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Fator de risco, em se tratando de 

saúde, é qualquer situação que aumente a probabilidade de


ocorrência de uma doença ou agravo à saúde, a exemplo dos múltiplos fatores causais
das doenças cardiovasculares. (ver). O termo risco popularmente, além do sentido de
possibilidade ou chance (oportunidade), tem o sentido de perigo.
Risco, em epidemiologia é a probabilidade de ocorrência de um resultado desfavorável, de um
dano ou de um fenômeno indesejado. Desta forma estima-se o risco ou probabilidade de que
uma doença exista através dos coeficientes de incidência e prevalência. Para OMS (CLAP-
OPS/OMS, 1988) o fator de risco de um dano são todas as características ou circunstâncias que
acompanham um aumento de probabilidade de ocorrência do fato indesejado sem que o dito
fator tenha intervindo necessariamente em sua causalidade. [1]

Observe-se também que, embora possa parecer evidente, risco não significa certeza. A
presença de um fator de risco não é obrigação da ocorrência do evento. A afirmação
"hipertensão arterial causa derrame" pode não ser apropriada. Há hipertensos que não terão
nunca um derrame, morrendo um dia por outra causa. A frase "em um grupo de pessoas, mais
casos de derrame ocorrerão naqueles que tem hipertensão" descreve melhor a situação. Não
deixa de demonstrar a associação das duas situações, mas lembra que não existe vínculo
absoluto em todos os casos. A importância deste fato é que, excetuando-se probabilidade de
riscos de 0% (sem risco), as medidas de diminuição de risco não impedem a ocorrência de um
evento qualquer.

Risco em epidemiologia
De acordo com Rothman[3] infelizmente em epidemiologia e mesmo na literatura erudita, o termo
"risco" é usado para muitos conceitos distintos: taxa, razão de taxas, risco relativo, chances (em
inglês odds) de incidência, prevalência, etc. Segundo ele a definição mais específica e, portanto
mais útil, de risco é "probabilidade de um evento ocorrer durante um período especificado".
As investigações epidemiológicas de causalidade em epidemiologia geram resultados que
apontam para os riscos a que uma pessoa está sujeita. Em termos gerais, a probabilidade de
adoecer ou sofrer as conseqüências de uma patologia está associada à presença (ou ausência)
dos fatores de risco em um determinado local e momento. Segundo Pereira, 2005, [4] a
probabilidade de um dano vir a ocorrer num futuro imediato ou remoto, pode ser estimada para
um fator de risco isolado ou para vários simultaneamente (etiologia multicausal). Subgrupos
específicos de pessoas expostas à riscos equivalentes podem ser identificados na população e
estes riscos calculados e expressos das seguintes formas:

 RISCO ABSOLUTO (ou taxa de incidência): mostra quantos casos da doença aparecem no


grupo em um dado período. Esta é uma forma adequada e relativamente simples de
quantificação de riscos. Ela alcança ainda maior significado quando comparada com os
resultados obtidos, de maneira semelhante em um outro grupo de indivíduos. Esta
comparação é alcançada pelo cálculo dos riscos relativo e atribuível;
 RISCO RELATIVO (RR): Informa quantas vezes o risco é maior em um grupo, quando
comparado a outro;
 RISCO ATRIBUÍVEL (RA) (à exposição): Indica a diferença de incidências entre os dois
grupos, diferença que é atribuída à exposição ao fator de risco.
Nos estudos epidemiológicos a magnitude dos riscos é calculada a partir da frequência de
agravos entre os indivíduos expostos ou não expostos a um determinado risco, quantificados
como variáveis dicotômicas da forma sim e não: expostos e não expostos (com e sem o fator de
risco) consideradas determinantes da presença de doentes e não doentes na população
exposta ao risco.
Na tabela 2x2 abaixo representada, obtida de um estudo prospectivo o Risco Relativo (RR) é a
relação entre o coeficiente de incidência entre os expostos [ a/(a+b) ] e o coeficiente de
incidência entre os não expostos [ c/(c+d) ]:
Doentes Não Doentes
Expostos a b
Não expostos c d
O Risco Atribuível (RA) a parte do risco a que está exposto um grupo da população, atribuível
exclusivamente ao fator estudado e não a outros fatores, matematicamente resulta da subtração
entre o coeficiente de incidência entre os expostos [a/(a+b)] e o coeficiente de incidência entre
os não expostos [c/(c+d)]:
RA = { [a/(a+b)] - [c/(c+d)] }
Para alguns autores   O RA (risco atribuível) tem pouco emprego analítico e muita importância
[5]

descritiva, é um indicador bastante utilizado no planejamento de programas de controle de


doenças e mais ainda na avaliação dos mesmos. Ainda segundo os referidos autores os
estudos de coortes também chamados de seguimento ou follow-up são os únicos capazes de
abordar hipóteses etiológicas produzindo medidas de incidência e, por conseguinte, medidas
diretas de risco. Tais estudos são também chamados de prospectivos pelo fato de que em sua
maioria partem de grupos comprovadamente expostos a um fator de risco suposto como causa
de doença a ser detectada no futuro (prospecto-análise).

Entre os fatores modificáveis estão incluídos a obesidade, o diabetes tipo 2,


a hipertensão arterial, o colesterol alto, a ingestão de álcool em grandes
quantidades, o tabagismo, o sedentarismo e o estresse.

Os fatores não modificáveis, por sua vez, incluem a herança genética, o


sexo, a etnia e a idade. Este último é sem dúvida o mais importante,
considerando a relação direta entre o envelhecimento e o aumento no risco
de desenvolver de doenças crônicas.

Tendo isso bem claro, fica evidente que os esforços na área de promoção da
saúde (tanto na rede pública quanto na suplementar) devem ser focados nos
fatores modificáveis, já que a maior parte deles têm natureza

isacAlém destes fatores, é importante entender que as diferenças


demográficas, sociais e econômicas de cada população atendida podem
gerar diferentes padrões de mortalidade e de morbidade por DCNTs.

Sendo assim, sua operadora precisa criar soluções e estratégias que


envolvam não somente a redução de fatores de risco, mas também levem
em conta as realidades locais e suas especificidades.

Fatores de risco são sinais de alerta


Se um fator de risco é influenciado basicamente por comportamentos e
hábitos, ele é passível de ser trabalhado dentro de uma abordagem
preventiva.
No momento que estes fatores são identificados em uma população,
especialmente em casos de altos índices de prevalência, é como se fosse
dado um sinal de alerta para que o gestor preste mais atenção à
morbimortalidade relacionada a essas doenças.

E só é possível acompanhar e monitorar tais comportamentos se a operadora


conhecer profundamente o perfil epidemiológico dos seus beneficiários e
acompanhar de perto a exposição dos indivíduos a riscos ligados ao estilo
de vida.

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