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CLASSIFICAÇÃO

FIGURAS E TROPOS EM CONTEXTOS SOCIAIS

Figuras de Dicção
Sinalefa Sinafia
Sinérese Anacrusa
Diérese Hiperbibasmos
Hiato

Figuras de Morfologia
Adição – Prótese Diminuição – Aférese
Epêntese Síncope
Paragoge ou Epítese Haplologia
Rípio Apócope

Figuras de Harmonia
1. Aliteração 5. Paralelismo 9. Simetria
2. Assonância 6. Parequema 10. Sinestesia
3. Eco 7. Paronomásia
4. Onomatopeia 8. Ritornelo

Figuras de Construção Figuras de Construção Figuras de Construção

Por repetição ou excesso Por repetição ou excesso Por repetição ou excesso


1. Pleonasmo 1. Conversão 1. Antimetábole
2. Epizeuxe 2. Epanadiplose 2. Diácope
3. Anadiplose 3. Epanástrofe 3. Epanalepse
4. Anáfora 4. Epímone 4. Epânodo
5. Polissíndeto 5. Mesodiplose 5. Epístrofe
6. Antanáclase 6. Palilogia 6. Mesarquia
7. Ploce 7. Mesoteleuto
8. Simploce 8. Poliptoto

Figuras de Construção
Por omissão Por transposição Por discordância
Aposiopese Parêntese Enálage
Assíndeto Sínquise Hendíadis
Elipse Hipálage
Zeugma

Figuras de Construção
Por transposição
Hipérbato
Anástrofe

Por discordância
Anacoluto
Silepse
APRESENTAÇÃO
Advertir para prevenir – ‘por uma gramática estética’

Sérgio Nunes de Jesus


Autor............................

Ao longo dos anos, observamos inúmeras reclamações de estudantes, estudiosos,


pesquisadores e também ‘concurseiros’ que se emanam e se debruçam nos estudos
gramaticais – especificamente, na ‘estilística da língua’.
Nesse sentido, para tentar compreender as noções básicas ‘na e da’ língua jamais
será uma tarefa fácil – mas complexa – principalmente quando a prática é o ‘objetivo-fim’
no uso dela como materialidade; seja na fala ou escrita. Assim, para tentarmos entender
essas questões, vejamos a seguinte citação a seguir:

As formas gramaticais não podem ser estudadas sem que se leve em conta seu
significado estilístico. Quando isolada dos aspectos semânticos e estilísticos da
língua, a gramática inevitavelmente degenera em escolasticismo. [...] Na prática
[...] o conteúdo das aulas de língua materna é a gramática pura.
........................................
O sucesso da missão de introduzir o aluno na língua viva e criativa do povo exige,
é claro, uma grande quantidade e diversidade de formas e métodos de trabalho.
[...] Resta ao professor ajudar nesse processo de nascimento da individualidade
linguística do aluno por meio de uma orientação flexível e cuidadosa (BAKHTIM,
2013, In: Brait, 2013, Apresentação). (grifo do autor)

De acordo com Bakhtin (2013), vemos a percepção de que o ensino de língua não
é uma tarefa de fácil entendimento, mas pode ser considerado também um problema
metodológico a partir da perspectiva dialógica no que tange ao contexto escolar ao longo
de décadas ao se trabalhar com a linguagem social – ou seja: é preciso uma inter-relação
‘gramática-leitura-escrita-produção de sentidos e autoria’ como suporte no Ethos material
da língua.
As fronteiras existentes no ensino da língua sempre foram polêmicas, controversos
nas questões metodológicas – isto posto, aqui no Brasil essas nuances foram levadas à
cabo – onde os autores como Ferrarezi Jr./Iara Teles (Gramática do brasileiro, 2008),
Marcos Bagno (Preconceito linguístico – como é, como se faz, 2007), Ataliba de Castilho
(Gramática do português falado, 1991) e inúmeros outros se debruçam para fazer a
diferença no país em que os diversos usos da língua(gem) em suas regiões tipicamente
adversas – nos possibilita pensar diferente do constructo convencional e engessado da
gramática purista no cotidiano social e, principalmente, dos alunos.
É preciso uma interligação efetiva da “gramática e estilística, considerando os
diferentes efeitos de sentidos que uma frase pode gerar, dependendo da conjunção
utilizada ou, especificamente, de sua omissão”, segundo afirma Brait (2013, p. 10).
Ainda para Brait apud Bakhtin (2013, p. 14): “ajudar os alunos a entender o que
muda quando escolho esta ou aquela palavra, esta construção sintática em lugar de
outra” – é construído assim uma metodologia interna no aluno-pesquisador que passará a
apreciar e modelar o ‘discurso’ como essência fundamental para o entendimento do
interlocutor desse conhecimento gramatical e estilístico – via de regra, observando
sempre os ‘efeitos de sentidos’ quando na escolha gradual e sistemática das e nas
palavras que usará; seja num dado texto escrito ou numa conversa informal do e no dia a
dia.
Assim, colocar e prática conceitos inovadores no ensino de língua requer bases
teórico-metodológicas que possam facilitar a relação: teoria x prática. Logo, devemos
instituir a relação direta: ‘sujeito-linguagem’, esta apresentada por Bakhtin/Volóchinov
(1997, p. 124) quando especificam que:

1) As formas e os tipos de interação verbal em ligação a condições concretas em


que se realiza;
2) As formas das distintas enunciações, dos atos de fala isolados, em relação
estreita com a interação de que constituem os elementos, isto é, as categorias
de atos de fala na vida e na criação ideológica que se prestam a uma
determinação pela interação verbal;
3) A partir daí, exames das formas da língua na sua interpretação linguística
habitual.

Desta feita, observamos nessas premissas o valor metodológico e, ao mesmo


tempo, estilístico no fenômeno da língua em seu processo em curso apontado por Brait
apud Bakhtin (2013, p. 18), quando afirma que “ao revisar as formas da língua em sua
compreensão linguística comum” a teoria precisa ser revista.

REFERÊNCIAS

BAKHTIN, Mikhail (1895-1975). Questões de estilística no ensino da língua. Tradução,


posfácio e notas de Sheila Grillo e Ekaterina Vólkova Américo; apresentação de Beth
Brait; organização e notas da edição russa de Serguei Botcharov e Liudmila Gototichvíli.
São Paulo: Editora 34, 2013.

BAKHTIN, Mikhail (VOLOCHÍNOV, Valentin). Marxismo e filosofia da linguagem:


problemas fundamentais do método sociológico na ciência da linguagem. Tradução de Michel
Lahud e Yara Frateschi Vieira. 8. ed. São Paulo: Hucitec, 1997. (Línguagem e Cultura 3)

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