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Universidade Federal do Oeste do Pará

Disciplina: Amazônia I

Professor: Bruno Mariano

Aluno: Cláudio Patrício S. Gemaquue

Resenha “Degradados, açorianos e migrantes: o povoamento português na região amazônica


(século XVII)”.

Rafael Chambouleyron

Um das preocupações da coroa portuguesa no século XVII era povoamento da


Amazônia, nesse caso, o antigo Estado do Maranhão. Desse modo, da união com o Conselho
Ultramarino e Coroa portuguesa junto com o governo maranhense incentivam a migração de
portugueses para o Brasil.

Com tamanha dificuldade em povoar um território do tamanho do Maranhão, uma das


alternativas encontrada pela corroa foi o envio de todo tipo de pessoa que estivesse a margem
da sociedade. Assim, condenados, ladrões, prostitutas, pobres foram mandados para o novo
mundo com o objetivo de povoar tão vasto território. O texto de Chambouleyron trata da
problemática da saga dessas pessoas que vieram para o Brasil forçados, por livre vontade ou
fugindo de tragédias como o aconteceu à erupção vulcânica em Açores. E quem eram esses
degredados?

Na Amazônia Seiscentista os povoadores foram os aventureiros, e toda pior espécie


de seres humanos segundo Ernesto Cruz. O que na opinião de Domingo Antônio Rayol,
Portugal só mandava para América “almas interesseiras”.

Em contra partida os indivíduos que foram ameaças para a sociedade um dia, na


América portuguesa ele tinha a oportunidade de torna-se um homem de valor que contribuísse
para o crescimento populacional e financeiro da região a qual estivesse inserido. Alguns
degredados eram aproveitados como soldados de tropa, o que alias, era outra preocupação na
capitania do Maranhão, pois a quantidade dos mesmos era pouca e o recrutamento de rapazes
em idade de servir era escasso. Há isso tudo se soma as fugas de degradados/soldados para os
matos e outros que presos por crimes.
No caso dos açorianos, o envio desse povo para a Amazônia ocorreu de forma
diferenciada, pois os pedidos para a mudança para a Amazônia portuguesa partia da própria
população de Açores. Entre expedições patrocinadas ou não pela Coroa, açorianos foram
trazidos para São Luís no Maranhão e Belém no Pará.

Historiadores discordam no que se refere à importância do povoamento da


Amazônia com a vinda de migrantes açorianos, soldados, casais, degredados etc... para
Ferreira Reis, a mestiçagem seria a forma de povoamento ideal para assegurar a presença de
uma sociedade permanente nas colônias , garantindo assim, o controle econômico e politico.

Para a coroa a migração açoriana foi uma importante forma de povoar o grande
estado do Maranhão, mesmo muitos morrendo durante a viagem ou já em terra, conseguindo
ou não se estabelecer ele eram a salvação para a Coroa e donatários que necessitavam de
vassalos na América.

Outro sujeito que o autor cita em seu texto são os Migrantes individuais, são pessoas
que solicitam a vinda para América portuguesa, sempre tendo um fiador e um motivo que
seria avaliado pela Coroa. Os motivos eram vários e nem sempre eram esses pedidos de
migração era aprovado, ainda mais se o motivo fosse de encontro aos interesses da Coroa ao
que se refere em povoar suas terras no Novo Mundo.

O fiador era responsável pelo migrante, pois a Coroa dava os recursos financeiros
necessários à viagem e o fiador respaldaria um futuro prejuízo de caixa, caso os migrantes
recebedores de ajuda de custo não cumprissem o combinado com a Coroa.

Povoar para a Coroa era igual à dominação econômica das terras portuguesas além-
mar, elas tinham que gerar riquezas para Coroa, organizando e financiando as forças militares
garantindo a presença constante portuguesa na América.

Bibliografia

CHAMBOULEYRON, Rafael . Degredados, açorianos e migrantes: o povoamento português na região


amazônica (século XVII). In: José Luis Ruiz-Peinado Alonso; Rafael Chambouleyron. (Org.).
T(r)ópicos de história: gente, espaço e tempo na Amazônia (séculos XVII a XXI). 1ed.Belém:
Açaí/Centro de Memória da Amazônia/PPHIST-UFPA, 2010, v. 1, p. 27-46.

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