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Tecnologia da Construção

Prof. Me. Jefferson Teixeira Olea Homrich

Jefferson.homrich@unidep.edu.br

AULA 04
Canteiro de Obras

Pato Branco, Agosto de 2021.


✓ Sistema complexo, com muitos riscos associados
✓ Análise prévia e criteriosa de sua implantação
✓ Qualidade
✓ Produtividade
✓ Segurança
Duas torres de apartamentos Condomínio com 200 casas
Vantagens
Desvantagens
Definição

✓ Área de trabalho fixa e temporária, onde se desenvolvem as


operações de apoio e execução de uma obra.
(NR 18/2013: Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção)

✓ Conjunto de áreas destinadas à execução e apoio dos trabalhos da


indústria da construção, dividindo-se em:
✓ áreas operacionais
✓ áreas de vivência.
(NBR 12284/1991: Áreas de vivência em canteiros)
Definições Preliminares

✓ Antes de elaborar os projetos para as diversas fases do canteiro,


são necessárias informações preliminares relativas ao
planejamento da obra;
✓ Elas vão determinar, junto com o espaço disponível no terreno, as
áreas necessárias para escritórios, alojamentos e estoques.
Dependendo da situação, pode valer a pena alugar terrenos
vizinhos para acomodar algumas dessas instalações.
Definições Preliminares
PROJETOS E TEMPO DE EXECUÇÃO
✓ Diferentes períodos de execução dos serviços da obra correspondem a
diferentes demandas por materiais, mão de obra e equipamentos;
✓ É desejável, para dar início aos estudos do layout do canteiro, ter à mão
plantas de topografia e de subsolos, térreo e tipo das torres (arquitetura
e estrutura), sempre com delimitação do terreno.
✓ Também são úteis informações sobre o entorno da obra, como as
características das construções vizinhas, condições e disponibilidade de
vias de acesso, localização das redes de água e energia elétrica
Definições Preliminares
PLANO DE ATAQUE
✓ Trata-se da sequência de serviços planejada para a execução da obra;
✓ São informações fundamentais para a elaboração do cronograma físico
de construção do empreendimento;
✓ Aqui, por exemplo, é definido se a torre será executada num primeiro
momento e a periferia numa etapa posterior, se serão executadas ao
mesmo tempo etc.;
✓ Elas ajudam o projetista do canteiro a ter alguma noção a respeito das
áreas que estarão disponíveis para as instalações em cada fase da
construção.
Definições Preliminares
CRONOGRAMA FÍSICO
✓ De posse das informações anteriores, elabora-se o cronograma físico da obra.
✓ Para algumas atividades, sugere-se fazer um detalhamento semanal da
programação; para outras, basta indicar os momentos de início e conclusão;
✓ No primeiro grupo - que inclui serviços como armação, concretagem, alvenaria
e revestimentos de argamassa - estão os materiais que exigem maior cuidado
quanto ao planejamento de transporte e de espaços para estocagem;
✓ O segundo grupo - onde estão as instalações hidráulicas e elétricas, execução
de azulejos e pisos cerâmicos, por exemplo - contém insumos para os quais se
pode prever áreas de estocagem sem passar necessariamente por
quantificação de consumos semanais.
Definições Preliminares
PERÍODO DE UTILIZAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS
✓ Face à tecnologia construtiva adotada, ao ritmo que se quer imprimir à
execução do empreendimento e à demanda da obra por insumos, faz-se
o dimensionamento dos equipamentos de transporte;
✓ É o momento de decidir se a obra vai empregar apenas cremalheira ou
se necessita também de grua, se o acesso à fachada se dará por meio
de andaimes fachadeiros ou balancins etc;
✓ O cronograma físico deve fornecer, com precisão, os momentos em
que os equipamentos entram e depois deixam o canteiro.
Definições Preliminares
DEMANDA POR MATERIAIS
✓ Com os dados registrados no cronograma físico e de indicadores de
consumo usuais do mercado, faz-se o cálculo das quantidades de
insumos necessárias para cada atividade executada no canteiro;
✓ Como o andamento físico da obra, também a quantificação dos insumos
é feita semana a semana;
✓ Essas quantidades semanais, multiplicadas por fatores que considerem
incertezas (1,5, por exemplo), são comparadas com os lotes usuais de
compra pela empresa. Assim, determina-se a cada etapa o estoque
máximo em obra e as áreas necessárias.
Definições Preliminares
DEMANDA POR MÃO DE OBRA
✓ Outro aspecto que se pode calcular a partir dos dados do cronograma
físico é a quantidade de operários que circulará no canteiro nas diversas
etapas da obra;
✓ Essa informação é fundamental para determinar as dimensões das
instalações temporárias, quantidade de chuveiros, armários, áreas dos
vestiários, necessidade de alojamentos etc;
✓ O pico de pessoal na obra costuma ocorrer nas fases intermediárias,
quando da execução da estrutura e das alvenarias, no caso de
empreendimentos verticais.
Layout do Canteiro
✓ Quando se tem ideia sobre as áreas necessárias para estocagem de
materiais em cada etapa da obra, sobre os equipamentos que serão
utilizados na obra e sobre as dimensões das instalações provisórias,
pode-se partir para a concepção do desenho do canteiro;
✓ Os croquis são feitos com base nas plantas de topografia e arquitetura
dos pavimentos do edifício;
✓ Fluxogramas dos processos de execução do empreendimento também
são importantes nessa etapa criativa;
✓ A disposição dos elementos é pensada considerando as diversas fases
da obra;
Layout do Canteiro
✓ Pode-se pensar em executar primeiro o layout da fase da obra
considerada crítica, com maior fluxo de pessoas e materiais, e a partir
dele conceber os demais desenhos, ou ainda, elaborar os projetos de
forma sequencial, partindo da configuração inicial da obra.
Layout do Canteiro - Sequência
1. Elaboração do macro layout: definição aproximada do arranjo físico
geral, com o estabelecimento do local no canteiro em que ficará cada
instalação ou grupo de instalações (áreas de vivência, áreas de apoio,
áreas de produção, por exemplo). Deve-se estudar o posicionamento
relativo entre essas áreas.
2. Elaboração do micro layout: estabelecimento da localização de cada
equipamento ou instalação dentro de cada área do canteiro. Também
aqui é necessário estudar posições relativas entre os elementos.
Layout do Canteiro - Sequência
3. Detalhamento das instalações: etapa de planejamento da
infraestrutura necessária ao funcionamento das instalações.
Estabelecem-se, por exemplo, quantidade e tipos de cadeiras nos
refeitórios, de armários nos vestiários, técnicas de armazenamento de
cada tipo de material, tipo de pavimentação das vias de circulação etc.
4. Cronograma de implantação: representação gráfica do
sequenciamento das fases de layout. Devem estar explicitadas as fases
ou eventos da execução da obra (concretagem de uma laje, por
exemplo) que determinem alterações no layout.
Layout do Canteiro - Sequência
Sequência proposta:
➢ Posicionamento do “stand” de vendas;
➢ Escolha do local do(s) acesso(s);
➢ Posicionamento da guarita;
➢ Escolha do posicionamento do(s) equipamentos(s) de transporte vertical;
➢ Localização da área de alojamento/sanitários;
➢ Localização dos almoxarifados;
➢ Localização, em ordem decrescente de importância, dos principais
processamentos intermediários (exemplo: central de argamassa;
corte/dobra/prémontagem de armadura) juntos aos seus respectivos estoques;
➢ Localização do escritório técnico.
Layout do Canteiro - Evolução
Layout do Canteiro - Evolução
Mapa Estratégico
1) Procure dois elementos do canteiro na coluna à
esquerda e memorize os respectivos números.
2) Nos lados perpendiculares do triângulo isósceles,
procure os números correspondentes aos
elementos escolhidos e siga as linhas até a célula
em que elas se cruzam.
3) Dentro da célula você encontra uma letra, que
aponta o grau de importância da proximidade entre
os elementos. A classificação, disponível na tabela
1, varia entre "indesejável" e "absolutamente
necessária".
4) Na mesma célula, você também encontra
números separados por vírgulas. Cada um desses
números indica uma justificativa para a classificação
feita. Eles podem ser consultados na tabela 2.
Mapa Estratégico

Fonte: Planejamento do Layout de Canteiros de Obras: aplicação do SLP (Systematic Layout Planning). Sérgio J. B.
Elias, Madalena O. Leite, Regis R. T. da Silva, da Universidade Federal do Ceará e Luís C. A. Lopes, da Construtora
Porto Freire
Canteiro de Obras
Áreas operacionais
✓ Portaria, Escritório, Almoxarifado, Depósitos dos diferentes
materiais, Central de concreto, Central de argamassa, Central de
armação, Central de fôrmas, Central de montagem de instalações
e esquadrias, Central de pré-moldados
Áreas de vivência
✓ Vestiário, Instalações sanitárias, Alojamento*, Refeitório, Cozinha
(se houver preparo de alimentos), Lavanderia*, Área de lazer*,
Ambulatório (frentes de trabalho com 50 ou mais operários).
Canteiro de Obras
Canteiro de Obras
Elementos do Canteiro de Obras
Recepção / Guarita
➢ Junto à porta de acesso dos trabalhadores; próximo a pontos de acesso
à obra;
➢ ter mesinha, livro de anotações, capacetes para visitantes, campainha
pelo lado de fora;
➢ cobertura no percurso guarita-obra.
Elementos do Canteiro de Obras
Escritório
➢ Criar dois diferentes ambientes: “sala técnica” e “sala administrativa”;
➢ sala técnica: engenheiro, mestre e estagiário juntos; com mesa para
reuniões e prancheta;
➢ possibilidade de uso de “containers”;
➢ prever sanitário;
➢ visibilidade quanto ao canteiro;
➢ sala administrativa: área da ordem de 9 m2;
➢ eventual sala técnica para empreiteiro.
Elementos do Canteiro de Obras
Elementos do Canteiro de Obras
Elementos do Canteiro de Obras
Instalações sanitárias:
➢ Entende-se como instalação sanitária o local destinado ao asseio corporal e/ou
ao atendimento das necessidades fisiológicas de excreção;
➢ Estar em locais de fácil e seguro acesso e no máximo a 150 m de distância do
posto de trabalho.
➢ Ter portas de acesso que impeçam o seu devassamento e ser construídas de
modo a manter o resguardo conveniente.
➢ Ser constituídas de:
➢ Um conjunto composto de lavatório, vaso sanitário e mictório, para cada
grupo de 20 trabalhadores ou fração.
➢ Um chuveiro, para cada grupo de 10 trabalhadores ou fração.
Elementos do Canteiro de Obras
Elementos do Canteiro de Obras
Elementos do Canteiro de Obras
Elementos do Canteiro de Obras
Alojamentos:
➢ Área mínima de 3,00 m² por módulo cama/armário, incluindo a
circulação.
➢ No máximo duas camas na vertical (beliche);
➢ Lençol, fronha e travesseiro por cama, em condições adequadas de
higiene, e cobertor, quando as condições climáticas o exigirem.
➢ Armários individuais.
➢ É obrigatório o fornecimento de água potável, filtrada e fresca no
Alojamento. Proporção: 1 bebedouro para cada grupo de 25.
Elementos do Canteiro de Obras
Elementos do Canteiro de Obras
Elementos do Canteiro de Obras
Refeitório:
➢ Garantir o atendimento de todos os trabalhadores no horário das
refeições.
➢ Assentos em número suficiente para atender os usuários.
➢ Lavatório instalado em suas proximidades ou no seu interior.
➢ Independentemente do número de trabalhadores e da existência ou não
da cozinha, deve haver local exclusivo para o aquecimento das refeições.
➢ Proporção: 1,00 m2/trabalhador.
➢ Não pode estar situado em subsolos ou porões, nem ter comunicação
direta com as instalações sanitárias.
Elementos do Canteiro de Obras
Elementos do Canteiro de Obras
Área de lazer:
➢ Devem ser previstos locais para recreação dos trabalhadores alojados,
podendo ser usado o local de refeições para este fim.
Elementos do Canteiro de Obras
Ambulatório:
➢ Frentes de trabalho com 50 ou mais trabalhadores devem ter um
ambulatório.
➢ Deve haver o material necessário à prestação de Primeiros Socorros,
conforme as características da atividade desenvolvida.
➢ Este material deve ser mantido guardado e aos cuidados de pessoa
treinada para esse fim.
Elementos do Canteiro de Obras

Áreas de destinadas a Produção e Estoque de Materiais


Elementos do Canteiro de Obras
Almoxarifado de ferramentas
➢ Guarda de ferramentas de propriedade da construtora, EPI, estoques
pequenos de alto valor unitário.
➢ Área da ordem de 25 m2
➢ Localização: próximo das entradas; local de fácil acesso pelos operários;
Elementos do Canteiro de Obras
Central de Argamassa
➢ Localizar: nas proximidades do estoque de areia; próximo ao
equipamento para transporte vertical; de preferência em local coberto
(para viabilizar trabalho mesmo com chuva);
➢ Cuidado com interferências com outros fluxos de material;
➢ Número de betoneiras é função da demanda da obra por argamassas
(mesmo que a obra só demande uma, é conveniente ter uma menor para
caso de emergências);
➢ Prever tablado para estoque dos sacos de aglomerante necessários para o
dia de trabalho;
Elementos do Canteiro de Obras
Elementos do Canteiro de Obras
Estoque de sacos de aglomerante
➢ local fechado, próximo ao acesso de materiais (viabilizar descarregamento
sob responsabilidade do fornecedor), isento de umidade;
➢ isolar os sacos do contato com o piso (estrados) e afastar das paredes do
ambiente;
➢ procurar induzir política de “primeiro a chegar = primeiro a usar”;
➢ pilhas com no máximo 10 a 15 sacos de altura;
➢ área é função da demanda (ordem de grandeza = 20 m2);
➢ comum o uso do mesmo ambiente para estocagem de sacos de cimento
(com ordem de grandeza quanto à área, neste caso, de 30 m2).
Elementos do Canteiro de Obras
Estoque de sacos de aglomerante
Elementos do Canteiro de Obras
Estoque de agregados
➢ próximo ao portão de materiais (se possível acessível diretamente pelo
basculamento do caminhão);
➢ evitar contato direto com terreno, prover delimitação quanto às laterais;
➢ evitar carreamento pela chuva e contaminação com terra, entulho e
outros materiais;
Elementos do Canteiro de Obras
Elementos do Canteiro de Obras
Estoque de argamassa estabilizada
➢ próximo ao equipamento para transporte vertical;
➢ altura da ordem de 30 cm; área é função da demanda por argamassa
estabilizada.
➢ recomendável ter duas “caixas” de estoque em lugar de uma com a soma
das duas áreas (uso da mais antiga primeiro).
Elementos do Canteiro de Obras
Estoque de argamassa pré misturada a seco
Elementos do Canteiro de Obras
Central de Armação
➢ Localizar o processamento do aço (corte/dobramento/pré-montagem)
nas proximidades do estoque de aço e facilmente acessível quanto ao
transporte vertical;
➢ Cobertura seria o ideal, mas é obrigatória apenas sobre eventual
policorte.
Elementos do Canteiro de Obras
Estoque das Barras de Aço
➢ pode ser ao ar livre;
➢ evitar contato com solo (britas + caibros transversais);
➢ delimitar “baias” para diferentes diâmetros;
➢ local próximo do portão de materiais (no caso da não existência de grua
ou guindaste para transporte horizontal); nas proximidades do
processamento (corte/dobra/pré-montagem) das barras;
➢ evitar estocagem sobre lajes (sobrecarga);
Elementos do Canteiro de Obras
Elementos do Canteiro de Obras
Central de Carpintaria
➢ A fabricação ou pré-montagem de formas no canteiro de obras requer a
instalação de uma central de carpintaria cuja localização deve ser
escolhida de modo a facilitar o fluxo do material;
➢ A pilha de tábuas e vigotes, por exemplo, deve estar localizada junto ao
acesso da obra, e as serras, assim como a mesa de trabalho, posicionadas
de modo que as peças de madeira possam ser retiradas da pilha
longitudinalmente e posicionadas para o corte sem mudar de direção.
Elementos do Canteiro de Obras
Estoque de compensados
➢ próximo ao portão de materiais
➢ próximo ao local de confecção das fôrmas
➢ evitar contato com solo e umidade (isolar do chão com caibros; cobrir
com lona)
➢ pilhas com no máximo 75 chapas
Elementos do Canteiro de Obras
Elementos do Canteiro de Obras
Estoque de tubos
➢ local coberto;
➢ não necessariamente fechado; se possível ao lado do almoxarifado de
ferramentas;
➢ criar “prateleiras” para organização do estoque área com ordem de
grandeza de (2 x 7) m.
Estoque de conexões
➢ local fechado (uso do almoxarifado de ferramentas - quando de
responsabilidade da construtora - ou do almoxarifado do empreiteiro).
Elementos do Canteiro de Obras
Elementos do Canteiro de Obras
Tapumes
Elementos do Canteiro de Obras
Tapumes
ELEMENTOS DE COMPLEMENTAÇÃO EXTERNA À OBRA
➢ avaliar disponibilidade de terrenos e imóveis na região;
➢ comparar custos de aluguel de casa (normalmente acrescendo o gasto
com um guarda) com os custos de se alojar a mão-de-obra no canteiro;
➢ confrontar ainda as vantagens de se retirar a mão-de-obra do local de
trabalho com relação às desvantagens quanto a se ter necessidade de
trabalhar em períodos fora da jornada normal;
➢ no caso do uso de terrenos próximos como canteiro complementar,
analisar os custos adicionais quanto ao acréscimo de transporte de
materiais e com a segurança a ser providenciada;
➢ atentar para incidência de impostos adicionais quando se pré-processar
serviços fora da obra e transportá-los para a mesma.

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