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Introdução à POLIALÉTICA
LEOPOLDO PONTES
Há um ditado popular que diz: tudo tem dois lados. De uma certa forma
é assim mesmo, se estivermos pensando numa moeda. Todavia, ela tem
o lado que lhe dá a tridimensionalidade. Exemplifiquemos então com
uma folha de sulfite fina, em que nosso tato só consegue perceber duas
faces. A terceira pode ferir o dedo.
Vamos agora pensar em como uma ideia percorre um caminho até seu
contrário, sabendo que vem vindo a seu encontro, o que provocará um
debate entre elas, chegando à síntese final: a Verdade!
Num momento, próximo ou não, essa será a nova ideia a ser
confrontada. Isso levará o nome de Dialética.
Nietzshe falou sobre o Eterno Retorno, uma circunferência, mas nós
consideramos que, em vez disso, temos uma espiral, onde cada vez que
chegamos no ponto inicial estamos com a experiência do tema, um
ponto acima.
Este opúsculo veio a lume depois de ser pensado por muitos anos.
Apreendi uma série de conversas sobre o assunto, que ficaram distantes
na memória e deveriam ser acrescentadas na bibliografia. Falo aqui de
conversas, livros que ficaram guardados em meu inconsciente, pequenas
notas em jornais e revistas etc. Se pensarmos em termos polialéticos,
outros em seguida poderão expressar algo que se contrastará com este
que o leitor tem às mãos.
Benedito Nunes, ao citar Kierkegaard, fala: o homem é desejo,
inquietude e sofrimento. Tudo isso faz parte da condição humana, fraca
e mortal...
Primeira Parte
LÓGICA FORMAL
Quando falo nisso, não estou dizendo que a dialética obtém sempre a
verdade, mas que o resultado de uma discussão deve ser o melhor
possível.
Por isso mesmo, é um resultado verdadeiro, porque adveio de uma
discussão entre dois polos contrários. Mas não é nenhuma verdade
absoluta. A dialética não tem esse poder, apenas vive na busca, sempre
acreditando estar cada vez mais próxima do final. Mas esse final nunca
chega, é uma constante evolução.
Hegel não pensava assim. Ele achava que haveria um fim. Isso
influenciou Karl Marx, que via na luta de classes uma dialética que teria
como síntese final o comunismo. Eles acreditavam na verdade final
obtida na prática. O que vimos, porém, na União Soviética, foi o
capitalismo como síntese, com ricos bem ricos e pobres. E uma crescente
classe média inusitada, pronta para o consumismo.
DIALÉTICA DA NATUREZA
Aqui nos deparamos com a já por nós conhecida tese de que na Natureza
nada é imutável, tudo se desenvolve em alguma direção. A própria
questão simbiótica faz com que as mudanças externas, provocadas pelo
ser humano inteligente, ou por mudanças vulcânicas, meteóricas,
naturais, enfim, possam alterar o equilíbrio.
A mudança é uma contraposição sobre o equilíbrio simbiótico; e a
Natureza desenvolve uma nova simbiose. Sem precisar do auxílio
humano. É como se houvesse uma inteligência do universo,
constantemente buscando o equilíbrio, mas nunca o obtendo em sua
completude. É o equilíbrio no desequilíbrio. O universo estático da idade
média, com movimentos previsíveis, inexiste.
Vamos analisar: a tese é a natureza, a antítese é o movimento
desequilibrador da simbiose, a discussão é o tentar se equilibrar na nova
situação e a síntese é o novo estado simbiótico.
Por isso dizemos que, não só a natureza, mas o universo é dinâmico,
constante apenas em mudar. É instável e imprevisível. Isso é o que eu
chamo de a Dialética da Natureza.
DIALÉTICA DA HISTÓRIA
A Presidente Dilma Rousseff poderia ter sido mais feminista, usar mais
sua anima, porque um bom governo utiliza-a. Para escolher seus
ministros as duas vertentes devem ser consultadas. Não quero falar em
homens e mulheres invertendo seus papéis, mas que todos possam
pensar dialeticamente. A dizer, podemos imaginar a razão e a intuição se
discutindo. Temos que ter, no Executivo, homens e mulheres
trabalhando lado a lado, assim como no Legislativo e no Judiciário. Não é
o caso das mulheres usando terninhos com ombreiras e gravatas,
imitando o homem, a não ser que seja por gosto pessoal. Não é o caso
do homem ter de usar saia e renda, embora também seja de gosto
pessoal.
Mais uma coisa. Você, feminista de carteirinha, tem que parar de usar
palavrões. Por quê?
Ora, os termos chulos são machistas, a maioria sobre os órgãos
femininos do sistema reprodutor. Os termos que exalam os órgãos ou
movimentos sexuais do homem são, no geral, opressores. Para ser
feminista de verdade não pode deixar que os vícios masculinos ou
femininos apareçam: o feminismo é a libertação das mulheres e dos
homens, sem estereótipos.
Leila Diniz foi importante, na sua época, para a libertação das mulheres.
Ela ia à praia de biquini mesmo estando grávida; falava muitos
palavrões e isso desagradava ao Sistema repressor. Mas eram outros
Tempos... Hoje temos que repensar suas atitudes, pois não têm mais
sentido. Ela morreu num trágico acidente, levando consigo um
Movimento de Libertação da Mulher; hoje, isso tem que existir para
ambos os sexos. A mulher não precisa mais expor sua barriga nas ruas,
nem pode ser obrigada a usar salto alto. Usa se quiser.
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Aqui existe a ideia de que o infinito é um círculo virado para baixo e virado em seu centro: isso faz
com que ele pareça, sendo visto de certo ângulo, um oito deitado, donde seu símbolo. A viagem no
Tempo seria possível fazendo um segmento de reta entre um ponto e outro desse círculo. A viagem
para um universo paralelo seria entre um ponto desse círculo para o de outro círculo, que poderia até
ocupar o mesmo espaço: ∞ + ∞.
TEMPO E MASSA
Eis que, um jogo entre dois times pode ser dialético, conforme
explanamos anteriormente.
Todavia, há diversos outros fatores que fazem do jogo uma atividade
polialética, onde cada equipe teve início antes da partida: o árbitro, os
bandeirinhas, as torcidas, o treinamento de cada time, os técnicos, os
presidentes de clube etc: tudo isso para chegar a um resultado, o placar
final. Neste caso, poderíamos dizer que o jogo é polialético, pois são
mais que apenas duas equipes concorrendo a uma consequência,
embora seja isso o simplificar de um caminho cheio de desvios. É o caso
de uma partida em que um dos dois times esteja vencendo e, de
repente, o outro vira o placar e ganha. E a torcida vibra!
ELEIÇÕES
A Dialética não é uma ciência exata. Além do mais, ela evoluiu, dos
antigos gregos até ser uma das sete Artes Liberais do medievo ocidental.
E continuou evoluindo, chegando em Hegel e deste para os dialéticos do
século XXI.
Existem grandes autores, filósofos, intelectuais e pensadores. Eles
escrevem ou falam, entretanto, de uma forma inacessível ao leitor
comum. O que tentei aqui foi desmistificar o assunto e apresentar uma
ideia nova, a Polialética.
Defendo meus pontos de vista usando meus direitos de ser humano, de
livre pensar e de liberdade de expressão. Espero ser lido, apoiado,
contestado, discutido, ou seja, espero que tenha valido a pena o
investimento neste trabalho. Não adianta apenas dizer: escrevi um livro
sobre Dialética. É necessário ser lido, compreendido.
Não escrevo para mim mesmo, mas para leitores, seja quem forem. No
caso, espero que sejam pessoas interessadas no assunto, que já o
conheçam, que o dominem, ou que o desconheçam por completo: quero
atingir a todos que se importem com o tema. Evidente que cada qual
terá sua maneira de entender ou contestar, mas gostaria da palavra de
pelo menos alguns.
A ideia inicial era a de fazer um mestrado. Porém, não tive recursos para
tanto. Então, iniciei minha pesquisa sem um tutor, por conta própria, e
acabei construindo um livrinho.
19out2019.
REFERÊNCIAS E SUGESTÕES BIBLIOGRÁFICAS
(Em ordem alfabética)
SOBRE O AUTOR