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Revista OPINIAS
Uma revista de ideias, pensamentos e pontos de vista
05 setembro 2014
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Ruptura e reinvenção: o que Rimbaud tem a nos ensinar sobre o ato Contador de visitas
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Sobrames
lucianabrandaocarreira@gmail.com
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100 anos - Dia da Papoula
RUPTURA E REINVENÇÃO:
A casa dos sonhos
A conquista do poder e o valor da
O QUE RIMBAUD TEM A NOS ENSINAR SOBRE O ATO
A dificuldade de se sentir amado
A falta do silêncio e a necessidade
ouvido
À une raison
Andréa Pachá
Tua cabeça se vira: o novo amor!
Angela Bretas
“Muda nossos destinos, acaba com as calamidades, a começar
deixando o Ocidente ao partir para uma vida no deserto da Carlos Augusto Galvão
Etiópia e do Egito.
Carlos Eduardo de Oliveira
Cenas mil da apoteose das vidas
Finalizado em 1875, tal livro é composto por pequenos textos Chega de angústia
(prosas, em sua maioria), parecendo desprovido de tema, Clayton César Aguiar
tamanha a liberdade com a qual o poeta o concebera. Talvez por Cleusa Badanai
esse motivo o escritor tenha denominado os anos nos quais
Como eles - os escritores - descre
escrevera Illuminations como um período de “desregramento de ambientes
todo o sentido”.
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Considerações sobre a liberdade d
Jean-Michel Espitallier considera Illuminations como a primeira compilação de videoclips da história, “rodada” vinte anos islamismo
antes do nascimento do cinema e um século antes dos primeiros clips televisuais. Considerados por tal crítico como “prosas Convulsões & revoluções
rasgadas”, tais textos parecem surgir de uma urgência furiosa de Rimbaud em reproduzir com palavras as cenas do mundo Corpus e Mens Sani para criar
que o capturavam, registradas em seus versos tal como se a escrita jorrasse dos olhos fotográficos de um jovem homem Curioso mundo da literatura
apressado. Esse caráter faz que Jean-Michel Espitallier considere o seu “modelo de poema em prosa” como tendo sido o Dalva Agne Lynch
pioneiro – o verdadeiro pioneiro”, “inventado” quarenta anos antes do que se estima ter nascido com Bertrand, tendo De todos os silêncios que querem
influenciado, enfim, muitos dos grandes poetas do século dezenove, dentre os quais, Baudelaire.
Editorial Ed 02
Pouco antes, em seu seminário sobre O ato analítico (LACAN, 1968-1969), foi também a partir desse poema, no qual um Editorial Ed 03
Novo amor é evocado, que Lacan propôs a fórmula do ato, uma vez que o ato analítico suscita o novo, um novo desejo, um Editorial Ed 04
novo amor transferencial. Na imprevisibilidade de um encontro com o Real, eis a essência do desejo do analista: transmitir Editorial Ed 05
o intransmissível de uma experiência limite (o Real inapreensível pelo significante) que provoca um giro discursivo e uma Editorial Ed 06
ruptura no saber, pois “o intransmissível está no coração do desejo de transmitir” (PORGE, 2009, p.15). Afinal, como Editorial Ed 07
Rimbaud persevera em seu verso, basta “Um toque do dedo no tambor” para que se desencadeiem “todos os sons” e se
Editorial Ed 08
inicie “uma nova harmonia”; basta “um passo” para que se recrutem novos homens e estes, a partir daí, enveredem por
Editorial Ed 09
esta nova trilha. Rimbaud associa o novo ao movimento capaz de mudar destinos e direções, reinventando caminhos, e,
Editorial Ed 10
mais importante, semeando o desejo ao longo dessa errância pelo mundo afora.
A rede discursiva é tecida por esses fios, ainda que o amor, que Eu moro em Xangri-Lá
faz laço, demande simplesmente o amor. Mas o amor é Eugenio Miguel Mancini Schelede
impotente, pois a relação complementar entre os sexos é Fanatismo uma distorção dos afet
impossível, uma vez que, havendo reciprocidade, tal amor é Felina
guiado pelo desejo de fazer unidade, própria ao amor fusional que aliena. Ao indicar que o seu aforismo “o inconsciente é Fernanda Guimarães
estruturado como uma linguagem” não é do campo da linguística, e sim da linguisteria, eis então que Lacan avança, Filatelia - Samuel Luke Fildes
circunscrevendo uma modalidade amorosa nova, própria ao seu discurso.
Fio da navalha
Francisco José Soares Torres
Ainda que o amor seja um signo, Lacan circunscreve, assim, que o amor de que se trata é signo de uma mudança discursiva.
Galeno Amorim
Lacan pouco a pouco vai delineando uma modalidade de amor que não é alienante, e que tampouco escraviza. Amor que
Garimpamos
está num mais além do narcisismo, capaz de romper e esvaziar as identificações imaginárias. Um puro amor. Amor que é
pura potência criativa, inovadora, que nos “constrange a decidir uma nova maneira de ser”, como bem estabelece Alain Geovah Paulo da Cruz
Badiou ao se referir ao que é da ordem de um acontecimento. (BADIOU, 1993, p.38). Logo, o gozo do Outro não é, em Geração sem-sem
absoluto, um signo do amor. Ao contrário, o que é signo de amor é a torção que aí se produz, no lugar onde tal gozo é Gestão empresarial em tempo de
vislumbrado e entrevisto.
Giacomo Puccini
Gisleno Feitosa
Goulart Gomes
Sendo assim, a “razão” sobre a qual Rimbaud se refere em seu
Gustavo Barbosa Rossato
poema À une raison é signo de um novo amor, pois “o amor, nesse
Gustavo Diamantino
texto, é o signo, apontado como tal, de que se troca de razão, e é
Gustavo Lima
por isso que o poeta se dirige a essa razão. Mudamos de razão,
quer dizer – mudamos de discurso”. (LACAN, [1972-73] 1985, Haroldo Pereira Barboza
p.26).
Helio Begliomini
Helio Moreira
Pois bem, dito isto, voltemos a Rimbaud uma vez mais.
Helmut Adolf Mataré
Heraldo Paarmann
Apontando ao que se opera na emergência de um novo laço Herança possível
social, Rimbaud sacode as bases do racionalismo cartesiano,
Hugo Harris
subvertendo-o, uma vez que, ao invés de louvar uma
Igor Diamantino
racionalidade amparada na razão, ao contrário, Rimbaud se
Interações animais
dirige, nesse poema, a uma Razão que é de outra ordem.
Japão - a delicadeza de um povo
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(BRUNEL, 2004, p.218).
João Baptista Alencastro
José Arlindo Gomes de Sá
Numa de suas cartas endereçadas a Paul Démeny, Rimbaud deixa clara a sua discordância em relação ao “penso, logo sou” Josyanne Rita de Arruda Franco
cartesiano, propondo, em contrapartida, a máxima “Eu é um outro”. Para ele, a fórmula “Eu penso” é um grande engodo,
Lápide
pois considera que, ao invés disso, o que se passa na verdade é da ordem de um “Pensam-me”. Ou seja, o Eu, – diz Rimbaud
Laurijane Pantaleão Alencar
antes mesmo que Freud o faça –, é pensado por um outro.
Lendas Amazônicas
Leonidas Galvão Avellar Pires
Mas apesar de todos esses elementos listados, compartilhamos da ideia de que a razão cantada nos versos de Rimbaud não
equivale à descoberta freudiana do inconsciente; assim, sua “razão poética não é nem o senso cartesiano nem o Liberdade de expressão marcada
inconsciente freudiano”. (BERNARDES, 2009, p.102).
Ligia Terezinha Pezzuto
Lilian Maial
De todo modo, o fazer poético, próprio ao ato do poeta, desvela que o material com o qual o poeta trabalha, – ao esbarrar Livro - leitura e cidadania
no gozo do sem-sentido que se infiltra em Lalangue –, é o mesmo do qual o inconsciente se serve. Território do Loucura
desconhecido onde a razão não tem vez, justamente porque o sentido aí se desfaz, constrangendo o artista e impelindo-o a Lu Pupim
fazer algo com isso que lhe escapa.
laço novo; um novo laço social que aflora enquanto acontecimento de discurso, efeito do encontro com o Real.
Márcio Ribeiro Leite
Marcos Gimenes Salun
Acontecimento que impulsiona uma torção na ordem vigente, de maneira imprevista, determinando um novo começo, Marcos Pivari
novamente. Fruto de um amor que é pura contingência, capaz de transformar nossos destinos, como bem profetizou Marcos Seyde
Rimbaud.
Maria Angélica Guichard
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BERNARDES, A. Um amor reinventado: a arte do poeta e o discurso do analista. In. MELLO, M e JORGE, M. (org).
Marlusse Pestana Daher
Psicanálise e Arte: saber fazer com o Real. Rio de Janeiro: Cia de Freud, 2009, p. 99-107.
Medo
BERNARD, S. Rimbaud et la création d´une nouvelle langue poétique, in Le poème em prose de Baudelaire à nos jours. Mentira
Paris: Nizet, 1959.
Meu último estágio
BRUNEL, P. Éclats de violence; pour une lecture comparatiste des Illuminations d´Arthur Rimbaud. Paris : José Corti, Motivos pra não me mudar do Bra
2004.
Muita erudição e pouca porcaria n
LACAN, J. (1968-69) O ato analítico. (Seminário inédito)
imcompletos
LACAN, J. (1972-1973) O seminário, livro 20: Mais, ainda. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985.
Muitos não são convidados para o
PORGE, E. Trasmettre la Clinique Psychanalytique – Freud, Lacan, aujourd’hui. Toulouse: Éditions Érès, 2005.
Músicas para degustar Xerez - até
PORGE, E. Transmitir a clínica psicanalítica. Tradução: Viviane Veras e Paulo Souza. Campinas, S.P: Editora da Na Gimenes
Unicamp, 2009.
Natais
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Ruptura e reinvenção - o que Rim
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Sandália de Couro
Sealand - o menos país do mundo
Sérgio Perazzo
Serra da Capivara - um Brasil des
Sobre a revolução gramscista no o
Sobre felicidades
Sobre o dia internacional da mulhe
Sônia Hammemuller
Suaves prestações
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Um roteiro para a excelência na e
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