O documento discute a relação entre cinema e história, como o cinema influenciou e foi influenciado pela história ao longo do século XX. Também descreve como o cinema surgiu a partir do cinetoscópio de Edison em 1889 e como se desenvolveu como uma arte nos primeiros 30 anos do século XX com artistas como Meliès e Griffith.
O documento discute a relação entre cinema e história, como o cinema influenciou e foi influenciado pela história ao longo do século XX. Também descreve como o cinema surgiu a partir do cinetoscópio de Edison em 1889 e como se desenvolveu como uma arte nos primeiros 30 anos do século XX com artistas como Meliès e Griffith.
O documento discute a relação entre cinema e história, como o cinema influenciou e foi influenciado pela história ao longo do século XX. Também descreve como o cinema surgiu a partir do cinetoscópio de Edison em 1889 e como se desenvolveu como uma arte nos primeiros 30 anos do século XX com artistas como Meliès e Griffith.
Cinema e História têm desenvolvido relações bastante íntimas desde que os
primeiros filmes começaram a surgir por volta do alvorecer do século XX. De facto, estes dois campos da actividade e da criação humana não cessaram de intensificar progressivamente as suas possibilidades de interacção à medida que o Cinema se foi firmando como a grande arte da contemporaneidade. Forma de expressão artística para a qual concorrem diversas outras artes – como a Música, o Teatro, a Literatura, a Fotografia e as demais Artes Visuais – o Cinema terminou por vir a constituir a partir de si mesmo uma linguagem própria e uma indústria também específica, e a par disto não cessou de interferir na história contemporânea ao mesmo tempo que o seu discurso e as suas práticas se foram transformando com esta mesma história contemporânea. Eis aqui a raiz de um complexo jogo de inter- relações possíveis que têm permitido que o Cinema se mostre simultaneamente como «fonte», «tecnologia», «sujeito» e «meio de representação» para a História. No seu aspecto mais irredutível o Cinema – incluindo todo o imenso conjunto das obras cinematográficas que já foram produzidas e também as práticas e discursos que sobre elas se estabelecem – pode ser considerado nos dias de hoje uma fonte primordial e inesgotável para o trabalho historiográfico. A partir de uma fonte fílmica, e a partir da análise dos discursos e práticas cinematográficas relacionados aos diversos contextos contemporâneos, os historiadores podem apreender de uma nova perspectiva a própria história do século XX e da contemporaneidade. De igual maneira, como se verá mais adiante, os historiadores políticos e culturais podem examinar os diversos usos, recepções e apropriações dos discursos, práticas e obras cinematográficas. Um dos fenômenos tecnológicos mais impressionantes de nossa história é a capacidade de captação (ou captura) da “imagem-movimento”, isto é, da apreensão de imagens dinâmicas da realidade, e não estáticas, como é o caso da fotografia. A captura da “imagem-movimento” foi possível a partir de 1889 com a criação do cinetoscópio por William Dickson, assistente do cientista e inventor americano Thomas Edison. Esse invento e os modelos que o sucederam na década seguinte contribuíram para o desenvolvimento do cinema tal como o compreendemos hoje, ou seja, a arte cinematográfica.
O cinema, portanto, teve origem no cinetoscópio, que, todavia, não projetava as
imagens em telões. O espectador do cinetoscópio tinha de observar (durante um tempo-limite de 15 minutos) as imagens no interior de uma câmara escura por meio de um orifício em que colocava um dos olhos. Nesse sentido, a experiência visual proporcionada pelo cinetoscópio não podia ser feita coletivamente. Edison não chegou a patentear o invento, o que abriu portas para outros inventores, sobretudo da Europa, aperfeiçoarem o modelo.
Fonte de Histórica do Cinema
Se o Cinema é agente da História no sentido de que interfere directa ou indirectamente na História, ele também é interferido todo o tempo pela História, que o determina nos seus múltiplos aspectos. Vale dizer, o cinema é produto da História – e, como todo o produto, um excelente meio para a observação do lugar que o produz, isto é, a sociedade que o contextualiza, que define a sua própria linguagem possível, que estabelece os seus fazeres, que institui as suas temáticas. Por isto, qualquer obra cinematográfica – seja um documentário ou uma pura ficção – é sempre portadora de retratos, de marcas e de indícios significativos da sociedade que a produziu. É neste sentido que as obras cinematográficas devem ser tratadas pelo historiador como fontes históricas significativas para o estudo das sociedades que produzem filmes, o que inclui todos os géneros fílmicos possíveis. A mais fantasiosa obra cinematográfica de ficção traz por detrás de si ideologias, imaginários, relações de poder, padrões de cultura. Esta afirmação, que de resto também é perfeitamente válida para as obras de Literatura, dá suporte ao facto de que a fonte cinematográfica tem sido utilizada com cada vez mais frequência pelos historiadores contemporâneos. O lugar que produz o Cinema é também o lugar que o recebe, de modo que a fonte fílmica pode dar a compreender uma sociedade simultaneamente a partir do sistema que o produz e do seu universo de recepção. O público consumidor e a crítica inscrevem-se desde já na rede que produz o filme, conjuntamente com os demais factores que actuam na sua produção, e isto porque o público receptor é sempre levado em consideração nos momentos em que o filme é elaborado. As competências e expectativas do consumo, enfim, são antecipadas no momento em que é produzida a obra cinematográfica, de modo que analisar um filme é analisar também o público que irá consumi-lo. Mas seria nas três primeiras décadas do século XX que o cinema afirmar-se-ia enquanto arte. E isso ocorreu sobretudo pela ação de artistas interessados em teatro, mágica (e ilusionismo) e todo tipo possível de efeito cênico. Um dos principais nomes dessa fase do cinema foi Georges Meliès, que dirigiu “Viagem à Lua”, em 1902, conseguindo com esse filme efeitos visuais verdadeiramente impressionantes para a época.
Após os filmes de Meliès, surgiram as produções de D. W. Griffith, nos Estados
Unidos, as do expressionismo e do “Movimento de Câmera”, na Alemanha, do surrealismo, na Espanha, e o cinema soviético, sobretudo com nomes como Vertov e Eisenstein.
Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em
CC BY-SA-NC
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