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Enfermagem de Reabilitação
um novo conhecimento para guiar a prática de cuidados
organizadores:
título
Investigação em Enfermagem de Reabilitação:
um novo conhecimento para guiar a prática de cuidados
organizadores
Bárbara Gomes; Maria do Carmo Rocha; Maria Manuela Martins;
Maria Narcisa Gonçalves
edição
Escola Superior de Enfermagem do Porto
Rua Dr. António Bernardino de Almeida
4200-072 Porto
isbn
978-989-98443-1-5
2014
investigação em enfermagem de reabilitação
Índice
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investigação em enfermagem de reabilitação
Apresentação
Bárbara Gomes
Escola Superior de Enfermagem do Porto (bgomes@esenf.pt)
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dos cuidados intensivos; dados valori- na prática clinica, pois tal estratégia
zados pelo Enfermeiro Especialista em contribui para uma prática baseada
Enfermagem de Reabilitação para a nas evidências científicas;
prescrição de cinesiterapia respiratória • Os resultados da investigação de-
na pessoa com DPOC. senvolvida, também enfocam a
No sentido de se alargar o olhar sobre intervenção dos enfermeiros de
esta área de enfermagem, do outro lado reabilitação na comunidade. Nes-
do oceano (Brasil) partilhou-se a expe- te contexto o cliente e família são
riência da investigação em enfermagem integrados no processo de decisão,
desenvolvida no âmbito da compreen- onde a negociação dos cuidados e
são/ respostas da pessoa portadora da a partilha de responsabilidades se
deficiência física. tornam realidades emergentes;
Podemos sublinhar em notas conclusi-
Resultados vas que os vários estudos identificam
vários aspetos alterados na condição de
Passando para uma leitura dos resulta- saúde da pessoa dependente no domi-
dos destas investigações aqui apresen- cílio, o que evidencia a necessidade de
tadas podemos retirar algumas conclu- profissionais especializados também na
sões, nomeadamente: comunidade.
• A prática dos enfermeiros de rea- Estamos conscientes que o caminho
bilitação é um contributo signifi- da construção científica da discipli-
cativo para potenciar a autonomia/ na de enfermagem é longo, pelo que
independência do utente; o caminho se faz caminhando…. Há
• É importante a diferenciação dos que criar/ consolidar sinergias entre a
seus conhecimentos e atributos téc- formação e o mundo do trabalho, para
nicos, que ajudam na definição de que se prossiga o caminho da melhoria
programas adequados à especifici- continua nas respostas às necessidades
dade de cada cliente. Equaciona-se das pessoas em cuidados de enferma-
a adequabilidade de estratégias, na gem. Há que prosseguir uma cultura
promoção do autocuidado e auto- investigativa que norteie uma prática
controlo, numa lógica de cuidados sustentada nas evidências científicas, e
centrados na pessoa e na família; também através da investigação conso-
• Emerge também dos resultados de lidar o contributo específico de enfer-
investigação, a necessidade de mo- magem nos ganhos em saúde!
nitorizar os cuidados na vertente Assim, na senda de um caminho já an-
estrutura, processo e resultados. teriormente iniciado a ESEP propõe-se
No âmbito dos resultados, a moni- partilhar o conhecimento através de
torização da situação clinica atra- mais um eBook. Na humildade dessa
vés de instrumentos fiáveis é uma partilha há o ensejo de construirmos
estratégia que deve ser incorporada mais e melhor enfermagem!
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Pelo discurso dos participantes e sobre Destes (83%) disseram que avaliaram a
os processos de instruir, (100%) refe- temperatura corporal à tarde e à noite,
rem-se às instruções em caso de infe- controlaram a temperatura e tomaram
ção, sobre como atuar, sendo que em os comprimidos de ben-u-ron®, (25%)
relação à higiene (50%) referiram terem referem ter usado a máscara para se
sido ensinados sobre os cuidados com protegerem no contato com outras
a higiene do ambiente, dos alimentos e pessoas, dado o medo de adquirir uma
pessoal, (42%) com a higiene pessoal e infeção. Ainda (100%) verbalizaram
(8%) com a lavagem das mãos. Em rela- terem sido informados sobre os cuida-
ção à alimentação (50%) referem-se aos dos após o transplante e sentiram ficar
cuidados com a alimentação, sua prepa- com alguma capacidade para cuidar de
ração, conservação e uso de alimentos si próprio e fazerem as suas próprias
frescos. Quanto ao ambiente (42%) refe- vigilâncias. No entanto (58%) verba-
riram-se ao risco de infeção decorrente lizaram sentir medo e insegurança e
do contato com os animais e plantas e nalgumas situações terem de contactar
(17%) do risco decorrente do contato com o serviço em busca de ajuda para
com crianças ou pessoas doentes. (25%) esclarecimento de dúvidas e redução da
referiram-se ao cuidado com a dose e ansiedade.
horário da toma da terapêutica medica-
mentosa. (83%) relataram as medidas Da análise das ocorrências verificadas
que implementaram na sua casa e nas após a alta, concluímos que (100%) dos
suas vidas de acordo com a interpre- participantes tiveram de fazer altera-
tação da informação e instrução trans- ções/mudanças no seu domicílio para
mitida pelos enfermeiros, ou seja (25%) diminuir os riscos de infeção inerentes
verbalizaram que tiveram outros cuida- ao tratamento efetuado, de acordo com
dos com a higiene pessoal, alimentação a instrução recebida.
e terapêutica, (17%) maior cuidado no
contato com os outros, (17%) mais cui- Em relação às complicações (58%) dos
dados com a boca, mãos e visitas, (17%) participantes apresentaram sintomas
cumpriram os cuidados, ficaram longe pós alta no domicílio, sendo a febre a
dos animais sem vida social, isolaram- mais prevalente (50%), pelo que 50%
se por completo. Consciencializaram-se decidiram recorrer a um profissional
que esses cuidados seriam essenciais de saúde médico e ou enfermeiro ten-
para evitar infeções e complicações, no do realizado meios complementares de
entanto consideraram que estes aspetos diagnóstico. Destes, (25%) ficaram in-
representaram mudanças significativas ternados durante uma semana.
nas suas vidas pessoais.
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se concentrarem exclusivamente no
Resumo estado das vias aéreas e a tornarem-se
mais conscientes das necessidades fun-
Para efeitos de investigação, a utiliza- cionais das pessoas.
ção de questionários extensos é útil no
sentido em que dá ao investigador mui- Objetivo: O objetivo do presente estu-
ta informação válida. Recentemente, do é a validação do CCQ (Molen, 1999)
diretrizes emanadas pela GOLD iden- para a língua portuguesa na doença
tificaram que os objetivos do tratamen- pulmonar obstrutiva crónica e o seu
to de pessoas com doença pulmonar cruzamento com um instrumento já
obstrutiva crónica são não só questões validado e frequentemente utilizado na
relacionadas com a qualidade de vida, prática dos profissionais de saúde nos
mas também melhoria da tolerância ao cuidados à pessoa com doença pulmo-
exercício e minimização de sintomas. O nar obstrutiva crónica em Portugal.
CCQ (Molen, 1999) é o primeiro ins-
trumento clínico prático para ser usado Método: O presente estudo é do tipo
para a avaliação de rotina do controle metodológico, com uma abordagem
clínico (estado funcional, sintoma e quantitativa. A amostra deste estudo
estado mental), relativa a pessoas com é constituída por 58 pessoas a quem
doença pulmonar obstrutiva crónica. foi diagnosticado doença pulmonar
Foi também construído com o objetivo obstrutiva crónica e que respeitaram
de ser um instrumento de incentivo aos os seguintes critérios de inclusão: 1)
profissionais de saúde, com vista a não Condição estável, sem exacerbações
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de 60% para a carga global das doen- DPOC é de 14,2%, chegando este valor
ças. (Louro, 2009). a 18,7% na população do sexo mascu-
lino e a 10,5 na de sexo feminino. Nos
A doença pulmonar obstrutiva crónica
fumadores ativos, a prevalência atinge
é uma das principais causas de morbi-
os 17,9%. Estes dados foram descritos
lidade crónica em todo o mundo, com
recentemente num estudo realizado na
consequente perda da qualidade de
população portuguesa, num universo
vida, sendo previsível que constitua
de 2.700.000 habitantes e vieram con-
uma das principais causas de morte
firmar que a DPOC se encontra em
nas próximas décadas. Esta doença é
crescimento e subdiagnosticada em
responsável pela elevada frequência
Portugal.
de consultas médicas e de episódios de
recurso ao serviço de urgência, assim É, portanto, uma doença em crescimen-
como, por elevado número de interna- to no nosso país e, segundo o relatório
mentos, por vezes prolongados. (Leite, de 2009 do Observatório Nacional das
2012). Doenças Respiratórias, a segunda cau-
sa de internamento por doença respi-
A GOLD define DPOC como uma ratória em Portugal. Os dados do Ins-
doença prevenível e tratável com uma tituto Nacional de Estatística colocam
componente extrapulmonar, que con- a DPOC como a 5ª causa de morte por
tribui para a gravidade da doença. É doença em Portugal depois das doen-
uma das principais causas de morbili- ças cardio-cerebro-vasculares, diabetes,
dade crónica e mortalidade em todo o pneumonias e cancro do pulmão. (Cor-
mundo (GOLD, 2011) deiro e Menoita, 2012).
É uma doença respiratória crónica com
grande impacto no mundo, que segun-
do a ODNR (2009) tem uma prevalên-
cia de 63,6 milhões de pessoas a nível
mundial, 11,3 milhões deles na Europa, Em Portugal, em adultos
responsável por 3 milhões de mortes com idade acima de
anuais no mundo, sendo a 4ª causa de
morte, responsável por 5,36% dos óbi-
40 anos, a prevalência
tos. A Organização Mundial de Saúde da DPOC é de 14,2%,
(OMS) reconhece a DPOC como a úni- chegando este valor a
ca doença crónica com tendência a au- 18,7% na população do
mentar, pelo menos até 2020. De acor- sexo masculino e a 10,5%
do com a GOLD, até essa data a doença
pulmonar obstrutiva crónica será a ter-
na de sexo feminino.
ceira maior causa de morte no mundo.
Em Portugal, em adultos com ida-
de acima de 40 anos, a prevalência da
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meiro estabelecer prioridades no seu A amostra deste estudo foi não pro-
plano de cuidados de acordo com as babilística por escolha racional. Para
necessidades e dificuldades identifica- a obtenção da amostra foi solicitada a
das da pessoa com DPOC. Ou seja, se colaboração dos médicos de família e de
uma pessoa responde ao questionário pneumologistas de uma Unidade Local
e apresenta um score baixo no domí- de Saúde, após aprovação do estudo
nio dos sintomas mas alto no domínio pelo concelho de administração da ins-
do estado mental, o Enfermeiro Espe- tituição. É composta por 58 elementos
cialista em Reabilitação sabe que a sua que cumprem com os critérios previa-
atuação deverá incidir especialmente mente definidos.
nesse domínio, não negligenciando os
restantes. Foram utilizados neste estudo a escala
London Chest Activity of Daily Living
O objetivo do presente estudo é vali- (LCADL (Garrod, 2000)) e o Questio-
dar o CCQ (Molen, 1999) para a lín- nário Clínico para a DPOC (CCQ (Mo-
gua portuguesa na doença pulmonar len, 1999)).
obstrutiva crónica e o seu cruzamento
com um instrumento já validado e fre- A LCADL (Garrod, 2000) é uma escala
quentemente utilizado na prática dos validada para a língua portuguesa que
profissionais de saúde nos cuidados à avalia a limitação pela dispneia durante
pessoa com DPOC em Portugal. as atividades da vida diária em pessoas
com DPOC. É calculado um subscore
O presente estudo é do tipo metodoló- para cada domínio e o score total é for-
gico, com uma abordagem quantitativa. mado pela soma dos subscores dos 4
domínios. Valores mais altos na escala
A amostra deste estudo é constituída
indicam maior limitação nas atividades
por pessoas a quem foi diagnosticado
da vida diária. (Pitta et al, 2008)
DPOC e que respeitaram os seguintes
critérios de inclusão: 1) Condição está- O CCQ (Molen, 1999) está dividido em
vel, sem exacerbações ou infeções nos três domínios: sintomas (4 itens), esta-
últimos 3 meses; 2) ausência de car- do funcional (4) e estado mental (2). As
diopatia grave ou instável; 3) ausência pessoas devem responder às questões
de outras condições patológicas que do CCQ (Molen, 1999) baseando-se
possam influenciar no desempenho das na sua experiência nos últimos 7 dias
atividades de vida diária (como doenças numa escala do tipo Likert. O score
cerebrovasculares, ortopédicas ou reu- total é calculado somando os 10 itens
máticas). Os critérios de exclusão fo- e dividindo o total por 10. É também
ram: 1) ocorrência de exacerbação agu- possível calcular os scores de cada um
da durante o período das avaliações; 2) dos três domínios. O score do CCQ
não compreensão ou não colaboração (Molen, 1999) poderá assumir os valo-
com relação aos questionários. res 0 (muito bom estado de saúde); 1 e
2 (bom estado de saúde); 3 (Razoável
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DPOC para a língua portuguesa. Ana- Life study. Tuberk Toraks vol. 60, n. º1,
lisando os resultados, podemos aferir p.1-12.
que o CCQ (Molen, 1999) está bem
adaptado à língua portuguesa, devendo Casey et al (2011). Developing a struc-
tured education programme for clients
ser utilizado por profissionais de saúde
with COPD. British Journal of Communi-
em Portugal para a avaliação da pessoa
ty Nursing Vol 16, n. º5, p. 231-237.
com DPOC nos diferentes contextos
de atuação, recomendando-se a sua uti- Colutas et al (2005). A randomised trial
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que, por sua vez, resultou da fusão do vicção de que a mudança é possível e
prefixo in (negação) + firmus, firme, a disponibilidade para o diálogo. Para
robusto, saudável. Enfermo, portanto, ele “ensinar é uma especificidade hu-
denota, debilidade, fraqueza, perda de mana” (Freire, 1996, p. 36) e a autono-
forças. Enfermeiro é aquele que restau- mia é uma construção humana a partir
ra tais forças, como dizia Nightingale e da educação. Construir a autonomia do
Enfermagem é o trabalho daqueles que sujeito cuidado implica em conhecê-lo,
tratam dos enfermos, para que se tor- respeitá-lo e dialogar com ele em pri-
nem novamente sadios e “firmes”. meira instância. Implica, acima de tudo,
acreditar no outro e na sua capacidade
Para que se possa realizar o cuidado de superação.
de enfermagem é necessário então que
conheçamos profundamente o outro Já, a independência evoca a possibilida-
(sujeito enfermo) na sua forma de enca- de de realização de atividades sem o au-
minhar a vida, entendido o outro como xílio de outros. Ela pode ser mensurada
alguém diferente de mim e com ideias, a partir de várias escalas, a depender de
desejos, vontades e anseios próprios, quais aspectos pretende-se medir, sen-
que necessita de auxílio para poder re- do as mais utilizadas aquelas voltadas
tomar sua vida na plenitude possível do às atividades cotidianas e relacionadas
que está colocado para ele. Precisamos à cognição. Considera-se uma pessoa
conhecer o outro como sujeito autôno- independente quando ela que consegue
mo que é ou que pode vir a ser. realizar atividades comuns e mais com-
plexas, necessárias ao encaminhamen-
Não podemos confundir ou igualar a to da própria vida: mover-se, comuni-
autonomia à independência. São duas car-se, alimentar-se, higienizar-se, são
coisas aparentemente articuladas, po- as mais comuns na maioria das escalas.
rém com significados muito diferentes. Afinal, a vida é mais simples do que
Todo o sujeito deve ser autônomo, no pensamos, e é uma sucessão de peque-
sentido de governar a própria vida. nas ações relacionadas a estas áreas.
Independente nenhum ser humano
o é completamente, pois necessita de Independência e dependência parecem
diferentes formas e em diferentes mo- ser extremos contrários e antagônicos
mentos de outros seres humanos ou de uma mesma escala, na qual a exis-
de equipamentos. Freire (1996) defi- tência de um inviabilizaria a do outro.
ne a autonomia como a capacidade de Esta é outra ilusão, pois, a (in)depen-
auto gerir-se e responsabilizar-se pelos dência não ocorre de forma global, mas
próprios atos. Isso só é possível com em aspectos relacionados à possibilida-
a educação, e sua construção depende de de realização de tarefas e de relacio-
de uma série de questões, entre elas namento com o mundo que nos cerca.
reflexão crítica sobre a prática, a hu- Alguém pode ser independente em um
mildade, a alegria e esperança, a con- aspecto e dependente em outro.
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Temas
Período Universidade Revista Temática
relacionados
Enfermagem (02)
Rev Esc Enferm
Rev. Latino-Am.
USP - RP Reabilitação
USP (02)
< 1999
palatal
Campinas (01)
Auto estima pessoas com e sem fenda Mal formação craneo facial
Avaliação funcional de pessoa idosa com Amputação
amputação
Reabilitação da pessoa com lesão medular Lesão medular
no brasil: tendências de investigação
Atividade física em mastectomizadas Mastectomizadas
USP - RB (04), USP (01), UFC (01), UNB (01)
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Ciencia e Saúde Coletiva (02), Revista Paulista de Enfermagem (02), Revista Eletrônica de Enfermagem
Atendimento de reabilitação à pessoa idosa Idoso
UFSC (02), ENSP (01), UFPARAÍBA (01) UFPARÁ (01), UFC (01), UFG (01), UEMARINGÁ
(02), Rev. Latino-Am. Enfermagem (01), Revista Brasileira de Enfermagem (01), Revista Cuidado é
Avaliação funcional do idoso Idoso
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rão constar da equipe: Médico Fisiatra, Cabe-nos refletir agora sobre a legisla-
Enfermeiro, Fisioterapeuta, Terapeuta ção profissional acerca desta especiali-
Ocupacional, Fonoaudiólogo, Psicó- dade. No Brasil a profissão do enfermei-
logo, Assistente Social, Nutricionista, ro é legislada pelo Conselho Federal de
Profissionais de nível médio e/ou técni- Enfermagem (COFEN), que determina
co necessários para o desenvolvimento o espaço de atuação profissional e as
das ações de reabilitação. O enfermeiro requisições legais para esta atuação.
não faz parte da primeira equipe, sendo A Resolução 389/2011 (Cofen, 2011)
substituído pelo outros profissionais. do estabelece, como especialidades de
enfermagem no Brasil, um total de 44
São previstos dois estabelecimentos de especialidades e 37 sub especialidades.
alta complexidade em Santa Catarina: Porem, não há a especialidade de en-
um na capital e outro no Extremo Oes- fermagem de reabilitação. Com o reco-
te do Estado, distante 551 quilômetros. nhecimento e o estatuto de, aproxima-
Isso implica na obstaculização do aces- damente 90 especificidades no campo
so aos serviços de reabilitação, processo profissional de enfermagem brasileiro,
que ocorre na prática, cotidianamente, a enfermagem de reabilitação inexiste.
apesar dos discursos governamentais O desdobramento desta resolução im-
de acesso universal aos serviços. plica que as especializações deste cam-
po não são reconhecidas como tal, po-
O Brasil conta com um serviço próprio dendo, quando muito, ser encaixilhadas
de reabilitação, referência internacio- em outras das 90 reconhecidas.
nal: a rede de hospitais de reabilitação
Sarah. Esta rede possui hospitais de Temos no Brasil em enfermagem de
reabilitação em oito pontos brasileiros, reabilitação: pouca pesquisa, espaço
distribuídas nas especialidades de rea- demandado pela política pública de for-
bilitação em ortopedia, neurologia, pe- talecimento da fisioterapia, instituições
diatria, oncologia, entre outras. É uma fechadas de reabilitação e lacuna de le-
rede própria sem articulação prévia gislação. A questão agora é contrapor
com as Secretarias Estaduais e Muni- este cenário com a necessidade epide-
cipais de Saúde. Atende por demanda miológica: qual a incidência de pessoas
oriunda de todos os municípios brasi- que demandam reabilitação?
leiros, por contato direto com a Rede.
Isso implica em obstáculos ao referen- Segundo a OMS, 10 % da população
ciamento para a reabilitação. Ainda, no possui alguma ou múltiplas deficiên-
serviço público, o Brasil possui a Rede cias. Neste estudo, foram considerados
Luci Montouro, somente do estado de deficientes físicos aqueles que, indepen-
São Paulo. Esta rede é recente (aproxi- dentemente da causa, possuem altera-
madamente 3 anos) e não há, ainda, es- ções de suas formas ou funções físicas,
tudos socializados sobre o trabalho por com diferenças visíveis e perceptíveis
ela desenvolvido. em relação àquelas pessoas considera-
das normais e que resultem em limita-
ções cotidianas.
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por sua vez, também tem vivenciado Prestar cuidados de enfermagem ade-
a evolução da doença crónica e, por quados e instruir o doente e a família
isso, implicada no processo de transi- a prestar alguns cuidados, esclarecer
ção saúde/ doença, já para não falar da sobre os recursos disponíveis na co-
transição que a família enquanto insti- munidade, tipo de apoio económico que
tuição tem que fazer. podem usufruir assim como produtos
de apoio e centros de reabilitação, no
É necessário ter sempre presente que sentido de os auxiliar na satisfação das
cada doente/ família é única, com a suas necessidades, são atividades im-
sua cultura, valores, crenças, atitudes, portantes do enfermeiro.
objetivos e prioridades. A forma como
a deficiência os afeta depende de Nas funções desenvolvidas pela enfer-
vários fatores e varia de pessoa para magem de reabilitação, para além da
pessoa. Perante os problemas que vão relação enfermeiro/ doente/ família
surgindo, o agregado familiar inicia está também incluída a comunidade no
todo um conjunto de ajustes nas suas processo de tratamento e recuperação,
relações intra-familiares, no sentido de devendo, sem dúvida, haver uma ar-
se adaptarem à situação. Com o tempo ticulação estreita entre os diferentes
acaba por haver essa adaptação, mas recursos que são oferecidos pela comu-
são frequentes as fases de desânimo e nidade e as instituições onde o doente
angústia, principalmente em situação está internado. O assegurar a conti-
de doença relativamente à sua recupe- nuidade de cuidados, não descorando a
ração e ao futuro. importância dos prestadores de cuida-
dos informais orientando-os e acompa-
Cabe aos profissionais de saúde, em nhando-os reforça e dá visibilidade ao
particular aos enfermeiros de reabilita- trabalho desenvolvido pelos enfermei-
ção a aproximação ao doente e aos seus ros de reabilitação.
familiares para de alguma forma inter-
vir neste momento de crise, tentando Com os resultados obtidos com esta in-
saber mais sobre o doente e sua família, vestigação conseguimos compreender
mobilizando os seus conhecimentos a as necessidades que os doentes mais
nível cognitivo, sócio-afectivo e funcio- referem e até que ponto a intervenção
nal. do enfermeiro e em particular do enfer-
meiro de reabilitação pode ser ajustada
Sendo a família o pilar central quando para um maior contributo no processo
pensamos no apoio social que o doen- transacional para que o doente inte-
te necessita, torna-se premente gerir grado no seu meio consiga atingir um
o seu envolvimento no autocuidado do nível de qualidade de vida satisfatório.
doente exigindo a quem o faz expe-
riência e sensatez para conseguir uma Para finalizar e corroborando com Me-
abordagem holística. noita (2012, p. 35) que refere Hesbeen
(2000) afirmando que “mesmo quando
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nível e processa essa informação para dos são valorizados pelo enfermeiro
decidir (Serra, 2007). O processo de to- especialista em enfermagem de reabi-
mada de decisão em enfermagem é ba- litação quando prescreve cinesiterapia
seado em informação colhida ou detida respiratória numa pessoa com DPOC?
pelo enfermeiro, informação essa que
resulta da análise que o enfermeiro faz
Objetivo
da multiplicidade de dados que lhe es-
tão disponíveis. Thompson e Thomp- O objetivo deste estudo é identificar os
son (2001), Takemura e Kanda (2003), dados valorizados pelo EEER para a
Dowding e Thompson (2003), Thomp- prescrição de cinesiterapia respiratória
son (2003) e Estabrooks (2003), citados numa pessoa com DPOC.
em Jesus (2004) salientam, igualmente,
a importância do conhecimento e de
uma decisão baseada na evidência, em- O Método de Investigação
bora incluindo a experiência e as prefe-
rências do utente naquele processo. Atendendo ao objeto de estudo, e dado
que se pretende produzir novos conhe-
Esquematicamente, podemos repre-
cimentos sobre uma temática específica
sentar os parágrafos anteriores pelo
(dados que suportam a tomada de deci-
esquema 1.
são dos enfermeiros especialistas para
Assim sendo este estudo pretendeu a prescrição de cinesiterapia), utilizá-
responder á seguinte questão: Que da- mos uma metodologia de investigação
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ção prevista para a sessão (duas horas) • competição entre pares sobre quali-
(Barbour, 2007, citado em Rio-Rober- dade da prestação de cuidados;
ts, 2011). O guião orientador ao grupo
focal, incluiu a apresentação do projeto • competição entre as unidades de
de investigação, objetivos do grupo fo- saúde onde os participantes exer-
cal, apresentação dos participantes, al- cem funções.
gumas questões pré-determinadas mas A planificação do grupo focal contou
não mandatórias, e uma lista de situa- com os seguintes aspetos técnicos:
ções que necessitavam de re-focalização
durante a sessão (Simon, 1999, citado • local das sessões: Escola Superior
em Rio-Roberts, 2011). Procurou-se de Enfermagem do Porto, no seu
elucidar a forma de funcionamento da pólo de S. João;
técnica – grupo focal e obter o consen-
timento informado para a gravação e • registo dos dados: gravação áudio
utilização dos dados, informando todos das sessões, através da utilização de
os participantes dos seus direitos e dos um gravador digital;
seus deveres.
• análise dos dados: transferência
Após a execução da sessão (ou sessões) dos ficheiros áudio para um com-
do grupo focal, seguiu-se a análise da putador e proceder à sua transcri-
informação que foi produzida e que, ção para documentos de texto, com
como referimos, após a transcrição para posterior estruturação em folha de
suporte informático (texto em formato cálculo.
Word®) e leitura flutuante do corpus
de análise, foi submetido a codificação. Execução e análise das sessões
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investigação em enfermagem de reabilitação
Tabela 1 – Dados produzidos na primeira ses- Condições habitacionais: contacto com poeiras 0,93%
são, com as respetivas frequências relativas Condições habitacionais: divisões arejadas 0,93%
de menção pelos participantes Condições habitacionais: humidade 0,93%
Contacto direto com o médico 0,93%
Deambular 0,93%
Morfologia torácica 6,48%
Dependência nas AIVD 0,93%
Secreções brônquicas 5,56%
Dependência nas AIVD: comprar medicação 0,93%
Auscultação pulmonar 4,63%
Dependência nas AIVD: fazer compras 0,93%
Padrão ventilatório 4,63%
Dependência no autocuidado: higiene 0,93%
Capacidade para reter nova informação 3,70%
Dependência no deambular 0,93%
Antecedentes patológicos 2,78%
Dispneia 0,93%
Aquisição de competências: exercícios respiratórios 2,78%
Doença cardíaca 0,93%
Assimetria torácica 2,78%
Eficácia do reflexo de tosse 0,93%
Capacidade funcional: expetorar 2,78%
Ensino, instrução e treino: exercícios respiratórios 0,93%
Cognição 2,78%
Escala de AVD 0,93%
Permeabilidade da via aérea 2,78%
Escala de conservação da energia 0,93%
SatO2 2,78%
Estadio da DPOC 0,93%
Capacidade funcional: Expiração sustentada 1,85%
Fadiga 0,93%
Cor das extremidades e mucosas 1,85%
Fadiga após atividade: exercício físico 0,93%
Deformidade torácica 1,85%
Fadiga após atividade: tempo até ficar com fadiga 0,93%
Diagnóstico médico 1,85%
Força de vontade 0,93%
Dificuldade no autocuidado: higiene 1,85%
Gasimetria 0,93%
Dispneia após atividade: higiene 1,85%
Gestão do regime terapêutico 0,93%
Dor 1,85%
Hábitos saudáveis: higiene brônquica matinal 0,93%
Fadiga após atividade: falar 1,85%
Morfologia torácica: tórax em quilha 0,93%
Força muscular: músculos respiratórios 1,85%
Morfologia torácica: tórax em túnel 0,93%
Hábitos tabágicos 1,85%
Morfologia torácica: tórax escavado 0,93%
Morfologia da coluna: escoliose 1,85%
Motivação do prestador de cuidados 0,93%
Patologias associadas 1,85%
Orientação T/E 0,93%
Postura corporal 1,85%
Oxigenoterapia 0,93%
Radiografia pulmonar 1,85%
Padrão respiratório 0,93%
Regime farmacológico 1,85%
Padrão respiratório: posição dos lábios ao expirar 0,93%
Sinais vitais 1,85%
Padrão respiratório: tempo inspiratório e tempo
Valor de espirometria 1,85% 0,93%
expiratório
Acompanhamento por outros profissionais:
0,93% Padrão respiratório: tipo de ventilação torácica ou
Pneumologia 0,93%
abdominal
Alteração do estado de consciência 0,93%
Padrão respiratório: ventilação rápida e superficial 0,93%
Alterações pulmonares: bronquiectasias 0,93%
Palpação do tórax 0,93%
Alterações pulmonares: enfisema 0,93%
Palpação do tórax: assimetria torácica 0,93%
Amplitude torácica 0,93%
Palpação do tórax: atelectasias 0,93%
Aquisição de conhecimento: Importância da
0,93% Palpação do tórax: atrito pleural 0,93%
Reabilitação respiratória
Palpação do tórax: roncos 0,93%
Aquisição de conhecimento: Reabilitação
0,93% Palpação do tórax: secreções brônquicas 0,93%
respiratória
Palpação do tórax: sibilância 0,93%
Aquisição de conhecimentos: exercícios
0,93% Posição para dormir 0,93%
respiratórios
Presença de alteração pulmonar: atelectasia 0,93%
Aquisição de conhecimentos: inaladores 0,93%
Presença de prestador de cuidados 0,93%
Auscultação pulmonar médica 0,93%
Reflexo de tosse 0,93%
Auscultação pulmonar: crepitações 0,93%
SatO2 a dormir 0,93%
Auscultação pulmonar: intensidade do som
0,93% Secreções brônquicas profundas 0,93%
inspiratório e expiratório
TA 0,93%
Auscultação pulmonar: padrão ventilatório 0,93%
Técnica de Huff 0,93%
Auscultação pulmonar: simetria ventilatória 0,93%
Tempo de recuperação após atividade: exercício
Capacidade do prestador de cuidados 0,93% 0,93%
físico
Capacidade funcional: Dissociação dos tempos
0,93% Tempo de recuperação após atividade: inspiração
respiratórios 0,93%
profunda
Capacidade funcional: Expansão torácica global 0,93%
Timing: pós-cirúrgico 0,93%
Cognição: Avaliação Breve do Estado Mental 0,93%
Timing: agudização da DPOC 0,93%
Cognição: compreensão de discurso 0,93%
Timing: primeiro levante pós-cirúrgico precoce 0,93%
Condições habitacionais 0,93%
Tipologia de alteração pulmonar: restritiva ou
Condições habitacionais: contacto com fumadores 0,93% 0,93%
obstrutiva
Condições habitacionais: contacto com fumo de
0,93% VNI 0,93%
lareira
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investigação em enfermagem de reabilitação
A primeira sessão iniciou-se com a segunda sessão, foi solicitado aos par-
apresentação de slides onde se efetuou ticipantes que se manifestassem sobre:
o enquadramento da temática, os quais
culminaram com a projeção da ques- • para cada dado, a concordância
tão: Que dados resultantes da avaliação sobre se era um dado usado pelos
da pessoa com DPOC são usados pelos en- EEER na prescrição de cinesite-
fermeiros de reabilitação na prescrição de rapia respiratória na pessoa com
cinesiterapia respiratória? DPOC;
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investigação em enfermagem de reabilitação
Definir e
acrescentar
Não
Sim Existem?
Sim
Hierarquizar
Despistar dados
repetidos
Sim
Esquema 3 – Fluxograma
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Consulte o Suplemento 1
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Abstract Introdução
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A população foi constituída por trinta e O tempo que a pessoa dependente es-
quatro pessoas dependentes e quarenta teve inserida em PRD, foi de 64,9% e o
pessoas prestadoras de cuidados num valor com a maior percentagem situa-
total de setenta e quatro pessoas. Têm se no período de tempo de um mês a
uma idade compreendida entre os 19 e seis meses, sendo o processo de Rea-
os 90 anos, sendo a idade média de 68 bilitação, com o objetivo de retomar o
anos sobressaindo uma percentagem autocuidado, um processo moroso.
elevada de idosos.
Na análise das repostas dadas ao for-
De salientar que a maior percentagem mulário SUCECS26 pela população é
de pessoas dependentes situa-se en- de salientar que em 10 questões obtive-
tre os 71 e 80 anos e também a maior mos uma percentagem de 100% no ín-
percentagem das pessoas prestadoras dice mais alto de satisfação. Numa das
de cuidados situarem-se nesse mes- questões, a opção de escolha “Nunca”
mo grupo etário sugerindo que temos teve uma percentagem de 55%. Essa
idosos a cuidar de outros idosos, o que questão foi: “Os enfermeiros preocu-
logo implica limitações no ato de cui- pavam-se em dar informação escrita
dar com vista ao autocuidado. sobre os assuntos que informam ou
explicam (panfletos, livros, ou mesmo
O nível de escolaridade também é bai- escrever em papel coisas que são im-
xo, com cerca de 58% da população com portantes para si).
o ensino básico. Em relação à sua situa-
ção profissional a maior percentagem é De mencionar que nas questões que
de reformados com 71,6% que também se referiam ao Centro de Saúde, gran-
em termos comparativos está de acor- de parte das escolhas recaiu na opção
do com a idade avançada da população. de “não se aplica/sem opinião” porque
muitas pessoas da população nunca ti-
A patologia que maioritariamente foi nham ido ao Centro de Saúde devido à
o motivo para as pessoas ficarem de- sua situação de dependência ou recor-
pendentes, foi o AVC. Este valor vai reram, a este, há muitos anos.
de encontro aos dados internacionais,
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Porto // 2014