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Lições sobre a Psicanálise.

TOMO 4 – QUESTÕES FILOSÓFICAS.


Por

LEOPOLDO PONTES
CAPA: MANDALA Nº 5, PELO AUTOR.
Lições sobre a
Psicanálise.
TOMO 4 – QUESTÕES FILOSÓFICAS.
Por

LEOPOLDO PONTES
"- A senhora não sabe que na hora do almoço deve estar em casa?
Quis explicar-lhe – o que, nem sei – mas ele não permitiu:
- Cale a boca! Quando eu falo não admito respostas...
- Mas, Papai!
- Cale a boca, já disse...
- Mas...
- Cale-se!...
Senti-me invadida por um sentimento de revolta, veio-me à cabeça uma frase
anarquista que ele gostava muito de recitar. Não vacilei, levantei-me da mesa, encostei-me à
porta e larguei o verbo, com a mesma entonação com que havia aprendido, com o mesmo
dedo em riste que ele empregava:
- “Quando la fórza e la ragion contrasta, vince la fórza, la ragion non basta!” – e
escapuli-me pela casa adentro.
Preparada para receber a primeira surra de meu pai, fiquei esperando lá no
quarto de mamãe. Eu abusara desta vez, excedera-me, enfrentando-o. Quem teria a coragem
de afrontá-lo daquela maneira? Nem mesmo mamãe!
Não demorou muito, apareceu Vera, ainda assombrada com o que acontecia:
- Papai mandou chamar você para ir almoçar, disse que a comida está esfriando.”

(Zélia Gattai. Anarquistas, Graças a Deus)


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Timestamp: 2022-11-04 08:53:33 GMT

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À Fafí
PRÓLOGO

Este compêndio tem um total de seis tomos:

1. Generalidades;
2. O imaginário, o simbólico e o real;
3. A busca pelo equilíbrio;
4. Questões filosóficas;
5. Dialética e polialética;
6. Ciências sociais.

Seu objetivo é apresentar minhas ideias a respeito da psicanálise em vários


aspectos, já que ela é uma ciência ampla, sempre aberta a novas especialidades.
Poderia ter mais volumes, mas aí aconteceria o que se sucedeu com Jorge
Andrade Lins de Almeida Passos [“Gabriel”], e eu nunca conseguiria terminar o
compêndio.
Por isso, fica em aberto a possibilidade futura de haver mais tomos. Ou não.
Tenho muitas coisas sobre o que escrever. Escrevo vários livros ao mesmo tempo,
e quando estou terminando um, só aí então, é que me dedico exclusivamente a
ele.
Espero que você não me ache um escritor entediante, pois tento fazer meus
livros da forma mais simples possível. Escreva para mim. Fale sobre suas ideias a
respeito do e-book.
Meu contato é leopoldopontes21@gmail.com.

Boa leitura.

L.P.

Caraguatatuba, 4 de novembro de 2022.


Sumário
LIÇÕES SOBRE A PSICANÁLISE – TOMO 4 – QUESTÕES FILOSÓFICAS.........................................7
Se o ser morreu, é mais novo do que o ser que está vivo............................................................7
O Tempo que nos é dado.............................................................................................................7
Condições para a liberdade..........................................................................................................8
1...............................................................................................................................................8
2...............................................................................................................................................8
Sabedoria.....................................................................................................................................9
O mundo abstruso......................................................................................................................10
O sagrado e o profano................................................................................................................10
O casamento do céu com a terra...............................................................................................11
Algumas palavras.......................................................................................................................11
F8-“Destino”...............................................................................................................................12
1.............................................................................................................................................12
2.............................................................................................................................................12
O ser e o não-ser........................................................................................................................12
Tolerância religiosa....................................................................................................................13
1.............................................................................................................................................13
2.............................................................................................................................................13
Perguntas sem respostas...........................................................................................................13
Olimpíadas 1972........................................................................................................................14
Fatalidade...................................................................................................................................14
Futuro.........................................................................................................................................14
Medianos...................................................................................................................................15
Opostos......................................................................................................................................15
E a filosofia?...............................................................................................................................15
O propósito da existência...........................................................................................................16
Palavras da moda.......................................................................................................................17
Lei do Carma segundo eu mesmo..............................................................................................17
Sócrates nunca existiu................................................................................................................18
O mito da caverna de Platão revisitado.....................................................................................20
O bom selvagem?.......................................................................................................................21
Tudo não muda..........................................................................................................................21
Nietzsche nazista?......................................................................................................................21
A propósito:............................................................................................................................22
Predestinação.............................................................................................................................22
Da imortalidade..........................................................................................................................22
Minimalismo..............................................................................................................................23
Paradoxo da tolerância..............................................................................................................23
Existo, logo penso......................................................................................................................24
O dogma.....................................................................................................................................25
Instituições.................................................................................................................................25
Nova Gaya..................................................................................................................................26
Ética............................................................................................................................................27
Filosofia e futebol.......................................................................................................................27
O Ser, o Outro e Eu-Mesmo.......................................................................................................28
Sabedoria..................................................................................................................................29
O que é a condição humana.......................................................................................................30
O Tempo do mundo...................................................................................................................31
O Tempo Circular.......................................................................................................................31
1.............................................................................................................................................31
2.............................................................................................................................................32
3.............................................................................................................................................32
O nascimento do universo.........................................................................................................33
1.............................................................................................................................................33
2.............................................................................................................................................33
3.............................................................................................................................................34
Vai-e-vem...............................................................................................................................34
O Tempo no vai-e-vem...........................................................................................................34
O universo maleável...............................................................................................................34
O zero e o nada..........................................................................................................................35
O Tempo.....................................................................................................................................35
No princípio................................................................................................................................35
O Tempo é uma curva................................................................................................................36
Tempo........................................................................................................................................36
O Big Bang..................................................................................................................................36
O Genesis é sempre em todo lugar!...........................................................................................36
O início do Tempo......................................................................................................................37
Universo em expansão...............................................................................................................37
Vórtices......................................................................................................................................37
Como são criados os universos..................................................................................................37
Percepção do universo...............................................................................................................38
Breves respostas para grandes questões...................................................................................38
A expansão do universo e o Princípio da Autoridade.................................................................40
Então, Houve um Princípio?.......................................................................................................40
Dimensão quântica.....................................................................................................................41
DNA alienígena...........................................................................................................................41
O espaço é vazio?.......................................................................................................................41
A Teoria de Tudo?......................................................................................................................42
Existe vida inteligente fora de nosso planeta?...........................................................................43
O que é uma fórmula elegante...................................................................................................44
Qual o formato do universo?.....................................................................................................45
A Terra não é uma esfera...........................................................................................................45
A pré-História começou e terminou no Brasil............................................................................46
A História das Histórias e os multiversos....................................................................................46
A História da sabedoria ao longo das idades..............................................................................47
A Verdade está com as crianças.................................................................................................47
Dos princípios gerais das leis..................................................................................................47
Comentários:..........................................................................................................................48
Sobre O Autor............................................................................................................................49
Livros e e-books de Leopoldo Pontes:........................................................................................51
LIÇÕES SOBRE A PSICANÁLISE – TOMO 4 –
QUESTÕES FILOSÓFICAS.

Se o ser morreu, é mais novo do que o ser que está vivo.


Se uma pessoa está viva, ela é mais velha que qualquer um que já tenha
vivido antes ou que ainda venha a tomar existência.

Explico.

Quando um ser vive, ele passa pelo ciclo de nascimento, vida e morte. Isso
é o que chamamos de existência. Ele está dentro do que conhecemos por tempo-espaço.

Antes e depois da existência, o ser está livre do ciclo temporal-espacial.


Ele não tem idade, está liberto dos anos de vida, da prisão temporal, e não está mais
subordinado aos sentidos que tanto o limitam à percepção da realidade.

Se não tem idade, podemos dizer que ela é nula, não-zero. Nem negativa,
nem positiva. Portanto, qualquer ser existente é mais velho que o não existente.

O Tempo que nos é dado

O site da revista Seleções de 28 de abril de 2018 trouxe uma matéria que consiste
basicamente de onze frases escolhidas, dentre as falas dos personagens dos livros de J. R. R.
Tolkien, “para inspirar o seu dia.”
Uma em particular chamou-me a atenção, de autoria de Gandalf:”Tudo que temos
de decidir é o que fazer com o tempo que nos é dado.”
Afinal, que tempo é esse? Quem nos dá esse tempo? Com essas duas perguntas
respondidas saberemos como decidir, ou pelo menos teremos um ponto de partida.
Não conheço o contexto dessa sentença, mesmo porque não sou leitor das obras
literárias mais famosas desse autor, mas a intenção da matéria, pelo que me parece, é
justamente fazer isso, trazer-nos as palavras dos personagens soltas, para que possam nos
inspirar.
Pois então. Penso, naturalmente, no tempo de vida que nos é disponibilizado.
Nunca sabemos quanto tempo temos à frente, apenas o passado.
Quanto mais velhos ficamos, mais achamos que estamos mais próximos do final.
Mas isso é uma ilusão. Quando eu tinha dezenove anos pensava que não chegaria aos trinta. E
cá estou. Sem saber nunca quanto tempo de vida ainda terei.
Existe a metanoia: a pessoa chega em um momento de sua vida que acha que
precisa mudar radicalmente de rumo. Ela se divorcia, ou muda de carreira, de país, de
pensamento pessoal, entra para uma religião, se desliga da crença que seguiu desde seus
primeiros anos ... o objetivo é uma transformação total em sua vida. Sartre escreveu sobre isso
em seu livro “A idade da razão”. Normalmente, é quando o indivíduo acha que só tem pela
frente o resto, a metade final de sua vida. A pessoa quer fazer o que nunca fez antes.
Mas Gandalf vai adiante. O que fazer com esse tempo presente? Já que o futuro
não está em nosso controle... Pois não adiantarão as metas, os planos, ou o que quer que faça
para o tempo que virá. A morte é implacável: quando chega o momento, nada a demove. Nem
ninguém.
Ora, quem nos dá o tempo que vivemos ou o que resta? Pode-se pedir a Deus ou
ao Universo um adiamento, se der ocasião, mas nada nem ninguém pode garantir que isso
aconteça.
O prazo nunca é fatal, mas quando chega o momento em que nos deparamos
frente a frente com o perecimento, enganá-lo é uma discussão inglória.
Importante, então, é o que fazemos no presente imediato, que é a única coisa que
existe. O aqui-e-agora. Muita gente resolve desafiar a morte, pois só assim consegue sentir a
vida. Precisam da adrenalina para sentir o sangue correr. Outros são mais pacíficos, não
temem por sua própria extinção, e vivem, por exemplo, meditando, lendo, praticando obras
não voltadas à autodestruição.

Condições para a liberdade.


1.
Não podemos falar em liberdade incondicional.

Para obtê-la, sempre dependemos de algo, de alguém, ou de uma situação. Em


meados do século XX, a motocicleta foi admirada pelos jovens como símbolo de liberdade: era
muito mais barata que um automóvel, tanto na compra como na manutenção, corria mais e
levava longe o motociclista e seu possível acompanhante. Havia a sensação do vento no rosto,
no corpo, nos cabelos, enquanto se movia a alta velocidade. Era uma oposição ao Sistema.

Entretanto, para se obter uma moto era preciso dinheiro, ou um escambo, ou


um furto. Não se escapava do capitalismo para obtê-la nem para a manutenção. Dependia-se
de estradas, construídas pelo Estado, se quisesse bem conservá-la. Precisava constantemente
abastecer seu veículo com combustível, fornecido pela indústria burguesa, para que ele
funcionasse. E de óleos, fabricados por indústrias mantidas pela sociedade, na qual ele estava
ativamente inserido, mesmo que negasse isso. Além de saber conduzi-la, através de seus
instrumentos para a movimentar.

Esse é apenas um exemplo de como a liberdade nunca anda sozinha, mas


dependente de alguma coisa.

Zigmunt Bauman, em seu livro Modernidade Líquida, no primeiro capítulo,


contrapõe a liberdade à segurança, concluindo necessitarmos de ambas. Ora, a primeira sem a
segunda faz com que o indivíduo não consiga viver livremente, pois sempre está assolado por
ladrões, assassinos, bandidos. E a segurança sem liberdade leva ao totalitarismo, que também
não é o ideal. Há uma necessidade de se balançar as propostas, obter-se um mediador, uma
posição em que elas possam se equilibrar. .

2.
Você pode andar a pé, mas se tiver uma bicicleta você poderá ir mais
longe. A liberdade que ela possibilita faz você ir mais além.
Ora, para tanto são necessárias algumas regras: você tem que se
equilibrar, pedalar, ter freios para ajudar a parar. Ainda que sejam os pés na roda.
Você pode ter um câmbio, a fim de trocar marchas.
São múltiplas as possibilidades, mas quanto mais vantagens, maior o
número de regras: como utilizá-las, como não estragá-las, quando podem, ou devem, ser
usadas e assim por diante.
Se você não quiser normas de conduta, você não poderá usar a bicicleta, e
assim não terá tanta liberdade: você estará limitado ao andar a pé. Correr e sentir o vento no
corpo não é a mesma coisa que senti-lo sobre uma bicicleta. É diferente.
A liberdade exige regras para ser usufruída.

Sabedoria.
Em 1984, quando morava em Santos, comprei uma edição do Tao Te King.
Trata-se de um livro composto por 81 ensinamentos em forma de poemas. Neles, o leitor é
instado a não-agir, isto é, atuar no mundo de acordo com os movimentos da natureza e do
universo.

Da filosofia do Tao surgiu o taoísmo, uma evolução que, para alguns, é


considerada uma degeneração.

A autoria é atribuída ao chinês Lao-Tsé, muitos anos antes de Cristo. Diz a


lenda que esse escritor já saiu do ventre de sua mãe bem velhinho, de longa barba e tudo o
mais.

Do estudo desse livro, compus, na época, um poema:

------------------------------------------

SABEDORIA

Apud Tao Te King

O sábio conhece o mundo sem obtê-lo.


Ele não o contém em suas mãos
Porque tem em mente que dele não precisa.

O sábio tem o mundo às suas mãos


Porque o conhece e não o deseja.
Imita-o sem sê-lo.

O sábio é, sem imitar;


Conhece, sem desejar;
Aprende, sem reter.

Eis o que é a sabedoria!


O mundo abstruso.

Nascemos num mundo complexo. Todos nós. Quando saímos à luz, um


meio intrincado nos recebe.
Primeiro, somos nós conosco mesmos. Tudo o que temos a fazer é sugar o
leite, dispensá-lo e dormir. Também choramos e dizemos alguma coisa parecida com vogais.
Mas já absorvemos o que nos rodeia de alguma forma. Os sons, as cores e formas, as
sensações tácteis, o paladar, os cheiros.

Depois, passamos a senti-lo de maneira mais complicada. Vêm os amigos


e os parentes, a escola, para muitos o trabalho. E passamos a vida toda tentando entender o
mundo e nos instruindo sobre ele. Que se mostra, a nós, abstruso, isto é, confuso e
desordenado, nunca obedecendo fielmente às leis e princípios.

Acostumamo-nos a colocar o cinto de segurança quando entramos num


carro; aprendemos a não entrar no elevador quando ele está muito cheio; a respeitar filas; a
andar em escadas rolantes; a jogar damas ou xadrez; a nos comportar à mesa; torcemos por
algum time; fazemos parte de algum grupo, associação, agremiação... E tem os computadores,
as bicicletas, a tevê... E os rios, as praias, as montanhas...
Há muitos livros para se ler, muitos filmes para se assistir, muitos quadros
para se ver, muitas poesias e música para se ouvir, muitas esculturas para se apalpar e
escorregar as mãos, muitas peças de teatro, muitos números de dança, muitos cursos, oficinas
e seminários, palestras e workshops...
Eis a grande coisa: as pessoas, de modo geral, usam apenas a juventude
para aprender, como se o mundo nada mais tivesse depois a ensiná-las. Ou como se elas
mesmo não pudessem voltar a refletir criticamente. E não percebem o quanto deixam de
conhecer, não se dando a chance de crescer mais e mais.
O mundo é extremamente complexo. Tem aspectos verdadeiramente ruins,
mas outros maravilhosos. Não nascemos à toa, é bom aproveitarmos nosso tempo para
aprendermos sobre o que ele tem a oferecer, desde o que há debaixo e acima da terra e das
águas, até sobre o que o ser humano produziu e produz. E tenho certeza de que o tempo de
uma vida é pouco para tudo. Mas vale a pena.

O sagrado e o profano.

Este é o nome de um livro de Mircea Eliade, em que ele diz que um é o oposto
do outro. O sagrado é separado e consagrado; o profano é o resto, ou seja, o que está fora do
templo. Assim, se o sagrado é uma pedra, ou determinada árvore ou tipo de árvore, ou um
Ser, tudo o que o externa é profano.

Destarte, um escrito que fala sobre coisas sagradas eu chamaria de Escritura, e


um que falasse sobre outras coisas seria apenas um texto.

Porém, penso nas religiões anímicas, em que os deuses são partes da própria
Natureza. Dessa forma, o Sagrado envolve o ser humano junto com o profano, embora, para
invocá-lo, seja necessário algum rito especial.
Em tais formas de culto, encontramos o panteísmo, que considera tudo e
todos como Deus.

Nas religiões politeístas ou monoteístas o sagrado fica separado do profano,


embora ambos possam se mesclar.

O casamento do céu com a terra.

Tales de Mileto, o mais antigo filósofo conhecido da Grécia, depois de muito


meditar, chegou à conclusão que o Princípio geral de tudo era a água. Dela evoluíra tudo o que
se conhecia na Terra.

Assim também, a Bíblia, em seu primeiro livro, o Genesis, diz que o Espírito
pairava sobre as águas, no princípio (I; 2). Era a representação do masculino sobre o feminino.

As águas e a terra são o perfil do feminino. Pois é a gestação de tudo. O ar e o


fogo inseminam a terra e as águas. É o chamado o casamento do céu com a terra: Uranio com
Gaya, gerando Cronos, o Tempo, que dará início à era do Ser Humano.

Algumas palavras.

Sabe, todos somos introspectivos, olhamos sempre para dentro de nós


mesmos, embora tenhamos medo do que vamos encontrar, e aí saímos e temos medo do que
está além de nossos sentidos.

Na verdade, a condição humana é isso, não importa o quanto sejamos


sociáveis ou não, sempre temos o temor do que nos é desconhecido. E para tanto procuramos
sempre respostas.

Acho que o melhor é não saber. Basta o que sentimos como conhecimento. O
que sentimos com nossas consciências, com nossos inconscientes, com nossos sentidos.

Por outro lado, nunca devemos incentivar a ignorância. A Verdade nos move
para a frente e sempre nos mantém despertos.

Cientistas dizem que vivemos num mundo de onze dimensões, embora


percebamos apenas quatro. Sentir mais que quatro é tido como loucura, pois é bater em outra
onda.

A busca eterna pelas respostas é própria do ser humano. É a espiral


ascendente, buscando velhos conhecimentos e os juntando a novos. O maior lance que
podemos fazer é viver as nossas vidas no aqui e agora, com um olho no passado, para não
cometer os mesmos erros, e outro no futuro, para não se desesperar com as novidades, que
poderão ser sensacionais, se assim as deixarmos.
F8-“Destino”.
1.
Meu-teclado-está-defeituoso.A-tecla-de-espaco-não-está-funcionando,nem-a-de-c-
cedilha,assim-como-a-delete-e-a-esc.

Terei-de-consertá-lo-ou-comprar-um-novo.

Tudo-são-escolhas.Quando-comprei-este-teclado,quando-comecou-a-dar-defeito-e-não-levei-
para-a-assistência-técnica...

Não-acredito-em-destino.Não-acredito-que-tá-tudo-escrito-no-Universo-como-tem-que-
ser.Não-acredito-na-fatalidade.

É-certo-que-tem-acontecimentos-inevitáveis,mas-são-efeitos,causados-por-uma-escolha,sua-
ou-não.

2.

Comprei um novo teclado. Na verdade, comprei um novo kit teclado-mouse


sem fio, que o antigo já estava dando problemas.

Comprar um teclado-mouse novo é como comprar um novo carro: tudo é


novidade e você quer usar tudo!

Na verdade eu queria voltar a falar da fatalidade. Sei que existem fatos que
ocorrem em nossa vida que interferem no resultado que esperávamos. São coercitivos. Isso
não é o destino imutável, nós sempre podemos escolher entre aceitar, nos sujeitar, nos
adaptar ou lutar contra. É a vida.

No caso do teclado, eu tinha o dinheiro naquele momento para comprar um


novo e segui o conselho de um amigo para me desfazer do antigo. Fiz o que decidi. Aceitei um
conselho. Poderia não tê-lo aceito. O antigo vou trocar por outra coisa, qualquer coisa. Vou
escolher o que farei.

O ser e o não-ser.
Para a filosofia, o ser é o que é; portanto, o não-ser não é. Em outras palavras,
o ser existe e o não-ser não existe.

Para os judeus, apenas o Eterno é; nós existimos, mas não somos. Quando nos
apresentamos, dizemos: Ani Leopoldo (Eu Leopoldo), pois, o único que é, é o Senhor. Não
podem dizer eu sou Leopoldo.

Assim, para continuar nossa exposição, proponho a ideia de escrever Ser para
o Criador e ser para o existente filosófico.

Se dissermos que o não-ser complementa o ser, formando um todo, temos que


aceitar que o não-ser existe, ou seja, o não-ser é, o que produzirá um contrassenso.

Da mesma forma, se o ser é material, o não-ser é incorpóreo. Definir-se-ia


então sua existência?
Um ser humano vivo existe, mas morto não. Para viver, terá de ser, terá de ter
um corpo, terá de ser material e ter vida. Para ter vida tem de ter matéria. Ou não.

Assim podemos dizer que a injustiça não existe, mas a falta de justiça; como
dizem os físicos, não existe o frio, mas a falta de calor, até o zero absoluto (0 Kelvin, -375°C).
Como não existem as trevas, mas a falta de luz, a não-luz!

Se a existência do Universo começou com o Big-Bang, não havia a existência


antes disso. Não havia o espaço, o tempo, a matéria e a energia. A existência começou com o
nascimento do universo, que está em constante expansão, com as galáxias se afastando da
nossa, cada vez mais rápido, as maiores mais se distanciam que as menores. Antes do Big-
Bang, não era, não havia, não existia.

Tolerância religiosa.
1.
Tal conceito é primordial na convivência entre pessoas de religiões diferentes.
Quem pertence a uma, não pode querer obrigar outra a aceitar sua própria crença, pois isso é
uma questão de fé, mais do que, muito mais do que, opinião.

Falar em tolerância não é apenas aceitar que o outro tenha uma crença
diferente, mas respeitar isso e não deixar que tal fato evite amizades.

O pior é um crente querer converter, a todo custo, um ateu ou um niilista, ou


um agnóstico. Ou mesmo vice-versa, como tem ocorrido com certos intelectuais, como um,
que em certa palestra gravada pelo YouTube, desfez das pessoas que acreditam que o que
ocorreu foi o que tinha que ser porque Deus assim quis... Não foram exatamente essas
palavras usadas, mas teve esse sentido. É um intelectual que está na moda. Até gosto dele,
apesar desse deslize, comparável a qualquer intolerância, mas que inconscientemente está em
todo mundo, pois no fundo todos gostariam que o outro concordasse consigo.

2.
Quando se fala em tolerar outras religiões, não quer dizer que se admita que
todas elas sejam iguais ou verdadeiras. Nem que possamos ser todos amiguinhos.
A tolerância religiosa é conseguir conviver com pessoas que tenham pensamentos
espirituais diferentes, sejam ateus, teístas, pertencentes a alguma denominação, panteístas,
politeístas, animistas, ou seja lá o que for.
Tem a ver com respeitar o que os outros pensam, mesmo que não seja a nossa
crença pessoal. Mesmo que eu seja o único a ter determinada ideia, ou não seja, não posso
esperar que outros compartilhem comigo o que acredito, ou o que deixo de acreditar. Posso
tentar converter, mas nunca à força, obrigando. E se não conseguir a conversão do próximo,
admitir a possibilidade de não ser invencível é um grande passo.

Perguntas sem respostas.


Toda pergunta tem uma resposta. Todas!

A resposta nem sempre é única, podem ser várias para uma só pergunta. Por
exemplo, qual a cor do céu?
Respostas possíveis: azul (a mais óbvia!); o céu de que planeta?; plúmbeo (se
estiver armando chuva), etc.

Há perguntas das quais se pode obter uma resposta não-imediata, mas após
intensa meditação (e aqui entenda-se meditação como quiser). Essa resposta pode ser
definitiva até que se prove o contrário, ou outra, depois de nova intensa meditação. São
perguntas de ordem filosófica ou religiosa ou metafísica ou...

Não há pergunta sem resposta. Nós podemos não saber, o que é diferente,
mas vale a pena dar uma pesquisadinha nos livros, na internet, nos nossos cadernos, nas
nossas revistas, conversando com os outros (como Sócrates, o filósofo ateniense). Não
podemos desistir..

Olimpíadas 1972.
Eu era um menino, ainda, e aprendia naqueles dias, que, como havia dito o
Barão de Coupertin, o importante não é vencer, mas competir. Aprendíamos isso na escola,
com o professor de educação física.

O Barão de Coupertin foi o responsável pelas olimpíadas da era


contemporânea.

Passadas as décadas, parece que todos se esqueceram dessa máxima. O Brasil


enaltece os vencedores, esquecendo dos competidores. O que mudou? Mudaram os tempos?,
os conceitos?, a máxima?, o idealismo de Coupertin?

O que importa agora é quantas medalhas de ouro, prata e bronze


conseguimos, não importando mais aqueles que tentaram, todos aqueles que participaram.
São entrevistados apenas os vencedores, esquecendo-nos dos ideais que iniciaram as
Olimpíadas modernas.

Fatalidade.

Já escrevi que não acreditava no destino. Ainda não acredito, mas no livre
arbítrio.

No entanto, há vezes em que as coisas acontecem inesperadamente, por


fatalidade. São eventos inexplicáveis e por isso dizemos que são uma fatalidade, mas não obra
do destino. Não é porque não conseguimos explicar que não são frutos de algum alvedrio.

Assim como existe dessa forma a fatalidade, também a coincidência, mesmo


sendo algumas vezes não-coincidência. Algumas vezes, pois, ela existe.

Da mesma forma, o sobrenatural, a magia e o milagre existem até que sejam


explicados e compreendidos empiricamente. Mas existem.

Futuro.
Penso muito no futuro. Mas não no meu futuro. No futuro do mundo, no
futuro da Terra.

Quero presenciar a solução ambiental. Os androides na rua e em casa. A TV 4D.


A fotografia 3D palpável. A internet das coisas valendo de verdade, sem impostos. Viagens
interestelares.

Acredito na diversidade. Acredito no ser humano. Acredito no futuro com


otimismo. Acredito numa evolução mental, espiritual e física, dentro de uma mesma geração.

Quero acreditar.

Quero estar lá.

Medianos.

Não são os maiores nem os menores; não são os mais gordos nem os mais magros;
nem os mais inteligentes nem os mais burros.

São medianos.

Dominam os países e o mundo.

Os melhores não se sobressaem.

Só os medianos vencem: eles não deixam brecha para os outros.

Nunca!

Opostos.

As trevas são a ausência da luz, não o seu oposto, assim como o mal é a
ausência do bem, não seu oposto.

O oposto da luz é a própria luz, assim como o oposto do mal é o próprio mal.

O bem é composto pelas forças yin e yang, assim como o mal; a luz contém em
si as forças complementares, assim como as trevas.

Uma alimentação equilibrada nem sempre é boa, depende dos elementos que
a compõe: se são complementares bons, ela é boa e vice-versa.

Quando se diz que os opostos se atraem, é porque são complementares, não


díspares.

A grande falácia é confundir a ausência de algo com sua oposição.

E a filosofia?

Stephen Hawking e Leonard Mlodinow, autores do livro “O Grande Projeto


(The Grand Design)”, logo no primeiro capítulo, pouco após o início, escrevem que “a filosofia
está morta”. E continuam dizendo que ela “não tem acompanhado a evolução da ciência,
particularmente da física”.

Ora, são duas matérias diversas, uma não tem nada a ver com outra. Como
podem dizer que a filosofia está morta? Não a conhecem, isso é verdade, por isso se acham no
direito de julgá-la. A filosofia, como a física, continua discutindo a realidade e sua natureza, o
comportamento do universo, o mundo em que nos encontramos, entre outras dúvidas
colocadas pelos autores em sua obra conjunta. Eles perguntam ainda: “O universo precisou de
um criador?“

Considero-os orgulhosos demais em sua posição, anacrônicos quanto a isso,


pois tal questão já foi inumeráveis vezes posta em questão, desde séculos, e nunca foi
resolvida.

Eles ainda dizem que “Os cientistas se tornaram os portadores da tocha da


descoberta, em sua busca pelo conhecimento”.

Com todo o respeito pelos autores, mas... não é muita pretensão?

O propósito da existência.

Uma pergunta crucial para o ser humano é o porquê de sua existência. Por que existo?

A religião ou a filosofia podem dar uma resposta, mas é pouco. É sempre racional
demais para o que precisamos. Podemos momentaneamente achar uma resposta, que não
pode ser descrita em palavras, mas ainda assim não nos damos por satisfeitos.

Na série Jornada nas Estrelas – A Nova Geração (4ª temporada, episódio 3, “brothers”),
há uma cena em que o androide Data pergunta a seu criador, Dr. Soon, o porquê de ter sido
criado. A filha do androide, que ele mesmo construiu, Lal, pergunta ao pai o seu propósito (3ª
temporada, episódio 16, “descendência”). É sempre a mesma indagação.

Não importa aqui a resposta, assista aos episódios, mas a pergunta de Data e de Lal. É
a própria indagação que o ser humano faz a Deus. Na série, os androides perguntam a quem os
criou o propósito de suas existências. É algo tão sensível, tão próprio da dúvida primordial, que
pensamos em Data e Lal como o próprio ser humano perguntando a Deus.

Por mais que obtenhamos uma resposta, nunca é satisfatória. Se a ciência pudesse
dizer algo a respeito, seria totalmente impróprio e impalpável, porque estaria sujeito a futura
alteração (como é próprio à certeza científica).

Se um ser humano nos respondesse, poderíamos acreditar ou não, ter fé ou duvidar.


Se Deus nos respondesse não teríamos a capacidade de compreender.

Qual a causa desse ínterim entre nosso nascimento e nossa morte?

Vamos prestar atenção: não estou perguntando da finalidade do nascer e do morrer.


Falo do porque existir.

Caetano Velloso, numa época de grande inspiração, fez uma canção cuja letra dizia:
“Existirmos/ A que será que se destina?“ [Cajuína]

É uma pergunta, ao mesmo tempo, sem resposta e com infindáveis réplicas.


Ela está presente na filosofia, na teologia, na teosofia, nas religiões, nas ciências, no
conhecimento humano como um todo.

Muitas são as respostas que ouvimos, ou lemos. Mas elas nunca nos satisfazem...

Pessoas respondem do alto de suas cabeças como se elas tivessem soluções para tudo.
Mas nunca é satisfatório. Pode valer por um tempo, mas depois as palavras se desfazem.

Se a resposta for não-verbal, ainda assim é insatisfatória, porque somos humanos, e


sempre buscamos além.

Talvez esperemos saber um resultado muito simples, ou quiçá, muito complicado.


Pode ser que cada um de nós já saiba a resposta, mas não queira reconhecer, por falta de
coragem, de autoconfiança.

Palavras da moda.

Na década de 2010, algumas palavras foram muitíssimo usadas no Brasil. De


certa forma, isso ocorreu também em outras partes do mundo, com suas traduções.

Aqui, alguns dos vocábulos, incluindo suas variações:

. interagir;

. conectar;

. atualizar e

. acessar.

Apesar de serem próprios aos computadores, seu uso ocorreu em todas as


outras áreas.

Em minha vida, sempre vi isso acontecer. Algumas palavras de algum jargão --


não gírias, que é outro caso – começam a ser usadas por todo mundo, como se fossem parte
do vocabulário do dia-a-dia, e têm um tempo de vida. Eu mesmo utilizo com frequência
algumas, não exatamente as da moda. Estas, tenho o costume já antigo de evitar.

Já vi ocorrer isso com palavras advindas da comunicação social, do mundo dos


executivos, e até especificamente da publicidade e propaganda – como adequar – entre
outras.

Roberto Muggiati, na edição de 1973 de seu livro Rock, o Grito e o Mito,


comenta que os jovens norte-americanos, desde o segundo meado dos anos 1960 até então,
tinham suas gírias voltadas para a tecnologia sobre o rock, e cita algumas: groovy, “ que
seguramente se originou no MICROGROOVE do LP”, turn on, good vibes, high, etc.

Lei do Carma segundo eu mesmo.


Ao se produzir determinada energia, o que é feito de acordo com o ato
praticado, automaticamente produz-se também sua contrária equivalente, feito imagem e
reflexo.

No cotidiano, é difícil perceber o que é reflexo de qual determinada ação, ou


conjunto de ações. Ora, a forma com que essas energias e seus reflexos se apresentam não
são, no geral, coincidentes.

Nem sempre, por exemplo, o equivalente a um homicídio é outro homicídio


contra quem o praticou. Podem ser atos contínuos de violência em sua vida contra si mesmo,
ou um acidente grave, ou ganhar muito dinheiro e ser roubado minutos depois.

A dependência do reflexo cármico varia também de acordo com a escala de


valores do próprio indivíduo.

Isto não é doutrina, apenas uma reflexão.

Sócrates nunca existiu.

O antigo filósofo grego não deixou nada escrito. Ele, segundo disseram – e escreveram
– temia que a escrita fizesse com que abandonássemos a memória.

Nunca pensou que adquiriríamos um novo tipo de memória, como se fosse um índice
catalogador de uma imensa biblioteca, ou de arquivos de um computador, em vez de apenas
alguns livros.

Francisco Bosco, em seu livro Alta Ajuda, no capítulo Modos de Saber, informa que “na
Antiguidade um leitor que tivesse lido cem livros era considerado um sábio; cem livros é, hoje,
o que um intelectual estudioso pode ler num ano –“.

Se Sócrates escrevesse – e se seus livros durassem até hoje – saberíamos que tal
filósofo realmente existira e como realmente ele pensara e se exprimira.

No presente, tudo o que sabemos é o que escreveram Platão e Xenofonte sobre o que
ele teria dito. Seu busto, preservado até hoje, pode ter sido apenas uma escultura posada por
um modelo qualquer, ou, quiçá, o Alter ego de Platão.

Essa é uma teoria que tenho cá comigo. Penso que Platão era um caso de dupla-
personalidade. Sentindo-se com a vida muito reprimida, sem querer criou Sócrates, como seu
mestre. Assim, este era um alter ego de Platão, seu segundo “eu”.

Sócrates não acreditava nos deuses, Platão sim. Sócrates era ousado em seus diálogos,
chegou a ter até uma esposa fictícia – Xantipa – e filhos. Talvez a segunda personalidade de
Platão fosse tão visível aos olhos dos outros atenienses, que ele tivesse realmente uma esposa
real.

Platão mesmo nunca teve esposa, e não deixou descendência.

Essa dupla vida não devia ser vista como um desvio mental para seus conterrâneos,
mas talvez como um presente dos deuses. Afinal, um homem só, ser portador de duas
personalidades tão diferentes, e ambas de filósofos...
Sabemos que, quando uma pessoa tem dupla-personalidade, cada uma destas pode
ter uma completa diferença na aparência, nos trajes, na voz e entonação, além das
características mais íntimas, como individualidade, traços típicos e gostos pessoais.

A História coloca como data de morte de Sócrates 399 Antes da Era Comum (AEC),
portanto muito anterior à de Platão, cuja data de morte é 348/347 AEC. A diferença de idade
entre os dois era de aproximadamente 42 anos, perturbador para quem desconhece os casos
de dupla ou múltipla-personalidade. A transformação de Platão em Sócrates era, portanto,
enorme.

Atenas era uma cidade-estado minúscula, a ponto de todos se conhecerem. Todos


reconheciam Platão ou Sócrates quando estes “viviam” suas vidas.

Sócrates era um homem com muito mais liberdade em seu estilo de vida que Platão.
Sócrates andava pelas ruas, fazendo perguntas aos passantes, extraindo daí respostas que
construíam sua filosofia, baseada em sermos pessoas nobres, justas e boas.

Platão escreveu “O Banquete”, onde descreve as delícias da relação carnal


homossexual entre um filósofo de meia-idade, casado, e um jovem e belo rapaz. Platão não
precisou de seu alter ego para escrever esse livro, porque o costume era aceitável entre os
filósofos atenienses. Por esse motivo, os espartanos os chamavam de “greguinhos”.

No entanto, conta-se que, entre os guerreiros espartanos, havia uma invencibilidade


baseada no fato de dividirem-se em casais de homens, que se protegiam, um ao outro, nas
batalhas. Mas eram homens – casados com mulheres – que se uniam lealmente, e com idades
próximas.

Isso diferenciava os guerreiros espartanos dos filósofos gregos, cuja atração física por
tenros rapazes era fugaz e apenas carnal.

Mas voltando a falar de Platão, este era um homem reprimido socialmente, e nas
ideias, embora muito inteligente. Seu caso mais famoso está no livro A República. O capítulo
VII trata do “mito da caverna”, em que ele descreve a mente dos intelectuais, que desbravam
suas cabeças, mas depois são desacreditados pelos comuns, tidos por estes como visionários.

Esses querem compartilhar com os outros a realidade, ou a verdade, ou uma visão


mais clara das coisas. São o que ele chama de políticos(!), que devem descer à altura da visão
dos comuns, para elevá-los às coisas mais claras.

Platão era um “visionário”, que usava a personalidade Sócrates para se proteger.


Sócrates era corajoso, dizia o que pensava, fazia seus discípulos aprenderem a pensar por si
mesmos.

Platão já tinha essa dupla personalidade desde jovem, pois, sendo rico e nobre,
Sócrates deveria ser pobre e de descendência inculta, não sabendo ler nem escrever, embora
tivesse uma oratória que dominava os invejosos sofistas de então.

Os pais de Platão, vendo o filho poeta, queriam-no na carreira política, no mau sentido
do termo, e o incitaram a ver Sócrates discursar na praça. Não sabiam que Sócrates era a
segunda personalidade de seu próprio querido filho.

Naturalmente, foi quando as duas personalidades viveram seu maior auge, ambas
como filósofos. Era uma mão na roda que Sócrates confiasse na memória, e desconfiasse de
textos escritos, pois todos os textos atribuídos a este eram na forma de diálogos, tal qual as
obras de Platão. Pelo menos as não consideradas apócrifas.

Seus concidadãos reconheciam Sócrates como maior que Platão, muito mais sábio. O
dramaturgo Aristófanes, em sua comédia “As Nuvens” tirou sarro dele, fazendo de Sócrates o
protagonista da peça, e apresentando-o como um ser que vivia apenas flutuando nas ideias,
sem tempo para a vida real.

De tal forma Sócrates era famoso em seu tempo e lugar, para o bem e para o mal, que
Platão teve ciúmes de seu próprio segundo “eu”, decidindo acabar com sua vida. Na verdade,
Platão integrou em si mesmo a personalidade de Sócrates, e curou-se.

Porém, fez isso com espetaculosidade. Escreveu a “Apologia de Sócrates”. Nela, o


filósofo maior declama sua autodefesa contra os caluniadores, que diziam que ele corrompia a
juventude. Mesmo sabendo-se inocente, decide respeitar a lei ateniense, e bebe a cicuta,
rodeado de seus amados discípulos, que lamentam a morte de tão grandioso cidadão.

Sócrates teria expulsado Xantipa de seu ato heroico, pois as mulheres não tinham
valor algum na incipiente democracia ateniense, que as excluía inclusive dos pleitos, assim
como aos escravos.

Do mesmo modo, como a morte de Sócrates não existiu aos olhos de ninguém, apenas
na literatura de Platão, que fora poeta quando jovem, Xantipa e os seus filhos, se existiram,
não poderiam mesmo estar presentes. Na “Apologia”, Platão e outros discípulos presenciaram
a morte do mestre.

Não houve nenhum corpo para ser enterrado. Claro! Nenhum ateniense esperava por
isso. Da dupla personalidade, uma foi condenada. Foi o momento de obrigatória metanoia
para Platão.

A vida imitou a arte. Platão inventou uma história para Sócrates, e a História aceitou
como verdadeira.

Os escultores gregos fizeram um busto de Sócrates, baseado no que Platão


apresentava. Naturalmente, o busto de Platão era completamente diferente. Os atenienses
acreditavam mesmo que eram duas pessoas distintas, vivendo numa só. Isso, como já disse,
sendo as duas intelectualizadas, fazia de Platão um homem sapientíssimo. Com a sabedoria de
ambos.

Ele escreveu sempre em seu próprio nome, às vezes assinando-se como si mesmo, e
outras escrevendo o que Sócrates teria dito a seus discípulos.

Por essa razão, não há livro algum assinado por Sócrates, embora seja ele a
personificação da mais alta filosofia grega antiga. Mas, sabendo de tudo acima exposto,
chegamos à conclusão que PLATÃO foi o maior filósofo, não só da Academia, mas o mais
prolífico da antiga Grécia.

O mito da caverna de Platão revisitado.

Vários homens viviam dentro de uma caverna acorrentados, vendo apenas


imagens na parede à frente formadas pelas sombras do que se passava do lado de fora.
Eles não conheciam a realidade, apenas as sombras, desde que nasceram.

Um dia, porque toda história tem um dia... Pois, um dia cinco deles se soltaram
das correntes e foram para fora. A luz do dia lhes ofuscou a vista, pois não estavam
acostumados com tanta luminosidade. Com o passar do tempo se acostumaram e puderam
ver que a realidade era muito mais do que as sombras.

O primeiro não suportou o que viu e voltou a se acorrentar na segurança da


caverna, sem comentar nada com ninguém.

O segundo retornou e contou a todos o que viu; foi dado como insano e foi
acorrentado contra sua própria vontade.

O terceiro se deslumbrou com o que viu e não quis voltar, mas era tanta
informação que enlouqueceu.

O quarto percebeu o quão maravilhosa era a vida com a liberdade da luz e


nunca regressou.

O quinto sabia que nunca mais poderia voltar, pois o passo que dera ao sair da
caverna era definitivo: sua vida nunca mais seria a mesma...

Onde está a moral da história?

O bom selvagem?

Jean-Jacques Rousseau, em O Contrato Social, escreveu que o homem nasce


bom e que a sociedade o corrompe.

Não é ele, como disse Luiz Felipe Pondé, no Guia Politicamente Incorreto da
Filosofia, o precursor do politicamente correto de nossos dias.

Ora, Rousseau não dizia que o ser humano selvagem, distante da civilização,
era bom, mas sim o que acabou de nascer. Pois o selvagem guerreia, briga, luta para conseguir
alimento, como o civilizado. Igual é o ser que acaba de nascer, seja no meio selvagem ou no
meio da civilização.

Tudo não muda.

Quando declinamos a máxima Tudo muda, queremos dizer que todas as


coisas e todos os seres mudam. A todo instante.
Nada ou ninguém é o mesmo no momento presente do que foi no passado
ou do que será no futuro.
Ora, se assim é, se tudo muda, isso quer dizer que existe uma infinitude que
não se altera nunca. Faz parte do processo do tudo mudar... Se Tudo muda, algo e alguém não
muda. Isso é lógica, pura lógica.
É o que tenho a dizer por enquanto.

Nietzsche nazista?
Muitos leitores de filosofia, ou que apenas ouviram falar nesse filósofo sem
nunca o ler, que o discutem como se houvessem lido com atenção a pelo menos um de seus
livros, dizem que ele era nazista.
Depois que ele morreu, em 1900, sua irmã ficou detentora de todos os seus
arquivos. Ao subir Hitler no poder, imediatamente ela disse que o Super-Homem do filósofo
era um ideal baseado na raça ariana, desprezando todas as outras raças. Esse era o ideal
nazista, mas não o de Nietzsche, conforme confirma Nicholas Fearn, em seu livro Aprendendo
a Filosofar em 25 Lições. Ora, a ideia do Homem Superior, de Assim falou Zaratustra, era a de
um homem acima da mesquinharia intelectual humana, ou além da mediocridade, como
podemos ler em Ecce Homo.
Hitler gostava muito da música de Wagner, que foi muito admirado
também por Nietzsche. Mas este, com o passar do tempo, desgostou do compositor, diz
Nicholas, já por seus ideais pró-nazismo. Também desprezava seu próprio povo, o alemão.
Nietzsche gostava de outras nações muito mais que a sua.

A propósito:

Henry Miller, no seu texto “A Hora dos Assassinos”, na parte onde fala de sua
relação com o poeta Arthur Rimbaud, declara: “O novo homem só se descobrirá quando
terminar o conflito entre a coletividade e o indivíduo.” (Trad. Milton Persson.)

Predestinação.

Já falei duma outra vez que não acredito em predestinação. Que para mim tudo
depende de livre arbítrio.

Porém, não pensei direito, naquela feita. Se eu digo que a possibilidade de escolha
ocorre sempre, sempre, sempre, estou admitindo que isso é o destino dos acontecimentos.

Vamos então propor um novo dito: não acredito na fatalidade, pois quase todas as
vezes há o livre arbítrio.

Da imortalidade.

Fala-se dos corpos, humanos ou não, que ao morrer se desfazem em pó. Sejam
pessoas simples, sejam celebridades, sejam Conquistadores, sejam políticos, sejam artistas ou
que quer que sejam, todos voltam ao pó.

Nada deixam, a não ser suas memórias na cabeça das pessoas que sobrevivem, seus
escritos, suas pinturas e esculturas, suas obras beneméritas, mas tudo isso também tem um
fim.

Shakespeare era famoso em seu tempo. Suas peças eram assistidas pelo mesmo povo
que via circos e trupes que passavam pela cidade. Viam sem pensar muito, chupando laranja,
pois a linguagem usada nas peças era popular naqueles dias. Não precisavam fazer análises
literárias ou histórico-geográficas para entendê-las.
Machado de Assis era publicado em bordas de jornais, como escritor de uma
subliteratura. Ele também escrevia numa linguagem totalmente acessível a um público pouco
letrado. E, no entanto, hoje é estudado em universidades e tido como um dos maiores
escritores do mundo.

O que fica disso tudo? Quem entende os antigos sábios? Interpretações sobre
interpretações são construídas sobre traduções nem sempre corretas. E o que é uma tradução
correta? Ler os originais seria opção, se não vivêssemos nos tempos atuais, com outro
contexto.

Como saber interpretar corretamente o baixo contínuo da era barroca? É preciso,


inclusive, ter a certeza de que a partitura esteja corretamente escrita, de acordo com que o
músico queria que fosse tocada, com ou sem ornamentações.

Tudo passa, diz o Eclesiastes, nada sobra para o futuro. Os registros, por menos que se
degradem, são apenas registros. A cabeça do ser humano muda, as circunstâncias são sempre
outras. Podemos tentar guardar, mas nunca deixam de ser tentativas.

Minimalismo.

Um novo nome para uma tendência que há vários anos se encontra entre nós.

Tem a ver com o desapego. Chamam agora de destralhe, que é se livrar das tralhas. Se
desfazer e sentir paz interior.

Esse é um processo longo, que não pode ser feito de uma só vez. Tem que ser aos
pouquinhos, alguns minutos por dia, digamos vinte.

“O desapego não pode ser dolorido”, explica Rosana Radke, no vídeo do YouTube
“MINIMALISMO ESTILO DE VIDA feat Rosana Radke”. Ela explica que se deve começar pelo que
se tem menos amor, pelas coisas que são menos queridas. É “viver com o essencial”, algo que
varia de pessoa para pessoa.

“Gostar de tudo que se tem e usar tudo que se tem”, diz ela, é minimalismo.

Malas menores para viajar, menos malas, menos roupas, levar só o que vai realmente
usar.

Realizar também um desvínculo emocional, se desligando de pessoas que não te


fazem bem.

Buscar um tempo livre, se livrar dos compromissos em demasia.

“Pinho 2019”, no vídeo do YouTube “MINIMALISMO MENTAL – SEU ESTILO DE VIDA”,


fala que “O caminho de uma vida não é replicável.” Ele quer dizer que cada um tem seu
próprio modo de viver seu minimalismo. Não se pode julgar alguém, dizendo que não é
suficientemente minimalista, quando a si mesmo acha que é. Eu diria que o minimalismo não é
necessariamente uma virtude a ser medida, apenas um modo de vida.

Ainda segundo Pinho 2019, o minimalismo mental é um sacrifício num lugar para
aproveitar em outro. Pensar no que gosta realmente, economizar no que não gosta tanto e
gastar no que gosta mais.
Paradoxo da tolerância.

“Se a gente é absolutamente tolerante a tudo, inclusive aos intolerantes, a gente corre
o grave risco de que os intolerantes destruam a própria tolerância.”

Isso foi citado pelo advogado e professor Daniel Antônio de Moraes Sarmento, na live
pelo Instagram da OAB/ESA “Liberdade de Expressão e Limites ao Discurso Democrático”.

Essa citação se torna extremamente importante no instante político pelo qual


passamos, de radicalização e impertinência de nossos partidários mais poderosos do Executivo
e do Legislativo.

Estamos num momento em que nossa Democracia corre o grave risco de desabar
completamente, pois ela não termina na escolha de nossos governantes, porém continua na
liberdade de continuarmos expressando nossas opiniões.

O jurista comentou o caso de Hitler, que foi eleito num pleito democrático e tornou-se
o grande ditador, proclamador de um “discurso de ódio” que contaminou, durante uma era,
toda a nação.

Por deixarmos que pessoas intolerantes ajam de acordo com seus discursos, podemos
perder o direito à tolerância em nosso país. E aí quero dizer o direito à tolerância sobre
racismo, homofobia, deficientes físicos, emocionais e mentais, entre outras coisas.

Setembro\2022.

Existo, logo penso.

(Miguel de Unamuno (1864-1936))

Descartes é autor do dito "Penso, logo existo".


Miguel de Unamuno, em seu "Do Sentimento Trágico da Vida", discute essa questão.
Ele diz que a solução cartesiana está incorreta. Deveria ser justamente o contrário: existo, logo
penso, como para Kierkegaard (1813-1855).
Mesmo assim, ainda discorda que o fato de apenas existir seja o suficiente para
pensar.
Diz também que o racionalismo puro não existe, pois a razão não deve ser dissociada
dos sentimentos.
Dessa forma, a existência não pode ser uma consequência do pensamento.
Ao mesmo tempo, pode-se pensar numa consciência (razão e sentimento) sem
existência? Seria uma consciência incorpórea, uma consciência sem existência.
Além do mais, só o ser humano pensa? Só o ser humano tem sentimentos? Como diz
Unamuno, um caranguejo pode saber resolver uma equação de segundo grau e nós não
percebermos.
Ou um parasita, que não ouve nem vê, não tem consciência?

Adendo

O homem, dizem, é um animal racional. Não sei porque não se diz ser um animal
afetivo ou sentimental. Por acaso a diferença dos outros animais seja mais o sentimento que a
razão? Mais vezes vê-se um gato raciocinar que rir ou chorar. Talvez chore ou ri por dentro,
mas talvez por dentro também o caranguejo resolva equações de segundo grau.

Miguel de Unamuno, Del Sentimiento Trágico de la Vida, Cap I.

O dogma

O dogma é algo tido como certo e indiscutível.

Toda hipótese é um dogma. Tem que ser, pois é a partir dela que se desenvolve o
método científico de experimentações e resultados.

Cada resultado diferente é uma nova hipótese.

Se não criar dogmas, não há método científico. Não há hipótese. Não há tese dialética.

A igreja católica, por exemplo, é baseada em dogmas irrefutáveis, que não podem ser
cientificamente experimentados, dialeticamente refutados. É um tipo distinto de dogma, pois,
a partir destes, se constrói essa religião.

Nem toda religião tem essa base. Muitas têm experimentações, ainda que espirituais.
Ou debates. Ou inspirações.

Instituições.

A escola é uma instituição. Assim como o Ministério da Saúde, uma Secretaria


Municipal, um Governo etc.

As instituições servem a um determinado propósito. A Universidade, por exemplo,


existe para ensinar, fazer pesquisas, entre outras coisas.

Se uma instituição funciona mal, ou não funciona, é dever de quem se serve dela, ou a
administra, ou é seu servidor, protestar.
Isso deve ser feito de forma democrática, civilizada, sem partir para a violência. Se os
meios mais simples não derem efeito, vale o diálogo entre as partes.

Se ainda assim, não houver mudanças para melhor, aí entra o sistema legal de
protesto na rua. Ou de abaixo-assinados, que podem ser virtuais.

A instituição deve se tocar para os problemas existentes, e buscar soluções. Se não


tiver competência para fazer isso sozinha, deve buscar ajuda dos próprios que se servem dela.
Voltar ao diálogo, às negociações.

É assim que deve funcionar, sem violência de nenhuma das partes, como não sói
ocorrer. Na prática.

Nova Gaya

(Mandala nº11 - aquarela do autor.)

Há uma tese que diz que a Terra é um ecossistema altamente integrado. O que
acontece com a natureza da Nigéria, África, tem influência sobre a Amazônia. Que tem
influência sobre Paris. Que tem influência sobre as montanhas do Tibete.

Ou seja, tudo no mundo está integrado com tudo, por menos que pareça. O que eu
faço na Terra, influi sobre o pensamento de várias pessoas, que influem sobre o meu
pensamento, que influi sobre as ações da cadela de nossa casa. O que essa cachorrinha faz,
influi sobre a natureza do planeta.

Todos os seres vivos estão integrados, sejam animais, vegetais, protistas ou minerais.

Tudo é vida.

E tudo está integrado entre si.


Qualquer desequilíbrio num pequeno ecossistema, urbano, rural ou selvagem, afeta
todo o planeta.

Isso é Gaya.

A tecnologia está imitando Gaya, em sua crescente e artificial forma de nos conectar,
através de uma internet cada vez mais pessoal.

Pouco a pouco, os dados de cada ser vivo são mais e mais investigados. Cada ser vivo é
transformado em dados computadorizados.

Há, porém, tribos indígenas na Amazônia que ainda não foram descobertas. Há plantas
e animais se extinguindo antes de sequer sabermos de suas existências. Falta a conexão de
dados para esses seres.

Existe Gaya. A tecnologia tenta imitar Gaya, mas ainda vai demorar para chegar a
tanto. Se é que um imprevisto não faça, um dia, tudo se desconectar.

É a dialética da História e da natureza.

Adendo

“E quando o amor é tão grande e tão vivo, e tão forte e transbordante que a tudo ama,
que então personaliza tudo e descobre que o total Todo, que o Universo é Pessoa também, que
tem uma Consciência que, por sua vez, sofre, compadece e ama, quer dizer, é consciência.”

Miguel de Unamuno – Del Sentimiento Trágico de la Vida, capítulo VII.

Ética

A ética vem, normalmente, sob a forma de um sistema legal escrito. Não é algo
natural, como a moral e os costumes. Um grupo decide o que é ético, escreve sobre um
códice, e diz: este é o código de ética de tal profissão.

Um professor de Direito Civil que tive na faculdade disse que, no Brasil, tem leis que
“pegam” e outras que não.

É o caso do “politicamente correto”. Por exemplo.

Não deu certo mandar que falássemos “afrodescendente” no lugar de “negro”, porque
para nós não existe essa necessidade. Somos um país de maioria parda, não há o que negar.

O estoico Zenão de Cítio chamava a ética de um bom fluxo de vida. Podia ser no tempo
e na terra dele, mas aqui em nosso país não é bem assim que funciona. É um bom fluxo de vida
quando a lei está de acordo com o nosso pensamento, nossos costumes.

É assim.

Adendo
“E o que é ser bom ou ser mau? Isto é já do domínio da ética, não da religião. Ou
melhor, não é da ética o fazer o bem, ainda que se seja mau, e da religião o ser bom, ainda que
se faça o mal?”

Miguel de Unamuno – Del sentimiento trágico de la vida, capítulo X.

Filosofia e futebol.

A filosofia é como um jogo de futebol. Ver por baixo ou por cima é a diferença entre
não entender ou entender.

O que quero dizer é que há duas maneiras de se ler, ou ouvir alguém falar sobre algum
assunto filosófico.

Nós podemos ler com muita atenção, voltar páginas, ler de novo, pesquisar sobre o
que não entendemos, seja em livros, na internet – em sites confiáveis - ou mesmo perguntar
para pessoas que conhecemos e que confiamos em sua sabedoria no assunto.

O mesmo se dá quando ouvimos alguém falar sobre algum assunto que não
compreendemos. Podemos até indagar à própria pessoa sobre o que ela explica, caso ela
tenha entendimento suficiente para fazê-lo, não seja petulante ou arrogante. Mesmo assim, se
ela tiver disposição para explanar, sempre vale a pena.

Quando assistimos a um jogo de futebol, e entendemos as regras, tudo bem. É ver por
cima.

Mas se assistimos sem entender nada, e não temos como pedir explicações, é ver por
baixo. É como na filosofia.

Porém, para ver por cima, é preciso mais algumas coisas. É necessário o desejo de
perscrutar o assunto, de digeri-lo e sentir o seu aroma, o seu sabor. É necessário se apaixonar.
Senão, não tem jeito.

Ver por cima ou ver por baixo são, portanto, as duas maneiras de se observar, ler,
ouvir, assistir, comprender alguma coisa. Podemos ver por cima ou ver por baixo de acordo
com a boa vontade nossa e/ou dos outros.

O Ser, o Outro e Eu-Mesmo.

O Ser é tudo o que existe? Filosoficamente, pode ser.

Então, assim como o Todo é o Ser, Eu também sou o Ser. E qualquer que seja o Outro,
também é o Ser.

Passei muitos anos tentando entender o que é o Ser em filosofia.

Se perguntar a um professor que lide com o tema, ele terá, talvez, uma resposta. E
cada filósofo entende o Ser de um jeito diferente.

Platão complicava muito, dividindo em quatro conceitos diferentes. Sartre tinha seu
conceito, Jaspers outro, Heidegger outro.
Tenho minha individualidade. Sou o Ser. Outra pessoa tem sua própria individualidade.
Também é o Ser. Ela é outro Ser, diferente de mim. Um cão é o Ser. Uma planta é o Ser. Uma
pedra é o Ser. Um conjunto de pedras é o Ser.

O Ser é o que vive? É o que pensa? É o que respira? É o que existe.

Segundo Miguel de Unamuno, se existo, eu penso.

Então, tudo o que existe, pensa. O Ser pensa. O Ser respira. O Ser vive. A natureza vive.
E o aparelho tecnológico? Não é como uma pedra, foi construído pelo ser humano. Pelo Ser.
Ele existe. Mas ele pensa?

Um Ser constrói outro Ser? São necessários dois seres da mesma espécie – em geral –
para nascer um terceiro. Quem construiu a individualidade desse Ser? Quem criou a
individualidade desse Ser?

Só um Ser pode criar individualidades. Um Ser em especial.

As individualidades se modificam, através de suas personalidades.

A individualidade é mais que o DNA, tem espírito, que faz o Ser existir.

A personalidade se modifica com o passar do tempo. Sempre.

O Ser, seja eu, seja o outro, sejamos nós, tem uma personalidade. A comunidade é um
Ser, com personalidade. Mas não com individualidade.

Sabedoria.

(Mandala nº 13 – aquarela do autor.)

Tem gente que diz que não precisa aprender mais nada, que já sabe o suficiente.
Tem gente que se acha sempre certa, que nunca está errada.

Tem gente que acha que não tem mais idade para aprender nada, que já passou seu
tempo.

Infelizes.

Sempre aprendemos algumas coisas durante nossos dias de vida. Seja lendo,
estudando, conversando, assistindo TV, ouvindo rádio, pesquisando na internet, vendo um
jornal ou revista, experimentando uma comida que não conhecemos, sei lá, há tantas formas
de se buscar conhecimento!

Há várias formas de inteligência: mental – QI, emocional, musical, social, espiritual, etc.

Precisamos manter nossa mente aberta, nosso espírito aberto, porque nunca é tarde
demais para conhecermos algo novo, diferente do que estamos acostumados.

A busca pelo conhecimento, e pelo autoconhecimento, mais a interiorização do


aprendizado, mais a busca espiritual, e mais a procura pelo equilíbrio emocional, musical e
mental, leva-nos ao caminho da sabedoria.

Essa tem que ser nossa grande motivação.

O que é a condição humana.

Muito se fala sobre a condição humana. Sartre dizia que o que limitava a vida do ser
humano era sua condição de ser humano.

A condição humana é a colisão entre a vida e a morte. O ser humano se vê sem


solução a não ser viver sempre combatendo a morte. A sobrevivência é a palavra de ordem.

Para os que acreditam que o ser humano está dependente da condição humana, não
há saída. Sempre haverá a luta entre a pessoa e a sociedade.

São as formas de vida que nós impomos a nós mesmos para sobrevivermos.

Segundo Hannah Arendt, todos nós somos condicionados de acordo com o local e o
momento histórico do qual vivemos. São o ortesgeist - espírito do lugar, e o zeitgeist –
espírito do tempo. E todos nós somos sujeitos à condição humana. Os que condicionam os
comportamentos dos outros se tornam condicionados pelo próprio movimento de
condicionar.

O livre arbítrio é essencial, pois deve-se sempre viver pela liberdade, sobrepujar a ideia
de que tudo está escrito nas estrelas.

O que vale é o autoaperfeiçoamento. Sobrepujar as limitações do que a vida nos


oferece.

Acreditar na condição humana é dizer que tudo na vida é apenas um prelúdio para a
morte, que passa apenas a ser a negação da vida.

Não é uma perspectiva otimista. É um pessimismo nato, puro e radical. Os filósofos


que se apegam à essa ideia normalmente são ateus, pois não têm uma expectativa de que
possamos ter uma vida produtiva e voltada para nossa pós-existência.
Pessoalmente, considero importante pensar na condição humana, mas com uma
perspectiva otimista, de que podemos alterar as coisas para melhor.

De que a vida não pode ser apenas a luta pela sobrevivência. De que devemos ter
tempo para o nosso lazer, passar tempo com quem amamos, estudar, ler, assistir a bons
filmes, séries que nos façam pensar.

Fazer, enfim, coisas que nos edifiquem, e que possamos levar para nosso inconsciente.
Ou para nossa alma. Depende do que acreditamos. Ou do que não cremos.

O Tempo do mundo.

Existe uma datação bíblica que coloca a criação do mundo no ano de 4004
AC. Isso é um dado apenas para os que acreditam.

Parece pouco tempo, perto dos 4,5 bilhões estimados pela ciência atual,
que é também apenas para os que acreditam.

Entretanto, o que muitos notam é que vivemos dias cada vez menores, o
tempo parecendo que corre mais rápido que quando éramos meninos. É claro que aí entra a
questão pessoal, de que quando somos mais jovens, com menos tempo de vida, os dias
parecem realmente maiores, em comparação com o que sentimos no futuro. Mas, mesmo
assim, as pessoas estão dizendo que o tempo está mais acelerado que no passado. Muitos
jovens estão achando que tudo está passando muito rápido!

Baseado nisso, podemos imaginar que os dias da Antiguidade eram muito


maiores que os atuais. O ritmo do nosso planeta era mais lento que hoje. Então, muito mais
coisas aconteciam em cada dia.

Já os seis dias de criação foram grandes eras, ou quem sabe tenham sido
bem grandinhos. Duraram bem mais que os atuais. E a noção de história fica comprometida,
da mesma forma como a ideia de que o método do carbono 14 pode nos dar o tempo
decorrido de um objeto.

Afinal, não podemos pensar no Tempo como perfeitamente regular,


retilíneo, como uma régua; ele é relativo.

O Tempo Circular.
1.
Da maneira como concebemos o tempo, ele é linear, com um passado,
um presente e um futuro, com os dias, meses e anos se seguindo de forma regular.

Ora, e se não for assim?

Consideremos que o tempo seja irregular, com diferenças nos tamanhos


dos dias, meses e anos, conforme a época. Quem sabe tenhamos passado por períodos de
imensas noites e imensos dias...

Consideremos que o futuro esteja junto com o passado e que o presente


seja uma ilusão, ou talvez a única coisa que exista realmente. Mas isso, deixemos de lado por
hora.
Houve algumas ocasiões na história em que os povos acreditavam num
tempo não-linear, em que o passado era a criação do mundo e o futuro o juízo final. O
presente se sucedia com a mudança das estações e a repetição constante dessas. Vivia-se por
luas e primaveras, mas sem contabilizá-las, apenas reconhecendo-as quando voltavam. Era
como um círculo, eternamente recomeçando, para apenas sair dele quando viesse o Dia Final,
fosse esse uma grande catástrofe ou um Apocalipse.

Consideremos que a cada período de tempo o futuro se reencontre com o


passado, mas acima deste, como numa espiral. Cada experiência sendo única: a posterior,
ainda que parecida com uma anterior, não é repetição. Seria esta uma releitura do tempo
circular.

No entanto, se a dialética existe mesmo, nem sequer a espiral será


necessariamente regular. Assim, previsões baseadas em acontecimentos passados não terão
valor, pois isso é um raciocínio baseado na lógica formal.

Pode ser, portanto, que nossa ideia de história esteja um pouco


equivocada. Talvez haja um passado e um futuro, mas não da forma como conhecemos. Isso
explicaria fatos dos mitos e lendas da cultura mundial e, principalmente, alguns milagres.

2.
Os relógios são circulares. Mesmo quando são feitos em outros formatos,
seu funcionamento é circular. Tem sido assim desde o nascimento do primeiro.

Talvez não seja apenas coincidência que assim o seja. Quando o primeiro
foi criado, a ideia que se tinha do tempo era que ele era também circunferencial, não linear
como o entendemos hoje.

Da mesma forma, a construção de Stonehenge também obedece à


circunferencialidade, não apenas porque essa figura geométrica tenha significado especial,
místico e esotérico, mas por causa da característica do tempo: um e outro são circunferências.

Com o entendimento da dialética, chegamos ao ponto em que


compreendemos o tempo não mais como linear, nem mais como circular, ou circunferencial,
mas como uma espiral, sempre voltando ao mesmo ponto, porém acima do anterior. Com isso,
a representação continua sendo a circunferência, que é a espiral vista de cima. Ou mesmo o
círculo, que será a espiral que cresce a cada volta.

Sendo uma espiral decrescente, teríamos a explicação do porque o tempo


nos parece passar cada vez mais rápido.

3.
O tempo, para os povos indígenas brasileiros, também é circular. Não há,
para eles, a noção de continuidade, mas sim de repetição de ciclos. O passado é estático, não
existe História.

A grande quebra do círculo é quando se tem uma festa: naquele


momento, há uma saída da rotina, e a realidade também é desmontada. Trata-se de um
afastamento do ciclo.
Assim, o irreal transpassa o tempo, e surge em meio a todos. Dá-se
oportunidade para que o prazer se instale no lugar do dia-a-dia. É nesse instante que os deuses
falam e se manifestam.

É quando se desenvolve o que não tem lugar no cotidiano, o místico


aparece em todo seu fulgor. O despido de todo dia é substituído pelas máscaras e fantasias.

Isso repete-se nas festas populares, quando a sociedade é criticada ou


imitada. Dá-se nos bumbas-meu-boi, nos reisados. Acontecia antigamente, em nosso país, no
carnaval, quando as classes sociais se misturavam nos blocos que passavam pela rua. Mas
ocorre, de certa forma, até hoje, quando as escolas de samba trazem figuras ligadas às
religiões afro-brasileiras.

Nossas festas continuam sendo quebra de ciclos, maneira de sair do


habitual para um momento prazeroso. Ao final, volta-se para o cíclico, o normal, o cotidiano,
como se voltasse de uma experiência extra-sensorial para a vida. Afinal, não se pode viver
numa festa eterna: cansa.

O nascimento do universo.
1.
Um dia nasceu o universo.

Isso pressupõe o início de tudo. Foi a partir de então, e só nesse momento


que teria começado a existência do que conhecemos hoje por dimensão e por tempo.

A ciência atual fala do Big Bang: uma explosão teria originado a existência
e tudo que nela contém.

O hinduísmo milenar conta que esse começo criou o Om (aum), um


grande som, cuja ressonância ocorre até hoje.

A Bíblia Sagrada se silencia a respeito, ensinando apenas sobre a criação


de nosso mundo. Não diz coisa alguma sobre a concepção do cosmo. Santo Agostinho
perguntou: “Que fazia Deus antes de criar o céu e a terra?” (“Confissões”: XI, 12, vers. 14: “Eis
a minha resposta àquele que pergunta: “Que fazia Deus antes de criar o céu e a terra?” [...]
Gosto mais de responder: não sei – quando de fato não sei [...].”)

Alguém o criou ou foi uma ação espontânea? Ele já existia ou veio com o
Big Bang? Algumas religiões e a ciência têm crenças ou teorias a respeito. Mas o mais
interessante é saber o que passou a existir com o nascimento do universo: tudo o que
conhecemos. Antes disso, nem o caos, que já seria alguma coisa.

Da mesma forma como nasceu, um dia morrerá. E assim, todas as coisas,


como as dimensões e o tempo.

2.
O que existia antes de nascer o universo? Ninguém sabe. Talvez o Nada.
Falamos sobre o nascimento do universo. Mas o que havia antes do Big Bang?

A primeira ideia é de que não havia nada, ou talvez um imenso Nada, uma
não-existência. No entanto, isso é apenas um primeiro conceito. Um segundo pensa na
eternidade, algo que está além da existência de qualquer cosmogonia.
Vem à nossa cabeça o pensamento de que outro universo possa ter
existido antes deste e no seu lugar. Assim como outros existem além do nosso, algum houve
anteriormente no mesmo local.

Se assim não fosse, haveria uma existência entre dois Nadas, ou ele
sempre teria existido e nunca teria fim.

Isso, naturalmente, sem falar da possibilidade de outros universos


existirem ao mesmo tempo que o nosso no mesmo espaço e tempo.

3.
Mircea Eliade, sem seu livro O Sagrado e o Profano, fala sobre o tempo
circular.

Segundo ele, há e houveram povos que tinham o ano como um ciclo, um


círculo, onde as festas sagradas eram a interrupção desses. Cada novo ano era o início de uma
nova era pura, imaculada, onde tudo recomeçava.

Portanto, a existência das coisas e dos seres começava com o Tempo. Antes de
ocorrer a existência, não havia o Tempo, ambos eram concomitantes.

Nas grandes religiões atuais, o festejo do Natal, por exemplo, ou da Páscoa, é


um momento de renovação do círculo, onde o religioso se reencontra com Deus, se aproxima
d’Ele.

Vai-e-vem.
A Teoria de Gaya pressupõe a Terra como um organismo vivo, ela como
um todo. Ora, podemos falar o mesmo do nosso universo.

Assim, a existência dele como um organismo vivo pressupõe um


movimento vital, uma pulsação, um vai-e-vem, como uma respiração, como é a atual expansão
e uma futura contração, seguida de outra expansão e assim por diante. Dizem algumas pessoas
da ciência que nosso universo está em expansão. E que assim como houve um Big Bang
haverá um Big Crunch.
Da mesma forma como os polos positivo e negativo, a ação e a reação,
tudo no universo obedece ao dualismo. O equilíbrio é o funcionamento da lei.

A expansão é o correspondente à hybris, a contração à nemesis. A


primeira é o crescimento, a inspiração, o insuflar, a excitação; a segunda, a expiração, o relaxar
e o consequente encolhimento do corpo. Diástole e Sístole. O pulsar do universo obedece a
um estimular e um acalmar. É a ideia do Tao: um movimento yang seguido por um movimento
yin.

Essa, a chave: o universo pulsa! O universo vive.

O Tempo no vai-e-vem.
O universo pulsa. Com seu nascimento, surgiu o espaço e o tempo. O
primeiro está em expansão. O segundo, num estágio de decréscimo, correndo cada vez mais
rápido, a volta da espiral cada vez menor.

Esse decrescer do tempo acontece, portanto, concomitantemente ao


crescimento da dimensão.
Na contração do universo, próximo estágio da pulsação, o tempo voltará a
crescer, os dias serão cada vez maiores, tudo irá cada vez mais devagar.

A pulsação do universo segue dessa forma, expandindo-se e contraindo-se


no que diz respeito ao espaço, seguidamente, do mesmo modo que o tempo faz o movimento
contrário.

Assim, explicamos alguns fundamentos do que ocorre na natureza. Tudo


reflete o Todo. E nossos corpos acompanham esse processo de vai-e-vem.

O universo maleável.

Vejo o universo como uma moeda de borracha maleável, mal comparando.


Você o vai esticando até não mais poder (expansão) e depois o deixa ir retraindo como é de
sua natureza.

Então você volta a realizar o mesmo processo, várias vezes, até que ele se
deforma e vai perdendo sua elasticidade.

Então, do big-bang ao big-crunch haveria depois um retorno mas nunca seria


igual, como num processo dialético.

Acredito nisso, por enquanto.

O zero e o nada.

Se dividirmos qualquer número positivo por zero, obteremos o infinito. Então,


se multiplicarmos o zero por infinito obteremos um número positivo qualquer.

Mas... e se dividirmos o número positivo por nada? É a mesma coisa?

O nada leva ao niilismo. Não é uma grandeza numérica, porém filosófica. É a


inexistência. Em matemática, o nada é representado pelo conjunto vazio.

O zero é uma grandeza física, pode ser medido, ao contrário do nada. Tanto
que falamos em números negativos, mas não em algo aquém do nada.

Por isso o zero e o nada são conceitos diferentes. Não devem ser confundidos.

O Tempo.

Mais uma vez venho falar sobre o Tempo. Não o vejo como algo regular, mas
descontínuo, com momentos mais vagarosos e outros mais rápidos. E isso varia de pessoa para
pessoa.

Para alguns, a vida passa mais rápido; para outros, mais devagar. Mesmo que
vivam menos, podem ter suas vidas mais vagarosas. O Tempo pode correr mais rápido em
algumas vidas que em outras. E de acordo com o momento, o Tempo pode se descontinuar.

Fica a pergunta no ar: o Tempo pode parar? Disse Cazuza que o tempo não
para. Foi o sentimento que ele teve, de que não lhe restava Tempo e que precisava aproveitar
seus últimos dias, escrevendo e gravando suas letras.
No princípio.

No início, era o nada.

Uma partícula indivisível em meio ao vácuo.

De uma explosão do infinitesimal nada criou-se o caos, que se expandiu em


bolas de fogo. As maiores transformaram-se em sóis e estrelas, e as menores começaram a
gravitar em volta delas.

Com o Tempo, algumas se resfriaram e se tornaram planetas. Outras se


mantiveram quentes e gravitando, tornando-se cometas.

Das que se resfriaram, as menores se tornaram meteoros. As colisões se dão


quando as gravitações interferem umas nas outras.

Assim foi criado cada um dos universos.

O Tempo é uma curva.


O Tempo sempre aparece nos calendários como uma infinita linha reta,
estendendo-se para o passado e para o futuro. Ele é imenso para nossa percepção humana.
Todavia, é uma grandíssima curva. Ela quase se fecha numa circunferência, o
que não ocorre por ser cada vez maior e acontecer mais eventos.
Da mesma forma, é cada vez mais rápido, o que nos faz apreciá-lo como
eventos que se sucedem em maior proporção à medida que o Tempo avança.
Não notamos esses fatos porque nossa contagem temporal, nossos
calendários, são lineares e aditivos, quando deveriam crescer geometricamente. O Tempo é
uma Curva.

Tempo.

O Tempo é uma passagem. Uma partícula de instante. Ele só existe agora, no


presente. Luiz Carlos Maciel, em seu último livro, O Sol da Liberdade, chega a dizer que o
presente inexiste.

O passado é constituído pela memória; o futuro pela imaginação. Uma frase


atribuída a Albert Einstein diz que “A imaginação é mais importante que o conhecimento.”

O Big Bang.

O Big Bang realmente aconteceu?

Podemos duvidar, já que é apenas uma teoria científica. E como toda teoria,
mesmo que pudesse ser de alguma forma comprovada para todos nós, seria a qualquer
momento refutada por algum cientista ou alguma nova ciência.

O Big Bang não é um dogma, embora algumas pessoas o tratem assim.


Ora, cientistas já se perguntam sobre isso e têm novas teorias a respeito. Faz
tempo...

O Genesis é sempre em todo lugar!

Deepak Chopra, em seu livro Como Conhecer Deus, disse que o Genesis é
agora.

Com isso, está expressa a ideia de que ocorre a todo instante a criação do
mundo, quiçá do universo, ou até extrapolando, de todos os universos!

É a velha tese de que tudo muda a todo instante, tudo se recria sempre...

Ora, por outro lado, ao contrário do que ele afirma nesse livro, penso que Deus
deixa pegadas bem visíveis na realidade. É fácil de se observar isso.

O início do Tempo.

O Tempo no universo começou, como já disse em outra ocasião, com seu


nascimento, no Big Bang.
O Tempo na Terra, entretanto, começou com a expulsão de Adão e Eva do Jardim
do Éden. Até então, ele não existia, apesar da sucessão de eras. As noites e dias se alternavam,
porém o ser humano só veio a existir no final de várias eras. Mas o casal primordial não vivia,
só existia.
Com a saída de ambos do Éden começou a vida como a conhecemos, e assim o
cômputo do Tempo, da forma como o concebemos hoje.
Há uma contagem de anos que coloca o início da criação da Terra em 4004 AC.
Quatro anos teriam se passado até a expulsão de Adão e Eva. Contudo, teria sido isso que tipo
de contagem?

Universo em expansão.

Há diversas teorias que sugerem que o universo esteja em expansão.


Nunca vi alguma, entretanto, que dissesse que os planetas ou astros em geral
também estivessem.
Mas, outro dia, soube de uma que implica na criação espontânea de nova matéria
concomitante à expansão do universo. Tem lógica. Mas por que teria de ser espontânea e não
criada?

Vórtices
No livro “10 Lugares Mais Assustadores do Mundo”, da Editora PESAFRA, há um local
que diz que, “Segundo especialistas, lá [no Queen Mary] está localizado um vórtice que faz
uma ligação inter-dimensional entre nosso mundo e o mundo paranormal”.
Seguindo esse pensamento, se há um vórtice entre nosso mundo e o sobrenatural, tal
vórtice não estaria ligado a vários mundos sobrenaturais? Ou devemos pensar que, na
verdade, existem muitos desses pelo nosso planeta, cada qual ligado a um ou mais universos
sobrenaturais?

Como são criados os universos.


Segundo o site Hypescience , em matéria escrita por Natasha Romanzoti em 10 de
dezembro de 2012, 5 Motivos pelos quais Devemos Estar em um Multiverso, nosso universo
surgiu de um Big Bang, sim, mas a partir de provavelmente um choque entre um universo e
outro, e há uma variedade de universos que pode ser produzida dessa forma.
Nesse aspecto, não seríamos o primeiro universo criado, nem teríamos
necessariamente saído de um ponto infinitesimal. Seríamos talvez um resquício saído da
matéria de dois universos somado com a energia do choque entre os dois, que não deve ter
sido pequena.

Ou talvez o choque tenha criado tal quantidade de energia que, depois do crescimento
exponencial inicial, parte da energia tenha começado a se transformar em matéria e radiação,
conforme artigo de Stephen Hawking e Thomas Hertog, publicado no Journal of High Energy
Physics, por volta de 2020.

Importante ressaltar que isso pode estar continuamente ocorrendo, e sempre sendo
criados novos universos, a partir da colisão entre dois ou mais. Assim, o multiverso existe como
uma eterna expansão de criações de universos que se expandem.

Nessa mesma matéria, a autora compara os universos com bolhas de sabão, que
quando duas encostam uma na outra, a área em que elas se tocam torna-se circular, formando
uma nova bolha de sabão.

Uma dúvida permanece: o que existe além dos universos? Há um espaço entre eles,
um vácuo ou o quê? Até agora a ideia era que existiam todos no mesmo lugar do espaço. E
mesmo assim permanece a pergunta: o que existe além do multiverso?

Físicos há que consideram um número infindável de multiversos.

Percepção do universo.

Existe uma percepção diferente em cada ser consciente quanto ao universo em que
vive. Isso eu já falei anteriormente.

O que quero dizer agora é que em cada instante cada ser cria um novo universo sem
morrer o anterior.

E onde cabem todos esses universos? Todos no mesmo lugar. Em dimensões


diferentes. Se tivéssemos a percepção suficiente, ao ver um indivíduo, o identificaríamos em
todas as suas idades já passadas. Ou melhor, ao observar um universo, sentiríamos todos os
universos que ele já fora.

Quanto ao futuro, não existe ainda, embora hajam possibilidades, que podem ser
desfeitas.
Breves respostas para grandes questões

Esse é o nome de um livro de Stephen Hawking que acabei de ler. Entre as anotações
que fiz, vou expor algumas.

No primeiro capítulo, “DEUS EXISTE?” ele escreve: “Não quero passar a impressão de
que meu trabalho é sobre provar ou refutar a existência dele. Meu trabalho é encontrar uma
estrutura racional para compreender o universo que nos cerca.”
Ora, o autor é um cientista, o método científico é formalmente lógico e racional. Ele,
portanto, não o observa por outros aspectos, digamos, emocionais, espirituais, imateriais,
sociais etc. Então, claro que nunca obterá uma resposta afirmativa a respeito da existência do
divino, pois esta nunca está entre as alternativas racionais.

Mais à frente, o autor: “O que isso significa em nossa busca por descobrir se existe um
deus? Se o universo resulta em nada, não é preciso alguém para criá-lo. O universo é o
supremo almoço grátis.”
Tentar provar racionalmente que Deus não existe é simples. Impossível provar
racionalmente o contrário, apesar de muitos terem achado que conseguiram.

Então, ele diz: “Não quero ofender a fé de ninguém, mas acho que a ciência tem uma
explicação mais convincente do que a existência de um criador divino”.
Na verdade, com seus conceitos e da forma como ele explana, não ofende a fé de
ninguém. É o direito dele em expor sua própria crença, como o de qualquer um de nós, cada
qual com suas razões pessoais.

Termina o capítulo de uma forma belíssima: “Acho que, quando morremos, voltamos
ao pó. Mas, em certo sentido, continuamos a viver: na influência que deixamos, nos genes que
passamos adiante para nossos filhos. Temos apenas esta vida para apreciar o grande plano do
universo, e sou extremamente grato por isso.”
Isto é uma visão emocional, pelo menos. É mais que uma crença, é um tipo de
evidência para quem quiser enxergar.

Pulando para o nono capítulo, “A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL VAI NOS SUPERAR?”,


Stephen Hawking fala: “Como o matemático Irving Good percebeu, em 1965, máquinas com
inteligência sobre-humana poderiam repetidamente aperfeiçoar o próprio design, algo que o
escritor de ficção científica Vernor Vinge chamou de singularidade tecnológica”.
Digamos que essa é a data de quando os humanos começaram a temer que um dia as
máquinas nos superassem e nos dominassem. Mas já no tempo da Revolução Industrial,
trabalhadores arrebentaram as primeiras máquinas de tecelagem para não perder seus
empregos.

O autor do livro escreve também que a inteligência artificial “tem potencial para
erradicar a doença e a pobreza, mas os cientistas devem trabalhar” para mantê-la sob
controle.

E mais: “não podemos prever o que será possível conseguir quando nossas mentes
forem ampliadas pela IA. [...] Empregando implantes de chip de silício e interfaces eletrônicas
wireless entre o cérebro e o corpo, a tecnologia permitiria que as pessoas controlassem seus
movimentos corporais com o pensamento.”
Stephen fala sobre a possibilidade de um chip possibilitar a um tetraplégico, por
exemplo, voltar a ter todos os seus movimentos normais. E eu penso na possibilidade de um
chip curar doenças como o Alzheimer, ou simplesmente deixar alguém com uma memória
mais poderosa, ou com um raciocínio mais rápido.

Podemos, desta maneira, estar caminhando para uma utopia ou um pesadelo. Sem
meias medidas, a bem dizer.

Por fim, no décimo e último capítulo, “COMO MOLDAREMOS O FUTURO?”, ele fala da
importância dos professores em nossa vida, e cita um que ele teve no secundário. Ele ainda
diz: “Quando pensamos nas coisas que sabemos fazer na vida, há grandes chances de que que
a sabemos graças a um professor.”

O livro termina com um parágrafo promissor: “Assim, lembre-se de olhar para as


estrelas, não para os próprios pés. Tente compreender o que vê e questione o que faz o
universo existir. Seja curioso. E por mais que a vida pareça difícil, sempre há algo que você
pode e consegue fazer. Nunca desista. Deixe sua imaginação correr solta. Molde o futuro”.

A expansão do universo e o Princípio da Autoridade.

A grande tese atual da física é de que o universo está se expandindo.

Segundo José Armando da Costa, em seu livro “A Musicalidade Entretecida no


Universo”, no capítulo 3.4 – “Persistentes Estereótipos Científicos” –, Edwin Hubble com a
certeza quase absoluta de que o universo se estivesse expandindo, não chegou a mencionar
isso em seu trabalho publicado em 1929, mas teria ali fornecido dados que levaram outros
cientistas à tal conclusão.
E por que isso? Segundo o mesmo autor, no mesmo capítulo, o princípio de autoridade
– subordinando a verdade científica ao prestígio pessoal de quem a defendia, e não à coerência
contida nas teorias defendidas e sustentadas – funcionava como largo estorvo à desenvoltura
do conhecimento e da tecnologia.
O princípio da autoridade funciona até hoje em diversas, se não em todas, áreas do
conhecimento. Só porque o Sr. Dr. Fulano PHD, por exemplo, disse, ninguém pode contestá-lo.
A não ser por meio de uma revolução cultural.

Pois eu digo: o universo pode mesmo estar se expandindo, mas não necessariamente
de maneira regular. Falam que é cada vez mais rápido, mas a uma aceleração constante (K). E
se for aos trancos? E se a cada avanço der um pequeno atraso?

Penso que não podemos pensar nas coisas como eternamente previsíveis. Não só na
física, mas em todos os aspectos. Todos. Ou talvez quase todos, para não sermos fatalistas.
Sempre podemos nos espantar e levar sustos.

Então, Houve um Princípio?

Antigamente, era ideia corrente de que o universo era infinito, tanto espacial como
temporalmente. Além dele não ter início nem fim, nunca houvera um começo de sua
existência ou um final.
Lembro-me, numa aula de catecismo, que perguntei ao professor, quando ele disse
que o universo era finito: o que existe além? Ele respondeu: Deus. Eu era criança, ele era da
TFP, achei melhor não perguntar mais.

Todos têm uma explicação pra tudo.

Quando os físicos vieram com a ideia do Big Bang, eles estavam dizendo que o
universo tem um instante de nascimento e uma dimensão limitada que tende a crescer, a
partir do quase zero, do infinitesimal. A partir de algo menor que uma partícula, muito menor
que um quark. Isso vale tanto para matéria como para energia.

Foi uma movimentação muito grande em direção contra o que Newton e Einstein
apregoavam.

A questão que sobra, só a metafísica, a teologia, a religião, por exemplo, respondem: o


que havia antes do Big Bang? A física não tem, por enquanto, respostas. Principalmente para o
que vem pela frente...

Dimensão quântica.

É fácil pensar na dualidade das coisas. Sempre foi assim. Positivo e negativo, yin e
yang, o masculino e o feminino, o zero e o um.

Mas agora temos mais que o espectro. Temos a dimensão quântica. Podemos ser
positivos ou negativos, mas também os dois ao mesmo tempo ou nenhum. Ou ambos em
diferentes situações. Ou ser algo que esteja entre os dois ou os envolva. Ou em lugares
diferentes ao mesmo tempo.

Isso não é insanidade. É o que aprendemos com o novo conceito dos computadores
quânticos.

Falo mais sobre isso em meu livro “O Pensamento Quântico não é místico.”.

Adendo

Podemos imaginar sobre o equilíbrio quântico. Não é um pesar entre dois extremos.

Trata-se de algo mais dinâmico, em constante mudança. Talvez, ao mesmo tempo, o


equilíbrio possa estar em dois ou mais lugares. Ou nenhum.

DNA alienígena.

Todos temos DNAs alienígenas.

Eles se combinam com os terrestres e criam a abundância de seres no planeta. Não só


a variedade entre os humanos, mas entre todos os seres. A vida terrestre não é exclusiva
daqui.

A panspermia cósmica é uma teoria de que a vida na Terra teria se originado de


bactérias resistentes ao espaço exterior que teriam vindo por meio de meteoros. É uma teoria
considerada ultrapassada, mas que vem ganhando terreno ultimamente.
Todavia, não falo disso.

Falo que a matéria terrestre é constituída de matéria espacial, constante, um pouco


daquele outro mundo, outro pouco de aqueloutro, um pouquinho de um mais distante etc.

Isso demonstra a possibilidade de vida em outros planetas, em outros universos, talvez


até parecida ou igual à nossa, com ecossistemas parecidos ou em estágios distintos.

É a teoria de Gaia interplanetária, inferindo que todos e tudo tem algo a ver com o que
existe no espaço.

O espaço é vazio?

Dizem cientistas que o espaço tem apenas vinte por cento preenchido por matéria. O
resto todo seria apenas espaço vazio, sem o mínimo resquício de matéria.

Ora.

Vamos pensar um pouco.

Oitenta por cento não precisa necessariamente estar vazio. Pode ter algum tipo de
matéria que não reconhecemos como tal.

Da mesma forma, a maior parte dos cientistas só reconhece a vida quando baseada em
carbono. Não é por isso que não podemos supor vida inteligente experimentada em outro tipo
de elemento. Talvez até num que nos seja desconhecido ainda.

De qualquer maneira, estamos apenas especulando. Assim como qualquer autor de


ficção científica.

Temos esse direito, pois toda verdade científica só existe até ser superada por outra.
Isso é cientificamente ensinado.

Por outro lado, somos feitos de matéria, a matéria é feita de moléculas, as moléculas
são feitas de átomos. Os átomos são, em sua quase totalidade, formados por um vazio.

Então, somos formados por, digamos, 99% de vazio. Toda nossa matéria visível e táctil
é, na verdade, um grande vazio.

Matéria se transforma em energia, se consumida. Energia, até onde a física clássica


conhece, não pode se transformar em matéria.

Todavia, vamos pensar além.

Se a matéria se transforma em energia, é porque ela já é formada por energia, que é o


espaço vazio. E de onde vem a matéria?

A matéria é criada a partir da energia, que está no espaço vazio.

Portanto, o universo, que em quase sua totalidade é espaço vazio, é, na verdade,


energia. E energia cria matéria.

Portanto, o vazio é energia! (Matéria em potencial...)


A Teoria de Tudo?

Físicos acreditam que podem resumir numa única teoria, numa única fórmula
matemática, quiçá, o resumo de toda a física.

A meu ver, é o mesmo que a busca pelo Santo Graal. Ou a tentativa dos alquimistas
em transformar material espúrio em ouro.

Se bem que, alquimistas modernos, dizem que, a busca pelo ouro, era espiritual, não
material.

Em 1989, Francis Fukuyama proclamou o fim da História. Na verdade, segundo ele


explicou, em 92, não era o início da paz mundial, mas o princípio do liberalismo como
aceitação notavelmente ampla, e o fim da ideia de uma sociedade comunista marxista.

Mesmo assim, os anos futuros mostraram caminhos bem diversos, como o


crescimento do fanatismo de várias formas e maneiras.

Filósofos já tentaram conseguir fazer uma filosofia que fosse a final, a derradeira, a
que terminaria com todas as outras, a que seria A Filosofia. Claro que não conseguiram, pois o
próprio significado da palavra é a busca pela sabedoria.

A busca.

Da mesma forma, na física, sempre há teses que se sobrepõe a outras. Cada conclusão,
levanta uma nova hipótese. Nunca há um desfecho. E após a física quântica, certamente será
criada outra. Não existe humanamente uma grande obra final. Um termo.

Por isso, não acredito na Teoria de Tudo.

Existe vida inteligente fora de nosso planeta?

Começamos por perguntar sobre o que é ser inteligente. Não é simplesmente ter um
determinado grau de Quociente de Inteligência. Afinal, já se fala em Inteligência Emocional.

Isto é, a inteligência propriamente dita é a capacidade da gente aprender coisas novas,


ter conhecimento, discernimento, raciocínio, criatividade, resolver novos conflitos e nos
adaptar a novas situações.

A inteligência emocional é conseguir identificar os nossos sentimentos e emoções com


mais facilidade, e tratar com tudo isso de uma forma fácil, conosco mesmos e com as outras
pessoas.

Há a inteligência artística, que dizemos ser uma sensibilidade do coração.

Há vários tipos de inteligência, mas todas cabem dentro dessas três, como a lógica, a
intrapessoal e a interpessoal. A inteligência musical.

Não podemos esquecer da inteligência espiritual, inata, pelo menos, a todo ser
humano, quando perguntamos quem somos nós, de onde viemos, se existe uma inteligência
superior, como ela é, coisas assim.
Na verdade, ligamos nossa inteligência ao aspecto sensorial, isto é, ao que todos os
nossos sentidos captam. Ela pode ser mais do que isso. Ela tem a ver com sentir todas as coisas
sempre como se fosse a primeira vez, somado às experiências anteriores.

Cientistas tentam criar a inteligência artificial, que deverá abarcar todas as formas de
inteligência. Senão, sairão perdendo para os seres humanos. A inteligência artificial terá que
ter alma, para nos alcançar.

Enfim, o que conhecemos como “inteligência” já foi dito até aqui.

Queremos saber se, em outros planetas, encontraremos seres com esse tipo de
“inteligência”.

Penso que, é muito limitado de nossa parte, chamarmos de vida inteligente


unicamente a humana.

Animais têm sua forma de inteligência. Vegetais, minerais e protistas. Todos têm uma
forma de inteligência.

Cientistas dizem que as plantas têm senso de individualidade, e critérios de livre


arbítrio. Elas se comunicam, umas com as outras, através do ar, para avisar de uma polinização
que vem vindo, por exemplo. Ou por meio do solo.

Podemos encontrar em outros planetas formas inteligentes, diferentes das que


conhecemos.

A questão inicial permanece.

Podemos encontrar, em outros planetas, seres que pensem da mesma maneira que
nós?

Quem é fã de Star Trek, a série clássica, já se deparou com alienígenas que têm vida
inteligente tal qual a nossa, que têm uma linguagem formada de palavras, e formato
humanoide. Mas também encontrou formas de inteligência diferente da nossa, e que, nem por
isso, deixavam de ser inteligentes. Formas de vida não senscientes. Consciências incorpóreas.

A vida imita a arte.

Assim como na ficção científica, a ciência sempre explora novos caminhos. Na


antiguidade, foi adepta da espiritualidade. Na Idade Média ocidental, uma única igreja era
dona da verdade. No final do século XIX, até meados do século XX, a racionalidade era a única
maneira mais inteligente de se ver a realidade.

Dos anos 1960, até hoje, a espiritualidade começou a dar as mãos para a ciência, e
vice-versa.

Na verdade, a Teoria da Relatividade de Einstein já dizia que, o espaço e o tempo, são


uma coisa só. Isso mexeu com a antiga racionalidade exata dos cientistas, e começou a
reaproxima-los dos pensamentos heterodoxos, e da espiritualidade.

Einstein era ateu, mas deixou a questão em aberto.

Hoje em dia, falar de inteligência, é algo muito mais complexo.

Qual inteligência encontraremos em outros planetas?


Sem dúvida alguma, entre todas, encontraremos um dia inteligências como a nossa, só
pra variar.

O que é uma fórmula elegante.

Eu ouvia os cientistas falarem em “fórmulas elegantes”. Passei alguns anos lendo


textos científicos que utilizavam essa expressão, e não conseguia entender como uma fórmula
científica podia ser “elegante”. Digamos, “a soma do quadrado dos catetos é igual ao quadrado
da hipotenusa”, ou a ²+ b ²=c ² . Isso é o exemplo de uma.

Pensava na elegância como um fator estético.

Depois de muito matutar, cheguei à conclusão.

A elegância científica é a clareza, a concisão, a explicação de algo complexo de uma


forma que possa ser compreendida por todos, ou pelo menos por todos que sejam da área em
questão.

Assim, não só fórmulas, mas textos, em geral, podem ser elegantes.

Primeiramente, devem seguir as normas técnicas da ABNT (Associação Brasileira de


Normas Técnicas), que regula como um texto científico deve ser redigido no Brasil. Ou seguir o
equivalente das normas técnicas para um texto estrangeiro.

Segundo, deve se valer de uma linguagem simples, explicando os conceitos que usará
no trabalho.

Terceiro, enfim, não deve roubar ideias de outrem, mas apresentar a sua própria. Se
escrever algo que outro disse ou escreveu, faça-o entre aspas, e identifique a citação.

A elegância científica é o mesmo que a elegância jurídica, e a jornalística. Todos esses


textos devem ser claros, concisos, e atender às regras para sua execução.

No caso do texto literário, por estar entre as artes, tem sua forma bem mais aberta.
Ocasiões existem, na literatura, em que o texto tem que ser prolixo e confuso para ir ao ponto
que necessita.

De qualquer forma, quando ouço falar que determinada fórmula científica é elegante,
agora sei do que se trata. Pode até ser enorme, e cheia de símbolos indecifráveis aos leigos,
mas é o que mais se aproxima da simplificação.

Qual o formato do universo?

Quando eu era criança, antes de entrar para a escola, achava que vivíamos num
infinito. Não tinha ideia de que vivíamos numa fina superfície de atmosfera em um planeta.

Acredito que imaginamos o universo infinito, da mesma forma, por falta de


informação.

Mas se o universo tem limites, qual é o seu formato?


Na matemática, o infinito é representado por um oito deitado: ∞ . Daí, imaginando que
o universo tem limites, já pensaram se ele teria esse formato. Por quê?

Porque nossa lógica é limitada. Temos que ir além da Lógica e superarmos nossa
Imaginação.

O universo pode ser como a Terra, isto é, limitado por fronteiras. O formato pode ser
esférico, contatando com outros universos, ou talvez cada universo tenha um formato
diferente, que não precisa ser necessariamente simétrico.

Ainda não os desbravamos. Nossos telescópios ainda não conseguem enxergar os seus
limites. Por enquanto, tudo é ficção astrofísica.

A Terra não é uma esfera.

Você talvez já soubesse disso, mas eu acabei de saber.

A Terra é uma geoide, isto é, se for representada em três dimensões, ela é cheia de
protuberâncias e vales enormes.

Precisei começar a fazer um curso da Engeduca sobre INTRODUÇÃO AO SISTEMA DE


INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA (SIG) UTILIZANDO O SOFTWARE QGIS, e realizar uma pesquisa
pessoal, para aprender isso. E tentar repassar a todos os que não sabem.

O atlas de meu pai, mostrava que a Terra era totalmente irregular, imaginando-se tal
formato em razão dos inúmeros terremotos, maremotos e condições climáticas sofridas por
ela durante o seu tempo de vida.

Na minha infância, na escola, antes do ser humano sair da Terra, era-nos ensinado que
nosso planeta tinha o formato de uma pera.

Quando a Apolo 8 foi pro espaço, as fotos mostravam uma forma esférica.

A Terra, no entanto, não é uma esfera, como aparece em nossos globos escolares, mas
uma geoide, como as fotos dos satélites devem indicar.

13/2/2022, 9h56.

A pré-História começou e terminou no Brasil.

Luiz Eduardo Anelli, em sua palestra no TED-X São Paulo, abriu em minha cabeça uma
nova perspectiva.

Segundo ele, ainda quando a parte seca da Terra era um só continente, a Pangeia, os
primeiros seres multicelulares apareceram onde hoje é o Brasil.

Da mesma forma, quando o meteoro caiu em nosso planeta, exterminando toda a vida
multicelular, ele caiu onde hoje é o Mato Grosso.

Nossas escolas não ensinam isso. Procurei hoje no Google sobre a pré-história no
Brasil e só achei a vida dos seres humanos. Nada de dinossauros brasileiros.
Entretanto, já tivemos em São Paulo exposições com esqueletos completos de
dinossauros que viveram, por exemplo, onde hoje é Minas Gerais. E quando o meteoro caiu, as
Américas já começavam a se formar.

Segundo Luiz comentou, nossas escolas brasileiras são passíveis de tal riqueza cultural,
que poderíamos comparar a ter uma piscina olímpica em cada uma, e não ensinar os alunos a
nadar.

Ele disse que as crianças adoram a pré-história e os dinossauros. Por que não ensiná-
las sobre os dinossauros brasileiros?

A História das Histórias e os multiversos.

Já falei que a Terra tem inúmeras Histórias não contadas. A História oficial, contada
por cada historiador, nunca é a única, e ele sempre deixa diversos fatos de fora.

Da mesma forma, como já falei também, existem as Histórias de povos conquistados,


que não deixaram relatos escritos. E existem as Histórias de civilizações cujos relatos escritos
se perderam, ou quiçá um dia existiram, e cujos objetos que haveriam restado de sua
passagem pela Terra sequer mais existem.

Vou falar agora da História do Universo. Quantas não haverão? E se em cada um dos
universos do multiverso, houver uma coleção de Histórias alternativas? Em um universo,
Galileu Galilei não nasceu; em outro, não existiu a guerra fria, ou as guerras mundiais, ou há
paz planetária?

Podemos imaginar que em cada multiverso há diversas Histórias alternativas, em que


versões de nós mesmos existem, ou não.

Podemos imaginar multiversos em que a espécie humana sequer existe.

A História da sabedoria ao longo das idades.

A sabedoria começa com a percepção dos sentidos ao nascer.

A segunda vez é quando há a descoberta da leitura e da escrita, normalmente aos seis


anos de idade.

A terceira é a descoberta do mundo exterior, entre os quinze e os dezenove anos de


idade.

A quarta vez é aos vinte e poucos anos. É quando ela se consolida.

Aos trinta e poucos anos, há um descanso, um tardar e um respaldo do que já ocorreu.


Se a pessoa tiver sido ousada aos vinte e pouco, nesta idade fará algumas descobertas, mas
será mais um tempo de estudos.

Aos quarenta e pouco, poderá ser uma redescoberta, uma renovação, um


renascimento das ideias que floresceram entre os quinze e dezenove anos.

Aos cinquenta e poucos anos, será a vez de um novo descanso, da rememoração.


Aos sessenta e poucos anos, a pessoa vai querer se renovar, renascer, reaprender, e
considera o que já sabe inútil. Pensa que tem que começar tudo de novo.

Depois disso, não sei, ainda não vivi.

A Verdade está com as crianças.

O pai, está sentado na poltrona, vendo as notícias em seu celular. De repente, desvia
seu olhar, abobalhado, para o filho de seis anos, quando ele lhe pergunta:

- Papai, por que a professora ficou brava comigo, quando perguntei se poderia amar o
sol?

Dos princípios gerais das leis.


Eis que declaro, os seguintes, não os clássicos princípios gerais do direito,
mas das leis:
1. Se há uma lei de cá e outra de lá, vigora a de cá.
2. Se há uma lei melhor e outra pior, vige a melhor.
3. Na falta da lei de cá, e conhecendo-se a de lá, vige a de lá, até que se
tenha a de cá.
4. Na falta de lei melhor, vige a pior, para que não se fique sem lei.
Comentários:
1. Se há uma lei de cá e outra de lá, vigora a de cá.
A questão aqui tratada é a da soberania. Inexiste razão para se
adotar lei alienígena quando se tem uma local.

2. Se há uma lei melhor e uma pior, vige a melhor.


Descabe a valoração moral. Inclui-se neste princípio a questão da lei ser
mais apropriada à política local. Infelizmente, nem sempre o melhor para o homem é o
considerado melhor para o poder que o representa dentro de um Estado. Então, ao falar-se
em lei melhor, tratamos de lei mais apropriada à política que se queira manter ou implantar.
Se os governantes forem bons, naturalmente a lei será boa, e o melhor politicamente falando
será o moralmente melhor. E para que se tenham bons governantes, há que se ter um bom
povo, pois aqueles representam este.

3. Na falta da lei de cá, e conhecendo-se a de lá, vige a de lá, até que se


tenha a de cá.
Se não existe norma local para regular situação determinada, mas
a alienígena, sem perturbação da soberania poder-se-á fazer uso da regra externa, seja ela
incorporada à nossa, como se localmente nascida, ou não. Isso durará até que se possa ter
uma lei para situação similar que substitua a anterior, de origem ádvena.
Mister se faz saber se não há possibilidade de analogia, exempli gratia, a
fim de evitar a adoção do parâmetro acima. Mesmo assim, devemos considerá-la como lei,
para os fins que se destina o princípio estudado.

4. Na falta de lei melhor, vige a pior, para que não se fique sem lei.
Evidentemente, a sociedade não subsiste sem normas, ainda que somente
verbais, ainda que apenas pela consciência individual, ainda que pela sobrevivência do grupo,
ainda que pela força pura e simples de um chefe tirano, ou pela inteligência grupal. Se não
existem normas, não há sociedade. Ubi jus, ibi societas ; ubi societas, ibi jus.
Na falta, pois, de uma lei que se coadune com a política a se manter ou a
ser implantada, utiliza-se da lei que se tiver, a fim de se manter a sociedade ou a comunidade
unida, preservada. Algum grupo será o dominante, e a lei desse grupo será a que dominará. Se
falamos em lei das ruas, não como código do trânsito, mas como o conjunto de normas
adotadas por um grupo ou comunidade marginal de uma sociedade, e se tal insurge como
dominante em determinado tempo e espaço, essa então será a lei, até que u’a melhor apareça
para solapá-la. A lei aqui considerada não é a dos códigos e consolidações, mas a que tenha
eficácia.
Sobre O Autor.

Leopoldo Luiz Rodrigues Pontes é meu nome. Nasci às 4 e meia da manhã, do dia 4 de
abril de 1958, no bairro da Lapa, na cidade de São Paulo.

No final dos anos 1970 e início dos 80, publiquei uma série de livros de poemas, por
conta própria, na base do mimeógrafo e do off-set. Tentei fazer alguns para educação popular,
mas não foram para frente.

Enveredei pelas artes plásticas e pela música. Fiz várias exposições individuais e
participei de coletivas. Fui solista de guitarra e cantei, em várias bandas de rock que não
duraram quase nada.

Individualmente, toquei vários outros instrumentos, não só de corda, mas também,


muito mal, de sopro e percussão. Sempre de ouvido, embora tenha estudado profundamente
música, o que ainda o faço.

Minha formação acadêmica inclui jornalismo em Santos e direito em Taubaté, além de


meia-pós-graduação em comunicação social e uma pós-graduação em língua portuguesa e
literatura. E vários pequenos cursos adicionais, incluindo extensões, todos presenciais, que é o
que existia naquele tempo. Agora, por último, terminei um curso de psicanálise clínica.

Meu primeiro emprego foi ajudar meu pai no depósito de artigos de época, fazendo
pacotes, atendendo a freguesia, carregando mercadoria, auxiliando no escritório, e fazendo
contas.

Depois vagabundeei um pouco e fui ser cobrador. Passou um tempo e voltei a


vagabundear, para depois atuar com artes plásticas e antiguidades. O dinheiro não dava para
nada.

Aí, recebi uma pequena herança e abri uma lanchonete que era também uma casa de
chá. Logo, minha esposa estava participando, até que, de repente, passou a cuidar sozinha do
local.

Nesse meio tempo, fui chamado como redator e repórter da Rádio Emissora de
Campos do Jordão. Depois, concomitantemente, fui empregado de diversos jornais escritos,
como diretor de redação, fotógrafo, editor, redator, repórter, diagramador, etc, tudo ao
mesmo tempo, já que eram jornais pequenos.

Nessa época, escrevi pra burro, tudo quanto eram notícias, editoriais, resenhas, entre
outras coisas. Mas nunca fui convidado para a Academia Jordanense de Letras.

Também trabalhei, uns meses, como jornalista da prefeitura, o que me garantiu uns
bicos em períodos eleitorais.

Como jornalista, fiz ainda alguns frilas e uma correspondência por três meses tórridos!

Noutra época, meus finais de semana eram tomados por uma galeria de arte de
Campos do Jordão.
Quando fui demitido da Rádio Emissora, comecei a trabalhar como advogado, e logo
fui chamado pela Sabesp, para a qual havia prestado concurso, em Caraguatatuba, onde
trabalhei como atendente a consumidores.

Minha aposentadoria foi pela Sabesp.

Moro atualmente no litoral norte do estado de São Paulo. Meus hobbies são: ouvir
discos de vinil, desenhar, fazer colagens, escrever, tocar violão, ler muito, e ver filmes e séries.
E fazer cursos e oficinas pela internet.

Alguns dias antes do Natal de 2021, tive um acidente doméstico em que quebrei o
ombro e o braço esquerdos. Soma-se a isso meus acidentes anteriores, no cotovelo e no
tornozelo direitos, e uma danação na coluna. Fora isso, estou bem. Fazendo eventuais
fisioterapias, me alimentando, etc.

Só a cabeça não anda lá essas coisas. Por isso escrevo, para preservar minha memória
para o futuro. Sim. Eu acredito no futuro.

Contato: leopoldopontes21@gmail.com

Livros e e-books de Leopoldo Pontes:

(Na ordem por publicação)

1. Paixões Remuneradas (1979) (esgotado)


2. Sobre Rio Claro (1980) (esgotado)
3. Já que tá, então fica (1981) (esgotado)
4. (Arte em mimeógrafo) (série) (1981) (esgotada)
5. Série Poemetos (1981) (esgotada)
6. Educação Popular (série) (esgotada)
7. Homoteo (1982) (não publicado)
8. Gabriel: a História do Roqueiro que virou o Grande Herói Nacional (2000)
(reeditado em agosto de 2016)
9. Asas para Teotino (2001) (reeditado em outubro de 2016)
10. Minha Experiência com o Kindle (novembro de 2016)
11. Poemas para serem lidos em voz alta (novembro de 2016)
12. V.M.P.M.: Duas Histórias de Amor (janeiro de 2017)
13. Dialética no Direito: O Estado Leigo (dezembro de 2018)
14. Análise de Matrix e outros filmes e textos (janeiro de 2019) (retirado de circulação
em setembro de 2022)
15. 4 COROS DA TERRA E DOS CÉUS E UMA CANÇÃO INFLAMADA: Teatro (janeiro de
2019)
16. O gosto das coisas: E o Rock não morreu... (abril de 2019) (retirado de circulação
em setembro de 2022)
17. O gosto das coisas: A Gorda vai cantar (abril de 2019) (retirado de circulação em
setembro de 2022)
18. O gosto das coisas: O Tempo e as Estações (abril de 2019) (retirado de circulação
em setembro de 2022)
19. Dialética sem Encher Linguiça (maio de 2020) (retirado de circulação em setembro
de 2022)
20. ZEN SEM FRESCURA: o livro da anti-autoajuda: tudo o que os livros de autoajuda
não te deixam acreditar (maio de 2020) (retirado de circulação em setembro de
2022)
21. VMPM e outros contos (maio de 2020)
22. ROCK NÃO SE APRENDE NA ESCOLA (maio de 2020) (retirado de circulação em
setembro de 2022)
23. NA CONTRAMÃO (maio de 2020) (retirado de circulação em setembro de 2022)
24. TUDO AO NORMAL – Felicidade não é obrigatória (julho de 2020) (retirado de
circulação em setembro de 2022)
25. Antes do despertar - α € Ω A Nova Gaia (outubro de 2020) (retirado de circulação
em setembro de 2022)
26. REINICIAR é a Solução pra Tudo! (janeiro de 2021) (retirado de circulação em
setembro de 2022)
27. Contos jurídicos (julho de 2021)
28. O prazer de fazer barulho (abril de 2022) (retirado de circulação em setembro de
2022)
29. O corvo (tradução do poema de Edgar Allan Poe) (junho de 2022)
30. Música do Planeta Terra (agosto de 2022)
31. O pensamento quântico não é místico (outubro de 2022)
32. Lições sobre a psicanálise – Tomo 1 – Generalidades (novembro de 2022)
33. Lições sobre a psicanálise – Tomo 2 – O imaginário, o simbólico e o real.
(novembro de 2022)
34. Lições sobre a psicanálise – Tomo 3 – A busca pelo equilíbrio (novembro de 2022)
35. Lições sobre a psicanálise – Tomo 4 – Questões filosóficas (novembro de 2022)
36. Lições sobre a psicanálise – Tomo 5 – Dialética e polialética (novembro de 2022)
37. Lições sobre a psicanálise – Tomo 6 – Ciências Sociais [novembro de 2022.]

Fim.

Índice:

LIÇÕES SOBRE A PSICANÁLISE – TOMO 4 – QUESTÕES FILOSÓFICAS.........................................7


Se o ser morreu, é mais novo do que o ser que está vivo............................................................7
O Tempo que nos é dado.............................................................................................................7
Condições para a liberdade..........................................................................................................8
1...............................................................................................................................................8
2...............................................................................................................................................8
Sabedoria.....................................................................................................................................9
O mundo abstruso......................................................................................................................10
O sagrado e o profano................................................................................................................10
O casamento do céu com a terra...............................................................................................11
Algumas palavras.......................................................................................................................11
F8-“Destino”...............................................................................................................................12
1.............................................................................................................................................12
2.............................................................................................................................................12
O ser e o não-ser........................................................................................................................12
Tolerância religiosa....................................................................................................................13
1.............................................................................................................................................13
2.............................................................................................................................................13
Perguntas sem respostas...........................................................................................................13
Olimpíadas 1972........................................................................................................................14
Fatalidade...................................................................................................................................14
Futuro.........................................................................................................................................14
Medianos...................................................................................................................................15
Opostos......................................................................................................................................15
E a filosofia?...............................................................................................................................15
O propósito da existência...........................................................................................................16
Palavras da moda.......................................................................................................................17
Lei do Carma segundo eu mesmo..............................................................................................17
Sócrates nunca existiu................................................................................................................18
O mito da caverna de Platão revisitado.....................................................................................20
O bom selvagem?.......................................................................................................................21
Tudo não muda..........................................................................................................................21
Nietzsche nazista?......................................................................................................................21
A propósito:............................................................................................................................22
Predestinação.............................................................................................................................22
Da imortalidade..........................................................................................................................22
Minimalismo..............................................................................................................................23
Paradoxo da tolerância..............................................................................................................23
Existo, logo penso......................................................................................................................24
O dogma.....................................................................................................................................25
Instituições.................................................................................................................................25
Nova Gaya..................................................................................................................................26
Ética............................................................................................................................................27
Filosofia e futebol.......................................................................................................................27
O Ser, o Outro e Eu-Mesmo.......................................................................................................28
Sabedoria..................................................................................................................................29
O que é a condição humana.......................................................................................................30
O Tempo do mundo...................................................................................................................31
O Tempo Circular.......................................................................................................................31
1.............................................................................................................................................31
2.............................................................................................................................................32
3.............................................................................................................................................32
O nascimento do universo.........................................................................................................33
1.............................................................................................................................................33
2.............................................................................................................................................33
3.............................................................................................................................................34
Vai-e-vem...............................................................................................................................34
O Tempo no vai-e-vem...........................................................................................................34
O universo maleável...............................................................................................................34
O zero e o nada..........................................................................................................................35
O Tempo.....................................................................................................................................35
No princípio................................................................................................................................35
O Tempo é uma curva................................................................................................................36
Tempo........................................................................................................................................36
O Big Bang..................................................................................................................................36
O Genesis é sempre em todo lugar!...........................................................................................36
O início do Tempo......................................................................................................................37
Universo em expansão...............................................................................................................37
Vórtices......................................................................................................................................37
Como são criados os universos..................................................................................................37
Percepção do universo...............................................................................................................38
Breves respostas para grandes questões...................................................................................38
A expansão do universo e o Princípio da Autoridade.................................................................40
Então, Houve um Princípio?.......................................................................................................40
Dimensão quântica.....................................................................................................................41
DNA alienígena...........................................................................................................................41
O espaço é vazio?.......................................................................................................................41
A Teoria de Tudo?......................................................................................................................42
Existe vida inteligente fora de nosso planeta?...........................................................................43
O que é uma fórmula elegante...................................................................................................44
Qual o formato do universo?.....................................................................................................45
A Terra não é uma esfera...........................................................................................................45
A pré-História começou e terminou no Brasil............................................................................46
A História das Histórias e os multiversos....................................................................................46
A História da sabedoria ao longo das idades..............................................................................47
A Verdade está com as crianças.................................................................................................47
Dos princípios gerais das leis..................................................................................................47
Comentários:..........................................................................................................................48
Sobre O Autor............................................................................................................................49
Livros e e-books de Leopoldo Pontes:........................................................................................51

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