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FAZENDA URUAÉ – CONDADO, PERNAMBUCO.

O engenho de açúcar no Brasil colonial designa o local onde foi A CASA-GRANDE


produzido o açúcar durante o período colonial. Ou seja, eram as
fazendas que representavam a unidade de produção de açúcar. Era construída na parte mais elevada do terreno – o que
As primeiras mudas chegaram da Europa em meados do século permitia uma visão panorâmica de toda propriedade, a casa-
XVI. Os portugueses, colonizadores das terras pertencentes ao grande era a residência do senhor de engenho. Reunia,
Brasil, já possuíam técnicas de plantio na medida em que já também, as funções de fortaleza, hospedaria e escritório. Para
cultivavam e produziam o produto em outras partes do mundo. se proteger dos ataques, todas as edificações eram construídas
muito próximas, grudadas: casa-grande, senzala, engenho,
A Fazenda Uruaé é localizada em Condado, Pernambuco, construída no ano de 1736 juntamente senzalas, etc.
com a capela dedicada a Nossa Senhora da Piedade. João Alfredo viveu nesse local que possui Suas técnicas construtivas são de alvenaria de pedra ou taipa
ainda hoje seu estilo colonial típico preservado, composto pela casa grande, moita com chaminé, de pilão, telhado de madeira e telhas de barro, esquadrias de
senzala e a já mencionada capela. Para o funcionamento dessas fazendas, seguia-se uma lógica madeira
própria: as instalações das construções eram interligadas para realizar as diferentes etapas de
produção e processamento do açúcar. A SENZALA
A FAZENDA MONOCULTORA
CANAVIEIRA É designada a moradia coletiva dos escravos que abrigava
SÉCULO XVIII
dezenas de pessoas. Construída na lateral do terreno, bem
próximas à casa-grande.
No meio rural, morar significava trabalho e produção, era Fica nítido que o complexo dos Suas técnicas construtivas são feitas de alvenaria de tijolos ou
comporto de por um grande programa residencial da engenhos seguia alguns parâmetros: pau-a-pique, cobertura de telhas barro. As portas eram de
colônia, constituído por diversos edifícios, nos quais se casa-grande e a capela foram tábuas de madeira. O piso de terra batida e sem forro ou outra
destacavam principalmente pela economia: casa-grande, interligados, formando um único abertura.
senzala e a moita. Fazendas construídas próximos a rios conjunto.
ou algum córrego. A MOITA

Era constituída pelo engenho e a casa de máquinas eram


construídas na parte mais baixa do terreno. O que determinava o
rendimento do engenho era a força motriz através de animais.
Além disso, possuía no juntamente a parte de cozimento e
melaço.
Suas técnicas construtivas são feitas de alvenaria de tijolos ou
pau-a-pique, cobertura de telhas de barro. O engenho era
composto de uma construção simples de um galpão onde as
atividades agroindustriais se realizavam, constituídos somente
por algumas pilastras, telhado amadeirado e telhas de barro.

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UNIPAR - UNIVERSIDADE PARANAENSE
GISELE FRANCEZ – 170300 ARQUITETURA E URBANISMO
AS FAZENDAS COLONIAIS GUILHERME TONETTI - 195201 HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III
PROFA. ESP. RENATA FABIANE BORTOLATO
FAZENDA IBICABA – CORDEIROPÓLIS, SÃO PAULO.
O café chegou ao Brasil, na segunda década do século XVIII, A CASA-SEDE
através de Francisco de Melo Palheta. Estas primeiras mudas
foram trazidas da Guiana Francesa. No século XIX, as Nas casas-sedes, o primeiro pavimento era
plantações de café espalharam-se pelo interior de São Paulo contemplado os espaços necessários à convivência
e Rio de Janeiro. Os mercados nacionais e internacionais, social da família, no segundo pavimento ficavam as
principalmente Estados Unidos e Europa, aumentaram o dependências de recepção dos hóspedes e dos
consumo, favorecendo a exportação do produto brasileiro. visitantes que vinham tratar de negócios.
Suas técnicas construtivas são feitas de alvenaria de
A Fazenda Ibicaba foi construída em 1817, sua propriedade é do Senador Nicolau Pereira de tijolos ou pau-a-pique, cobertura de telhas de barro,
Campos Vergueiro, até sua morte, em 1859, localiza-se no município de Cordeirópolis, emancipado esquadrias de vidro e ferro.
em 1948 de Limeira, Estado de São Paulo, no Brasil. OS TERREIROS
Para o funcionamento dessas fazendas, seguia-se uma lógica própria: as instalações das
construções eram interligadas para realizar as diferentes etapas de produção e processamento do
café. Pode-se observar que suas técnicas arquitetônicas foram conservadas. Estão ligados às duas fases do beneficiamento do
café – a lavagem e a secagem –, sua localização e
implantação sempre dependeram da água e de uma
A FAZENDA MONOCULTORA CAFEEIRA boa insolação. O terreiro localiza-se em frente das
SÉCULO XIX residências dos trabalhadores, e eram interligados
O conjunto de edificações notadamente a casa-sede, a entre si, e aos tanques de lavagem de café por uma
senzala, os terreiros e as tulhas e casa de máquinas, A implantação dessas fazendas sofreu rede de canaletas.
formavam usualmente um “quadrado funcional”, algumas mudanças: a casa-sede e a
denominação dada à forma de implantação das mesmas capela ficam distantes entre si. AS SENZALAS
no sítio natural. Separação de edificação de moradia dos
proprietários e trabalho era separadas por muros A senzala, que abrigava a escravaria, também
grossos. Fazendas eram sempre nas proximidades de considerada no conjunto das cinco edificações,
rios. diretamente ligada à “atividade fim” da fazenda.
Sua técnica construtiva é de alvenaria e pilastras de
tijolos, chão de terra batida.
TULHAS E CASA DE MÁQUINAS

No que diz respeito ao setor produtivo, a casa de máquinas de beneficiar café


foi o edifício mais importante e imponente do conjunto. As tulhas apresentam-se
assobradadas ou sobre porão, criando boas condições de isolamento dos grãos
da umidade ao contato com o chão.
Sua técnica construtiva é de alvenaria e pilastras de tijolos e esquadrias de
madeira.

. UNIPAR - UNIVERSIDADE PARANAENSE


AS FAZENDAS COLONIAIS
GISELE FRANCEZ – 170300
GUILHERME TONETTI - 195201
ARQUITETURA E URBANISMO
HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III
PROFA. ESP. RENATA FABIANE BORTOLATO
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