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CAPA
Sumário
Lado A – Gestação
Introdução.......................................................................................... 3
1. A Pré-concepção............................................................................ 9
2. A Concepção................................................................................ 19
3. A Gestação................................................................................... 27
4. O Nascimento.............................................................................. 63
Lado B – Educação
Introdução........................................................................................ 79
Conclusão...................................................................................... 185
Bibliografia.................................................................................... 187
Lado A
Gestação
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Introdução
Este é o terceiro livro sobre Inteligência Emocional que tenho o privilégio de publicar e,
no meu ponto de vista, era necessário fazê-lo o mais rápido possível, pois aborda um aspecto
primordial para mim, para você e para o futuro da sociedade como um todo: a Educação
Emocional dos nossos Filhos.
Chegamos num momento na História em que geramos muita informação, mas pouca ex-
periência. Muito conhecimento, mas pouca sabedoria. Até uma criança na fase escolar, hoje,
tem mais conhecimento geral do que um governante do período romano. E, se não possuímos
esse conhecimento, fazemos uma busca rápida na internet e conseguimos a resposta. Mas é
bem diferente quando se trata de sabedoria, do “saber fazer”, pois são qualidades que precisam
ser aprendidas na prática. O conhecimento, sem a execução, a disciplina e a criatividade, é
inútil e se torna um verdadeiro lixo intelectual.
A Educação Emocional é a chave para transformar essa avalanche de estímulos externos
e informações em resultados práticos, em concretização e, especialmente. em uma sociedade
mais equilibrada e feliz.
Para um adulto, possuir um alto grau de Inteligência Emocional o prepara para alcançar o
equilíbrio necessário para a felicidade na sua vida pessoal, familiar, profissional e financeira (o
dinheiro é algo muito mais emocional do que você imagina!). Conhecer as próprias emoções
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
e medos – e usá-los para superar barreiras internas e encontrar o nosso caminho na vida, uti-
lizando nossos talentos e assumindo o nosso papel neste mundo – é o caminho para a verda-
deira felicidade que, por milhares de anos, temos procurado inutilmente apenas fora de nós.
Ser mãe, ou ser pai, não é uma tarefa trivial, corriqueira ou simples, pois os filhos não vêm
com um manual de instruções e cada criança é completamente diferente da outra. É preciso
preparação, orientação, conhecimento e determinação para interpretar, agir e reagir de forma
adequada a toda uma gama de delicados processos emocionais que estão se formando no
pequeno cérebro ainda virgem de uma criança.
Como conceber e criar filhos e filhas saudáveis, tranquilos, serenos e felizes, que se destacam
da maré de crianças ansiosas, inquietas e presas ao mundo virtual que caracteriza os dias de hoje?
O que devemos fazer para preparar nossos filhos e filhas para crescerem conscientes dos seus
medos, aceitando-os e usando-os para alcançarem suas realizações, em vez de crescerem frus-
trados ou ansiosos numa espera infrutífera pelo fim desses medos? Ou então, como ensina-los a
expressar e usar positivamente emoções tão naturais como tristeza e raiva?
Como gerar crianças focadas, criativas, inteligentes, ousadas e capazes de liderar suas vidas,
capacitadas por nós, pais e mães, a serem felizes em meio ao caos moderno?
Na realidade, nós nunca aprendemos, desde a época das cavernas, a proporcionar uma
Educação Emocional aos nossos filhos, e nunca atribuímos ao mundo emocional a impor-
tância devida. Não existe, por parte da maioria dos pais, o reconhecimento ou a percepção do
impacto que as emoções vividas durante na gestação e durante a primeira infância, causam
nos relacionamentos, nos aspectos físicos, profissionais, financeiros e nos hábitos diários dos
nossos filhos. Isso acontece até hoje, porque nunca fizemos as correlações entre tudo o que
nós, pais e mães, vivemos durante essas fases de nossas vidas, e o quanto estamos apenas RE-
PETINDO aquilo que aprendemos lá atrás em nossas gestações e primeira infância também.
A vida emocional da gestação e infância é tão decisiva que, mais tarde, as barreiras criadas
nesse período irão afetar profundamente a vida pessoal, profissional, familiar e até financeira
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Introdução
do adulto que essa criança se tornará. A maior parte das doenças físicos e emocionais de um
ser humano adulto está intimamente ligada a esse mundo emocional desenvolvido junto com
o nosso corpo físico. Um mundo que nós, pais, temos a possibilidade – e a responsabilidade
– de desenvolver de forma equilibrada e saudável nos nossos filhos.
Você, que é (ou será) mãe ou pai, disposto a realizar o melhor possível e imaginável para
o seu filho, vai descobrir neste livro como funciona esse mundo emocional – e como estrutu-
rar emocionalmente seu filho para viver, realizar e contribuir para uma sociedade mais feliz,
equilibrada e colaborativa.
Se você tem dúvidas, inseguranças, e procura por informações que o orientem no dia a
dia, irá encontrar aqui um porto seguro para parar, refletir e tomar as medidas práticas neces-
sárias para o desenvolvimento emocional saudável dos seus filhos.
Neste Lado A do livro, que chamamos de GESTAÇÃO, vamos tratar de algumas noções
básicas de Inteligência Emocional, que englobam quatro fases:
1. Pré-Concepção, que envolve o relacionamento dos pais (como se estabelece essa
união) antes do ato sexual que irá culminar com a concepção de um filho ou filha.
2. Concepção, onde abordaremos o momento decisivo, o instante mágico da conexão
entre dois corpos e almas, em que a fagulha da vida irá ser lançada pelos pais, forman-
do uma NOVA VIDA!
3. Gestação, os nove meses mais importantes de nossas vidas. É o período em que o cére-
bro emocional do bebê interpreta e registra (memoriza) todas as experiências vividas
pelos pais, e que determinará o aspecto emocional do seu filho por toda a vida – ou até
que tenha a oportunidade de se Reprogramar Emocionalmente.
4. Nascimento, um momento mágico, único e breve, mas determinante também, pois é
a primeira experiência da criança com o mundo externo, que marcará a forma como
ela, depois de adulta, encarará os desafios e a confrontação com esse mundo.
Leia este Lado A - GESTAÇÃO, mesmo se o seu filho ou filha já tiver nascido. Você en-
tenderá muito do comportamento dele, ou dela, ao tomar conhecimento dos processos emo-
cionais que envolvem a fase intrauterina do bebê até o momento do nascimento.
Por outro lado, se você, mamãe ou papai, ainda está pensando em ter o seu bebê, ou está
vivendo a fase da gestação, aproveite cada palavra desta jornada extraordinária. Convide o seu
marido, ou a sua esposa, para lerem juntos este livro. E proporcionem ao seu bebê, uma vida
emocional bem estruturada, pois, assim, ele, crescerá tendo nas mãos todos os recursos para
ser um adulto equilibrado, saudável, realizador e feliz!
E não é isso que nós, pais, tanto sonhamos para os nossos Filhos?!
Rodrigo Fonseca
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A Pré-concepção
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1. A Pré-concepção
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
Muitos pais, mesmo que de forma inconsciente, veem a criança como um “pacote - pro-
blema” que não esperavam e que não podem, ou não devem, recusar. Isso pode causar danos
inimagináveis ao bebê.
O bebê já chega carente a este mundo, sofrendo com uma eterna sensação de aban-
dono ou rejeição por parte dos seus pais. Torna-se uma criança e, mais tarde, um adulto
instável, que exige ser o centro das atenções o tempo todo, e realmente incomoda a todos com
a sua sede insaciável por atenção. Ou então, se fecha em seu próprio mundo por medo de ser
abandonado novamente, e rejeita todos aqueles que se aproximam, antes que ele mesmo seja
rejeitado novamente.
Estamos falando de pais que esperam ansiosamente por um bebê: a mulher que tem difi-
culdades para engravidar; o casal que já têm uma filha ou um filho, e desejam uma criança do
sexo oposto; e a mulher que se aproxima ou já ultrapassou a idade-limite para uma gravidez
sem riscos. A espera ansiosa e prolongada pelo bebê causa um estresse em grau muito maior
para os pais, e consequentemente para o bebê, durante toda a gestação – gerando um futuro
adulto também estressado, pressionado por uma grande responsabilidade: a de superar essa
expectativa gigantesca!
Os sentimentos dos pais, antes e durante da gravidez, sejam eles positivos ou negativos,
causam alterações na carga genética doada por eles. E irão marcar decisivamente a vida adulta
dos seus filhos.
Imagine a relação entre pai, mãe e bebê como um triângulo, onde as duas pontas da
base são o pai e a mãe, e a ponta de cima é o filho. Se essa base (o relacionamento entre os
pais) é fraca ou inexistente, a ponta de cima (o bebê) fica solta, sem sustentação, e a figura
desmorona.
É exatamente isso, o que acontece na vida real. Quando vem a gravidez, é necessário que
essa base torne-se ainda mais forte, mais intensa, para sustentar com firmeza o terceiro pon-
to, o bebê. Quanto mais amor houver nessa base, mais forte e confiante será a criança, pois
se sentirá mais segura e acolhida por esse amor. E a própria criança gerará mais amor, mais
união, para fortalecer o relacionamento do casal.
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A Pré-concepção
Filho A Filho A
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
dificuldades emocionais – e que devemos estar muito mais atentos e dar o nosso melhor para
ajudá-la a vencer essas barreiras. E que isso demandará muito mais esforço e dedicação de
nossa parte, como pais.
Vamos agora, abordar algumas condições que exigem muita atenção no período da pré-
-concepção, ou seja, antes de engravidar.
Eu posso afirmar com toda a convicção: não existe um erro maior do que esse para um pai,
ou uma mãe, cometer no seu relacionamento. E, principalmente, estará trazendo um dano
emocional gigantesco a esse bebê que vai nascer.
O ato de gerar um filho, por si só, é um fato extraordinário na vida de qualquer casal, pois os
futuros pais terão as suas vidas totalmente alteradas pela chegada do bebê. A dedicação, o amor,
a atenção e a energia que uma criança demanda, desde a gestação até os primeiros anos após o
nascimento, são imensas e intensas. E tende a ser ainda maior se for o primeiro filho do casal,
pois a tensão, insegurança e o medo do desconhecido, da experiência inédita, da enorme res-
ponsabilidade de ter uma nova vida sob seus cuidados, estarão sempre presentes nessa relação.
É preciso que os pais se PREPAREM para despender toda essa energia extra e atenção,
que estejam tranquilos, equilibrados, de bem um com outro e consigo mesmos. Com a
chegada do bebê, não lhes sobrará energia para corrigir um relacionamento problemático e
instável – que tenderá a piorar.
Isso significa que, se um casal está bem, um bebê os unirá ainda mais, o amor crescerá e
se multiplicará para todos da família. Se, ao contrário, o casal estiver em conflito, desunido e
separado emocionalmente, um bebê o separará ainda mais.
Uma criança raramente corrigirá ou curará uma relação que já estava doente. E o pior,
você estará gerando um bebê que trará consigo as sequelas de um relacionamento problemá-
tico e doentio, tornando-se uma criança e adulto com grandes possibilidades de viver proble-
mas tão comuns hoje em dia, como depressão, pânico, ansiedade, obesidade e vícios.
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A Pré-concepção
da, num número inimaginável para os casais de hoje. O mundo da mulher era a casa, a família
e os filhos. Mas isso mudou muito: hoje em dia, muitas mulheres atingem a casa dos 90 anos
– ou mais – de forma tranquila, e o estilo de vida feminina sofreu uma grande transformação.
A mulher moderna trabalha fora, é independente e tem anseios e objetivos profissionais tam-
bém. O corpo da mulher também acompanhou essa evolução e, hoje, os médicos indicam o
período dos 20 a 30 anos como o ideal para a gravidez.
É importante programar a gestação para esse período, em que o corpo da mulher se
encontra em plenitude física, para preservar o bebê e a mãe de uma gravidez de risco.
Claro que a Medicina está em constante evolução, e cada vez mais surgem técnicas e pro-
cedimentos médicos que minimizam os riscos, mas o fato inquestionável é que, depois dos 35,
o corpo da mulher já não apresenta as melhores condições para uma gravidez. Cientes disso,
muitas mulheres, ao se aproximarem dessa idade, decidem engravidar o mais rápido possível,
mesmo que não exista amor – ingrediente primordial para gerar uma vida saudável e feliz –
transformando a metade de seu filho(a), o pai, apenas num meio (objeto) para alcançar seu
objetivo (o de ser mãe!). Isso também provocará grande impacto no futuro de um bebê, que
se sentirá constantemente “vazio”, sem saber o porquê.
A contagem regressiva começa, então, para essa mulher e seu marido, quando casados. As di-
ficuldades naturais aumentam com a idade. Depois dos 30, a mulher já não possui a mesma abun-
dância de óvulos e a sua fertilidade começa a decrescer. As tentativas malsucedidas vão criando
uma grande frustração, ansiedade, estresse e pressão de amigos e familiares. Forma-se, então, um
cenário propício ao surgimento da SUPEREXPECTATIVA dos pais com relação ao futuro bebê.
Se, finalmente, a tão sonhada gravidez acontece, ela vem acompanhada pelo medo cons-
tante da perda ou do parto prematuro, que ocorrem com maior frequência em grávidas acima
dos 35 anos. Nessa faixa de idade, também, aumenta bastante a probabilidade do feto apresen-
tar a Síndrome de Down, por isso exames específicos, muitas vezes invasivos, são necessários.
Todas essas situações de estresse e pressão enfrentadas pelos pais tardios impactam direta-
mente o bebê. Pois tudo aquilo que mãe e pai está passando aqui fora, seu bebê está sofrendo,
só que com uma grande diferença – ele ainda é só um bebê, que não sabe se proteger e não tem
a mínima ideia do que significam todos esses medos e ansiedade dos seus pais .Tudo o que um
bebê quer, enquanto está sendo gerado, é ser aceito e amado pelos pais. Portanto, tudo aquilo
que quebra a harmonia e o clima de afeição deles o agride profundamente. Quanto à superex-
pectativa gerada, ele tende a tentar corresponder, mas desconhece como fazê-lo. Nesse dilema,
o seu cérebro emocional desenvolve insegurança, carência, estresse, antes mesmo de nascer.
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
era comum que as garotas engravidassem do seu primeiro filho aos 14 ou 15 anos de idade.
Hoje em dia, tudo mudou. Podem ocorrer casos acidentais com jovens despreparados, que
não tomaram as medidas anticoncepcionais adequadas, mas são acontecimentos isolados,
não uma decorrência de hábitos arraigados.
Assim como no caso de pais tardios, os pais precoces também enfrentam uma série de
transtornos emocionais, e o mesmo ocorre com o seu bebê.
Certamente garotas e garotos de quinze anos ainda não possuem maturidade suficiente
para serem independentes, deixarem a proteção do “ninho” de seus pais para enfrentarem a
vida adulta sozinhos. O que dizer, então, de serem obrigados não só a voar por conta própria,
mas também a formarem uma nova família e se responsabilizarem por uma nova vida? Esses
jovens pais e mães encontram-se despreparados e inseguros. E acima de tudo, sentirão muito
medo ao descobrirem que estão esperando um bebê. Mais tarde, perceberão que perderam
um período importante de suas vidas, em que poderiam ter vivido novas experiências e apro-
veitado melhor a sua juventude, e o pior de tudo, colocarão a culpa neste filho(a), gerando
uma relação de pais e filhos completamente conflituosa, e na maioria das vezes, competitiva.
Mais tarde, esses pais cobram dos filhos a sua perda.
Quantas vezes você ouviu por aí frases como “Dediquei a minha juventude a você e
agora você me trata assim?”, “Passei a minha vida toda cuidando de você e é assim que me
agradece”?
Eu ouço sempre. E essas queixas são dirigidas a filhos já adultos, como se agora eles fossem
obrigados a compensar os pais pelo que eles fizeram lá atrás – que nada mais é do que uma
consequência dos “erros” dos próprios pais.
Esses pais estão convencidos de que os filhos lhes devem algo por terem sido cuidados e
protegidos, pois consumiram a sua juventude para isso. Isso se constitui numa relação eterna
de dor, ao invés de amor entre pais e filhos. Conscientes ou não, de forma voluntária ou não,
quem decidiu e gerou o filho foram os pais. A responsabilidade pela vinda de uma criança ao
mundo é, e sempre será, dos pais, nunca dos filhos.
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A Pré-concepção
avisam que irá chover mais tarde – já saímos de guarda-chuva para nos prevenirmos – assim
será com você que não conseguirá ter seu bebê em condições favoráveis.
Tudo na vida tem um PREÇO.
É sempre melhor negociarmos conscientes do que temos a ganhar e, principalmente, a
perder. Assim, poderemos aceitar as perdas e nos prepararmos para as dificuldades que sur-
girão. Dessa forma, proporcionaremos aos nossos filhos as melhores chances de se tornarem
adultos mais felizes.
A resposta é sempre dar o nosso melhor.
É reunir o máximo de forças para garantir as melhores condições possíveis para os nossos
pequeninos virem ao mundo.
Nunca seremos perfeitos, porque a perfeição, na sua forma absoluta, não existe neste
mundo. O Universo é regido pelo constante cabo de guerra entre a luz e a sombra, o positivo
e o negativo, o bom e o ruim. E, nessa disputa, ambos os lados são necessários.
Nós, os pais, devemos buscar o ponto mais próximo possível do equilíbrio. Assim, estare-
mos dando às nossas crianças uma base sólida para que possam alcançar o seu próprio Ponto
de Equilíbrio de uma forma mais tranquila e menos traumática.
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A Concepção
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2. A Concepção
O sopro de vida, a energia vital, o espírito – qualquer que seja o nome dado a esse
milagre, que nos dá a VIDA e nos diferencia de um objeto inanimado – viaja por meio
do espermatozoide, que percorre um longo caminho de uma forma independente, livre e
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
viva, para chegar ao óvulo da Mãe e fecundá-lo. Então o PAI é o início, a centelha da vida,
o movimento, a ação.
A MÃE é o lar acolhedor, o HABITAT PERFEITO onde essa centelha de vida irá se
expandir e se desenvolver durante 9 meses.
A mãe é a estabilidade, o alimento, a morada do espírito. É a proteção, a companhia e o
primeiro amor de uma criança.
Pai e Mãe, juntos, são a base para a união perfeita entre a alma e o corpo da nova vida que
se inicia.
Quanto mais os pais se cuidarem emocionalmente, espiritualmente e fisicamente, es-
tarão transmitindo aos filhos uma herança genética e espiritual de melhor qualidade.
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A Concepção
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
Antes de plantar a semente nesse solo, é preciso pensar muito bem, pois os pais legarão
aos filhos todas as dificuldades que introduziram ali, nesse solo inicial, e perpetuarão a dor e
as dificuldades por anos ou gerações.
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A Concepção
agradecidos, a criança que lá, em algum lugar do Universo, nos ESCOLHEU para sermos
seus pais.
A concepção é um ato sublime, uma dança mágica, em que a VIDA – ou a alma, o espírito,
como queiram – insere-se no Pai, no seu espermatozoide, e viaja, cheio de energia, à procura
do local ideal para se desenvolver. E ele vai encontrar esse refúgio, o seu habitat perfeito, no
corpo da Mãe. Então acontece a explosão do amor, da energia, da vida: a CONCEPÇÃO!
Se, por exemplo, no momento do ato sexual, a mulher não está receptiva ao sexo por
alguma razão, e apesar disso é coagida a praticá-lo, a concepção dessa criança ficará mar-
cada por emoções como a rejeição, a raiva e o medo. O sentimento predominante, legado
pela mãe, será o de quem está sofrendo um desrespeito, uma invasão no seu corpo, uma
agressão ou abuso.
Essa criança, mesmo depois de adulto, tenderá a atrair para si o mesmo tipo de pessoa
que abusou de sua mãe. Ele, ou ela, emitirá de forma inconsciente essa vibração, procurando
reconstituir o acontecimento que deu origem à sua vida, e acabará por viver repetidas expe-
riências negativas, sempre com pessoas que abusarão do seu carinho, do seu dinheiro, do seu
tempo, enfim, de tudo o que faz parte dela. Esses pequenos e grandes abusos tornarão o seu
dia a dia um inferno, e a sua autoestima, baixíssima.
Pode acontecer também o caminho oposto, ou seja, esse adulto se sentirá predisposto a
assumir o papel do agressor(a), do agente dos abusos físicos e/ou emocionais. Se tornando
alguém egoísta e agressivo e que não têm respeito pelo próximo. Em ambos os casos, o sexo
se transformará para esse Bebê, num ato de agressão, afastando-se do seu verdadeiro signifi-
cado: um ato de amor.
É primordial, quando o casal decide ter um bebê, que o amor, o respeito mútuo, a cum-
plicidade e a alegria estejam presentes desde o início, para que a criança nasça saudável e
equilibrada sob todos os aspectos.
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A Gestação
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3. A Gestação
Você sabia que esta frase tão comum traz uma “pegadinha”, um erro importantíssimo, que
se não for corrigida, vai acarretar sérios prejuízos ao seu Bebê pela vida toda?
Vocês, Pais, NÃO vão ensinar muitas coisas ao seu filho QUANDO ele nascer – vão ensi-
nar ANTES de ele nascer!
Nada é mais errado do que imaginar que o útero materno é um santuário, onde o
bebê permanece intocável durante os nove meses de Gestação, apenas se desenvolvendo
fisicamente.
Durante a Gestação, há uma interação profunda e intensa entre a Mãe, Pai e o Bebê, e nes-
se período ocorrem as transformações que ditarão quase todo o futuro dessa criança. Isso já
foi comprovado cientificamente, e consta no livro Origins - How the Nine Months Before Birth
Shape the Rest of our Lives (Origens – Como os nove meses antes do nascimento moldam o resto
de nossas vidas), da norte-americana Annie Murphy Paul. O livro surpreendeu muita gente, e
foi matéria amplamente discutida até no The New York Times.
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
Vamos mostrar a você, agora, como educar seu Bebê ANTES de ele nascer, como trazê-lo ao
mundo de forma serena e tranquila, preparado para enfrentar os grandes desafios deste planeta!
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A Gestação
O Bebê, na sua fase intrauterina, pode não compreender totalmente o código linguís-
tico do adulto, mas grava tudo no seu cérebro emocional. Ele interpreta à sua maneira as
EMOÇÕES geradas por cada tipo de estímulo intrauterino, e vai formando um repertório de
emoções e comportamentos para reagir a esses estímulos, ou algo similar, mais tarde na sua
vida adulta.
Quando falamos de emoções, estamos falando de neurotransmissores e hormônios como
a adrenalina, a ocitocina, o cortisol, a dopamina, endorfina, a serotonina, etc. Eles são os
responsáveis pelas sensações de medo, ansiedade, amor, tristeza, raiva, angústia, felicidade
e prazer enviadas ao cérebro. Por isso, durante a Gestação, enquanto a Mãe e o Bebê vivem
uma interação complexa e visceral, o corpo do bebê aprende a reagir de forma idêntica à Mãe
perante certos estímulos, enviando os mesmos hormônios – isto é, disparando as mesmas
emoções.
Por isso, se a Mãe, durante a Gestação, enviar sistematicamente sentimentos negativos ou
depressivos para o Bebê, ele reagirá da mesma maneira quando vier ao mundo, tornando-se
um adulto emocionalmente desequilibrado e depressivo.
O EQUILÍBRIO HORMONAL está associado diretamente à Gestação, à origem, quan-
do construímos a nossa ESTRUTURA EMOCIONAL.
Quantas vezes ouvimos alguém dizer que tal pessoa vive atraindo gente de má índole? Ou
que fulano ou sicrano sempre namora o mesmo tipo de pessoa, mesmo sabendo que nunca
dá certo?
É comum nos deparamos com pessoas maduras, inteligentes, de ótima formação, co-
metendo os mesmos erros sistematicamente. E o mais curioso é que elas parecem incapa-
zes de fugir dessa repetição, mesmo conhecendo outros caminhos.
Se mergulharmos mais fundo na vida dessas pessoas, provavelmente vamos encontrar as
raízes desse comportamento no período intrauterino, quando comandos distorcidos foram
gravados no seu cérebro emocional, levando-as a repetir sempre o mesmo engano.
Claro que essas distorções gravadas no seu “DVD Emocional” podem ser alteradas e no-
vos Programas podem ser inseridos. Há métodos modernos e profissionais competentes em-
penhados em proporcionar uma vida emocional mais saudável para quem necessita desse
auxílio. Nos programas da SBie, por exemplo, desenvolvemos uma metodologia, cientifica-
mente comprovada, para acessar o cérebro emocional, ressignificar e criar novos Programas
Emocionais, baseados nos conhecimentos do adulto, e não mais de uma bebê. Mas, por mais
que existam formas, comprovadas por milhões de pessoas, de corrigir as falhas da Educa-
ção Emocional, poder registrar Programas Emocionais baseados no amor e na felicidade no
“DVD Emocional” dos nossos Bebês, é MUITO melhor.
É para isso que estamos trabalhando, você e eu, neste capítulo: oferecer as melhores con-
dições emocionais para o seu Bebê ANTES do nascimento.
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
Porque aqui, como em tudo na vida, é muito melhor fazer algo certo desde o início do que
corrigi-lo depois.
Como disse no início, a maioria das pessoas não programa um bebê. O filho simplesmente
“acontece” na vida do casal. Então, a descoberta da gravidez provoca um grande susto e medo
no casal. Além disso, o aumento de responsabilidade, a perspectiva de mudanças no seu cor-
po e na sua vida, a incerteza do futuro, o medo de passar por uma experiência completamente
desconhecida, tudo isso oferece mil razões para os novos Pais e Mães sentirem-se inseguros
e apreensivos.
Ao tomar consciência de que está grávida, o casal revive, de uma forma muito profunda,
a experiência de quando eles eram bebês. Por exemplo, se você sentir muito medo ao saber
sobre a gravidez, pode ser que esse sentimento tenha sido herdado de sua mãe, que passou por
alguma experiência de muito medo quando soube que estava grávida de você.
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A Gestação
E tem mais: esse sentimento pode ter sido herdado não apenas de nossa mãe, mas pode
estar acompanhando sua família há muitas gerações. Portanto, o medo e a sensação de amea-
ça vêm sendo transmitidos de geração a geração, mesmo que a causa deles já nem exista mais.
O que determina, muitas vezes, a reação dos Pais no momento em que descobrem a
gravidez, é o que eles têm GRAVADO em suas MEMÓRIAS EMOCIONAIS.
Então, mamãe e papai, saibam que muitas vezes, as nossas próprias emoções nos surpre-
endem pois, não temos a mínima consciência de todos sentimentos que carregamos dentro de
nós, e que aguardam apenas o gatilho certo para serem acionados. O importante, aqui, é estar
consciente de que, qualquer que seja a reação de vocês, ela tem uma explicação, e não é algo
anormal ou condenável... pelo contrário, vocês estão tendo uma grande oportunidade de dar
novos significados às emoções que não foram compreendidas há muitos anos!
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
Se você ainda está cogitando a possibilidade de ter um bebê, ótimo! Esse é o melhor mo-
mento para se preparar para o momento da gestação do seu bebê. Agora que você já sabe que
a sua reação pode ser inesperada, e não tão positiva o quanto falam, será muito mais fácil
enfrentá-la com serenidade, comunicar tudo o que está acontecendo e o que você está sen-
tindo ao seu bebê – sempre com a verdade – mesmo que você precise pedir perdão a ele por
qualquer sentimento negativo.
Por isso, ao saberem que estão “grávidos”, percebam tudo aquilo que estão sentindo
e pensando e, com o máximo de verdade e amor, comuniquem ao Bebê tudo aquilo que
realmente está acontecendo, dando um significado a tudo que estão vivendo, pois será
isso que estarão programando no cérebro emocional do seu bebê e que definirá o futuro
de tudo o que ele viverá na vida adulta.
Mas nem sempre isso é possível, não é? Especialmente se você já teve seu bebê como a gran-
de maioria dos Pais no Brasil e no Mundo! Imagine que você teve uma reação forte e traumática.
Tudo bem, isso acontece e é extremamente normal como falei acima. Respire fundo. Aceite as
emoções que afloraram, pois fazem parte de você. Espere até que elas se acalmem um pouco,
tendo sempre em mente que essas emoções já estavam gravadas no seu cérebro emocional des-
de a sua própria gestação e que, portanto, você não terá controle. Nem você, nem seu bebê, são
culpados de nada – apenas converse e explique tudo a ele, dizendo que está tudo bem e que o seu
bebê não é responsável por nada - e que você resolverá tudo isso aqui fora.
Provavelmente seu bebê está assustado com as fortes emoções que vocês pais lhe transmi-
tiram. Comece a conversar com ele, falando baixinho. Apresente-se:
“Oi Bebê, aqui é (diga o seu nome), sou a sua mamãe (ou seu pai). Vamos ficar juntinhos
pelos próximos nove meses. Nós, seu papai e mamãe vamos cuidar e proteger você, vamos amá-lo
e ensinar muitas coisas durante toda a vida!”
Toque na barriga enquanto fala com o seu Bebê. E seja sempre sincera(o)
Diga sempre a verdade ao seu Bebê. Se ficou irritada(o), com medo, incomodada(o), diga-
-lhe isso e explique o por que está passando por tudo isso. Exponha os seus motivos e depois
peça perdão, como você faria com um adulto. O seu bebê já está dentro de você e entende
tudo, portanto, trate-o como uma pessoa. Diga:
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A Gestação
“Olha, a mamãe/papai ficou preocupada(o), ficou com medo, quando soube que você estava
aí. Porque a gente não esperava... Porque nunca fomos pais antes... Porque já tínhamos muitos
filhos...”, etc.
Ou diga:
“Mamãe está brigada com papai, por isso ficou chateada, mas pode ficar tranquilo aí dentro
que isso é problema nosso e vamos resolver isso.”
“A nossa situação financeira não está boa, mas vai dar tudo certo, porque você é o maior
estimulo para melhorarmos nossas finanças.”
Ou até mesmo:
“A mamãe/papai não sabe por que ficou triste ou com medo, mas aconteceu. Desculpe meu
bebê, esses são sentimentos meus, então devolva para mim...”
Sempre afirme, com convicção, que o seu Bebê já é bem vindo e que não tem
culpa de nada
“Nada disso tem a ver com você. Perdoe a mamãe/papai pelo susto, você é bem-vindo, é
muito amado meu bebê. A mamãe e o papai cuidarão de você, por isso pode se sentir seguro...
amado... feliz...fique tranquilo que estamos juntos com você!”
Seja romântica, faça um jantar com o seu prato preferido, enfeite a mesa com flores, velas.
Deixe-o à vontade, relaxado, crie um ambiente feliz e tranquilo antes de contar sobre a chega-
da do bebê de vocês. Dê a ele um presente-surpresa, uma caixinha com sapatinhos de bebê ou
com o teste positivo de gravidez, por exemplo.
Use a sua imaginação para tornar o momento da revelação da gravidez algo muito especial
e cheio de amor e alegria.
Importante: fique preparada, pois a reação do seu marido ou companheiro pode NÃO
ser a que você esperava.
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
Abra o seu coração, compartilhe com o seu companheiro tudo o que está sentindo, tudo o
que aflorou quando soube que estava grávida. Resgate a cumplicidade, a comunhão que vive-
ram durante o ato da concepção deste bebê. Vislumbre, junto com ele, a beleza desse milagre:
dentro de você, cresce uma nova vida, fruto do amor de vocês.
Todos os homens e mulheres, desde o início dos tempos, têm levado a cabo essa missão
extraordinária de serem Pais e Mães. Por isso, não há nada a temer. Vocês dois, juntos ou não
(de acordo com a sua situação de vida), poderão criar um bebê iluminado, feliz e preparado
para deixar a sua marca neste mundo, desde que criem um relacionamento com ele desde o
momento que descobrem que estão grávidos!
Incentive o seu companheiro a conversar com o bebê durante toda a gestação, contando a
ele o que está vivendo e sentindo. Faça com que toque e acaricie a sua barriga. Deixe que ele
encoste a cabeça no seu ventre e fale baixinho com o bebê que está chegando, dando-lhe as
boas-vindas e criando um vinculo emocional extraordinário!
Com certeza, o bebê, lá no seu cantinho dentro da sua barriga, estará sorrindo e acolhen-
do o Papai com muito amor!
Aqui vale uma observação importante: muitas vezes os pais se sentem envergonhados
por falarem com “uma barriga”, e evitam fazê-lo, com receio de parecerem ridículos.
Lembrem que não é uma barriga, mas o. Bebê de vocês que já se encontra lá dentro e
espera pelo amor e relacionamento que somente vocês – pais e mães – poderão dar à pessoa
mais importante da vida de vocês. Esse bebê já percebe tudo, ouve e sente tudo, está conecta-
do a este mundo através de vocês, seus pais. Tudo o que disserem e sentirem estará ajudando
a formar a personalidade, os sentimentos, o cérebro emocional do seu bebê. É como se esse
bebê acabasse de entrar numa sala cheia de pessoas estranhas e objetos esquisitos. E as únicas
pessoas que ela conhece são vocês, seus pais, mas, em vez de recebê-la com boas-vindas e
ensiná-la sobre as regras da sala, vocês a deixam num canto, abandonada. Não é uma atitude
muito mais ridícula?!
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A Gestação
Muitos casais evitam o sexo durante a gravidez, pois temem machucar a criança
Isso é uma crença sem fundamento. É perfeitamente saudável manter relações sexuais
durante a gravidez, a não ser que haja uma recomendação médica específica para o seu caso.
Pois os momentos felizes e de prazer entre os pais só podem fazer bem ao bebê!
“Olha, papai e mamãe têm uma coisa maravilhosa para contar à vocês! A nossa família
crescerá e isso trará ainda mais amor e felicidade para todos nós. Está chegando um bebê, um
irmãozinho ou irmãzinha para vocês. A gente ainda não sabe se será menino ou menina, mas
será alguém muito especial, que vai trazer muito amor para todos nós. Vocês poderão ajudar e
ensinar tudo o que só vocês sabem a esse irmão(ã) que chegará em breve!”
Coloque as mãos dos seus filhos mais velhos na barriga da mãe, expliquem que o bebezi-
nho já está lá, só que ainda é tão pequenino, que não dá para sentir. Digam que eles também
já foram assim, bem pequenininhos e amados dentro da barriga da mamãe. Depois, à medida
que o bebê estiver se formando, mostrem a eles como ele vai crescendo. Mostrem como o
bebê se mexe dentro da barriga. Contem a eles que o irmãozinho já sente tudo e está ouvindo
o que eles dizem. Incentive-os a falarem também com o bebê, a transmitirem palavras e gestos
carinhosos e de amor.
“Vocês não vão mais ficar sozinhos. Terão um irmãozinho ou irmãzinha para brincar!”
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
“Vai ter que dar seus brinquedos pro seu irmãozinho brincar.”
Tudo depende do significado que vocês, pais, darão para a chegada desse bebê. Por isso,
deem sempre um sentido positivo! Digam que a chegada do bebê produzirá MAIS amor e
MAIS alegria para toda a casa:
“Tem uma fábrica de amor dentro de papai e de mamãe. Quando você chegou, apertou um
botãozinho que fez a fábrica começar a produzir muito mais amor. Agora, o bebê está apertando
de novo, lá dentro do nosso coração, esse botãozinho do amor. Por isso, mamãe, papai e todo
mundo da nossa família vão produzir ainda mais amor para você e para o bebê!”
Dependendo da idade, as explicações podem ser mais complexas ou não, mas devem se
focar, principalmente, em afirmar a posição do filho mais velho como uma parte importan-
tíssima da família, mais experiente e mais próximo do irmãozinho, que vai ajudar os pais a
criá-lo, protegê-lo e ensiná-lo por toda a vida.
Papai, conte para os filhos mais velhos como está se sentindo e os chamem para, conver-
sarem juntos com o bebê na barriga. Faça planos para brincarem todos juntos, saírem, etc.
Enquanto os filhos mais velhos participam ativamente desse período de Gestação, es-
tarão se habituando a cuidar e proteger o irmãozinho no futuro.
E, quando o bebê nascer, o momento será tão feliz e importante para eles quanto para
vocês, papai e mamãe!
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A Gestação
Menino ou menina?
Deixe claro ao seu bebê que o aceita, seja qual for o sexo.
No período inicial da gestação, quando ainda não se sabe qual é o sexo da criança, você
pode chamá-lo de BEBÊ, de NENÊ, de AMORZINHO, ou outro nome carinhoso sem dife-
rença de gênero.
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
Evite apelidos “engraçados” ou que conotem alguma qualidade negativa, como Baixinho,
Fofucha, Carequinha, etc., ou o seu bebê ficará marcado por esse rótulo pela vida afora.
Um bebê pode ser comparado a um adorável ET, vindo de outro planeta (o útero mater-
no), um marciano que acabou de chegar a Terra e nada sabe sobre os nossos costumes, regras
ou crenças. Os pais têm a responsabilidade de acolhê-lo, protegê-lo e TRADUZIR este mundo
para ele.
Conte ao bebê o que está acontecendo com todos os detalhes, ao invés de achar que ele
sozinho será capaz de compreender corretamente o mundo ao seu redor. Isso trará segurança
ao seu bebê, pois saberá exatamente onde ele pisará. Jamais o ignore, só porque ele ainda está
dentro da barriga da mamãe. Lembre que ele já registra tudo, desde o momento da concepção,
assim como a caixa preta de um avião.
Você, mamãe, deve estar consciente de que o seu bebê está sempre com você, sentindo,
observando e guardando tudo na memória, através das próprias percepções e interpretações,
mesmo que ainda rústicas. Portanto, converse o máximo possível com ele. Não pense que
falar e interagir com o bebê é apenas uma brincadeira, pois ele existe, é real, apesar de você
ainda não conseguir enxergá-lo. Por isso, inclua-o na sua vida, na sua rotina. Não o deixe de
lado, especialmente quando passar por problemas cotidianos. Explique tudo o que está acon-
tecendo, pois caso isso não aconteça, os bebês tendem a achar que são responsáveis por todos
os problemas que os pais vivem “aqui fora”.
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A Gestação
Comente sobre o que está fazendo, conte como as coisas funcionam na sua casa, enfim,
mostre o mundo para ele. Quanto mais você ensinar ao seu bebê, mais adaptado e preparado
para a vida ele será ao nascer.
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
especialmente, nossos filhos. Por isso, você pode marcar na agenda como se fosse um com-
promisso importante e inadiável, pois são momentos que nunca mais retornarão.
1. Agenda diária: marque cinco minutinhos de manhã e mais cinco minutos, à noite,
junto com o seu marido ou esposa, para conversar com o seu bebê.
2. Conversa: dê bom dia ou boa noite, comente sobre o que vão fazer durante o dia.
Papai, conte um pouquinho para o bebê sobre o seu trabalho, qual é a sua profis-
são, ou a diferença que o seu trabalho faz na vida das pessoas. Pode contar tam-
bém como é o caminho até o seu trabalho, como são os seus colegas e o seu maior
aprendizado naquele dia. Mamãe, conte ao bebê o que vocês vão fazer juntinhos,
se vão ficar em casa, ou se vão para o trabalho, ou então, se vão sair e para onde,
etc. Digam também como vocês se amam e como o bebê é amado e aguardado com
muito carinho.
3. Despedida: se o pai vai sair para o trabalho, despeça-se beijando a barriga da esposa,
demonstrando carinho pelo bebê. Lembre sempre de dizer que vai voltar somente no
fim do dia, para que o seu bebê não se sinta triste ou abandonado por você.
A importância de verbalizar
Nos Treinamentos e Formações da SBie, 100% dos participantes têm registrado em seus
cérebros emocionais lembranças detalhadas das conversas dos pais durante a fase da gestação.
Mais do que isso – o que foi dito e interpretado nessa época influenciou fortemente a vida
dessas pessoas até a fase adulta.
Nessa fase, mesmo que os órgãos auditivos ainda não estejam formados, o bebê percebe
a voz, o tom, o timbre e a vibração causados pelas conversas ao seu redor. Por isso, não se
engane: a palavra falada tem um peso muito grande durante toda a nossa vida intrauterina.
Algumas expressões repetidas exaustivamente terão uma importância enorme para o seu fi-
lho, até depois de adulto, disparando emoções e comportamentos, muitas vezes indesejáveis,
mas que estão fora do controle racional do ser humano.
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A Gestação
O seu filho está gravando as palavras que você diz, o tom de voz que utiliza, os nomes que
usa para chamá-lo e as emoções que envolvem tudo isso. O bebê é uma espécie de gravador
que está sempre em ação, interpretando e registrando tudo o que chega até ele.
Além disso, quando você transforma ideias em fala, é obrigado a organizar na sua cabeça
as próprias ideias e emoções. Quando você explica verbalmente ao seu bebê por que está com
raiva, por exemplo, à medida que expressar através da palavra, enxergará a situação de uma
maneira mais clara. Poderá até ter surpresas ao descobrir que a sua raiva é muitas vezes des-
proporcional, ou poderá identificar melhor a sua causa.
Muito cuidado na hora de verbalizar a sua raiva ou mágoas. Desentendimentos acon-
tecem normalmente na vida de um casal, não é nenhuma “catástrofe emocional” para o seu
bebê se você discutir com seu marido de vez em quando. Mas vejo muitas mães repetindo
regularmente para si mesma, ou para os bebês, frases como:
“Seu pai é egoísta, só pensa nele.”
“É tudo culpa do seu pai.”
“Homem só presta para fazer filho.”
“Homem é tudo igual, não presta”, etc.
É importante ter consciência que o pai, para o bebê, é modelo de comportamento e de
identidade. E, portanto, caso seja criada essa imagem negativa paterna afetará a vida do seu
bebê no futuro. Se for um menino, você está rotulando ele com os mesmos “adjetivos” acima.
E caso for uma menina, está registrando no cérebro emocional dela o “tipo” de homem que
ela será atraída, por ter as mesmas “qualidades” do pai.
Cada uma dessas frases, ditas com convicção e emoção, são comandos que você está inse-
rindo na cabeça do seu bebê.
Como veremos adiante com maiores detalhes, isso não quer dizer que você deve reprimir
as suas emoções. É saudável e recomendável expressá-las. Mas sempre diga claramente ao seu
bebê que essas emoções nada tem a ver com ele.
Lembre sempre de reforçar que o pai do seu filho é uma pessoa com qualidades e defeitos,
que pode errar, mas nem por isso se torna um monstro ou algo parecido.
Nunca generalize, colocando um rótulo negativo no pai do seu filho, e muito menos no
gênero masculino como um todo.
Lembre-se que essa raiva pode ser um sentimento momentâneo para você, mas poderá se
tornar uma grande barreira por toda a vida do seu filho ou filha.
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
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A Gestação
Se o pai for incapaz de demonstrar as suas emoções, o bebê também crescerá com essa
deficiência, tornando-se um adulto imaturo, fragilizado, incapaz de lidar com as perdas e as
frustrações naturais da vida.
Então FALE o que está sentindo. Expressar e extravasar as suas emoções é uma atitude
saudável, que vai gerar uma neutralização dos possíveis efeitos negativos.
A contenção, ao contrário, é uma barragem, que um dia se romperá. E, quando isso acon-
tecer, só poderá haver duas consequências. Uma delas é a EXPLOSÃO, com a liberação de
uma carga excessiva de agressividade, raiva ou rancor contra o mundo externo. A outra é a
IMPLOSÃO: se não se consegue gerar um movimento externo, cria-se o oposto, um movi-
mento interno. Surgem doenças como problemas no fígado, na pele, no rim, nos pulmões,
excesso de peso, colesterol, diabetes ou diversos tipos de vícios, por exemplo.
Para expressar de maneira saudável as suas emoções é preciso, antes de tudo, que você
aprenda a reconhecê-las por meio das reações do seu corpo.
Reconheça as Emoções
Eu me lembro muito bem que durante toda a minha infância eu ouvia a minha avó repe-
tindo que sentia um certo “aperto no coração”. Já ouvi muita gente dizendo: “estou sentindo
uma coisa ruim aqui no peito”. Ou “estou suando frio”. Ou ainda: “estou com um nó no estô-
mago” e tantos outros sintomas físicos.
A maioria das pessoas só percebe os sintomas, mas não sabe qual é a emoção por trás
deles.
Mas para quê saber qual é a emoção por trás desses sintomas? É simples. Sabendo reco-
nhecer cada uma das emoções, você percebe o que está sentindo com maior clareza, e prin-
cipalmente, como você expressa-las ou direciona-las. Como vou conversar com o meu filho
sobre o que estou sentindo, se não sei exatamente o que é?
Acompanhe a tabela abaixo e aprenda a reconhecer cada uma das suas emoções:
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
EMOÇÃO SINTOMAS/DESCRIÇÃO
TRISTEZA Sentimentos:
• Abandono
• Solidão
• Apatia
• Languidez
• Foco no passado
• Isolamento
• Pessimismo
Sintomas físicos:
• Vontade de chorar
• Coração apertado
• Postura encolhida, encurvada, fechada em si mesma.
• Corpo flácido, jogado, sem firmeza.
• Sem tônus
• Olhar caído
• Boca encurvada para baixo
ALEGRIA Sentimentos:
• Otimismo
• Vontade de viver
• Foco no presente e no futuro
• Criatividade
• Energia
• Entusiasmo
• Gosto por novidades
Sintomas físicos:
• Vontade de sorrir
• Coração alegre, batidas firmes e fortes
• Postura aberta, peito e os braços se abrem (como num abraço)
• Corpo ganha tônus, energia
• Movimentos largos
• Olhar voltado para cima
• Boca encurvada para cima (sorriso)
• Expansão
MEDO Sentimentos:
• Pensamento fixo e repetitivo (sobre a ameaça)
• Apagão, dá “um branco” (foco na ação, não no raciocínio)
• Foco no passado, revivendo no presente (a presença da ameaça)
• Necessidade de uma atitude (fuga ou paralização)
Sintomas físicos:
• Tremedeira nas pernas
• Mãos suam
• Boca seca
• Olhos arregalados
• Narinas abertas (farejar, sentir o perigo pelo cheiro)
• Desarranjo intestinal
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A Gestação
RAIVA Sentimentos:
• Pensamento fixo e repetitivo (sobre o que causou a raiva)
• Foco no passado recente (quando ocorreu o motivo de sua raiva) e no mo-
mento presente (reação ao fato)
Sintomas físicos:
• Dentes travados (fechamento de circuito, ferocidade)
• Punhos fechados (prontos para o ataque)
• Músculos tensionados (prontos para luta)
• Olhar fixo
AMOR Sentimentos:
• Conex
• Vontade de viver
• Foco no presente e no futuro
• Criatividade
• Energia
• Entusiasmo
• Gosto por novidades
Sintomas físicos:
• Vontade de sorrir
• Coração alegre, batidas firmes e fortes
• Postura aberta, peito e os braços se abrem (como num abraço)
• Corpo ganha tônus, energia
• Movimentos largos
• Olhar voltado para cima
• Boca encurvada para cima (sorriso)
• Expansão
Quando você sente raiva? Sempre depois que alguém o atacou. A raiva é uma REAÇÃO a
alguém que o prejudicou, o feriu, o agrediu física ou emocionalmente. E todo ataque provoca
MEDO em primeiro lugar, pois está colocando em risco a nossa vida.
Por exemplo, se algum animal o ameaça, a sua primeira reação é a de se encolher, com
medo. Quanto mais a ameaça se aproxima, maior ainda se torna o seu medo. Quando
você é agredido de fato pelo animal, o seu cérebro emocional ultrapassa a fronteira
entre o medo e a raiva. Em questão de milésimos de segundos, a paralização provocada
pelo medo é substituída pelos efeitos da raiva, que lhe dá mais força, agilidade, potên-
cia e agressividade. Você não sente mais medo, apenas raiva, e REAGE brutalmente ao
agressor.
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Alegria
Tristeza
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A Gestação
A tristeza
A tristeza causa apatia e imobilidade em primeiro momento, vai minando forças, man-
tendo a pessoa em um isolamento, e num sentimento forte de desamparo. Depois, traz a
depressão, o pessimismo, o desespero, e pode mergulhar a sua vítima no grau mais baixo de
autoestima, no chamado “fundo do poço”. Todas essas fases são muito dolorosas e sofridas,
mas quando, finalmente, alcança-se o nível mais baixo e não podemos descer mais, só restará
uma saída: sair desse buraco, procurar a mudança, a luz. E aí reagimos, recomeçamos.
O que acontece quando não expressarmos a nossa tristeza, negamos ou a reprimimos? O tra-
jeto natural desse sentimento é interrompido. Paramos no meio do caminho e o estado de baixa
autoestima, de depressão, de isolamento se perpetuará muito tempo muito mais longo do que
o que seria necessário. Nunca conseguiremos superar a tristeza, jamais sairemos desse caminho
natural para o fundo e o recolhimento. E o pior: quanto mais tempo demorarmos para deixa-la
ir, maior a tristeza se tornará, será cada vez mais profunda e dolorosa. E, quando finalmente ela
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for trazida à tona, estaremos tão debilitados física e emocionalmente que seremos incapazes de
reagir, dando margem a atos extremos como o suicídio ou tantas outras grandes perdas.
Por isso é de extrema importância RECONHECERMOS e EXPRESSARMOS a nossa
tristeza, para podermos superar o mais rápido possível as suas fases... que são naturais
para todo ser humano.
O que fazer, então, quando uma mãe enfrenta durante a gravidez a perda de pessoas ama-
das, separações, traições, ou outro fato que lhe causa grande dor e tristeza?
ACELERE o seu processo da DOR.
1. É muito importante contar ao bebê. Avise-o de que você está passando por um mo-
mento ruim, delicado, difícil e que agora vai chorar, colocar para fora essa sua dor.
Diga-lhe com muito amor para procurar não se assustar, pois vai ficar tudo bem ao fi-
nal. Peça que o seu bebê fique tranquilo e que toda essa tristeza faz parte da vida, e que
ele um dia também viverá, mas que quando superar essa fase, serão felizes novamente,
você e ele. Depois ENFRENTE a sua tristeza deixando-a sair.
2. Deixe que a tristeza venha. Chore, grite e descabele-se o quanto achar necessário
para você, tendo a certeza de que está tudo bem com o seu bebê, e que ainda você está
ensinando-o a expressar essa emoção no futuro. Olhe para a sua dor, sem medo de
remexer na ferida. Isole-se, vá para um quarto, abaixe a luz, ouça músicas tristes ou
que relembre a pessoa ou o que você perdeu, veja fotos da pessoa ausente, relembre
os momentos de felicidade que já não poderá ter. VÁ FUNDO NA SUA DOR. Não
reprima o que está sentindo, sem tentar minimizar ou esconder o seu sentimento. Ao
contrário, ACELERE esse processo para que ele dure apenas o tempo necessário para
fechar esse ciclo em sua vida. Atinja rapidamente o fundo. Você verá que, depois de
muito pouco tempo, começará a sentir os efeitos benéficos dessa sua atitude.
3. Recomece. Depois de atingir o ápice da tristeza, virá naturalmente o alívio, o fim da
angústia, o sentir-se leve, o surgimento de um novo sentimento: a ESPERANÇA. Então
recomece. Redirecione a sua vida sem quem ou o que você perdeu. Siga em frente, pois
agora você estará mais madura, tranquila e fortalecida, pois o seu bebê precisa muito
de você... especialmente sem aquele excesso de emoção, que quando não expressamos e
dizemos o “porque” estamos sentindo, inevitavelmente, transmitimos essa dor ao bebê.
Quanto mais rápido você mergulhar no fundo do seu poço, melhores condições terá
para subir, voltar à tona e se recuperar, sem grandes sequelas.
O medo
O medo, como já dissemos antes, é uma consequência imediata do surgimento de al-
guma ameaça, seja física ou emocional, à nossa vida, ao nosso modo de vida, ao nosso bem-
-estar e a dos que nos são caros.
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A Gestação
O medo surge para que possamos REAGIR a essa ameaça, fugindo ou enfrentando e
vencendo com muito mais poder.
Para os animais, a reação instintiva frente a qualquer ameaça se limita a duas opções: fugir
ou fingir-se de morto. Dependendo do tamanho do seu adversário e a sua própria capacidade,
qualquer uma dessas reações pode levar a resultados negativos. Nós, humanos, não somos
diferentes porque até hoje não paramos para discutir e descobrirmos melhores maneiras de
usarmos nosso cérebro límbico (emocional) para alcançarmos resultados diferentes deles.
Portanto, mesmo num mundo civilizado e altamente desenvolvido de hoje, ainda não
aprendemos a lidar com tudo o que nos ameaça. E mesmo nessa vida aparentemente paca-
ta, longe das ameaças do tempo das Cavernas, ainda vivemos diversas situações de perigo,
principalmente psicológico, em que está em jogo não a nossa integridade física, mas a nossa
autoestima e a nossa imagem perante os demais. E o pior, geralmente, essas situações não nos
deixam margem para a fuga... então, acabamos congelados frente a situações de perigo, ou
mesmo, diante das maiores oportunidades de nossas vidas.
Imagine aquela reunião em que você sabe que algumas medidas que tomou serão questio-
nadas, que suas metas não foram atingidas, que algum erro de sua responsabilidade foi detec-
tado. Ou a prova de Física na época do colégio, para a qual não tinha estudado; a intervenção
cirúrgica inadiável; o dia em que foi conhecer o seu futuro sogro. Todas essas situações co-
muns em nosso dia a dia nos são ameaçadoras em variados graus de intensidade. E nenhuma
delas nos oferece margem para uma fuga sem consequências.
Qual é, então, a reação mais comum? O de fingir-se de morto ou paralisarmos!
Desde empresários, políticos, pessoas influentes da mídia, até o mais humilde dos mora-
dores de rua, todos nós estamos acostumados a nos fingirmos de mortos perante uma ameaça.
Não reconhecemos, não encaramos o medo. Fingimos que ele não existe. Fingimos
que as causas do medo nada têm a ver conosco.
Interrompemos o fluxo natural do medo, paralisando-o antes mesmo de ser reconhecido
dentro de nós. O que isso significa: passamos a responsabilidade dos nossos erros para os
outros, fazemos de tudo para nos escondermos em situações adversas, deixamos que outros
vivam a nossa vida. O medo continua lá, no fundo da nossa cabeça, cada vez mais forte, in-
fluenciando os nossos atos e decisões, tornando-nos desconfiados, sem iniciativa, instáveis,
inseguros ou mentirosos. Em vez de sentirmos o medo durante aquele momento e enfrentá-
-lo, prolongamos esse sentimento, muitas vezes, por toda a vida.
O que fazer, então, quando você, mamãe, enfrenta durante a gravidez situações de medo?
1. Respire fundo. Depois expire profundamente. Geralmente o ato de fingir-se de mor-
to pressupõe imobilidade, a suspensão da respiração. Preste atenção, todas as vezes
em que somos confrontados com uma situação de muito medo, paramos automatica-
mente de respirar. Ficamos num estado catatônico, sem reação. Então a primeira coisa
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
que você deve fazer é RESPIRAR. Faça-o com força, profundamente. E depois SOLTE
O AR, relaxando o seu corpo. Esse simples ato a tirará imediatamente do estado de
estresse e soltará a energia acumulada, livrando-a do excesso.
2. Identifique o estímulo que originou o seu medo. Feche os olhos e se pergunte de
onde surgiu essa sensação. As emoções sempre surgem como resposta a algum estí-
mulo externo – alguma ameaça externa – ou um estímulo interno, um pensamento
ou uma lembrança. Você ficou com medo porque se lembrou do projeto difícil que tem
que apresentar na semana que vem? Da conversa “séria” que o seu parceiro quer ter
com você? Identifique qual é o seu medo. E estará pronta para o passo seguinte.
3. Dê um passo em direção àquilo que a atemoriza. Claro que este passo não se aplica a
situações de perigo físico imediato, como um assalto ou o ataque de algum animal fe-
roz. Mas, hoje, a maioria das ameaças do nosso dia a dia surge principalmente em nos-
sa cabeça. Pensamentos como “não posso errar”, “será que vou conseguir?”, “se errar
agora, vou acabar com a minha carreira”, “se disser uma palavra errada, acabo com o
nosso relacionamento” causam muito mais problemas do que a realidade. Eles ampli-
ficam e superestimam os riscos, criando monstros imaginários em nossa cabeça. Para
quebrar esse padrão de pensamento, dê um PASSO para frente – bem na direção
da ameaça. Mova-se em direção à sala de reunião, ao carro, ao encontro da pessoa te-
mida. Dê um passo. O resultado será imediato e virá de forma natural: você enxergará
a ameaça como ela realmente é, não a imagem ampliada que a sua mente produziu. E
a sensação de alívio será incrível. Você pensará: “então era só isso?” e estará pronta e
com toda energia produzida pela adrenalina para seguir em frente!
4. Conte tudo ao seu bebê. Ora, você acabou de enfrentar um perigo e saiu vitoriosa!
Não se esqueça de explicar tudo ao seu bebê o que aconteceu. Parabenize-se pela sua
coragem, atitude e diga ao seu bebê que ele poderá fazer o mesmo – AGIR – sempre
que o medo surgir em sua vida aqui fora. Você estará ensinando ao seu bebê uma lição
maravilhosa e que garantirá a futura sobrevivência dele neste complexo e difícil mun-
do moderno!
A raiva
A raiva é um sentimento traiçoeiro, pois parece que, se for negada ou reprimida, ela de-
saparecerá. Mas, na verdade, a raiva continuará lá, crescendo em silêncio, pronta para atacar,
pois, como toda emoção, a raiva também precisa cumprir a sua trajetória até o fim, expressan-
do-a, para que possamos eliminar a sua origem.
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A Gestação
Se aquilo que a originou continua inalterado no mundo externo, a raiva será muito
maior a cada vez que se manifestar. Ela crescerá mais e mais, e toda essa energia acumulada
um dia explodirá de uma forma desmedida, sem controle, causando danos a nós mesmos, em
forma de doenças, ou às outras pessoas, em forma de agressões físicas ou verbais.
Então, o que uma mãe pode fazer para lidar com a raiva durante a gestação?
1. Em primeiro lugar, avise rapidamente o seu bebê que ele está seguro, por isso não
precisa ter medo, nem embarcar junto na sua raiva, e que você consegue resolver
isso sozinha.
2. Em seguida, coloque a sua raiva para fora. Extravase e solte a sua raiva o mais rápido
possível. Nunca a guarde dentro de você. Se você demorar para extravasar a sua raiva,
ela pode “passar”. Mas ela não desapareceu. Ela continuará existindo dentro de você,
causando males e doenças a você e ao seu bebê.
Grite, esmurre um travesseiro, xingue, fale tudo o que engoliu ou queria dizer a pessoa
que gerou raiva em você, e extravase o excesso de energia que a raiva acumulou
dentro de você. Não relaxe. Deixe que a raiva saia naturalmente – é NORMAL todos
nós sentirmos raiva, especialmente, quando uma mulher está grávida. Depois, direcio-
ne a sua raiva para fazer o que você estava sem energia para fazer.
3. Canalize a sua raiva para atividades produtivas. Sabe aquele armário que você es-
tava com preguiça de arrumar? A limpeza geral que estava adiando? As gavetas que
precisava esvaziar? A papelada que precisava organizar, as roupas velhas que precisava
separar para a doação? Todas essas atividades exigem energia extra e envolvem a ideia
de limpeza, portanto, são ideais para você direcionar a sua raiva e transformá-la em
algo produtivo. Aproveite o ímpeto, a necessidade de agir, essa força gerada pela raiva
e produza algo benéfico para si mesma. Assim, quando a raiva passar completamente,
você sairá duplamente vencedora!
4. Identifique o estímulo responsável pela sua raiva. E coloque fim no problema. O
fato de ter o conhecimento do que, ou de quem, exatamente, originou a raiva já é meio
caminho andado para a sua solução. A segunda parte é simples: vá até a pessoa que
provocou a sua raiva e imponha limites dizendo o que precisa ser dito: “não gostei dis-
so, por isso não faça mais.” Diga claramente: “não permito que você faça isso comigo,
porque eu me sinto desta ou daquela maneira”. Claro que às vezes nos deparamos com
problemas cuja solução está fora do nosso alcance, mas estar consciente disso nos dará
a serenidade necessária para lidarmos com os seus efeitos – sem deixar que a raiva
provoque grandes estragos em nossas vidas e no bebê!
A alegria
A alegria é uma emoção incrível, maravilhosa e desejada por todos nós. A alegria faz bem
para o corpo e a alma, cura feridas, aproxima as pessoas, transmite uma energia benéfica,
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A Gestação
O amor
Eu considero o amor como o nosso maior tesouro, a pedra mais preciosa que possuímos
dentro de nós, ainda oculta e muitas vezes desconhecida, enterrada em um oceano de emoções
dentro de cada ser humano. E, assim como qualquer outro tesouro ou pedra preciosa, o amor
só terá valor se for descoberto, expressado e colocado em circulação para curar muitas feridas e
unir pessoas que se amam. E claro, o amor produz uma profunda sensação de bem-estar e pra-
zer, porque ele libera ocitocina em nossa corrente sanguínea, conhecido como o “hormônio do
amor”, e extremamente necessário para um parto natural e feliz para pais e bebê!
Então, como lidar com essa preciosidade chamada AMOR?
1. Diga “eu te amo”. Declare o seu amor para o seu filho ou sua filha, para o seu marido
ou esposa, para os seus pais, para os seus irmãos ou grandes amigos. Não tenha vergo-
nha de dizer com clareza o quanto eles são importantes e valiosos para você. Diga com
todas as letras para o seu bebê: “eu te amo, filho(a)”, “você é muito importante para
mim”, “obrigado por você existir”, “obrigado por ser meu filho(a)”. O amor escondido,
preso ou reprimido dentro de você não vale nada. Ele só se torna um tesouro quando
você o expressa, faz a pessoa amada saber que ele existe e é real!
2. Toque com amor. O amor é, mais do que tudo, o toque, a carícia, o cafuné, o abraço e
o beijo. O amor é aconchego, é contato olho no olho, pele com pele, a intimidade física
com quem amamos. Rompa a barreira física e expresse o seu amor tocando na pessoa
amada. A explosão de energia, de sentimento, de bem-estar se multiplicará e ampliará
a sua sensação de amor e felicidade!
3. Amor é atitude. O amor não se mede apenas em palavras e carinho físico. Amar é
completar o outro, suprir as carências da pessoa amada, é estar ao seu lado quando e
onde for necessário. É perceber o outro e agir para o seu bem. É fazer uma massagem
relaxante na pessoa amada, que chega cansada do trabalho; é ajudar a lavar a louça
para que a sua esposa possa descansar. É tomar atitudes simples, que valem muito,
para propiciar serenidade, alegria e prazer à pessoa amada.
4. Saiba receber amor. Muitas vezes a falta de tempo, as demandas do dia a dia fazem
com que nos descuidemos do amor. Tornamo-nos distantes da nossa família, da nossa
esposa/marido e dos nossos filhos. Então fique atento às demonstrações de amor que
você recebe. Fique acessível. Mantenha-se perto das pessoas amadas. E receba o cari-
nho, a carícia, o amor com alegria, pois você merece!
Muitas vezes não temos o hábito de prestar atenção nas nossas emoções, por estarmos
ocupados demais em cumprir as tarefas diárias. E, portanto, esquecemos que tudo o que faze-
mos é exatamente em busca de emoções como felicidade e amor. Durante a Gestação, é muito
importante que a mãe perceba e saiba o que está sentindo, para lidar com essas emoções de
forma saudável e ensinar o mesmo ao seu bebê.
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
Aqui estabelecemos uma rotina diária para você perceber a si mesma e às suas emoções
pelo menos duas vezes ao dia. Mas você poderá fazer este exercício sempre que perceber que
está sentindo uma forte emoção. Então, vamos lá!
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A Gestação
Por isso, ao repetir quase todos os dias que meu irmão e eu seríamos importantes e bem-
-sucedidos – e tendo uma fé imensa nisso – minha mãe estava nos PROGRAMANDO EMO-
CIONALMENTE para esse futuro. Estava gravando “comandos” em nosso cérebro emocional
para nos direcionar para esse fim.
Por isso, é muito importante que você, e o seu marido, ou parceiro(a), comecem a trans-
mitir essa “voz de comando” para o seu bebê desde a Gestação. Mas falem com fé e emoção,
imprimindo muita força e energia nas suas palavras. Só assim a sua Programação Emocional”
ficará gravada no cérebro emocional do seu bebê.
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
“Meu filho, você será uma pessoa de grande sucesso e será muito bem recompensado finan-
ceiramente por isso. Usará esse dinheiro de forma positiva e equilibrada. Vai ajudar a sua famí-
lia, mas também vai usá-lo para ajudar outras pessoas, e a sociedade, em geral.”
“Minha filha, você vai cumprir a sua parte como cidadã do mundo, respeitando a natureza,
usando os recursos naturais de forma inteligente. Vai promover o bem geral, e ajudar as pessoas
a formar uma sociedade melhor.”
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A Gestação
Quanto mais vocês, pais, forem semelhantes a essa imagem que idealizaram para o seu
filho, mais PODER darão a esses comandos. E o poder de realização dessas programações
emocionais será muito maior!
Em vez de dizer: “não seja uma pessoa depressiva”, ou “não seja egoísta”, “não seja ingrato”,
por exemplo, diga “você será uma pessoa cheia de energia”, “você será uma pessoa boa, gene-
rosa”, “você será uma pessoa agradecida e justa”.
Em vez de apontar para os defeitos do seu marido, esposa ou parceiro(a) foque sempre
a atenção do seu bebê para os talentos e qualidades de ambos.
Isto é, nunca diga “filho, não seja preguiçoso como seu pai”, ou “não seja avoada como sua
mãe”, etc. Foque sempre no positivo, na luz, no bem, quando programar emocionalmente o
seu filho para o futuro!
• Com o que vocês, pais, VIVEM: seus hábitos, seu humor, seus sentimentos, seu compor-
tamento – enfim, a vida dos pais como um todo, que o bebê observa, absorve e vai repetir.
• Com o que vocês PROGRAMAM no bebê: a voz dos pais programando emocional-
mente e direcionando-o para as qualidades, os comportamentos e as características
que vocês desejam para ele.
Mas o que acontece se essas duas programações forem conflitantes, isto é, os pais levam
uma vida que nada tem a ver com o que desejam para o filho? Por exemplo, o casal quer que
o filho seja amoroso, mas são pessoas secas, que não sabem demonstrar amor.
É claro que o comportamento diário desses pais tem muito mais PODER – eles enviam
ao filho, sistematicamente, mensagens mostrando um comportamento frio, distante, insensí-
vel. Esse filho tenderá naturalmente para o lado que lhe envia a mensagem mais forte: ele se
tornará igual ao que observa no dia a dia dos seus pais. Isto é, terá muitas dificuldades para
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
demonstrar seu sentimento às pessoas que ama, a não ser que a programação emocional con-
trária seja MUITO MAIS PODEROSA.
Por isso, temos que nos empenhar ao máximo para programar emocionalmente os nossos
filhos para quebrarem esse paradigma, para romperem as barreiras que nós, os pais, trazemos
conosco – e se tornarem pessoas melhores e mais felizes.
Por isso, a Gestação é o momento em que precisamos atuar com ainda mais foco, cuida-
do e amor como educadores emocionais dos nossos filhos. Porque o que a criança vai levar
da vida intrauterina para o mundo externo será a sua ESSÊNCIA, os softwares (programas
emocionais) que rodarão por toda a vida. E, para mudar essa programação mais tarde, serão
necessárias muita energia, força interior e vontade por parte dos nossos filhos.
E tudo isso pode ser evitado AGORA, educando o seu bebê de forma correta durante a
Gestação! Por isso, vou ensinar vocês o passo a passo para Programar Emocionalmente o seu
bebê da maneira mais saudável e feliz para ele.
1. Fiquem sozinhos, bem confortáveis, sob uma luz suave. Se preferirem, coloquem uma
música suave, baixinho e um aroma que agradem vocês. Namorem, acariciem-se, sin-
tam o amor um pelo outro. Se quiserem fazer sexo, vão em frente, pois trará uma
grande energia positiva e agregadora para o momento. Depois, pensem no filho dentro
do útero como o fruto dessa união amorosa.
2. Fechem os olhos e visualizem como será esse(a) filho(a) – o tipo de adulto, homem
ou mulher, que vocês querem criar. Imaginem como será a sua aparência, o seu
comportamento, as suas qualidades. Será alguém bom, puro, bem-intencionado?
Será uma pessoa expansiva, sorridente, de alto astral? Será sensual, bonita, com
um corpo saudável e bem torneado? Será ativo, trabalhador, prestativo? Será in-
teligente, capaz de compreender noções complexas e de alto nível? Continuem
pensando no seu filho, em como ele será feliz e realizado no futuro, e como ele
alcançará esse sucesso e felicidade.
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A Gestação
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O Nascimento
(Fritz Perls)
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4. O Nascimento
Durante a Gestação, o bebê vive de uma forma completamente dependente de sua mãe. É
como se ele, ou ela, fosse parte daquela que o gera, pois está ligado física e emocionalmente a
ela. Dentro desse ventre acolhedor, a futura criança cresce e se desenvolve, preparando-se até
atingir a condição ideal para viver no mundo externo.
A forma como ele agirá nesse mundo dependerá de COMO ele nascerá: de um jeito
NATURAL E SERENO, ou de um modo violento, assustador e estressante?
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
completa com sua mãe, aquela que lhe deu a vida e o manteve confortável e protegido durante
nove meses dentro de seu útero.
Você pode imaginar o tamanho desse impacto na vida de um bebê?
Durante a gestação, a criança vive num ambiente quase perfeito, separado das interfe-
rências externas pelo corpo da sua mãe. Ali, há a proteção da bolsa ao redor do seu corpo,
o líquido amniótico que o cerca mantendo-o confortável, a pouca luz, o alimento que vem
constantemente pelo cordão umbilical. E, de repente, ele é separado desse mundo ideal para
ser introduzido no mundo exterior, onde precisa conviver com ruídos e luzes intensos, cores
diversas, odores fortes, texturas ásperas e duras, e pessoas estranhas.
Tudo isso faz com que o bebê necessite mudar o seu comportamento, de um estado
PASSIVO para ATIVO.
Se antes ele ficava quietinho, recebendo tudo o que o ambiente ao redor lhe oferecia,
agora ele precisa AGIR o tempo todo: respirar, se mexer, ver, ouvir e chorar. Agora, ele está
cercado por outros seres maiores, que se mexem, falam e o tocam. E ele precisa INTERA-
GIR com essas pessoas para pedir comida, para obter conforto, para avisar que sente dor,
sono, frio ou fome.
O NASCIMENTO é o momento em que, pela primeira vez, conquistamos algo, utili-
zando nossos próprios recursos. É a nossa primeira vitória como seres humanos.
Por isso, o ato de NASCER deve acontecer de maneira natural, serena e amorosa. Deve-
mos garantir à criança o direito de vir ao mundo usando a sua própria força, energia e vonta-
de. O momento de independência do seu bebê deve ser RESPEITADO.
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O Nascimento
“Meu filho(a), você vai chegar com o corpinho perfeito, a sua saúde será excelente. Estaremos
aqui, esperando por você, para ensinar, apoiar e ajudar no que for preciso neste novo mundo
aqui fora. Faremos tudo ao nosso alcance, porque você é o(a) nosso(a) filho(a) amado(a) e nas-
cerá em um mundo seguro, com muitas pessoas amáveis.
Diga essas coisas do seu jeito, com suas palavras, como numa conversa normal. Mas diga
sempre, TODOS os dias ao deitar e quando acordar... e em todos os momentos que lembrar.
Cesariana
A CESARIANA é um procedimento cirúrgico, no qual é feita uma incisão no abdômen
e outra no útero para o bebê ser retirado. É utilizada a anestesia peridural ou raquidiana, em
que a paciente perde a sensibilidade e os movimentos na parte inferior do corpo, embora
mantenha a consciência. É um procedimento com duração previsível, com hora marcada e
um prazo de internação e recuperação mais longos que o parto vaginal.
Apesar de ser indicada apenas em situações especiais, em que as condições da mãe ou do
bebê apresentam sérios riscos num parto normal, a cesariana tem sido o procedimento mais
comum escolhido pelas futuras mães, aqui no Brasil.
Uma das razões apresentadas para justificar esse comportamento é a crença errônea de
que a cesariana é mais segura do que o parto vaginal. Isso não é correto. Não podemos nos
esquecer de que a cesariana é uma intervenção cirúrgica, e está sujeita a todas as complicações
relacionadas. Na verdade, segundo alguns estudos, o índice de risco da cesariana chega a ser
o dobro do parto vaginal.
Outra razão citada é a do receio da dor, muitas vezes estimulado por relatos de experi-
ências negativas em parto por parte das pessoas da família ou de conhecidos. Quanto a esse
aspecto, o que posso dizer é: não se deixe influenciar por experiências vividas por outras pes-
soas em condições e épocas diferentes das suas. Já existem inúmeros exercícios e técnicas para
aumentar a sua capacidade em força, flexibilidade, relaxamento e concentração para amenizar
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
as dificuldades do parto, e a cada ano surgem novidades nessa área. É essencial informar-se
bem a respeito, antes de fazer a sua escolha.
As fêmeas de quase a totalidade das espécies vivas passam por essa experiência e superam-
-na desde que o mundo existe. Com você, Mãe, não será diferente.
De novo, vamos relembrar a necessidade de um equilíbrio entre a luz e sombra para tudo
nesta vida. Haverá a dor, sim, mas, no parto, trata-se de uma dor natural, que trará como re-
compensa uma alegria imensa, uma experiência extraordinária: o de parir um filho – um ato
sublime, maravilhoso, que só as mães podem viver. E essa experiência influenciará não apenas
a vida do seu filho, mas também a sua vida futura como mãe.
Sem essa vivência, as mães tendem a se sentir menos participantes, menos conectadas
a esse bebê. Receber um bebê “pronto” não é a mesma coisa que participar do parto ativa-
mente, lutar pela vinda da criança, sentir à flor da pele cada movimento, cada centímetro
conquistado para, finalmente, tê-la nos braços.
A terceira razão, embora seja frívola, é um dos argumentos mais usados: a comodidade de
ter um dia e uma hora certos para o parto.
Hoje em dia, é comum celebrar o nascimento de um bebê como se fosse um evento social
para os pais, amigos e familiares. No planejamento desse “evento”, a criança, até por estar
ainda na barriga materna, é tratada como se fosse apenas um tema para a festa, um persona-
gem imaginário, sem voz e vontade própria. Tudo é condicionado ao gosto, à comodidade e
à conveniência dos pais.
Isso se constitui num grande engano. O ato de nascer é um momento de extrema impor-
tância para o seu bebê. Deve ser tratado com o máximo de respeito, cuidado e boa vontade. Se
os próprios pais não o respeitarem no primeiro ato de independência aqui fora, quem o fará?
Como todos os momentos cruciais de nossa vida, o nascimento está conectado a algo
muito maior, mais importante e único do que uma simples anotação na agenda. É o instante
em que essa criança vai se carregar de energias para iniciar um novo ciclo. É o momento em
que ela vai assumir a sua individualidade e aceitar a separação do ventre materno para viver
aqui fora. É a hora em que ela dará o seu primeiro passo num mundo desconhecido, e neces-
sitará de TODO o apoio e suporte dos pais para fazê-lo com segurança e confiança – no dia e
na hora em que ela estiver PREPARADA.
Imagine, agora, o impacto que o seu bebê receberá se for desalojado, de repente, através
de uma incisão cirúrgica, do seu mundo confortável e natural para ser atirado num ambiente
estranho e hostil. Coloque-se no lugar dessa criança, e imagine as sequelas deixadas pela vio-
lência desse ato, pelo trauma dessa expulsão do “paraíso”.
Permita que o seu bebê nasça no momento em que ele escolher. Não tome a decisão por
ele. Respeite a sua vontade.
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O Nascimento
Por outro lado, é necessário deixar bem claro que a cesariana é um triunfo da medicina,
um procedimento que já salvou milhões de vidas e trouxe ao mundo incontáveis bebês. Mas,
como um bom remédio, deve ser usado quando há algum mal a se combater, não de uma
forma irresponsável. O importante é sempre procurar saber em detalhes os prós e contras do
seu caso, e tomar a decisão pensando nas consequências que esse ato trará na vida futura do
seu bebê. E nunca escolher a cesariana por razões fúteis ou egoístas.
Se for preciso recorrer à cesariana, devemos estar conscientes dos possíveis danos emocio-
nais para o bebê e para a mãe, privados da maravilhosa experiência do parto natural para os
pais. E fazer o possível para superá-los.
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
Por isso, cada vez mais o PARTO VAGINAL NATURAL, menos agressivo, está sendo
adotado pelas mães esclarecidas em todo o mundo.
A mãe tem a liberdade de se mover e se posicionar da forma mais confortável para o parto.
Geralmente posições não deitadas são consideradas as mais cômodas: de cócoras, em pé, ou
de quatro, na água. O bebê nasce e vai direto para o colo materno. O corte no cordão umbilical
é realizado só depois que ele parar de pulsar naturalmente.
O pai pode acompanhar o parto, apoiando a mãe e interagindo com o bebê logo que ele
nasce. Em muitos casos, o pai corta o cordão umbilical num ato simbólico, mas de grande im-
portância emocional para toda a família, em que rompe com as próprias mãos o elo entre mãe
e bebê para receber e proteger essa criança, assumindo essa responsabilidade e aceitando-a.
Cortei o cordão umbilical, dizendo baixinho: “minha filha, estou cortando este cordão
umbilical porque eu cuidarei de você junto com a mamãe a partir de agora. Estou te dando a
minha proteção a partir deste momento”. Falar com o bebê, nesse momento, tem um grande
poder benéfico, é uma mensagem muito forte para o cérebro emocional da criança.
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O Nascimento
Logo depois de nascer, minha filha foi colocada suavemente no peito da minha esposa.
Após alguns segundos, ela se mexeu e procurou, com a boquinha aberta, o seio da mãe. Logo
estava mamando, sozinha. Ninguém precisou interferir, porque ela sabia o que fazer. Não
chorou, apenas mamou e dormiu. Foi um momento extraordinário! Havia um clima de amor,
de respeito, de uma energia incrível ao redor de nós, naquele instante.
A minha filha é tranquila, serena e dificilmente chora alto ou berra. É sorridente e envol-
vente, conquistando a todos com a sua simpatia. Tenho certeza de que isso se deve a todo de-
senvolvimento emocional na sua gestação e ao seu nascimento, ao fato de ter vindo ao mundo
de uma forma natural, protegida e respeitada.
Nascer de uma forma natural, com o mínimo possível de estresse e de sensações trau-
máticas é FUNDAMENTAL para trazer ao mundo uma criança emocionalmente saudável.
Um cérebro emocional desequilibrado faz com que a pessoa esteja sempre em estado de
alerta, descarregando grandes quantidades de hormônios como adrenalina e cortisol, que
agem diretamente no sistema nervoso. Esse excesso hormonal constante causa sérios pro-
blemas de saúde e de desenvolvimento, como obesidade, dificuldade de aprendizagem, baixo
nível de crescimento, problemas cardiovasculares, etc.
Eu mesmo sou um “filho de cesariana”, pois a minha Mãe – que ainda não tinha nenhuma
consciência sobre as consequências emocionais dessa escolha – decidiu fazer a cesariana, por
todo o medo imposto por pessoas mais velhas ao seu redor. Mas procurei vencer as dificulda-
des decorrentes com o meu próprio esforço e, graças a uma reprogramação emocional, conse-
gui superar grande parte delas. E essa superação tornou-me melhor, mais forte e ainda posso
ajudar muitas pessoas com a minha história neste livro e nos Treinamentos e Programas que
participo. A vida me deu um limão, e eu fiz uma limonada!
Mas não é todo mundo que tem condições, energia e discernimento para transformar difi-
culdades em qualidades. Geralmente quem nasce de cesariana tem muito medo, não lida bem
com as próprias emoções, carece de iniciativa, é indeciso e inseguro, e não consegue realizar
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
sozinho os seus objetivos. Precisa que alguém esteja ao seu lado, faça as coisas acontecerem,
assim como alguém o fez nascer, retirando-o do útero materno.
Torna-se um adulto que reclama de suas dificuldades o tempo todo, mas não consegue
mudar e resolver por si mesmo os próprios problemas. De um limão, consegue extrair somen-
te uma existência azeda e ácida, sofrendo por toda a vida as consequências da sua gestação e
nascimento.
Ao nascer de forma natural, lutando junto com a mãe para conquistar seu espaço aqui
fora, a criança adquire uma segurança EXTRAORDINÁRIA! Ela superou o primeiro obstá-
culo de sua vida por meio da sua própria força. E, ao fazê-lo, recebeu, como recompensa, o
amor, o carinho, a atenção dos pais e de toda a equipe do parto.
Aprendeu que deve conquistar seus objetivos por conta própria e, mais do que isso, que
ele PODE fazê-lo – uma lição maravilhosa, que ficará gravada no seu cérebro emocional por
toda a existência.
Lembre-se: SÓ SE NASCE UMA VEZ. Não prive o seu bebê desse momento importantís-
simo de AFIRMAÇÃO e INDEPENDÊNCIA, que o influenciará por toda a vida!
Se estendermos essa análise para um âmbito maior, e pensarmos em termos de uma co-
letividade, teremos uma noção real da IMPORTÂNCIA e da RESPONSABILIDADE de cada
pai e de cada mãe para o FUTURO deste planeta.
Não é por acaso que isso aconteça no Brasil, um país que, de algumas décadas para cá, tem
se notabilizado por possuir um dos maiores índices de nascimentos por cesariana no mundo.
Enquanto permitirmos que nossos filhos nasçam por meio de um processo artificial e
agressivo, desrespeitando a sua natureza, criaremos gerações e gerações de indivíduos emo-
cionalmente fracos e dependentes.
NÓS somos os responsáveis pela sociedade em que vivemos. E a forma como criamos
nossos filhos hoje ditará como será a nossa sociedade amanhã.
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O Nascimento
Dê as boas-vindas ao bebê!
Assim que você estiver com o seu bebê recém-nascido nos braços, dê as boas-vindas a ele.
Apresente-se e apresente o seu marido. Diga:
“Eu sou a sua mamãe, e este é o seu papai. Nós dois geramos você. Você é o nosso bebê, e
amamos muito você. Seja bem-vindo à nossa família e ao mundo!”
Enquanto está na maternidade, narre ao bebê tudo o que está acontecendo. Lembre-se que
o bebê nada conhece do mundo, tudo é novo para ele. Diga:
“Oi, bebê! Agora você vai comer. Vai mamar, bem gostoso.”
“Mamãe vai trocar sua fraldinha.”
“Agora você vai tomar um banho gostoso.”
“Vamos dormir, porque está na hora!”
Quando levar o seu filho para casa, o ideal é que o pai e a mãe estejam juntos, e ambos
devem levá-lo para dentro de casa.
É muito importante que os outros membros da família (irmãos ou avós), que moram na
casa, estejam presentes para receber o bebê. Apresente cada familiar, um a um, e deixe que
toque no bebê, segure na sua mãozinha ou faça um carinho, dizendo alguma coisa para ele.
Por fim, diga:
“Todas essas pessoas fazem parte da nossa família. Estamos muito felizes com a sua chegada
meu filho! Você vai ser muito feliz ao nosso lado, porque nós te amamos muito!”
Fale com suas próprias palavras, o importante é que elas sejam verdadeiras!
Depois das apresentações, passeie com o bebê por todos os cômodos da casa, apresentan-
do-os e explicando para que servem:
“Olha, filho, esta é a nossa sala de estar. Aqui nós assistimos TV, recebemos as visitas. Aqui
é a varanda, aqui dá para ver ao longe, ver a rua, ver os carros, as árvores. Aqui é a cozinha,
onde tomamos café da manhã. Essa é a nossa sala de jantar, onde almoçamos e jantamos. Este
é o quarto do papai e da mamãe.”
Deixe para mostrar o quarto do bebê por último.
É importantíssimo para o bebê saber que ele possui um lugar só dele, dentro da sua
casa. Que aquele espaço é um local onde ficará protegido, vai dormir todas as noites e passará
horas agradáveis. Por isso, apresente o quarto dele, dizendo:
“Aqui é o SEU quarto, meu filho! Este é o SEU LUGAR, que preparamos para você com muito
amor! Veja que bercinho lindo, você vai dormir e sonhar bons sonhos aqui. Vai descansar e brin-
car, sentindo-se sempre protegido pela mamãe e pelo papai aqui. Olhe só quantos brinquedos
você ganhou! Você vai ser muito feliz aqui!”
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
“De agora em diante você tem um lugar dentro da nossa família, da nossa casa. Mesmo que
mudemos de casa, sempre teremos um lugar guardado para você, porque você é o nosso filho
amado!”
Diga ao bebê que ele é único, reafirme a individualidade dele, e a sua impor-
tância para a família!
Diga:
“Você chegou trazendo coisas únicas, só suas, coisas que só você poderia trazer para esta
família. Por isso você é importante para nós. Por isso você é especial. Existem quase oito
bilhões de pessoas no mundo, mais de 106 bilhões de pessoas já passaram pela Terra. Mas ne-
nhuma pessoa é igual a outra. Por isso, você é único nesta família, nesta cidade, neste planeta.
Que bom que você está aqui, conosco meu filho. Que bom que você nos escolheu como seu
pai, e como sua mãe! Seja muito bem-vindo!”
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O Nascimento
A amamentação é quando você está dando ao seu bebê uma grande quantidade de energia
em forma de AMOR. É um instante mágico, a hora de estar com o seu bebê. De olhá-lo, de
admirá-lo, de embevecer-se frente a esse milagre da vida. De conversar, de acariciar, de deixar
fluir todo o seu amor sem reservas.
Sabe aqueles momentos na sua vida em que você precisa MUITO de sua mãe, e sabe que
um só olhar, um só abraço dela, por mais simples que seja, vai apaziguar seu medo, sua an-
siedade, seu desespero? É desse tipo de conexão que estou falando. Algo indescritível e sem
explicação.
Por isso, quando for amamentar, FOQUE totalmente no seu bebê. Deixe o celular de lado,
desligue a TV, saia da frente do computador, deixe a conversa com a amiga para depois.
Ele precisa de você e do seu amor agora, assim como precisará dessa memória emocional
durante toda a vida.
A falta de aleitamento materno tem muito a ver com a distorção emocional que presencia-
mos à nossa volta. Se uma criança é amamentada por meio de uma mamadeira, a sua fome é
saciada, mas a sua falta de amor, não. Ela sentirá, o tempo todo, uma sensação de insatisfação,
vazio, de carência, de falta de algo que não sabe o que é. A única coisa que sabe é que deve
conseguir a sua satisfação por meios externos.
Assim, ao se tornar adulto, esse filho procurará saciar a sua falta de amor com o que vem
de fora: alimentos, objetos caros, vícios ou outras pessoas. Mas não se sente saciado, pois o
consumo dessas coisas jamais conseguirá suprir a sua carência de amor. Então o vazio dentro
dele só aumenta. As alegrias e a satisfação conseguidas dessa forma artificial nunca são sufi-
cientes. É preciso sempre mais, mais e mais.
Por isso, é importantíssimo que as mães façam todo o possível para amamentarem o bebê
com o seu próprio leite.
“Pai-bebê” e “Mãe-bebê”
Quando um bebê surge na vida de um casal, muitas vezes ocorre um fenômeno curioso:
surgem o “Pai-bebê” e a “Mãe-bebê”. Se observar com cuidado, você mesmo vai encontrar
alguns deles no seu círculo de amizades.
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
Pai-bebê e mãe-bebê são aqueles superpais e supermães que, depois do parto, passam a fo-
car a atenção, os cuidados, o amor, exclusivamente nos filhos, jogando para o segundo plano
o relacionamento com a esposa ou marido. A chegada do bebê acaba sendo o estopim para o
rompimento emocional do casal.
A mãe-bebê passa a cuidar só do bebê, que, se for menino, agrava ainda mais essa dis-
torção. Ela passa a considerar o filho como o seu complemento masculino, dispensando a
companhia do marido, separando-se dele ou relegando-o ao esquecimento dentro da própria
casa. A mãe-bebê cria meninos que, mesmo depois de completarem trinta, quarenta anos,
continuam a viver na casa materna; não se casam, e se o fazem, logo se separam. São homens
inseguros, dependentes a ponto de precisarem consultar a mãe para tomar as mínimas deci-
sões. Ou se encaminham para o extremo oposto: tornam-se homens exageradamente respon-
sáveis, que desde pequenos assumem o papel do “homem da casa”. A mãe se torna dependente
do filho para tudo, invertendo os papéis. Ela é o “bebê”, que nada sabe fazer sozinha.
Com o pai-bebê acontece o mesmo, principalmente quando tem uma filha. A menina torna-
-se o seu centro de atenção, desbancando a mãe nas suas prioridades e afeto. Não respeita a
autoridade materna, fazendo chantagens emocionais com o pai para conseguir o que quer. Mãe
e filha competem entre si o tempo todo, e a menina passa a enxergar as outras mulheres apenas
como rivais. Torna-se uma adulta egoísta, que não suporta frustrações. Não consegue criar rela-
cionamentos sólidos com os homens, pois o par ideal, na sua cabeça, já existe – seu pai.
Cuidado, isso pode se converter numa grande distorção. Embora possa parecer um ato
inocente, pode levar a uma troca seríssima de papéis, que não tem como ser sustentada por
muito tempo.
O nome tem uma importância enorme para cada um de nós, porque carrega uma energia
única, pois se trata da nossa ESSÊNCIA, da imagem mental que passamos para nós mesmos
e para os outros. Esse nome tão importante não é aquele que está no documento, mas o nome
pelo qual todos nos identificam no dia a dia, aquele que é repetido sem parar durante anos e
anos. E essa repetição constante acaba por imprimir no cérebro do bebê – e até em nós mes-
mos – uma ideia completamente errada do papel que nos cabe nessa relação. Veja a confusão:
Ao chamar a esposa de “mãe”, o homem está dando a entender ao bebê que ele também é
filho dessa mãe. O que isso significa para a criança:
“Se meu pai chama esta mulher de mãe, ele é filho dela. Mas eu também sou filho dela.
Então este homem é como se fosse meu irmão, ou meu concorrente.”
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O Nascimento
“Se ele é meu irmão, é igual a mim. Por que devo respeitá-lo? Por que devo obedecê-lo?”
O mesmo acontece com a mãe. Se ela chama o marido constantemente de “pai”, dá a en-
tender que é irmã da filha(o).
Como consequência, mãe e filha(o) passam a competir pela atenção do “pai”. Os filhos
tornam-se rivais dos pais, não os suportam e os desafiam o tempo todo.
Esse tipo de coisa parece sem importância, mas, ao contrário, tem um peso enorme na
educação do seu bebê, principalmente se for dito em tom de superioridade, de posse.
Lembre-se sempre que o filho não é só seu. Se não houvesse o relacionamento com o seu
marido ou sua esposa, essa criança não existiria. Ainda bem, pois isso significa que você não
está sozinho(a), tem a companhia e apoio do seu parceiro ou parceira nessa missão maravi-
lhosa, mas também difícil, que é gerar e educar um ser humano!
Ambos são pesos dessa balança, responsáveis por manter o EQUILÍBRIO na vida do seu
filho. Portanto, nem só de mãe e nem só de pai vive a criança. Ela crescerá feliz e protegida
sob as responsabilidades dos dois.
Por isso, tornem o seu filho independente o mais rápido possível. Protejam-no e o
orientem, mas nunca o mantenham fragilizado, infantilizado, agarrado à saia da mãe ou
escondido na sombra do pai, pois poderá ter um preço muito alto para aquele que mais
amamos.
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
O importante é deixar que a criança passe por todas as fases de crescimento sem pular
etapas, superando cada barreira pelas próprias forças, com vocês, os pais, ao seu lado, orien-
tando, protegendo e apoiando.
No Lado B deste livro, falaremos mais detalhadamente sobre a Educação Emocional do
seu filho, desde os primeiros anos da infância até a adolescência. Então, vire o livro e recome-
ce conosco a Jornada para preparar o seu filho para ser feliz!
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O Nascimento
Lado B
Educação
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Introdução
Se você está começando a ler o livro por aqui, Lado B, não deixe de ler também o Lado A,
pois ele o ajudará a entender como a Estrutura Emocional de uma criança é formada ainda
dentro do útero materno. Você vai se espantar ao saber o quanto podemos fazer por um filho
ainda antes de ele nascer!
Mas, se você já leu o Lado A, precisa agora dar continuidade a esse belo trabalho. O seu
bebê nasceu. E agora? O seu maior trabalho como mãe, ou pai, vai começar agora!
Neste Lado B, vamos falar sobre como você vai conduzir a Educação Emocional do seu
filho, desde a primeira infância até a adolescência.
Na Primeira Infância, seu filho começa a receber estímulos de outros seres humanos e
desse vasto mundo em que vivemos. Vai assistir TV, navegar na internet, brincar com ami-
guinhos, com brinquedos e games. Logo começará a frequentar a escola, sairá à rua, passeará
nos shoppings, irá ao cinema, e será exposto a inúmeras ofertas de prazer, entretenimento, mas
também, distorções.
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
Todos esses estímulos externos têm uma influência gigantesca na formação emocional das
crianças. Por isso, é importantíssimo para os pais refletirem sobre algumas questões:
O que essas fontes externas ensinam aos nossos filhos?
Que tipo de desejos, necessidades e carências induzem nas crianças?
Como transformar nossos filhos em adultos equilibrados, ativos e felizes, capazes de
controlar a própria vida?
É sobre isso – a Educação Emocional do seu filho após o nascimento – que vamos falar
neste Lado B. Vamos discutir os processos mentais que transformam os estímulos externos
em comportamentos negativos, barreiras e carências nas crianças. Como você pode ensinar
gradativamente o seu filho a perceber e gerenciar as próprias emoções, encarando de forma
positiva os desafios, as frustrações e os medos que enfrentarão na vida adulta.
Nos dias atuais, é preciso, cada vez mais, desenvolver ao máximo a nossa capacidade de
lidar com as próprias emoções, de trabalhar bem os relacionamentos pessoais, de liderar, de
inovar e de realizar mesmo sob pressões, se quisermos ser bem-sucedidos tanto na vida pes-
soal como na profissional e social. Por isso um desenvolvimento emocional saudável tornou-
-se o maior legado que os pais podem deixar aos filhos, um legado muito mais importante
do que bens materiais. E foi para ajudá-lo a levar a cabo essa tarefa, que este livro foi escrito
para VOCÊ!
Então vire a página, e embarque conosco nessa Jornada pelo bem-estar, realização e feli-
cidade do seu filho. Você vai se surpreender ao descobrir que você PODE – e DEVE – ser a
origem dessas grandes transformações, e trazer benefícios reais e necessários para direcionar
seu filho a uma vida feliz e realizada!
Rodrigo Fonseca
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Primeira Infância (0 a 4 anos)
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Um grande problema nos dias atuais é a total falta de comunicação dos pais com a crian-
ça, desde que ela ainda se encontra na fase de Gestação. Mesmo se existe uma comunicação,
ela é falha, aleatória e desequilibrada. Como já abordamos no Lado A deste livro, durante a
Gestação, todas as informações emitidas pelos pais – principalmente pela mãe, com quem o
bebê mantém uma interação física e emocional intensa – estão sendo gravadas no cérebro
emocional do bebê. Mas a grande maioria dos pais não tem consciência disso.
Durante a Gestação, os pais enviam ao bebê fortes emoções como a raiva, o medo, a ansie-
dade, o rancor, etc., sem lhe fornecer explicações ou mostrar os motivos que geraram essas emo-
ções neles. Como resultado, a criança, ao nascer, chega ao mundo com o emocional frágil e mal
estruturado, e principalmente, se achando a “culpada” de todo problema que seus pais vivem.
Isso gera o segundo grande problema para essa criança: aqui fora, essa situação se AGRA-
VA. As informações que vai receber do mundo externo vai reforçar e alimentar essas sensa-
ções negativas adquiridas na vida intrauterina. Mas por que isso acontece?
Quando nasce, a criança começa a ampliar o seu leque de contatos. Conhece primeiro
os familiares, depois, os amigos da família, vizinhos e outras pessoas não tão próximas. Os
pais ficam cada vez menos tempo em casa, pois, passado o grande evento do nascimento,
estão reassumindo suas atividades profissionais. A criança passa a maior parte do tempo com
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
À medida que cresce, o garoto ou a garota habitua-se a ver TV, a navegar na internet e a
frequentar ambientes públicos. É bombardeada por milhões de estímulos, que, na sua maio-
ria, levam a passividade, falta de iniciativa e submissão a ideias e conceitos veiculados por
grupos econômicos e sociais que controlam essa mídia.
Nesse cenário, o pai e a mãe influenciam cada vez menos na Educação Emocional do seu
filho. Os pais NÃO se comunicam de forma adequada com os filhos, enquanto o mundo in-
teiro se comunica com eles, o TEMPO TODO, de maneira negativa.
Cabe a nós, os pais, ASSUMIR o papel de Educadores Emocionais dos nossos filhos,
fazendo uso dos instrumentos necessários para contrabalançar essa avalanche de estímu-
los externos negativos com comandos POSITIVOS e EQUILIBRADOS.
Para começar, é muito importante que você entenda um pouco sobre o funcionamento
do CICLO DA COMUNICAÇÃO, ou seja, como essas mensagens que recebemos do mundo
externo são PROCESSADAS pelo nosso cérebro emocional, até se transformarem em COM-
PORTAMENTOS e ATITUDES. E é disso que vamos tratar agora.
Matriz da Vida
Como construímos nossa Realidade.
Toda a criação humana, tudo o que acontece em nossas vidas, começa com a comunica-
ção. E a forma de comunicação mais utilizada pelos seres humanos é a palavra. Não é à toa
que a o poder do verbo – ou da palavra – é enaltecido em todas Escrituras Sagradas.
No entanto, as pessoas tendem a não valorizar aquilo que verbalizam, não prestam a devi-
da atenção nas consequências de suas palavras.
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Primeira Infância (0 a 4 anos)
Mas, para compreender melhor esse processo, vamos conhecer, agora, o ciclo da Matriz
da Vida.
Matriz da Vida
Comunicação
Pensamento
Comportamento
Sentimento
Crença
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Primeira Infância (0 a 4 anos)
E portanto, se você não assumir o controle da educação emocional do seu filho, outros o
farão no seu lugar, de maneira grosseira e distorcida.
E, para começar, vamos propor a você uma prática importante para a “programação emo-
cional” do futuro do seu filho.
Lembra-se da Prática que fizemos no Lado A deste livro, no capítulo “Programe emocio-
nalmente o seu bebê para a felicidade”? Lá, instruímos você e sua esposa (ou marido) a fazer
uma lista de qualidades para o bebê, para depois repeti-las para ele em voz alta. Se você ainda
não leu o Lado A, faça o exercício agora.
Agora vamos retomar esse exercício!
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Primeira Infância (0 a 4 anos)
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Primeira Infância (0 a 4 anos)
O Poder do Toque
Outro dia, minha esposa e eu brincávamos com a nossa filha Rafaella, que ainda é um
bebê (neste momento que escrevo este livro), na cama, pela manhã. Depois de algum tempo,
passei a acariciá-la com a mão, sentindo com isso um enorme bem-estar. Percebi, também,
que a minha filha também sentia o mesmo, uma ligação profunda se estabelecia entre nós.
Então passei a pensar quais eram os motivos que nos fazia, pais e filhos, procurarem instinti-
vamente essa conexão através do toque.
Segundo a medicina chinesa tradicional, a energia transita pelo nosso corpo através de
canais ou meridianos. E alguns dos meridianos mais importantes localizam-se nas mãos – os
meridianos do coração, pulmões, fígado, estômago, rins, enfim, de todos os nossos órgãos in-
ternos. As técnicas de terapia oriental como o shiatsu e a acupuntura trabalham nesses pontos
para promover o equilíbrio do fluxo de energia no nosso corpo.
Quando acariciamos alguém com as mãos, estamos deixando fluir para ela a nossa energia
interna, num toque visceral – ao pé da letra – pois estamos “tocando” essa pessoa com o que
temos de mais íntimo, a energia que emana dos nossos órgãos. E essa conexão é ainda mais
intensa quando se estabelece com os nossos filhos, pois eles são uma parte da nossa essência,
do nosso DNA, da nossa história. Quando tocamos nossos filhos, é como se fôssemos a Ori-
gem e eles, o Futuro. Acariciamos o que somos e o que iremos ser.
O toque transmite energia, amor, tranquilidade. Tem um efeito terapêutico enorme. Por
isso necessitamos tanto da carícia, do abraço, do beijo. Portanto, o toque dos pais é vital para
os filhos. Nunca deixe de tocar o seu filho com todo o AMOR que já existe dentro de você.
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Primeira Infância (0 a 4 anos)
2. Olhe nos olhos dele reconhecendo a importância e a existência dele. Transmita “eu te
amo” com o seu olhar, sem falar.
3. Leve o seu braço esquerdo na direção do ombro do seu filho. Depois leve o braço di-
reito até a cintura dele. Seu filho vai fazer o mesmo com você, automaticamente.
4. Avance com a perna direita e depois com a esquerda, até se unirem completamente.
5. Abrace com o lado esquerdo do rosto colado ao lado esquerdo do rosto do seu filho,
coração com coração.
6. Feche os olhos e respire profundamente até ficarem na mesma frequência... por uns 30
segundos.
Um Abraço do Coração, com o lado esquerdo, trará uma troca intensa de emoção e ener-
gia entre vocês. Esse é o abraço que um pai, ou uma mãe, deve dar para os seus filhos diaria-
mente. E não tem contraindicações. Pode abraçar à vontade, quanto mais, melhor!
É isso o que fazemos com as nossas crianças, quando dizemos não pegue nisso, não suba
aí, não corra, não grite, não faça isso ou aquilo. Só dizemos o que NÃO podem fazer. Resul-
tado: as crianças focam no que lhes é dito, apesar de proibido – o negativo – e tendem a fazer
exatamente aquilo que não queremos.
Imagine que seu filho está prestes a brincar com a tomada elétrica e você quer evitar. Onde
devemos dirigir o FOCO, ou a lente de aumento? A resposta é fácil. Coloque o foco na POS-
SIBILIDADE que você deseja AMPLIAR, não naquela que você não quer ver.
Pense: você quer AMPLIAR um futuro onde seu filho leva um choque elétrico? Ou
você quer AMPLIAR um futuro onde ele está seguro, brincando com outra coisa e em
outro lugar?
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
Se você disser apenas “filho, não mexa aí”, você está dirigindo o foco, de vocês dois, só para
o perigo, o choque elétrico, o seu filho machucado – tudo o que você não deseja que aconteça,
isto é, está focando no NEGATIVO. Mas por que fazemos isso?
Focamos no perigo porque projetamos primeiro na nossa cabeça aquilo que NÃO que-
remos, por acharmos que estamos garantindo a nossa sobrevivência.
Para ensinar seu filho de uma forma correta, você deve mudar o foco na sua própria “co-
municação interna” em primeiro lugar. Imagine uma alternativa positiva, alegre, feliz – o seu
filho brincando com outro brinquedo – e foque nessa alternativa. É claro que isso deve ser
feito rapidamente, ou será tarde demais.
Você deve falar com calma e firmeza, olhando seu filho nos olhos. Diga “não faça isso” de
forma clara, explique o porquê e, o mais importante, ofereça uma OPÇÃO POSITIVA com
convicção.
“Filho, aí é perigoso, você pode se machucar. Venha aqui, vamos brincar com a massinha
aqui na outra sala. É muito mais legal!”
Traga-o para perto do brinquedo e brinque um pouco com ele, sem estresse, de forma
natural. Assim, você desviou o foco dele do problema/perigo e dirigiu-o para outra coisa mais
divertida e segura.
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Primeira Infância (0 a 4 anos)
Quanto à tomada, vale lembrar que existem no mercado diversos modelos de protetores.
Que tal instalá-los nas tomadas da sua casa e evitar acidentes? Mas vamos voltar ao FOCO DE
COMUNICAÇÃO, e a sua importância na educação.
O seu filho não precisa aprender a falar para entender o que você diz
Mesmo enquanto o seu filho ou filha ainda é um bebê, não use a comunicação negativa,
não faça “propaganda” dos erros, dos defeitos, dos problemas, pois será isso que ele ou ela
gravará. Muitos pais passam o dia com o bebê no colo, reclamando dos erros e maldizendo a
vida. Ou pior, ocupam-se em criticar o marido ou a esposa. Já ouvi muitas vezes:
“Nunca seja como a sua mãe, que fica pegando no meu pé!”
“Você não pode ficar igual ao seu pai, que só pensa nele e no trabalho!”
“Seu pai é tão grosso! Não fique igual a ele!”
“Você tá ficando chata que nem sua mãe!”
Esses pais estão transmitindo informações que vão literalmente “colar” na cabeça dos fi-
lhos. E vão surtir efeito contrário, levando essas crianças a repetirem esses comportamentos
negativos, por direcionarem o foco do seu filho para aquilo que não querem.
O importante, na hora de educar seus filhos, é o FOCO NO POSITIVO: sempre comuni-
que a eles aquilo que você deseja, nunca o que você não quer.
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
ça, pois todo aquele que se “condena” como culpado, permanece preso e sem a possibilidade
de fazer algo para mudar.
A sensação de CULPA por um erro involuntário nos torna VÍTIMAS. Ao nos considerar-
mos vítimas, assumimos uma atitude PASSIVA. Nos sentimos fragilizados, paralisados, sem
forças para reagir. E a educação dos nossos filhos pede, ao contrário, uma atitude ATIVA, de
criação, de transformação, de mudança. Por isso, foco total no que você pode mudar a partir
de agora na vida do seu filho!
Resgate Emocional
E quanto aos filhos que tiveram uma programação emocional equivocada até agora? Que
sofreram, desde a fase intrauterina, com os nossos enganos, conflitos e medos? Como corrigir
esses desvios e encaminhá-los para uma Educação Emocional saudável?
A resposta é: faça o RESGATE EMOCIONAL!
No Resgate Emocional, temos três objetivos:
1. Pedir PERDÃO aos filhos pelos nossos erros.
Todos nós erramos, de uma forma ou de outra, muitas vezes no decorrer da nossa vida.
Fatos como morte na família, doenças, problemas financeiros, brigas ou separações,
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Primeira Infância (0 a 4 anos)
acabam nos envolvendo em situações que fogem ao nosso controle, e não consegui-
mos, muitas vezes, enfrentá-los da melhor forma. Como consequência, impactamos
negativamente os nossos filhos, mesmo sem querermos. Então, o que nos resta é pedir
perdão. E o nosso filho, ao nos perdoar, estará salvando a si mesmo dessa dor que car-
regaria, talvez, por muitos anos.
2. Dizer ao filho o quanto ele é AMADO. Essa mensagem complementa esse processo
de cura, agindo como um bálsamo para as feridas. Uma grande oportunidade para
fazermos nossos filhos sentirem em suas Almas, o que sempre sentimos por eles...
AMOR INCONDICIONAL, capaz de curar qualquer dor ou erro.
O texto de exemplo do Resgate Emocional deve ser repetido todas as noites para o seu
filho, 10 ou 15 minutos depois que ele adormecer, e um pouco antes de acordar, pois nesses
momentos ele está em estado Alfa (ondas cerebrais mais baixas, e, portanto, mais suscetíveis
a receber programações), ou estado de relaxamento, antes de cair em sono profundo ou de
acordar completamente. Diga o texto baixinho, se preferir, pode repetir o texto em pensamen-
to, e do seu quarto mesmo.
Não é preciso estar próximo fisicamente do seu filho. Pais separados, por exemplo, podem
fazer o Resgate Emocional, cada um na sua própria casa.
Feche os olhos e imagine um fio de luz conectando você ao seu filho, pois estará enviando
essa mensagem diretamente para o cérebro emocional dele. Em seguida, fale ou pense o texto
do Resgate Emocional com todo o AMOR INCONDICIONAL que você sente pelo seu filho.
Veja agora um exemplo de texto, que pode ser adaptado caso a caso.
RESGATE EMOCIONAL
“Meu Filho:
Mamãe/Papai está aqui porque tem coisas muito importantes para falar a você.
Perdão, meu filho, por tudo que fiz e passei para você durante a gravidez, sem saber que
estava te prejudicando. Eu estava triste, com raiva, desamparada, desesperada... Por isso, senti,
fiz e disse coisas pelos quais me arrependo com todo o meu coração.
(Anote alguns momentos, atitudes ou palavras suas, que passaram ideias e emoções negati-
vas ao seu filho durante a gestação dele).
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
Quero que você me devolva todas essas sensações ruins que passei, porque são os sentimentos
da mamãe, não os seus. Devolva tudo o que é meu, e fique apenas com o que é seu, para que eu
também possa devolver para todas as nossas gerações.
Você é um filho muito amado e abençoado por Deus e por mim também.
Você pode ser calmo, saudável, amigável, companheiro, dedicado, amável, bem-sucedido,
bom filho, bom marido e bom pai. (qualidades que você quer programar emocionalmente no
seu filho)
Faça o Resgate Emocional. Peça perdão e transmita todo o seu amor. Esse ato, simples e
singelo, gerará um grande poder de transformação, aliviando a carga emocional negativa que
você e seu filho carregam até hoje, e principalmente, resgatando tudo aquilo que passamos
para os nossos filhos sem sabermos.
No início, seu filho, ou filha, pode se tornar irritado com você. Isso é um ótimo sinal,
pois ele apenas está dizendo que estamos realmente mexendo profundamente em pontos im-
portantes da sua vida emocional. Há uma pequena piora inicial, mas logo virá a melhora
definitiva e extraordinária na vida de todos envolvidos! Então, continuem fazendo o Resgate
Emocional todas as noites com o seu filho!
Claro que as necessidades de sono variam de criança para criança, dependendo da per-
sonalidade e do organismo de cada uma, mas é importante se assegurar que o seu filho esteja
dormindo o suficiente. Na infância, cerca de 90% dos hormônios de crescimento é liberado
durante o sono. O sono é fundamental para o fortalecimento do sistema imunológico, para a
memória e o relaxamento muscular.
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Primeira Infância (0 a 4 anos)
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
• Se ele saiu da cama e veio ao seu quarto, leve-o de volta. Diga: “filho, agora é hora
de dormir.” Use sempre um tom de voz calmo e suave, não permita que o fato se torne
mais um motivo de excitação ou brigas. Fale o mínimo possível, apenas colocando-
-o na cama dele novamente e reforçando que você está perto e que ele pode se sentir
seguro, amado e tranquilo.
• Nunca o leve para dormir com você. Ou você estará retardando o processo de inde-
pendência do seu filho.
• Nunca deixe que ele assista TV ou recomece a brincar após cair no sono. Isso só
aumentará a excitação, além de estabelecer um hábito nada saudável.
• Ajeite-o na cama. Se ele choramingar, ajeite-o de novo. Segure na sua mão e diga:
“filho, agora é hora de dormir para crescer forte e saudável. Feche os olhinhos, porque a
mamãe (ou o papai) está aqui, com você.”
• Se a criança ainda demonstrar dificuldade para dormir, conte uma história calma,
sem cenas de muita ação ou medo. Conte, por exemplo, como você e sua esposa (ou
marido) se conheceram e se apaixonaram ou outra história que você mesmo pode
criar na hora!
• Outro recurso é fazer uma massagem na cabeça da criança.
Coloque a mão aberta no rosto dela, tocando o topo da cabeça e a testa com todos os dedos.
Vá acariciando suavemente o rostinho do seu filho de cima para baixo, na direção do
queixo, como se a induzisse a fechar os olhos, e cantarolando a “canção de ninar” (nan... nan...
nan..). Repita até ela adormecer.
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Primeira Infância (0 a 4 anos)
E, se você descobrir que o seu filho está sofrendo por algo que vocês, pais, são
os responsáveis?
No decorrer da nossa vida, fatos que fogem ao nosso controle costumam acontecer sem
aviso, deixando marcas profundas no desenvolvimento emocional de uma criança. Nós, pais,
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
sempre desejamos o melhor para os nossos filhos, mas muitas vezes isso não é possível. Então,
o que fazer? A resposta é estar sempre atento aos sinais de socorro emitidos pelas crianças.
E, depois, fazer o RESGATE EMOCIONAL e conversar muito com ele sobre tudo o que está
acontecendo.
O que fazer:
• Não deixe pra lá. Insista com o seu filho para que acorde na hora certa. Você pode
ajudar a mudar a atitude dele, de fuga para enfrentamento do problema.
• Se o problema persistir por mais de 15 dias, converse, pergunte o que está havendo.
Deixe claro que vocês, os pais, estarão ao lado dele para resolver o problema, seja qual
for. Ajude-o a se abrir, falando sobre algum problema que você também viveu, e supe-
rou, durante a fase que ele está passando.
• Resolva o problema. Se for algo relativo à escola, converse com os responsáveis, em-
penhe-se em acabar com o motivo do sofrimento do seu filho. Se for algo na sua casa,
analise o problema com imparcialidade e assuma a responsabilidade de resolvê-lo e
ajudar o seu filho. Faça o RESGATE EMOCIONAL todas as manhãs e noites, pedindo
perdão e transmitindo seu amor a ele!
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Primeira Infância (0 a 4 anos)
“Vou dar só um pouquinho, porque ele está querendo muito! Olha a carinha dele!”
Na verdade, esses adultos estão cometendo um grande erro contra a saúde dessa criança.
Um bebê não tem a mínima ideia do que é, e como é o sabor de um doce, por exemplo – até
que lhe deem o primeiro pedacinho. Não há como ele “querer” algo que não conhece, não é
mesmo? Porém, depois de provar um doce, um refrigerante, um salgadinho, ficará muito mais
difícil acostumar essa criança a outro tipo de comida.
Até um ano de idade, a página referente à comida ainda está em branco no cérebro do
seu filho. Portanto, é hora de gravar ali noções de uma dieta alimentar balanceada, natural,
colorida e saudável!
É muito importante, também, que os pais se conscientizem que a melhor forma de ensinar
hábitos saudáveis ao filho é dar-lhe o próprio exemplo. Coma aquilo que quer que o seu filho
coma, para o seu próprio bem e o do seu filho!
Alimentação COLORIDA
Uma das formas mais simples de garantir a alimentação balanceada do seu filho é a dieta
colorida. Cada cor indica que nutrientes específicos estão presentes no alimento, e essa di-
versidade é muito importante para crianças em fase de crescimento. Quanto mais colorido
o prato, mais nutritivo ele será. Além disso, a variedade de cores tornará a comida mais cha-
mativa e divertida, e o seu filho se sentirá mais estimulado a comê-los. Comemos, primeiro,
com os olhos!
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Primeira Infância (0 a 4 anos)
Parabenize o seu filho quando terminar de comer. Faça um carinho, bata palmas, fes-
teje. Torne a refeição um momento de felicidade e alegria, não de obrigação ou de
estresse e brigas.
Mas, se ele já se habituou a fazer birra e a não comer nas refeições, é preciso seguir alguns
passos básicos para quebrar esse mau hábito:
1. EXPLIQUE por que ele precisa comer. Diga, por exemplo: “filho, você precisa comer,
para ser saudável, crescer, ficar bonito e inteligente.” Você pode dar exemplos positivos:
“vai ficar forte como papai”, “vai ficar bonita como a mamãe”. Nunca foque no negativo:
“se não comer, vai ficar doente”, “vai ficar fraco”, etc.
3. Se ainda assim a criança não comer, olhe nos olhos dela, bem sério, e diga com fir-
meza: “se você não comer agora, só vai comer na próxima refeição. É isso que você quer?”
Se, mesmo assim, a criança teimar em não comer, tire o prato de comida e deixe-a sem
comer até a próxima refeição. É muito importante que você seja firme e não abra
exceções de forma alguma. Não dê leite, bolachinhas ou qualquer outra coisa. Mesmo
que seu filho chore, reclame e o acuse, não volte atrás.
4. Se, mesmo depois de pular uma refeição, a criança se recusar a comer, faça tudo de
novo. Geralmente as crianças recuam antes de chegar a isso, mas, se isso ocorrer, você
deve tomar uma atitude bastante FIRME, ou a situação se agravará. É preciso que seu
filho saiba que não há alternativa senão obedecer e, quanto mais demorar, pior será
a consequência. Deixe-o sem algum brinquedo ou alguma atividade que gosta, duran-
te um período de tempo, sempre EXPLICANDO: “você vai ficar sem ver TV, porque
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
não está comendo. Comer é muito importante para você crescer, ficar forte, inteligente,
saudável. Por isso, vai ficar sem o que você gosta e só vai comer na próxima refeição.”
5. Nunca volte atrás, mesmo que seu filho chore, grite ou reaja com agressividade.
Fique firme, pois terá que aguentar essa reação uma só vez. Depois de aprender que
não adianta lutar, a criança voltará a comer como nunca antes! Dê um basta na PRI-
MEIRA vez – assim, será também a ÚNICA. Não existe melhor “remédio” para a falta
de apetite do que a fome!
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Primeira Infância (0 a 4 anos)
Se o seu filho come demais só de vez em quando, não há por que se preocupar. Mas, se
você tem notado que ele está consumindo todos os dias bem mais do que as porções recomen-
dadas, é hora de se perguntar: o que está acontecendo?
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A hora da Escola
Já vão longe os tempos em que a mãe assumia o papel de “rainha do lar” e estava sempre
em casa, cuidando dos filhos e administrando a vida doméstica. Hoje é comum que ambos,
pai e mãe, trabalhem fora para constituir uma melhor renda familiar ou a mulher se sentir
produtiva. Nesse panorama, o ideal seria que, pelo menos até começar a frequentar a esco-
linha, a criança seja cuidada na própria casa, por familiares de confiança como os avós, tios,
etc. Mas muitas vezes isso não é possível, e a criança é deixada aos cuidados de uma escola
infantil, após cinco ou seis meses de idade.
Nesses casos, é muito importante que os pais preparem emocionalmente a criança para
essa mudança drástica de rotina.
1. Antes de escolher a escola para o seu filho, visite as instalações. Verifique como as
crianças estão sendo cuidadas, observe se o local é limpo, arejado, tem bom astral e se
a estrutura que dispõe é adequada. Você precisa se sentir bem nesse lugar... pois seu
filho é uma “extensão” sua!
2. Procure reunir todas as informações possíveis sobre a escola. Nessa idade, seu filho
ainda não fala, portanto, não sabe transmitir a você como está sendo tratado. Se puder,
pergunte aos pais das outras crianças o que acham da escola.
3. Analise a filosofia da escola e veja se está de acordo com o seu estilo de vida. A
creche deve ser um prolongamento da sua casa, pois assim o seu filho não sentirá uma
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Primeira Infância (0 a 4 anos)
mudança tão brusca. Se você e sua esposa adoram a vida ao ar livre e o contato com
a natureza, procure uma escola que tenha uma área com plantas e flores, que cultive
hábitos sustentáveis também. Se você é um entusiasta de tecnologia, de uma vida high
tech, opte por uma escola que siga essa tendência.
4. Uma semana antes, comece a PREPARAR seu filho para a ESCOLA. Mesmo que
o seu bebê ainda não fale, converse com ele todos os dias, falando sobre a escola.
Avise-o:
“Daqui a uma semana, nós vamos colocar você na escolinha (fale o nome da escola e da
professora, caso saiba). Será um lugar seguro, divertido e onde você conhecerá muitos
amiguinhos!
“Encontramos uma escola maravilhosa, um lugar muito bonito e gostoso, onde você
vai fazer muitos amiguinhos. Lá vai ter muitas brincadeiras, você vai se divertir e
aprender muito. Vai conhecer muitas professoras boazinhas, que vão cuidar muito
bem de você.”
5. Sempre diga que vai buscá-lo. O bebê sente uma grande sensação de perda, se os pais
não estão por perto. Então, é fundamental dar segurança ao seu filho. Sempre reafirme
que VOLTARÁ a tal hora – e CUMPRA a promessa:
6. Se a criança já fala, pergunte sempre como está indo na escola. Preste bastante aten-
ção nas respostas emocionais, para detectar qualquer problema. Pergunte:
Caso seu filho já fale, pergunte sempre sobre os novos amiguinhos e o que ele apren-
deu de legal com eles naquele dia!
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TABELA DE EMOÇÕES
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Primeira Infância (0 a 4 anos)
A partir de três anos, seu filho já está apto a perceber e identificar as próprias emoções. E
não há treinamento melhor do que ter alguém ao seu lado, incentivando-o a reconhecê-las.
Habitue-se a perguntar ao seu filho, todos os dias, como ele está se sentindo.
Mostre-lhe que qualquer emoção, mesmo as aparentes negativas, podem lhe dar um SU-
PER PODER, isto é, podem ser DIRECIONADAS para produzir algo POSITIVO.
Construindo o Emocionômetro
Material: cópias ou desenhos em folha de papel A4 de carinhas que representem as emo-
ções básicas (medo, raiva, tristeza, alegria e amor), 5 plásticos transparentes para folhas A4,
grampeador, um canudinho grosso (sem a sanfoninha da dobra), barbante colorido, prende-
dores grandes de roupa bem coloridos e tesoura.
1. Desenhe ou faça cópias das “carinhas” que representam o Medo, a Raiva, a Tristeza, a
Alegria e o Medo, uma em cada folha.
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
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Primeira Infância (0 a 4 anos)
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
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Primeira Infância (0 a 4 anos)
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
sugerir uma opção mais atrativa e específica. Isto é, não diga apenas “faça outra
coisa”, por exemplo, pois seu filho terá que pensar no que fazer. Dê uma alternativa
objetiva, como:
“Filho, não pegue na tomada, porque você vai se machucar. Venha aqui, desenhar com a
mamãe!”
“Filho, não grite, porque as pessoas querem dormir. Venha aqui, mamãe vai te fazer um
carinho para dormir.”
“Filho, não jogue seu brinquedo, porque vai quebrar. Traga aqui, para brincarmos
juntos!”
1. Diga “NÃO” de novo. Olhe firmemente nos olhos do seu filho. Use um tom de voz
mais autoritário. Utilize o olhar “duro” e a voz para impor a sua vontade.
Há uma distância gigantesca entre o FALAR e o AGIR, entre uma ordem verbal e um
limite físico – quando uma fronteira está sendo ultrapassada. Com o LIMITE FÍSICO,
você está se comunicando diretamente com o cérebro emocional, que controla as emo-
ções e os instintos do seu filho, causando um FORTE IMPACTO EMOCIONAL. Olhe
bem nos olhos dele e fale baixo, mas firme, colocando ainda mais autoridade no seu
tom de voz. Diga:
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Primeira Infância (0 a 4 anos)
Nunca segure na cabeça do seu filho, ou o sacuda ou use violência. Se o seu filho está
fora de si, segure no lugar certo: se a criança estiver batendo, segure a mão; se estiver
chutando, segure o pé.
3. Explique novamente o PORQUÊ.
É importante sempre manter o foco da atenção do seu filho no LIMITE e na sua EX-
PLICAÇÃO, ou o seu filho poderá ficar impressionado só com o toque e não se lem-
brará do motivo. Diga, por exemplo:
“Pare já de bater no seu irmão. Escute bem: seu irmãozinho é seu amigo, você não deve
bater nele. Vocês vão se ajudar e se amar por toda a vida. Por isso, é errado bater nele.”
4. Dê uma OPÇÃO positiva, se houver.
Há alguns casos em que não há uma opção positiva para oferecer. Mas vale a pena
sempre pensar em direcionar seu filho para uma atitude positiva. Diga, por exemplo:
“Você pode fazer carinho no seu irmãozinho, ajudá-lo e ensinar muitas coisas que você
sabe para ele.”
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
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Primeira Infância (0 a 4 anos)
Pai: “Lembre-se: se fizer isso de novo, vai voltar a ter consequências negativas, entendido?”
Filho: “Entendi.”
Claro que o seu diálogo não vai seguir rigorosamente esse script, pois a vida real se ca-
racteriza pelo inesperado. O importante é lembrar, sempre, que deve primeiro REFORÇAR/
EXPLICAR, depois, ensinar a AÇÃO CORRETA e, por último, avisar que, se REPETIR o
“delito”, vai sofrer consequências de novo.
A consequência é como a pistola no Velho Oeste. Nunca a puxe, se não for usá-la, pois
senão, estará correndo um sério risco de volta-se contra você. É o que acontece com muitos
pais de hoje. Ameaçam, dizem que vão fazer isso ou aquilo, mas nada fazem. Dizem que não
têm coragem, sentem pena e sempre acabam cedendo. E o resultado é semelhante à de uma
pistola: se você não atirar num duelo, o outro mata você. Se não cumprir ao que falou, seu
filho “mata” a sua autoridade em relação àquele limite.
Por isso, se você disse que não iria deixar o seu filho jogar depois do almoço se ele não
fosse estudar antes, por exemplo, cumpra o que disse, sem hesitação ou pena. Você precisará
aplicar consequências mais severas no máximo duas ou três vezes. Logo seu filho vai aprender
que não há alternativa, e vai obedecê-lo, porque sabe que a sua palavra é uma só!
Se você não concordar com alguma decisão de sua esposa (ou marido), discuta o caso
em particular, para não desautorizá-la na frente dos filhos. Depois, se necessário, mudem as
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
regras, e avisem o filho, juntos. Não permita também que outros adultos da família os desau-
torizem. Os pais sempre devem ser a última palavra sempre.
Os pais devem impor LIMITES com convicção, sem hesitar e sem meio-termo. Se o pai
se mostrar zangado com a criança, a mãe deve mostrar a mesma severidade, e vice-versa. Não
deve existir o “mais ou menos errado”, ou “mais ou menos bravo”. Se um dos pais disse, está
dito. E ponto final.
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Primeira Infância (0 a 4 anos)
O que fazer? Nenhum pai, ou mãe, sente-se confortável ao ver seu filho ameaçado por
outra pessoa. Mas fique calmo. Se o seu filho agiu mal, deve ter consequências, não importa
onde esteja, ou quem vai puni-lo. Esta é a lição que você deve ensinar a ele, nesse episódio,
pois será isso que acontecerá quando o seu filho se tornar adulto e tiver que responder pelos
seus atos perante a sociedade.
2. Pergunte ao seu filho o que fez para receber essa consequência. Insista até ele con-
tar a verdade, pois poderá ser um momento de aprendizado para o seu filho.
“Filho, sempre que você fizer algo errado, você terá consequências. É a Lei da Ação e
Reação. Sempre vai acontecer, não interessa se você está em casa, ou em outro lugar. Se
papai estivesse lá, faria a mesma coisa também, e para o seu bem.”
“Você explicou que não fez nada? Então vamos agora falar com essa pessoa e explicar
mais uma vez. Assim, ela vai saber que o que você fez não foi errado e não mereceu a
consequência.”
E converse com a pessoa. Se possível, peça para ela se desculpar com o seu filho,
caso não o faça. Se o seu filho foi malcriado ao responder, peça para ele também se
desculpar com a outra pessoa.
5. Se a consequência foi justa, mas exagerada. Explique ao seu filho que ele agiu
errado, e, quando a gente age errado, está sujeito a receber punições mais seve-
ras, conforme o lugar onde estamos. Isso também pode acontecer quando ele
crescer: ainda existem lugares no mundo onde punem um roubo decepando a
mão, por exemplo. Por isso, devemos evitar agir mal ou ultrapassar os limites
do outro sempre, e em qualquer situação. Depois, converse em particular com a
pessoa que deu a consequência mais exagerada e diga que o seu método de edu-
cação não é esse.
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
Em outra cena igualmente familiar, uma criança chora e grita porque não quer tomar
banho, ir embora de um parque, ou trocar de roupa.
Em todos esses casos, o motivo da gritaria normalmente é banal. A criança vai sobreviver
perfeitamente sem o doce, não vai morrer se tomar um banho ou for embora de um local
divertido. Mas ela se comporta como se fosse o fim do mundo.
Isso tem uma explicação. É comum que crianças entre 2 e 4 anos tendam a fazer mais birra
e a terem uma dificuldade imensa em lidar com as frustrações, pois nesse período começam
a se tornar independentes, e estão sempre reafirmando os seus desejos e vontades, desafiando
os nossos limites. Note que a BIRRA começa sempre com “eu quero” ou “eu não quero” da
criança.
Embora seja um comportamento normal, os pais devem controlar a BIRRA, pois a aceita-
ção dos próprios limites – e da noção de que nem sempre podemos ter tudo o que queremos
– é um dos ensinamentos cruciais para uma vida saudável social e emocional.
Entenda que a BIRRA tem forte impacto emocional. É um momento em que as emoções
estão à flor da pele, a criança e o adulto estão sentindo toda essa overdose de energia. Então,
todas as etapas do passo a passo a seguir devem vir acompanhadas também de um impacto
emocional MUITO forte.
3. Aumente o tom de voz (nunca grite) e olhe firme nos olhos da criança. Diga clara-
mente que ela NÃO terá o que ela quer naquele momento.
Diga, por exemplo: “filho, papai NÃO vai te dar isso agora.” E explique: “você vai almo-
çar agora, por isso não vai comer outra coisa para não perder o apetite. Você tem que se
alimentar bem para crescer bem sadio e forte.”
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Primeira Infância (0 a 4 anos)
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
Quando seu filho perceber que os pais estão unidos e a autoridade é incontestável, ele
obedecerá, pois não terá outra opção. E a birra terá um final feliz para todos... especialmente
para ele!
Casos especiais
No mundo de hoje, cada vez mais as famílias se formam de uma maneira não convencio-
nal. Mulheres optam por gerarem um filho de forma independente. Os casais homoafetivos
conquistaram o direito ao casamento, e formam famílias com seus filhos adotivos também.
Para essas e outras crianças que nasceram sob o signo da diferença, a Inteligência Emocio-
nal prestará um auxílio inestimável. Como criar esses filhos de uma forma emocionalmente
saudável?
Vocês se separaram como marido e mulher, mas estão UNIDOS para sempre como
PAI e MÃE dos seus filhos.
Um pai ou uma mãe não pode, simplesmente, eliminar o cônjuge da vida do filho porque
se separaram. Toda criança necessita de ambos os pais, mesmo que não vivam juntos.
Numa separação, sempre há o lado mais machucado, que se sente abandonado e traído
pelo outro. As emoções estão à flor da pele, é difícil dividir os filhos com alguém que magoou
você. Mas também é verdade que uma separação não acontece por causa de um ou dois fatos
isolados, é o resultado de um longo processo de desgaste, onde cada uma das partes sempre
tem 50% de responsabilidade pelo término, seja ele como for.
Geralmente sabemos muito bem onde estão os 50% do outro, ou até tentamos culpa-lo
100%. Mas quais são os nossos 50%? Por mais grave que tenha sido a conduta da outra parte,
a sua responsabilidade não deixa de existir. Isso não significa negar a responsabilidade do ou-
tro, mas, sim, enxergar e assumir a sua parte. É preciso reconhecer onde errou para aprender
e não errar mais. Ou você corre o risco de repetir os mesmos erros nos próximos relaciona-
mentos, permitindo que o tratem da mesma forma de novo... e de novo.
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Primeira Infância (0 a 4 anos)
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
ele acompanhe a evolução da gestação, permita que toque na sua barriga, pois através dela
estará tocando a criança. A presença do pai durante a vida intrauterina do bebê é muito im-
portante. Permita que ele esteja presente na hora do nascimento e que participe ativamente
na criação do filho de vocês.
Quanto ao pai, deve manter-se presente na vida do filho, mesmo que não possa mais viver
ao lado dele. Geralmente a guarda dos filhos cabe à mãe, e a criança sente muito a falta da
proteção paterna no dia a dia. Então, o pai deve reforçar constantemente ao filho que estará
por perto para protegê-lo, e que sempre poderá contar com ele.
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Primeira Infância (0 a 4 anos)
No caso de pais separados, essa regra é ainda mais severa. Nunca deixe de cumprir
o prometido, seja para uma viagem no feriado, uma tarde no shopping, assistir uma
apresentação de balé da sua filha, etc.
5. Dar limites.
Não queira mostrar só o seu lado bom para o seu filho, só porque estão separados. Ao
contrário, quando vocês estão juntos, você tem que discipliná-lo também. Caso pos-
sível, procure conversar com a ex-esposa (ou ex-marido) e acerte as regras, para que a
educação seja uma só.
Sempre que estiverem juntos, procure ter um momento a sós com o seu filho, para
colocar no colo, acariciar, fazer cafuné, abraçar, beijar e conversar com ele.
Reveze com a sua ex-mulher (ou ex-marido) para levar seu filho a festinhas de ani-
versário, vá a reuniões dos pais, apresentações de judô, de canto, etc. Não só para ficar
com o seu filho, mas para que as outras pessoas do círculo de relacionamentos dele
saibam que o pai continua ao lado, presente.
Não encha seu filho de presentes, só porque agora está longe dele e você está carente.
Dê amor e receba amor, evitando que ele confunda amor com coisas materiais.
Trabalhe em conjunto com sua ex-mulher ou ex-marido para o bem do seu filho, pois
ele precisa igualmente dos dois.
Brinque no chão, coloque-se na altura dele. Mostre que você é, mais do que um pai (ou
mãe), um amigo. Hoje é brincar no chão, amanhã, quando ele for mais velho, é assistir
um jogo de futebol, conversar sobre namoradas, etc. Fale e interaja de igual para igual
com o seu filho. Mas jamais abandone o seu papel de pai ou mãe, sempre que necessá-
rio, pois se você não cumprir esse papel, ninguém o fará.
As crianças crescem rápido, por isso fique atento. O amor é feito, principalmente, pela
convivência e intimidade. Se você ficar 2 ou 3 meses sem ver um filho pequeno, ele
vai estar muito diferente física e psicologicamente quando o reencontrar. E você terá
perdido um período importante do seu crescimento, que nunca mais será recuperado.
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
Muitas vezes o casal não se separa para não impactar negativamente os filhos. Mas o am-
biente familiar fica ruim, brigas acontecem, e os filhos acabam sofrendo igualmente, ou pior.
Então, é melhor enfrentarem o rompimento com sinceridade, caso seja a ultima escolha. O
importante é ressaltar sempre para os filhos que a separação dos pais nunca irá desfazer o elo
que os une. Que os pais podem se casar e se separar outras vezes, mas nunca deixarão de ser
seu pai e sua mãe.
Mesmo que a causa da adoção seja o falecimento dos pais biológicos, a criança sente o
mesmo impacto da rejeição, pois o seu cérebro emocional só percebe a ausência dos pais. Ela
ainda não sabe o que é a morte.
Portanto, os pais adotivos devem estar conscientes de que precisam DOBRAR a quan-
tidade de AMOR e LIMITES para criar um filho adotivo.
Um filho adotivo é uma criança que foi muito ferida, que já vem para a sua nova família
num estado de fragilidade, com muitos problemas criados antes mesmo do seu nascimento.
Então é preciso que os pais adotivos saibam que terão nas mãos uma criança que tem muito
mais probabilidade de ter problemas emocionais do que um filho que eles mesmo geraram.
Mesmo recebendo todo o amor e atenção, o filho adotivo continuará sentindo a falta dos
pais biológicos. E o motivo é simples: pais e filhos biológicos estão intimamente ligados numa
conexão natural e poderosa, pois compartilham do mesmo DNA, são partes de uma mesma
origem. Se, por algum motivo, essa ligação é rompida, essa criança sente dentro de si um
imenso vazio, uma carência quase insuportável, que os pais adotivos não conseguirão suprir,
a não ser que façam uma reprogramação emocional constante nessa criança. E mesmo assim
ainda ficará uma “cicatriz” dolorosa.
Por isso, é importantíssimo que os pais adotivos façam o Resgate Emocional todas as ma-
nhãs e noites.
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Primeira Infância (0 a 4 anos)
Meu filho, aqui é a mamãe. Vim pedir perdão por ter rejeitado e abandonado você. Eu
era viciada em drogas, muito pobre, nem conhecia direito seu pai. Eu errei, porque não
tive ninguém para me orientar, mas estou arrependida. Eu não queria que você passasse
pelo que passei, por isso dei você para outros pais, com mais condições de te criar.
Perdoe-me, meu filho, porque te amo muito. Sofri e chorei muito quando tive que entre-
gar você. Mas fiz isso porque era o melhor a fazer.
Eu te amo muito e escolhi sentir toda dor de ficar longe de você, do que ver você passando
pelas mesmas coisas que eu vivi.
Você pode ser um menino feliz, forte, saudável e sentir-se muito amado por mim e pelos
seus pais adotivos.
Você terá seus próprios filhos, a quem vai cuidar e amar muito.
2. Nunca esconda da criança que ela é adotada. Desde cedo, explique a ele que foi ado-
tado, que é um “filho do coração”. Não deixe para contar quando “ele tiver idade para
entender”, pois, quanto mais tardia a revelação, maior choque emocional causará. En-
care tudo com naturalidade, e a criança fará o mesmo. Diga:
“Você é o nosso filho do coração, porque adotamos você. Mas você tem pai e mãe bioló-
gicos, que não puderam criá-lo. Por isso, você veio para a nossa família, e estamos muito
felizes. Nós te amamos muito.”
3. Sempre comunique às pessoas ao redor que ele é adotado para evitar mal-entendidos.
4. Transmita muito AMOR, pois ele precisa muito de você. Mostre amor ao seu filho
adotivo com gestos e palavras: coloque-o no colo, abrace-o e o beije. Diga-lhe o quanto
é amado e o quanto é bem-vindo na família e no mundo.
5. Dê LIMITE com firmeza. Não mime o seu filho só porque é adotivo e já sofreu de-
mais, permitindo que cresça sem respeitar a sua autoridade. Mais do que nunca os pais
adotivos devem falar a mesma língua, e impor os limites com ainda mais firmeza, ou
perderão o controle sobre o filho adotivo muito rápido.
6. Oriente bem o seu filho adotivo, desde muito cedo, a respeito de drogas, álcool e
sexo. É grande a probabilidade de que os pais biológicos de seu filho tenham sofrido
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
com um ou mais desses problemas, por isso empenhe-se em evitar que ele siga o
mesmo caminho, mostrando as consequências negativas e dando novas alternativas
e escolhas.
7. Se o seu filho manifestar o desejo de conhecer os pais biológicos, deixe. Não tenha
medo de perder o seu filho, pois isso não vai acontecer. Ao contrário, o seu relaciona-
mento com ele pode até mesmo se aprofundar e melhorar muito, pois ele conseguirá
distinguir entre os laços biológicos (pais biológicos) e os emocionais (pais adotivos).
8. Se você tiver um filho biológico, faça-o “adotar” também o novo filho. Comunique
com antecedência e inclua o filho biológico em todas as etapas da adoção. É importan-
te dar a ele um papel para desempenhar no processo: o de ajudar, ensinar e proteger
o filho adotivo, como um irmão mais velho. Reforce, principalmente, que o amor dos
pais não vai mudar ou diminuir com a chegada do novo irmão.
9. Nunca faça distinção entre o filho adotivo e o biológico. Nunca dispense um trata-
mento melhor para um, nem superproteja o outro.
10. Se o filho adotivo for de outra etnia, explique ao seu filho biológico:
“Seu irmãozinho é diferente de nós porque ele é parecido com a mamãe e o papai biológicos
dele, mas isso não tem importância, porque por dentro somos todos iguais meu filho.”
PRODUÇÃO INDEPENDENTE
As mulheres têm conquistado, ao longo das décadas, um lugar cada vez mais destacado
em várias frentes: profissional, social, política, espiritual. Das donas de casa dos meados do
século XX até as profissionais independentes e ocupadas de hoje, as mulheres promoveram
uma grande mudança no seu papel dentro da esfera familiar.
Com as novas conquistas, vieram também novas responsabilidades e uma nova maneira
de encarar a vida familiar. Basta dizer que dados do IBGE de 2015 mostram que 40% dos lares
brasileiros são comandadas por mulheres que criam os filhos e mantêm a família, sozinhas,
sem a presença de um companheiro.
Não é de se estranhar, portanto, que uma parte das mulheres desejasse, em algum momen-
to, concretizar seus sonhos de maternidade sem, necessariamente, ligar-se a um homem. Sur-
giu, então, o que chamamos de produção independente, ou seja, engravidar sem criar nenhum
tipo de laço afetivo ou físico com o pai da criança.
O método mais comum de fazer uma produção independente é a fertilização in vitro, que
usa espermatozoides doados para fertilizar o óvulo materno. O doador tem o seu anonimato
garantido por lei, e o procedimento é realizado em laboratório, sem nenhum contato pessoal.
Apenas quando o embrião é formado, é introduzido no útero materno, que o gestará de forma
natural daí em diante.
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Primeira Infância (0 a 4 anos)
Para muitas mulheres, a produção independente parece uma solução lógica e cômoda, mas as
implicações de uma concepção tão fora do padrão são muito mais profundas do que se imagina.
Mas, quando não existe o Amor – e nem mesmo o ódio, a raiva, ou qualquer
outra emoção – na concepção de uma vida, pode ser gerado um imenso vazio
emocional
Esse vazio é muito mais intenso do que o de crianças órfãs, ou abandonadas pelos pais.
Porque para estas, mesmo que esteja ausente ou não exista mais, seu pai estava presente no ato
da concepção, e deixou-lhes uma herança emocional. Porém, para a criança gerada de forma
independente, não existe emoção alguma envolvida na concepção. Por mais que a mãe a ame,
e tente suprir a ausência paterna, sentir-se-á incompleta, com a sua metade vazia.
Por isso, se você está pensando em ter uma produção independente, pense
muito bem antes de se decidir
A ideia de ser mãe sem ter que se preocupar com um relacionamento homem-mulher
pode parecer cômoda, mas a realidade se mostrará muito mais delicada. Você está gerando
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
um ser humano com uma grande deficiência emocional. É como se a criança nascesse sem
uma perna ou um braço, por exemplo. Ela poderá sobreviver e ser feliz, mas precisará de mui-
ta força de vontade, energia e auxílio para superar as suas dificuldades.
É preciso, mais uma vez, perguntar: onde está o FOCO? Está em você, nas suas carências,
na sua falta de amor, na sua solidão? Qual é a necessidade que está satisfazendo ao ter esse
filho? Se você perceber, nessa reflexão, que o foco estava apenas em você, nas suas necessida-
des, é hora de procurar ajuda e reprogramar emocionalmente o seu cérebro primeiro para, só
depois, pensar em trazer uma vida para este mundo.
Se você está ansiosa para ter um filho devido à idade, pense: você está criando um pro-
blema de muita gravidade para o resto da vida dessa criança, por causa da sua ânsia de ser
mãe. Em tudo na vida, existe um tempo certo, e as coisas acontecerão naturalmente. E, se a
vida não trouxer a você a oportunidade de gerar um bebê, sempre haverá a possibilidade da
adoção. Ao adotar uma criança, você poderá ser uma mãe do coração, que proverá esse filho,
não de DNA, mas de Amor – que é o que ele mais precisa. Será que não é disso que você mais
precisa, também?
No Resgate Emocional, você deve assumir o papel do pai, pois existe o doador, para
resgatar a imagem masculina no cérebro emocional do seu filho. A importância do
Resgate Emocional é gigantesca nesse processo. Acredite nele, e faça-o todas os dias,
sem falta. Faça primeiro o resgate em nome do pai, e, depois, em seu próprio nome. A
seguir, um exemplo do texto do pai:
Filho, papai está aqui para pedir perdão a você por não estar presente, ao seu lado desde
o momento da sua concepção. Papai doou o esperma com a intenção de ajudar a mamãe
a ter um filho, mas não sabia que ia gerar um vazio emocional e que você ia sentir tanto
a minha falta.
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Primeira Infância (0 a 4 anos)
Filho, papai te ama, mesmo sem saber nada a seu respeito. Porque você nasceu de uma
parte minha. Você é especial, e será sempre importante para papai, mamãe e todos que
convivem com você.
Você pode ser uma pessoa amorosa, cheia de bons sentimentos, e será muito amada por
todos ao seu redor.
Você encontrará uma pessoa especial na sua vida e terá seus próprios filhos, que amará
muito, e será por eles muito amado também.
Você poderá ter uma família unida e feliz.
Deus te abençoe, eu te amo muito meu filho.”
2. Dê muito AMOR. Se, para uma criança comum o Amor é importante, neste caso é
muito mais! Pegue o seu filho no colo, converse com ele, faça carinho, abrace, beije,
toque-o, diga que o ama.
3. Dê LIMITE. Nunca mime o seu filho, ou seja, condescendente demais com os seus
erros. Assim como o AMOR, é ainda mais importante para um filho de produção
independente receber LIMITES!
4. Nunca esconda que seu filho foi concebido de forma independente. Quando ele
perguntar sobre o pai, explique-lhe que não tem um pai nos moldes tradicionais. Que
você é a mãe e o pai dele, e que serão felizes desse jeito.
5. Sempre comunique às pessoas ao redor que ele é produção independente, para evi-
tar mal-entendidos.
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
Os pais (ou as mães) homoafetivos devem explicar desde cedo ao seu filho que
são diferentes da maioria dos pais dos seus amiguinhos
Devem ensinar que a homoafetividade é uma opção à felicidade, como qualquer outra
escolha. Por exemplo:
“Nós descobrimos que amamos pessoas do mesmo sexo, por isso, quando nos conhecemos,
surgiu um grande amor. Por isso, nos casamos e estamos felizes. Mas isso não quer dizer que
essa escolha sirva para todo mundo. Existem homens que se casam com mulher, mulheres que se
casam com outra mulher, e todos estão certos, estão buscando a sua felicidade.”
É importante sempre deixar claro que a escolha sexual do seu filho será livre:
“Você também, quando crescer, vai descobrir como ser feliz do seu jeito, que pode ser dife-
rente do nosso. Não tem problema nenhum, pois sempre te amaremos. As pessoas são felizes
de diferentes jeitos, e todo mundo tem o direito de optar pelo seu. É como gostar de azul ou do
vermelho. Cada um escolhe a cor que quiser, a que o deixa mais feliz.”
Sempre devem apoiá-lo:
“A gente fez a nossa escolha, e você vai fazer a sua. Nós vamos apoiar você, seja qual for a sua
escolha, pois te amamos muito.”
O importante é nunca se esquecer que, mesmo sendo filho de uma família homopa-
rental, essa criança é, antes de tudo, um filho adotivo, ou um filho concebido in vitro. E
devem ser tomados os cuidados necessários para uma criança com essas características.
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Infância (5 a 9 anos)
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6. Infância (5 a 9 anos)
Temos pena de impor limites às crianças, receamos contrariar os filhos para não trauma-
tizá-los. Passamos da extrema agressão à SUPERPROTEÇÃO, que é igualmente, ou até mais
prejudicial.
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
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Infância (5 a 9 anos)
Quem é o FOCO?
Nós, os pais, viemos de hábitos familiares diferentes, nos quais as demonstrações de amor
pouco ocorriam. Claro que há exceções para toda regra, mas, para a maioria de nós, o amor
dos pais se traduzia em preparar um prato de comida, costurar uma roupa, cuidar da nossa
saúde ou ganhar um brinquedo simples. A troca de carinho, do toque, do abraço, do olhar
e dizer “eu te amo” era considerada uma bobagem, que poucos tinham o hábito de praticar,
porque ninguém nunca aprendeu antes.
Ninguém nos perguntou, quando éramos crianças, o que mais queríamos dos nossos pais.
Pois, se perguntassem, com certeza diríamos que queríamos carinho, amor e atenção.
É desnecessário dizer que um filho jamais poderá preencher esse vazio, pois não é o
responsável por ele. Mas acostumamo-nos a projetar a nossa “criança” interior no nosso
filho, e tentamos lhe proporcionar tudo o que nós mesmos desejávamos, e não recebemos...
dos nossos pais. Enchemos nossos filhos de mimos, presentes, de atenção e até um excesso
de amor, sem perceber que as necessidades deles são muito diferentes. Porque eles são di-
ferentes de nós.
Como pais e mães, devemos nos questionar o tempo todo: QUEM É O FOCO?
Sempre quando estamos dando um presente, ou fazendo algo para os nossos filhos, pre-
cisamos nos perguntar: quem é o foco verdadeiro de toda essa atenção? Quem é essa criança
que quer um videogame, uma viagem, jogar futebol com o pai? Quem é a menina que quer
essa boneca, esse vestido, esse corte de cabelo?
Muitas e muitas vezes, descobriremos que o foco do nosso comportamento não é o nosso
filho ou a nossa filha. É aquela criança cheia de carências e ausências que nós fomos um dia.
É para ela que estamos dando esses presentes, não para o nosso filho. É para ela que estamos
dando essa liberdade incondicional, não para o nosso filho.
Então, sempre que você pensar “preciso fazer isto pelo meu filho”, pergunte-se: quem é
o foco? É o seu filho? Ou essa criança que vive dentro de você, e que está triste, carente ou
sofrendo?
Precisamos deixar de alimentar essa distorção, parar de colocar nas costas dos nossos
filhos essa carga imensa – a de nos compensar pelo amor que não tivemos na nossa própria
infância, através deles.
Muitos pais procuram se informar com especialistas, leem, estudam, fazem de tudo para
compreender seus filhos. Mas, muitas vezes, temos que deixar tudo isso de lado e procurar,
dentro de nós, a resposta, curando a nossa criança, para então ela deixar o nosso adulto amar
realmente os nossos filhos.
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Infância (5 a 9 anos)
dos no nosso cérebro emocional, e que usamos para nos relacionarmos com o mundo lá fora
durante toda a nossa existência, ou até que os alteramos (mudamos o significado em nosso
cérebro emocional).
E são esses Programas Emocionais negativos que precisam ser alterados ou atualizados,
para vivermos uma vida livre de reações indesejáveis e impulsivas.
Fale sempre a verdade. São as suas atitudes do dia a dia que vão mostrar ao seu filho como
agir. Não interessa qual é o tamanho da mentira, o que importa é a desonestidade implícita
nesse ato, o exemplo que você está dando ao seu filho.
Por exemplo, um cinema está fazendo uma promoção onde crianças de até sete anos não
pagam. Um pai chega com o filho, que acabou de completar oito anos na semana anterior, e
pensa: “ah, mas é só uma semana! Não faz nenhuma diferença.” Faz o menino entrar sem pagar,
e ainda fica feliz, vangloriando-se da sua esperteza. Pode não significar mais do que uma pe-
quena malandragem para o pai, mas, na realidade, ele acabou de ensinar ao filho como mentir
ou enganar outras pessoas, ao apoderar-se de algo de forma ilícita. E mais: mostrou-lhe que
mentir e roubar dá certo, é recompensador.
Outro péssimo ensinamento, nesse caso, é o de que existe a impunidade. O pai se alegra,
porque enganou alguém e não foi desmascarado. Se você não for descoberto, continua limpo,
“direito” e sem maiores consequências.
Isso não é bem verdade. Toda ação leva a uma consequência; tudo o que você fizer, traz
consigo um efeito. Por isso, a consequência dessa pequena mentira pode não chegar de ime-
diato, mas virá, mesmo que leve muitos anos. O Universo se move muitas vezes de forma
indireta, mas pagamos por tudo o que fazemos, de uma forma ou de outra, mesmo que não
conectemos, após tantos anos, uma perda, doença ou dificuldade.
Não é nas grandes coisas, mas, nas pequenas ações do dia a dia, que ensinamos as lições
mais importantes aos nossos filhos. E os pais precisam ter a consciência de que o seu exem-
plo vai definir quem seu filho vai ser pelo resto da vida, a não ser que esse filho busque uma
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
mudança, aprendendo a se reprogramar emocionalmente mais tarde. Mas até lá... ele já terá
sofrido muitas consequências negativas para “despertar”.
Mas quantos têm essa oportunidade e essa consciência para perceber a distorção inserida
no seu modo de viver a vida? Quantos conseguem mudar aquilo que foi gravado de forma
errônea ou distorcida no seu cérebro emocional?
A educação que damos ao nosso filho é a semente que ele vai plantar depois, no mundo
adulto também. O que ele vai colher dependerá do que havia nessa semente: se havia amor,
verdade, justiça, colherá bons frutos; mas, se foi mentiras, falsidade e traição, a colheita será
desastrosa.
O Brasil de hoje é a colheita de tudo o que gerações e gerações de brasileiros têm plantado
desde a nossa “descoberta”, pensando sempre apenas em tirar proveito de tudo e de todos.
Todos nós, com certeza, queremos um futuro melhor para o país onde criamos nossos filhos.
Para isso, precisamos iniciar, o quanto antes, o nosso trabalho individual, plantando boas
sementes nos nossos filhos. Pois estaremos trabalhando para que o Brasil, como um todo,
floresça num futuro melhor, mais digno e feliz.
Foi no século XIX, na Inglaterra, na época da Revolução Industrial. Foi nas linhas de
produção das primeiras fábricas que, pela primeira vez, o mundo conscientizou-se que a pro-
dução em massa exigia que os processos de trabalho fossem padronizados e repetitivos. E esses
conceitos foram introduzidos no sistema educacional para transformar a criança num futuro
operário – alguém especializado em atividades que não exigem criatividade nem sensibilida-
de, apenas padronização e repetição.
Hoje, as indústrias do século XXI são quase totalmente automatizadas, a produção está a
cargo de equipamentos sofisticados. O papel do ser humano nesse processo, cada vez mais, é
o de pensar, criar, inovar. Investimentos maciços são empregados para encontrar profissionais
capazes de “pensar fora da caixa”.
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Infância (5 a 9 anos)
inovação, o “fazer diferente”. Não existe, ainda, nas escolas públicas um ensino voltado para a
Educação Sócio - Emocional.
É nessas escolas que vamos matricular nossos filhos.
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
Frases como essas indicam agressões verbais sérias, que os filhos estão assimilando du-
rante o convívio com os pais. Mais tarde, é comum que repitam as mesmas frases para os
amiguinhos, a professora, os outros familiares. Das agressões verbais, logo passam à violência
física, descontando nos amiguinhos a frustração e a angústia que sentem em casa.
Por isso, é importante que os pais revejam o que está acontecendo entre as quatro paredes
do próprio lar, antes de qualquer coisa. Pois, como dissemos antes, o exemplo dos pais é a
lição mais marcante para qualquer filho. Será muito difícil conseguir que ele mude de atitude
se vocês mesmos não conseguem mudar.
Nesses casos, é muito importante fazer o Resgate Emocional, como já descrevemos. Peça
perdão ao seu filho e alivie essa carga negativa!
Ao incentivar seu filho a revidar numa briga, você o está conduzindo a uma situação de
alto risco, pois mesmo entre crianças, uma briga pode resultar em quedas, pancadas e chutes,
com consequências sérias. Além disso, você o está incentivando a resolver problemas por
meio da força bruta, intimidação e medo. Está transformando seu filho num futuro bruta-
montes, que acabará seus dias na cadeia, ou pior, morto de forma precoce.
Para se defender, seu filho deve PARAR a agressão, impondo um LIMITE, dizendo a outra
criança que NÃO vai aceitar essa atitude. Nunca deve revidar com violência.
• Antes de explicar, abaixe-se e fique na mesma altura do seu filho. Converse olho
no olho com ele, usando um tom de voz calmo e tranquilo. Nunca comece a conversa
repreendendo-o por brigar, nem diga que ele “perdeu” a briga, pois ele já deve se sentir
bastante humilhado.
• Pergunte ao seu filho o motivo da briga. Muitas vezes as crianças sentem vergonha e não
contam a razão da briga. Mas é muito importante que você insista e descubra o que acon-
teceu. Se descobrir que seu filho agiu mal primeiro, por exemplo, mostre que ele errou.
Mas não deixe de explicar que a outra criança também errou ao usar a violência.
Dependendo do caso, seu filho deve pedir desculpas ao amigo e vice-versa. Vale con-
versar com a professora ou outro pai/mãe para que promova uma reconciliação. Gran-
des amizades já surgiram de uma briguinha na infância!
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Infância (5 a 9 anos)
• Oriente seu filho a nunca brigar. “Quando um não quer, dois não brigam” já dizia
minha mãe! Explique que usar a violência não resolve nada, só aumenta a disputa, a
raiva, e gera mais violência.
1. Seu filho deve olhar firme nos OLHOS do adversário e manter esse olhar sobre o outro,
o tempo todo, sem desviar.
2. Deve falar firme e claro (sem gritar), com uma voz de comando: “PARE JÁ COM
ISSO!”
3. Se o adversário erguer a mão para bater, seu filho deve SEGURAR com força na mão
dele e dizer:
“Você não ouviu? NÃO quero que você faça isso! PARE, JÁ!”
5. Treine o seu filho. Peça para ele imaginar que você é a outra criança, e agir como o en-
sinado. Corrija-o, se necessário. Instrua-o também a sempre contar para você ou para
o seu cônjuge, quando ocorrerem brigas.
Se, mesmo assim, a outra criança continuar a ameaçá-lo, oriente-o a procurar a ajuda de
um adulto. Ele deve ir até alguém que represente uma autoridade (uma professora, uma fun-
cionária, um vigia), para explicar o que está acontecendo. Essa pessoa deve resolver a briga e
evitar que aconteça novamente. Se o problema persistir, os pais devem procurar os responsá-
veis pela escola, e pedir para que tomem providências. Se isso não adiantar, pense seriamente
em mudar seu filho de escola, pois ela não está se mostrando capaz de garantir um ambiente
seguro para as crianças.
Habitue-se a perguntar todos os dias ao seu filho o que aprendeu durante o dia. Peça
para ele ensinar a você o que aprendeu, como se fosse um professor. Assim, seu filho poderá
recapitular o que aprendeu, enquanto banca o professor com você, aprendendo ainda mais.
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
Sempre valorize cada conhecimento novo, mostre como essa informação é impor-
tante e como será usada na vida dele. Lembre-se que qualquer conhecimento é gravado
mais profundamente no cérebro emocional, se percebemos uma FUNÇÃO IMPORTANTE
nele. Então mostre para seu filho a função de cada coisa que está aprendendo: a utilidade da
tabuada, de escrever corretamente, da física e da química, etc.
Na véspera das provas, passe confiança, tranquilize-o: “Filho, você é inteligente, é
capaz, vai conseguir uma boa nota. Vai lá, vai dar tudo certo! Papai/Mamãe confia em
você!”
Sempre foque no positivo. Se seu filho tirou notas altas, valorize o desempenho, mos-
tre-se orgulhoso. Diga, por exemplo: “puxa, você acertou 9 respostas em 10! E você acertou
perguntas difíceis! Toca aqui, parceiro! Parabéns!”
Algumas crianças se mostram muito frustradas e desapontadas quando não conseguem
ir bem nas provas. Se eventualmente seu filho tirar uma avaliação baixa, não o critique ou
se mostre decepcionado. Jamais faça brincadeiras, ridicularizando-o. Alivie a tensão, foque
no positivo. Diga:
“Filho, olhe para estas questões que você acertou. São perguntas difíceis e você aprendeu
muito bem! Agora vamos entender o que houve com o resto. Vamos saber o que faltou estudar,
o que você não entendeu. E vamos corrigir isso, juntos.”
Ensine seu filho a não ter medo de errar e de admitir suas dificuldades. Explique a
ele que os erros fazem parte natural da vida, e são também uma forma, talvez a melhor, de
aprender. E que você até hoje ainda erra e muito!
É lógico que devemos sempre procurar acertar. Mas ninguém é perfeito, e todos têm
alguma dificuldade para assimilar conhecimentos de uma matéria ou outra. Use o próprio
exemplo, conte como foi a sua vida escolar, as matérias que você considerava difíceis e as
que você tinha mais facilidade.
O importante é destacar que essas dificuldades podem ser VENCIDAS. Que ele pode
estudar mais essa matéria e vencer esse desafio. Com certeza o seu filho tirará uma nota
muito melhor na próxima prova, e as respostas que errou antes serão as que ele mais saberá
no futuro!
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Infância (5 a 9 anos)
As notas baixas são uma forma de pedir atenção. Se isso está ocorrendo com o seu filho,
cuidado. Ele provavelmente está carente, o seu cérebro emocional está impedindo que o cé-
rebro racional processe novas informações. O seu filho está com medo de alguma coisa, ou
está pedindo amor e atenção de vocês. Existe algum problema dentro de casa, ou na escola,
que é uma espécie de prolongamento da casa.
Ao receber a informação de que seu filho foi mal nos testes, nunca reforce o negativo.
Não reclame do resultado, não mostre frustração, nem critique o seu filho. Valorize os acer-
tos e mostre-se disposto a ajudá-lo a superar a dificuldade, como descrevemos acima. Mas,
neste caso, só isso não resolverá o problema.
Se o problema se encontra dentro de casa, você com certeza sabe qual é: problemas de
relacionamento do casal, dificuldades financeiras, doença ou morte de alguém próximo,
tudo isso pode interferir no equilíbrio emocional do seu filho - e somente vocês adultos
podem resolver. Mas, se aparentemente está tudo bem, e mesmo assim as notas baixas con-
tinuam, você deve descobrir o que está acontecendo.
Em outro momento, quando o seu filho estiver mais relaxado e receptivo, pergunte a ele
se está havendo algo que ele não gosta em casa ou na escola. Diga:
“Filho, papai anda notando que você está diferente. Parece preocupado, mais triste... Está
acontecendo alguma coisa? Você está passando por algum problema? Pode contar, porque
vamos resolver juntos.”
Procure não relacionar as notas baixas à pergunta, para que o seu filho não volte ao
estado de tensão. Se ele insistir que não está havendo nada, continue observando-o, pois, as
crianças costumam revelar coisas durante as brincadeiras. Porque algo está acontecendo. E
você precisa descobrir e resolver o quanto antes.
Muitas vezes, a solução do problema não está ao seu alcance, mas existem algumas so-
luções aos quais os pais podem recorrer de imediato:
1. Fazer o Resgate Emocional todas as noites. Peça perdão ao seu filho pelas condi-
ções adversas dentro da sua casa, transmita tranquilidade, diga que o ama muito, e
que a situação é temporária e o problema vai se resolver. Diga que ele é inteligente,
capaz de obter notas melhores. Diga para ele não desanimar e superar mais essa
barreira.
2. Dar atenção e carinho para o filho. Arrume um tempo só para brincar com ele,
pegá-lo no colo, fazer carinho, abraçar, beijar. Converse, fale como ele é importante
para você, para a família. Diga que confia nele, sabe que ele é capaz de grandes con-
quistas. E, acima de tudo, lembre-se que as notas são apenas um detalhe. O impor-
tante é focar no coração, no bem-estar emocional do seu filho.
Um filho amado, em paz, feliz, sempre irá bem na escola e em todos os aspectos
da vida!
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
Por que esses personagens, que nada têm a ver com a nossa História, necessi-
dades e cultura, fazem sucesso por aqui?
A resposta é simples. Tudo isso é resultado de uma avalanche de INFORMAÇÕES, que
vêm até nós, “embrulhados para presente”, isto é, sob a forma atraente de filmes, seriados,
jogos, produtos temáticos, que chegam até nós através da TV, revistas, sites, redes sociais, etc.
Os nossos filhos são bombardeados pelos estímulos da mídia e do meio em que vivem
– os amiguinhos, as celebridades e até pelos pais – que os incentivam a adotar esse mundo
de fantasia.
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Infância (5 a 9 anos)
mesmo. Todos nós sofremos de um crônico complexo de vira-lata, não nos enxergamos como
super-heróis, apenas como anti-heróis. Por isso, os nossos personagens vivem de artimanhas
e truques para contornar os poderosos e alcançar suas vitórias por baixo do pano Não nos
enxergamos com a grandeza e o heroísmo dos super-heróis americanos – embora desejemos
ardentemente ser como eles.
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
2. Mas nem tudo são flores na sua super-vida. Você também tem o seu calcanhar de
Aquiles, a sua SUPERFRAQUEZA, a kryptonita que ameaça suas vitórias. Escolha,
junto com o seu filho, as suas 3 maiores DIFICULDADES (ou defeitos) e anote-as na
linha abaixo. Mas seja sincero. Não tem problema se a palavra formada ficar estranha
ou muito comprida, o que importa é que ela seja o nome da sua fraqueza. Ex.: bravo-
-nyta, confuso-nyta, preguiçoso-nyta, pãoduro-nyta, sem-tempo-nyta, apressado-
-nyta, etc.
____________________________________________________________-NYTA
____________________________________________________________-NYTA
____________________________________________________________-NYTA
3. Escreva no espaço abaixo o nome pelo qual o seu filho costuma chamá-lo. E você
terá o seu SUPERNOME. Ex.: Superpai, Superpapi, Supermami, Supermãe, Super(seu
nome), etc.
SUPER-_____________________________________________________________
4. Agora vamos dar uma forma a você, o novo super-herói (ou super-heroína) do pedaço.
Isso pode ser feito de várias maneiras, escolha a que for mais divertida. O importante
é fazer seu filho participar ativamente da brincadeira. Por exemplo:
• Faça um boneco de pano ou de qualquer outro material, tentando deixá-lo o mais
parecido possível com você. Coloque uma capa nele, escreva as iniciais do seu
nome de super-herói no peito.
• Desenhe – ou peça para alguém desenhar – esse super-herói com a sua cara.
• Arranje desenhos de super-heróis e cole a foto do seu rosto sobre eles.
• Vá a uma loja de fantasias e misture os figurinos, criando o seu uniforme de super-
-herói. Depois, vista-o e tire fotos, junto com o seu filho.
5. Agora vamos narrar as suas SUPERAVENTURAS! Brinque com o boneco, o desenho
ou a foto do super-herói, enquanto conta acontecimentos do seu dia para o seu filho.
Não se esqueça de usar um tom heroico na narração!
• Mostre como você usou seus superpoderes para enfrentar os problemas no seu
trabalho, na sua casa, na rua, na academia, no supermercado, etc.
• Conte a ele como as suas superfraquezas o atrapalharam, mas você conseguiu ven-
cê-las, ou ainda está superando-as.
6. Transforme, agora, seu filho num super-herói ou super-heroína. Faça tudo de novo,
desta vez transformando as qualidades e as dificuldades dele em superpoderes e su-
perfraquezas. Faça o seu filho usar esses superpoderes e enfrentar as superfraquezas
no dia a dia. E peça para contar suas superaventuras todas as noites!
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Infância (5 a 9 anos)
Com essas brincadeiras, você ensinará ao seu filho uma lição valiosíssima: os super-heróis
dos filmes e da TV podem ser grandiosos, cheios de efeitos especiais, mas os maiores super-
-heróis do mundo são as pessoas de verdade – como você e seu filho. Você é um super-herói
que está pertinho do seu filho, o protege, lhe dá amor, carinho e atenção. Tem fraquezas, di-
ficuldades, defeitos, mas consegue superá-los e tornar-se mais forte a cada dia! VOCÊ e ELE
são REAIS!!!
Adultização precoce
Muitas crianças têm uma agenda quase tão cheia quanto a de um executivo: escola, aula de
natação, de inglês, ballet, de tênis, piano, hora de fazer a lição, hora de comer, etc. E, pasmem,
a única coisa que não está prevista na agenda é a hora de ser CRIANÇA!
Os pais desejam dar mais conhecimento e habilidades para os filhos, querem acelerar o seu
crescimento, e esquecem-se da sua necessidade de vivenciar todas as etapas do crescimento.
Essa criança superocupada, quando se tornar adulta, seguirá um dos dois caminhos:
transformar-se-á num adulto superocupado com depressão, ansiedade, estresse e problemas
cardíacos. Ou se tornará o oposto: um adulto que não quer saber de horários ou compromis-
sos, não leva nada a sério. O mundo é um imenso playground. Não conseguiu brincar quando
era pequeno, mas, depois de adulto, passa a brincar com os sentimentos das pessoas, com o
trabalho, e com tudo que o rodeia.
A aparência das crianças tem um peso muito grande nessa fase. Além de terem uma agen-
da um adulto, cada vez mais cedo as crianças começam a usar roupas iguais às dos adultos. Os
pais vestem os meninos com terninhos nas festas. As meninas, desde cedo, aprendem a usar
maquiagem, saltos altos e roupas que estimulam a sensualidade.
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
o assunto na internet, assistem vídeos com cenas “quentes” sem a presença dos pais. Perdem
a magia do namoro romântico, de pegar na mão, de dar beijinhos inocentes. Experimentam
carícias sensuais muito antes de terem os órgãos sexuais amadurecidos.
Nós, os pais, devemos permitir que as crianças sejam crianças, pois jamais terão outra
oportunidade para o serem. Devemos garantir aos nossos filhos a tranquilidade e as con-
dições para viver plenamente cada estágio de seu crescimento, sem atropelo e sem queimar
etapas.
Dê ao seu filho tempo para brincar, para aprender sobre o mundo adulto aos poucos, para
descobrir a sua sexualidade no momento certo. Caso contrário, o próprio corpo dessa criança
se ressentirá da pressão, da angústia e da insegurança gerados por esse desequilíbrio.
Muitas vezes, é difícil ser diferente, se todos os amiguinhos do filho estimulam a adultiza-
ção precoce. A maioria dos pais nada veem de errado em manter a agenda das crianças cheias,
em deixar suas filhas se maquiarem, usarem saltos altos e se vestirem como mocinhas. Mas,
agora que você está consciente dos problemas que esse crescimento fora de hora pode trazer,
faça o melhor para os seus filhos: deixem que vivam plenamente a sua infância, antes de entrar
para o mundo adulto.
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7. Pré-Adolescência e
Adolescência (10 a 17 anos)
Eu sempre tive, de fato, facilidade de me comunicar com diferentes tipos de pessoas. Mas
esse talento não me levou à política ou ao jornalismo. Eu tenho um PROPÓSITO, uma MIS-
SÃO, na minha vida, que é o de contribuir para as pessoas, ajudando-as a transformar suas
vidas com o meu trabalho e minhas pesquisas em Inteligência Emocional aplicada na prática.
E tenho também os meus sonhos, como a expansão da SBie – Sociedade Brasileira de Inte-
ligência Emocional para o Mundo, que estou realizando enquanto caminho nessa Missão e
construção do meu Legado!
Mas meus pais nunca me disseram “Filho, papai vai te ensinar a realizar seus sonhos”.
Pouquíssimos pais estimulam os sonhos dos filhos. Ao contrário, as pessoas se acostumaram
a reprimir os sonhos umas das outras. Ouvimos com muita frequência frases como “põe o pé
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
no chão”, “quem você pensa que é?”, “coloque-se no seu lugar”, “você está se achando”, e por aí
vai. E isso acontece não devido à má fé, mas à ignorância, e principalmente por não terem
aprendido nada diferente do que fizeram conosco.
Muitos pais acabam “cortando as asinhas” de suas crianças, sem saber que estão podan-
do também as suas oportunidades de realização, de felicidade, de alcançarem um propósito
maior nesta vida. Essa atitude é mais uma das consequências de uma educação baseada no
medo, repressão, manipulação, padronização e repetição que predomina na nossa sociedade.
Os pais acabam repetindo a prática nociva de ensinar as crianças a se menosprezarem, se
subestimarem, a terem pouca ou nenhuma autoestima.
Todos nós possuímos qualidades e talentos únicos, que serão necessários para exercermos
com excelência uma determinada atividade, e com a qual contribuiremos para a evolução e o
bem-estar das outras pessoas e da sociedade em geral.
Qual é o diferencial que eu, você, cada um de nós está trazendo para o Mundo?
Quando falamos em como somos diferentes uns dos outros, de como cada um de nós tem
talentos e qualidades especiais que nos habilitam para determinadas ocupações e objetivos,
estamos falando de MISSÃO, ou de PROPÓSITO de vida.
MISSÃO é aquilo que faz com que cada um de nós contribua com o nosso melhor desem-
penho, com o trabalho mais perfeito, com a atuação de nível máximo de performance. Uma
atividade que nos exige tudo, mas que, também, nos faz sentir absolutamente REALIZADOS
como seres humanos e profissionais.
Exercer a nossa Missão é viver para crescer e contribuir de uma maneira única, só sua,
para o mundo.
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Pré-Adolescência e Adolescência (10 a 17 anos)
Por isso, não tente “adivinhar” o futuro do seu filho baseado nas suas observações. O
importante é reconhecer os talentos e deixar que fluam naturalmente, pois levarão o seu filho
ao caminho correto... dele!
Não há uma profissão melhor do que outra, apenas a que está destinada a você – ou
não. Um simples porteiro pode sentir-se realizado exercendo o seu trabalho com excelência,
enquanto um presidente de uma grande organização pode ser infeliz porque não está cum-
prindo a sua verdadeira Missão.
Portanto, sentir-se realizado é uma arte única, pois somos seres humanos únicos. Não há
regras, apenas a de seguir os nossos desejos mais autênticos, indicados pelos nossos talentos
naturais.
NUNCA imponha ao seu filho profissões pelos quais ele NÃO mostra interesse,
só porque você gosta, pratica, ou um dia idealizou essa profissão para si mesmo
Muitos pais projetam nos filhos os seus próprios sonhos, ou até mesmo as suas frustra-
ções, por não terem, eles mesmos, conseguido encontrar o seu propósito, a sua Missão. Esfor-
çam-se, pressionam, fazem de tudo para convencer o filho a seguir esta ou aquela profissão,
sem observar os talentos da criança, reprimindo as suas inclinações naturais, as verdadeiras
aspirações que surgem da sua essência. O resultado mais provável é a transformação dessa
criança num adulto frustrado, inadequado para a atividade que exerce.
Seu filho não é a sua segunda chance, ele não vai cumprir a Missão que você deixou de
cumprir.
Aqui vale a pena ressaltar: mamãe ou papai, os seus sonhos, os seus desejos, são de sua
única e exclusiva responsabilidade. O seu filho NÃO é um prolongamento seu, tem a vida,
os talentos, um propósito, uma Missão só DELE. Esse caminho pode, eventualmente, ser
semelhante ao seu – ou completamente diferente. O importante é deixá-lo livre para seguir
o próprio caminho, e dar-lhe todo o suporte necessário.
Os pais têm a responsabilidade de dar o Norte, orientar o filho para que ele possa descobrir
qual é a MISSÃO de sua vida. E de como realizar os seus sonhos enquanto caminha nessa direção.
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
mais malucos um dia se tornaram realidade. Por isso, permita ao seu filho sonhar, não o repri-
ma, nunca o ridicularize. Deixe-o falar livremente sobre o assunto, faça perguntas, incentive-
-o a sonhar e apenas a perceber os talentos naturais.
O seu papel, como mãe (ou pai), é trazer à luz as habilidades, os talentos, as qua-
lidades do seu filho. E estimulá-los. Assim, irá ajudá-lo a encontrar a sua Missão
Constate o que seu filho faz bem. O que você gosta ou o surpreende nele. Descubra, re-
force, incentive-o a colocar em prática esse dom, mostre o seu apoio, aprovação e admiração.
Diga sempre: “nossa, como você desenha bem!”, “mamãe adora o que você escreve!”, “você
cozinha muito bem!”. Ressalte sempre a ação (desenhar, cozinhar, escrever, etc.) e evite elogiar
DEMAIS qualidades subjetivas, que não dependem do esforço próprio da criança (inteligên-
cia, esperteza, sensibilidade, etc), ou ela tenderá a acomodar-se, habituando-se a depender
apenas dessa habilidade para resolver tudo, sem encarar novos desafios.
Ao elogiar, sempre acrescente a importância do esforço pessoal, da persistência, da força
de vontade. Nunca passe a ideia de que basta só o talento para conseguir o que se deseja. Diga,
por exemplo: “o seu desenho ficou lindo! Parabéns, você treinou e praticou bastante... continue!”
Muitas vezes, algo que aparenta ser negativo à primeira vista pode ser sinal de um
talento incrível. Uma criança hiperativa pode se tornar um grande esportista; outra, muito
barulhenta, poderá encontrar seu caminho como locutora, cantora, humorista. O seu filho
pode manifestar um talento evidente desde cedo, ou mostrar vários talentos sem se destacar
muito em nenhum. Em todos os casos, acompanhe o seu caminho com carinho, apoiando-o
e estimulando-o a se aprofundar naquilo que o mais atrai.
Nunca deixe que o seu filho perca a autoestima. A cada nova vitória, a cada nova realiza-
ção, o seu filho irá descobrindo as direções possíveis, os sinais que o levarão ao caminho dele.
Ele tem uma Missão neste mundo, um papel que só ele poderá exercer. Ele é especial e único
não só para você, mas para todas as pessoas do planeta. Milhares de pessoas estão esperando
pelo seu Filho!
O Propósito de Vida do seu filho estará na atividade que o fará mais FELIZ e REALIZADO.
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Pré-Adolescência e Adolescência (10 a 17 anos)
Por causa dessa fábula, a expressão “mãe coruja” passou a designar mães que não perce-
bem – ou não querem perceber – os defeitos dos filhos. Para a “mãe coruja”, o filho é sempre
o melhor em tudo e cobrem a criança de elogios, mesmo quando não os merece. O uso desse
termo é tão perfeito, que o que acontece geralmente com os filhos das “mães coruja” da vida
real não é muito diferente do triste destino dos filhotes da fábula. O único reparo é que a ex-
pressão deveria ser usada também para o pai, pois existe muito “pai corujão” por aí.
Durante a infância, pai e mãe têm um poder gigantesco de implantar qualquer tipo de
COMUNICAÇÃO no cérebro emocional do seu filho. E o filho, por sua vez, tem uma grande
sensibilidade, também, para captar essa comunicação, e dela gravar CRENÇAS, ou Progra-
mas Emocionais Positivos/Negativos, que nortearão a sua vida no futuro.
Os falsos elogios dos pais transmitem à criança uma imagem distorcida da realidade.
Ao superestimar as realizações do seu filho, você está gravando na mente dessa criança
um padrão de qualidade distorcido – ou seja, está prejudicando seu senso de avaliação para
tudo o que fizer no futuro. O seu cérebro gravará: “se minha mãe (que é a minha maior fonte
de referência) diz que o que fiz é genial, então é só agir assim de agora em diante, para ser um
gênio”. E passará adotar essa referência.
Por exemplo, ao repetir muitas vezes para o seu filho, desde pequeno, que ele é um craque
da bola, embora seja um jogador normal, você está criando alguém que se enxerga como um
fora de série e não consegue perceber outras reais qualidades e talentos. Julga que todos têm a
obrigação de lhe dar um tratamento especial e enaltecer sua genialidade.
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
Durante algum tempo, os pais podem manter esse mundo de mentira para esse filho,
reagindo sempre da forma que ele espera. Mas, quando ele começar a viver fora do âmbito
familiar, o mundo não vai tratá-lo com a mesma benevolência. Ao contrário, haverá pessoas
que vão ridicularizá-lo, apontar seus erros, rir dos seus fracassos, e até puxar o seu tapete.
Ele vai se frustrar por não obter o reconhecimento que acha que sempre mereceu, vai perder
oportunidades de seguir uma carreira mais adequada aos seus talentos, será alguém arrogan-
te, instável, com pouca capacidade de resistir aos reveses, sem força de vontade, incapaz de
lidar com críticas.
O mundo vai agir como a Dona Águia: vai “comê-lo”, acabando com suas ilusões e
com a sua autoestima. E, mais tarde, quando perceber o seu erro – se perceber – é comum
que o próprio filho se volte contra os pais, que o educaram para um mundo distorcido.
Todo o “amor” dos “pais coruja” acaba resultando em raiva, rancor e recriminações por
parte do filho.
Portanto é preciso ensinar ao seu filho, desde pequeno, que ele, como todo mundo, tem
dificuldades, tem limites. E isso acontece também com os pais. Compartilhe com seu filho
seus limites, revele suas fraquezas. Diga:
“Olha, papai não sabe desenhar direito, não tem jeito pra isso, e está tudo bem... nunca se-
remos bons em tudo!”
“Mamãe acha difícil usar este programa de computador, mas vai tentar aprender.”
E quando seu filho fizer algo mal feito, diga a verdade, mas se focando sempre no
aspecto positivo. Não critique, não exija a perfeição, mas também não o adule com men-
tiras. Diga:
“Olha, filho, papai está orgulhoso, porque você fez esse trabalho. Mas dá ainda pra melhorar,
não acha? Tente de novo, agora melhorando aqui e aqui...”
“Bacana, filho, mas acho que você tem capacidade para fazer melhor, não acha?.”
“Olha, você jogou muito bem, filho. Mas o outro time jogou melhor, por isso ganhou o jogo.
Não faz mal, o que importa é que você deu tudo de si. Papai está orgulhoso de você! Continue
treinando para ganhar no próximo jogo.”
Ensine seu filho a reconhecer as próprias fraquezas e a se esforçar para superá-las. Com
certeza, ele o surpreenderá, superando limites que você jamais imaginou!
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Pré-Adolescência e Adolescência (10 a 17 anos)
Se o relacionamento com os pais for problemático e sem amor, o filho tenderá a projetar
essas mesmas carências nos outros relacionamentos, isto é, em quem nada tem a ver com isso.
O que acontece, então? O líder, por mais que goste do colaborador, não vai lhe dar a mesma
atenção e reconhecimento que um pai daria ao filho. E, mesmo que isso aconteça, não seria
a mesma coisa. Quem teve um relacionamento sem amor com os pais, viverá a vida inteira
carente, insatisfeito com o trabalho, com os relacionamentos amorosos, sem conseguir focar
nos seus objetivos. Separam-se, não param nos empregos, ou são demitidos.
Por outro lado, se o filho tiver um relacionamento saudável com os pais, projetará um
convívio também saudável com as pessoas ao seu redor. Mesmo que o líder, a namorada e os
colegas não lhe derem muita atenção, ele estará tranquilo. Na sua cabeça, essas pessoas estão
lhe dando o carinho suficiente. Quando olhar para um líder frio e distante, enxergará nele o
pai amoroso, honesto e presente, por isso não se sentirá carente, nem inseguro.
O relacionamento das pessoas não é o que está acontecendo aqui fora. É o que está sendo
acionado dentro de nós.
Como já falamos rapidamente no Lado A deste livro, nossos filhos nos escolheram como
pais, no momento da Concepção deles. E fizeram isso não apenas pelas nossas qualidades,
mas também pelos nossos defeitos, pois ambos irão auxiliá-los no seu aprendizado, durante
a passagem por esta vida.
Por isso, eu digo a muitos pais que se martirizam, dizendo “eu deveria fazer mais por ele”,
“eu não posso dar mais coisas a ele”, “preciso ficar mais tempo ao lado do meu filho”, etc., que,
primeiro, pergunte-se se é isso mesmo que o seu filho precisa. Não tentem ser os pais perfeitos
– e muito menos esperem que seus filhos sejam perfeitos, porque todos nós estamos aqui para
aprender e para evoluir. Somos todos companheiros de jornada numa longa caminhada, que
ainda está longe de terminar.
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
O bom pai, e a boa mãe, devem criar o filho de uma forma saudável, para que ele cresça
amado, consciente de seus limites e do funcionamento da sociedade onde irá atuar depois de
adulto. Isto é criá-los no equilíbrio entre AMOR e LIMITE.
Cada casa é um simulador, onde a fórmula AMOR/LIMITE será ensinada pelos pais e
testada pelo filho dentro e fora de casa. Os pais criarão as condições certas para simular no
ambiente familiar uma mini-sociedade, Ali, essa criança vai gravar os comandos certos, vai
testar a sua capacidade, vai experimentar até onde vão os limites e aprenderá a respeitá-los.
Descobrirá seus talentos e o seu propósito de vida. Enfim, treinará para viver uma vida equi-
librada e feliz mais tarde.
Por isso, é primordial que, nesse simulador chamado família, seu filho saiba até onde
pode voar e manobrar quando sair sozinho, “pilotando” a sua vida. Ou vai bater e será destru-
ído pelos limites impostos pela sociedade.
O bom pai e a boa mãe devem dizer “não” sem medo, sem dó. Pois depois, lá fora, os limi-
tes serão mais rigorosos...
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Pré-Adolescência e Adolescência (10 a 17 anos)
Se eu não der LIMITES em CASA, meu Filho encontrará esse limite na CADEIA ou no CAI-
XÃO! Agora a escolha é sua Pai/Mãe! (Teoria dos 3 CA’s)
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
A adolescência é o momento crucial, onde os pais perdem o controle sobre os filhos “ter-
ceirizados”. As garotas começam a namorar indivíduos mais velhos, que não trabalham, com
aparência e atitudes suspeitas. Os garotos perdem o interesse pelos estudos, não estão interes-
sados em nada, apenas em dinheiro. Apesar de todo o aparato material, as escolas, as roupas, as
viagens, os presentes, a única coisa que sobrou de sua infância é isso: um adolescente carente e
revoltado com os pais. Porque o que cria esses programas emocionais no cérebro da criança não
é essa vida externa, de opulência. É o que ela viveu emocionalmente durante esses anos.
Por isso, se você não quer esse destino para si mesmo e para o seu filho, inclua-o na sua
vida de verdade. Mostre a ele como é ser você, alguém que criou esse patrimônio, que traba-
lhou muito, que ama o seu cônjuge. Faça parte do dia a dia dele, envolva-se com os estudos,
com os problemas pessoais, ensine-o a viver de uma forma digna e honesta, tendo tempo de
qualidade com ele.
Ou ele vai ter como referências a babá, a empregada, o motorista e todas essas pessoas que
jamais poderão substituir você ou a sua esposa (ou marido). O amor se constrói com o con-
vívio, com a troca constante de carinho, de cuidado, de atenção. Com quem o seu filho está
estabelecendo esta troca? Com você ou com os seus funcionários? Ou com os Avós ou Tios?
Claro que você pode e deve cercar-se de profissionais competentes para ajudá-lo, e à sua fa-
mília, na criação dos seus filhos. Mas nada substitui a sua companhia, o seu exemplo, o seu amor.
Confinamento Digital
Antigamente, costumávamos nos referir à TV como a “babá eletrônica”, e discutíamos se
o hábito de deixar os filhos na frente da TV o dia inteiro era saudável. As crianças paravam de
brincar na rua, não saíam ao ar livre, não interagiam com outras crianças.
Hoje, a “babá digital” substituiu a TV, com os pais entregando um tablet ou um celular
aos filhos para entretê-los, não apenas dentro de casa, mas em qualquer situação, pois esses
aparelhos trazem, entre outras, a vantagem da portabilidade. Desde a mais tenra idade, as
crianças são conduzidas a um mundo de vídeos, games, redes sociais, isto é, uma quantidade
sem fim de diversões digitais. Os adultos levam as crianças a locais públicos, e a primeira pro-
vidência que tomam ao chegar é dar a elas o celular para que comecem a jogar. Assim, elas não
os atrapalharão, nem se comportarão mal. Em vez de ensiná-las a agirem de forma correta na
sociedade, estão apenas dirigindo seu foco para outra direção – isto é, não as estão educando.
Todos conhecem os efeitos causados pelo excesso de tempo desperdiçado por nós, adul-
tos, nos tablets, notebooks e celulares. Imaginem, então, a influência desses aparelhos numa
mente ainda virgem de uma criança.
À medida que o cérebro infantil aprende a interagir com o mundo digital, torna-se cada
vez mais adequado a esse ambiente – onde há regras mais fáceis de aprender, existe a probabi-
lidade de desfazer facilmente os erros, é bombardeado por movimentos, cores e sensações 3D
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Pré-Adolescência e Adolescência (10 a 17 anos)
incríveis. Ou seja, torna-se cada vez mais difícil para essa criança abandonar esse mundo. Não
consegue mais se distrair observando a realidade, acompanhando o ritmo em que as coisas
ocorrem na nossa vida. Ela necessita da velocidade, da intensidade e do impacto contidos na
tela de um celular. E, sempre que esse garoto ou garota é exposto a esses estímulos impactan-
tes, sente a necessidade de um impacto cada vez maior na próxima vez.
Seu filho pode e deve aprender a utilizar o mundo virtual, porque ele nos traz vantagens
inquestionáveis e está aí, presente em todos os momentos da nossa vida. Mas, antes disso, uma
criança deve aprender a correr, pular, jogar, conviver e brincar com pessoas reais, com o ca-
chorro, com brinquedos que exercitem a sua imaginação e com as coisas mais simples da na-
tureza. Seu filho precisa entrar em contato com a natureza, saber como é rolar na grama, pisar
na terra, molhar-se com a chuva, ver como é um rio, o mar, a montanha e subir em arvores!
Ele precisa aprender como é gostoso passar uma tarde com o pai e a mãe, tendo-os só para
si. Porque o mundo digital, por mais que tente reproduzir tudo isso, é apenas uma simulação
simplificada da realidade, assim como as relações de amizade digital são apenas uma imitação
dos relacionamentos pessoais.
Só numa relação entre duas pessoas reais, frente a frente, há uma verdadeira troca de
energia, de amor.
Nas redes sociais, as pessoas brigam por qualquer motivo, dizem coisas irracionais,
mostram-se agressivas, preconceituosas, intolerantes. Por razões banais, discutem, publicam
mensagens ofensivas e desfazem amizades, que, por sua vez, foram conseguidas de forma
igualmente banal. Qualquer adolescente tem centenas de amigos – que nunca viu – na sua
página, por isso, um a mais, um a menos, não faz diferença para ele. Cria-se uma ilusão de
popularidade, de amizade, que não existe de verdade. Esses garotos mostram-se felizes nas
redes sociais, mas, ao desligar o computador ou o celular, tornam-se indivíduos arredios,
frustrados e carentes, que não sabem se relacionar, se isolando em seus quartos. Na vida real,
só reagem de duas formas: agredindo ou fugindo, fazendo de conta que não se importa com
nada, que não precisa de ninguém.
É a esse mundo que você quer confinar seu filho?
É importante que o seu filho saiba lidar com o mundo digital, mas você deve colocar re-
gras – estabelecer LIMITES – desde o início. Dizer: “você pode acessar a internet, ou jogar o
seu game online por X horas por dia/semana”. E usar a sua autoridade para controlá-lo. Porque
esse mundo, como tudo que nos traz estímulos de excitação e de prazer, é viciante. E, quanto
mais seu filho mergulhar nele, mais difícil será trazê-lo de volta à vida real.
O uso excessivo e indiscriminado de aparelhos eletrônicos pode trazer grandes riscos à
saúde física, emocional e social das crianças. Estimula a obesidade, a acomodação, o seden-
tarismo e o isolamento social. Por outro lado, as brincadeiras tradicionais, a vida ao ar livre,
o contato físico, favorecem o desenvolvimento psicomotor, a afetividade e a capacidade de
relacionamentos interpessoais.
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
Para manter o seu filho a salvo dessa intoxicação digital, limite os horários de uso do
celular, do computador, do tablet, para uma ou duas horas pela manhã ou a noite. E lembre-
-se de dar sempre o seu exemplo em primeiro lugar. Se você, pai ou mãe dessa criança, vive
mergulhado nesse mundo digital, teclando mensagens sem parar à mesa, de manhã, de noite,
sem dar atenção à sua família, vai ser impossível exigir outra atitude por parte dele.
Porque não está recebendo respostas da vida real para as suas necessidades de amor. Então
busca uma distração para essa carência e angústia que está sentindo.
Reserve mais tempo para acompanhar seu filho em alguma atividade em conjunto, crie
momentos em que ele possa parar um pouco, refletir e relaxar em sua companhia. Pratiquem
algum esporte juntos, criem situações em que possam conviver com regularidade, quando
poderão se aproximar um do outro, conhecer-se melhor e trocar ideias e experiências.
Toda criança quer ser amada e saber quais são os seus limites. Quer que a ensinem até
onde pode ir sem se machucar e sem ferir o outro. Quer levar o tombo em casa, perto de quem
pode erguê-la e curar suas feridas, não na frente de desconhecidos, que não se importam
com o seu bem-estar. Quer viver o mundo real – e receber um amor real – não a simulação
artificial do mundo digital. Nós, os pais, devemos encaminhá-la para a vida real que a espera!
Consumismo infantil
O cinema, TV, e a internet enviam diariamente milhões de estímulos, informações, atra-
ções, diversão, manipulando pais e filhos para que se enquadrem na padronização de atitudes
e costumes confortáveis ao status quo.
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Pré-Adolescência e Adolescência (10 a 17 anos)
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
garotas que ganharam a mesma coisa dos seus pais. Ao dá-lo, você estará enviando ao cérebro
emocional do seu filho a mensagem de que ele é apenas “mais um”, um anônimo na multidão,
sem nada de especial.
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
Bullying x Praising
A palavra bullying vem do verbo to bully, em inglês, que significa maltratar ou intimidar.
Para mim, BULLYING nada mais é do que FOCAR no NEGATIVO: encontrar algo negativo,
algo diferente dos demais, que provoque dor e sofrimento numa pessoa – para comunicar,
espalhar, exacerbar e dar foco.
O bulidor, ou quem pratica o bullying, só enxerga o fator negativo no outro. Resume a
pessoa a um defeito ou incapacidade: o nariz grande, a baixa estatura, a obesidade, a timidez,
a inabilidade de se relacionar, a gagueira, enfim, prende-se a um problema ou dificuldade do
outro para dar foco e humilhá-lo, agredi-lo e tentar bani-lo do grupo.
Em eras primitivas, nós, os seres humanos, aprendemos a focar no negativo para sobre-
viver. Isso acontece porque todos nós descendemos daqueles indivíduos que foram mais efi-
cazes em descobrir onde existia uma fraqueza ou uma deficiência. Ao detectar onde estava
o problema, podiam resolvê-lo. E como era resolvido? Eliminando-se os indivíduos proble-
máticos. Nunca se cogitava em curar alguém que nascia cego, ou quebrava uma perna ou um
braço. Deixavam-nos para trás, para ser devorado pelas feras. E o grupo sobrevivia.
Porém milhões de anos de evolução se passaram, e aprendemos que a sociedade deve
cuidar dos membros mais frágeis, pois cada indivíduo poderá contribuir para o todo com
talentos diferentes. Beethoven, apesar de sua surdez, compôs peças maravilhosas, que nos
encantam até hoje. Stephen Hawking, um dos maiores físicos do mundo, sofreu de esclerose
lateral amiotrófica, uma doença incurável que leva à perda gradual de movimentos. Hoje, ele
faleceu, mas foi um dos maiores cientistas do mundo, e contribuiu de forma notável para a
cosmologia.
O bullying é uma tentativa primitiva de eliminar a pessoa que possui algum defeito, difi-
culdade ou diferença, que a torna o indivíduo mais vulnerável do grupo. Quem faz bullying,
sente-se profundamente incomodado com a presença dessa pessoa, e quer que ela suma do
seu meio. Agride-a e a afasta, porque ela o faz enxergar coisas que não gosta, que considera
feias, erradas, diferentes no outro, ou especialmente, algo que ela não gosta em si mesma.
Mas por que algumas pessoas fazem bullying e outras, não?
Por que algumas pessoas são vítimas de bullying, e outras, não?
Tanto quem faz, quanto quem sofre bullying, foram, em alguma medida, vítimas de
bullying dentro de sua própria casa. Entenda, bullying, muitas vezes, pode não envolver agres-
sões físicas, mas, sim, agressões psicológicas e emocionais de diversos níveis de gravidade.
A criança que é muito criticada pelos pais em casa, sofre todos os dias com a dor das pala-
vras agressivas, dos sentimentos negativos que os pais nutrem por ela. Frases como “você não
sabe nem isso? Você é um burro!”, “você caiu de novo? Parece um bobo!”, “você não serve pra
nada, mesmo!”, “você só me faz passar vergonha, com essa gagueira!”, “você parece um porco,
gordo desse jeito!”, “seu orelhudo! Você não se enxerga?”, por exemplo, caracterizam o bullying
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Pré-Adolescência e Adolescência (10 a 17 anos)
dos adultos com a criança. É na casa que as sementes do bullying são plantadas. Ali, a criança
aprende a focar no negativo, a criticar e a agredir.
Depois, quando começa a conviver em grupos e a se desprender um pouco da esfera fa-
miliar, age da mesma forma com quem possui alguma deficiência, pois a visão dessa pessoa o
agride com a percepção de um problema semelhante ao seu. Sente-se mal, com raiva, só de ter
o outro por perto. E aí faz bullying: aponta o defeito do outro, ridiculariza e amplia o problema
e instiga o grupo a eliminá-lo.
A vítima de bullying sofre de maneira semelhante ao do bulidor, na sua casa, é alvo de crí-
ticas, humilhação e descaso. Muitas vezes vemos pais agredindo verbalmente os filhos quando
cometem algum erro, julgando que estão fortalecendo-os para a vida. Ao contrário, estão
enfraquecendo-os. Cada vez que um pai chama o filho de “burro”, por exemplo, está dando
um murro no mesmo lugar, deixando-o mais ferido e mais sensível. Em vez de criar um calo,
está abrindo mais a ferida. Mais tarde, qualquer toque naquele local, mesmo o mais leve, cau-
sa uma dor enorme a esse filho. O bullying já existe, e começou em casa. Quando os colegas
começam a maltratá-lo na escola, é só mais um toque naquela ferida. Mas pode ter certeza de
que a dor mais sofrida é a causada pela palavra e os sentimentos que vêm dos pais.
O bullying só vai em frente quando a vítima chora, sente-se mal, mostra-se ferida, ou tenta
revidar, o que é comum em quem já sofre bullying em casa. Essa criança se enxerga como
alguém ruim, debilitado, negativo, e tem a sua autoestima lá em baixo. Qualquer referência a
um defeito seu doerá muito mais nela, do que em outras crianças. E, aí, essa vítima vai reagir
de três formas: vai chorar, vai agredir ou vai se isolar. Nenhuma dessas reações é positiva. As
três reforçam o bullying, fazendo com que ela continue a ser agredida.
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
ruim. É só diferente. Muitas vezes, o que é diferente vai ser aquilo que vai nos tornar melhores,
mais bonitos, mais inteligentes, mais queridos”.
Se o seu filho tiver alguma má formação congênita, por exemplo, faça com que enxer-
gue isso de forma positiva. Aquilo que é diferente em nós nos traz uma identidade única,
especial.
Sempre cito como exemplo a mãe do meu primeiro filho, que nasceu sem a orelha esquer-
da, mas nunca se preocupou em esconder o fato, usando o cabelo preso sempre que sentia
vontade. A mãe dela sempre lhe disse, desde pequena: “filha, você é especial porque tem a
orelhinha desse jeito. Você é única, diferente, por isso tenha orgulho de ser como é.” Por isso ela
cresceu sem traumas, sem problemas de autoestima. Mesmo que outras crianças apontassem
para a sua orelha, ela não ligava. Dizia sempre: “eu sou especial”. A postura dos pais dela fez
toda a diferença!
O PRAISING nada mais é do que “o que fazer, em vez de praticar bullying”. É uma mudan-
ça de foco, uma alternativa POSITIVA: ELOGIAR e DESTACAR as qualidades das pessoas. E,
ao agir assim, uma mudança notável vai ocorrer.
Se digo para alguém: “puxa, você tem talento para desenhar”, por exemplo, ela tenderá a
responder retribuindo o elogio. Dirá: “obrigado! E você escreve muito bem!” Ou seja, ela enxer-
gará algo positivo em mim também.
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Pré-Adolescência e Adolescência (10 a 17 anos)
Devemos espalhar o praising como uma ferramenta para dar e receber coisas positivas.
Devemos ensinar o praising para os nossos filhos desde pequenos, primeiro com o próprio
exemplo, depois, mostrando que ele pode fazer isso com os amiguinhos, as pessoas que en-
contra, e até mesmo com quem não gosta dele. Pois, assim, essa pessoa poderá enxergar coisas
boas nele e até se tornar sua amiga.
E o praising não faz só isso. Se você treina para enxergar qualidades nos outros, tende a
enxergar coisas positivas em si próprio, até pela influência de outras pessoas, que apontarão o
que gostam em você. Tanto você, quanto elas, ficarão mais receptivas e sensíveis ao seu lado
positivo. Cria-se aí um Círculo Virtuoso, um contagiando o outro de forma positiva.
1. Em primeiro lugar, converse com o seu filho e explique a ele que, tanto o bulidor como
a vítima, geralmente sofre bullying em casa. Por isso só enxerga o lado negativo dos
outros e de si mesmo. Explique a ele o que é praising, e como praticá-lo.
2. Ele pode praticar o praising conversando com o bulidor num momento em que ele não
está em estado agressivo, e chamar sua atenção para uma qualidade dele. Por exemplo,
se o bulidor é bom em algum esporte, pode-se conversar sobre o tema e destacar a
habilidade dele. Assim, estará estimulando o lado bom desse garoto, e estimulando-o
a reconhecer também o lado bom dos outros, inclusive da vítima do bullying.
3. Para ajudar a vítima do bullying, é preciso também contra-atacar com o praising. Não
se deve tocar no assunto do bullying, pois o que se pretende é mudar o foco para o lado
positivo. O importante é conversar com a vítima e mostrar-lhe que ela não é apenas
a pessoa portadora de uma dificuldade ou deficiência (que causou o bullying), mas é
muito mais do que isso: tem outras qualidades e talentos, que podem e devem ser re-
conhecidos. Isto é, deve-se resgatá-la da sintonia no negativo em que está mergulhada
e colocá-la no estado positivo.
1. Na hora do bullying, seu filho deve colocar um limite verbalmente – em nenhum mo-
mento deve tocar no outro ou permitir que ele o toque. É preciso falar de modo claro
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
e firme, olhando nos olhos do bulidor. Dizer: “não gosto dessa brincadeira. Não vou
mais permitir que você faça isso.” Em seguida, deve se afastar do bulidor.
2. Tenha uma conversa séria com o seu filho, e explique: “olha, filho, provavelmente esse garo-
to tem uma relação muito difícil com os pais em casa. E ele só está fazendo com você o que
fizeram com ele. Imagine se eu, ou sua mãe, fizesse isso com você! Ia doer, não ia? Então, foi
isso que ele recebeu e aprendeu. Tente se colocar no lugar dele e compreendê-lo” . Porque
o perdão só vem por meio da compreensão. Se o seu filho conseguir sentir empatia pelo
bulidor, poderá perdoá-lo e, principalmente, perderá o medo dele, pois o bulidor deixará
de ser o monstro que o persegue, mas alguém infeliz, que precisa de ajuda.
3. O seu filho deve praticar o praising: observar o bulidor, procurando encontrar quali-
dades nele. Muitas vezes, isso é penoso para quem é vítima, mas, se o seu filho sentiu
alguma empatia pelo bulidor durante a conversa anterior que teve com você, conseguirá
mudar o foco do seu olhar para o positivo. O bulidor vive na sombra, vendo apenas o
lado ruim, o negativo. É preciso trazê-lo para a luz. E o seu filho pode fazê-lo, ao falar
com ele num momento em que não se encontra num estado agressivo, e destacar alguma
qualidade dele. Dizer, por exemplo: “cara, parabéns, você deu um passe incrível no jogo,
hoje!” Se houver sinceridade, o bulidor sentirá e ficará tocado, mesmo que não demons-
tre na hora. E a necessidade de retribuição fará com que tente enxergar uma qualidade,
também, no seu filho. Então, é perceber, reconhecer e destacar o lado bom de quem
pratica o bullying, para reverter o processo. E, quem sabe, até fazer um novo amigo.
2. Pratique praising com o seu filho. Observe-o e faça uma lista das qualidades e talentos
que enxerga nele. Incentive-o a usar esses talentos, destacando-os sempre que puder.
E abrace-o, demonstre o seu amor com palavras ou gestos, pois o seu filho se encontra
muito carente.
3. Converse com o seu filho sobre o praising, ensine-o a enxergar o lado positivo das pes-
soas. Diga: “papai e mamãe também estão aprendendo a praticar o praising. Por isso,
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Pré-Adolescência e Adolescência (10 a 17 anos)
queremos ensinar a você também. Faça o mesmo com os seus amigos, colegas, a partir
de hoje!”
Vale ressaltar que, seja seu filho a testemunha, a vítima ou o bulidor, dependendo do nível de
agressões, é aconselhável procurar a direção da escola para saber se está ciente do problema, e se
está fazendo algum esforço para contê-lo. Se não, é preciso exigir que se organize alguma ação
para o problema ser solucionado. O bullying sem controle já causou catástrofes como suicídios,
tiroteios nas dependências da escola e graves problemas emocionais nos envolvidos. Por isso,
não é um problema para ser tratado apenas no âmbito familiar. É um problema social, que pede
a participação ativa da direção da escola, dos professores, dos pais e dos alunos.
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
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Pré-Adolescência e Adolescência (10 a 17 anos)
da época da escola, de quando tinha a mesma idade que o seu filho. Conte como você brinca-
va na sua infância, como eram os seus amigos, como era a casa onde você vivia.
Compartilhe a sua história de vida com o seu filho – que é, agora, uma parte importan-
tíssima dela!
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
Ajude seu filho a entender o que aprendeu com coisas aparentemente ruins. Pergunte:
“Está vendo? Você está mais preparado, mais consciente e mais forte, agora! O que passou,
passou. Vamos agradecer por essa lição, que vai ser muito importante para o seu futuro!”
Sempre que você chamar seu filho para a reflexão, ele conseguirá identificar de forma mais
clara o que aprendeu, e mudará o foco para o lado positivo.
Seu filho (ou filha) pode sonhar com um objetivo específico, como ter um brinquedo
especial, aprender judô, dançar sapateado, tirar notas altas em matemática, comprar um tênis
novo, enfim, o que quiser, desde que seja condizente com a sua idade. No Projeto dos Sonhos.
você vai ensiná-lo a concretizar esses objetivos, passo a passo.
Seu filho (ou filha) pode também ter sonhos maiores, que exigem uma preparação mais
longa. Ele pode, nesse caso, começar por realizar objetivos menores relacionados a esse so-
nho. Por exemplo, se ele quer se tornar um piloto aviador quando crescer, pode começar
economizando para comprar um simulador de voo para treinar suas habilidades.
Muito importante: SEMPRE SONHAR NO POSITIVO. Ensine seu filho a sempre men-
talizar objetivos positivos. Ao invés de “não quero mais engordar”, “quero emagrecer”. Ou, ao
invés de “não vou mais beber refrigerante”, use, “vou beber bebidas saudáveis”.
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Pré-Adolescência e Adolescência (10 a 17 anos)
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
As teorias de neurociências mais modernas garantem que somos muito mais movidos
por imagens do que por palavras. Muitas vezes temos um sonho na nossa mente, mas
visualizamos o oposto. Por exemplo, queremos emagrecer, mas a nossa mente projeta,
o tempo todo, uma pessoa obesa (que é a imagem que mais rejeitamos). Resultado:
não alcançamos o nosso objetivo. É muito importante que o seu filho tenha fortes
IMAGENS POSITIVAS na mente.
Procure, junto com o seu filho, fotos nas revistas ou na internet, que representem o
sonho dele. Se ele quer emagrecer, vocês devem reunir imagens de pessoas magras,
elegantes, bonitas. Se ele quer um brinquedo, reúnam imagens de crianças brincando
com o brinquedo. Se ele quer um amigo, peguem imagens de grupos de crianças brin-
cando, sorrindo juntas.
1. Seu filho deve OLHAR para o Projeto dos Sonhos, TODOS os dias.
Peça para seu filho fechar os olhos e repetir mentalmente o sonho. E, depois, VI-
SUALIZAR a si mesmo REALIZANDO esse sonho, como as fotos que colou no
poster.
Estimule-o a dar o primeiro passo, apoie-o: vá com ele para fazer a inscrição na aca-
demia, ajude-o a mudar hábitos do dia a dia, etc. Para realizar um sonho, é só dar o
primeiro passo!
Celebrem juntos a realização de cada sonho e somente depois partam para o próximo
sonho! Ou os sonhos!
Obs.: guarde o Projeto dos Sonhos, depois que realizá-lo, num local onde poderá juntar
todos os projetos futuros. Um dia, você poderá revê-los. Com certeza ficará muito orgulhoso,
ao constatar as muitas realizações que já terá conquistado!
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Pré-Adolescência e Adolescência (10 a 17 anos)
◆ Se o seu filho quiser desistir do sonho no meio do caminho, ou mudar para outro
sonho
Ensine ao seu filho que os sonhos são como as frutas: precisam de tempo para amadure-
cer. Se você quiser colhê-las antes da hora, fica sem nada, pois ainda não estão comestíveis.
Precisamos realizar sonho por sonho, com paciência. É como num videogame, em que você
precisa superar cada fase para chegar à vitória final. Se você largar seus sonhos pela metade,
nunca vai ter nada!
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
Pode ser um pequeno favor, como carregar uma sacola para alguém, explicar a lição para
um amigo, ou até mesmo realizar um ato de caridade, doando uma parte da mesada para
alguém necessitado.
Programe-se para visitar, junto com seu filho, instituições beneficentes pelo menos duas
vezes durante o mês. Leve-o para conhecer como essas entidades trabalham, os diferentes
tipos de assistência que praticam. Mostre a ele a importância do trabalho social.
Porque é a forma mais rápida e eficiente de sentir-se de bem com a vida. Quando você
ajuda alguém de forma desinteressada, sente-se feliz, útil e realizado!
Além disso, a capacidade de ajudar o outro significa ter PODER. Geralmente as ideias
associadas ao PODER são negativas: prepotência, arrogância e injustiças. Mas, na realidade,
ter PODER significa também ter um “algo a mais” para doar para quem não tem. Só ajuda
quem tem algum tipo de poder!
Assim, uma criança pode dar uma parte da sua mesada para um morador de rua comprar
pão e leite; uma bailarina pode dançar para alegrar os velhinhos de um asilo; um professor
de informática pode dar aulas para meninos de uma comunidade carente. Todos eles têm um
superpoder, que estão utilizando para contribuir para o próximo e para a sociedade.
E, quando usamos os nossos talentos para ajudar o próximo, tudo flui melhor, as coisas se
encaixam e sentimos uma imensa paz de espírito. Por isso, é muito importante destinar um
pouco do que temos para ajudar o próximo desinteressadamente. É essa lição que você deve
ensinar ao seu filho!
A garotada de hoje só tem contato com filmes, games e brinquedos que estimulam a rea-
ção massificada, sem deixar margem para a individualidade. Quando o seu filho pode exerci-
tar a imaginação? Quase nunca! Por isso, é muito importante que os pais habituem os filhos à
leitura, lendo para eles, todos os dias.
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Pré-Adolescência e Adolescência (10 a 17 anos)
“Filho, papai agora vai ler para você. Enquanto papai estiver lendo, você vai imaginando
tudo o que for escutando. Vai criando na sua cabeça, como se fosse um filminho. Se quiser, feche
os olhos para imaginar melhor!”
“Então lá estava uma princesa. Como você acha que ela é?”
Deixe seu filho criar essa princesa, imaginar sua aparência, as suas roupas. Faça o mesmo
com os cenários. Peça para imaginar o castelo, o bosque, etc.
Faça a leitura junto com a sua esposa (ou marido). Se o seu filho já souber ler, alternem-se
na leitura. O importante é ler em família durante 10 ou 15 minutos, todos os dias!
É pouco tempo? De jeito nenhum. O importante não é a quantidade de tempo que você
passa com os seus filhos. É a QUALIDADE! Então reserve esses 10 minutos para se dedicar à
leitura com eles, deixando de lado o celular, a TV e outras atividades. Mas tem que ser todos
os dias!
Você pode chamar essa força divina como quiser, de Deus ou de outro nome designado
pela sua religião. O importante, aqui, é proporcionar ao seu filho esse contato.
Em primeiro lugar, leve o seu filho (ou filha) para um local tranquilo, onde possam ficar
sozinhos por alguns minutos. Peça para ele se sentar, fechar os olhos e deixar que o silêncio
tome conta também dos seus pensamentos. Então, diga para ele imaginar um feixe de luz
conectando-o a Deus.
Seu filho pode, então, agradecer pela vida, por tudo que tem recebido e aprendido até
agora. E pedir luz, compreensão ou inspiração para decidir sobre algum assunto – ou simples-
mente pedir que Deus ilumine a sua vida, como um todo.
Conectar-se com Deus não é nenhum milagre ou uma revelação extraordinária, é apenas
um ato natural entre Criador e criatura. A orientação que você pediu virá depois, durante o
dia, em momentos inesperados. Lampejos de inspiração surgirão, e você enxergará as coisas
com mais clareza, para tomar a decisão acertada.
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
Deus sempre fala conosco, mas nós não ouvimos. Isso acontece porque nunca paramos
para ouvi-lo. Conectar-se com Deus é isso: parar as atividades do dia a dia durante cinco ou
dez minutos para OUVI-LO. Por isso, devemos fazer silêncio quando nos conectamos com
Deus. Não é preciso rezar, a não ser que você sinta essa necessidade. Precisamos apenas ouvir.
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Pré-Adolescência e Adolescência (10 a 17 anos)
Agora, o FUTURO!
Agora que chegamos ao final de 12 meses de treinamento na vida real, tenho uma novida-
de para você: estamos apenas começando!
As ferramentas, que você manejou durante os 12 meses, vão se enferrujar, perder o brilho
e eficiência, se não forem sempre utilizadas, como tudo na vida!
E tem mais! Você, como um bom pai, ou uma boa mãe, sabe que podemos mudar de
emprego, que casamentos podem se desfazer, que amigos que imaginávamos para toda a vida
podem se distanciar, mas nunca – sob nenhuma circunstância – deixaremos de ser PAIS.
Então ser pai ou mãe é uma tarefa para a vida toda.
Suas crianças vão virar adultos, tornar-se independentes, mudar-se para longe, ter suas
próprias famílias e filhos, mas continuarão a ser seus filhos. E continuarão a precisar de você,
de sua experiência, de seu colo, de seu AMOR.
Então mantenha esse livro sempre na sua cabeceira e use as suas ferramentas emocionais
todos os dias da sua Vida! E da vida do seu Filho ou Filha! E continue zelando pela saúde
emocional dos seus Filhos – mesmo depois que crescerem!
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Conclusão
E, nesse mundo criado à imagem e semelhança das nossas emoções, os pais surgem como
a peça primordial, a ferramenta inicial mais complexa, completa e controversa, que vem
criando, num processo contínuo e infinito, todas as vidas humanas que já caminharam e
caminharão pelo planeta.
Cada um de nós, pais e mães humanos, estamos executando, no nosso cantinho, a nossa
tarefa de gerar, cuidar e ensinar nossos filhos a crescerem, viverem e gerarem outros filhos e
cidadãos. Cada um de nós é apenas uma gota em meio a um vasto oceano de quase 8 bilhões
de seres humanos cumprindo a mesma tarefa ao redor do mundo. No entanto, cada lição
que ensinamos, cada gesto de amor que fazemos, cada momento que passamos ao lado dos
nossos filhos, está movendo uma parte minúscula de uma roda gigantesca, que conduzirá a
Humanidade para um futuro extraordinário! E o rumo que esta roda tomará depende de nós,
dos nossos filhos, netos e de todas as gerações que nos sucederão.
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Inteligência Emocional para Pais – Eduque seu filho para ser feliz
Pois cada um dos nossos filhos é um ponto de irradiação de emoções poderosas para o
bem ou para o mal, que influenciarão as outras vidas ao redor, e que serão legados aos seus
descendentes. E somos nós, os pais, que transmitimos a maioria dessas emoções – com o
nosso exemplo, os nossos ensinamentos e o nosso amor.
Esta é a nossa responsabilidade: deixar uma herança emocional saudável para as nossas
crianças. Deixar, nelas, a semente de um mundo melhor, onde emoções como o ódio, o ran-
cor e o medo encontrem-se sempre num processo contínuo de evolução para amor, alegria,
perdão e a paz. Onde as individualidades sejam respeitadas e enaltecidas. Onde a capacidade
humana de criar, imaginar e sonhar seja a força motriz de realizações fantásticas, especial-
mente num futuro onde robôs farão todo trabalho mecânico e pesado.
Um mundo onde todas essas realizações e conexões no âmbito da Humanidade, sejam
apenas uma projeção da felicidade individual de cada um dos nossos filhos. De cada um dos
incontáveis seres vivos do nosso planeta.
Eu acredito que podemos criar esse mundo extraordinário. E estou me dedicando todos
os dias, em todos os momentos, a concretizar esse sonho.
E então? Vamos criar esse mundo, juntos?
EU ACREDITO EM VOCÊ E NAS SUAS FUTURAS GERAÇÕES!
GRATIDÃO POR ESTARMOS JUNTOS NESTA JORNADA!
Um forte e carinhoso Abraço... meu e de todas as minhas Gerações que receberão esse
AMOR que hoje eu sei expressar...
Rodrigo Fonseca
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