Hoje, fala-se com freqüência em Ecologia. É uma palavra muito
conhecida, comentada, mas não vivida. Temos a impressão de que ela foi inventada para os outros: aos industriais que poluem os rios, às madeireiras que devastam o que resta de nossas reservas florestais, aos incendiários que adoram botar fogo nas matas, aos pescadores inveterados que só ficam satisfeitos quando acabam com os peixes e aos predadores de todo o tipo que ameaçam, seriamente, a vida no planeta. Sem dúvida, toda essa chusma de aproveitadores, realizam profundos e irreparáveis estragos no seio da mãe natureza, mas, lamentavelmente, isso não é tudo. Reflitamos um pouco sobre a nossa responsabilidade pessoal e intransferível, aquela que cada um tem diante dos desmandos que ocorrem ao redor. A questão ecológica é problema seu, meu, nosso! Para que a mãe natureza permaneça bonita, agradável, desejável, produtiva, são necessárias pelo menos duas atitudes: uma, a de assumir, corajosamente, a denúncia contra as loucuras dos vultuosos lucros que recheiam algumas contas bancárias, às custas da destruição criminosa do meio ambiente e, a outra, a prática do dia-a-dia, através de pequenos gestos que podem demonstrar que somos pessoas inteligentes, educadas, conscientes da necessidade de uma boa relação com o espaço onde estamos inseridos e extraímos o sustento. Não depositemos, simplesmente, as culpas e as obrigações nas costas dos outros, vejamos antes se não estamos também sendo coniventes e omissos. Aliás, como cristãos, verifiquemos um grave pecado que cometemos e não reconhecemos: o pecado contra nós mesmos e os que moram conosco. Ele vem ocasionando terríveis destruições: incêndios, mudanças climáticas, enchentes com mortes e com gente desabrigada aos montes. Podemos ser responsabilizados, diretamente, pelas desgraças porque não nos importamos com a soltura de balões, com a poluição do ar com um simples cigarro ou com nossos carros desregulados ou emporcalhando as nossas ruas com lixos que entopem bueiros e causam imensos danos materiais e humanos. Tudo isso é pecado, sim! Tem mais, cada vez que lotamos os nossos carrinhos no supermercado, aproveitando as famosas e viciadas liquidações, estamos colaborando com a exploração da natureza e afrontando um número incontável de pessoas que não têm acesso a esses bens. Nossos guarda- roupas estão abarrotados de peças que há muito não usamos, no entanto, continuamos a comprar. Nossas casas vivem repletas de bugigangas inúteis que demonstram que somos fiéis sugadores do meio ambiente. E que dizer dos ridículos loteamentos, nacos de terra tão minúsculos a preços tão altos, onde se constroem os pombais dos menos favorecidos... E os papéis, garrafas e latas que lançamos pelas praças, ruas e jardins? Isso, sem contar, que fazemos de nossa cidade uma verdadeira latrina... E os entulhos que atiramos sobre os terrenos baldios? E as pessoas desprezadas e despossuídas que vivem à margem desta sociedade injusta e hipócrita? Elas também estão amontoadas por aí, como entulho... Se para nós, cristãos, essas coisas não representam nada, nossas preces, mesmo que prolongadas, também não passam de lixo! Viver a ecologia é cuidar deste planeta que é a nossa casa, é ter compromisso com ele e com todos os que aqui vivem. Dele precisamos e dependemos. Ou respeitamos o nosso espaço comum, o nosso chão, as pessoas ou estaremos nos destruindo... Pessoas cristãs e educadas se comprometem com a Vida nos seus mínimos detalhes!