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Estruturas Especiais E Pré-Moldados

Autores: Fernanda Capelli; Denis Nader Gonçalves; Laís Yuko Suzuki

Tema 06
Estruturas de Concreto
Resistentes ao Fogo –
Dimensionamento
Tema 06
Estruturas de Concreto Resistentes ao Fogo –
Dimensionamento

seções
SUZUKI, Laís Yuko; CAPELLI, Fernanda;
GONÇALVES, Denis Nader. Estruturas Especiais
e Pré-moldados: Estruturas de Concreto
Resistentes ao Fogo – Dimensionamento.
Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera
Educacional, 2018.
S e ç õ e s
CONTEÚDOSEHABILIDADES

LEITURAOBRIGATÓRIA
AGORAÉASUAVEZ

LINKSIMPORTANTES GLOSSÁRIO

REFERÊNCIAS

FINALIZANDO GABARITO
Tema 06
Estruturas de Concreto Resistentes ao Fogo –
Dimensionamento

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CONTEÚDOSEHABILIDADES
Neste tema você vai aprofundar o seu conhecimento sobre a importância da segurança
contra incêndio no projeto estrutural das edificações. Vimos no tema anterior os principais
meios ativos e passivos de proteção contra incêndio e os comportamentos dos materiais do
concreto armado com o aumento da temperatura. A seguir, estudaremos o método tabular
para definir o tempo requerido de resistência ao fogo - TRRF, que é um parâmetro de projeto
para dimensionamento das estruturas em situação de incêndio. Além disso, estudaremos o
método tabular para dimensionamento de lajes, vigas e pilares em concreto armado como
forma de proteção passiva contra incêndio. Com a leitura deste tema, você será capaz de
dimensionar estruturas em situação de incêndio conforme as normas brasileiras.

LEITURAOBRIGATÓRIA
Estruturas de Concreto Resistentes ao Fogo –
Dimensionamento
Tempo Requerido de Resistência ao Fogo (TRRF)
O Tempo Requerido de Resistência ao Fogo - TRRF é um parâmetro de projeto muito
importante no dimensionamento de estruturas em situação de incêndio. A NBR 14432
(ABNT, 2001) define o TRRF como o tempo mínimo de resistência ao fogo de um elemento
construtivo quando sujeito ao incêndio-padrão, definido como a elevação padronizada de
temperatura em função do tempo. A resistência ao fogo é a propriedade de um elemento
de construção de resistir à ação do fogo por determinado período de tempo, mantendo sua
segurança estrutural, estanqueidade e isolamento, onde aplicável.

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Apesar do TRRF ser fornecido sob unidade de tempo (minutos), constitui-se apenas um
parâmetro para projeto em função do risco de incêndio e de suas consequências devido a
uma falha estrutural. Portanto, o TRRF não representa o tempo de duração de um incêndio,
tempo de desocupação ou tempo-resposta de Corpo de Bombeiros (COSTA, 2008; SILVA,
2012).

Método Tabular para Determinação do TRRF


O método tabular é recomendado pela NBR 14432 (ABNT, 2001) para determinar o TRRF,
é composto da Tabela 1, em função das dimensões e do tipo de ocupação da edificação.

Tabela 1 – Tempos requeridos de resistência ao fogo (TRRF), em minutos

Profundidade do
Altura da edificação
subsolo
Classe Classe Classe
Grupo Ocupação/uso Divisão Classe Classe Classe Classe
P2 6 m P3 12 P4 23
S2 hs > S1 hs ≤ P1 h ≤ P5 h >
< h ≤ 12 m<h≤ m<h≤
10 m 10 m 6m 30 m
m 23 m 30 m
A Residencial A-1 a A-3 90 60 (30) 30 30 60 90 120
Serviços de
B B-1 e B-2 90 60 30 60 (30) 60 90 120
hospedagem
Comercial
C C-1 a C-3 90 60 60 (30) 60 (30) 60 90 120
varejista
Serviços
profissionais,
D D-1 a D-3 90 60 (30) 30 60 (30) 60 90 120
pessoais e
técnicos
Educacional e
E E-1 a E-6 90 60 (30) 30 30 60 90 120
cultura física
Locais de
F-1, F-2, F-5,
F reunião de 90 60 60 (30) 60 60 90 120
F-6 e F-8
público
G-1 e G-2
não abertos
90 60 (30) 30 60 (30) 60 90 120
lateralmente e
Serviços
G G-3 a G-5
automotivos
G-1 e G-2
abertos 90 60 (30) 30 30 30 30 60
lateralmente

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Serviços
H de saúde e H-1 a H-5 90 60 30 60 60 90 120
institucionais
I-1 90 60 (30) 30 30 60 90 120
I Industrial
I-2 120 90 60 (30) 60 (30) 90 (60) 120 (90) 120
J-1 90 60 (30) 30 30 30 30 60
J Depósitos
J-2 120 90 60 60 90 (60) 120 (90) 120

Fonte: NBR 14432 (ABNT, 2001)

Como vimos no tema anterior, os edifícios que possuem baixo risco à vida em função da
área, uso, carga de incêndio e altura da edificação podem dispensar a verificação de
segurança estrutural em incêndio.

Método do Tempo Equivalente


A NBR 14432 (ABNT, 2001) permite usar o Método do Tempo Equivalente para considerar
os meios de proteção ativa na redução da exigência de resistência ao fogo da estrutura.

Segundo a NBR 15200 (ABNT, 2012), nas edificações com características favoráveis à
segurança contra incêndio, os valores de TRRF podem ser reduzidos em até 30 minutos.
Se o tempo equivalente te £ TRRF - 30, então o valor de TRRF poderá ser substituído por
TRRF-30, limitado inferiormente em 15 minutos. O valor de “te” é calculado conforme a
norma.

Segurança estrutural / Ações nas estruturas em situação de


incêndio
Como a ação de um incêndio tem duração extremamente curta e baixa probabilidade de
ocorrer durante a vida útil de uma edificação, esta é classificada como ação excepcional.
Para o cálculo de Sd ,fi , esforços atuantes em situação de incêndio, pode-se considerar uma
combinação excepcional das ações, em outras palavras, as forças atuantes são reduzidas
em relação aos valores normalmente utilizados em temperatura ambiente (SILVA, 2012).

Para os efeitos da NBR 15200 (ABNT, 2012), são aceitos o método tabular, o método
analítico para pilares, o método simplificado de cálculo, métodos avançados de cálculo e
o método experimental. Neste tema, estudaremos o método tabular para verificação das
estruturas em situação de incêndio.

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Método Tabular para Dimensionamento

A NBR 15200 (ABNT, 2012) informa que neste método, basta atender às dimensões mínimas
apresentadas nas Tabelas 6.2 a 6.11, em função do tipo de elemento estrutural e do TRRF,
respeitando-se as limitações indicadas. Essas dimensões mínimas são normalmente: a
largura das vigas, a espessura das lajes, as dimensões das seções transversais de pilares
e tirantes e, principalmente, a distância entre o eixo da armadura longitudinal e a face do
concreto exposta ao fogo ( c1 ) e devem sempre respeitar também a NBR 6118 (ABNT,
2014).

Ensaios mostram que, em situação de incêndio, as peças de concreto geralmente rompem


por flexão ou flexocompressão. Assim, a NBR 15200 (ABNT, 2012) considera apenas a
armadura longitudinal no método tabular. No entanto, em situação de incêndio, pode ocorrer
ruptura por cisalhamento em pilares.

Os valores de c1 indicados nas Tabelas 6.2 e 6.3 foram determinados admitindo-se


Sd ,fi A
Sde s,calc As,ef = 1 , em que Sd ,fi e Sd são valores de cálculo dos esforços solicitantes
= 0,7

em situação de incêndio e à temperatura ambiente, respectivamente, e As,calc e As,ef são os


valores da área de armadura calculada conforme NBR 6118 (ABNT, 2014) e da área de
armadura realmente instalada, respectivamente. Caso esses valores sejam menores, c1
pode ser reduzido de D c1 , conforme a seguinte equação:

S A
D c1 = 24,5 - 35 × d ,fi × s,calc (D c1 em mm)
Sd As,ef

As,calc Sd ,fi
Essa equação é válida nos intervalos 0,7 £
As,ef
£ 1,0 e 0, 4 £
Sd
£ 0,7 .

As,calc As,calc
Para As,ef
< 0,7 , adotar As,ef
= 0,7 .

Sd ,fi Sd ,fi
Para Sd
< 0, 4 , adotar Sd
= 0, 4 .

A NBR 15200 (ABNT, 2012) não permite a consideração do revestimento na determinação


das dimensões mínimas da seção transversal de pilares e lajes lisas ou cogumelos. Para
outros elementos, não há essa restrição, é permitida a consideração do revestimento no

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cálculo de c1 , respeitadas as seguintes prescrições:

- revestimentos aderentes de argamassa de cal e areia (aderência à tração de acordo com


a NBR 13528 (ABNT, 2010) maior ou igual a 0,2 MPa) têm 67% de eficiência relativa ao
concreto;

- revestimento de argamassa de cimento e areia aderentes (aderência à tração de acordo


com a NBR 13528 (ABNT, 2010) maior ou igual a 0,2 MPa) têm 100% de eficiência relativa
ao concreto;

- revestimentos protetores à base de gesso, vermiculita ou fibras com desempenho


equivalente podem ser empregados, desde que sua eficiência e aderência na situação de
incêndio sejam demonstradas experimentalmente.

Vigas
As Tabela 6.2 e Tabela 6.3 foram construídas com a hipótese de vigas com aquecimento em
três lados, sob laje. Os valores indicados nessas tabelas também podem ser empregados
para o caso de vigas aquecidas nos quatro lados, desde que sua altura não seja inferior a
bmin e a área da seção transversal da viga não seja inferior a 2 ×bmin2 .

Em virtude da concentração de temperatura junto às bordas da face inferior das vigas,


quando houver somente uma camada de armaduras e largura não superior ao bmin indicado
na coluna 3 da Tabela 6.2 e na coluna 2 da Tabela 6.3, conforme o TRRF, a NBR 15200
(ABNT, 2012) recomenda que a distância c1l (Figura 1) no fundo das vigas deve ser 10 mm
maior do que o c1 dado pelas referidas tabelas.

Como alternativa para se manter os cobrimentos iguais, da face inferior e das laterais
( c1l = c1 ), deve-se:

- para concreto armado, especificar barras de canto com um diâmetro imediatamente


superior ao calculado, conforme NBR 7480 (ABNT, 2007);

- para concreto protendido, considerar para efeito de dimensionamento uma força de


protensão igual a 0,7 da indicada para obra.

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Figura 1 – Distâncias c1l e c1

Fonte: NBR 15200 (ABNT, 2012)

Para vigas de largura variável, bmin refere-se ao mínimo valor de b medido ao nível do centro
geométrico das armaduras e bw é o menor valor de largura da alma, conforme Figura 2.

Figura 2 – Definição das dimensões para diferentes tipos de seção transversal de vigas

Fonte: NBR 15200 (ABNT, 2012)

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Tabela 2 – Dimensões mínimas para vigas biapoiadasa

bmin
TRRF Combinações de c1 bw min
Min mm/mm Mm
1 2 3 4
30 80/25 120/20 160/15 190/15 80
60 120/40 160/35 190/30 300/25 100
90 140/60 190/45 300/40 400/35 100
120 190/68 240/60 300/55 500/50 120
180 240/80 300/70 400/65 600/60 140
a
Os valores de c1 indicados nesta tabela são válidos para armadura passiva. No caso de elementos
protendidos, os valores de c1 para armadura ativa são determinados acrescentando-se 10 mm para
barras e 15 mm para fios e cordoalhas.
Fonte: NBR 15200 (ABNT, 2012)
Os valores da Tabela 3 somente podem ser utilizados se o coeficiente de redistribuição de
momentos à temperatura ambiente respeitar os limites estabelecidos na NBR 6118 (ABNT,
2014). Caso contrário, deve ser empregada a 2 (vigas biapoiadas) ou deve ser elaborada
análise mais precisa.
Tabela 3 – Dimensões mínimas para vigas contínuas ou vigas de pórticosa

bmin
TRRF Combinações de c1 bw min

Min mm/mm
Mm
1 2 3 4
30 80/15 160/12 - - 80
60 120/25 190/12 - - 100
90 140/37 250/25 - - 100
120 190/45 300/35 450/35 500/30 120
180 240/60 400/50 550/50 600/40 140
a
Os valores de c1 indicados nesta tabela são válidos para armadura passiva. No caso de elementos
protendidos, os valores de c1 para armadura ativa são determinados acrescentando-se 10 mm para
barras e 15 mm para fios e cordoalhas.
Fonte: NBR 15200 (ABNT, 2012)

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LEITURAOBRIGATÓRIA
Para vigas contínuas com TRRF ≥ 90 min, a área de armaduras negativas entre a linha de
centro do apoio e 0,3l ef não pode ser menor que:

As,calc (x ) = As,calc (0) ×(1 - 2,5 ×x / l ef )

onde:

x é a distância entre a linha de centro do apoio e a seção considerada;

As,calc (x ) é a mínima área de armaduras negativas na seção localizada na distância “x”;

As,calc (0) é a área de armaduras negativas calculada conforme ABNT NBR 6118 (2014);

l ef é o comprimento efetivo do vão da viga determinado conforme NBR 6118 (ABNT, 2014).

Quando as barras da armadura forem dispostas em camadas, a distância média à face do


concreto ( c1m ) deve respeitar o valor c1mín tabelado. O valor c1m deve sempre ser o menor
entre os seguintes valores:
åc A1vi si

c1m <
å A si

åc A1vi si

å A si

onde:

c1vi é a distância da barra i, de área Asi , ao fundo da viga;

c1hi é a distância da barra i, de área Asi , à face lateral mais próxima.


Figura 3 – Envoltória de momentos fletores

Fonte: NBR 15200 (ABNT, 2012)

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LEITURAOBRIGATÓRIA
Lajes
As Tabelas 4 a 9 fornecem as espessuras mínimas para lajes e capas de lajes nervuradas
com aquecimento da face inferior e o valor de c1 das armaduras inferiores, em função dos
TRRF.

Os valores de h indicado nas Tabelas 4 a 8 são os mínimos para garantir a função corta-fogo.
Caso não haja essa exigência, a espessura das lajes poderá ser a calculada à temperatura
ambiente conforme NBR 6118 (ABNT, 2014).
Tabela 4 – Dimensões mínimas para lajes simplesmente apoiadasc

c1

Mm
TRRF ha
lajes armadas em duas direçõesb Laje armada em
min mm uma direção
l l £ 1,5 1,5 < l l £ 2
y x y x
l y l x > 2

30 60 10 10 10
60 80 10 15 20
90 100 15 20 30
120 120 20 25 40
180 150 30 40 55
a
Dimensões mínimas para garantir a função corta-fogo.
b
Lajes apoiadas nas quatro bordas; caso contrário, a laje deve ser considerada armada em uma direção.
c
Os valores de c1 indicados nesta tabela são válidos para armadura passiva. No caso de elementos
protendidos, os valores de c1 para armadura ativa são determinados acrescentando-se 10 mm para barras
e 15 mm para fios e cordoalhas.
Fonte: NBR 15200 (ABNT, 2012)

Para uso das Tabelas 5 e 6, aplicam-se os mesmos requisitos para vigas contínuas
referentes às redistribuições de momentos e prolongamento das armaduras negativas no
vão dos elementos estruturais. No caso dessas exigências não serem observadas, as lajes
contínuas sobre vigas (Tabela 5) devem ser tratadas como simplesmente apoiadas (Tabela
4), as lajes lisas (Tabela 6) devem ter c1 conforme Tabela 4 para laje armada em uma só
direção, no entanto, h deve seguir a Tabela 6.6.

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LEITURAOBRIGATÓRIA
Tabela 5 – Dimensões mínimas para lajes contínuasc

TRRF ha c1b
Min Mm mm
30 60 10
60 80 10
90 100 15
120 120 20
180 150 30
a
Dimensões mínimas para garantir a função corta-fogo.
b
Válidos para lajes armadas em uma ou duas direções.
c
Os valores de c1 indicados nesta tabela são válidos para armadura passiva. No caso de elementos
protendidos, os valores de c1 para armadura ativa são determinados acrescentando-se 10 mm para barras
e 15 mm para fios e cordoalhas.
Fonte: NBR 15200 (ABNT, 2012)

Tabela 6 – Dimensões mínimas para lajes lisas ou cogumeloa

TRRF h c1
Min Mm mm
30 150 10
60 180 15
90 200 25
120 200 35
180 200 45
a
Os valores de c1 indicados nesta tabela são válidos para armadura passiva. No caso de elementos
protendidos, os valores de c1 para armadura ativa são determinados acrescentando-se 10 mm para barras
e 15 mm para fios e cordoalhas.
Fonte: NBR 15200 (ABNT, 2012)

A Tabela 7 e a Tabela 8 são adequadas a lajes nervuradas armadas em duas direções.


Para lajes nervuradas armadas em uma só direção, a Tabela 9 aplica-se às nervuras e a
Tabela 4 (coluna para lajes armadas em uma só direção), à capa.

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LEITURAOBRIGATÓRIA
Tabela 7 – Dimensões mínimas para lajes nervuradas simplesmente apoiadasc

Nervuras
Capab
TRRF Combinações de bmín c1 a
h c1
Min mm/mm
1 2 3 mm/mm
30 80/15 60/10
60 100/35 120/25 190/15 80/10
90 120/45 160/40 250/30 100/15
120 160/60 190/55 300/40 120/20
180 220/75 260/70 410/60 150/30
a
corresponde à largura mínima da nervura ao nível do centro geométrico das armaduras.
b
h é a altura mínima da laje para garantir a função corta-fogo.
c
Os valores de c1 indicados nesta tabela são válidos para armadura passiva. No caso de elementos
protendidos, os valores de c1 para armadura ativa são determinados acrescentando-se 10 mm para
barras e 15 mm para fios e cordoalhas.
Fonte: NBR 15200 (ABNT, 2012)

Tabela 8 – Dimensões mínimas para lajes nervuradas contínuas em pelo menos uma das bordasc

Nervuras
Capab
TRRF Combinações de bmín c1 a
h c1
Min mm/mm
1 2 3 mm/mm
30 80/10 60/10
60 100/25 120/15 190/10 80/10
90 120/35 160/25 250/15 100/15
120 160/45 190/40 300/30 120/20
180 310/60 600/50 150/30
a
corresponde à largura mínima da nervura ao nível do centro geométrico das armaduras.
b
h é a altura mínima da laje para garantir a função corta-fogo.
c
Os valores de c1 indicados nesta tabela são válidos para armadura passiva. No caso de elementos
protendidos, os valores de c1 para armadura ativa são determinados acrescentando-se 10 mm para
barras e 15 mm para fios e cordoalhas.
Fonte: NBR 15200 (ABNT, 2012)
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LEITURAOBRIGATÓRIA
Tabela 8 – Dimensões mínimas para lajes nervuradas contínuas em pelo menos uma das bordasc

Nervuras
TRRF Combinações de bmín c1 a

Min mm/mm
1 2
30 80/25 100/20
60 100/45 120/40
90 130/60 150/50
120 160/65 220/50
180 220/80
a
Os valores de c1 indicados nesta tabela são válidos para armadura passiva. No caso de elementos
protendidos, os valores de c1 para armadura ativa são determinados acrescentando-se 10 mm para
barras e 15 mm para fios e cordoalhas.
Fonte: NBR 15200 (ABNT, 2012)

Pilares
As Tabelas 10 e 11 fornecem as dimensões mínimas para a seção transversal e os valores
de c1 das armaduras para pilares com uma face exposta ao fogo e pilares-parede, em
função dos TRRF.

Tabela 10 – Dimensões mínimas para pilares com uma face exposta ao fogo

Nervuras
TRRF
Combinações de bmín c1 a
Min mm/mm
30 155/25
60 155/25
90 155/25
120 175/35
180 230/55
180 220/80

Fonte: NBR 15200 (ABNT, 2012)

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LEITURAOBRIGATÓRIA
Para pilares com mais de uma face exposta ao fogo pode-se empregar o método analítico.
Tabela 11 - Dimensões mínimas para pilares-paredea

Combinações de bmín c1 a
mm/mm
TRRF mfi = 0, 35 mfi = 0, 7
Min Uma face Duas faces Uma face Duas faces
exposta expostas exposta expostas
1 2 3 4
30 100/10 120/10 120/10 120/10
60 110/10 120/10 130/10 140/10
90 120/20 140/10 140/25 170/25
120 140/25 160/25 160/35 220/35
180 180/40 200/45 210/50 270/55
a
Pilar-parede conforme ABNT NBR 6118
Fonte: NBR 15200 (ABNT, 2012)

Para o uso da Tabela 11:

NSd ,fi
mfi =
NRd
onde:

NSd ,fi é o valor de cálculo da força axial em situação de incêndio;

NRd é o valor de cálculo da força normal resistente do pilar calculado de acordo com NBR
6118 (ABNT, 2014) com gm à temperatura ambiente, incluindo os efeitos da não linearidade
geométrica (2a ordem) e desconsiderados os efeitos das forças decorrentes do vento.

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LINKSIMPORTANTES
Segurança contra incêndios no Brasil – Vídeo de entrevista sobre normas e legislações
após a tragédia da Boate Kiss. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=q-IMgj-
xQco>. Acesso em: 24 out. 2017. Tempo: 16:57.

Compartimentação vertical – Vídeo que ilustra exemplos de medidas de proteção passiva


de compartimentação vertical. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=_
DZmyakZHDk>. Acesso em: 24 out. 2017. Tempo: 1:33.

WebTQSAula | CAD/TQS | Verificação em Situação de Incêndio – Vídeo de webaula para


verificação de estruturas em situação de incêndio a partir do software de cálculo estrutural
TQS. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=57_jqgunvDU>. Acesso em: 24
out. 2017. Tempo: 46:50.

Estruturas de concreto em situação de incêndio – Artigo de profissionais e professores da


área de segurança contra incêndio em estruturas, publicado na revista Téchne. Disponível
em: <http://techne17.pini.com.br/engenharia-civil/99/estruturas-de-concreto-em-situacao-
de-incendio-285662-1.aspx>. Acesso em: 24 out. 2017.

Diretrizes da nova norma brasileira NBR 15200:2004 para projeto de estruturas de


concreto em situação de incêndio: uma análise comparativa com a NBR 6118:2003 – Artigo
publicado na Revista Ibracon de Estruturas, São Paulo. Disponível em: <http://www.ibracon.
org.br/publicacoes/revistas_ibracon/rev_estruturas/pdf/Riest-vol2%20-%20artigo%20
1-pags1a30.pdf>. Acesso em: 20 out. 2017.

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AGORAÉASUAVEZ
Instruções:
Agora chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você
encontrará algumas questões de múltipla escolha e dissertativas. Leia
cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo
pedido. Bom estudo!

Questão 1: c) Quando permitida a consideração


do revestimento no cálculo de , os
O que é TRRF e qual a sua importância no
revestimentos aderentes de argamassa
dimensionamento de estruturas de concre-
de cal e areia (aderência à tração de
to armado em situação de incêndio?
acordo com a NBR 13528 (ABNT, 2010)
Questão 2: maior ou igual a 0,2 MPa) têm 100% de
eficiência relativa ao concreto.
Assinale a alternativa correta sobre reves-
timentos: d) Quando permitida a consideração
do revestimento no cálculo de , o
a) A NBR 15200 (ABNT, 2012) permite revestimento de argamassa de cimento
a consideração do revestimento na e areia aderentes (aderência à tração de
determinação das dimensões mínimas da acordo com a NBR 13528 (ABNT, 2010)
seção transversal de pilares e lajes lisas maior ou igual a 0,2 MPa) tem 67% de
ou cogumelos. eficiência relativa ao concreto.

b) É permitida a consideração do e) Quando permitida a consideração


revestimento no cálculo de para todos do revestimento no cálculo de , os
os elementos da estrutura. revestimentos protetores à base de gesso,
vermiculita ou fibras com desempenho
19
AGORAÉASUAVEZ
equivalente podem ser empregados, Questão 4:
desde que sua eficiência e aderência na
situação de incêndio sejam demonstradas Para o edifício da questão 3, uma viga bia-
experimentalmente. poiada do pavimento tipo foi dimensionada
pela NBR 6118, obtendo-se a seguinte se-
Questão 3: ção:
A partir do método tabular, defina o TRRF Figura 4 - Croqui dos pavimentos do edifí-
para o edifício residencial da Figura 4 a se- cio
guir:
Figura 4 - Croqui dos pavimentos do edifí-
cio

reservatório
barrilete
casa de máquina

Sendo a classe de agressividade ambien-


tal II, a armadura longitudinal da viga de 10
mm em uma camada e supondo que não
seja possível a redução do TRRF do edifí-
cio pelo método do tempo equivalente, ve-
rifique se as dimensões da viga atendem
às dimensões mínimas da NBR 15200 pelo
método tabular.

20
AGORAÉASUAVEZ
Questão 5: b)
Selecione a alternativa de laje que possui as
dimensões mínimas conforme método ta-
bular apresentado na NBR 15200 para laje
nervurada simplesmente apoiada em edifício
com TRRF de 120 minutos.
Tabela 7 – Dimensões mínimas para lajes
nervuradas simplesmente apoiadasc
c)
Nervuras
Capab
TRRF Combinações de bmín c1 a
h c1
Min mm/mm
1 2 3 mm/mm

30 80/15 60/10
60 100/35 120/25 190/15 80/10
90 120/45 160/40 250/30 100/15
120 160/60 190/55 300/40 120/20
180 220/75 260/70 410/60 150/30
a
corresponde à largura mínima da nervura ao nível do centro
geométrico das armaduras. d)
b
h é a altura mínima da laje para garantir a função corta-fogo.
c
Os valores de c1 indicados nesta tabela são válidos para
armadura passiva. No caso de elementos protendidos,
os valores de c1 para armadura ativa são determinados
acrescentando-se 10 mm para barras e 15 mm para fios e
cordoalhas.

Fonte: NBR 15200 (ABNT, 2012)

a) e)

21
FINALIZANDO
Neste tema você aprendeu o conceito de tempo requerido de resistência ao fogo – TRRF
e que a determinação de seu valor pelo método tabular pode ser feita em função do uso,
ocupação e altura da edificação. O TRRF é um parâmetro que deve ser considerado no
dimensionamento de estruturas de concreto armado em situação de incêndio. Conforme
a NBR 15200 (ABNT, 2012), existem alguns métodos de dimensionamento e verificação
das estruturas em situação de incêndio que podem ser aceitos. Neste tema, estudamos
o método tabular de dimensionamento, vimos que por este método, basta atender às
dimensões mínimas apresentadas nas tabelas, em função do tipo de elemento estrutural e
do TRRF, respeitando-se as limitações indicadas.

22
GLOSSÁRIO
Altura da edificação: Distância compreendida entre o ponto que caracteriza a saída situada
no nível de descarga do prédio e o piso do último pavimento, excetuando-se zeladorias,
barrilete, casa de máquinas, piso técnico e pisos sem permanência humana.

Carga de incêndio: Soma das energias caloríficas que poderiam ser liberadas pela
combustão completa de todos os materiais combustíveis em um espaço, inclusive os
revestimentos das paredes divisórias, pisos e tetos.

Estanqueidade: Capacidade de um elemento construtivo de impedir a ocorrência de


rachaduras ou aberturas, através das quais podem passar chamas e gases quentes capazes
de ignizar um chumaço de algodão, conforme estabelecido nas NBR 5628 e NBR 10636.

Incêndio-padrão: Elevação padronizada de temperatura em função do tempo, dada pela


seguinte expressão:

qg = q0 + 345 ×log (8 ×t + 1)

onde:

t é o tempo, em minutos;

q0
é a temperatura do ambiente antes do início do aquecimento, em graus Celsius,
geralmente tomada igual a 20°C;
qg
é a temperatura dos gases, em graus Celsius, no instante t.

Tempo requerido de resitência ao fogo: tempo mínimo de resistência ao fogo, preconizado


pela ABNT NBR 14432 ou regulamentos oficiais específicos para o projeto, de um elemento
construtivo quando sujeito ao incêndio-padrão.

23
GABARITO
Questão 1

Resposta:

O Tempo Requerido de Resistência ao Fogo - TRRF é um parâmetro de projeto muito


importante no dimensionamento de estruturas em situação de incêndio. A NBR 14432
(ABNT, 2001) define o TRRF como o tempo mínimo de resistência ao fogo de um elemento
construtivo quando sujeito ao incêndio-padrão, definido como a elevação padronizada
de temperatura em função do tempo. O TRRF é definido a partir das características da
construção e do seu uso. O dimensionamento das estruturas em situação de incêndio é
feito em função do TRRF da edificação.

Questão 2
Resposta:

Correta letra (e)

a) A ABNT NBR 15200 (2012) não permite a consideração do revestimento na determinação


das dimensões mínimas da seção transversal de pilares e lajes lisas ou cogumelos.

b) É permitida a consideração do revestimento no cálculo de c1 para os demais elementos


da estrutura (que não sejam pilares e lajes lisas ou cogumelos).

c) Quando permitida a consideração do revestimento no cálculo de c1, os revestimentos


aderentes de argamassa de cal e areia (aderência à tração de acordo com a ABNT NBR
13528 (2010) maior ou igual a 0,2 MPa) têm 67,7% de eficiência relativa ao concreto.

d) Quando permitida a consideração do revestimento no cálculo de c1, o revestimento de


argamassa de cimento e areia aderentes (aderência à tração de acordo com a ABNT NBR
13528 (2010) maior ou igual a 0,2 MPa) tem 100% de eficiência relativa ao concreto.

e) Quando permitida a consideração do revestimento no cálculo de c1, os revestimentos

24
GABARITO
protetores à base de gesso, vermiculita ou fibras com desempenho equivalente podem
ser empregados, desde que sua eficiência e aderência na situação de incêndio sejam
demonstradas experimentalmente. Correta

Questão 3

Resposta:

O TRRF do edifício da Figura 6.4 é igual a 90. Segundo a Tabela 3, para ocupações
residenciais com altura 23m < h £ 30 m , TRRF=90 e para profundidade de subsolo hs ≤
10m, TRRF = 60. E segundo a ABNT NBR 14432, em uma mesma edificação, o TRRF do
subsolo não pode ser tomado menor que o dos pavimentos situados acima do solo.

Figura 4 - Croqui dos pavimentos do edifício

reservatório
barrilete
casa de máquina

Questão 4

Resposta:

Para o edifício da questão 3, uma viga biapoiada do pavimento tipo foi dimensionada pela
NBR 6118, obtendo-se a seguinte seção:

Sendo a classe de agressividade ambiental II, a armadura longitudinal da viga de 10 mm


25
GABARITO
em uma camada e supondo que não seja possível a redução do TRRF do edifício pelo
método do tempo equivalente, verifique se as dimensões da viga atendem às dimensões
mínimas da NBR 15200 pelo método tabular.

Solução da questão 4:
Figura 5 - Seção de viga biapoiada do pavimento tipo

Para TRRF=90 da questão 3, a seção da Figura 5 não apresenta as dimensões mínimas


para vigas biapoiadas. De acordo com a Tabela 2, para largura de 14 cm, o c1 deve ser de
60 mm.
Tabela 2 – Dimensões mínimas para vigas biapoiadasa

Nervuras
TRRF
bw min
Combinações de bmín c1 amm/mm
Min mm/mm
1 2 3 4

30 80/25 120/20 160/15 190/15 80


60 120/40 160/35 190/30 300/25 100
90 140/60 190/45 300/40 400/35 100
120 190/68 240/60 300/55 500/50 120
180 240/80 300/70 400/65 600/60 140
a
Os valores de c1 indicados nesta tabela são válidos para armadura passiva. No caso de elementos protendidos, os valores
de c1 para armadura ativa são determinados acrescentando-se 10 mm para barras e 15 mm para fios e cordoalhas.Fonte: NBR

15200 (ABNT, 2012)

26
GABARITO
Questão 5
Resposta:

A laje que possui as dimensões mínimas conforme método tabular apresentado na NBR
15200 para laje nervurada simplesmente apoiada em edifício com TRRF de 120 minutos é
a letra (b), conforme Tabela 7.

a)

b)

c)

27
GABARITO
d)

e)

Tabela 7 – Dimensões mínimas para lajes nervuradas simplesmente apoiadasc

Nervuras
Capab
TRRF Combinações de bmín c1 a
h c1
Min mm/mm
1 2 3 mm/mm

30 80/15 60/10
60 100/35 120/25 190/15 80/10
90 120/45 160/40 250/30 100/15
120 160/60 190/55 300/40 120/20

a
corresponde à largura mínima da nervura ao nível do centro geométrico das armaduras.
b
h é a altura mínima da laje para garantir a função corta-fogo.
c
Os valores de c1 indicados nesta tabela são válidos para armadura passiva. No caso de elementos protendidos, os valores de
c1 para armadura ativa são determinados acrescentando-se 10 mm para barras e 15 mm para fios e cordoalhas.
Fonte: NBR 15200 (ABNT, 2012)

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REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 6118: Projeto de es-
truturas de concreto – Procedimento. Rio de Janeiro, 2014.

______. ABNT NBR 7480: Aço destinado a armaduras para estruturas de concreto arma-
do - Especificação. Rio de Jeneiro, 2007. 13p.

______. ABNT NBR 13528: Revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgânicas


– Determinação da resistência de aderência à tração. Rio de Janeiro, 2010. 11p.

______. ABNT NBR 14432: Exigências de resistência ao fogo de elementos construtivos


de edificações. Rio de Janeiro, 2001.

______. ABNT NBR 15200: Projeto de estruturas de concreto em situação de incêndio.


Rio de Janeiro, 2012.

COSTA, C. N. Dimensionamento de Elementos de Concreto Armado em Situação de In-


cêndio. Tese apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. São Paulo,
2008.

COSTA, Carla Neves; SILVA, Valdir Pignatta. Diretrizes da nova norma brasileira NBR
15200:2004 para projeto de estruturas de concreto em situação de incêndio: uma análise
comparativa com a NBR 6118:2003. Revista Ibracon de Estruturas, São Paulo, v. 2, n. 1,
p. 1-30, 2006.

COSTA, Carla Neves; STUCCHI, Fernando Rebouças; SILVA, Valdir Pignatta. Estrutu-
ras de concreto em situação de incêndio. Revista Pini Téchne, São Paulo, edição 99, jun.
2005. Disponível em: <http://techne17.pini.com.br/engenharia-civil/99/estruturas-de-con-
creto-em-situacao-de-incendio-285662-1.aspx>. Acesso em: 24 out. 2017.

SILVA, Valdir Pignatta. Projeto de estruturas de concreto armado em situação de incêndio:


conforme ABNT NBR 15200:2012. 1. ed. São Paulo: Blücher, 2012.

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