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FILOSOFIA DO DIREITO

MONITOR: GUSTAVO ROCHA DE OLIVEIRA


FILOSOFIA DO DIREITO
MONITOR: GUSTAVO ROCHA DE OLIVEIRA
ÍNDICE:
• Filosofia Antiga;
• Filosofia Medieval;
• Filosofia Moderna;
• Filosofia Contemporânea.
∏∏ Filosofia Antiga ∏∏

UNIDADE I
Origem da Filosofia
❖ Século VI e VII a.C.;
❖ Na Grécia Antiga;
❖ Motivos: Transformações econômicas e espaços políticos-sociais.

Fontes do Conhecimento Filosófico


❖ Senso Comum;
❖ Filosófico (Razão);
❖ Científico (Razão + métodos).

Doxografia (Síntese dos pensamentos por filósofos posteriores)


x
Fragmento (Citações de passagens dos próprios filósofos)
Passagem do Mito ao Logos:
❖ Mythos → “Discurso especial”, era utilizado para explicar a origem dos povos,
funcionamento da natureza e a origem do mundo. Contudo, o discurso era
ficcional ou imaginário, sendo por vezes na atualidade sinônimo de mentira.
❖ Logos → Razão ou princípio da inteligibilidade, meio filosófico ao qual se utiliza
a razão com preceitos para explicação da realidade. Exemplo: Metafísica.

A passagem do mito ao logos (VII e V a.C.) se deu por vários motivos, entre eles
pelo contexto no cenário social, econômico e ideológico. Uma situação a qual se
pode definir o motivo desse acontecimento, está localizado no fato de que em
várias cidades-Estado (como em Atenas) detinham um modelo escravista em sua
economia, assim, “sobrando tempo” para que os cidadãos gregos pudessem
discutir acerca de diversos assuntos como política, elementos da vida e a
argumentação (No caso dos Sofistas).
PRÉ-SOCRÁTICOS
❖ Primeiros Filósofos (623 - 399 a.C.);
❖ Os Pré-Socráticos, pela etimologia da palavra, são filósofos que antecederam
Sócrates, figura importante que será estudada posteriormente;
❖ Sua principal característica é a tentativa de idealização do elemento primordial
que formaria o mundo e as relações nele existentes.
❖ Termos importantes e significados:
• Arché: Princípio da origem e composição do universo;
• Physis: A natureza em si.
❖ Pré-Socráticos de maior relevância:
• Tales de Mileto (Pai da Filosofia);
• Anaximandro de Mileto;
• Anaxímenes de Mileto;
• Pitágoras de Samos;
• Heráclito de Éfeso;
• Parmênides de Eléia.
Tales de Mileto
❖ Primeiro pensador grego, era astrônomo e especialista em geometria;
❖ Para Tales, a Arché era a Água.

Anaximandro de Mileto
❖ Após estudos acerca das conclusões de Tales, aprimorou suas ideias;
❖ Para Anaximandro, a Arché é uma complexa relação do universo a qual não se pode ser facilmente
concluída em si, dessa forma, sendo algo correlacionado ao infinito;
❖ “Ápeiron” é termo utilizado pelo filósofo para essa relação.

Anaxímenes de Mileto
❖ Para Anaxímenes, a Arché era formada pelo ar;
❖ Só se consegue vida, se o ar estiver presente.
Pitágoras de Samos
❖ Fundou uma sociedade filosófica matemática;
❖ Criador de diversos conceitos matemáticos da época, entre eles, um dos mais utilizados nos dias
atuais na geometria, o Teorema de Pitágoras;
❖ Para Pitágoras, a Arché era o número em si, pois por ele conter ordem e sistematização, gera-se
harmonia no universo.

Heráclito de Éfeso
❖ Fazia parte da Escola Mobilista (Movimento, fluxo constante);
❖ Para ele, o mundo evolui a partir das mudanças, sendo assim, idealizando a Arché como o fogo,
pois está em constante mudança;
❖ “Não se pode entrar duas vezes no mesmo rio”.

Parmênides de Eléia (Caminho da Filosofia e da Razão)


❖ Parmênides afirmava que a Arché era o fogo, da mesma forma que Heráclito, contudo, se opunha
ao ideário mobilista;
❖ Idealizou seus pensamentos com características imobilistas e defendia que a mudança era fruto
das aparências.
ESCOLAS PRÉ-SOCRÁTICAS

JÔNICA (PHYSIS) ITALIANA (LÓGICA)

Tales de Mileto Pitágoras

Anaximandro de Mileto Parmênides

Anaxímenes de Mileto

Heráclito de Éfeso
Cosmogonia x Cosmologia
❖ Com o surgimento da filosofia antiga, houve uma substituição no estudo do universo (de
forma análoga do Mythos e Logos), passando assim da cosmogonia para a cosmologia.
❖ Cosmogonia é uma explicação do universo a partir de mitos (sagrado, magia, mistério);
enquanto a cosmologia é o estudo científico do universo.

Filosofia Antiga e a Questão Ética


❖ A ética tem como objetivo a reflexão a respeito de como o comportamento humano em
questão contém fins;
❖ Essa reflexão inicia-se com o grupo de filósofos Sofistas (V e IV a.C.);
❖ Nesse período, os estudos que refletiam sobre a physis (natureza) e o universo dão lugar ao
propósito: “O homem é causa de si mesmo, não da natureza”, Assim, sendo palco para
novos filósofos com proposições diferentes das anteriores.
FILÓSOFOS SOFISTAS
❖ A lei (Nomos) é o que liberta o homem da barbárie;
❖ Culturas diferentes = leis diferentes;
❖ Relativizam o conceito de justiça pela identificação com o conceito de legalidade: “Justo é o
que está na lei”, A justiça se torna inconstante, pois a lei positiva pode mudar a qualquer
momento.

O que favoreceu o crescimento desse grupo?


❖ Expansão das fronteiras gregas;
❖ Ampliação do comércio e das riquezas;
❖ A DEMOCRACIA fez com que a população tivesse de aprender à argumentar e expressar-se
bem suas ideias;

Ou seja, com a população necessitando de noções de oratória/retórica, os sofistas vendiam


fórmulas desse assunto como uma forma de produto. Contudo, na mesma época, seu principal
antagonista era Sócrates, que criticava o relativismo que compunha os argumentos sofistas.
Filósofos sofistas de maior destaque
❖ Protágoras (Atenção na conversação dele com Sócrates);
❖ Górgias;
❖ Pródico;
❖ Hípias;
❖ Antífon;
❖ Trasímaco;
❖ Crítias;
❖ Antístenes;
❖ Alcidamas;
❖ Licáfron.
PERÍODO SOCRÁTICO (V a IV a.C.)
❖ Conhecido também como período clássico ou antropológico;
❖ Os pensamentos envolvem questões relacionadas à antropologia, ou seja, o humano em si;
❖ Assuntos como ética e política são predominantes e contém extrema influência em várias
áreas do conhecimento como: a própria filosofia, história, antropologia e “Política, Estado e
Democracia”.

Tríade estudada nesse período:


Sócrates (469 a.C. – 399 a.C.) Platão (427 a.C. – 347 a.C.) Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.)
SÓCRATES (Principais ideias)
❖ “O conhecimento reside no interior do próprio
homem”;
❖ “Quando não se sabe a diferença entre bem e o
mal, o mal é assim praticado. Sendo assim
necessário o conhecimento para pará-lo”;
❖ “A felicidade é o controle das paixões e a busca do
saber”;
❖ O Direito para Sócrates é o instrumento humano
de coesão social, para a realização do bem comum
por meio do cultivo das virtudes (desenvolvimento
das potencialidades humanas);
❖ A ética para Sócrates é teleológica, ou seja, visa a
finalidade. Assim, sendo um dever filosófico
erradicar a ignorância e deve, de forma prática,
combatê-la com educação;
❖ O discípulo mais famoso de Sócrates é Platão.
PLATÃO ❖ A Alma se divide em três eixos fundamentais,
Esses três formam a Educação da Alma:
❖ Ética é sustentada pelas ideias de ordem e de
harmonia como caminho para se alcançar o • Temperança;
bem; • Coragem;
❖ Diferentemente de Sócrates, não considera o • Sabedoria.
mito uma “perda de tempo”, pois a partir de
seu famoso “Mito da Caverna” introduz uma
ótima estratégia comunicativa a qual faz o
leitor refletir sobre temas até mesmo atuais;
❖ A Ética platoniana ou platônica tem conceitos
chaves divididos em seus escritos, neles ele
descreve o:
• Conceito de Alma;
• Conceito de Conhecimento;
• Conceito de Amor;
• Conceito de Justiça.

❖ Método dialético: Visa purificar os erros e


equívocos de uma tese promovendo uma
discussão construtiva acerca da mesma.
ARISTÓTELES E A METAFÍSICA ou seja, a felicidade para o humano se extremas atitudes.
realiza no ato de pensar;
❖ Metafísica é a ciência do ente (Aquilo
que é) enquanto ente e de seus❖ Assim, a alma pode ser dividida em
princípios fundamentais; A Essência, o quatro capacidades:
ato de existir; • Vegetativa (biologia corpórea)
❖ A metafísica pode ser considerada• Apetitiva (Emoção e desejo)
também uma base de fundamentação
para a ética aristotélica; • Deliberativa (Racional / Planejar)
❖ Aristóteles rejeita até certo ponto as• Contemplativa (Contemplação da
teorias de Platão e institui a busca da origem da natureza, vida humana e
estrutura essencial de cada ser, universo);
conhecendo o seu particular e
posteriormente indo para o geral;
❖ Fenômenos da Alma:
❖ Para Aristóteles a justiça é dividida em:
Justo total, justo particular e justo• Afecções (sentimentos em geral);
meio.
• Capacidades (Condições que afetam a
❖ Além disso, também diferencia causas alma do indivíduo);
para existência do ser:
• Disposições (Comportamento bom ou
• Material: Matéria da coisa; ruim em relação pelas afecções).
• Formal: Produção da coisa; ❖ Para finalizar, Aristóteles assente que
as pessoas já nascem com alguns
• Final: Razão de ser da coisa.
traços de cada virtude e a educação
❖ Para Aristóteles, a racionalidade pode tem o papel de reforçar essas boas
ser apontada como a essência humana, tendências e equilibrá-las entre as
PERÍODO HELENÍSTICO
❖ Interação Cultural entre gregos e
macedônicos;
❖ O cidadão não tem mais participação na
vida política;
❖ As reflexões deslocam-se do público para
o privado;
❖ As preocupações são individuais, com
temas como intimidade.

Principais Escolas filosóficas desse período:


• Cinismo;
• Epicurismo;
• Estoicismo.
CINISMO (Kynos ou “cão”)
❖ Filósofos viviam nas ruas como cães;
❖ Seu maior ícone era Diógenes, conhecido como o cão e por questionar, publicamente, valores e
tradições sociais;
❖ Diógenes costumava andar com uma lamparina, mesmo ao dia, com o intuito de encontrar um
homem puro em vida;
❖ Levavam a filosofia de Sócrates ao extremo (Conhecer a si mesmo e desprender de bens
materiais).
ALEXANDRE, O GRANDE E SUA INTERAÇÃO COM DIÓGENES

Conta-se que certa manhã, Diógenes tomava sol sentado ao lado de seu barril. Alexandre o grande,
andava por aquelas terras e de tanto ouvir falar no homem que morava dentro de um barril quis
conhecê-lo.
Informado de onde se encontrava o filosofo, Alexandre montado em seu Bucéfalo, pôs-se frente a frente
com Diógenes e com este, teve o mais memorável de seus diálogos.
Desta forma apresentou-se o general:
– “Sou Alexandre o grande, diante de mim prostram-se os reinos, eu sou possuidor de muitas riquezas”.
Diógenes sem esboçar sinal algum de surpresa, unicamente respondeu ao general:
– “Eu sou Diógenes, e isto me basta”.
Alexandre, pasmo com a reação indiferente de Diógenes frente a sua imponência, ainda tentou persuadi-
lo, com o pretexto de fazer o filosofo segui-lo:
– “Ouvi muito sobre sua sabedoria, e te ofereço metade de minhas riquezas se quiser acompanhar-me”.
Diógenes para a surpresa de Alexandre e de todos que estavam presentes, prontamente respondeu:
– “De você não desejo nada, quero apenas que saia da frente do meu sol pois estás me fazendo sombra”.
Os soldados do temível general ainda quiseram zombar de Diógenes, mas foram censurados por
Alexandre que lhes repreendeu desta maneira:
– “Não zombem deste homem, pois se eu não fosse Alexandre Magno, eu queria ser Diógenes.
Alexandre então se retirou, deixando em paz o filósofo sem nunca esquecer o exemplo de Diógenes,
tendo também a certeza de que estivera diante do mais diferente homem de seu tempo.
EPICURISMO (Epícuro de Samos) ❖ Felicidade, no Epicurismo, é
❖ Filosofia de desapontamento político conquistar a ATARAXIA: estabilidade
(decadência da Grécia); de ânimo diante das coisas, prazeres,
paixões e da dor.
❖ Busca explicar o mundo a partir dos
elementos que o integram, tratando❖ “Não causar nem sofrer dano”.
de temas como a matéria, o átomo e
sensações;
❖ “O cosmo se autogoverna” / “A morte
é apenas uma degradação”;
❖ Não conformados com as respostas
filosóficas anteriores, procuraram por
respostas meio da física e ética;
❖ Todas as respostas se submetem aos
sentidos (Sensações);
❖ A dor não é natural, mas o prazer sim;
ESTOICISMO filosofia é a rigidez ou fidelidade
❖ A ética estoica é uma espécie de ética severa ao próprios princípios.
da Ataraxia (estado de harmonia Outrossim, é a tranquilidade que, para
corporal, moral e espiritual); os estoicos, deve ser imperturbável.
❖ A ética estoica é derivada da
conjugação dos conhecimentos
adquiridos pelo homem;
❖ Um dos princípios da ataraxia no
estoicismo é saber distinguir o bem do
mal, isso é feito a partir das normas
naturais à sociedade;
❖ Para eles, é dever do ser humano ser
ético;
❖ Estoicismo vem do nome “Stoa”, que
quer dizer justiça, sabedoria, fortaleza
e temperança.
❖ Uma característica central dessa
† Filosofia Medieval †

UNIDADE II
† A Filosofia na Idade Média (V – XV d.C.) contem diversos autores, contudo,
em um geral, os estudos ocidentais limitam-se à dois: Santo Agostinho de
Hipona e São Tomás de Aquino;
† Logo, percebe-se que a filosofia da época era formada por padres
apostólicos;
† Pode-se denominar também os estudos dessa época como “Apologética”, ou
seja, a defesa argumentativa de que a fé pode ser comprovada pela razão.
† Importante lembrar: com a dominação da Igreja Católica no cenário político,
cultural e econômico, acarretou uma “mistura” de culturas e filosofias entre
romanos (lógicos) e católicos (também romanos).
† Logo, denomina-se quê:

FÉ x RAZÃO
(Catolicismo romano) (Antiguidade Clássica – Grécia)
Importante lembrar que muitos pensadores da época repudiavam por completo
a filosofia pagã, contudo, admitiam que a lógica, característica marcante, era
útil na procura por respostas. Logo, buscaram conciliar o cristianismo e a
filosofia grega, considerada pagã no ponto de vista cristã.

FILOSOFIA CRISTÃ
† Seu nascimento se dá durante o fim do Império Romano ocidental;
† Com a ascensão da Igreja Católica, a religião assume um papel superior à
sociedade, participando do contexto socioeconômico;
† A pura verdade está em Deus e somente ele a conhece;
† A razão está dentro da fé;
† A filosofia grega era a porta para o pecado, contudo se adicionada ao
pensamento católico, tornava-se legítima em utilização.
PATRÍSTICA
† Escola de Santo Agostinho de Hipona (354† Tipos de Justiça segundo Agostinho:
– 430 d.C.); † Justiça humana: imperfeita, corrompida.
† Era formulada pela fusão da doutrina † Justiça Divina: Feita por Deus, perfeita e
imutável.
neoplatônica com o cristianismo;
† Para Santo Agostinho: “O homem não
conhecerá a verdade absoluta, mas a fé
será a solução para o ceticismo acerca da
religião”.;
† Neste momento surge a discussão acerca
do livre arbítrio, segundo o qual, seria um
dom divino ao humano;
† Agostinho dissertou acerca da
Contingencialidade humana, que faz com
que o ser humano seja a própria fonte de
conhecimento, neste caso, sendo imagem
e semelhança de Deus, devendo conhecer
a si.
† ESCOLÁTICA do bem, deveria conter † Lex Humana: Leis humanas
conhecimentos obtidos através de que são incompletas,
† Seu principal representante foi São experiências; insuficientes e baseiam-se nas
Tomás de Aquino (1225 – 1274); leis naturais para alcançar a
† Assim, a partir das experiências
† Aquino acreditava que o ente era humanas, criam-se as leis humanas justiça.
dividido em corpo e alma. Dessa que são racionais, rudimentares,
forma, dissertava que o corpo era insuficientes e incompletas;
corruptível, material e mortal,
enquanto que a alma era† Dissertou também acerca da
incorruptível, imaterial e imortal. Justiça, dividindo-a em duas:
† A partir desse seguimento, † Comutativa: justiça individual.
ressalta-se que Tomás de Aquino † Distributiva: justiça social ao
constituía uma filosofia de base indivíduo.
cristã e aristotélica; † Para finalizar, Aquino classificou a
† Logo, comentava sobre as “LEX” ou, do latim, literalmente,
faculdades do ser: lei:
† Vegetativa (tarefas fisiológicas); † Lex Divina: Lei de Deus,
† Sensitiva (Forma de agir); completa e imutável;
† Intelectuais (sobrevivência e † Lex Naturalis: Lei natural,
estratégia). parte da lei divina que é
apresentada ao homem para
† Além disso, estabelecia que para o
que se espelhe
ser humano encontrar o caminho
(jusnaturalismo);
Mística e a questão teológica
† “A mística medieval consiste na experiência subjetiva de Deus, mediante a atitude de voltar-
se para si mesmo, com a finalidade de autoconhecimento e, sobretudo, conhecimento de
Deus, que pode ser atingido através do êxtase da visão beatífica”
MESQUITA, R. G.

† Existem três formas de experiência mística na cultura ocidental:


† Especulativa: Através do pensamento, busca-se penetrar o mistério do ser, sendo, portanto, uma mística
do conhecimento (VAZ, 2000);
† Mistérica: Voltada para o conteúdo do mistério em si, o mistério divino;
† Profética: busca unir conhecimento e rito na pretensão de dizer o absoluto, abarcando assim, uma
dimensão individual e uma dimensão coletiva.
PONTOS AOS QUAIS MERECEM ATENÇÃO
1. Assimilar a época de vida de Santo Agostinho e São Tomás de Aquino em relação à Alta e Baixa Idade
Média;
2. Notar a influência de Platão e Aristóteles nos filósofos medievais;
3. Compreender o contexto conturbado ao final do Império romano e a ascensão da igreja católica como uma
unidade política na Europa;
4. Maximizar o conhecimento na divergência de pensamento de Santo Agostinho (Alta Idade média) e São
Tomás de Aquino (Baixa Idade média).

PARA FINALIZAR...
† No direito, há uma concepção segundo a qual existe e pode ser conhecido uma espécie de direito natural,
esse direito, seria universal à todos os homens;
† Essa ideia surgiu na idade média e foi amplamente discutida na modernidade;
† À ela, dar-se o nome de Jusnaturalismo, ou seja, um meio de justiça natural e universal à todo humano, que
servirá de base para as legislações futuras se utilizarem de referência para uma nova legislação.
Ֆ Filosofia Moderna Ֆ

UNIDADE III
❑ A filosofia moderna trata de temas relacionados ao pós-feudalismo, ou seja, a época após a
queda feudal, ascensão dos monarcas e surgimento da classe social burguesia;
❑ Movimento importante: Renascimento → Movimento com influência na área social, racional,
filosofia da retomada do greco-romano na Península Itália.
❑ Escolas filosóficas modernas:
✓ Contratualismo;
✓ Racionalismo;
✓ Empirismo;
✓ Ceticismo.

❑ Um ponto fundamental para o estudo da filosofia moderna é a discussão acerca do


jusnaturalismo, presente em situações contemporâneas do Direito como em “O Caso dos
Exploradores de Cavernas”.
❑ Contudo, diferente da época medieval, o direito natural moderno não passa a ser palco de
acréscimos totalmente religiosos e relacionado à divindades. É tratado como algo de
encontro ao neutro, que é baseado na própria natureza humana.
CIÊNCIA POLÍTICA E FILOSOFIA facilidade na concretização de uma traição popular;
enquanto que, quando temido, se desenvolve medo da
❑ Os principais autores que discorrem sobre a política na reação do monarca, fazendo com que os subordinados não
modernidade são Maquiavel, Bodin e Hobbes. Entretanto, o recorram à estas situações radicais.
destaque principal para a filosofia política e Política, Estado e
Democracia vai para Nicolau Maquiavel. ❑ Outro ponto importante ressaltado por Maquiavel é que o
governante jamais deve ser odiado pelo povo, pois, uma vez
odiado, a revolta popular torna-se evidente com o passar do
NICOLAU MAQUIAVEL (1469 – 1527) tempo e o irá destronar consequentemente.

❑ Escreveu sobre o Estado e o governo como realmente são, e


não como deveriam ser;
❑ Autor do Livro O Príncipe, analisou como um governante (O
príncipe) deve reger e governar o seu território,
subordinados e súditos. Foi o primeiro “cientista político” e
desenvolveu técnicas para o monarca se manter no poder,
mesmo com pressões e traições ao redor.

Nesta hipótese “é mais seguro ser temido do que


amado, quando se tem de desistir de uma das duas”, isto porque
“os homens têm menos receio de ofender a quem se faz amar do
que a outro que se faça temer”
(Príncipe, XVII).
❑ Analisando a propositura do autor, denota-se que quando se
é amado pelos seus súditos e subordinados, encontra-se
OUTROS CONCEITOS MAQUIAVÉLICOS
❑ VIRTÙ: é a virtude, mas não se trata da virtude moral
relacionada com os valores cristãos da bondade, do
altruísmo, da benevolência pois, segundo Maquiavel, o
Príncipe deve levar em consideração a natureza corrupta dos
seres humanos, ou seja, que os homens são volúveis,
ambiciosos ou que estão constantemente em busca de
poder.
❑ FORTUNA: seria a mudança dos tempos, os eventos
aleatórios que acontecem sobre o destino de um homem ou
de um Estado que podem mudar os seus rumos. Maquiavel
a considerava um desafio ao governante (que iria ser testado
constantemente durante seu regime) e não um obstáculo.
EXEMPLOS PRÁTICOS DAS IDEIAS MAQUIAVÉLICAS NA
HISTÓRIA:
❑ Revolução francesa (revolta popular contra o monarca);
❑ Revolta de Nika (ocorrida em Constantinopla, foi utilizada força
militar durante uma semana para conter a revolta popular
direcionada ao Imperador Justiniano I);
❑ Morte de Júlio César causada por seus companheiros de Senado
romano após ser ascendido ao cargo de ditador romano;
CONTRATUALISMO
❑ O nome contratualismo vem etmologicamente de “Contrato”;
❑ Segundo os filósofos contratualistas, o homem vivia, antes da sociedade ser protegida por grandes reinos, em um estado de
natureza ao qual derivava do Direito Natural, sendo inalienável, universal e imutável. Logo, os humanos eram desprotegidos,
poderiam morrer facilmente por sua grande liberdade e a inexistência de regramentos impostos socialmente por
coercibilidade;
❑ Por isso, dissertavam acerca do “Contrato Social”, um acordo implícito entre o homem e Estado onde, em troca de proteção,
cedia a liberdade que viera do estado de natureza ao governante (O Estado).

FILÓSOFOS CONTRATUALISTAS E SUAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS


THOMAS HOBBES; JOHN LOCKE JEAN JACQUES ROUSSEAU

✓ Autonomia ao monarca; ✓ Contratualista e empirista inglês; ✓ Revolução francesa;


✓ Dissertava fortemente sobre o ✓ Precursor em temas gerais do ✓ Importante estudioso do estudo
estado de natureza; direito privado como o social;
✓ Defendia a democracia direta;
✓ “O homem é o lobo do próprio liberalismo, desenvolvido por
✓ “O homem é bom, porém a
homem”; Adam Smith posteriormente;
sociedade o corrompe”;
✓ Autor da obra Leviatã. ✓ Propriedade privada;
✓ Dissertou sobre a origem e os
✓ Sua cedência ao monarca advém ✓ Dava autonomia para o monarca, fundamentos das desigualdades
da sua história, pois seu estudo porém com possibilidade de entre homens, antecipando
foi investido pela nobreza inglesa retirá-lo do poder. conceitos sociais vistos
posteriormente por Marx.
RACIONALISMO, EMPIRISMO E❑ Argumenta que todo o conhecimento renúncia a qualquer certeza é condição para
CETICISMO humano deve ser adquirido de experiências a felicidade.
sensoriais;
❑ Ou seja, segundo os ceticistas, não era
RACIONALISMO
❑ Experiências sensoriais → vivências, possível conhecer a verdade, tornando o
❑ Traz como argumento a noção de que a experiências, aprendizados em vida que cada conhecimento parcial e tendo as
razão é a única forma que o ser humano tem ser humano contém; características de:
de alcançar o verdadeiro conhecimento por ✓ Subjetivismo
❑ Diferentemente dos racionalistas, os
completo;
empiristas eram opositores à ideia de ✓ Relativismo
❑ Para os racionalistas, os conhecimentos conhecimento inato, levando em conta que ✓ Probabilismo
humanos em vida eram inatos, ou seja, já apenas a experiência sensorial humana é o
✓ Pragmatismo
nasciam com o dom do conhecimento, que levaria o ser ao aperfeiçoamento e à
apenas os desenvolviam posteriormente; busca do conhecimento verdadeiro.
❑ Seus principais autores são René Descartes,
Pascal e Spinoza.

CETICISMO

EMPIRISMO ❑ Questiona tudo e reconhece na dúvida a


única atitude do sábio. Para o cético, a
CRITICISMO KANTIANO
✓ Juízos Sintéticos: Ampliam o conhecimento, contudo
não são universais (Generalizações empíricas).
❑ O criticismo é uma doutrina filosófica que rejeita todo o tipo
de conhecimento cujos fundamentos não tenham sido
analisados criticamente. Essa doutrina foi explorada por
Immanuel Kant, filósofo alemão iluminista que unia os
principais contextos das escolas empiristas e racionalistas.

❑ Ou seja, para Kant, é importante que haja a análise crítica do


conhecimento específico, juntando inconscientemente a
razão racionalista na parte crítica e o modo de experiências
empíricas as quais serão adotadas para realizar a análise
crítica da temática proposta.

❑ Filosofia Transcendental: estuda a origem dos conceitos e se


ocupa especificamente dos conceitos a priori que se referem
aos objetos que, nesse caso, não são mais meramente dados
e sim pensados. Apenas a sensibilidade é intuitiva.

❑ Da filosofia transcendental derivam os juízos, que são


diversificados em:
✓ Juízos Analíticos: Caráter lógico e não produz
conhecimento; é universal (A priori);
ψ Filosofia Contemporânea ψ

UNIDADE IV
POSITIVISMO

❑ Doutrina formulada na França por Auguste Comte (1798 – 1857), defende a


ideia de que o conhecimento científico seria a única forma de conhecimento
verdadeiro. A partir desse saber, pode-se explicar coisas práticas como das leis
da física, das relações sociais e da ética;

❑ Início dos estudos sociais que, mesmo superficiais e com preconceitos como
determinismos, serviu como um ponta pé inicial para o desenvolvimento
acadêmico da temática social;

❑ Auguste Comte propunha a reorganização da sociedade e dividia em 3 estados a história do conhecimento da humanidade:

TEOLÓGICO METAFÍSICO POSITIVO


(Divino / Sobrenatural) (Busca abstrata sobre a origem e destino) (conhecimento científico)

❑ Para Comte, a sociedade é explicada como um grande organismo coletivo que se organiza em torno de núcleo constante como
propriedade, família, trabalho, pátria e religião;
❑ Logo, surge nesse sentido a primeira classificação de “ciência social”, já que a sociedade passou a ser estudada de maneira
objetiva e metodológica.
Marxismo
❑ Linha de pensamento histórica pensada por Karl Marx (1818 – 1883) que, embora
não fosse filósofo e sim historiador, influenciou fortemente para as ciências sociais e
filosóficas da época;
❑ Dialética materialista: Modo dialético interpretativo de interligar assuntos como
desigualdade e economia, analisando a noção de relações de produção na história da
humanidade;
❑ Modo / meio de produção: maneira pela qual o proletariado (trabalhador) produz a
riqueza, o modo de trabalho em massa geral à época, formulando a existência de
classes distintas e gerando as lutas sociais;
❑ Luta de Classes: Segundo Marx, é o motor da história; a consequência da dominância
elitistas: as revoluções proletárias contra os patrões e a batalha pela isonomia de
classes.

Para Marx, existiam cinco períodos da história humana:

Comunismo Elite Elite Burguesia Comunismo


Primitivo Social Aristocrática
❑ Para Marx, a forma de dominação da classe dominante era
realizada por meio de uma falsa consciência, produzida por
meio de mecanismos de objetificação de certas
representações como sendo a realidade;

❑ Posteriormente, esse ideário foi modificado por líderes


mundiais em seus países, confundindo-se na
contemporaneidade as ideologias do socialismo e
comunismo. Segundo Karl Marx, o socialismo seria uma fase
transitória em que os proletariados iriam compreender a
dominação que estavam passando e reagiriam
posteriormente em lutas de classe, chegando à utopia
econômica-social, comunismo.

❑ Segundo, historiadores, filósofos modernos, economistas e


pensadores contemporâneos, até o presente momento não
existe um Estado ao qual realmente se utiliza do comunismo
como um meio econômico, mas sim o socialismo econômico-
social. Exemplo: Rússia, China (Economia mista), Coreia do
Norte, Cuba, entre outros.
EXISTENCIALISMO
❑ Filosofia concentrada na análise da existência e do modo como humanos têm existência no mundo para si. Visa encontrar
algum sentido na vida por meio da liberdade incondicional, escolha e responsabilidade pessoal.
❑ Os filósofos existencialistas são muitos, entre eles citam-se: Schopenhauer, Kierkard, Nietzche, Husserl e Sartre.
❑ Os principais são:

Arthur Schopenhauer • Concepções morais são • França (pós-guerra);


produtos da história • Filosofia existencial na
• Criticava o racionalismo iluminista; humana; década de 1940;
• Existência do ser é finita e limitada; • Não existem noções • Conceito de
absolutas de bem e mal; autoconsciência: ter plena
• A vida é representada por dor e
sofrimento; • Moral de rebanho: religiões identidade consigo mesmo,
e valores burgueses; se estudar, se conhecer ao
• Pessimismo e limitações sensoriais máximo;
• Viver é um desafio e deve
podem ser superadas pela arte ser enfrentado de forma • Em 1960 obteve uma
estética; solitária; transição do
• Contribuiu para o estudo da • Niilismo: Não crer em existencialismo para o
argumentação linguística. verdades morais ou marxismo, decaindo assim
hierarquia de valores pré- sua influência.
estabelecidos.

Friedrich Nietzsche Jean-Paul Sartre


FILOSOFIA DA LINGUAGEM OU ANALÍTICA
❑ Estuda a essência e natureza dos fenômenos linguísticos;
❑ A preocupação com a linguagem teve início com Johann Gottlob Frege, que percebeu que a linguagem comum contém
expressões geradoras de equívocos;
❑ Propôs a constituição de uma nova linguagem formal que restringisse os inconvenientes e imprecisões da linguagem comum;
❑ Outro nome importante é o de Wittgenstein, que influenciou nas vertentes da semântica formal e a pragmática em uma visão
da realidade-lógica e dinâmica-social da linguagem.

Johann Gottlob Frege Ludwig Wittgenstein


ESCOLA DE FRUNKFURT
❑ Escola de análise, pensamento filosófico e sociológico que surgiu na
Universidade de Frankfurt, situada na Alemanha. Tinha como
objetivo estabelecer um novo parâmetro de análise social com base
em uma releitura do marxismo;
❑ Surge em conjunto à sociedade industrial avançada;
❑ Para os pensadores dessa escola, as ciências humanas e sociais têm o
propósito interpretativo, visando à compreensão da sociedade e da
cultura diversa;
❑ Possibilidade de liberar o homem da dominação técnica, pois,
criticavam imensamente a massificação cultural.

Mas... O que é Massificação Cultural?


Ao promover a massificação e a transformação da cultura em
mercadoria, a Indústria Cultural fomentou o surgimento da cultura de
massa. Junto aos meios de comunicação, ela sustenta a veiculação da
cultura de massa, que é direcionada para o consumo pelo máximo de
pessoas possível, em todas as esferas sociais. Assim, atinge de forma
prejudicial a sociedade e as influenciam indiretamente a não divergirem,
criando uma espécie de única visão sobre determinado tema, uma
“visão de rebanho”.
gust_rochaoli

TODO O MATERIAL EXPOSTO ANTERIORMENTE, FOI INSPIRADO E EXPLICADO ATRAVÉS DO CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA EMENTA
INSTITUCIONAL DO CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURÍCIO DE NASSAU.

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