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25/11/2009

Antes dos quarks: múons,


mésons e outros hádrons
‹ No começo dos anos trinta do século
A Física dos Quarks e a passado, a estrutura do átomo estava
bem estabelecida e a estrutura do núcleo
Epistemologia estava sendo muito investigada.
investigada.
‹ Acreditava--se que os componentes básicos
Acreditava
Marco Antonio Moreira
da matéria seriam elétrons, prótons,
Instituto de Física da UFRGS nêutrons e neutrinos (postulados por
Caixa Postal 15051 Wolfgang Pauli, em 1931,
1931, para explicar
91501--970 Porto Alegre, RS
91501
moreira@if.ufrgs.br uma perda anômala de energia no
www.marcoantoniomoreira.com.br decaimento de nêutrons, e detectados
diretamente apenas em 1956)
1956).
Publicado na Revista Brasileira de Ensino de Física, 29(2):1-13, 2007.

O méson π (píon): previsto em


O nêutron
1935
Entretanto, em 1935 Hideki Yukawa propôs a
‹ O nêutron, detectado em 1932, ‹
existência de uma nova partícula que seria a
havia sido sugerido para explicar a mediadora da interação que manteria nêutrons e
prótons coesos no núcleo. A interação entre
massa nuclear. Antes, pensava-
pensava-se prótons e nêutrons deveria ser mediada por
alguma partícula, ou seja, prótons e nêutrons
que o núcleo poderia ser constituído i t
interagiriam
i i ttrocando
d uma partícula.
tí l E Esta
t
de prótons e elétrons, com excesso partícula foi denominada méson π, ou píon
píon.. Um
píon poderia ser emitido por um nêutron e
de prótons para explicar sua carga absorvido por um próton, ou vice-
vice-versa, fazendo
com que o nêutron e o próton exercessem uma
positiva. Contudo, medições do spin força um sobre o outro. Essa outra força foi
nuclear descartaram essa chamada de força nuclear e a correspondente
interação de interação forte.
forte.
possibilidade.

O múon: detectado em 1936 O píon: previsto em 1928


(não previsto) detectado em 1932
‹ Pela previsão teórica de Yukawa, o píon seria ‹ A detecção dessa partícula foi um tanto
mais pesado do que o elétron e mais leve do que inesperada e permaneceu não explicada por
o próton
próton.. Portanto, ao passar através de uma cerca de 40 anos (Close, 1983,
1983, p. 51)
51).
câmara de bolhas onde houvesse um campo
magnético deveria ter uma trajetória menos
curva do que a de um elétron, porém mais ‹ O mesmo físico C.D. Anderson havia detectado
encurvada
d dod que a de
d um próton.
próton
ót . no Caltech (California Institute of Technology),
‹ Em 1936,
1936, os físicos C.D. Anderson e S.H. em 1932 (o mesmo ano da detecção do nêutron),
Neddermeyer encontraram tal trajetória em uma juntamente com P. Blackett, na Inglaterra, a
câmara de bolhas, porém a partícula que a havia primeira antipartícula, o pósitron, ou antielétron
antielétron..
deixado não era exatamente a prevista por Antipartículas haviam sido previstas por Paul
Yukawa e não era mediadora da força entre
prótons e nêutrons (força forte).
forte). Tratava-
Tratava-se de Dirac em 1928.
1928. Anderson e Blackett ganharam o
outra partícula, que foi chamada de múon múon,, Prêmio Nobel alguns anos depois.
depois.
bastante semelhante ao elétron porém 200 vezes
mais pesada
pesada..

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Muitas partículas: a necessidade


Finalmente o píon: 1947
de uma classificação
‹ A partícula de Yukawa, o méson π ou píon, ‹ Nessa época, eram então conhecidas as seguintes partículaspartículas::
elétrons, prótons, nêutrons, neutrinos, pósitrons, múons e píons.
píons.
foi finalmente detectada, em 1947,
1947, com a No entanto, à medida que continuaram as pesquisas com raios
massa por ele prevista, em um laboratório cósmicos e aceleradores de partículas, o número de partículas
proliferou e começaram as tentativas de organizá-
organizá-las em famílias
na Universidade de Bristol, em emulsões com propriedades comuns.
comuns.
fotográficas sobre as quais incidiam ‹ Uma dessas classificações é a seguinte:
elétrons e os neutrinos)) q
seguinte: a dos léptons (como os
que não experimentam
p a interação
ç forte
partículas cósmicas
cósmicas.. Em 1948
1948,, mésons π + (força nuclear) e os hádrons que a experimentam;
experimentam; hádrons se
e π - foram produzidos em aceleradores subdividem em duas subcategorias, a dos mésons (como o píon) e
a dos bárions (como o próton)próton).. Nesta classificação pode
pode--se
de partículas, na Universidade de considerar que o critério básico é o peso.
peso. As partículas mais
pesadas, como o próton e o nêutron, são chamadas hádrons,
Berkeley, e em 1950 foi produzido o subdivididas em bárions e mésons (peso médio) e as mais leves,
méson π 0, também em colisões como o elétron, são denominadas léptons (do grego, leptos que
significa leve, fino, delgado).
delgado). Tal critério, no entanto, é
provocadas em aceleradores
aceleradores.. O brasileiro anacrônico.. Não é exatamente o peso que distingue hádrons e
anacrônico
César Lattes (1924
1924--2005
2005)) teve um papel elétrons, mas sim o fato de experimentarem ou não a interação
forte
destacado na descoberta do méson π.

A classificação octal Estranheza


‹ Em 1960
1960--61
61,, Murray Gell-
Gell-Mann, um físico do Caltech
Caltech,, e ‹ Antes de passarmos a um exemplo dessa
Yuval Ne'eman, um físico do Imperial College de Londres, classificação, é preciso falar em estranheza
estranheza.. Nos
desenvolveram, independentemente, uma classificação que
foi considerada a primeira tentativa bem sucedida de estudos com raios cósmicos a velocidade de
evidenciar a conexão básica existente entre partículas de decaimento de certas partículas não correspondia
diferentes famílias.
famílias. às previsões teóricas e, além disso, tais
‹ Eles verificaram que muitas partículas conhecidas podiam partículas tinham a peculiaridade de serem
ser agrupadasd em famílias
f íli d
de oito
it partículas
tí l com sempre produzidas
d id em pares
pares.. Eram
E consideradas
id d
características similares.
similares. Todas as partículas dentro de uma partículas estranhas
estranhas..
família tinham spin e número bariônico iguais, e todas
tinham aproximadamente a mesma massa. massa. Muitos hádrons ‹ Murray Gell-
Gell-Mann, o mesmo físico que mais tarde
podiam ser agrupados em conjuntos de oito. oito. Essa maneira proporia a classificação octal, sugeriu, em 1953,
1953,
de classificar partículas foi chamada de classificação octal que certas partículas subatômicas teriam uma
(Brennan, 2000
2000,, p. 239)
239). propriedade chamada estranheza
estranheza.. É uma
‹ De certo modo, eles fizeram para as partículas elementares propriedade que governa a velocidade com que
o que Mendeleev fez cerca de um século antes para os
elementos químicos
químicos:: criaram uma tabela periódica
periódica.. elas decaem.
decaem.

Estranheza Caminho óctuplo


‹ A estranheza é uma propriedade da matéria, análoga à carga ‹ Vejamos agora um exemplo da classificação octal, como indica a
elétrica, que algumas partículas têm e outras não não.. Figura 1. À esquerda há um sistema de eixos, onde a estranheza
‹ Estranho talvez seja o nome estranheza
estranheza.. Mas é apenas uma está no eixo das ordenadas e a carga elétrica no eixo das
questão de nome
nome.. Poderia ser outra a palavra que representasse abcissas.. À direita, o mesmo sistema preenchido com mésons K
abcissas
tal propriedade.
propriedade. Carga elétrica também é uma propriedade que (kaons) e mésons π (píons)
(píons).. Abaixo, na mesma Figura 1, uma
não se sabe exatamente o que é mas sabe- sabe-se que algumas família octal de bárions constituída pelo nêutron, pelo próton e
partículas têm carga elétrica, outras não. não. Mas admitindo que pelas partículas Λ, Σ e Ξ. Neste caso, foi acrescentada uma
existe tal ppropriedade,
p , é p
possível explicar,
p , modelar,, p
prever vários unidade no eixo da estranheza.
estranheza.
processos físicos
físicos.. Analogamente, há outras propriedades da ‹ A menos do fato de que no padrão dos mésons há apenas uma
matéria que não sabemos exatamente o que são, mas que partícula no centro e no dos bárions há duas, os padrões seriam
admitindo sua existência os físicos podem, por exemplo, prever o idênticos.. Para que ficassem idênticos seria necessário um méson
idênticos
resultado de certos processos.
processos. A suposição da estranheza permitiu com carga e estranheza zero.
zero. Esse méson chamado eta (η0), com
aos físicos prever, com sucesso, se determinadas partículas massa de 550 MeV, sem carga e sem estranheza, foi descoberto
seriam produzidas em certas reações, se decairiam em em 1961.
1961. Esse padrão, uma espécie de tabela periódica para as
determinado tempo.
tempo. (A cor, ou carga cor, é também uma partículas elementares é chamado de caminho óctuplo.
óctuplo.
propriedade da matéria que algumas partículas têm e outras não não.. ‹ O caminho óctuplo foi proposto por Gell-Gell-Mann e Ne'eman, pouco
Também neste caso, é uma questão de nome nome;; o significado não é mais de dez anos após a descoberta da primeira partícula
o do cotidiano)
cotidiano).. estranha, usando métodos matemáticos conhecidos como teoria
de grupos.
grupos.

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Quarks - 1964
‹ Buscando refinar a classificação octal, ou os padrões do caminho
óctuplo incorporando não só octetos, mas multipletos de um modo
geral, Murray Gell-
Gell-Mann e outro físico chamado George Zweig
concluíram, independentemente, que tais padrões resultariam
naturalmente se algumas das partículas fundamentais do átomo
fossem formadas por partículas ainda mais fundamentais que
ficaram conhecidas como quarks
quarks..
‹ Hoje
j aceita-
aceita-se qque os q quarks,, assim como os elétrons,, são as
partículas verdadeiramente elementares da matéria, uma espécie
de tijolos básicos para a construção de toda a matéria, inclusive
dos nêutrons e prótons.
prótons.
‹ Mas em 1964,
1964, quando os quarks eram ainda entidades hipotéticas
propostas por Gell-
Gell-mann e Zweig a conjetura era ousada e pouca
gente a levou a sério.
sério. Ao que parece o próprio Gell-
Gell-Mann não
estava muito confiante tanto é que não tentou publicar no
periódico mais reconhecido da área o artigo que propunha essa
partícula elementar hipotética.
hipotética. Submeteu-
Submeteu-o a outro periódico que
talvez não fosse tão exigente (Brennan, 2000
2000,, p. 243)
243).

Carga fracionária O quark estranho


‹ O problema com a teoria dos quarks era que tais partículas ‹ A teoria original dos quarks previa a existência de três
tinham propriedades muito peculiares, para não dizer tipos, ou sabores
sabores,, de quarks:
quarks: o quark up (u), o quark down
misteriosas:: sua carga elétrica seria fracionária (± 1/3e, ±
misteriosas (d) e o quark estranho (s). Os quarks u e d seriam
2/3e), não existiriam como partículas livres, e constituiriam suficientes para construir a matéria comum – o próton seria
os hádrons sempre em pares quarks-
quarks-antiquarks (, mésons) constituído de dois quarks u e um quark d e o nêutron seria
ou em tríades de quarks (qqq qqq,, bárions).
bárions). Por que não feito de um quark u e dois quarks d. Observe
Observe--se que a
existiriam combinações qq (diquarks) ou qqqq carga do próton continuaria sendo +e pois o quark u teria
(tetraquarks) por exemplo?
(tetraquarks), carga +2/3e e o quark d teria carga -1/3e (logo, (logo 2/3e
‹ Por outro lado, comparando o mundo dos hádrons e o dos +2/3e -1/3e = +e, carga do próton), enquanto que o
léptons, notava-
notava-se que havia apenas seis léptons e muitos nêutron continuaria desprovido de carga (2/3e - 1/3e -
hádrons.. Isso reforçava a hipótese de que estes seriam
hádrons 1/3e = 0).
partículas compostas de outras mais elementares
elementares.. ‹ O quark estranho foi proposto para incluir o número
quântico da estranheza, explicando, assim, porque certas
partículas criadas em colisões provocadas em aceleradores
de alta energia teriam a estranha propriedade de existir por
períodos de tempo mais longos que os previstos
teoricamente..
teoricamente

Quarks: confirmação da teoria Quatro léptons – Quatro quarks


‹ A evidência experimental dos quarks foi considerada convincente apenas ‹ Voltando à década de 1960: 1960: um segundo neutrino, o
na década de 1970
1970,, a chamada década de ouro da Física de Partículas, neutrino do múon, foi detectado experimentalmente, em
através de reações de altas energias em aceleradores/colisores de
partículas como o acelerador Linear de Stanford, o Tevatron do Fermilab, 1962, confirmando previsão teórica.
1962, teórica. Havia, então, quatro
em Batavia, Illinois e o Grande Colisor Elétron
Elétron--Pósitron do CERN (Centro léptons:: o elétron (e-), o múon (u-), o neutrino do elétron
léptons
Europeu de Física de Partículas)
Partículas).. Nos aceleradores/colisores, as partículas (ve
ve)) e o neutrino do múon (vu
vu)).
são primeiro aceleradas, atingindo energias muito elevadas e velocidades
próximas a da luz, e depois levadas a colidir frontalmente com outras
partículas que se deslocam em direção oposta
oposta.. Dessa colisão, ou explosão, ‹ Por q
que não q quatro q
quarks também? Físicos estão semprep
podem
d resultar
lt partículas
tí l exóticas
óti que podem
d ser analisadas
li d e cujas
j
propriedades, em certos casos, podem ser comparadas com as buscando simetrias na natureza, ou tentando explicar as
propriedades previstas teoricamente de modo a detectá- detectá-las
las.. (Claro que, assimetrias.. Se de fato havia uma certa analogia entre
assimetrias
na prática, as coisas não são tão simples assim, mas a idéia é essa.essa.) quarks e léptons, como sendo partículas verdadeiramente
elementares, a assimetria três quarks versus quatro léptons
‹ Mas os quarks não foram detectados como partículas livres, assim como não fazia sentido.
sentido. A maneira mais simples de resolver isso
não foram descobertos hádrons que não fossem formados por três quarks era supor a existência de um quarto tipo de quark com
(bárions) ou por casos podem ser comparadas com as propriedades
previstas teoricamente de modo a detectpor um perum par quark quark-- carga (2/3)e.
antiquark (mésons), tal como previa a teoria original.
original.

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O quark charme – 1977 O quark bottom: 1977


O lépton tau - 1975 O quark top: 1995
‹ Esse quarto quark, denominado quark c ou quark charme,
charme, ‹ Em 1977,
1977, pesquisadores do Fermilab anunciaram o descobrimento
foi evidenciado experimentalmente em 1976,
1976, do quinto quark o quark bottom
bottom.. O sexto quark, o quark top top,,
indiretamente, através da descoberta de um hádron postulado pelos físicos teóricos há muito tempo, só foi encontrado
chamado partícula psi que era uma combinação de quark e pelos físicos experimentais, também do Fermilab, em 1995. 1995. A
equipe que descobriu o quark top incluía brasileiros, sob a
antiquark de tipo inteiramente novo.
novo. liderança de Alberto Santoro, físico que continua liderando uma
equipe de pesquisadores do CBPF, da UERJ e de outras
‹ Mas antes,, em 1975,
1975, físicos experimentais
p no Acelerador universidades brasileiras que colaboram em experimentos do
Linear de Stanford observaram certos efeitos que seriam CERN e do d Fermilab
F il b (Oliveira,
(Oli i 2005,, p. 66
2005 66)). Aliás,
Aliá cabe
b registrar
i t
que as descobertas dos anos 70 em diante introduziram uma nova
incompreensíveis sem a existência de um quinto lépton forma de organização das pesquisas nessa área pois elas
carregado e com massa praticamente o dobro da do próton
próton.. passaram a ser feitas por grandes equipes de físicos, de várias
Esse lépton foi chamado de tau tau.. Em 1978,
1978, resultados nacionalidades, uma vez que o processamento de dados
experimentais sugeriram que o lépton tau estaria associado científicos é feito cada vez mais em um formato computacional
a um novo neutrino, o neutrino do tau (Fritzsch, 1983
1983,, p. que permite esse tipo de colaboração
colaboração..
62)). Havia, então, seis léptons
62 léptons.. ‹ Completou--se, assim, uma busca de aproximadamente 30 anos,
Completou
desde a proposta de Gell- Gell-Mann e Zweig, em 1964, 1964, até a
descoberta do quark top em 1995.
1995.

Recapitulando O glúon
‹ Recapitulando, há seis léptons (elétron e neutrino ‹ Mas esta história não acaba com a descoberta do
do elétron, múon e neutrino do múon, tau e quark top.
top. Ao contrário, ela ainda vai longe.
longe.
neutrino do tau) e seis quarks (up,
(up, down, Veremos que os quarks se apresentam em três
estranho, charme, bottom e top),
top), cada um tendo "cores" possíveis e que para explicar como se
a antipartícula correspondente. A Tabela 1 mantêm confinados no interior dos hádrons foi
apresenta,
apresenta a título de exemplo
exemplo, alguns hádrons preciso supor uma nova interação fundamental –
(mésons e bárions) e sua estrutura de quarks. a interação forte – e, conseqüentemente, uma
‹ Tabela 1. Alguns bárions e mésons e sua nova partícula mediadora – o glúon
glúon.. A interação
estrutura de quarks. forte mediada por glúons é dita fundamental
enquanto que a mencionada antes, aquela
mediada por mésons, é considerada residual
residual..

Por que postular a existência de


Quarks e epistemologia
partículas? Quark?
‹ Muitas vezes se pensa que as teoria físicas são ‹ O que levou Gell Gell--Mann e Zweig a
elaboradas para explicar observações.
observações. Parece postularem a existência dos quarks foi
lógico:: observa
lógico observa--se, faz
faz--se registros (medições, uma questão de simetria – o caminho
por exemplo) que geram dados e destes induz-
induz-se óctuplo – e o que reforçou a aceitação de
alguma teoria, alguma lei.
lei. sua proposta foi uma questão de
‹ P d parecer lógico,
Pode ló i mas nãoã é assim.
assim
i . Há uma assimetria – por que tão poucos léptons
interdependência, uma relação dialética, entre (partículas leves) e tantos hádrons
teoria e experimentação.
experimentação. Uma alimenta a outra, (partículas pesadas)?
uma dirige a outra.
outra. A Física de Partículas, em ‹ Mas quando Gell-
Gell-Mann propôs o conceito
particular a teoria dos quarks, é um belo exemplo de estranheza ele o fez para explicar o
disso..
disso comportamento experimental estranho de
certas partículas
partículas..

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Neutrinos (1931-
(1931-1956)
O bóson de Higgs: 2010?
Píons (1935-
(1935-1947)
‹ Neutrinos foram postulados por Pauli, em ‹ A Física de Partículas está cheia de exemplos da
interdependência entre teoria e experimentação.
experimentação.
1931,,
1931 para explicar resultados Por um lado, postula-
postula-se novas partículas para
experimentais anômalos no decaimento de explicar resultados experimentais imprevistos,
por outro, procura
procura--se experimentalmente certas
nêutrons, e foram detectados partículas previstas teoricamente.
teoricamente. Constroem-
Constroem-se
experimentalmente em 1956.
1956. máquinas
á i (
(aceleradores/colisores)
l d / li ) para detectar
d t t
experimentalmente partículas previstas na teoria
‹ Yukawa propôs o píon (méson π) em 1935 das partículas.
partículas. Espera-
Espera-se, por exemplo, detectar
e sua evidência experimental foi obtida até 2010 uma partícula prevista teoricamente
chamada Bóson de Higgs.Higgs. Isso porque somente
em 1947.
1947. Os quarks charme e top foram em 2010 estará em pleno funcionamento no
previstos teoricamente e descobertos anos CERN uma máquina capaz de detectá- detectá-la, se de
fato existir.
existir. Se não existir, a teoria terá que ser
depois..
depois modificada (Schumm, 2004,2004, p. 121)
121).

Quarks: uma conjetura audaz


A assimetria matéria/anti-
matéria/anti-matéria
(Popper)
‹ Outra questão que poderá levar a uma ‹ A hipótese dos quarks feita por Gell- Gell-Mann e
Zweig, em 1964,
1964, é o que Karl Popper (1982 1982))
modificação da teoria é a assimetria chamaria de uma conjetura audaz.audaz. Popper é o
matéria--antimatéria
matéria antimatéria.. A teoria prevê que epistemólogo das conjeturas e refutações, para
ele as teorias científicas são conjeturas, produtos
para cada partícula há uma antipartícula e do intelecto humano, necessariamente refutáveis.
refutáveis.
isso tem sido confirmado S
Segundo
d ele,l pode
pode-
d -se aprenderd muito
it mais i da
d
confirmação (sempre provisória) de conjeturas
experimentalmente, mas no universo audazes do que da corroboração de conjeturas
(pelo menos o que é de nosso prudentes.. A conjetura de Gell-
prudentes Gell-Mann e Zweig foi
audaz e os resultados experimentais que, por
conhecimento) há muito mais matéria do enquanto, a corroboram trouxeram enormes
que anti-
anti-matéria e isso a teoria ainda não avanços na compreensão da constituição da
matéria..
matéria
explicou (op.
(op. cit.
cit., p. 14)
14).

Quarks: uma conjetura muito


O fórum institucional (Toulmin)
audaz
‹ Aliás, a conjetura foi tão audaz que, como já foi dito, Gell
Gell-- ‹ O que Zweig e Gell- Gell-Mann enfrentaram em 1964 é o que o
Mann achou que seu trabalho poderia não ser aceito na epistemólogo Stephen Toulmin (1977 1977)) chama de fórum
revista de Física de maior prestígio e o encaminhou a outra.
outra. institucional.. Esse fórum é constituído pelos periódicos científicos,
institucional
Zweig, por sua vez, relata a reação da comunidade de pelas associações científicas, pelos grupos de referência e por
eminentes cientistas como o que vetou a contratação de Zweig.Zweig. O
físicos teóricos da seguinte maneira (Fritsch, 1983
1983,, p. 75)
75): fórum institucional desempenha um papel importante na
consolidação de uma disciplina, mas funciona como filtro e pode
• A reação
ç da comunidade de físicos teóricos ao modelo de um bloquear, contrariar, restringir a difusão de, idéias novas como a
modo geral não foi boa.
boa. Publicar o trabalho na forma que eu d Gell
de G
Gell-
ll-Mann
M e Zweig
Z i .
Zweig.
queria foi tão difícil que acabei desistindo.
desistindo. Quando o ‹ Zweig perdeu o emprego naquela época, mas acabou vendo sua
departamento de Física de uma importante universidade hipótese confirmada e certamente conseguiu outras posições em
estava considerando minha contratação, o físico teórico mais boas universidades.
universidades.
sênior desse departamento, um dos mais respeitados físicos ‹ Gell--Mann foi mais feliz.
Gell feliz. Já era professor do Caltech desde 1956 e
teóricos, vetou a contratação em uma reunião de não foi demitido por suas hipóteses audazes (estranheza,
departamento dizendo que o modelo que eu havia proposto classificação octal, quarks)
quarks).. Ao contrário, ganhou o Prêmio Nobel,
era trabalho de um charlatão
charlatão.. A idéia de que os hádrons eram em 1969,
1969, aos quarenta anos, quando os quarks ainda eram
feitos de partículas ainda mais elementares parecia um tanto apenas hipotéticos, demonstrados apenas matematicamente,
rica demais.
demais. Essa idéia, no entanto, é aparentemente correta
correta.. todavia não detectados experimentalmente.
experimentalmente.

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Paradigma & ciência normal (Kuhn) Paradigma & ciência normal


‹ A Física dos quarks pode também ser usada para, tentativamente, ‹ Ao que parece, a Física dos quarks é um bom exemplo daquilo
ilustrar conceitos propostos por Thomas Kuhn (2001 2001),), talvez o que Kuhn chama de paradigma.
paradigma. Provavelmente outro paradigma
mais conhecido epistemólogo da ciência no século XX: XX: paradigma virá, não tão revolucionariamente como proporia Kuhn, mas sim
e ciência normal.
normal. de maneira evolutiva.
evolutiva. A questão é que as teorias físicas nunca são
‹ Segundo Kuhn (2001 2001,, p. 13),
13), paradigmas são realizações definitivas, estão sempre evoluindo.
evoluindo. Certamente novas idéias,
científicas universalmente reconhecidas que, durante algum novas conjeturas, surgirão no campo da Física de Partículas.
Partículas.
tempo, fornecem problemas e soluções exemplares para um ‹ A teoria dos quarks também serve para exemplificar, de modo
comunidade de p praticantes de uma ciência
ciência.. Kuhn cita (op.
((op
p.cit.
cit., p. tentativo,, o q
que Kuhn chama de ciência normal:
normal: é a atividade na
30)) a Física de Aristóteles, a Astronomia de Ptolomeu, a Mecânica
30 qual a maioria dos cientistas emprega, inevitavelmente, quase
e a Óptica de Newton e a Química de Lavoisier como exemplos de todo seu tempo, baseada no pressuposto de que a comunidade
paradigmas porque serviram, por algum tempo, para definir científica tem teorias e modelos confiáveis sobre como o mundo é
implicitamente os problemas e métodos legítimos de um campo (op.. cit.
(op cit., p. 24)
24). Segundo Chalmers (1999
1999,, p. 129),
129), o cientista
de pesquisa para gerações posteriores de praticantes da ciência.
ciência. E normal trabalha confiantemente dentro de uma área bem definida
assim foi porque partilhavam duas características essenciais
essenciais:: suas ditada por um paradigma
paradigma.. O paradigma que lhe apresenta um
realizações foram suficientemente sem precedentes para atrair conjunto de problemas definidos juntamente com os métodos que
um grupo duradouro de partidários e, ao mesmo tempo, acredita serem adequados para a sua solução.
solução.
suficientemente abertas para deixar uma variedade de problemas
para serem resolvidos por esse grupo.
grupo.

Paradigma & ciência normal


‹ Não foi isso que os físicos experimentais fizeram ao
construir máquinas cada vez mais potentes para detectar
partículas previstas teoricamente? O método que
acreditavam ser adequado é o das colisões em
aceleradores/colisores de alta energia
energia.. E continuam
acreditando porque, como já foi dito, um novo acelerador
está sendo construído e uma nova partícula, chamada
bóson de Higgs,
Higgs prevista teoricamente em 19631963,, está
sendo buscada obstinadamente.
obstinadamente.
‹ Por outro lado, físicos teóricos também têm feito ciência
normal ao tentarem resolver problemas de natureza teórica
do paradigma buscando uma melhor articulação dele com o
objetivo de melhorar sua correspondência com a natureza.
natureza.

Qual teoria substituirá o Modelo


Dificuldades do Modelo Padrão
Padrão?
‹ O Modelo Padrão das partículas elementares não é um simples modelo ‹ Além dessas, há várias outras dificuldades
dificuldades.. Algumas são
físico, é um referencial teórico que incorpora a Cromodinâmica Quântica (a resultantes das limitações do modelo
modelo.. Como toda teoria física,
teoria da interação forte) e a Teoria Eletrofraca (a teoria da interação esse modelo não pode explicar tudo. tudo. Há coisas que o modelo
eletrofraca que unifica as interações eletromagnética e fraca).
fraca). E aí aparece nunca explicará.
explicará. Outras, como a do bóson de Higgs, podem levar
uma grande dificuldade do Modelo Padrão, talvez a maior:
maior: não consegue
incluir a gravidade porque a força gravitacional não tem a mesma a modificações na teoria.
teoria. Se a partícula, prevista teoricamente
estrutura das três outras forças, não se adequa à teoria quântica, a pelo modelo para explicar a massa das partículas, não for
partícula mediadora hipotética − o gráviton − não foi ainda detectada.
detectada. detectada, a teoria terá que ser modificada.
modificada.
‹ Outro p problema do Modelo Padrão é o bóson de Higgs. Higgs
gg . No modelo,, ‹ O importante
p aqui
q é dar-
dar-se conta q
que o Modelo Padrão da Física
interações com o campo de Higgs (ao qual está associado o bóson de de Partículas é a melhor teoria sobre a natureza jamais elaborada
Higgs) fariam com que as partículas tivessem massa.massa. Porém, o modelo pelo homem, com muitas confirmações experimentais.experimentais. Por
não explica bem essas interações e o bóson de Higgs está ainda por ser exemplo, o modelo previu a existência das partículas Z e W, do
detectado (Kane, 20032003,, p. 62;
62; Kane, 2005
2005)). glúon, dos quarks charme e top que foram todas posteriormente
‹ A assimetria matéria
matéria--antimatéria também não é explicada pelo pelo detectadas, com as propriedades previstas.
previstas. Mas nem por isso, é
Modelo Padrão
Padrão.. Quando o universo começou, no big bang, bang, a energia uma teoria definitiva.
definitiva. Certamente será substituída por outra que
liberada deveria haver produzido quantidades iguais de matéria e
antimatéria.. Por que, então, atualmente, praticamente tudo é feito de
antimatéria dará conta de algumas das dificuldades apontadas, poderá ter
matéria? Por que a antimatéria é raramente encontrada na natureza? algumas confirmações espetaculares, mas terá suas próprias
(Collins, 2005
2005,, p. 59)
59). dificuldades.. As teorias físicas não são definitivas, ainda que
dificuldades
sejam tão bem sucedidas como o Modelo Padrão. Padrão.

6
25/11/2009

Outra vez os quarks: o Problemas conceituais e


pentaquark problemas empíricos (Laudan)
‹ Pelo que vimos, as partículas elementares poderiam ser ‹ Para o epistemólogo Larry Laudan (1986 1986)) a ciência é,
caracterizadas como constituintes (léptons e hádrons) e essencialmente, uma atividade de resolver problemas e as
mediadoras.. Os hádrons até agora conhecidos são
mediadoras teorias científicas são, normalmente, tentativas de resolver
formados por, no máximo, três quarks.
quarks. A novidade é que, problemas empíricos específicos acerca do mundo natural
recentemente, vários grupos de físicos experimentais têm (op.. cit.
(op cit., p. 39)
39). Para ele, se os problemas constituem as
anunciado evidências da existência de uma nova partícula perguntas da ciência, as teorias constituem as respostas.
respostas.
com cinco quarks (mais precisamente, quatro quarks e um ‹ As teorias podem, no entanto, ter dificuldades internas,
antiquark ou seja,
antiquark, seja um pentaquark que recebeu o nome de i
inconsistências.
inconsistências
i tê i . Tais
T i debilidades,
d bilid d L d
Laudan considera
id como
θ+ (teta mais
mais)) (Scoccola, 2004
2004)). problemas conceituais.
conceituais.
‹ Não se trata, no entanto, de nova dificuldade para a teoria, ‹ O modelo de Laudan aconselha preferir a teoria que resolve
no caso a Cromodinâmica Quântica, pois não há nela nada o maior número de problemas empíricos importantes ao
que impeça a existência de partículas não tão simples como mesmo tempo que gera o menor número de problemas
as formadas por três quarks (bárions) ou por um par conceituais e anomalias (problemas não resolvidos pela
quark--antiquark (mésons)
quark (mésons).. Na verdade, era até estranho teoria, mas resolvidos por uma teoria rival) relevantes
relevantes..
que desde a década de setenta não tivessem sido
detectadas partículas mais exóticas que os bárions e
mésons..
mésons

Problemas empíricos e o Problemas conceituais e o


Modelo Padrão Modelo Padrão
‹ Mais uma vez podemos, então, usar a Física dos Quarks, ou o
próprio Modelo Padrão, para exemplificar questões
‹ Mas, e o gráviton? Seria também um
epistemológicas.. Trata-
epistemológicas Trata-se, seguindo a linha de Laudan, de uma problema empírico sério para o Modelo
excelente teoria porque resolveu muitos problemas empíricos
empíricos;;
todas as partículas previstas foram detectadas em raios cósmicos Padrão? Bem, aí o problema parece ser
ou em aceleradores/colisores.
aceleradores/colisores. Exceto o bóson de Higgs
Higgs.. Porém os mais conceitual do que empírico porque
físicos continuam buscando essa que continua sendo procurada
como partícula mediadora de um novo campo, o campo de Higgs, nesse caso a teoria não consegue incluir a
que explicaria
li i porque as partículas
tí l tê
têm massa.
massa. Máquinas
Má i
sendo construídas para detectar o bóson de Higgs e a massa é
estão
tã gravidade
gravidade, quer dizer
dizer, a força
hoje um tópico rotineiro de pesquisa em Física de partículas gravitacional, uma das quatro forças
(Kane, 2005,
2005, p. 57)
57). Quem diria, a massa que no espectro
epistemológico de Bachelard (1971
1971)) começa como uma apreciação
fundamentais da Natureza, ainda não está
quantitativa grosseira e ávida da realidade e pode chegar até a integrada à teoria quântica.
quântica. É bem
massa negativa é agora objeto de pesquisa em Física de
Partículas para saber sua própria origem.
origem. Um problema empírico
verdade que o gráviton até hoje não foi
fascinante, um grande desafio para o Modelo Padrão.
Padrão. detectado, mas o problema parece não ser
apenas empírico.
empírico.

Obstáculos epistemológicos e
Noções--obstáculo
Noções
noções--obstáculo (Bachelard)
noções
‹ Podemos aproveitar o Modelo Padrão para ilustrar também ‹ A idéia de obstáculo epistemológico quando particularizada leva ao
outra faceta epistemológica, com profundas implicações conceito de noção
noção--obstáculo
obstáculo.. Destacaremos aqui duas noções-
noções-obstáculo:
obstáculo: o
coisismo e o choquismo
choquismo..
pedagógicas:: os obstáculos epistemológicos e as noções
pedagógicas noções-- O coisismo, a tendência que temos de coisificar os conceitos nos leva a
obstáculo,, de Bachelard (op.
obstáculo (op. cit.
cit.).
‹
considerar as partículas elementares como corpúsculos, corpos muito
‹ Para ele, o problema do conhecimento deve ser colocado pequenos, ocupando um espaço muito pequeno, com uma massa muito
em termos de obstáculos epistemológicos.
epistemológicos. O próprio pequena.. No entanto, partículas elementares não são corpúsculos, não
pequena
são corpos muito pequenos.
pequenos. Segundo Bachelard, não se pode atribuir
conhecimento atual deve ser interpretado como um dimensões absolutas ao corpúsculo,
p , somente se lhe p pode atribuir uma
obstáculo
b tá l para o progresso do d conhecimento
h i t científico.
científico
i tífi . A ordem de grandeza, a qual determina mais uma zona de influência do que
experiência nova deve dizer não à experiência antiga. antiga. de existência.
existência. Ou, mais exatamente, o corpúsculo só existe no espaço em
Contudo, essa filosofia do não surge não como uma atitude que atua (1971
1971,, p. 64)
64); correlativamente, se não podemos atribuir
dimensões ao corpúsculo, tampouco podemos atribuir- atribuir-lhe forma, mas,
de recusa, mas como uma postura de reconciliação.
reconciliação. Na nesse caso, também não podemos atribuir
atribuir--lhe um lugar muito preciso.
preciso.
perspectiva de Bachelard, certamente uma nova teoria de ‹ Na microfísica, o corpúsculo perde individualidade, podendo,
partículas surgirá dizendo não ao Modelo Padrão, rompendo inclusive, anular-
anular-se
se.. Essa anulação consagra a derrota do coisismo coisismo.. É
com ele, mas, dialeticamente, sem recusá-
recusá-lo, sem negá-
negá-lolo.. preciso tirar da coisa suas propriedades espaciais.
espaciais. É preciso retirar o
excesso de imagem associado ao coisismo (ibid (ibid..)

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25/11/2009

Partículas como corpúsculos? Filosofia do não


‹ Partículas elementares não são corpúsculos, não são coisas, não ‹ Associado ao coisismo atribuído às partículas elementares
são as imagens de "bolinhas coloridas" que aparecem nos livros está outro obstáculo epistemológico:
epistemológico: o choquismo.
choquismo. As
didáticos.. Esse coisismo vistoso, essa representação de partículas
didáticos representações didáticas dos choques entre partículas são
elementares, quarks por exemplo, como corpúsculos (bolinhas, de choques elásticos entre bolas (bolinhas, melhor dizendo)
esferinhas), funciona como obstáculo epistemológico para a
compreensão do que são partículas elementares.
elementares. de bilhar.
bilhar. Uma representação, no mínimo grosseira do que
ocorre em um acelerador/colisor de partículas.
partículas. Para dar
‹ Representar partículas elementares como corpúsculos coloridos significado à criação e aniquilação de partículas em um
apenas
p reforça
ç o coisismo que,
q , naturalmente,, jjá funciona como
obstáculo epistemológico para conceptualizar o que seja um acelerador/colisor é preciso dizer não ao choque elástico
quark, ou, de um modo geral, uma partícula elementar.
elementar. Quarks tipo bolas de bilhar.
bilhar. No entanto, os livros didáticos e os
não são as "bolinhas" que aparecem nos livros didáticos.
didáticos. Como aplicativos reforçam essa imagem errada
errada..
diria Bachelard, o espírito científico deve dizer não a esse tipo de ‹ Em resumo, para aprender significativamente o Modelo
representação..
representação Quarks poderiam ser "cordinhas", Padrão é preciso dizer não às representações pictóricas
"membraninhas", ou nada disso.
disso. Mas isso é tudo imagismo, outro clássicas tão presentes nos livros, nas revistas de
obstáculo epistemológico que nos leva a querer imaginar coisas
que não são imagináveis.
imagináveis. Será mesmo necessário imaginar, ou divulgação científica e nas aulas de Física.
Física. As partículas
coisificar, um quark para entender o que seja tal partícula? elementares não são corpúsculos e as reações e colisões
entre partículas não são choques elásticos ou inelásticos
clássicos entre corpos muito pequenos
pequenos..

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