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Docente:
Eva Miranda
Discentes:
Alexandra Monteiro – a21814
Carmen Florêncio - a21811
Isabel Ferreira - a20841
Ricardo Belo - a21794
dezembro de 2022
Licenciatura em Gestão Pública – 3.º ano
Ética e Deontologia na Administração Pública
Agradecimentos
Agradecemos à professora Eva Miranda, todo o seu apoio e orientação durante o processo de
elaboração deste trabalho: a sua experiência e conhecimento foram fundamentais para o nosso
sucesso. Gostaríamos também de agradecer a todos os colegas e amigos que nos ajudaram ao
longo do caminho, o seu apoio foi valioso para a elaboração deste trabalho
Finalmente, gostaríamos de agradecer a todos os leitores que dedicaram o seu tempo para ler
e avaliar este trabalho. Esperamos que possam encontrar informações úteis e inspiradoras
nestas páginas.
Licenciatura em Gestão Pública – 3.º ano
Ética e Deontologia na Administração Pública
RESUMO
Concluímos que tanto o Códigos de Conduta Ética da Câmara Municipal de Sintra e como
o Código de Ética e Conduta da Câmara Municipal de Cascais são importantes porque
estabelecem os padrões de comportamento esperados de todos os colaboradores e orientam a
maneira como eles lidam com questões éticas e violações da conduta, embora sejam
divergentes no grau de detalhe com o qual abordam as normas de conduta. Embora os
municípios cumpram o quadro legislativo aplicável, ambos beneficiariam de maior detalhe,
transparência e clarificação.
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Licenciatura em Gestão Pública – 3.º ano
Ética e Deontologia na Administração Pública
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO 4
2. ENQUADRAMENTO TEÓRICO 5
2.1 A Ética 5
2.2 A Moral 6
2.3 A Deontologia 6
2.4 O Direito 7
2.5 A Ética, a Moral, a Deontologia e o Direito 8
3. ÉTICA – EVOLUÇÃO HISTÓRICA 10
4. A ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 12
4.1 Códigos de Ética e Conduta 16
5. ESTUDO DE CASO 17
5.1 Códigos de Ética e Conduta das Câmaras Municipais 17
6. CÓDIGO DE CONDUTA ÉTICA DA CÂMARA MUNICIPAL DE SINTRA 19
6.1 História e Caracterização do Concelho de Sintra 19
6.2 Missão, Valores e Visão da Câmara Municipal de Sintra 20
6.3 Código de Ética 20
7. CÓDIGO DE ÉTICA E CONDUTA DA CÂMARA MUNICIPAL DE CASCAIS 26
7.1 História e Caraterização do Concelho de Cascais 26
7.2 Missão, Valores e Visão da Câmara Municipal de Cascais 26
7.3 Código de Ética e Conduta do Município de Cascais 27
8. ANÁLISE COMPARATIVA DOS CÓDIGOS DE ÉTICA 32
9. CONCLUSÕES 36
ÍNDICE DE TABELAS
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Ética e Deontologia na Administração Pública
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Ética e Deontologia na Administração Pública
1. INTRODUÇÃO
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2. ENQUADRAMENTO TEÓRICO
2.1 A Ética
"A ética é a alma do caráter. É a virtude mais importante de todas, pois governa todas as outras
virtudes." - Cícero1
A ética é uma disciplina filosófica que se ocupa da reflexão sobre o que é moralmente
certo ou errado, sobre o bem ou o mal. A ética é uma reflexão teórica sobre a moral, que é o
conjunto de valores, normas e crenças que orientam a conduta humana. Tem como objetivo
ajudar as pessoas a refletirem sobre as suas ações e a tomar decisões “éticas”, fornecendo um
conjunto de princípios e normas que orientam a conduta humana e ajudam a distinguir o certo
do errado.
Existem diferentes teorias éticas que tentam explicar o que é certo ou errado e porquê.
Algumas teorias éticas defendem que existem princípios universais que se aplicam a todos os
seres humanos, independentemente da sua cultura ou contexto social. Outras teorias defendem
que os valores morais são relativos e dependentes da cultura e do contexto social.
A ética é uma disciplina ampla e complexa que é estudada por filósofos e outros
profissionais em diferentes áreas, como a ética empresarial, a ética médica, a ética política e
a ética ambiental.
1 Cícero foi um filósofo, orador e político romano do século I a.C., considerado um dos mais importantes oradores e escritores da
Antiguidade. Ficou conhecido pelas suas contribuições para o direito romano, a política e a filosofia, especialmente no que d iz respeito à
ética e à moral. Cícero foi um defensor da República Romana e foi um dos principais responsáveis pela sua defesa durante o pe ríodo de
transição para o Império Romano. Ele também foi um dos primeiros filósofos a escrever em latim, o que o tornou acessível a um público
mais amplo e ajudou a difundir suas ideias. Algumas de suas obras mais famosas incluem "De Officiis" (Sobre os Deveres), "De Amicitia"
(Sobre a Amizade) e "De Republica" (Sobre a República).
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2.2 A Moral
A moral é uma parte importante da vida humana e tem um papel fundamental na orientação
de nossas ações e decisões, ajudando-nos a distinguir o certo do errado e a atuar de maneira
ética e justa. A moral também pode ser um fator importante na criação de relacionamentos
saudáveis e na construção de uma sociedade justa e harmoniosa.
2.3 A Deontologia
"A deontologia é a teoria ética que se baseia na noção de dever e obrigação, defendendo que o agir
moralmente certo é aquilo que cumpre um dever ou segue uma regra moral, independentemente dos
resultados ou consequências práticas." - Immanuel Kant3
2
Albert Schweitzer foi um teólogo, filósofo, organista, músico e médico alemão, nascido em 1875. Ele é conhecido por sua dedicação às
missões médicas e humanitárias, principalmente na África. Schweitzer é também conhecido por sua teoria da "Reverência pela Vida", que
defende que todas as formas de vida devem ser respeitadas e preservadas, independentemente da sua utilidade para o ser humano. Ele é
considerado um defensor da ética e da moral, e as suas ideias têm sido amplamente discutidas e estudadas em diversas áreas, como a filosofia,
a teologia e a medicina. Schweitzer recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1952 pela sua dedicação ao serviço humanitário e médico na África.
3 Immanuel Kant foi um filósofo alemão do século XVIII, considerado um dos mais importantes pensadores da modernidade e um dos
principais representantes do iluminismo. Ele é conhecido por sua teoria ética deontológica, que defende que existem certos de veres e
obrigações morais que devem ser seguidos independentemente das consequências práticas ou das preferências pessoais. Segundo Kant, a
moralidade de uma ação deve ser determinada pela intenção por trás dela, e não pelos resultados ou consequências que esta produz. Algumas
de suas obras mais famosas incluem "A Crítica da Razão Pura", "A Crítica da Razão Prática" e "A Metafísica dos Costumes".
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A deontologia foi desenvolvida pelo filósofo alemão Immanuel Kant, que defendia que
existem leis morais universais que se aplicam a todos os seres racionais e que podem ser
conhecidas pela razão. De acordo com Kant, os indivíduos têm o dever de agir de acordo com
essas leis morais, independentemente das consequências.
A deontologia é uma disciplina ampla e complexa que é estudada por filósofos e outros
profissionais em diferentes áreas, como a ética empresarial, a ética médica, a ética política ou
a ética ambiental, estipulando um conjunto de deveres.
2.4 O Direito
"O direito é o conjunto de normas e princípios que regem a convivência em sociedade, visando a
garantir a paz, a justiça e a liberdade." - John Locke4
Aliás, o direito e a ética são duas áreas que estão diretamente relacionadas e que têm como
objetivo promover o bem-estar e a justiça na sociedade, sendo que o direito é um conjunto de
normas e princípios que regulam a vida em sociedade e que visam garantir a proteção dos
direitos e interesses das pessoas e da coletividade.
Assim, a ética pode ser vista como uma dimensão fundamental para o direito, uma vez que
os valores e normas morais são o ponto de partida para a elaboração de leis justas e
equilibradas. Além disso, a ética também pode orientar quem aplica o direito, ajudando-o a
tomar decisões justas e equilibradas na interpretação e aplicação das leis. Em resumo, o direito
4John Locke foi um filósofo, teólogo e político inglês do século XVII, considerado um dos principais representantes do iluminismo e um
dos fundadores do liberalismo moderno. Ele é conhecido por suas ideias sobre a natureza humana, o governo e a liberdade individual, que
foram influentes na Revolução Inglesa e na Revolução Americana. Segundo Locke, o ser humano nasce como uma "tabula rasa", ou seja,
como uma folha em branco, e é a experiência e a educação que o levam a formar suas ideias e opiniões. Ele defendia a liberdade individual
e a propriedade privada como direitos naturais, e acreditava que o governo deve ser limitado pelas leis e pelo contrato socia l. Algumas de
suas obras mais famosas incluem "Ensaio sobre o Entendimento Humano" e "Segundo Tratado sobre o Governo Civil".
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e a ética são complementares e ambos são importantes para garantir o bem-estar e a justiça na
sociedade.
"A ética é a ciência que estuda os valores e princípios que orientam as ações humanas, enquanto a
moral é o conjunto de normas e regras que regem o comportamento em sociedade. A deontologia é
uma teoria ética que se baseia na noção de dever e obrigação, defendendo que o agir moralmente
certo é aquilo que cumpre um dever ou segue uma regra moral, independentemente dos resultados ou
consequências práticas. O direito, por sua vez, é a ciência que estuda as normas e os princípios que
regulam a vida em sociedade, bem como as instituições encarregadas de aplicá-las e interpretá-las,
visando a garantir a justiça e a paz social." - Immanuel Kant
A ética, a moral, a deontologia e o direito têm alguns pontos em comum, mas também
são disciplinas distintas. A ética e a moral são disciplinas filosóficas que se ocupam da
reflexão sobre o que é certo ou errado, enquanto a deontologia é uma parte da ética que se
ocupa dos deveres e obrigações morais. O direito, por sua vez, é um conjunto de normas e leis
que regulam a conduta humana em uma sociedade.
A ética, a moral, a deontologia e o direito são quatro conceitos que estão relacionados, mas
que diferem nos seguintes aspetos:
● A deontologia é o estudo das obrigações e dos deveres éticos que os indivíduos têm
uns com os outros e com a sociedade, centrando-se nas regras e princípios que devem
ser seguidos;
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● O direito é o conjunto de leis e normas que regem a sociedade e que devem ser
seguidas pelos indivíduos e pelas instituições. O direito estabelece os direitos e
deveres das pessoas, bem como os mecanismos para proteger esses direitos e resolver
conflitos.
Em suma, a ética é o estudo das questões morais, a moral é o conjunto de valores e normas
compartilhados por uma sociedade, a deontologia é o estudo das obrigações éticas e o direito
é o conjunto de leis e normas que regem a sociedade.
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A ética tem uma longa história de desenvolvimento e evolução, que tem sido influenciada
por diferentes filósofos, culturas e períodos históricos.
Platão6 estabeleceu uma hierarquia das ideias na qual conferia um lugar supremo ao bem,
desenvolveu uma teoria ética baseada na noção de que existem formas ideais de coisas, como
a justiça e a beleza, que são independentes da realidade sensível e que podem ser conhecidas
por meio da razão. Segundo ele, a questão moral não é um problema somente do indivíduo,
mas das relações coletivas.
Aristóteles7, desenvolveu uma teoria ética baseada na ideia de que há uma finalidade ou
propósito para tudo o que existe, incluindo os seres humanos. Ele acreditava que o bem
supremo para o ser humano era a felicidade, que podia ser alcançada através da vida virtuosa
e da prática da razão, exercendo uma forte influência no pensamento ocidental.
Na Idade Média, a ética foi fortemente influenciada pelo cristianismo e muitos filósofos
cristãos, como Santo Agostinho8 e Tomás de Aquino9, que desenvolveram teorias éticas
baseadas na Bíblia e nos ensinamentos de Jesus, admitem que a única contemplação que
garante a felicidade é a contemplação de Deus, de quem teremos conhecimento só na vida
5 Sócrates (470 - 399 a.C.), filósofo ateniense da Grécia antiga, reconhecido como pai da filosofia;
6
Platão (428 - 348 a.C.), filósofo e matemático ateniense da Grécia antiga;
7 Aristóteles (384 - 322 a.C.), filósofo da Grécia antiga;
8
Santo Agostinho (354 - 430), filósofo, bispo e importante teólogo cristão do norte de África durante a denominação romana
9 Tomás de Aquino (1225 - 1274) frei católico, filósofo e teólogo italiano da Idade Média, da Ordem Dominicana
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futura, após a morte. Portanto, a cultura ocidental esteve marcada pela tradição moral fundada
nos valores religiosos e na crença na vida depois da morte.
Na atualidade, a ética é uma disciplina filosófica ampla e complexa que inclui diferentes
teorias e abordagens. Alguns filósofos contemporâneos continuam a desenvolver teorias
éticas baseadas em princípios universais, enquanto outros defendem a ética relativista, que
sustenta que os valores morais são dependentes da cultura e do contexto social. Muitos são os
desafios para tentar construir a vida ética e moral. A questão que se coloca hoje é a superação
dos obstáculos que dificultam a existência de princípios para a boa conduta. Algumas dessas
dificuldades derivam da sociedade individualista, incapaz de praticar a solidariedade e a
tolerância. Além disso, há também uma série de outras disciplinas, como a ética empresarial,
a ética médica e a ética política, que se ocupam de questões específicas relacionadas com a
ética.
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"A ética no serviço público não é uma questão de conveniência; é uma necessidade fundamental. Os
servidores públicos devem ser submetidos aos mais altos padrões de integridade e responsabilidade
para manter a confiança dos cidadãos ..." - Barack Obama10
Existem várias maneiras pelas quais a ética pode ser aplicada na administração pública.
Algumas delas incluem:
10
Barack Obama é um ex-presidente dos Estados Unidos. Ele foi o 44º presidente dos Estados Unidos de 2009 a 2017. Membro do Partido
Democrata foi o primeiro presidente afro-americano dos Estados Unidos. Durante sua presidência, Obama concentrou-se em questões como
a reforma do sistema de saúde, mudanças climáticas e a política externa. Depois de deixar o cargo, Obama continuou ativo na v ida pública
e escreveu vários livros, incluindo "A Audácia da Esperança" e "Uma Terra Prometida".
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Os princípios de ética na administração pública são valores e normas que devem orientar
o comportamento dos trabalhadores em funções públicas no exercício de suas funções. Alguns
dos principais princípios de ética na administração pública incluem, entre outros:
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Assim, de um modelo baseado na "soft law", caracterizado por ser mais flexível e menos
rígido, entendendo-se como um conjunto de normas que não têm caráter obrigatório, mas que
podem ser tomadas como referência ou orientação para a tomada de decisões (alguns
exemplos de "soft law" incluem declarações de princípios, resoluções de organizações
internacionais, códigos de conduta e regras voluntárias), passamos para um enquadramento
visivelmente impressivo, vinculativo e mesmo tipificado no âmbito disciplinar,
contraordenacional e penal para quem comete ilícitos enquadráveis nos diversos regimes
jurídicos, ou seja, para um modelo com caráter obrigatório em que as leis são aplicadas de
forma mais rigorosa: a “hard law”.
Este novo modelo faz uma referência expressa às penalidades no plano disciplinar,
contraordenacional e penal, pelo que foi essencial integrar a "hard law" nos Códigos de
Conduta.
A “hard law”, é então um conjunto de normas que são obrigatórias e é mais rígida do que
a “soft law”, pois tem consequências legais mais gravosas para aqueles que a desrespeitam.
Como exemplo, temos a Lei n.º 73/2017, de 16 de agosto, retificada pela Declaração de
Retificação n.º 28/2017, de 2 de outubro, veio reforçar o quadro legal no âmbito da prevenção
e combate da prática de assédio no trabalho, introduzindo alterações na Lei Geral do Trabalho
em Funções Públicas, aprovada pela Lei n.º 35/2014, de 20 de junho, bem como no Código
do Trabalho, aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro.
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A ideia de estabelecer Códigos de Ética e Conduta não é nova, mas a sua utilização tem
evoluído ao longo da história. Desde a antiguidade, os códigos foram usados para estabelecer
as regras e os padrões de ética e conduta esperados em diferentes sociedades e grupos, tendo
sido usados por governos, religiões e profissões para estabelecer os valores e os padrões de
comportamento esperados dos seus membros.
Na Idade Média, este tipo de códigos foi usado principalmente por governos e religiões
para estabelecer as regras de conduta esperadas dos seus cidadãos e fiéis.
Na atualidade, os Códigos de Ético e Conduta começaram a ser usados noutras áreas, como
as organizações e o mundo empresarial, profissões ou organizações sem fins lucrativos. Na
área empresarial, os códigos foram desenvolvidos como uma forma de promover a integridade
e a transparência nas atividades e garantir que as decisões e ações sejam tomadas de forma
ética e justa, alinhadas com a missão das entidades, vinculando os trabalhadores a certos
padrões de comportamento.
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5. ESTUDO DE CASO
No presente trabalho, e antes de abordar os respetivos códigos, optámos por começar por
apresentar, relativamente à Câmara Municipal de Sintra e à Câmara Municipal de Cascais, a
sua história e a sua missão, valores e visão atuais. A história é importante porque reflete a
evolução e o desenvolvimento da comunidade local ao longo do tempo, podendo ajudar a
compreender as razões pelas quais determinadas políticas e decisões foram tomadas e como
elas afetaram a comunidade local. Já a missão, os valores e a visão de uma autarquia são
fundamentais para saber qual a sua orientação e para garantir que os serviços prestados à
comunidade reflitam os interesses e as necessidades da população. A missão define o objetivo
principal da autarquia e o papel que ela desempenha na comunidade, enquanto os valores
estabelecem os princípios éticos e os padrões de comportamento que orientam suas ações. A
visão fornece um horizonte a longo prazo para a autarquia, estabelecendo o que ela espera
alcançar no futuro. Ao ter uma missão, valores e visão claramente definidos, a autarquia pode
orientar as suas ações e tomar decisões de forma coerente e consistente com seus objetivos e
prioridades. Isso também ajuda a estabelecer a confiança e a credibilidade da autarquia junto
à comunidade, pois as pessoas sabem o que ela se propõe a fazer e como ela pretende fazê-lo.
Além disso, a missão, os valores e a visão também podem ser usados como um guia para atrair
e reter funcionários comprometidos com os objetivos da autarquia e para estabelecer relações
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Antes do início da Câmara Municipal, Sintra já tinha uma longa história. A cidade foi
mencionada pela primeira vez na literatura no ano de 711, quando foi tomada pelos Mouros.
Mais tarde, tornou-se um importante centro de poder durante a época medieval, quando foi a
residência dos reis de Portugal. A cidade também foi palco de importantes eventos históricos,
como a Revolução Liberal de 1820, que levou à instauração da monarquia constitucional em
Portugal.
O Concelho de Sintra tem uma área de cerca de 300 km², com 377.835 habitantes e é, logo
após Lisboa (547.733 habitantes), o segundo município mais populoso de Portugal. A Vila de
Sintra é conhecida pela sua rica história, belas paisagens e monumentos históricos, incluindo
o Palácio da Pena e o Castelo dos Mouros.
monumentos históricos e paisagens naturais. Sintra é hoje um destino turístico muito popular,
atraindo visitantes de todo o mundo para apreciar a sua beleza natural e arquitetónica, pelo
que temos assistido a um investimento nesta área para promover o turismo de forma
responsável e sustentável, a fim de garantir que a cidade possa beneficiar do seu património
turístico sem prejudicar o ambiente ou a qualidade de vida dos habitantes locais.
“O desempenho dessa missão pública implica que cada trabalhador ou colaborador municipal,
individualmente considerado, tenha a responsabilidade e um dever de lealdade perante o Município
e respeito pelos direitos dos cidadãos, devendo não só obediência ao regime jurídico vigente, mas
também, aos princípios éticos que enformam o seu desempenho, privilegiando os mesmos acima de
quaisquer ganhos privados ou pessoais”.
“As especificidades das funções desempenhadas e o respeito de princípios e deveres basilares à defesa
do interesse público impõem a criação de um conjunto normativo que sistematize, de uma forma clara
e objetiva, as linhas de orientação em matéria administrativa, de ética profissional e dos padrões de
comportamento reconhecidos e adotados por todos os trabalhadores e colaboradores,
independentemente do seu vínculo laboral”.
O Código da CMS dedica um artigo ao que designa por Princípios Gerais, a seguir
enunciados:
● Profissionalismo e eficiência;
● Transparência;
● Correção e boa-fé;
● Colaboração e participação;
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● Gestão do risco;
A estes princípios, para os quais a CMS não apresenta uma definição, acrescem referências
à necessidade de cordialidade e respeito nas relações entre colaboradores, à obrigatoriedade
de não discriminação, à imparcialidade e à igualdade, tratamento justo, equidade e boa-fé.
A CMS dedica ainda outros artigos, na secção relativa aos Princípios Gerais, ao princípio
da independência, relacionado com os conflitos de interesses, à acumulação de funções e
obrigatoriedade da sua comunicação, ao sigilo e confidencialidade e ao princípio da
legalidade. Assim, estes princípios acabam por estar descritos de forma mais detalhada do que
os acima enunciados.
O Código de Conduta Ética da CMS dedica uma secção inteira ao relacionamento com o
cidadão, denotando a importância que atribui à ética nesta matéria. Nela são abordadas as
seguintes temáticas:
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● Não deve ser dada outra utilização aos recursos públicos que não os fins a que se
destinam;
● Deve ser dada uma utilização correta aos recursos informáticos, referindo-se, neste
âmbito, aos princípios éticos das comunidades sociais, que não explicita.
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o divulgam junto dos mesmos, devendo ainda estar disponível em todas as unidades
orgânicas.
Inclui ainda uma descrição do tipo de crimes, o seu enquadramento legal e a pena prevista,
que apresentamos no quadro seguinte:
Incumprimento do Código
Corrupção p.p. pelo artigo 373. ° do Com pena abstrata de um a oito anos de
Código Penal prisão
Recebimento e oferta p.p. pelo artigo 372. ° do Com pena abstrata até cinco anos de
indevidos de vantagem, Código Penal, prisão ou com pena de multa até 600
dias
Peculato p.p. pelo artigo 375. ° do Com pena abstrata de um a oito anos
Código Penal
Participação económica em p.p. pelo artigo 377. ° do Com pena abstrata até 5 anos de prisão
negócio Código Penal,
Concussão p.p. pelo artigo 379. ° do Com pena abstrata até 2 anos de prisão
Código Penal, ou 240 dias de multa
Abuso de poder p.p. pelo artigo 382. ° do Com pena abstrata até 3 anos de prisão
Código Penal, ou pena de multa
Prevaricação p.p. pelo artigo 369. ° do Com pena abstrata de até 2 anos de
Código Penal, prisão ou 120 dias de multa
Tráfico de influência p.p. pelo artigo 335. ° do Com pena abstrata de 1 a 5 anos de
Código Penal prisão
Branqueamento ou fraude na p.p. pelo artigo 368. °-A Com pena abstrata de 6 meses a 5 anos
obtenção ou desvio de do Código Penal de prisão
subsídio, subvenção ou
crédito
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Câmara Municipal de Sintra atue de forma ética e transparente e promova o bem-estar dos
munícipes de Sintra.
Por último, é ainda pertinente referir que em abril de 2022, a Câmara Municipal de Sintra
aprovou, em reunião do executivo, o Código de Boa Conduta para a Prevenção e Combate
ao Assédio no Trabalho que define os princípios orientadores de uma política que garanta
um ambiente seguro e saudável no local de trabalho, tendo como propósito estabelecer uma
política de prevenção de riscos psicossociais, defender os princípios e valores de não
discriminação e de prevenção e combate ao assédio no trabalho, servindo também de guia
orientador no âmbito da resolução de questões éticas, morais e comportamentais, nos termos
da legislação em vigor.
Este Código veio definir e implementar os princípios e as normas que devem ser
observadas no cumprimento das atribuições desenvolvidas pelos serviços municipais e em
alinhamento com a missão, visão e valores da autarquia, bem como clarificar as medidas de
âmbito preventivo e de combate ao assédio e o regime sancionatório associado.
Este documento pretende ser uma referência para autarcas, dirigentes, trabalhadores e
colaboradores do município, contribuindo para incentivar o respeito e a cooperação entre
todos num ambiente de trabalho digno e promover uma cultura organizacional pautada pelos
princípios da legalidade, da transparência, integridade e da não discriminação por forma a
gerar e manter a credibilidade e o prestígio do município de Sintra.
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Ao longo dos séculos, a Câmara Municipal de Cascais teve um papel importante na história
do município, participando ativamente no desenvolvimento económico, cultural e social do
Concelho. Em 1868, por exemplo, a Câmara Municipal de Cascais promoveu a construção do
primeiro hotel da vila, o Hotel Central, o que incentivou o turismo na região.
É um destino turístico popular, conhecido pela sua bela paisagem costeira, pelas suas praias
de águas cristalinas e pelo seu clima ameno. Cascais é um município com uma área de 97,4
km2, com 212.474 mil habitantes. É uma cidade de caráter residencial, mas também é
conhecida pelas suas atividades empresariais e turísticas. A economia do município baseia-se
principalmente no turismo, na indústria e no comércio.
local. No entanto, não nos foi possível encontrar, relativamente a este município, qualquer
informação acerca dos mesmos.
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O Código tem por objetivo identificar as regras, as normas de conduta e atuação pelas quais
os colaboradores supra identificados se regem e ainda de informação aos cidadãos de forma
a poder ser exigido o seu cumprimento.
2. Princípio da Legalidade;
3. Princípio da Integridade;
5. Princípio da Igualdade;
6. Princípio da Proporcionalidade;
7. Princípio da Responsabilidade;
• Deve ser adotada uma postura de respeito, cortesia e colaboração nas relações com os
cidadãos, prestando as informações e esclarecimentos que sejam necessários de forma
clara e transparente. Caso as pretensões dos cidadãos não sejam satisfeitas pelo serviço
onde presta funções, o colaborador do município deverá encaminhar os cidadãos para
o serviço competente;
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Relativamente a possíveis sanções, o Código apenas indica que são aplicáveis as previstas
na lei.
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O Manual tem uma definição clara do que se entende por conflito de interesses,
classificando-o como real, aparente ou potencial, apresentando vários exemplos que ajudam
a clarificar estes conceitos.
Existe também uma ligação entre este Manual e o Código de Ética e Conduta,
relativamente ao regime das ofertas institucionais, verificando-se a definição de valores
monetários, o que vem limitar as questões ou dúvidas que possam eventualmente subsistir. É
igualmente descrito com pormenor o procedimento específico aplicável à situação de conflito
de interesses.
Este Manual está escrito numa linguagem muito acessível a todos os trabalhadores e
stakeholders, sendo efetivamente uma mais-valia a existência de vários exemplos, que ajudam
na compreensão dos conceitos em causa. Há também a definição de mecanismos de orientação
e consulta acessíveis a todos, os quais são úteis para prevenir, identificar e gerir situações
potenciais ou efetivas de conflitos de interesses.
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Verifica-se, assim, que ambos os códigos têm como objetivo garantir a transparência e a
integridade nas atividades das câmaras municipais e assegurar que todas as decisões e ações
sejam tomadas de forma imparcial e justa, sendo semelhantes em muitos aspetos.
No entanto, existem algumas diferenças, desde logo no nome, o que pode parecer
irrelevante numa primeira análise, mas é da maior importância. Falando de ética falamos de
filosofia, da reflexão sobre a moral, isto é, sobre os valores e princípios que devem orientar a
conduta humana, debruçando-se sobre as questões relacionadas com o bem e o mal, o certo e
o errado, a justiça e a injustiça, entre outras. Esta reflexão é fundamental para o
desenvolvimento da consciência moral e para a construção de uma sociedade mais justa e
equilibrada. Concentrando-nos na conduta, esta é o reflexo das ações e comportamentos de
um indivíduo. Esta conduta ou comportamento, pode ser influenciada por fatores pessoais
como os valores, crenças e personalidade, e por fatores sociais como as normas e leis da
sociedade em que a pessoa vive.
Sintra tem o Código de Conduta Ética e Cascais tem o Código de Ética e Conduta,
sendo estes termos uma referência a documentos que estabelecem os princípios e valores
morais que devem orientar a conduta de pessoas ou instituições. Ambos os termos podem ser
usados para se referirem a documentos idênticos, mas existem algumas diferenças entre eles.
O Código de Conduta Ética é um documento que estabelece os valores éticos que devem ser
seguidos pelos colaboradores, no caso do município de Sintra. Ele define os valores e
princípios que guiam a atuação das pessoas e serve como auxílio para a tomada de decisões e
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Licenciatura em Gestão Pública – 3.º ano
Ética e Deontologia na Administração Pública
O Código de Conduta Ética da CMS tem o seu foco nos valores e princípios éticos que
devem orientar a conduta de uma pessoa, enquanto o Código de Ética e Conduta da CMC
inclui tanto os aspetos éticos quanto os aspetos de conduta que devem ser observados, o que
pode ser verificado, desde logo, ao nível do detalhe que é dado à descrição dos princípios.
A este nível é de salientar que, enquanto o código da Câmara Municipal de Cascais define
e densifica o que significa cada um deles, a Câmara Municipal de Sintra não o faz, o que, por
vezes, pode dificultar a sua interpretação pelos destinatários do código, ou seja, a sua tradução
em comportamentos esperados. Para além disso, tal tornou mais difícil a comparação dos dois
documentos. Ainda assim, elaborou-se a seguinte tabela, que visa apresentar uma visão geral
dos princípios contidos em cada um deles, tendo como referência os princípios do CPA.
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Licenciatura em Gestão Pública – 3.º ano
Ética e Deontologia na Administração Pública
Como se pode verificar, a CMS e a CMC não divergem muito ao nível dos princípios
constantes dos respetivos Códigos, situando-se a principal diferença ao nível do detalhe com
que os mesmos são tratados. Os princípios do Código da CMC, foram baseados na Carta Ética
da Administração Pública - Dez Princípios Éticos da Administração Pública.
Verificámos ainda que, enquanto a CMS tem um capítulo no Código referente ao Regime
Sancionatório, chegando a referir as penas previstas aquando do incumprimento do previsto
no mesmo, a CMC apenas menciona que as infrações estão sujeitas às penas legalmente
previstas. Julgamos que a CMS pretendeu de um modo claro e transparente alertar todos os
que são abrangidos pelo Código das consequências do seu incumprimento.
Outra diferença reside ao nível da importância que é dada pelos dois municípios à
comunicação com o exterior, dedicando a CMS bastante atenção ao comportamento para com
a comunicação social, algo que não encontra paralelo no Código de Ética e Conduta da CMC.
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Licenciatura em Gestão Pública – 3.º ano
Ética e Deontologia na Administração Pública
É de salientar, ainda, que tanto a Câmara Municipal de Cascais como a Câmara Municipal
de Sintra elaboraram documentos no âmbito do Regime Geral de Prevenção da Corrupção.
Contudo, enquanto a CMS apenas o disponibiliza na respetiva intranet, a CMC tem acessível
online o Manual de Gestão de Conflitos de Interesses. Assim, Cascais acabou por detalhar
bastante mais esta matéria, fornecendo informações, orientações e ferramentas úteis ao
reforço e aprofundamento dos padrões de integridade pública exigidos, definindo mecanismos
de orientação e consulta, formais e informais, acessíveis que ajudem a prevenir, identificar e
gerir quaisquer situações, potenciais ou efetivas, de conflitos de interesses e, até, fornecendo
exemplos de situações concretas.
Por fim, é de salientar que não foi possível encontrar qualquer menção à missão, visão e
valores relativos à Câmara Municipal de Cascais o que, nos termos do próprio princípio da
transparência constante do seu Código de Ética e Conduta, não consubstancia uma boa prática.
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Licenciatura em Gestão Pública – 3.º ano
Ética e Deontologia na Administração Pública
9. CONCLUSÕES
A ética, a moral, a deontologia e o direito têm alguns pontos em comum, mas também são
disciplinas distintas. A ética e a moral são disciplinas filosóficas que se ocupam da reflexão
sobre o que é certo ou errado, enquanto a deontologia é uma parte da ética que se ocupa dos
deveres e obrigações morais. O direito, por sua vez, é um conjunto de normas e leis que
regulam a conduta humana em uma sociedade.
Neste âmbito, as organizações têm vindo a adotar Códigos de Ética e Conduta, que
consistem em documentos que estabelecem os princípios éticos e as regras de conduta que
devem ser seguidos por indivíduos ou organizações. O seu objetivo é o de promover a
integridade e a transparência nas atividades dessas pessoas ou organizações e assegurar que
suas decisões e ações sejam tomadas de forma ética e justa.
Concluímos que estes documentos são importantes porque estabelecem os padrões éticos
e de comportamento esperados dos seus trabalhadores e orientam a maneira como estes lidam
com as questões éticas e violações da conduta.
Observamos que os Códigos de Ética e Conduta das duas Câmaras Municipais são
semelhantes em muitos aspetos, mas também apresentam algumas diferenças. Por exemplo,
ambos os Códigos estabelecem padrões de integridade, honestidade e transparência, mas o
Código da Câmara Municipal de Sintra versa mais sobre princípios gerais e abstratos,
enquanto que o Código da Câmara Municipal de Cascais fornece mais orientações práticas de
conduta, o que se evidência desde logo ao nível de detalhe que é dada à definição dos próprios
princípios. A Câmara Municipal de Sintra denota preocupação relativamente à comunicação
com o exterior e com o conhecimento, por parte de todos os colaboradores, acerca do regime
sancionatório aplicável enquanto que, relativamente a este último aspeto, a Câmara Municipal
de Cascais se limita a remeter para a legislação aplicável. Já a Câmara Municipal de Sintra
dedica mais atenção à utilização de recursos públicos, algo que a Câmara Municipal de
Cascais resume numa só frase.
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Licenciatura em Gestão Pública – 3.º ano
Ética e Deontologia na Administração Pública
Ambos os municípios definem procedimentos para lidar com questões éticas e violações
da conduta, mas, enquanto que na CMC os procedimentos estão densificados no Manual de
Gestão de Conflitos de Interesses, na CMS os procedimentos encontram-se plasmados no
Código de Conduta Ética, embora de forma bastante menos detalhada.
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Licenciatura em Gestão Pública – 3.º ano
Ética e Deontologia na Administração Pública
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
● Sítio da CMC
● Sítio da CMS
ANEXOS
38
Código de Conduta Ética do Município de Sintra
(Revisão)
Preâmbulo
O Código de Conduta Ética da Câmara Municipal de Sintra, adiante designado por Código,
materializou até à atualidade um conjunto de princípios e normas de comportamento que
inspiram e estão subjacentes a toda a atuação desenvolvida por este órgão do Município,
reclamada pela natureza da sua missão e pelas especificidades das atribuições que lhe estão
cometidas.
Os cargos públicos têm por base a confiança de toda uma sociedade de que, quem os ocupa,
atua em obediência ao interesse público.
O serviço público não é um trabalho como os demais, dado que quem o desempenha
encontra-se investido de uma missão em nome da comunidade, em que mais do que o exercício
de um qualquer poder, deve existir "auctorítas". Ou seja, uma capacidade moral que é
amplamente reconhecida.
O desempenho dessa missão pública implica que cada trabalhador ou colaborador municipal,
individualmente considerado, tenha a responsabilidade e um dever de lealdade perante o
Município e respeito pelos direitos dos cidadãos, devendo não só obediência ao regime jurídico
vigente, mas também, aos princípios éticos que enformam o seu desempenho, privilegiando os
mesmos acima de quaisquer ganhos privados ou pessoais.
DJUR - CB – v2 1
Sendo que o exercício de qualquer modalidade de autoridade deve inspirar-se no respeito pela
dignidade humana e pelos valores de cada pessoa.
Para assegurar que cada cidadão tenha plena confiança no Município, como pessoa coletiva de
bem e na integridade da Câmara Municipal de Sintra e Serviços Municipalizados enquanto
executores das políticas municipais, cada trabalhador ou colaborador deve respeitar e aderir aos
princípios de conduta ética estabelecidos neste Código, bem como implementar na sua atividade
laboral quotidiana as normas aí contidas.
Assim, e considerando:
DJUR – CB –V2 2
• A Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas (Lei n° 35/2014, de 20 de junho);
• O Código do Trabalho, aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12 de Fevereiro na sua
redacção vigente.
Tendo em conta que o presente Código de Conduta não está abrangido pela estatuição do artigo
135.° do CPA, não está igualmente sujeito às regras procedimentais previstas nos artigos 97.° a
101.° do mesmo normativo.
Não obstante não se tratar de um documento com eficácia externa, ao abrigo do n° 4 do artigo
136° do CPA, deve ser referido o diploma e norma habilitante do Código, o qual no caso vertente
é a alínea k) do n° 1 do artigo 33° do Regime Jurídico aprovado pela Lei n° 75/2013, de 12 de
setembro.
Assim, o Código de Conduta Ética da Câmara Municipal de Sintra, foi aprovado pela Câmara
Municipal de Sintra, na sua reunião ordinária de 25 de outubro de 2016, ao abrigo da alínea k) do
n° 1 do artigo 33° do Regime Jurídico aprovado pela Lei n° 75/2013, de 12 de setembro.
Justifica-se, nesse âmbito uma criteriosa ponderação e adequação do normativo em presença aos
seguintes diplomas:
DJUR - CB – v2 3
Não é demais realçar que se verifica uma clara mudança de paradigma por parte do legislador,
com um reforço patente e significativo duma lógica de obrigatoriedade que excede em muito a
mera aceitação voluntária pelos destinatários do anteriormente consagrado.
Assim, de um modelo baseado na "soft law", quanto a matérias relativas à corrupção e infrações
conexas, passa-se a um enquadramento visivelmente impressivo, vinculativo e mesmo tipificado
no âmbito disciplinar, contraordenacional e penal para quem cometa ilícitos enquadráveis nos
diversos regimes jurídicos.
Realce-se ainda que o presente Código de Conduta não prejudica a aplicação do Código de
Conduta dos Eleitos da Câmara Municipal de Sintra, aprovado pelo executivo municipal na sua
57.ª Sessão Ordinária, de 7 de abril de 2020, elaborado ao abrigo da alínea c) do n.° 2 do artigo
19.° da Lei n.° 52/2019, de 31 de julho.
Sem prejuízo de tudo o que precede, em termos estratégicos e englobando o Município de Sintra
como um todo, foi entendimento da Administração Municipal que, atento o similar substrato
subjetivo de destinatários, o Código de Conduta Ética pudesse ser aplicável simultaneamente à
Câmara Municipal e aos Serviços Municipalizados de Águas e Saneamento.
DJUR – CB –V2 4
Com efeito, a solução preconizada em termos de enquadramento jurídico e de processo genético
não se afigura inédita, atento o facto de, por exemplo, o Regulamento de Proteção de Dados do
Município de Sintra, aprovado pela Assembleia Municipal de Sintra em 17 de setembro de 2018,
ser comum à Câmara Municipal e aos Serviços Municipalizados de Águas e Saneamento.
Daí que o Código de Conduta Ética foi reformulado, não só face à recente inovação legal, mas
também quanto ao desígnio estratégico atrás referido que confere uma maior latitude à respetiva
aplicação.
Assim, foi aprovada, pela Câmara Municipal de Sintra, reunida na sua reunião ordinária de 06 de
Dezembro de 2022, ao abrigo da alínea k) do n° 1 do artigo 33° do Regime Jurídico aprovado pela
Lei n° 75/2013, de 12 de setembro, a Revisão do Código de Conduta Ética do Município de Sintra.
Em conformidade:
DJUR - CB – v2 5
Capítulo I
Parte Geral
Artigo 1.°
(Objeto)
1 - O presente Código de Conduta Ética do Município de Sintra, designado de ora em diante por
Código, visa contribuir para o correto, digno e adequado desempenho da Câmara Municipal de
Sintra (CMS) e dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) e dos seus
trabalhadores, quer no relacionamento entre os mesmos e as referidas entidades quer nas
relações que, em nome das mesmas, são estabelecidas com organismos externos e cidadãos,
contribuindo para a afirmação de uma imagem institucional de rigor, eficiência e competência.
2 - O Código contém as convenções e normas éticas a que se considera ser devida obediência,
clarifica os padrões de referência a utilizar para a apreciação do grau de cumprimento de
obrigações assumidas, e estabelece as sanções previstas para o seu incumprimento.
3 - A aplicação do presente Código e a sua observância não impede a aplicação de outros Códigos,
Regulamentos e Manuais relativos a normas de condutas específicos para determinadas funções,
atividades e grupos.
4 - O disposto no presente Código não substitui, nem prejudica, a aplicação das normas
deontológicas aprovadas, emitidas e reguladas pelas associações públicas profissionais,
relativamente aos trabalhadores da CMS e dos SMAS que integrem as mesmas.
Artigo 2.°
(Âmbito de Aplicação)
DJUR – CB –V2 6
independentemente do seu vínculo contratual, bem como da posição hierárquica que ocupem,
nas relações entre si e para com os cidadãos.
Capítulo II
Princípios Gerais
Artigo 3.°
(Princípios Gerais)
1 - A atuação dos trabalhadores, colaboradores da CMS e SMAS, dentro dos estritos limites do
princípio da legalidade, deve pautar-se por princípios rigorosos para com o Município e para com
os cidadãos, designadamente:
a) Prossecução do interesse público e da proteção dos direitos e interesses dos cidadãos;
b) Boa-administração, competência e responsabilidade;
c) Profissionalismo e eficiência;
d) Isenção, independência, imparcialidade e discrição;
e) Justiça, razoabilidade, igualdade e proporcionalidade;
f) Transparência;
g) Correção e boa-fé;
h) Colaboração e participação;
i) Lealdade, integridade pessoal e honestidade;
j) Qualidade e boas práticas;
k) Efetividade da prestação laboral; l) Proteção de dados pessoais;
m) Prevenção e combate à corrupção e infrações conexas; n) Gestão do Risco;
o) Prevenção e Combate ao Assédio no Trabalho.
p) Práticas compatíveis com regime jurídico da Segurança do Ciberespaço.
DJUR - CB – v2 7
2- Os trabalhadores e colaboradores encontram-se obrigados, no respeito pelos princípios
enunciados no número anterior e dos demais consagrados na legislação em vigor, a aderir a
padrões elevados de ética profissional e a adotar, na sua prática quotidiana, comportamentos
compatíveis com os mesmos.
DJUR – CB –V2 8
9 - Os trabalhadores e colaboradores devem estar conscientes da importância dos respetivos
deveres e responsabilidades, ter em conta as expectativas do público relativamente à sua
conduta, dentro de padrões genérica e socialmente aceites, comportar-se por forma a manter e
reforçar a confiança do público no Município e contribuir para o eficaz funcionamento e a boa
imagem da Autarquia.
Artigo 4.°
(Princípio da Independência)
2 - Os trabalhadores e colaboradores devem evitar situações que possam dar origem a conflitos
de interesses sendo que:
a) Existe conflito de interesses sempre que os trabalhadores e colaboradores tenham
interesse pessoal ou patrimonial em decisão que seja da sua competência, em cuja
preparação participem ou que de algum modo possam influenciar;
b) Por interesse pessoal ou patrimonial entende-se qualquer vantagem ou o
afastamento de uma desvantagem, ainda que meramente potencial;
c) As situações de conflito de interesses devem ser ponderadas numa perspetiva de
prevalência do interesse público.
DJUR - CB – v2 9
transferência bancária ou outras formas de pagamento ou transferência de dinheiro
independentemente da moeda em que seja feita.
Artigo 5.°
(Acumulação de Funções e Obrigatoriedade de Comunicação)
5 - A CMS e os SMAS divulgam junto dos respetivos trabalhadores na intranet, todas as normas,
minutas e procedimentos a observar nos pedidos de autorização, alteração e cessação de
acumulação de funções.
DJUR – CB –V2 10
Artigo 5.°-A
(Incompatibilidades, impedimentos e inibições)
3 - A dispensa referida no número anterior deve ainda ocorrer, quando por circunstâncias
ponderosas, a respetiva hierarquia entenda que se possa suspeitar da sua imparcialidade e
isenção na intervenção, condução do procedimento ou decisão em causa.
Artigo 6.°
(Dever de sigilo e Proteção de Dados Pessoais)
1 - Os trabalhadores e colaboradores não devem divulgar ou usar, por si ou por interposta pessoa,
informações obtidas no desempenho das suas funções ou em virtude desse desempenho, com
preponderância para a proteção dos dados pessoais, e que, pela sua efetiva importância, por
legítima decisão da CMS ou dos SMAS ou por força da legislação em vigor, não devam ser do
conhecimento geral.
2- Os trabalhadores e colaboradores da CMS ou dos SMAS que tenham a seu cargo o tratamento
de dados pessoais ou que, no exercício das suas funções, tomem conhecimento de dados
pessoais, devem estrito respeito à reserva da vida privada dos respetivos titulares e às normas
DJUR - CB – v2 11
aplicáveis em matéria de proteção das pessoas singulares relativamente ao tratamento de dados
pessoais pelas entidades públicas.
3- Os trabalhadores e colaboradores da CMS ou dos SMAS não devem, por si ou por interposta
pessoa, utilizar informação que não tenha sido tornada pública ou não seja acessível ao público
para promover interesses próprios ou de terceiros.
Artigo 7.°
(Cumprimento da legislação)
Os trabalhadores e colaboradores não podem, em nome do Município e nas ações que pratiquem
ao seu serviço, violar a lei geral e a regulamentação específica aplicável.
Artigo 8.°
(Atendimento aos cidadãos)
DJUR – CB –V2 12
3 - Quando a informação recaia sobre prazos e requisitos de admissibilidade de pedidos, os
trabalhadores e colaboradores devem assegurar que a informação prestada é inequívoca e
suficientemente pormenorizada.
8 - Em caso de erro, os trabalhadores e colaboradores devem estar sempre disponíveis para a sua
correção, designadamente e consoante o caso, com revisão do procedimento incorreto,
apresentação de um pedido de desculpas ao cidadão ou uma explicação adequada.
9 - Os sítios eletrónicos da CMS e dos SMAS devem estar sempre atualizados, permitindo ao
cidadão conhecer a missão, atividade e competências da instituição, o Código de Conduta Ética,
os planos de atividades e de prevenção de riscos de corrupção e infrações conexas, a política da
privacidade, bem como ter acesso aos documentos disponibilizados.
Artigo 9.°
(Informações sobre procedimentos administrativos e direito à informação)
DJUR - CB – v2 13
2 - A CMS e os SMAS bem como as respetivas unidades orgânicas, pautam-se pela abertura e
transparência, devendo os trabalhadores e colaboradores, designadamente, assegurar que os
cidadãos estão cientes de qual a informação a que têm direito a aceder e quais as condições de
exercício do mesmo direito.
Artigo 10.°
(Direito de Participação)
5 - As sugestões ou comentários a que se refere o número anterior são analisadas pela CMS ou
pelos SMAS, sendo remetida ao cidadão uma resposta em tempo útil.
Artigo 11.°
(Contatos com os meios de comunicação social)
1 - Os trabalhadores e colaboradores da CMS e dos SMAS devem usar da máxima discrição quanto
a questões relacionadas com a Autarquia, sendo que não podem fornecer informações à
comunicação social, por iniciativa própria ou a pedido, sem que para isso estejam mandatados
prévia e superiormente.
DJUR – CB –V2 14
2- As informações a prestar aos meios de comunicação social devem ser de carácter informativo,
devendo a postura de quem as veicula contribuir para a boa imagem da Instituição, dignificando a
sua atuação e profissionalismo.
Artigo 12.°
(Relacionamento com terceiros)
1 - Sem prejuízo do referido no artigo 8.° os trabalhadores e colaboradores da CMS e dos SMAS,
quando se relacionem com quaisquer cidadãos ou entidades, no âmbito do exercício das suas
funções profissionais, devem observar as orientações e posições superiormente determinadas
pelos órgãos municipais e pelos respetivos superiores hierárquicos, pautando a sua atividade por
critérios de qualidade, integridade e transparência e fomentando e assegurando um bom
relacionamento com essas pessoas e entidades.
3 -Toda a informação a prestar pela CMS e pelos SMAS a entidades terceiras deve conformar-se
com os princípios da legalidade, clareza, rigor, veracidade e oportunidade.
DJUR - CB – v2 15
Secção III - Utilização de Recursos
Artigo 13°
(Utilização de Recursos)
Artigo 14°
(Utilização de Recursos Informáticos)
2- Os princípios éticos das comunidades sociais devem ser aplicados também aos ambientes
informáticos pressupondo um correto uso dos recursos informáticos pelos trabalhadores e
colaboradores da CMS e dos SMAS, designadamente, computadores, redes, equipamentos
periféricos, aplicações, designadamente infraestruturas de rede, computadores, periféricos,
aplicações ou dados.
DJUR – CB –V2 16
Capítulo III
REGIME SANCIONATÓRIO E DISPOSIÇÕES FINAIS
Artigo 15°
(Contributo dos colaboradores)
3 - O presente Código deve fazer parte integrante das ações de formação profissional, inicial e
contínua, dos colaboradores da CMS e dos SMAS.
Artigo 16°
(Combate à Corrupção)
DJUR - CB – v2 17
3 - A CMS, os SMAS e os seus trabalhadores e colaboradores devem exercer as suas funções e as
competências que lhe forem atribuídas tendo sempre em conta, única e exclusivamente, o
interesse público e recusando, em qualquer circunstância, a obtenção de vantagem pessoal
indevida.
7- O dever referido no número anterior não preclude o dever de denúncia de outros tipos de
crime de que tomem conhecimento no exercício das suas funções, igualmente ao abrigo do
disposto no artigo 242.° do Código de Processo Penal.
8- Para necessária prevenção e repressão de casos de corrupção e das infrações conexas a CMS e
os SMAS disponibilizam um canal de denúncias internas e externas, a fim de prevenirem,
detetarem e sancionarem atos nesse âmbito, levados a cabo contra ou através da entidade em
causa.
Artigo 16°-A
(Gestão do Risco)
DJUR – CB –V2 18
3 - Os PRR's e os procedimentos inerentes à aplicação aos mesmos devem ser disponibilizados
para conhecimento de todos os trabalhadores e colaboradores da CMS e dos SMAS, através da
respetiva intranet.
Artigo 16°-B
(Prevenção e Combate ao Assédio no Trabalho)
Artigo 17°
(Auditoria Interna)
Artigo 18°
(Compromisso de cumprimento)
DJUR - CB – v2 19
2 - O código deve estar permanentemente disponível aos trabalhadores e colaboradores em todas
as unidades orgânicas da CMS e dos SMAS.
Artigo 18.° - A
(Incumprimento do Código)
DJUR – CB –V2 20
2 - As infrações ao presente Código quando se verifiquem comportamentos que violem princípios
e regras do mesmo, mas que não preencham tipos penais, são ponderadas, atentos os deveres
gerais ou especiais concretamente violados pelo trabalhador, ao abrigo da Lei Geral de Trabalho
em Funções Públicas, aprovada pela Lei n.° 35/2014, de 20 de junho, podendo, na decorrência de
processo disciplinar ser aplicadas, nos termos do diploma e consoante a gravidade do ilícito,
penas de:
a) Repreensão escrita;
b) Multa;
c) Suspensão;
d) Despedimento disciplinar ou demissão;
e) Cessação de comissão de serviço para cargos dirigentes, a título de pena principal ou acessória.
3- Sem prejuízo da participação penal ao Ministério Público quando o caso o exija, por cada
infração ao Código é elaborado um relatório do qual consta a identificação dos princípios ou das
regras violadas, da sanção aplicada, das medidas adotadas ou a adotar, mormente no âmbito do
sistema de controlo interno.
Artigo 18° - B
(Revisão do Código)
Artigo 19°
(Publicação e Entrada em vigor)
DJUR - CB – v2 21
2- Para além da publicitação da deliberação de aprovação, o presente Código e suas revisões são
ainda publicitadas nos sítios eletrónicos da CMS e dos SMAS, incluindo a respetiva intranet,
produzindo efeitos a partir do décimo dia após estas.
3 - O constante no número anterior não preclude o recurso a outas formas de publicitação que a
CMS e os SMAS entendam por convenientes para levar o documento a conhecimento do público.
4 - O presente Código e suas revisões são comunicados ao MENAC no prazo de 10 dias úteis
contados da sua aprovação, através de plataforma eletrónica a disponibilizar por aquela entidade.
DJUR – CB –V2 22
Diário da República, 2.ª série PARTE H
MUNICÍPIO DE SINTRA
Aviso n.º 8117/2022
Sumário: Aprova o Código de Boa Conduta para a Prevenção e Combate ao Assédio no Trabalho
do Município de Sintra.
6 de abril de 2022. — O Presidente da Câmara, Dr. Basílio Adolfo de Mendonça Horta da Franca.
Nota Preambular
A publicação da Lei n.º 73/2017, de 16 de agosto, retificada pela Declaração de Retificação
n.º 28/2017, de 2 de outubro, veio reforçar o quadro legal no âmbito da prevenção e combate da
prática de assédio no trabalho, introduzindo alterações na Lei Geral do Trabalho em Funções Pú-
blicas, aprovada pela Lei n.º 35/2014, de 20 de junho, bem como no Código do Trabalho, aprovado
pela Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro.
A alteração preconizada vem destacar a necessidade de o empregador proceder à adoção de um
Código de Boa Conduta para a Prevenção e Combate ao Assédio no Trabalho e à instauração de pro-
cedimento disciplinar sempre que tiver conhecimento de alegadas situações de assédio no trabalho.
Neste sentido, compete ao Município de Sintra definir e implementar medidas em conformidade,
adotando, para o efeito, o presente Código de Boa Conduta, dando cumprimento ao disposto na
alínea k) do n.º 1 do artigo 71.º da Lei Geral de Trabalho em Funções Públicas e no regime previsto
no Código do Trabalho.
O Código de Boa Conduta para a Prevenção e Combate ao Assédio no Trabalho tem como pro-
pósito estabelecer uma política de prevenção de riscos psicossociais, defender os princípios e valores
de não discriminação e de combate ao assédio no trabalho, servindo também de guia orientador no
âmbito da resolução de questões éticas, morais e comportamentais, nos termos da legislação vigente.
O presente Código foi elaborado ao abrigo do disposto no n.º 4 do artigo 136.º do Código do
Procedimento Administrativo, aprovado pela Lei n.º 4/2015, de 7 de janeiro.
Não existindo comissão de trabalhadores ou comissão sindical, promoveu-se a consulta das
estruturas sindicais, no âmbito da qual foram devidamente ponderados e integrados os respetivos
contributos, tendo o Código de Boa Conduta para a Prevenção e Combate ao Assédio no Trabalho
do Município de Sintra, nos termos do disposto na alínea k) do n.º 1 do artigo 33.º da Lei n.º 75/2013,
de 12 de setembro, sido aprovado, a 05/04/2022, pelo Órgão Executivo Municipal.
CAPÍTULO I
Disposições gerais
Artigo 1.º
Objeto
que devem ser observados no cumprimento das atividades desenvolvidas pelo Município da Sin-
tra, bem como as normas de conduta que determinam a atuação e os comportamentos dos seus
colaboradores.
2 — O presente Código constitui um instrumento autorregulador e a expressão de uma política
ativa por forma a dar a conhecer, evitar, identificar, eliminar e punir situações e comportamentos
suscetíveis de consubstanciar assédio no trabalho.
Artigo 2.º
Âmbito de aplicação
Artigo 3.º
Compromisso
Artigo 4.º
Princípios gerais
No exercício das suas atividades, funções e competências, todos os abrangidos por este Có-
digo devem atuar no respeito pelos princípios da não discriminação e de combate ao assédio no
trabalho e em conformidade com a missão, visão e valores do Município de Sintra.
Artigo 5.º
Relações internas
1 — Todos os abrangidos por este Código devem, na sua conduta interpessoal, promover a exis-
tência de relações cordiais e saudáveis, designadamente, adotando os seguintes comportamentos:
Artigo 6.º
Discriminação e Assédio
Artigo 7.º
Formas de assédio
a) Vertical de sentido descendente, quando praticado por superior hierárquico e/ou chefia direta
para com dependente hierárquico;
b) Vertical de sentido ascendente, quando praticado por dependente hierárquico para com a
chefia direta e/ou superior hierárquico;
c) Horizontal, quando praticado por colegas de trabalho;
d) Outro, quando praticado por terceiros.
Artigo 8.º
Comportamentos ilícitos
CAPÍTULO II
Procedimento interno
Artigo 9.º
Forma, conteúdo e meios de efetuar a denúncia
1 — Qualquer pessoa que considere ser vítima de assédio tem a obrigação de reportar a
situação mediante uma das seguintes opções:
Artigo 10.º
Confidencialidade e garantias
divulgar ou dar a conhecer informações com elas relacionadas, mesmo após a cessação das fun-
ções, salvo se tal informação já tiver sido autorizada ou puder ser tornada pública, nos termos da lei.
4 — É garantida a tramitação célere dos procedimentos instaurados na sequência da denúncia
ou participação de assédio no trabalho.
5 — O denunciante ou participante e as testemunhas por si indicadas não podem ser san-
cionados disciplinarmente, a menos que atuem com dolo, com base em declarações ou factos
constantes dos autos de processo, judicial ou contraordenacional, desencadeado por assédio até
decisão final, transitada em julgado, sem prejuízo do exercício do direito ao contraditório.
CAPÍTULO III
Artigo 11.º
Procedimentos sancionatórios
CAPÍTULO IV
Artigo 12.º
Medidas preventivas e de combate ao assédio
1 — Qualquer pessoa abrangida por este Código deve adotar uma postura de prevenção,
denúncia, combate e eliminação de comportamentos suscetíveis de configurar assédio no trabalho.
2 — Constituem atribuições do Município de Sintra no âmbito da prevenção e combate ao
assédio moral e sexual, as seguintes:
CAPÍTULO V
Artigo 13.º
Interpretação
A interpretação das disposições do presente Código, bem como a resolução de dúvidas re-
sultantes da sua aplicação são da competência do Presidente da Câmara.
Artigo 14.º
Casos omissos
Artigo 15.º
Divulgação e Publicitação
O presente Código de Boa Conduta será divulgado de acordo com o previsto nas alíneas e)
e f) do n.º 2 do artigo 12.º do presente Código, sendo disponibilizado no sítio da Internet e Intranet
do Município de Sintra.
Artigo 16.º
Revisão
O presente Código deve ser revisto sempre que ocorra alteração da legislação aplicável ou
sempre que se verifiquem factos supervenientes que justifiquem a sua revisão.
Artigo 17.º
Entrada em vigor
O presente Código de Boa Conduta entra em vigor no dia seguinte à data da publicação na
2.ª série do Diário da República.
315213155
www.dre.pt
CÓDIGO
DE ÉTICA
E CONDUTA
DO MUNICÍPIO
DE CASCAIS
JULHO 2022
CONTROLO DO DOCUMENTO
RESPONSÁVEL
Índice
PREÂMBULO .................................................................................................................................. 2
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS ............................................................................................... 4
1
Artigo 1.º Objeto ....................................................................................................................... 4
Artigo 2.º Âmbito de aplicação ................................................................................................. 4
Artigo 3.º Objetivo .................................................................................................................... 4
CAPÍTULO II - PRINCÍPIOS GERAIS ................................................................................................. 5
Artigo 4.º Princípios éticos ........................................................................................................ 5
Artigo 5.º Princípios de bom governo ....................................................................................... 6
CAPÍTULO III - NORMAS DE CONDUTA .......................................................................................... 8
Artigo 6.º Normas de Conduta gerais ....................................................................................... 8
Artigo 7.º Corrupção e infrações conexas ................................................................................. 9
Artigo 8.º Conflitos de interesses.............................................................................................. 9
Artigo 9.º Ofertas institucionais .............................................................................................. 11
Artigo 10.º Transparência e acesso à informação................................................................... 11
CAPÍTULO IV - ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO .................................................................... 12
Artigo 11.º Responsável pelo cumprimento normativo ......................................................... 12
Artigo 12.º Sistema de avaliação............................................................................................. 12
Artigo 13.º Canal de denúncia................................................................................................. 12
Artigo 14.º Sanções ................................................................................................................. 12
Artigo 15.º Publicitação........................................................................................................... 14
CAPÍTULO V - DISPOSIÇÕES FINAIS ............................................................................................. 15
Artigo 16.º Revisão .................................................................................................................. 15
Artigo 17.º Entrada em vigor................................................................................................... 15
ANEXOS ....................................................................................................................................... 16
Código de Ética e Conduta do Município de Cascais
PREÂMBULO
O direito a uma boa administração está consagrado na Carta dos Direitos Fundamentais da
União Europeia (art.º 41.º) e no Código do Procedimento Administrativo (art.º 5.º). A boa
administração, ou bom governo, compreende um rol de regras e procedimentos que 2
vinculam todas as entidades e servidores públicos, tendo em vista limitar o núcleo de
exercício de poderes discricionários, e garantir a qualidade do exercício do poder quanto a
responsabilidade, transparência, coerência, eficiência e eficácia. Estão em causa dois grandes
desígnios. Em primeiro lugar, a promoção do Estado de Direito e, em segundo lugar, uma
demonstração de respeito pelos cidadãos. Todas as pessoas têm direito a que os seus
assuntos sejam tratados pelas instituições, órgãos e organismos públicos de forma imparcial,
equitativa e num prazo razoável.
Com o objetivo de garantir uma atuação objetiva, imparcial e exemplar, o Código versa
também sobre a transparência administrativa, observando as disposições da Lei de Acesso
aos Documentos Administrativos, e incorporando normas para dirimir situações de conflitos
de interesses e regular as condições de aceitação de ofertas institucionais, nos termos do
Regime do Exercício de Funções por Titulares de Cargos Políticos e Altos Cargos Públicos,
aprovado pela Lei n.º 52/2019, de 31 de julho.
De forma a evitar que o Código não passe de uma simples declaração programática, o
desrespeito pelas suas cláusulas constitui infração disciplinar grave, punida nos termos da
lei, e é prevista a obrigação de implementar mecanismos de difusão e formação interna a
todos os seus dirigentes e trabalhadores nos valores, princípios e normas de conduta,
definindo mecanismos e procedimentos orientados a garantir a sua efetividade, avaliação e
impulso. Neste sentido, é prevista a figura do/a Responsável pelo cumprimento normativo,
que garante e controla a aplicação do programa de cumprimento normativo, do qual o
Código é parte integrante, sendo encarregue de zelar pela gestão, acompanhamento e
Código de Ética e Conduta do Município de Cascais
Nos termos do Regime Geral de Prevenção da Corrupção, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 109-
E/2021, de 9 de dezembro, e tendo em vista prevenir, detetar e sancionar atos de corrupção
3
e infrações conexas, a Câmara Municipal de Cascais implementou um programa de
cumprimento normativo que inclui, para além do Código de Ética e Conduta, o Manual de
Gestão de Conflitos de Interesses, o Plano de Gestão de Riscos de Corrupção e Infrações
Conexas, os Canais para a Promoção da Transparência Municipal, designadamente os Canais
de Denúncia Interna e de Denúncia Externa, e o programa de formação interna mencionado
anteriormente.
Tendo por base a legislação supra-identificada e ao abrigo do n.º 4 do art.º 136.º do CPA e
da alínea k) do n.º1 do art.º 33.º do Anexo I da Lei n.º 75/2013, de 12 de Setembro, e nos
termos do artigo 7º do Regime Geral de Prevenção da Corrupção e do artigo 19º da Lei n.º
52/2019, de 31 de julho, na redação atual, é aprovado o Código de Conduta e Ética do
Município de Cascais.
Código de Ética e Conduta do Município de Cascais
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Artigo 1.º
4
Objeto
Artigo 2.º
Âmbito de aplicação
Artigo 3.º
Objetivo
CAPÍTULO II
PRINCÍPIOS GERAIS
Artigo 4.º
5
Princípios éticos
Todas as pessoas sujeitas a este Código devem atuar de acordo com os seguintes princípios
éticos:
2. Princípio da Legalidade: atuar em obediência à lei e ao direito, dentro dos limites dos
poderes que lhes forem conferidos e em conformidade com os respetivos fins.
13. Princípio da Proteção de Dados Pessoais: garantir o direito à proteção dos dados
pessoais e à segurança e integridade dos suportes, sistemas e aplicações utilizados para o
efeito, nos termos da lei.
Artigo 5.º 6
Princípios de bom governo
Todas as pessoas sujeitas a este Código devem atuar de acordo com os seguintes princípios
de bom governo:
3. Garantir a participação dos cidadãos, bem como das associações que tenham por objeto a
defesa dos seus interesses, na formação das decisões que lhes digam respeito.
5. Garantir o direito à igualdade no acesso aos serviços, incluindo das pessoas com
incapacidades, não podendo, em caso algum, o uso de meios eletrónicos implicar restrições
ou discriminações não previstas para os cidadãos que não utilizem os meios não eletrónicos.
CAPÍTULO III
NORMAS DE CONDUTA
Artigo 6.º
8
Normas de Conduta gerais
Todas as pessoas sujeitas ao Código devem adotar as seguintes normas gerais de conduta:
1. Ser corteses, prestáveis e acessíveis nas suas relações com os cidadãos, assegurando que
conhecem os seus direitos e deveres, bem como aquilo que podem ou não esperar da
atuação do órgão ou serviço a que se dirigem.
4. Sugerir a redação escrita do pedido apresentado pelo cidadão nos casos de complexidade
da situação, do aprofundamento exigido ou de falta de clareza da pretensão.
10. Tratar de forma cuidadosa e coordenada os assuntos que envolvam mais do que um
órgão ou serviço público, evitando que as necessidades a salvaguardar sejam descuradas ou
sofram dano por esse facto.
11. Guardar sigilo de todos os factos, decisões e informações de que tenham conhecimento
no exercício das suas funções ou por causa delas, bem como após a cessação de funções.
Código de Ética e Conduta do Município de Cascais
12. Respeitar, proteger e zelar pela adequada conservação e manutenção dos bens públicos
aos quais têm acesso no exercício das suas funções.
Artigo 7.º
Corrupção e infrações conexas 9
1. Nos termos do Regime Geral de Prevenção da Corrupção, aprovado pelo Decreto-Lei n.º
109-E/2021, de 9 de dezembro, entende-se por corrupção e infrações conexas os crimes de
corrupção, recebimento e oferta indevidos de vantagem, peculato, participação económica
em negócio, concussão, abuso de poder, prevaricação, tráfico de influência, branqueamento
ou fraude na obtenção ou desvio de subsídio, subvenção ou crédito.
2. A prática de atos de corrupção e infrações conexas é punida com pena de prisão ou pena
de multa, nos termos previstos no Código Penal.
Artigo 8.º
Conflitos de interesses
1. O conflito de interesses surge a partir de uma situação em que alguém tem um interesse
privado suscetível de afetar, ou aparentar afetar, o desempenho imparcial e objetivo de
funções públicas.
2. O interesse privado inclui qualquer vantagem para si, família, amigos, ou quaisquer outras
pessoas ou organizações com as quais se relacione a título pessoal, empresarial ou político,
incluindo também qualquer responsabilidade de natureza financeira ou civil.
Artigo 9.º
Ofertas institucionais
1. As pessoas abrangidas pelo Código não podem solicitar, receber ou aceitar quaisquer
ofertas, benefícios, dádivas, compensações ou vantagens, incluindo viagens ou
hospitalidade, para si, família, amigos, ou quaisquer outras pessoas ou organizações com as
quais se relacionem a título pessoal, empresarial ou político, suscetíveis de afetar, ou
aparentar afetar, a imparcialidade e a objetividade do exercício das suas funções.
3. Quando o titular do cargo receba de uma mesma entidade, no decurso do mesmo ano
civil, várias ofertas de bens materiais que perfaçam o valor estimado referido no número
anterior, deve proceder à apresentação de todas as que forem recebidas após perfazer
aquele valor.
Artigo 10.º
b) Assegurar que os cidadãos estão cientes de qual a informação a que têm direito a
aceder e quais as condições de exercício do direito de acesso;
CAPÍTULO IV
ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO
Artigo 11.º
12
Responsável pelo cumprimento normativo
Artigo 12.º
Sistema de avaliação
2. Por cada infração ao Código, é elaborado um relatório do qual constam a identificação das
regras violadas e da sanção aplicada, bem como as medidas adotadas e a adotar.
Artigo 13.º
Canais de denúncia
1. Todas as pessoas sujeitas a este Código, perante uma situação de incumprimento, por
ação ou omissão, dos princípios e normas de conduta estipulados no Código, têm o dever de
comunicar imediatamente a situação através dos Canais para a Promoção da Transparência
Municipal. Para o efeito, os trabalhadores da Câmara Municipal de Cascais deverão fazê-lo
através do Canal de Denúncia Interna. Os restantes interessados que pretendam apresentar
participações, deverão fazê-lo através do Canal de Denúncia Externa.
Código de Ética e Conduta do Município de Cascais
6. Cada processo será tratado como confidencial e de acesso restrito, ficando todas as
pessoas que tiverem recebido informações sobre a participação ou denúncia,
designadamente os responsáveis por receber ou dar seguimento à informação neles contida,
obrigadas a, sobre ela, guardar sigilo.
Artigo 14.º
Sanções
Artigo 15.º
Publicitação
3. O presente Código deve fazer parte integrante das ações de formação profissional, inicial
e contínua das pessoas por ele abrangidas.
Código de Ética e Conduta do Município de Cascais
CAPÍTULO V
DISPOSIÇÕES FINAIS
Artigo 16.º
15
Revisão
Artigo 17.º
Entrada em vigor
O presente Código entra em vigor no 1.º dia após a sua publicação em Diário da República.
Código de Ética e Conduta do Município de Cascais
ANEXOS 16
ANEXO I
Eu, …………………………………………………………………………………………………………………………………………………
Interesses em vigor na Câmara Municipal de Cascais, tal como definida pelo Código de Ética
__________________________________________
(assinatura)
Eu, …………….. (nome completo), com o n.º informático ………., a exercer funções de ……….
__________________________________________
(assinatura)
ANEXO III
REGISTO DE OFERTAS
(em cumprimento dos n.º 4 e 5 do artigo 9.º do Código de Ética e Conduta do Município de Cascais)
Valor:
________________________________ ________________________________
Preâmbulo
A publicação da Lei n.º 73/2017, de 16 de agosto, visando reforçar o quadro legislativo para
a prevenção e combate da prática de assédio no trabalho na Administração Pública, procedeu
a alterações à Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas (LTFP), aprovada pela Lei n.º
35/2014, de 20 de junho.
Em consequência, a LTFP incluiu, na alínea k) do n.º 1 do artigo 71.º, a obrigação do
empregador público adotar códigos de boa conduta para a prevenção e combate ao assédio
laboral e instaurar procedimento disciplinar sempre que tiver conhecimento de alegadas
situações de assédio no trabalho.
Assim, o Município de Cascais, em cumprimento do disposto na alínea k) do n.º 1 do artigo
71.º da LTFP, adota o presente Código de Boa Conduta para a Prevenção e Combate ao
Assédio Laboral, que tem como princípio a valorização de todos os colaboradores do
Município de Cascais e a promoção de um ambiente organizacional saudável, contribuindo
para que o local de trabalho seja reconhecido como um exemplo de integridade,
responsabilidade e rigor, visando garantir a salvaguarda da integridade moral e liberdade de
todas as pessoas que trabalham e/ou colaboram com o Município de Cascais, assegurando o
seu direito a condições de trabalho que respeitem a sua dignidade individual.
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Artigo 1.º
Objeto
O presente Código de Boa Conduta para a Prevenção e Combate ao Assédio Laboral,
seguidamente designado por «Código», enquanto instrumento auto regulador de situações,
comportamentos e condutas suscetíveis de consubstanciar assédio no trabalho, estabelece
um conjunto de princípios que devem ser observados e respeitados por forma a promover
um ambiente de trabalho saudável, assente nos pilares da dignidade e do respeito.
Artigo 2.º
Objetivos
O Código visa:
1. Defender e promover os valores da não discriminação e do combate contra o assédio
moral e sexual no trabalho;
2. Garantir a salvaguarda da integridade moral de todos os colaboradores, incluindo
dirigentes, e assegurar o seu direito a condições de trabalho que respeitem a sua
dignidade individual.
3. Servir como instrumento adicional de resolução de questões éticas, morais e
comportamentais no Município de Cascais.
Artigo 3.º
Âmbito de aplicação
1. O presente Código aplica-se a todos os colaboradores e dirigentes do Município de
Cascais, aos titulares de órgãos autárquicos e membros dos seus gabinetes, nas
relações entre si e com terceiros.
2. O presente Código aplica-se também a todos os prestadores de serviços a título
ocasional ou duradouro.
3. O presente Código incide sobre as relações estabelecidas no âmbito do exercício de
funções e competências profissionais, mesmo que ocorram fora do local de trabalho.
Artigo 4.º
Princípios Gerais
1. Todos os que se encontram abrangidos pelo presente Código devem atuar, no
exercício das suas funções e competências, de acordo com os princípios da
integridade, da não discriminação e do combate ao assédio no trabalho.
2. Todos os que se encontram abrangidos pelo presente Código não podem adotar
comportamentos discriminatórios nas relações interpessoais, entre si ou com
terceiros, nomeadamente com base na raça, género, idade, incapacidade física,
orientação sexual, ideologia política ou religião.
3. O Município de Cascais incorpora uma política de não consentimento e repúdio da
prática de assédio no trabalho.
Artigo 5.º
Definições de assédio
1. Entende-se o assédio como a prática de um comportamento indesejado, intencional e
repetitivo, com o objetivo ou a consequência de afetar a dignidade da pessoa ou
criar um ambiente intimidativo, hostil, humilhante ou desestabilizador.
2. Constitui assédio moral o comportamento indesejado e percecionado como abusivo,
praticado de forma persistente e reiterada, suscetível de vitimizar, desvalorizar,
humilhar, ameaçar ou comprometer a outra pessoa, podendo consistir num ataque
verbal com conteúdo ofensivo ou humilhante ou em atos subtis, podendo incluir
violência psicológica ou física.
3. Constitui assédio sexual o reiterado comportamento indesejado e abusivo, de cariz
sexual ou com conotação sexual, de natureza física, verbal ou não-verbal, podendo
incluir tentativas de contacto físico perturbador, pedidos de favores sexuais com o
objetivo ou efeito de obter vantagens, chantagem e mesmo uso de força ou
estratégias de coação da vontade da outra pessoa.
CAPÍTULO II
PREVENÇÃO E COMBATE DO ASSÉDIO
Artigo 6.º
Medidas de prevenção e combate
1. É da responsabilidade do Presidente da Câmara de Cascais, ou a quem este delegue
competências, a implementação de medidas de diagnóstico, prevenção e gestão
humanizada de pessoas, nomeadamente:
a) Assegurar que os colaboradores e dirigentes conhecem os seus direitos e deveres
em matérias relacionadas com qualquer forma de assédio;
b) Garantir a avaliação periódica de riscos psicossociais no local de trabalho;
c) Promover ações de sensibilização, informação e formação a todos os níveis
hierárquicos, tendo em foco a promoção de um ambiente de trabalho cordial e
saudável, pautado pelo respeito mútuo nas relações interpessoais, no local de
trabalho e fora dele;
d) Assegurar a existência de mecanismos internos de comunicação de
irregularidades, em observância das normas legais, designadamente, em matéria
de confidencialidade, do processo de tratamento da informação e da inexistência
de represálias sobre os participantes e as testemunhas;
e) Proceder à divulgação do presente Código junto dos colaboradores, titulares de
cargos dirigentes e titulares de cargos políticos;
f) No processo de admissão de trabalhadores, submeter declaração de
conhecimento e aceitação das normas vigentes no presente Código de Boa
Conduta.
2. É da responsabilidade de todos os referidos no art.º 3.º:
a) Respeitar os princípios e normas constantes do presente Código,
independentemente de onde desempenhem as suas funções, da sua posição
hierárquica, competências, responsabilidades ou tipo de vínculo laboral com o
Município de Cascais;
b) Adotar um comportamento dentro dos padrões normais de respeito, dignidade e
urbanidade, incorporados no Código de Ética e Conduta do Município de Cascais,
nas relações, internas ou externas, decorrentes do cumprimento das suas
funções;
c) Participar nas ações de formação sobre a temática.
Artigo 7.º
Práticas Proibidas
1. É proibida a prática de assédio no trabalho, em qualquer uma das suas formas.
2. São proibidos, entre outros, os seguintes comportamentos, suscetíveis de
configurarem práticas de assédio:
a) Qualquer forma de intimidação, física ou psicológica, em prejuízo da liberdade e
privacidade do colaborador;
b) Ameaças de qualquer tipo, expressas ou implícitas;
c) Ataques verbais e/ou físicos, incluindo comentários ofensivos da dignidade;
d) Ridicularizar, de forma direta ou indireta, uma característica física ou psicológica;
e) Comportamentos indesejados, de carácter sexual sob forma verbal, como
perguntas intrusivas da vida privada ou propostas de cariz sexual; não-verbal,
como olhares insinuantes; ou física, como tocar, agarrar, beijar ou tentar;
f) Aliciar ou prejudicar um colaborador em função da prática de favores sexuais;
g) Divulgar sistematicamente rumores e comentários maliciosos ou críticas
reiteradas sobre colaboradores;
h) Atribuir sistematicamente funções alheias ou desadequadas à categoria
profissional;
i) Promover o isolamento social do colaborador;
j) Qualquer ação de retaliação contra um colaborador que tenha comunicado,
assistido ou participado num processo ou procedimento relativo a uma situação
de assédio.
CAPÍTULO III
FORMA, CONTEÚDO E PROCEDIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DE ASSÉDIO
Artigo 8.º
Participação de situações de assédio laboral
1. Quem for alvo de práticas de assédio ou delas testemunha tem a obrigação de
reportar a situação a uma das seguintes opções:
a) Ao superior hierárquico imediato e/ou ao dirigente máximo da unidade
orgânica a que pertence e/ou;
b) Ao Diretor Municipal da sua área ou da área dos Recursos Humanos e/ou;
c) Ao Membro do Executivo Municipal com o pelouro dos Recursos Humanos
e/ou;
d) Ao Presidente da Câmara Municipal;
e) Através da caixa institucional, específica para o efeito: assedio@cm-
cascais.pt.
2. Todos os que tenham conhecimento de práticas suscetíveis de indiciar situações de
assédio praticadas por um colaborador, devem apresentar participação por escrito a
qualquer superior hierárquico daquele, e prestar a devida colaboração no processo
disciplinar e em eventuais processos de outra natureza a que haja lugar.
3. A participação deve ser o mais detalhada possível, contendo uma descrição precisa
dos factos constitutivos ou suscetíveis de consubstanciar a prática de assédio,
designadamente quanto às circunstâncias, horas e local dos mesmos, identidade do
denunciante e do denunciado, bem como dos meios de prova testemunhal,
documental ou pericial eventualmente existentes.
4. Em alternativa ou cumulativamente aos procedimentos referidos no número anterior,
poderá igualmente ser efetuada participação junto da Inspeção-Geral de Finanças
que disponibiliza um formulário eletrónico próprio para a receção de participações de
assédio em contexto laboral no setor público:
https://www.igf.gov.pt/transparencia/informacao-assedio/paginas-participacao-
assedio/nova-participacao.aspx
5. Toda a informação comunicada pela Inspeção-Geral de Finanças relativa à prática de
situações de assédio no universo municipal, é tida em consideração pelo Município de
Cascais para efeitos de adoção dos procedimentos adequados à sua resolução,
prevenção e combate.
Artigo 9.º
Procedimento interno
1. A participação efetuada nos termos do artigo anterior determina a abertura do
procedimento adequado ao apuramento dos factos descritos;
2. É dado seguimento imediato a qualquer participação de assédio, devendo ser
elaborado o relatório com os factos apurados no prazo máximo de 10 dias úteis, a
iniciar no dia útil seguinte à receção da participação.
3. Os denunciados são informados da participação, bem como do seu conteúdo, no
prazo de 24 horas após a sua receção, conferindo-lhes a oportunidade de
responderem no prazo máximo de 5 dias.
Artigo 10.º
Regime de proteção ao participante e testemunhas
1. Quem denuncie ou testemunhe a prática de infração ao presente Código, de que teve
conhecimento no exercício de funções ou atividades, ou por causa delas, não pode,
sob qualquer forma, ser prejudicado ou sancionado disciplinarmente, por declarações
prestadas ou factos apurados em processos decorrentes da situação que os originou,
excetuando o previsto no n.º3 do artigo 11.º.
2. A informação transmitida é considerada confidencial e tratada com especial sigilo,
diligência e zelo.
Artigo 11.º
Sanções
1. Sem prejuízo das consequências penais, contraordenacionais ou civis, que dão origem
aos respetivos procedimentos a instaurar pelas entidades competentes, a violação do
disposto no presente Código constitui infração disciplinar.
2. O Município de Cascais instaura procedimento disciplinar, nos termos da Lei Geral do
Trabalho em Funções Públicas, sempre que do relatório referido no n.º 2 do artigo 9.º do
presente Código, se apure a existência de uma situação de assédio laboral.
3. No caso de se comprovar que a participação é falsa e dolosamente apresentada com o
objetivo de prejudicar alguém, de caráter difamatório ou injurioso, o município de
Cascais promove a instauração do respetivo procedimento disciplinar e participa o facto
criminalmente.
4. A prática de assédio laboral, nomeadamente pela sua gravidade ou reiteração, pode
inviabilizar a manutenção do vínculo de emprego público e constituir fundamento para
despedimento.
Artigo 12.º
Confidencialidade
1. É garantida a confidencialidade dos intervenientes e do conteúdo do processo decorrente
de uma participação de uma possível situação de assédio laboral.
2. Os colaboradores e dirigentes do Município de Cascais, que no exercício das suas funções
vierem a tomar conhecimento de participações ou do seu conteúdo, não podem divulgar
ou dar a conhecer quaisquer informações relacionadas com as mesmas, exceto se tal
tiver sido autorizado nos termos da lei.
CAPÍTULO IV
Disposições Finais
Artigo 13.º
Fiscalização
A Câmara Municipal de Cascais deve promover mecanismos internos que permitam o
acompanhamento e fiscalização do cumprimento do presente Código.
Artigo 14.º
Divulgação
O presente Código é objeto de divulgação mediante a disponibilização no site institucional do
município de Cascais.
Artigo 15.º
Remissão
Em todas as questões que se coloquem quanto a situações de assédio laboral que não
estejam especificadas no presente Código, devem aplicar-se as disposições previstas na Lei
Geral do Trabalho em Funções Públicas e, subsidiariamente, no Código do Trabalho e no
Regulamento Geral de Proteção de Dados.
Artigo 16.º
Revisão
O Código é revisto sempre que ocorra alteração da legislação aplicável, de acordo com o
procedimento administrativo previsto para a aprovação.
Artigo 17.º
Entrada em vigor
O presente Código entra em vigor no 1.º dia após a aprovação.
CONTROLO DO DOCUMENTO
RESPONSÁVEL
Divisão de Transparência e Conformidade (DTRC)
Índice
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 2
1. ENQUADRAMENTO LEGAL E REGULAMENTAR ......................................................................... 3
2. ÂMBITO DE APLICAÇÃO............................................................................................................. 3 1
3. OBJETIVO ................................................................................................................................... 3
4. PRINCÍPIOS ORIENTADORES ...................................................................................................... 4
5. DEFINIÇÃO DE CONFLITO DE INTERESSES ................................................................................. 5
5.1 IDENTIFICAÇÃO DE CONFLITOS DE INTERESSES .................................................................. 6
5.2 REGISTO DE INFORMAÇÕES QUE IDENTIFICAM OS INTERESSES ........................................ 7
5.3 PREENCHIMENTO DAS DECLARAÇÕES ................................................................................ 8
5.4 REGISTO E DESTINO DE OFERTAS ........................................................................................ 9
5.5. SITUAÇÕES DE CONFLITO DE INTERESSES ANTES E DEPOIS DE DEIXAR O CARGO OU
FUNÇÃO ..................................................................................................................................... 9
6. PROCEDIMENTO PERANTE UMA SITUAÇÃO DE CONFLITO DE INTERESSES ........................... 10
6.1 COMUNICAÇÃO E REPORTE INTERNOS ............................................................................. 10
7. COMPETÊNCIAS DA DIVISÃO DE TRANSPARÊNCIA E CONFORMIDADE .................................. 11
8. SANÇÕES APLICÁVEIS .............................................................................................................. 11
9. DIVULGAÇÃO ........................................................................................................................... 11
10. REVISÃO................................................................................................................................. 11
ANEXOS ....................................................................................................................................... 12
MANUAL DE GESTÃO DE CONFLITOS DE INTERESSES
INTRODUÇÃO
Nos termos do Regime Geral de Prevenção da Corrupção, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 109-
E/2021, de 20 de dezembro, e tendo em vista prevenir, detetar e sancionar atos de corrupção
e infrações conexas, a Câmara Municipal de Cascais implementou um programa de
cumprimento normativo que inclui o Manual de Gestão de Conflitos de Interesses, para além
do Código de Ética e Conduta, do Plano de Gestão de Riscos de Corrupção e Infrações Conexas,
dos Canais para a Promoção da Transparência Municipal, designadamente os Canais de
Denúncia Interna e de Denúncia Externa, e de um programa de formação interna que garante
a difusão dos valores, princípios e normas de conduta estipulados.
Código dos Contratos Públicos, aprovado em anexo ao Decreto -Lei n.º 18/2008,
de 29 de janeiro, na sua versão atualizada;
Regime do exercício de funções por titulares de cargos políticos e altos cargos públicos
(Lei n.º 52/2019, de 31 de julho);
2. ÂMBITO DE APLICAÇÃO
Este Manual é aplicável a todas as pessoas que trabalham e colaboram com a Câmara Municipal
de Cascais (doravante CMC), incluindo colaboradores temporários, consultores externos e
prestadores de serviços, para que mantenham e fortaleçam a confiança na instituição,
demonstrando os mais altos padrões de competência profissional, ética no serviço público,
transparência nos procedimentos, bem como a eficiência e eficácia na ação administrativa,
cumprindo rigorosamente as leis e promovendo o interesse público no exercício das suas
funções.
3. OBJETIVO
4. PRINCÍPIOS ORIENTADORES
1. O conflito de interesses surge a partir de uma situação em que alguém tem um interesse
privado suscetível de influenciar, ou aparentar influenciar, o desempenho imparcial e objetivo 5
de funções públicas.
2. O interesse privado inclui qualquer vantagem para si, família, amigos, ou quaisquer outras
pessoas ou organizações com as quais se relacione a título pessoal, empresarial ou político,
incluindo também qualquer responsabilidade de natureza financeira ou civil.
Do exposto, conclui-se que existe uma dimensão temporal na análise dos conflitos de
interesses, determinando a existência de vários tipos de conflitos de interesses, sendo possível
estabelecer uma tipologia tripartida: conflitos «reais», conflitos «aparentes» e conflitos
«potenciais».
Um conflito de interesses potencial verifica-se nas situações em que uma pessoa tem
interesses privados passados ou futuros que poderão colidir com o interesse público inerente
ao exercício de determinado cargo, ou seja, as decisões tomadas pelo titular do cargo podem
ser influenciadas pelos seus interesses privados, em benefício próprio ou de terceiros. Este
MANUAL DE GESTÃO DE CONFLITOS DE INTERESSES
tipo de conflitos resulta de situações da passagem de um cargo no setor público para uma
função no setor privado, ou vice-versa.
Interesse relevante neste contexto refere-se a um claro interesse privado que pode afetar o
desempenho das funções:
i. Qualitativamente, de tal maneira que é razoável acreditar que o interesse privado pode
influenciar indevidamente o desempenho funcional do colaborador X (por exemplo,
responsabilidades familiares ou parentais, crença religiosa, filiação profissional ou
política, património, dívidas, outros); ou
ii. Quantitativamente, pelo valor envolvido é razoável acreditar que o interesse privado
pode influenciar indevidamente o desempenho funcional do colaborador X (por
exemplo, envolve um interesse comercial significativo de um familiar ou uma
oportunidade de obter um grande lucro financeiro ou evitar uma grande perda, entre
outros).
responsabilidades públicas devem ser estabelecidos com precisão para que seja possível uma
avaliação rigorosa sobre a existência, ou não, de um conflito de interesses aparente.
O fator significativo neste exercício é o facto de o colaborador ter interesses privados que
atualmente não são interesses relevantes no âmbito do exercício das suas funções públicas.
No entanto, é provável ou possível que os anteriores deveres oficiais ou funções profissionais
possam afetar o desempenho das suas funções atuais, conferindo um caráter relevante a esses
interesses. Como resultado, atualmente pode ser identificado um potencial conflito de
interesses imputado a essa pessoa.
Neste tipo de conflito, a situação inversa também é possível e, nesse caso, estamos perante a
prática já aludida de «portas giratórias», admitindo-se que o interesse público é, ou pode ser,
prejudicado por decisões tomadas no passado por alguém que exerceu funções públicas (e que
já calculava a sua passagem para uma empresa privada da mesma área de atividade), ou
ainda pelo conhecimento ou informações privilegiadas que esse ex-agente público traz para a
empresa relativos aos recursos e assuntos públicos conexos com o cargo que agora
desempenha.
de contratação pública que seja atribuído no âmbito das suas funções e no qual, de
algum modo, tenha influência, tal como definido no n.º 5 do artigo 67.º do Código dos
Contratos Públicos (CCP) (Anexo III a); ii) os intervenientes nos processos de análise
e concessão de subsídios, subvenções ou benefícios, de qualquer âmbito (Anexo III
b); iii) os intervenientes nos processos de licenciamentos urbanísticos, ambientais,
comerciais e industriais (Anexo III b); iv) os intervenientes nos procedimentos
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sancionatórios (Anexo III b); v) os gestores de contratos, antes do início de funções,
tal como definido no n.º 7 do artigo 290.º-A do Código dos Contratos Públicos (CCP)
(Anexo III c);
Atualização da informação
Todas as pessoas que trabalham ou colaboram com a CMC devem divulgar, assim que possível,
as informações relevantes sobre um conflito, decorrente de uma alteração das circunstâncias
iniciais ou de novas situações que configurem um conflito de interesses emergente.
Completude da informação
A informação relativa aos interesses deve ser convenientemente detalhada sobre o interesse
conflituante, de modo a permitir uma decisão devidamente informada quanto à escolha da
resolução mais apropriada.
MANUAL DE GESTÃO DE CONFLITOS DE INTERESSES
Publicidade da informação
Nos termos do disposto no Regime do Exercício de Funções por Titulares de Cargos Políticos e
Altos Cargos Públicos, aprovado pela Lei n.º 52/2019, de 31 de julho, é assegurada pela
entidade responsável pela análise e fiscalização das declarações a consulta ou acesso público
9
aos elementos das declarações que são objeto de publicidade.
Todas as pessoas que exercem funções públicas só devem aceitar uma oferta relativamente à
qual identifiquem as seguintes características: GENUÍNA; INDEPENDENTE; LIVRE e
TRANSPARENTE.
A DTRC ou outra unidade orgânica que entretanto venha a deter competências nesta matéria,
analisará a situação apresentada, podendo, a todo o tempo, pedir informação e
esclarecimentos sobre a situação em concreto e quais as medidas já adotadas e outras que
considere relevantes para a gestão do conflito de interesses, emitindo, em tempo útil, um
parecer e respetivas recomendações, informando o trabalhador ou colaborador, o responsável
hierárquico e outros departamentos ou hierarquias, consoante a situação aplicável.
8. SANÇÕES APLICÁVEIS
9. DIVULGAÇÃO
10. REVISÃO
O presente Manual é revisto pela DTRC sempre que considerado necessário e oportuno.
MANUAL DE GESTÃO DE CONFLITOS DE INTERESSES
ANEXOS
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ANEXO I
Eu, …………………………………………………………………………………………………………………………………………………
Interesses em vigor na Câmara Municipal de Cascais, tal como definida pelo Código de Ética e
__________________________________________
(assinatura)
* Registar toda e qualquer atividade pública ou privada que o/a declarante exerça, ou tenha exercido
nos últimos três anos e/ou que venha a exercer em acumulação com o mandato ou que tenha exercido
até três anos após a cessação de funções, incluindo atividades profissionais subordinadas, comerciais
ou empresariais, exercício de profissão liberal e o desempenho de funções eletivas ou de nomeação.
* Registar o desempenho de cargos sociais que o/a declarante exerça, ou tenha exercido nos últimos
três anos e/ou que venha a exercer em acumulação com o mandato, ou que tenha exercido até três anos
após a cessação de funções, designadamente a discriminação dos cargos de administrador, gerente,
gestor, diretor, membro de comissão administrativa, conselho fiscal e comissão de fiscalização, membro
de mesa de assembleia-geral ou de órgãos ou cargos análogos, de quaisquer sociedades comerciais,
civis sob forma comercial, cooperativas ou públicas e também de associações, fundações, instituições
particulares de solidariedade social, misericórdias e semelhantes, tanto nacionais como estrangeiras.
IV – DADOS RELATIVOS A FILIAÇÃO, PARTICIPAÇÃO OU DESEMPENHO DE QUAISQUER FUNÇÕES EM
ENTIDADES DE NATUREZA ASSOCIATIVA, EXERCIDAS NOS ÚLTIMOS TRÊS ANOS E/OU A EXERCER
EM ACUMULAÇÃO OU EXERCIDOS ATÉ TRÊS ANOS APÓS A CESSAÇÃO DE FUNÇÕES
Natureza e
Cargo
área de Local da Remunerada Data de Data de
Função Entidade
atuação da sede (S/N) início termo
Atividade entidade
* Registar todos e quaisquer apoios financeiros ou materiais recebidos para o exercício das atividades,
inclusivamente de entidades estrangeiras, designadamente senhas de presença e ajudas de custo (e
que não correspondam a remuneração, visto que, a existir, esta é identificada na rúbrica anterior).
VI - SERVIÇOS PRESTADOS
Natureza e área
Serviço prestado Entidade de atuação da Local da sede Data
entidade
* Entidades, e respetiva área de atividade, a quem o/a declarante preste pessoalmente serviços
remunerados de qualquer natureza com caráter de permanência, ou mesmo pontualmente, desde que
suscetíveis de gerarem conflitos de interesses.
VII - SOCIEDADES
Natureza e área Participação
Sociedade Natureza de atuação da Local da sede social (valor e
entidade percentagem)
* Identificação das sociedades em cujo capital o/a declarante por si, pelo cônjuge ou unido de facto,
disponha de capital e também a quantificação dessa participação.
VIII - OUTRAS SITUAÇÕES
* Não sendo a lei taxativa na enumeração das situações a registar, deste campo devem constar
quaisquer outras que não se integrem nas anteriores e que sejam suscetíveis de gerar
incompatibilidades ou impedimentos previstos na lei.
Mais declaro:
1. Ter conhecimento:
a) Das incompatibilidades e impedimentos previstos na Lei, designadamente:
• Na Constituição da República Portuguesa;
• No Código do Procedimento Administrativo;
• No Código dos Contratos Públicos;
• No Estatuto dos Eleitos Locais (Lei n.º 29/87, de 30 de junho);
• No Regime do Exercício de Funções por Titulares de Cargos Políticos e Altos
Cargos Públicos (Lei n.º 52/2019, de 31 de julho);
• No Regime Jurídico da Organização dos Serviços das Autarquias Locais
(Decreto-Lei n.º 305/2009, de 23 de outubro);
• Na Recomendação do Conselho de Prevenção da Corrupção de 8 de janeiro
de 2020.
b) Do teor do Código de Ética e Conduta do Município de Cascais;
c) Do teor do Manual de Gestão de Conflitos de Interesses do Município de Cascais.
2. Que não tenho qualquer outro tipo de interesse ou facto, nem me encontro em situação
de incompatibilidade, impedimento ou outras, designadamente as previstas nos
diplomas citados.
3. Que, em caso de eventuais alterações ou se vierem a ser adquiridos outros interesses
dos quais a Câmara Municipal de Cascais deva ter conhecimento, comprometo-me a
declará-los, procedendo ao preenchimento de uma nova Declaração de Registo de
Interesses.
4. Que esta declaração não me iliba da obrigação de declarar qualquer tipo de conflito de
interesses no início de atividade em que participe, no âmbito do exercício das minhas
funções.
__________________________________
(assinatura)
ANEXO III a)
contrato relativo a … (objeto do contrato), declara não estar abrangido, na presente data, por
procedimento em causa.
participação nele de operadores económicos relativamente aos quais possa existir um conflito
__________________________________________
(assinatura)
ANEXO III b)
………. (nome), n.º inf………, a exercer funções de ………. (carreira/categoria) na ………. (unidade
procedimento relativo a ………. (objeto do contrato e número se aplicável), declaro não estar
abrangido/a, na presente data, por quaisquer conflitos de interesses relacionados com o objeto
intervenientes relativamente aos quais possa existir um conflito de interesses, disso darei
Conformidade, ou outra unidade orgânica que entretanto venha a deter competências nesta
__________________________________________
(assinatura)
ANEXO III c)
Municipal de Cascais, tendo sido designado gestor do contrato relativo a ……… (objeto do
contrato), declara não estar abrangido, na presente data, por quaisquer conflitos de interesses
Mais declara que se durante a execução do contrato tiver conhecimento da participação nele
relativamente aos quais possa existir um conflito de interesses, disso dará imediato
__________________________________________
(assinatura)
ANEXO IV
Eu, …………….. (nome completo), com o n.º informático ………., a exercer funções de ……….
__________________________________________
(assinatura)
ANEXO V
Exmo. Senhor
com a categoria de
a desempenhar funções na
ext. n.º vem nos termos do artigo 23.º da Lei n.º 35/2014 de 20 de junho, requerer a V.Ex.ª,
horas, às horas
b) O horário de trabalho a praticar será o seguinte: das
(fora do horário de expediente);
;
c) A remuneração será no valor de (€)
(indicar as razões que o requerente entende que a acumulação, conforme os casos, é de interesse público
ou não incorre no previsto nas alíneas a) a d) do nº. 3 do artigo 22.º da Lei nº. 35/2014 de 20 de junho);
Pede deferimento
__________________________________________
(assinatura)
ANEXO VI
REGISTO DE OFERTAS
(em cumprimento dos n.º 4 e 5 do artigo 9.º do Código de Ética e Conduta do Município de Cascais)
Valor:
(estimado, quando não for possível aferir o valor real)
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