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E OUTROS FILMES
E TEXTOS ANALISADOS
LEOPOLDO PONTES
1
ALVES, Castro. Seleção de Textos, Notas, Estudos Biográfico, Histórico e Crítico e Exercícios
por Marisa Lajolo e Samira Campedelli. Da coleção “Literatura Comentada” . São Paulo. Abril
Educação, 1980.
Trata-se de uma escolha, entretanto, puramente pessoal,
unívoca, sem motivos mais que prazerosos, não pela tragédia em si,
mas, como já disse, pelo seu ritmo, sua profundidade e beleza plástica.
II
Da Análise do Texto Escolhido
Intermediada pela Teoria
MOCIDADE E MORTE
O poeta, cá, cita Laurindo Rabelo como a mostrar que a morte é ponto
de chegada e sempre escura, triste. Depois, cita Dante Alighieri,
quando este fala do inferno na sua famosa trilogia, mais lembrada que
lida, A Divina Comédia. O fragmento por Castro Alves citado diz algo
em torno de: Deixai do lado de fora toda a esperança, vós que entrais.
2
Pode ser os beijos da mulher sob o visco trocados pela larva, dependendo se a palavra visco
estiver no sentido figurado ou não.
O mote, o refrão, altera suas palavras mantendo o espírito. É sempre
disfórico, morte como fim e ausência dos prazeres, contrapondo-se à
vida como desfrute de prazeres.
Olha aqui o corvo de Poe: Never more! Castro Alves criou também o
seu corvo, mas este é incorpóreo e lhe grita: maldito!
Esse Deus para quem o poeta clama é o mesmo Deus dos desgraçados
d’Os Escravos. É a quem ele pergunta: por quê? Por quê? E no
presente caso, “por que eu, na aurora da existência?”
Culto e erudito, Castro Alves usa e abusa de imagens clássicas para dar
a ideia de degradação da matéria. São ideias tiradas da Bíblia – o
dourado pomo, o fruto podre, Asfaltita (Mar Morto) – e da Mitologia
Greco-Romana – o Tântalo, rei que morreu de fome e sede tendo à sua
volta muitos alimentos e água. Assim, o poeta demonstrava sua dor,
sentindo os prazeres à sua volta, ao alcance de sua mão, porém já
destituídos de sentido, pois a morte lhe era iminente e inevitável.
1864.
IV
De um Singelo Cotejamento
SENSAÇÃO
SENSATION
Mars 1870.
(...)
FOME (Faim)
(...)
NOITE DO INFERNO
(...)
Mas uma voz responde-me sombria:
Terás o sono sob a lájea fria.
(...)
E a mesma voz repete-me terrível,
Com gargalhar sarcástico: - impossível!
(...)
E a mesma voz repete funerária: --
Teu Panteon – a pedra mortuária!
(...)
É que até minha sombra é inexorável
Morrer! morrer! Soluça-me implacável.
(...)
Adeus! Arrasta-me uma voz sombria
Já me foge a razão na noite fria!...
V
Será que foi isto que o Autor quis mostrar?
3
PONTES, LEOPOLDO L.R. A Leveza e o Peso no Preâmbulo da Constituição Brasileira.
Monografia de Pós-Graduação em Língua Portuguesa e Literatura. Caraguatatuba (SP): Faculdades
Integradas Módulo, © 2001.
Quero dizer que somente a existência de pessoas que possam
dar valor à crítica, não ao gosto-não gosto, mas aos porquês, aos
comos, somente essas pessoas poderão conscientizar o povo de que o
poder está no conhecimento. A sensibilidade deve ser enaltecida e
buscada, mas desde que possa se concretizar na sabedoria. Para isso
serve a análise do texto, seja ele de que forma for: escrito, pictórico,
musical etc.
Segundo texto: Conto “O Medalhão”, de Machado de
Assis
I
INTRODUÇÃO
4
IAN WATT. A Ascensão do Romance. São Paulo. Companhia das Letras, 1990.
Hoje deparamo-nos com a ideia de que o cartesianismo já
não mais responde às nossas perguntas, apesar de ter sido a solução do
renascentista. Isso é o que eu chamo de “a segunda volta do parafuso”,
algo que ao incauto pode parecer mera repetição, mas que ao
conhecedor dialético é uma volta acima do que já se foi anteriormente
conhecido, experimentado, organizado. A dialética existe,
independentemente se a sabemos ou não. Reconhecemo-la conforme a
estudamos mais e mais nos compêndios livrescos, informáticos ou
vitais. A dialética não evolui, é a própria evolução; as teorias sobre ela
podem vir se aproximando mais e mais do real, de um real ainda
percebido mas não desvelado aos nossos sentidos. Um amigo certa vez
me explicou que todo mundo fala sobre a dialética, mas ninguém sabe
direito o que ela é. E eu falo já da polialética. O que é isto?
II
Análise e Comentário do Conto
Teoria do Medalhão, de Machado de Assis
dos valores de troca, retira-se da realidade da sociedade burguesa e faz sua entrada em outra
dimensão da existência. Isto é, deslocando o indivíduo para fora do domínio do princípio da
eficácia e da obtenção do lucro para a esfera dos recursos íntimos do homem, a loucura pode ser
considerada uma força poderosa na invalidação dos mais caros valores burgueses. (...) Em suma,
numa sociedade que tem horror ao diferente, que reprime a diversidade do real à uniformidade da
ordem racional-científica, que funciona pelo princípio da equivalência abstrata entre seres que não
têm denominador comum, a loucura é uma ameaça sempre presente. O que a história da loucura
nos revela, pondo em questão toda a cultura ocidental moderna, é que o louco é excluído porque
insiste no direito à singularidade e, portanto, à interioridade. E, com efeito, se a loucura é nesse
mundo patologia ou anormalidade é porque a coexistência de seres diferenciados se tornou uma
impossibilidade." (FRAYZE-PEREIRA, João Augusto. O que é Loucura. Coleção Primeiros
Passos, vol.18. São Paulo. Abril Cultural/Brasiliense, 1985. P.12 e 101/102.)
incômodo será percebermos que um leitor ingênuo poderá tomar o
texto como sério, verdadeiro, e buscar seguir os seus, digamos,
ensinamentos. Então, nesse último patamar, o ridículo tornar-se-ia
heroico, tal como vemos não raramente ocorrer cotidianamente: um
homem que em 1980 foi chamado de “ladrão” em coro por estudantes
universitários, anos depois foi eleito para cargo majoritário; outro,
conhecido pelo mesmo epíteto em áureos tempos, no Ministério da
Fazenda, hoje dá conselhos econômicos e é respeitado nos círculos do
meio como excelente apontador de falhas nos planos governamentais;
ainda outro, ...
III
Por que logo aos primeiros travessões o pai diz que o filho
está com vinte e um anos recém-completos, e no final do conto fala em
vinte e dois? A ideia pode estar em que o jovem sequer se dá conta do
próprio tempo, ou que o pai há de preferir aumentar a idade do rebento
até que este possa chegar, com mais rapidez, aos quarenta e cinco
anos. Ora, já que o pequeno sequer pode conduzir sua vida, seu
caminho, então seu pai faz o que considera aprimoramento no filho, a
começar por mentir sua idade. A profª. Cláudia de Arruda Campos,
nesse aspecto, mostrou-me outra forma de analisar tal fato. Para ela,
“não existe aí nada de sentido oculto. É que quando a gente completa
um ano, entra no ano seguinte, não é? Um nenê que faz um ano, entra
no ano seguinte de vida, e assim por diante. Desse modo, quem faz 2l,
entra no 22º.”
Mudaram as estações
Nada mudou
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu
Está tudo assim tão diferente
Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar
Que tudo era pra sempre
Sem saber que o pra sempre sempre acaba
Mas nada vai conseguir mudar o que ficou
Quando penso em alguém só penso em você
E aí, então, estamos bem
Mesmo com tantos motivos pra deixar tudo como está
Nem desistir, nem tentar
Agora tanto faz
Estamos indo de volta pra casa
8
ELLER, Cássia - (CD) Cássia Eller – PolyGram, 1990
Relações de sentido:
a) sinonímia lexical (levantamento de semas comuns e de um
diferenciador);
NADA (mudou)
Vazio
Branco
Transparente
Claro
Zero
NEGRO
Brilho
Anarquia
escuro
masculino
sério
PRETO
Fosco
Caos
escuro
masculino
sério
VERMELHO
fogo
forte
sangue
fosco (cor de lápis)
RUBRO
fogo
forte
sangue
brilhante(cor de esmalte)
9
ORLANDI, Eni P. Análise de Discurso: princípios e procedimentos. Campinas, SP, Pontes, 1999.
opúsculo recomendado pela profª Cibele10, obtive outra leitura das
bandeiras negras: fascismo! Então, ao invés de um comunismo a par
do anarquismo libertando os povos, teríamos as ditaduras de direita e
de esquerda oprimindo os povos, embora com a inocência infantil?
Espero que não, ou meu equívoco leitor será afetado na lembrança
como um grande erro com respeito ao diretor daquele filme. Que
filme? Não me recordo de sobremaneira.
10
Cibele Mara Dugaich, que nos ministrou matéria de mesmo nome – Análise de Discurso - em
pós-graduação.
Quinto texto: filme “Crossroads”(A Encruzilhada)
b) O percurso do herói
Nos primeiros minutos do filme, a música: blues do início do
século, mais exatamente Robert Johnson. Quem foi Robert Johnson?
Lendário violonista e cantor de blues, teria vendido sua alma ao diabo
para poder tocar e cantar melhor, para poder ser um astro, para
conseguir ser “the best”.11 O trajeto de R.Johnson vai se repetir mais à
frente, pois trata-se de um mito antigo, em que o herói vende sua alma
(ou a troca) por valores terrenos, banais. Sim, banais por serem
pequenos diante da imensidão da Eternidade. Há que se pensar, nesse
caso, sobre o que é eternidade: inexistência de limites, de horizontes,
de medidas; o infinito não é alcançável pela mente humana, por mais
que se tente apenas visualizamos imensidões, porém não o infinito.
O DEVER
O herói é, aparentemente, o garoto, que aparece entre fitas e
livros de blues, tocando violão. Logo na primeira sequência ele está
11
Diz a História da Música que morreu assassinado por um marido traído.
entre dois, um clássico e um ... de tocar blues. São mundos distintos: a
técnica do primeiro é completamente distinta da do segundo em sua
forma de tocar, na sonoridade e até nos detalhes da construção do
instrumento. Ambos são chamados de acoustic guitar, mas pertencem
a tradições diversas. O garoto, após tocar no modo clássico, troca de
violão e passa a tocar os blues. Há uma nítida separação, como se fosse
impossível unir o que parece oposto.
O QUERER
O garoto descobre que no hospital está internado um velho
tocador de gaita, o “Cachorro Louco Fulton” que teria conhecido a
canção perdida de R.Johnson. O encontro entre ambos é patético, o
garoto em plena hybris e o velho em némesis. O garoto mostra como
toca blues e o velho o repudia, o humilha veementemente.
O SABER
Conforme vai se passando o filme, o velho vai convencendo
o garoto a mudar: fá-lo trocar seu violão por uma guitarra elétrica com
caixa amplificada portátil. E ainda lhe apresenta o slide.
A GLORIFICAÇÃO NEGATIVA
Quando a moça se vai, após manter um rápido caso de amor
com o garoto, este toca sozinho no quarto de um hotel. Eis o motivo
único da passagem feminina, além de aumentar o ibope para a venda
do filme, claro, pois como poderia um filme estadunidense ser
vendável sem um caso de amor? Tem que ter um toque de Love Story,
ou de E O Vento Levou,... Mas o que leva importância no presente
contexto, semanticamente analisado, é o novo toque do garoto: o velho
ouve e reconhece, no toque, os blues que ele tem como verdadeiros,
pois saídos da alma. É a música do sofrimento, daquele que passou por
uma desilusão, e o espectador do filme pode reconhecer um estilo
lânguido, diferente de todos os que já passaram até então: ele usa, pela
primeira vez, exclusivamente a técnica do slide. É o momento de uma
némesis glorificadora, pois necessária, reflexo de uma alimentação
espiritual baseada na dor, fruto aguardado pelo velho em relação ao
garoto – eis a glorificação negativa.
O PODER
Crucial, a bem dizer, é quando o velho diz ao garoto, numa
encruzilhada, para que toque com toda sua alma, a fim de que ele
venha. A cruz formada pelas estradas, seja em Y ou em X, é
significativa para a cultura negra, egressa da África, seja para os
ingressos em qualquer parte da América. É símbolo de pacto, de
diferenças que se encontram. De modo geral, as seitas como o Vodu,
Candomblé, entre outras, valoram tais locais como propícios ao
encontro com as forças das trevas. Não poderia deixar de ser diferente
aqui, pois é num local desses que o velho agora se encontra. Ele quer
encontrar o demônio, para quem um dia, ainda jovem, vendeu sua
alma, a fim de garantir sucesso pessoal. Ora, o demônio é chamado, na
Bíblia, o pai da mentira: como um contrato com o pai da mentira
poderia ser cumprido por este?
O FAZER
O ápice do filme é esse desafio. Na trilha sonora, quem toca
o som do representante do diabo e quem toca o som do garoto é o
mesmo guitarrista, Steve Vai, mas isso é apenas um detalhe da
produção. O garoto chega com o velho ao lugar combinado, um clube.
O velho lhe empresta seu mojo, um saquinho da sorte, protetor,
equivalente ao patuá baiano (patois). Um excelente guitarrista está
tocando no estilo do blues-rock anos 70, com muita distorção, guitarra
ágil e leve, som pesado e firme. Então, para de tocar e um apresentador
chama ao palco o próximo. Eis a subida do suposto herói para o palco,
onde demonstrará o aceite do desafio. O filme é para quem gosta de
música, pois essa é o grande sinal simbólico, principalmente agora. O
desafiador usa uma guitarra vermelha, cor do vestido da dançarina; a
do garoto é branca. (Símbolos.)
O guitarrista toca uma frase. O garoto responde, no seu
modo, com a técnica aprendida na estrada, abusando do slide. Outra
frase, outra resposta, sempre à altura. Então, o guitarrista faz uma
escala. O garoto a reapresenta, mas inclui um sobrepor de técnicas: da
estrada, volta ao que aprendeu no conservatório, uma escala no estilo
europeu, branco!
A GLORIFICAÇÃO POSITIVA
A vitória já se ilumina pelo desespero que se antevê no rosto
do representante do diabo. Este tira o casaquinho e tenta repetir, a seu
modo, o feito. Não consegue, porque não teve nunca o acesso ao
mundo branco, europeu, da música clássica. Sim, pois a música só é
dita “clássica” se advinda de um repertório branco, europeu, do povo
dominador, cujos valores estéticos impostos são dos do dominado,
vindo da África e estabelecido na América. Então, o Bem é europeu,
branco e “clássico”; o Mal é africano, negro e destoante da técnica do
“clássico”. O garoto vence quando usa a técnica aprendida no
conservatório, que não é a que aprendeu com o velho. Com isso, salva
a alma do “Cachorro Louco”.
O oponente é a Matrix.
b) O percurso do herói
Mr. Anderson é um homem comum no mundo criado pelas
máquinas, o mundo ilusório. Leva uma vida dupla, em que seu
segundo personagem é um hacker que se autointitula Neo. A hybris se
dá entre seus companheiros, digamos, revolucionários, de resistência.
Seu momento de sobrenaturalismo é quando, ao final do
filme, começa a acreditar. É quando diz: Esse (Anderson) não é meu
nome. Meu nome é Neo.
b) O percurso do herói
O momento do metron seria quando finalmente Luz del
Fuego está com sua ilha de nudismo funcionando. Entretanto, a
nemesis é ocorrente, pela decepção e pelas intervenções político-
sociais-financeiras. A Ilha do Sol foi comprada, o nudismo
institucionalizado, mas o metron não chegou.
O DEVER
Luz pensa no seu crescer profissional. Mas há uma
conotação de política libertária, de transformação de valores, que se
revelará mais à frente.
O QUERER
Ela quer se projetar pela fama. Há uma conotação política
mais visível, onde confunde-se sua relação com um político poderoso
(João Gaspar) e sua própria plataforma política.
O SABER
Luz aproveita todas as oportunidades para ir se projetando
no cenário artístico, embora adentre pelo político pela brecha aberta
por João Gaspar.
O PODER
Ela adquire a Ilha do Sol, momento máximo.
O FAZER
Inaugura a Ilha do Sol e o Partido Naturalista Brasileiro.
A GLORIFICAÇÃO
A morte a glorifica. Nos dias correntes de então,
negativamente, como derrota. Entretanto, o diretor da obra
cinematográfica, em plenos dias de abertura política recente no Brasil,
buscou uma glorificação positiva para a vedete, impondo um métron
na sequência final do filme, mostrando Luz no fulgor de sua
juventude e de seu percurso heroico. Construiu assim o Mito,
consolidando-o nesta sequência final (Eu sou uma luz que não se
apaga).
18
SILVA, Aguinaldo. Luz del Fuego. Rio de Janeiro, Codecri/Morena Produtores de Arte, 1982 –
Coleção Edições do Pasquim, v.122.
Oitavo texto: FILMES “CARLOTA JOAQUINA” e
“NASCIDO EM 4 DE JULHO”
O filme brasileiro foi dirigido pela atriz Carla Camurati,
tendo nos papéis principais atores conhecidos por suas atuações
televisivas, como Marieta Severo e Marcos Nanini. Grande ator e
grandes atrizes, admiro-os. Coloco-os na primeira linha de meus
preferidos, e gostaria de vê-los mais vezes na tela grande.
19
ORLANDI, Eni P. Op.cit., p.20.
2. Passa para a espanhola, uma alegre música de violão e
castanholas, servindo como pano de fundo para a dança e as
comemorações;
HERÓIS!
Os heróis são exceções monstruosas da nossa natureza;
podemos vangloriar-nos de vermos os seres de nossa espécie exceder
as condições ordinárias da nossa existência, mas essa vaidosa
satisfação custa sempre cara. Os heróis são uns filhos pródigos da
natureza e da sociedade, que dispõem, em proveito das suas paixões,
do ouro, do sangue e da honra do mundo; que sacrificam aos seus
caprichos quanto há nela de mais santo, de mais nobre e mais
simpático; e a Providência, que castiga sempre, ainda que por diversos
modos, os que se esquecem da humildade do berço comum, ou lhes
esconde a lousa da sepultura para que os deslembrem, ou lha deixa
apontada à indignação pública para que os aborreçam.
(...)
II
JOSÉ BONIFÁCIO DE ANDRADA E SILVA (1827/1886)
(Sempre um monarquista, embora liberal. Considerado grande
orador.)
CONTRA O PROTECIONISMO
(...)
(...)
Se esta nação deve crescer em sabedoria e força, então cada
diplomado capaz, do ensino secundário, deve ter oportunidade para
desenvolver seu talento. (...)
(...)
Um ano atrás, ao assumir as tarefas da Presidência, declarei
que a poucas nações, em toda história, fôra dado o papel de ser a
defensora da liberdade em sua hora de máximo perigo. Essa é a nossa
boa fortuna; e recebo-a, agora, como o fiz há um ano, pois é o destino
desta geração – o dos senhores, no Congresso, e o meu, como
Presidente – viver numa luta que não começamos, num mundo que não
criamos. Mas as Vicissitudes da vida nem sempre são distribuídas
mediante escolha. E, embora nenhuma nação tenha jamais enfrentado
semelhante desafio, nenhuma nação se mostrou, tanto quanto a nossa,
tão pronta a assumir a responsabilidade e a glória da liberdade.
20
ORLANDI, Eni Pulcinelli. Análise de Discurso. Campinas (SP). Pontes, 1999. Pg.37 a 39
Nono texto: RESENHA de “O Modelo dos Modelos”,
de Ítalo Calvino
Não tem uma legião de fãs por estar excluído do rol dos
fabricantes de melhor-vendidos, mas seu público o reputa como um
exímio contador de ensinamentos, ideias e, veja só, emoções.
22
MACIEL, Luiz Carlos. A MORTE ORGANIZADA. São Paulo/Rio de Janeiro: Global/Ground,
[1978]. P.168/169.
23
SARTRE. Op.Cit. P. 21.
remontantes ao Tao, servil a uma dominação política, econômica,
social e cultural; é uma ditadura equivalente à Inquisição Católica
medieval: não-agir passa a ser uma sinonímia de ... não agir . Martha
Graham (Memória do Sangue, trad. Cláudia Martinelli Gama, SP,
Siciliano, 1993, p.79) conta: “- Essa mulher muda. Ela é Tao – a mãe
disse mais tarde. E foi tudo. A mãe dela temia esse elemento de
mudança. A mudança é a única constante. Sabe, não se pode colocar
o pé duas vezes na mesma corrente de água porque ela se vai. Está-se
num novo lugar na corrente.”...”Acredito na mudança porque é
eterna. Ela não permanece em um lugar.”
A pretensa neutralidade científica de Palomar é facilmente
identificável como forma de escolha. Qual escolher? E se o jovem
[católico] escolhe um padre resistente, ou um colaboracionista, já
decidiu o gênero de conselho que receberá. Assim, vindo me procurar,
ele sabia a resposta que lhe daria, e eu não tinha que uma resposta a
dar: você é livre, escolha, quer dizer, invente.(...) Se ele veio te pedir
um conselho, é porque já escolheu a resposta. Na prática, eu já
poderia muito bem lhe ter dado um conselho; mas porque ele
procurava a liberdade, quis eu lhe deixar decidir.24
24
SARTRE. Op.Cit. P. 46/47 e 141.
Décimo texto: “Processos de Organização do Texto”,
de Elisa Guimarães
25
Isso é algo pertencente à letra de uma canção que a Simone cantava em, +, 1980.
Escrever se aprende com o hábito, mais que com a correção
de um professor entediado, cuja preocupação – certeira – com a forma
do texto fá-lo se esquecer do conteúdo, levando este a ser quase
formal, como o fazem aqueles instrutores de redação que se baseiam
nos manuais impostos por este ou aquele Autor, este ou aquele editor.
Posfácio
Este pequeno livro tem o objetivo de auxiliar professores e
alunos de cursos de Letras e de Comunicação Social, incluindo
outros que desejem se aprofundar no estudo da língua, como os de
Direito, seja graduação ou pós, com textos diversos analisados por
diferentes aspectos.
Discografia