AS PRINCIPAIS MUDANÇAS DA NOVA LEI DE LICITAÇÕES E CONTRATOS
ADMINISTRATIVOS - 14.133/2021 - PARTE 1
● Movimento de internalização de regras difundidas fora do Brasil, que constam de
diretivas europeias e EUA para o procedimento licitatório. Parte de um reconhecimento da centralidade da licitação, eis que pilar de organização do estado. ● A Lei Complementar 123 foi preservada. ● Padronização, preocupação com fase interna, governança e integridade, atingimento de valores internacionais. ● Com a ideia de uniformização e expansão de boas práticas, destina-se a municípios e Estados o mesmo procedimento.
● A lei das Estatais permanece.
● Incorporação de jurisprudências do TCU, como a interpretação de que pregão é para serviços de engenharia, mas não para obra. ● Introdução de nova modalidade de licitação, extinção de tomada de preço e convite
6 pontos sobre a nova lei:
● Preocupação com planejamento de responsabilidade fiscal: a nova lei traz o planejamento como princípio licitatório, com exemplos concretos como planos de contratação anual, estudo técnico- preliminar (além do projeto básico e executivo), detalhamento claro de fase preparatória. ● Celeridade de procedimento, relativização de formalidades e uso de tecnologias: inversão de fases é fase (a regra geral é que agora se faz o julgamento e depois a habilitação), preferência por procedimento eletrônico, preocupação com saneamento e convalidação de vícios (modulação para validar atos inválidos em nome da manutenção da licitação, quando possível) ● Promoção de valores constitucionais: margem de preferência também para bens reciclados e sustentáveis, a preferência para empresas com funcionários PcD passa de preferência para requisito de habilitação, redução da margem de preferência de 25% para 10% (com exceções), critérios de desempate como desenvolvimento pela empresa de ações ações de equidade entre homens e mulheres, edita pode exigir o mínimo de mão de obra formada por mulheres vítimas de violência doméstica ou egressos do sistema penitenciário. ● Eficiência no aspecto econômico: incorporação da remuneração variável com desempenho, previsão de matriz de riscos/alocação de riscos, finalizações de grandes obras ● Transparência pública: PNCP (Portal Nacional de Contratações Públicas): centralizar informações e tornar o acesso às informações mais fácil. Não afasta a publicação de atos nos sítios eletrônicos de cada ente federado. Não traz mais a ideia de publicidade via diário oficial/jornais de grande circulação. A publicidade é satisfeita com a publicação nos sites dos entes federados e no próprio PNCP, o DO não é mais o meio principal/necessário para publicidade. ● Governança pública e integridade das contratações: exigência de criação de programas de integridade em contratações de alta monta. Trata-se de critério de desempate, requisito de self-cleaning… ● Modos diferentes de disputa: aberto, fechado, combinado. ● Diálogo competitivo ● Orçamento sigiloso: alternativa para equilibrar a simetria informacional. ● Remuneração variável: busca gerar incentivos à melhor performance, mas pode gerar aumento do valor pago em relação ao que foi contratado. ● Contrato de eficiência: regime de maior retorno econômico ● Contratação integrada e semi integrada: busca a absorção de expertises e transferência de riscos. ● Seguro garantia com cláusula de retomada: admite que a seguradora possa, ao invés de pagar a indenização, diante de um inadimplemento do contratado, continuar o empreendimento. É um instrumento interessante para enviar obras inacabadas. ● O órgão de assessoria jurídica foca nas funções típicas (não há mais aprovação de minutas, mas permanece o controle prévio de legalidade/juridicidade do processo como um todo). Atuações: - Controle prévio de legalidade (art 53) - Apoio jurídico aos agentes públicos que atuam com contratação pública. - Art 10: O agente público que praticar ato lastreado pelo parecer emitido pela assessoria jurídica, o agente terá sob sua opção pedir que sua defesa, judicial ou extrajudicial seja feita pela assessoria jurídica.
● Contrato continuado para fornecimento: com possibilidade de vigência inicial de 5
anos direto e depois 10 anos. ● Qual o padrão para norma geral? Ainda não há. ● Entende que os entes federativos, até o PNCP estar pleno e funcionando, deveriam criar seus próprios portais. Não se pode condicionar a operacionalidade e funcionalidade da lei à existência do PNCP, já que existem outras formas de publicidade. ● Quanto à transição para a nova legislação: o prazo de concomitância de 2 anos entre as normas pode gerar dúvidas pontuais como a aplicar algumas transições. Talvez seja recomendável que cada gestor estabeleça algum parâmetro para quando utilizar a lei antiga ou nova, bem como capacitações para introdução. ● Agente de contratação: pode ser o agente que vai participar de todo o processo licitatório, preferencialmente servidor efetivo ou empregado público dos quadros permanentes. Mas os art 7º e 8º não deixam claro quando deve ou não ser servidor efetivo a depender de qual fase da licitação está. Há quem entenda que o agente de contratação atuará somente na fase externa. Uma segunda corrente entende que ele fará tudo (mas ofende o princípio da segregação). A terceira entende que o agente de contratação tem dupla atuação: condutor do certame e supervisor da licitação/supervisor do projeto.
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