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Os Estoicos
A Lei e a Vida Conforme a Natureza
Introdução
Em geral, temos a ideia de que as leis não devem ser totalmente arbitrárias e
não devem resultar da escolha pessoal de um qualquer governante ou de uma mera
convenção que permitisse qualquer lei. Mesmo pareça existir certa arbitrariedade (nas
medidas usadas no comércio, na dureza das penas), não parece ser indiferente se a lei é
de uma maneira ou de outra. Parece-nos até que certos princípios legais decorrem de
alguma forma da nossa condição humana ou da forma como estamos constituídos (seja
ela mais ou menos determinada e mais ou menos fixa), e devem ser válidos para todos,
mesmo que não tivessem sido partilhados no passado, ou noutras paragens distantes.
Pensamos também que temos a qualquer capacidade de identificar essa condição
humana, por meio da racionalidade ou do pensamento (ou, em todo o caso, de nos
aproximarmos dela e de debater o seu conteúdo).
Apesar de esta compreensão da lei encerrar muitos problemas e dificuldades,
que motivaram ou um estrito positivismo legal, ou um grande ceticismo, esta noção de
lei tem uma longa história, que remonta à Antiguidade. No século V a.C., no contexto
da sofística, a lei (no sentido de lato de nomos, que inclui também os costumes e a forma
de ver a vida em geral) era frequentemente oposta à natureza, uma vez que se observava
que diferentes comunidades humanas tinham leis e costumes muito diferentes e que
nada parecia ser determinado naturalmente e, enquanto tal, universalmente válido.1 A
ideia de que há leis mais altas que as leis do país surge também na Antígona de Sófocles,
onde se contrapõem as leis humanas, temporalmente finitas, e as leis dos deuses, que
são não-escritas e infalíveis.2 No entanto, em nenhum destes casos se chega a usar a
expressão “lei natural”.
Uma das ocorrências mais antigas desta noção surge no Górgias de Platão.
Segundo o sofista Cálicles, são os mais fracos (e mais numerosos) que estabelecem, por
convenção, as leis das cidades, para se limitarem uns aos outros e assim se protegerem
dos mais fortes, mas estas leis opõem-se à lei natural, que requer que cada indivíduo
obtenha cada vez mais coisas e imponha o seu poder sobre os outros (Górgias 483b-
484c). Sócrates, porém, procura refutar Cálicles e mostrar a importância da justiça.
Aristóteles, ao discutir a justiça política na Ética a Nicómaco, distingue a justiça
convencional e a que existe por natureza, e na Retórica distingue as leis particulares (de
cada cidade) e leis universais, baseadas na natureza.3 Contudo, Aristóteles na Retórica
não está exprimir a sua opinião, mas a sugerir argumentos para o debate público. Na
Ética a Nicómaco afirma claramente que a justiça natural é parte do direito político.
Os primeiros a desenvolver a fundo a ideia de que há uma lei natural e que as
leis das cidades (e até da vida humana em geral) se devem orientar por essas leis ou
decorrem delas são os Estoicos. Esta ideia de legislação natural está intrinsecamente
ligada ao cosmopolitismo – ou seja, à comparação entre o cosmos e uma cidade – e à
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verdadeira “cidade” de que todos os seres humanos são cidadãos, quer tenham noção
disso ou não.
Mais conhecidos por alguns aspetos mais práticos do seu pensamento (como o
controlo das emoções ou a distinção entre as coisas que estão em nosso poder e as que
não estão), os Estoicos estão de facto preocupados com a questão ética de como
devemos viver, mas para responder a essa questão desenvolvem um complexo sistema,
dividido em lógica (que abarcava também a teoria do conhecimento), física (que incluía
questões metafísicas e teológicas) e ética (de que também fazia parte a política).
Inspirados por Heraclito, eles defendem que o cosmos ou a natureza universal
tem uma ordem racional e que a razão humana, enquanto núcleo da natureza individual,
é capaz de identificar essa ordem e de viver de acordo com ela. Ainda que essa ordem
seja muitas vezes identificada com a divindade (Zeus) ou como decorrente dela, essa
divindade não é concebida como um deus pessoal, mas apenas como uma pura
racionalidade que governa tudo e que, enquanto tal, tem (ou deveria ter) profundos
efeitos na vida e na sociedade humanas.
orienta a ação) e as coisas que não estão em nosso poder (as quais dizem respeito aos
resultados das ações e a tudo o que seja exterior a nós). O essencial é, pois, a orientação
da escolha ou o modo como nos determinamos a nós mesmos.
Como princípio de orientação, os Estoicos estabelecem que o único bem (ou
seja, a única coisa que determina a felicidade do ser humano) é a virtude. Essa tese tem
alguma afinidade com pensadores como Sócrates, Platão ou Aristóteles, que também
destacavam o valor da virtude, mas introduz também uma inovação, na medida em que
declara que só a virtude é um bem e só o vício é um mal, ao passo que tudo o mais (os
chamados bens externos, as situações por que passamos e os outros) não são
verdadeiramente um bem ou um mal, mas antes coisas indiferentes (adiaphora).
A virtude é concebida pelos Estoicos em termos intelectualistas, como o
exercício perfeito da racionalidade, e exprime-se não só em ações sábias, mas também
justas, temperadas e corajosas. Nesse sentido, a virtude coincide com a razão ou a
sabedoria e, para os Estoicos (pelo menos na fase inicial), não existe meio-termo: ou se
é virtuoso e sábio, ou se é vicioso e ignorante.
Segundo os Estoicos, devemos perseguir a virtude e, na medida em que esta é
a consumação da razão e a razão é a nossa natureza, devemos viver de acordo com a
natureza – ou seja, de acordo com a nossa natureza racional. Este é o núcleo da vida de
acordo com a natureza, embora a noção de natureza não se aplique só ao indivíduo e
inclua também uma dimensão mais vasta e até cósmica.
Uma outra componente da vida de acordo com a natureza decorre do facto de
os Estoicos não se limitarem a reconhecer um único bem e a ver tudo o resto ser visto
como indiferente. Em geral, eles defendiam que as coisas indiferentes têm diferentes
valores (mesmo que não sejam bens em sentido estrito) e que algumas delas são
preferíveis (por exemplo, a saúde relativamente à doença), precisamente na medida em
que são mais conformes à natureza em geral. A virtude consistiria, então, na escolha
devida das coisas indiferentes de acordo com o seu valor intrínseco (embora também
se devesse ter em conta o valor que as coisas têm em determinadas circunstâncias e que
podem levar a que se escolha algo que não o que é por si mesmo preferível).
Esta escolha dos indiferentes preferíveis (na medida em que não é a escolha de
um bem ou do bem) deve ser feita com reserva e distância, pois só assim se consegue
estar ao abrigo dos acontecimentos externos e da fortuna.
Este é um aspeto essencial do Estoicismo, que se exprime no ideal da
desafetação ou tranquilidade (apatheia). Segundo Zenão, as afeções (pathē) são um
impulso excessivo ou irracional e, segundo os estoicos em geral, elas assentam num
juízo errado ou num uso indevido da razão. Mais especificamente, o erro estaria em
julgar que algo que não a virtude é bom ou algo que não o vício é mau. Isso é o que
seria preciso corrigir e, uma vez que se compreendesse que a virtude é o único bem,
seria possível estar protegido das afeções ou perturbações da alma, numa espécie de
cidadela interior, como diz Marco Aurélio.6
46 UMA HISTÓRIA DAS IDEIAS POLÍTICAS E SOCIAIS
Os Deveres ou Funções Próprias
Esta ideia da cidadela interior e vários outros aspetos do pensamento estoico
sugerem que a vida estoica é uma vida inteiramente retirada da cidade e dos assuntos
pública – ou seja, uma vida apolítica. Isso é muitas vezes associado ao declínio da pólis
como instituição política e ao estabelecimento de impérios (primeiro o de Alexandre,
depois o de Roma), nos quais a participação política e cívica se teria tornado muito
menos restrita. O Estoicismo, seguindo essa tendência, estaria preocupado apenas com
o espaço interior e despreocupado com as coisas exteriores, o que se traduziria numa
uma atitude geral conformista.
Esta é, no entanto, uma ideia inteiramente errada, como muitos intérpretes têm
sublinhado. Um dos aspetos que refuta essa ideia está relacionado com a noção acima
mencionada de indiferente preferível (ou seja, de algo que não é um bem intrínseco, mas
tem ainda assim valor). Os indiferentes preferíveis determinam um conjunto de funções
próprias, ações apropriadas ou deveres (kathēkonta ou officia), os quais têm
frequentemente uma dimensão social, correspondente aos modos como devemos agir
relativamente aos outros. Estes deveres são todos de acordo com a constituição natural
dos entes e é possível fazer o seu inventário, como se vê no Sobre os Deveres de Cícero,
onde é apresentada a doutrina de Panécio. Os deveres dizem respeito à moralidade em
sentido estrito, à utilidade e à relação entre os dois domínios, e são mais gerais ou mais
específicos.
A identificação dos deveres estabelece uma espécie de ordem objetiva pela qual
cada um tem de se esforçar. Supera-se, assim, o mero interesse próprio e desenvolve-se
uma relação privilegiada com a justiça e imparcialidade. A justiça, por seu turno, não
requer apenas que se promova a virtude dos outros e se ajude a evitar o vício (o que
seria o único verdadeiro benefício), mas implica a assistência em muitos outros aspetos
considerados indiferentes (mesmo que preferíveis).
Um aspeto importante neste quadro é o facto de a justiça e os deveres não
corresponderem apenas a ações gerais, que dão o mesmo valor a todos os seres
humanos. Para os Estoicos, sobretudo no período mais tardio, pode-se também
(mesmo no caso do sábio) ter relações preferenciais de amizade e até família. Além
disso, pode-se agir politicamente a um nível local e promover os interesses da
comunidade política a que se pertence, ou até de uma outra comunidade. Tudo isso
pode estar incluído na vida de acordo com a natureza, conforme a situação de cada um.
Os deveres identificados são algo que se pode seguir por prescrição (e nesse
sentido não requer que aquele que o segue tenha virtude ou seja plenamente racional),
mas também se podem (e, na verdade, devem) cumprir com plena consciência racional
do que está em causa (e nesse caso tratar-se-á de uma ação correta e perfeita, que
exprime a virtude). A filosofia estoica é, assim, extraordinariamente exigente e austera,
ainda que dê também uma orientação prática geral que promove valores e práticas
sociais e não requer uma dedicação excessiva à filosofia. Esse era, aliás, um dos
principais fatores que tornava o Estoicismo apelativo para os políticos romanos.
PORQUE PENSAMOS COMO PENSAMOS 47
rola de acordo com a sua constituição e não apenas devido às forças externas que se
exercem sobre ele. Do mesmo modo o ser humano age de acordo com a sua própria
constituição, o que significa que age de acordo com o modo como o princípio que o
governa se autodetermina.9
Todos estes aspetos dão a ver um pensamento altamente especulativo e
problemático, que parece afastar-se muito do domínio da vida prática, mas todas estas
questões visam apenas determinar de forma mais precisa o que se deve fazer e têm, pois,
consequências diretas e profundas para a compreensão estoica da sociedade e da
política.
O Cosmopolitismo Estoico
As consequências éticas e políticas destas conceções exprimem-se sobretudo
na tese estoica de que os seres humanos são primariamente cidadãos do cosmos – e isso
tem uma conexão essencial com a noção de lei natural.
O cosmopolitismo em sentido mais estrito tem como principais antecedentes
as figuras de Sócrates e de Diógenes o Cínico. Tanto um com outro parecem ter
recusado uma preocupação exclusiva (ou até mesmo privilegiada) com os cidadãos da
sua cidade e desenvolvem ou personificam uma forma de amor pela humanidade
(philanthropia) que os leva também a cuidar de estrangeiros. Esta forma de pensar fora
do âmbito da pólis foi também fortemente estimulada pelo império alexandrino e depois
pelo império romano, que se entendiam como tendo também uma missão civilizadora.
No entanto, a compreensão estoica do cosmopolitismo (possivelmente influenciada
pelo Cinismo) introduz novas determinações.
Na sua República, Zenão de Cítio parece ter partido de Platão e da ideia da
comunidade perfeita dos guardiões na cidade ideal para, com base nisso, desenhar o
modelo da comunidade de sábios estoicos. Mas para os estoicos esse ideal não estava
apenas circunscrito a uma cidade concreta. De facto, todos os sábios pertenceriam a
uma única cidade – a cidade cósmica. Por outro lado, como mostram sobretudo os
Estoicos mais tardios, essa cidade cósmica ou Cosmópolis não abarca apenas os sábios,
mas inclui todos os seres racionais – ou seja, os deuses e todos os seres humanos (ainda
que grande parte dos seres humanos não tenha noção de pertencer a essa pólis). Nesse
sentido, qualquer ser humano poderia dizer o mesmo que Séneca ou Marco Aurélio e
afirmar que pertence tanto à pátria em que nasceu como à pátria universal.10
Esta pertença de todos os seres humanos à mesma cidade é pensada pelos
Estoicos em termos muito concretos. Como se vê, por exemplo, em Marco Aurélio, os
seres humanos são pensados como constituindo uma só família, um só corpo ou uma
só árvore.11 Mas, mais do que isso, a noção de uma cidade cósmica implica também a
ideia de que o universo, tal como uma cidade, tem as suas próprias leis e o seu próprio
legislador (a razão cósmica), às quais qualquer ser humano, enquanto cidadão dessa
cidade, está vinculado. Estas leis não são apenas (e não são primariamente) as leis
naturais tal como são estudas nas ciências naturais. Elas incluem também leis éticas e
até leis políticas, na medida em que determinam qual é o bem por que nos devemos
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orientar, qual o valor das coisas, o que devemos fazer e como se deve organizar a
comunidade.
O cosmopolitismo em causa é, porém, apenas um cosmopolitismo ético, na
medida em que a principal preocupação dos Estoicos é determinar como é que esta
pertença a uma cidade cósmica deve determinar o nosso modo de vida individual – ou
seja, aquilo que desejamos e o nosso comportamento relativamente a outros seres
humanos e até relativamente à comunidade no seu todo.
Isso inclui compreender racionalmente o que se deve fazer e agir de acordo
com essa compreensão, mas inclui também uma componente emocional, de apego ou
amizade (philia) a todos os seres humanos (de modo que não está em causa um ponto
de vista imparcial e indiferente, mas sim uma espécie de parcialidade universalizada).
Como se viu acima, o amor-próprio acaba por abranger todos e isso produz um ponto
de vista objetivo, que se preocupa igualmente com todos e que enquanto tal está imune
à possibilidade da ira ou do ódio.
A despeito dos profundos efeitos que esta noção de si como cidadão cósmico
tem sobre a vida individual, os Estoicos não desenvolvem (pelo menos nos textos que
nos restam) nenhuma reflexão especial sobre o tipo de medidas e instituições políticas
que podiam promover, garantir ou exprimir esse olhar objetivo que reconhece a todos
o mesmo valor. Algumas dessas medidas e instituições poderiam ser concebidas como
correspondendo ao império romano. Com efeito, estoicos tardios como Marco Aurélio
podem ter visto em Roma esta vocação universal. No entanto, Marco Aurélio em
particular parece também bastante pragmático e relembra a si mesmo que não se deve
esperar logo o regime de Platão (ou seja, a cidade ideal).12
É preciso reconhecer o enorme poder que o vício tem sobre a vida humana e
aceitar quão longe estamos da execução perfeita da racionalidade e de viver de acordo
com a natureza. Isso é algo de que os Estoicos tardios estavam particularmente
conscientes, de modo que se compreendiam a si mesmos não como sábios (ao contrário
dos primeiros Estoicos), mas apenas como indivíduos que estavam a progredir em
direção à virtude – e a sua compreensão de política parece incluir esta mesma ideia de
progresso racional.
Kant também se refere aos Estoicos na sua filosofia prática, como antecessores
da sua compreensão dos deveres, ainda que para os Estoicos os deveres não tenham
valor absoluto, mas sejam antes algo que se persegue em vista da felicidade, o que para
Kant é, na verdade, uma atitude antimoral. Os estoicos influenciaram também o seu
pensamento político, sobretudo a sua ideia de cosmopolitismo, a qual tem, contudo, um
carácter mais marcadamente político e institucional do que no caso dos estoicos.
Para além disso, o Estoicismo tornou-se muito popular fora dos meios
académicos, como uma forma de aperfeiçoamento pessoal que se pode aplicar à vida
profissional, sobretudo no contexto das empresas, e que se pode também adaptar a
preocupações contemporâneas, especialmente a preocupação ecológica com a natureza.
Referências
Textos dos Estoicos
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Notas