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Legislação e engenharia comportamental

Olavo de Carvalho
7 de outubro de 2017 - 17:09:47

Grande parte da legislação moderna, no Brasil e em outros


países, tem finalidades que vão muito além dos seus
objetivos nominais e aparentes. Uma dessas finalidades é
a permanente estimulação contraditória destinada a
debilitar a inteligência da população, de modo a habituá-la
a aceitar passivamente a qualquer ordem absurda. É um
efeito bem conhecido dos estudiosos de seitas pseudo-
religiosas como as do Rev. Moon ou de Rajneesh.
Recomendo, a respeito, a leitura do livro de Flo Conway e
Jim Siegelman, já velho de três décadas, “Snapping.
America’s Epidemic of Sudden Personality Changes”.

Um exemplo bem característico é que uma mãe pode ser presa por amamentar o seu
bebê em público ou um avô por fazer inocentes carícias no rosto da sua neta, mas a lei
protege a exposição em que uma criança toca, sem motivo aparente e para fins de mera
exibição, o corpo de um homem nu deitado.

Seria um exagero ver neste último acontecimento uma propaganda ostensiva da


pedofilia. Ele é antes um ato de dessensibilização moral da população, preparando-a
para aceitar, no futuro, não somente a legitimação da pedofilia como “orientação
sexual”, mas qualquer outra absurdidade que o governo deseje lhe impor. A propria
indignação popular quanto ao que lhe pareceu uma promoção ostensiva da pedofilia já
revela um certo estado de confusão, no qual ninguém consegue distinguir entre a longa
e sutil preparação da atmosfera mental para uma futura modificação de comportamento
e a prática atual de um crime. Para mim, é claro que os criadores das duas exposições,
do MAM e do Santander, já previam essa reação e a desejavam como oportunidade de
expor ao ridículo o moralismo conservador. Essas coisas não são assuntos para
palpiteiros amadores. Leiam o livro de Pascal Bernadin, “Maquiavel Pedagogo”, e verão
que as modificações comportamentais desejadas pela elite global são estudadas durante
décadas em altos circulos científicos, e só lentamente postas em prática, em caráter
experimental, quando já se tem o controle suficiente das reações previsíveis, inclusive
adversas, e os meios de desviá-las em favor do objetivo planejado.

As reações moralizantes, por dignas e respeitáveis que sejam em si mesmas, só revelam


despreparo e amadorismo. A engenharia comportamental é uma disciplina que vem se
desenvolvendo desde antes da II Guerra Mundial. Não é assunto para semi-analfabetos
indignados.

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