QUESTÕES – AULA 1 1) . Como pode ser descrito o relevo, a partir das ideias de Emmanuel De Martonne (1964) apud Casseti (2005)? R: Para o francês Emmanuel de Martonne o relevo terrestre assume expressão como recurso ou suporte da vida, “palco do desenvolver da história” no dizer de Emmanuel De Martonne (1964). Caracteriza-se como potencial natural, que ao ser apropriado pelo homem, adquire significado ideológico, tanto pelo caráter geopolítico, como pela condição “externalizada'' na abordagem positivista. 2) Qual a crítica para as concepções dos “eventos de azar”, que envolvem a apropriação do relevo pela sociedade e os consequentes “desastres”? R: O relevo no contexto ideológico da natureza pode constituir argumento ou substrato do “evento do azar” ao separar seus processos intrínsecos em relação às atividades humanas, justificando a ocorrência dos desastres como “ato de Deus”. Da mesma forma, quando os “acidentes naturais”, numa lógica malthusiana, são vistos como argumento de triagem ou controle populacional “positivo”, desconsidera-se a apropriação diferencial, a exemplo da ocupação de “áreas de risco”, diretamente relacionada às condições socioeconômicas (Casseti 2005). Para Casseti, 1994 a Geografia acadêmica estrutura suas bases epistemológicas positivistas. A concepção dualista da natureza vai influenciar em todo pensamento geográfico: de um lado, a natureza externa, realidade não humana, dada por Deus; de outro, a natureza mais barata, incorporando tanto a esfera da realidade humana como não humana (CASSETI, 1994. p. 104). Fonte: https://repositorio.bc.ufg.br/bitstream/ri/14342/5/Artigo%20- %20Valter%20Casseti%20-%201994.pdf. 3) Em que consiste os estudos relativos aos “riscos urbanos” ou de natureza “geoambiental”? R: Os estudos são frutos da atual necessidade de evitar tragédias como a que aconteceu recentemente em Petrópolis no Rio de Janeiro, impedindo assim enchentes e deslizamentos. Um desses estudos do próprio Valter Casseti é sobre a Proposta de Metodologia para a elaboração de carta de risco. Boletim Goiano de Geografia, 1995. Para Casseti “ No Brasil, apesar da importância que se reveste, a carta geotécnica tido uso limitado ou exclusivo. Somente algumas tentativas vêm sendo feitas por pesquisadores isolados ou grupos apoiados em instituições, como o Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo. A bibliografia estrangeira, sobretudo dos países temperados, oferece numerosos exemplos de metodologia aplicada à elaboração de cartas geotécnicas, que para Carvalho (1987), necessitam de adaptações à realidade nacional, considerando, sobretudo, as diversidades climáticas, além dos contextos tecnológicos e sócio-econômico (CASSETI, 1995, p. 82). Fonte: file:///C:/Users/Cliente/Documents/Geomorfologia/Dialnet- PropostasDeMetodologiaParaElaboracaoDaCartaDeRisco-4785832.pdf. 4) O que é imprescindível para se entender o relevo? R: Para compreender o relevo no presente é imprescindível aprender a metodologia desenvolvida em suas etapas opostas gnosiológico e que colaboraram para a estruturação do saber das formas de relevo. Para o autor (CASSETI, 2005) o relevo é entendido como resultado das forças antagônicas, sintetizadas pelas atividades tectônicas e estruturais, e mecanismos morfoclimáticos ao longo do tempo geológico, observando que “cada momento do relevo constitui um fim em si'' (Cholley, 1950). 5) Para Casseti (2005), como é entendido o relevo? R: Para o autor (CASSETI, 2005) o relevo é entendido como resultado das forças antagônicas, sintetizadas pelas atividades tectônicas e estruturais, e mecanismos morfoclimáticos ao longo do tempo geológico, observando que “cada momento do relevo constitui um fim em si”(SHOLLEY, 1950). 6) Qual a definição e delimitação do “espaço vital” para a sobrevivência dos organismos vivos no planeta terra e sua relação com o objeto de estudo da geografia? R: A permanência humana no espaço é obviamente determinada, Grigoriev (1968) denominou o estrato geográfico terrestre e o definiu como espaço limitado pela litosfera, como piso, e pela estratosfera, onde está a camada de ozônio como teto (GRIGORIEV, 1868). É nesse espaço, segundo o autor, que todos os seres vivos (humanos ou não) podem habitar, se organizando em sociedades e promovendo intensas modificações na natureza. 7) Qual a dinâmica que rege os fenômenos da natureza contidos no “estrato geográfico”? R: Para o autor “Toda dinâmica que rege os fenômenos da natureza contidos no estrato geográfico é produto do antagonismo entre as forças geradas pela energia solar que atua na superfície terrestre, com o auxílio da atmosfera, e a energia do interior da Terra, que age na superfície através da crosta terrestre ou litosfera (ROSSETI, 2005, p. 15). 8) O que predominantemente favorece a busca por sobrevivência do homem para além desses limites impostos pela natureza? R: O que faz o ser humano buscar mais recursos para sua sobrevivência para além dos seus limites geográficos, segundo o autor é a necessidade de obter mais espaços para as atividades socioeconômicas, políticos e científicos, isso tudo, claro, com o uso da tecnologia disponível e capital investido. 9) Defina o objeto de preocupação da geografia sobre o ambiente natural e o interesse e preocupação desta ciência sobre a sociedade. R: A preocupação da Geografia é entender cada vez mais o ambiente natural de sobrevivência humana, compreender a relação dos modos, dos costumes, dos hábitos desse corpo social com a natureza e suas conexões socioeconômicas e culturais. O interesse da Geografia parte do assimilar e entender como cada grupo humano constrói e arquiteta o espaço em uma configuração territorial diante das condições impostas da natureza, e isso depende de uma habilidade tática, de poder econômico e princípios socioculturais. 10) Sendo o planeta Terra um “corpo dinâmico”, quais as forças que modificam a superfície da terra? Explique-as. R: As duas forças opostas que modificam a litosfera ou crosta terrestre são as forças endógenas (internas) e as forças exógenas (externas). Essas forças agem com maior intensidade e menor intensidade, na maioria do tempo não percebemos suas ações silenciosas. As forças endógenas atuam no interior na Terra, a crosta terrestre sofre fortes pressões do manto e do núcleo do nosso planeta, remodelando e alterando a superfície terrestre, enquanto as forças exógenas, operam através do intemperismo, a luz solar junto ao vento, e outros fatores climáticos, deterioram o relevo, modelando a fisionomia da crosta produzida pelas forças internas. 11) Descreva a superfície da terra, diferenciando os dois tipos da “crosta” R: A superfície terrestre, também conhecida como crosta terrestre, cientificamente chamada de litosfera, é a camada mais sólida e mais importante para o ser humano, pois é, nela que o homem encontra e fabrica os recursos para sua sobrevivência. Comparada a um ovo, a crosta terrestre, não é homogênea como a casca do ovo, pois apresenta espessuras ou densidades diferentes em sua totalidade, a clara é comparada ao manto e a gema ao núcleo da Terra. A litosfera se divide em Crosta Continental e Crosta Oceânica, tendo a principal diferença entre si, a espessura de ambas, enquanto na Crosta Continental essa espessura vai de 40 km até 70 km de menor densidade, na Crosta Oceânica a espessura é de 4 km até 7 km com maior densidade rochosas. 12) Elucide aspectos e fenômenos que denotam a dinâmica da litosfera terrestre. R: É inquestionável que crosta terrestre não é uma superfície inerte, pois é provida de energia ativa que é mantida pelas forças interiores, como o manto e o núcleo terrestre. Com temperaturas que variam de 2000 a 4000 graus Celsius, o manto mais pastoso e o núcleo mais líquido, causam a movimentação constante da crosta terrestre, dentre esses fenômenos estão os terremotos, formação de montanhas, ilhas e vulcões. 13) Sobre a dinâmica da litosfera terrestre, defina o significado da teoria da Isostasia. R: a Isostasia é uma das teorias que foram desenvolvidas para explicar o dinamismo da litosfera, que elucida a existência de terras emersas, descrevendo que há uma mecânica entre essas forças que equilibra a massa das terras emersas e a massa dos fundos oceânicos, dizendo que, as terras emersas por ser menos densas flutuam sobre o material pastoso do manto, com o passar do tempo e o intemperismo, a crosta terrestre perde massa que é transferida para os fundos oceânicos aliviando o peso por elevação. 14) Sobre a dinâmica da litosfera terrestre, defina o significado da teoria das correntes de convecção e a deriva dos continentes. R: Essa teoria sustenta se na possibilidade de uma reação entre o manto e materiais líquidos e gasosos, que são conduzidos para a superfície, uma vez aquecidos, e que esse material expelido se resfria após, e indo para fundo, o mesmo ocorrendo com o ar atmosférico e a água ao sofrerem aquecimento. Desta maneira, toda essa massa mais profunda e com temperaturas mais altas que se encontra no manto e no núcleo da Terra se movem em direção a crosta terrestre, por contrapartida, o material mais frio e mais próximo a superfície, sofrendo pressões, sendo puxado para o interior do planeta. Por conta dessas forças geológicas, ocorre a expansão oceânica e a movimentação lenta e constante dos continentes. 15) Sobre a dinâmica da litosfera terrestre, defina o significado da teoria Tectônica de placas. R: Como já sabemos, a litosfera é dividida crosta oceânica e crosta continental, sendo que essas duas crostas estão sobre manto de rochas derretidas e pastosas, segundo a teoria, a litosfera é dividida em placas tectônicas que se movimentam sobre o esse magma que constitui o manto, e que são geralmente delimitadas pela existência de grandes atividades vulcânicas e históricos de terremotos e maremotos. 16) Quais os dois fatores importante para se compreender o “relevo do fundo oceânico”, e quais são as suas três macroformas? R: Os dois fatores são a Profundidade e as Formas Predominantes e as três macroformas são a Margem Continental, Bacias Oceânicas e o Sistema de Cordilheiras Mesoceânicas. 17) Descreva a macroforma “margem continental” do relevo submarino e apresente suas duas subunidades. Por conseguinte, relate as margens continentais do oceano Atlântico do Pacífico, distinguindo neste último, os seus dois tipos. R: A margem continental refere se aos solos que circundam ou estão à margem dos continentes, e esses terrenos são constituídos pelas mesmas rochas dos espaços continentais, as rochas ígneas muito antigas que são recobertas por rochas sedimentares de idades diferentes. Dividido em duas subunidades que são as plataformas continentais que estão submersas e, e são a continuação da crosta continental. E os Taludes Continentais, que são a parte final da crosta continental, sendo que corresponde a uma porção entre a plataforma continental e as bacias oceânicas. As margens continentais dos oceanos Atlântico e Pacífico na América do Sul estão representadas assim, do lado do Atlântico está a plataforma, o talude, sendo que na base do talude se encontram pequenas elevações com os depósitos sedimentares. Do lado do Pacífico, a plataforma e o talude existem desigualmente, havendo o chamado Cordilheirano no continente americano, com cadeias montanhosas e fossas submarinas profundas, estreitas e paralelas à linha do litoral. Ainda falando do Pacífico, existe a margem Continental no litoral asiático e australiano, sua plataforma é pouco profunda, em compensação são bem mais largas, que no limite do talude continental acontece o alinhamento de ilha vulcânicas, que juntas formam um arco, por isso chamadas de Arco Insular. 18) Faça a descrição das bacias oceânicas. R: As bacias oceânicas referem-se aos terrenos mais fundos dos oceanos, com profundidades que vão de 2.000 a 5.000 metros e localizam-se entre a margem continental as cordilheiras Mesoceânicas, constituída por rochas primárias, próprias da crosta oceânicas, seu relevo é formado por superfícies planas e logo em seguida constituídas por baixas colinas ligadas as atividades vulcânicas. 19) Apresente a definição das cordilheiras dorsais mesoceânicas e os principais fenômenos vinculados a elas. R: Situadas nas partes centrais dos oceanos, as cordilheiras Mesoceânicas, são verdadeiras cadeias de montanhas submersas, com elevações entre 1000 e 2000 abaixo da superfície das águas. Porem algumas elevações chegar acima do nível do mar, denominadas de ilhas originas por vulcões submarinos, porque as dorsais Mesoceânicas são regiões de acentuadas atividades tectônicas, intrusões magmáticas e falhamentos. São áreas responsáveis pela geração das placas tectônicas, em que se encontram as dorsais mesatlântica, mesopacífica e as dorsais do oceano Índico. 20) Faça uma síntese sobre as formas e a gênese do relevo terrestre. R: O relevo terrestre é composto por uma heterogênea origem, advento este melhor explicado pela teoria da tectônica das placas e da atividade da crosta terrestre. A totalidades do relevo terrestre que não está submerso e é apenas um 1 terço da superfície da Terra. A crosta continental é formada por várias e diversas rochas de idades e origens variadas. O relevo da superfície terrestre é resultado da dualidade de forças contrárias chamadas endógena e exógena, energias internas e externas respectivamente. 21) Apresente, explique e descreva onde ocorrem as três macroformas estruturais do relevo terrestre. R: As macroformas estruturais do relevo terrestre estão representadas pelas PLATAFORMAS OU CRÁTONS, pelas CADEIAS OROGÊNICAS e pelas BACIAS SEDIMENTARES. PLATAFORMAS OU CRÁTONS quase sempre se mostram com relevos muito rebaixados por longas fases erosivas. São terrenos que guardam características de baixos planaltos ou ainda assumem aspectos de depressões posicionais às margens de bacias sedimentares ou dos cinturões de cadeias orogênicas antigas. Os grandes domínios estruturais da Terra estão assim distribuídos: no continente americano aparecem o escudo das Guianas, o Brasileiro e o Canadense; no continente africano, o Saariano; na Europa, o Russo-fenorsândico; na Ásia, o Siberiano, o Chinês e o Indiano; e na Austrália, o escudo Australiano. No território brasileiro, o escudo das Guianas é caracterizado preferencialmente por rochas metamórficas muito antigas do Précambriano Médio a Inferior (2,5 B.a.a.p. a 900 M.a.a.p.), ocorrendo ainda rochas intrusivas e vulcânicas bastante velhas, e alguns trechos apresentam coberturas sedimentares antigas. O mesmo ocorre com a plataforma sul-amazônica e o São Francisco, que recebem a denominação de Escudo Brasileiro. Ambas correspondem a terrenos relativamente baixos (400 a 600 metros), ocorrendo algumas áreas com coberturas sedimentares residuais, como a chapada do Cachimbo e o planalto dos Parecis. As plataformas ou cratóns enquadram-se na era Pré-cambriana, cujas idades estão entre 900 M.a.a.p. a 4,5 B.a.a.p., caracterizando-se por serem os terrenos mais trabalhados pelos processos erosivos e também os mais estáveis do ponto de vista tectônico. BACIAS SEDIMENTARES constituem outra estrutura de grande representatividade territorial ao longo dos continentes. Essas bacias são formadas por espessos pacotes de rochas sedimentares que chegam a ultrapassar 5.000 metros. Bacias sedimentares como as do Colorado e do Mississippi/Missouri, nos Estados Unidos, as do Tchad, Congo e Zambese, na África, a do Centro-Norte da Europa, a do Centro-Sul da Austrália, a Amazônica, a do Parnaíba e da do Paraná, na América do Sul, são exemplos de grandes bacias cujas origens e idades são posteriores ao Pré- Cambriano. São chamadas de bacias Fanerozóicas (vida visível, desde os 600 M.a.a.p.), ou seja, formadas ao longo do Paleozóico (600 M.a.a.p. a 220 M.a.a.p.), do Mesozóico (220 M.a.a.p. a 70 M.a.a.p.) e do Cenozóico (70 M.a.a.p. aos dias atuais), através de diferentes fases de deposição marinha, glacial ou continental. As CADEIAS OROGÊNICAS OU CINTURÕES OROGÊNICOS correspondem aos terrenos mais elevados da superfície terrestre. São áreas de grande complexidade rochosa e estrutural, geradas por efeito de dobramentos acompanhados de intrusões, vulcanismo, abalos sísmicos e falhamentos. As cadeias orogênicas encontram-se preferencialmente nas bordas dos continentes, nos limites com os oceanos Pacíficos e Índico e no mar Mediterrâneo. As cadeias orogênicas que mais se destacam são os Andes, na América do Sul; as Montanhas Rochosas/Serra Nevada, na América do Norte; os Pireneus e os Alpes, na Europa; os Cárpatos/Cáucaso/Himalaia, na Ásia; e os Montes Atlas, no Norte da África. As cadeias orogênicas são os terrenos mais recentes produzidos pela tectônica. Suas idades estão entre o fim do Mesozóico (135 M.a.a.p.) e o Cenozóico (70 M.a.a.p. aos dias atuais), sendo que sua gênese está relacionada com a tectônica de placas. Os processos de geração das cadeias orogênicas sempre ocorrem na superfície terrestre, à semelhança do que acontece com a formação das bacias sedimentares. As sucessivas movimentações das placas tectônicas, ciclos erosivos pelos quais a crosta terrestre passou ao longo de sua história, fizeram surgir e desaparecer bacias sedimentares e cadeias montanhosas e até mesmo mudar a configuração geográfica dos continentes e oceanos.