio que brincando.
— Deixe-me pagar por um pedido permanente que seja
entregue semanalmente. Dessa forma, não importa o que
aconteça, tenho cobertura.
Peter assentiu com aprovação.
— Garoto, eu gosto do seu jeito de pensar.
Gage expirou.
— Espero que minha companheira também.

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Capítulo oito
Quando Gage voltou, seus braços estavam cheio de
caixas. Ele entregou a maioria destas para Zoe, mas também
havia pegado algumas guloseimas para Kyla e Baba como
forma de agradecer por cuidarem dela.
Kyla abriu a caixa e sorriu.
— Eu estava querendo experimentar esses brownies,
mas não estava conseguindo a energia para ir à loja do Peter.
— Ela deu uma mordida e suspirou. — Maravilhoso.
Zoe, pela primeira vez, conseguia se identificar.
Comendo seu próprio bocado, ela sorriu alegremente.
— Obrigada, meu companheiro.
Gage ficou um pouco mais ereto.
— Eu não consigo expressar o quanto sinto muito por
perturbá-la. Eu gostaria de poder voltar atrás e censurar
melhor minhas palavras. Quando comecei a explicar as
coisas, uma história trágica levou a outra. Parecia que eu não
conseguia destrinchar a bagunça.
— Gage, não acho que houvesse uma maneira feliz de
me dizer essas coisas, e deixar as coisas vagas poderia ter
criado mais ansiedade. Eu tenho a impressão que, talvez,
tenha sido melhor do seu jeito.
Ele parecia duvidoso.

My
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Ela não conseguia suportar a expressão de dor em seus
olhos, então ficou na ponta dos pés para lhe beijar a
bochecha.
— É sério.
— Você é boa demais para mim, — ele lhe beijou a testa
antes de se virar para a anciã dona da loja. — Baba, uma das
vestes deve ser cobrada do palácio como um presente de
Vossa Majestade, mas todo o resto vai para a minha conta. —
Ele se sentou e pegou uma revista da cesta ao lado de sua
cadeira. — Damas, divirtam-se. — E acenou com a cabeça em
direção à companheira.
Kyla inclinou-se para frente.
— É sério?
— Zoe, querida, diga a elas que roupas você tem, —
Gage sugeriu.
Zoe subiu e desceu um ombro.
— Apenas alguns robes do templo. Não preciso de
muito.
Baba e Kyla trocaram olhares e começaram a se mover
em direções opostas.
— Baba, se puder mostrar a ela as vestes formais, vou
montar uma seleção para usar no dia a dia, — sugeriu Kyla,
analisando uma prateleira perto da janela.
— Zoe, querida, por aqui, — Baba guiou Zoe para a
seção da loja que tinha seu próprio provador.
Zoe se virou para olhar para o companheiro.
— Gage? — Ela não queria que este gastasse muito.
Gage assentiu como se entendesse sua preocupação.

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— Baba, ela também só veio com uma única mala, então
deve precisar de outras coisas também. — E olhou de volta
para a revista.
Zoe sentiu o queixo cair. Não era com isso que ela estava
preocupada.
Baba lhe deu um tapinha no braço.
— O Gage, além de ser um guerreiro de unidade, vem de
uma Casa Nobre de Noctem Falls. Não conseguiremos nem
fazer diferença nas contas dele, então não se preocupe com
os custos.
Gage simplesmente assentiu distraidamente, depois
virou a página e continuou lendo.
O próximo par de horas foi um turbilhão de tecidos e
acessórios. Toda vez que ela tentava recusar algo, notava
Gage parecendo animado com o que ela estava vestindo e não
conseguia dizer não. Quando partiram, haviam gastado uma
quantia absurda de dinheiro.
— Gage, eu…
— Sim, minha querida? — Ele lhe sorriu largamente.
Zoe tinha a sensação de que se ela se preocupasse ou
confessasse se sentir culpada, diminuiria sua felicidade.
Sorrindo, lhe pegou a mão.
— Obrigada.
— Não há de quê. Não consigo me lembrar de uma tarde
mais agradável de compras do que esta. Teremos que fazer
isso com frequência.
Ela parou no meio da calçada.

My
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— De jeito nenhum. Tenho roupas suficientes para os
próximos cem anos!
Gage apenas sorriu.
— Estou falando sério, Gage.
— Talvez no ano que vem possamos fazer um guarda-
roupa completo em tons de verde. Eu disse a Baba que sentia
que não havia tons de esmeralda o suficiente para combinar
com seus olhos.
Balançando a cabeça, sabendo que esta era uma luta
que provavelmente nunca venceria, ela o seguiu até o centro
de feitiços mais próximo. Surpreendentemente, não era tão
longe da Baba’s. Gage deu um passo para o lado para lhe dar
espaço para trabalhar.
Ajoelhando-se, Zoe respirou fundo e enviou sua magia
pelos cristais assim como tinha feito da última vez, só que
agora estava procurando a marca do feitiço que compunha o
funcionamento primário da luz. Enquanto trabalhava, o
mundo exterior desapareceu.
Em sua mente, o feitiço brilhava como uma marca viva
ao longo do cristal. Cada runa e símbolo estava claro e
preciso. Lentamente, ela se retirou, e quando foi se sentar,
caiu de costas.
— Zoe! Você está bem? — Gage perguntou, parecendo
pálido.
— Estou bem. Saindo do cristal, minha noção de espaço
ficou um pouco distorcida, então perdi um pouco o equilíbrio.
— Quando foi se levantar, ficou surpresa com o quão fracas

My
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suas pernas estavam. E olhou para Gage. — Acho que posso
precisar de ajuda para ficar de pé.
Ele a ignorou e simplesmente a tomou nos braços
— Você ficou naquele transe por quase duas horas, Zoe.
— O quê? Não pareceu tanto tempo assim.
— Você precisa falar com a rainha, mas mais do que
isso, quero que Kendrick te examine, — Gage disse enquanto
caminhava em um ritmo acelerado em direção ao palácio.
Ela sabia que era melhor não discutir. Além disso,
estava cansada.
— Espero que tenham café quando chegarmos lá.
— Está cansada?
Ela assentiu.
— Foi necessário mais de mim do que eu gostaria de
admitir.
— Ter outro bruxo com você ajudaria de alguma forma?
Ela balançou a cabeça.
— Eu uso minha própria magia para localizar a magia
de fogo Appleblossom. Ela funciona como um sinalizador.
Assim que encontro o feitiço, garanto que todos os símbolos
estejam intactos. Receio que seja o trabalho de uma pessoa
só.
— E um que só um Appleblossom pode fazer.
— Temo que sim.
— Zoe, há vinte e três outros centros de feitiços para
serem verificados.

My
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Alanea Alder
— Estou bem ciente disso. Pode demorar um pouco
mais do que eu tinha previsto originalmente. Mas tem de ser
feito. Talvez eu possa fazer um de manhã e outro à noite.
— Absolutamente não.
— Gage...
— Você mal consegue ficar de pé depois de analisar um.
De jeito nenhum que pode fazer dois. Simplesmente não há
horas suficientes no dia para se fazer isso com segurança.
Ela bocejou e descansou a cabeça em seu ombro.
— Você tem razão.
— Eu não estou tentando governar o que você faz, Zoe.
Estou apenas preocupado, — ele admitiu.
— Eu sei, e é por isso que estou concordando com você.
Foi uma sugestão tola, mas feita por impaciência.
— Você vai conseguir, Zoe, e vou ajudá-la a cada passo
do caminho.
— Obrigada, meu companheiro.
Ele lhe sorriu.
— É de graça, — brincou, ecoando a piada de Meryn do
dia anterior.
— Me acorde quando chegarmos lá.
— Descanse, Zoe.
— Eu vou só fechar meus olhos enquanto você anda.
— Claro, querida, como quiser.
Zoe fechou os olhos, e seus passos rítmicos a fizeram
cochilar rapidinho.
*****
— Ela está bem? — ela ouviu Kendrick exigir.

My
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Alanea Alder
— Exausta. Parte é culpa minha por assustá-la pra
caramba deixando-a a par do que estava acontecendo, e parte
é por ela ter verificado um dos centros de feitiços. Kendrick,
ela ficou concentrada por mais de duas horas, — Gage
explicou, enquanto gentilmente a colocava em um sofá macio.
Ela bocejou e abriu os olhos. Kendrick, Gage e Neil a
estavam olhando com vários graus de preocupação nos
rostos.
— É o sinal que minha família usou para criar o feitiço.
É prático para reduzir ao mínimo a interferência com o
feitiço, mas faz da manutenção uma tarefa árdua.
— Por que você não usou um dos outros bruxos de fogo
para atuar como âncora? — Kendrick perguntou.
— Como o quê?
A boca de Kendrick abriu e fechou como a de um peixe.
— Uma âncora. Um bruxo secundário em um trabalho
de magia usado para manter o bruxo primário seguro e
diminuir o peso de qualquer que seja o feitiço que se esteja
lançando.
Zoe lutou para se sentar para poder participar da
conversa adequadamente.
— Eu nunca usei um ajudante antes.
Kendrick olhou para Thane e apontou para ela.
— Ela nunca usou um ajudante!
Thane não parecia surpreso.
— Eu continuo te dizendo que você deveria ter saído da
sua torre de marfim mais cedo, bibliotecário. Justice, Law e
eu combatemos esse tipo de negligência há anos.

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— Eu enviei feitiços, — Kendrick começou.
Thane assentiu, então o cortou.
— E quão úteis eles foram, realmente considerando
tudo? — este a indicou.
Kendrick começou a murmurar para si mesmo, com
Thane entrando na conversa, então Zoe decidiu ignorá-los,
voltando-se para a rainha.
— Bom dia, Vossa Majestade, — disse brilhantemente.
A rainha riu.
— E bom dia para você, Lady Zoe. Além de grandes
traumas mentais e emocionais, como foi seu dia?
— Bem produtivo. Meu companheiro me mimou com um
guarda-roupa totalmente novo e até correu para me buscar
brownies quando fiquei chateada.
Brennus lhe sorriu.
— Parece-me um bom remédio.
Zoe ofereceu a mão a Gage, que a ajudou a se levantar e
a escoltou até a mesa, onde ambos se sentaram. Atrás deles,
Kendrick e Thane ainda estavam brigando enquanto Neil
observava, parecendo fascinado.
Zoe procurou um balcão de café semelhante ao que
tinha visto na vila dos guerreiros. Instantaneamente Cord
apareceu ao seu lado.
— O que posso pegar para você, Lady Zoe?
— Tem café? Eu experimentei um pouco essa manhã, e
tenho que confessar, foi incrível.
Ele sorriu e se virou para Izzy.

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Alanea Alder
— Não só temos café, mas graças a nossa Izzy, temos
um bar de café expresso com serviço completo.
— Ainda não experimentei o expresso.
Izzy deu batidinhas nos lábios.
— Você disse que gostava de chocolate, certo?
— Céus, sim.
Izzy virou-se para Cord.
— Eu sugiro uma dose dupla servida com uma camada
superior de creme, regada com chocolate.
Cord inclinou a cabeça.
— Vou começar.
— Não tenho certeza do que é isso, mas parece celestial,
— confessou Zoe.
— Confie na Izzy. Ela é a nossa Deusa do Café, — disse
Meryn.
Gage olhou para Izzy.
— Posso pedir um favor?
Izzy parecia confusa.
— Claro, eu ajudarei se puder.
Gage suspirou de alívio.
— O dono do Brick Oven está tentando colocar
máquinas de café expresso na padaria dele já faz algum
tempo. Você acha que poderia ajudar?
Os olhos de Izzy se iluminaram e esta se virou para
encarar Meryn.
— Um novo local de adoração.
— Todos saúdam Izzy, Deusa do Café de Merytopia.

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BeacoN
Alanea Alder
Ao lado de Meryn, Nigel e Pip cruzaram as mãos na
altura do peito, fecharam os olhos e entoaram.
— Amém.
Meryn olhou para Zoe.
— Esse é o lugar que tem os brownies, certo?
— Sim, e bolinhos de maçã. Oh! E eu experimentei uma
criação de mel em camadas que ele mandou. Literalmente
derreteu na minha boca.
— Baklava3? Ele faz Baklava, porra?! — Meryn exigiu,
praticamente pulando na cadeira.
— Não tenho certeza do nome, mas foi um dos meus
favoritos.
— Izzy! Amanhã vamos fazer uma excursão, — Meryn
disse animadamente.
Neil se aproximou correndo e sentou-se entre o irmão e
Pip.
— Nós vamos para aquela padaria?
Meryn assentiu.
— É uma jornada que deve ser empreendida.
Zoe desejou poder ir também. Passar à tarde com Meryn
e os gêmeos parecia divertido.
Algo deve tê-la delatado em seu rosto, porque a próxima
coisa que percebeu, Meryn estava virada para ela.
— Você tem que nos mostrar o caminho.

3 Baklava é um tipo de doce folhado elaborado com uma pasta de nozes


trituradas, envolvida em massa filo e banhada em xarope ou mel, algumas variedades
incorporam pistache, avelãs e sementes de gergelim, papoula ou outros grãos.

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Zoe olhou de Gage para a rainha. Ambos estavam
assentindo antes que a rainha falasse:
— Zoe, você não é uma prisioneira aqui. Não estou
esperando que trabalhe até ficar exausta. Na verdade, insisto
que relaxe amanhã com a Meryn.
Ela se virou para Gage.
— Querida, não se preocupe comigo. Preciso participar
de mais exercícios usando os óculos. Aproveite o seu dia com
os amigos.
— Amigos? — ela sussurrou.
— Duh, — disse Meryn, colocando um chip de batata na
boca.
— Duuuuhhh, — os gêmeos e Pip repetiram, fazendo
Zoe rir.
— Gostaria muito de participar de sua excursão
religiosa.
Meryn entortou o rosto.
— Às vezes você fala mais formal do que os vampiros ou
os fae.
Zoe pensou por um momento.
— Pode ser porque fui criada por estudiosos.
Kendrick se sentou na própria cadeira.
— Fora a Academia de Magia, o Templo do Fogo é um
dos melhores centros de aprendizado em Storm Keep. —
Virando-se para ela, ele nivelou o olhar. — Depois de
amanhã, escolha um bruxo como âncora, e vou te ensinar o
processo.
Zoe se sentiu nervosa.

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Alanea Alder
— Eu não poderia pedir a ninguém para se incomodar…
— Eu ajudo, — Kincaid e os gêmeos ofereceram juntos.
Gage virou-se para o bruxo.
— Achei que o palácio te deixasse nervoso? Mas você
tem passado muito tempo aqui.
Kincaid abaixou a cabeça.
— Não é tão ruim. Estou aprendendo muito com os
gêmeos.
— Ele está, — Aiden concordou. — Tantas coisas, na
verdade, que o dispensei dos treinos por enquanto.
Gage sorriu.
— Bom para você!
Zoe pensou por um momento.
— Se o Kincaid estiver disposto, acho que pode ser mais
fácil para ele ajudar, já que tem um pouco de magia de fogo.
Kendrick assentiu.
— Boa escolha.
Kincaid parecia nervoso e agradado.
— Farei o que puder para ajudar. Você é a companheira
do meu irmão de unidade. Vou mantê-la segura.
Zoe recostou-se e virou-se para a rainha.
— Eu pude, como provavelmente ouviu, verificar o
primeiro centro de feitiços hoje. Tudo estava claramente
marcado e funcionando perfeitamente. Pode demorar um
pouco mais do que o esperado, mas vou tentar verificá-los o
mais rápido possível.
— Você já está fazendo a diferença, — disse Ari do outro
lado da mesa.

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Alanea Alder
Zoe franziu a testa.
— As luzes não estão mais brilhantes.
Ele balançou a cabeça.
— Não, mas te ver trabalhando por horas nas luzes fez
uma enorme diferença para as pessoas. Priest e eu os
ouvimos conversando quando fizemos nossa ronda hoje.
Você, minha querida, está sendo comparada a uma chama
viva.
— É este robe que o Gage escolheu. Eu normalmente
não uso vermelho, — divagou.
— Eu acho que você fica incrível de vermelho, — Amelia
disse suavemente.
Meryn olhou de Amelia para Zoe e de volta antes de
apontar.
— Ela é empática também? É por isso que é sempre tão
animada?
Os olhos de Amelia se suavizaram.
— Primeiro de tudo, Meryn, alguém ser agradável não
necessariamente os torna um empata.
— Você é assim.
Amelia beliscou a pele entre as sobrancelhas.
— Você não pode comparar todas as pessoas felizes a
mim.
Meryn revirou os olhos.
— Em segundo lugar, — Amelia hesitou. — Acho que ela
querer que todos sejam felizes não é fruto da empatia. Sua
vontade de agradar parece ser um mecanismo de
sobrevivência.

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Gage e Kendrick se inclinaram para frente.
— O quê? — perguntaram em uníssono.
Amelia balançou a cabeça.
— Não vou entrar em muitos detalhes, Zoe merece um
pouco de privacidade, mas se ela estiver disposta, gostaria de
ter uma ou duas sessões com ela.
Zoe olhou em volta.
— Sessões? Você é terapeuta?
Amelia balançou a cabeça.
— Sou psicóloga.
Debaixo da mesa, Gage pegou sua mão.
— Amelia, pode divulgar o que suspeita. Eu não tenho
nenhuma história sombria de abuso ou trauma que exijam
privacidade.
Amelia exalou e tomou um momento antes de continuar.
— Acho que você pode estar errada sobre o trauma.
Você está exibindo todos os principais indicadores de uma
sobrevivente de abuso doméstico de longo prazo.
Zoe olhou ao redor da sala.
— Mas eu nunca fui espancado ou algo assim.
— Não, mas estava presa, — disse Meryn suavemente.
— Você estava totalmente dependente de outra pessoa com as
suas necessidades do dia-a-dia.
— Você até usou o termo trancada antes de se corrigir,
— acrescentou Neil.
— Mas isso, isso é normal… — Zoe olhou em volta, e
foram os olhares de pena que fizeram seu coração disparar.
— Eu estou bem!

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Calor correu por seu corpo.
— Eu estou bem! — ela repetiu, apertando o peito.
Amelia balançou a cabeça, lágrimas nos olhos.
— Não, não está, mas vai ficar.
Debaixo da mesa, Gage puxou a mão para trás quando
faíscas voaram entre si.
— Eu sinto muito! Eu sinto muito! — Ela tinha
machucado o companheiro!
Antes que Zoe soubesse o que estava acontecendo,
Meryn estava de um lado e Amelia do outro. Elas deram as
mãos e a abraçaram. Ao contrário de quando Kendrick usou
um feitiço para acalmá-la, a tranquilidade começou em sua
mente, depois se espalhou.
— Meryn!
— Amelia!
Ao redor da mesa, as pessoas estavam se afastando
enquanto as chamas lambiam seu corpo.
Em sua mente, ela não estava sozinha. Meryn estava lá
mostrando os dentes para o conselho em suas memórias.
— Malditos babacas.
Amelia segurou sua mão e apontou para uma versão
menor da própria Zoe. Cenas de seu passado passaram
voando. Uma dela sendo mandada para outro quarto, fugindo
de casa, e seus pais chorando de frustração. Desta vez, com
Amelia ao seu lado, ela pôde ver essas memórias como
adulta.
À medida que avançavam rapidamente por sua vida,
logo chegaram aos anos mais recentes e sua transferência

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para o Templo do Fogo. Seu coração se apertou com a
imagem do edifício.
— Eu não quero entrar aí.
— Nós temos que entrar.
— Sim, pra gente poder te tirar dali, — disse Meryn,
puxando-a em direção à porta.
Uma vez lá dentro, começaram as lembranças de todos
os abusos verbais. Ter que pedir comida, permissão para sair.
Cada momento humilhante feito para quebrá-la.
Ver a si mesma sorrir brilhantemente e lhes dar o que
queriam a enfureceu.
— Eu não queria fazer o que eles queriam. Eu estava
com medo e sozinha!
Amelia assentiu.
— Nós sabemos.
Zoe observou enquanto Meryn virava sua mesa de
cabeça para baixo.
— Queime isso.
Amelia suspirou.
— Sério, Meryn?
— O que? Esse parece ser o forte dela. Queime essa
merda até virar pó.
Zoe caminhou até a mesa, que representava dias sem
fim e sem sentido, e ergueu a mão de poder.
— Inferno.
A mesa explodiu em lascas de madeira e chamas.
Zoe voltou-se para as duas mulheres que a ajudaram a
enfrentar a própria mente.

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— Eu estou livre.
— Pode crer! Ei, você pode explodir a parede também? —
perguntou Meryn.
No momento em que começou a rir, as imagens
começaram a desvanecer-se e, logo, estavam de volta aos
aposentos da rainha.
Ao redor deles, o caos reinava. Ela se virou para Meryn.
— Opa?
Meryn riu.
— Isso foi foda!
Aiden e Darian foram liberados por Kendrick e Thane e
se aproximaram correndo, cada um pegando a companheira
grávida.
— O que você pensou que estava fazendo?! — Darian
exigiu.
Amelia lhe puxou a orelha.
— Eu sei que você não está gritando comigo, princesa.
— Eu juro pelos deuses. Vou te colocar em uma
daquelas malditas bolhas que o Gavriel quer, — Aiden
ameaçou, tentando recuperar o fôlego.
Meryn apontou para Ryuu.
— Ele estava pirando?
Aiden grunhiu.
— Então você sabia que eu estava bem.
— Amelia, havia fogo por toda parte. Você tem que estar
queimada, — Darian colocou a companheira no chão para
inspecioná-la de perto.

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Zoe olhou ao redor, perguntando-se onde estava o
próprio companheiro. O qual estava sendo curado por
Kincaid do outro lado da mesa.
— Gage! Me desculpe, isso é culpa minha!
Kincaid olhou bravo para Gage.
— Não, a culpa é desse bobão. Ele ficou colocando a
mão no fogo para tentar chegar até você.
Ela viu a pele com bolhas encolher, clarear e curar.
— A sala inteira não estava pegando fogo? — ela
perguntou, olhando ao redor.
Todo mundo estava balançando a cabeça. Thane
respondeu:
— O fogo estava centrado em você. No começo,
pensamos que Amelia e Meryn estavam se queimando, mas
não as vimos se machucando. Se olhar para a mesa, o pano
queimou, mas não a madeira.
Zoe jogou a cabeça para trás.
— O Cord vai me banir do palácio.
Assim que disse seu nome, ele apareceu com uma
bandeja de bebidas.
— Não seja boba. Lady Zoe, seu café expresso. —
Sorrindo, ele lhe entregou sua bebida. — E para os
cavalheiros, doses de Fruto Proibido e Camomila Abençoada.
— Cord continuou sorrindo até que viu Darian girando
Amelia. — Pelo amor de Deus, Darian, deixe a pobre garota
em paz. Vai deixá-la enjoada, girando-a assim. — Ele se
aproximou e entregou primeiro a Aiden, depois a Darian suas
bebidas.

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Alanea Alder
Darian se sentou e simplesmente puxou Amelia para o
colo.
— O que aconteceu?
Amelia lhe beijou a bochecha.
— Lembra que eu te disse que uso meus dons para
ajudar as pessoas?
Ele assentiu.
— Você disse que pode absorver um pouco da dor delas,
— ele empalideceu. — Você está machucada?
Esta suspirou.
— Não, eu estou bem. Acho que inadvertidamente usei
Meryn como âncora.
Kendrick virou-se para a afilhada.
— Quando você aprendeu sobre âncoras?
Amelia acenou com a mão.
— Alguns minutos atrás, quando você estava divagando
sobre isso.
Kendrick ficou de pé de um salto.
— Você não me ouviu dizer a Zoe que eu explicaria para
ela como fazer isso?!
Amelia deu de ombros.
— Não é como se eu tivesse feito de propósito.
— Isso não melhora as coisas! — ele gritou.
Cord olhou de Kendrick para Gage.
— Voltarei com mais doses de café e chá.
Zoe olhou para Meryn.

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— Acho que seu bracelete evitou que você e a Amelia se
queimassem. O bar do Dav também não queimou antes,
lembra?
Os olhos de Meryn se arregalaram.
— Eu sou à prova de fogo?
— Não.
— Mas…
— Não, — Aiden repetiu.
— Isso é maneiro demais pra deixar quieto, — Meryn
refutou. E se virou para Zoe. — Você pode tentar me queimar
mais tarde?
— A minha companheira pode, talvez, não queimar nada
por um tempo? — Gage perguntou, estendendo a mão para
Zoe. Antes que percebesse o que este estava fazendo, ela foi
aninhada em seu colo de forma semelhante à forma como
Aiden e Darian estavam segurando Meryn e Amelia.
Meryn deu de ombros.
— Tudo bem. Eu ainda tenho aquele lança-chamas que
o Magnus me deu.
Aiden baixou a testa para descansá-la na parte de trás
da cabeça de Meryn em derrota.
— O que aconteceu? — perguntou Gage.
De repente, todos os olhos estavam sobre Zoe.
— Amelia me ajudou a encarar meu passado, mas
através dos olhos de um adulto. O que eu achava normal,
acho que sempre soube que estava errado. Eu apenas menti
para mim mesma porque doía demais reconhecer o quão
assustada eu estava. — Ela respirou fundo. — O Conselho

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dos Bruxos abusou de mim para me manter na linha. Nunca
foi físico, mas talvez as outras maneiras que indicavam algo
pior por vir fossem mais terríveis do que se tivessem batido
em mim.
Cord voltou da cozinha e encheu novamente o copo de
Darian.
Gage apertou os braços.
— Está tudo bem para você discutir isso?
Ela assentiu.
— O dom da Amelia é incrível. Eu sei que provavelmente
vou precisar conversar sobre isso, mas ela me deu uma base
sólida para começar. Estou separada o suficiente do trauma
do meu passado para começar o processo de cura.
— O que eles fizeram? — Gage perguntou com os dentes
cerrados.
— Eles eram meus donos. A cada minuto de cada dia.
Enquanto eu crescia, não era tão ruim, apenas decisões do
conselho que meus pais tinham que cumprir. Mas quando
fiquei mais velha, depois que meus pais foram embora, eles
me colocaram em um cronograma rígido para manter minha
aflição sob controle. Assim que me mudei para o Templo do
Fogo, o abuso verbal começou com o Andrei.
Gage a abraçou forte.
— Você ganhou no final.
— Eu quero fazer magia assim! — exclamou Meryn. — A
Zoe fez a mesa dela explodir. — Estendendo a mão, ela olhou
para a mesa. — Inferno.

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Uma pequena faísca azul estalou e caiu inofensivamente
em seu prato.
— Meryn! — Aiden e Kendrick rugiram.
— Eu consegui! — ela comemorou.
Kendrick se levantou e limpou a mesa em dois
segundos.
— O que deu em você para tentar uma coisa dessas?!
Meryn estava olhando para a própria mão.
— Isso foi tão legal!
— Você tem alguma ideia do que poderia ter feito? —
Kendrick exigiu.
— Explodido a mesa? — Meryn perguntou, inclinando a
cabeça para olhá-lo.
— Meryn, por favor, minha companheira, estou
implorando, por favor, nunca tente fazer magia novamente, —
implorou Aiden.
— Mas e se isso me salvar algum dia?
Aiden e Kendrick trocaram olhares antes de Kendrick
cair em uma cadeira.
— Cord. — Kendrick apontou para si mesmo e Aiden.
Sem dizer uma palavra, Cord simplesmente serviu para
os dois uma dose de Fruto Proibido.
— Isso pede uma celebração! Minha sobrinha consegue
usar magia! — Brennus anunciou orgulhosamente.
Kendrick lhe franziu o cenho.
— Não, isso não é motivo de comemoração. Isso pede
por aspersores de água e amianto.
— Essa merda mata, — Meryn advertiu.

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A rainha ergueu a xícara de chá.
— Nunca um momento maçante.
Zoe descansou a cabeça no peito do companheiro e
deixou o batimento cardíaco deste acalmá-la.
— Sinto que posso respirar livremente pela primeira vez
desde que era criança.
— Você me deu um susto de morte, e te ver enfrentar
seus medos sem mim fez eu me sentir impotente, mas eu não
trocaria sua expressão de paz por nada, — Gage admitiu
antes de beijar o topo de sua cabeça.
— Mesmo que eu possa ter ensinado inadvertidamente
magia de fogo para a Meryn? — ela perguntou sorrindo.
— Mesmo assim.
Meryn levantou a cabeça de onde estivera encarando
fixamente o próprio prato e olhou ao redor da mesa.
— Então, em uma escala de um a dez, o quão bravo
acham que o Sascha ficaria se eu o incendiasse?
Cord suspirou, então serviu mais doses.

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Capítulo nove
Depois que a pergunta de Meryn incitou risos e
múltiplos olhares de preocupação, Gage simplesmente se
levantou e a carregou em direção à porta.
— Leve ela pra casa. Estaremos logo atrás, — Ari disse,
indicando Priest e Kincaid.
— Nos vemos lá, — respondeu Gage.
— Zoe, coma alimentos leves esta noite e beba
Camomila Abençoada. Descansar é a melhor coisa para você,
— aconselhou Kendrick.
— Isso parece maravilhoso para mim. Boa noite a todos,
— Zoe disse, acenando. Quando encontrou o olhar de Amelia,
murmurou silenciosamente a palavra “obrigada”.
Amelia apenas assentiu.
— Eu vou esquecer como andar, — ela observou quando
ele virou a esquina e começou a percorrer o longo corredor
em direção à saída.
— Para mim tudo bem.
Enquanto caminhavam de volta, ela refletiu sobre o que
havia aprendido. O que a surpreendeu foi que tinha tal
conhecimento o tempo todo. Amelia não lhe revelou nada que
já não soubesse, apenas jogou uma nova luz.
— Acho que a pior parte de como fui tratada foi que isso
me fez duvidar da minha própria mente e força. O
condicionamento deles me fez depender deles para tudo.

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Alanea Alder
— Você não precisa mais se preocupar com eles, — disse
Gage, a voz áspera.
— Você não pode ir atrás do Conselho dos Bruxos
inteiro, meu amor.
Ele assentiu.
— Você está certa. Mas meu tio, e através dele, nosso
Príncipe pode iniciar investigações.
— Isso é necessário? Você não pode mudar o passado, e
eles não podem mais me machucar.
Ele parou no meio da calçada para olhá-la.
— Você realmente acha que eu sou o único planejando
algo? Tanto Kendrick quanto Aiden mal estavam contendo a
raiva enquanto você explicava como sua vida tinha sido.
Estou apenas abrindo a porta para eles passarem.
Quando chegaram à vila dos guerreiros e entraram,
Leon o viu carregando-a e imediatamente franziu a testa.
— Ela está bem? — este exigiu em voz alta.
Dentro de momentos o saguão ficou cheio de guerreiros.
Aeson a tirou dos braços de Gage e a carregou para a sala de
estar. Atrás dela, Gage se inclinou contra Leon, bocejando
enquanto o shifter de raposa o conduzia para a poltrona ao
lado dela.
Aeson colocou as mãos nos quadris.
— Nós já sabemos como você embaralhou o cérebro dela
esta manhã com conversa sobre os ferals. O que aconteceu
agora?
Zoe se aconchegou sob o cobertor de chenille que
Ramsey colocou ao seu redor.

My
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— Amelia usou seu dom e me ajudou a enfrentar meu
passado. Digamos apenas que o Conselho dos Bruxos tem
muito a responder.
Gage ergueu as mãos rosadas.
— Ela pegou fogo, e eu estupidamente tentei alcançá-la.
Leon correu em direção à cozinha.
Aeson virou-se para Ramsey.
— Encontre Ari e fale com nosso comandante. Quero
saber o que está sendo planejado.
— Sim, senhor, — respondeu Ramsey e dirigiu-se para a
porta.
— Obrigado, Aeson. Fico tranquilo sabendo que meus
irmãos estão cuidando de nós, — admitiu Gage.
— Vamos alimentar vocês dois para que possam
descansar, — Aeson apontou para a cozinha. — Jace, você
pode começar a preparar um pouco de sopa e sanduíches?
Jace assentiu e passou por Leon ao sair. Leon foi até
Gage e lhe entregou uma bolsa de gelo enrolada em uma
toalha. Exalando de alívio, Gage segurou a bolsa.
Ian balançou a cabeça.
— Eu teria oferecido quando você tinha acabado de
entrar, mas não sabia que estava tão ruim, mas ver sua
reação a bolsa de gelo me fez mudar de ideia. Gage, venha
comigo para a sala para que eu possa olhar suas mãos.
Kincaid é bom em curar, mas eu sou melhor.
Gage se levantou e a olhou. Ela lhe encorajou com um
acenou de mão.
— Eu não quero que você sinta dor.

My
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Ele lhe deu um beijo na testa e foi embora com Ian.
Assim que este ficou fora de vista, Matthieu sentou-se
ao lado dela.
— Ouça, o Gage não vai dizer nada, mas se ele se
alimentar, vai se curar mais rápido.
Ela assentiu.
— Eu nunca o negaria.
— Sim, mas ele pode hesitar, já que a alimentação pode
se tornar muito... hum... sensual.
Ela corou, mas manteve o queixo erguido.
— Somos companheiros. Não vejo problema nisso.
— Caso ele hesite, diga: “Gage, é meu direito e meu
dever cuidar de você; Eu lhe ofereço tudo de mim”. Essas são
as palavras ditas entre companheiros vampiros quando se
alimentam, — este explicou. E foi dizer mais, mas levantou-se
rapidamente e sentou-se ao lado da janela onde começara.
Segundos depois, Gage voltou, esfregando as palmas
das mãos. Ele a olhou e inclinou a cabeça.
— Você está corada. Está tudo bem?
Ela foi falar e teve que pigarrear. Imagens dele
reivindicando-a continuavam a distraí-la.
— Acho que finalmente estou me sentindo melhor. Este
cobertor ajudou, — mentiu.
Ele pareceu aliviado e sentou-se ao seu lado novamente.
Os outros homens mantiveram a conversa leve enquanto
a sopa e os sanduíches eram distribuídos. Os homens
comeram em pé ou onde estavam sentados com ela na sala
de estar.

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Ela conseguiu comer metade de um sanduíche e estava
tomando a sopa de macarrão e galinha quando a porta se
abriu, e Ramsey e o resto da Unidade Tau voltaram.
Gage olhou para o líder de sua unidade.
— Bem?
Aeson se levantou para permitir que Ari se sentasse
mais perto de Gage enquanto Priest, Kincaid e Ramsey
pegavam sanduíches da travessa ao lado da lareira.
Ari sentou-se, apoiando os cotovelos nos joelhos.
— Aiden e a rainha estão abrindo um inquérito no nível
do conselho.
Zoe balançou a cabeça.
— O Conselho dos Bruxos opera a parte do Conselho
dos Anciões, eles ouvem o que é dito, mas raramente fazem o
que quer que lhes seja pedido.
— Como é que Storm Keep tem dois conselhos, afinal?
— Leon perguntou.
Carson suspirou.
— Foi sugerido pela primeira vez como mais um tipo de
comitê de obras públicas. Em seguida, evoluiu como uma
forma de governar a cidade propriamente dita. Nunca foi um
problema antes, pois eles não vão realmente contra os
ditames do Conselho dos Anciões.
— Parece que o Príncipe Magnus já foi informado da
situação por uma tal de Caroline Edelweiss quando ela teve
que explicar por que de repente queria aceitar uma oferta de
emprego permanente que ele fez há mais de cem anos, —
disse Ari.

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Zoe sentou-se ereta.
— Ela está bem?
Ele assentiu.
— O Príncipe Magnus fez questão de enviar a Unidade
Eta para buscá-la. Ele já havia procurado Byron para discutir
opções quando a Rainha o contatou. — Este olhou para Zoe.
— Há uma grande preocupação por um membro, do que é o
equivalente de Storm Keep a uma Família Fundadora, ser
tratado dessa maneira.
— Ninguém deveria ser tratado como eu fui, Família
Fundadora ou não, — ela protestou.
Ari ergueu a mão.
— Precisamos começar de algum lugar. Se a posição da
sua família ajudar a resolver isso e colocar em prática
medidas para que isso nunca mais aconteça, ela será usada.
— Neste momento, o problema maior é impedir que
Meryn e os gêmeos retaliem, — Kincaid os informou, lhe
jogando uma piscadela.
Zoe teve que sorrir. Mesmo tendo conhecido Meryn há
apenas alguns curtos dias, parecia mais tempo. Elas haviam
realmente criado um laço quando a mulher menor a ajudou a
se libertar da própria mente.
— Você sorri agora, mas ouvi um boato que eles
enviaram um drone para as celas e lançaram um feitiço de
diarreia em Ivan DeLaFontaine, — disse Bastien, sorrindo.
Ian e, surpreendentemente, Carson caíram na
gargalhada.
Kincaid sorriu.

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— Eles veem a magia de forma diferente. Mal consigo
dizer o quanto aprendi com os três.
Ari se levantou e se espreguiçou.
— Ryuu e Portia irão para o Japão amanhã para
assegurar seu ajudante. Isso deve ajudar a invalidar o
argumento de que você precisa da ajuda do Conselho dos
Bruxos por causa da sua magia.
Ela foi responder e bocejou em vez disso. Gage se
levantou e a pegou no colo novamente.
— Se os cavalheiros nos derem licença, quero garantir
que minha companheira descanse um pouco.
Ari deu-lhe um tapinha nas costas.
— Não vamos deixar isso impune, Gage. Por esta noite,
vamos nos preocupar com isso por você.
Gage sorriu e inclinou a cabeça para o líder de sua
unidade.
— Obrigado.
Zoe acenou boa noite para a sala e mostrou a língua
para Matthieu, que estava lhe balançando as sobrancelhas,
fazendo-o rir.
— O que foi isso? — perguntou Gage.
— Apenas os caras agindo como irmãos, — ela disse
vagamente.
— Eles são bons nisso, — ele respondeu.
Não demorou muito para chegarem ao quarto. Gage
abriu a porta e a fechou atrás de si. Quando foi colocá-la no
chão, ela notou que os lençóis não estavam mais pretos.
Estavam agora um vermelho escarlate.

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Alanea Alder
— Você trocou os lençóis?
Ele esfregou a nuca.
— O Aeson me ajudou. Baba sabia onde conseguir
tecidos à prova de fogo e os preparou para nós. Não que eu
esteja esperando alguma coisa, — disse ele, acenando com as
mãos na frente do corpo. — Eu sei o quão inocente você é. Eu
nunca presumiria.
Zoe bufou. Talvez ela fosse inocente, mas não estava
morta. Ela teria que dar passos brutalmente diretos para que
ele a visse como uma mulher.
Despreocupada, ela começou a tirar a roupa.
Os olhos de Gage se arregalaram.
— Eu vou ao banheiro enquanto você...
— Não precisa.
Ela tentou esconder as mãos trêmulas enquanto tirava o
sutiã, depois a calcinha. Deitando-se nos lençóis vermelhos
de seda, Zoe se sentiu ousada. Queria o companheiro.
— Gage, meu companheiro. Não vai deitar? — ela
perguntou docemente, lhe estendendo a mão.
Ele ficou imóvel, apenas a olhando. Ela pôde ver sua
garganta engolindo em seco, e este continuou engolindo.
Lembrando-se do conselho de Matthieu, ela se apoiou
nos cotovelos.
— Gage, é meu direito e dever cuidar de você; eu lhe
ofereço tudo de mim.
Ela ouviu sua inspiração rápida enquanto seus olhos
pareciam ficar carmesim em segundos.
— Você não sabe o que está oferecendo.

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Alanea Alder
Ela sorriu sedutoramente.
— Estou te oferecendo meu tudo, ou seja, o sangue em
minhas veias e o calor do meu corpo. — Ela baixou a mão e
deixou os dedos trilharem o caminho entre os próprios seios.
— Estou com uma dor engraçada aqui, Gage. Você acha que
pode me ajudar com isso? — ela disse, roçando o monte com
os dedos.
Ele se moveu mais rápido do que Zoe podia
acompanhar. Em um momento ele estava parado a vários
metros da cama, então ela ouviu um pano rasgando, e a
próxima coisa que viu, seu corpo nu estava pairando sobre o
dela.
Gage se inclinou e lambeu a coluna de seu pescoço.
Quando capturou seus lábios, Zoe suspirou, e ele balançou
os quadris contra ela. E logo se afastou, respirando com
dificuldade.
— Eu vou me banquetear com você, minha
companheira. Vou enfiar minhas presas profundamente no
seu pescoço. Depois vou extrair cada pingo de mel que sua
boceta produzir. Você está pronta para isso?
— Se isso significa que eu também poderei experimentar
como é ter esse comprimento duro e quente bem dentro de
mim, eu diria que nós dois vamos conseguir o que queremos.
O sorriso de Gage se tornou perverso enquanto seus
dedos lhe roçavam o mamilo pontiagudo. Quando Zoe fechou
os olhos para desfrutar da sensação, ele atacou sem aviso.
Com as mãos, puxou as pernas dela e em volta de sua

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cintura. Se inclinou e enterrou as presas na lateral de seu
pescoço.
No início, houve uma dor cegante e ardente, mas depois
não houve nada além de felicidade. Cada puxão de seus
lábios enviou uma corrente elétrica para seu clitóris, fazendo-
o pulsar fora de controle. Ela se remexeu contra o
companheiro, precisando de mais fricção.
Embalando a cabeça dele contra si, ela levantou os
quadris contra ele. Gage se afastou, suas presas espreitando
por sob o lábio.
— Qual você gostaria primeiro, meu amor? Quer meu
pau dentro de você, ou prefere que minha língua lamba cada
ponto sensível dentro do seu canal até que você esteja
implorando para ser penetrada?
Ela estendeu a mão por entre eles e agarrou sua carne
dura.
— Me reivindique, meu companheiro. Que esta noite
seja a primeira noite da minha vida livre. Que esta seja a
primeira e a melhor decisão que tomo por mim mesma.
Ela sentiu seus dedos roçarem os dela quando Gage
agarrou o membro para guiá-lo por entre suas dobras
escorregadias.
— Eu juro te amar para sempre. Não vai te faltar nada, e
eu sempre a colocarei em primeiro lugar, — ele sussurrou
antes de penetrá-la fundo.
Como com sua mordida, houve uma dor aguda, mas não
durou muito. Alimentá-lo a tinha excitado mais do que ela

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achara que excitaria. Ela estava mais do que pronta para o
companheiro.
Zoe sentiu a própria magia espiralar, e olhou para Gage,
assustada. Ele apenas piscou um olho e lambeu seu seio.
Quando soprou este, a sensação foi fria. Lentamente sua
magia errante se acalmou.
— Sim, — ela suspirou, fechando os olhos para
desfrutar da sensação pulsante que seu corpo lhe estava
causando.
Quando se sentiu perto de gozar, serpenteou com a mão
até o clitóris. Ele viu seus movimentos e os próprios
aumentaram em número e intensidade. Seus dedos mal
roçaram sua carne inchada e Zoe gritou.
Ao lado deles, o cristal de luz explodiu, e Gage rugiu
com o orgasmo. Ela sentiu um redemoinho frio no peito. Este
girou ao encontrar o calor dela até que um pequeno ciclone se
formou entre si. Quando Gage estremeceu e foi se retirar, o
ciclone colapsou, enviando duas essências misturadas para
seus peitos. Ele estava com ela agora. Agora e sempre.
Ele caiu para um lado e imediatamente a puxou para
perto.
— Deuses, eu te amo.
— Eu também te amo, meu companheiro.
Zoe iria andar engraçado no dia seguinte, mas valeria a
pena.
Depois de alguns minutos, ela o empurrou.
— O que? Eu te machuquei? — Gage se apoiou no
cotovelo para inspecioná-la.

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— Sim, mas de um jeito bom. Não é por isso que quero
me levantar. Estou toda pegajosa e odeio isso.
Ele se deitou novamente, rindo.
— Eu não devo ter feito um trabalho bom o suficiente se
tal coisa te preocupa.
— É pegajoso, Gage. Isso sempre vai me preocupar.
Ele se inclinou e a beijou.
— Vou pegar um pano. Você fica na cama.
— Os lençóis vão ficar uma bagunça.
Gage se levantou, e ela mais uma vez pôde apreciar a
vista. Apenas músculo o suficiente para Zoe querer traçar as
linhas elegantes com a língua. Ele lhe deu uma piscadela.
— No que quer que esteja pensando, eu concordo, e não,
os lençóis vão ficar bem. São autolimpantes como os robes.
Afinal, é o mesmo tecido.
Ela verificou com a mão.
— Que notável.
Ele gentilmente a limpou, tomando seu tempo para
beijar-lhe as coxas. Quando terminou, simplesmente jogou a
toalhinha do outro lado do quarto. Ela ouviu tal atingir uma
parede e deslizar para o chão.
— Oh, Gage.
Ele bocejou.
— Eu cuido disso de manhã. Durma, minha
companheira.
Ela se aconchegou em seu peito, enfiando a cabeça sob
seu queixo até que pudesse descansar ao lado de onde seu
coração batia. Como sempre, sua batida constante a

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acalmou, e antes que percebesse, ela adormeceu com o
companheiro.
*****
No café da manhã, ela não pôde deixar de notar que as
bochechas dos homens ficavam rosadas quando encontravam
seus olhos. De repente, ela percebeu que a ouviram ser
reivindicada. Calor inundou suas próprias bochechas.
Uma mão deu tapinhas na dela debaixo da mesa. Ela
olhou para cima, e Carson se inclinou.
— Eu vou cuidar do isolamento acústico hoje enquanto
vocês dois estão fora, — ele prometeu no mais baixo dos
sussurros. — Os homens não vão dizer uma palavra, então
não se sinta envergonhada pelo que acontece naturalmente
entre casais acasalados.
Ela deu um leve aceno de cabeça, então pegou a xícara
de café que Ramsey lhe passou. Ao contrário dos outros
homens, ele simplesmente lhe sorriu. Balançando a cabeça
com tristeza, Zoe deixou os homens ignorarem o desajeitado
peso na sala como os cavalheiros que eram.
Balder entrou da cozinha, segurando uma frigideira.
— Zoe, ovos mexidos?
— Sim, por favor.
Ele facilmente colocou uma porção em seu prato.
— Meryn enviou um mensageiro mais cedo de manhã.
Apesar da preocupação do companheiro, ela te convidou para
fazer compras com ela.
Gage colocou a xícara de café de lado.
— Por que Aiden está preocupado?

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— Porque o escudeiro dela, Ryuu, partiu para o Japão
ao amanhecer por um portal com Portia, — explicou Balder.
Ari bocejou.
— Gage e Pierce estão de guarda. — Fazia sentido, já
que Zoe também iria. — Kincaid continuará suas aulas com
os gêmeos e Kendrick.
Zoe mordeu o lábio inferior.
— Eu deveria assistir às aulas também.
Kincaid sorriu.
— Você não vai perder nada hoje. Teremos
principalmente critérios de magia de terra.
Gage se levantou e lhe beijou a testa.
— Eu já volto.
Ela assentiu e ele saiu.
— A mensagem da Meryn disse o que ela queria
comprar?
— Algo sobre suprimentos religiosos, — explicou Balder,
parecendo perplexo.
— Ah. Brownies.
Broden se inclinou para olhá-la.
— Como isso é suprimento religioso?
Zoe deu de ombros.
— Não sei qual o sentido da Meryn, mas sinto que
vivencio algo espiritual quando como brownies. Pode ser algo
assim.
Broden não parecia convencido.
— Nosso comandante disse mesmo que o chocolate
ajuda a curar as mulheres.

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Zoe só conseguiu sorrir e bebericar o café. Se os homens
realmente acreditavam nisso, ela não contradiria,
especialmente porque havia ganhado brownies recentemente
por motivos muito semelhantes aos que eles estavam
descrevendo.
Ela olhou para o assento vazio de Gage e se perguntou o
que o companheiro estava fazendo.
*****
Gage olhou para o telefone. Suspirando, digitou um
nome que conhecia mais que o próprio. Momentos depois,
ouviu uma suave voz feminina.
— Gage?
— Bom dia, mãe.
— É maravilhoso ouvir sua voz, meu filho. É verdade
que encontrou sua companheira?
— Sim, e é por esse motivo que estou entrando em
contato, — respondeu ele, incorporando rapidamente seu
modo mais formal de falar.
— Como ela é? Quero ouvir tudo sobre minha nova filha.
Gage afastou o telefone e olhou para o mesmo. Ele não
esperava essa reação. Tinha certeza de que a mãe lamentaria
perder seu bebê.
Ele colocou o telefone de volta no ouvido.
— Ela é maravilhosa. Animada e calorosa, doce e gentil.
Eu não poderia ter pedido mais aos deuses.
— Ela te ama, certo?
A pergunta partiu seu coração. Ele sabia que o
acasalamento dos pais tinha sido sem amor.

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— Ela me mostra todos os dias, de milhares de
maneiras, o quanto me ama.
Uma expiração irregular o fez desejar estar em Noctem
Falls. Não podia evitar a tempestade de lágrimas prestes a
cair enquanto em Éire Danu.
Um suspiro rápido depois, sua mãe o chocou
novamente.
— Ótimo. Agora, quando posso visitar e conhecê-la?
— Mãe?
— Sim, querido?
— Você está... bem, você está drogada? — ele
perguntou, completamente sem palavras com a mudança em
sua amada mãe.
Sua risada tilintante o confundiu ainda mais.
— Sinto muito por confundi-lo. — Ela suspirou. —
Recentemente, aqui em Noctem Falls, o Príncipe Magnus
abriu a cidade para refugiados.
Gage cerrou os dentes. Ele tinha sido um dos que
tentaram desesperadamente voltar para casa quando a
cidade sofreu com o vírus.
— Eu sei. A rainha nos manteve informados da situação
em Noctem Falls quando percebemos que não
conseguiríamos abrir os portais.
— Ótimo, assim terei menos a explicar. Agora, quando
isso aconteceu, alguns vampiros conheceram seus
verdadeiros companheiros e revelaram ao Príncipe Magnus
um costume de longa data dos membros de Famílias

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Fundadoras e Nobres de organizarem acasalamentos para
manter as linhagens fortes.
Ele não estava gostando do rumo da conversa.
— Gage, eu deixei seu pai. Com o apoio do Príncipe
Magnus, percebi que, embora tenha sido abençoada por te
ter, não preciso ficar na Casa Fabre. Fui morar com sua tia e
seu tio semanas atrás. Pedi a eles que não dissessem nada, já
que eu ainda estava aceitando minha nova vida.
Gage agarrou o telefone com tanta força que o ouviu
estalar.
— Ele chegou a te machucar?
Sua mãe riu de uma forma autodepreciativa.
— Não do jeito que você quer dizer. Foi sua falta de afeto
que causou a maior dor. Todo o resto foi tratado como uma
transação comercial.
Gage cedeu de alívio. Ele se dava bem com o pai,
embora nunca tivessem sido próximos. Ele odiaria ver o pai
como um abusador.
— Eu gostaria que você conhecesse minha companheira,
mãe. Você pode, por favor, me visitar em Éire Danu?
Ele ouviu uma fungada, depois uma risada.
— Claro, meu menino. Posso sair esta noite depois de
cuidar de algumas coisas.
Sorrindo com o fato de que a visita de sua mãe não lhe
induzia ansiedade, Gage balançou a cabeça.
— Você pode ficar aqui na vila dos guerreiros ou na
Propriedade Lionhart. Os pais de Ari lhe fizeram um convite.

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— Oh céus. Sério? Gage, filho, por favor, não leve a mal,
mas por mais que eu queira ficar contigo, seria um pouco
estranho por você estar tão recentemente acasalado e tudo
mais. Além disso, eu adoraria ter a oportunidade de conhecer
Catherine Lionhart, ouvi dizer que ela é uma mulher
incrivelmente forte e acho que isso me ajudaria.
Gage realmente se perguntou se estava vivendo em uma
estranha dimensão paralela.
— Eu não me importo, mãe, mas bem, eu realmente
esperava que você quisesse ficar ao meu lado.
— Você está crescido, Gage, e me corrija se eu estiver
errada, mas sinto que fiz um trabalho bem decente te
criando.
— Você fez.
— Bem, agora é hora de eu aprender sobre mim mesma
e sobre o que posso fazer. Não poderei recuperar meus anos,
mas posso seguir em frente.
— Mãe, palavras não podem expressar o quão orgulhoso
estou de você. Se eu pudesse pedir um favor?
— É só pedir.
— Você poderia compartilhar um pouco da sua recém-
descoberta força e percepção com a minha companheira? —
ele perguntou, antes de descarregar o coração com a história
do passado da companheira.
— Diga a essa jovem para manter a cabeça erguida.
Estarei aí para o jantar, — disse sua mãe com voz firme. —
Vou falar com o Simon e ver o que pode ser feito a respeito
desse Conselho dos Bruxos.

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— Já estão tratando disso, mãe.
— Humph! Não para os padrões de uma mãe
preocupada. Agora, vá mimar aquela sua companheira. Te
vejo em breve.
Pela primeira vez na vida, ele foi capaz de tirar força das
palavras da mãe.
— Nós estaremos esperando.
Ela desligou primeiro, e ele encarou o telefone.
Balançando a cabeça, se levantou, então desceu as escadas.
Quando se sentou ao lado da companheira, ouviu o silêncio
da sala.
A mão dela na dele o fez olhar para cima.
— Gage, o que foi? O que aconteceu?
— Minha mãe está vindo visitar.
Ari riu.
— Precisa que nós intercedamos?
Gage balançou a cabeça e olhou para o líder de sua
unidade.
— Ela deixou o meu pai. Aparentemente, não eram
verdadeiros companheiros. Ela parecia uma pessoa
completamente diferente.
Ele ouviu várias inspirações bruscas ao redor da sala.
— O que quer dizer com não eram “verdadeiros”
companheiros? Um companheiro é um companheiro, —
Aeson perguntou.
— Ela disse que quando o Príncipe Magnus convidou os
lobos, certos vampiros já “acasalados” encontraram
verdadeiros companheiros entre eles. Isso trouxe à tona o fato

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de que muitas das Famílias Fundadoras e Nobres vinham
organizando acasalamentos há anos para manter linhagens.
— Ele exalou e se recostou. Sorrindo, olhou ao redor. — Ela
parecia feliz.
Zoe apertou sua mão.
— Claro que parece. Está livre agora.
Ele lhe levantou a mão e a beijou.
— Ela disse que mal pode esperar para conhecê-la. Na
verdade, tenho ordens para mimá-la descaradamente.
— Uau, ela parece mesmo diferente, — disse Kincaid.
Gage se virou para Ari.
— Ela disse que preferiria ficar na propriedade dos seus
pais e conhecer a sua mãe.
O queixo de Ari caiu.
— Achei que teríamos que arrancá-la do seu lado.
Caramba, isso é uma ótima notícia! — Seus olhos se
arregalaram. — Não sobre seus pais, só que ela está se
sentindo tão bem.
Gage assentiu, rindo também.
— Ela disse que queria se conhecer e conhecer do que é
capaz. Ela até vai falar com o meu tio para causar um
estardalhaço em prol da Zoe.
— De mim? — sua companheira guinchou
adoravelmente.
— Sim. — Ele ponderou sobre toda a conversa
telefônica. — Ela pareceu muito feroz ao te defender. Mal
posso esperar para conhecer esta nova versão da minha mãe.
Zoe se inclinou e descansou a cabeça em seu ombro.

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— Eu também.
Ele estava realmente ansioso pela visita da mãe.
Balançando a cabeça, começou a comer o café da manhã. Só
os deuses sabiam que ele provavelmente precisaria de toda a
sua energia e força naquele dia com duas mulheres
esquentadinhas em sua vida.

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Capítulo dez
Zoe estava com Gage em frente ao palácio. Aiden estava
passando a Meryn uma lista de coisas que esta não podia
fazer. Meryn, por outro lado, estava ignorando-o e se
preocupando com o guarda-sol de Pip. Izzy estava se
despedindo do companheiro, que parecia prestes a fazer
beicinho. Aparentemente, Nigel e Neil ficariam para trás para
ajudar Kendrick com seu projeto de energia do portal após as
aulas de magia de terra.
Pierce observava a cena inteira com um sorriso. Ele a
viu olhando em sua direção e se aproximou.
— Eu sei que Aiden e Ryuu têm boas intenções, mas
eles esquecem metade do tempo que ela é uma mulher
adulta.
Gage estremeceu.
— Eu ouvi histórias do que aquela mulher adulta é
capaz de fazer. Talvez ela realmente precise de algumas
regras.
Zoe cutucou o braço do companheiro.
— Só porque eles são companheiros, não significa que
ele pode estabelecer regras para ela.
Gage suspirou.
— Zoe, estou falando de estabelecer limites para ela não
eletrocutar pessoas e evitar granadas, não que ela não possa
gastar uma certa quantia de dinheiro.

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Zoe olhou para Pierce em busca de confirmação. Ele
assentiu, sorrindo.
— Talvez apenas algumas sugestões, — ela admitiu.
Meryn se aproximou com Pip e um Aiden de aparência
resignada atrás de si. Soltando um grande suspiro, este
pegou a companheira, beijou-a, então a colocou de volta no
chão.
— Tente não acabar com a cidade, bebê.
— Farei todo o possível para conceder seu desejo, —
respondeu Meryn, sorrindo docemente para o companheiro.
— Pierce! — Aiden resmungou alto.
— Vou cuidar dela, senhor. Eu não gostaria de
decepcionar o Ryuu, — Pierce prometeu.
Aiden balançou a cabeça, e ele e Oron caminharam de
volta para o palácio juntos, parecendo preocupados.
Meryn sorriu e esfregou as mãos.
— Os suseranos se retiraram para sua arena de
combate, agora é a hora de atacar! Zoe, mostre-nos o
caminho, — disse Meryn, apontando para a calçada.
Zoe assentiu e os guiou pela passarela com a qual agora
era familiar. Quando estavam à vista do Brick Oven, ouviu
Meryn sussurrar “uau” baixinho.
Gage abriu e lhes segurou a porta, e todos entraram.
— Zoe! Espero que seu companheiro não tenha
estragado tudo de novo, — disse Peter, antes de soltar sua
risada estrondosa.
— Não, ele tem sido bonzinho, — ela brincou.

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Gage lhe deu um tapa no traseiro, fazendo-a ofegar e
cobrir a bunda com ambas as mãos. Mais uma vez, Peter riu.
— Forno, — disse Meryn, balançando ligeiramente.
Izzy apareceu de um lado dela e Pip do outro.
— O que mais? — Pip disse, guiando Meryn.
— Calor, brasas, carvão, forno, não... fornalha. — Meryn
balançou a cabeça. — É um lugar para cozinhar e criar, mas
pode ser para comida ou armas. — Esta olhou para o grande
padeiro. — Você é uma fornalha.
O padeiro a olhou por cima da bancada de vidro.
— O que foi, Vossa Alteza?
Meryn apenas assentiu.
— Tenho uma estúpida empatia, mas ainda não consigo
controlá-la. No entanto, sua imagem apareceu forte e clara.
Você é forte, mas não no sentido musculoso, embora
obviamente você seja muito foda; é mais como se você fosse
versátil e confiável.
As bochechas do grande homem ficaram rosadas.
— Vossa Alteza, acho que nunca recebi tal elogio.
Escolha o que quiser por conta da casa.
Meryn franziu o cenho.
— Eu quero pagar.
Ele olhou para Izzy.
— Então você pode ajudar a sua amiga a ver como fazer
com a minha máquina de café expresso.
Meryn lhe sorriu largamente.

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— A Izzy é a Deusa do Café, eu sou a Imperatriz de
Merytopia. Esperávamos transformar sua loja em um novo
local de adoração.
Ele franziu a testa, então piscou, então piscou
novamente antes de dar de ombros.
— Seja como for, desde que eu possa adicionar
expressos ao menu, ficarei feliz.
— Excelente. Izzy, o que acha? — Meryn perguntou,
apontando para a loja.
Atrás deles, alguns faes entraram e foram até o balcão.
Peter olhou para Meryn.
— Já volto te atender, — disse ele, em seguida, virou-se
para ajudar os clientes.
Izzy e Meryn rodearam o balcão e foram para a área da
cozinha. Zoe olhou para Gage, que apenas balançou a
cabeça. Momentos depois, quando voltaram, Izzy estava
apontando para o balcão atrás de Peter.
— O problema é o espaço. Tenho a sensação de que ele
precisa de tudo o que tem lá atrás para fazer massa e outras
coisas. Mas, se ele sacrificasse essa área de estar na parede
do fundo e ampliasse a cozinha, teria espaço para tudo.
— Espaço para quê? — Um dos fae perguntou enquanto
o amigo estava sendo atendido.
— Estamos pensando em colocar máquinas de café
expresso aqui, — respondeu Meryn, saindo de trás de Izzy.
Os olhos do fae se arregalaram e este fez uma reverência
baixa.
— Bom dia, Vossa Alteza.

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Seus dois amigos se viraram, viram com quem ele estava
conversando e imediatamente se curvaram.
— Bom dia, Vossa Alteza.
— Hum, bom dia.
— Meu nome é Ilan Vi’Exleden. Estes são meus amigos,
Janlor Airston e Dean Li'Morlin. Você disse que ia colocar
máquinas de café expresso aqui? Você agora é a dona deste
belo estabelecimento?
Meryn balançou a cabeça rapidamente.
— Não, estou aqui com a Izzy, a companheira do meu
irmão, Oron Vi’Eirlea. No mundo humano, ela era uma
barista mestre. Peter pediu seu conselho para como adicionar
expressos ao menu.
Os homens se curvaram novamente em uníssono.
— Lady Izzy.
— Cavalheiros, — respondeu Izzy.
Ilan estendeu um cartão para Peter.
— Se precisar de ajuda com financiamento, não hesite
em entrar em contato comigo. Frequento tanto esse local que
me surpreendo por não estar me transformando nos bolinhos
de maçã que tanto devoro. Eu adoraria ver expressos e cafés
adicionados ao menu.
Peter pegou o cartão, parecendo chocado.
— Tem certeza?
Ilan assentiu.
— Se Lady Izzy e a Princesa Meryn estão tão
interessadas assim, sei que vai dar certo. — Ele inclinou a
cabeça. — Desejo-lhe sucesso em suas discussões de

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planejamento. — Ele então deu um pequeno aceno, e ele e
seus amigos saíram.
Peter estendeu a mão e beliscou a própria bochecha.
Recuando, olhou para Meryn e Izzy.
— Os rumores são verdadeiros. Vocês duas causam
ondas de mudança ao seu redor.
A expressão de Meryn ficou pensativa.
— A maioria das pessoas diz caos em vez de mudança.
Peter jogou-lhe um sorriso malicioso.
— Para criaturas que evitam qualquer desvio da norma,
a mudança é vista como caos.
Izzy vasculhou a sempre presente mochila e tirou um
caderno. E começou a rabiscar coisas.
Peter a encarou.
— Ela disse algo sobre mover uma parede?
Meryn assentiu.
— Para onde você achou que as máquinas iriam? A área
da sua cozinha já está meio apertada do jeito que está.
Peter estremeceu.
— O espaço é precioso aqui na cidade.
Gage olhou para Meryn.
— O que foi que você nos disse? Vá para cima.
Meryn se iluminou.
— Sim, você poderia fazer isso. — Ela apontou para o
teto. — Você acha que poderia adicionar um café inteiro no
segundo andar?
Peter olhou para cima, e sua boca se moveu
silenciosamente.

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— Se eu pudesse contratar alguns bruxos para
adicionar um armazenamento de porão, eu poderia aumentar
no andar de cima.
Meryn sorriu.
— Acontece que eu conheço dois bruxos de terra muito
bons que podem ajudar.
Peter balançou a cabeça.
— Eu não vou conseguir bancá-los por um tempo.
Meryn pegou o telefone e digitou uma mensagem.
Momentos depois, se ouviu um ding.
— Você não precisa pagá-los. Eles disseram que
precisavam de um grande projeto como esse para testar
algumas coisas novas que aprenderam. Então, apenas jogue
alguns doces para eles e eles vão terminar em tempo recorde.
A mão de Peter bateu no balcão.
— Você não pode estar falando sério!
Meryn franziu a testa.
— Eu estou. Por quê?
— Essas coisas não acontecem.
— Que coisas?
— Você entrando, disposta a ajudar, então Ilan
Vi’Exleden, de todas as pessoas, oferece financiamento, então
você arruma alguns bruxos de terra! — ele exclamou.
Meryn olhou ao redor da sala, parecendo confusa.
— Nós não deveríamos ajudar?
Pierce pigarreou.
— A maioria das pessoas seria considerada gentil
apenas por passar por aqui. Seriam consideradas incríveis

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por fornecer os números de fornecedores confiáveis. O que
você e Lady Izzy estão fazendo beira o milagroso. Ele tem todo
o direito de ficar boquiaberto, — explicou Pierce.
— Oh. — Meryn franziu o nariz. — Eu só queria um
lugar para comer rosquinhas e tomar café quando eu visitar o
tio Bren.
Peter deu um tapa na testa com a palma da mão.
Izzy ignorou suas altas emoções e caminhou até onde
ele estava, atrás do balcão. E casualmente arrancou várias
folhas de papel.
— Tenho minhas recomendações. Duas opções, na
verdade, dependendo do que você conseguir para o
financiamento. Uma é você estender o balcão por toda aquela
parede ali. Perderia assentos, mas pelo que observei, poucos
ficam para comer. Isso lhe daria espaço para algumas
máquinas e suprimentos. Sua segunda opção seria mais
custosa. Transformar seu espaço no andar de cima em um
café. Você ganharia mais assentos, mas a reforma pode ser
muito cara. — Ela apontou para a metade inferior da página.
— Aqui está um site humano que você pode se inscrever que
o distinguirá como distribuidor. Depois de conseguir isso, é
mais fácil encomendar de atacadistas. Posso ajudar com isso
mais tarde. — Ela lhe entregou os papéis.
— Vale um brownie ocasional? — Gage perguntou,
levantando uma sobrancelha.
— Mais do que vale, — Peter sussurrou, enxugando os
olhos.

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— Posso comer um rolinho de canela? — perguntou
Meryn.
Peter fungou e assentiu.
— Sim, você pode. Vocês, mocinhas, podem pegar o que
quiserem quando quiserem.
— Você vai falir distribuindo guloseimas assim, — Zoe
repreendeu suavemente.
— Tenho certeza de que um brownie ou um rolinho de
canela aqui e ali não vão me deixar no vermelho. — Ele se
virou para Izzy. — O que posso pegar para você?
— Tem alguma coisa com framboesa? — ela perguntou.
— Eu tenho uma tortinha dinamarquesa de framboesa,
— respondeu ele.
— Vendido! — Izzy disse com entusiasmo.
Peter entregou a Meryn e Izzy suas guloseimas, então
olhou para onde Pip estava, quieto no canto.
— E para você, rapaz?
Os olhos de Pip se arregalaram.
— Mas eu não fiz nada do planejamento.
— Mas aposto que ajuda essas duas damas o dia todo,
não é? Por isso você mais que merece uma guloseima, —
Peter explicou em um tom gentil.
— Ele é responsável pelos carinhos e é ótimo em cuidar
de nós, — disse Meryn, puxando Pip para mais perto do
balcão.
Pip corou.
— Eu... eu gosto de chocolate. Meryn me apresentou o
chocolate. É o meu favorito.

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— Que tal um brownie de trufas de chocolate amargo?
— Um o quê? — Zoe perguntou, junto com Meryn e Izzy.
Peter riu.
— Uma das minhas criações mais viciantes. — Ele
balançou ambas as sobrancelhas.
Meryn enfiou o rolinho de canela inteiro na boca e
mastigou rapidamente.
— Quero experimentar isso também! — ela disse, com a
boca cheia do rolinho meio comido.
Rindo, Peter olhou para Zoe, Gage e Pierce.
— Interessados?
Ao lado de Meryn, Izzy devorou a tortinha.
Zoe assentiu, porém os homens balançaram a cabeça.
Peter pegou quatro brownies e os entregou.
Zoe, segurando seu deleite embrulhado em papel
manteiga, olhou para Pip, então para Meryn e Izzy.
— No três?
Meryn assentiu.
— Um... dois…
Todos deram uma mordida ao mesmo tempo. Gemidos
encheram a pequena padaria.
— Deuses acima, — Zoe disse, desta vez lágrimas reais
caíram de seus olhos.
Meryn e Izzy se moveram, com as pernas trêmulas, para
se sentar em uma das mesas.
Zoe se juntou a elas enquanto Pierce ajudava um
trêmulo Pip a se sentar ao lado de Meryn.
— Isso, isso que é vida, — Zoe disse reverentemente.

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Izzy começou a tremer.
— Imagine isso com um mocha.
Meryn pegou o telefone e segurou-o contra o ouvido.
— Ei, bebê, sabe aquela coisa que você quer tentar? O
Brick Oven tem brownies de trufa de chocolate amargo. Para
cada noite que eu receber meia dúzia, você pode tentar, você
sabe o quê, — Meryn prometeu.
— O que?! — foi a exclamação alta e surpreendida.
Meryn fungou.
— Aiden, é tão bom que eu quero chorar, — disse ela
antes de gemer.
— Pierce!
Suspirando e balançando a cabeça, Pierce pegou o
telefone.
— Não, senhor, elas estão apenas comendo brownies.
Não, senhor, apenas brownies. — Houve silêncio. Então este
começou a rir. — Sim, senhor. — Ele digitou no telefone,
terminando a chamada.
Este pigarreou e olhou para Peter.
— O Comandante da Unidade, Aiden McKenzie, gostaria
de fazer um pedido de dez dúzias de brownies de trufas de
chocolate amargo.
Segundos depois, o telefone de Izzy tocou.
— O-olá? — respondeu Izzy. Seus olhos ainda estavam
fechados. — Oh, Oron, é tão bom. Eu quero mais em mim, —
esta choramingou.
— Maldição! Pierce!

My
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Alanea Alder
Incapaz de conter o riso, Pierce arrancou o telefone de
Izzy da mão da mesma.
— Sim, Vossa Alteza? Sim, senhor, eu entendo. — Ele
mais uma vez encerrou a ligação e colocou o telefone ao lado
da mão de Izzy. — E o Príncipe Oron gostaria de pedir seis
dúzias de brownies de trufa de chocolate amargo, —
anunciou este.
Peter derrubou as pinças que estava segurando.
— O que?
Pierce sorriu de canto.
— Se não tiver esse tanto, talvez só envie duas dúzias
para o palácio todos os dias por um tempo.
Peter olhou dele para onde as mulheres estavam
sentadas, escravas do êxtase. Voltando-se para Gage.
— Algum para você?
Enxugando lágrimas de riso, Gage se virou para Zoe.
— Bem, Zo?
Ela lambeu os dedos, satisfeita.
— Gosto mais do doce que comi ontem à noite.
O olhar caloroso de Gage a fez corar.
Rindo, Peter começou a pegar caixas para os pedidos
insanos que acabara de receber.
Inclinando-se, Gage lhe mordiscou o pescoço.
— A noite passada foi igualmente viciante.
Ela se virou e lhe beijou o nariz.
— Concordo.
*****
— Eu meio que quero café agora, — Meryn reclamou.

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Alanea Alder
Izzy apontou para o palácio.
— Nós sempre podemos voltar mais cedo, e eu posso
fazer o que você quiser.
Meryn balançou a cabeça e olhou para Gage e Pierce.
— Vocês têm cartões de crédito, certo?
Gage assentiu, e Pierce pegou a carteira.
— Eu tenho o seu. Ryuu me deu quando soube que eu
estaria cuidando de você hoje.
— Vamos, — disse Meryn, descendo a Rua Principal.
Os olhos de Gage se arregalaram.
— Vamos aonde?
— Para Madison.
— Oh, nem a pau! O Aiden vai me estripar se eu te levar
lá, — Gage objetou.
— Nós vamos apenas tomar um café. Além disso, temos
você e Pierce conosco. Ninguém seria estúpido o suficiente
para tentar qualquer coisa, — Meryn rebateu.
Zoe seguiu, ficando perto de Meryn. Ela nunca tinha ido
a uma cidade humana e estava morrendo de vontade de ver
como era.
— Que parte de “o Aiden vai me estripar” não ficou
clara? — Gage perguntou, cruzando os braços sobre o peito.
Meryn apenas continuou andando.
— Não é como se eu precisasse de permissão. Posso ir
aonde quiser, desde que eu não seja estúpida e tente ir
sozinha.
Pierce apenas a seguiu. E puxou o telefone.

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— Código Ameaça, repito, Código Ameaça. — Ele
desligou o telefone e o guardou.
Zoe tinha a sensação de que o guerreiro sabia o
resultado. Meryn iria para Madison de uma forma ou de
outra.
Gage caminhou ao lado de Pierce.
— O que é Código Ameaça?
— Código Ameaça é a frase que a Vanguarda inventou
quando soubemos que ela ia nos visitar com o Aiden.
Significa que ela fugiu, conseguiu escapar do Aiden e precisa
de uma escolta, — explicou Pierce.
Meryn se virou, então estava andando de costas.
— Eu amo como a Vanguarda me entende.
Pierce piscou um olho.
— Lembre-se, Meryn. A maioria da Vanguarda está
inativa porque completamos um longo período servindo como
guerreiros de unidade. Vimos uma coisa ou duas.
— Boa!
Pip, andando de ré, parecia preocupado.
— Meryn, os humanos vão gostar de mim?
Meryn parou e se virou para Pip.
— O que há para não gostar? Você é adorável pra
caramba.
Zoe se aproximou mais.
— Ouvi dizer que os humanos podem ser cruéis.
Pip assentiu rapidamente.
— E que são preconceituosos, mesmo entre a própria
espécie.

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Alanea Alder
A expressão de Meryn se transformou em tristeza.
— É verdade que a maioria dos humanos são babacas,
mas, na maioria das vezes, são decentes. Quando chega a
hora da verdade, eles tendem a fazer a coisa certa. — Ela
olhou para Zoe. — Se você tiver que acidentalmente iniciar
um incêndio, tente iniciá-lo próximo de algo que possa ser
explicado como a fonte, como uma grelha, um cigarro ou algo
assim.
Zoe engoliu em seco.
— Eu realmente não consigo controlar muito isso.
Meryn deu de ombros.
— Faça o seu melhor. — Esta então voltou a caminhar
em direção ao portal principal da cidade. Quando chegaram
lá, os fae fizeram sentido e, com as mãos sobre seus corações,
se curvaram.
— Vossa Alteza.
— Eu gostaria de ir para Madison, por favor, —
anunciou Meryn.
Um dos guardas parecia apreensivo.
— Tem certeza, Vossa Alteza? Os que matam os fae
ainda estão por aí.
Meryn apontou para Pierce e Gage.
— Vou com guerreiros da unidade e me encontrarei com
a Vanguarda do outro lado do portal. Não vamos demorar
muito.
O guarda fez uma meia reverência.
— Como desejar.

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Alanea Alder
Juntos, estes ativaram o portal, e o segundo guarda
estendeu o cotovelo.
— Eu a escoltarei e a esperarei do outro lado para abri-
lo quando você voltar.
Meryn colocou a mão em seu cotovelo de forma delicada.
— Obrigada.
Zoe sentiu suas entranhas tremendo de excitação. E
pegou a mão de Gage. O simples gesto ajudou a acalmá-la.
Juntos atravessaram, e Zoe se viu dentro de um prédio.
Olhando em volta, parecia que estavam na sala de estar de
alguém.
Meryn olhou ao redor, confusa.
— Onde estamos? Achei que este portal levava à
floresta.
O guarda sorriu.
— E pode, mas também pode ser aberto aqui na
propriedade da Vanguarda. Achamos que poderia ser mais
fácil para você.
— Fodástico.
— Bem-vinda novamente, Ameaça, — disse uma voz
profunda do saguão.
— Pague, Cam, — o homem ao lado dele exigiu,
estendendo a mão.
Cam suspirou, pegou a carteira e passou uma nota.
— Droga, Liam, como você sabia que ela voltaria aqui?
Liam soprou as unhas e as poliu na camisa.
— Porque sou um dos maiores fãs da Meryn.
Cam olhou para o guarda.

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— Fique à vontade. — Voltando-se para eles. — Ok,
Meryn, o que você tinha em mente?
— Serão apenas você e Liam?
Ele assentiu.
— Isso não é tão ruim. A primeira coisa a se fazer é
conseguir equipamento tecnológico para a Zoe e uns jeans.
Então nos deleitaremos com café.
Zoe olhou para baixo e percebeu que, em comparação
com Meryn, Pip e Pierce, ela e Gage se destacavam um pouco.
Liam apontou para um corredor lateral.
— Tem roupas extras ali, Gage. — Ele franziu a testa. —
Mas não temos nada para Lady Zoe.
Meryn sorriu e vasculhou a própria bolsa.
— Ela pode usar isso até conseguir as próprias roupas,
— disse ela, estendendo um saco de cetim.
Zoe olhou para a mulher menor.
— Meryn, eu aprecio a ideia, mas não acho que eu
caberia em suas roupas.
Meryn balançou o saco de um lado ao outro.
— Este é o meu super vestido. O Vestido de Éire Danu,
ele se ajustará a você.
Gage olhou Meryn.
— Então, essas são as suas roupas?
— Sim.
— E você guardou o vestido em vez de usá-lo?
— Uh, sim.
— Então estava planejando vir aqui o tempo todo, —
afirmou Gage, soando um pouco exasperado.

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— Olhe para você, pensando e tudo mais, — Meryn
brincou. — Zoe, o recompense mais tarde.
Zoe cobriu a boca para esconder o sorriso.
— Obrigada, Meryn. — Ela se aproximou e beijou a
bochecha da pequena mulher, fazendo-a estalar. Pegando o
saco, Zoe sorriu para Cam. — Uma área para me vestir?
Este apontou para o mesmo corredor.
— A área da lavanderia à esquerda para o Gage,
banheiro para se trocar à direita para você, Lady Zoe.
Segurando o saco perto do peito, ela caminhou com
Gage para se trocar para o passeio da tarde.
*****
A primeira tarefa fora comprar roupas. Depois de
descobrir jeans e suéteres, ela devolveu o super vestido de
Meryn para tal. Assim que experimentou jeans, prometeu
usá-los com mais frequência. Estes eram mais confortáveis
do que pareciam e estavam na moda. A garota da loja lhe
mostrou como estes poderiam ser “combinados” e ela acabou
comprando meia dúzia de pares.
Apesar da diversão, Zoe estava dividida. Ela adorava que
a cidade inteira fosse composta de coisas sobre as quais ela
só tinha lido a respeito. Carros, prédios altos e tecnologia em
todos os lugares! Mas tão animada quanto estava, também
odiava isso. Havia muito de tudo. Era muito barulhento e
muito luminoso, e os cheiros poluentes a deixavam enjoada.
O rosto preocupado de Meryn a olhou.

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— Sinto muito. Eu esqueci o quanto era barulhento.
Você consegue aguentar tempo suficiente para pegarmos um
café? Já compramos a maioria das suas coisas.
Zoe olhou para Gage e deu-lhe um sorriso pálido. Seu
pobre companheiro estava carregado de sacolas de compras.
Ela não tinha ideia de qual equipamento tecnológico possuía
agora, mas Meryn assegurara-lhe de que era tudo muito
necessário.
— Talvez algum lugar mais calmo?
Izzy pegou sua mão.
— Conheço o lugar perfeito. Me candidatei a uma vaga
lá uma vez porque era bonitinho, mas aceitei o outro emprego
porque era mais perto do meu apartamento. Fica a cerca de
cinco minutos a pé daqui.
Zoe lhe apertou a mão.
— Parece maravilhoso.
Eles começaram a andar e Meryn, pela quarta vez,
puxou Pip para fora da rua e para longe dos carros que
passavam zunindo.
Seus olhos estavam arregalados, e ele olhava ao redor
com uma admiração infantil. Durante todo o tempo em que
exploraram a cidade, Pip ficou sob seu guarda-sol de seda.
— Meryn, aquele homem ali, ele tem metal na cara! —
exclamou Pip.
— É tipo brincos, mas você pode colocá-los em qualquer
lugar, — explicou Meryn.
— É uma decoração?
Esta assentiu.

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Alanea Alder
Quando o homem com vários piercings e tatuagens
passou, percebeu como os olhos de Pip o seguiam. Ele se
virou, carrancudo.
— Tá olhando o quê?
Zoe foi se colocar entre ele e o homem estranho, mas,
para sua surpresa, Pip avançou.
— Eu estava admirando suas decorações de metal.
Minha irmã diz que são como brincos, mas podem ser
colocados em qualquer lugar. — Pip apontou para as
tatuagens do homem. — Isso é como uma tatuagem de
guerreiro?
O homem passou de hostil a amigável ao se deparar com
a sinceridade de Pip.
— Não essa, rapazinho. Essa fiz quando meu cachorro
morreu. — Ele levantou a manga e apontou para uma
tatuagem elaborada. — Esta foi a que fiz quando entrei no
serviço militar.
Pip engoliu em seco.
— Para ter tantas decorações de metal e tatuagens, você
deve ser muito corajoso e muito forte.
O homem riu.
— Não é tão ruim depois das primeiras. — Ele olhou em
volta e viu Gage, Pierce, Cam e Liam. E deu um aceno de
cabeça do tipo masculino, reconhecendo-os. — Eu não ficaria
parado por aqui. Não muitos são tão compreensivos quanto
eu, — ele os aconselhou. — A polícia tem lidado com mais
pessoas desaparecidas ultimamente.
Pierce olhou para Izzy.

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— Quanto mais adiante?
Izzy virou-se para o estranho.
— Estamos indo para o Mugs.
Ele apontou para a direita.
— Corte a Sétima e vá de lá. Se continuarem descendo
pela rua do mercado, fica arriscado.
— Agradecemos o aviso, — disse Gage.
— Estou sempre disposto a ajudar um colega militar.
Gage riu.
— Como sabia?
Zoe observou como seu companheiro mudava para um
modo preguiçoso de falar.
Pierce deu um tapinha nas costas de Gage.
— Eu juro, mesmo quando se sai, fica uma marca
permanente. Sempre consigo identificar um irmão no meio da
multidão.
O homem riu.
— E não é que é verdade? — Ele bagunçou o cabelo de
Pip. — Tomem cuidado vocês. — Ele acenou e voltou a andar
pela calçada.
— Muito bem, Gage. Você interpretou o papel
perfeitamente. Talvez quando terminar em Éire Danu, você
possa se juntar a nós em Madison, — Cam elogiou.
Gage apenas balançou a cabeça.
— Eu não vou terminar as coisas em Éire Danu por um
bom tempo.
Pip virou-se para Meryn.

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— Você estava certa. Nem todos os humanos são legais,
mas alguns são.
Pierce os conduziu pela Sétima, e Izzy os acompanhou
até uma parte mais agradável de Madison. Quando esta
parou e apontou, estavam do lado de fora de um grande
prédio de tijolos.
— Aqui é o Mugs.
Gage segurou a porta e eles entraram.
Zoe, junto com Meryn e Izzy, inalaram profundamente.
Sem perder um segundo, Meryn caminhou até o balcão.
— O que posso fazer para você? — perguntou o jovem.
— Eu gostaria de abrir uma conta, — disse Meryn,
olhando para o menu.
O homem a encarou.
— Senhora, nós... nós não fazemos isso aqui. Espere,
quanto você ia pedir?
Izzy deu um passo adiante.
— Ela vai tomar uma dose quádrupla de mocha latte
agridoce descafeinado, encorpado. Eu vou querer um mocha
de framboesa com chocolate branco, e este jovem vai querer o
café com leite e baunilha. — Ela se virou para Zoe. — Você
sabe o que quer?
Zoe a olhou.
— Que língua você está falando?
Izzy riu.
— Mais café ou mais chocolate?
Zoe pensou por um momento. Eles haviam comido
brownies no Brick Oven.

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— Mais café, por favor.
Izzy se virou novamente.
— E para ela um ristretto branco simples.
O jovem exalou.
— Obrigado!
Izzy riu.
— Confie em mim, eu sei. Nada é pior do que um cliente
que não sabe pedir.
— Vou começar esses. — Ele olhou para atrás delas. —
Cavalheiros?
Pierce virou-se para Gage, Cam e Liam.
— Café preto?
Estes assentiram.
Pierce levantou quatro dedos.
— Quatro cafés pretos.
O barista assentiu e começou a preparar.
Meryn se virou.
— Como vocês podem vir aqui e pedir algo chato?
Pierce deu de ombros.
— Eu sou um cara simples, Meryn.
Uma a uma, as bebidas foram colocadas no balcão, e
Izzy as pagou. Eles encontraram uma mesa perto da janela e
sentaram-se para tomar suas bebidas.
Meryn tomou um gole e suspirou.
— Perfeição.
— Pense nisso, se o Peter conseguir as máquinas, nós
poderíamos tomar isso todos os dias sem tomar conta da
cozinha do Cord, — Izzy apontou.

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Gage tomou um gole de café.
— Achei que o Dav também tivesse máquinas.
Izzy balançou a cabeça.
— Ele tem uma máquina que pode fazer expressos e
bebidas básicas. Eu dei ao Peter planos para uma cafeteria, o
que significa bebidas mais complicadas, como o flat-white.
Zoe tomou um gole e suspirou feliz.
— Acho que esse é o meu novo favorito.
Meryn estava prestes a falar quando seu telefone tocou,
depois tocou, depois tocou novamente.
— Merda, — ela murmurou. Pegou o telefone e
estremeceu. — Acabou o show. Nós deveríamos voltar tipo,
daqui a pouquinho.
Pierce riu.
— Hora do acerto de contas.
Meryn tomou outro gole.
— Valeu a pena. Eu queria que a Zoe e o Pip
experimentassem um pouco de liberdade.
Pip deitou a cabeça no ombro de Meryn.
— Eu amei!
Zoe recostou-se. Tinha sido avassalador e barulhento,
mas ela fora capaz de ir a qualquer lugar que escolhesse.
— Obrigada, Meryn, por tudo. Mesmo pela tecnologia
com a qual não sei muito bem o que fazer.
Meryn riu.
— É de graça.
O telefone desta tocou, e ela suspirou, revirando os
olhos.

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— Nós realmente precisamos voltar.
— Aiden? — Pierce perguntou, se levantando.
Ela balançou a cabeça.
— Não. Foi o Ryuu.
Pierce estremeceu.
— Ai.

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Capítulo onze
O fae que abriu o portal devia ter recebido ordens da
rainha, porque quando o atravessaram, ficaram em frente ao
palácio e de um Comandante de Unidade de aparência muito
irada.
— Madison? Madison! — ele rugiu.
— Sim, e?
— Onde as pessoas estão desaparecendo?
— Sim, eles já atacaram Madison, então,
estatisticamente falando, estávamos mais seguros lá do que
aqui com portais de sombra surgindo, — apontou Meryn.
Aiden passou as mãos pelo cabelo.
Pierce esfregou o queixo.
— Sabe, Comandante, quando ela coloca dessa forma,
realmente faz muito sentido.
— Quieto, Pierce! Você é tão ruim quanto o Ryuu,
cooperando com os esquemas malucos dela, — Aiden
resmungou.
— Até mesmo eu teria me recusado a ir para Madison,
— Ryuu disse secamente, os braços cruzados. E olhou para a
própria incumbência com uma expressão plana.
Meryn foi até ele e o abraçou ao redor da cintura.
— Eu tive que ficar muito ocupada porque senti sua
falta, — ela disse baixinho.
Ryuu exalou enquanto seu rosto se suavizava.

My
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Alanea Alder
— Oh, denka.
Zoe observou Meryn com o escudeiro e percebeu que a
mulher menor estivera enfrentando a própria ansiedade o dia
todo sem o escudeiro ao lado.
— Você fez muito bem, Meryn, — disse Zoe.
Aiden puxou Meryn para um abraço próprio.
— Eu achei que você tinha dito que estava bem?
Meryn esfregou os olhos.
— Eu estava, bem, eu sabia que tinha que estar porque
o que o Ryuu estava fazendo era importante, mas eu nunca
quero que ele saia de novo, tipo, nunca.
Ryuu fez uma meia reverência.
— Eu lhe juro, denka, vou ficar ao seu lado daqui em
diante.
Zoe não pôde deixar de olhar ao redor. Onde estava o
indivíduo pelo qual Ryuu estivera longe a maior parte do dia?
Ryuu chamou sua atenção e assentiu.
— Eles estão te esperando nos aposentos da rainha. —
Ele sorriu. — A rainha está muito encantada com eles.
Zoe pegou a mão de Gage e praticamente o arrastou
para dentro do palácio. Juntos, todos foram para os
aposentos pessoais da rainha.
— Titia, cheguei! — anunciou Meryn.
— Ótimo, me sinto melhor sabendo que está em Éire
Danu, — respondeu a Rainha.
Zoe olhou para os dois novos indivíduos à mesa.
Ryuu rodeou a mesa para ficar atrás destes.

My
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Alanea Alder
— Denka, Lady Zoe. Estes são Ame e Yuki. Eles que
estarão auxiliando Lady Zoe em seu dia-a-dia. — Ryuu
colocou uma mão em cada um dos ombros dos meninos.
Zoe os olhou. Eram apenas crianças, e por que havia
dois?
— Como é que há dois? Era compre um leve dois ou algo
assim? — perguntou Meryn.
Ryuu balançou a cabeça, então assentiu.
— Algo do tipo. Minha antiga casa já havia manifestado
interesse em Ame. Seu dom é a chuva, então ele, claro, era
muito cobiçado. Nós, no entanto, fomos atrás de Yuki, cujo
dom é a neve.
— E? Sinto que há mais nessa história, — Meryn
encorajou.
Ryuu inclinou a cabeça.
— Como sabe, minha antiga casa não trata bem seu
povo. A Casa Fujiwara estava hesitante em deixar Ame ir. Ao
oferecer por Yuki, fomos capazes de proteger os dois.
— Como? — Zoe perguntou.
— Porque não se pode ter neve sem chuva, — Ryuu
respondeu.
Como Ryuu, os meninos tinham lindos traços japoneses,
mas ao contrário do escudeiro, seus olhos eram bem azuis e
seus cabelos brancos. Eles os observavam com olhos
arregalados e sem piscar. Para Zoe, não pareciam ter mais de
cinco ou seis anos.
— Ryuu, eles têm idade suficiente para servir? — ela
perguntou.

My
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Ele assentiu.
— Embora pareçam jovens, eles, na verdade, têm várias
centenas de anos.
Zoe os observou, observando-a. Eles se apresentavam
como crianças, então ela os trataria como tal.
— Ambos virão para casa comigo?
Ryuu olhou para baixo.
— Bem?
O menino à sua direita falou primeiro.
— Eu posso ajudar em casa. Yuki é melhor com as
pessoas, — ele respondeu em perfeito inglês.
Zoe teve um desejo irresistível de pegá-los no colo e
mantê-los seguros. Eram tão fofos e tão pequeninos.
— Você deve ser Ame. Nós viveremos com os guerreiros
da unidade da cidade. Vai se sentir confortável com isso? —
ela perguntou, mantendo a voz suave e gentil.
Ame se levantou, fazendo com que Yuki se levantasse.
Eles deram as mãos e caminharam até ficar na frente dela.
— Fomos contratados para atendê-la. Você nos diz para
onde ir.
Zoe não se importou que Ryuu lhe dissera que estes
tinham várias centenas de anos. Ela viu como se agarravam
desesperadamente um ao outro e como seus pequenos corpos
tremiam. Olhando para cima, ela encontrou os olhos de
Ryuu, e este sorriu. Ele tinha feito tudo o que podia para
mantê-los seguros, e agora era a vez dela. Quem melhor para
expô-los ao mundo do que alguém que o estava descobrindo?

My
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Alanea Alder
Ela se abaixou e, embora um pouco difícil no início,
apoiou um menino em cada quadril.
— Vamos ser uma família a partir de agora. Vocês
cuidam de mim, e eu cuido de vocês. Então, se não gostarem
de alguma coisa, me digam imediatamente, ok?
Gage colocou a mão em sua lombar, apoiando-a.
— Meu nome é Gage Fabre, sou companheiro de Zoe,
então acho que agora vocês também são minha família. Será
meu trabalho protegê-los de qualquer um e de qualquer
coisa. Trabalharemos juntos para manter a Zoe feliz e
saudável. Acham que podem fazer isso?
Ambos os meninos assentiram com entusiasmo.
— Hai! — eles responderam em vozes abafadas.
— Deuses, já estou meio apaixonada por eles. — Zoe
lhes franziu o cenho de brincadeira. — Vocês vão me ter na
palma dessas suas mãozinhas, não vão? — ela perguntou
brincando.
Ambos os meninos lhe sorriram largamente antes de
Ame enterrar o rosto em seu cabelo.
Zoe virou-se para Ryuu.
— Eles comeram?
Este balançou a cabeça.
— Estávamos prestes a comer quando recebemos a
mensagem de que todos vocês estavam a caminho.
Zoe caminhou até a mesa e sentou os meninos à própria
direita.

My
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— Vamos alimentar vocês dois então. Depois podemos ir
para casa. — Ela olhou para Gage. — Os caras vão perder a
cabeça.
Gage piscou, então riu.
— Tecnicamente, acho que o Ari ainda é o mais novo,
mas não acho que isso vá importar, — disse ele, apontando
para os pequenos meninos.
— Vai se foder, — Ari rosnou.
Brie deu um tapa em seu ombro.
— Não na frente dos bebês.
Ari apontou.
— Eles são mais velhos do que eu.
Brie cruzou os braços.
— Não importa.
Ame puxou a manga de Zoe.
— Como te chamamos?
— Como querem me chamar?
— Aneue.
— Perdão, não sei o que isso significa.
— Significa honrada irmã mais velha, — Ryuu
interpretou.
Zoe inspirou.
— Eu adoraria ser a irmã de vocês! — Ela puxou os dois
meninos para perto. Agora entendia Meryn e Pip um pouco
melhor. Abraçar um irmão mais novo era bom.
Ame apontou para ela.
— Aneue. — Então apontou para Gage. — Aniue.
Gage olhou para Ryuu.

My
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— Honrado irmão mais velho? — adivinhou.
Ryuu assentiu.
— Exatamente.
Zoe encostou a cabeça no ombro de Gage enquanto este
se engasgava um pouco.
— Acho que vou gostar de ser o irmão mais velho para
variar.
— Eles são gêmeos como nós? — Neil perguntou.
Ame balançou a cabeça.
— Não, eu sou vinte anos mais velho.
— Eu sou mais extrovertido. Ame gosta de ficar em casa,
— acrescentou Yuki.
Zoe olhou para baixo.
— Vocês gostariam de terem ficado no Japão? Tudo é
diferente aqui. Vão ficar com saudades de casa?
Ambos os meninos balançaram as cabeças de um lado
ao outro repetidamente.
— Não! Ryuu-sama disse que poderíamos ter uma casa
de verdade aqui. Uma verdadeira família. Ele é honrado. Ele
não mentiu. — Ame segurou sua manga com as duas mãos.
— Nós não somos coisas para você.
— Não vou perguntar de novo. Em vez disso,
compartilharei com vocês tudo sobre este lugar à medida que
o descubro. Eu acabei de chegar e, antes disso, ficava
sozinha, então tudo é novo para mim também. Vamos
descobrir as coisas juntos.
Ame e Yuki trocaram olhares, então lhe assentiram.
— Nós gostaríamos disso.

My
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Alanea Alder
Yuki se inclinou para trás para olhar para Gage.
— O que fazemos para manter Aneue segura?
— Sua magia de fogo fica fora de controle às vezes. Sua
principal prioridade é garantir que ela esteja segura. Sua
segunda prioridade será minimizar os danos a qualquer
estrutura em que estejamos ou aquelas ao redor, — explicou
Gage.
— Gage, isso soou muito como ordens, — Zoe disse,
agitada com ele.
Yuki e Ame fizeram meias reverências em suas cadeiras.
— Agradecemos ordens claras para que possamos servi-
la melhor.
— Eu quero que vocês tenham tempo para si também.
Há alguma coisa que vocês queiram ou queiram aprender? —
Zoe perguntou.
Ame olhou para Yuki, que acenou com a cabeça em
apoio antes que os olhos de Ame caíssem nas próprias mãos
no colo.
— Eu gostaria de aprender mais sobre como cozinhar e
servir uma casa da mesma maneira que um escudeiro faria.
Yuki olhou para Gage.
— Eu gostaria de aprender a lutar. Dessa forma, posso
manter minha Aneue e meu irmão em segurança.
— Ame é mais que bem-vindo a vir ao palácio em seus
dias de folga. Eu posso lhe mostrar receitas e o que faço para
atender a rainha, — Cord ofereceu.
— Também ajudarei enquanto estiver aqui, —
acrescentou Ryuu.

My
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Gage virou-se para Aiden, parecendo um pouco perdido.
Aiden levantou uma sobrancelha.
— Não é tão fácil, né? Cuidar de um guerreiro mais
jovem. — Ele se recostou e olhou para Yuki. — Podemos
inventar alguns exercícios menores para ele. Sascha estudou
artes marciais e pode ajudar. — Ele olhou para Yuki. — Não
digo isso porque você é do Japão, mas as artes marciais são
um dos melhores equalizadores que já vi em batalha. Seu
tamanho não seria um obstáculo.
Yuki fez uma reverência.
— Serei guiado pelo lorde de meu Aniue.
As sobrancelhas de Aiden se ergueram.
— Lorde?
Yuki inclinou a cabeça.
— Não é esse o termo?
Aiden pigarreou.
— Você pode simplesmente me chamar de Comandante.
É o que sou.
— Obrigado por corrigir minhas palavras.
Pip puxou a manga de Meryn da mesma maneira que
Ame fizera com ela.
— Posso fazer as apresentações?
Meryn assentiu.
— Boa ideia. Você é o melhor nas apresentações.
Pip estufou o peito e se levantou. À sua maneira de
falar, ele deu a volta na mesa e apresentou a todos, incluindo
observações interessantes de seu tempo com eles. Zoe achou
suas palavras e frases simples encantadoras.

My
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Alanea Alder
Olhando para baixo, notou que Ame e Yuki estavam
assentindo enquanto ouviam. A maneira fácil de falar de Pip
significava que os meninos conseguiam acompanhar. Quando
ele terminou, Ame a olhou e apontou para Oron.
— Aquele mudou o nome para Vi'Eirlea, tornando-se o
irmão de Lady Meryn, mas ele já estava conectado a ela
porque sua prima é casada com o irmão adotivo de Oron?
Zoe franziu a testa.
— Sim, exatamente. É um pouco confuso, não é?
Meryn olhou em volta em busca de algo, então sorrindo,
pegou o pequeno pote de geleia e colocou ao lado do próprio
prato.
— Eu realmente não me importo com todos os detalhes.
Significava apenas mais família para mim. — Ela derramou
metade da geleia no prato e misturou com o creme feito por
Cord, criando uma mistura arroxeada. Pegando seu bolinho,
ela o mergulhou na mistura e começou a comer.
Aiden a olhou.
— Meryn, posso experimentar um pedacinho? — ele
perguntou, lambendo os lábios.
— Só porque me comprou brownies, — disse ela,
estendendo um para o companheiro.
Ele deu uma mordida e assentiu em aprovação.
— Perfeito.
Brennus suspirou, olhando para seu prato de bolinhos.
— Ela sempre descobre a maneira mais rápida de comê-
los. — Ele então pegou a geleia.

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BeacoN
Alanea Alder
Cord trouxe duas tigelas de sopa e as colocou diante dos
meninos.
— Achei que talvez uma sopa de legumes seria uma boa
maneira de introduzi-los a alimentos ocidentais. Também
deve lhes deixar espaço suficiente para o jantar mais tarde.
Ame pegou a colher e tomou um gole. E sua expressão
mudou para uma de pura alegria.
— Não conheço a maioria dos temperos, mas sei dizer
que foram escolhidos porque se misturam bem.
Cord assentiu.
— Quando você vier visitar, vamos começar com o
armário de especiarias.
Ame estava praticamente vibrando na cadeira de
animação. Yuki estava sorrindo suavemente com a felicidade
do irmão.
Houve uma batida na porta antes que uma pálida Portia
entrasse apressada. Esta imediatamente olhou para
Kendrick.
Sem dizer uma palavra, ele lançou um feitiço de
insonorização.
A Rainha olhou para cima, preocupada.
— Portia?
— Vossa Majestade, por favor, perdão pela interrupção,
mas tenho Karl Brugmansia e Andrei Jessamine exigindo ver
Lady Zoe. Eu os teria levado à sua sala de audiência, mas
estes estão fazendo afirmações que achei melhor serem
discutidas em particular.

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Alanea Alder
Zoe não pôde evitar a própria reação. Seu corpo
começou a tremer tanto que o prato à sua frente começou a
barulhar contra a mesa.
A Rainha olhou para Zoe.
— Se prepare. — Virando-se para Portia, ela
simplesmente assentiu.
Com uma expressão contraída, Portia foi até a porta e
escoltou os dois homens para dentro.
O estômago de Zoe revirou e se apertou. Ela tentou
exalar lentamente pelo nariz, mas isso não estava
funcionando para acalmar seus nervos. Sob a mesa, uma
mão pequena e fria segurou a dela. Quando olhou para baixo,
Ame a observava com uma expressão serena.
Fechando os olhos, ela respirou fundo novamente e
permitiu que a frieza de seu toque acalmasse seus nervos
desgastados. Quando abriu os olhos, tudo parecia um pouco
mais sólido. Ela sorriu em agradecimento. Ame apenas deu
um aceno curto. Então os dois garotos se viraram em
uníssono para encarar os recém-chegados.
Karl Brugmansia, um dos anciãos do Conselho dos
Bruxos, avançou com Andrei em seus calcanhares.
— Vossa Majestade, obrigado por concordar em nos ver
com tão pouca antecedência, — disse Karl agradavelmente,
curvando-se quando estava perto o suficiente para ficar
diante da rainha.
A rainha sentou-se ereta com uma das expressões mais
altivas que Zoe já tinha visto no rosto da mulher desde que
chegara.

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— Pelo seu bem, espero que o que quer que você esteja
prestes a dizer valha a pena se intrometer no meu tempo
privado com minha família.
Os olhos de Karl dispararam em sua direção antes de
sorrir obsequiosamente para a rainha.
— Parece que houve uma confusão nas atribuições. Ao
analisar seu pedido pelo Cabeça do Templo do Fogo, fica claro
que estava pedindo um bruxo de fogo experiente. Zoe
Appleblossom, embora esteja atuando como a Cabeça do
Templo, acabou de atingir a maioridade. Ela está mantendo
essa posição com o total apoio do Conselho dos Bruxos. Com
sua permissão, gostaria de escoltar Lady Zoe para casa e
fornecer dois dos nossos melhores bruxos de fogo para Éire
Danu para ajudá-la na manutenção de rotina do sistema de
luz da cidade.
A rainha simplesmente levantou uma sobrancelha
dourada.
— Você não estava ciente que apenas um Appleblossom
pode cuidar das luzes da cidade?
Karl deu uma risadinha.
— Tenho certeza de que a natureza proprietária dos
feitiços foi exagerada pela pequena Zoe. Qualquer bruxo de
fogo pode fortalecer os feitiços nas luzes.
— Está chamando Lady Zoe de mentirosa? — Brennus
perguntou, em um tom de voz quase divertido.
Karl recuou.
— É claro que não, mas ela é jovem e tem muito a
aprender. Ela pode ter desejado simplesmente prolongar sua

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estadia ao alegar que apenas Appleblossoms podem fornecer
esse serviço.
— E por que ela estaria desesperada o suficiente para
mentir para mim para ficar mais tempo? — a Rainha
perguntou.
Karl hesitou como se pressentisse uma armadilha.
— Os jovens gostam de viajar, — ele respondeu
simplesmente.
A rainha suspirou como se estivesse entediada e acenou
com a mão para ele.
— Receio não poder atender ao seu pedido. Chegou ao
meu conhecimento recentemente que Lady Zoe é a afilhada
do meu filho. Desejo que ela fique para que eu possa
conhecê-la melhor.
Karl sorriu.
— Perdoe-me, Vossa Majestade. Ouvi dizer que nosso
estimado Comandante da Unidade estava afirmando ser seu
athair.
— Isso é verdade. Mas o irmão de Lady Zoe nomeou toda
a Unidade Alfa como seus athairs, incluindo meu filho.
— Vossa Majestade, certamente está brincando. Não se
pode fazer de uma unidade inteira athairs. Isso não se faz, —
rebateu Karl.
Os olhos da rainha se estreitaram.
— Muitas coisas estão sendo feitas ultimamente que
nunca foram feitas antes.
Ele se encolheu, e esta continuou:

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— Nestes tempos conturbados, não vejo razão para
negar uma jovem de múltiplos protetores.
Zoe olhou ao redor da mesa. Além dos irmãos Ashleigh e
Kendrick, Aiden e Darian pareciam estar controlando a
própria raiva por um fio.
— Se este assunto lhe é tão pertinente, podemos, é
claro, organizar futuras visitas com Lady Zoe, mas por
enquanto, ela é necessária de volta em Storm Keep para
cumprir seus deveres para com o Templo do Fogo, — disse ele
com firmeza.
A rainha franziu o cenho.
— Você está exigindo que eu renuncie a um dos meus
guerreiros de unidade também? Apenas o Comandante da
Unidade pode reatribuir guerreiros. — Ela se virou para
Aiden. — Comandante, você está disposto a transferir Gage
Fabre para Storm Keep?
— Não, ele é necessário aqui em Éire Danu. Não
poderíamos de forma alguma providenciar um substituto em
tão pouco tempo, — disse Aiden, encarando Karl.
Se Zoe não tivesse conhecido Aiden anteriormente e
visto seu lado mais suave, seu rosto por si só a faria querer
virar as costas e correr. Ela escondeu um sorriso. Parecia que
Karl ficara igualmente afetado.
Karl estendeu as mãos.
— Estou confuso, Vossa Majestade. Por que eu tomaria
um de seus guerreiros de unidade? Eu nunca ousaria dizer
ao Comandante da Unidade o que fazer. — Ele encontrou os
olhos de Aiden. — A intromissão e asserção de autoridade

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fora de lugar pode causar uma quantidade considerável de
conflito.
As narinas de Aiden se dilataram com a provocação
inteligente de Karl, e uma pequena onda de poder começou a
emanar do seu lado da mesa.
— Lady Zoe está acasalada com Gage Fabre. Ao forçá-la
a retornar a Storm Keep, você ou a estaria separando do
companheiro ou afastaria Gage de seus deveres para
acompanhá-la. Como a Rainha afirmou anteriormente, neste
momento, ela não pode conceder seu pedido. Zoe fica aqui, —
Aiden rosnou.
Karl se endireitou.
— Zoe não pode estar acasalada com Gage Fabre, pois já
está acasalada com Andrei Jessamine.
*****
Gage sentiu suas presas se estenderem além das
gengivas enquanto se levantava e voava em direção aos que
tentavam lhe tirar sua companheira. Apenas seu comandante
foi rápido o suficiente para interceptá-lo. Ele se debateu
contra o homem maior.
— Como ousa?! — Gage rugiu.
— Acalme-se, Gage! Isso é uma ordem, — Aiden gritou.
Foi necessário tudo de si para se acalmar, e só quando
sua respiração voltou ao normal que Aiden o liberou do
abraço de urso que o mantinha preso. Ele olhou para o
comandante, e com Aiden de costas para Karl e Andrei, Aiden
murmurou as palavras: “confie em nós”.

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Gage assentiu, então olhou além de Aiden para Karl e
mostrou as presas.
— Você vai tomá-la de mim só por cima do seu cadáver.
— Não deveria ser “do meu cadáver”? — Pip perguntou
baixinho.
Amelia sorriu e se inclinou.
— Acho que ele disse certo.
Pip pensou por um momento, depois sorriu.
— Oh. Entendi.
Karl pegou de dentro das vestes e entregou a Portia um
pergaminho.
— Um mês atrás, depois que Zoe atingiu a maioridade,
ela acasalou com Andrei Jessamine e se mudou para o
Templo do Fogo para assumir seus deveres. Como seu
companheiro, ele foi transferido para o Templo do Fogo para
ajudá-la em suas atividades diárias.
Portia pegou o pergaminho, desenrolou-o e leu. Quando
empalideceu, Gage sentiu um aperto no estômago. Sem uma
palavra, Portia o entregou a sua rainha.
A rainha o examinou, então, com a mão banhada em
uma luz brilhante e dourada, ela passou tal sobre o
pergaminho. O que quer que tenha visto ou não visto a fez
franzir a testa.
— É autêntico. Esta é a assinatura de Zoe.
Zoe ficou de pé de um pulo.
— Eu nunca teria me acasalado com ele! Nunca!
A expressão da rainha se suavizou.
— É a sua assinatura.

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A mão de Zoe foi para a cintura.
— Ele deve ter colocado na minha papelada quando eu
não estava olhando para que eu assinasse. — Ela balançou a
cabeça. — Eu leio tudo o que assino. Eu nunca teria assinado
isso.
— Seja como for, esse documento é legal e vinculativo,
— disse Karl, apontando para o pergaminho.
— Venha, Zoe, é hora de voltar para casa, — disse
Andrei, sorrindo e estendendo a mão.
Sem se aperceber, Gage passou as garras no braço do
homem.
Andrei uivou de dor e apertou o antebraço contra o
peito.
— Aquele homem me atacou!
Aiden rosnou para Andrei.
— Você tem sorte de ainda estar respirando. Fique longe
da Zoe se quiser viver. Se fizer qualquer movimento em
direção a ela, não posso garantir que poderei detê-lo.
Gage quase bufou. Isso era uma mentira descarada. Seu
comandante poderia contê-lo facilmente se necessário. Além
disso, havia quatro bruxos poderosos na sala que poderiam
lançar o feitiço Teia Emaranhada no momento em que a
ordem fosse dada.
Gage se acalmou e olhou para o outro lado da sala. A
mão de Kendrick estava sobre a boca, e os irmãos Ashleigh
formavam um semicírculo atrás de onde este estava sentado.
Até agora, nenhum dos bruxos tinha falado nada. Por mais
que tentasse, Gage não conseguia ouvir a respiração de

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Kendrick. Ocorreu-lhe que eles lançaram um segundo feitiço
de insonorização.
— Vossa Majestade, devo insistir que Lady Zoe seja
devolvida para nós, — Karl repetiu.
— Não.
Ele piscou.
— Perdão?
— Por que eu deveria me explicar para você, em meus
aposentos particulares, em meu palácio? Eu desejo que Zoe
fique, então ela ficará. Portia, mande Malcom escoltar esses
dois de volta ao portal para Storm Keep, — ela ordenou.
Atrás de Gage, Portia pisou no corredor, e momentos
depois, Malcom e meia dúzia de guerreiros com armaduras
douradas estavam de prontidão. O capitão da rainha deu um
passo à frente.
— Karl Brugmansia, Andrei Jessamine, por favor, me
sigam.
Karl foi pegar o pergaminho da rainha, mas cometeu o
erro de dar um único passo em sua direção. Mais rápido do
que até Gage conseguia acompanhar, Malcom colocou a
espada no pescoço de Karl.
— Eu realmente devo insistir que me siga agora.
Karl engoliu em seco, fazendo com que seu pescoço se
flexionasse contra a lâmina e um fio de sangue aparecesse.
Seus olhos dispararam para a rainha.
— Posso ficar com o pergaminho?
A rainha balançou a cabeça.

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— Não. Vou apresentá-lo ao Conselho de Anciãos para
consideração. Magnus Rioux aboliu recentemente os
acasalamentos arranjados em Noctem Falls. Sinto que esse
tipo de situação merece uma discussão mais aprofundada.
Você está dispensado. — A rainha olhou para Malcom, que
assentiu.
Removendo a espada da garganta do bruxo, ele agarrou
a parte de trás das vestes do homem e o removeu fisicamente
dos aposentos da rainha. Andrei foi escoltado por um
guerreiro de cada lado, logo atrás de Karl.
Assim que a porta se fechou, Zoe curvou-se na altura da
cintura, as mãos sobre a mesa. Parecia que iria desmaiar a
qualquer momento. Gage voou para o lado dela. Esfregando
suas costas, se sentou e a puxou para seu colo.
— Calma, meu amor. Eles se foram, e você está segura.
— Eu não assinei, eu juro, Gage, — ela repetiu
repetidamente.
— Eu acho que você estava certa em que eles
provavelmente a fizeram assinar isso sem saber. — A rainha
deu batidinhas nos lábios com o pergaminho. — Minha
preocupação é o fato de que pensaram que isso influenciaria
o argumento a favor dos mesmos. Por que um acasalamento
arranjado teria precedência sobre um verdadeiro?
— Eu odeio que tenhamos a frase “acasalamento
verdadeiro” agora, — disse Brennus, cuspindo as palavras.
Lentamente, os tremores de Zoe diminuíram.
— Você não vai a lugar nenhum, — Gage prometeu.
Zoe o olhou.

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— Eu quero ir para casa com você e os meninos. Quero
me sentir segura novamente na vila dos guerreiros.
A rainha riu.
A cabeça de Zoe virou para o lado desta.
— Eu não quis ofender, Vossa Majestade, nem descarto
a proteção que forneceu. É só que…
A rainha piscou um olho.
— Eu também me sentiria mais segura, cercada por
dezenas de guerreiros de unidade.
Brennus rosnou, porém não disse nada.
Gage virou-se para Kendrick.
— O que vocês quatro estavam tramando?
Os olhos de Kendrick dispararam de Aiden para onde
Ryuu estava, ambas as mãos nos ombros de Meryn. Aiden
viu Kendrick olhar para Meryn e seus olhos seguiram.
— Meryn? — este correu para o lado dela. — O que foi,
bebê? — Como Gage, ele pegou a companheira e a colocou no
colo.
Meryn apenas enterrou o rosto em seu peito.
Aiden virou-se para Kendrick e Ryuu.
— O que aconteceu?
Kendrick recostou-se.
— Meryn teve uma reação imediata e violenta a Karl e
Andrei. Foi necessário eu, os Ashleighs e Ryuu para manter a
discrição.
Aiden, com o dedo sob o queixo de Meryn, inclinou sua
cabeça para trás.
— Bebê, o que aconteceu?

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Meryn balançou um pouco, então arfou duas vezes
antes de virar o corpo para vomitar no chão.
Gage a olhou. O que todos haviam perdido?

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Capítulo doze
Cord e Ryuu se aproximaram imediatamente, tomando o
controle da situação enquanto Kendrick e Thane lançavam
feitiços para cuidar da bagunça. Zoe observou como Aiden se
desfazia ao se deparar com a angústia da companheira. E
balançou a cabeça. O homem conseguia enfrentar ferals
descontrolados, mas no segundo que algo estava errado com
sua companheira, ele ficava destroçado. Mais uma vez, ela
sentiu uma mão fria quando Ame descansou a palma em seu
braço. Ela olhou, e tanto Ame quanto Yuki estavam
silenciosamente lhe dando apoio.
— Ryuu! — gritou Aiden.
— Ela está melhor, — Ryuu o assegurou. — Estava
muito pior alguns minutos atrás.
Aiden abraçou Meryn apertado.
— Por que você não disse nada?
Meryn fechou os olhos.
— Porque a titia estava fazendo política.
— Não me importa se eu estiver realizando um grande
baile com todos os anciãos presentes. Você vai me dizer
quando estiver doente, mocinha, — advertiu a rainha.
— Aleksandra, ela fez a coisa certa, — Kendrick rebateu.
— Foi muito sábio da parte dela esconder a própria reação.
Isso nos dá tempo.

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A rainha pareceu surpresa com o uso de seu nome por
Kendrick. Isso fez Zoe questionar exatamente o quão
poderoso era o arquivista. Não muitos estavam na base do
primeiro nome com a rainha dos fae.
A rainha olhou de Kendrick para Thane.
— Tempo para quê?
— Tempo de remover Karl de sua posição. — Kendrick
pressionou a mandíbula. — Diga a ela o que viu, Meryn.
Meryn estremeceu.
— Sangue. Rios de sangue, e dessa vez eu ouvi coisas.
Gritos. Gritos constantes. Eu conseguia sentir o cheiro, — ela
disse, engasgando.
— Deuses, Meryn, — Aiden envolveu toda a parte
superior de seu corpo em torno da companheira como se para
protegê-la do mundo.
— Foda-se tirar ele da posição. Ele machucou a Meryn.
Ele precisa morrer, — Neil rosnou.
— Se pode matar alguém por inadvertidamente causar
uma reação? — Priest pensou em voz alta.
Quando Pip, Nigel, Neil, Aiden, Thane e Brennus se
viraram em sua direção, o shifter ergueu as mãos.
— Foi só uma pergunta.
Kendrick suspirou.
— Priest está certo. Não temos provas de que o que a
Meryn viu significava alguma coisa. Ela tende a lidar com
metáforas. — Ele olhou de volta para Thane, que assentiu.
O bruxo virou-se para os irmãos.
— Law, Justice, pegue o que precisamos.

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Alanea Alder
Ambos os homens assentiram e deram um beijo na testa
de Meryn enquanto saíam pela porta.
Pip chegou mais perto de onde Meryn estava
aconchegada.
— Aiden, eu estou encarregado dos abraços, — disse ele,
levantando os braços.
Aiden piscou para Pip, então, suspirando, sentou Meryn
na cadeira ao seu lado. Pip passou os braços em torno de
Meryn e aconchegou-a forte.
Meryn sorriu.
— Ele realmente é o melhor nos carinhos. Não me
importo nem um pouco quando veem dele.
Nigel trocou olhares com Neil, que assentiu.
— Não, — Kendrick disse.
Os dois garotos o olharam, angustiados.
— Mas... — Neil começou.
— Não, meninos. Me deixem cuidar disso.
— Mas... — Nigel disse.
— Mas o que exatamente? — Kendrick perguntou.
— Você não a ama como nós! — Neil explodiu.
Um lampejo de aborrecimento foi substituído por
compreensão. Kendrick encontrou os olhos dos meninos.
— Eu não a amo da mesma forma que vocês dois, mas
isso não significa que não a amo na mesma medida. Ela é o
pequeno gênio tagarela que me desafia a cada passo, e eu
aprecio isso mais do que jamais poderiam saber. Peço que
confiem em mim para lidar com isso para Meryn e Zoe.
— Faça-os sofrer, — Gage ordenou.

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Os olhos de Kendrick brilharam com um entusiasmo
que a chocou.
— Oh, é o que planejo, — este prometeu.
Zoe se inclinou para cima e beijou a parte inferior da
mandíbula de Gage. Parecendo surpreso, seu companheiro
retribuiu o gesto lhe beijando a testa.
Zoe, se sentindo melhor, olhou para onde Meryn estava
sentada, ainda parecendo pálida.
— Meryn, não se esqueça, Aiden te comprou brownies,
— ela lembrou a pequena mulher.
Meryn piscou, então seus olhos rapidamente se focaram
na mesa. Ela se virou de um lado para o outro procurando
por Ryuu.
— Onde estão os meus brownies do sexo? — ela
perguntou.
Ryuu a olhou.
— Se está se referindo à pilha de caixas de doces que
Cord estava reorganizando, elas estão na cozinha. Gostaria
de um?
Meryn franziu o cenho.
— Um?
Ryuu suspirou.
— Gostaria de mais ou menos uma dúzia?
Meryn gargalhou maldosamente, parecendo mais
consigo mesma.
— Sim, por favor. — E se virou para Nigel e Neil. —
Preparem-se.
Neil parecia cético.

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— Sério?
O corpo inteiro de Pip estremeceu.
— Tãaaao bom.
Ambos os meninos lamberam os lábios.
Gage se levantou.
— Vou levar minha companheira e novos irmãos para
casa, a menos que precisem de nós. — Do outro lado da
mesa, Ari, Brie, Priest e Kincaid também se levantaram.
Aiden, a rainha e Kendrick balançaram a cabeça antes
que a rainha respondesse:
— Você está segura aqui na minha cidade, Zoe. Tire esse
episódio horrível da mente e aproveite seu tempo com Gage,
Ame e Yuki.
— Obrigada novamente, Vossa Majestade.
Zoe se remexeu até Gage colocá-la no chão. Ela fez uma
reverência, e os meninos se curvaram em uníssono.
A rainha sorriu.
— As crianças não são adoráveis? — esta perguntou ao
companheiro.
Brennus passou o braço em volta dos ombros da rainha.
— Os deuses foram gentis em nos cercar com tantos
jovens.
Tomando sua mão, Gage os levou para fora da sala e em
direção ao caminho que os levaria para casa.
*****
Como era hora do jantar, Zoe sabia que encontrariam os
caras no refeitório. Com certeza, quando chegaram em casa,
foram direto para onde os homens estavam se preparando

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para comer. Ari lhe deu uma piscadela quando este e o resto
da Unidade Tau entraram e se sentaram em seus assentos
habituais.
— Ho, ho, Gage. O que tem aí? — perguntou Balder.
Os homens se viraram para onde ela e Gage estavam na
porta. Atrás dela, Ame, então Yuki espiaram com a cabeça ao
redor dela para olhar para os homens.
— Você teve bebês? — perguntou Broden.
Tiergan deu um tapinha em seu companheiro guerreiro
de unidade.
— Não é assim que se consegue bebês.
Broden esfregou a nuca.
— Explique eles então.
Zoe corou.
— Eles estão aqui para me ajudar. Ame controla a
chuva e Yuki a neve. São eles que vão impedir que a vila seja
incendiada, — disse ela, apresentando os meninos com
orgulho.
Aeson se levantou.
— Eles são nossos?
Gage rosnou.
— Eles são meus e da Zoe, — corrigiu.
Aeson comemorou.
— Nós temos bebês!
Ele colocou as mãos em volta da boca.
— Unidade Upsilon, Phi, Chi, Psi e Ômega, sentido! —
ele gritou.

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Acima deles, o barulho de pés que soavam como uma
manada de elefantes vindo em sua direção eram os homens
enquanto respondiam à ordem de Aeson. Gage rapidamente
os puxou de lado quando os homens entraram na sala
correndo.
— Aeson, recebemos ordens? — Corrin, o líder da
Unidade Psi perguntou, fechando seu colete tático.
— Não, melhor ainda. — Aeson esperou até que os
homens estivessem sentados ou em pé em seus respectivos
lugares no refeitório. — Homens, nós temos bebês, — ele
anunciou como se fosse um orgulhoso novo pai.
Os queixos dos homens caíram ao redor da mesa.
Corrin olhou para Zoe.
— Isso não costuma demorar mais?
Revirando os olhos, ela levantou os dois braços.
— Rapazes?
Yuki, então Ame, deram um passo à frente para ficar ao
lado dela. Ela passou os braços ao redor de seus ombros
pequenos.
— Cavalheiros, este é Ame, e este é Yuki. Eles vão morar
conosco a partir de agora.
Ela ouviu mais de um guerreiro inspirar bruscamente
enquanto se viravam para olhar para os meninos.
Govannon, líder da Unidade Ômega, virou-se para seus
homens.
— Brogan, Kane, Colin, Jacque, estão encarregados da
mobília. — Os homens se levantaram e saíram correndo pela
porta.

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Corrin olhou para sua unidade.
— Dirijam-se às lojas. Vocês todos estão responsáveis
pelas roupas.
Aeson, para não ficar atrás, virou-se para a Unidade
Chi.
— Cavalheiros, vasculhem a Cidade da Fronteira em
busca de brinquedos e livros.
Balder se levantou e se espreguiçou.
— Vamos, homens. Vamos limpar as salas de
armazenamento mais próximas de Gage para os meninos. —
Upsilon alegremente marchou pelas escadas atrás de seu
líder de unidade.
Nerius balançou a cabeça.
— Pessoal, vamos colocar a comida em aquecedores
para os idiotas que saíram correndo daqui sem pensar. —
Rindo, Kael e Bastien foram para a cozinha enquanto Jace e
Ian começavam a tirar aquecedores dos armários ao longo da
parede.
Zoe se levantou e teve que enxugar os olhos. Esses
homens eram as pessoas mais doces e atenciosas que ela já
conhecera. Ame e Yuki a olharam, quase parecendo
assustados.
Ela se ajoelhou e os puxou para perto.
— Os homens que vivem aqui são os guerreiros que
protegem a cidade de Éire Danu, mas mais do que isso, são
gentis e atenciosos. Eles querem garantir que se sintam bem-
vindos aqui porque valorizam os mais jovens do que eles.
Ame olhou para o chão.

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— Somos mais velhos do que parecemos, — este
confessou.
Nerius riu.
— Vocês têm mais de mil anos?
Ambos os meninos balançaram a cabeça.
— Então ainda são bebês para nós, — o guerreiro
respondeu.
Zoe riu.
— Eles fizeram o mesmo comigo. Esta é uma cidade de
imortais. Todos aqui são muito mais velhos do que nós.
Tanto Ame quanto Yuki relaxaram. Ela percebeu que os
meninos estavam preocupados em serem vistos como fraudes
se suas idades fossem reveladas depois de tanto esforço para
mimá-los.
Ari apontou para Yuki.
— Nosso Comandante de Unidade criará um regimento
de treinamento para Yuki. Ele quer aprender a lutar para
poder defender a Zoe e o Ame.
Nerius assentiu.
— Nós cuidaremos disso.
Zoe se levantou e levou os meninos até onde havia se
sentado ao lado de Gage naquela manhã.
— Vamos pegar algo para vocês dois comerem. Sopa é
bom, mas não sustenta muito.
Jace mostrou um prato.
— Temos carne de porco desfiada e acompanhamentos
para o jantar. Isso é bom para crianças?
Zoe apontou para baixo.

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— Pergunte a eles.
Jace engoliu em seco, então se aproximou para se
ajoelhar para falar com Ame e Yuki.
— Vocês gostam de carne de porco?
Ame assentiu, então inclinou a cabeça.
— Por que você se ajoelhou?
Jace se levantou e indicou a diferença de altura.
— Percebemos quando conhecemos a companheira do
comandante que poderia machucar os pequenos olharem
para nós constantemente. — Ele rapidamente se virou para
Nerius. — Eles conseguem alcançar a privada?
Nerius bateu no rosto com a mão.
— Acho que vamos descobrir eventualmente.
Jace se aproximou e entregou a Ian a panela de carne
de porco.
— Vou correr atrás de escadinhas.
Ian assentiu.
— Bem pensado.
Yuki a olhou.
— Eles são bem altos, — este observou, em uma voz
inexpressiva que a fez ter um ataque de risinhos.
Gage virou-se para os líderes de unidade fae que
permaneciam no refeitório.
— Posso falar com todos por um momento?
Todos os líderes se entreolharam e notaram que Ari,
Priest e Kincaid haviam se levantado a pedido de Gage. Com
expressões sérias, estes assentiram.
Gage bagunçou o cabelo dos meninos.

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— Eu volto já. Vou atualizar os líderes das unidades
sobre o que aconteceu mais cedo. Vocês dois podem cuidar
da Zoe?
Ame e Yuki se sentaram um pouco mais retos.
— Hai.
— Bons rapazes. — Gage beijou a testa da companheira
e saiu com os outros.
— Foi tão ruim assim? — Ian perguntou, sentando-se do
outro lado dela.
— O Conselho dos Bruxos de Storm Keep forjou
documentos dizendo que eu acasalei com outro e estão
tentando me forçar a voltar, — ela explicou de forma
imparcial.
Os olhos de Ian saltaram da cabeça.
— E o Gage não os matou?
Brie riu.
— Foi por pouco. O Aiden quase teve que imobilizá-lo. —
Ela deu de ombros. — Se alguém estivesse tentando tirar o
Ari de mim, eu teria atirado primeiro e perguntado depois.
Ian dedilhou a mesa com os dedos.
— Quem veio?
— Karl Brugmansia, — ela respondeu.
Ian recostou-se.
— Eles estão jogando duro. Karl é conhecido por sua
fala mansa e proeza política.
Zoe tinha chegado à mesma conclusão. Karl era
conhecido como aquele que fazia as coisas acontecer em
Storm Keep.

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Alanea Alder
— Não havia muito que ele pudesse fazer quando a
rainha disse não.
Ian balançou a cabeça.
— Pense nisso, Zoe, em qualquer outro cenário, o que
ele tentou não teria funcionado? Se ele tivesse aquele
documento falsificado e o apresentasse ao Conselho dos
Anciãos de qualquer uma das outras cidades, suas mãos
ficariam atadas. A única razão pela qual aposto que você
ainda está sentada aqui, é porque ele não estava disposto a
enfrentar a rainha em seus aposentos em Éire Danu.
Zoe sentiu uma lasca de gelo deslizar pela espinha. Ele
estava certo. Em qualquer outro cenário, a política teria
atrapalhado. Apenas a soberania da rainha a salvara.
— O que podemos fazer? — ela sussurrou.
— Matá-lo, — Yuki recomendou.
Brie e Ian assentiram.
Zoe os olhou.
— Vocês não podem simplesmente matar as pessoas!
Brie ergueu a arma.
— Não, você não pode matar as pessoas. Após a reação
da Meryn, eu poderia garantir a morte daquele cuzão e depois
me aconchegar com o Ari para assistir TV, sem problemas.
— A companheira do comandante está bem? —
perguntou Ian.
— A empatia dela acabou com ela quando Karl e Andrei
entraram na sala. Ela realmente não gostou daqueles dois.
Eles a fizeram vomitar, — Brie explicou.
Ian deu de ombros.

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— Bem, isso é bom o suficiente para mim. Eles precisam
morrer.
Ao lado dela, os dois garotos assentiram.
Zoe não sabia se devia ficar preocupada ou tocada pelos
níveis de sede de sangue de seus entes queridos. No final, ela
ficou com o tocada porque não estava cem por cento certa de
que não faria o mesmo por eles.
*****
Eles chegaram só até o saguão quando a campainha
tocou. Gage olhou para Aeson e Nerius.
— Os caras esqueceram as chaves?
Aeson abriu a porta e deu um passo para trás,
parecendo surpreso. Se virou para Gage e apontou.
— É para você.
Gage contornou Aeson para ficar de frente à porta e
parou de forma oscilante.
— Mãe?
Tierla Fabre olhou ao redor.
— Bem? Por acaso você deixou suas boas maneiras em
Noctem Falls, jovenzinho?
Gage recuou, pisando acidentalmente no pé de Aeson.
— Minhas desculpas, mãe, foi uma noite muito
dificultosa. Por favor, entre.
Ela assentiu uma vez e entrou.
Ari pegou a mão de sua mãe e a beijou.
— Bem-vinda à vila dos guerreiros, Lady Fabre…
Ela ergueu a mão.

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— Estou usando meu nome de solteira agora. É Tierla
LeBeau.
Ari colocou a mão sobre o coração.
— Mil desculpas, doce senhora. Se permitir que Kincaid
a acompanhe até o refeitório, a juntaremos em breve.
Infelizmente, nos pegou quando estávamos prestes a entrar
em uma reunião.
Tierla olhou para Ari.
— Uma reunião sobre meu Gage. — Não era uma
pergunta.
— De certa forma.
— Então me juntarei a vocês, — ela avisou, alisando a
própria saia.
— Mãe, eu...
Sua mãe deu um passo à frente e colocou a mão em seu
rosto.
— Você está tenso e pálido. Nunca te vi tão estressado e
abatido. Eu estarei presente nesta reunião, e tudo o que não
for falado, você me informará mais tarde.
— Não quero parecer inapropriado, mas estou achando
esse seu lado genioso uma bem-vinda mudança, — disse
Nerius, sorrindo.
Sua mãe corou levemente.
— Acho refrescante também. Falar o que penso quando
desejo se tornou um tanto viciante.
Gage virou-se para Ari, que deu de ombros.
— Minha mãe vai informá-la mais tarde de qualquer
maneira.

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Gage suspirou. Havia esquecido que sua doce mãe
ficaria com as leoas.
— Muito bem, mas, por favor, lembre-se, mãe, que Zoe e
eu estamos bem.
A expressão de sua mãe ficou estoica.
— Entendo. — Ela se apoiou no cotovelo de Gage. —
Então sugiro que comecemos esta reunião para que eu possa
descobrir a melhor maneira de ajudar.
Gage e Ari se revezaram, repassando lentamente o que
vinha acontecendo na cidade nas últimas semanas. Sempre
que chegavam a um ponto que precisava ser esclarecido, sua
mãe os fazia parar para que pudesse fazer perguntas. Em
retrospectiva, ele percebeu que deveria ter feito isso com sua
doce Zoe.
Sua mãe se virou para ele, sua raiva visivelmente
fervendo logo abaixo da superfície.
— Deixe-me ver se entendi. Karl Brugmansia e Andrei
Jessamine estão tentando afirmar que Zoe se acasalou com
Andrei devido a um pedaço de papel?
Kincaid assentiu.
— Tem um selo oficial afixado, e a rainha testou a
veracidade. Era a assinatura da Zoe.
— E?
Os homens olharam em volta como se não soubessem
como responder.
— Lady LeBeau, isso dá um pouco de credibilidade à
história deles, — explicou Ari.

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— Jovem, não me importo se é válido ou forjado. Eu
estive “acasalada” por séculos com o pai de Gage e dei-lhe um
filho, mas fui embora assim que percebi que tinha uma
escolha, já que ele não era meu “verdadeiro” companheiro.
Você não acha que isso tem mais peso e significado do que
um pedaço duvidoso de papel?
Ari recostou-se, parecendo espantado.
— Como é que nossas mulheres percebem coisas que
nós não?
Gage virou-se para o líder de sua unidade.
— Era isso a que a rainha estava se referindo quando
disse que iria entrar em contato com Magnus.
Sorrindo, Tierla se levantou, fazendo com que cada
homem se levantasse. E alisou as saias novamente.
— Vou me despedir. Por mais que deseje conhecer
minha nova filha e netos vigentes, devo conversar com a
Rainha Aleksandra imediatamente. Posso oferecer uma
perspectiva única para todo esse desastre. Com o apoio da
rainha, sinto que podemos apoiar o desejo do Príncipe
Magnus de declarar que todos os acasalamentos arranjados
sejam ilegais. Isso tornaria todo esse argumento irrelevante.
— Você acabou de chegar, — Gage apontou.
Ela lhe sorriu brilhantemente.
— E não vou embora tão cedo. Prefiro resolver isso
rapidamente para que você e sua companheira possam ficar
tranquilos. — Ela ficou na ponta dos pés e lhe beijou a
bochecha. — Diga a Zoe e aos meninos que só estou saindo
para poder fazer compras e mimá-los mais tarde. — Ela olhou

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em seus olhos. — Estou muito orgulhosa de você, Gage, por
defender sua companheira. Nunca hesite em lhe mostrar o
quanto ela significa para você. — Ela fez uma pequena
reverência. — Cavalheiros.
Eles ouviram o staccato dos saltos de suas botas
enquanto ela saía, depois o fechamento da porta.
— Caramba, que mulher, — Nerius explodiu.
Gage rosnou em sua direção.
— Aquela é a minha mãe.
Aeson colocou a mão em seu ombro.
— Eu, de forma alguma, de nenhuma maneira, desejo
sua mãe, mas vou repetir o Nerius. Caramba, que mulher.
Gage franziu o cenho para seus irmãos de unidade.
Ari riu tanto que teve que enxugar os olhos.
— E ela ainda nem foi influenciada pela minha mãe ou
tias.
Gage enterrou o rosto nas mãos.
— Você pode acabar ganhando um novo pai enquanto
ela está em Éire Danu, — previu Priest.
Ele mostrou as presas para o melhor amigo, fazendo
com que este se juntasse a Ari na gargalhada.
— Vamos nos concentrar em receber os meninos porque
sua mãe estava certa. Eles podem te chamar de irmão mais
velho, mas, para todos os efeitos, você acabou de se tornar
pai, — Aeson apontou.
Sibilante, Gage deixou seu irmão guiá-lo de volta para
sua nova e pequena família.
*****

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Algumas horas depois, os homens voltaram com seus
respectivos itens, e o quarto dos meninos foi montado do
outro lado do corredor, em frente ao de Gage. Mesmo que
continuassem alegando ter centenas de anos, Zoe pegou Ame
e Yuki pegando os brinquedos comprados para eles, seus
olhos brilhando de felicidade. Talvez eles apenas
envelhecessem mais devagar do que a maioria dos
paranormais?
Sua nova família, incluindo os guerreiros, agora estavam
todos sentados no refeitório. Ela assumiu que os líderes das
unidades tinham atualizado os guerreiros de sua situação, já
que estes continuavam parando para colocar a mão em seu
ombro em uma demonstração de apoio.
Quando pegou Ame bocejando e se inclinando contra si,
ela cutucou Gage. Sorrindo, este apontou para onde Yuki
havia feito o mesmo com ele. Eles se levantaram e
gentilmente pegaram cada menino. Os homens foram se
levantar, mas quando a primeira cadeira raspou e fez
barulho, todos ficaram paralisados. Timidamente, estes
apenas acenaram boa noite enquanto eles se afastavam.
Ela apreciava que colocassem as necessidades dos
meninos acima do decoro. Eles subiram ao andar superior e
deitaram os meninos em suas camas. Quando foram se
levantar, dois pares de braços se levantaram para segurá-los.
— Meninos, querem ficar com a gente esta noite? —
Gage perguntou suavemente.
Ame e, surpreendentemente, Yuki assentiram.

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Zoe pegou Ame enquanto Gage mais uma vez carregava
Yuki, desta vez, se retiraram para seus próprios aposentos.
Colocaram os meninos no centro da cama e recuaram. Em
seu estado sonolento, os meninos estenderam a mão um para
o outro.
— Eu não acho que eles tiveram uma vida fácil, — ela
sussurrou.
— Acho que você pode estar certa.
— Como posso me importar tanto assim com eles? —
Ela esfregou o peito, onde o pensar no sofrimento dos
meninos estava causando uma dor maçante.
— Porque acho que eles estavam destinados a ficar com
a gente. Parece certo tê-los aqui. — Gage pegou sua mão. —
Aeson disse que somos mais como pais do que irmão mais
velho e irmã mais velha.
Ela assentiu.
— Eu serei o que eles se sentirem confortáveis que eu
seja.
Ele a levou para um grande recanto ao lado do quarto
principal e a sentou no sofá de dois lugares antes de ir até
um pequeno aparador. Pegou duas taças de vinho e se
ajoelhou para examinar sua seleção. Assentindo, escolheu
uma garrafa e a abriu facilmente. Serviu-lhe uma taça, depois
a si mesmo, e se aproximou para entregar-lhe.
Ela pegou a taça, e Gage se sentou ao seu lado,
envolvendo o braço livre ao redor de seus ombros para puxá-
la para perto.

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— É impressionante a rapidez com que a vida de uma
pessoa pode mudar.
— Nós invadimos e abalamos seu mundo guerreiro,
hein? — ela perguntou brincando.
Sorrindo, ele assentiu.
— Minha mãe chegou bem quando eu estava prestes a
atualizar os líderes.
Zoe ficou parada. Sua mãe não queria conhecê-la
porque a odiava?
Ele lhe esfregou o braço, tendo notado que congelou.
— Ela me disse para te dizer que só saiu para ajudar a
rainha a combater essa situação ridícula com o Conselho dos
Bruxos, e que precisava de tempo para fazer compras para
mimar você e os meninos.
— Nada contra sua mãe, Gage, mas como ela pode
ajudar?
— Acho que ela vai testemunhar, explicando como pode
ser prejudicial viver dia após dia com alguém que não é seu
companheiro.
Zoe inalou o vinho e tossiu.
— Deuses, Gage, eu tinha esquecido disso.
— Ela fez uma excelente observação. Mesmo que aquele
papel fosse válido, assim que você me conheceu, se tornou
inútil. Ela disse que o Príncipe Magnus está trabalhando para
que os acasalamentos arranjados sejam declarados ilegais.
Tenho a sensação de que o pai e o irmão mais velho de Ari
também colocarão peso nisso.
Ela tomou um gole de vinho.

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— Por quê?
— Eles quase perderam Declan Lionhart quando ele
tentou mediar entre um vampiro e um shifter de lobo. O
vampiro alegou que o lobo roubou sua companheira quando,
na realidade, Rachelle era a verdadeira companheira de Peter
Hernandez, o shifter de lobo. Se Jedrek e Rex conseguirem
argumentar que esses tipos de conflitos podem ser mortais e
perigosos para nossa sociedade, seria quase impossível
argumentar contra. — Gage balançou a cabeça. — O que não
entendo é por que eles acharam que aquele pergaminho lhes
daria o que queriam.
Ela descansou a cabeça contra ele.
— Ian teve que me explicar também. Imagine esse
cenário, mas e se eu tivesse sido chamada para Lycaonia em
vez daqui? Karl aparece em uma capacidade oficial, como
representante de uma facção dominante de Storm Keep e com
um documento válido.
“Para evitar consequências políticas, eu provavelmente
teria sido entregue, mesmo que fosse apenas temporário. Isso
é tudo o que precisariam. Tenho a sensação de que assim que
eu tivesse pisado de volta em Storm Keep, ninguém nunca
mais me veria. — Ela respirou fundo tremulamente. — Mas
aqui, o que a rainha diz é lei. Não acho que Karl esteja
acostumado a lidar com aqueles que têm total soberania
sobre seu povo.
Gage descansou o queixo no topo de sua cabeça.
— Por que acha que eles estão dispostos a irritar a
rainha para te pegar?

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Ela deu de ombros.
— Não tenho certeza. Toda a minha vida, me disseram
que eu era inútil como bruxa. Assim que me tornei Cabeça do
Templo do Fogo, Andrei disse que eu finalmente estava
ganhando meu sustento porque estava cuidando de toda a
papelada.
— Ele alguma vez…
Ela balançou a cabeça.
— Ele nunca colocou a mão em mim. Suas palavras
eram venenosas o suficiente para me manter na linha.
Ela sentiu Gage exalar de alívio.
— Eu ainda vou matá-lo.
— Eu sei, querido. Obrigada.
— Não tem de quê, minha querida.
Ela tomou outro gole de vinho. Era bom ter uma família
novamente.

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Capítulo treze
Na manhã seguinte Zoe acordou, e quando abriu os
olhos, tinha dois pares de brilhantes olhinhos azuis lhe
encarando.
— Estão com fome, garotos? — ela perguntou. Eles
assentiram. — Vocês podiam ter descido. Tenho certeza que
os caras teriam se matado para te alimentarem.
Ame deu de ombros.
Ela olhou para além de Yuki e balançou a cabeça. Gage
não se moveu.
— Vamos, vamos deixar a Bela Adormecida aqui e tomar
um café da manhã.
Ambos os meninos sorriram.
Ela foi ao banheiro, lavou-se e vestiu um robe novo.
Pegou um dos únicos robes verdes que tinha, sorrindo.
Claramente se lembrava da reação de Gage a este. Era uma
das poucas vestes que o deixavam sem palavras. Colocando-
o, esperou enquanto este se ajustava, então girou na frente
do espelho. Adorava o quão formal parecia e ainda assim
continuava tão confortável quanto um pijama.
Zoe abriu a porta, e os dois garotos se adiantaram para
pegar suas mãos. Quando chegaram à porta do quarto, Yuki
a abriu para eles, para que não tivessem que soltá-la.
Eles desceram as escadas e entraram no refeitório.
Quando os homens a viram, todos se levantaram. Paris se

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apressou e puxou as cadeiras para eles. Os meninos
esperaram até que ela estivesse sentada antes de se
sentarem. Ame à sua direita e Yuki do outro lado do irmão.
— O que vão querer? — Govannon perguntou, da porta
para a cozinha.
— O que está disponível?
— Ovos, torradas e bacon são padrão. Kael conseguiu
encontrar provavelmente a única caixa de cereal em toda Éire
Danu ontem. Tive que afugentar o Ramsey dela duas vezes,
lembrando-o de que foi trazido para os meninos.
Ame a olhou com animação no rosto.
Zoe suspirou.
— Tem muito açúcar, não tem?
— Com certeza, — confirmou Govannon.
— Há alguma fruta?
Este sorriu.
— É Éire Danu. Há sempre frutas e legumes.
Ela olhou para os rostos animados dos meninos.
— Vocês podem comer aquele cereal horrível, mas têm
que prometer tentar comer um pouco de ovos e frutas para
equilibrar o açúcar.
Ambos assentiram.
— E para você? — perguntou Govannon.
— Ovos mexidos com queijo e torradas seria
maravilhoso.
— Já está saindo, — disse ele, antes de desaparecer na
cozinha.
Ela olhou ao redor até que viu Aeson.

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— Achei que você fosse o cozinheiro.
Ele riu.
— Eu tendo a trabalhar na cozinha mais do que a
maioria porque desprezo trabalhar na lavanderia, nos
banheiros e no jardim.
— Então, todos vocês alternam as tarefas?
Ele assentiu.
— O que nós podemos fazer para ajudar? — ela
perguntou.
Aeson recostou-se com seu café.
— Tenho certeza de que Nerius e Balder estão
organizando a construção de um parquinho barra pista de
obstáculos nos fundos para os meninos. Se os meninos
puderem ajudar a mantê-lo em bom estado, apreciaríamos, já
que isso ainda não está na lista de tarefas.
— Conte conosco, — disse Yuki.
— E-eu quero cozinhar, — Ame declarou baixinho.
Aeson colocou seu café de lado.
— Ouvi dizer que o próprio escudeiro da rainha te
ofereceu aulas de culinária. Quando você estiver pronto,
vamos adicioná-lo às tarefas da cozinha. Acho que todos
ficaremos empolgados em experimentar sua comida.
As bochechas pálidas de Ame se tingiram.
— Farei o meu melhor.
— E eu? — Zoe perguntou, apontando para o próprio
peito.
— Ajude a cuidar das luzes e mantenha o Gage feliz, —
Aeson respondeu.

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— Eu já ia fazer isso de qualquer maneira.
Aeson piscou um olho para Yuki, fazendo-o rir pela
primeira vez.
Ela estendeu a mão e esfregou a bochecha do menino.
— Você tem uma risada maravilhosa. Eu gostaria de
poder ouvi-la o tempo todo.
Corando, ele olhou para o colo.
— Falando no Gage, onde ele está? — perguntou Ari. —
Temos exercícios para fazer mais tarde.
Ela sorriu.
— Ele dorme como uma pedra. Os meninos e eu o
deixamos na cama.
Ari assentiu.
— Provavelmente é porque ele conseguiu dormir sem
pesadelos. Vou dar uma folga pra ele.
Zoe virou-se para o líder da unidade de Gage.
— Que pesadelos?
Ari olhou para Brie, então respondeu:
— O feitiço que foi lançado para trazer as companheiras
para os guerreiros faz com que os guerreiros sonhem com
elas da mesma forma que os bruxos sonham para encontrar
suas companheiras. Para nós, porém, os sonhos tendem a
entrar rapidamente no território de pesadelo. Perto do final,
pouco antes de encontrar a Brie, eu ficava vendo-a pegando
uma arma e indo embora.
Brie esfregou-lhe o braço.
— Isso faz mais sentido agora que ele sabe que eu era
uma xerife.

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Zoe franziu a testa.
— Eu me pergunto o que Gage via.
— Fogo. Você envolta em chamas e gritos; então você
atrás de uma porta fechada, — Gage respondeu da porta.
— Oh, Gage, eu sinto muito, — disse ela, se levantando.
Ele correu para o seu lado.
— Eu não. Eu teria suportado anos de pesadelos pela
chance de te encontrar. — Ele a beijou suavemente e a
acomodou de volta na cadeira antes de se sentar ao seu lado.
— Acho que os sonhos servem para nos preparar. — Ele se
virou para ela. — Você sonhou comigo?
Ela pensou por um momento.
— Acho que sim, embora tenha sido tudo muito vago.
Nos meus sonhos, eu te via parado ao lado de uma porta, e
você ficava acenando freneticamente, tentando me fazer
atravessar.
Kincaid assentiu.
— Pode representar o portal daqui, dizendo para você
passar para ser livre.
Ela assentiu, então balançou a cabeça.
— Era mais do que isso, mais do que apenas imagens;
também havia sentimentos. Eu sabia que se eu pudesse só
chegar até ele, tudo ficaria bem. Ele era segurança e
felicidade. — Ela olhou para o companheiro. — Mãos surgiam
do chão para me segurar no lugar, para me impedir de seguir
em frente, então eu acordava.
Ele a abraçou.

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— Mas você encontrou seu caminho até aqui. Isso é
tudo o que importa.
— Mas e se a Caroline não tivesse interceptado o pedido
da rainha? Eu ainda estaria presa lá, sem saber que você
estava bem aqui me esperando! — Respirando com
dificuldade, Zoe fechou os olhos enquanto tentava afastar os
sentimentos de medo e frustração. Só de pensar em seu
companheiro ela tremia incontrolavelmente. Ela podia
enfrentar a própria dor, mas não a dele.
— Zo! Se acalme, — exclamou Gage.
Abrindo os olhos, ela viu faíscas voarem de si, atingindo
a mesa, então a parede.
— Carson! — Aeson gritou.
— Eita! — Leon disse, olhando para cima.
— Lindo, — Brie adicionou em uma voz ofegante.
Zoe observou com espanto quando uma preguiçosa
peneira de flocos de neve apareceu do teto. Estes apagaram
suavemente as faíscas e desapareceram ao tocar os móveis
ou o chão.
Carson parou em cheio quando entrou no recinto pelo
corredor.
— Parece que não precisam de mim, afinal.
Ver a neve a acalmou de uma forma que nada mais já a
acalmara. Ela respirou fundo. Até podia sentir o cheiro do
inverno.
Quando estava respirando uniformemente, olhou para
Yuki.

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— Ok. Vocês, meninos, podem comer quanto cereal
quiserem.
— Quem diria, — Ari observou, os olhos ainda
arregalados.
— Nós manteremos você e nossa casa segura, — Ame
prometeu.
— Sem gritos em chamas, — acrescentou Yuki.
Gage se levantou e bagunçou o cabelo dos dois meninos.
— Vocês merecem um presente por isso. Do que os dois
gostariam? Podem escolher qualquer coisa. Aliás, me deem
várias ideias de presentes caso minha mãe peça.
— Sua mãe? — Ame perguntou.
Gage assentiu, então olhou para a própria unidade
antes de corar.
— Ela meio que reivindicou vocês dois como netos,
então quer mimá-los terrivelmente.
Ambos os meninos imediatamente se viraram para olhá-
la, e foi sua vez de corar.
— Nós seremos o que vocês quiserem que sejamos.
— Hahaue? — Ame perguntou, seus olhos azuis se
enchendo de lágrimas.
Ela sentiu os próprios olhos se humedecerem quando
adivinhou o que isso significava.
— Você quer me chamar de mãe?
Yuki se aproximou do irmão, e ambos pegaram suas
mãos. Seus rostos desesperados fizeram suas lágrimas
caírem.

My
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— Eu ficaria honrada se me chamassem de mãe, — ela
disse suavemente.
O rosto de Ame se contorceu enquanto este soluçava
silenciosamente. Yuki segurou sua mão com tanta força que
beirava a dor, mas ela não a soltaria. Sem dizer uma palavra,
Zoe abriu os braços, e os dois meninos se atiraram nela,
enterrando os rostos em seu pescoço e peito. Parecia que
estavam se purgando das lágrimas que tiveram medo de
derramar antes.
— Hahaue! — Yuki choramingou.
Ela se acomodou e abraçou cada menino de cada lado
de seu corpo. Naquele momento, sabia que morreria por eles.
Mais do que isso, mataria por eles.
— Shiu, vocês estão em casa agora.
Gage sentou-se no assento vazio de Ame.
— Eu também recebo um nome especial? — ele
perguntou.
Yuki se virou, lágrimas escorrendo pelo rosto.
— Chichiue! — E se jogou em Gage, que o pegou
facilmente.
Zoe ouviu uma fungada e pensou que poderia ser Brie,
mas ficou chocada ao ver metade dos caras esfregando os
olhos.
— Ame, Yuki, vocês têm uma mãe e um pai agora, mas
também têm muitos irmãos mais velhos, — Zoe disse,
recostando-se para olhar Ame nos olhos. E gentilmente
enxugou suas lágrimas. — Vocês nunca ficarão sozinhos
novamente, — ela prometeu. — Juro por todos os deuses que,

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a partir deste momento, serei uma mãe para você, Ame, e
para você, Yuki. Não lhes faltará nada, e vou defendê-los até
o meu último suspiro.
Ame e Yuki a olharam em choque.
— Juro por todos os deuses que, a partir deste
momento, serei um pai para você, Ame, e para você, Yuki.
Não lhes faltará nada, e vou defendê-los até o meu último
suspiro.
Ame soltou um suspiro irregular e desabou contra ela,
aconchegando-se em seu colo. Yuki fez o mesmo com Gage.
Era como se ouvir aquelas palavras finalmente lhes tivesse
permitido se soltar.
Aeson se levantou.
— Nós seremos uma família, assim eu juro.
— Assim nós juramos, — os homens ecoaram.
Zoe encontrou o olhar de Gage. Este parecia tão
surpreso quanto ela se sentia. Os homens haviam seguido os
juramento deles dois.
— Obrigada, — ela sussurrou.
Aeson fungou como se estivesse simplesmente limpando
o nariz.
— Não foi nada, — ele refutou, distraidamente
endireitando seu assento.
Govannon deu um passo à frente de onde estivera
escutando na cozinha.
— Vamos alimentar esses carinhas. — Ele se aproximou
e colocou uma bandeja na mesa para distribuir tigelas e
pratos de comida.

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Ame e Yuki se recusaram a desenterrar suas cabeças.
Finalmente, ela gentilmente girou Ame no colo, para este ficar
de frente para a mesa. E suspirou quando viu a tigela de
cereal do tamanho para um guerreiro.
— Isso é metade da caixa?
Ame olhou para baixo e começou a rir.
Ao ouvir o irmão, Yuki se virou sozinho para sorrir para
seu café da manhã.
Govannon deu de ombros.
— Eu esqueci.
— Ok, meninos, primeira regra, tentem não se
aproveitar dos seus irmãos mais velhos... não muito, — disse
ela, lhes jogando uma piscadela.
— Hai, hahaue, — eles responderam brilhantemente.
Gage suspirou.
— Estamos em apuros. Não acho que seremos capazes
de negar-lhes nada.
— Oh, Gage, — ela repreendeu.
— Olha como eles são fofos! — ele disse, apontando para
os meninos que estavam devorando o cereal, de modo que
suas pequenas bochechas estavam inchadas como as de
esquilos.
— Estou vendo o que quer dizer.
— Vocês podem deixá-los aqui se tiverem trabalho a
fazer, — Aeson ofereceu.
Gage franziu o cenho.
— Pare de tentar monopolizar meus filhos.

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Yuki e Ame se endireitaram, tendo sido reivindicados
por Gage.
— Você tem exercícios, — Balder o lembrou.
— E o Aiden disse que estava disposto a ajudar a treinar
o Yuki. Talvez ele devesse simplesmente vir comigo, — Gage
rebateu.
— Se o Ame estiver confortável com isso, ele pode vir
comigo enquanto verifico os centros de feitiços. Será um
trabalho chato e tranquilo, mas você é bem-vindo. Ou você
pode ficar aqui, talvez explorar a cozinha, — ela sugeriu.
Ame engoliu o cereal.
— Hoje eu gostaria de ficar com você. Talvez mais tarde
eu possa ficar em casa.
Zoe entendia. Reivindicar uns aos outros como família
ainda era novidade. Ela sentia isso também. Não queria
deixá-lo ali, mas queria sempre lhe dar uma escolha.
— Então parece que temos um plano para o dia. Yuki
pode ver o chichiue fazendo exercícios, e o Ame fica comigo
enquanto eu verifico os centros de feitiços.
— Eu atuarei como âncora dela, então posso ficar com o
Ame o dia todo, — Kincaid cantou.
Paris e Brogan jogaram seus guardanapos nele.
Gage riu.
— Todo mundo coma para que possamos começar o
nosso dia.
Os meninos comeram o cereal e ela começou a comer os
ovos. Pela primeira vez desde que era criança, ela estava
ansiosa pelo que o dia lhe reservava.

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Alanea Alder
*****
Ame segurou sua mão enquanto caminhavam em
direção ao palácio. Ela queria checar os outros centros de
feitiços, mas precisavam de Kendrick para lhes mostrar como
fazer de Kincaid sua âncora.
— Obrigado por me escolher, — disse Kincaid, enquanto
se aproximavam do palácio.
— Claro, você foi uma escolha óbvia.
— O Carson teria sido melhor, — ele admitiu. — Minha
magia nunca dá certo.
Ela apenas o olhou até ele rir.
— Justo. Mas falando sério, o Carson tem mais controle.
Ela passou o braço livre pelo dele.
— E você tem magia de terra que pode fornecer a
segurança da qual nós dois precisamos. Ninguém cria raízes
mais profundas do que um bruxo de terra.
Ele parou, e ela o puxou um pouco para fazê-lo andar
novamente.
— Eu nunca pensei nisso assim.
— Apenas lembre-se, o Kendrick também achou que
você era uma boa escolha, — ela o lembrou.
Sorrindo, ele assentiu, e atravessaram as portas do
palácio. Kincaid parou, e ela estava prestes a cutucá-lo
novamente quando se virou para ver o que este estava
olhando.
Na frente deles, correndo loucamente, os servos do
palácio carregavam pequenas casas e vasos de plantas.
— O que está acontecendo?

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Kincaid franziu a testa.
— Não tenho certeza, mas não parece bom. Vamos
procurar a Portia.
Ela olhou para baixo e se certificou de que Ame
estivesse segurando sua mão com força. Segundos depois,
Kincaid fez o mesmo com ela. Sorrindo, abriram caminho
através dos esforços frenéticos da equipe do palácio.
No centro, dirigindo tudo, encontraram Portia.
— Portia, o que está acontecendo? — perguntou
Kincaid.
Portia, parecendo tão atormentada quanto Zoe já a vira
até então, indicou o grande pátio.
— Estamos tendo que evacuar os elfos para o pátio.
Ela franziu a testa.
— Por quê?
Portia limpou o canto de um olho, enxugando uma
lágrima perdida antes de se endireitar.
— Está ficando muito frio, — ela explicou, a voz
falhando.
Zoe soltou a mão de Kincaid para colocá-la no ombro de
Portia.
— O que podemos fazer?
Portia pareceu perceber com quem estava falando.
— Talvez, apenas talvez, sua magia seja diferente o
suficiente para ajudar. Venha comigo, — esta ordenou.
Zoe notou que, não importava o quão distraídos
estivessem, os funcionários do palácio abriam caminho
subconscientemente para deixar Portia passar.

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Zoe pensou que ela própria estava fora de forma
enquanto lutava para acompanhar a assistente da rainha,
mas viu de relance Kincaid ofegando e não se sentiu tão mal.
Ela olhou para Ame, que estava mantendo o ritmo muito
bem.
Portia bateu na porta dos aposentos da rainha, depois a
abriu.
— Vossa Majestade, Zoe e Kincaid estão aqui.
A rainha, parecendo pálida e perturbada, olhou para
cima.
— Receio não ter uma atualização para você, Zoe, — ela
admitiu, parecendo derrotada.
— Não estamos aqui para isso. Como podemos ajudar?
— ela perguntou, apontando para si mesma e Kincaid.
A rainha piscou.
— Vossa Majestade, ficam dizendo que a magia deles é
diferente. Talvez possam realizar o que Lord Kendrick não
pôde, — Portia sugeriu.
A rainha ofegou, então se levantou.
— Venham comigo, — ordenou.
Desta vez, Zoe e Kincaid tiveram que correr para
acompanhar. Para alguém tão elegante, a rainha se movia
como o vento. E os levou a uma grande câmara com uma
mesa de pedra no meio. Ao redor da mesa, Aiden, Kendrick,
Thane e Brennus estavam discutindo algo. Meryn, os gêmeos
e Pip estavam sentados ao redor de uma mesa menor, vendo
algo no notebook de Meryn.
Meryn desviou o olhar do notebook e sorriu.

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— Já era hora de vocês chegarem. — Ela apontou para a
mesa. — Zoe, deixe aquele cristal quente.
Kendrick exalou.
— Não é tão simples, Meryn. Eu mesmo sou um bruxo
de fogo. Para saber os cálculos exatos para manter uma certa
temperatura por longos períodos de tempo é preciso
meticuloso…
Zoe começou a ignorá-lo quando este começou a falar de
fórmulas. E torceu o nariz. Sua magia nunca dava atenção a
essas coisas. Ela assumiu que o cristal seria usado para
manter os elfos aquecidos, então não deveria ficar muito
quente. Ela levantou a mão direita, a sua mão de poder, e se
concentrou no cristal.
— Zoe, pare... — Kendrick se moveu em sua direção.
— Sauna, — ela disse, concentrando a mente no calor
que lembrava da sauna de sua casa.
O cristal no centro da mesa se acendeu em um ouro
brilhante, então se acomodou em uma calorosa cor âmbar.
O queixo de Kendrick caiu.
— Como?! — ele guinchou.
Kincaid assentiu.
— Entendi. — Ele olhou para o outro cristal e ergueu a
mão. — Cozinha.
Como o cristal que ela havia encantado, o de Kincaid
brilhou, mas em vez de ir de ouro para âmbar, o dele
começou em âmbar e se acomodou em umber. Um calor
constante irradiava de ambos.

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— Como?! — Kendrick exigiu novamente, andando de
um lado para o outro entre os cristais.
Meryn riu.
— Aiden, você me deve mais duas dúzias de brownies.
Aiden, parecendo aliviado, assentiu.
— Estou feliz de estar errado e mais do que disposto a
pagar.
Thane olhou. Caminhou até o cristal e estendeu a mão.
E deu uma batidinha no cristal.
— Está quente, mas não o suficiente para queimar. —
Ele os olhou. — Como vocês dois conseguiram fazer algo que
não conseguimos? — este perguntou, apontando para o
próprio peito e depois para Kendrick.
Zoe deu de ombros.
— Não tenho certeza. Acho que apenas informei ao
cristal o quanto de calor eu queria, e deu certo.
Kincaid assentiu.
— Eu também. — Ele franziu a testa. — Foi
surpreendentemente fácil.
Kendrick fez sons inarticulados atrás deles. Thane o
ignorou.
— Nós usamos fórmulas por uma razão. Sem diretrizes
rígidas, desastres podem e acontecem. E se a magia de vocês
transformasse o cristal em um pequeno sol? Teríamos sido
incinerados.
Zoe estremeceu.
— Thane, fórmulas e matemática fazem meu cérebro
doer. Eu tinha diretrizes em mente quando enviei minha

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magia. Eu não queria mais quente do que a sauna em que
estive em casa.
Kincaid apontou para ela.
— O que ela disse. Exceto que pra mim, eu queria tão
quente quanto a cozinha fica quando o Aeson está
cozinhando.
— Nós apenas pensamos de forma diferente, — disse
Meryn, tirando algo da camisa. — Ei, Felix, o que acha disso?
— esta perguntou.
Zoe piscou, depois piscou novamente. Uma pequena luz
zumbiu para longe de Meryn para circular os cristais.
Meryn virou-se para Portia.
— Ele disse que a sensação é perfeita.
Portia praticamente cedeu para frente de alívio.
— Graças aos deuses! — ela enfiou a cabeça no
corredor. — Malcom, David! — Dois guerreiros entraram na
sala. — Faça seus guerreiros colocarem estes no pátio em
lados opostos.
Malcom parecia animado.
— Graças aos deuses, — ele sussurrou. Sem se importar
com seu próprio corpo, ele ergueu o grande cristal e começou
a correr para fora da sala, David com o outro cristal logo
atrás dele.
Kendrick, ainda fumegando, com as mãos nos quadris,
os encarou.
— Quanto tempo vai durar esse feitiço?
Novamente Zoe deu de ombros.

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— Mais uma vez, não faço ideia. Eu não estava
realmente pensando em um limite de tempo.
Kincaid balançou a cabeça.
— Eu também não.
— Kendrick, deixe as crianças em paz. Seja de propósito
ou algum milagre, temos o que precisamos para salvar a
população dos elfos, — advertiu a rainha. E se virou para
eles. — A desestruturada conjuração de feitiços é perigosa,
mas pode produzir resultados. Tentem não cair no
pensamento fácil com muita frequência.
— Sim, Vossa Majestade, — Zoe disse.
— Foi isso o que eu disse, — Kendrick apontou.
— Na verdade, meu amor, você só guinchou muito, —
Anne corrigiu.
— Nós viemos aqui para que Kendrick pudesse nos
mostrar como usar âncoras para que eu possa verificar os
centros de feitiços. Se for um momento ruim... — Zoe
apontou para a sala.
A boca de Kendrick se tornou uma linha reta.
— Eu vou lhes mostrar porque só os deuses sabem o
que os dois iriam aprontar sem supervisão. — Ele passou as
mãos pelo cabelo. — Deuses! Eu pareço meu pai. Vou
implorar seu perdão no pós-vida por ter dado tanto trabalho,
— ele disse, então lhes franziu o cenho novamente.
Zoe piscou.
— A sua magia é como a nossa! Como a do Nigel e Neil!
É por isso que nos ajudou quando éramos crianças. Você

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entende como é tentar forçar um pino redondo em um buraco
quadrado.
— Tecnicamente, um pino redondo pode entrar em um
buraco quadrado. Tem que ser um pino quadrado em um
buraco triangular ou algo assim, — Meryn corrigiu.
— Eu simplesmente achava que ele sabia de tudo, mas
isso faz mais sentido, — observou Neil.
— Eu juro que envelheci um milênio desde que te
conheci, Meryn, — Kendrick admitiu, parecendo cansado.
— Não é minha culpa. Estou apenas tentando sobreviver
neste louco mundo paranormal. Você deveria estar culpando
os ceifadores, — Meryn apontou.
— Você está certa, me perdoe, — Kendrick disse, então
exalou. — Tudo bem, vocês dois, vamos checar seus cristais
na saída, então começamos as aulas no centro de feitiços
mais próximo.
— O mais próximo fica no distrito mercantil logo depois
dos portões do palácio, — Zoe o informou.
— Ótimo. — Kendrick se virou e beijou a companheira.
— Volto em breve.
— Seja legal com as crianças, — disse Anne, esfregando
o nariz no dele.
Ele suspirou, depois sorriu.
— Sim, querida.
Zoe estava nervosa enquanto se dirigiam ao pátio. E se a
magia dela tivesse morrido e não estivesse mais quente? Ela
olhou para Kincaid e notou que este parecia tão mal quanto
ela. Ela lhe jogou um meio sorriso, que ele tentou retribuir.

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Portia lhes abriu a porta. Ao longo das paredes, longas
bancadas de trabalho estavam cheias de casas de bonecas de
vários andares, e havia plantas em todos os lugares para os
quais se virava.
De um lado, um cristal âmbar brilhava. O que estava
mais perto deles era o cristal umber de Kincaid. Ela sentiu
uma onda de alívio por ambos os cristais ainda estarem
bombeando uma boa quantidade de calor.
Ao seu lado, Ame puxou sua mão.
— Eu posso ajudar.
Ela se ajoelhou.
— O que você gostaria de fazer?
Ame apontou ao redor da sala.
— Vai ficar muito seco. — Ele engoliu em seco. — Muito
seco. — Ele olhou para o centro da sala, e diante dos olhos
dela, uma flor safira desabrochou que liberou uma névoa
suave. A expressão do menino se aliviou. — Melhor.
Kendrick olhou, então balançou a cabeça.
— Quer saber, vamos deixar isso para outro dia.
Portia olhou para Ame.
— Nós nem levamos em consideração os efeitos do calor
constante. — Ela sorriu para Ame. — Obrigada, pequeno.
Ele sorriu timidamente e se escondeu atrás de Zoe. Zoe,
lembrando-se daquela manhã, olhou para Portia.
— Eu sei que Gage tem que fazer pedidos especiais para
Noctem Falls, mas há algum, em particular, que temos que
fazer para adotar formalmente Ame e Yuki?

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A única reação de Portia foi um leve levantar de uma
sobrancelha.
— Você e Gage precisarão vir ao palácio e fazer uma
declaração afirmando que desejam se tornar seus pais.
Normalmente, um funcionário lidaria com uma coisa dessas,
mas acho que isso é algo que alegraria o dia da rainha. Você
se importaria de ser um pouco mais formal se for ela quem
aceitar seu voto?
— Fizemos nossos próprios votos privados esta manhã,
então se isso ajudar a rainha, eu não acho que Gage se
importaria que ela aceitasse os votos oficiais.
Portia sorriu.
— Ryuu garantiu que o contrato deles tivesse uma
ressalva de que, se optassem por adotá-los, o contrato se
tornasse nulo e inválido. — Ela balançou a cabeça. — Acho
que ele sabia o quanto vocês precisavam uns dos outros.
Ela olhou para Ame.
— Bem, você ficou sob contrato por cerca de um dia
inteiro. Isso te incomoda?
Ele balançou a cabeça.
— Não. Prefiro ter você como minha hahaue. Yuki e eu
não precisamos do prestígio de servir. Nós sempre quisemos
apenas uma família.
Ela o pegou no colo.
— Você nos tem agora. Até mesmo um mal-humorado
tio Kendrick, — ela disse, apontando para onde Kendrick
ainda olhava carrancudo para os cristais.
Kendrick tossiu e limpou a própria expressão.

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— O que são mais duas crianças afinal? — ele disse.
— Kendrick, você não está sendo honesto consigo
mesmo. Você teria cuidado de Ame e Yuki mesmo que só
porque isso significa algo para Ryuu, — Kincaid apontou.
Kendrick lhe balançou um dedo.
— Pare de ser insolente. — Ele analisou os três o
olhando. — Bem, vamos começar.
Zoe piscou um olho para Ame, que a surpreendeu com
uma piscadela de volta. Rindo, eles caminharam pelo palácio
de mãos dadas para aprender com o bruxo rabugento.

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Capítulo quatorze
A atenção de Gage estava dividida. Este estava tentando
fazer os próprios exercícios, mas seus olhos continuavam se
desviando para onde Sascha trabalhava com Yuki. Na
segunda vez em que foi atingido pelo bastão de Ari, o líder de
sua unidade balançou a cabeça.
— Vá em frente, antes que eu acidentalmente arrebente
seus miolos, e sua companheira me incendeie, — ele
ordenou, apontando para onde seu novo filho praticava.
— Obrigado, Ari, — ele disse, então correu até o
pequeno campo de treino que Sacha estava usando. Os
movimentos de Yuki fluíam facilmente. Seu pisar era seguro,
e ele era ágil. Sorrindo, Gage observou o filho com orgulho.
O shifter de tigre branco o viu se aproximar e
interrompeu a luta.
— O Ramsey me deve vinte conto. Eu disse que você não
duraria uma hora.
Gage o ignorou.
— Como vai, filho?
Yuki se endireitou mais.
— Estou familiarizado com a maioria dos movimentos,
mas me falta força e resistência.
Sascha assentiu.
— Eu mesmo não poderia ter dito melhor. A técnica
pode esperar. Ele é natural no corpo a corpo. Por enquanto,

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vamos nos concentrar no treinamento de força e na
construção da resistência. — Ele olhou ao redor e
estremeceu. — Nós não temos realmente coisas de criança
aqui.
Leon correu até ele.
— Do que precisa? — este perguntou, tendo obviamente
estado escutando.
Sascha pensou por um momento.
— Pesos menores, talvez de dois a quatro quilos. Eu
gostaria que tivéssemos uma pista de obstáculos projetada
para pernas pequenas.
Leon levantou a mão.
— Isso deve ficar pronto até o final da próxima semana.
— Ele pensou por um momento. — Galões de água de cinco
litros funcionariam por enquanto? Eu posso correr e pegar
alguns.
Gage riu.
— Ambos são muito amados se não deu pra perceber.
Sascha assentiu para Leon, então bagunçou o cabelo de
Yuki.
— Temos uma garota da idade dele que nos ajuda a
treinar em casa. Eu juro, alguns dias, sinto que ela nos tem
na palma da mão. De tão amada que é.
Gage estava prestes a perguntar sobre Penny quando
um alarme começou a soar. Ari devia tê-lo acionado pelo
telefone. Enquanto o alarme soava, Yuki o olhou com medo
claro em seu rostinho. Gage o pegou e seguiu os homens
quando se reuniram no centro do campo de treinamento.

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— Ari?
Ari levantou um dedo, ouvindo quem quer que estivesse
falando no telefone.
— Sim, senhor. — Ele ouviu. — Todas as unidades estão
disponíveis, senhor. A Velha Guarda começou a fazer
patrulhas depois que aquela sombra apareceu alguns dias
atrás. — Ele assentiu. — Sim, senhor. — Ele encerrou a
ligação e olhou para os homens, depois para Gage. — Aiden
disse que logo depois que a sua companheira encantou algum
cristal que era necessário para os elfos, a Meryn conseguiu
uma pista naquele notebook dela. Precisamos nos preparar
para invadir outro armazém.
O coração de Gage saltou no peito. Se as unidades iam
invadir um armazém, quem cuidaria de seu filho? Ari se virou
para ver porque ele hesitou e piscou quando percebeu que
Gage estava com Yuki no colo.
— Ligue para a sua mãe, — Ari ordenou.
Gage sentiu uma onda de alívio. Ele tinha esquecido que
sua mãe estava visitando. Pegando o telefone, ele fez a
ligação.
— Gage?
— Mãe, eu preciso de você.
— Onde?
— A vila dos guerreiros. Eu tenho uma missão, mas não
há ninguém para cuidar do Yuki. Não sei mais o que fazer, —
ele explicou, sem nem perceber que manteve seu jeito
informal de falar.

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— Estarei aí rapidamente. Se acalme, Gage. Yuki será
bem cuidado, — ela o assegurou, então desligou.
— Ela está a caminho, — disse ele a Ari.
— Ótimo. Vamos para lá, pegamos Brie e nos armamos,
— Ari apontou para a vila.
Gage correu com os homens, mas quando os outros se
dispersaram para seus quartos para pegar suas coisas, ele
esperou no andar de baixo com Yuki. Sentaram-se em
silêncio no banco do saguão.
— Se eu não estivesse aqui, você não estaria
preocupado, — Yuki disse em voz baixa.
Gage o sentou em seu colo, de frente para si.
— Eu ficaria preocupado independentemente. Essas
missões são perigosas. — Ele ouviu a porta da frente se abrir,
mas se concentrou no filho. — Você não me distrai, Yuki.
Você, seu irmão e sua hahaue me dão uma razão para lutar e
voltar para casa. Agora, eu preciso que cuide da sua avó para
mim. Consegue fazer isso?
Yuki agarrou seus braços.
— E se você não voltar para casa?
Gage sentiu como se tivesse levado um soco no
estômago. Em todas as missões das quais participou antes,
nunca sentiu dor e medo assim, não por si mesmo, mas por
esta pequena criança que dependia dele.
— Bem-vindo à paternidade, — observou uma voz
feminina.
Ele olhou para cima.
— Mãe.

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Havia milhares de coisas que ele queria dizer; queria
compartilhar como entendia seus medos agora, mas não
tinham tempo.
Ela colocou a mão em seu ombro.
— Eu sei. Confie em mim, Gage, eu sei. — Ela pegou
Yuki de seu colo. — Esse é o meu neto?
Yuki piscou, então assentiu.
— Eu me sinto muito melhor sabendo que você vai
cuidar de mim, — disse ela em tons suaves. — Agora. Não
precisa se preocupar com seu pai. Ele tem dezenas de
guerreiros ao redor de si que ajudarão a mantê-lo seguro, —
ela disse secamente.
Yuki sorriu levemente.
Ela apontou para Gage.
— Jovem, seu pai é o terceiro melhor guerreiro em toda
Éire Danu. Ferals teriam muito trabalho até para fazê-lo
suar, muito mais para machucá-lo, — ela disse, embora Gage
pudesse ver a preocupação em seus olhos mesmo enquanto
tranquilizava seu filho.
— Disse bem, Tierla, — falou Ari com aprovação. — Nós
voltaremos para casa em breve, Yuki. Enquanto estivermos
fora, você é o homem da casa. Cuide da sua avó e da sua mãe
e irmão quando eles voltarem. Ok?
Yuki se endireitou com propósito e assentiu.
— Eu cuidarei.
Ari virou-se para ele.
— Equipe-se, — ordenou.

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Gage lutou contra a vontade de hesitar, mas sabia que
se o fizesse, só ficaria mais difícil cada vez que saísse em
missões. Ele tinha que confiar em seu líder de unidade, em
sua mãe e seu filho. Era a única maneira de ele voltar vivo.
Caso contrário, a preocupação o mataria mais rápido do que
qualquer feral.
*****
Depois que Kendrick explicou a mecânica básica, ela e
Kincaid ficaram de cada lado do centro de feitiços. Ela olhou
em volta e descobriu que Kendrick tinha, de alguma forma,
tirado giz de lousa de sua pequena bolsa, e seu filho estava
alegremente depredando propriedade pública.
— Concentre-se, — Kendrick latiu.
Ela olhou para Kincaid, e reviraram os olhos em
uníssono.
— Eu vi isso, — Kendrick observou.
Respirando fundo, ela enviou a própria magia adiante.
Momentos depois, a magia de Kincaid encontrou a dela, e
quando ela começou a imagem mental de uma trança, os
esforços deste os transformaram em cabos. Sentindo-se
segura, Zoe avançou para procurar a marca Appleblossom.
Em certo ponto, ela sentiu a magia de Kincaid
solavancar, mas continuou. Finalmente, ela encontrou o
feitiço. Com esforço meticuloso, ela examinou cada runa e
símbolo para garantir que estivessem intactos. Como o
anterior, este centro de feitiços estava bem.
Lentamente, ela puxou sua magia de volta e seguiu o
cabo de volta para Kincaid. Quando abriu os olhos, ficou

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surpresa com o quão bem se sentia. Dividir a carga com dois
bruxos tinha ajudado enormemente.
Quando Zoe olhou para Kincaid, seu sorriso morreu.
— O que?
A ansiedade estava se esvaindo dele em ondas.
— Os caras foram chamados há menos de uma hora.
Vão invadir outro armazém, — ele disse concisamente.
Ela olhou ao redor.
— Quem está cuidando do Yuki?
Kendrick pegou um walkie-talkie.
— A mãe de Gage está na vila dos guerreiros com Yuki.
Vou escoltá-la até lá e depois voltar ao palácio. Kincaid, você
pode protegê-los?
Kincaid assentiu.
Ela foi até Ame, que ergueu os braços, e o pegou.
Colocando a mão no ombro de Kincaid, lhe deu um aperto.
— Eu sei que você preferiria estar com eles.
— Somos apenas um esquadrão de quatro homens
normalmente, cinco contando com a Brie, mas eles foram
com menos um homem. — Ele balançou a cabeça. — Fico
feliz de ter podido te ajudar, Zoe. Eu só queria...
— Poder estar em dois lugares ao mesmo tempo? —
Kendrick perguntou, então deu uma risada curta. — Junte-se
ao clube.
Kincaid assentiu com a compreensão de Kendrick.
— Vamos levá-los para casa. — Ele sorriu para Ame. —
Aposto que podemos arranjar alguns lanches para os caras
para quando eles voltarem.

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Ame assentiu com entusiasmo.
— Eu quero ajudar!
Zoe estava lutando para manter a calma. Seu
companheiro estava lá fora lutando, e ela estava ali, onde não
tinha ideia do que estava acontecendo.
Kendrick agarrou seu ombro.
— Sua única responsabilidade agora é cuidar dos
meninos e não deixá-los preocupados com você.
Em outras palavras, manter a porra da cabeça no lugar.
Ela pensou.
A caminhada de volta para a vila dos guerreiros foi mais
rápida do que ela se lembrava, mas isso poderia ser atribuído
a sua distração. Quando abriu a porta, a primeira coisa que
notou foi o quão quieto tudo estava.
— Yuki! — ela chamou.
— Hahaue! — Yuki veio correndo da sala de estar. Atrás
dele, uma linda mulher de cabelos escuros apareceu na
porta, lhe sorrindo.
Yuki se enrolou nas pernas dela, e Ame abraçou o irmão
com força.
— Está tudo bem, rapazes. Tudo ficará bem. — Ela se
ajoelhou e beijou cada menino na testa. — Seu irmão mais
velho, Kincaid, teve uma ideia maravilhosa. Ele sugeriu que
fizéssemos um pouco de comida para os guerreiros para que,
quando voltarem, tenham muito para comer. Yuki, gostaria
de nos ajudar na cozinha?
— Arroz, — ele respondeu.
Ela franziu a testa.

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— Ele quer dizer que quer ficar encarregado de cozinhar
o arroz, — Ame interpretou.
Como Ame era o mais tímido dos dois, ela tendia a
esquecer que ele era mais velho. Naquele momento, seu
irmão mais novo estava perturbado, então ele estava tomando
as rédeas. Ela estava muito orgulhosa dele.
Olhando para cima, ela jogou um sorriso pálido para a
mulher mais velha.
— A mãe de Gage, presumo?
A mulher riu.
— Que maneira de conhecer uma à outra. Sim, sou a
mãe de Gage, Tierla LeBeau. Você tem meninos lindos. Não
sei dizer o quanto estou animada por ter dois netos!
— Obrigada por vir tão rápido cuidar do Yuki.
Tierla dispensou seu agradecimento com um aceno.
— É para isso que servem as avós.
Yuki sorriu timidamente para a mulher, então se virou
para o irmão.
— Ela é muito legal.
Ame assentiu e olhou para Tierla com cuidado.
Tierla bateu palmas.
— Vamos começar. Jovem, você será nosso ajudante, —
ela disse imperiosamente para Kincaid.
Kincaid apontou para o próprio peito.
— Eu?
— Quem mais? Se precisarmos de ingredientes
enquanto cozinhamos, será você que irá buscá-los para nós,
— disse Tierla.

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Zoe arregaçou as mangas.
— Vamos lá, meninos.
Quando se dirigiram para a cozinha, Tierla passou o
braço no dela.
— Estou igualmente animada para ter uma filha
também. Estou ansiosa para conhecê-la melhor.
Corando, ela se sentiu tão tímida quanto Ame.
— Eu também.
Kincaid as seguiu.
— Que tipo de ingredientes? Vai ser muito? Vou ter que
ir longe? — ele perguntou.
Tierla a olhou e piscou um olho.
— Quem sabe?
Zoe sentiu um pouco de seu nervosismo se dissipar com
a brincadeira de Tierla. Ela não estava planejando conhecer a
sogra naquele dia. Ainda assim, dadas às circunstâncias,
poderia sem bem a coisa certa para manter sua mente
ocupada para não se preocupar com seu companheiro.
*****
Gage esperou pelo sinal. Ari e Aiden tinham estacionado
duas unidades em cada uma das três portas. Brie e Ari
estavam responsáveis por garantir uma sala no armazém
como ponto de apoio para evacuar quaisquer feridos. Aiden
ficara impressionado com o sucesso da missão de Brie e
decidira adicionar isso à sua metodologia para missões de
armazém.
Priest deu um tapinha em seu ombro, então apontou
para a testa. Gage sorriu. Também era a primeira vez que

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usariam óculos térmicos. Em seus exercícios, todos
concordaram que dois guerreiros ficariam de costas um para
o outro, e todos os outros se abaixariam para limpar a sala
inicialmente, da mesma forma que Brie e Cam faziam. Depois
disso, os óculos poderiam ser usados se atacados por um
inimigo invisível. Era perfeito? Não. Eles ainda poderiam
atirar acidentalmente um no outro? Sim. Mas era o melhor
plano que tinham por enquanto.
Brie os olhou. E tocou em sua unidade de comunicação.
— Ameaça, Gêmeos, boa noite, — disse ela, iniciando o
ataque. Depois de uma contagem de dez segundos, eles
começaram a se mover.
A tarefa de Gage e Priest, junto com a Upsilon, era
assegurar os reféns se ainda estivessem vivos. Meryn havia
localizado um armazém a cerca de 160 quilômetros a oeste de
Madison. Tanto ela quanto Brie concordaram que, se
mantivessem os ataques aleatórios, os ferals não saberiam
quais fechar para provocá-los.
Liberando a porta, ele examinou a sala. Sendo um
vampiro, sua visão era melhor que a de Priest, mas não
muito. Priest era um dos raros shifters de harpia que podiam
transformar os olhos para ter melhor visão, da mesma forma
que as mãos podiam ser transformadas em garras.
— Gage! — Priest gritou.
Mas Gage já estava se movendo. Eles tinham reféns
vivos em uma jaula no canto. A cerca de seis metros deles,
um fae estava amarrado a uma maca de aço gritando

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enquanto um cristal acima dele brilhava. Do outro lado dele,
uma linha de fae se encolhia contra a parede.
Levantando sua arma, ele matou o feral manipulando as
máquinas. Priest foi até a maca e começou a desamarrar o
sobrevivente. Atrás dele, Aiden deu a ordem:
— Pra baixo!
Imediatamente ele e Priest caíram no chão. Alguns
momentos depois, Brie liberou para que todos se
levantassem.
Gage estava procurando nas gavetas as chaves da jaula
quando ouviu Priest gritar seu nome. Olhando para cima, ele
teve tempo suficiente apenas para ver Priest rosnar antes de
um braço serpentear atrás de si.
— Um presente de despedida. Diga ao meu irmãozinho
Oron: “obrigado pela forma de entrar”, — uma voz disse rouca
em seu ouvido, liberando um cheiro pútrido. Ele foi jogado
para o lado, e o alto fae apertou alguns botões antes de lhe
fazer uma saudação zombeteira. Tocando o próprio colar, este
desapareceu.
— Filho da puta! — Gage gritou.
Ele foi pegar os óculos para rastreá-lo quando Priest
apontou para o teto.
— Gage, ele fez algo com a máquina. Precisamos tirar
essas pessoas daqui agora!
Gage olhou para cima para ver que o cristal agora
pulsava cada vez mais rápido. Ele não ia se arriscar.
Estendeu a mão para sua unidade de comunicação.
— Bomba! Limpem o prédio!

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Ele ouviu exclamações enquanto seus irmãos de
unidade começaram a pegar os sobreviventes fae da parede e
carregá-los para o portal.
— Qual a situação? — Aiden perguntou, correndo até
eles.
— Você vai passar sua bunda por aquele portal, senhor,
— disse Gage. — Você é importante demais para te
perdermos.
— Não é assim que eu opero, — Aiden refutou.
— Thane! Precisamos de ajuda com as fechaduras! —
Priest chamou.
Thane correu, as mãos já brilhando. Depois de alguns
segundos, este deu um passo para trás, balançando a
cabeça.
— Foram enfeitiçadas.
Ari e Brie estavam conduzindo os sobreviventes
restantes pelo portal perto da frente do prédio. Ari encontrou
seus olhos, e Gage gesticulou com a cabeça em direção ao
portal. Ari rosnou de frustração, mas fez o que Gage queria.
Colocou Brie em segurança.
— Comandante da Unidade Aiden McKenzie, como esta
é uma missão sancionada por Éire Danu para cidadãos fae,
estou assumindo o comando como o guerreiro de Éire Danu
de mais alto escalão presente. Você está dispensado do
comando e ordeno que volte ao palácio.
Aiden zombou.
— Okay, certo.
Gage colocou a mão sobre o coração.

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— Nunca houve uma opção sobre onde você ficaria. —
Olhando para cima, ele engoliu em seco. — Cuide de Zoe e
dos meninos.
A expressão de Aiden ficou em pânico quando percebeu
que Gage estava falando sério.
— Não. Olha aqui, me ouça...
Atrás dele, Thane levantou uma mão e a colocou no
ombro de Aiden, um pulso disparou, derrubando o shifter de
urso.
Darian suspirou.
— Ele vai ficar tão puto.
Oron apontou para o Comandante da Unidade.
— Tire ele daqui, Dari. Você também, Thane.
Darian balançou a cabeça.
— Não sem você.
— Nesse exato momento eu não sou seu irmão. Sou seu
guarda. Príncipe Darian, vá embora. Pelo bem de nosso povo
e de nossa mãe, você deve sobreviver, — disse Oron com voz
firme.
— Eu te odeio por isso, — Darian disse por entre dentes
cerrados.
Oron jogou-lhe um sorriso torto.
— Não, não odeia.
Darian lhe deu um abraço feroz, e tanto ele quanto
Thane pegaram Aiden e o carregaram em direção ao portal.
— Volte para nós, Oron! Está me ouvindo? É bom voltar!
— Darian gritou de volta, antes de desaparecer pelo portal,
fechando-o.

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Alanea Alder
Gage olhou para cima. A luz agora estava piscando
rapidamente.
— Não temos muito tempo.
Priest o olhou.
— Vá, Gage. Oron pode tirá-lo daqui. Você tem a Zoe e
os meninos. Deixe que eu fique.
— Você tem uma companheira a caminho, e meu
ranque é maior que o seu, agora fique quieto. Estou tentando
pensar, — disse ele, olhando para o painel.
— Deve haver pelo menos uma centena de combinações
de botões. As chances de acertarmos a sequência certa para
desligar isso são quase nulas, — disse Oron, passando a mão
pelo cabelo.
— Príncipe Oron, um dos guardas usou uma pulseira
para destrancar a jaula, — um dos prisioneiros falou.
— Quieto! Ele é um Eirson, — outro repreendeu com
medo.
— Tecnicamente, ele é um Vi'Eirlea agora, — corrigiu
Priest.
— Isso não é importante, — disse Oron, apontando para
o teto. — Temos talvez trinta segundos.
— Fodeu! — Priest gritou.
Gage olhou para a jaula.
— Nós nunca encontramos nenhuma jaula.
Priest pareceu confuso.
— O que isso tem a ver com alguma coisa?
Oron deu um tapinha em suas costas.
— Isso significa que não estão soldados ao chão.

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Alanea Alder
Gage assentiu.
— Você pode abrir um portal ali? — ele perguntou,
apontando para a parede.
Usando um anel de sinete de prata, Oron abriu um
portal do outro lado da jaula.
— Não é tão chique quanto o do meu irmão, mas vai nos
tirar daqui.
Gage, Priest e Oron baixaram os ombros e empurraram.
Bem quando o cristal se tornou um fluxo constante de luz,
eles empurraram uma última vez enquanto uma explosão
atrás de si lançou eles e a jaula pelo portal para a escuridão.
*****
Zoe observou pela porta da cozinha.
Ari voltara pálido e furioso. E falou primeiro com
Kincaid, que caiu de joelhos.
— Não, — ela sussurrou.
Ari se virou e correu para o lado dela.
— Não sabemos ao certo. Eu vim explicar as coisas e
levá-la ao palácio.
Zoe se virou para encarar Tierla. A mulher mais velha
aninhou os meninos.
— Vá. Faça tudo o que puder e vá. Estaremos te
esperando aqui.
Ela beijou os dois meninos e começou a correr com Ari.
Segundos depois, Kincaid estava bem atrás deles.
— Que porra aconteceu?! — este demandou.
A expressão de Ari se contorceu.

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— Havia uma bomba. Gage assumiu o comando como
terceiro no ranque. Brie e eu tomamos conta dos
sobreviventes. Ele imediatamente tirou o Aiden do dever e
basicamente empurrou ele e o Darian pelo portal. Ele, Priest e
Oron ficaram para trás. Esperamos eles passarem, mas
nunca passaram. Thane disse que com base no que viu da
bomba, deve ter explodido minutos depois de evacuarmos. —
Ele parou de falar.
Zoe congelou na rua.
— O que você não está dizendo?
Ari virou-se para ela, seu rosto uma máscara de dor.
— Nós voltamos e não havia mais nada.
Zoe balançou, e Ari ficou instantaneamente ao seu lado.
A pegou no colo e voltou a correr, Kincaid soluçando, correu
ao seu lado.
— Não. Ele está vivo. Eu teria sentido se ele morresse,
não?
— Eu não sei, mas queria você conosco para quaisquer
atualizações. Você tem esse direito, — Ari disse, seu rosto
uma máscara de tristeza.
Assim que chegaram ao palácio, Ari diminuiu o passo,
mas não a colocou no chão. Foram imediatamente para os
aposentos da rainha. Quando se aproximaram, ouviram
rugidos de tremer os ossos vindos de dentro dali.
Ari estremeceu.
— O Aiden acordou.
Ele abriu a porta, e entraram para enfrentar a
devastação. Aiden virara a mesa e andava de um lado para o

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outro enquanto lutava com seu urso. De um lado, a rainha
estava sentada entre Darian e Brennus. Todos os três
estavam envoltos em um palpável desespero.
— Aiden, se você não se acalmar nesse caralho, eu vou
ficar chateada. E isso provavelmente vai me fazer vomitar, daí
eu poderia machucar nossa jujubinha! — Meryn ameaçou.
Aiden lhe rosnou.
Seus olhos se estreitaram.
— Você realmente acabou de rosnar pra mim?
Aiden bufou, mas seu ritmo errático diminuiu.
Meryn virou-se para ela.
— Não sabemos nada com certeza.
— Havia uma cratera, Meryn! — Darian exclamou,
lágrimas lhe escorrendo pelo rosto. E ficou de pé de um salto.
— Eu tive que me afastar por uma segunda vez! Primeiro com
Keelan e agora com meu próprio irmão. Deveria ter sido eu!
Brennus se levantou e puxou Darian para um abraço
inquebrável. Darian se debateu até perder a força, então
cedeu contra o fae mais velho.
Zoe olhou ao redor da sala.
— Kendrick? — perguntou, sua voz falhando. Se alguém
podia fazer tudo aquilo sumir, era ele.
Kendrick balançou a cabeça.
— Já se passaram mais de vinte minutos. Eles já teriam
nos contatado.
Seus joelhos cederam, e Ari facilmente a ergueu e a
sentou ao lado da rainha.
— Ele está vivo. Eu consigo sentir, — disse ela.

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A rainha assentiu.
— Não vou perder a esperança. Embora eu não seja sua
mãe biológica, ele ainda é meu filho. Eu saberia se ele tivesse
partido deste mundo.
Ao redor da sala, os guerreiros ansiosos por notícias as
olhavam com uma mistura de pena e pesar.
Zoe refletiu sobre as coisas. Gage era inteligente. Ele era
engenhoso e pensava rápido. Se alguém tinha uma chance de
sobreviver àquilo, era ele.
— É bem preocupante eles não terem nos contatado. O
que poderia causar isso?
A cabeça de Darian se levantou do ombro de Brennus. E
lhe jogou um olhar incrédulo, como se não pudesse acreditar
no que estava ouvindo.
Meryn franziu o rosto.
— Bem, se não estiverem mortos... porque você sabe que
a morte poderia impedir eles de fazer contato. — Ela olhou
para o próprio notebook. — A única maneira que eles têm de
nos contatar é pelo celular, mas se aquela bomba de cristal
agiu como um pulso eletromagnético, poderia ter fritado o
hardware deles.
Aiden virou a cabeça na direção da companheira.
— Há uma chance?
Meryn assentiu.
— Pequena pra caralho, no entanto.
Aiden respirou fundo e se concentrou.
— Como podemos encontrá-los?
— Aiden? — perguntou Darian.

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Aiden olhou para Zoe.
— Não vou desistir deles. Ainda não. Em meu coração e
alma, sei que sentiria se a Meryn deixasse este mundo antes
de mim. Até Zoe sentir o contrário, temos uma missão de
resgate para planejar.
Darian se endireitou.
— Tenho medo de ter esperança.
— Então deixe-me fazer isso por nós dois, — disse
Aiden. — Você carregou o peso e a dor por Keelan sozinho,
não vou te deixar fazer isso desta vez. — Ele olhou ao redor
da sala. — Homens! Reúnam-se!
Com um senso de propósito, os homens se
aproximaram, os rostos sombrios.
— Ok, bebê, por onde começamos? — Aiden perguntou,
virando-se para Meryn.
Meryn inalou irregularmente e exalou. Zoe percebeu
que, apesar de seu jeito irreverente, Meryn estava com medo
pelo irmão.
— Nós verificamos ao redor do armazém? Tipo na
floresta e tal?
Aeson deu um passo à frente, seus olhos avermelhados.
— Sim, nós vasculhamos a área circundante.
Meryn olhou ao redor da sala, parecendo um pouco
desesperada.
— Aqui! — Neil disse, se aproximando correndo com
uma pequena cadeira de escritório com rodas.
Suspirando de alívio, Meryn sentou-se de joelhos na
cadeira e começou a girar.

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— Então, se eles estão a pé, estão bem o suficiente para
sair da zona que os guerreiros verificaram. Isso é bom.
Ninguém viu sangue, também é bom. Quero dizer, havia
pessoas na jaula. Haveria algum tipo de respingo. — Ela
parou de girar. — Vocês viram a jaula?
Nerius balançou a cabeça.
— Só um buraco no chão e uma parede havia
desaparecido.
Meryn girou, então parou novamente.
— Uma única parede? Achei que tinha dito que a jaula
estava num canto.
Kael se aproximou de seu líder de unidade.
— A parede traseira foi destruída, mas a parede externa
sofreu poucos danos. Achamos que a explosão atingiu o chão
e subiu.
Meryn girou, diminuiu a velocidade e chutou para girar
novamente.
— Ou algo protegeu a parede.
Aiden franziu a testa.
— Perdi o raciocínio, bebê.
Meryn parou, em seguida, olhou para cima, virando-se
para a rainha, então para Brennus.
— E se o Oron abriu um portal? A explosão teria
atravessado o portal antes dele fechar?
A rainha ofegou e cobriu a boca com as mãos.
Soluçando, assentiu. Brennus foi ao seu lado e passou o
braço em volta dela. Depois se virou para Meryn.
— Continue, amorzinho.

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— E se eles abriram um portal e tentaram atravessar
com a jaula? Não tenho certeza de quão bem-sucedidos
teriam sido, mas se estivessem do outro lado do portal
quando a explosão aconteceu, podem ter se machucado e
ficado incapazes de nos contatar.
O coração de Zoe perdeu o passo.
— Como os encontramos? Eles podem estar em
qualquer lugar.
Darian lentamente começou a balançar a cabeça.
— Isso não é verdade. Meu anel, que simboliza que sou
o herdeiro, pode abrir portais em qualquer lugar. Mas o anel
do Oron não é assim. Ele pode abrir portais, mas apenas para
locais estabelecidos. — Ele se levantou, tremendo. — Deuses!
Aiden, acho que sei onde eles estão!
Aiden pegou o celular.
— Onde?
— O armazém perto de Noctem Falls! Ou na própria
Noctem Falls. Esses dois locais são dos últimos portais que
ele abriu. Em um pânico cego, ele pode ter se conectado a um
deles sem pensar. — Darian caminhou para um lado e,
usando o próprio anel, tentou abrir um portal. Então deu um
passo para trás, balançando a cabeça. — Não consigo abrir
um segundo portal tão próximo de um já estabelecido.
Teremos que ir ao prédio da Rua do Mercado para passar e
verificar.
Aiden já estava fazendo ligações.

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— Adriel, eu preciso de uma varredura de Noctem Falls.
Temos homens desaparecidos, e eles podem ter usado um
portal para escapar para aí.
Zoe estendeu a mão e agarrou as da rainha. Como
Darian, ela estava com medo de ter esperança.
— O quê?! — Aiden olhou para cima. — Adriel está
relatando que aproximadamente vinte minutos atrás, um
estrondo alto foi ouvido por toda a cidade. Eles estão
tentando identificar onde. — Ele voltou à ligação. — Adriel,
espere visitantes. Estou levando guerreiros para ajudar na
busca. — Ele encerrou a ligação. — Darian, você pode abrir
um portal para Noctem Falls?
— Pode apostar que sim! — Darian exclamou. Segundos
depois, um portal dourado brilhou.
— Ari, Brie e Kincaid. Ômega, Psi, Phi e Upsilon passem.
Chi, mantenham posição aqui na cidade.
Aeson parecia prestes a discutir, mas acabou
balançando a cabeça.
— Manteremos.
— Hahaue?
Zoe se virou e ficou de pé. Tierla estava com Portia e os
meninos.
— Eles queriam vir e, para ser honesta, eu também. Ele
é meu filho e pai deles, — explicou Tierla.
Zoe correu e se ajoelhou perto dos meninos, abraçando-
os com força.
— Temos que procurá-lo. Ele pode estar muito
machucado.

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Ambos assentiram.
— Nós também vamos.
— Absolutamente não! — Aiden argumentou.
Zoe se levantou e beijou Tierla na bochecha. Ela agora
sabia o que tinha que fazer. Encontrar o companheiro.
— Não, — Aiden repetiu.
Quando ela e os meninos passaram pela rainha, esta
estendeu a mão.
— Por favor, — esta sussurrou.
Zoe assentiu.
— Farei tudo o que estiver ao meu alcance para trazê-los
para casa.
— Ninguém está me ouvindo? Eu disse não, — Aiden
acenou com o dedo.
Zoe, seguida pelos meninos, caminhou até Aiden e deu
um tapinha em sua bochecha.
— Você não é cruel o suficiente para dizer não para nós
três, é?
Ela olhou para baixo, e os dois garotos estavam olhando
para Aiden com os maiores olhos do Gato de Botas que ela já
tinha visto. Não querendo ficar para trás, ela o olhou com
seus mais tristes olhos.
— Argh! Sou comandante apenas no nome. Ou isso ou
sua família não tem respeito algum pela minha autoridade!
Mal posso esperar para ter uma conversinha com o Gage
sobre me empurrar por um portal. Tudo bem! — Ele jogou as
mãos para o alto em derrota.
— Respeita minha autolidade, — Meryn imitou.

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Atrás dela, os meninos seguraram suas vestes. Juntos,
atravessaram o portal para procurar a parte perdida de sua
família.

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Capítulo quinze
Quando Gage acordou, estava em completa escuridão e
tomado por uma dor indescritível. Ele escutou com atenção e
ouviu uma respiração irregular e rouquenha ao seu redor. A
gaiola!
— Priest! Oron! — ele chamou. E parou. Sabia que tinha
chamado, mas não conseguia ouvir as próprias palavras.
Então fez um balanço da situação. Movendo-se lentamente,
ofegou quando a dor piorou. Tentou distinguir os arredores,
mas havia tão pouca luz. Ele sentiu uma mão em seu braço e
foi atacar. Seu punho foi pego, e sua mão levada até um
rosto.
Gage piscou e viu que era Oron inclinado sobre si. À
medida que seus olhos se ajustavam, ele pôde ver mais.
— Você está bem?! — ele gritou.
Oron balançou a cabeça com pesar e estendeu o pulso
para Gage. Gage só pôde encará-lo antes de balançar a
cabeça. Ele não se alimentaria de seu irmão do jeito que se
sentia. O drenaria.
Carrancudo, Oron pegou uma faca e cortou o próprio
pulso antes de enfiá-lo na boca de Gage. Ele foi virar a
cabeça, mas o sangue fae envelhecido começou a correr por
suas veias. Gole após gole, sua força começou a retornar.
Depois de um minuto, Oron puxou o pulso.

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Alanea Alder
— Consegue ouvir agora? — perguntou, enrolando um
pano em volta do pulso.
— Você sabe que eu odeio me alimentar de vocês.
Oron lhe olhou sem expressão.
— Você estava perto de morrer. Supere.
Isso o deixou sério. Gage assentiu e começou a se mover
cautelosamente.
— Minhas costas?
— Não vou mentir. Parece mutilada. Você foi o último a
passar, então acho que a maior parte da explosão te atingiu.
— Priest?
— Estou aqui, amigo, — disse Priest, do seu outro lado.
— Costelas quebradas e tem algo de errado com a minha
lombar, mas fora isso, estou bem.
Gage teve que lutar contra o desejo de revirar os olhos
com a resposta irreverente de Priest.
— Os reféns? — ele perguntou.
— Apagados no momento, o que provavelmente é uma
coisa boa. Eles foram jogados para lá e para cá naquela jaula.
Aposto que temos vários ossos quebrados e concussões para
tratar, — disse Oron, olhando por cima do ombro.
— Opa, esquecemos de trazer um curandeiro, — brincou
Priest.
Gage começou a rir e inalou bruscamente.
— Deuses, isso dói. — Ele olhou ao redor. — Onde
caralhos estamos?
Oron estremeceu.
— Noctem Falls, eu acho.

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Alanea Alder
Lutando contra a raiva alimentada por sua dor, Gage
respirou pelo nariz.
— Você acha?
Oron recostou-se na parede de pedra.
— Eu não tinha um destino claro em mente, então
espero que tenha nos levado a um dos últimos locais para os
quais abri um portal. — Ele olhou ao redor. — Não estamos
naquele outro armazém, estamos cercados por pedras e
cavernas, então estou bem certo de que estamos em Noctem
Falls.
Gage fechou os olhos. Ele crescera ali e sabia
exatamente quão extensos eram os sistemas de cavernas.
Eles poderiam morrer ali e teriam sorte se seus corpos fossem
encontrados na próxima década ou algo assim.
— Quão ruim está? — ele perguntou.
Oron desviou o olhar.
— Se você não for tratado logo, eu não acho que vá
conseguir.
Priest foi bater em Oron, mas não conseguiu alcançá-lo.
— Você tinha que dizer desse jeito?
Gage balançou a cabeça.
— Já passamos da fase de amenizar as coisas. — Ele
tentou limpar a mente. — Oron, você vai ter que ir buscar
ajuda.
Oron apontou para as próprias pernas.
— Ambas as minhas estão quebradas. Então não vou a
lugar nenhum.
Gage virou-se para Priest.

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Alanea Alder
— Você consegue se transformar?
Priest balançou a cabeça, o rosto contorcido de
frustração.
— Eu tenho tentado, mas você sabe que o meu
pássaro...
Gage assentiu.
— Eu sei, irmão, está tudo bem.
— Não está! Você pode morrer porque eu sou um
fracasso de shifter, — este admitiu amargamente.
— E Brennus passa mais tempo no palácio do que na
vila dos guerreiros. O tempo de Ari é dividido em uma dúzia
de direções diferentes, e os feitiços de Kincaid se viram contra
ele na maioria das vezes, — listou Oron.
Tanto ele quanto Priest o olharam.
Oron continuou:
— E daí se você tem problemas para se transformar?
Gage tem problemas de confiança…
— Eu não tenho problemas de confiança! — ele discutiu.
Oron balançou a cabeça.
— Hoje foi a primeira vez que eu vi você assumir o
comando. A primeira. — Ele deu um sorriso triste. — Como
eu estava dizendo, apesar de tudo isso, vocês cinco formam a
unidade de mais alto escalão da cidade. Eu sou apenas um
fae de baixo escalão de Lycaonia. Eu estava contando com
vocês dois, patetas, para me levarem para casa, — ele
brincou.
Gage riu, então estremeceu.
— Por favor, por favor, não me faça rir.

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Alanea Alder
Priest olhou ao redor da pequena caverna.
— Você acha que alguém nos ouviu?
— Foi uma explosão. Espero por todos os deuses que
tenham ouvido, — Gage grunhiu.
Priest virou-se em sua direção.
— Você disse que em alguns lugares em Noctem Falls, a
pedra entre os níveis tem cerca de dez metros de espessura.
Gage assentiu.
Priest semicerrou os olhos como se estivesse tentando
ver alguma coisa.
— Acho que não estamos tão longe da cidade
propriamente dita.
— Porque acha isso? — perguntou Gage.
— Consigo ver luz, está bem longe, mas vejo. Isso e Oron
não esteve em muitos lugares em Noctem Falls, certo?
Oron assentiu.
— Então, mesmo que o portal tenha se desviado um
pouco, isso ainda não nos colocaria perto do centro da
cidade? — explicou Priest.
— Priest, alguns dias seu cérebro desmente essa cara de
idiota que você tem, — Gage brincou.
Priest balançou a cabeça.
— Eu te pego por isso mais tarde. Por enquanto... — Ele
sorriu. — Algum de vocês sabe Código Morse?
*****
Todas as unidades de Noctem Fall, mais as de Éire
Danu, se reuniram em uma grande área mercantil. Zoe
observou enquanto Aiden coordenava com um vampiro bonito

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com uma prancheta. Houvera apresentações, mas ela teria
sorte se acertasse metade dos nomes mais tarde. Ela
conhecia Serenity de Storm Keep e ficou aliviada ao saber que
esta, junto com Laelia e Radclyffe, estavam cuidando do
hospital, prontas para curar a qualquer momento. Ela olhou
ao redor para tantas pessoas, incapaz de fazer muito.
— Tenha fé, minha querida. Se alguém pode encontrá-
los, são Aiden e Meryn McKenzie, — disse uma voz suave à
sua direita.
— Obrigada. Eu confio neles, é claro. É apenas que…
— É o seu companheiro, — disse o homem.
— Sim.
Ele olhou para baixo.
— E quem são esses dois pequenos cavalheiros?
Zoe balançou a cabeça e enxugou as lágrimas.
— Estes são Ame e Yuki. Gage e eu recentemente os
adotamos.
— Recentemente? — ele perguntou.
Ela fungou.
— Esta manhã.
— Oh céus. Sebastian! — ele chamou.
Um escudeiro alto se aproximou.
— Eu estava ajudando a pequena Meryn.
— Talvez faria bem a Zoe e seus filhos um pouco do seu
Pudim Mágico, — o homem gentil sugeriu.
A expressão de Sebastian despertou com compreensão.

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— É claro, eu já trouxe um pouco para Meryn. Se me
seguirem, vou escoltá-los para onde ela tem seu... como ela
chama... sua central de comando, — Sebastian disse.
Sentindo-se menos perdida, ela sorriu para o gentil
estranho que vira sua dor e lhe estendera a mão.
— Como posso agradecer sua gentileza?
Ele passou um braço em volta dos ombros dela e a
guiou para onde Meryn estava sentada.
— Cuide bem do seu companheiro. Ele é um filho amado
aqui em Noctem Falls. Eu sei que você se sente assustada e
sozinha, mas tem família aqui. — O homem apontou para
outro conjunto de indivíduos de pé perto de Aiden. — Simon,
Leana, Theo, — o homem chamou.
O grupo se virou e se curvou para o estranho.
— Vossa Alteza, precisava de nós para alguma coisa? —
Leana perguntou enquanto se aproximavam.
— Simon e Leana Géroux, Theo Fabre, esta é Zoe
Appleblossom, companheira de Gage, e seus dois filhos, Ame
e Yuki.
— Vossa Alteza? — Zoe perguntou.
Este lhe piscou um olho.
— Eu sou Magnus Rioux, Príncipe de Noctem Falls.
— Oh céus, — ela sussurrou.
— Filhos? — Theo perguntou, olhando para Ame e Yuki.
— Esses dois meninos são meus netos?
Ela assentiu, sem saber em que pé ele e Tierla se
separaram.
Este sorriu largamente e se abaixou.

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— Olá, rapazes. Estou muito feliz de conhecê-los. Eu
sou o pai de Gage.
Yuki o olhou.
— Você machucou a vó?
Theo se levantou rapidamente e olhou para Zoe.
— O que eles ouviram?
— Eles podem ter ouvido falar que a vó Tierla foi capaz
de te deixar quando teve essa escolha. Que ela fez parte de
um acasalamento arranjado.
A expressão de Theo parecia conflitante.
Simon e Leana pegaram cada um dos meninos.
— Nós somos a tia e o tio do seu pai. — Leana abraçou
Yuki. — Oh Simon, eles não são queridos?
Quando foram se afastar. Theo rapidamente começou a
responder Yuki.
— Eu nunca tive a intenção de machucar sua avó. Os
tempos eram outros então. Sempre tentei tratá-la com o
maior respeito. Meu único arrependimento é que não éramos
verdadeiros companheiros. Ela é uma mulher muito boa.
Yuki sorriu, então assentiu antes de estender a mão
para Theo.
Os olhos do homem se arregalaram. Rindo, Leana
entregou Yuki ao homem, que imediatamente começou a se
atrapalhar. Yuki, sendo paciente, esperou que este o
segurasse com firmeza.
— Estou fazendo isso certo? — Theo perguntou a
ninguém em particular.

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Zoe teve pena do homem. Era óbvio que ele nunca tinha
segurado uma criança antes na vida. O que a fez se
perguntar sobre a criação de Gage.
Ela o ajustou para que Yuki se sentasse facilmente em
seu antebraço.
— Pronto.
— Tem meus agradecimentos, — ele respondeu,
encarando Yuki, que o encarou de volta.
Simon balançou a cabeça e piscou um olho para Ame,
que riu. Observando a maneira fácil com a qual Simon e
Leana lidavam com Ame, Zoe percebeu que esses dois
provavelmente desempenharam um grande papel na criação
de Gage. A fez se sentir melhor saber que houvera certo
carinho em sua vida.
Yuki estendeu a pequena mão e a colocou na bochecha
de Theo.
— Você vai encontrar chichiue?
— Chichiue significa pai, — disse Zoe, traduzindo as
palavras.
Theo se endireitou.
— Claro que vou. Você não precisa se preocupar com
nada.
Theo entregou Yuki de volta para Leana e caminhou até
Aiden.
— O que está sendo feito para encontrar meu filho?
Leana balançou a cabeça.
— Nunca, jamais, eu o vi assim.
Simon deu de ombros.

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— Antes tarde do que nunca, suponho.
Juntos, levaram os meninos para a mesa de Meryn.
Sebastian os estava esperando com duas tigelas menores de
pudim para os meninos. Depois que os meninos se sentaram,
Sebastian deu a cada um uma colher.
Zoe se sentou quando Magnus, Simon e Leana voltaram
para a reunião com Aiden. Então se virou para Meryn.
— No que você está trabalhando?
Meryn olhou para cima.
— Por que você não está lá recebendo uma atualização
do Aiden?
Zoe franziu a testa.
— Por que eu iria até lá quando obviamente você saberá
de algo primeiro?
Sebastian riu, então cobriu a boca com o punho e
tossiu.
Meryn sorriu.
— Está vendo, você me entende.
— Alguma coisa? — Zoe perguntou, apontando para o
notebook.
Meryn balançou a cabeça.
— Não vejo nada nos quadros de mensagens dos
moradores da cidade. Eu postei lá quando soube que víamos
nessa direção. Além dos guerreiros, o povo de Noctem Falls
também está procurando. Tudo o que vi até agora são
postagens perguntando sobre o estrondo aleatório que
ouviram mais cedo.

My
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Alanea Alder
Zoe suspirou, recostou-se e olhou em volta. No canto,
perto do teto alto, avistou uma câmera.
— Meryn, as câmeras poderiam ter capturado alguma
coisa?
Meryn olhou para cima bruscamente, os olhos
arregalados.
— Eu te amo agora. — Seus dedos começaram a se
mover fervorosamente.
Um homenzinho de cabelo louro-branco e um guerreiro
gigantesco se aproximaram.
— Avery, eu preciso ficar lá para receber ordens, —
protestou o guerreiro, apontando para a multidão ao redor de
Aiden.
— Warrick, você pode ir. Eu, por outro lado, vou receber
as minhas ordens da Meryn, — Avery rebateu.
Warrick suspirou.
— Não vou te deixar sozinho com esse quarteto maluco.
Nigel, Neil e Pip balançaram os dedos para o guerreiro.
Zoe olhou. Avery era uma versão inglesa mais velha de
seus meninos. Todo cabelo branco e olhos azuis.
— Meryn, por favor, me dê algo para fazer para ajudar,
— implorou Avery.
— Silêncio um segundo, — Meryn ordenou, seus olhos
rastreando algo na tela.
Avery assentiu e esperou.
Ela clicou, então clicou novamente. Zoe se levantou e
deu a volta para ver o que Meryn estava fazendo.

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Meryn estava assistindo certos clipes repetidamente.
Então abriu um segundo conjunto de clipes e assistiu
algumas vezes.
— O que você está procurando? — Zoe perguntou.
— Movimento.
Zoe observou.
— Eu não vejo o Gage, Meryn.
— Não, Gage, as câmeras.
Zoe assistiu os clipes várias e várias vezes. Mas não viu
o que Meryn estava procurando.
Meryn recostou-se.
— Ali! — esta exclamou, apontando.
Atrás deles, o grande grupo de homens se aquietou.
— Ali, ali e ali.
Meryn mostrou três ângulos de câmera diferentes.
Aiden se aproximou.
— Bebê?
Kendrick se moveu ao lado de Zoe, para ficar atrás de
Meryn e ter uma visão clara de seu notebook.
Esta passou os clipes novamente e olhou para Aiden e
Kendrick como se esperasse elogios, apenas para ser recebida
com expressões confusas.
Ela fez uma careta.
— É por isso que eu sou mais inteligente do que vocês, a
propósito.
Aiden assentiu.
— Eu nunca duvidei disso, bebê.
Ela apontou para a tela.

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— A Zoe sugeriu que eu olhasse as imagens das
câmeras.
Aiden assentiu.
— Mas nos clipes que está passando, eu não vejo os
homens.
Meryn exalou e continuou:
— O primeiro clipe é o túnel de transporte no Nível
Cinco, o segundo é o túnel no Nível Três e o último é o túnel
no Nível Dois. — Ela os repetiu. — As câmeras balançaram
um pouquinho no primeiro, um pouco mais no segundo e
mais ainda no terceiro. Nada foi sentido aqui no Nível Seis.
O que estavam vendo eram as vibrações mais fortes da
explosão afetando as câmeras de maneiras diferentes com
base na proximidade.
Aiden apontou para a tela.
— Reproduza o último.
Meryn clicou com o mouse.
Aiden virou-se para Magnus e Sebastian.
— Algum de vocês sentiu alguma coisa no Nível Um?
Magnus balançou a cabeça.
— Sebastian e eu estávamos aqui para uma reunião
semanal com os lobos.
Aiden olhou ao redor.
— Tinha alguém no Nível Um?
As pessoas mais próximas de Magnus balançaram a
cabeça.
Meryn virou-se para Avery.
— Você pode ser qualquer coisa, certo?

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Avery olhou ao redor nervosamente.
— O que quer dizer?
Meryn revirou os olhos.
— Você sabe que eu não te exporia assim a menos que
fosse uma emergência. — Ela bateu de ombros com ele. —
Vamos, Avery, seu sobrenome é Therian. Eu procurei. Se
queria que fosse um segredo, deveria ter mudado seu nome.
As sobrancelhas de Warrick desapareceram na linha do
cabelo.
— Do que ela está falando?
Avery permaneceu quieto.
Meryn colocou a mão na dele.
— Eu não teria dito nada se não fosse importante. Você
sabe disso.
Avery assentiu, mas ainda assim não disse nada.
Meryn olhou ao redor.
— Therian, derivado da teriantropia, definido como a
capacidade mitológica de um humano se transformar em um
animal. No mundo humano, um dos exemplos mais famosos
é a licantropia ou lobisomens.
Aiden assentiu lentamente.
— E Avery é um shifter. Faz sentido.
Meryn olhou para Avery.
— O que ela não quer dizer é que minha transformação
é diferente. Não sou um licantropo ou um ailurantropo, não
sou um lobo ou um gato.
— Certo, você é uma raposa vermelha, — disse Warrick.
Avery deu de ombros.

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— Mas eu não tenho que ser apenas uma raposa.
Meryn sorriu.
— Ele é provavelmente o shifter mais legal de todos os
tempos. Pode se tornar qualquer coisa.
Zoe olhou em volta. Poderia-se ouvir um alfinete cair.
Aiden balançou a cabeça.
— Sabe de uma coisa, ultimamente me recuso a
questionar essas novas revelações. — Ele olhou para Avery.
— Você pode ajudar a encontrar Gage e os outros?
Avery franziu a testa e olhou para Meryn.
— Eu posso?
Meryn assentiu e teclou no notebook antes de girá-lo
para mostrá-lo a Avery.
— Você pode se transformar numa raposa-do-deserto?
Avery assentiu.
— Fácil. É até próximo em tamanho e forma do que eu
normalmente me transformo. Por quê?
Meryn apontou.
— As raposas-do-deserto têm tipo, uma audição
supersônica, e são os melhores em ouvir coisas no subsolo.
Eles conseguem ouvir as vibrações de suas presas correndo
ao redor.
Avery assentiu com entusiasmo.
— Eu posso ir procurá-los!
Meryn levantou a mão, e ele fez um bate-aqui.
Avery olhou para o chão.
— Eu não tinha certeza se ia contar a alguém sobre
minhas habilidades. Acho que é por isso que minha família

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estava se escondendo. Mas, eu nunca teria guardado isso
para mim mesmo se fosse significar a morte de alguém.
Meryn assentiu.
— Eu sei. É por isso que você é incrível e super legal.
Nigel assentiu.
— Tipo super-super legal! Eu quero ser capaz de me
transformar em qualquer animal. Isso parece incrível.
Avery corou, mas parecia orgulhoso. Momentos depois,
sua forma oscilou e ele se transformou na menor raposa que
ela já tinha visto. Porém, o que foi mais impressionante, foi
que suas roupas se encolheram para lhe servir.
Magnus deu um tapinha nas costas de Warrick.
— Eu acho que você nunca terá que se preocupar com
seu companheiro. Ele acabou de roubar o coração de todos os
presentes.
Meryn acariciou Avery entre suas orelhas enormes.
— Você é fofinho pra caralho!
Warrick gentilmente pegou o companheiro.
— Eu tenho meu walkie-talkie. Ligarei se ele encontrar
alguma coisa.
Nigel e Neil se levantaram. Neil olhou para Meryn.
— Nós vamos com eles. Se Avery os encontrar, pode ser
por um buraco menor do que o Gage e os outros podem
atravessar. — Ele fez uma pausa. — Os caras provavelmente
teriam dificuldade para passar por um buraco do tamanho da
forma humana do Avery também. — Ele sorriu. — Podemos
remodelar a pedra para criar aberturas maiores.
— Boa, — disse Meryn.

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Os meninos correram atrás de Avery e Warrick.
Zoe observou o guerreiro impossivelmente enorme
abraçar uma raposa que era menor que o bíceps do mesmo.
— Que notável.
*****
Meryn mordeu o lábio inferior.
— Eles não deveriam ter encontrado algo por agora?
A apresentada como Beth revirou os olhos.
— Eu te disse que a cidade era maior do que você
pensava. Estamos falando de quilômetros e quilômetros e
quilômetros de cavernas.
— Estúpida colmeia, — Meryn resmungou.
A área ao redor deles havia se esvaziado um pouco
depois que os homens descobriram qual era o melhor nível
para começar a procurar.
O celular de Meryn tocou, e ela rapidamente o atendeu.
— Alô? Não, eu nunca sei por que ele não atende o
telefone. O que? Bem, foda-se. Verei o que posso fazer. Sim,
sim, vou ficar segura.
Zoe esperou com expectativa.
— Bem?
Meryn dedilhou a mesa com os dedos.
— Era o Dav. Depois que Aiden percebeu a quantidade
de terreno que tinham que cobrir, ele chamou as unidades de
Lycaonia que estavam em Éire Danu. Isso só deixou a
Unidade Chi, a Velha Guarda e os cavaleiros imperiais da
titia na cidade.

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— Aconteceu alguma coisa em casa, não? — Zoe estava
com medo de ouvir a resposta. Será que algum dia teriam
uma folga?
— Sim. Um novo portal está tentando se formar. No
momento, está vago, mas pode se solidificar a qualquer
momento.
— E a maioria dos guerreiros com óculos térmicos estão
usando eles para encontrar Gage e os outros, — Zoe
adivinhou, sentindo-se mal.
— Sim.
— O que Dav aconselhou?
— Eles precisam de reforços, — disse Meryn, em
seguida, apontou para a área mercantil agora vazia. —
Estamos com falta de guerreiros por agora.
Zoe debateu por um total de dois segundos. Atualmente,
todos estavam fazendo tudo o que podiam para salvar seu
companheiro. Ela não conseguia curar ou procurar ou
moldar pedras, mas podia usar sua magia para defesa. Então
se levantou.
— Eu vou.
As sobrancelhas de Meryn se levantaram.
— Fo. Dona.
Yuki se levantou.
— Eu também.
Meryn assentiu.
— Bebê fodão.
Zoe apontou para a cadeira do filho.
— Não. Fique aqui e espere pelo seu pai.

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Yuki apenas pegou sua mão.
— Eu prometi que cuidaria de você, da casa e da vovó.
Eu tenho que ir.
— Oh, bebê, isso não significa que tem que arriscar a
própria vida. Você é muito precioso para nós para
arriscarmos que você se machuque.
— Eu posso ajudar. — Yuki assentiu uma vez. — Sim.
Eu posso ajudar. — Ele se virou para o irmão, e uma névoa
azul flutuou entre ambos. Olhando para cima, Yuki sorriu. —
Estou pronto.
— Tudo bem, mas tem que ficar atrás de mim o tempo
todo. Se por um segundo ficar perigoso, você corre. Está me
entendendo, Yuki Fabre? — ela perguntou, usando seu nome
completo pela primeira vez.
Ele pareceu um pouco surpreso, mas sorriu.
— Hai, hahaue.
Ela olhou para Ame.
— E você, Ame Fabre, ouça a Meryn. Não se machuque
e ajude se puder.
Ame sorriu largamente.
— Hai, hahaue.
— Vamos, — disse ela para Yuki, então se virou para
Meryn. — Me ligue...
A mulher menor assentiu.
— No segundo em que algo acontecer.
Juntos, ela e Yuki caminharam em direção ao portal
aberto que os levaria para casa.
*****

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Alanea Alder
Priest estivera sinalizando SOS em Código Morse por
mais de uma hora até adormecer. Oron foi capaz de cochilar,
mas a dor manteve Gage acordado. Queimaduras eram
assim. Doíam demais para deixar a mente desligar. Na jaula,
as pessoas ocasionalmente choramingavam, mas na maior
parte do tempo permaneciam inconscientes.
Para esquecer a dor, ele pensou em Zoe e nos meninos.
Desejou poder vê-los mais uma vez. O pouco tempo que
tiveram juntos não era o suficiente. Ele cerrou os dentes
quando outra onda de dor ameaçou dominá-lo. Ele estava
com medo de que a dor o quebrasse antes de serem
encontrados.
É por isso que pensou estar alucinando na primeira vez
que ouviu a correria. Mas, como esta parecia se aproximar,
ele gritou:
— Ajuda! Estamos aqui embaixo! — Ele não sabia o que
o som poderia ser, mas se por algum milagre fosse alguém
lhe procurando, ele não deixaria nenhuma chance passar.
Gage soube que seus instintos estavam certos quando a
correria se acelerou e se aproximou deles. Quando esta
parou, ele começou a gritar novamente. A correria
recomeçou. E fez isso mais algumas vezes antes de uma
pequena raposa branca usando um suéter e calça de veludo
cotelê passar por uma fresta.
— Eu perdi a porra da cabeça.
— Fala baixo. Estou tentando dormir, — reclamou
Priest, ainda meio adormecido.

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Então a raposa se transformou na forma de um pequeno
homem.
— Graças aos deuses que te encontramos!
— Quem é você? — Gage perguntou com os lábios secos.
O homenzinho olhou ao redor.
— Avery Fortier, meu companheiro é o cabeça da
Família Fundadora do Nível Cinco. Há água por perto que eu
possa te trazer?
Gage balançou a cabeça.
— Não fomos capazes de explorar. Nós três estamos
incapazes de nos movermos muito. — Gage compreendeu as
palavras do homem. — Por que o companheiro de um cabeça
de Família Fundadora faz parte de uma equipe de busca e
resgate?
Avery inclinou a cabeça.
— Porque a Meryn me pediu.
— Que os deuses abençoem essa mulher, — disse ele,
fechando os olhos.
— Não feche os olhos! Eu sei que isso é ruim. Nos
filmes, as pessoas morrem depois que fazem isso, — o
homenzinho se inquietou.
Gage abriu os olhos.
— Você tem um plano para nos tirar daqui?
Avery assentiu.
— Me dê um segundo. Deixei minha bolsa na caverna do
outro lado da fenda. Meu telefone está nela. Vou chamar os
gêmeos. Eles estavam cerca de um quilômetro e meio atrás de
mim.

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— Deuses, você realmente está aqui para nos resgatar,
— disse Gage, de repente se sentindo sobrecarregado.
— Com certeza, então não feche os olhos. Eu volto já. —
Ele se transformou de volta na forma de uma pequena raposa
e desapareceu na fenda.
Oron grunhiu enquanto abria os olhos.
— Eu poderia jurar que ouvi o Avery.
Gage riu.
— Você ouviu, meu amigo. Você ouviu. Eles nos
encontraram.
Os olhos de Oron se arregalaram.
— Onde estão?
Gage apontou para a rachadura.
— Ele veio dali. — Alívio inundou sua mente sabendo
que Priest e Oron ficariam bem. — Diga a ele que sinto muito,
— Gage sussurrou.
— Por quê? — Oron perguntou. — Sente muito pelo
quê?
— Eu não acho que consigo manter os olhos abertos,
afinal, — ele admitiu antes que estes se fechassem.
Ele sentiu um líquido quente contra a boca. Porém
estava simplesmente cansado demais para beber.
*****
— Depressa!
— Neil, abra mais a fenda!
— Com calma, agora.
— Deuses acima, olhe as costas dele!
— Precisamos levá-lo para a Serenity. Agora!

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Gage flutuava entre o estado consciente e inconsciente
enquanto seus irmãos guerreiros trabalhavam para libertá-
los de sua tumba de pedra. Ele deve ter perdido a noção do
tempo porque em um momento podia ouvir Oron gritando ao
seu lado, e no próximo, seus olhos estavam piscando contra a
luz enquanto era erguido por um túnel de transporte.
— Traga-o aqui, — uma voz feminina ordenou.
Ele foi levantado e colocado em uma cama plana.
— Eu preciso dele sem roupa. Tenho que ver com o que
estou trabalhando. Laelia, Radclyffe, vocês dois se
concentrem em Priest e Oron. Vivi, Ellie e Marjoram estão
ajudando os sobreviventes.
Quando começaram a tirar seu uniforme, ele gritou e
continuou gritando.
— Ele precisa de sangue!
— Estou aqui!
— Ele está muito fraco para beber. Eu tentei na caverna,
— ele ouviu Oron aconselhar.
— Felizmente, temos outras maneiras. Lord Fabre, se
quiser se deitar aqui.
Gage sabia que estava sonhando. De jeito nenhum seu
pai estava lá.
— Perdendo…
— Perdendo o quê, Gage? — a voz feminina perguntou.
— Perdendo a cabeça, pai não está aqui.
— Onde mais eu estaria? Você é meu filho. Posso não
saber como demonstrar, mas vou aprender. Eu serei melhor,
Gage, por Yuki e Ame, — seu pai disse.

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Gage lutou para abrir os olhos.
— Meninos?
Na cama ao seu lado, seu pai estava deitado com uma
intravenosa e um tubo saindo do braço.
— Isso mesmo. Eu conheci seus meninos. — Seu pai
sorriu de verdade. — Seu filho Yuki não hesitou em me
criticar em relação à sua mãe. Ele é um bom rapaz.
— Zoe, meninos, seguros?
Theo assentiu.
— A última vez que os vi, eles estavam no Nível Seis com
a Meryn.
Gage exalou. Já conseguia sentir a diferença ao receber
o sangue do pai.
— Isso pode doer um pouco, mas tenho que remover os
detritos e o tecido das suas feridas, — aconselhou a mulher.
— Faça.
Ele sentiu o segundo em que a magia dela o adentrou.
Cada vez que sua magia tentava limpar suas feridas, seu
corpo estremecia.
— Por favor! Por favor, pare, — ele implorou.
— Eu tenho que limpar suas costas. Você está se
curando muito rápido. Os detritos ficarão em seu corpo,
putrefarão, infectarão e apodrecerão, — avisou ela. Quando
Gage olhou para cima, pôde ver o preço que isso estava
cobrando dela.
— Tente de novo.

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Quando a magia dela entrou em seu corpo para forçar
os detritos a saírem, a sensação de queimação começou,
então desapareceu.
— O que quer que você esteja fazendo, está
funcionando.
— Não sou eu, — disse a mulher, maravilhada.
Gage abriu os olhos e viu Ame ao pé de sua cama.
Acima dele, neve caía. Cada floco afastando o calor e a dor.
— Ame? O que está fazendo aqui? — Ele olhou para
cima. — Eu pensei que você fizesse chuva e o Yuki neve.
Ame caminhou até o lado oposto da cama em relação à
curandeira.
— Eu ouvi seus gritos, então vim aqui embaixo sozinho
porque hahaue disse para ajudar se eu pudesse. Yuki me deu
um pouco dos poderes dele caso eu tivesse que me defender.
Podemos atirar cristais de gelo.
Gage quase gemeu de alívio quando a neve, juntamente
com as habilidades da curandeira, logo fez com que suas
costas parecessem quase inteiras.
— Onde estão seu irmão e sua mãe? Por que está aqui
sozinho?
— Yuki e hahaue foram para casa lutar contra os ferals,
— ele respondeu.
Gage foi se sentar, e a curandeira o empurrou de volta
para baixo.
— Ela fez o quê? Eles fizeram o quê?
Ame deu de ombros.

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— Havia um portal sombrio oscilante e todos estavam
aqui.
— O quê?! — Aiden gritou e pegou o telefone.
— Meryn? Não... Não, você está bem. Ame já está aqui
embaixo. Você quer me falar sobre um portal sombrio em Éire
Danu? — ele perguntou, então a colocou no viva-voz.
— Oh sim. Um portal sombrio está tentando se formar
em Éire Danu, — ela confirmou.
— E? — ele demandou.
— E o que? Dav pediu reforços, e Zoe e Yuki foram
ajudar. Porém, acho que vai ser a Zoe quem vai colocar fogo
nos ferals. O Yuki provavelmente foi para garantir que a Zoe
não se machucasse e para impedi-la de incendiar a cidade, —
disse Meryn.
— Sascha, Balder, coloquem os homens em movimento.
Precisamos voltar para Éire Danu, — Aiden gritou.
— Termine a ligação antes de começar a gritar como um
psicopata. Você quase matou meus tímpanos, — Meryn
reclamou.
— Desculpe, bebê, logo chegamos, — disse Aiden em
uma voz muito mais suave antes de encerrar a ligação. Ele
então olhou ao redor. — Movam-se! — rugiu.
Gage tentou se sentar novamente.
— Você tem que ficar quieto.
Ele olhou para a curandeira.
— Sinto muito, mas é a minha companheira e meu filho.
Eu tenho que ir.

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— Confie em mim, Serenity. Faça ele poder ficar de pé,
— um guerreiro disse, se aproximando para ficar atrás dela.
— Micah. Tem certeza?
— Absolutamente. É isso ou ele vai desfazer tudo o que
você fez até agora indo até a companheira dele. — Micah
encontrou os olhos de Gage jogou-lhe um olhar conhecedor.
— Não há força neste mundo que poderia me afastar de você
se eu pensasse que está em perigo.
Serenity jogou as mãos para cima.
— Homens! Tudo bem!
Gage sentiu a onda de poder, e o que deveria ter levado
horas levou apenas alguns instantes. Balançando, Serenity
retirou o poder dele enquanto Micah se envolvia em torno
dela.
— Você ainda vai estar sensível, mas está fora de perigo.
Ela removeu sua intravenosa e ele ficou de frente para o
pai.
Theo Fabre olhou para qualquer lugar menos para ele.
— Pai, obrigado.
Theo olhou para cima.
— É claro.
Gage passou os pés para o lado e saltou da maca. Ame
lhe pegou a mão.
— Gage, eu...
Antes de Yuki e Ame, ele teria se afastado. Mas
reconheceu que o pai estava tentando.
— Vou trazer Zoe e os meninos para casa para uma
visita em breve, — Gage prometeu.

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Alanea Alder
Ele observou enquanto Theo engolia em seco.
— É mais do que eu mereço.
Ame o puxou, e Gage estava se movendo. E se
encontrou com Oron e Priest no corredor.
— Eu achei que vocês dois precisavam de mais
descanso, — ele brincou.
— Zoe está usando fogo para defender Éire Danu. Você
realmente achou que perderíamos esse show? — Priest
perguntou.
Ele balançou a cabeça.
— Fodam-se vocês.
Oron riu, e se juntaram às unidades que voltavam para
a cidade dos fae.

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Capítulo dezesseis
Zoe estava ao lado de Dav enquanto o portal continuava
oscilando a sua frente. De vez em quando Yuki jogava uma
pedra neste. Ela se virou para o guerreiro mais velho.
— Por que o portal está fazendo aquilo?
Dav apontou para o próprio peito.
— Está perguntando pra mim?
Aparentemente entediado, Yuki girou em círculos, as
mãos levantadas. Momentos depois neve começou a cair.
— Raios me partam. Neve em Éire Danu, — Dav
sussurrou.
Yuki sorriu para Zoe.
— Está frio o suficiente agora, não vai derreter. — Ele
apontou para onde uma fina camada de neve em pó começou
a cobrir as passarelas douradas dos fae.
Ao contrário do portal anterior, este abriu no centro do
distrito do Mercado, perto do palácio. Zoe percebeu as
expressões sombrias dos guerreiros mais velhos ao seu redor.
Depois de cerca de uma hora, Dav lhe passou uma
xícara de café quente.
— Direto do bar. Nunca pensei que precisaríamos nos
aquecer em Éire Danu, — ele meditou em voz alta.
Um dos guerreiros chamou Yuki, segurando um
pequeno copo. Quando o estendeu para o menino, Yuki se
virou para ela pedindo permissão.

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Alanea Alder
— O que é isso? — ela perguntou.
O guerreiro sorriu.
— Apenas um pouco de chocolate quente.
Ela assentiu, e Yuki pegou o copo alegremente.
Até agora, uns bons três centímetros de neve cobriam o
chão. Olhando ao redor, o branco da neve fazia os tons
dourados da cidade parecerem ainda mais etéreos.
De repente, sinos começaram a soar por toda a cidade.
Zoe virou-se para Dav em pânico.
— O que isso significa?
Dav exalou e comemorou.
— Três sinos soaram. Isso significa que o Príncipe Oron
está em casa! Eles o encontraram!
Zoe olhou para o palácio. Isso significava que tinham
encontrado Gage também? Eles estavam bem?
— Dav, Yuki e eu temos que ir ao palácio... — ela
começou antes de ouvir xingamentos ao seu redor.
Virando-se lentamente, viu que o portal se solidificara.
— Eu daria minha bola esquerda por aqueles malditos
óculos térmicos, — reclamou Dav.
Yuki correu atrás dela.
— Eu salvei suas bolas.
Dav olhou para baixo.
— O que?
— Deuses, olhem para o chão! — outro guerreiro
exclamou.
Claro como o dia, um conjunto de pegadas estava visível
na neve.

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Ela levantou a mão e soltou um raio de fogo. Ao redor
dela, tiros soaram enquanto os guerreiros disparavam onde
as pegadas estavam. Sangue respingou na neve, e uma
grande marca oblonga apareceu de um lado.
— Contate o palácio. Temos invasores! — Dav rugiu, sua
arma apontada para o portal.
Zoe manteve Yuki atrás de si com a mão esquerda e
manteve a direita levantada para lançar feitiços.
— Sem gritos, hahaue, — Yuki a lembrou. — Nós
prometemos a chichiue.
— Você tem razão. Que tal um rugido de guerra em vez
disso? — ela perguntou, mantendo o tom leve.
— Acho que isso estaria tudo bem.
— Unidade se aproximando em dois minutos, — Bryok
gritou.
— Não acho que temos dois minutos, — sussurrou Dav.
Zoe observou quando cerca de uma dúzia de pegadas
apareceram. E empurrou Yuki para Dav.
— Cuide dele com a própria vida!
Ela se colocou na frente dos homens atrás de si que não
conseguiam ver seus inimigos.
— Ok, você sempre explodiu quando eu não precisava.
Eu preciso de você agora. Por favor! — ela implorou à sua
magia.
Levantando ambas as mãos, ela simplesmente se soltou.
Não precisava ver o inimigo se engolisse toda a área em
chamas.
— Inferno!

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Alanea Alder
Zoe ouviu as exclamações dos homens atrás de si e os
gritos dos inimigos à sua frente. E manteve as chamas como
uma sólida parede de fogo na frente do portal. Foi
surpreendentemente fácil usar tanto assim da sua magia.
Muito mais fácil, na verdade, do que usar quantidades
menores.
— Zoe!
Ela se virou para ver o companheiro de pé atrás de si
enquanto ouvia o som de vidro se quebrando. O portal
desabou, e a única evidência de que estivera lá era o chão
queimado.
— Gage! — ela voou para ele, e este a pegou nos braços.
— Achei que tínhamos te perdido!
Seu companheiro estremeceu, mas a segurou firme.
— Quase perdeu, mas graças a Meryn e seu bando de
desajustados, fomos encontrados a tempo.
Ele se afastou e inclinou sua cabeça para trás para que
pudesse olhá-la nos olhos.
— Você está bem? Foi muito fogo.
Ela assentiu.
— Mas eu não gritei.
— Deixe-me verificá-la, — ela ouviu Kendrick dizer antes
de uma grande mão pousar em sua cabeça. — Não consigo
acreditar.
— O que? — ela e Gage perguntaram ao mesmo tempo.
— Nunca vi ela melhor. Me lembra um gatinho
ronronando contente. — Ele esfregou o rosto com as mãos. —

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Alanea Alder
É como se você tivesse sido feita para usar grandes
quantidades de magia.
— Legalzinho? — ela perguntou, usando uma das frases
de Meryn.
Kendrick franziu o cenho e foi até onde Aiden estava
recebendo atualizações.
Dav se aproximou, segurando Yuki e Ame, e os passou
para ela e Gage.
— Seus meninos são muito especiais.
Com Ame aninhado de um lado, Zoe agarrou a mão livre
de Gage e o levou até Aiden.
— Aiden! Yuki usou neve para que pudéssemos ver o
inimigo. Mas não precisa ser neve, pode ser farinha, tinta,
espuma compacta, qualquer coisa que mostre passos.
As sobrancelhas de Aiden se ergueram e este sorriu.
— Bom trabalho, Yuki! Ainda faremos de você um
guerreiro. Você já está mostrando pros homens como se faz.
— Ei! — protestos brincalhões ecoaram ao redor deles.
Gage se inclinou.
— Yuki também foi capaz de passar um pouco de sua
magia para Ame, que ele usou para ajudar a curar minhas
queimaduras.
— Queimaduras! — Ela o olhou horrorizada.
Ele lhe apertou a mão.
— Eu estou bem agora. Sensível e um pouco dolorido,
mas bem.
À medida que a tarde chegava ao fim, Aiden deu ordens
para que a Velha Guarda continuasse as patrulhas pelas

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Alanea Alder
próximas 24 horas para que as unidades pudessem se
recuperar.
Quando chegaram à vila dos guerreiros, Aeson puxou
Gage e Priest em abraços de urso, fazendo com que os dois
homens protestassem enquanto seus corpos abusados lhes
gritavam.
Exaustos e famintos, os homens se sentaram e a
Unidade Chi, junto com Tierla, Yuki e Ame, serviram a
comida. Tierla e Aeson conseguiram servir a maior parte do
que os meninos fizeram.
Quando os homens souberam que os meninos lhes
tinham feito o jantar, Zoe pensou que tinha virado Natal.
Cada bocado foi elogiado e tratado como um presente. Entre
ela e Gage, os meninos sorriram largamente.
Gage beijou o topo de cada uma de suas cabeças.
— Estou tão orgulhoso de vocês dois.
Zoe recostou-se e fechou os olhos. Os últimos dias a
estavam cansando.
— Aeson, irmão, acho que posso precisar de ajuda, —
ela ouviu Gage dizer.
Ela se sentiu sendo levantada e abriu os olhos. Aeson a
carregava enquanto Matthieu ajudava Gage e Leon a levar os
meninos escada acima.
— Eu consigo andar, — ela protestou fracamente, então
bocejou.
Aeson riu.
— Agora você está parecendo seu companheiro.

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Alanea Alder
Ela olhou por cima do ombro de Aeson e para as
escadas atrás de si, onde Matthieu estava apoiando um Gage
mal-humorado de um lado.
Por respeito à Gage, Aeson a colocou no chão na frente
da porta do quarto deles. Sorrindo, ela acenou com a cabeça
em agradecimento. Gage cambaleou para longe de Matthieu,
e Zoe passou o braço cuidadosamente em volta de sua
cintura.
— Boa noite, vocês quatro, — disse Leon, acenando.
— Boa noite, — ela respondeu, então olhou para baixo.
— Yuki, você pode abrir a porta? Ame, você pode puxar as
cobertas? — Os meninos assentiram e rapidamente
começaram a ajudar.
— Isso é humilhante, — Gage murmurou.
— Você quase morreu. Eu acho que está bem dentro do
que você considera comportamento de macho que sua
companheira e filhos te ajudem a se deitar na cama.
Gage fez uma careta ante sua advertência.
— Você tem razão. — Depois disso, ele abandonou a
fachada de forte que vinha mantendo. Ela o colocou na cama
e puxou as cobertas.
— Seu pai pode não tomar banho já que se machucou.
No entanto, vocês dois não. — Ela apontou para o banheiro.
— Precisam de ajuda?
Os meninos balançaram a cabeça e correram para se
preparar para dormir.
Ela se sentou ao lado de onde Gage estava e lhe afastou
o cabelo da testa. Inclinando-se, o beijou suavemente.

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Alanea Alder
— Eu gostaria de poder fazer amor com você, — ele
sussurrou.
— Temos o resto das nossas vidas. Graças a todos os
deuses, temos o resto de nossas vidas para isso.
— Eu pensei em você naquela caverna. Você e os
meninos.
— Ouvi dizer que você fez o Aiden e o Darian saírem.
Ele abriu os olhos. Os quais estavam cheios de mágoa.
— Eu tinha que ficar.
Ela assentiu.
— Eu sei. Por mais que eu quisesse gritar aos céus o
quão injusto isso era, eu sabia que você tinha tomado a
decisão certa.
— Não foi uma decisão fácil. Eu não desistiria de você
ou dos meninos por nada.
— Eu sei, — ela repetiu.
— Zoe, eu quase não consegui, — ele admitiu, fechando
os olhos.
— Mas conseguiu. Você é forte demais para deixar o
medo te dominar e eu serei eternamente grata que o destino
me deu um companheiro honrado como você.
— Vou só descansar meus olhos um pouco. Me lembre
amanhã que tenho que falar com o Oron, — disse ele, antes
de desmaiar momentos depois.
Ela vestiu a camisola enquanto os meninos se lavavam.
Quando estes terminaram, ela manteve os dois à sua direita,
para que não acotovelassem Gage no meio da noite.
— Boa noite, meus amorzinhos, — ela sussurrou.

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BeacoN
Alanea Alder
— Boa noite, hahaue, — ambos responderam.
Aconchegando-se, não demorou muito para que todos
adormecessem.
*****
Zoe agarrou a mão de Gage enquanto caminhavam pelos
corredores do palácio. Ela agora tinha que usar o lindo xale
esmeralda que Gage tinha lhe comprado na Baba’s. A cidade
estava mais escura, e havia um pouco de frio no ar.
Naquela manhã, ela e Kincaid conseguiram recriar uma
pedra de calor para a vila dos guerreiros, o que a manteve
confortável, mas assim que saíam, a mudança de
temperatura era drástica.
Portia os viu chegando e assentiu antes de acompanhá-
los.
— Ari e o resto da Unidade Tau estão aqui.
Gage assentiu.
— Eles saíram antes de nós. Estávamos arrumando os
meninos.
Portia bateu na porta da rainha, depois a abriu para
eles.
— Vossa Majestade, Gage e Zoe estão aqui.
Para sua surpresa, a rainha se levantou e caminhou
direto para deles. Primeiro Gage, depois Zoe, esta estendeu as
mãos e os abraçou com força.
— Obrigada, — ela se engasgou com as palavras. —
Obrigada por salvar meus filhos e defender meu povo.
Ela fez uma reverência quando Gage se curvou.
— É claro, Vossa Majestade, — disseram em uníssono.

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— Venham, sentem-se, — Brennus ordenou enquanto
conduzia a própria companheira de volta para a mesa.
Assim que se sentaram, Aiden olhou na direção de Gage
e Priest.
— Nenhum dos meus guerreiros é substituível, — este
começou. — Nenhuma posição ou estado de acasalamento
muda o valor de uma vida. — Ele rosnou. — Dito isso, vocês
dois, junto com Oron, receberão medalhas de serviço em
homenagem à sua bravura e sacrifício.
— O que ele quer dizer é: obrigado por empurrar minha
bunda pelo portal, — acrescentou Meryn.
Priest riu, mas tossiu rapidamente quando a ira de
Aiden se voltou para ele.
Oron olhou para Gage.
— Ari disse que você precisava falar comigo? Algo que
esqueceu de dizer quando estávamos na caverna? — ele
perguntou, sorrindo.
Gage o encarou.
— Algo que não pude dizer porque estávamos presos na
caverna.
O sorriso no rosto de Oron evaporou.
— O que poderia ser tão sério?
Gage cruzou as mãos sobre a mesa à frente de si.
— O feral que colocou o cristal em sobrecarga e o
transformou em uma bomba disse: “Diga ao meu irmãozinho
Oron: ‘obrigado pela forma de entrar’”.
Oron parecia estar a dois segundos de ficar fisicamente
doente.

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— Eu sabia que eram eles os responsáveis, mas saber
com certeza de que Callum se transformou, — ele abaixou a
cabeça.
— O que ele quis dizer com “uma forma de entrar”? —
perguntou Meryn.
Oron balançou a cabeça.
— Eu não faço ideia. Eu não tenho nenhum contato com
ele desde os dez anos de idade! — Ele se afastou da mesa e
começou a andar de um lado ao outro.
— Não é como se você tivesse inventado os novos portais
ou jeitos de entrar na cidade, — disse Meryn, pegando um
pretzel.
Ao lado de Darian, Amelia ofegou e agarrou o peito.
Instantaneamente, todos os olhos foram para ela. Tanto
Darian quanto Oron se ajoelharam ao seu lado.
Darian pegou a mão da companheira.
— Você está bem? É o bebê?
Amelia olhou para Oron.
— Eu sinto tanto.
Oron balançou a cabeça.
— Seja o que for, está tudo bem.
— Você não entende. A culpa é nossa.
Oron piscou em confusão.
Amelia olhou para Darian.
— Nós trouxemos o primeiro feral para Éire Danu,
usando minha alma como âncora. Nós descobrimos um jeito.

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Oron se levantou, deu cinco passos e gritou de angústia.
Seu punho bateu na parede antes de ele sair do recinto,
batendo a porta atrás de si.
Izzy ficou de pé de um salto.
— Thane, vou precisar de você. A mão dele! Temos que
consertar a mão dele!
Thane saiu de seu lugar no canto da mesa, e ambos
correram atrás de Oron.
A rainha cobriu o rosto.
— Quanto mais ele deve sofrer? Nós devemos sofrer?
Zoe olhou para Meryn.
— A mão dele?
Meryn parecia zangada e triste.
— Ele é um artista incrível.
— Deuses, — Zoe sussurrou para si mesma.
Darian embalou Amelia, que chorou baixinho.
Zoe não conseguia suportar o desespero opressivo na
sala.
— E daí se eles descobriram uma maneira de entrar? No
segundo em que um portal se formar, vou torrar cada um
deles.
Meryn piscou.
— É mesmo. Aquilo foi incrivelmente foda. Eu gostaria
que alguém tivesse gravado.
— E nós salvamos mais dos faes capturados, — Anne
adicionou. — Estamos cada vez mais perto cada vez que
fechamos os armazéns.

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— Vocês, meninas, estão certas, mas alguns dias são
mais difíceis do que a maioria, — disse a rainha, olhando
para onde sua porta agora pendia ligeiramente das
dobradiças.
— Então deveríamos fazer uma festa, — sugeriu Meryn.
— Uma festa? — a rainha perguntou.
— Sim, quero dizer, vocês estão todos se concentrando
nas merdas, mas muitas coisas boas aconteceram também.
Encontramos mais pessoas vivas. Ari, Oron e agora Gage
encontraram as companheiras. Brie e Zoe são fodas, e Izzy se
tornou nossa Deusa do Café. — Ela sorriu. — Sem mencionar
que descobri sobre minha mãe e meu pai, e Oron foi adotado,
e os gêmeos e Pip conseguiram vir para cá, — ela continuou
apontando coisas.
— E eu capturei dois de nossos inimigos em uma caixa,
e posso até ter uma ideia de como tirá-los de lá, — disse
Kincaid.
— E acabamos de receber o apoio de quase todos em
Noctem Falls para encontrar nossos guerreiros
desaparecidos, — disse Brennus, esfregando as costas da
rainha.
— Meu pai encontrou o companheiro, — acrescentou
Brie.
— E nós temos Yuki e Ame, — Zoe disse
orgulhosamente.
A rainha sentou-se um pouco mais reta.
— Vocês todos estão certos. O que poderíamos fazer
para comemorar?

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Zoe foi atingida por um momento de inspiração.
— Que tal um Festival de Luzes? As pessoas soltam
lanternas no céu com uma mensagem falando pelo o que são
gratas. Acho que em momentos como este, com as luzes não
funcionando e as pessoas ficando deprimidas, talvez isso
possa ajudar.
— Sim, e já que aqui é Éire Danu, não precisamos nos
preocupar com as lanternas fodendo o meio-ambiente, —
esclareceu Meryn.
Amelia olhou para cima do peito de Darian, sua
expressão mais animada.
— Podemos emprestar a Kari quando ela nos visitar
para ajudar com o planejamento.
— Comida. Precisamos de muita, mas muita comida, —
Meryn disse, lambendo os lábios.
— O peixe do Dav, — Brie sugeriu.
— Os brownies do Peter, — disse Neil.
— Oh! E os pratos de carne do Leo. Talvez pudéssemos
arranjar um javali, como os goblins servem, — Meryn disse,
pegando o notebook. — Vou fazer uma lista.
Debaixo da mesa, Zoe estendeu a mão para Gage. Ele
pegou sua mão e a beijou.
— Você realmente é como uma chama viva, como um
farol de luz e esperança.
— Se eu sou uma chama viva, então você é quem me faz
queimar mais, — ela sussurrou.
Ele manteve o sorriso neutro no rosto, mas ela notou
um rubor lhe subindo pela nuca.

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Ela se recostou e observou como sua ideia de um festival
começou a tomar forma. Cada sugestão nasceu do amor e do
desejo de que aqueles ao seu redor se sentissem melhor. Ela
sabia que as coisas eram perigosas, que tinham um inimigo
que abalava a fundação de seu mundo, mas também tinham
uns aos outros, e isso os tornava mais fortes e capazes de
enfrentar cada dia com um sorriso.

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Epílogo
Priest caminhou rigidamente de volta para a vila dos
guerreiros sozinho. Gage e Zoe ficaram para ajudar a planejar
o festival. Ari e Brie saíram para atualizar os Lionharts sobre
tudo o que havia acontecido, e Kincaid estava trabalhando
com Kendrick para ver se sua ideia sobre aquela caixa de
argila funcionaria.
O pesadelo de Ari significava que Brie era da polícia. O
pesadelo de Gage de ver Zoe envolta em chamas significava
que esta era uma incrível bruxa de fogo. Mas que bem lhe
faria ver sua companheira ser dilacerada por dezenas de
mãos?
Estremecendo com a memória, ele continuou andando.
Era melhor ficar sozinho.

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