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ANESTESIA

INTRAVENOSA

Profa. Dra. Suzane Lilian Beier


Escola de Veterinária
UFMG
Anestésicos Gerais Intravenosos

O que são Anestésicos Gerais


Intravenosos

São fármacos que promovem depressão do


Sistema Nervoso Central, de forma dose-
dependente e reversível, resultando na perda das
capacidades de percepção de estímulos
dolorosos e resposta a estes estímulos.
Anestésicos Gerais Intravenosos

Objetivos da
Anestesia Geral Intravenosa

 Hipnose
 Analgesia
 Relaxamento Muscular
 Recuperação Rápida e Tranquila
 Estabilidade Hemodinâmica e Respiratória
Anestésicos Gerais Intravenosos

Vantagens dos
Anestésicos Gerais Intravenosos

Custo baixo

Dispensa uso de equipamentos específicos

Não há sobrecarga pulmonar

Ausência de poluição
Anestésicos Gerais Intravenosos

Desvantagens dos
Anestésicos Gerais Intravenosos

Controle da profundidade anestésica difícil

Impossibilidade de superficialização rápida

Eliminação dependente da integridade orgânica

Recuperação prolongada
Indicações:

 Indução anestésica
 UTI - sedação
 procedimentos diagnósticos
 cirurgias de curta duração
Modos de administração

 bolus – loading dose


 bolus intermitente maior precisão
 infusão contínua
 bolus + infusão contínua
 Taxa de infusão variada
 Infusão alvo controlada - TCI
Modos de administração
Bolus – loading dose
 É a administração intravenosa realizada
em tempo menor ou igual a 1 minuto
Concentração
plasmática
cai rapidamente Janela
terapeutica
 Bolus
Modos de administração
Bolus intermitente
Desvantagens
 É a administração intravenosa realizada
sub ou sobredoses
em intervalos de tempo.
efeito cumulativo

Janela
terapeutica
Modos de administração

Infusão
 Infusão rápida
 Infusão lenta
 Infusão contínua
Modos de administração

 Infusão rápida
 É a administração intravenosa realizada entre 1 e
30 minutos
 Infusão lenta entre 30 e 60 minutos
 Infusão contínua acima de 1 hora
Modos de administração

Bolus – infusão contínua

Janela
terapeutica
Modos de administração

Infusão contínua sem bolus

100 concentração plasmática


alcança janela terapêutica
4 a 5 meia vidas

10
IC

1
0 30 60 90 120 150 180 210 240
Time (min)
Modos de administração

 A maioria dos fármacos utilizados em medicina


veterinária necessitam de um bolus antes da
infusão contínua
 devido ao tempo para alcançar a concentração
plasmática efetiva (janela terapêutica)

 Exceção – remifentanil
 Exemplo: Fentanil controle dor intraoperatório
 Sem bolus – efeito após 2 horas horas
% concentração do opióide na biofase
100

remifentanil
% do “steady state” 80

60
alfentanil
40
sufentanil
20
fentanil
0

0 10 20 30 40 50 60

Minutos

Shafer SL, ASA Refresher Course, Chapter 19, 1996


Modos de administração

Preocupação da anestesia intravenosa ????

 Efeito cumulativo

 Recuperação demorada
IC
 Como podemos solucionar este problema???

 Infusão contínua – Taxa variada

 Infusão alvo controlada - TCI


Modos de administração
Taxa de infusão variada

 É a administração intravenosa realizada


com redução na taxa de infusão com o
passar do tempo

 Evitar o efeito
IC cumulativo
Taxa de infusão variada de Fentanil
3,5

2,5 Bolus = 5 µg.kg-1


infusão: 30 µg.kg-1. h-1 durante 30 min
2 20 µg.kg-1.h-1 durante 30 min
1,5 10 µg.kg-1.h-1 durante 60 min

0,5

0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140
Taxa de infusão variada de Propofol

Indução = 4-5 mg/kg


Infusão: 0.3 mg/kg/min durante 20 min
0.2 mg/kg/min durante 15 min
0.1 mg/kg/min até o final
Taxa de
Infusão

Tempo
Modos de administração

TCI – TARGET CONTROLLED INFUSION

INFUSÃO ALVO-CONTROLADA
TCI – TARGET CONTROLLED INFUSION

PROGRAMA FARMACOCINÉTICO QUE CONTROLA A


VELOCIDADE DA BOMBA DE INFUSÃO

O ANESTESISTA DETERMINA A
CONCENTRAÇÃO DESEJADA (plasma ou sítio efetor)
(g/ml)
INFUSÃO CONTÍNUA ALVO-
CONTROLADA

Harvard Pump Diprifusor


Modos de administração
Infusão alvo controlada

IC

2 ug/ml 1.2 V%
Sensor
Antena

Módulo IAC Software


Microprocessador da bomba

Hardware da bomba
INFUSÃO ALVO CONTROLADA – TCI

Vantagens
 Indução suave
 Transição fácil para a manutenção da
anestesia
 Controle da profundidade anestésica
 Recuperação rápida
Modos de administração
100

TCI
10

TIV

IC
1
0 30 60 90 120 150 180 210 240
Time (min)
1 - bolus
Maior precisão
2 - bolus intermitente
3 – TCI
Níveis Séricos

Janela
Terapêutica
12
3
Tempo
FÁRMACOS
INTRAVENOSOS
Anestésicos Gerais Intravenosos

Classificação dos
Anestésicos Gerais Intravenosos

BARBITÚRICOS (Tiopental, Pentobarbital)

ALQUIL-FENÓIS (Propofol)

COMPOSTOS IMIDAZÓLICOS (Etomidato)

DERIVADOS DA FENCICLIDINA (Quetamina,


Tiletamina)
Anestésicos Gerais Intravenosos

Barbitúricos
1. CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO A DURAÇÃO DE AÇÃO

CLASSIFICAÇÃO AGENTE PERÍODO DE PERÍODO HÁBIL


LATÊNCIA
LONGA Fenobarbital 12 minutos 6 – 12 horas

CURTA Pentobarbital 30 – 60 segundos 60 – 120 minutos

ULTRACURTA Tiopental 15 a 30 segundos 10 – 20 minutos

ULTRACURTA Tiamilal 15 a 30 segundos 10 – 20 minutos

ULTRACURTA Meto-hexital 15 a 30 segundos 5 – 10 minutos


Anestésicos Gerais Intravenosos

Tiopental -
Propriedades químicas e físicas:

 sal sódico (ácido fraco/base forte)


Via intravenosa
exclusivamente
 pKa = 7,6

 pH da solução alcalino > 10

 tiopental: estável por 1 semana


Anestésicos Gerais Intravenosos

flebite - necrose
Anestésicos Gerais Intravenosos

Cães - concentração 2.5%

1000mg / 25mg/ml = 40 mL

Gatos - concentração 1.25%

1000mg / 12.5mg/ml = 80 mL

-Dilui na seringa 1:1


água destilada
Anestésicos Gerais Intravenosos

Barbitúricos
NT
INIBITÓRIO
2. MECANISMO DE AÇÃO

Potencializam a ação do GABA


Aumentando a condutância ao cloro
hiperpolariza a membrana

Aumenta frequencia de abertura


Aumenta tempo de duração do canal
do canal aberto

Reduzindo a excitabilidade neuronal


Anestésicos Gerais Intravenosos

Farmacocinética
 alta lipossolubilidade – cuidado obesos
Anestésicos Gerais Intravenosos

Efeito cumulativo do tiopental


Anestésicos Gerais Intravenosos

Farmacocinética
 72 a 86% de ligação às proteínas plasmáticas
 cuidado com hipoproteinemia – aumenta fração livre
Anestésicos Gerais Intravenosos

Farmacogenética - Galgos

Essas raças possuem uma


deficiência no metabolismo
Hepático – enzimas P-450

1 - Pequena quantidade de gordura corporal


(redistribuição muito rápida);

2 - Baixa concentração sérica de albumina;

3 – Recuperação com excitação


Borzoi Greyhounds Whippet
OBSTRUÇÃO INTESTINAL DISTENÇÃO ABDOMINAL
TORÇÃO GÁSTRICA
PIOMETRAS
VOLUME CORRENTE
REDUZIDO

ANESTESIA MAIS
CHOQUE ENDOTOXÊMICO AUMENTO DA PaCO2 PROFUNDA

ACIDOSE
RESPIRATÓRIA

MAIOR EFETIVIDADE
BARBITÚRICA
ACIDOSE METABÓLICA

AUMENTO DA NÃO
IONIZAÇÃO DOS
BARBITÚRICOS
Anestésicos Gerais Intravenosos

Contra indicada
Farmacocinética Hepatopatas e
Infusão contínua

 metabolismo: sistema microssomal hepático


 dessulfuração e oxidação
 eliminação: renal
 meia vida: tiopental t1/2 = 5-12 hs

Thurmon et al 2006
Anestésicos Gerais Intravenosos

Farmacodinâmica
 Sistema cardiovascular
 depressão do centro vasomotor

 redução da força de contração do miocárdio

 redução do RV, PVC e da pressão arterial

 redução do fluxo sanguíneo coronariano e do


consumo de O2 pelo miocárdio

 aumento da frequência cardíaca

Thurmon et al 2006
Anestésicos Gerais Intravenosos

Farmacodinâmica

 Sistema Nervoso Central


 reduz consumo de O2 cerebral
CUIDADO COM
 reduz fluxo sanguíneo cerebral A HIPOTERMIA

 reduz pressão intracraniana


 depressão do centro termorregulador

Thurmon et al 2006
Anestésicos Gerais Intravenosos

Farmacodinâmica
VM = VT x FR
 Sistema respiratório:
 depressão do centro bulbar - apnéia
 redução do volume minuto
 redução da frequência respiratória
 redução da sensibilidade à hipoxia e hipercapnia
 hipercapnia e acidose respiratória

Thurmon et al 2006
Anestésicos Gerais Intravenosos

Farmacodinâmica
CONTRA
INDICADO EM
NEFROPATAS
 Sistema urinário
 redução do fluxo sanguíneo renal - FSR

 redução da taxa de filtração glomerular - TFG

 redução do volume urinário = DU

Thurmon et al 2006
Anestésicos Gerais Intravenosos

Farmacodinâmica
Contra indicado
 Útero em cesarianas
 redução do tônus uterino
 depressão fetal

 Olho
 midríase inicial, seguida de miose
 redução da pressão intraocular

Thurmon et al 2006
Anestésicos Gerais Intravenosos

4. INDICAÇÕES E DOSES

Tiopental
Cães: 7 – 12,5 mg/kg
Gatos: 5 mg/kg
ASA I
Anestésicos Gerais Intravenosos
Anestésicos Gerais Intravenosos

COMPOSTOS IMIDAZÓLICOS
(Etomidato)

1. Características físico -químicas

pH 5,1 – 4965 mOs/L

hemólise - hiperosmolar

plasma e urina de coloração

avermelhada
Anestésicos Gerais Intravenosos

COMPOSTOS IMIDAZÓLICOS
(Etomidato)

taxa de ligação com proteínas plasmáticas: 76%

solvente (propileno glicol)

dor à injeção, flebites e reações alérgicas


Anestésicos Gerais Intravenosos

Farmacocinética

 não tem efeito cumulativo


 ultra curta duração
 duração dose-dependente
 alta lipossolubilidade
 t1/2 = 3 min
Parâmetros farmacocinéticos dos
anestésicos intravenosos
Meia-vida de Tempo Volume de
equilíbrio para Meia-vida na distribuição Meia-vida
entre o efeito fase de no estado Ligação na fase de
plasma e o máximo distribuição de equilíbrio protéica Depuração eliminação
local de ação (min) T1/2  (min) Vd (l.kg-1) (%) (ml.kg-1.min-1) T1/2  (h)
T1/2 keo (min)

Tiopental 1,5 1,7 2-4 2,5 85 3,4 11

Propofol 2,4 2,2 2-4 2-10 98 20-30 4-23

Etomidato 1,5 2,0 2-4 2,5-4,5 75-97 18-25 2,9-5,3

Cetamina 1,03 3,0 11-16 2,5-3,5 12-47 12-17 2,5-3,1

Midazolam 4,0 2,8 7-15 1,1-1,7 94 6,4-11 1,7-2,6


Anestésicos Gerais Intravenosos

2. METABOLISMO

Esterases hepáticas e plasmáticas (hidrólise em


compostos inativos)
metabólito: ácido carboxílico imidazólico (80%) - é
inativo
Eliminação renal (78%)
biliar (22%)
3% inalterado
Anestésicos Gerais Intravenosos

3. MECANISMO DE AÇÃO

Ação depressora semelhante a do GABA


Anestésicos Gerais Intravenosos

Desvantagens

 mioclonias (sempre associado BNDZ ou fentanil)


 dor no local da aplicação
 tromboflebite (23%)
 náuseas e vômitos (40%) (homem)
 inibição da síntese de cortisol e aldosterona- infusão
contínua
Anestésicos Gerais Intravenosos

Farmacodinâmica
 Sistema Nervoso Central
 reduz consumo de O2 cerebral
 reduz fluxo sanguíneo cerebral
 reduz pressão intracraniana

 Sem redução da pressão arterial média, a


perfusão cerebral é mantida ou até aumentada
Anestésicos Gerais Intravenosos

Farmacodinâmica
 Sistema cardiovascular
 Poucas alterações
 reduz pressão arterial (14%)
 aumento discreto da frequência cardíaca, volume
sistólico e débito cardíaco
 reduz resistência vascular periférica (17%)
Anestésicos Gerais Intravenosos

Farmacodinâmica Indicado em
cardiopatas

 Sistema cardiovascular
 Pequena alteração
 maior estabilidade cardiovascular
Anestésicos Gerais Intravenosos

Farmacodinâmica
 Sistema respiratório
 redução do volume corrente (26%)

 aumento da frequência respiratória (13%)

 redução do volume minuto (21%)

 Apnéia não é comum


Anestésicos Gerais Intravenosos

Farmacodinâmica
 Sistema digestório

 redução da motilidade e tonus

 aumento de secreções após cessar administração

 Pode ter vômito durante a indução se o animal


não estiver bem sedado.
Anestésicos Gerais Intravenosos

5. NOME COMERCIAL E DOSE

Etomidato (Etomidato®)
Cães e gatos: 0,5 – 2 mg/kg

Evitar as
Associar mioclonias

0.5mg/kg - BNDZ
5g/kg - Fentanil
1,5mg/kg - Lidocaína 2% s/v
Anestésicos Gerais Intravenosos

5. NOME COMERCIAL E DOSE

Etomidato (Etomidato®)

Indicações
Cardiopata
Neuroproteção ???
Anestésicos Gerais Intravenosos

ALQUIL-FENÓIS (Propofol)

1. FÓRMULA QUÍMICA

Emulsão aquosa a 1%:


- 10% de óleo de soja
- 2,25% de glicerol
- 1,2% de fosfolipídeo de
ovo purificado
Anestésicos Gerais Intravenosos

Propofol

2. Propriedades físico-químicas
 diisopropil fenol
 pH 7,0
 baixa solubilidade em água
 aspecto leitoso
Anestésicos Gerais Intravenosos
Propofol
Propofol
3. METABOLISMO

Fígado (principal), pulmão, intestino, plasma e


rins
Metabólitos inativos excretados pela urina
1% eliminado pela urina
2% eliminados pelas fezes
Propofol
Farmacocinética
 clearance metabólico 10 vezes mais rápido que o do
tiopental
 metabolização hepática e extra-hepática
 metabolismo hepático
 conjugação com ácido glicurônico
 Felinos – dificuldade conjugação
 Cuidado em infusão contínua
prolongada
Propofol

Farmacocinética
 ligação às proteínas plasmáticas e eritrócitos em 97-99%

 galgos despertam mais lentamente

 Baixa concentração sérica de albumina;

 Família das enzimas P-450,


deficiente;
Propofol

2. CARACTERÍSTICAS

Uso exclusivo por via intravenosa (pH 4,5 – 7)

Período de latência semelhante ao Tiopental

Recuperação mais rápida – clearance

Indução rápida
Propofol
Farmacodinâmica
 Sistema Nervoso Central
 potencialização do GABA
 redução do fluxo sanguíneo cerebral
 redução da pressão intra-craniana
 efeito miorrelaxante
Propofol
Farmacodinâmica

 Sistema cardiovascular
 redução da sensibilidade barorreflexa a queda da
PA
 redução da PA, FC, RVP
 em doses equipotentes: maior depressão que o
tiopental
 redução do débito cardíaco (venodilatação)

DC – 40-60%
Propofol
Farmacodinâmica

 Sistema respiratório
 apnéia velocidade-dependente
 redução da frequência respiratória
 hipercapnia com acidose respiratória
 redução da PaO2 _ hipoxemia
Propofol
Outros efeitos indesejáveis

 Tremores musculares
 Contrações involuntárias
 Hiperextensão anteriores / posteriores relaxados
Propofol

1,2% cães submetidos a TIVA de propofol com


fentanil desenvolveram mioclonias.
Propofol
Outros efeitos indesejáveis

 Hipotermia
 Depressão centro termorregulador

 Dor à injeção
 pode causar dor na injeção IV
Propofol
Outros efeitos indesejáveis

 Hipotermia
 Depressão centro termorregulador
 tempo limitado de uso após abertura do
frasco
 Nova formulação - microemulsão
Propofol
Outros efeitos indesejáveis

Os solventes dos agentes venosos podem


ser um dos fatores responsáveis pela dor à
injeção, pelas flebites e mesmo pelas
reações alérgicas que se seguem ao uso dos
mesmos.
Fragen RJ,
Propofol
Outros efeitos indesejáveis

 a água é o solvente dos barbitúricos e do


midazolam;
 o propilenoglicol é o solvente do etomidato e
do diazepam;
 o propofol tem como solvente óleo de soja,
glicerol e fosfatado de ovo purificado.
Veterinary Record | November 27, 2010
Resultados
 Não houve diferença em relação aos efeitos
cardiorespiratórios entre as duas formulações.
 PL foi maior nas microemulsões
 Vantagens – tempo prateleira e sem contaminação
6. INDICAÇÕES E DOSES

Propofol (Diprivan®)

cão e gato:

2 – 5 mg/kg com MPA


6 – 8 mg/kg sem MPA
 Hepatopatas
 Nefropatas
 Obesos
 Idosos
 Diabéticos
 Neurocirurgias
6. INDICAÇÕES E DOSES
Atravessa
rapidamente a
Cesarea
placenta, mas é
Neurocirurgia rapidamente
Raio x ,Tomografia, Ressonancia depurado…
Derivados das Fenciclidinas
Cetamina / Tiletamina

1. FÓRMULA QUÍMICA

a. Cetamina

b. Tiletamina
2. CARACTERÍSTICAS

pH 3,5 – 5,5 (dor à aplicação IM)

Taxa de ligação com proteínas plasmáticas: 53%

Solúveis em água

período de latência e duração variáveis


Derivados das Fenciclidinas
Cetamina / Tiletamina
ANESTESIA DISSOCIATIVA

CATALEPSIA INCAPACIDADE
RESPONDER
ESTÍMULOS

INCONSCIÊNCIA,
CONSCIÊNCIA
PARCIAL

ANALGESIA REFLEXOS
PROTETORES
ANESTESIA DISSOCIATIVA

Fenômenos excitatórios –associação


Com BNZD ou alfa 2 agonistas
SIMULTANEAMENTE:
DEPRIME SISTEMA TÁLAMO-CORTICAL

ESTIMULA SISTEMA LÍMBICO, HIPOCAMPO


ANESTESIA DISSOCIATIVA

Dissociação - tálamo-cortical e sistema


límbico
SNC incapaz de receber ou processar
informações sensoriais
Anestesia, analgesia, supressão do medo e
ansiedade e amnésia (homem)

(WHITE et al., 1982; BERGMAN, 1999)


UTILIZAÇÃO
 Agentes indutores anestésicos
 Analgesia preventiva
 Manutenção anestésica
 Analgesia co-adjuvante
 Efeito antitoxêmico
FÁRMACOS
 CETAMINA – isômeros S (+) R(-)

 TILETAMINA
 ZOLAZEPAM 1:1
CETAMINA

MISTURA RACÊMICA DE ISÔMEROS

R(-) cetamina + S(+) cetamina

POTÊNCIA ANALGÉSICA: 3 a 4 VEZES MAIOR


CLEARENCE: 35% MAIS ELEVADO
VOLUME DE DISTRIBUIÇÃO: MAIOR
POTÊNCIA RELATIVA

Quando comparada com cetamina


racêmica, a cetamina S(+) apresenta
recuperação mais curta e com menor
incidência de reações adversas
(Lauretti et al., 2000; Pfenninger et al., 2002)

Baseado na potência da cetamina S(+)


alguns estudos sugerem uma redução
de 50 a 70% na dose
(White et al., 1980; Kienbaum et al., 2001)
Biotransformação dos agentes
dissociativos
Contra indicada
em pacientes
Cetamina Norcetamina eNefropatas
dihidrocetamina
ou
(fígado) com obstrução
principal metabólito uretral

Potencia próxima da cetamina


Eliminação renal e biliar
80% sob a forma inalterada no gato
Farmacocinética cetamina

Altamente lipossolúveis
Facilmente absorvíveis - via IV, IM, intranasal
retal e oral
Duração 10-20min IV e 30min IM
Farmacocinética cetamina

 Biodisponibilidade
 Via intramuscular – 93%
 Via oral – 20%
 Via intranasal – 50%
 Via retal 30% Dose cetamina - gatos
VO = 20-40mg/kg
Efeito primeira
passagem
Farmacodinâmica

 Sistema Nervoso Central:

 aumento do fluxo sanguíneo cerebral


 aumento pressão do líquido cefaloraquidiano
 vasodilatação cerebral
 aumento pressão intracraniana
Farmacodinâmica

 Sistema Nervoso Central:

 Contraindicação:
 Traumas cranianos, epilepsia, cirurgias SNC
Farmacodinâmica
 Sistema Cardiovascular:

 INIBIÇÃO da Recaptação Noradrenalina


 Estimulação simpática
 Aumento da FC, PA, do DC e
 Contratilidade
Farmacodinâmica

Cetamina: indução anestésica (choque


hemorrágico ou com hipovolemia grave)

 Efeitos estimulantes cardiovasculares: FC, PVC,


PAP, PAM e DC
(REIS-OLIVEIRA et al., 1980)

 PA mantém-se elevada em relação à observada


para barbitúricos ou anestésicos inalatórios
(HASKINS & PATZ, 1990; BOOTH, 1992; VALADÃO, 2002)
Farmacodinâmica
 Sistema Respiratório:
 Apnéia transitória
 Padrão apnêustico
 Intubação – manutenção reflexo laringotraqueal
Farmacodinâmica
 Outros efeitos:

 aumento da PIO

 manutenção - reflexos protetores


 aumento salivação
Indicações e usos: - efeito anestésico

 cães
 2 -4 mg/kg IV
 5 – 8 mg/kg IM
 gatos
 2 -3 mg/kg IV
 7-10 mg/kg IM
Farmacodinâmica
Efeito analgésico
 Antagonismo do receptor NMDA
 agonismo do receptor opióide
 interações nos canais de sódio – anestesia local

As doses necessárias para bloquear os receptores NMDA <


para induzir anestesia cirúrgica

Analgesia = doses sub-anestésicas

(PADDLEFORD, 1999; MARHOFER et al., 2000; SMITH et al., 1987)


 GLUTAMATO
 NT excitatório cérebro e medula
 Responsável pela hiperalgesia

 4 TIPOS DE RECEPTORES GLUTAMATO


 NMDA – N-METIL D-ASPARTATO
- substância gelatinosa da medula espinhal
- cerebelo
- tálamo
- gânglios da base
- sistema límbico e córtex
ANALGESIA CO-ADJUVANTE

 baixas doses de cetamina em pacientes


com trauma e dor aguda severa, reduz o
consumo de morfina

 Cetamina em baixas doses potencializa a


analgesia dos opióides
(Galinski et al., 2007)
Ketamine as an Adjunct
Analgesic
Indicações

 ANALGESIA
 Trans operatória – somática
 Mastectomias
 Amputações
 Queimaduras
 Debridamento ferida
 Toracotomias

 Pós operatória
 Combinação de morfina com cetamina aboliu o fenômeno de
wind up

 Redução da ocorrência de hiperalgesia


secundária quando comparado ao uso
de opióide sozinho.
ANALGESIA CO-ADJUVANTE

DOSES CETAMINA:
 CÃO e GATO

0,5 mg/kg, IV bolus

0,6 mg/kg/h = (10ug/kg/min) IV, infusão


contínua

(SARAU et al., 2007)


CETAMINA: GATOS

 infusão contínua em doses altas


 1,4 a 6,9 mg/kg/hora
 redução da CAM isofluorano: 45 e 75%
 com aumento da FC e PA
 recuperação prolongada

(PASCOE et al., 2007)


CETAMINA: GATOS

 efeito analgésico visceral fraco


 analgesia pós-operatória após OSH
 2 mg/kg, IV: produziu aumento limiar térmico
 não existem estudos clínicos que confirmem:
baixas doses como ocorre em cães

(ROBERTSON., 2008)
Estudo clínico em gatos

 0,5 mg/kg IV cetamina


antes da cirurgia
 Diminui o requerimento

de fentanil no trans
 Diminui o requerimento

de resgate de morfina
no pós operatório

2 resgate morfina 0.4 mg/kg


Estudo clínico em gatos

 0,5 mg/kg IV cetamina


antes da cirurgia
 Diminui o requerimento

de fentanil no trans
 Diminui o requerimento

de resgate de morfina
no pós operatório

2 resgate morfina 0.4 mg/kg


Basal 2 horas pós
cirurgia

Sem resgate morfina


EFEITO ANTITOXÊMICO
Ketamine inhibits endotoxin-induced shock in
rats.
Taniguchi T, Shibata K, Yamamoto K.

Anesthesiology. 2001 Oct;95(4):928-32.


EFEITO ANTITOXÊMICO
“Administração de cetamina inibe a hipotensão,
acidose metabólica e resposta as citocinas em ratos
endotoxêmicos. Os resultados sugerem que a
cetamina pode oferecer vantagens como agente
anestésico na endotoxemia”.
(TANIGUCHI et al., 2001)
CONCLUSÃO
 Efeitos anestésicos clássicos
 Anestesia balanceada várias espécies
 Analgesia preventiva
 Analgesia coadjuvante
 Analgesia pós operatória
 Efeito antitoxêmico
CONCLUSÃO
 É segura como agente indutor nos casos de
pacientes com instabilidade hemodinâmica

 Em infusão contínua, reduz a CAM dos AI em


cães, gatos e equinos de forma concentração
dependente

 Baixas doses de cetamina alem de promover


analgesia quando associada a opioides reduz o
requerimento destes
“ Não existem métodos fáceis
para resolver problemas difíceis “
René Descartes

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