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FICHA 03

1.1. Segundo o historiador Pierre Chaunu, «o rei é absoluto na medida em que é a


origem última de todo o poder, a origem última da lei», ou seja, a característica
principal do poder absoluto é o não admitir qualquer ordem de contestação à sua
base de poder. O poder do rei, embora seja fruto da sua vontade como
expressão do poder supremo e considerado que pela sua ação resume o poder
de Deus, não é discricionário, ou seja, tem como limite a razão e à tradição, isto
é «está submetido à lei que ele e os seus predecessores fizeram». Não se
considera um poder arbitrário ou tirânico.

1.3. A expressão utilizada pelo autor do documento 1 «o rei exerce o poder no seio
do seu Conselho» quer dizer que o rei, embora exerça um poder solitário, na
medida que ele só presta contas a Deus e a si próprio, segundo os ditames da
tradição e da razão, utiliza o Conselho para o poder ajudar a executar as tarefas
governativas cada vez mais complexas e centralizadas.

1.4. Sem um Estado forte seria impossível ao rei exercer um poder forte. A
administração absolutista é formada por conselhos da fazenda, por tribunais de
várias instâncias, por conselhos de guerra, por conselhos de negócios
estrangeiros, por conselhos de políticas internas, por uma polícia, etc.

1.5. A advertência ao rei Luís XV, por parte do Parlamento de França, vem recordar
ao rei que «há leis tão antigas como a monarquia, fixas e invariáveis» que
necessitam de ser aplicadas. No fundo, lembram ao rei que este governa
igualmente pela tradição e pelos que governaram antes dele e que a
convocação das Cortes ou do Parlamento para ouvir as queixas do povo e das
outras ordens sociais é tão importante como governar, isto é, «é o único canal
através do qual a voz do povo vos pode chegar».

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