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Ministério da Educacão

Secretaria de Educacão Profissional e Tecnológica


Instituto Federal da Bahia – IFBA
Campus de Vitória da Conquista
Curso Integrado Eletromecânica

ALINE LUZ SILVA


GERALDO MORAIS DOS SANTOS

ERROS E INCERTEZAS DE MEDIÇÕES

Vitória da Conquista
2022
ALINE LUZ SILVA
GERALDO MORAIS DOS SANTOS

ERROS E INCERTEZAS DE MEDIÇÕES

Trabalho apresentado ao docente Camila Cruz


como requisito avaliativo da I unidade da
disciplina Produção Mecânica.

Vitória da Conquista
2022
INTRODUÇÃO

O presente trabalho diz respeito a metrologia, mais concretamente ao processo de erros e


incertezas que podem ocorrer durante medições com paquímetro e micrômetro. Tendo por
objetivo principal descrever as possiveis falhas que podem ser comuns durante medições
manuais, buscando garantir, de forma efetiva, a consciência a cerca da importância da
precisão e cuidado em realizar a atividade para atenuar eventuais erros. A metodologia
utilizada foi a pesquisa bibliográfica, atrelada aos conhecimentos e atividades de medição
realizadas em laboratório.
DESENVOLVIMENTO

 O CONCEITO DE ERRO DE MEDIÇÃO

Em medições, mesmo as realizadas em ambientes controlados e com materiais de alta


qualidade, é comum que estejam afetadas por erros, uma vez que medições livres de
imperfeições só pode existe caso seja realizada em um sistema perfeito, e a grandeza medida
possuir um valor único, livre de indefinições e instabilidades, fato que torna o padrão de
perfeição metodológico quase utópico.

Erros de medição designa a diferença entre o valor verdadeiro da grandeza medida e o


resultado de medição. Sendo assim, para definir o erro de uma medição é necessário,
primeiramente, ter seu valor verdadeiro em mão, fato que torna o erro uma grandeza pouco
usual, visto que o valor verdadeiro na maioria das vezes de interesse experimental é
desconhecido. Caso o erro fosse conhecido, este poderia ser corrigido e sua influência ser
totalmente anulada de uma medição.

Em um processo de medição, assim como todo a natureza, existe fatores que produzem
erros de medição. A exemplo se pode citar a calibragem dos instrumentos de medição,
materiais de medição são calibrados de acordo com padrões internacionais, direta ou
indiretamente, entende-se que calibragens perfeitas são utópicas, criando assim um fator de
erro. Além disso, as condições de uso e armazenamento do instrumento e sua interação com o
objeto medido configura outros percursores de erros, uma vez que dependendo do ambiente
em que for armazenado, e de sua composição química, o instrumento de medição pode sofrer
mudanças e desviar de seu padrão original e a maneira que a ferramenta de medição interage
com a grandeza medida altera pode alterar seu valor, caso essa esteja sujeita a sofrer
mudanças por entidades físicas.
Tendo em vista a sua existência e seus percussores, pode-se classificar os erros de três
modos distintos de acordo com suas influências sob uma medição:

 ERRO SISTEMÁTICO

Tipo de erro que não pode ser eliminado, em alguns casos apenas reduzido, é agente que,
em medições repetidas, permanece em equilíbrio e em caso de variações estas são previsíveis,
sendo assim erros sistemáticos são controláveis em magnitude e afetam as medições sempre
no mesmo sentido, e podem ser minimizados caso sejam empregados os esforços necessários.

 ERRO GROSSEIRO

Erro ocasionado pela ausência de perícia, atenção ou experiência do operador que realiza
a medição. Pode ocorrer também pelo mau funcionamento do sistema de medição, ou por
leituras errôneas. Apesar do valor grosseiro ser totalmente imprevisível ele é facilmente
detectável.

 ERRO ALEATÓRIO

Normalmente são associados a variabilidade natural dos processos físicos, seja temporais
ou espaciais, são influências imprevisíveis. Um erro aleatório pode ser notado devido a
constante variação dos valores obtidos, caso a medição repetida seja obtida valores
imprevisíveis, abaixo ou acima do valor médio, sendo assim, pode-se afirmar que um esse
tipo de erro pode ser reduzido caso seja aumentada o número de análises.

 O CONCEITO DE INCERTEZAS DE MEDIÇÃO

Incertezas de medição é a estimativa que quantifica o grau qualitativo de confiabilidade de


grandezas medidas. Apesar da modernização de descrições de fenômenos físicos e
matemáticos fica claro que medições, mesmo que sejam realizadas com alto grau de rigor, não
alcançam o valor verdadeiro e absoluto do material que está sendo medido. Mesmo após
avaliação detalhada de componentes de erro conhecidos ou suspeitos e realizada as devidas
correções, ainda permanecerá incertezas a cerca o quão correto é o valor obtido no resultado.
Sendo possível afirmar que todo sistema físico real se afasta, em graus maiores ou menores,
do comportamento ideal do previsto matematicamente, abrindo espaço para incertezas.
Diferentemente do erro, as incertezas independem do valor verdadeiro do material
medido, podendo ser calcula sem o seu conhecimento, fato que a torna um conceito mais
instrumental e usual do que o erro. As incertezas se dividem em duas categorias de acordo
com os procedimentos usados para chegar em seu resultado em cálculos.

 INCERTEZA DO TIPO A

Essa categoria depende, em suma, que seja feita sucessivas observações em uma mesma
grandeza física. Sendo possível observar sua ocorrência quando calculada o desvio padrão da
média de uma série de observações.

 INCERTEZA DO TIPO B

Utilizada normalmente quando é uma tarefa muito dificultosa e inviável realizar


sucessivas observações. Assim como na incerteza do tipo A, essa categoria pode ser
interpretada como um desvio padrão, ou seja, as duas incertezas podem ser utilizadas para
constituir intervalos de confiança.

ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS DE MEDIÇÃO EM AULA

 Desvio padrão
 Média
 Cálculo de erro
 Cálculo de incerteza

ANÁLISE DE DADOS POR INSTRUMENTO DE MEDIÇÃO

Tomando como base as medições realizadas em sala com os dois instrumentos de


medição, pode-se observar que apesar da medição ser realizada no mesmo ambiente, pelos
menos operadores e com a mesmas peças os valores ao final do processo são distintos. O
micrômetro manual constituído de um parafuso suporte, com passo de 0.5mm, sendo que os
mais populares e usuais permitem leituras com resolução de até 0.01mm, fato que explica sua
excelência de precisão alcançada durante a medição da peça, que foi alcançada 9,32mm. Por
sua vez o paquímetro, mesmo após realizada três medições seguidas em diferentes posições, e
calculada a média de todos os valores, alcança apenas 9,55mm. Essa discrepância se deve ao
fato da resolução do paquímetro, ou seja, a distância entre a primeira divisão do nônio e a
divisão subsequente na escala fixa, é 0.05mm, sendo, logo, menos preciso que o instrumento
anterior.

RELATÓRIO - AULA PRÁTICAS 1

Durante a aula do dia 23 de março de 2022, nos foi solicitado a realização da medida de
algumas peças, utilizando um paquímetro, atividade essa, em dupla, a qual foi realizada em
pleno consenso, pelos discentes Aline Luz Silva e Geraldo Morais Dos Santos. Basicamente,
foram feitas 3 medições em pontos distintos das peças, a fim de detectar as inconsistências nas
suas dimensões, nos possibilitando assim, visualizar eventuais erros ou imprecisões, na prática.

PEÇA A6

Largura Aline Luz Geraldo Morais Comprimento Aline Luz Geraldo Morais

1ª medida 12,9 mm 12,9 mm 1ª medida 88 mm 88 mm

2ª medida 12,7 mm 12,7 mm 2ª medida 88,05 mm 88,05 mm

3ª medida 12,50 mm 12,50 mm 3ª medida 87,90 mm 87,90 mm

Média 12,7 mm 12,7 mm Média 87,983 mm 87,983 mm

Abaixo, temos as fórmulas necessárias, para calcular o desvio padrão, incerteza e erro médio.

 Desvio Padrão:  

n - Números de amostras
d – Valor(médio) da amostra
S - Desvio padrão

 Incerteza

S - Desvio padrão
n - Números de amostras

 Erro Médio
VI - Média dos Valores Indicados
EI - Erro Médio dos Valores Indicados
VVC - Valor verdadeiro Convencional

Sendo assim, tem-se:

Largura: Comprimento:
Desvio Padrão: 0,2 mm Desvio Padrão: 0,07638 mm
Incerteza: 0,11547 mm Incerteza: 0,04410 mm
Erro médio: 0 mm Erro médio: -0,02 mm

RELATÓRIO – AULA PRÁTICA 2

Durante a segunda aula, realizada no dia 6 de abril de 2022, foram realizadas medições de uma
nova peça, essa, em formato retangular, contendo dois furos. Com a peça em mãos, com o
auxílio de um paquímetro e um micrômetro, foram realizadas as medições de: Largura,
Comprimento, Espessura, Diâmetro interno e Profundidade da peça. Além disso, a peça foi
construída no AutoCAD, contendo as vistas: superior e isométrica.

Medidas Paquímetro (resolução 0,05):

PEÇA B1

Largura Aline Luz Geraldo Morais Comprimento Aline Luz Geraldo Morais

1ª medida 38,5 mm 38,5 mm 1ª medida 49,75 mm 49,75 mm

2ª medida 38,5 mm 38,5 mm 2ª medida 49,55 mm 49,55 mm

3ª medida 38,7 mm 38,7 mm 3ª medida 49,7 mm 49,7 mm

Média 38,56 mm 38,56 mm Média 49,67 mm 49,67 mm

PEÇA B1

Espessura Aline Luz Geraldo Morais Diâmetro Int. e Aline Luz Geraldo Morais
Profundidade (furo B) (furo A)

1ª medida 9,7 mm 9,7 mm 1ª medida 11,9 mm 10,5 mm

2ª medida 9,55 mm 9,55 mm 2ª medida 10,95 mm 10,75 mm

3ª medida 9,4 mm 9,4 mm 3ª medida 10,75 mm 10,85 mm

Média 9,55 mm 9,55 mm Média 11,2 mm 10,7 mm

Espessura do Micrômetro (resolução 0,01): 9,32 mm

Sendo assim, tem-se:

Largura: Comprimento:

Desvio Padrão: 0,11547 mm Desvio Padrão: 0,10408 mm


Incerteza: 0,06667 mm Incerteza: 0,6009 mm
Erro médio: 0,067 mm Erro médio: -0,03 mm
Espessura: Diâmetro Int. e Profundidade:

Desvio Padrão: 0,15000 mm Desvio Padrão: 0,61441 mm // 0,18028


mm
Incerteza: 0,08661 mm Incerteza: 0,35474 mm // 0,10409 mm
Erro médio: 0 mm Erro médio: -0,7 mm // -0,05 mm
ANEXOS

PEÇA B1 – VISTA ISOMÉTRICA


PEÇA B1 – VISTA SUPERIOR

CONCLUSÃO

Nesse trabalho abordamos acerca dos erros e incertezas de medições realizada com
paquímetro e micrômetro. A partir dos conhecimentos adquiridos concluímos, logo, que
mesmo com excelência de operadores no manuseio do processo de medição existem
conjuntos de fatores que podem alterar significativamente seus resultados, dos quais não
podem ser ignorados caso a busca seja a minuciosa precisão. Atrelado a isso, é possível
afirmar, levando em conta as medições realizadas em laboratório e os requeridos cálculos
utilizando seus valores, que apesar de todo monitoramento docente e minúcia discente em
realizar a atividades com os respectivos instrumentos, a diferença numérica realizadas nas
comparações demonstra o cuidado que todo operador precisa deter para atenuar qualquer erro
numérico.
BIBLIOGRAFIA

SCHNEIDER, Paulo. Incertezas de Medição e Ajuste de dados: medições térmicas. 2000. 24


f. Monografia (Especialização) - Curso de Engenharia Mecânica, Escola de Engenharia,
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre - Rs, 2002. Cap. 1. Disponível em:
http://www.ufrgs.br/medterm/areas/area-i/Incertezaedicao.pdf. Acesso em: 08 abr. 2022.

CABRAL, Paulo. Erros e incertezas nas medições: erros e incertezas nas medições. Custóias,
Portugal: Iep, 2004. 116 p. Laboratório de metrologia e ensaios. Disponível em:
http://www.peb.ufrj.br/cursos/ErrosIncertezas.pdf. Acesso em: 08 abr. 2022.

METROLOGIA, Focus. Tipos de erros de medição: tipos de erros de medição. Tipos de erros
de medição. 2020. Focus Metrologia. Disponível em:
https://focusmetrologia.com/2020/06/17/tipos-de-erros-de-medicao/. Acesso em: 08 abr.
2022.

GUIA para a Expressão de Incerteza de Medição - GUM - Avaliação de Dados de Medição:


Guia para a Expressão de Incerteza de Medição - GUM - Avaliação de Dados de Medição - 1º
edição brasileira da 1º edição do BIPM (2008). [S. l.], 14 maio 2021. Disponível em:
https://www.gov.br/inmetro/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/documentos-tecnicos-em-
metrologia/gum_final.pdf/view. Acesso em: 10 abr. 2022.

FÓRMULAS dos Cálculos de Incerteza. [S. l.], 2013. Disponível em:


https://abc71.com.br/portaldeajuda/erpomega/qualidade/formulas-dos-calculos-de-incerteza-
metrologi. Acesso em: 11 abr. 2022.

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