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ASPECTOS SOCIOLÓGICOS

A FORMAÇÃO DO FENÔMENO LER NO BRASIL

Para entender este fenômeno, temos que procurar entender os mecanismos


sociológicos de criação de um fenômeno social.

Para isso, nos reportaremos aos esquema proposto por Mauus (1979),
segundo o qual a instituição de um fenômeno social obedece a uma
seqüência de fases: fase de aparecimento, de coalescência, de
institucionalização, de fragmentação e de dissolução.
FASE DE APARECIMENTO

Os distúrbios e lesões associados aos esforços repetitivos começaram a ser descritos no


Brasil no início da década de 80.

Inicialmente, chamou-se a atenção para a alta incidência dessas ocorrências entre


digitadores, em empresas públicas e privadas.

Com a concomitância do pouco conhecimento profissional sobre o assunto, os primeiros


casos de tendinites, tenossinovites, epicondilites e síndrome do túnel de carpo ou foram
mal conduzidos sob o ponto de vista médico ou os trabalhadores retornaram às mesmas
condições que precipitaram as lesões.

Começaram, então, a ser relatados os primeiros casos graves, com o despertar da


atenção para fatos até então desconhecidos no meio da medicina do trabalho, de
incapacidade para o trabalho decorrente de tendinite.

Nessa ocasião, coincidentemente com o fenômeno na Austrália, começou-se a utilizar no


Brasil o termo LER; também, nessa ocasião, pensou-se ser uma lesão exclusiva dos
digitadores.
FASE DE COALESCÊNCIA

A coalescência nos casos de DORT pode ser descrita assim no Brasil:

Com a incorporação da tecnologia da informática, o mundo do trabalho passou por


mudanças impressionantes nos últimos tempos:

Nos escritórios houve o abandono da máquina de escrever, dando lugar ao computador.

Desenvolveram-se programas de forma a automatizar o trabalho do auxiliar


administrativo, reduzindo a flexibilidade postural e limitando o tipo de atividade realizada
pelos escriturários.

Uma das atividades que mais passaram por transformações profundas foi a dos
bancários.
A INSTITUCIONALIZAÇÃO DA LER NO BRASIL

Como “o cerco foi sendo fechado”

1 – Lei 8.213, de julho/1991 – o artigo 118 da referida Lei definiu a estabilidade do


trabalhador por pelo menos um ano para os casos de acidentes do trabalho, e por
comparação, às doenças relacionadas ao trabalho.

2 – Abertura das fronteiras comerciais do Brasil (Governo Collor, 1991).

3 – Processos de indenização por dano.

4 – Atuação do Ministério Público do Trabalho.

5 – Dificuldade com o manejo administrativo dos lesionados e com reabilitação dos casos
antigos.
A INSTITUCIONALIZAÇÃO DA LER NO BRASIL

Como “o cerco foi sendo fechado”

6 – Mudança no enfoque da Previdência Social quanto à sua responsabilidade nas


doenças do trabalho.

7 – A relação das doenças relacionadas ao trabalho.

8 – Taxação dos riscos diferenciada.

9 – Mudança no enfoque político da Previdência Social quanto à emissão da CAT –


Comunicação de Acidente do Trabalho.

10 – FAP (Fator Acidentário Previdenciário) e NTEP (Nexo Técnico Epidemiológico


Previdenciário).

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