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Rodrigo Fonseca
Fundador da Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional
EMOÇÕES
A inteligência emocional
na prática
“A capacidade de sentir se refere não apenas à faculdade através

da qual o mundo externo é apreendido, mas através da qual é criado.
Ou aprendemos a lidar com nossas emoções, ou seremos

eternamente reféns de uma mesma realidade.”

Su má r io
Dedicatória 7
Agradecimentos 9
Prefácio de Carlos Wizard Martins 13
Prefácio de Zilu Godoi Camargo 15
Introdução 19
cap í tulo1 Você é quem dá o tom da sua vida 23
ca p í tulo2 Medo: a maior dádiva da vida 31
A busca por aceitação: o desejo

ca p í tulo3
oculto de todo ser humano 37
ca p í tulo4 Por que não assumimos o que sentimos? 43
Coragem e medo: dois lados

ca p í tulo5
da mesma moeda 53
ca p í tulo6 Imagine a sua vida sem suas emoções 59
ca p í tulo7 Matriz da Criação 67
Da teoria à prática: criando suas próprias

ca p í tulo8
experiências 71

ca p í tulo9 O veículo mais precioso do mundo 79
ca p í tulo10 Sua decisão pode mudar muitas vidas 91
ca p í tulo11 Cuidando do seu templo 101
ca p í tulo12 Desperte o seu poder de criação 111
ca p í tulo13 Cortando o cordão umbilical 123
ca p í tulo14 Passe à frente o seu maior dom 137
ca p í tulo15 O tempo mais precioso da sua vida 149
ca p í tulo16 Entre no fluxo do Universo! 159
ca p í tulo17 Deixando a sua marca no mundo 175
Inconsciente: a raiz de nossos pensamentos,

ca p í tulo18
emoções e comportamentos 181
ca p í tulo19 Agora está em suas mãos! 189
Referências 193

Dedicatória
Dedico este livro a todas as pessoas que estão se conscienti-
zando de que a resposta para tudo que buscamos sempre esteve,
e sempre estará, DENTRO de cada um de nós. Somos o início
e o fim de tudo.

Agradecimentos
Agradeço à Deus que me trouxe até aqui e me permitiu viver

experiências indescritíveis!
Agradeço à minha mãe, Laice Gama, mulher de garra que me
permitiu conhecer a minha própria Luz e Sombra ainda dentro
do seu ventre.
Agradeço ao meu pai, Carlos Fonseca, homem que me mos-
trou desde a minha infância, na sua simplicidade, o dom de viver
com alegria e respeito pelas pessoas, mesmo quando a vida nos
coloca à prova.
Agradeço ao meu irmão, Alessandro Fonseca, que me fez en-
xergar que eu poderia ser muito melhor e que me apontou a luz
no final do túnel, onde encontrei as maiores riquezas da minha
vida: minha esposa, meus filhos e o Treinamento de Inteligência
Emocional que mudou a minha vida, e que hoje tenho a honra
de ministrar.

Emoções
Agradeço à minha esposa, amiga, companheira, amante e

mãe, Silvia Arena Fonseca, a mulher que eu escolhi para trilhar
os caminhos da minha vida até o meu próximo estágio nessa
existência. Ao seu lado eu me sinto mais vivo, conectado comigo
mesmo e feliz por saber que existe uma pessoa neste mundo que
consegue me compreender completamente e que me ajuda a en-
xergar dentro de mim, o que sozinho seria impossível.
Agradeço ao meu filho, Lohan, que desde o momento que
descobri que existia despertou em mim um sentimento de amor
que eu jamais havia sentido e, ao mesmo tempo, me deu a opor-
tunidade de reencontrar a minha criança e sentir a alegria e a
inocência que sempre existirá em todos nós. Filho, muito obri-
gado por ter me escolhido como seu Pai!
Agradeço a minha filha, Maria Fernanda, que toca minha
alma com o seu sorriso e alegria todas as vezes que estamos jun-
tos, e que me deu a grande oportunidade de viver plenamente
a minha experiência como Pai. Gratidão eterna por vocês, meus
filhos, serem a minha maior e melhor criação neste Mundo.
Agradeço ao meu mestre Yasushi Arita, que carregou a “to-
cha” do Treinamento até que ela chegasse à mim. Isso me desper-
ta o desejo de mantê-la acesa até o meu último dia de vida – um
verdadeiro legado para a humanidade.
Agradeço a todas as pessoas que fazem parte da Equipe da
Sociedade Brasileira de Inteligência emcoional – Sbie, e que aju-
dam a manter acesa a chama destes Treinamentos de Inteligência
Emocional que transformam vidas! São tantas pessoas especiais que
eu prefiro não citar nomes e evitar o risco de cometer injustiças.
Agradeço também a todos os Membros da Sociedade
Brasileira de Inteligência Emocional, que se permitiram viver na
10

Agradecimentos
prática tudo o que é transmitido neste livro, e transformaram

suas vidas pessoais e profissionais.
E, finalmente, agradeço à minha amiga Vanusa Santos que foi
a grande incentivadora para que este livro existisse. Talvez, sem as
suas “palavras mágicas”, eu ainda estaria guardando um conheci-
mento que pode ajudar milhões de pessoas a descobrirem o extra-
ordinário poder que sempre esteve dentro de cada um de nós!
Muito obrigado a VOCÊ que está lendo este livro! Essa é
uma oportunidade para você despertar a sua Luz e iluminar um
pouco mais esse mundo com a realização dos seus SONHOS e
MISSÃO de vida.
Obrigado, obrigado, muito obrigado!
Rodrigo Fonseca
11

Prefácio de
Carlos Wizard Martins
Gostaria de recomendar o livro Emoções – A Inteligência

Emocional na Prática a todos que estão em busca da autorreali-
zação, do sucesso e de uma vida mais saudável. De uma leitura
leve, essa obra fala profundamente àqueles que estão em busca
do autoconhecimento e dispostos a iniciar uma mudança defini-
tiva em sua vida.
Por meio de sua própria história, Rodrigo Fonseca leva o lei-
tor a meditar sobre sentimentos que existem em todos nós, mas
que muitas vezes são ignorados ou escondidos. O livro revela
como a raiva, os medos, as tristezas que habitam em nosso in-
consciente podem influenciar acontecimentos cotidianos e inter-
ferir no relacionamento com o próximo.

Emoções
Mais do que isso, Emoções nos encoraja a encarar novos desa-

fios e resgatar sonhos e planos que foram deixados para trás, seja
pela falta de tempo ou de coragem em realizá-los. É um estímulo
para que o leitor desperte o próprio eu que se encontra adorme-
cido e resolva questões internas que os impedem de progredir e
prosperar.
Fonseca vai ao encontro daquilo que acredito: que cada ser
humano carrega dentro de si grande potencial realizador que,
por vezes, precisa apenas ser estimulado. Nessa viagem por emo-
ções e sentimentos, nos incentiva a zerar o passado emocional e
descobrir um novo ponto de partida.
Acredito que a mudança é uma escolha individual que depen-
de apenas de cada pessoa e da força do seu pensamento.
Conhecer a si mesmo e desejar profundamente a mudança
são passos iniciais para uma nova vida. É uma questão de atitude
e coragem!
Nesse sentido, Emoções é um guia prático que direciona para
uma nova jornada e contribui para que o leitor desfaça as amar-
ras que o prende ao passado, em busca de algo novo. Trata-se de
uma experiência realmente transformadora. Inicie agora a leitura
com a certeza que é um caminho sem volta. A mudança aguarda
por você!
Carlos Wizard Martins 

Autor de Desperte o Milionário que Há em Você
Presidente da Rede Mundo Verde
14

Prefácio de
Zilu Godoi Camargo
“Eu mordo a vida como uma maçã suculenta. Brinco com ela
feito um peixe e sou feliz. E o que é ser feliz? É seguir sempre
em frente. Há algo melhor a ser feito do que aquilo que já fiz,
e impulsionada pela ilusão favorável do progresso, buscarei
progredir (...) mais e mais - até aprender. Sempre.” Sylvia
Plath
Ler este livro foi uma experiência gigantesca para mim.

E, agora, introduzindo-o, fica ainda mais evidente o quanto fui
transformada através dele. Esta obra de Rodrigo Fonseca mexeu
com todas as minhas emoções, me fez descobri-las, me mostrou
como tirar proveito dos mais estranhos sentimentos e seguir em
frente, em uma total motivação.

Emoções
Durante toda a vida, somos ensinados a buscar pela inces-

sante felicidade, qualquer sentimento que não seja para a bus-
ca da mesma, é automaticamente taxado como algo perigoso.
Portanto, quando você se vê perdido em uma emoção desco-
nhecida e escura, por acreditar que pode ser o fim, você se vê em
depressão.
Em um destes momentos, busquei ajuda no Treinamento
LOTUS, onde conheci o autor deste magnífico livro. Buscando
sair de todos esses sentimentos obscuros, eu aprendi que, ao in-
vés de fugir deles, eu tinha que enfrentá-los. Às vezes, eu sentia
medo... medo de tudo. Medo de onde eu estava, do que acon-
tecia ao meu redor e do que eu seria de um determinado tempo
em diante. Mas com a ajuda deste livro, eu percebi que o tão mal
visto medo poderia ser a minha maior motivação. Era ele quem
me impulsionaria para frente, para encontrar a luz, a minha luz.
Eu me aprofundei nos meus mais desconhecidos e escuros
sentimentos e momentos, e descobri uma nova pessoa. Foi só
passando por todas as adversidades, que eu descobri o meu ver-
dadeiro eu. Eu olhei para mim mesma no espelho e percebi uma
nova mulher, agora mais forte, mais reluzente, mais bonita. Eu
me amei mais, senti mais orgulho de mim mesma, prestei mais
atenção no meu valor.
Em EMOÇÕES, Rodrigo nos dá a possibilidade de ajudar
a escrever uma história – com suas páginas em branco para pre-
enchermos com nossas tarefas, planejamentos e pensamentos. A
minha experiência de vida importa, o que eu passei importa, e
eu não seria nada do que sou agora, se não tivesse passado pelos
sentimentos mais turbulentos, que em sua mais turva cor, tam-
bém possuem a sua beleza e importância. Nesta obra, você irá
16

Prefácio
aprender a abraçar a si mesmo, os seus lados claros e escuros, e

irá aprender que o que importa é este momento, o agora. E que
nunca será cedo e nem tarde para descobrir os nossos poderes e a
nossa imensidade como seres humanos.
Zilu A. Godoi Camargo

Woman Business
17

Introdução
“Somente realizamos nossos maiores sonhos quando deixamos de

tentar satisfazer o nosso ego, e contribuímos para que os outros
realizem os seus sonhos antes.”
Rodrigo Fonseca
Ter relacionamentos bem-sucedidos, estilo de vida saudável,

carreira profissional promissora, resultados positivos nos empreen-
dimentos e, ainda, desfrutar de estabilidade financeira são alvos de
desejo de todo ser humano. Mas, por que muitas pessoas não con-
seguem atingir seus objetivos? Por que é incontável o número de
homens e mulheres com potencial extraordinário, porém vivendo
de forma pouco satisfatória em diversos âmbitos da vida?
De forma bastante peculiar, baseado nos resultados obtidos
no decorrer de seus quase quinze anos como Especialista em

Emoções
Inteligência Emocional, em aprofundadas pesquisas comporta-

mentais e em suas próprias experiências, Rodrigo Fonseca traz à
luz um assunto que tem interferido, consciente ou inconscien-
temente, no desenvolvimento pessoal e profissional de todo ser
humano – nossas emoções.
Para muitas pessoas assumir sentimentos é algo extremamente
desafiador porque isto envolve questões íntimas. Em momentos
extremos, seja de felicidade ou tristeza, ódio ou amor, raiva ou
medo, esses sentimentos podem fazer aflorar comportamentos
surpreendentes. Mas, o que a grande maioria das pessoas ainda
não compreendeu é que o medo, apesar da conotação pejorativa
atrelada a esse sentimento, pode tornar-se um incomparável pro-
pulsor para que possamos alcançar metas e realizar nossos maiores
sonhos.
O ser humano é uma criação extremamente complexa que
carrega na sua essência uma carga intensa de energia que faz
transbordar emoções e sentimentos em todas as fases da vida.
O primeiro choro, o primeiro sorriso, o primeiro momento de
raiva, a primeira demonstração de afeto são apenas alguns dos
momentos ímpares, carregados de intensa emoção. Porém, con-
forme o indivíduo vai se desenvolvendo, o seu posicionamento
ante os próprios sentimentos faz total diferença para criar dores
ou prazeres na fase adulta.
Entre todos os sentimentos, o MEDO pode ser considerado
um dos mais paralisantes ou impulsionadores. A dualidade que
reflete as consequências desse sentimento ainda apavora muita
gente. O “medo do medo” é algo que cresce assustadoramente
justamente devido ao total desconhecimento de que é possível se
utilizar dessa energia em benefício próprio. Prova disso é saber
20

Abertura
que nos primórdios da humanidade foi exatamente esse senti-

mento que garantiu a evolução da nossa espécie.
Você já parou para entender o significado da palavra emoção?
A palavra emoção vem do latim emovere. O “e” significa “externo”
e “movere” significa “movimento”. Ou seja, toda emoção, que
normalmente percebemos e usamos de forma negativa, existe
para nos ajudar a criar um movimento externo em nossa vida,
a MUDAR o que não está bom ou em desequilíbrio, ou então,
expressar com gestos e atitudes o que nos faz felizes ou amamos
E se não movemos todas essas energias emocionais para fora, elas
acabam gerando doenças ou dores, DENTRO de nós.
Quais são suas emoções usadas “negativamente”? Por que elas
existem? Você sabe qual é a raiz de cada uma delas? Acredita ser
possível usá-las para impulsionar de forma positiva a sua vida?
Com essas e muitas outras abordagens instigantes, este livro pro-
põe um mergulho em suas próprias emoções para que, a partir
dessa iniciativa, cada um possa encontrar respostas para seus pró-
prios comportamentos – desde a insegurança para tomar deci-
sões ou a procrastinação para resolver pequenas pendências até a
ampliação de um negócio, a mudança de carreira ou o resgate de
importantes relacionamentos.
Com uma mistura bem dosada de experiências pessoais, de-
poimentos, teoria, exercícios e toques, este livro é um passaporte
para você chegar a um destino promissor – a realização dos seus
maiores sonhos. A minha proposta é facilitar o resgate da sua
verdadeira essência e fazê-lo desfrutar do melhor para a sua vida.
Para isso, em cada ação proposta vale a pena você considerar des-
de já os resultados diante de duas decisivas possibilidades:
‒ Dores e insatisfação por decidir manter-se da mesma forma
e não arriscar qualquer mudança.
21

Emoções
‒ Prazer por tomar a decisão de seguir adiante, apesar do

medo, e entrar em ação.
O resultado de cada uma das escolhas é muito claro! Ao agir
você se fortalecerá, romperá barreiras e realizará seus maiores so-
nhos. Ao decidir ficar parado abrirá brechas para que a amargura
e as doenças atuem na sua vida.
Você já tem a dica de qual é a escolha mais promissora e satis-
fatória! Então, se dê a oportunidade de descobrir o que o impul-
siona a seguir em busca de seus sonhos e passará a compreender
que AGIR é sempre a melhor decisão. Já no próximo capítulo
você começará a entender por que você mesmo é o único respon-
sável pelo resultado das suas escolhas. Está realmente disposto?
Então, embarque nesta aventura!
22

cap ít ulo 1
Você é quem dá o tom

da sua vida
Aqui começa uma jornada. Uma incrível e satisfatória viagem

que em nenhum momento dará chances para você continuar le-
vando a sua vida da mesma forma. O simples fato de você ter
iniciado a leitura deste livro me faz acreditar que está realmente
disposto a dar um novo sentido a seus projetos, relacionamentos
e sonhos. Abra a sua mente e, a partir de agora, passará a ter
consciência dos seus verdadeiros sentimentos e descobrirá que é
possível utilizar cada um deles para realizar os seus mais inacredi-
táveis sonhos – tudo sempre foi e sempre será criado na sua vida
por você mesmo.
Independentemente de quais foram suas conquistas e reali-
zações até aqui, é sempre possível vislumbrar novos horizontes,
projetar novos sonhos e alcançá-los. A partir dos passos sugeridos

Emoções
no decorrer de cada capítulo, as possibilidades de suas realizações

serão ampliadas e o seu foco será direcionado para as ações que o
levarão à concretização de seus sonhos.
No decorrer da minha existência, trilhei diversos caminhos
e vivenciei muitos sentimentos. Apesar das incertezas, fiz esco-
lhas e hoje decidi reunir neste livro informações que vão muito
além da teoria. O objetivo deste trabalho é transmitir para você
a possibilidade que cada um de nós tem de alcançar um novo e
mais satisfatório nível de vida. Por enquanto, pode parecer es-
tranho conceber a ideia de que o meu foco, a minha válvula
impulsionadora, toda a energia dos meus pensamentos e ações
estão concentrados na minha missão, que é justamente trans-
mitir para o próximo a excelência de minhas experiências e con-
quistas. Consequentemente, VOCÊ é, para mim, a possibilidade
de cumprir o meu propósito neste mundo.
Há cerca de quinze anos atuo como facilitador de treinamen-
tos, pelos quais já passaram mais de 40.000 pessoas e que são um
verdadeiro laboratório para “análise” de emoções e comportamen-
tos. É incrível observar que cada ser humano tem uma manei-
ra ímpar de experimentar e descobrir seus próprios sentimentos.
Cada escolha gera um resultado e tenho constatado que muitas
vezes deixamos de tomar decisões para o nosso próprio crescimen-
to porque preferimos não mexer em sentimentos escondidos ou
porque valorizamos acima do necessário a opinião dos outros.
Deixar de prestar atenção aos nossos próprios desejos e ne-
cessidades significa apenas sobrevivência. Este é um posiciona-
mento muito arriscado. Sua ação, dedicação e persistência em
prol da sua própria autorrealização devem ser consideradas ques-
tões vitais. Quando não estamos vivendo a vida que queremos,
24

Você é quem dá o tom da sua vida
certamente enveredamos por um caminho repleto de percalços,

atraímos doenças e, consequentemente, damos espaço para a
morte emocional e física.
Tenho me deparado com muitas histórias de vida e, entre elas,
eu me recordo de uma senhora de quase sessenta anos que hoje
declara para quem quiser ouvir que a sua vida é uma sucessão de
dias maravilhosos. “Quando um dia está acabando eu me alegro
com a certeza de que o próximo será ainda melhor!”. Isso é ex-
tremamente gratificante! Porém eu acompanhei o seu processo
de revelações do seu inconsciente e sei o quanto ela precisou ser
persistente para conquistar esse novo padrão emocional.
Antes os seus pensamentos estavam constantemente voltados
para a morte e todas as suas ações eram minuciosamente cal-
culadas porque ela tinha firme convicção de que morreria aos
quarenta anos e, além disso, tinha verdadeira paranoia com do-
enças. Ela teve muitos traumas de infância, carregava um legado
de enfermidades dos seus antepassados e, além de tudo, sentia-se
rejeitada por toda a família.
No seu nascimento sua mãe estava extremamente debilitada e
sofreu muito no parto que foi feito pelas próprias avós. Ela nasceu
com a placenta grudada no rosto e só sobreviveu porque uma vi-
zinha impediu que ela morresse sufocada. Para as avós, pelo fato
de ela ser mulher isso seria um favor! A sua mãe não tinha leite do
peito e a sua alimentação inicial era apenas água com açúcar.
Descendente de família oriental, ela foi a única que nasceu
com os cabelos ruivos. A sua avó paterna foi prostituta no Japão
e fez a promessa de que, se conseguisse sair dessa vida e tivesse
uma filha, essa sim seguiria a “carreira”. O fato de sua avó não
ter tido filhas, mas uma dúzia de netas e entre elas uma ruivinha,
25

Emoções
fez com que recaísse sobre ela esse encargo. Ela teve que lutar
muito para se manter na contramão desse “destino”. Para o seu
pai isso era natural. Por não aceitar essa condição, sua avó sempre
demonstrava muito ódio por ela e a perseguia por qualquer mo-
tivo. Assim, ela cresceu com muita revolta e sempre considerou
que, apesar de não ser, as pessoas achavam que ela era prostituta.
“Eu nasci para ser nada!” Essa declaração é muito forte, mas era
a “verdade” que ela carregava no seu inconsciente e traduz os
reais sentimentos que ela guardou inconscientemente durante a
sua existência até o momento em que decidiu se dar uma opor-
tunidade que, por sinal, aconteceu de forma bastante inusitada
– havia realmente chegado o seu momento!
Numa bela manhã eu estava no escritório repassando a agenda
e os nomes das pessoas indicadas para participar do treinamento
quando o nome dela me chamou a atenção. Tratava-se de uma
senhora que, apesar de ter enviado todos os filhos para participar
do processo, ela mesma resistia aos inúmeros convites. Ali estava
uma incógnita e um grande desafio. Durante nossa conversa ao
telefone, ela relatou alguns acontecimentos da sua vida, a respon-
sabilidade que sempre carregou para educar os filhos e sua ideia
fixa sobre a data da sua morte. Preocupada em ser gentil comigo
e, ao mesmo tempo, adiantar os afazeres domésticos, ela acabou
se queimando com água fervente. Ao saber que ela colecionava
muitas marcas de queimaduras fiz a seguinte pergunta: “a senho-
ra já parou para se perguntar por que se queima tanto?”
Esse questionamento caiu como um estopim em sua vida.
Mais tarde, me confidenciou que foi exatamente essa pergunta
que a fez se render e se permitir fazer o treinamento. Embora
pareça uma pergunta simples, ela mexeu com os brios dessa
26

senhora porque todos os acidentes que resultaram em queima-

duras apontavam para uma forma de autopunição inconsciente.
Com esse histórico, onde ela poderia encontrar forças para
enfrentar suas fraquezas? Apesar da intensidade do medo que
sentia, sabia no seu íntimo que precisava de ajuda para sair da
situação que lhe causava intensa insatisfação.
Até então ela não sabia o que realmente era sonhar. Seu in-
consciente gravou muitas experiências terríveis, que apenas re-
forçavam que ela não tinha valor. Isso refletia nos seus relacio-
namentos, na sua saúde, sua vida financeira, sua autoimagem e
autoestima, mas, segundo ela, todo o processo de reconhecimen-
to e aceitação de seus medos, inseguranças, incertezas registrados
pelo seu inconsciente e trazidos à consciência mudou o destino
da sua descendência. “Após ter dado um novo significado para
as minhas memórias inconscientes a história da minha vida e de
toda a minha descendência mudou – a minha geração mudou!”
Sabemos que entre teoria e prática há um longo percurso. Traçar
uma estratégia para sair da acomodação e entrar num outro estágio
é algo que requer um forte desejo de MUDAR. A proposta deste
livro é ajudá-lo a escolher os caminhos e mantê-lo firme no pro-
pósito de realizar seus sonhos. Mas é importante deixar claro que
você não encontrará aqui fórmulas prontas ou “os sete passos para a
conquista”. Ao contrário! Você tem em mãos um instrumento que
propõe ações que certamente causarão algum, ou muito, descon-
forto. A cada capítulo você terá que se empenhar para corresponder
às suas próprias expectativas. Lembre-se de que TUDO o que você
fará será para o SEU benefício e o de todos os que o cercam!
Você está realmente disposto a ampliar seus próprios horizon-
tes e dar uma guinada surpreendente em sua vida?
27

Emoções
Cada linha deste livro foi minuciosamente estruturada para

que você passe a enxergar de forma mais positiva e verdadeira
a pessoa valiosa que é. Isso não quer dizer que você, necessaria-
mente, esteja numa condição inferior ou delicada, mas, eu asse-
guro que você pode ser mais – muito mais feliz, mais seguro das
suas realizações, mais próspero, mais bem-relacionado, mais afe-
tuoso, mais generoso... Enfim, você deseja mais o quê? O único
e verdadeiro impedimento para que inicie uma nova trajetória e
que ajuste o ponteiro para o norte que quer dar para sua vida é
apenas você mesmo – você é quem dá o tom!
Como estão suas expectativas? Está disposto a encarar um
novo processo? Se acredita que a resposta seja SIM, então, mãos
à obra! O primeiro e decisivo passo começa AGORA. Quanto
mais intenso e verdadeiro você se colocar desde já, mais positivo
será o seu resultado até a conclusão do último capítulo. Então,
seja extremamente sincero:
Quais são os seus mais íntimos sonhos

e por que deixou de conquistá-los?
Vamos lá! Sei que pode ser difícil responder a essa pergunta
aparentemente simples e há grande chance do seu primeiro im-
pulso ter sido simplesmente desconsiderar as possíveis verdades
que há por trás dela. Mas, eu o desafio a ficar neste ponto do li-
vro até que você consiga responder esta pergunta para si mesmo,
com toda a sinceridade.
Separe desde já um tempo para todas as suas anotações duran-
te esta Jornada Inesquecível!
28

“Esqueça as fórmulas prontas!

A realização dos seus sonhos
está em suas mãos!”
Toque
O acaso não existe e este livro não está em suas mãos
por mera coincidência. Emoções – A Inteligência Emo-
cional na Prática! não foi concebido simplesmente para
ser mais um livro na sua prateleira ou mesinha de ca-
beceira. Cada etapa deste trabalho foi alicerçada com
muito cuidado e atenção para que você consiga alcan-
çar um nível superior em todas as áreas da sua vida.
Existem muitas coisas que geram angústia nas pessoas
e falar dos próprios sentimentos é um ponto que se
mantém numa posição de destaque na lista dos temo-
res de muitos homens e mulheres – e não há nada de
certo ou errado nisso. A questão é muito mais íntima
e pessoal do que muitos de nós podemos imaginar, e
para romper as barreiras que surgem em nossa mente e
coração é preciso entrar em ação.
29

ca p ít ulo 2
Medo:
a maior dádiva da vida
O medo é provavelmente a mais antiga e visceral emoção do

ser humano. Adão, que segundo alguns textos históricos, foi
o primeiro homem da humanidade, pouco tempo após o seu
surgimento teve medo porque havia transgredido uma ordem
do seu Criador e, por isso, sentiu-se ameaçado. Embora muitas
pessoas insistam em não assumir o medo como parte de seus
sentimentos, acreditando ser um atributo negativo, é justamente
ele que vem garantindo a preservação da grande variedade de
espécies de seres viventes no planeta – faz parte do instinto hu-
mano e animal.
Entender o medo é um fator fundamental para a vida. Sem
ele jamais conseguiríamos vencer ou superar o desconhecido.
Procurar abafá-lo é uma estratégia pouco eficiente, porque as

Emoções
reações físicas e psicológicas decorrentes desse sentimento são

totalmente inconscientes, e se comportam como um mecanismo
de defesa, com objetivo de preservar a vida. Sem medo, não nos
importaríamos com as situações de perigo – viveríamos como
robôs e em constante risco iminente de morte. Por outro lado,
permitir que ele nos domine pode gerar consequências devasta-
doras. É necessário ter equilíbrio. O extremo, seja por excesso ou
falta de medo, não é saudável.
Conheci uma senhora de 82 anos que viveu boa parte da sua
existência carregando pesadas “muletas” emocionais. Seus sen-
timentos variavam entre mágoas, ressentimentos, ausência de
perdão, angústia e medo, que eram sufocados para que houvesse
uma suposta boa convivência com seus familiares e amigos. Os
momentos felizes que ela havia vivido, logo se dissipavam na
memória porque a dor e os medos que carregava eram gigantes-
cos. Convidada por um parente, quando ela chegou ao treina-
mento sua postura era de intenso desejo por mudanças. Apesar
de sua aparência transmitir total fragilidade – arqueada sobre
uma bengala, passos curtos e trêmulos, rugas que denunciavam
as marcas do tempo e olhar tímido –, no seu íntimo ela acredi-
tava que poderia viver melhor o tempo que ainda tinha de vida.
A decisão dessa senhora, para muita gente, foi considerada total-
mente sem propósito devido à idade avançada. Mas, sua atitude
surpreendeu!
Apesar da intensa carga horária do treinamento, ela não re-
clamou de nada, realizou todas as atividades e deixou muito
marmanjo desconcertado. Ao final, quando eu a encontrei num
dos corredores do hotel, confesso que fiquei surpreso com o re-
sultado. A bengala já não fazia parte dos seus acessórios e seu
32

Medo: a maior dádiva da vida
semblante transmitia vigor, alegria e disposição. Durante todo

o processo do treinamento, ela foi reconhecendo e assumindo
seus medos e, com isso, revigorando sua saúde física. A partir do
momento em que decidiu romper com as barreiras emocionais
inconscientes que a impediam de viver uma vida plena, sua con-
dição de vida mudou completamente... e aos 82 anos!
Durante quase toda a sua existência até o final de semana do
seu treinamento, aquela senhora havia negado a si mesma a opor-
tunidade de ser feliz. O medo de enfrentar o desconhecido parali-
sou sua vida até aquele momento. Quando negamos o medo, ele
produz uma energia que não se dissipa, se transforma e, em geral,
desencadeia doenças físicas e/ou emocionais. Por isso encontramos
tantos homens e mulheres vivendo uma vida repleta de dores.
Evidências científicas confirmam a conexão entre o medo e
a excitação. O medo pode começar com uma simples ansiedade
e chegar ao pânico, ao pavor ou à fobia, podendo causar sérios
transtornos. Trata-se de uma reação em cadeia que tem início
com pequenos e gradativos acúmulos de estresse que provocam
a liberação de hormônios que causam aumento da frequência
cardíaca, aceleração na respiração e contração de músculos.
Dependendo da intensidade do medo, uma pessoa pode chegar
à paralisação de funções cardíacas e respiratórias.
Como meio de preservação o medo existe para que possamos
agir – enfrentar ou fugir – diante de uma situação de risco. Se
você já foi ameaçado por um cachorro ou qualquer outra situa-
ção onde sua vida estava em risco, sabe bem do que estou falan-
do. Com uma ameaça à frente, ou você se lança para a luta ou
foge desesperadamente. De qualquer maneira você está preser-
vando a sua vida.
33

Emoções
Desde os primórdios da humanidade o medo fez com que

o ser humano desenvolvesse milhares de estratégias para se pre-
servar. O homem das cavernas evoluiu para o homem moderno
porque criou recursos para se proteger dos perigos que o ame-
açavam. Diferentemente dos dias de hoje, o homem primitivo
precisava vencer o medo dia após dia para manter seu estômago
cheio e garantir recursos que o protegessem do frio, da chuva e
do sol. O medo tem, desde então, gerado o poder criativo para o
desenvolvimento de toda a humanidade.
Ter medo não faz de ninguém uma pessoa incapaz, pelo con-
trário, todos os seres vivos possuem esse sentimento. Dependendo
de como essa emoção é expressada, ela pode ser a principal res-
ponsável por descobertas e empreendimentos notáveis. Mas, so-
mente mudamos o rumo e atingimos um novo nível de satisfa-
ção e reconhecimento quando temos consciência de quais são
os nossos medos e decidimos agir “com” eles. Aliás, quais são os
seus medos e o que você tem feito com a energia produzida por
eles em seu corpo?
34

Medo: a maior dádiva da vida
“Assumir o medo como algo fundamental para

a preservação da vida é extremamente saudá-
vel. Agradeça à Vida por todos os seus medos,
aceite cada um deles, expresse-os e use toda
essa energia, ao invés de escondê-los!”
Toque
O medo ajuda a liberar a energia vital que todo ser
humano possui, e assim desenvolvemos a criatividade.
Em situação de risco ou pressão, ele dispara o que te-
mos de melhor para permanecermos vivos. Gera uma
intensa força que nos faz agir instintivamente para pre-
servar a vida. Nessas circunstâncias a mensagem do seu
inconsciente é: ou eu faço agora ou morro! E para nos
mantermos vivos, somos capazes de usar um potencial
que pode, até então, ser desconhecido.
Assumir que temos medo não é sinônimo de incapa-
cidade, embora culturalmente e desde criança tenha-
mos sido condicionados a enxergar dessa maneira. Pelo
contrário, quando aceitamos e usamos nossos medos,
eles nos destacam no meio de uma sociedade em que
todos fazem a mesma coisa: apenas “engolem” ou es-
condem seus medos, e ainda fingem ser o que não são
apenas para agradar os “outros”, e nunca a si mesmos!
35

Emoções
Ação
Pegue uma caneta, encontre um lugar sossegado e sen-

te-se confortavelmente. Tranquilize a sua mente, re-
lembre e escreva: quais foram as situações em que você
deixou de realizar algo importante para conquistar um
sonho por que teve medo?
Relacione todas as situações e procure perceber quais
os pensamentos que passam em sua mente enquanto
escreve. Escreva no máximo três sonhos que deixou
de realizar por medo. Quando terminar, reflita sobre
o que se lembrou e guarde essa folha com o mesmo
cuidado que você guardaria um documento muito im-
portante. Muito em breve ela será extremamente útil.
36

ca p ít ulo 3
A busca por aceitação:

o desejo oculto de todo ser
humano
Conheci um homem de 35 anos que passava por uma fase

bastante delicada. Casado, pai de uma linda menina, ele come-
çou a refletir sobre sua condição e entrou “em parafuso”. Apesar
de ter uma vida relativamente tranquila, ele começou a enxergar
coisas que até então passavam despercebidas. Por opção, logo
após o nascimento da filha, pediu demissão da empresa em que
trabalhava para suprir algumas necessidades da família. Durante
algum tempo, a condição financeira se manteve confortável.
Além do salário da esposa, eles se garantiam com a reserva que
haviam feito no decorrer dos anos. Mas, os planos de encontrar
um novo emprego e voltar à rotina em uma nova empresa foram

Emoções
frustrados. A tão desejada oportunidade no mercado de trabalho

demorou muito mais que o previsto e os rendimentos tornaram-
se insuficientes.
Sem conseguir manter o mesmo padrão de vida para a famí-
lia, o medo começou a tomar conta do seu coração. Aquele ho-
mem descontraído, bem-humorado, atencioso, envolvido com
trabalho voluntário, transformou-se numa pessoa sem brilho,
desconfiada e arrogante. Com medo de ter revelada a sua condi-
ção atual, passou a tratar as pessoas com rispidez (essa era a sua
forma de defesa) e, com isso, muita gente começou a não fazer
questão da sua presença. Pouco a pouco até o relacionamento
com a família tornou-se algo difícil. Na verdade, a raiz de todos
os problemas que esse homem enfrentava era o medo de não
ser aceito, por conta da sua situação financeira. O medo crescia
ainda mais quando seus pensamentos o faziam lembrar da figura
do seu pai.
Durante uma conversa bastante franca, eu pude perceber que
havia um ponto inflamado no seu coração e que causava intensa
dor. Enquanto ele tentava explicar o que sentia, a cada cinco
palavras, duas se referiam ao pai, apesar de, aparentemente, o as-
sunto não ter ligação direta com a figura paterna. Não demorou
muito para entendermos que todas as suas dificuldades estavam
alicerçadas na necessidade de aceitação do seu pai. Para ele, o fato
de não corresponder ao que considerava correto aos olhos do seu
pai era motivo de vergonha, desprezo e desonra para a família. E
isso era o que ele mais temia!
Um dos mais fortes sentimentos do ser humano é o medo da
rejeição. A possibilidade de não atender ou superar a expectati-
va das pessoas “dispara” o nosso maior medo: ser rejeitado ou
38

A busca por aceitação: o desejo oculto de todo ser humano
criticado. Esse processo tem origem durante a nossa gestação.

Cada um de nós passa por processos físicos e emocionais deli-
cados desde o momento da nossa concepção. É cientificamente
comprovado que pensamentos e emoções dos pais são transferi-
dos para o bebê durante a gestação e, assim, muitos medos ma-
nifestados na fase adulta podem ter sido gerados ainda no útero
materno.
Uma gravidez não programada, mágoas, questões financei-
ras, determinados medicamentos que a mãe toma durante a gra-
videz e tentativas de aborto são apenas algumas das situações
que fazem o feto “interpretar” como rejeição. A questão é que a
mensagem de rejeição pode ter transmitida ao ser recém-gerado
mesmo quando a mãe deseja a gravidez, e isso acontece porque
naturalmente o organismo da mulher reage ao “corpo estranho”
que ocupa seu ventre. Todo esse extraordinário processo desenca-
deia a luta pela sobrevivência e o medo de ser rejeitado tem início
ainda nesta fase intra-uterina.
Para muitas pessoas ainda é algo inconcebível a proposta de
se fazer um flashback de sua própria vida olhando para a vida dos
pais. Mas, desconhecer essa realidade ou não aceitá-la, faz com
que as possibilidades de viver uma vida muito mais feliz e reali-
zada sejam retardadas ou, para muitos, nunca atingida.
Nessa nova jornada é importante entender que assumir que
temos medo não nos torna frágeis e, sim, pessoas mais com-
pletas e verdadeiras. A capacidade de percepção e interpretação
do ser humano é algo delicado. Enquanto estamos no útero da
nossa mãe e até os primeiros anos de vida não temos condições
de discernir o que acontece ao nosso redor. Só “entendemos”
se somos amados ou rejeitados de acordo com as experiências
39

Emoções
vividas através de nossas mães durante a gestação. E essa inter-

pretação dos pensamentos e sentimentos de nossa mãe durante a
gestação pode ter influência, positiva ou negativa, sobre nós por
toda a vida. Na grande maioria das vezes, essa influência surge
como uma repetição de padrões. Ao invés de usufruir o melhor
da vida, a pessoa apenas reproduz pensamentos e sentimentos
gerados por seus pais. Quando reconhecemos conscientemente
o que nos gera medo, damos um grande passo para transformar
esse sentimento paralisante em ação. No próximo capítulo en-
tenderemos por que é tão grande o número de pessoas que não
assumem sentir medo e, quando isso acontece, normalmente o
encaram como um grande vilão.
40

A busca por aceitação: o desejo oculto de todo ser humano
“Se o medo de ser rejeitado ou criticado tem

sido uma constante em sua vida, certamente o
seu inconsciente fez esses registros em algum
momento da sua existência e eles são capazes
de interferir negativamente em diversas áreas
da sua vida!”
Toque
É importante compreender que buscar aceitação não é,
necessariamente, um problema. A questão é o quanto
você tem permitido que as opiniões alheias e o medo
de ser rejeitado influenciem suas decisões e gerem
resultados muito abaixo do que você realmente gos-
taria. Fique atento para o que você realmente deseja
construir na sua vida – a marca que você quer deixar
no mundo. A experiência de cada um de nós é única
e muitas vezes não temos a chance de determinadas
oportunidades surgirem duas vezes na nossa vida. É
melhor romper o medo agora do que ficar remoendo
oportunidades que se foram e nunca mais voltarão.
41

Emoções
Ação
Você se lembra das situações que relacionou no capí-

tulo anterior a partir da pergunta: quais foram as situ-
ações em que você deixou de realizar algo importante
para conquistar um sonho por que teve medo?
Agora pegue esse documento e reveja todos os itens.
Desta vez a sua tarefa é criar para cada item uma estra-
tégia simples para colocar em ação e gerar em você a
energia necessária para concretizar seus sonhos. Lem-
bre-se que, apesar do medo, podemos agir e criar as
condições para alcançar nossos desejos. Estabeleça suas
metas! O que nos faz alcançar o último degrau de uma
escada é a decisão e a atitude de subir um degrau por
vez. O que fará com que você conquiste seus sonhos é
a realização de pequenas tarefas hoje. Vamos lá! Você
escreveu pelo menos três coisas importantes na sua
vida hoje e agora tem a chance de dar um novo rumo
às suas realizações. Não passe para o próximo capítulo
sem realizar este exercício.
Importante: reflita agora se esses sonhos são seus ou se
você queria realizá-los para ser aceito por alguém.
Se for o caso, escreva outros sonhos que sejam real-
mente seus.
42

ca p ít ulo 4
Por que não assumimos

o que sentimos?
De quantas vezes você se lembra já ter acordado no meio da

noite, assustado, com muito medo de algo que nem mesmo con-
seguia definir? Um pesadelo, um sonho, um susto ou apenas um
pensamento fez com que você sentisse o estômago gelar e o seu
único desejo era fazer aquilo tudo passar e voltar a ter tranqui-
lidade e segurança? Muitos adultos vivem em sobressaltos, com
uma série de perturbações emocionais e sem coragem de assumir
que estão sentindo medo – e muito provavelmente realmente
nem tenham consciência sobre o que estão sentindo.
Normalmente o medo não é um sentimento que se assume
com naturalidade. Ele tem sido acobertado por sentimentos de
insegurança, preguiça, arrogância, ansiedade. Na verdade, cria-
mos essas outras definições para esconder que o que realmente
sentimos é medo.

Emoções
Tem muita gente por aí que já não sabe o que significa ter
uma noite de sono sem interrupções e sustos. Dizer apenas que
teve insônia, por exemplo, vem se tornando algo cada vez mais
comum. Com o diagnóstico “definido”, poucos têm buscado a
raiz de seus problemas, apenas se fixado nas consequências e bus-
cado uma solução temporária em medicamentos que, depois de
algum tempo já não fazem mais efeito. Com certeza devemos
utilizar medicamentos para aliviar dores, mas a cura definitiva
de qualquer doença estará na junção do tratamento físico com
a conscientização e a compreensão da causa, que sempre tem
início em nossas emoções.
Durante muitos anos da minha vida convivi de forma bastan-
te negativa com o medo. Eu tinha medo de quase tudo: de ser
criticado, rejeitado, de errar, acertar, de tomar decisões, iniciar
novos projetos, de defender ideias, falar em público, até de fazer
gols nas peladas de finais de semana... cheguei a ter pavor de
sentir medo.
Noite após noite, ao deitar, eu procurava manter minha men-
te distante de todas as situações que deveriam ser enfrentadas no
dia seguinte para me afastar da tão temida insônia – pensar no
fato de ter que vivenciar situações ou enfrentar problemas me
fazia perder o sono. Relaxar e procurar não pensar em nada eram
tarefas improdutivas. Mesmo nas noites em que eu estava extre-
mamente cansado e com muito sono, relaxar era um verdadeiro
desafio. Quando finalmente eu conseguia dormir, pouco tempo
depois um barulho, um sonho ou uma sensação terrível de estar
caindo de penhascos, me colocavam em sobressalto e, aí, dava-se
o início de mais uma noite com os olhos esbugalhados na escuri-
dão, rolando de um lado para o outro.
44

Por que não assumimos o que sentimos?
Nessa época eu dividia o quarto com o meu irmão mais velho.

Minha vontade era de acordá-lo e pedir para que ele ficasse co-
migo, fazendo companhia e, de alguma forma, fizesse o medo ir
embora. Mas, como eu poderia assumir isso? Acordar o meu irmão
e dizer que eu estava com medo seria o equivalente a assinar um
atestado de fraqueza. Eu também tinha medo de que as pessoas
soubessem do turbilhão de temores que me perseguiam. Minha
mente tornou-se um verdadeiro campo de batalha – razão, emo-
ção e medo... muito medo, concorriam pelo mesmo espaço.
Por conta das noites mal dormidas, fui acumulando um can-
saço que se refletia no meu físico. Quando as pessoas notavam a
minha aparência abatida e perguntavam sobre o que estava acon-
tecendo, eu simplesmente respondia: insônia. Naquela época ja-
mais passaria pela minha mente assumir que eu perdia o sono
porque estava com medo de um incontável número de proble-
mas. Dizer apenas “insônia” era aceitável e não seria necessário
explicar mais nada.
O fato é que desde a infância fomos “treinados” para não as-
sumir que sentimos medo. Admitimos sentir tudo, menos medo.
Toda criança, umas com mais, outras com menos frequência e
intensidade, passa por “crises de medo” e, muitos pais, sem ter
consciência do que estão fazendo, alimentam os temores. No
meio da noite, quando uma criança rompe o silêncio, gritando o
nome do pai ou da mãe e sai do quentinho dos cobertores para
buscar segurança porque está com medo, ela raramente encontra
abrigo sem antes ouvir afirmações como:
‒ “vá dormir porque não tem nada”;

‒ “pare de fazer barulho para não acordar os outros”;
‒ “fique quietinho senão o bicho papão vem te pegar”;
45

Emoções
‒ “tenho que acordar cedo para trabalhar e você fica com

manha”;
‒ “isso é frescura!”
Se você observar mais atentamente verá que até mesmo algumas

cantigas de ninar estimulam a manifestação do medo como forma
de controle – “boi da cara preta”, “a cuca vem pegar”, “bicho-pa-
pão está em cima do telhado”. Muitas vezes os pais nem sabem os
motivos que levaram os filhos a ficarem assustados e sufocam suas
reações naturais. Deixam de investigar quais as raízes desses medos
e alimentam a ideia de que ter medo é errado, ruim ou sinônimo
de fraqueza.
A repetição de afirmações do tipo “deixa esse medo pra lá”
reforça inconscientemente que não vale a pena revelar determi-
nados sentimentos, pois, “se nem meus pais dão a devida atenção
aos meus sentimentos, quem dirá o mundo”, e aí encontramos
a repetição da repressão ao medo sendo transmitida de geração
após geração.
Sem receio de cometer enganos, afirmo que a grande maioria
de homens e mulheres (não seria absurdo se eu afirmasse “todos”,
pois somos iguais em quase tudo), chega à fase adulta com um
enorme fardo de medos, sem saber quais são as origens de cada
um deles, porque acreditam que assumir esse tipo de sentimento
é algo condenável ou que não vale a pena... como costumávamos
ouvir de nossos pais.
A sociedade estabeleceu um vínculo negativo para a maio-
ria dos nossos sentimentos e o medo está entre eles. Para um
homem, por exemplo, assumir que está triste e magoado é algo
pouco comum. Natural é dizer que está com raiva, mas, mesmo
assim, deve ser comedido em suas expressões – sentir raiva do
46

time de futebol que perdeu o campeonato é aceitável, mas dizer

que está com medo de perder o carinho e a atenção da esposa já
é algo fora de contexto.
Vivemos um estilo de vida reprimido, em que preferimos di-
zer que está “tudo bem” só para não revelar nossos verdadeiros
sentimentos. Isso já virou até chavão: “Como vai? Tudo bem?
Tudo bem também”. Muitas vezes respondemos sem nem mes-
mo verificar como estamos nos sentindo realmente! A nossa me-
mória inconsciente invariavelmente reforça que pouco ou nada
importaria se comentássemos que não estamos bem, ou então
seríamos julgados como uma pessoa fraca ou depressiva.
O fato de não assumirmos o que realmente sentimos tem le-
vado muita gente ao desequilíbrio emocional e a muitas doen-
ças psicológicas e físicas. Mesmo sendo parte da essência do ser
humano, sentimentos como alegria, tristeza, raiva e, principal-
mente, o medo, são tratados ainda com muita superficialidade.
Somente aos 20 anos de idade é que compreendi a importân-
cia de assumir meus medos e, com isso, tive a oportunidade de
descobrir mais sobre mim mesmo e meus sentimentos. Entendi
que não teria meus sonhos realizados, objetivos alcançados, nem
futuro promissor, enquanto não assumisse quem eu realmente
era – este é o alicerce para qualquer conquista e os meus e os seus
medos fazem parte da nossa essência.
Apesar de muito jovem, eu já tinha uma aparência envelhe-
cida e ultrapassada porque carregava um sentimento que con-
siderava terrível e não sabia como administrá-lo. Tendemos a
assumir somente aquilo que consideramos positivo, socialmente
ético e elogiável, e a desprezar sentimentos que achamos que nos
deixam vulneráveis. Quando as coisas fogem do nosso controle,
47

Emoções
normalmente criamos justificativas que lançam a culpa nas cir-

cunstâncias externas ou nos outros. Muitas vezes desconsidera-
mos ou desconhecemos que todos os sentimentos podem ser uti-
lizados em nosso benefício.
Quando assumo a responsabilidade por aquilo que sinto,
consequentemente, assumo também a responsabilidade por
tudo o que estou criando no meu mundo. Colhemos aquilo de
plantamos. Não existem culpados pelas coisas que acontecem na
minha ou na sua vida. A responsabilidade pelo que vivemos um
dia e estamos vivendo ainda hoje é exclusivamente de cada um
de nós!
Eu tinha medo de assumir meus próprios sentimentos e, por
conta disso, vivi situações que poderiam ser administradas de
maneira menos dolorosa. Quando colocamos a culpa no outro
perdemos a grande oportunidade de mudar a nossa própria vida,
pois nós nunca conseguiremos mudar o outro. Somente quando
eu tenho a consciência dos meus sentimentos e os assumo, é que
posso tomar atitudes para mudar o que não é bom para a minha
própria vida.
Há muito tempo o psiquiatra suíço, fundador da psicologia
junguiana, Carl Gustav Jung, fez uma declaração fundamental
ao nosso processo evolutivo:
“Quem olha para o lado de fora sonha;

quem olha para o lado de dentro desperta”.
O despertar para a realidade do nosso interior é algo magní-

fico e pode nos levar a lugares nunca antes imaginados. Todos
os nossos sentimentos podem ser utilizados em nosso próprio
benefício, inclusive o medo. Para qualquer realização na nossa
48

vida precisamos de uma base, e essa base é estruturada em quem

assumimos que realmente somos.
Iniciei o meu processo de autoaceitação e descobertas quan-
do participei de um treinamento de inteligência emocional, em
1997, orientado por um japonês, que a princípio me parecia meio
maluco, mas que a todo momento me colocava em “xeque” ao
me conduzir a uma pergunta que me desestruturava totalmente:
“O que eu estou fazendo com a minha própria vida?”
Ao buscar essa resposta, submeti o meu consciente (razão)

e o meu inconsciente (emoção) a um “diálogo” revelador, que
proporcionava uma compreensão de como eu funcionava emo-
cionalmente. Com isso, passei a ter consciência e a entender a
manifestação de muitos dos meus medos, assumindo-os como
parte vital da minha existência. Entendi que não assumimos nos-
sos medos porque desejamos evitar a dor, nos proteger de con-
frontos e, principalmente, de sermos criticados e rejeitados. Mas,
ao fugirmos, criamos ainda mais sofrimento para nós mesmos e
para as pessoas que mais amamos.
49

Emoções
“Tentar fugir dos seus medos é uma terrível ta-

refa. Ao invés disso, tire proveito deles. Medo
tem “timming”. Quando o medo surgir, colo-
que em prática, no mesmo instante, o que ele
está tentando impedi-lo de realizar.”
Toque
Pode parecer muito difícil e infrutífero investir tempo
para pensar em coisas que nos causam medo. Muitas
vezes decidimos assumir que estamos com preguiça,
inseguros, despreparados ou coisas parecidas ante a
possibilidade de enfrentar algum desafio. Tudo isso
para não confessarmos que estamos na verdade com
medo. Mas deixe de lado qualquer julgamento, pare
alguns instantes e reflita sobre seus próprios sentimen-
tos e impulsos. Enquanto não assumimos verdadei-
ramente o que se passa em nosso íntimo, fica muito
mais difícil conquistar e manter resultados em todos
os níveis de nossa vida externa. Permita-se vivenciar
seus sentimentos e, certamente, descobrirá um novo
horizonte à sua frente.
50

Ação
No capítulo anterior você criou estratégias para entrar

em ação em cada situação que deixou de realizar por-
que teve medo, lembra-se? Agora é hora de explorar
seus sentimentos. Volte às suas anotações, releia tudo,
depois pare, reflita e procure descrever com detalhes
quais sãos os sentimentos que brotam do seu coração
ao imaginar cada uma das estratégias propostas:
Você sente vergonha? Medo que as pessoas desaprovem
suas atitudes? Tem vontade de se esconder do mundo?
Enfim, quais são os seus sentimentos e por que você
acha que eles permanecem em sua vida?
Você deve realizar essa ação em um lugar tranquilo
onde possa estar sozinho e também extravasar seus
sentimentos da forma que sentir vontade. Empenhe-se
para realizar essa tarefa e só vá para o próximo capítulo
quando colocar em prática o que foi sugerido. Se preci-
sar de ajuda externa, procure alguém de sua confiança.
Faça isso agora!
51

ca p ít ulo 5
Coragem e medo:
dois lados da mesma moeda
Coragem e medo. Qual é a sua definição para cada uma dessas

palavras? Os dicionários definem CORAGEM como força ou
energia moral ante o perigo, enquanto, MEDO é definido como
sentimento de grande inquietação diante de um perigo real ou
imaginário. O significado social que damos para cada um desses
sentimentos normalmente nos faz pensar que são duas realidades
opostas, mas ao buscar suas definições já percebemos que são
mais próximas do que imaginávamos. Neste capítulo você terá a
certeza de que coragem e medo são apenas polaridades diferentes
da mesma emoção.
Biologicamente não há nenhum registro que garanta a exis-
tência de uma molécula ou substância que produza coragem
no nosso organismo. Porém, existem homens e mulheres que

Emoções
marcaram seus nomes na história por atos de bravura ou ações

corajosas e são reconhecidos como pessoas importantes, que
colaboraram para a transformação do nosso mundo. A grande
questão é que, quando falamos em medo, muitas pessoas o as-
sociam com fragilidade, covardia, dependência, enquanto, co-
ragem remete a valentia, superação, ousadia. Mas, na prática,
o que difere um significado do outro é simplesmente a AÇÃO.
A coragem não é a ausência do medo; pelo contrário, é a ca-
pacidade que cada um de nós pode desenvolver para avançar,
apesar do temor e das adversidades. É entrar em ação mesmo
sentindo medo. Isso faz total diferença.
Diz uma antiga fábula que um camundongo vivia angustiado
com medo do gato. Um mágico teve pena dele e o transformou
em gato. Mas aí ele ficou com medo do cão, por isso o mágico o
transformou em pantera. Então ele começou a temer os caçado-
res. A essa altura o mágico desistiu. Transformou-o em camun-
dongo novamente e disse: nada do que eu faça por você vai aju-
dá-lo, porque você tem apenas a coragem de um camundongo. A
mesma coisa acontece conosco. De nada adianta querer ser como
aquele amigo que faz tudo acontecer. Tudo o que você precisa
para agir é tomar a SUA DECISÃO.
Em situações de medo é fundamental entrar em ação a partir
da condição em que estiver. De onde você está sempre haverá
espaço para dar um passo adiante. Estagnar é uma opção pouco
favorável para aqueles que esperam mais da vida, de seus rela-
cionamentos e de suas conquistas. Apenas siga em frente, mes-
mo com as pernas bambas, o coração descompassado e as mãos
suadas. Existem pessoas que, em determinadas circunstâncias,
podem chegar à sensação de vertigem, mas, apesar disso, elas
54

Coragem e medo: dois lados da mesma moeda
continuam a caminhada, mantendo acesa no coração a chama

de um propósito maior. Certamente é a AÇÃO que tem levado
tantos homens e mulheres a se destacarem em diversos segmen-
tos. Ou você ainda acredita que eles são simplesmente pessoas
extraordinárias que nasceram com uma genética especial?
Certamente são pessoas comuns, como eu e você, que, apesar
do medo, agiram e ficaram conhecidas até hoje por suas ações.
Agindo ou não a vida passa! Escolha o que você quer fazer
com o seu tempo, com as oportunidades e seus medos que ainda
irão surgir na sua vida decorrentes do desconhecido.
AÇÃO é o que marca a trajetória de vida de qualquer pessoa.
Precisamos agir a partir de um planejamento, mesmo quando
sentimos medo, pois isso nós sentiremos todos os dias até o nos-
so último suspiro. Desde um bebezinho até um ancião, a emoção
do medo sempre existirá. A diferença surge quando descobrimos
no medo o valor positivo que ele tem. Entre o medo e a coragem,
o que faz a diferença é apenas o que fazemos com tamanha ener-
gia criada em nosso corpo.
A princípio pode parecer estranho, mas é possível fazer do
medo um parceiro, seu maior aliado. Essa é uma afirmação in-
trigante quando não reconhecemos que esse sentimento também
gera benefícios. Ele pode ser a mola impulsionadora para muitas
conquistas na sua vida. Ao enxergar o medo a partir de outra
perspectiva, ele surge como uma verdadeira dádiva.
Segundo o poeta e dramaturgo inglês, William Shakespeare, “não
é digno de saborear o mel, aquele que se afasta da colmeia com medo
das picadas das abelhas”. Muitas pessoas, apesar do medo, arriscam na
proximidade do perigo e, na maioria das vezes, descobrem que ele era
apenas imaginário. Assim, rompendo suas próprias barreiras, usufruem
55

Emoções
de suas conquistas e tornam-se cada vez mais fortalecidas para outras

realizações. A coragem é a consequência dos passos que damos rumo
a nossos objetivos, projetos e sonhos. Outras pessoas – e infelizmente
o número desse grupo é bem maior – decidem desistir de seus sonhos
somente porque estão com medo de agir. Essa é uma lamentável re-
alidade. O que você tem feito com a sua vida e com seus sonhos ao
supervalorizar os seus medos?
“A única diferença entre o MEDO e a

CORAGEM é a AÇÃO. Muitas pessoas car-
regam o fardo pesado da frustração porque
decidiram parar quando sabiam que poderiam
prosseguir.”
Toque
Cada pessoa tem o seu tempo, seu estilo de vida, a sua
história e isso deve ser respeitado. As ações que eu de-
cido colocar em prática na minha vida podem não ser
adequadas para você. Por esse motivo é muito impor-
tante que cada um respeite a sua individualidade e es-
tabeleça alvos a partir da própria realidade. Hoje, falar
em público para mim é algo natural. Eu amo fazer isso.
Mas, não foi sempre assim. Busquei estratégias para
fazer acontecer o que eu já queria, mas sentia muito
56

Coragem e medo: dois lados da mesma moeda
medo. Então, você também deve criar sua própria

maneira para usar os SEUS medos como seus maio-
res aliados. Certamente o resultado das suas iniciativas
será muito mais produtivo e recompensador.
Ação
Aqui está um novo desafio. Você já relacionou diversas

situações em que deixou de realizar algo importante
para conquistar um sonho porque teve medo. Depois,
criou uma estratégia para colocar em ação e explorou
seus sentimentos, certo? Então agora você dará mais
um importante passo. Pouco vai adiantar se você ape-
nas colocar tudo isso no papel, aguçar as suas emoções
e não estabelecer uma DATA para a concretização das
suas ações. Então, a tarefa agora é pegar a sua agenda
e definir data e hora para colocar em PRÁTICA tudo
o que VOCÊ mesmo estabeleceu. Use o friozinho que
deve ter surgido no seu estômago e aja! Desafio você
a começar esse exercício agora, sem repetir as velhas e
conhecidas desculpas. Faça os contatos que deve fazer
e sinta a satisfação de realizar o que você mesmo se
propõe. Sugiro que você só inicie o próximo capítulo
quando já tiver agendado pelo menos 50% dos com-
promissos que levantou. Vamos lá! Confie em você e
apenas FAÇA!
57

Emoções
Sua agenda
Ação Data
58

ca p ít ulo 6
Imagine a sua vida

sem suas emoções
Certa manhã, quando percebi os primeiros raios de sol entrando

pela janela do meu quarto, notei que algo diferente estava acon-
tecendo comigo. Abri meus olhos, estiquei o corpo e estranhei a
ausência da preguiça costumeira. Ainda na cama, repassei mental-
mente todos os compromissos que eu deveria cumprir naquele dia.
Ante a necessidade de falar com tantas pessoas e tomar diversas de-
cisões, eu não senti nada – nem medo, nem alegria, nem satisfação.
Levantei, realizei de forma mecânica todos os procedimentos
de higiene pessoal, procurei a roupa mais adequada, vesti, calcei
os sapatos, dei uma última olhada no espelho e fui à cozinha
para tomar o café da manhã. Olhei para os pães, biscoitos e bolos
que normalmente me enchiam de culpa após generosos bocados,
mas, naquele dia, me mantive indiferente. Decidi me alimentar

Emoções
somente de frutas e cereais. Apesar disso não senti nenhum or-

gulho com a minha decisão.
Todas as coisas que passei a realizar naquele dia não me gera-
vam nenhuma emoção – nada de culpa, nervosismo, ansiedade,
alegria ou medo. Eu me sentia uma verdadeira máquina execu-
tando comandos e rotinas de trabalhos previamente programa-
dos. Os desafios que eu sempre temia, dessa vez, foram todos
executados sem nenhum sentimento de realização. Eu havia me
transformado em um verdadeiro robô.
Você já parou para imaginar sua vida sem seus medos? Ou
melhor, você já experimentou viver apenas um dia de sua vida
sem sentir nenhuma emoção? Garanto que essa foi uma das pio-
res experiências que já tive na minha vida. Por eu ter sentido tan-
to medo até determinada época da vida, o meu maior desejo era
não sentir qualquer tipo de emoção que me deixasse vulnerável.
Desejei isso intensamente, dia após dia, porque eu não suportava
mais sentir tantos medos e queria viver uma vida mais feliz...
Pelo menos era isso que eu acreditava que iria acontecer quan-
do deixasse de sentir medo. Puro engano. Numa experiência de
“brincar de Deus”, achando que Ele tinha cometido um erro
inaceitável ao conceber um ser humano com tantas emoções que
eu considerava até então ruins, descobri o quanto é importan-
te ter sentimentos e assumi-los – eles dão o colorido adequado
para todas as nossas realizações. A única questão é que, enquanto
não temos o entendimento do seu valor e, por isso, não os as-
sumimos, cedemos aos receios, às dificuldades, às barreiras e aos
embaraços de emoções não compreendidas.
Graças a Deus essa experiência durou apenas um dia na mi-
nha vida, pois eu me dei conta do quanto estava errado. Naquela
60

Imagine a sua vida sem suas emoções
mesma noite me arrependi e nunca mais reclamei das minhas

emoções e dos meus medos. Pelo contrário, desde então, agrade-
ço a cada um deles e procuro utilizá-los para me impulsionar e
atingir meus objetivos.
Um exemplo prático disso é a criação deste livro. Eu seria um
grande mentiroso se afirmasse que não senti medo... um frio-
zinho na barriga a cada capítulo, cada ideia, cada palavra que
escrevia. Ao desenvolver um trabalho como este, muitas coisas
estão em jogo, inclusive a aceitação do mercado literário e do
leitor... que nesse caso sou eu! Porém, eu acredito que este pro-
jeto faz parte da minha missão. É uma das estratégias que decidi
desenvolver para fazer chegar às suas mãos uma abordagem que
vai muito além da teoria. Este livro pode representar o impulso
necessário para fazer a sua “engrenagem” funcionar, e no lugar
certo, neste grande sistema que é o Universo – isso depende ape-
nas de VOCÊ! Foi a partir das descobertas que eu agora coloco à
sua disposição que consegui dar uma extraordinária guinada na
minha própria vida.
Se eu tivesse me rendido aos meus medos, certamente dei-
xaria a criação deste trabalho de lado. Para isso, bastaria que eu
reprimisse um desejo e nenhuma linha seria criada. Mas, quando
percebia que havia um resquício de medo tentando de alguma
forma me barrar, eu entrava em ação. Falei com as pessoas-cha-
ves, reservei tempo exclusivo para registrar as ideias, elaborei
uma estrutura prévia do livro e defini uma data para concluir.
Enquanto escrevo estas linhas, sou movido pelo entusiasmo de
ter vencido as primeiras barreiras e mantenho os olhos num pro-
pósito maior na minha vida. Este livro em suas mãos significa
que tudo deu certo! Ele representa a materialização de um sonho
61

Emoções
que foi construído passo a passo, graças a todos os meus me-

dos, pois foram justamente eles que me impulsionaram. Imagine
quantas coisas na SUA vida também poderiam ter dado certo,
se você tivesse usado todos as suas emoções, inclusive os medos,
em seu favor?
Descobri na prática que sem sentimentos estamos muito pró-
ximos da condição de verdadeiras máquinas. Hoje tenho ple-
na convicção de que somente COM nossas emoções podemos
CONQUISTAR aquilo a que nos propomos. Diante disso, qual
o seu posicionamento em relação a seus planos e sonhos adorme-
cidos até hoje? Repense suas atitudes. Cada passo é um progres-
so. Você pode e vai conseguir agir usando o impulso e a energia
gerados pelos seus medos. Dê oportunidade para os seus sonhos
se tornarem realidade. Confie em você!
Como fazer isso acontecer? No próximo capítulo você aprenderá a
sair do “blá, blá, blá” e colocar em prática as ações necessárias para a
sua própria evolução e, consequentemente, para a sua felicidade.
62

“Um robô precisa ser comandado para executar

tarefas. O ser humano tem o poder de transfor-
mar suas emoções, inclusive o medo, a raiva e a
tristeza, em agentes impulsionadores de realiza-
ções, recebendo comandos apenas de si mesmo.”
Toque
Nada acontece por acaso. Todas as coisas no Universo, de
uma forma ou de outra, estão interligadas. Por mais dis-
tante da sua realidade que isso possa parecer, todas as suas
emoções e atitudes têm um propósito, um sentido! No
mesmo dia em que vivenciei a experiência de não sen-
tir nada, eu entendi que essa circunstância me ajudou a
“enxergar” o quanto realmente são importantes todos os
nossos sentimentos, inclusive a tristeza, a raiva e o medo!
Minha experiência foi desagradável, mas serviu como
uma grande lição. Fez com que eu evoluísse um pouco
mais. Entre a teoria e a prática há uma grande diferen-
ça, e a mais importante delas é o fato de que, quando
nos permitimos viver novas experiências, um novo ho-
rizonte se abre à nossa frente e passamos a compreen-
der melhor o real significado de tudo o que acontece
em nossas vidas. Além disso, temos a oportunidade de
escolher o que realmente desejamos viver, sem nos dei-
xar conduzir pelas experiências dos outros.
63

Emoções
É extremamente importante você viver suas próprias

experiências, pois ninguém poderá vivê-las por você.
Justamente por esse motivo é que em todos os capítu-
los deste livro eu tenho sugerido ações que serão reali-
zadas a partir das suas próprias particularidades – elas o
isentam de qualquer tipo de manipulação. Então, seja
sempre extremamente verdadeiro com você mesmo e
respeite os seus próprios sentimentos!
Ação
Na ação do capítulo anterior o desafio foi estabelecer
datas e iniciar os contatos para os compromissos que
você mesmo destacou como importantes para a sua
vida e que, por um motivo ou outro, até então não
foram realizados e fizeram com que os seus sonhos fi-
cassem adormecidos até hoje.
Agora você não tem que escrever nada, mas nem por
isso essa tarefa dispensará seu empenho, atenção e per-
sistência. Uma das coisas mais difíceis para a grande
maioria das pessoas é prestar atenção aos seus próprios
pensamentos e emoções, principalmente quando estes
são “ruins”. Por medo de assumir o que considera fra-
queza, muita gente tem rejeitado o medo, a tristeza e
a raiva. Com isso, deixa de tirar proveito para a sua
própria vida.
A partir deste momento você deverá prestar atenção em
TODOS os pensamentos e emoções, pois TODOS as
64

emoções e pensamentos soa muito mal. Ao ler estas ins-

truções, por exemplo, quais sãos os pensamentos e as
“conclusões instantâneas” que passam pela sua mente?
Seja sincero. A tendência de um bom número de pesso-
as é classificar como irrelevante esse tipo de “exercício”.
E essa é uma perigosa armadilha capaz de bloquear as
suas descobertas e o seu crescimento!
Ao prestar atenção aos seus pensamentos, seja em qual
for a circunstância, não os despreze, mesmo os nega-
tivos, tristes e que causam medo. Ao invés disso, trate
-os com respeito e agradeça a sua presença. Encare-os
como um alerta e identifique por que eles surgiram?
Toda nova emoção é uma oportunidade para você dar
um outro rumo a sua vida. Mesmo quando surge apa-
rentemente como algo ruim, ao prestar atenção em seu
sentimento, verá que algo positivo sempre está por trás
de todas as emoções. Crie o hábito de questionar seus
pensamentos e sentimentos. Eles sempre têm respos-
tas valiosas que podem transformar a sua vida. Fique
atento às respostas e entre imediatamente em AÇÃO!
Anote seus sentimentos:
65

ca p ít ulo 7
Matriz da Criação
Como criamos todas as nossas experiências de vida
Há 17 anos venho observando o comportamento humano e

como este acaba gerando experiências, algumas vezes, positivas,
outras extremamente desagradáveis e negativas.
Toda experiência vivida externamente por nós Seres Humanos
se inicia por registros gravados, consciente e inconscientemente,
que acabam gerando Programas Emocionais (matrizes) internas
autorrealizáveis.
Assim, tudo aquilo que um dia comunicamos através de pa-
lavras, pensamentos, sentimentos e comportamentos, torna-se
nossa realidade em um futuro não muito distante. E, além desta
comunicação que emanamos de dentro para fora, existe aque-
la que recebemos de fora para dentro também. Ou seja, tudo
aquilo que vemos, ouvimos e sentimos através da TV, internet,

Emoções
jornais, revistas, músicas, frases e através de tantos outros canais

que nos chegam informações, também se transformam em nossa
realidade, mesmo quando não queremos que isso aconteça.
Todos nós aprendemos de duas principais maneiras. O apren-
dizado mais comum, menos eficaz, mas o mais praticado pela so-
ciedade é através da repetição. Porém, existe uma outra maneira,
muito mais forte, rápida e profunda de gravarmos uma infor-
mação, que é através de fortes impactos emocionais, sejam eles
positivos ou negativos. Portanto, todas as vezes que vivenciamos
experiências que mexem muito com as nossas emoções, estamos
necessariamente gravando um aprendizado em forma de circuitos
neurais privilegiados, que mais tarde usaremos como referência
para os nossos futuros pensamentos, sentimentos e comportamen-
tos. E os resultados que temos em nossas vidas pessoais e profissio-
nais, nada mais são do que a somatória desses caminhos neurais,
que mais tarde formam a grande “tela” da nossa realidade.
Essa tela a qual me refiro podemos traduzir também como
pais, esposa(o), filhos, chefe, amigos ou qualquer outra pessoa
que nos relacionamos e que acabamos projetando nelas todos
os registros que foram gravados em nosso inconsciente, seja por
repetição de tudo aquilo que vemos, ouvimos e sentimos, ou por
fortes emoções experienciadas.
Talvez agora, você já comece a perceber o forte impacto emo-
cional que toda COMUNICAÇÃO tem sobre nossas mentes, e
que portanto, você deve começar a selecionar tudo aquilo que
vê, ouve ou sente. Faça uma breve retrospectiva do que você as-
sistiu nos últimos programas de TV e internet, ou o que você
vem ouvindo em forma de música, livros que você leu, ou então,
que tipo de ambientes você vem frequentando.
68

Matriz da Criação
Perceba que toda Comunicação gera em você um

Pensamento, em forma de uma imagem, e como consequência,
essa imagem dispara um Sentimento, em forma de hormônios,
e essa mesma química hormonal gera Comportamentos, em
forma de atitudes e ações, que formam a realidade que você está
vivendo hoje. E essa mesma experiência de hoje é uma comuni-
cação para o seu inconsciente, que mais uma vez reforça a entra-
da da comunicação anterior, gerando um circulo vicioso que te
aprisiona dentro de uma mesma realidade.
E mesmo que você apenas leia e conheça uma realidade di-
ferente em livros, vídeos ou cursos, se você não alterar a sua
Programação Emocional Inconsciente, e não mudar (selecio-
nar) tudo aquilo que, cotidianamente, você está vendo, lendo,
ouvindo, sentindo, e também amizades que sempre te levam para
uma vida medíocre, a sua Vida permanecerá sempre A MESMA.
E isso não é culpa do fulano, dos seus pais ou do governo, e sim
VOCÊ escolhendo A MESMA COMUNICAÇÃO de sempre, a
qual está viciado emocionalmente. Como um alcoólatra precisa
beber e seu corpo receber a química do álcool, também precisa-
mos receber em nossa corrente sanguínea a química criada pelos
nossos vícios emocionais.
69

Emoções
Comunicação Comportamento
Pensamento Crença
Sentimento Sentimento
Crença Pensamento
Comportamento Comunicação
*Matriz da Criação: assim nos mantemos presos em circulo vicioso.
Aliás, se você quer realmente mudar a sua vida, a partir

deste exato momento, pare de culpar os “outros” e assuma a
RESPONSABILIDADE sobre tudo que você está vivendo. É
exatamente isso que você leu. Tudo que você está vivendo é de
responsabilidade SUA, e somente VOCÊ poderá mudar. Ao
invés de tentar mudar sua esposa(o), filhos ou funcionários, se
pergunte “O que EU... posso mudar nesta situação que depende
somente de mim?”. Faça as suas mudanças e perceba um aparen-
te milagre acontecendo na sua vida! Mas lembre-se que não é um
milagre e sim você começando a assumir o poder que você tem
sobre a sua própria vida!
70

ca p ít ulo 8
Da teoria à prática: criando suas

próprias experiências
Nos Estados Unidos, o Dia de Ação de Graças é muito es-

pecial. As famílias se reúnem para o almoço e cada pessoa leva à
mesa um prato especial. Conta uma história que, numa determi-
nada família, o prato ansiosamente aguardado era um saboroso
presunto. Na correria dos preparativos, na hora de colocar o pre-
sunto no forno, a mulher cortava as duas extremidades. O mari-
do, intrigado, perguntou por qual motivo ela fazia isso. A esposa
respondeu que não sabia, e que simplesmente seguia o que a sua
mãe fazia há anos também. Não satisfeito, ele perguntou à sogra!
A resposta foi a mesma: fazia assim porque sua mãe fazia. Ainda
mais curioso, ele então perguntou à avó da sua esposa que, sur-
presa, disse: “Ah! eu cortava as extremidades do presunto porque
o meu forno era muito pequeno”.

Emoções
Quantas coisas você tem feito sem saber os motivos, simples-

mente porque seus avós faziam? Pense um pouco nessa história e
verá que em muitas situações da sua vida você apenas reproduz o
que faziam seus antepassados.
“Se você continuar fazendo o que sempre fez, manterá sempre
os mesmos resultados.” Essa frase já se transformou em jargão
popular. Mas, se você se permitir fazer uma análise mais profun-
da do que realmente significa essa afirmação, verá que há 100%
de verdade nela. Difícil, para a grande maioria das pessoas, é
assumir essa realidade e agir diferente.
Tenho uma amiga que durante boa parte da sua existência de-
clarou que não queria se casar, muito menos ter filhos. Ela tinha
um plano de vida e constituir família não fazia parte dele, já que
acreditava que essa responsabilidade atrapalharia seus sonhos de
mulher independente. Investir na carreira profissional e conquis-
tar a independência financeira eram seus principais objetivos e,
por isso, não conseguia explicar os motivos que a levavam a perí-
odos de inquietações, embora estivesse tão certa de seus planos.
Sem que ela percebesse, esses momentos de incertezas surgiam
principalmente nos períodos de conflitos entre seus pais. O rela-
cionamento deles nunca representou para ela um modelo saudável
– era uma sequência de altos e baixos e os sentimentos, tratados
com superficialidade. Ela enxergava na mãe uma mulher batalha-
dora, cheia de energia, mas que havia reprimido seus sonhos para
representar o papel de boa esposa e mãe. O pai era o chefe da casa,
aquele que podia controlar tudo porque era quem supria as neces-
sidades materiais da família e sempre quem dava a última palavra.
Para a minha amiga, o relacionamento dos pais e sua falta
de interesse para constituir uma família eram questões isoladas.
72

Matriz da Criação
Mesmo porque ela não aceitava nenhum tipo de semelhança en-

tre a postura da mãe e a sua. Amava a mãe, mas não admitia a
ideia de levar uma vida igual à dela e, muito menos, comparti-
lhar sua vida com alguém que pudesse de alguma forma mudar
seus planos.
Na sua busca por desenvolvimento intelectual e financeiro,
visando a estratégias que pudessem acrescentar informação e
conhecimento à sua formação profissional, ela se submeteu ao
mesmo treinamento que eu fiz em 1997 e que hoje ministro.
Isso aconteceu por intermédio de uma cliente que havia acabado
de passar por esse processo e comentou como havia sido impor-
tante na vida dela. Ao se inscrever, nem imaginava que, além da
sua carreira profissional, todas as outras áreas da sua vida seriam
reestruturadas – minha amiga viveu momentos de intensas des-
cobertas e o início de grandes mudanças, que, há tempos ela
desejava mas escondia até de si mesma.
Quem conviveu com essa pessoa antes de iniciar todas essas
mudanças custa a acreditar que hoje ela é casada, tem dois filhos,
concilia as responsabilidades de mulher, esposa, mãe, profissional
e, acima de tudo, mantém a certeza de que pode avançar muito
mais em todas as áreas de sua vida, sem excluir nenhuma delas.
Tudo isso aconteceu porque ela entendeu que os conflitos do
relacionamento entre seu pai e sua mãe eram deles e não dela. Ela
reconheceu que sua vida não estava fadada a ser uma reprodução
do que viveram seus pais. Antes de ter consciência de que muitas
das suas decisões estavam alicerçadas no medo de construir uma
família com os mesmos problemas que a de seus pais, ela manteve
a postura de que apenas sua carreira profissional e sua independên-
cia pessoal e financeira eram importantes. A partir do momento
73

Emoções
em que ela desvendou esses medos, decidiu aceitá-los e, com eles,

investir em diversos sonhos que por anos foram reprimidos. Seus
horizontes se ampliaram e os desejos que até então tinham sido
sufocados, puderam finalmente fluir em sua vida.
Dois fatores foram imprescindíveis para a mudança de vida
dessa pessoa: ela assumiu seus medos e colocou em prática ações
que a levariam à conquista de seus sonhos. Essa é uma realidade
possível na sua vida também! Quantas decisões você pode ter
tomado “um dia” com base em medos que você ainda, talvez,
nem tenha consciência – medo de reproduzir a história de seus
pais, de conquistar o que a sua geração anterior nunca teve, de se
destacar entre os membros da sua família e tornar-se “diferente”
dos mesmos.
Você já pensou que essas possibilidades também podem fa-
zer parte dos seus medos inconscientes? Nem sempre termos uma
vida bem-sucedida significa estarmos felizes e realizando nossos
sonhos. Existem milhares de pessoas no mundo sacrificando seus
verdadeiros desejos para satisfazer as expectativas dos outros e, na
maioria das vezes, nem têm consciência disso.
Desde o início deste livro eu deixei claro que para haver uma
real mudança é necessário empenho e dedicação por parte de
quem a deseja. Pode ocorrer de a oportunidade surgir num mo-
mento em que estamos com foco em outras coisas, como foi o
caso da minha amiga, mas, quando decidimos que chegou o mo-
mento de reconhecer nossos medos e mudar, é necessário entrar
em ação. Precisamos nos mexer física, mental e emocionalmente
para mudar os resultados na nossa vida. Se você está realmente
interessado em mudanças concretas e que se mantenham de fato,
é necessário sair da teoria e agir. Aliás, nessa Era da Informação
74

Matriz da Criação
nos deparamos com teorias em todos os cantos do mundo, o

tempo todo. Invariavelmente, encontramos pessoas, sites e livros
com dicas e procedimentos prontos para o outro, enquanto na
sua própria vida é visível a necessidade de uma verdadeira trans-
formação – a teoria só funciona quando é extraída da nossa pró-
pria experiência.
Estou investindo tempo e energia neste livro porque desejo
que ele mexa com as suas emoções e o impulsione a conquistar
muito mais na sua vida. Todos ganham com isso! Relute con-
tra a tendência de, ao sentir-se incomodado com o fato de cada
capítulo “cutucar suas feridas”, esquecê-lo empoeirado em um
lugar qualquer. Aqui estão reunidas estratégias que venho de-
senvolvendo durante quinze anos e que podem levá-lo a trilhar
um novo caminho, assim como aconteceu comigo e com mais
de 40.000 pessoas que entraram em ação, respeitando a própria
individualidade, e que hoje são testemunhas incríveis de trans-
formações em suas vidas. Chegou a hora de você também sair do
comodismo, da sua zona de conforto.
Acreditar em todas as minhas experiências, nas histórias de vida
que tenho acompanhado, nas pesquisas que tenho feito é muito fácil,
mas, na prática, tudo isso não gera nenhuma mudança ou resultado na
SUA VIDA. Criar suas próprias experiências é o que faz toda a dife-
rença. Nas próximas páginas você descobrirá como esta atitude é im-
prescindível para sua felicidade e até mesmo para manter a sua vida!
75

Emoções
“A vida é uma energia que flui e continuará des-

sa forma mesmo que você continue estagnado
com medo de agir. Com ou sem você as coisas
acontecem e o resultado para a SUA VIDA é
consequência das suas próprias escolhas, então
decida AGIR sempre!”
Toque
Tenho certeza de que você terá uma série de justifica-
tivas que o impeçam de colocar em PRÁTICA o que
certamente já está cansado de saber, na TEORIA, que
já deveria ter feito na sua vida. E sabe por que isso
acontece? Temos pavor de assumir emoções e quan-
do remexemos o nosso íntimo descobrimos que cada
justificativa ou desculpa, na verdade, é alimentada pe-
los medos que vêm dominando a nossa vida, quando
não aceitamos que eles existem. E ser dominado por
algo desconhecido é muito arriscado e perigoso. Aceite
todos os seus sentimentos e faça as suas ESCOLHAS
com a consciência de quem você realmente é. Este é o
verdadeiro sentido da vida... isto é o que nos faz real-
mente...FELIZES!
76

Da teoria à prática: criando suas próprias experiências
Ação
Até este capítulo você já foi incentivado a realizar diver-
sas AÇÕES. Cada uma delas tem um propósito bem
definido para que você comece a perceber as suas emo-
ções de forma mais clara e verdadeira. Você fez todos
os exercícios? Se sim, sugiro que reveja cada um deles e
reflita a respeito de tudo o que escreveu. Ao lado de cada
observação, anote quais são suas dúvidas e emoções nes-
te momento. Anote tudo, mesmo que a princípio você
não encontre nenhuma coerência. Isto é muito impor-
tante. Cada passo nessa jornada é muito precioso... e
você entenderá TUDO somente no FINAL!
Mas, se até aqui você realizou poucas ou nenhuma
AÇÃO (e espero que este não seja o seu caso) então não
faz sentido tentar absorver o que está escrito adiante.
Recomendo que você volte aos capítulos anteriores e
faça os exercícios sugeridos. Somente depois continue
a leitura e mantenha o propósito de trilhar uma nova
jornada... A SUA JORNADA!
77

ca p ít ulo 9
O veículo mais precioso

do mundo
Corpo, mente e espírito. Este trio está sempre trabalhando em

conjunto. Tudo o que se passa na mente pode alegrar ou entris-
tecer o espírito e se manifestar no corpo. Não há como manter
um corpo saudável com uma mente carregada de pensamentos
destrutivos. O corpo humano é uma fonte de dor ou de prazer,
e reflete isso, principalmente, quando tentamos omitir ou negar
alguma emoção.
Um comportamento bastante comum entre homens e mu-
lheres hoje em dia, e que serve como exemplo para esta ques-
tão, é a dieta. Algo extremamente estressante quando o alvo da
mudança está somente no corpo. Estudos comprovam que uma
dieta saudável, equilibrada e com resultados sustentados é aquela
que acontece primeiro na mente. Creio que o mais sensato para

Emoções
uma pessoa que quer fazer regime é investir em uma re-edu-

cação emocional e, somente depois, considerar a re-educação
alimentar. E, sabe por que isso acontece? Excesso de peso remete
à gordura que, por sua vez, emocionalmente falando, trata-se de
uma proteção. A gordura é necessária na composição da massa
corpórea e funciona como “combustível” para o nosso metabo-
lismo. Porém, quando encontramos pessoas que excedem os li-
mites, normalmente isso aponta para questões emocionais que
ainda estão inconscientes, mas que estão tentando dar um alerta
através do nosso corpo.
O número de pessoas que têm se submetido a cirurgias inva-
sivas com o objetivo de manter o corpo magro tem crescido na
mesma proporção do percentual daquelas que voltam a ganhar
peso, mesmo após o procedimento cirúrgico. Quando a questão
é emocional, pouco ou nada adianta investir em tratamentos es-
téticos porque o resultado será apenas temporário.
O veículo mais precioso deste mundo é o nosso corpo que
todos nós recebemos gratuitamente. E para ter um corpo sau-
dável é necessário ter uma mente saudável e vice-versa. É cienti-
ficamente comprovado que todas as doenças que se manifestam
em nosso corpo, desde a mais simples dor de cabeça ou resfriado
até um câncer, infarto ou a AIDS não surgem repentinamente.
O nosso inconsciente envia “avisos” que podem vir em forma de
pensamento, sentimento ou pressentimento, os quais a maioria
das pessoas não consegue entender. As doenças só se materiali-
zam no corpo após enviarem diversos “sinais”, sem ter nenhuma
resposta, ou mudança, da nossa parte.
Nos estudos sobre somatização de Wilhelm Reich, médico e
psicanalista austríaco, encontramos diversos exemplos em que
80

O veículo mais precioso do mundo
a dor física aparece como algum desconforto emocional. Dores

de cabeça, por exemplo, indicam conflito entre o consciente e o
inconsciente; dores no pescoço, que é a sustentação da cabeça,
indicam muito pensamento e pouca ação; nossos braços e mãos
estão relacionados com o trabalho, com o que estamos criando
com as nossas próprias mãos; dores nas pernas estão relacionadas
às dificuldades no caminho que estamos trilhando; joelho repre-
senta indecisão em alguma área da vida, e dores nos pés revelam
insegurança, “falta de chão”.
Portanto, da próxima vez que o seu corpo “acender alguma
luz”, enviando qualquer tipo de dor, desde as mais simples até as
mais dolorosas, antes de tomar qualquer medicamento feche os
olhos e pergunte a si mesmo: “O que é que o meu corpo está
tentando me dizer por intermédio desta dor? Qual a mensa-
gem por trás desta doença?” Vá além de apenas acreditar no
que estou dizendo, faça o teste agora mesmo com qualquer dor
ou doença que você tenha nesse momento ou mesmo que tenha
sentido há pouco tempo e surpreenda-se com as respostas que
virão à sua mente! Apenas perceba seus pensamentos!
Certa vez, eu reencontrei uma pessoa que havia passado pelo
Treinamento e fiquei muito feliz com os resultados das ações que
ela havia se proposto a praticar. Sua vida já estava num outro nível
e ela, muito feliz. Porém, em determinado momento da conver-
sa ela não conseguiu disfarçar o incômodo que sentia no joelho
esquerdo. Fiquei alerta. De alguma maneira eu sabia que aquele
encontro não era obra do acaso! Com a informação da dor no joe-
lho, entendi que ainda lhe faltava tomar alguma decisão. Conversa
vai, conversa vem, mesmo sem ela perceber, chegamos ao ponto: o
relacionamento com o marido dependia de uma decisão.
81

Emoções
O seu casamento estava desgastado e a sua comunicação com

o marido se restringia ao estritamente necessário. Já não havia ca-
rinho, atenção e companheirismo de ambas as partes. Ela desejava
dar um basta nessa situação, mas sentia-se insegura. Nessas cir-
cunstâncias o seu joelho “gritava” a necessidade de uma decisão.
Ao conversarmos sobre essa possibilidade, ela reconheceu que a
dor havia surgido a partir do momento em que começou a pensar
na possibilidade de uma separação. Um tempo após esse episódio
nos reencontramos. Novamente a mulher que já estava muito bem
após o Treinamento se revelou uma pessoa ainda mais bonita, segu-
ra e carismática. Curioso, perguntei sobre o joelho e o problema no
seu casamento. Ela resolveu a questão do relacionamento com uma
conversa muito clara, demonstrando o que esperava de seu marido
e o que podia oferecer. Acertaram-se e a dor sumiu. TODO proble-
ma dentro de qualquer tipo de relacionamento é responsabilidade
das duas partes. A atual situação de como estão seus relacionamen-
tos pessoais e profissionais é 50% SEU problema. Ao invés de ficar
reclamando do outro, ou sentindo-se como vítima, assuma o que é
seu, mude, e perceba a mudança natural da outra parte.
Durante muito tempo a minha autoestima foi extremamen-
te baixa. No meu íntimo eu sabia que tinha competência para
realizar muitas coisas. Mas, por medo de expor minhas ideias,
de ser criticado ou de arriscar, extravasava minhas emoções de
forma errada, prejudicando a mim mesmo. Minha alimentação
era péssima e totalmente desregrada. Perdi as contas de quantas
vezes, ainda na infância e na adolescência, eu substituía o café da
manhã por generosas porções de pavê e, depois de longas horas
em jejum, me empanturrava de carnes gordurosas, muito arroz
ou grandes quantidades de massa, qualquer massa!
82

Para jantar eu nunca tinha hora. Se o tempo livre para isso

fosse tarde da noite, pouco importava. A refeição noturna ge-
ralmente tinha alimentos na dose certa para uma congestão!
Depois, eu me esparramava no sofá e passava a noite em péssimas
condições, sentindo o sofrimento do estômago para fazer o seu
trabalho da melhor maneira possível. Isso quando eu não rompia
as madrugadas em danceterias. Sempre amei dançar! Cheguei a
perder a noção dos meus limites. Durante um bom tempo tam-
bém fez parte da minha rotina ir para danceterias de quinta a
domingo, voltar geralmente às três da manhã e acordar às seis
horas para trabalhar ou, no final de semana, para jogar futebol.
Durante um bom tempo, dormir noites tranquilas foi raridade.
E eu acreditava que isso era curtir a vida! Imagine o estrago que
essas noites perdidas fizeram ao meu corpo.
Mas, ao mesmo tempo em que eu vivia essa rotina de uma
forma aparentemente normal, por dentro eu me culpava ter-
rivelmente e sentia um medo atroz de me tornar um daqueles
executivos enormes, que não conseguem abotoar o paletó, nem
disfarçar a deselegante barriga conquistada com uma rotina se-
melhante à que eu estava vivendo... ou melhor, sobrevivendo.
Nessa época eu só exercitava o meu corpo com a dança e as
“peladas” aos finais de semana, mas nada de forma saudável. Nas
partidas de futebol, além de correr como um louco, sem saber
minhas reais condições para isso, eu ainda lesionava alguns mem-
bros e criava hematomas por todo o corpo. Tudo doía, mas, eu
achava normal. Quando completei 20 anos eu parecia um velho
cansado. Estava gordo e insatisfeito com a minha vida.
Apesar de sentir prazer momentâneo com as coisas que rea-
lizava, no meu íntimo existia grande insatisfação. Eu não estava
83

Emoções
feliz, mas mantinha a mesma rotina porque era a única forma

que eu acreditava ser capaz de viver a minha vida. Na verdade,
eu fazia um esforço tremendo para colocar em prática algu-
mas habilidades e não ficar fora do grupo, fora de moda ou ser
rejeitado.
Você já teve a sensação de que tudo o que fazia era sim-

plesmente para agradar aos outros e você estava sempre em
segundo plano?
Foi nessas circunstâncias que tomei a mais importante deci-

são da minha vida: ou eu mudava ou morreria muito antes de
completar meio século de existência... e a segunda opção real-
mente não fazia parte dos meus planos. Mas, como eu não sabia
nem por onde começar, pedi a Deus um caminho, uma maneira
de mudar a minha vida. Lembro-me que esse pedido me causava
sentimentos estranhos. Talvez por intuição, eu sabia que estava
prestes a trilhar um novo e promissor caminho, porém, depen-
deria somente da minha decisão e ação. Tudo é passível de mu-
dança desde que se queira fazer isso acontecer.
Num domingo preguiçoso, eu estava entediado em casa, an-
dando de um lado para outro, parecia mais um leão enjaulado.
De repente, me deparei com uma apostila sobre a mesa da sala
de jantar que o meu irmão havia recebido em um Treinamento
que, do meu ponto de vista, naquela época, havia feito uma ver-
dadeira transformação nele e o ajudou a descobrir sua verdadeira
essência. Aquele rapaz indiferente, que havia abandonado os es-
tudos, trabalhava com pessoas de índole questionável e brigava
com todos em casa, fez uma verdadeira reviravolta em sua vida
ao retornar desse Treinamento.
84

Meu irmão passou a ser mais presente no convívio com a fa-

mília, abraçava e dizia “eu te amo” sempre que podia, voltou a
estudar, formou-se numa das melhores faculdades públicas no
Brasil e abriu sua própria empresa em outro País – coisas inacre-
ditáveis haviam acontecido em sua vida e eu, naquele momento,
também estava pronto para mudar a minha própria vida. Espero
que a esta altura este seja o seu desejo para a sua vida também.
Percebi que aquela apostila era um “sinal”, a direção que eu
tanto desejava e pedia. Logo na manhã seguinte me inscrevi neste
mesmo Treinamento que viria a mudar completamente a minha
história de vida, e que me fez descobrir os infinitos recursos que
sempre estiveram dentro de mim para criar a vida que sempre
quis viver. Esse Treinamento foi um divisor de águas na minha
vida e a primeira decisão que tomei foi tornar o meu corpo apto
para experienciar tudo aquilo que eu queria, e que, agora, me
sentia merecedor de viver.
A vida de cada um de nós funciona como uma nova cons-
trução. Para levantar as paredes é necessário DESTRUIR o “ve-
lho” para deixar limpo o terreno, preparar os alicerces e, neste
caso, a base é um corpo saudável e cheio de energia, para depois
CONSTRUIR a vida que você sempre soube que poderia viver.
O problema é que muitas vezes queremos viver coisas novas, mas
temos medo de abandonar o velho. Confesso que os primeiros
passos foram relativamente fáceis, porque a convicção de que
havia chegado a oportunidade para mudar foi muito maior que
qualquer dúvida. Fiquei com medo de alterar minha rotina, mas
eu queria, necessitava fazer isso. E se você está lendo estas linhas
é porque está no mesmo momento também, ou então já teria
deixado este livro de lado nas primeiras páginas.
85

Emoções
Minha primeira ação foi marcar um check-up completo naquele

mesmo mês. Enquanto eu passava em cada médico ou exame especí-
fico, ouvia sempre a mesma pergunta: “qual é a sua doença ou motivo
para a realização desta consulta ou exame?” Constatei que a cultura da
nossa sociedade é firmada na emergência, e que a maioria das pessoas
só procura um médico quando a doença já está instalada e o único
impulsionador para cuidar do seu corpo é a dor.
Nas numerosas consultas pelas quais passei, e ainda passo anual-
mente até hoje, quando esclareço que faço exames preventivos, todos
os que me prestam atendimento afirmam que sou muito jovem para
“perder tempo” com isso. Segundo eles, eu deveria deixar esses cuida-
dos para depois dos 40, quando normalmente surge algo para tratar.
Decidi desconsiderar esses comentários. Essa cultura está arraigada na
sociedade, porém, com todos os cuidados que, desde a minha decisão,
eu tenho comigo mesmo, a minha saúde é muito melhor que a de mui-
tos adolescentes e jovens que, como eu fazia antes, mantêm hábitos
que destroem o corpo, a mente e a alma.
Conheci um adolescente que foi criado para ser jogador de futebol.
Desde muito pequeno, sua habilidade e paixão pelo esporte desperta-
vam a atenção de muitos e, por isso, aos quinze anos, foi convidado
para jogar num grande clube paulistano.
Antes do início dos treinos, apesar do seu bom histórico de saúde,
ele teve que se submeter a uma série de exames por exigência do clu-
be. Foi quando veio a surpresa: os exames revelaram uma rara doença
cardíaca que poderia fazê-lo “parar” em campo a qualquer momento.
Porém, como o diagnóstico foi feito a tempo, o rapaz pôde passar por
um intenso tratamento e após seis meses voltou ao time, pôde manter
o ritmo dos treinamentos e a realização de seu sonho.
E você? O que tem feito com seu corpo e sua saúde? Seu corpo
é um veículo precioso e sem o bom funcionamento de todas as suas
86

partes fica mais difícil viver e experienciar o maravilhoso caminho que

existe à sua frente. Você já pensou que a conquista de seus sonhos
depende também da sua boa forma física? A seguir você verá com deta-
lhes como isso é possível. A leitura de alguns depoimentos vai ajudá-lo
a compreender que pequenas atitudes podem ter grandes e surpreen-
dentes resultados!
“Os seus mais íntimos desejos apontam o rumo

que você deve dar a sua vida. Vá em frente! À
medida que você avança, suas inseguranças e
medos irão se transformar em energia para você
realizar seus maiores sonhos!”
Toque
Quando falamos em forma física e saúde, o primei-
ro pensamento é radicalizar e procurar uma academia,
comprar uma roupa legal para praticar esporte ou reto-
mar o contato com os velhos amigos que só esticam os
músculos aos finais de semana. Mas, neste momento, o
mais importante é fazer um levantamento real de como
está a sua “máquina” e isso só pode ser feito a partir
de consultas médicas com especialistas. A tendência
é partir para os “achismos”: acho que está tudo bem,
acho que sou muito novo para me preocupar com isso,
87

Emoções
acho que é bobagem procurar um médico, acho que

começar a fazer exercícios físicos é o suficiente. Porém,
iniciar atividades físicas antes de um check-up geral
é uma decisão bastante arriscada, pois você pode ser
uma verdadeira “bomba” prestes a estourar, mas que
ainda não tem consciência disso. Muitos problemas
sérios podem ser evitados com um simples check-up.
Ação
Sua atitude ao terminar este capítulo fará total dife-
rença para o resto da sua vida. Não acredite no faro,
comprove na sua própria experiência. Está mais do
que na hora de parar de achar que somente na vida
do outro funciona, mas não na sua vida, sem antes fa-
zer. Antes de qualquer coisa marque uma consulta
com seu médico de confiança ou um clínico geral e
peça exames e encaminhamentos para outras especia-
lidades (cardiologista, oftalmologista, dermatologista,
ginecologista ou urologista, otorrinolaringologista ou
qualquer outra, conforme sua necessidade). Marque
um horário também com seu dentista e faça uma visita
ao cabeleireiro para dar uma nova forma ao seu visual
– um simples corte de cabelo impulsiona para a reali-
zação de outras tarefas!
Vamos lá! Estas ações devem ser feitas AGORA. Ligue
para o seu médico, dentista e cabeleireiro. Se você sim-
plesmente continuar a leitura, logo no início do próxi-
88

mo capítulo certamente já não se lembrará do que deve

fazer, e esse é um antigo boicote que sempre aparece
para nos manter na zona de conforto. Você entendeu?
Você deve marcar as consultas hoje mesmo. A única
possibilidade de deixar para amanhã, bem cedo, é se o
horário de expediente dos consultórios já tiver termi-
nado. Valorize o seu corpo, pois é ele que o levará para
novos horizontes!
Consulta/ especialista Data Horário
89

ca p ít ulo 10
Sua decisão pode mudar

muitas vidas
Em 1993, pouco antes de completar meio século de vida, um

grande amigo decidiu fazer seu primeiro check-up. Passou por
uma consulta com cardiologista e a bateria de exames começou
com um teste ergométrico. Até então, ele nunca havia sentido
nenhum incômodo em qualquer parte do seu corpo. Sentia-se
saudável e bem-disposto. Porém, poucos minutos após o início
do exame, o médico pediu que ele parasse imediatamente. Ele
obedeceu sem ter noção do que estava por vir. O diagnóstico
foi um choque: 90% de suas artérias estavam comprometidas
e, silenciosamente, seu coração estava à beira da falência de suas
funções – as chances de um infarto eram iminentes!
Apesar do susto, ele manteve sua agenda. Voltou ao trabalho
durante a semana inteira e somente na semana seguinte marcou

Emoções
consulta com outro médico para certificar-se do diagnóstico an-

terior. A situação era realmente séria e poucas horas após a con-
sulta ele estava numa sala de cirurgia para implantar algumas
pontes de safena em seu coração.
Nessa época eu ainda não o conhecida e, se não fosse esse
exame, talvez jamais o conheceria. A partir desse susto ele nunca
mais parou de fazer check-ups. Passou a cuidar mais e melhor
da sua saúde, mudou seu estilo de vida e tem ajudado muitas
pessoas, como eu e você, a enxergar o verdadeiro valor de ações
simples, e como elas podem refletir no nosso mundo.
O número de pessoas que mantêm a crença de que toda ação
pessoal é uma questão isolada, que não interfere no seu meio,
ainda é muito grande. Querendo ou não, nossas decisões, in-
clusive as questões mais íntimas e particulares, influenciam de
alguma forma a vida das pessoas que estão ao nosso redor.
Você já pensou que a realização do seu sonho ou o simples

cuidado com a sua saúde pode gerar incríveis transforma-
ções na vida de outras pessoas?
É claro que não devemos manter o foco de nossas conquis-

tas pensando simplesmente em ajudar ou satisfazer o outro, mas
temos que ter consciência de que estamos alterando constante-
mente o mundo à nossa volta com todas as nossas atitudes.
Quando estamos de bem com nós mesmos irradiamos uma
energia contagiante e, muitas vezes, aceleramos positivamente
o processo de evolução das pessoas que estão ao nosso redor.
Entretanto, o contrário também é verdadeiro.
Todo ser humano tem sonhos. Uma pessoa pode não ter a
atitude de colocá-los em prática, mas sonhar faz parte da essência
92

Sua decisão pode mudar muitas vidas
humana. Durante muito tempo eu “enterrei” meus sonhos e vi-

via dia após dia imaginando o quanto seria bom realizá-los, mas,
como o medo que eu tinha de arriscar era muito maior, eles fica-
vam guardados na minha mente, e isso me causava muito sofri-
mento, e consequentemente, doenças.
Somente quando iniciei o meu processo de mudanças, per-
cebi que a realização dos meus sonhos trouxe muitos benefícios
físicos e emocionais para mim e também mudou o rumo de vida
de muitas outras pessoas.
Após ter trilhado a trajetória que descrevi no capítulo anterior
– fazer uma avaliação completa da minha condição física através
de um check-up – decidi que havia chegado o momento de rea-
lizar um sonho de infância. Hoje, entendo que tudo acontece no
momento certo, quando estamos realmente preparados, mesmo
que, muitas vezes, não percebamos isso.
Lembro-me que, desde muito pequeno, acalentei o desejo de
treinar alguma arte marcial. Era algo relativamente simples, mas,
para mim, assustador. Na infância e adolescência meu corpo
era bem franzino e sempre que eu imaginava um treino de artes
marciais na minha mente só apareciam brutamontes, ávidos por
esmagar um cara pequeno e fraco como eu me considerava. Essa
imagem era tão real que me fazia tremer por dentro.
Para minha surpresa, quando decidi que tornaria esse meu
sonho realidade, apesar dos riscos imaginários, algo mudou den-
tro de mim. Isso já fazia parte dos meus planos desde quando fui
estimulado a escrever todos os meus desejos e a estabelecer uma
data para colocá-los em prática. Durante o meu Treinamento,
numa avaliação mais sensata, cheguei à conclusão de que as su-
postas ameaças não poderiam ser mais poderosas do que o meu
desejo. E eu estava certo!
93

Emoções
Você também já foi estimulado a elaborar um Projeto de Vida

a partir das orientações oferecidas neste livro e, se tem seguido
fielmente todos os passos, já deve ter notado como essa ação é
poderosa!
Eu havia escrito no meu Projeto de Vida que praticaria uma
arte marcial, duas vezes por semana, a partir de determinada data
– isso significava que em menos de um mês eu já deveria ter en-
contrado a academia e ter iniciado o meu propósito. Duas sema-
nas depois eu estava passando por uma movimentada avenida na
Zona Oeste de São Paulo, num percurso que eu já fazia há mais
de três anos, e, de repente, “enxerguei” uma academia de artes
marciais. O fato é que ela existia naquele lugar há muitos anos,
pois o letreiro denunciava isso, mas eu, até então, nunca a tinha
observado. Tudo parecia obra do acaso, mas, no fundo, entendi
que só podemos encontrar aquilo que desejamos quando esta-
mos procurando, e eu realmente estava em busca de um lugar
como aquele – uma academia de artes marciais.
Quando visualizei a placa não pensei duas vezes. Parei o carro
no primeiro estacionamento e segui em direção à academia. Já na
porta, respirei fundo e subi as escadas lentamente. Quando che-
guei ao salão, aquele lugar me transmitiu uma sensação agradável
e acolhedora, muito diferente do que eu imaginava: as paredes
impecavelmente bem pintadas, com cores que despertariam a
energia de qualquer pessoa, e os alunos estavam longe de ser os
monstros que eu imaginei durante muito tempo em minha men-
te – fiquei extasiado!
Foi nessa condição – quase num transe – que o mestre se
aproximou de mim. Seu cumprimento de boas-vindas lançou
por terra todos os meus preconceitos. Eu entenderia mais tarde,
94

que treinamos anos a fio uma arte marcial para chegar à conclu-
são de que nunca precisaremos usá-la de fato. Conversei com o
mestre por duas horas e tive a certeza de que era ali o lugar onde
eu daria início à realização do meu sonho de infância. Foram
oito anos de suor, crescimento pessoal e prazer que me realizaram
como ser humano
Esse grande passo na minha vida foi maravilhoso para mim e
também alterou o rumo de muitas outras pessoas. Após dois meses
de treinamento com meu mestre de kung Fu, eu o chamei para
uma conversa e o convidei para fazer o mesmo Treinamento que
eu havia feito e que me motivou a realizar aquele sonho de infância
– treinar uma arte marcial. Ele recusou o convite e eu o respeitei
naquele momento. Diferente do que havia acontecido comigo, ele
não estava procurando nada que o tirasse da sua zona de conforto,
da sua rotina. Ele me deu várias desculpas e, percebendo que não
era o momento dele, eu o deixei à vontade para me procurar quan-
do realmente quisesse mudar de vida e realizar seus maiores sonhos.
Quatro meses após nossa conversa, o mestre chamou-me para
falarmos novamente sobre o convite que eu lhe havia feito. Ao
sentar-se à minha frente, seu olhar demonstrava que havia toma-
do uma importante decisão. Como num desabafo, ele afirmou
que queria e se considerava preparado para olhar para dentro de
si e descobrir a “raiz” de diversas situações na sua vida das quais
vinha fugindo. Havia chegado à conclusão de que não queria
continuar vivendo da mesma forma e estava cansado de teorias –
ele sentia a urgência de fazer algumas mudanças significativas em
sua vida. Logo no final de semana seguinte lá estava ele entre as
centenas de pessoas que, assim como eu e meu mestre de Kung
Fu, buscam algo novo e transformador para sua própria vida.
95

Emoções
Três dias depois, quando nos reencontramos num momen-

to “mágico” desse Treinamento, seus olhos transmitiam intensa
felicidade e energia! A partir daí, ele tomou decisões que por
anos vinha, literalmente, “empurrando com a barriga” e, então,
muitas mudanças aconteceram em sua vida: expandiu seus negó-
cios, abriu uma nova academia, melhorou o nível de relaciona-
mento com sua ex-esposa e filha e até encontrou um novo amor
– uma pessoa que estava o tempo todo bem próxima dele e que,
até então, nunca a havia observado além da condição de aluna.
De aluna, ela passou a convidada para o Treinamento, depois
tornaram-se amigos e, hoje, compartilham de uma harmoniosa
vida a dois... Casaram-se e dessa união podem ser geradas outras
vidas! Ah... além de tudo isso, hoje, eu e meu mestre de Kung
Fu compartilhamos a mesma missão – levar esse Treinamento,
que mudou tanto nossas vidas, para tantas outras pessoas! Isso é
maravilhoso! Agora imagine se eu tivesse ficado quieto no meu
canto, vivendo aquela vida medíocre de antes? Certamente, as
histórias de muitas vidas não teriam tomado esse rumo. E você,
qual rumo tem dado à sua história de vida?
No Kung Fu cheguei a me graduar faixa preta e encerrei um
ciclo na minha vida. Apesar das dificuldades que surgiram ao
longo dos anos de treinamento, mantive a constância, sempre
reforçando a ideia de que o prazer da realização é incomparavel-
mente melhor do que o remorso que sentimos quando cedemos
ao impulso de uma acomodação.
Toda mudança tem seus reflexos. Lembro-me do filme “A
corrente do bem”! Fica aqui uma sugestão para você ver como
simples ações podem gerar grandes impactos. O filme é um dra-
ma com forte apelo emocional e uma mensagem extraordinária.
96

Numa escola, um professor propõe um desafio aos seus alunos

– eles deveriam criar ações simples que pudessem mudar o nosso
mundo. A partir da proposta do Professor, diversas ideias foram
apresentadas e, entre elas, a do garoto Trevor Mckinney, repre-
sentado pelo ator Haley Joel Osment. Ele criou um jogo, um
simples jogo, que transformaria o mundo a partir de uma ação
voluntária. Sua ideia era baseada no seguinte princípio: uma pes-
soa deveria fazer para outras três algo que elas não conseguiriam
fazer por si mesmas. Cada pessoa ajudada deveria realizar uma
ação em favor de mais três e assim por diante. A simples atitude
de uma pessoa mobilizaria outra e a corrente cresceria em pro-
gressão geométrica: de uma para três, de três para nove, de nove
para vinte e sete e assim sucessivamente.
Baseado nisso, e em tudo o que tenho vivido ao longo de todos es-
tes anos, imagino quantas pessoas têm sido beneficiadas com as minhas
mudanças, e outras também serão a partir das suas! A possibilidade de
transformar a sua vida em algo muito mais produtivo e gratificante é
uma realidade. Quando decide entrar em ação para realizar seus so-
nhos, você é o primeiro beneficiado. Em seguida vêm a sua família, os
amigos e todas as pessoas que fazem parte do seu convívio. Você pode
fazer a diferença, a sua vida pode ser diferente, e para muito melhor.
Acredite em você, acredite em seus sonhos!
97

Emoções
“Você nasceu para realizar sonhos... os SEUS

sonhos! Por mais que as pessoas apresentem
uma lista de empecilhos, utilize o medo da crí-
tica e da rejeição para impulsioná-lo em dire-
ção ao que você quer. Tudo é possível àquele
que crê e AGE!”
Toque
Como está o agendamento de suas consultas médicas?
Já passou pelo atendimento com algum especialista? A
partir do momento em que você estiver liberado para
exercitar o seu corpo, é importante escolher alguma
atividade que combine com sua personalidade e estilo
de vida. Evite seguir modismos ou optar por alguma
alternativa só porque seus amigos praticam determina-
da atividade. Quando isso acontece a tendência é que
a sua motivação permaneça por pouquíssimo tempo.
O corpo tem uma ligação direta com o nosso “lado
criança”. Na infância o que mais fazíamos era usar
nosso corpo e brincar livremente. Quando nos tor-
namos adultos, passamos a priorizar o lado racional
e, na maioria das vezes, pensamos muito mais do que
agimos. Mas essa criança se mantém viva dentro de
nós, com o mesmo desejo de viver prazerosamente e
98

quando se vê “forçada” a realizar algo, ela reclama! Isto

explica por que perdemos o pique de ir à academia,
mesmo quando pagamos extensos pacotes, quando
optamos por uma atividade simplesmente por con-
siderá-la importante, porque o amigo faz ou porque é
moda, sem levar em consideração o que realmente gos-
tamos e temos vontade de fazer. Muitas pessoas entram
num ciclo de “começa-para-começa-para” porque não
têm respeitado seus reais desejos. Se este tem sido o seu
caso, então chegou o momento de despertar para uma
nova realidade e descobrir o que realmente gera prazer
e satisfação para VOCÊ.
Ação
Este é momento de agir! Faça agora mesmo uma re-
lação de todas as atividades físicas que você gostaria
de praticar. Não se limite aos esportes convencionais
como futebol, natação, musculação ou caminhada.
Amplie o seu leque de OPÇÕES! Você tem diversas
alternativas: tênis, dança de salão, skate, surf, pilates,
yoga, entre muitas outras. O mais importante é você se
entregar a essa atividade com o mesmo entusiasmo que
brincava nos tempos da sua infância.
Inicie este processo realizando a atividade apenas duas
vezes por semana. Com o tempo, se considerar neces-
sário, aumente sua carga horária. Mas, faça essa ano-
99

Emoções
tação agora, antes de partir para o próximo capítulo.

Você tem aqui três importantes ações:
1. Fazer a relação das atividades com as quais se iden-
tifica e/ou acha que gosta de praticar;
2. Decidir qual você deseja realizar e iniciar as visitas
às academias, clubes ou locais onde a atividade é
praticada.
3. Iniciar a atividade o quanto antes. Marque a DATA.
Evite o “deixa isso para depois”, ou “uma hora eu
paro para fazer isso. Comece a mexer o corpo antes
ainda de passar para o próximo capítulo que, aliás,
tem um conteúdo muito valioso e que o conduzirá
a revelações incríveis sobre a força interior que exis-
te dentro de você.
visitar começar
Atividade física
em em
100

ca p ít ulo 11
Cuidando do seu templo
Quando você pensa na palavra templo, qual a ideia que sur-

ge em sua mente? Para mim, todas as vezes que me deparo com
esse termo logo associo a algo sagrado. E ao investigar um pouco
mais constatei que no sentido figurado eu estava certo. Templo
é o reflexo do mundo divino, a habitação de Deus, o lugar da
Presença Real. Segundo a Bíblia, no livro de 1 Coríntios, o nosso
Corpo é o templo do Espírito Santo.
Muitas vezes sacrificamos o nosso Templo por causa dos nos-
sos medos. A história confirma que o medo foi uma das razões
que levou o homem a acreditar em diversos deuses, monstros e
milagres. O ser humano “criou” demônios e dragões, fantasmas
e mitos, filmes de terror, diabo e inferno, apenas para justificar
que esses eram os culpados por seus temores. Mas entendemos
hoje que não é bem assim. Esses fantasmas aterrorizadores foram

Emoções
gerados e permanecem numa poderosa habitação, e essa, por sua

vez, é o seu Templo ou, para melhor entender, o seu interior, a
sua alma.
As emoções, a espiritualidade e a religião são fatores que se
cruzam na trajetória de vida de todo ser humano. Ter consciên-
cia do significado de cada um e buscar sua própria concepção é
ainda hoje motivo de grande dificuldade para muitas pessoas.
No campo da espiritualidade e da religião percebemos que um
número expressivo de pessoas tem muita dificuldade em esco-
lher um caminho sem ser influenciado pelas tradições familiares.
Muitos nem sequer associam a ideia de que o desenvolvimen-
to espiritual também é um fator de extrema importância para
o indivíduo, para que ele alcance a melhor expressão de quem
realmente é. Nosso relacionamento com Deus, ou aquilo que
você acredita, é o caminho para entrarmos no fluxo natural do
Universo.
Existe uma lei invisível que rege todas as coisas e nós fazemos
parte dela. A espiritualidade nos auxilia a melhorar os relaciona-
mentos em todas as áreas da nossa vida. Embora pareça contra-
ditório, muitos homens e mulheres têm medo de cultivar a espi-
ritualidade porque, mesmo sem consciência, receiam descobrir o
poder que possuem para realizar seus maiores sonhos.
Quanto mais conhecemos o que existe no nosso interior, na
nossa alma, mais força despertamos para avançar rumo à con-
quista dos nossos sonhos. A espiritualidade pode ser entendida
como sinônimo de equilíbrio, de sentir-se conectado com tudo
e com todos, e não está necessariamente ligada a uma religião es-
pecífica, mas sim ao modo como o indivíduo procura viver, se re-
lacionar, atuar na família e na sociedade, buscando proporcionar
102

para si e para os que o cercam ambientes agradáveis, equilibrados

e prazerosos para se relacionar e trocar experiências.
Tenho constatado que o maior medo da maioria das pessoas
não é descobrir suas fraquezas, mas ter a consciência e a liberdade
para usar seu poder ilimitado, que acessam quando estão ”co-
nectados” com uma Fonte Maior. Cada um de nós é um Templo
Divino com um potencial extraordinário de criação e transfor-
mação, mas só passamos a vivenciar isso quando damos aten-
ção aos pensamentos que chegam repetidamente à nossa mente,
como uma conversa mental interna incessante.
Quando li o livro “Limite Zero”, de Joe Vitale & Stanley Hew
Len, passei a ter contato com a “Ho’oponopono da Identidade
Própria”, uma técnica havaiana que reforça estratégias que aprendi
quando participei do meu Treinamento e que me fizeram enxergar
a importância de cultivar a minha espiritualidade. Esse livro abor-
da definições e orientações precisas de como podemos nos conec-
tar com o Sagrado que existe dentro de cada um de nós.
Este simples, porém poderoso, processo se traduz como uma
conexão com a Divindade para que sejam canceladas as memó-
rias negativas que estão gravadas em nosso inconsciente, desde a
nossa concepção e que vem se repetindo em nossa mente cons-
ciente, nos fazendo pensar, sentir e agir sempre da mesma ma-
neira. Isso explica o porquê de, mesmo tendo à disposição tantas
teorias, fontes de pesquisa, Google, técnicas e fórmulas prontas,
muitas pessoas não conseguem experimentar as reais mudanças
em suas vidas e estão longe de viver a vida que realmente querem
e merecem.
Permita-se, neste momento, responder à pergunta: Você
tem vivido a partir das suas memórias inconscientes (apenas
103

Emoções
repetindo os mesmos ciclos na sua vida) ou sendo conduzido

por inspirações da sua parte Divina? Esta pergunta me intrigou
durante muito tempo, mas ao entendê-la melhor, pude perceber
que muitas frustrações em minha vida eram apenas consequên-
cia da minha indiferença à voz interior que me apontava os ca-
minhos certos e que, por medo, eu deixava de seguir!
Em havaiano, “Ho” significa “causa” e “oponopono” quer di-
zer “perfeição”. Assim, Hoóponopono representa corrigir uma
causa ou “tornar-se perfeito”. Essa é uma forma incrível de man-
termos contato com Deus (ou com o que você crê). Ela está fir-
mada no desprendimento e mostra que apenas quando largamos
a vontade de consertar as coisas externas ou mudar as pessoas
de acordo com o nosso próprio desejo, deixando o controle nas
mãos de uma Força Maior, é que conseguimos mudar o nosso
interior e, consequentemente, causar mudanças no mundo. Para
tanto, a única regra é manter a atenção nos seus pensamentos e
a tudo que está ao seu redor, pois, segundo “Hoóponopono”,
somos responsáveis por “limpar” tudo aquilo de que passamos a
ter consciência de que está acontecendo no nosso mundo exter-
no, pois se chegou à nossa percepção é porque algo dentro de nós
está “ajudando a criar”, também, esses fatos. Então, para cada
pensamento, situação vivida ou observada, você pode enviar
uma mensagem consciente com as seguintes frases: “sinto mui-
to”, “por favor me perdoe”, “eu te amo” e “muito obrigado”.
Isto funciona como uma liberação das impressões retidas e
memórias negativas adquiridas durante nossa gestação e infância,
e que estão gerando conflitos em nossas vidas até hoje. O objeti-
vo principal dessa técnica é limpar o nosso inconsciente de todos
os “programas” que nos fazem apenas repetir comportamentos e
104

sentimentos, para que possamos agir e viver inspirados por uma

Inteligência infinitamente Maior, que sabe o que é realmente
melhor para o TODO.
Dr. Hew Len, um dos autores do livro “Limite Zero”, teste-
munha a experiência e os resultados obtidos quando utilizou a
técnica “Hoóponopono da Identidade Própria” com criminosos
altamente perigosos e com sérios problemas mentais numa ala de
psiquiatria do Havaí State Hospital, no Havaí.
Nessa época, psicólogos e psiquiatras abandonavam seus postos
de trabalho todos os meses e os membros da equipe faltavam mui-
to por motivos de doença ou porque não suportavam a pressão
ou pediam demissão. As pessoas atravessavam os corredores dessa
ala de costas para a parede, com medo de serem atacadas pelos pa-
cientes – não era um lugar agradável de viver, trabalhar ou visitar.
Dr. Hew Len diz que nunca esteve profissionalmente, nem
consultou nenhuma daquelas pessoas internadas. Ele apenas con-
cordou em examinar as fichas de cada paciente. À medida que
fazia isso, as pessoas começaram a observar significativos sinais de
recuperação nos doentes. Passado algum tempo, alguns pacien-
tes que precisavam ser mantidos com algemas tiveram permissão
para andar livremente. Outros que tomavam fortes medicamentos
passaram a receber doses menores de remédios. E os que tinham
sido considerados sem a menor chance de um dia ir embora para
casa, estavam sendo liberados. Além disso, a equipe passou a gostar
de trabalhar, acabaram as faltas e a rotatividade de profissionais.
Gradativamente, todos os pacientes tiveram alta. Hoje, o hospital
ainda existe, porém a ala psiquiátrica está fechada.
Quando questionado sobre o que causou a mudança naquelas
pessoas, Dr. Hew Len respondeu que simplesmente trabalhou e
105

Emoções
purificou uma parte de si mesmo, enquanto analisava as fichas; e

fazia isso se perguntando:
“O que está acontecendo em mim para que eu cause esse problema

e como eu posso corrigir esse problema em mim mesmo?”
Ao fazer essa pergunta ele também levava para si mesmo a res-

ponsabilidade do estado daqueles pacientes. Sem aguardar res-
postas, logo em seguida ele declarava repetidamente ao ler cada
ficha dos pacientes:
“sinto muito”
“me perdoe”
“eu te amo”
“muito obrigado”
À medida que fazia isso, os pacientes começaram um extraordi-

nário processo de cura! Pode parecer até absurdo e simples demais,
mas esse tipo de comunicação só é passível de se tornar realidade
quando desenvolvemos nossa espiritualidade e quando descobri-
mos que existe uma Força Maior que rege todo o Universo. E que
podemos encontrar esta força dentro de nós mesmos. Compreende
como é importante desenvolvermos a nossa espiritualidade? Qual
a importância que você tem dado ao seu desenvolvimento espi-
ritual? Como tem sido o seu relacionamento com Deus ou com
aquilo que acredita ser a Fonte da sua vida?
Deus é apenas o nome que uso aqui para simbolizar a Força
Infinita que rege o Universo e este conceito é individual, podendo
ser chamado como você entender melhor, segundo as suas pró-
prias crenças (Natureza, Universo, etc.).
106

Seu relacionamento com a sua PARTE DIVINA

é algo pessoal e intransferível! Não espere que
ninguém faça isso por VOCÊ.
Toque
A ideia aqui não é convertê-lo a nenhuma religião ou
filosofia, mas fazê-lo entender que desenvolver a sua
espiritualidade é fator de extrema importância. Existe
certo preconceito quando o assunto é religião e, por
isso, tome cuidado para não ser influenciado na esco-
lha do seu próprio caminho para manter contato com o
Sagrado. Suas escolhas devem estar diretamente ligadas
à realização dos seus sonhos e à concretização dos seus
propósitos no mundo, a sua missão. Deixe de lado os
julgamentos e encontre o SEU CAMINHO. A medi-
tação é uma maneira simples de nos conectarmos com
essa Força Maior. Para isso é desnecessária qualquer
técnica transcendental ou algum mediador. Apenas fe-
che os olhos, perceba seus pensamentos e dê atenção
para cada um deles. A técnica havaiana “Hoóponopo-
no da Identidade Própria” vai além, quando nos pro-
põe a utilizar frases como “sinto muito”, “por favor, me
perdoe”, “eu te amo” e “muito obrigado” para limpar
nossas memórias negativas e nos conectar diretamente
com Deus. Você pode testar o poder de cada uma delas
na sua vida e no seu mundo. Experimente!
107

Emoções
Ação
Como você tem cuidado do seu Templo? Que tipo
de comunicação está tendo com Deus? Esse relacio-
namento tem ajudado no crescimento espiritual ne-
cessário para manter seu coração em paz e tranquilo?
Cuidado para não cair na armadilha de considerar esse
assunto subjetivo demais para sua intelectualidade ou
posição socioeconômica. Quando entrar nesse conflito
pare e pense: “O que ou quem mantém o meu corpo
vivo?”.
Então, entre agora mesmo em ação. Faça uma lista de
todas as religiões e as filosofias que você já teve ou tem
curiosidade em conhecer, mas até agora nunca inves-
tiu tempo para isso, ou até teve tempo, mas decidiu
simplesmente seguir a tradição religiosa da sua família.
Marque na sua agenda o DIA em que você visitará cada
uma delas. Faça dessas visitas uma grande aventura es-
piritual, sinta-se livre e consciente para descobrir qual
delas mais o atrai e passe a experimentar o sentimento
108

de união e intimidade com Deus. Lembre-se que, se

você não marcar na sua agenda a data para fazer essas
visitas, elas ficarão para trás como tantas outras coisas
que você queria fazer e jamais concretizou!
Caso não queira seguir nenhuma religião, apenas pare
por cinco minutos todos os dias para fortalecer e se
conectar com essa “Energia” que nos mantém vivos!
Religião/Filosofia Visitar em
109

ca p ít ulo 12
Desperte o seu poder

de criação
Após a Revolução Industrial, no século XVIII, teve início

um período de grandes invenções tecnológicas. Visando ao au-
mento da produção de recursos, à redução de custos, à melhoria
dos meios de transporte e às facilidades de comunicação entre as
pessoas em diversos pontos do planeta, cientistas do mundo todo
inventaram importantes máquinas para a evolução da sociedade.
De uma forma ou de outra todas as pessoas no mundo têm sido
beneficiadas com o resultado desta visão, do poder de criação e
da persistência de homens e mulheres que mudaram o Mundo, e
que são iguais a mim e a VOCÊ.
Você se lembra que o primeiro avião foi criado pelo brasileiro
Alberto Santos Dumont, no início do século XX? Tem conheci-
mento de que o primeiro motor a gasolina foi criado em 1886,

Emoções
pelo alemão Karl Friedrich Bens? E que Vannevar Bush inventou

o computador analógico em 1930? Talvez você esteja se pergun-
tando o motivo desse tipo de pergunta num livro em que o tema
central são as nossas emoções. Esta é uma excelente pergunta!
Quando penso na dimensão do Universo e a atuação de cada
ser humano nesse complexo contexto, perco a noção de espaço
e de tempo. O avião que utilizamos atualmente como meio de
transporte para médias e longas distâncias, teve seu protótipo
projetado na mente de um homem. Hoje transitamos normal-
mente por estradas e rodovias em carros bem equipados e movi-
dos a gasolina, porque um dia, alguém permitiu que o seu campo
de visão fosse ampliado e, com persistência e dedicação, chegou
ao produto que adquirimos com facilidade nos postos de com-
bustíveis. Neste momento, enquanto escrevo alguns trechos des-
te livro num equipamento cheio de recursos, procuro imaginar
o que se passava na mente do homem que criou o computador.
Estas são apenas algumas invenções que transformaram o nosso
mundo e que vieram à minha mente agora, mas basta você olhar
ao seu redor e verá quantas maravilhas existem porque alguém,
um dia, teve a ousadia de romper as barreiras do tempo, do es-
paço e usaram os seus medos para explorar todo o seu potencial.
Se buscar na história de cada criador, verá que todos sofreram al-
gum tipo de discriminação porque ousaram defender suas ideias.
Eles persistiram e transformaram o que até então parecia “impos-
sível”, em realidade!
É cientificamente comprovado que o cérebro humano tem
um potencial extraordinário – somos dotados de inesgotáveis e
incríveis poderes. A questão é que utilizamos muito pouco dos
recursos naturais que existem à nossa disposição e, com isso,
112

Desperte o seu poder de criação
limitamos nosso poder criativo. O cérebro interpreta somente

o que tem habilidade para ver e só conseguimos enxergar aquilo
que acreditamos ser possível existir. Ao invés de permitir que a
nossa imaginação trabalhe livremente, temos tendência a asso-
ciar e encaixar tudo em padrões que já existem dentro de nós
há muitos anos. A diferença entre os homens que marcaram a
história e aqueles que permanecem na mesmice está justamente
na capacidade de utilizar o seu próprio potencial para criar a
realidade de forma diferente e inovadora!
Todos nós temos o poder de criar e recriar a nossa realidade
da maneira que realmente queremos, desde que tenhamos cons-
ciência do que acontece em nosso interior (inconsciente). O cé-
rebro humano não sabe distinguir entre o que está acontecendo
no mundo externo e o que está acontecendo apenas na nossa
imaginação – o que permitimos que seja realidade na nossa men-
te, será a realidade que enxergaremos no nosso mundo externo.
Nossa capacidade de criação e concretização de uma nova reali-
dade é proporcional à soma dos fatores imaginação + ação. Para
isso, o primeiro passo é assumir essa verdade para nós mesmos
e, a partir daí, permitir que a nossa mente percorra livremente
os horizontes, imaginando dia após dia tudo o que desejamos
tornar realidade. Sua mente pode ser treinada para concretizar o
que você quiser, desde que seja benéfico para o “Todo”.
Muitos livros sagrados afirmam que “somos a imagem e se-
melhança do nosso Criador”! Crendo nessa realidade, podemos
alcançar o impossível. Afinal, o que é impossível? Vamos lá: res-
ponda o que é impossível para você? Um dia, acontecimentos
como o homem pisar na Lua, a comunicação por satélite, a ener-
gia elétrica, a TV a cabo, o celular, o coração artificial, o raio
113

Emoções
laser, o ônibus espacial, entre tantas outras coisas, foram conside-

rados impossíveis e hoje já não causam espanto. O homem tem
um poder de criação infinito – o limite está na nossa imaginação.
Doutor em medicina alternativa e pesquisador japonês,
Masaru Emoto, um homem aparentemente comum, reforça
cientificamente essa afirmação. Ele “enxergou” na água o que
para muitos ainda era improvável, e com isso vem revolucio-
nando conceitos. Sua inovadora experiência consiste em expor
porções de água à “influência” de diferentes palavras, imagens ou
música e, depois de congelada, examinar a aparência da molécula
de água sob um microscópio. O resultado é surpreendente! O
material fotográfico produzido com as partículas de água conge-
ladas mostra que energias vibracionais humanas, pensamentos,
ideias e músicas afetam a estrutura molecular da água - a mesma
água que compõe 80% do corpo humano e cobre a maior parte
do nosso planeta.
Dr. Emoto fez descobertas fascinantes ao analisar a água em
diferentes condições ao redor do Planeta. Águas retiradas de
nascentes se transformam em maravilhosas formas geométricas.
Quando retiradas de áreas industriais, povoadas, estagnadas em
tubulações ou represadas, mostram estruturas distorcidas. As di-
ferenças são ainda mais surpreendentes quando as moléculas de
água são submetidas a diferentes pensamentos: amor-ódio, vi-
da-morte, alegria-tristeza, paz-violência. Se nossos pensamentos
podem fazer isso com a água, imagine o que poderão fazer com
a nossa vida!
A realidade é que vivemos em um mundo onde só enxerga-
mos a ponta do iceberg. Há ainda muito mais para descobrirmos.
Todo o conteúdo deste livro somado aos exercícios que você vem
114

fazendo podem se transformar numa poderosa ferramenta capaz

de mudar suas próprias percepções do (seu) mundo. Até aqui
temos muitas evidências de que podemos transformar positiva-
mente nossas vidas por intermédio de nossos pensamentos, emo-
ções e ações. VOCÊ tem um poder de criação extraordinário e
pode usá-lo a qualquer momento em seu benefício e para o bem
das pessoas que o cercam.
É estimulante imaginar que EU e VOCÊ podemos ser auto-
res de grandes descobertas. Porém, a tendência de muitas pes-
soas é nivelar por baixo suas experiências e, então, sujeitar-se a
uma realidade medíocre, congeladas pelo seu pavor de sair de
um mundo conhecido (a zona de conforto), vivendo sem gran-
des experiências e pouquíssimas realizações. E a primeira grande
barreira está justamente na visão condicionada pelos medos gra-
vados em nosso inconsciente numa fase de vida que tínhamos
pouca, ou nenhuma, condição de discernirmos a realidade que
vivemos durante nossa gestação física e emocional.
É enorme o número de pessoas que permite que “alimentos”
nocivos – pensamentos destrutivos, ansiedade, estresse – conges-
tionem sua mente e comprometam negativamente seu próprio
presente, e consequentemente, seu futuro.
A mente humana precisa de estímulos para criar imagens, es-
tabelecer objetivos, cultivar sonhos e usufruir de conquistas. É
necessário ampliar o campo de visão, estimular os neurônios e
fazê-los movimentar-se rumo à autorrealização. Para isso é neces-
sário, apenas, mais dedicação e persistência, até que finalmente,
nossa mente consiga criar aquilo que queremos. Relaxar, diver-
tir-se e ler são algumas das melhores maneiras para exercitar nos-
sa mente e reunir recursos para criar, ampliar horizontes, viajar
115

Emoções
no mundo da imaginação e caminhar rumo à concretização dos

nossos sonhos. Ao cultivar o hábito da leitura é importante to-
mar cuidado para não cair na armadilha de ser uma pessoa “bem
-informada”, mas que não usa o conhecimento em benefício
próprio, muito menos para contribuir com a melhoria do meio
em que vive.
Qualquer tipo de informação que não gere imagem ou regis-
tro útil para desencadear aprendizados construtivos ou realiza-
ções, torna a mente um grande depósito de lixo. Pouco importa
que digam que gibis, contos infantis ou romances são alternati-
vas fúteis e pobres em conteúdo, pois se alguma história de gibi,
por exemplo, o despertar para uma ideia que poderá mudar sua
vida, então, para você, essa informação vale ouro!
Durante alguns anos trabalhei num grande veículo de comu-
nicação, em São Paulo. Nessa empresa eu tinha acesso a todos
os jornais e, por isso, era bastante cobrado para ser uma pessoa
muito bem-informada. Eu lia tudo para satisfazer as expectativas
dos outros e cheguei a me cobrar muito por isso. Diariamente,
quando chegava ao trabalho, antes mesmo de iniciar as ativida-
des do dia, eu lia minuciosamente todas as notícias. Nessa época,
isso acabou virando uma rotina – 100% obrigação, 0% prazer -
que eu mesmo exigia de mim. Afinal, não admitia a hipótese de
deixar passar despercebido algum acontecimento, caso alguém
mais tarde comentasse sobre o assunto comigo.
Num determinado dia, tive a curiosidade de ir ao arquivo
desse Jornal para obter mais conhecimento e, sem buscar nada
específico, peguei um jornal de 1865. Fascinado com essa via-
gem no tempo, fiquei observando as diferenças entre um exem-
plar daquela época e outro de 1997. Eram nítidos os avanços nas
116

técnicas de impressão, na apresentação das notícias e das ima-

gens, mas, de repente, constatei uma triste realidade: a essência
das informações era exatamente a mesma! Mais de cem anos se
passaram e as notícias sobre economia, finanças, segurança e cri-
se social continuavam quase as mesmas, sem agregar valores de
vida, entusiasmo ou fraternidade. Pelo contrário, faziam crescer
apenas a insegurança, o medo e a desconfiança entre as pessoas.
Todo o fascínio com aquela viagem no tempo desapareceu
naquele exato momento, pois tive a certeza de que estava colabo-
rando com a disseminação de informações, que há anos, vinham
apenas diminuindo o poder de criação do ser humano. Todas
as notícias apenas reforçavam o medo e a violência que até hoje
atraem as pessoas que estão nessa mesma “frequência”, tornando
-as ainda mais inseguras e violentas.
Algum tempo depois recebi uma proposta para um novo de-
safio e, mesmo com um salário cinco vezes menor, pedi demissão
e iniciei uma nova trajetória profissional. Esse desafio me levou
a conquistar tudo o que tenho e sou hoje, além de despertar um
ardente desejo de transmitir para você o que aprendi, na prática,
como tornar nossa vida muito melhor.
Segundo a teoria da Pirâmide do Aprendizado, nós só apren-
demos, ou transformamos de fato algo em nossa vida, quando
saímos da teoria e entramos em ação para vivenciarmos uma
experiência! No gráfico abaixo você verá a taxa média de infor-
mação que somos capazes de absorver, de acordo com o recurso
utilizamos. Em todos os níveis temos a capacidade de aprender
alguma coisa, porém, quando colocamos em prática os ensina-
mentos, 90% do que vivenciamos é realmente apreendido.
117

Emoções
Após 2 semanas,
lembramos:
Colocando em prática
90% do que aprendizado
fazemos Simulando a experiência real ATIVO
20% do que ouvimos PALESTRAS aprendizado

PASSIVO
10% do que lemos LENDO
Este livro não foge à regra. O que estou compartilhando com você
só poderá transformar sua vida se você colocar em prática os exercícios
que proponho em cada capítulo. Se não fizer cada ação proposta, será
apenas mais um conhecimento para entulhar sua mente. É somente
através da AÇÃO que todo conhecimento se torna SABEDORI
118

O homem tem um poder de criação infinito –

o limite está na SUA IMAGINAÇÃO. Treine
sua mente para iniciar a concretização de todos
os seus sonhos primeiro dentro de você!
Toque
Sonhar é viver experiências internas, que, por sua vez,
geram resultados nas suas ações dia após dia. Cada pe-
queno passo hoje poderá levá-lo à realização dos seus
objetivos. Isso só dependerá de suas escolhas. Quando
decidi deixar para trás um trabalho que realizava numa
empresa que eu admirava para assumir, de forma pla-
nejada, novos desafios, eu tive medo, mas agi. Eu me
permiti viver uma nova experiência e despertei o poder
de criação que existe dentro de mim, e que também,
sempre esteve dentro de você. Solte sua imaginação,
permita-se sonhar, inventar, recriar, inovar. As grandes
descobertas da humanidade são resultados de sonhos
que nasceram no coração de uma pessoa. Você pode
“limpar” da sua memória o peso que as gerações passa-
das nos transmitiram, ao cultivarem o medo do “olho
grande” dos outros em nossos projetos, por exemplo.
Isso apenas aponta para o receio que você tem de mos-
trar o que está dentro de você mesmo. E se tivermos
medo de compartilhar nossos sonhos enquanto ainda
119

Emoções
estão “dentro” de nós, como permitiremos que os mes-

mos se tornem realidade? Quando compartilhamos
desejos, na verdade, estamos permitindo que o Uni-
verso reúna todas as pessoas e os recursos necessários
para concretizarmos nossos sonhos!
Ação
Você conhece alguma forma de aguçar o poder de cria-
ção sem exercitar a sua mente? A realização dos nossos
sonhos é resultado do estímulo que provocamos em
nossa mente - leituras, quebra-cabeças, jogos de mon-
tar, jogos de raciocínio, enigmas entre diversas outras
possibilidades. Certamente você se sente atraído a rea-
lizar alguma atividade mental, mas talvez nunca tenha
levado isso a sério porque considerava brincadeira de
criança ou mero passatempo. Então agora chegou o
momento de rever esse conceito. Que tipo de atividade
mental você gosta de realizar? Vamos lá! Escreva agora
abaixo todas as suas opções e escolha até três possibili-
dades para você desenvolver. Faça escolhas que gerem
prazer e o divirtam realmente. Depois reserve no má-
ximo quinze minutos por dia para se dedicar, sem peso
na consciência, a uma delas. O simples fato de quebrar
a rotina já é um exercício altamente benéfico, embora
no começo você tenha a estranha sensação de estar des-
perdiçando seu tempo.
120

Além disso, volte até a página em que você relacionou

seus sonhos. Além de “brincar” um pouco diariamen-
te, você também reservará apenas cinco minutos do
seu dia para imaginar com detalhes a realização daque-
les sonhos que, por muito tempo, ficaram escondidos
dentro de você.
Mentalmente realize todos os seus desejos, exploran-
do cada detalhe. Uma dica para esses sonhos se torna-
rem realidade mais rápido do que você está esperando
é envolver outras pessoas na sua imaginação. Se ficar
à vontade com isso, compartilhe seus sonhos com as
pessoas que você imaginou. Quanto mais pessoas en-
volvemos em nossos sonhos, mais compromisso temos
em concretizá-los. Essas são estratégias poderosas para
que possamos nos comprometer a realizar um sonho.
Vamos lá! Você tem um importante e prazeroso traba-
lho pela frente.
Data para
Atividade mental
começar
121

ca p ít ulo 13
Cortando o cordão umbilical
A concepção de um bebê é a maior dádiva da vida! O proces-

so de geração e desenvolvimento dentro do útero de uma mulher
é intrigante. Hoje, com a extraordinária capacidade de criação
do ser humano, por meio de avançadas tecnologias, é possível
acompanhar minuciosamente o desenvolvimento de um bebê,
com todas as suas funções e características físicas. É realmente
incrível! O homem é dotado de um poderoso poder de criação
e isso tem sido comprovado no decorrer da história da humani-
dade. Neste capítulo desenvolvemos um raciocínio que envolve
o fantástico processo que é a concepção, a gestação e o nasci-
mento de um bebê, num nível que foge ao controle da medicina
tradicional.
Enquanto especialistas têm recursos para acompanhar o de-
senvolvimento físico e determinar o que pode e deve ser feito

Emoções
para uma gestação “física” saudável, há outro aspecto também

em desenvolvimento e pouco acessível, ainda, à ciência e a maio-
ria das pessoas – os fatores emocionais passados de pais para fi-
lhos que vão sendo gerados e desenvolvidos juntamente com o
corpo físico e gravados no nosso inconsciente.
Quando falamos em herança, logo pensamos em transferên-
cia de bens materiais ou de características genéticas, certo? Mas,
também existe a “herança emocional”, a qual é transmitida de
geração em geração e que muitas vezes, por pura falta de co-
nhecimento, não é levada em consideração. Enquanto um bebê
está sendo gerado, ele capta toda a carga emocional vivida pe-
los pais, principalmente pela mãe. Mais tarde, na infância, na
adolescência e/ou na fase adulta esta pessoa pode desenvolver
comportamentos, sentimentos e atitudes que não refletem neces-
sariamente aspectos do seu caráter – trata-se de uma reprodução
inconsciente do que foi vivido e transmitido por seus antepassa-
dos. Para que fique mais claro, vamos recordar alguns aspectos já
tratados neste livro sobre minha própria vida.
Durante boa parte da minha vida tive muito medo e um sen-
timento terrível de rejeição, o que me causava profundo sofri-
mento. Em vão, eu tentava abafar meus conflitos e viver uma
vida aparentemente normal, porém, intimamente, eu estava
sempre em busca de justificativas e culpados para todos os meus
sentimentos e comportamentos negativos. Só passei a compreen-
der a intensa confusão emocional em que eu vivia, ao participar
do meu Treinamento com 20 anos de idade, quando se abriu
um novo e promissor horizonte à minha frente. Nessa ocasião,
o “diálogo” a que submeti os meus aspectos racionais (conscien-
te) e emocionais (inconsciente), fez com que viesse à tona uma
124

parte da minha história de vida que eu mesmo desconhecia. A

partir daí muitas coisas passaram a fazer sentido e eu comecei
a compreender a origem dos muitos conflitos e a dar um novo
significado a cada um deles – algo difícil de traduzir em palavras,
mas extraordinariamente maravilhoso para se vivenciar.
Sou o filho caçula. Meu irmão é quase três anos mais velho.
Quando meus pais confirmaram a gravidez do segundo filho,
que nesse caso era eu, eles estavam em uma fase muito difícil.
Minha mãe, auxiliar de enfermagem, tinha acabado de ser con-
tratada em um hospital. Com o marido desempregado, ela não
poderia deixar passar essa oportunidade e, por isso, decidiu omi-
tir a gravidez. Para fazer os exames de rotina para admissão era
necessário um teste de laboratório, justamente para descartar a
possibilidade de contratação de uma gestante. Para não correr
risco, minha mãe apresentou a urina do meu pai para fazer o tes-
te. Assim ela foi contratada e sua barriga teve que ficar escondida
embaixo de apertadas roupas por quase sete meses. Por mais que
se esforçassem meus pais não encontravam motivos para se ale-
grar com a minha chegada. Talvez o período da minha gestação
tenha sido aquele em que a minha mãe mais chorou de tristeza,
decepções e privações em toda sua vida.
Todos os pensamentos, sentimentos e comportamentos dos
meus pais foram entendidos pelo meu inconsciente como extre-
ma rejeição à minha vinda naquela família, e não ao possível so-
frimento que mais um filho, seja ele quem fosse, poderia passar.
“Uma mãe não rejeita seu bebê, mas sim todas as situações
negativas que podem ser geradas com o nascimento dessa
nova vida.”
125

Emoções
Ao nascer, mais um fato: enfrentei a decepção dos meus pais

por eu não ter sido uma menina – eles queriam “encerrar a fá-
brica” com um casal e eu cheguei para atrapalhar seus planos – o
que me fez interpretar, mais uma vez, como uma rejeição.
O turbilhão de emoções que meus pais viveram durante mi-
nha gestação foi captado pelo meu inconsciente como uma men-
sagem muito forte de rejeição, pois eu ainda não tinha recursos
para compreender, durante a minha gestação, os reais motivos
que estavam por trás de cada pensamento e atitudes dos meus
pais – eles estavam fazendo o melhor que sabiam, e podiam, na-
quele momento.
As raízes de todos os meus medos estavam fincadas num ali-
cerce que eu havia criado, inconscientemente, durante a minha
gestação. Família é a base mais sólida que um ser humano pode ter
e criar, então, como eu poderia sentir-me seguro, se o meu incons-
ciente tinha “interpretado” que a pessoa que eu mais amava e que
deveria me proteger, havia me rejeitado durante minha gestação?
Imagine então o que se passava em minha cabeça: acreditando a
partir da minha “perspectiva de bebê” que a minha mãe havia feito
isso comigo, o que então eu poderia esperar do mundo?
Sempre fui muito apegado ao meu pai porque, de alguma
forma, entendia que a minha mãe havia me rejeitado. Os medos
inexplicáveis que eu sentia eram, na verdade, uma reprodução do
que eu vivi na minha gestação. Mas, como eu poderia entender
tudo isso se a minha razão não tinha consciência das interpreta-
ções que um dia eu gravei no meu inconsciente?
Talvez as informações deste capítulo não estejam sendo di-
geridas por você com tanta facilidade, porque parecem nos le-
var para um território desconhecido e isso assusta a princípio.
126

Porém, quando você passar a compreender o poder do nosso

inconsciente e desejar intensamente assumir o leme da sua pró-
pria vida, perceberá que tudo o que leu até aqui realmente faz
total sentido. Com este livro você está sendo orientado a dar os
primeiros passos nessa trajetória em busca de respostas dentro de
você mesmo, e não mais, fora!
Todos nós temos a tendência natural para achar culpados
pelos nossos fracassos e frustrações e, durante muito tempo, eu
também fiz isso com muitas pessoas ao meu redor. E não existe
“bode expiatório” melhor do que nossos próprios pais; afinal de
contas, foram eles que nos colocaram nesse mundo, reconhecido
por muitos, como um lugar cruel e amargo. O discurso de mui-
tas pessoas, especialmente adolescentes que estão começando a
sentir o poder negativo dos registros gravados em seus incons-
cientes, é que os pais têm que se virar para encaminhar seus fi-
lhos, mesmo que, para isso, seja necessário anular suas próprias
vidas. Essa história vem se repetindo geração após geração, com
milhões de famílias.
Nossos pais foram os transmissores genéticos de toda a nossa
bagagem emocional, em desenvolvimento desde a nossa gesta-
ção. Durante o período que passamos no útero materno, além
da formação física, toda nossa estrutura emocional também é
definida e, mais tarde, ditará as regras de como nos relacionare-
mos com o mundo.
Essa trajetória só sofrerá alteração se trouxermos à consciên-
cia tudo o que aceitamos como verdade absoluta durante nossa
gestação e infância, época em que não tínhamos experiências
nem recursos para sabermos o que de fato é real e/ou bom para
nós mesmos. Porém, agora temos a escolha de redefinir nossas
127

Emoções
memórias negativas, baseados em nossa experiência de vida e

muito mais conscientes do que é ser uma mãe ou um pai. As
interpretações que um dia foram absorvidas sem nenhum parâ-
metro do que era bom ou ruim para nossas vidas podem ser rein-
terpretadas – você não pode alterar os fatos que ocorreram na sua
vida, mas pode dar quantos significados quiser para os mesmos
– e são esses que, no fim das contas, criam as nossas experiências.
A menos que você seja de outro planeta, todos os seus re-
lacionamentos, familiares ou não, são permeados e conduzidos
pelo maior medo de todo ser humano: ser rejeitado por aqueles
que amamos ou por qualquer pessoa que nos rodeia. Esse medo
acaba gerando relacionamentos distantes e conflituosos apenas
para que obtenhamos uma atenção “negativa” através das brigas
e discussões, pois não aprendemos a conquistá-la de uma forma
positiva, pedindo ou dando o amor que tanto desejamos.
Resgatar relacionamentos não é algo fácil, ainda mais quando
não entendemos os motivos da aversão ou distância do outro. A
história de uma pessoa que passou pelo Treinamento, do qual
hoje sou um facilitador, me chamou muito a atenção. Durante
muitos anos, o relacionamento dela com o pai foi marcado por
conflitos, acusações e mágoas. Ela não entendia exatamente o
motivo, mas a simples presença da figura paterna gerava nela
enorme mal-estar e muito medo.
Durante o processo vivido no seu Treinamento, ela compre-
endeu que os sentimentos que nutria por seu pai, na verdade,
eram reproduções de sentimentos que não eram seus e sim da
sua mãe, vivenciados por ela na época da sua gravidez e que,
atualmente, já não existiam, uma vez que seus pais passaram a
viver bem e felizes após essa fase turbulenta da vida deles. Ao se
128

submeter a um “diálogo” entre seu consciente e seu inconsciente,

todo o amor e o carinho que no seu íntimo sentia pelo pai foram
despertados. Isso não é um passe de mágica e sim um profundo
processo capaz de trazer qualquer pessoa à sua própria realidade
e emoções atuais, sem precisar reprojetar no nosso presente o que
vivemos num passado que já não existe mais.
Nos últimos momentos do Treinamento ela estava ansiosa
para retornar à sua casa e reencontrar a família, principalmente
seu pai, e revelar com gestos e palavras todo o seu amor que
durante muito tempo ela sentiu, mas que, até aquele momen-
to, nunca havia conseguido expressar. Essa história traduz o que
acontece com a maioria das pessoas que se permitem desvendar
as memórias negativas que sempre estiveram gravadas no seu
próprio inconsciente, só que da perspectiva de um bebê, e, por-
tanto, mal interpretadas.
Só deixamos de transmitir aos nossos descendentes a heran-
ça emocional que recebemos de nossos pais quando tomamos
consciência do nosso próprio “processo” inconsciente e, então,
conseguimos dar o que tanto queríamos receber. Quer atenção,
dê atenção; quer amor, dê amor; quer carinho, dê carinho... ex-
perimente, faça isso AGORA! No início parecerá falso ou artifi-
cial dizer “eu te amo” para determinadas pessoas, principalmente
seus pais, afinal você passou toda a sua vida sem fazer isso. Mas,
ainda assim, apenas faça e sinta a alegria de expressar todos os
seus sentimentos por quem ama!
O relacionamento familiar é a base para todos os outros e nos
permite a oportunidade de treinarmos a demonstração de amor.
Mesmo que você não aceite, lá no fundo, quase tudo o que fa-
zemos em busca dos nossos maiores sonhos é para demonstrar
129

Emoções
para as pessoas que mais amamos a nossa capacidade e, prin-

cipalmente, recebermos o reconhecimento e o amor que tanto
queremos e precisamos, ao realizar algo. Aliás, que graça teria se
você conseguisse realizar seu maior sonho e não tivesse as pessoas
que realmente ama para compartilhar essa alegria?
A força criadora das maiores realizações no nosso mundo é o
anseio por dar e receber AMOR – sem ele nada faria sentido. Por
outro lado, o medo de não ser reconhecido e amado nos faz en-
frentar barreiras quase intransponíveis, porque não conseguimos
suportar o sentimento de “não fazer parte” de uma família, de
um grupo ou de uma equipe.
Enquanto estamos no útero da nossa mãe somos ligados fi-
sicamente a ela pelo cordão umbilical. Após o nascimento,
esse elo é cortado. Mas a ligação emocional (memórias do nos-
so inconsciente) permanece, como um turbilhão de emoções.
Compreender e ter consciência da “raiz” dos medos que teima-
vam em me barrar e dos sentimentos conflituosos que me aterro-
rizavam, fez total diferença para que me sentisse capaz de realizar
tantas coisas na minha vida, inclusive este livro. Muito provavel-
mente eu nem teria constituído família, se continuasse permitin-
do que fosse reproduzida na minha vida a ação dos “fantasmas”
que aterrorizaram meus pais, avós e bisavós. Rompi esse “cordão
emocional” e você pode fazer o mesmo!
Você tem vivido plenamente a partir de decisões conscientes
ou tem apenas reproduzido sempre os mesmos comportamentos
e sentimentos que “explodem” do seu inconsciente? Tudo o que
é assimilado no nível da emoção deve ser entendido e repro-
gramado na mesma base. Agora, olhe para o seu interior e seja
extremamente sincero com você mesmo:
130

• Quantas vezes você já teve sentimentos negativos com re-

lação aos seus pais, sem nenhum motivo aparente?
• Como tem sido o relacionamento com seu cônjuge, fi-
lhos, amigos e colegas de trabalho?
• É frequente na sua vida o sentimento de desconfiança,
insegurança e desconforto?
Essas perguntas são extremamente importantes para levá-lo à com-

preensão do que verdadeiramente se passa no seu interior (inconscien-
te). Sugiro, agora, que você feche os seus olhos e deixe essas questões
ecoarem em seu interior. Sem permitir dúvidas sobre seus sentimentos,
simplesmente aceite, com todo amor, o que “sua criança” vem sentindo
há tantos anos.
131

Emoções
“As memórias negativas gravadas no nosso in-

consciente podem transformar-se em algo fas-
cinante, quando as aceitamos e permitimos que
elas venham à tona por meio de um “diálogo”
entre a nossa razão e a emoção!”
Toque
Se você começou a leitura deste tópico sem antes pen-
sar nas questões que levantei nas linhas anteriores,
então pare por aqui mesmo. Passar adiante sem essa
reflexão pode ser mais um boicote do seu inconsciente,
e esse “pequeno detalhe” pode fazer uma grande dife-
rença para o resto da sua vida!
Atitudes agressivas, rebeldes, indiferentes, sarcásticas
e/ou críticas também demonstram a necessidade de
atacar e de rejeitar para não ser rejeitado. Uma pes-
soa emocionalmente segura não tem do que fugir, nem
motivos para atacar!
Você pode aprender a “escutar” seus pensamentos e a
traduzir seus sentimentos. Neste momento, eu o in-
centivo a revirar suas memórias negativas e colocar em
prática o que aprendemos com a técnica do “Hoópo-
nopono”. Lembra-se? Para construirmos nossos so-
nhos é necessário “limpar” o terreno – nossas memó-
132

rias negativas do passado – mesmo que esse passado

“esteja”, ainda, adormecido na sua gestação. Respire
fundo e faça a reflexão sugerida. Este é um importante
investimento para a sua própria vida. Lembre-se que
está fazendo isso para você mesmo, e que se enganar
é o que talvez você venha fazendo consigo mesmo até
hoje. Chegou a hora de assumir o que você realmente
quer, parar de reclamar e agir!
Ação
Quem são as pessoas que vivem sob o mesmo teto que
você neste momento? Seus pais, esposa ou marido, fi-
lhos, avós? Se não estiver vivendo ao lado das pessoas
que ama, então você colocará em prática estas orienta-
ções tão logo as encontre, certo?
Respire fundo e vá ao encontro da pessoa que você
mais ama e a abrace como se fosse a última vez que
terá a oportunidade de expressar seu amor e carinho
(até porque nunca teremos a certeza de uma próxima
chance). Olhe nos olhos dela e diga “eu te amo”.
Se não estiver acostumado a fazer isso esteja prepara-
do para um turbilhão de perguntas do tipo: “você está
doente?”, “está precisando de dinheiro?” ou “você fez
alguma coisa errada?”. Mantenha a naturalidade e não
se abale com os comentários, afinal as pessoas que você
ama não estão acostumadas a receber o seu amor. Quan-
133

Emoções
do fizer isso uma barreira será rompida, mas não fique

achando que a sua parte acabou aqui. Você agora tem
a incumbência de tornar esse gesto um hábito. Quan-
do não estamos acostumados a esse tipo de atitude, leva
um tempo para que se torne natural, tanto para você
quanto para as pessoas que você ama. Quando damos e
recebemos amor, carinho e atenção tudo parece ficar na-
turalmente mais fácil – o amor lança fora todo o medo.
Onde há luz, desaparece a escuridão.
Assim como tantos outros compromissos, anote como
prioridade na sua agenda, um dia da semana para você
abraçar e dizer “eu te amo” para a sua família. Mas cui-
dado com exageros! É uma armadilha estabelecer esse
contato como uma tarefa diária, pois será demais para
você mesmo – temos a tendência a exceder com com-
promissos e responsabilidades para, depois, não fazer-
mos nada. Comece com doses pequenas, mas constan-
tes. Crie o hábito de conversar com seus familiares pelo
menos duas vezes por semana durante quinze minutos.
Por mais incrível que pareça, a maior parte das pessoas
não conversam com seus familiares e se isolam por não
saber de que maneira iniciar uma conversa ou novos re-
lacionamentos. Encontre a sua forma de colocar isso em
prática, seja atraindo a atenção com um elogio sincero,
perguntando como foi o dia da pessoa ou demonstrado
interesse sobre questões profissionais ou escolares.
Lembre-se que o nosso maior medo é o de sermos rejei-
tados, e uma maneira simples de garantir quase 100%
134

de que receberemos a atenção que buscamos é iniciar

qualquer conversa fazendo perguntas sobre a vida des-
sa pessoa e ouvir atentamente as suas respostas. Todos
nós adoramos falar sobre nossa vida e histórias! Com
o tempo você verá que o resultado dessa simples ação
será maravilhoso.
Conversar/ dizer
Data/Horário
“Eu te amo” para
135

ca p ít ulo 14
Passe à frente o seu maior dom
A Terra é habitada atualmente por mais de sete bilhões de

pessoas e, mesmo assim, jamais encontraremos um ser humano
igual ao outro. VOCÊ É ÚNICO! A sua impressão digital de-
fine com minuciosa particularidade a pessoa exclusiva que você
é. E é mais impressionante ainda quando temos consciência de
que não nascemos por mero acaso, e sim para realizarmos um
propósito maior e que, para isso, é necessário usarmos nossos
dons e talentos. Você, eu e TODO ser humano neste mundo,
somos portadores de um atributo específico que deve ser utiliza-
do em nosso próprio benefício e, também, para o bem-estar da
humanidade.
Quais são os SEUS dons e talentos? Por favor, não venha me
dizer que não tem nenhum! Você pode até justificar que ainda
não sabe quais são, ou ainda, admitir que prefere se manter na

Emoções
sua zona de conforto para não ter trabalho de desenvolver o que

existe de melhor em você. Mas, afirmar que não tem nenhum
talento é um grande erro e desperdício da sua parte. Aliás, esta é
uma lamentável tendência de muita gente – encontrar justifica-
tivas para se isentar das suas responsabilidades.
Temos dons e talentos para que sejam manifestados através
dos nossos contatos diários com outros seres humanos, indepen-
dentemente do nosso grau de instrução e conhecimento. Em
alguma área você é um “expert”. A questão é que muitas pesso-
as não reconhecem suas próprias competências como algo espe-
cial, exatamente por ser algo tão natural de ser realizado por ela.
Esta é outra herança emocional que faz com que muitas pessoas
subestimem a si mesmas, deixando de valorizar-se e perdendo
grandes oportunidades nas suas vidas. Desconhecem o quanto
é fundamental desatrelar o valor intrínseco dos seus talentos da
importância que a sociedade lhes dá, de acordo com sua pró-
pria cultura ou momento histórico. A sociedade vai mudan-
do o valor que estabelece a determinado talento de acordo com
a quantidade de pessoas que o mesmo movimenta. Há mais
ou menos cinquenta anos, ser jogador de futebol, por exemplo,
era um ofício pouco valorizado. Hoje, um profissional da área,
quando reconhecido, tem o seu talento sobrevalorizado e chega
a ganhar milhões de reais.
A Parábola dos Talentos, descrita na Bíblia Sagrada, no
Evangelho de Mateus, capítulo 25, diz que um Senhor, pronto
para uma longa viagem, sem previsão de retorno, reuniu três de
seus servos e para cada um entregou 5, 2 e 1 talentos. Os bens
foram distribuídos de acordo com a capacidade de administração
de cada um.
138

Na ausência do Senhor, os homens mantiveram a rotina de

trabalho, sem tirar a atenção daquilo que havia sido deixado
sob sua responsabilidade. Os dois primeiros tiveram a mesma
atitude: saíram para fazer negócios e obtiveram resultado pro-
porcional aos bens investidos. O que havia recebido apenas um
talento agiu de forma diferente. Muitos anos se passaram e, sem
avisar, o Senhor voltou. Logo chamou à sua presença seus ser-
vos e pediu que cada um deles apresentasse o que foi feito dos
talentos deixados sob sua responsabilidade: o que havia recebi-
do cinco, apresentou mais cinco; o que recebeu dois, também
apresentou o dobro; o que havia recebido um, não apresentou
nenhum rendimento, apenas o talento recebido, acompanhado
de desculpas e justificativas. Por medo de não conseguir fazer o
melhor com aquilo que havia recebido, ele simplesmente enter-
rou o seu talento! Lamentavelmente, tem muita gente fazendo
a mesma coisa.
Temos o livre arbítrio e cada um de nós pode fazer três coisas
com nossos dons e talentos:
• Ignorá-los
• Escondê-los
• Multiplicá-los
Os dois primeiros servos da parábola souberam fazer o me-

lhor daquilo que foi colocado em suas mãos. Um deles simples-
mente desperdiçou o seu talento e a oportunidade de expressar o
que havia de melhor em si mesmo.
Uma das armadilhas que desvia a atenção de muita gente para
o reconhecimento de seus talentos é o fato de que nestes não há
139

Emoções
nada de excepcional para quem os desenvolve com naturalidade.

Todos nós temos dons e talentos. Alguns podem estar adormeci-
dos, outros, ainda desconhecidos, mas eles existem para que se-
jam usados no decorrer da nossa existência. A forma como mui-
tas pessoas vêm direcionando suas emoções é que as impedem de
usar seus talentos. Porém, quando temos a consciência de que o
medo de expressar o que temos de melhor existe, e agimos usan-
do a energia desencadeada por ele, essa emoção pode contribuir
para a transformação do nosso mundo!
Quando o pesquisador japonês Dr. Masaru Emoto investiu
tempo, dedicação e persistência para chegar à conclusão de que
pensamentos e emoções podem interferir e ser “materializados”
em partículas de água, talvez ele nem imaginasse a reviravolta
que isso causaria no nosso mundo. Enquanto realizava suas ex-
periências, ele simplesmente usava com naturalidade o talento
que tinha para enxergar o que era, até então, improvável para a
maioria das pessoas.
Quais são seus dons e talentos? Se a pergunta é difícil de res-
ponder então vamos mudar o foco. Quais são as atividades que
você realiza com facilidade e que, por várias vezes, as pessoas ao
seu redor o elogiam por tais habilidades? Mantenha essa linha de
raciocínio e certamente descobrirá o seu maior talento.
Existem pessoas dotadas do dom da conciliação. Quando há
qualquer situação de conflito ela logo é consultada ou chamada
para tentar transformar a discórdia em acordo. Outras têm o ta-
lento para alegrar ambientes e divertir as pessoas. Existem aque-
las que, numa reunião de família, o lugar evidente para encontrá
-la é entre a criançada. Esses e tantos outros exemplos apontam
para um dom específico.
140

Quando a pessoa sabe qual é o seu talento e procura colo-

cá-lo a serviço de outros, ela evolui e todos ganham. Acontece
um desdobramento do conhecimento, das associações de ideias,
da forma como captamos novas informações. Você se lembra da
Pirâmide do Aprendizado sobre a qual falamos anteriormente
no capítulo sobre o Poder de Criação? Nela está indicado que o
percentual mais elevado da capacidade de aprendizado está jus-
tamente quando colocamos em prática o que sabemos fazer –
quando faço ou ensino, eu aprendo mais.
A grande oportunidade de desenvolvermos muito mais rápido
e multiplicarmos nossos dons e talentos é transmitindo-os para
pessoas que nunca poderão nos retribuir. A questão do volunta-
riado e da sustentabilidade ambiental que, no Brasil, felizmente
vêm sendo tratados de forma cada vez mais séria, tem em sua
essência o desenvolvimento de muitos dons e talentos – onde po-
demos dispor daquilo que melhor sabemos para contribuir com
toda a sociedade e o meio ambiente.
O momento em que mais aprendemos qualquer coisa é quan-
do colocamos em prática e ensinamos a alguém. Assim, a melhor
maneira de contribuirmos, de fato, para a mudança de vida das
pessoas que estão à margem da sociedade é despertando nelas
seus próprios talentos e a vontade de um dia dar o melhor de si
em benefício do outro. Mas, para isso, precisamos amadurecer
esse desejo dentro de nós e aperfeiçoá-lo, doando a cada oportu-
nidade o que recebemos de graça da Vida – nosso Dom!
Segundo estatísticas, 54% dos jovens brasileiros querem ser
voluntários, mas não sabem por onde começar. Com esse enga-
jamento, muitos problemas que o governo não consegue resol-
ver seriam solucionados. Somente 7% dos jovens brasileiros são
141

Emoções
voluntários, contra 62% nos Estados Unidos – esses números

refletem uma delicada questão nacional. Mas, por que isso acon-
tece? O medo. Surge aqui novamente um sentimento natural,
com poder incrível, como um grande vilão. Quando não assumi-
mos nossos medos, perdemos a oportunidade de crescer e, ainda,
impedimos a multiplicação das nossas iniciativas. A partir do
momento em que me disponho a fazer o bem para o outro, as
chances de ele repassar isso adiante são enormes. Deveríamos ser
estimulados, desde a nossa infância, a usar essa energia e tomar
atitudes que podem mudar nossas vidas e o mundo. Deveria ser
natural fazermos o bem sem olhar a quem e sem nos deixar bar-
rar pelo medo.
Num segundo Treinamento que tomei a iniciativa de participar
para dar continuidade ao meu processo de evolução, senti o quanto
é importante passar adiante os meus dons e talentos; logo comecei a
estruturar uma forma de ajudar o próximo sem tirar o foco da minha
carreira profissional – uni o útil ao agradável. Sou apaixonado pelo
trabalho que desenvolvo e tenho plena convicção de que por seu inter-
médio é possível aperfeiçoar os meus próprios dons e ainda incentivar
as pessoas para que despertem os seus talentos também. Tudo o que
aprendi, e ainda aprendo, coloco em prática na minha vida pessoal e
profissional.
Com a consciência da importância de passar adiante o que tem trans-
formado a minha vida, venho transmitindo para jovens de baixa renda,
que buscam uma chance de melhorar suas próprias vidas e fazer uma
história diferente e bem-sucedida, orientações, estratégias e aprendizados
para que eles também possam desbravar territórios inexplorados e reali-
zar seus próprios sonhos, como eu mesmo fiz na minha vida, porque um
dia tive orientação e ajuda de pessoas com grandes talentos.
142

Tem muita gente que, assim como eu, utiliza seus talentos no exer-
cício da sua profissão. Diferente do que muitos ainda acreditam, o
trabalho remunerado deveria ser extensão daquilo que você tanto gosta
de fazer e, de alguma forma, entender que é através dele que poderá
colaborar com o próximo. Ao compreender isso, percebemos que tudo
está interligado! Se eu faço o que gosto, sinto-me satisfeito; se passo
isso à frente, gero resultados maravilhosos, e ainda consigo a satisfação
de outras pessoas. Se o outro, por intermédio daquilo que recebeu,
passa a viver de uma forma diferente e melhor, está concretizada uma
transformação no mundo.
Nossos dons e talentos existem para gerar evolução para todos nós.
Eles devem ser multiplicados, aperfeiçoados e tratados como algo mui-
to precioso. Cada um de nós é responsável por esses atributos em nos-
sas vidas. Compreende isso? Então, seja bastante sincero consigo mes-
mo: seus dons e talentos fazem parte de um problema ou da solução
para você e as pessoas que o cercam, ou estão simplesmente trancados
dentro de você, por medo?
143

Emoções
“Quando cada um de nós assumir o medo que

temos de mostrar ao mundo nossas riquezas in-
teriores e, apesar deste medo, colocarmos em
movimento os dons e os talentos que nos foram
concedidos de graça, o mundo será muito mais
próspero e feliz para todos!”
Toque
Temos o poder de criar, transformar e reinventar o
que desejamos. A única condição para que isso seja
realidade na minha e na sua vida é assumirmos nosso
próprio potencial. Isso implica reconhecermos nossos
dons e talentos e fazer como os dois servos da Parábola
dos Talentos, que multiplicaram aquilo que ficou sob
a responsabilidade de cada um. Aqueles que, como o
terceiro servo, apenas zela por aquilo que tem, sem ex-
plorar e desbravar territórios que nos levam a enxergar
novos horizontes, não usufrui o melhor da sua vida e
em nada contribui para o mundo.
Vida é energia, ação e movimento. Existimos para
cumprir uma missão nesse mundo, e isso só se con-
cretizará na sua vida quando você estiver pronto para
conquistar seus sonhos, vencer desafios, reconhecer
seus medos e, com eles, continuar a sua trajetória. O
144

número de justificativas, barreiras e impedimentos que

podem surgir para pará-lo é incontável. A decisão é
sua. Se você não definir o que quer fazer com seus
dons e talentos, tenha a certeza de que muitas pessoas
ao seu redor estão “prontas” para comandar a sua vida.
Não desperdice o que há de mais precioso em você.
Se ainda não sabe quais são, descubra e assuma seus
talentos e fique atento para mantê-los constantemente
em aperfeiçoamento, usufruindo do melhor para você,
para as pessoas que estão ao seu redor e para toda a
sociedade.
Uma forma interessante de colocar isso em prática é
engajando-se em algum trabalho social. Já imaginou
a diferença que você pode fazer oferecendo o seu dom
e talento a serviço de alguma obra social – asilo, or-
fanato, hospitais, instituições ambientais ou casas de
recuperação? A maioria das instituições carece de cola-
boradores em diversas áreas e não os mantém por falta
de recursos financeiros. Você pode ser um deles!
Ficarei muito feliz em ouvir de você mesmo os benefí-
cios que vem recebendo por apenas estar “devolvendo”
para o Universo aquilo que recebeu gratuitamente.
145

Emoções
Ação
Por alguns minutos pare e pense: quais são as ativida-

des que você mais gosta de realizar? Relacione abaixo
todas elas. Isso inclui atividades como cantar, dançar,
cozinhar, falar idiomas, tocar um instrumento, usar
diferenciados recursos tecnológicos ou até coisas que
você gosta de fazer em benefício próprio, como cuidar
do seu corpo, do seu carro ou moto, organizar a sua
casa ou apoiar e orientar amigos em suas carreiras e
relacionamentos pessoais. Em geral esse atributo já é
usado por você normalmente para o seu crescimento
profissional, mas também pode estar escondido por
medo de perceber o poder que existe dentro de você.
Agora, feche os olhos, respire fundo e imagine-se rea-
lizando cada atividade que você colocou na sua lista.
Ao passar por cada uma, perceba em qual delas você
se sente completamente envolvido e feliz. Esse é o seu
maior dom! Se você ainda não o utiliza na sua profissão
dê um jeito de usá-lo de alguma maneira e, principal-
mente, ensine-o para as pessoas que realmente preci-
sam e não poderão retribuir com nada, a não ser uma
eterna gratidão. Perceba a felicidade que isso trará à
sua vida!
Estabeleça uma data, de preferência num dia de folga
(a sua próxima folga), para visitar instituições que são
adequadas àquilo que você quer ensinar – o dom que
146

você acabou de descobrir. Faça antes uma pesquisa vir-

tual e separe apenas três ONG’s que mais o agradam e
que sejam próximas à sua residência, pois se escolher
algum lugar muito distante será mais um empecilho e
desculpa para você usar todas as suas folgas apenas para
ficar jogado no sofá.
Inicie um trabalho voluntário no seu tempo livre, nem
que isso seja uma vez por ano, mas que essa primeira
vez seja no máximo até a semana que vem. Caso con-
trário, surgirão diversos compromissos para impedi-lo
de fazer o que você mesmo definiu para o seu tempo.
Então, comece a AGIR agora mesmo.
Atividades Começar a
que eu gosto! ensinar em:
147

ca p ít ulo 15
O tempo mais precioso

da sua vida
Você tem consciência do que está fazendo com o maior

presente que recebeu da Vida? Teoricamente, “tempo” é apenas a
sucessão de horas, dias e anos que envolvem a noção de presen-
te, passado e futuro ou, simplesmente, o momento ou a ocasião
apropriada para que alguma coisa se concretize. Na prática, em
nossas vidas, tempo é algo muito mais abrangente e precioso.
Envolve a essência do que viemos fazer nesse mundo e o perí-
odo que temos para manifestar todo o potencial que podemos
expressar, ou não.
O que normalmente deixamos passar despercebido, por
medo de enxergar a realidade nua e crua, é que esse “presente”
– o tempo – passa e nunca mais volta. Por isso é tão importante
vivermos intensamente cada segundo, por mais simples que cada

Emoções
momento possa parecer. Neste momento, por exemplo, você

está lendo este livro e, assim espero, procurando assimilar todo o
seu conteúdo, que trata da realização dos seus sonhos como algo
extremamente importante e vital para você viver intensamente
todos os instantes da sua vida.
Se no decorrer de cada linha você não vem sentindo o prazer
da possível concretização dos seus sonhos é porque, muito prova-
velmente, está apenas sobrevivendo. Essa acomodação ou apatia
não faz parte da essência natural de nenhum ser humano. Pessoas
nessas condições começam, inconscientemente, a dar outro sig-
nificado à sua existência, o qual normalmente é representado por
doenças físicas e/ou emocionais, pois a energia acumulada para
gerar saúde e vida não encontra espaço para fluir e realizar o que
lhe foi designado: expressar totalmente quem somos e o que que-
remos realizar... nossos sonhos!
A necessidade de um planejamento para que seja possível
alcançar os nossos sonhos tem sido bastante enfatizada em mui-
tos livros. A questão é que tem muita gente que confunde essas
orientações e acreditam que basta imaginar hoje, para realizar
amanhã. Essas pessoas, em geral, vivem com o coração no pas-
sado e a cabeça no futuro, desperdiçando o melhor do “aqui e
agora”.
Frequentemente, eu mesmo tenho que policiar meus pensa-
mentos para não entrar nessa armadilha. Trago à minha cons-
ciência que o passado não volta nunca mais. Dele posso apenas
aproveitar as experiências para melhorar a minha vida hoje. Já
o futuro é uma possibilidade e, para que eu possa colher bons
frutos amanhã, preciso viver intensamente o momento presen-
te. Para isso, tenho um planejamento detalhado de tudo o que
150

O tempo mais precioso da sua vida
quero realizar em todas as áreas da minha vida, mas, acima de

tudo, mantenho os pés no momento presente. É a minha atitude
hoje que fará diferença no futuro... que ainda é apenas futuro. A
única certeza que temos é o AGORA!
Enquanto escrevo cada capítulo deste livro faço planos para o
dia do lançamento, para as estratégias de divulgação, entre tantas
outras coisas. Porém, apenas imaginar tudo isso não fará do meu
sonho uma realidade. Preciso entrar em ação e, para isso, reservei
tempo para construir cada parágrafo que você está lendo. Minha
concentração neste momento está no presente, nas sementes que
eu devo semear agora. Se eu pulasse esta etapa, o projeto deste
livro nunca se tornaria realidade.
O estresse, conhecido hoje como a doença do século, é uma
das consequências na vida de pessoas que se mantêm “antenadas”
em tudo, menos nas suas próprias necessidades de hoje. O tempo
mais precioso da sua vida é o AGORA.
Você está desperdiçando o seu tempo num passado que

nunca mais voltará ou vivendo o momento presente e pre-
parando o terreno para um futuro promissor?
O período mais importante em nossas vidas coincide com os

anos mais produtivos. Certamente você conhece alguma pessoa
que vive esperando o tempo da sua aposentaria para, a partir daí,
segundo ela, começar a viver de verdade. Isso, lamentavelmente,
tem sido muito mais comum do que a maioria das pessoas pode
imaginar. Muita gente tem esperado desesperadamente por uma
aposentadoria, sem se dar conta de que nessa fase já não teremos
a mesma energia para desfrutar da vida e da companhia das pes-
soas que amamos.
151

Emoções
Pessoas com essa mentalidade são aquelas que trabalham ar-

duamente, com o objetivo apenas de sobrevivência ou para acu-
mular bens materiais, sem aproveitar de fato a vida. Geralmente,
atuam num segmento profissional que não as atrai e consideram
que para justificar o salário mensal é necessário muito sacrifício.
Sem dúvida, elas não têm consciência de quais são seus dons e
talentos, muito menos do poder que possuem de criar, transfor-
mar e recriar o que elas mesmas estão vivendo.
A vida é movimento, é energia e sempre tem o melhor para
nos oferecer. Tudo o que nos rodeia é sempre influenciado pela
nossa vibração e pensamentos conscientes, mas principalmente
inconscientes! O local de trabalho e a atividade que exercemos
exigem a nossa dedicação durante a maior parte do dia. Passamos
mais tempo trabalhando do que ao lado das pessoas que ama-
mos. Por isso é tão importante aliar prazer à sua atividade profis-
sional, seja ela qual for!
Os Treinamentos que ministro são verdadeiros laboratórios de
aprendizagem. Durante esses quase quinze anos, tenho observado
que um número muito grande de pessoas tem o trabalho como
uma obrigação e tentam separar de forma radical o que é vida pes-
soal, profissional, social e lazer. Parece até que dá para apertar um
botão liga/desliga para cada momento da nossa vida. São frequen-
tes os casos de pessoas que seguem determinada profissão somente
para manter a tradição familiar ou para realizar o sonho dos pais
e, consequentemente, “enterram” seus próprios sonhos e desejos.
Vivem remoendo o passado ou na expectativa de um futuro me-
lhor e não encontram forças para encarar o próprio presente.
Quando o trabalho está alinhado à nossa missão ou propó-
sito de vida, ocorre uma alteração positiva na nossa trajetória
152

e é notável a ascensão e a concretização dos nossos sonhos. Eu

comecei a trabalhar aos treze anos. Já vendi de sacos de lixo a
planos funerários, fui office boy numa repartição pública e ope-
rador de telemarketing (aqueles que ficam ligando para oferecer
produtos ou serviços), atuei em várias empresas até chegar a este
Treinamento. Enquanto eu não tinha consciência da minha mis-
são, muito menos da importância de se aproveitar cada segundo
da minha existência, eu vivia insatisfeito e sempre buscando um
culpado para justificar minha infelicidade, ou então tomando
remédios para curar doenças que eu mesmo estava “criando” por
não estar no meu caminho.
Depois de fazer meu Treinamento, descobri o que sempre es-
teve dentro de mim, o verdadeiro sentido da minha vida e hoje
tenho todas as minhas metas alinhadas à minha missão. Sempre
gostei muito da área de vendas, mas no meu íntimo eu sabia que
tinha potencial para fazer muito mais. Porém, o medo, durante
muito tempo, me impediu de crescer e realizar tudo aquilo que
eu queria. A falta de entendimento de como administrar suas
emoções faz com que muitas pessoas acabem fugindo ou se es-
condendo atrás de outras, perdendo grandes oportunidades na
vida. E perder oportunidades significa deixar escoar pelas pró-
prias mãos o momento presente.
Para muitos, “agir” representa colocar-se em situação de ex-
posição e correr o risco de ser rejeitado. Enganosamente, consi-
deram mais fácil ou seguro viverem firmados em recordações ou
na expectativa de um amanhã melhor, ao invés de assumir seus
sentimentos e realizar hoje. As pequenas tarefas nos conduzem
a grandes conquistas, mas também exigem comprometimento.
Para aproveitarmos o tempo precioso que nos foi concedido pela
153

Emoções
vida, precisamos colocar em prática dia após dia pequenas ações

a partir de agora.
O que você está fazendo com o presente mais precioso da sua vida?
A sua resposta sincera fará total diferença para a sua vida. No próximo
capítulo serão abordadas questões importantes sobre vibração, energia
e dinheiro. A importância que você dá ao seu tempo está diretamente
relacionada à sua condição financeira, ao seu relacionamento com as
pessoas que você ama, às suas realizações e à concretização dos seus
sonhos. Afinal, se você deseja transformar sua existência em algo real-
mente significativo, vale a pena refletir sobre essas questões.
“Tudo no Universo tem um propósito,

principalmente, suas emoções. Você pode
transformá-las em aliadas para realizar seus
SONHOS. Suas escolhas e atitudes HOJE de-
terminarão sua condição de vida AMANHÃ!”
Toque
Assumir que temos medo de ficar expostos e correr o
risco de sermos rejeitados e criticados é muito impor-
tante – digamos que representa um bom trecho da nos-
sa caminhada. Todo ser humano tem esse sentimento,
mas muitos consideram como fraqueza assumir isso.
Muita gente anseia por mudanças, mas é impedida
154

pelo medo de investir em algo novo. Prefere o “amar-

go” conhecido, do que o “doce” desconhecido.
Todas as coisas que fazemos devem gerar algum tipo de
prazer. Seja no trabalho, no relacionamento com nos-
sa família, nos compromissos assumidos socialmente,
tudo envolve questões relacionadas ao que você faz
com o tempo que possui. Quando realizamos algo por
obrigação, sacrificamos também nossa energia, nosso
poder de realização e, o pior de tudo, desenvolvemos
o hábito da procrastinação, que nada mais é do que
deixar para amanhã o que pode ser feito agora.
Quer ter sucesso pessoal e profissional? Então terá que
romper suas próprias barreiras. Em todas as áreas quem
mais colhe frutos e obtém resultados é aquele que mais
se desafia e corre o risco de não ser aceito por alguém, o
que sempre acontecerá, pois nunca agradaremos todos
o tempo todo. Se você ainda não trabalha com o que
mais AMA, é hora de mudar o rumo da sua história
de vida. Se você está escondendo os seus sonhos de si
mesmo, chegou o momento de revelar o que realmente
quer e ir em busca disso. Se os seus pensamentos estão
fixos no que pode acontecer amanhã, ACORDE! O
tempo mais precioso da sua vida é o AGORA, e para
usufruir desse maravilhoso presente você precisa dar
valor a cada segundo do seu tempo.
155

Emoções
Ação
Relacione abaixo, agora, tudo aquilo que você vem
“empurrando com a barriga” e ainda não realizou.
Mudar de emprego, investir num novo negócio, iniciar
um curso de graduação, pós-graduação ou mestrado,
assumir oficialmente um relacionamento, trocar a cor
dos cabelos, preparar-se para uma gravidez etc. Esses
são apenas alguns exemplos. Vamos lá, faça a sua rela-
ção sem ficar pensando se é hora ou não de tratar sobre
isso. Apenas coloque no papel.
Após ter criado sua lista, para cada item citado colo-
que em outra coluna uma data limite para você colocar
em prática o primeiro passo rumo à realização desses
sonhos. Essa data não pode passar de uma semana a
contar de hoje. Se quiser fazer um curso de graduação,
por exemplo, procure a faculdade mais adequada e faça
a sua inscrição. Se quer oficializar um relacionamen-
to, procure seu parceiro, converse a respeito e marque
uma data para isso. Se quer abrir uma empresa, faça
um plano de negócios para saber suas reais possibilida-
des, e assim por diante.
Antes de efetivamente entrar em ação, tem mais um de-
talhe importantíssimo. Feche os olhos e deixe vir à tona
seus maiores medos. Dê nome para cada um deles e per-
ceba o que você vem sofrendo por permitir que esses
medos controlem sua vida. Seja bastante sincero com
você mesmo. Intensifique esse sentimento e, no auge
156

dessa emoção, faça o que você determinou. Use seus

medos para agir, como fazemos quando nossas vidas es-
tão em risco... Se você não fizer aquilo que realmente
quer, sua vida “definhará” aos poucos... até a morte.
Comece pelo item que você mais tem receio e medo
de realizar. Saiba que, quanto mais importante a tarefa,
maior medo você sentirá, porém, apenas vá em frente.
Depois de alguns minutos o pavor passa e fica somente a
energia para realizar aquela atividade, só que agora com
muito mais vivacidade e poder. Iniciado esse exercício
prepare-se para surpreender-se com o poder impulsio-
nador que será despertado em você a partir do momen-
to em que aceitar seus medos e usá-los para agir.
Medos que
O que vou Data limite
me impediram
realizar para começar
até hoje
157

ca p ít ulo 16
Entre no fluxo do Universo!
Dinheiro, energia e comportamentos. Estes três fatores estão

intimamente relacionados, e saber direcioná-los faz a grande di-
ferença na vida de qualquer pessoa. O Universo é abundante
em riquezas e, para entrarmos no seu fluxo natural e mantermos
nossa vibração na mesma sintonia, é necessário compreender
racional e, sobretudo, emocionalmente, quais são as diferenças
entre as pessoas “naturalmente” ricas, as que são miseravelmente
pobres e as que vivem em altos e baixos com as suas finanças.
Vamos entender como isso funciona na prática. A moeda,
da forma como a conhecemos hoje, é um produto, assim como
tantos outros, proveniente de longa evolução. Por muitos sécu-
los, desde o início da existência humana, praticava-se o escambo,
simples troca de mercadoria por mercadoria, sem equivalência
de valor. Com o passar do tempo as mercadorias tornaram-se

Emoções
inconvenientes para as transações comerciais por diversos fato-

res: oscilações de valores, o fato de determinados produtos não
serem fracionáveis e facilmente perecíveis etc.
Quando o homem descobriu o metal, logo passou a utilizá-lo
para produzir utensílios e armas, que anteriormente eram fabri-
cados com pedra. Por apresentar diversas vantagens, o metal foi
destacado como principal padrão de valor e utilizado para troca
sob diversas formas. A princípio, em seu estado natural, depois
em barras e objetos como anéis, braceletes e arcos. Somente no
século VII a.C, surgiram as primeiras moedas com características
bem próximas das que conhecemos hoje.
Há muito tempo considerado a raiz de todo o mal, o culpa-
do de todas as brigas e guerras mundo afora, o dinheiro vem
carregando um peso que nunca foi, e nunca será realmente dele.
Dinheiro é bom e todo mundo gosta, mas poucos dão o devido
valor a tudo o que está relacionado a ele: planejamento, disci-
plina, investimentos e, principalmente, aos aspectos emocionais.
Falar sobre educação financeira ainda é um grande tabu para a
maior parte da população brasileira e mundial. Embora o dinheiro
seja um “produto” muito importante e imprescindível no dia a dia
de nós, seres humanos, temas relacionados às finanças ainda são as-
sociadas restritamente a nomes de grandes empresas, investimen-
tos e transações comerciais. Quando uma pessoa se destaca por seu
acúmulo de riqueza particular, normalmente surgem comentários
de que foi conquistado de forma ilícita – nessas circunstâncias, a
história de vida pouco nos importa julgar aqui. Lamentavelmente,
muitas pessoas não associam dinheiro a habilidade de negociação,
inteligência, gratidão, bondade ou merecimento. A crença de que
todo rico é desonesto está impregnada na nossa cultura.
160

Se fôssemos orientados desde a primeira infância a usar e ter

um bom relacionamento com o dinheiro, essa realidade certa-
mente seria muito diferente e muitos homens e mulheres por
volta dos 30 anos já seriam financeiramente independentes. A
partir daí todos trabalharíamos por desejar usar nossos talentos
e não por necessidade. Mas, fomos condicionados a considerar
que quem deseja ter dinheiro é ganancioso, usurpador, egoísta
ou que só é merecedor de uma boa quantia se for com sacrifício,
muito sacrifício. Aprendemos também que devemos nos preocu-
par com investimentos somente após os 40 anos, no mínimo, e
depois de ter garantido bens suficientes para despertar inveja em
vizinhos, amigos ou familiares!
É difícil conceber o fato de a educação financeira ser um as-
sunto tão importante para a vida de todo ser humano e em ne-
nhum momento ser discutido dentro das salas de aula ou em
casa. Na realidade a educação financeira deveria ser ensinada des-
de os primeiros anos de vida. Ao invés disso, investimos anos a
fio decorando fórmulas que nunca usaremos ou discutindo sobre
guerras e batalhas que, na prática, não nos ajudarão a lidar com
as difíceis decisões de onde e como usar nosso dinheiro para viver
plenamente.
A educação financeira, nos países tradicionalmente desen-
volvidos, cabe às famílias. Às escolas fica reservada a função de
reforçar a formação que o aluno adquire em casa. No Brasil, in-
felizmente, a educação financeira não é parte do universo edu-
cacional familiar, muito menos escolar. Assim, as crianças não
aprendem a lidar com o dinheiro nem em casa nem na escola.
As consequências desse fator são determinantes para sérias os-
cilações econômicas, com graves repercussões na vida de cada
cidadão, da sociedade e, consequentemente, do País.
161

Emoções
Poucas pessoas admitem que dinheiro seja uma verdadeira

energia, que todos concentram nele o resultado do uso de seus
talentos para ajudar a sociedade e que se move de acordo com
emoções, crenças e registros no inconsciente de cada ser humano.
Riqueza, prosperidade e estabilidade financeira dependem mais
dos modelos e estrutura psicológica registrada em nosso incons-
ciente durante nossa gestação e os primeiros anos de vida do que
da força de vontade consciente. Assim, o velho e conhecido dito
popular “dinheiro atrai dinheiro” é real e o contrário também é
verdadeiro. Assim como a riqueza, a pobreza também é criada a
partir da energia que aprendemos a vibrar inconscientemente.
Existem muitas riquezas no mundo concentradas nas mãos
de um número reduzido de pessoas. A Forbes, revista americana
muito bem conceituada, publica anualmente o ranking das 100
pessoas mais ricas do mundo. Entre muitas outras coisas, o que
mais me chamou a atenção foi o aumento do número de bilio-
nários: em 2009 eles eram 793, no ano seguinte este número
pulou para 1011. Juntos, eles possuíam, em 2010, uma fortuna
total de 3,6 trilhões de dólares. E hoje, passado apenas dois anos,
essa fortuna já ultrapassa os 4,5 trilhões de dólares. Em contra-
partida, para cada um dos relacionados nessa edição da revista
existem no mundo mais de um milhão de seres humanos na po-
breza extrema. Este é um verdadeiro paradoxo: numa Terra onde
existem muitas riquezas, encontram-se estatísticas alarmantes de
total miséria.
O comportamento de todo ser humano com relação ao di-
nheiro e a maneira como cada um se relaciona com ele estão
diretamente ligados a crenças e valores de nossos pais. Tem muita
gente carregando um legado de pobreza, reproduzindo crenças,
162

sem o mínimo conhecimento de que isso pode ser rompido a

partir do momento em que trazemos à consciência memórias
negativas gravadas em nosso inconsciente – o diálogo da razão
com a emoção.
Para sobreviver, o homem das cavernas precisava caçar – ou
matava para se alimentar ou virava alimento. Assim como nossos
ancestrais precisavam de energia para garantir a sobrevivência,
nós também precisamos hoje de dinheiro. O dinheiro é uma
energia que trocamos para nos manter revitalizados e evoluirmos
em todas as áreas. Sem ele perecemos!
A maneira negativa com que cada um de nós lida com o di-
nheiro está diretamente relacionada à herança emocional que rece-
bemos inconscientemente dos nossos antepassados. Os conceitos
negativos gravados no nosso inconsciente têm feito com que mui-
tas pessoas tentem, a todo custo, mudar sua forma de lidar com as
finanças e, apesar do esforço e do grande conhecimento teórico,
permanecem vivendo do mesmo jeito. É lamentável, mas o núme-
ro de pessoas endividadas, literalmente com a “corda no pescoço”,
é muito grande. Isso acontece porque a esfera para a transformação
dessa realidade deve ser tratada no aspecto emocional de cada pes-
soa, e não apenas no acúmulo de informações racionais.
Em muitas famílias o dinheiro é tratado como um tabu, e
na maioria das vezes está associado a dificuldades, escassez, so-
frimentos, brigas, separação, tristezas e medos. Crenças sobre o
dinheiro, além de atrapalhar diretamente as finanças, podem in-
terferir sutil e negativamente desde os relacionamentos afetivos
e profissionais até a disposição física e emocional de uma pessoa.
A maioria das pessoas teve um péssimo relacionamento com o
dinheiro, desde quando receberam a primeira mesada ou salário
163

Emoções
até a aposentadoria. O índice de pessoas que chegam ao final da

vida completamente falidas ou dependentes da boa vontade dos
filhos é alarmante. Essa estatística tem se mantido porque so-
mos programados socialmente para ganhar, gastar, pagar contas,
criar novas contas, pagar novamente e, se sobrar, investirmos.
Enquanto não ocorrer uma mudança nessa “programação”, as
dificuldades no relacionamento com o dinheiro persistirão.
Quem agrega valores negativos ao dinheiro, mesmo que in-
conscientemente, somos nós mesmos. E o dinheiro em si não é
bom nem ruim. O que fazemos com ele sim pode nos trazer dor
ou prazer. A escolha sempre será nossa. As memórias inconscientes
que guardamos sobre o dinheiro reflete na utilização inapropria-
da em quase todas as áreas de nossa vida. Comprar bens significa
valorizar o dinheiro e também satisfazer nossos desejos. Porém,
eu já acompanhei muitas pessoas nos diversos Treinamentos que
facilitei que utilizam o seu poder de compra para compensar frus-
trações. Experimente qualquer dia ir a um Shopping apenas para
observar o comportamento das pessoas que, ao chegarem, pare-
cem estar tristes e cabisbaixas e, ao saírem com sacolas nas mãos,
parecem crianças felizes que acabaram de ganhar um doce. Muitas
não têm nem consciência, naquele momento, de que junto virão
as dívidas, o que, quando não estão dentro de uma programação
financeira, implica sérios riscos para o orçamento pessoal e fami-
liar. Infelizmente, vivemos numa cultura que valoriza o consumo
desenfreado como uma forma de preencher vazios emocionais que
afetam a nossa autoestima. E como nunca nos ensinaram algo di-
ferente do que é ditado pela mídia, continuamos a cair nas mes-
mas armadilhas, por não termos outras alternativas de atitudes,
devido ao grande reforço em nossas mentes.
164

Dependemos do dinheiro para criar, construir, crescer e aper-

feiçoar. Tudo depende do dinheiro. Ele é como um “óleo” que
facilita o fluxo natural das relações no mundo. Tudo fica mais fá-
cil quando usamos essa energia materializada no dinheiro. Mas,
existem barreiras inconscientes que impedem esse processo: o
medo da escassez e do poder que inevitavelmente ganhamos com
essa energia.
A falta de dinheiro pode matar nossos sonhos e também afe-
tar negativamente, de forma direta e indireta, as pessoas que
amamos. Por outro lado, existe o medo de sentir o poder que
ele é capaz de trazer e de como lidar com esse poder sem nos ma-
chucarmos ou machucar a quem amamos. Há pessoas que têm
tanto medo do poder que o dinheiro pode evocar que não que-
rem nem saber como conquistá-lo ou multiplicá-lo. Nesse grupo
estão aqueles que não têm controle de quanto dinheiro entra e
sai da sua vida. Com inúmeras justificativas, desperdiçam seu
dinheiro com coisas e situações que não lhes acrescentarão nada.
Se você, assim como eu vivi um dia, está insatisfeito com a
forma como vem encaminhando sua vida financeira e todos os
outros aspectos relacionados a ela, então é hora de refazer seus
programas inconscientes. O primeiro passo é estabelecer na sua
mente um novo significado para o dinheiro, a partir da constata-
ção do impacto que ele provoca em sua vida, carreira e em todos
os seus relacionamentos pessoais e profissionais.
A saída para praticamente todos seus problemas financeiros
será adotar novos comportamentos em todas as ocasiões em que
tiver que lidar com o seu dinheiro, desde o momento em que
o recebe até quando tiver que tomar decisões para direcioná-lo
(gastá-lo). O dinheiro, como qualquer outro tipo de energia,
165

Emoções
será direcionado para onde o conduzirmos, ou então, para onde

outras pessoas quiserem. A única certeza que temos é que essa
energia nunca ficará parada!
Como é a sua relação com o dinheiro? Você está direcionando para
onde quer que o seu dinheiro vá, ou permitindo que a mídia ou outras
pessoas façam isso por você? Quais são suas crenças relacionadas ao
dinheiro? “Dinheiro é sujo”, “dinheiro provoca brigas e separações”,
“quem é rico não vai para o céu”, “quem tem dinheiro é desonesto”,
“para ter dinheiro é necessário sacrifício”... Afirmações como estas são
sinais de crenças destrutivas gravadas em seu inconsciente, que certa-
mente influenciam todas as áreas da sua vida. Ao analisar essas crenças
e ser sincero consigo mesmo, você terá consciência dos comportamen-
tos que fazem parte da sua estrutura emocional herdada dos seus pais.
Sem receios e reservas, preste atenção a todas as lembranças que sur-
gem em sua mente. Quando você começar a entender o que se passa
no seu íntimo, estará num importante estágio para a compreensão da
maneira como o seu inconsciente vem determinando sua atual con-
dição financeira e, principalmente, para uma mudança concreta em
relação ao SEU DINHEIRO. Com um bom relacionamento com
o dinheiro você terá condições de deixar a sua verdadeira marca no
mundo! Aliás, este é um assunto fundamental que será abordado no
próximo capítulo.
166

“Muito mais que a quantidade de dinheiro que

você ganha são as memórias inconscientes her-
dadas que determinam sua condição de riqueza
ou pobreza!
Agora você pode mudá-las!”
Toque
Na vida financeira de qualquer pessoa o que verda-
deiramente conta são os detalhes, os pequenos gastos,
as pequenas porcentagens. Todos os especialistas em
finanças pessoais afirmam que os grandes rombos fi-
nanceiros são consequência da pouca importância que
damos aos pequenos valores. Cada centavo tem o seu
valor e merece ser respeitado. Não se trata de deixar de
viver ou investir em conforto, bem-estar e qualidade
de vida, mas aprender a valorizar as pequenas razões
que ajudam na construção da sua felicidade.
Se soubesse desde o seu primeiro ganho a importân-
cia e a mágica dos juros compostos, quase toda po-
pulação brasileira já seria milionária muito antes da
aposentadoria. O problema é que, quando chega em
determinada fase da vida, a maioria das pessoas já se
envolveram num emaranhado de compromissos que
somente sugam seu dinheiro, tais como prestação de
167

Emoções
casa, carros, seguros, casa de campo ou praia e muitos

outros que não deixam condições para se investir em
mais nada. E, no final da vida, quando mais precisa, se
vê obrigada a vender quase tudo, apenas para sobrevi-
ver. Isso quando não passamos a vida inteira gastando
o dinheiro com coisas que nunca nos trará nenhum re-
torno financeiro, chegando na velhice completamente
dependentes da boa vontade de filhos ou asilos.
Quando falo da importância de entrarmos no fluxo
natural do Universo, quero dizer que chegou a hora de
recuperar o tempo perdido somente pagando contas.
Agora é o momento de você encarar seu dinheiro e
investimentos de uma forma diferente, com uma nova
visão. Diferente do que muita gente acredita, investir
não é um bicho de sete cabeças. Pelo contrário, com o
tempo você perceberá que seus sonhos ficarão muito
mais próximos da realização do que imagina!
Prestar atenção aos centavos não é avareza e sim sabe-
doria financeira. Com a programação que você terá a
seguir, independentemente do valor dos seus ganhos, é
possível acumular riquezas e ser uma pessoa próspera,
realizada e feliz.
168

Ação
Ninguém é capaz de mudar sua vida financeira sem
antes ter certeza de como estão suas contas. Certifi-
car-se para onde de fato está indo o seu dinheiro é o
primeiro passo. Então, relacione na planilha abaixo to-
das as suas entradas (o que normalmente não passa de
uma ou duas!) e todas as suas despesas detalhadamente
(uma lista sem fim!). Anote cada centavo gasto, princi-
palmente com pequenas coisas como padaria, gorjetas,
troco deixado para trás, ou seja, tudo! Para facilitar,
durante o primeiro mês, peça recibo ou nota de tudo o
que pagar e, para as coisas que não têm nenhum com-
provante, como gorjetas, por exemplo, deixe metade
de uma folha de sulfite dobrada em seu bolso e anote
na hora que você der o dinheiro. Se deixar para anotar
no final do dia, certamente esquecerá.
Agora que você já tem noção para onde está indo o
seu dinheiro é hora de “enxugar” o orçamento. Reveja
entradas e saídas, e elimine despesas com coisas que
você usa pouco ou que nunca precisou utilizar. Tenha
consciência de que não será nada fácil cortar o segundo
carro que pouco sai da garagem, todos os almoços e
jantares em restaurantes que poderiam ser realizados
em casa com um custo muito menor (isso poderá ser
cortado só no começo até você obter o hábito de inves-
tir). Você se assustará com a forma como gastava seu
dinheiro com coisas que nunca precisou, ou pior, para
169

Emoções
agradar e “fazer bonito” para os outros. Você pode, e

deve, investir para você e sua família, que são os que
colherão os frutos disso!
Após riscar da sua lista os itens desnecessários, use no
máximo os próximos sete dias para vender, cancelar
ou suspender tudo o que você decidiu eliminar. Vale
lembrar que, se você não fizer isso em uma semana,
acabará “empurrando com a barriga” mais uma tare-
fa em sua vida! Porém, quando começar a colocar em
prática, sentirá uma forte sensação de “portas abertas”.
As coisas começam a fluir de forma diferente e muito
mais positiva.
Data para
Entradas Saídas cancelar
saída
170

Está na hora de você recuperar os anos e os milhões

perdidos somente pagando contas e mais contas. A
partir de agora, além de cumprir todos os seus com-
promissos, você também destinará o seu dinheiro para
outros fins, independentemente de quanto você tem
de entrada, pois se você não consegue administrar o
que já tem, quem dirá quando começar a entrar muito
mais dinheiro na sua vida! Existe uma fórmula, que
não é mágica, para transformar a vida financeira de
qualquer pessoa. Para cada item você reservará um
percentual e não ousará distribuir de forma diferente.
Você está começando a movimentar a energia do di-
nheiro na sua vida!
• PRIMEIRO PASSO: 10% para investir na sua In-

dependência Financeira. Este é um investimento
de que você nunca subtrairá um centavo sequer,
nem dos rendimentos, até que você crie a sua “ga-
linha de ovos de ouro” que deverá gerar os rendi-
mentos necessários para viver no estilo de vida que
você quer, independentemente do seu trabalho.
A partir de agora, esse será o primeiro destino do
seu dinheiro. Antes de pagar qualquer coisa, você
pagará a si mesmo em primeiro lugar, e com isso
descobrirá a importância de valorizar a si mesmo.
• SEGUNDO PASSO: 10% para investimento em

bens a Longo Prazo. Este valor será destinado para
aquisição da sua casa própria, carro, consórcio, via-
gens longas e bens de valor mais elevado.
171

Emoções
• TERCEIRO PASSO: 10% para investir na sua

Educação. Aquisição de livros, investimentos em
cursos, seminários, palestras e treinamentos para o
SEU autodesenvolvimento são investimentos des-
tinados para esse percentual. Com os valores deste
item você poderá buscar novas oportunidades de
aprendizado e aperfeiçoamento pessoal, profissio-
nal e financeiro. A verba para a educação dos seus
filhos deverá estar nas suas despesas básicas.
• QUARTO PASSO: 55% dos seus rendimentos são

para as Despesas Básicas. Aqui se incluem todas
as despesas domésticas, vestuário, educação dos
filhos, transporte escolar, combustível, aluguel da
casa, móveis, cabeleireiro, aparelhos digitais etc.
• QUINTO PASSO: 10% será para Diversão e

Lazer. Cinema, almoço ou jantar num bom res-
taurante, final de semana num hotel fazenda, um
pacote turístico, uma rodada de pizza etc. É fun-
damental gastar todos os meses esse percentual,
pois quando estamos relaxados conseguimos nos
manter no fluxo natural do Universo, e com isso
ter novas e maravilhosas ideias!
• SEXTO PASSO: 5% do seu orçamento será para

Doação. Da sua receita você extrairá esse percen-
tual para doar a alguma instituição ou para alguém
que realmente tenha necessidade. Lembrando que
você não precisa ir longe para isso, aqui se inclui
ajuda aos seus pais e/ou familiares. Afinal, preci-
172

samos devolver para o Universo uma parte do que

estamos recebendo.
Colocar em prática essa nova maneira de administrar

seu dinheiro é questão de decisão e persistência. To-
dos os meses você deve distribuir os valores de acordo
com os percentuais acima e dar o destino que realmen-
te deve dar. Caso contrário, pode ter certeza, outros
darão o destino que eles quiserem ao SEU dinheiro!
Garanto que os resultados surgirão. Observe, porém,
que quando se tem dívidas, a prioridade é saldá-las ou
renegociá-las, tirando um pouco das porcentagens des-
tinadas a todas as áreas, mas NUNCA MAIS deixe de
investir os 10% na sua INDEPENDÊNCIA FINAN-
CEIRA.
Outro ponto relevante é que, mais importante que sa-
ber gastar é aprender a investir. Por isso, antes de sair
investindo em qualquer poupança ou fundo, faça cur-
sos sobre investimentos. Na internet você encontrará
conceituadas escolas e instituições de ensino financei-
ro. Escolha um curso de acordo com o seu grau de
conhecimento sobre investimentos e inscreva-se já na
próxima turma. Você terá várias opções para investir
seu dinheiro, desde imóveis, metais preciosos, mercado
de moedas e commodities, imobiliário, até petróleo ou
ações. O mais importante será conhecer as “regras do
jogo” antes de iniciar a partida. Quanto mais claro es-
tiverem os parâmetros que terá que seguir, mais seguro
estará seu dinheiro... e você também! Assim que co-
173

Emoções
nhecer as regras básicas comece aos poucos a investir,

pois só aprendemos de fato como as coisas funcionam
quando “o nosso” está em jogo. Se você deixar para
começar a investir só depois de se tornar um expert,
nunca investirá e também nunca se tornará um inves-
tidor de verdade.
Como direcionarei meu dinheiro

IF (10%) LP (10%) ED (10%) DB.(55%) DL (10%) DO (5%)
174

ca p ít ulo 17
Deixando a sua marca

no mundo
Neste momento, faça uma rápida avaliação sobre toda a sua

vida, suas conquistas, seus relacionamentos e suas experiências.
De zero a dez, quanto você acha que viveu intensamente até este
momento?
Em cada capítulo deste livro você teve a oportunidade de fazer
uma avaliação profunda de cada área da sua vida. Se você seguiu as
orientações, certamente está com uma sensação diferente daquela
do início da leitura do primeiro capítulo. Não há como permane-
cer da mesma maneira quando “entramos” dentro de nós mesmos,
e decidimos dar um novo significado à nossa vida e a todas as me-
mórias negativas que costumam ditar os nossos comportamentos.
Todas as vezes que comentei sobre a importância de se tra-
zer à consciência as memórias gravadas em nosso inconsciente,

Emoções
desde a gestação até a nossa primeira infância, procurei demons-

trar por que essa é uma fase tão essencial em nossas vidas. Para
deixarmos nossa marca no mundo precisamos, antes, ter certeza
de que essa marca é “original” e não uma reprodução de nossas
memórias inconscientes, ou seja, apenas uma repetição da histó-
ria de vida dos nossos pais e antepassados.
Quando decidimos viver impulsionados pelo medo, ao invés
de deixar essa emoção nos paralisar (como faz a maior parte das
pessoas que vivem uma vida insignificante, sem conseguir expres-
sar todo potencial e talento que existe dentro de todo ser huma-
no), os fatos e as circunstâncias na nossa vida se transformam com-
pletamente. Ao reprimir o potencial natural que existe em nós,
além de não conseguirmos realizar nossos maiores sonhos, criamos
doenças e comportamentos medíocres, que se intensificam com o
passar do tempo e, pior, deixamos de cumprir nosso propósito ou
missão neste mundo – a nossa principal razão de existir.
Somos a imagem e a semelhança do nosso Criador, segundo
a maioria dos Livros Sagrados. Assim, existe uma essência divina
em todos nós que nos faz lembrar a todo instante que estamos
neste mundo não apenas para comer, beber e dormir, mas para
contribuir de maneira especial para a evolução da humanidade
e, consequentemente, para nosso próprio crescimento.
São incontáveis os efeitos negativos do medo na nossa vida,
mas é preciso considerar que o mesmo medo que paralisa e pode
gerar doenças, e até a morte, também pode nos ajudar a reali-
zar nossos maiores sonhos. Para isso é necessário, antes de tudo,
aceitar tudo o que sentimos.
Quando assumimos nossas emoções, tudo se torna mais sim-
ples e natural. Conseguimos enxergar quem realmente somos e
176

Deixando a sua marca no mundo
passamos a agir no mundo a partir da nossa “totalidade” e não

por meio, apenas daquelas partes fragmentadas do nosso ser que
nos fizeram acreditar que eram “boas. A única maneira de nos
sentirmos completamente integrados, descobrindo e utilizando
todo o nosso potencial, a nossa luz, é aceitando e vivenciando
nossas fraquezas e emoções até então, enxergadas como negati-
vas, nossa “sombra”! Como costumava dizer o meu avô: “Para
entrar no céu, tem que se passar pelo inferno!”
Quando nos propomos a realizar uma ação, mesmo que in-
conscientemente, colocamos os motivos que nos farão agir numa
balança. Buscamos compensações para agir. Quando me respon-
sabilizo por um projeto, o grande estímulo para começar e ter-
minar deve ser trazido à consciência. Quando não enxergamos
vantagens para sair da nossa zona de conforto, pouco ou nada
fazemos para arriscar novas possibilidades. Todo o tempo evita-
mos a dor da rejeição e buscamos o prazer do reconhecimento.
Todo “processo” começa e termina dentro de nós!
No seu dia a dia, quais são as coisas ou as circunstâncias que
você precisa colocar na balança para decidir conscientemente se
vai investir tempo e dedicação a um projeto ou não? Estudar
pode não ser o seu forte, mas colocar na balança a compensação
de se formar e tornar-se um excelente profissional pode impul-
sioná-lo a dar o melhor de si. Você quer eliminar 10 quilos do
seu peso, mas fazer exercícios físicos numa academia não o atrai.
Então, você deve buscar alternativas que lhe tragam prazer e o
estimulem a chegar ao objetivo e, principalmente, ter em mente
o que você conquistará ao estar com o seu corpo mais saudável,
por exemplo. Ter mais disposição para brincar com seus filhos e
trabalhar, ou melhorar a autoestima e ter mais saúde para curtir
177

Emoções
a vida são apenas outros exemplos. Para entrarmos em ação deve-

mos criar uma recompensa (o prazer do reconhecimento) maior
que o medo (a dor da rejeição) para decidirmos AGIR!
Para você exercitar esse poder extraordinário que todos nós
temos, sugiro que feche os olhos e pense no mais recente sonho
que você realizou. Traga à sua memória o que mais o motivou a
agir. Lembre das circunstâncias, das pessoas que estavam ao seu
lado, dos medos que você sentiu e das barreiras que enfrentou. O
que mais o impulsionou a investir nesse esforço foi:
• A recompensa que teria ao concretizá-lo e o reconhe-

cimento das pessoas amadas ao compartilhar da sua
realização?
• Ou o medo das dores, críticas e sofrimentos que você
tentou evitar a todo custo, caso não obtivesse êxito nesta
realização?
Se for possível, faça o mesmo exercício para as outras situações

de conquistas de que você se recorda. Preste atenção a seus pensa-
mentos e emoções, e perceba qual das duas opções gera a resposta
mais intensa em você. Lembre-se que nenhum dos “motivadores”
é melhor ou pior que o outro, pois quando temos consciência de
como funcionamos, ou o que mais nos motiva, podemos usar este
conhecimento para realizar nossos maiores sonhos.
A partir das suas respostas você descobrirá o que o motiva a
agir. Sugiro que agora você volte até as páginas em que você fez
as anotações das suas ações e, para cada uma delas, anote ao lado
todas as recompensas que você terá ao realizar cada ação, ou to-
das as dores que poderá sentir se você não realizá-las. Se preferir
anote os dois cenários.
178

Deixando a sua marca no mundo
Você perceberá o quanto em cada ação que decidiu fazer no

decorrer da leitura há de compensador, e como é desgastante
ficar com a sensação de que poderia ter agido e não o fez. Daqui
em diante, use seus medos para motivá-lo a agir e seguir em
frente.
A realização dos seus maiores desejos gera uma vibração posi-
tiva nas pessoas que estão ao seu redor, na sociedade e no mundo.
Essas realizações fixam a nossa marca, o nosso legado. Diz um
ditado popular que: “Toda pessoa deve plantar uma árvore, ter
um filho e escrever um livro para que a sua existência na Terra
faça sentido”. Eu vou mais além. Você deve realizar todos os seus
sonhos, por mais insignificantes que possam parecer para as ou-
tras pessoas. Se for importante para você, se a conquista o fará
mais feliz, então certamente, fará diferença no mundo, mesmo
que não tenhamos consciência do impacto que a realização desse
sonho terá sobre a vida de outras pessoas.
Um dia, um dos meus sonhos foi praticar alguma arte mar-
cial. Depois de muito tempo evitando uma atitude que me co-
locasse a caminho da minha realização, entrei em ação e, usan-
do a energia dos minhas emoções, iniciei meu sonho. Isso foi
para mim uma tremenda conquista e me fez muito feliz durante
oito anos! Treinar uma arte marcial era importante para mim.
Aparentemente, a realização desse sonho não estaria colaborando
com nada, nem com ninguém, além de promover minha satisfa-
ção pessoal. Porém, com o tempo observei que muita coisa mu-
dou ao meu redor justamente por causa desta minha iniciativa.
Tenho um estilo de vida saudável, uma linda família, verda-
deira paixão pelo trabalho que realizo e a minha vida financeira
é hoje completamente diferente da que eu tinha há alguns anos.
179

Emoções
Estou investindo para o meu futuro, mas no presente tenho qua-

lidade de vida, usufruo de momentos de lazer, invisto em cursos
e treinamentos que possam acrescentar à minha carreira, faço
pelo menos duas viagens por ano e, ainda, contribuo para o bem
-estar de muitas outras pessoas. Agora, com este livro, aumento
ainda mais a minha contribuição para o Mundo.
Nosso dia a dia não é um conto de fadas. Temos que enfrentar
“monstros e dragões” que criamos para nos manter no caminho
da realização dos nossos sonhos. Para concretizá-los é necessário
ter atitude e superar passo a passo cada dificuldade. Dessa ma-
neira realizamos nossa missão de vida e deixamos nossa marca
neste mundo!
O que fará com que as pessoas se lembrem de você? Que

marca você está deixando no mundo?
Essas respostas somente VOCÊ poderá dar. Suas ações e atitu-

des representam as sementes que você está cultivando. Respeite
seus sonhos, valorize-os e mantenha o foco neles. A simples deci-
são e o desejo de conquistá-los já são suficientes para gerar uma
energia positiva na sua vida! E, quando os realizamos, é extraor-
dinariamente compensador. Vale a pena o investimento! Estamos
no mundo para criar e experienciar nossa própria criação!
“A sua existência pode ser representada por uma

tela em branco! Faça dela a sua obra de arte!”
180

ca p ít ulo 18
Inconsciente: a raiz de nossos

pensamentos, emoções
e comportamentos
Desde o momento da nossa concepção, todos os segundos da

nossa existência são captados pelos nossos sentidos, milhares de
informações (imagens, sons, cheiros etc.). Todo registro é auto-
mático e a maior parte deles nós nem nos damos conta que estão
sendo gravados e processados. Eles são armazenados de forma
inconsciente. Depois, mais cedo ou mais tarde, esses mesmos re-
gistros alimentarão ideias, pensamentos, intuições, sonhos e sen-
timentos. O nosso mundo inconsciente é infinito e atemporal,
ou seja, tudo está acontecendo ao mesmo tempo!
Segundo, Tor Norretranders, autor do livro “The User
Illusion”, nosso consciente tem a capacidade de perceber apenas

Emoções
quinze informações por segundo, enquanto estão sendo regis-

trados mais de quinze milhões de informações no nosso incons-
ciente neste mesmo tempo. Isto quer dizer que os fatos que per-
cebemos e analisamos através do nosso consciente, possuem uma
participação extremamente pequena nos nossos comportamen-
tos, que são “disparados” por milhões de informações que estão
sendo processadas apenas num nível inconsciente.
Fazendo uma analogia simples, imagine que o nosso
CONSCIENTE é um brasileiro, que vive no Brasil, fala por-
tuguês e é totalmente envolvido em sua cultura, já o nosso
INCONSCIENTE, é um japonês, que vive no Japão, fala japo-
nês e vive de acordo com a cultura oriental. Os DOIS vivem no
mesmo Planeta (você) e desejam o mesma coisa: SER FELIZ!
Porém, se colocados num mesmo ambiente, o fato de um não
entender o outro pode gerar muitos conflitos. E isso é o que vem
ocorrendo dentro de você e de tantos bilhões de seres humanos,
até que essas duas partes se entendam mutuamente e descubram
como ser felizes juntas!
Todos os comportamentos e as emoções que, no decorrer des-
te livro, você tomou consciência, estavam armazenados no seu
inconsciente. Ao trazê-los à consciência você passou a ter uma
outra percepção da sua própria vida. Muitas coisas tomarão ou-
tro rumo, se você colocou em prática cada exercício e manteve
a persistência necessária para o início da sua mudança de vida.
De qualquer maneira, tudo o que você trouxe à consciência até
agora é apenas um feixe de luz de um “novo mundo” que existe
no seu inconsciente... dentro de você!
Se você quer realmente MUDAR, precisa estar disposto a
buscar as raízes de cada comportamento e emoção que você não
182

Inconsciente: A raiz de nossos pensamentos, emoções e comportamentos
quer mais para a sua vida e, por se manterem gravados na sua

mente, num nível inconsciente, você não tem acesso para alterar.
Provavelmente, você ainda não conhece todas as raízes nem tem
consciência de tudo aquilo que o motiva a agir ou sentir de-
terminadas emoções. Sendo algo desconhecido para nós, como
poderemos mudar?
Esta pergunta foi, durante muito tempo, uma constante na
minha vida. Eu estava insatisfeito com tudo (o meu trabalho, a
minha forma física, as minhas finanças, o relacionamento que eu
tinha com Deus e com as pessoas ao meu redor), mas ainda não
sabia como mudar tudo isso, até que enxerguei uma luz no fim
do túnel: O MEU TREINAMENTO.
Tudo o que escrevi neste livro é baseado no que é abordado
profundamente, de forma PRÁTICA, nos Treinamentos que faci-
lito há quase quinze anos, e por onde já passaram mais de 40.000
pessoas que transformaram suas vidas! Nosso inconsciente é tão
poderoso que faz com que as pessoas deem um verdadeiro salto
quântico em todos os níveis de suas vidas. Isso acontece porque,
enquanto não temos consciência de pensamentos e emoções que
estão gravados em nossas memórias inconscientes, por mais que
nos esforcemos, não conseguimos mudar. Os programas armaze-
nados no nosso inconsciente foram registrados em circunstâncias
de intensa emoção e ter acesso a eles e “reprogramá-los” é impos-
sível utilizando apenas o nosso lado racional.
Uma amiga compartilhou uma situação bastante peculiar
em sua vida. Com pouco mais de três anos do nascimento da
sua primeira filha, ela confirmou a chegada de mais um bebê. A
princípio o casal ficou assustado porque não havia programado
mais um filho, mas logo a surpresa foi substituída por intensa
183

Emoções
felicidade. Os dois iniciaram os preparativos, as consultas médi-

cas, ficaram na expectativa do sexo do bebê e faziam planos para
a chegada de mais um herdeiro. Mas, passados alguns dias, mi-
nha amiga começou a sentir-se muito estranha – enjoos, indispo-
sição e muita tristeza. Ela não entendia por que estava tão triste,
se a chegada de um bebê deveria ser motivo de grande alegria.
Seu esposo e a filha chegaram a ficar confusos com o compor-
tamento dela. Sem nenhum motivo aparente ela chorava, ficava
muito tempo no quarto, não tinha vontade de sair nem de rece-
ber outras pessoas. Chegou a um quadro bem próximo de uma
depressão. Ela mesma não estava se entendendo e se culpava por
estar se sentindo tão triste, apesar de carregar no ventre um pre-
sente tão especial da vida.
Minha amiga sabia que alguma coisa errada estava acontecen-
do dentro de si, mas sozinha não conseguia entender. Foi então
que ela procurou um casal de amigos, habituado a ajudar no
“diálogo” entre consciente e inconsciente e pediu ajuda. Seu aba-
timento denunciava que a situação era bastante delicada, então,
logo no dia seguinte lá estava ela para uma conversa reveladora
com seu inconsciente.
Quando se encontrou com o casal de amigos, ela mal conse-
guia conter suas lágrimas. Sem rodeios, seu amigo perguntou:
“como foi o seu relacionamento com seu pai?” A resposta saiu
com um choro compulsivo, triste e emocionado. Era como se
uma ferida dentro dela estivesse aberta até aquele dia!
Durante muito tempo ela não conseguia verbalizar o que
se passava em seu coração, mas diversas mensagens gravadas
no seu inconsciente estavam sendo processadas por sua mente
naquele momento. Quando conseguiu falar, ela mesma ficou
184

conscientemente impressionada. Mesmo já tendo perdoado o seu

pai por uma série de acontecimentos na sua gestação e durante
a sua infância, seu inconsciente ainda guardava dores e emoções
que vieram à tona com a notícia da sua segunda gravidez. Na
verdade, ela carregava sentimentos que eram da sua mãe, mas só
conseguiu descobrir isso, quando se dispôs ao diálogo entre seu
consciente e inconsciente.
Quando a mãe da minha amiga engravidou do segundo filho,
ela engordou e inchou muito, o que fez desaparecer seu corpo
bem definido e cheio de curvas. A gravidez também não tinha
sido programada e a situação financeira do casal não era das me-
lhores. Ela sentiu muito enjoo, indisposição e solidão. Foi um
período muito difícil porque além de todo mal-estar, a mãe dela
ainda tinha que cuidar sozinha da filha mais velha (no caso, a mi-
nha amiga) que tinha pouco mais de um ano. Nessas circunstân-
cias, o pai da minha amiga se manteve distante e ainda com um
relacionamento extraconjugal. Insensível, ele não se preocupava
com os sentimentos da esposa e levava a sua vida como se nada
estivesse acontecendo.
Passados os noves meses, no dia do nascimento do segundo
filho, ele deixou a esposa no hospital e foi comemorar com a
amante. Tudo isso foi presenciado por minha amiga, que ainda
era um bebê. A carga de sentimentos da mãe foi gravada no in-
consciente da filha de forma intensa.
Mesmo após trinta e nove anos, quando essa minha amiga en-
gravidou do seu segundo filho, todas essas lembranças vieram à
tona. As emoções da sua mãe que haviam sido gravadas no seu
inconsciente estavam ecoando de forma prejudicial na sua vida até
então, sem que ela ao menos fizesse qualquer ligação entre os dois
185

Emoções
fatos. Suas reações eram de defesa porque seu inconsciente acredi-

tava que a história da sua mãe se reproduziria na sua própria vida a
partir do nascimento do seu segundo filho, como ela mesmo havia
presenciado e registrado quando era apenas um bebê.
Ao trazer tudo isso à sua consciência, minha amiga entendeu
que, inconscientemente, estava com medo de engordar como sua
mãe, pois havia eliminado muitos quilos nos últimos meses e
estava se sentindo muito bem e bonita. Também havia o receio
de ficar feia e o marido não se interessar mais por ela, como
na história de vida da sua mãe. Com tudo isso, ela passou a se
considerar incapaz de cuidar sozinha de duas crianças. Era assim
que ela se sentia, mesmo com o apoio e a presença constantes do
marido, que apesar de estar agindo completamente diferente de
seu pai, seu inconsciente achava que isso mudaria com a chegada
do segundo bebê.
Com essa descoberta reveladora, minha amiga constatou que
todos os sentimentos que passaram a perturbá-la com a gravi-
dez, na verdade, não eram dela. Ao compreender tudo isso, ela
perdoou seu pai, reprogramou a mensagem que estava gravada
no seu inconsciente e curtiu tranquilamente o restante da sua
gravidez, junto com o marido e a filha.
O inconsciente é predominante em nossa mente e quando
envia uma mensagem ela será executada, independentemente do
que o nosso consciente decida. A questão é que, na maioria das
vezes, esse comando é baseado em memórias negativas, um regis-
tro de pensamentos e emoções que ocorreram há muitos anos, e
que hoje, não tem a mínima consciência.
Existem diversos livros, artigos, seminários, palestras, teste-
munhos pessoais e conteúdo na internet, com um infinito leque
186

de informações disponíveis sobre o poder dos nossos pensamen-

tos e como usá-los. Mas, todas essas informações tornam-se ape-
nas lixo intelectual em nossas mentes quando não conseguimos
vivencia-las na prática. Informação sem ação é apenas conheci-
mento. Quando a informação nos impulsiona a agir e mudar
nossas vidas, torna-se sabedoria. Mas, esta só é revelada, de fato,
quando conseguimos ter consciência e limpar as memórias ne-
gativas que atrapalham a conexão com nossa essência e compre-
endemos que, por desconhecimento, buscávamos fora, o que
sempre esteve dentro de nós mesmos.
Agora você tem as informações e diversas ferramentas para
agir e fazer da sua vida algo muito mais prazeroso e feliz. Você
tem todo potencial para realizar o seu propósito de vida! Os
primeiros passos já foram dados, mas você precisa ter experi-
ências reais de mudança. Para isso, fique atento aos sinais que o
Universo vem enviando e às mensagens que você tem recebido
de outras pessoas e/ou situações. Sabe o que normalmente cha-
mamos de intuição? É fundamental você prestar atenção aos seus
pensamentos e a essa voz interior. Eles têm informações revela-
doras para a sua vida. O medo certamente surgirá para tentar
impedi-lo de prosseguir, mas agora você já sabe que pode fazer
dele uma ponte para todas as suas realizações.
Acima de tudo, você já tem a certeza de que é uma pessoa
ESPECIAL, dotada de um poder extraordinário, e que somente você
poderá beneficiar o mundo com seus maiores talentos! Conscientize-se
de que somente VOCÊ poderá trazer sua LUZ ao mundo e siga seu
caminho com a alegria e a paz de ser simplesmente VOCÊ!
187

ca p ít ulo 19
Agora está em suas mãos!
Você caminhou um longo percurso até aqui!

Espero que você tenha concluído todas as etapas de cada capí-
tulo e, acima de tudo, já consiga notar diferenças nas suas reali-
zações. Mas, este ainda está longe de ser o seu limite. Você ainda
pode mais, muito mais!
Somente você pode transformar completamente a sua vida!
O que VOCÊ quer para a sua vida? Ser transformado em pipoca
ou ficará como piruá, após o fogo que todas as experiências acen-
dem dentro de nós?
Sabemos que atualmente existem inúmeras maneiras para
uma pessoa se autodescobrir. A cada ano, livros, vídeos e revis-
tas tratam sobre a importância de conhecer e respeitar nossos
desejos mais íntimos, mas já é cientificamente comprovado que
apenas teoria não leva ninguém a lugar nenhum. Durante muito

Emoções
tempo acreditei em teorias e me vi, por diversas vezes, voltando

às origens, repetindo os mesmo “erros” e com um fardo cada vez
mais pesado de decepção e frustração.
Até eu entender que a mudança só acontece realmente quan-
do trazemos ao consciente as memórias negativas registradas em
nosso inconsciente, passei por diversas experiências dolorosas.
Essas mensagens gravadas no nosso inconsciente são poderosas e
enquanto não as conhecemos, são elas que dominam nossas vidas.
Emoções – A Inteligência Emocional na Prática buscou tra-
zer à tona informações desconhecidas pela maioria das pessoas.
Mas sabemos que, informação sem ação nada transforma. Hoje,
enquanto escrevo estas palavras, a minha vida é completamente
diferente do que eu vivia há quase quinze anos, porque eu decidi
entrar em ação apesar dos meus medos, impulsionado por eles e
respeitando-os. Antes eu tinha “medo do medo”, hoje eu o aceito
e tiro proveito do que ele tem de melhor a me oferecer!
Está em suas mãos a mesma oportunidade que chegou às mi-
nhas! A única pessoa que pode MUDAR os rumos da sua vida
é VOCÊ mesmo. Ilusão é esperar que a mudança aconteça num
passe de mágica ou que, um dia, chegará uma pessoa que fará por
você o que só você pode fazer.
Você já começou sua jornada! E, como eu afirmei no início
deste livro, ela não tem volta. Por isso, eu o desafio a desbravar
muito mais as suas memórias inconscientes e fazer da sua história
algo marcante neste Mundo! Entre agora no site www.sbie.com.
br, que é o mesmo Treinamento de Inteligência Emocional que
hoje eu ministro e que transformou a minha vida, e descubra
como você pode transformar de verdade a sua VIDA também! E,
como sempre falo em todas os Treinamentos, Palestras e vídeos
190

Agora está em suas mãos!
no YouTube, caso não seja a MELHOR EXPERIÊNCIA DA

SUA VIDA COM VOCÊ MESMO, nos comprometemos a de-
volver integralmente cada centavo que você investir. O mesmo
desafio que fiz na quarta capa deste livro refaço aqui. O que você
está esperando? Você não terá nada a perder, a não ser, apenas seu
final de semana, se não for o que estou prometendo.
Nada acontece em nossas vidas por acaso, especialmente
quando envolve uma possibilidade de mudança de vida real para
nós... e para o Mundo!
Fique atento aos seus sentimentos e às mensagens do seu in-
consciente. Eles dirão o que é melhor para você. Se esse for o seu
momento... tudo fará sentido e certamente nos encontraremos
pessoalmente no SEU TREINAMENTO LOTUS. Até daqui
a pouco!
191

cap ít ulo 1
Referências
Experiências vivenciadas nos Treinamentos da SBIE:

LOTUS Inteligência Emocional – A melhor Experiência da sua
Vida
LOTUS Missão – Descubra o verdadeiro sentido da sua Vida
LOTUS Livre – Liberdade Financeira.
Bíblia Sagrada – Parábola dos Talentos.
Limite Zero, de Joe Vitale & Stanley Hew Len, Editora Rocco.
Os Segredos da Mente Milionária - de Eker, T. Harv, Editora
Sextante
The User Illusion, de Sydenham, Jonathan (TRN); Nrretranders,
Tor, Penguin USA

Contatos
rodrigo.fonseca@sbie.com.br
www.sbie.com.br
www.centroemocional.org
www.youtube.com/sbiemocional
www.facebook.com/Rodrigo.Fonseca.Treinamento.Lotus
www.facebook.com/oficialsbie
www.instagram.com/rodrigofonseca_sbie
www.instagram.com/sbieoficial
www.twitter.com/Rodrigo_SBIE
Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional

contato@sbie.com.br
Tel. 11 2985-5949

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“A capacidade de sentir se refere não apenas à faculdade através

Ou aprendemos a lidar com nossas emoções, ou seremos

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cap í tulo1 Você é quem dá o tom da sua vida 23

ca p í tulo2 Medo: a maior dádiva da vida 31

A busca por aceitação: o desejo

ca p í tulo4 Por que não assumimos o que sentimos? 43

Coragem e medo: dois lados

ca p í tulo6 Imagine a sua vida sem suas emoções 59

ca p í tulo7 Matriz da Criação 67

Da teoria à prática: criando suas próprias

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ca p í tulo9 O veículo mais precioso do mundo  79

ca p í tulo10 Sua decisão pode mudar muitas vidas 91

ca p í tulo11 Cuidando do seu templo  101

ca p í tulo12 Desperte o seu poder de criação  111

ca p í tulo13 Cortando o cordão umbilical  123

ca p í tulo14 Passe à frente o seu maior dom  137

ca p í tulo15 O tempo mais precioso da sua vida  149

ca p í tulo16 Entre no fluxo do Universo!  159

ca p í tulo17 Deixando a sua marca no mundo  175

Inconsciente: a raiz de nossos pensamentos,

ca p í tulo19 Agora está em suas mãos! 189

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Agradeço à Deus que me trouxe até aqui e me permitiu viver

CMA0803L5635690521YZP - 05942093156 - Laura nayara soares fari

Agradeço à minha esposa, amiga, companheira, amante e

CMA0803L5635690521YZP - 05942093156 - Laura nayara soares fari

prática tudo o que é transmitido neste livro, e transformaram

CMA0803L5635690521YZP - 05942093156 - Laura nayara soares fari

Gostaria de recomendar o livro Emoções – A Inteligência

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Mais do que isso, Emoções nos encoraja a encarar novos desa-

Carlos Wizard Martins

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Ler este livro foi uma experiência gigantesca para mim.

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Durante toda a vida, somos ensinados a buscar pela inces-

CMA0803L5635690521YZP - 05942093156 - Laura nayara soares fari

aprender a abraçar a si mesmo, os seus lados claros e escuros, e

Zilu A. Godoi Camargo

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“Somente realizamos nossos maiores sonhos quando deixamos de

Ter relacionamentos bem-sucedidos, estilo de vida saudável,

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Inteligência Emocional, em aprofundadas pesquisas comporta-

CMA0803L5635690521YZP - 05942093156 - Laura nayara soares fari

que nos primórdios da humanidade foi exatamente esse senti-

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‒ Prazer por tomar a decisão de seguir adiante, apesar do

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Você é quem dá o tom

Aqui começa uma jornada. Uma incrível e satisfatória viagem

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no decorrer de cada capítulo, as possibilidades de suas realizações

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Você é quem dá o tom da sua vida

certamente enveredamos por um caminho repleto de percalços,

ca p í tulo9 O veículo mais precioso do mundo 79

ca p í tulo11 Cuidando do seu templo 101

ca p í tulo12 Desperte o seu poder de criação 111

ca p í tulo13 Cortando o cordão umbilical 123

ca p í tulo14 Passe à frente o seu maior dom 137

ca p í tulo15 O tempo mais precioso da sua vida 149

ca p í tulo16 Entre no fluxo do Universo! 159

ca p í tulo17 Deixando a sua marca no mundo 175

Carlos Wizard Martins 