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12 ECONOMIA Expresso, 3 de junho de 2011

CRISE DA DÍVIDA

“É preciso 10 MEDIDAS

uma política 1 Papel do BCE


Os Estados europeus devem
poder libertar-se dos mercados

expansionista financeiros e financiar-se


diretamente junto do BCE

2 Solidariedade

na Europa” É necessário que os membros


da zona euro garantam a dívida
de cada um

3 Credores da banca
Os prejuízos dos bancos
Henri Sterdyniak, do “Manifesto insolventes devem ser
assumidos pelos credores
dos Economistas Consternados”
4 Baixar juros de remuneração
A estratégia seguida na União de de Economia da Universida- dos credores
Europeia face à crise das dívidas de de Coimbra e da Fundação Os juros exorbitantes
soberanas nos membros da peri- Mário Soares. que os Estados pagam
feria corre o risco de a empur- Conhecido como um dos key- nas emissões
rar para a recessão e ser um ro- nesianos franceses da atualida- de dívida devem baixar
tundo fracasso. “As instituições de, Sterdyniak insiste no ponto
europeias não podem ser assim de vista daquele economista in- 5 Imposto extraordinário
tão estúpidas”, exclama Henri glês do princípio do século XX Grandes fortunas taxadas
Sterdyniak, diretor do Departa- quando acentuou que os dese-
mento da Economia da Globali- quilíbrios entre países com ex- A Alemanha tem de ser pressionada a mudar de estratégia económica FOTO NUNO BOTELHO 6 Sistema financeiro público
zação do Observatório Francês cedentes e países deficitários Financiamento das dívidas
de Conjuntura Económica, em só se podem resolver por uma “É preciso uma política expan- e as outras — está garantida pe- cas para apontar ao crescimen- e investimentos públicos
entrevista ao Expresso. solução de compromisso. “Key- sionista. Os países que têm mar- lo conjunto dos países-mem- to e não para se afunilar na ges-
A única solução é mudar a es- nes disse e bem que era um pro- gem de manobra devem empe- bros. Os países europeus têm de tão das crises da dívida. “Não 7 Agências de notação
tratégia: “A Alemanha tem de blema que afetava as duas par- nhar-se nisso”, sublinha, para lo- ser solidários. Com juros nor- podemos viver num sistema europeias
mudar a sua estratégia económi- tes. Para o resolver são preci- go acrescentar com veemência: mais — na ordem dos 3% — a em que se diz aos povos que é Criação de agências públicas e
ca. É preciso fazer pressão so- sas as duas partes e não só “O nosso problema é sair da cri- Grécia pode pagar as suas dívi- cada vez preciso mais austeri- regulação da atividade do sector
bre a Alemanha e alterar as rela- uma. O mesmo tem de ser feito se. Porque é que não haveremos das e retomar o crescimento. A dade”, adianta.
ções de força na Europa”, acres- na União Europeia”, afirma es- de lançar um grande plano euro- ausência de solidariedade vai E, em segundo lugar, essa 8 Coordenação europeia
centa este professor na Universi- te “economista consternado” peu, seja na energia, seja nas in- conduzir a uma situação de de- coordenação “não pode ser ce- Políticas macroeconómicas
dade de Paris IX-Dauphine, que de 58 anos. dústrias de amanhã?” fault em default. Isso é um erro ga”, “não pode ameaçar de de- e redução concertada dos
foi um dos quatro fundadores Esse caminho parece estar blo- monumental!” terioração o modelo social eu- desequilíbrios comerciais
do movimento em torno do “Ma- Um grande plano europeu queado pelas situações de ropeu”. “Esse modelo é o futu-
nifesto dos Economistas Cons- pré-bancarrota em alguns mem- Modelo social é o futuro ro. Ele evita que durante as cri- 9 Plano europeu
ternados”, lançado em setem- O caminho é relançar economi- bros da zona euro. Sterdyniak ses as economias se afundem e Reconversão ecológica
bro de 2010. Sterdyniak veio a camente a Europa. A crise cus- reage: “A Europa deve fazer o A solidariedade intraeuropeia as sociedades se degradem”, da economia europeia
Coimbra e a Lisboa defender a tou à zona euro 8,5 pontos do contrário do que tem feito. Deve seria um requisito para duas conclui com ênfase.
abordagem deste grupo de eco- produto interno bruto, em rela- dizer claramente aos mercados coisas. Primeiro, a Europa utili- Jorge Nascimento Rodrigues # Harmonização fiscal
nomistas a convite da Faculda- ção à tendência anterior à crise. financeiros que a dívida grega — zaria a coordenação de políti- economia@expresso.impresa.pt Estratégia europeia comum

BREVES

SONAE INAUGURA REDE DE SUPERMERCADOS MEU SUPER NO PORTO E EM ÁGUEDA


O grupo Sonae abriu esta semana os dois primeiros supermercados da rede Meu Super, projeto
que aposta no franchising para empresários do pequeno retalho em zonas habitacionais. Os
primeiros supermercados abriram no Porto e em Águeda, estando prevista pela Sonae a abertura
de 30 lojas Meu Super, até final do ano. As lojas integradas no projeto terão entre 150 e 1000m2. Os
empresários que aderem ao franchising têm acesso a produtos disponíveis nas lojas Continente,
incluindo os produtos de marca própria. Esta estratégia de aproximação ao comércio de bairro
também foi desenvolvida este ano pela Jerónimo Martins, com a rede de mercearias Amanhecer.

QUATRO PESSOAS ESTÃO


A PERCORRER 2500 KM A PÉ,
BICICLETA, CAVALO OU EM
ESCALADA PARA ESCREVER
A PALAVRA ‘WELCOME’ NO
22
milhões de euros é quanto a SIAF Energia —
participada da Sonae Indústria — vai investir
na construção da central termoelétrica e
MAPA DA CROÁCIA, NUM biomassa florestal em Mangualde, junto à
PERCURSO CAPTADO POR fábrica de MDF (painéis de fibras de média
densidade) do grupo. A central deverá estar a
GPS. PROMOVER O DESTINO operar no final de 2014, para fornecer energia
aquela fábrica
PARA FÉRIAS ATIVAS É O
OBJETIVO DA CAMPANHA

Português foi nomeado número dois da Renault


AUTOMÓVEL Carlos Tavares, vice-presidente executivo da Nissan,
responsável pelo mercado americano desde 2009, ocupará, a partir
de 1 de julho, o lugar de vice-presidente operacional da Renault.
Patrick Pelata deixou vago, a 11 de abril, o cargo de número dois da
Renault em resultado de um escândalo de falsa espionagem indus-
trial. Carlos Tavares foi proposto para o novo cargo pelo comité de
nomeações e pelo executivo-chefe da Renault, o brasileiro Carlos
Ghosn. O gestor português vai aplicar o plano “Renault 2016 — Dri-
ve the Change”, destinado a promover o carro elétrico.

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