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AU L A 23- C O N F I SSÃO

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CONFISSÃO
Já estudamos sobre as disciplinas interiores e exteriores, a partir
desta aula vamos entrar no campo das disciplinas comunitárias. A
Disciplina da Confissão é essencial para o desenvolvimento de uma
comunhão mais profunda com Deus, pois ela é um antídoto que
neutraliza os efeitos do pecado que afeta tanto o nosso relaciona-
mento com Ele.
Não podemos pensar que o pecado é mais forte que a graça de
Deus, mas também temos que estar cientes de que, mesmo após
a salvação, o pecado afeta a nossa intimidade com Deus. Se nós
experimentarmos esta disciplina iremos conhecer o desejo de Deus
de sempre nos perdoar, seu coração e sua vontade de viver em paz
conosco.
Ela proporciona a apropriação do perdão de Deus no nosso dia a
dia, nos liberta do orgulho, nos faz experimentar a cura e o consolo,
a comunhão com o Corpo de Cristo e a constante restauração do
nosso relacionamento com Deus.

1. O problema do pecado.
Vamos falar especificamente sobre o problema dos pecados cometi-
dos após a salvação. O fato de sermos nascidos de novo não signifi-
ca que vamos, automaticamente, parar de pecar ou que não iremos
mais sofrer as consequências desses atos. Os pecados que comete-
mos após a salvação precisam ser confessados.
Uma das grandes mentiras em relação ao pecado é que, agora que
estamos em Cristo, nossos pecados não são mais contabilizados
porque já não há mais condenação. Mas esta é uma interpretação
errada do texto bíblico, os pecados têm efeitos negativos em nossa
vida e prejudicam nosso relacionamento com as pessoas e princi-
palmente com Deus.
A confissão é algo específico para a conversão, mas é principal-
mente para os que já estão em Cristo, fazendo parte do processo de
santificação.

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“Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos


enganamos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os
nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e
nos purificar de toda injustiça.”
1 João 1. 8-9 - NAA

João escreveu esta carta para pessoas convertidas, então não po-
demos nos enganar em relação aos nossos pecados. Contudo, não
devemos nos conformar com a nossa natureza, devemos praticar a
confissão como uma declaração de guerra contra o pecado.
Quando confessamos nossos pecados, nós admitimos que nossas
ações ofendem a Deus e concordamos com Ele. Precisamos nomear
os nossos pecados, não podemos minimizá-los, quando diminuí-
mos os nossos pecados também diminuímos o sacrifício de Jesus
Cristo.

2. A disciplina mais negligenciada


A Disciplina da Confissão é a disciplina mais difícil e negligen-
ciada, porque a nossa sociedade tem a cultura de mostrar apenas
sucesso, ou seja, somente “a parte boa”. Temos medo de nos expor
ao julgamento das pessoas, não somos vulneráveis. Mas, o que real-
mente deveria causar medo em nós é o afastamento da presença de
Deus e não a opinião das pessoas.
Temos o costume de pensar que devemos confessar somente a
Deus, mas biblicamente, a orientação é que confessemos também
aos irmãos e também recebamos as confissões deles. Não é possível
ter relacionamentos profundos com meus irmãos se não temos uma
experiência de confissão de pecados.

“Portanto, confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns


pelos outros, para que vocês sejam curados. Muito pode, por
sua eficácia, a súplica do justo.”
Tiago 5. 16 - NAA

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Jesus precisa ser real em nossa vida e na vida de outros irmãos,


precisamos abrir nossas vidas e sermos vulneráveis. O mesmo Jesus
que nos perdoa no céu é o mesmo Jesus que me perdoa por meio
dos meus irmãos. Os nossos irmãos representam o próprio Cristo
ao ministrarem a compreensão do perdão a nós.

Deus sempre perdoa nossos pecados quando confessamos,


mas muitas vezes não nos sentimos perdoados. Neste caso,
confessar a um irmão maduro pode aumentar a nossa
compreensão e revelação do perdão de Deus.

A confissão é uma disciplina espiritual que envolve uma mudança


objetiva em nosso relacionamento com Deus, ela acontece dentro
da comunhão dos irmãos. Mas é importante dizer que precisamos
escolher uma pessoa confiável para receber a nossa confissão.

“Através da confissão o mal é tirado de nós e é carregado pela


comunhão dos pecadores que vivem na graça de Deus revela-
da na cruz de Cristo.”
Dietrich Bonhoeffer

A Confissão de um Filho e Deus X A Confissão de um Réu

“Há uma grande distinção entre confessar um pecado na condição


de um réu e confessar a condição de um filho. O abraço do Pai é o
lugar para a confissão dos penitentes, fomos limpos de uma vez por
todas, mas nossos pés ainda precisam ser lavados da contaminação
adquirida em nossa andança diária na condição de filhos de Deus.”
Charles Spurgeon

Na oração do Pai Nosso nós dizemos “Pai, perdoa as nossas ofen-


sas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”. Nós já
estamos orando como filhos, a confissão é uma prática de quem já

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está em comunhão com o Pai, mas precisa ter seus pés limpos pela
cruz através da comunhão.

3. A prática da confissão
Assim como as outras disciplinas que estudamos, podemos dar
passos intencionais para começar a praticar hoje mesmo, veja:

Fazer uma Confissão Ouvir uma Confissão

1º passo Examine a sua consciência, Seja, antes de tudo, um


se arrependa e se esforce confessor. Você não pode
para evitar o pecado e não ouvir confissões se você
cometê-lo mais. não aprendeu a confessar
seus próprios pecados. Viva
uma vida de submissão a
cruz, pois você precisa per-
ceber a cruz entre você e a
pessoa que está se confes-
sando.

Procure uma pessoa que Escute, sem interromper e


2º passo lhe conheça, lhe ame e que sem tentar aconselhar. Não
seja confiável. Faça sua faça comentários, não ofe-
confissão de forma clara e reça distrações, não tente
objetiva. descobrir mais detalhes.
Esteja em constante inter-
cessão silenciosa, visuali-
zando que você representa
a pessoa de Cristo. Esta é
uma grande responsabili-
dade.

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3º passo Peça a essa pessoa que ore Ore a favor dela e decla-
por sua cura e restauração. re o perdão de Deus a ela.
Peça que ela declare o Não conte para ninguém o
perdão de Deus a você. que foi dito. É importante
manter a discrição e não
se “assustar” com o pecado
que está sendo confessado.

“Qualquer um que viva em sujeição a cruz, que discerniu na


cruz de Jesus sua absoluta impiedade e a impiedade de todos
os homens e do seu próprio coração, descobrirá que não há
pecado que ele já não conheça. Qualquer um que já tenha se
horrorizado e se espantado com o próprio pecado, que pregou
Jesus na cruz, não ficará horrorizado nem mesmo com os
pecados mais escabrosos de seus irmãos.”
Dietrich Bonhoeffer

CONCLUSÃO
Concluímos esta aula com alguns textos bíblicos que podem nos
ajudar a pensar mais sobre a disciplina da confissão. É interessante
incluirmos estes textos em nossos momentos de meditação para
que esta realidade seja cada vez mais presente em nosso coração.

“Portanto, confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns


pelos outros, para que vocês sejam curados. Muito pode, por
sua eficácia, a súplica do justo.”
Tiago 5. 16 - NAA

“Se andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comu-


nhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos
purifica de todo pecado.”
1 João 1.7 - NAA

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“— Se o seu irmão pecar contra você, vá e repreenda-o em


particular. Se ele ouvir, você ganhou o seu irmão. Mas, se não
ouvir, leve ainda com você uma ou duas pessoas, para que,
pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda questão
seja decidida. E, se ele se recusar a ouvir essas pessoas, expo-
nha o assunto à igreja; e, se ele se recusar a ouvir também a
igreja, considere-o como gentio e publicano.”

Mateus 18. 15-17 - NAA

“Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos


pelos meus constantes gemidos todo o dia. Porque a tua mão
pesava dia e noite sobre mim, e o meu vigor secou como no
calor do verão. Confessei-te o meu pecado e a minha iniqui-
dade não mais ocultei. Eu disse: “Confessarei ao Senhor as
minhas transgressões”; e tu perdoaste a iniquidade do meu
pecado.”

Salmos 32. 3-5 - NAA

“Pois eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está


sempre diante de mim. Pequei contra ti, contra ti somente, e
fiz o que é mau aos teus olhos, de maneira que serás tido por
justo no teu falar e puro no teu julgar. Eu nasci na iniquida-
de, e em pecado me concebeu a minha mãe.”

Salmos 51. 3-5 - NAA

“Quem encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas


o que as confessa e abandona alcançará misericórdia.”

Provérbios 28. 13 - NAA

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