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Rodrigo Coutinho

coutinho.ipb@gmail.com
capl.coutinho@gmail.com
Muitos homens ainda não entenderam qual é a principal função deles no casamento e, de igual
modo, muitas mulheres não entenderam qual é a missão dele para com ela. Lamentavelmente
esta realidade é explicitamente refletida dentro das famílias cristãs de nossos dias. Homens
abusivos tratando suas esposas como simples objetos, por mais que não aceitem isso como uma
verdade, mas a prática fala por si só; o ser bruto e arrogante, que pouco se importa com as
necessidades físicas e emocionais daquela a quem prometeu amor leal por toda a vida, sequer
pondera quando coloca sua cabeça no travesseiro para dormir à noite se porventura tem dado a
sua esposa o devido valor que ela é digna (biblicamente falando).
E qual é o papel principal do homem – marido – no lar?
Ser uma representação do próprio Cristo para com a sua esposa que é uma representação da
Igreja invisível e universal - congregação de todos os crentes de todas as épocas!
Já parou para pensar o tamanho da responsabilidade que um homem tem para com sua esposa?
Não direi a respeito do homem ímpio pois ele não se encaixa neste contexto uma vez que ele
ignora a Cristo e tudo o que Ele representa. Não! Falamos aqui de homens cristãos: congregados
(membros comuns na igreja), diáconos, presbíteros e pastores! Falamos destes homens
chamados de “servos de Deus”, mas que muitas vezes agem como ‘anticristos’.
Vejam, peguei apenas o versículo 23 do capítulo 5 da Epístola aos Efésios para iniciarmos esta
exortação, mas precisaremos voltar um pouco para potencializar ainda mais a responsabilidade
do homem para com sua esposa. Tenho de fazer uma observação importante antes: Nem de
longe este trabalho pretende isentar a esposa (igreja) de suas responsabilidades, porém afirmar
que a Igreja só é triunfante porque o Noivo Triunfou!
Em Efésios 4.1, Paulo roga que – como ele – andemos de forma DIGNA dentro da nossa
vocação (trazendo para o contexto deste estudo: ESPOSOS) com que fomos chamados. A
Palavra usada para “Andeis” (περιπατέω – peripateō), pode ser também traduzida como “viver,
comportar-se, seguir, acompanhar (como um admirador ou companheiro)”; no versículo
seguinte ele dá a forma a qual devemos seguir no peripateō, ou seja, em novo viver e
comportamento cotidiano. Vemos que ele citará algumas características do próprio Cristo:
1) Humildade;
2) Mansidão;
3) Longanimidade (μακροΘυμία – makrothymia) – que significa “tolerância com o
sofrimento e/ou ataque contínuo, quando somos atacados por outrem;
4) Suportando (ἀνέχομαι – anechomai) – que significa “perseverar, aguentar, tolerar a
opositores;
5) Com Amor (ἀγάπη – agapê) – que no contexto nos remete ao amor de Deus e de Cristo
pelos cristãos – os Eleitos, diferindo de uma comum afeição por uma pessoa qualquer;
Ao longo deste capítulo Paulo fala sobre a Unidade dos crentes com o Espírito, com o Único
Senhor e com Deus Pai que está acima de todos; adiante ressalta sobre as funções eclesiásticas
de antes e as que permanecem hoje, porém o que chamará a atenção será o versículo 13:
“(...)até que TODOS [cristãos] cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus,
a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo.”
A palavra “conhecimento” (epignōsis), tem um sentido de melhor compreensão quando
traduzida por “Pleno discernimento ou Identificação”; ou seja, ter o total discernimento ou
identificação de Jesus Cristo em nosso agir, ao ponto de chegarmos a ser – nesta terra – “varão
Perfeito” (Teleios – completo) de integridade semelhante à medida da estatura de Cristo. Uma
confusão que se faz com este ponto é confundir o “Teleios” com “Anamartetos”, que significa
“sem pecado” (João 8.7; Hebreus 9.28), que faz entender que a exortação de Paulo aos Efésios é
que deveriam diligentemente trabalhar na busca pela completa aparência de integridade moral
semelhante a de Cristo ainda nesta vida – o que não quer dizer que eles deixariam de pecar, mas
que buscando ser iguais ao Cristo, a eficácia da graça (vers. 7) cumpriria neles o que Paulo
trataria mais à frente no tocante a Santidade.
No versículo 17, Paulo continua sua instrução àquela igreja e orienta que os homens não andem
mais como os “outros gentios”, ou seja, os que não são da fé como eles, e que andam na
“Vaidade dos Sentidos”. Este último termo tende a nos chamar a atenção pela força que ele traz
no grego. Por exemplo:
Vaidade – (mataiotēs) basicamente pode ser traduzida por Depravação, Perversidade ou
Iniquidade.
Sentidos – (Nous) traduzida como “Sede das Emoções e Sentimentos, do modo de pensar e
sentir, uma inclinação moral, profunda do coração.
Parafraseando o versículo 17, então podemos entender que Paulo testifica diante de Cristo para
que os homens de Éfeso não se deixem levar pelas “Perversidades e Depravações que dominam
o Centro das Emoções e Sentimentos” daqueles que não são da família de Cristo através da Fé
outorgada aos Santos pelo beneplácito da boa vontade de Deus! (Efésio 1.5-9)
Ainda seguindo as orientações de Paulo, encontramos a partir do versículo 20, o mesmo falando
do aprendizado que tiveram quanto a Cristo Jesus e como haveriam de se portarem doravante.
Ele cita:
“Que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas
concupiscências do engano; e vos renoveis no espírito da vossa mente; e vos revistais do novo
homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade.” (Efésios 4.22-24)
O que é o velho homem? Simplesmente trata-se da antiga maneira de viver, aquela que
tínhamos antes de sermos encontrados por Cristo? Em seu original grego esta palavra – velho
(palaios) denota algo que não só é antigo, mas também OBSOLETO. Veja bem, algo pode ser
antigo e ainda assim servir para o uso de alguém, porém vemos que neste contexto Paulo não
somente fala que nossa antiga criatura é velha, mas que também é obsoleta. Não serve para
nada. Está desgastada. Impossível de ser reaproveitada! Esta criatura obsoleta serve apenas para
corromper-se com seus próprios desejos enganosos.
Versículo 23, Cap. 4; Paulo então repete a mesma expressão do versículo 17, porém agora numa
outra profundidade. Paulo deixa a mataiotēs e o nous de fora para falar do pneuma e do nous,
cuja profundidade do seu significado claramente expos sua grande importância aos leitores da
epístola. Paulo no verso 17 falou das depravações da sede das emoções, agora no versículo 23
ele fala da Renovação/Reforma (ananēoō) daquela mesma Nous, porém no nível espiritual
(possivelmente uma referência direta ao primeiro ponto do capitulo quando Paulo cita para
guardarmos a Unidade com o Espírito – sendo este vínculo essencial para a Ananēoō daquele
Nous depravado (v.17).
Versículo 24, a expressão Novo (kainos) é a mesma que pode ser utilizada para falar do Novo
Testamento (kainē diathēkē), ou da Nova Aliança (Mt 26.28), ou quando falamos dos Novos
Céus e Nova Terra (2 Pe 3.13; Ap 21.1), mas também é muito utilizada para falar da conversão
do ímpio para o novo homem revestido pelo Espírito Santo – sendo uma nova criatura.
Temos também a palavra ktidzō (criado) que basicamente significa algo novo, regenerado
espiritualmente. Outro termo dentro deste versículo que nos interessa conhecer é a alētheia
(Verdade), que seria basicamente – de forma mais clara possível – a Verdade de todas as
verdades. Uma palavra que demonstra uma verdade absoluta, isenta de erros, incorruptível
como o próprio Evangelho. Esta é a Verdade que não pode ser combatida, muito menos vencida.
Até aqui, então, Paulo não somente afirma que nós (ou os destinatários daquela carta) podemos
e devemos nos devotar na mudança do comportamento interior e exterior, pois não somente
fomos unidos com o Espírito de Cristo (4.1-3,7,10), mas também assegurados de que tal
mudança é possível e indispensável para todo cristão. Sendo assim, o homem que se chama
Cristão deve ter tanto o seu Nous quanto o Pneuma em imitação ao do próprio Jesus Cristo.
Sabendo destas coisas, falaremos então das orientações quanto ao caráter destes homens,
lembrando que aplicaremos isso para a vida conjugal destes mesmos homens. A partir do
versículo 26, capítulo 4, até o final do capítulo 5, encontraremos todos os conselhos e sinais
característicos implícitos do homem cristão – o mesmo que para sua esposa deve ser o que
Cristo é para Sua Igreja.
Para não alongarmos muito esta parte, falemos das exortações ao caráter e ao coração deste
homem:
1) Não devorar a sua esposa em cólera;
2) Não dar lugar ao diabo em seu matrimônio;
3) Não cobiçar coisas que não pode ter de imediato, mas conquistar o pão com o suor do
trabalho honesto;
4) Não ofender sua esposa, jogar-lhe na face suas falhas e pecados, mas promover apenas
palavras que lhe sejam amorosas, de respeito, para elevar sua autoestima;
5) Não entristecer o Espírito Santo;
Paulo finaliza o capítulo 4 ressaltando que entre eles seja tirada toda ira, cólera, amargura,
blasfêmias e malicias várias, orientando o cultivo da misericórdia, sendo benignos e perdoando
(em tudo suas esposas) como Deus também os perdoou. Aqui nós homens, somos conclamados
a lembrarmo-nos de nossa própria falibilidade e pecados já cometidos – os quais foram
perdoados pelo Senhor – para que não suprimamos os atos de misericórdia para com o próprio
e, principalmente, nossas esposas quando em qualquer situação vierem a cometer algum erro
contra nós. O exercício da misericórdia é uma marca importantíssima no coração de todo
cristão, uma vez que o Senhor Jesus enquanto exercia seu ministério sempre demonstrou
misericórdia para com as pessoas que o seguiam, dos enfermos e, inclusive, de seus algozes (Lc
23.34).
Ainda ao cristão, esposo, Paulo manda que seja imitador de Deus, como um filho amado; nisto
fala novamente à semelhança de como o Filho de Deus andou aqui nesta terra enquanto exercia
seu ministério, amando e se entregando por nós – sua Igreja – como oferta viva e sacrifício com
cheiro suave a Deus! A responsabilidade do homem para com sua esposa deve ser exatamente a
medida da responsabilidade que Jesus assumiu por Sua Igreja.

ANTICRISTOS

Usei de propósito este nome para retratar a realidade de muitos homens no âmbito conjugal.
Muitos “cristãos” que diante da igreja local são exemplos de retidão e devoção para com as
atividades da igreja. Cumprem as agendas anuais com presença e entusiasmo nos trabalhos
evangelísticos, porém a face do “bom samaritano” não dura 24 horas. Infelizmente muitas
mulheres hoje não estão casadas com homens que trabalham por elas como Cristo pela Igreja,
mas contra elas. Homens exatamente como os que Paulo falou a Timóteo:
“Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos,
desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis,
caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados,
orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas
negando a eficácia dela. Destes afasta-te. (I Timóteo 3:2-5)”.
Estes homens estão em nossas igrejas, pregam, cantam, evangelizam, aconselham, passam
despercebidos de qualquer suspeita, porém o pobre esposa sabe bem quem ele é. Ela se cala,
pois seu caráter cristão pede com que confie no Senhor e não confronte aquele homem que
chama de esposo. Não há amor real da parte dele para com ela, só uma exploração silenciosa da
sua mente, do seu coração e do seu corpo. Ela ora silenciosa todas as noites antes de dormir e
pergunta ao Senhor quando Ele se compadecerá da dor dela e trabalhará no coração daquele
homem. O silêncio do quarto aumenta o seu desespero e ela se sente a mais indigna de todas,
pois sente como se o Senhor não a ouvisse. As relações sexuais são uma tortura para sua mente
(e corpo as vezes), pois o prazer se foi – desapareceu junto com o amor que ele um dia disse
durar para todo o sempre. Ela chora. Ela ora. Sim, talvez esta seja a sua esposa!
Quando você se queixa de sua esposa, do comportamento dela, quando que você cogitou que
talvez ela esteja apenas sem os cuidados pelos quais você é responsável? O marido é o
responsável pelo bem estar de sua esposa. Ela é uma mostra da benevolência do Senhor para
com ele (Pv 18.22). Você não tem sido pra ela como Cristo é com Sua Igreja.
Em Efésios 5.22, há uma ordem às esposas: “Sujeitai-vos (...) como ao Senhor!”
Há um motivo: “Porque o marido é a cabeça da mulher(...)”
À semelhança de uma Autoridade: “Como Cristo é a cabeça da Igreja, sendo ele próprio o
salvador do corpo”.
Paulo assemelha a obediência da esposa para com seu esposo com a mesma que a Igreja tem
para com o Noivo – Jesus Cristo. Mas esta estrada é de mão-dupla, pois da mesma forma ele
assemelha o esposo a Cristo para com a Igreja. Sendo assim, se o esposo deixa de cumprir suas
responsabilidades como tal, seria como se o próprio Jesus abandonasse a Sua Igreja (tal coisa é
impossível como sabemos, mas veja a intensidade da responsabilidade).
Um marido que não se ocupa com o serviço primário do cuidado para com sua esposa é um
homicida, pois a está matando gradativamente, inclusive prejudicando seu desenvolvimento
espiritual ao retirar a alegria do seu cotidiano ao ser bruto, ou frio e apático, ou abusador, ou
interesseiro, sem afeto natural para com aquela que prometeu fidelidade perpétua!
É quase insano precisar aconselhar homens que se chamam “cristãos” para que tratem suas
esposas com a devida honra que a Palavra ensina. É quase inacreditável que ainda existem
aqueles que pensam que estas mulheres com as quais se casaram nada mais são do que objetos
de satisfação sexual, empregadas, babás... tudo menos a semelhança da Igreja de Cristo em suas
vidas. Sob o exemplo de Jesus, todo homem deve ser o primeiro a dar a vida pelo bem estar da
mulher com a qual se casou.
Será que é tão difícil de entender este tipo de Cristo que o homem deve ser em seu matrimonio?
Eu duvido que seja, porém a realidade mostra que nós não levamos isso a sério.
“Vós, Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se
entregou por ela, para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, para a
apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem semelhança, mas santa e
irrepreensível.” (Efésios 5.25-28)
Aqui novamente lemos o Amor (ἀγάπη – agapê), aquele amor que difere do amor simples de
uma pessoa para com a outra, de uma simples simpatia ou apego emocional. Este amor tem de
ser interpretado na mesma intensidade e pureza com a qual o Senhor ama a Igreja, os Seus
Eleitos. A Palavra de Deus afirma que o marido, verdadeiro cristão, deve amar assim a sua
auxiliadora – a esposa que o Senhor lhe deu. Esta missão não difere da missão de um pastor, por
exemplo, a qual posso afirmar sem sombra de dúvidas que depende primeiramente do sucesso
da missão como Marido, para assim poder obter a ordenação como Pastor/Presbítero. (I Tm 3.1-
5). Outro dever do homem é o de Santificar sua própria esposa:
Santificar (hagiadzō) – é usada como uma metáfora para uma purificação, manter pura ou sob
influências santificadoras do Espírito Santo. Isto pode muito bem encaixar-se no ato do marido
não submeter a sua esposa a situações ou condição que a faça sentir-se suja, imunda, maculada
(geralmente muito associado as áreas sexuais, uma vez que o marido pode exigir certas práticas
que para sua esposa sejam motivo de vergonha). Este é um ponto muitíssimo delicado e de
grande atenção, uma vez que supõe-se que a mulher deva obrigatoriamente doar-se ao marido a
fim de satisfazer-lhe todos os desejos sexuais em seu corpo; o grande problema desta afirmação
é que desconsidera que o homem mesmo após ser encontrado por Cristo e salvo, continuará até
o fim de seus dias lutando contra os desejos impuros da carne criados pelo pecado que há no
mundo. Muitas esposas, infelizmente, estão sendo submetidas a toda espécie de tratamento
depravado por seus próprios maridos – cristãos – chegando muitas vezes a serem violentadas
sexualmente em sua própria cama por aquele que deveria honrá-la e protege-la. A mulher passa
a sentir-se “imunda”, “suja”, “indigna”, e todo tipo de incertezas e desolações passam a
perturbar sua mente e coração comprometendo inclusive seu desejo de comunhão com Deus,
participando da Ceia do Senhor, dos trabalhos evangelísticos, etc.
Purificar (katharidzō) – Em um sentido simples e direto: Livrar da Sujeira, (de katharos) ou seja,
algo que não está sujo, não está misturado. Segue-se o mesmo exemplo citado em Santificar. A
esposa não pode ser exposta as sujeiras do coração pecaminoso do esposo. O dever deste é lutar
contra os desejos carnais depravados que tem por sua esposa e mantê-la “livre da sujeira”.
Preserve a inocência do coração da sua esposa, não a exponha a vergonha da manifestação dos
desejos obscenos que você adquiriu devido absorção de tanto material pornográfico durante sua
vida. Este ponto só pode ser efetuado corretamente quando atrelado a Palavra (rhēma), a
doutrina de Cristo, cujo sangue nos purifica de todo pecado (1 João 1.7).
Gloriosa (endoksos) – Algo ou alguém esplendido, nobre, honorável. Tal deve ser o desejo do
esposo. Ele deve anelar por isso, por poder apresentar todos os dias para si e para Deus sua
esposa cheia de gloria, lavada pelo sangue do Cordeiro de Deus!
Sem Mácula (spiloō) – Literalmente interpretamos por manter a esposa incontaminada com
qualquer tipo de sujeira – moral ou espiritual – com extremo zelo sobre ela. A original grega
vem de outra palavra, spilos, que num sentido figurado por ser traduzida por Defeito ou
Desgraça!
Santa (hagios) – uma metáfora aplicada ao tipo de pureza moral, do coração, de uma vida
virtuosa; o marido que não zela por sua esposa, principalmente nas questões bíblicas,
devocionais, põem-se como coautor das máculas na vida de sua esposa. Ora, seus próprios
sentimentos impuros como falamos anteriormente podem principiar o declínio do valor da vida
santa de sua esposa uma vez que muitos – sob pretexto de “esquentar” a relação – propõem que
a esposa assista vídeos pornográficos com ele, não somente de natureza heterossexual, mas
homossexual, orgias, etc. Como pode uma mulher manter-se Santa, diante do Seu Senhor se o
seu marido a compele a uma vida intima depravada?
Irrepreensível (amōmos) – metáfora usada pelo NT para falar de Cristo, o cordeiro sem mancha
ou defeito, apresentado para o sacrifício conforme a lei exigia;
Encontramos aqui os termos aos quais a Palavra de Deus se refere aos cuidados de Cristo para
com Sua Noiva, termos estes ordenados aos cuidados também por nossas esposas. Não
encontramos nenhuma margem de possibilidade do texto lido estar se referindo de forma
figurada, algo que não seja prático, que não possa ser executado. O apóstolo é categórico a
seguir ao afirmar que esta forma como ele deve amar a mulher (esposa) é com aquele mesmo
zelo que ele cuida de si mesmo, da sua sarks (carne), seu corpo. Esta sarks é aquela citada no
versículo 31: “(...) e serão dois numa carne”; o que indica que ele não mais pode cuidar
separadamente dos cuidados básicos e essenciais de um dos corpos (ou carne - sarks) sem
prejudicar o outro.

CONCLUSÃO

Porque tivemos toda esta aula e parece que esquecemos do título do estudo “Marido
Anticristo”? Na verdade não esquecemos, não. Para concluirmos com o devido entendimento,
precisamos mostrar todas as responsabilidades do homem como marido, sacerdote de seu lar,
em semelhança ao Senhor Jesus que é o Sumo Sacerdote, O Noivo, cuidador e sustentador de
Sua Santa Igreja. Certamente que fica claro que, biblicamente, quando vier o homem do pecado,
filho da perdição – O Anticristo, ele será a Oposição Máxima contra tudo e todos que professam
a Cristo como Senhor. Ele perseguirá a Igreja de Cristo, afligirá a Noiva como o mais feroz dos
tiranos que já pisou na face da terra.
Fazendo uma rápida comparação com 1 Tm 3.2-3, o marido anticristo, destrói esta estrutura de
atributos relacionadas ao episcopado (sabendo que o homem é o episkopos de seu lar),
consequentemente esta imagem do Anticristo para Igreja é a mesma que muitos de nós SOMOS
para nossas esposas. A sobriedade citada no versículo 2 pode trazer uma compreensão muito
superficial da forma como foi traduzida, se olharmos para o vasto significado da raiz grega
encontramos um sentido muito mais relacionado a ser um condutor que evita caminhos de
destruição, que é lucido e cauteloso com os desejos e paixões da mente sob controle.
Este é o homem que você – e que nós – temos sido? Ou somos a antítese do que as Escrituras
ordenam que sejamos para com nossas mulheres? Se somos esta antítese, somos a imagem e
semelhança não de Cristo, mas do opositor chamado Anticristo. Somos mais sanguinários que o
velho Saulo de Tarso, respirando ameaças e morte, buscando em nossas idiossincrasias, nosso
religioso interior, “cartas para Damasco” para perseguir e afligir a igreja de Cristo. (Atos 9.1-2).

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