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DOI: 10.5585/ExactaEP.v15n2.

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Estratégia no canal de distribuição:


análise comparativa entre atacadista
distribuidor e de autosserviço
Strategy in distribution channels:
a comparative analysis of distributor and cash & carry wholesalers

Thiago Alves Souza1


Éderson Luiz Piato2
1
Graduado em Administração pela Pontifícia Universidade
Católica de Minas Gerais – PUC - Minas, Mestre em Engenharia
de Produção pela Universidade Federal de São Carlos – UFSCar,
Doutorando em Engenharia de Produção pela Universidade
Federal de São Carlos – UFSCar. São Carlos, SP [Brasil]
thiago.adm.alves@hotmail.com
2
Professor Adjunto do curso de Administração da
Universidade Federal de São Carlos – UFSCar, Bacharel
em Administração pela Universidade Federal de Mato Resumo
Grosso do Sul – UFMS, Mestre e Doutor em Engenharia
de Produção pela Universidade Federal de São Carlos – A dinâmica dos mercados, a acirrada concorrência e a exigência de
UFSCar. São Carlos, SP [Brasil] maiores níveis de serviço por parte dos clientes, levam as organizações a
piato@ufscar.br
desenvolverem estratégias complexas relacionadas ao seu processo de
distribuição. Compondo o canal de distribuição estão empresas como
atacadistas distribuidores e atacadistas de autosserviço. Neste artigo,
objetivou-se identificar e analisar as estratégias de marketing desenvolvidas
pelos atacadistas distribuidores e de autosserviço no canal de distribuição.
Realizou-se uma pesquisa qualitativa e exploratória. Utilizou-se como método
o estudo de caso com entrevistas semiestruturadas com os gestores da área
de distribuição dos atacadistas. Os resultados encontrados possibilitaram a
construção de um quadro-síntese. Considerando a distribuição, observaram-
se estratégias do atacadista distribuidor, como entrega porta a porta, equipe
de vendas treinada, relacionamento com a indústria e gestão das atividades
logísticas. Para o atacadista de autosserviço identificaram-se estratégias,
como parceria com fornecedores, disposição de lojas físicas, centros de
distribuição e realização de contratos logísticos.
Palavras-chave: Atacadista distribuidor. Atacadista de autosserviço. Canais
de distribuição.

Abstract
Market dynamics, fierce competition, and demand for higher standards of
service by customers have led organizations to develop complex strategies for
their distribution processes. Distribution channels include distributor and
cash and carry wholesalers. In this article we aim to identify and analyze
the marketing strategies developed by distributor and cash and carry
wholesalers for their distribution channels. The research can be considered
qualitative and exploratory. The method used was a case study with semi-
structured interviews with the managers of the distribution departments of​​
the wholesalers. The results we obtained allowed the construction of a table
summary. From the point of view of distribution, it was possible to identify
the strategies of distributor wholesalers to be: using door-to-door delivery,
having trained sales teams, maintaining ties with industry, and managing
logistics activities. For the self-service wholesaler, we identified strategies
such as establishing partnerships with suppliers, providing physical stores,
setting up distribution centers, and drawing up logistics contracts.
Key words: Wholesale distributor. Cash & carry wholesale. Distribution
channels.

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Estratégia no canal de distribuição: análise comparativa entre atacadista distribuidor…

1 Introdução vo com custo operacional relativamente baixo.


Segundo Churchill e Peter (2000), os atacadistas
A distribuição é uma das principais áreas de autosserviço oferecem uma seleção limitada de
estratégicas de uma empresa (Milan, Dorion, & produtos e não fornecem transporte para os bens
Matos, 2012) embora por muitos anos tenha rece- que vendem; e, normalmente, os pagamentos são
bido pouca atenção, se comparada aos outros três realizados à vista, sendo o transporte feito pelos
elementos estratégicos do composto de marke- próprios clientes.
ting: produto, preço e comunicação (Rosenbloom, Atacadistas distribuidores e de autosserviço
2002). Devido à complexidade dos mercados, tem realizam uma série de estratégias de marketing
ocorrido crescente reconhecimento de que a gestão no canal de distribuição; porém, diferenciam-se
do canal de distribuição é vital para a competitivi- entre elas. A estratégia de marketing fundamen-
dade empresarial (Hu & Sheu, 2005). O canal de ta-se em atividades relacionadas a concorrência,
distribuição pode ser definido como conjunto de segmentação, mercado-alvo, posicionamento,
organizações interdependentes envolvidas no pro- composto mercadológico: produto, preço, comu-
cesso de tornar o produto ou serviço disponível nicação e distribuição (Cravens & Piercy, 2007;
para uso ou consumo (Bowersox & Closs, 2001; Webster, 1992). Diversos autores, como Lee e
Rosenbloom, 2002; Coughlan, Anderson, Stern, Griffith (2004), Varadarajan (2011), Hooley,
& El-Ansary, 2012; Kotler & Keller, 2012). Piercy e Nicoulaud (2011), têm destacado a im-
De acordo com Van Bruggen, Kacker e portância dessas estratégias para as organizações.
Nieuwlaat (2005), Lin e Chen (2008), Coughlan Além disso, Shaw (2012) destaca que a estratégia
et al. (2012), Kotler e Keller (2012), as atividades de marketing é um elemento crítico para o sucesso
de distribuição necessitam da colaboração de par- do negócio. Nesse sentido, torna-se essencial co-
ceiros externos como intermediários do canal – nhecer quais estratégias de marketing são desen-
atacadistas e varejistas. volvidas no canal de distribuição como forma de
Tem-se o chamado atacadista distribuidor, aprimoramento destas.
que normalmente se dedica as atividades como Esta pesquisa se justifica, pois, conforme
compra de bens da indústria, recebimento, separa- apontado por Meidan e Tomes (1991), Weitz e
ção, armazenagem, gestão da força de vendas, en- Jap (1995), Stern e Weitz (1997), Frazier (1999),
trega de produtos e outros (Boone & Kurtz, 1998; a maioria das investigações em canais de distri-
Bowersox & Closs, 2001; Kotler & Keller, 2012; buição aborda principalmente a perspectiva do
Sandhusen, 1998). fabricante/indústria, ou seja, há falta de estu-
Além do atacadista descrito acima, um novo dos em que se examinem o ponto de vista do
formato de loja tem surgido nos últimos anos no atacadista (Leeuw, Grotenhuis & Van Goor,
Brasil, o atacadista de autosserviço, também co- 2013). Essa carência fica mais evidente quando
nhecido como Cash & Carry – “Pague e Leve” ou se refere ao formato de autosserviço (Meidan &
atacarejo, uma alusão às atividades de atacado e Tomes, 1991).
varejo. Para Hsien, Giuliani, Cunha, e Pizzinato A não compreensão das estratégias de marke-
(2012) e Parente e Barki (2014), o atacadista de ting em atacadistas distribuidores e de autosservi-
autosserviço consiste na combinação dos forma- ço emerge como uma lacuna importante na litera-
tos de atacadistas com hipermercados, sendo um tura deste tema. Diante do contexto evidenciado,
modelo que permite o foco em preço competiti- a questão-problema deste artigo é a seguinte:

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Souza, T. A.; Piato, E. L. Artigos

“Quais as estratégias de marketing são desenvol- & Nicoulaud, 2011). Varadarajan (2011) ressalta
vidas por atacadistas distribuidores e de autos- que a estratégia de marketing pode ser vista como
serviço no canal de distribuição?”. Visando a res- o conjunto de decisões de uma empresa a respeito
ponder à problemática apresentada, neste estudo, de onde e como competir. Colaborando neste sen-
tem-se como objetivo identificar e analisar quais tido, Kim, Jeon, Jung, Lu e Jones (2012) enfatizam
são as estratégias de marketing desenvolvidas pe- a necessidade de uma avaliação tanto da empresa
los atacadistas distribuidores e de autosserviço, quanto do mercado.
além de destacar suas principais diferenças e si- A estratégia de marketing é geralmente o re-
milaridades. Para tanto, estruturou-se este artigo sultado do processo de segmentação de mercado,
da seguinte forma: inicialmente, os elementos que tendo como objetivo o posicionamento, ou seja,
compõem a estratégia de marketing são descritos; centra-se nos aspectos que envolvem a identifica-
em seguida, o canal de distribuição, o atacadista ção e escolha de quem são os clientes (Certo &
distribuidor e de autosserviço são caracterizados; Peter, 1993). Segundo Kuo, Akbaria e Subroto
posteriormente, o delineamento da pesquisa é (2012), a segmentação de mercado consiste na
apresentado, assim como as considerações finais, principal maneira utilizada para conhecer as
implicações e limitações do trabalho. características e necessidades dos clientes. Liu,
Kiang e Brusco (2012) destacam que é preciso en-
tender e diferenciar os clientes, suas necessidades
2 Referencial teórico e respostas ao composto mercadológico. Hassan e
Craft (2012) ressaltam que é preciso ter uma cui-
2.1 Estratégias de marketing dadosa análise da segmentação e posicionamento
Estratégia é um conjunto de regras de to- de maneira complementar.
mada de decisão com o objetivo de orientar a Também como parte da estratégia de ma-
organização (Ansoff & Mcdonell, 1993). Certo rketing, deve-se selecionar um ou mais mercados-
e Peter (1993) definem estratégia como um pro- alvo, desenvolver o composto mercadológico,
cesso contínuo e interativo que visa a manter a ajustar as necessidades aos propósitos do mer-
organização como um conjunto apropriadamen- cado-alvo selecionado, ser realista com relação
te integrado ao seu ambiente. De modo geral, a aos recursos disponíveis, e consistentes com a
estratégia de negócios consiste na tomada de de- missão, metas e objetivos da organização (Certo
cisão quanto ao escopo e a finalidade do negó- & Peter, 1993; Ferrell, Hartline, Lucas, Luck,
cio, às iniciativas e aos recursos necessários para 2000; Kim et al., 2012; Mccarthy & Perreault,
alcançar os objetivos organizacionais (Cravens 1997; Varadarajan, 2011).
& Piercy, 2007). Para Slater, Olson e Finnegan Por fim, a estratégia de marketing pode ser
(2011), a estratégia de negócios preocupa-se com comumente vista também envolvendo o compos-
as decisões de toda a organização e a forma de to mercadológico, que pode ser definido como a
obter vantagem competitiva. combinação de ferramentas estratégicas, como
Em contrapartida, a estratégia de marketing produto, preço, comunicação e distribuição, usa-
pode ser vista como o meio de garantir que as ca- das para criar valor e atender as necessidades dos
pacidades organizacionais estejam alinhadas com clientes visando a alcançar os objetivos da orga-
o ambiente de mercado competitivo em que se si- nização (Churchill & Peter, 2000; Ferrell et al.,
tuam, em curto ou médio prazo (Hooley, Piercy, 2000). De acordo com Grönroos (1994), o com-

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Estratégia no canal de distribuição: análise comparativa entre atacadista distribuidor…

posto mercadológico é uma lista de categorias que tégia de marketing pode envolver diversos aspec-
desdobram em elementos e características especí- tos e características conforme apresentado pelo
ficas. Vale ressaltar que cada elemento da estra- Quadro 1.

Elementos da estratégia de marketing


Elemento Conceito e características Autores
• Análise que leva em consideração as empresas e marcas que competem no Mccarthy e Perreault (1997); Churchill e Peter
Concorrência mercado. (2000); Ferrell et al. (2000); Urdan F. e Urdan A.
• Diversos níveis de concorrência, como direto e indireto. (2006); Cravens e Piercy (2007); Yanaze (2011).
Dibb e Simkin (1991); Loker e Perdue (1992);
• Processo de dividir um mercado heterogêneo em grupos mais homogêneos
Brooksbank (1994); Weinstein (1995); Dibb e Simkin
de potenciais consumidores com necessidades ou características semelhantes,
(1997); Dibb (1998); Mccarthy e Perreault (1997);
que provavelmente apresentarão comportamento de compra similar.
Ferrell et al. (2000); Urdan F. e Urdan A. (2006);
Segmentação • Movimento contrário ao marketing de massa.
Yanaze (2011); Turkensteen, Sierksma e Wieringa,
de mercado • Clientes apresentam variadas necessidades justificando a segmentação.
(2011); Kotler e Keller (2012); Liu, Kiang e Brusco
• Segmentação leva melhor compreensão das necessidades e características
(2012); Kuo, Akbaria e Subroto (2012); Shaw (2012);
dos clientes.
D’Urso, De Giovanni, Disegna e Massari (2013);
• Há uma série de fatores ou bases utilizados para segmentação.
Han, Ye, Fu e Chen (2014).
• Definir um mercado-alvo é avaliar a atratividade de cada segmento e
selecionar um ou mais segmentos.
Dibb e Simkin (1991); Kotler e Armstrong (1999);
• Conjunto relativamente homogêneo de consumidores que a organização
Mccarthy e Perreault (1997); Urdan, F. e Urdan
Mercado-alvo deseja atrair, com objetivo de desenvolver o composto mercadológico para
A. (2006); Cravens e Piercy (2007); Varadarajan
atingir esse mercado específico.
(2011).
• Identificação do mercado-alvo consiste em selecionar pessoas ou
organizações para atender com o produto-mercado.
• Selecionar uma ideia essencial ou algumas poucas ideias essenciais, sobre
o produto, a marca ou empresa e fixá-la num lugar privilegiado na mente dos Dibb e Simkin (1991); Brooksbank (1994); Kotler
consumidores e distintivo frente aos concorrentes. e Armstrong (1999); Churchill e Peter (2000);
Posicionamento • Empresa define como quer ser percebida pelos consumidores. Kotabe e Helsen (2000); Miles e Mangold (2005);
• Forma com que os clientes percebem os produtos, serviços ou organizações. Urdan F. e Urdan A. (2006); Cravens e Piercy
• Posicionamento de fato é uma estratégia a longo prazo, que exige grande (2007); Fuchs e Diamantopoulos (2010).
esforço em análises e pesquisas de mercado.
• Tudo que é oferecido para um mercado com objetivo de satisfazer
necessidades e desejos dos consumidores. Grönroos (1994); Kotler e Armstrong (1999);
• Não necessariamente precisam ser tangíveis (bens), podem ser também Churchill e Peter (2000); Cravens e Piercy (2007);
Produto
intangíveis (serviços). Schweitzer e Lyons (2008); Kotler e Keller (2012);
• Envolve elementos, como variedade, qualidade, marca, embalagem, serviços, Shaw (2012).
garantias.
• Preço quantidade despedida de recursos financeiros para se adquirir a
Grönroos (1994); Kotler e Armstrong (1999);
propriedade ou uso de um produto.
Churchill e Peter (2000); Cravens e Piercy (2007);
Preço • Pode envolver uma série de elementos, como curvas de demanda, análise de
Schweitzer e Lyons (2008); Kotler e Keller (2012);
custos, concorrência, valor para o cliente, regulamentações governamentais,
Shaw (2012).
ética, descontos, vendas, estratégia.
• Atividades de comunicação desenvolvidas para influenciar os compradores.
• Envolve informar o público-alvo sobre produtos, marcas, lojas ou organizações.
• Colaborar para que as pessoas possuam uma visão mais positiva acerca Grönroos (1994); Churchill e Peter (2000);
Comunicação destes fatores. Cravens e Piercy (2007); Schweitzer e Lyons
• Identificar as necessidades de compradores potenciais. (2008); Kotler e Keller (2012).
• Aumentar e melhorar a cooperação dos membros do canal de distribuição.
• Além de criar valor para os clientes, satisfazendo suas necessidades e desejos.
• Canal de distribuição como conjunto de organizações interdependentes
Grönroos (1994) Churchill e Peter (2000);
envolvidas no processo de tornar o produto ou serviço disponível para uso ou
Bowersox e Closs (2001); Mehta, Dubinsky
consumo.
Distribuição e Anderson (2002); Rosenbloom (2002);
• Canal de distribuição são os meios pelos quais os produtos/serviços são
Schweitzer e Lyons (2008); Coughlan et al.,
colocados à disposição dos clientes.
2012; Kotler e Keller (2012).
• Intermediários no processo como apoio a distribuição do produto.

Quadro 1: Síntese dos elementos da estratégia de marketing


Fonte: Os autores.

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Souza, T. A.; Piato, E. L. Artigos

2.2 Canais de distribuição: e vendedores (Boone & Kurtz, 1998; Pelton,


atacadista distribuidor e de Strutton, & Lumpkin, 1997). �����������������
O uso de interme-
autosserviço diários é justificado por conta de alguns fatores
Um canal de distribuição, ou como também principais que são especialização, divisão do
conhecido o canal de marketing, é uma ferramenta trabalho e eficiência contatual (Coughlan et al.,
útil para gestão de negócios e crucialmente impor- 2012; Churchill & Peter, 2000; Pelton, Strutton,
tante para criação de uma estratégia de marketing & Lumpkin, 1997; Rosenbloom, 2002).
que seja sustentável em face às ações competitivas Atacadistas estão em posição intermediária
do mercado (Bellin, 2016). entre o setor industrial e o setor de varejo e conse-
Canal de distribuição pode ser definido quentemente constituem elo importante no canal
como o conjunto de organizações interdependen- de distribuição (Bellin, 2016; Das & Tyagi, 1994;
tes envolvidas no processo de tornar o produto Kozlenkova et al., 2015; Mudambi & Aggarwal,
ou serviço disponível para uso ou consumo de 2003; Riemers, 1998). De acordo com Dost
modo que as empresas atinjam seus objetivos de
(2015), os canais de distribuição executam uma
distribuição (Bowersox & Closs, 2001; Churchill
tarefa importante no sistema de marketing e no
& Peter, 2000; Coughlan et al., 2012; Mehta,
sistema econômico em geral, além disso, vários
Dubinsky & Anderson, 2002). Segundo Bellin
tipos de atacadistas operam em diferentes canais
(2016), o canal de distribuição pode ser visto
(Boone & Kurtz, 1998; Krafft, Goetz, Mantrala,
como o caminho pelo qual os bens e serviços
Sotgiu, & Tillmanns, 2015).
deslocam-se dos produtores em direção dos usu-
Os atacadistas distribuidores normalmente
ários finais. Da mesma forma, Kozlenkova, Hult,
adquirem grandes quantidades da indústria, re-
Lund, Mena e Kekec (2015) destacam que o ca-
cebem e armazenam mercadorias, separam car-
nal de distribuição é a última parte da cadeia de
gas, gerenciam a força de vendas para cobrir o
suprimentos, em que o processo de criação de va-
mercado, separam pedidos de clientes, fazem en-
lor para o cliente é mais acentuado.
trega dos produtos, concedem crédito, assumem
Os canais de distribuição tipicamente in-
riscos de manutenção de estoques e de cobran-
cluem três partes principais, a saber: fabricantes,
ça de contas, prestam aconselhamento a clien-
intermediários e usuários finais (Kozlenkova et
al., 2015; Krafft, Goetz, Mantrala, Sotgiu, & tes, dão suporte de vendas, entre outros (Bellin,
Tillmanns, 2015). Segundo Dost (2015), os ca- 2016; Boone & Kurtz, 1998; Bowersox & Closs,
nais permitem a troca de informações e produtos 2001; Kotler & Keller, 2012; Sandhusen, 1998;
entre fabricantes e clientes e normalmente esta Rosenbloom, 2002).
troca ocorre por meio de um ou vários interme- Segundo a Associação Brasileira dos
diários. Os intermediários constituem elemento Atacadistas e Distribuidores [ABAD] (2016), o se-
essencial para a distribuição (Chung, Chatterjee, tor atacadista distribuidor brasileiro registrou, em
& Sengupta, 2012), pois, frequentemente, com- 2014, um aumento nominal de 3,1%, atingindo
pram mercadorias de fabricantes industriais faturamento de R$ 218,4 bilhões, com participa-
para revendê-las a outras empresas industriais ção de 50,6% no mercado mercearil (alimentos,
(Hinterhuber A. & Hinterhuber G., 2012), ge- bebidas, limpeza, higiene e cuidados pessoais).
rando, assim, benefícios de forma, lugar, tempo, O setor conta com 355,3 mil funcionários, 53,5
valores de propriedade, reunindo compradores mil vendedores, 59,6 mil representantes comer-

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ciais, frota de 100 mil veículos, atendimento a No Brasil, alguns atacadistas podem ser des-
1.070.214 pontos de venda. tacados na categoria autosserviço, como Makro,
Em contrapartida, tem-se o atacadista de au- Atacadão, Maxxi, Tenda, Assai, Roldão, Spani.
tosserviço, também chamado de Cash & Carry Este setor é de grande expressão econômica, da-
ou até mesmo atacarejo, que pode ser considera- dos da Nielsen (2015) apontam que, de janeiro
do um novo formato de distribuição no mercado, a abril de 2015, as vendas no setor atacadista de
por ser compreendido como uma loja que possui autosserviço cresceram 7,5%. Parte desse cres-
atividades de atacadista e varejista (Hsien et al., cimento ocorre devido a maior participação das
2012). Para Parente e Barki (2014), o atacadista de famílias que aumentam em até 7% a frequência
autosserviço consiste na combinação dos formatos nesses tipos de lojas. Além disso, houve a abertura
de atacadista com hipermercados permitindo foco de 47 lojas no Brasil com 1,4 milhão de lares que
em preço competitivo com custo operacional rela- passaram a fazer compras neste canal em 2014.
tivamente baixo. De acordo com a ABAD (2016), em 2014, os ata-
Churchill e Peter (2000) mencionam que os cadistas de autosserviço obtiveram faturamento
atacadistas de autosserviço oferecem uma seleção de R$ 219,4 bilhões.
limitada de produtos e não fornecem transporte Hsien, Cônsoli e Giuliani (2011) comentam
para os bens que vendem; normalmente, os pa- que os clientes varejistas que possuem preferência
gamentos são realizados à vista, e o transporte é de compra em atacadistas de autosserviço desta-
feito pelos próprios clientes (Hsien et al., 2012). cam, como aspecto positivo, os preços competi-
De acordo com Kiyohara (2001), o atacadista de tivos e as quantidades que eles têm à disposição;
autosserviço exerce duplo papel, primeiro como e como aspectos negativos, a longa distância do
atacadista à medida que realiza a venda para su- perímetro central, a demora nos checkouts e a
permercados, padarias, restaurantes e bares; e se- falta de variedade. Hsien et al. (2012) destacam
gundo como varejista quando vendem diretamen- que clientes, como bares, restaurantes e padarias,
te para consumidores finais. A Figura 1 apresenta escolhem o atacadista de autosserviço por terem,
a estrutura de distribuição do atacadista distribui- como influenciadores, o melhor preço e fracio-
dor e de autosserviço. namento.

Figura 1: Distribuição via atacadista distribuidor X atacadista de autosserviço


Fonte: Adaptada de Kiyohara (2001).

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Souza, T. A.; Piato, E. L. Artigos

3 Considerações a trazer maior qualidade e confiabilidade para o


metodológicas estudo. Além disso, utilizou-se a técnica de entre-
vista semiestruturada por meio de um roteiro que
Esta pesquisa pode ser caracterizada como basicamente tem como objetivo a obtenção de in-
qualitativa e exploratória, uma vez que apresen- formações e compreensão das perspectivas e expe-
ta sua ênfase na aquisição da compreensão e da riências das pessoas entrevistadas (Hooley, Piercy,
profundidade dos dados, além disso, tem como & Nicoulaud, 2011; Marconi & Lakatos, 2011).
objetivo trazer maior familiaridade com o pro-
blema em análise (Gil, 2002; Hooley, Piercy,
& Nicoulaud, 2011). Para Hooley, Piercy e
Nicoulaud (2011), a pesquisa exploratória visa a Os atacadistas escolhidos são de grande ex-
identificar lacunas de informação e especificar a pressão econômica e figuram-se entre os maio-
necessidade de investigações adicionais ao campo res do Brasil, cada um em sua modalidade. A
de estudo, o que vem ao encontro de poucos tra- entrevista ocorreu nas sedes das empresas em
balhos sob a ótica atacadista. Anápolis-GO, e São Paulo-SP, e foi direcionada
Como método de pesquisa, optou-se pelo es- ao gerente de marketing do atacadista distribui-
tudo de caso, considerado uma investigação empí- dor e ao gerente de distribuição do atacadista de
rica que busca estudar um fenômeno contempo- autosserviço. A duração média das entrevistas foi
râneo em profundidade e em seu contexto de vida a de duas horas e versaram sobre os elementos
real (Ellram, 1996; Eisenhardt & Graebner, 2007; que compõem a estratégia de marketing. As con-
Meyer, 2001; Yin, 2010). versas foram gravadas e posteriormente transcri-
A Figura 2 apresenta o passo a passo da con- tas para serem submetidas à análise de conteúdo.
dução desta investigação. Primeiramente, foi rea- Quanto aos dados obtidos, optou-se pela técnica
lizada uma revisão bibliográfica sobre estratégias de análise de conteúdo, centrando em torno dos
de marketing, canais de distribuição e atacadis- seguintes três aspectos fundamentais: (a) pré-
tas distribuidores e de autosserviço. Em seguida, análise; (b) exploração do material (categoriza-
foi construído o protocolo de pesquisa de forma ção e codificação); (c) tratamento dos resultados,

Figura 2: Condução da pesquisa


Fonte: Os autores.

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Estratégia no canal de distribuição: análise comparativa entre atacadista distribuidor…

inferência e interpretação (Bardin, 1977). Por 4.2 Descrição e análise


fim, foi possível desenvolver um quadro-síntese comparativa dos casos
com os elementos da estratégia de marketing do Esta seção apresenta os principais elementos
atacadista distribuidor e de autosserviço de for- da estratégia de marketing do atacadista distri-
ma comparativa. buidor e do de autosserviço. No atacadista dis-
tribuidor, tem-se um baixo monitoramento da
concorrência, embora este seja um fator crítico a
4 Análise e discussão dos ser considerado por todos os membros do canal
resultados (Rosenbloom, 2002). O foco da organização está
em desenvolver atividades e atender o cliente de
4.1 Caracterização das forma que seus produtos e serviços sejam capazes
organizações de minimizar possíveis ações da concorrência. Os
O atacadista distribuidor iniciou suas ativi- clientes varejistas do atacadista distribuidor nor-
dades há 55 anos, atualmente está localizado na malmente são sensíveis a preço e confiabilidade
cidade de Anápolis-GO. Ocupa um espaço físico no fornecimento dos produtos, assim, o atacadista
de 30 000 m² e conta com uma frota de mais de distribuidor centra-se nesses aspectos para garan-
300 caminhões, 500 representantes comerciais tir que eles sejam realizados. Em contrapartida,
autônomos e mais de 1000 colaboradores inter- o atacadista de autosserviço monitora frequente-
nos, possui cerca de 25mil clientes em diversos mente a concorrência com vistas a identificar e su-
estados. O atendimento dos pedidos ocorre no prir as ações desta. Vale ressaltar o aspecto mix de
prazo de 24/48 horas a depender da localidade. produtos, uma vez que, para a organização estu-
O atacadista distribuidor fornece um mix de pro- dada, este aspecto torna-se uma grande vantagem
dutos com aproximadamente 6 000 Skus – Stock com relação à concorrência, sobretudo pelo fato
Keeping Unit, divididos entre diversos gêneros, de outros atacadistas de autosserviço possuírem
tais como alimentício, bazar, bebidas, higiene pes- um portfólio de produtos mais restrito.
soal, limpeza, papelaria. No que tange à segmentação de mercado, os
A empresa atacadista de autosserviço foi clientes podem ser agrupados em segmentos relati-
fundada em 2001 e está localizada na cidade vamente homogêneos em termos de algum aspec-
de São Paulo-SP. Destaque na modalidade de to relevante (Kotler & Keller, 2012). O atacadis-
autosserviço, a organização atualmente possui ta distribuidor utiliza a base geográfica, na qual
um portfólio de aproximadamente 12000 Skus, existem diversas unidades gerenciais dispersas
distribuídos em diversas marcas e especificações. pelas regiões brasileiras que são responsáveis por
Além disso, possui lojas-armazém distribuídas monitorar e acompanhar o atendimento aos clien-
por São Paulo, Grande São Paulo e Interior do tes dessas regiões. Tais unidades proporcionam
Estado, que juntas somam mais de 91 000 m² maior capacidade de fornecer alto grau de cober-
de área de vendas. Conta ainda com 4 400 co- tura de mercado (Rosenbloom, 2002) por meio do
laboradores na prestação de atendimento e nas atendimento dos representantes comerciais. Além
operações. A organização busca atender diversos disso, gera melhor compreensão das necessidades
tipos de negócio, como, por exemplo: restauran- e desejos dos clientes, tendo em vista que essas
tes, pizzarias, padarias, “dogueiros”, lanchone- necessidades se diferenciam em alguns aspectos
tes, pastelarias, hotéis, bares. (Brooksbank, 1994; Dibb & Simkin, 1991).

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Souza, T. A.; Piato, E. L. Artigos

Quanto ao atacadista de autosserviço, este e a empresa. Fica evidente nos posicionamentos


não desenvolve amplamente a segmentação de que estes são definidos considerando amplo esco-
mercado. A organização tem conhecimento da po de fatores e conjuntamente com os elementos
divisão de seus clientes; contudo, não apresenta do composto de marketing (Brooksbank, 1994).
ações específicas a esse respeito. A não compre- No que se refere ao composto de marketing,
ensão das diferenças de necessidades dos consu- mais especificamente, ao elemento produto, no
midores apresenta certa limitação do atendimento atacadista distribuidor, tem-se cerca de seis mil
no canal de distribuição, haja vista que entender itens distribuídos em diversas categorias; em con-
as diferenças nos segmentos, e como elas se mo- trapartida, no atacadista de autosserviço, têm-se
dificam, é uma fonte cada vez mais importante de por volta de 12 mil itens. Tanto o atacadista dis-
vantagem competitiva (Cravens & Piercy, 2007). tribuidor quanto o de autosserviço desenvolvem
Referente à escolha do mercado-alvo, o ata- análises sobre a inserção de produtos em seus
cadista distribuidor basicamente possui foco no portfólios. Para o atacadista distribuidor são con-
pequeno e médio varejo, mais especificamente, nos siderados fatores, como marca, esforço promo-
supermercados de um a cinco checkouts. Torna-se cional e porte da empresa fornecedora; já, para
importante ressaltar que o atacadista distribuidor o atacadista de autosserviço, torna-se importante
não realiza a venda para consumidores finais, ele desenvolver uma pesquisa a fim de verificar se o
atua como um elo entre a produção e os varejistas. cliente possui interesse em determinado produto.
Já o atacadista de autosserviço foca-se no atendi- Tem-se também no atacadista de autosserviço a
mento ao chamado “transformador”, ou seja, ao disposição de diversos itens de marca própria que
dono de um negócio próprio que realiza muitas vão desde alimentos e bebidas a itens domésticos.
vezes o processo de transformação, adquirindo a De acordo com o gestor do atacadista de autos-
matéria-prima e gerando produtos, como em pa- serviço, o fornecimento desses itens é visto como
darias, restaurantes, food truck’s, confeitarias, de extrema importância para os clientes e para a
docerias. Da mesma forma, Hsien et al., (2012) empresa.
destacam que uma das principais características Quanto ao elemento preço, no atacadista dis-
do modelo autosserviço é que grande parte das tribuidor, tem este ligação direta com as questões
vendas são para empreendedores. Neste âmbito, logísticas. Uma das atividades inerentes a esse for-
destaca-se que o atacadista de autosserviço atende mato se refere à capacidade de realizar entregas
tanto consumidores finais quanto institucionais. em regiões dispersas pelo País (Kotler & Keller,
A respeito do aspecto posicionamento, o 2012; Mccarthy & Perreault, 1997), sendo os cus-
atacadista distribuidor se posiciona como “Casa tos de transporte altamente relevantes na determi-
dos bons negócios”; o que envolve diversos aspec- nação do preço dos produtos, ou seja, os preços
tos, tais como agilidade na entrega, fornecimento variam de região para região conforme a localiza-
constante, amplo mix de produtos, relacionamen- ção. Além disso, alguns produtos apresentam bai-
to de longo prazo com clientes, tradição e tempo xa margem para o atacadista distribuidor, esses
de mercado. Da mesma forma, o atacadista de au- produtos ficam à disposição do cliente varejista,
tosserviço se posiciona como “Seu negócio come- porém com o preço que seja capaz de suprir os
ça aqui”; este posicionamento envolve a disposi- custos de transporte.
ção da mercadoria adequada, ao preço adequado e Para as atividades do atacadista de autosser-
nas condições de pagamento adequadas ao cliente viço, a questão preço também possui grande rele-

Exacta – EP, São Paulo, v. 15, n. 2, p. 259-273, 2017. 267


Estratégia no canal de distribuição: análise comparativa entre atacadista distribuidor…

vância, tendo em vista que este formato se asse- garantir que a distribuição dos produtos seja ade-
melha em alguns aspectos a um hipermercado, ou quada refere-se à equipe de vendas, cujos integran-
seja, muita atenção do aspecto preço é dedicada tes são chamados muitas vezes de vendedores, re-
aos clientes. A grande maioria dos consumidores presentantes comerciais ou de serviço ao cliente
do atacadista de autosserviço é sensível a preço (��������������������������������������������
Sheth & Sharma, 2008)�����������������������
. Esta equipe é respon-
(Parente & Barki, 2014), por esse motivo a orga- sável por realizar visitas frequentes a estabeleci-
nização oferece ampla gama de serviços ligados, mentos varejistas com vistas a suprir a necessidade
principalmente, à condição de pagamento, como de compra de produtos dos varejistas. De acordo
cartão próprio que fornece benefícios e descontos, com o respondente, o atacadista distribuidor pos-
maior prazo de pagamento, parcelamento de con- sui uma força de vendas treinada para atender os
tas, recebimento de faturas e liberação de limite, clientes. Deve-se ressaltar que essa equipe é vista
além de promoções exclusivas. no modelo de atacadista distribuidor e não se apli-
Sobre o elemento comunicação, o atacadista ca ao de autosserviço.
distribuidor desenvolve uma série de atividades, O atacadista distribuidor analisado também
como criação de catálogos, combos e promo- efetua entregas para seus clientes varejistas por
ções. Essas ações de comunicação são algumas meio de serviço de porta a porta. A entrega tem
ferramentas de vendas utilizadas por esses ata- como finalidade garantir a disponibilidade de
cadistas (Coughlan et al., 2012). Tais atividades produtos no ponto de venda, o que é de funda-
beneficiam tanto a indústria, uma vez que esta mental importância (Churchill & Peter, 2000).
concentra esforços em produtos específicos, e o Além disso, com algumas indústrias específicas,
atacadista, alavancando as vendas, quanto o va- o atacadista distribuidor tem um relacionamen-
rejo, apresentando opções de compra mais dire- to mais estreito e desenvolve entregas exclusivas
cionadas e com vantagens em preço. Além disso, em determinadas regiões. Autores, como Bellin
existem premiações para os representantes co- (2016), destacam que os atacadistas distribui-
merciais visando a motivar e fomentar as vendas dores muitas vezes concentram-se em fornecer
no canal de distribuição. Em contrapartida, no a proposta de valor baseada em elementos logís-
atacadista de autosserviço, tem-se a comunica- ticos. ����������������������������������������
Segundo o respondente do atacadista dis-
ção ocorrendo por meio de jornais, revistas, rá- tribuidor, a entrega, embora seja um elemento
dio e mídias sociais, assim como ações direcio- essencial, também pode ser considerada um de-
nadas aos clientes, como ofertas promocionais e safio. Baixa ou falta de qualificação da mão de
descontos. O Quadro 2 apresenta a síntese dos obra é um fator que merece a atenção por parte
principais elementos das estratégias de marketing de gestores de distribuição.
realizadas por ambos os atacadistas referidos no Outros aspectos que compõem a estraté-
canal de distribuição. gia de distribuição também foram apontados
como importantes para o atacadista distribuidor,
4.3 Análise da estratégia de como, por exemplo, compras, formação de sorti-
distribuição mento, vendas, promoção, fracionamento de lo-
Diante da atuação de atacadistas distribui- tes, armazenagem, cobertura de mercado. Essas
dores e de autosserviço, é possível destacar que o atividades também são destacadas por outros
aspecto distribuição é um dos mais importantes autores como essenciais ao atacadista distribui-
e valorizados. O primeiro aspecto relevante para dor (Dias, 1993; Boone & Kurtz, 1998; Kotler

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Souza, T. A.; Piato, E. L. Artigos

Elemento Atacadista distribuidor Atacadista autosserviço


Baixo monitoramento da concorrência.
Clientes varejistas sensíveis à confiabilida-
de no fornecimento e ao preço. Monitoramento frequente da concorrência.
Concorrência
Setor de call-center visando a atender clientes que por-
ventura não tenham sido atendidos pela força de vendas, Sortimento maior que a concorrência.
a fim de minimizar possíveis ações da concorrência.
Segmentação utilizando base geográfica.
Diversas unidades pelo País de forma a monitorar
e atender clientes específicos da região.
Não é totalmente realizada / utilizada na organização.
Segmentação Realiza análise da competitividade das re-
de mercado giões devido ao custo logístico.
Tem-se a divisão dos clientes, contudo não existem
Disposição de representantes comerciais para
ações específicas para grupos de clientes.
atendimento e cobertura de mercado.
Diferenciação de produtos por localidade e regionalização.
“Transformador” – pessoas que vão processar
Varejo de pequeno porte de 1 a 4 checkouts.
as mercadorias adquiridas e revender.
Mercado-alvo
Donos de negócio próprio, como padaria,
Varejo de médio porte acima de 5 checkout.
restaurante, mercearia, lanchonete.
“Casa de bons negócios” / Objetivo de forne- Posicionamento projetado em “Seu negócio começa aqui”;
cer ofertas atrativas para o cliente. Foco em apresentar ofertas que realmente sejam
Posicionamento Posicionamento compreendendo aspectos, como rápida entrega, atrativas para o cliente, envolvendo a mercadoria que
fornecimento constante e amplo mix de produtos, relacionamento de o cliente necessita, ao preço que ele aceita pagar
longo prazo com clientes varejistas, tradição e tempo de mercado. e nas melhores condições de pagamento.
Portfólio com aproximadamente 12000 SKUs.
Realiza análise de inserção de novos produtos no portfólio.
Gestão de marcas para atender as
Aproximadamente 6000 SKUs.
necessidades dos clientes.
Produtos em diversas categorias, como agropecuários, alimentícios,
Inserção de produtos no portfólio, de acordo
Produto bazar, bebidas, construção civil, higiene pessoal, limpeza,
com as necessidades dos clientes.
papelaria, utilidades domésticas e eletro-equipamentos.
Marcas próprias com aproximadamente
Reuniões com a indústria para entender as carac-
1000 itens, contemplando desde alimentos
terísticas e especificidades de produtos.
e bebidas até itens domésticos.
Forma de atendimento do autosserviço
proporciona vantagem em custo.
Apresentação da loja planejada com
Não é considerado o grande diferencial da empresa. design de baixo custo.
Gestão dos preços no ambiente de loja.
Preço Preço varia de região para região, confor- Condições de pagamento facilitadas e cartão próprio
me distância e custos logísticos. que fornece diversos benefícios para o cliente.
Maior prazo para pagamento das compras
Alguns produtos apresentam baixa margem para o atacadista. e liberação imediata de limite.
Parcelamentos da compra de produtos.
Recebimentos de fatura em residência.
Criação de catálogos, combos, promoções.
Comunicação como alavancagem de vendas.
Premiações para representantes comerciais.
Criação de ofertas e campanhas promocionais.
Comunicação Estratégias de comunicação, como apoio a produtos de baixo giro.
Comunicação ocorre por meio de jornais,
Comunicação com varejistas por meio do
propagandas televisivas, rádio e mídias sociais.
representante comercial autônomo.

Quadro 2: Síntese das estratégias de marketing realizadas pelo atacadista distribuidor e atacadista de
autosserviço
Fonte: Dados da pesquisa.

& Keller, 2012; Mccarthy & Perreault, 1997). Já o atacadista de autosserviço define as de-
Diante do contexto apresentado, é possível desta- cisões de entrega dos produtos via contrato lo-
car que a gestão logística torna-se essencial para gístico, em que são destacados a forma e o local
que o produto esteja disponível no lugar certo e de atendimento. De acordo com Brown, Cobb e
na hora certa (Rosenbloom, 2002). Lusch (2006), a utilização dos contratos é uma

Exacta – EP, São Paulo, v. 15, n. 2, p. 259-273, 2017. 269


Estratégia no canal de distribuição: análise comparativa entre atacadista distribuidor…

maneira comum utilizada


pelos membros do canal de
distribuição para gerenciar
os seus relacionamentos es-
pecificando os papéis de
cada organização.
Um ponto interessan-
te, e que merece ser desta-
cado, é que, no modelo do
atacadista de autosserviço,
o cliente vai até a loja, paga
na saída e transporta as com-
pras em veículo próprio. Não
há transporte porta a porta
como no caso do atacadista
distribuidor. Essas caracte-
rísticas estão coerentes com Figura 3: Estratégia de distribuição do atacadista distribuidor e de autosserviço
Fonte: Dados da pesquisa.
outros autores (Churchill &
Peter, 2000). Também é pos-
sível destacar, sob a ótica da estratégia de distri-
buição, que clientes de atacadistas de autosserviço 5 Considerações finais
possuem certa conveniência, pois não são impostas
quantidades mínimas de pedido, o que possibilita Nesta pesquisa, teve-se como objetivo central
adquirir tanto grandes quanto pequenas quantida- entender quais as estratégias de marketing são de-
des. De acordo com o respondente do atacadista de senvolvidas pelo atacadista distribuidor e de au-
autosserviço, a organização possui atualmente 23 tosserviço no canal de distribuição, e apresentar
lojas físicas e um centro de distribuição, assim, as uma análise comparativa identificando possíveis
questões sobre entrega dos produtos são pré-defi- similaridades e diferenças. Obteve-se como princi-
nidas para garantir o efetivo abastecimento. As lo- pal contribuição teórica tornar evidente as estraté-
jas físicas e o centro de distribuição, como objetivo gias de marketing adotadas por esses atacadistas e
principal, devem manter a cobertura e atuação no fornecer maiores informações sobre esta vertente
mercado. Para o atacadista de autosserviço, o for- de estudo que ainda é pouco explorada.
necimento é de essencial importância. De acordo Verificou-se que existem diversas estratégias
com o respondente, a parceria com fornecedores de marketing similares entre atacadista distribui-
permite a garantia dos suprimentos e a sobrevivên- dor e de autosserviço, como o desenvolvimento do
cia das organizações em um relacionamento de lon- posicionamento considerando diversos fatores, as
go prazo. Tais relacionamentos tornam as empresas análises de inserção de novos produtos no portfólio
mais competitivas e garantem quotas de mercado e as ferramentas de comunicação como forma de
mais estáveis �������������������������������������
(Andaleeb, 1996). �������������������
A Figura 3 apresen- alavancagem de vendas. Contudo, identificaram-
ta a síntese da estratégia de distribuição do ataca- se também algumas diferenças inerentes muitas
dista distribuidor e de autosserviço analisados. vezes decorrentes do modelo de atuação, como os

270 Exacta – EP, São Paulo, v. 15, n. 2, p. 259-273, 2017.


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não é diferente, devido à intensa concorrência e Bowersox, D. J., & Closs, D. J. (2001). Logística
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necessidade de maiores níveis de serviço ao clien-
Brooksbank, R. (1994). The anatomy of marketing
te. No atacadista distribuidor, podem-se perceber positioning strategy. Marketing Intelligence & Planning,
alguns aspectos considerados críticos, como o 12(4), 10-14.
transporte de produtos aos clientes varejistas, o re- Brown, J. R., Cobb, A. T., & Lusch, R. F. (2006). The
roles played by interorganizational contracts and justice
lacionamento e a gestão das atividades logísticas. in marketing channel relationships. Journal of business
No atacadista de autosserviço, destacam-se, como research, 59(2), 166-175.
fatores interessantes, a parceria, a realização de Certo, S. C., & Peter, J. P. (1993). Administração
estratégica: planejamento e implantação da estratégia.
contratos logísticos, a disposição de lojas, o cen- São Paulo: Pearson Education do Brasil.
tro de distribuição, a não existência de pedidos em Chung, C., Chatterjee, S. C., & Sengupta, S. (2012).
quantidades mínimas para o cliente, entre outros. Manufacturers’ reliance on channel intermediaries:
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A limitação desta pesquisa refere-se à ca- Industrial Marketing Management, 41(1), 40-53.
racterização do próprio método, estudo de caso, Churchill, J. R., G. A., & Peter, J. P. (2000). Marketing:
embora aumente a profundidade das informações criando valor para os clientes. São Paulo: Saraiva.
coletadas, diminui a capacidade de generalização Coughlan, A. T., Anderson, E., Stern, L. W., & El-
Ansary, A. I. (2002). Canais de marketing e distribuição
dos resultados. Sugere-se, como trabalhos futuros, (7a ed.). São Paulo: Pearson Education do Brasil.
a realização de novas entrevistas em profundidade Cravens, D. W., & Piercy, N. F. (2007). Marketing
com maior número de atacadistas distribuidores e estratégico (8a ed.). São Paulo: McGraw-Hill.
de autosserviço. É importante ressaltar que se tem Das, C., & Tyagi, R. (1994). Wholesaler: a decision
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grande escassez de trabalhos sobre atacadistas, distribution. International Journal of Physical
principalmente sob a ótica da gestão de marke- Distribution & Logistics Management, 24(10), 4-12.
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Recebido em 30 jul. 2016 / aprovado em 10 fev. 2017

Para referenciar este texto


Souza, T. A.; Piato, E. L. Estratégia no canal de
distribuição: análise comparativa entre atacadista
distribuidor e de autosserviço. Exacta – EP, São Paulo,
v. 15, n. 2, p. 259-273, 2017.

Exacta – EP, São Paulo, v. 15, n. 2, p. 259-273, 2017. 273


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