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HISTÓRIA MILITAR
CAS
2016
Cruz Alta - RS
201 4
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Créditos
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................. 9
1. A ARTE DA GUERRA E O PENSAMENTO MILITAR .................................................. 9
2. A DOUTRINA MILITAR BRASILEIRA .................................................................. 13
CAPÍTULO I – COLONIZAÇÃO: A PARTILHA DAS AMÉRICAS ..................................... 15
1. ESTRUTURAS DO SISTEMA COLONIAL ................................................................ 15
2. A COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA DO NORTE .......................................................... 20
3. A FRANÇA NAS AMÉRICAS .......................................................................... 22
CAPÍTULO II – BRASIL COLÔNIA (1530-1808) .............................................. 25
1. A OCUPAÇÃO EFETIVA DA COLÔNIA E O EMPREENDIMENTO CANAVIEIRO .......................... 25
2. O TRABALHO COMPULSÓRIO: A ESCRAVIDÃO INDÍGENA E O TRÁFICO NEGREIRO ................... 27
3. O BRASIL SUBMISSO À UNIÃO IBÉRICA (1580-1640) ........................................... 29
4. A EXPANSÃO DA OCUPAÇÃO PORTUGUESA PARA ALÉM DO TRATADO DE TORDESILHAS ........ 31
5. A DESCOBERTA DO OURO: UM NOVO CICLO ECONÔMICO ........................................... 33
6. REVOLTAS NATIVISTAS ............................................................................... 34
7. REVOLTAS COLONIAIS ................................................................................ 36
8. OS TRATADOS DE LIMITES: A NOVA FIXAÇÃO DE FRONTEIRAS ..................................... 37
CAPÍTULO III – O SÉCULO XIX NAS AMÉRICAS ............................................... 41
1. O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA NAS AMÉRICAS ................................................... 41
2. TEORIAS DE PAN-AMERICANISMO E COOPERAÇÃO HEMISFÉRICA ................................... 48
3. CONSTRUÇÃO DOS ESTADOS UNIDOS ............................................................... 49
4. A FORMAÇÃO DO ESTADO NORTE-AMERICANO E SUA CRISE: A GUERRA CIVIL ................... 51
CAPÍTULO IV – BRASIL IMPÉRIO: FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO (1808-1889) ........ 57
1. A CRISE DO COLONIALISMO PORTUGUÊS E O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA ...................... 57
2. CONSTRUÇÃO DA NOVA ORDEM NO IMPÉRIO ....................................................... 62
3. A POLÍTICA ADMINISTRATIVA DO IMPÉRIO ........................................................... 65
4. CRISE E CONSOLIDAÇÃO DO IMPÉRIO ................................................................ 66
5. A POLÍTICA EXTERNA DO IMPÉRIO DO BRASIL ...................................................... 70
6. ECONOMIA E TRABALHO EM TRANSIÇÃO ............................................................ 75
7. O FIM DO IMPÉRIO .................................................................................... 76
CAPÍTULO V – A PRIMEIRA REPÚBLICA NO BRASIL (1889-1930) ......................... 79
1. REPÚBLICA DA ESPADA ............................................................................... 79
2. REPÚBLICA DAS OLIGARQUIAS ........................................................................ 84
CAPÍTULO VI – SEGUNDA GUERRA MUNDIAL: DO CONFLITO TRADICIONAL À ERA NUCLEAR . 101
1. ITÁLIA SOB FASCISMO ................................................................................ 101
2. NAZISMO NA ALEMANHA ............................................................................. 104
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2. JOSÉ SARNEY (1985-1989) ...................................................................... 174
3. FERNANDO COLLOR DE MELLO (1990-1992) .................................................... 175
4. ITAMAR FRANCO (1992-1994) E A INTERINIDADE DA NOVA REPÚBLICA ........................ 177
5. FERNANDO HENRIQUE CARDOSO (1995-2002) ................................................... 178
6. LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA E A ASCENSÃO DA ESQUERDA (2003-2010) ..................... 180
7. O PAPEL DO BRASIL PERANTE A INTEGRAÇÃO SUL- AMERICANA .................................. 182
8. ATUAÇÃO BRASILEIRA COMO FORÇA DE PAZ ....................................................... 184
9. RELAÇÕES INTERNACIONAIS: OS NOVOS DESAFIOS .................................................. 188
CAPÍTULO XI – A NOVA ORDEM MUNDIAL E O SÉCULO XXI .............................. 193
1. O MUNDO PÓS-GUERRA FRIA ....................................................................... 193
2. GRANDES BLOCOS REGIONAIS ....................................................................... 195
3. HEGEMONIA DOS ESTADOS UNIDOS .................................................................. 197
4. CRIMES ORGANIZADOS TRANSNACIONAIS ........................................................... 198
5. TERRORISMO INTERNACIONAL ........................................................................ 120
6. AMÉRICA DO SUL ..................................................................................... 202
7. DIREITOS HUMANOS COMO FATOR DE POLÍTICA INTERNACIONAL .................................. 205
8. RELAÇÕES INTERNACIONAIS: SURGIMENTO DA MULTIPOLAR IDADE E EQUILÍBRIO DE PODER PÓS-GUERRA
FRIA .................................................................................................. 206
CAPÍTULO XII – A PARTICIPAÇÃO DA FORÇA TERRESTRE NA HISTÓRIA NACIONAL ......... 209
1. DURANTE A COLÔNIA ................................................................................. 209
2. DURANTE A MONARQUIA ............................................................................. 218
3. DURANTE A REPÚBLICA ............................................................................... 229
4. CAMPANHAS MILITARES EM CONFLITOS EXTERNOS ................................................ 234
7
INTRODUÇÃO
Clausewitz assim definiu a guerra: [...] nada mais é que um duelo em grande
escala. [...] Um ato de violência que visa a compelir o adversário a submeter-
se a nossa vontade. Preconiza o uso ilimitado da força física, não excluindo
de modo algum a colaboração da inteligência, para atingir o objetivo final
da guerra em si, desarmar o inimigo, submetendo-o à nossa vontade e
destruí-lo (CLAUSEWITZ, 1998, p. 29).
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Mesmo quando compartilhavam uma religião ou ideologia
fanática, muitas unidades militares eram subornáveis e podiam
mudar de lado.
A história apresenta numerosas exceções ao padrão genérico,
mas essa foi de fato, por milhares de anos, a forma predominante
de guerra em todo o mundo. Essa guerra da Primeira Onda é hoje
o que os afegãos melhor sabem fazer.
A revolução industrial, segunda grande onda de mudanças sociais
e econômicas da história, trouxe consigo uma forma de guerra
totalmente nova: a guerra da Segunda Onda. A era da máquina
criou a metralhadora. A produção em massa tornou possível a
destruição em massa. O recrutamento criou exércitos
massificados. A tecnologia padronizou o armamento. Soldados
e oficiais receberam treinamento. A organização tornou-se
burocrática. O controle passou a ser feito de alto a baixo, por
graduações sucessivas de oficiais. Os sistemas de armas ficaram
cada vez maiores e mais letais – porta-aviões, formações blindadas,
frotas de bombardeios, mísseis nucleares.
Depois de sua derrota no Vietnã, contudo, as forças militares
dos EUA, paralelamente à economia, afastam-se da fabricação
em massa, começam a desenvolver a nova forma de guerra da
Terceira Onda, que se afastou das antigas concepções industriais
sobre a guerra em massa. Tanto a economia quanto as forças
militares necessitaram de uma vasta infraestrutura eletrônica.
A guerra da Terceira Onda, como escrevemos em War and Anti-
War, depende menos de ocupação territorial e mais da “supremacia
da informação”. Esta supremacia pode significar a destruição do
sistema de comando e controle do inimigo ou seus equipamentos
de radar e vigilância. Mas requer também conhecermos mais sobre
o adversário do que ele sabe sobre nós. Significa privá-lo de
“olhos e ouvidos” – tecnológicos e humanos – e significa supri-
lo de informações que enganem seus planejadores e modelem
suas suposições estratégicas, para tirar proveito dos erros deles.
Significa também, como prevíamos então, dar mais destaque à
“guerra de nichos” – operações especiais, aviões robôs, armas
inteligentes, miras de precisão, forças de reação rápida e “coalizões
profundas” que vão além de um conjunto de nações, incluindo
corporações, organizações religiosas, ONGs e outros parceiros,
visíveis ou encobertos.
Acima de tudo a guerra da Terceira Onda, segundo escrevemos,
exigiria uma profunda reestruturação dos serviços de inteligência,
distanciando-se do destaque dado pela Segunda Onda ao caráter
de massas, salientando a captação de dados por meios técnicos,
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guerra. Assim a revolução agrária de 10.000 anos atrás, que
lançou a Primeira Onda de transformações econômicas e sociais
da história humana, introduziu a guerra da Primeira Onda.
Referências
BRASIL. Exército Brasileiro. Academia Militar das Agulhas Negras. Estudo
de História Militar. v. 1. 2003.
________. História do Exército Brasileiro. Bibliex, 1974.
CLAUSEWITZ, Carl Von. Da guerra. Tradução de Inês Busse. [S.L.]:
Publicações Europa-América, 1988.
MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. Disponível em: <http://
www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cv000052.pdf >.
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CAPÍTULO 1
Colonização:
a partilha das Américas
Na maior parte dos casos a colonização se deu por intermédio das grandes
propriedades, utilizando-se de mão de obra escrava. A estrutura do sistema
colonialista buscava uma relação bastante clara: a colônia deveria fornecer
matéria-prima à metrópole e, ainda, gerar um mercado consumidor,
colaborando assim para uma balança comercial favorável.
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Foi no ano de 1530 que se deu a efetiva ocupação da colônia, por meio da
implantação do sistema de capitanias hereditárias, já utilizado pelos
portugueses, com êxito, nas ilhas da Madeira e dos Açores (costa africana).
Nesse momento, o Brasil foi dividido em quatorze ou quinze capitanias
hereditárias (a própria historiografia é divergente quanto ao número exato).
Essas faixas de terras foram concedidas a donatários, que, por sua vez,
poderiam distribuir terras aos colonos – as chamadas sesmarias1. Primeiramente
foram doadas as terras e tudo que nelas contivesse; em um segundo momento
os donatários foram obrigados a pagar em impostos. Era dever dos donatários
povoar e desenvolver o território, o que necessitava de investimento. Alguns
1 Por meio da Carta de Doação, o Donatário tinha o direito de distribuir terras para a produção
agrícola, aos colonos que viessem a se estabelecer na sua Capitania. (ARRUDA; PILETTI, 2007).
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Capítulo 1 – Colonização: a partilha das Américas
donatários sequer chegaram ao Brasil para tomar posse da terra, outros tantos
não tiveram sucesso. O destaque ficou por conta da capitania de Pernambuco
- uma das poucas que obteve sucesso e desenvolvimento econômico.
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Capítulo 1 – Colonização: a partilha das Américas
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Capítulo 1 – Colonização: a partilha das Américas
Já nas colônias do norte, onde o solo não era apropriado para o mesmo tipo
de cultivo, a colônia não poderia atender aos interesses da metrópole e do
sistema mercantilista. Nesse caso, a produtividade ficou por conta do
“trabalho livre” familiar, ou, no máximo, uma servidão temporária. Os colonos
desenvolveram a policultura, o comércio e a atividade pesqueira. Aqueles
que pagavam impostos tinham direito ao voto, e a decisões eram tomadas
de acordo com os interesses da maioria.
4 A mais importante das Guerras dos Déspotas no século XVIII, na Europa, antepondo, de um
lado, França, Espanha, Áustria e Rússia e do outro, Inglaterra e Prússia. (BURNS, Edward
Macnall. História da civilização ocidental. Porto Alegre: Globo, 1970. p. 540).
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A grande diferença da política adotada para com a colônia ficou por conta
de quem era enviado para povoar a Nova França: somente nobres franceses.
A ideia era construir uma sociedade colonial igual à da metrópole. O sucesso
de povoamento permitiu aos franceses ampliar seu território na América do
Norte, anexando a região chamada de Luisiana. A ampliação do território
francês foi contida pelos ingleses também presentes na região. O próprio
modelo de colonização no qual somente os nobres tinham seus interesses
atendidos propiciou as condições para que não perdurasse o sucesso colonial
francês.
5 Os países ibéricos entraram em confronto por causa das fronteiras ultramarinas, cada qual
defendendo a porção do globo conquistada. Para resolver a contenda, apelaram ao papa. Em
1494, logo após a viagem de Colombo (1492) e, portanto, antes da chegada dos portugueses
ao Brasil, D. João II (rei de Portugal) e Fernando e Isabel (soberanos espanhóis) assinaram o
Tratado de Tordesilhas. Tomando por base o meridiano que passava a 370 léguas a Oeste das
ilhas de Cabo verde, ficou estabelecido que os domínios por tugueses eram aqueles situados
a Leste dessa linha, cabendo aos espanhóis as áreas situadas a Oeste. (KOSHIBA, Luiz; PEREIRA,
Denise Manzi Frayze. História do Brasil no contexto da história ocidental. 8. ed. São Paulo:
Atual, 2003. 602p.).
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Capítulo 1 – Colonização: a partilha das Américas
Referências
ARRUDA, José Jobson de A.; PILETTI, Nelson. Toda a História: História
Geral e História do Brasil. 13. ed. São Paulo: Ática, 2007.
FAUSTO, Boris. História do Brasil. 11. ed. São Paulo: EDUSP, 2003.
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CAPÍTULO 2
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Capítulo 2 – Brasil Colônia (1530-1808)
das minas no século XVIII não significou o fim da produção de açúcar, que
continuou a ser um produto relevante para a economia exportadora.
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Capítulo 2 – Brasil Colônia (1530-1808)
Entre os anos de 1609 e 1621, por causa da Trégua dos Doze Anos entre
Espanha e Holanda, não houve conflitos. Contudo, no período em que
terminou a trégua, foi criada a Companhia Holandesa das Índias Ocidentais.
Tal empresa, que contava com capital do Estado e de particulares, teve
como objetivo ocupar as regiões de produção açucareira na América
portuguesa e controlar o comércio de escravos no Atlântico. Como afirma
Boris Fausto (2003, p. 84):
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O processo migratório causado pela busca do ouro foi responsável por mais
do que o simples aumento de número de portugueses e pessoas de diferentes
classes no Brasil. Foi criada uma máquina burocrática em torno desse
comércio que constituiu uma sociedade diferenciada organizada e formada
não só de mineradores, mas de negociantes, advogados, padres, fazendeiros,
artesãos, burocratas e militares. “Muitas dessas figuras tinham seus interesses
estreitamente vinculados à Colônia e não por acaso ocorreu em Minas uma
série de revoltas e conspirações contra as autoridades coloniais.” (FROTA,
2000, p. 102).
6. Revoltas Nativistas
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Capítulo 2 – Brasil Colônia (1530-1808)
Tal disputa se configurou num conflito civil localizado, que ficou conhecido
como a Guerra dos Emboabas (1708-1709). De um lado, paulistas; do outro,
estrangeiros e baianos. Os paulistas não obtiveram a exclusividade pretendida,
mas conseguiram a criação da capitania de São Paulo e das Minas do Ouro,
separada do Rio de Janeiro (1709), e a elevação da Vila de São Paulo à
categoria de cidade (1711). Minas Gerais se tornou uma capitania separada
somente no ano de 1720.
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7. Revoltas Coloniais
7.1 Revolta de Vila Rica (1720) e Inconfidência Mineira (1789)
“Aplacados os excessos das desavenças entre paulistas e emboabas, a região
das minas passou pela administração eficiente de D. Braz Baltazar da Silveira;
fundou vilas e ajustou uma fórmula de cobrança dos ‘quintos’”. (FROTA,
2000, p. 211).
Por isso, a metrópole resolveu criar, nas áreas das Minas, quatro casas de
fundição (por meio da carta-régia de 19 de fevereiro de 1719), e proibir
qualquer ouro não quintado de circular. Os habitantes, principalmente de
Vila Rica (atual Ouro Preto, MG), não aceitaram as novas regras.
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Capítulo 2 – Brasil Colônia (1530-1808)
Dentre essa elite cultural, referida por Frota, encontrava-se o alferes Joaquim
José da Silva Xavier, alcunhado de “o Tiradentes”. Ele participou do
movimento que ficou conhecido como a Conjuração Mineira. Suas principais
reivindicações foram: a separação política de Portugal; a instauração da
república; a transferência da capital para o interior; a libertação dos escravos
que aderissem ao movimento e a criação de uma universidade. A conspiração
contra a administração colonial acabou revelada por intermédio de cartas-
denúncias enviadas ao Visconde de Barbacena.
Vários revoltosos foram presos, mas foi Tiradentes, após sete meses de
prisão, que confessou ser o mentor do movimento. Cumpriu a sentença de
pena de morte na forca em 21 de abril de 1789 e teve seu corpo esquartejado
e exposto como exemplo, para desestimular novas insurgências.
7 O dia da derrama, instituído pelo Marquês do Pombal, em 1785, visava à cobrança atrasada
dos impostos pela administração portuguesa. Foi o dia escolhido para a Inconfidência Mineira.
(FROTA, Guilherme Andrea. 500 anos de História do Brasil. Rio de Janeiro: BIBLIEx, 2000).
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Fonte: <http://www.diario-universal.com/2007/10/aconteceu/tratado-de-santo-
ildefonso/>. Acesso em: 20 mar. 2010.
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Referências
FAUSTO, Boris. História do Brasil. 11. ed. São Paulo: EDUSP, 2003.
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CAPÍTULO 3
9 A Revolução Francesa representou a crise final do Antigo Regime, cujas estruturas foram
abolidas e substituídas por outras apropriadas ao novo Estado burguês (capitalista). (FRANCO
et al., 1995, p. 143).
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11 O Iluminismo, cujo palco principal foi a França, é representado por figuras exponenciais do
pensamento ilustrado europeu da época, como Voltaire, Montesquieu e Rousseau. Esses
filósofos, assim com todos aqueles que adotavam o pensamento liberal, questionaram o
despotismo monárquico e os privilégios da nobreza e do clero e defenderam os princípios da
liberdade, da igualdade e da fraternidade. (SILVA, 1992, p. 103).
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Capítulo 3 – O Século XIX nas Américas
Por outro lado, os próprios Estados Unidos, por sua vez, passaram a ter interesse
na emancipação política do restante do continente, pois, entendiam que, com o
fim da colonização europeia, a América Latina poderia passar a ser uma privilegiada
área de influência. Desta maneira, o presidente norte-americano James Monroe
decretou em 1823 a famosa “Doutrina Monroe”, que tinha como máxima a
defesa da “América para os americanos”. Segundo Alves (2004, p. 88):
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Capítulo 3 – O Século XIX nas Américas
Assim temos:
• Vice-Reino de Nova Espanha (atual México) - houve duas tentativas
frustradas de independência, lideradas pelo padre Hidalgo, em 1811 e
1813. Mas a emancipação só foi alcançada em 1821, liderada pelo
general Itúrbide;
• Vice-Reino de Nova Granada - foi fragmentado em três países: Venezuela,
Colômbia e Equador, que alcançaram suas independências em 1817,
1819 e 1822, respectivamente, todos sob a liderança de Simon Bolívar;
• Vice-Reino do Peru, por sua vez, se dividiu em Peru, Chile e Bolívia:
- Chile - obteve a independência em 1818, sob a liderança de
O’Higgins e San Martín;
- Peru - tornou-se independente em 1824, com San Martín e o lorde
inglês Cochrane à frente do processo; e, por fim,
- Bolívia - emancipou-se da metrópole espanhola em 1825, liderada
por Bolívar e Antonio José de Sucre;
• Vice-Reino do Prata - que corresponde aos atuais Argentina, Uruguai e
Paraguai, teve seu processo de independência iniciado com a deposição do
vice-rei espanhol pelos criollos de Buenos Aires, formando-se uma junta
provisória. A independência foi obtida em 1816, no Congresso de Tucumã
(República das Províncias Unidas do Rio da Prata, mais tarde, Argentina), e
liderada pelo general San Martín. A elite criolla da região do Paraguai
proclamou sua independência da junta de Buenos Aires em 1811. O Uruguai,
antiga Banda Oriental, foi ocupado por luso-brasileiros e anexado ao Brasil
sob o nome de Província Cisplatina. Tornou-se independente em 1828,
passando a se chamar República Oriental do Uruguai.
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Legenda:
Estados da União
Estados da Confederação
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Referências
ALVES, Francisco das Neves. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil
e o centenário da Doutrina Monroe. In: Biblos. Rio Grande, 2004. p. 87-96.
Disponível em: <http://www.seer.furg.br/ojs/index.php/dbh/article/
viewPDFInterstitial/414/98>. Acesso em: 09 de janeiro de 2009.
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CAPÍTULO 4
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Esse tratado, apesar dos grandes ganhos que a Inglaterra teve com o tráfico
de escravos, obrigava a Coroa portuguesa a limitar o tráfico de escravos e a
tomar medidas, ainda pouco claras, para acabar com ele.
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Capítulo 4 – Brasil Império: formação e desenvolvimento (1808-1889)
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1.3 A Independência
A decisão de D. João de permanecer no Brasil não agradou a Portugal e, em
agosto de 1820, a crise política causada pela ausência do rei, combinada
com uma crise econômica e militar (causada pela presença de oficiais ingleses
no exército português), construiu as bases para uma revolução liberal. Assim,
no fim de 1820, os revolucionários montaram uma junta provisória para
governar no lugar do rei, aumentando a pressão para sua volta.
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Capítulo 4 – Brasil Império: formação e desenvolvimento (1808-1889)
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Mas foi a figura do Imperador a responsável por alguns dos traços mais
marcantes da nova Constituição. Sua pessoa era sagrada e inviolável, não
podendo ser responsabilizada por nada. Era dele o poder para nomear
senadores, dissolver a Câmara e convocar novas eleições para reconstituí-
la. Era dado a ele poder de veto e aprovação sobre as decisões das casas do
Poder Legislativo. A esse poder imperial era dado o nome de Poder
Moderador.
12 De acordo com o que fora definido pelo anteprojeto, o voto continuava censitário, isto é,
baseado na renda, independente do nível de alfabetização do eleitor. O analfabeto podia votar
desde que possuísse a renda exigida para tanto. Enfim, o direito ao voto se baseava no
critério econômico e não no cultural. (SILVA, 1992, p. 129).
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Capítulo 4 – Brasil Império: formação e desenvolvimento (1808-1889)
14 O Parlamento inglês aprovou um ato que no Brasil ficou conhecido como “Bill Aberdeen”, em
uma referência a Lord Aberdeen, então ministro das Relações Exteriores do Governo Britânico.
O ato autorizou a marinha inglesa a tratar os navios negreiros como navios de piratas, com
direito a sua apreensão e julgamento dos envolvidos pelos tribunais ingleses. (FAUSTO, 2003).
15 A crise econômico-financeira, o insucesso na Guerra da Cisplatina e os descontentamentos
políticos geraram um contencioso entre o imperador e a classe política. O recrudescimento
dos confrontos entre defensores e contestadores das ações imperiais, com a morte do jornalista
Líbero Badaró, levou à abdicação do trono brasileiro em 1831. Nota do organizador.
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Esse período, conhecido como Regência, até 1834, teve três regentes, e no
resto do tempo, até 1840 (quando a maioridade de D. Pedro II foi antecipada)
apenas um.
4.1 Cabanada
Entre 1832 e 1835, em Pernambuco, ocorreu uma revolta que se diferenciou
de outras insurreições por seu conteúdo. Os cabanos eram pequenos
proprietários rurais, trabalhadores do campo, escravos e índios, e no início
do movimento alguns senhores de engenho, que travaram uma luta religiosa
pela volta do imperador. O motivo do descontentamento eram as mudanças
implementadas pelos regentes que não eram compreendidas por essa
população rural. Tais pessoas viviam distantes dos problemas da corte e
viam o Imperador como a possibilidade de retorno às condições anteriores.
O movimento contou com o apoio, tanto de restauracionistas do Rio de
Janeiro, quanto de comerciantes portugueses de Recife.
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Capítulo 4 – Brasil Império: formação e desenvolvimento (1808-1889)
4.2 Cabanagem
Essa revolta, a Cabanagem, ocorreu no Pará, entre 1835 e 1840, uma região
pouco ligada à capital do Império.
4.3 Sabinada
A Sabinada, movimento de 1837 a 1838, teve o nome inspirado em seu
principal líder, Sabino Barroso, jornalista e professor da Escola de Medicina
de Salvador. Desde a independência, a Bahia foi palco de uma série de
revoltas urbanas, inclusive rebeliões escravas. Essa revolta tinha o apoio da
classe média e de comerciantes de Salvador que apoiavam as ideias
federalistas e republicanas de Sabino. A grande presença de escravos em
Salvador e sua tradição de revolta fizeram com que o movimento buscasse
um compromisso em relação a eles. Os escravos considerados nacionais -
nascidos no Brasil - que pegassem em armas em prol da Revolução Sabinista
seriam libertados. Os demais, estrangeiros e não participantes da revolução,
continuariam cativos. A Sabinada acabou derrotada após um cerco à cidade,
deixando um saldo de aproximadamente 1800 mortos.
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4.4 Balaiada
No Maranhão, disputas entre grupos da elite acabaram resultando em uma
revolta popular, de 1838 a 1841. O centro das disputas ocorreu próximo à
fronteira com o Piauí, ao sul da província, em uma área de pequenas
produções de algodão e gado. O movimento tinha muitas vertentes e disputas
internas, o que o enfraqueceu. O governo central controlou rapidamente a
insurreição em meados de 1841. A anistia que se seguiu para os revoltosos
teve algumas condições. A primeira delas foi a reescravização dos negros
participantes na revolta. O responsável pelo comando das tropas que
derrotaram a Balaiada foi Luís Alves de Lima e Silva.
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Capítulo 4 – Brasil Império: formação e desenvolvimento (1808-1889)
16 O Poder Moderador foi instituído na Constituição de 1824. Esse poder era concentrado nas
mãos do Imperador. (Nota do organizador).
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Capítulo 4 – Brasil Império: formação e desenvolvimento (1808-1889)
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Capítulo 4 – Brasil Império: formação e desenvolvimento (1808-1889)
Outra lei que contribuiu para o fim do período escravista foi a Lei Rio
Branco ou Lei do Ventre Livre, de 1871:
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A lei era cumprida nos grandes centros, mas desconsiderada nas grandes
plantações do interior. Isso era um dos fatores que faziam com que os
abolicionistas radicais considerassem que o processo adotado era muito
lento. Assim, abolicionistas como Rui Barbosa, Joaquim Nabuco, José do
Patrocínio, Castro Alves, João Clapp, André Rebouças, Chiquinha Gonzaga,
a cantora Luiza Regadas, entre outros, começaram a organizar comícios,
conferências em clubes e a formar sociedades secretas, tentando assim
transformar a opinião pública sobre o assunto.
7. O Fim do Império
A doença do Imperador trazia à tona a questão de um terceiro mandato
imperial. “Quase todos admitiam a inviabilidade de um Terceiro Reinado,
acreditando-se que a princesa Isabel não seria capaz de desempenhar as
altas funções majestáticas [...]”. (FROTA, 2000, p. 464).
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Capítulo 4 – Brasil Império: formação e desenvolvimento (1808-1889)
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Referências
BRASIL ESCOLA. Guerra da Independência do Brasil. Disponível em: <http:/
/www.guerras.brasilescola.com/seculo-xvi-xix/guerra-independencia-
brasil.htm>. Acesso em: 15 dez. 2009.
COSTA, Emília Viotti da. O escravo na grande lavoura. In: HOLANDA, Sérgio
Buarque de. História Geral da civilização brasileira: reações e transações.
Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004. p. 165-214.
FAUSTO, Boris. História do Brasil. 11. ed. São Paulo: EDUSP, 2003.
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CAPÍTULO 5
1. República da Espada
A República da Espada foi o período compreendido entre a Proclamação da
República e a eleição de Prudente de Morais (1894). Neste período o Brasil
foi governado pelo marechal Deodoro da Fonseca (o Proclamador) e, em
seguida, pelo marechal Floriano Peixoto (o Consolidador da República). O
Brasil, no início da República, foi governado por dois militares.
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Î Federalismo
O Brasil era constituído por uma federação de vinte estados, aos quais
foi concedida ampla autonomia econômica e administrativa; porém
cabiam à União as melhores fontes de renda pública, a defesa nacional e
as relações exteriores (a ampla autonomia dos estados não representava
o esfacelamento do poder central).
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Capítulo 5 – A Primeira República no Brasil (1889-1930)
Î Presidencialismo
O chefe do Poder Executivo era o Presidente da República.
Î Regime de representatividade
O Presidente da República, o Vice-presidente, os governadores dos
estados e os membros do Poder Legislativo, em todos os níveis, seriam
eleitos diretamente pelo povo, dentro das normas de votação da
Constituição.
Î Três poderes
O governo do País foi confiado a três poderes: Executivo, Legislativo e
Judiciário.
- Poder Executivo
Era composto por um Presidente eleito diretamente, com mandato de
quatro anos, que seria auxiliado pelo Vice-presidente e por um
ministério. O Presidente, que não podia ser reeleito, tinha a prerrogativa
para determinar a intervenção federal na administração dos estados
em certos casos.
- Poder Legislativo
Era exercido pelo Congresso Nacional, composto pelo Senado Federal
e pela Câmara dos Deputados, todos eleitos mediante sufrágio universal
direto.
- Poder Judiciário
Tinha como órgão máximo o Supremo Tribunal Federal e juízes federais
(vitalícios).
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Dentre as muitas medidas adotadas por Rui Barbosa - como aumento das
tarifas alfandegárias, facilidade na importação de matérias-primas e outras -,
houve uma, que foi a emissão de moeda, visando o aumento do meio
circulante e facilidade de crédito para estimular os negócios e a produção
interna, que acabou resultando numa violenta inflação e uma desenfreada
especulação na Bolsa de Valores.
Com a inflação galopante faliram muitas empresas que não puderam saldar
suas dívidas. E a República conheceu sua primeira crise econômica chamada
de “Crise do Encilhamento”, que foi duramente combatida pelos grandes
fazendeiros e pelos grupos financeiros internacionais, para os quais
interessava um Brasil economicamente dependente. A crise culminou com
a renúncia de Rui Barbosa.
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Capítulo 5 – A Primeira República no Brasil (1889-1930)
20 Uma das regiões politicamente mais instáveis do país nos primeiros anos da República era o
Rio Grande do Sul. Opunham-se, de um lado, os republicanos históricos, adeptos do positivismo
e, de outro os federalistas, antigo partido liberal do Império. A guerra civil entre os dois
grupos, conhecida como Revolução Federalista, começou em fevereiro de 1893 e só terminou
mais de dois anos e meio depois, já no governo de Prudente de Morais. A luta foi implacável,
dela resultando milhares de mortos. Muitos deles não morreram em combate: foram degolados
após terem caído prisioneiros. (FAUSTO, 2003).
21 Iniciada nos navios estacionados no Rio de Janeiro, tendo como causa a rivalidade entre o
Exército e a Marinha e ressentimentos do Almirante Custódio de Melo, que se vira frustrado
em seu objetivo de substituir a Floriano na Presidência da República. (FAUSTO, 2003).
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Capítulo 5 – A Primeira República no Brasil (1889-1930)
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Capítulo 5 – A Primeira República no Brasil (1889-1930)
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Questão do Amapá
O Tratado de Utrecht havia sido claro quanto aos limites com a Guiana
Francesa, fixando-os no rio Oiapoque ou Vicente Pinson.
Entre 1842 e 1849, foram feitas várias tentativas para um acordo sobre a
fronteira entre a França e o Brasil, sem êxito. Entre 1853 e 1855, o Visconde
de Uruguai quis entrar em entendimento com o governo francês, representado
pelo Barão de Butenval, oferecendo várias linhas fronteiriças. Não teve êxito.
Por volta de 1890, foi descoberto ouro na área em litígio, o que levou,
alguns anos depois, os residentes das duas nacionalidades a se conflitarem.
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Capítulo 5 – A Primeira República no Brasil (1889-1930)
Questão do Acre
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Capítulo 5 – A Primeira República no Brasil (1889-1930)
Questão do Pirara
Outra questão de fronteira que foi solucionada nesse período foi a Questão
do Pirara. Em 1755, para fazer face aos holandeses, que haviam se
estabelecido no Alto Essequíbo, foi criada a capitania do Rio Negro. Vinte
anos mais tarde, foi fundado o forte de São Joaquim, um posto mais
avançado para o nordeste, às margens do rio Pirara, afluente do rio Maú.
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22 Mais tarde, na ditadura militar, o SPI foi substituído pela FUNAI (Fundação Nacional do
Índio).
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Questão do Contestado
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Capítulo 5 – A Primeira República no Brasil (1889-1930)
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Referências
FAUSTO, Boris. História do Brasil. 11. ed. São Paulo: EDUSP, 2003.
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CAPÍTULO 6
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Capítulo 6 – Segunda Guerra Mundial: do conflito tradicional à era nuclear
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2. Nazismo na Alemanha
A conjuntura política surgida ao fim da Primeira Guerra Mundial foi
especialmente turbulenta na Alemanha. A Revolução Alemã, de 1919,
caracterizou-se por um feroz e brutal embate entre nacionalistas, comunistas
e social-democratas. Após sangrentos combates, os social-democratas
obtiveram uma pequena maioria e formaram um frágil governo de coalizão.
A República de Weimar ganhava forma: criada em 1919, com a abdicação
do Kaiser Guilherme II e a instalação da república no país, visava a instauração
de uma democracia parlamentarista, mas acabou por criar um Executivo
forte, com o Presidente tendo grandes poderes, similares aos do Kaiser.
Nesse período, não houve paz - a instabilidade política marcou o período tal
como a econômica: enquanto a inflação se tornava galopante, com taxas
enormes ao dia, a violência fazia parte do processo político - atentados,
assassinatos e brigas entre militantes de partidos eram frequentes e muitas
vezes utilizados para causar o caos e desestabilizar a democracia.
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Capítulo 6 – Segunda Guerra Mundial: do conflito tradicional à era nuclear
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Com a morte de Hindenburg em 1934, Hitler ficou livre para assumir o topo
do governo, assumindo os poderes do cargo de presidente e criando o
título de Führer, enquanto declarava a Presidência do Reich vacante.
Mas os nazistas não possuíam o controle da vida política alemã tal como
queriam. Havia dois importantes atores a serem convencidos a fazerem
parte do projeto: as elites e o Exército.
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Capítulo 6 – Segunda Guerra Mundial: do conflito tradicional à era nuclear
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Capítulo 6 – Segunda Guerra Mundial: do conflito tradicional à era nuclear
3.1 Espanha
A república espanhola, implantada em 1931 com a abolição da monarquia,
era caracterizada por uma grande instabilidade causada pelos partidos de
direita e esquerda, que recorreram à violência por diversas vezes para fazer
valer seus interesses. A polarização era tal que produziu severas clivagens
na sociedade espanhola dividindo até famílias.
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Franco contava com uma rápida reação por parte de outros militares para
concluir o golpe rapidamente, mas a reação dos anarquistas, comunistas e
socialistas foi inesperada e a guerra estourou.
Desde o início, o conflito foi marcado pela violência contra civis, no caso
republicano, especialmente dirigido contra o clero. Mais de sete mil membros
da Igreja ou simpatizantes foram executados sumariamente pelos
republicanos. No caso nacionalista, era típica a realização de grandes
execuções como forma de atemorizar a população e garantir sua fidelidade.
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Capítulo 6 – Segunda Guerra Mundial: do conflito tradicional à era nuclear
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3.2 Portugal
Em Portugal, a jovem república sofria com a grande instabilidade política,
desde seu nascimento, quando do regicídio de 1910, que acabou com a
monarquia. O início da república foi marcado por um grande jacobinismo e
um forte movimento anticlerical. Profundos choques políticos se seguiram
e, em 1926, a república foi derrubada pelo presidente eleito, o general
Oscar Carmona, líder de um movimento militar que há muito planejava a
derrubada da república para implantar um regime de ordem estável.
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Capítulo 6 – Segunda Guerra Mundial: do conflito tradicional à era nuclear
4. Militarismo Japonês
No século XIX o Japão havia passado de país passível de sofrer invasões
estrangeiras e mesmo colonização, tal como a China, a uma potência
imperialista respeitada. Sua vitória sobre os russos na guerra Russo-Japonesa
de 1905 demonstrou os esforços do Estado Imperial para modernizar o país
e colocá-lo dentro de uma severa industrialização.
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Capítulo 6 – Segunda Guerra Mundial: do conflito tradicional à era nuclear
europeus ainda esperavam travar uma guerra nos moldes da Primeira Guerra
Mundial.
Durante esse período, uma intensa batalha se seguiu no mar, entre a Royal
Navy (Marinha inglesa) e a Kriegsmarine (Marinha alemã), com os U-boats
(submarinos) buscando bloquear a chegada de suprimentos a Inglaterra. A
esse tempo, os EUA eram neutros na guerra mas já demonstravam certa
apreensão com a luta da Inglaterra contra os nazistas e rapidamente
aprovaram leis, gerando um fluxo de suprimentos e equipamentos militares
para os ingleses que permitiu fôlego a estes na luta contra os alemães. A
ajuda americana também foi estendida aos chineses.
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Ainda nesse ano, a guerra que já possuía dimensões europeias, com conflitos
na África e no Oriente Médio, iria ganhar escala global com dois fatos. O
primeiro ocorreu em 22 de junho de 1941, quando os alemães invadiram a
União Soviética, lançando todo o peso de sua força militar.
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Capítulo 6 – Segunda Guerra Mundial: do conflito tradicional à era nuclear
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Capítulo 6 – Segunda Guerra Mundial: do conflito tradicional à era nuclear
A guerra na Itália seria o destino das forças do Brasil, que havia declarado
guerra ao Eixo em 1942. Para lá seriam mandados os 25 mil homens da
Força Expedicionária Brasileira e do 1º Grupo de Aviação de Caça. A
participação brasileira ocuparia lugar de destaque nos efetivos do V Exército
americano.
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O ano de 1944 seria o início do ocaso das forças do Eixo. A luta na frente
italiana continuou, e as forças aliadas capturaram Roma, após quebrar a
resistência alemã em Monte Cassino. No Pacífico, o perímetro da Grande
Esfera de Prosperidade Asiática, o nome dado pelo Japão à ocupação da
Ásia, foi rompido pelos americanos, que desembarcaram em diversas ilhas e
atóis, capturando bases que permitiram aumentar os bombardeios aéreos
sobre o Japão, causando efeito devastador nas cidades japonesas.
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Capítulo 6 – Segunda Guerra Mundial: do conflito tradicional à era nuclear
Em agosto de 1945, duas bombas atômicas foram lançadas pelos EUA nas
cidades de Hiroshima e Nagasaki, enquanto os soviéticos invadiam a
Manchúria, as Ilhas Kurilas, as Ilhas Sacalinas e a Coreia. Após violentos
bombardeios sobre Tóquio, o Japão se rendeu em 15 de agosto, sendo
ocupado por forças aliadas a 28 de agosto. A cerimônia formal de ocupação
ocorreu a bordo do encouraçado Missouri em 2 de setembro.
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A Alemanha foi dividida em quatro zonas, bem como sua antiga capital,
Berlim, que foi dividida também em quatro zonas. Tais zonas eram ocupadas
por americanos, britânicos, franceses e soviéticos e logo viriam a se tornar
um dos campos de confrontação da nova ordem do pós-guerra, a Guerra
Fria.
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Capítulo 6 – Segunda Guerra Mundial: do conflito tradicional à era nuclear
Referências
ARRUDA, José Jobson de A.; PILETTI, Nelson. Toda a História: História
Geral e História do Brasil. 13. ed. São Paulo: Ática, 2007.
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CAPÍTULO 7
1. Revolução de 1930
A estabilidade da República Velha, conhecida como República do Café
com Leite26, ficou seriamente abalada quando Washington Luís, ao contrário
do que se esperava, insistiu na candidatura de um paulista, e não de um
mineiro, à sua sucessão. O indicado era o governador de São Paulo na
época, Júlio Prestes.
Esse fato levou tanto gaúchos quanto mineiros a buscar uma outra opção
para as eleições. Durante o ano de 1929 foi lançada a candidatura de
Getúlio Vargas. Seu vice era João Pessoa, sobrinho de Epitácio Pessoa e
governador da Paraíba. Estava formada a Aliança Liberal.
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Em meio a esse processo eclodia a crise mundial de 1929. Isso trouxe mais
problemas para o setor cafeicultor que pediu novos financiamentos e o
perdão de suas dívidas, como forma de enfrentar a crise. Esta crise econômica
repercutiu na disputa presidencial já em conflito com a disposição de
Washington Luis de romper o Pacto de Ouro Fino celebrado em 1912 que
fixara alternância entre São Paulo e Minas Gerais no poder governamental,
com a famosa política café com leite, ao insistir no nome de seu afilhado
político Júlio Prestes, de São Paulo, em detrimento do mineiro Antonio
Carlos, que pelo Pacto deveria ser o próximo presidente.
As alianças promovidas depois das eleições não foram suficientes para dar
vulto à conspiração revolucionária que se formava. Em meados do ano de
1930 ela ainda se encontrava bastante desarticulada, mas um fato foi o
estopim de que precisavam para dar o impulso final aos planos conspiratórios:
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Capítulo 7 – Brasil: da Revolução de 1930 ao fim do Estado Novo (1930-1945)
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Capítulo 7 – Brasil: da Revolução de 1930 ao fim do Estado Novo (1930-1945)
Em 15 de julho de 1934 Getúlio Vargas foi eleito, pelo voto indireto, como
Presidente da República pela Assembleia Nacional Constituinte. Seu mandato
deveria se estender até 3 de maio de 1938.
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4. Fechamento do Regime
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Capítulo 7 – Brasil: da Revolução de 1930 ao fim do Estado Novo (1930-1945)
Mas se a lei em sua versão original não passou, o apoio de políticos liberais
permitiu que uma lei substituta fossa aprovada pelo Congresso em 4 de
abril de 1935. A partir dessa lei a greve de funcionários públicos; a
provocação de animosidade nas classes armadas; a incitação de ódio entre
as classes sociais; a propaganda subversiva; a organização política ou social,
por meios não permitidos em lei, enfim, tudo isso ficava caracterizado como
crime contra a ordem política e social.
27 A verdadeira história tem, até hoje, muitos aspectos obscuros. Um oficial integralista - o
capitão Olimpio Mourão Filho - foi surpreendido, ou deixou-se surpreender, em setembro de
1937, datilografando no Ministério da Guerra um plano de insurreição comunista. O autor do
documento seria um certo Cohen - nome marcadamente judaico - que poderia também ser
uma corruptela de Bela Khun, líder comunista húngaro. Aparentemente, o “plano” era uma
fantasia a ser publicada em um boletim da Ação Integralista Brasileira, mostrando como seria
uma insurreição comunista e como reagiriam os integralistas diante dela.
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Capítulo 7 – Brasil: da Revolução de 1930 ao fim do Estado Novo (1930-1945)
5. O Estado na Economia
A centralização política do Estado Novo estendeu-se também ao campo
econômico. O café continuava sendo o principal produtor de riqueza para o
país. Assim, o governo Vargas manteve uma estreita relação com esse setor.
Mas, se o café continuava importante, era o presidente que segurava as
rédeas da política cafeeira. A crise mundial de 1929 obrigou o governo a
reeditar uma série de políticas de proteção ao setor, impedindo um efeito
cascata devastador no país.
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6. Militares e Governo
A importância das Forças Armadas no governo de Vargas foi um de seus
pontos característicos. As forças estaduais perdiam força e, enquanto isso,
as forças militares ganhavam cada vez mais equipamentos, efetivos e seu
prestígio aumentava. Entretanto, o Exército não era uma força homogênea,
principalmente nos primeiros anos de governo. Além dos defensores do
tenentismo, havia muitos ocupantes de altos cargos ainda ligados às
estruturas da República Velha. A eclosão da revolução antirregime, em
1932, foi importante para a construção de um grupo de confiança do
presidente. Nesse grupo dois nomes se destacaram: Góis Monteiro e Eurico
Gaspar Dutra.
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Capítulo 7 – Brasil: da Revolução de 1930 ao fim do Estado Novo (1930-1945)
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7. Sociedade e Cultura
O Estado Novo contava com um amplo apoio popular. Isso porque existia
um controle intenso dos meios de comunicação e uma produção constante
de material de propaganda do governo. Nesse sentido foi criado o DIP -
Departamento de Imprensa e Propaganda, que exerceu controle sobre a
produção cinematográfica, de rádio, teatro, imprensa, e, principalmente da
literatura social e política. O DIP proibiu também a importação de publicações
nocivas aos interesses brasileiros, e agiu tentando controlar as notícias que
eram vinculadas sobre o Brasil em mídias estrangeiras. Além disso, também
criou o programa de rádio Hora do Brasil, que desde então vem funcionando
como espaço de divulgação das obras do governo.
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Capítulo 7 – Brasil: da Revolução de 1930 ao fim do Estado Novo (1930-1945)
Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial ficou difícil para o Estado Novo
manter sua postura muitas vezes ambígua. O bloqueio imposto pela Inglaterra
acabou fazendo com que a Alemanha se retraísse economicamente no
continente. Entretanto, a potência europeia não conseguia aproveitar o
espaço deixado pela rival. Os EUA estavam prontos para preencher essa
lacuna, já que o presidente Roosevelt, imaginando as possíveis proporções
da guerra, tinha iniciado uma campanha de aproximação com os países
latino-americanos. O interesse pelo lado sul do continente estava ligado
também à obtenção de material estratégico, como borracha, minério de
ferro, manganês etc.
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Capítulo 7 – Brasil: da Revolução de 1930 ao fim do Estado Novo (1930-1945)
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Referências
FAUSTO, Boris. História do Brasil. 11. ed. São Paulo: EDUSP, 2003.
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CAPÍTULO 8
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Capítulo 8 – Brasil: a Segunda República (1945-1964)
2. Os Partidos Políticos
As eleições para a Câmara e para o Senado revelaram o novo panorama
partidário da Segunda República. Na realidade, ficaria demonstrada nessas
eleições a força das relações pessoais e clientelistas na política nacional. A
verdade é que os arranjos políticos construídos no período ditatorial ainda
eram definidores dos apoios ao longo do território. O grande eleitorado,
maioria de pessoas de instrução rudimentar, votava de acordo com suas
relações mais próximas, a questão liberal versus estado-novistas significava
quase nada para o eleitorado.
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Capítulo 8 – Brasil: a Segunda República (1945-1964)
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Após a trágica decisão que pôs fim ao governo de Getúlio a presidência foi
ocupada pelo então vice-presidente, Café Filho. Tendo apoiado a oposição
nos últimos momentos, Café Filho, político do Rio Grande do Norte, compôs
um ministério udenista e garantiu as eleições de 1955.
5. Juscelino Kubitschek - JK
O mineiro Juscelino Kubitschek foi o candidato escolhido pelo PSD para
disputar as eleições. Sua capacidade de aglutinar o PSD e o PTB, em função
da vertente getulista que representava, foi a peça chave que garantiria a
vitória nas eleições, por uma pequena diferença em relação a João Goulart,
que se tornaria o vice-presidente.
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Capítulo 8 – Brasil: a Segunda República (1945-1964)
O Programa de Metas fez com que a produção industrial entre 1955 e 1961
crescesse em cerca de 80%. Foi na área do desenvolvimento industrial que
JK teve maior êxito. Abrindo a economia para o capital internacional, atraiu
o investimento de grandes empresas. Foi no governo JK que entraram no
país grandes montadoras de automóveis como, por exemplo, Ford,
Volkswagen, Willys e GM (General Motors). Estas indústrias instalaram suas
filiais na região sudeste do Brasil, principalmente, nas cidades de São Paulo,
Rio de Janeiro e ABC (Santo André, São Caetano e São Bernardo).
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Capítulo 8 – Brasil: a Segunda República (1945-1964)
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8. João Goulart
As políticas de Jango, como João Goulart era conhecido, deixaram os setores
militares desconfiados, mesmo antes de sua posse como presidente. No
momento da renúncia de Jânio, Jango estava em visita à China, país
comunista. Foi então aberta uma disputa entre setores militares que apoiavam
ou não apoiavam a posse do vice-presidente. O apoio mais contundente à
tomada de posse se deu no Rio Grande do Sul, tendo como lideranças o
então governador Leonel Brizola, cunhado de Jango, e o comandante do III
Exército, general Machado Lopes.
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Capítulo 8 – Brasil: a Segunda República (1945-1964)
A América Latina passou a ser, para os Estados Unidos, uma área estratégica,
tendo em vista a questão da segurança. As relações entre os países latino-
americanos e os Estados Unidos passaram, então, a se subordinar a este
novo contexto. Especialmente após a Revolução Cubana, tornou-se
importante para os Estados Unidos definir o continente americano como
sua área de influência, de modo a afastar tendências socialistas da região.
Prova disso é que, em 1948, foi criada a Organização dos Estados Americanos
(OEA), um organismo regional de cooperação entre os países americanos.
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Capítulo 8 – Brasil: a Segunda República (1945-1964)
Referências
FAUSTO, Boris. História do Brasil. 11. ed. São Paulo: EDUSP, 2003.
153
CAPÍTULO 9
O capítulo final da crise política de 1964 foi encabeçado por dois episódios:
o comício de 13 de março, na Central do Brasil, no qual Goulart garantiu
que a crise econômica só seria resolvida com a aprovação de suas reformas
político-sociais e a revolta dos marinheiros, em 20 de março. Tal revolta
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gerou sérios problemas nas Forças Armadas, pois grupos de praças passaram
ao confronto contra os oficiais. Diante da quebra da hierarquia, base da
estrutura militar, as Forças Armadas logo reagiram, começando a compor
um movimento civil-militar que teve por objetivo depor Goulart.
Apesar de ter a UDN e parte do PSD a seu lado, ainda assim o governo não
tinha a força necessária para fazer passar pelo Congresso as reformas e
planos que buscavam mudar o País e adaptá-lo às novas ideias que orientavam
o Movimento de 64.
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Capítulo 9 – BRASIL: os governos militares (1964-1985)
Para os militares era preciso romper com as práticas populistas no País, que
eram as responsáveis pelo atraso desenvolvimentista e social do Brasil.
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Capítulo 9 – BRASIL: os governos militares (1964-1985)
A linha dura não desejava a posse dos vencedores desses estados e fazia
forte pressão para que Castello também não o quisesse, mas este acreditava
que a legalidade do Movimento de 64 dependia de aceitar eleições legais.
Aproveitando o quadro, radicais civis da UDN aumentaram a crise quando
se imiscuíram na questão, e o governo acabou por ter de negociar. A solução
encontrada foi a de que o governo no futuro deveria ter poderes para
impedir tais reveses políticos. Para Costa e Silva e a linha dura, a dependência
da UDN no Legislativo havia se mostrado incapaz. E o Ministro da Guerra
gostava da ideia de repudiar a UDN, pois era da legenda o seu principal
adversário na eleição vindoura à presidência, Carlos Lacerda.
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Devido às diferenças entre Castello Branco e Costa e Silva, foi natural que,
ao fim do governo, Castello buscasse proteger seu legado aprovando medidas
que enquadrassem seu sucessor, e limitassem sua liberdade de ação. Assim,
uma nova Constituição foi aprovada pelo Congresso em 1967, bem como a
Lei de Segurança Nacional. Planos decenais também foram criados para a
área econômica.
O compromisso de Costa e Silva com tais planos não era garantido, visto
que nada disse sobre isso a Castello, porém sua campanha não atacou as
demandas reformistas do presidente. Assumindo em 15 de março de 1967,
o ministério do novo presidente tinha um forte componente militar, ao
contrário de Castello, que deixou os militares apenas nos ministérios
militares.
160
Capítulo 9 – BRASIL: os governos militares (1964-1985)
PMs mortos em São Paulo e Rio de Janeiro; o soldado Mário Kozel Filho,
sentinela do QG do II Exército; e o capitão do Exército dos EUA, Charles
Chandler, que “segundo os ‘guerrilheiros’, era um ‘agente da CIA’ e
‘encontrava-se no Brasil com a missão de assessorar a ditadura militar na
repressão’”. (DUMONT, F. Disponível em: <http://www.ternuma.com.br/
chandler.htm>).
161
EASA/SEAD/CAS – HISTÓRIA MILITAR
162
Capítulo 9 – BRASIL: os governos militares (1964-1985)
de 63 fuzis FAL, três metralhadoras INA e pistolas calibre 45, além de muita
munição) foram nomes que se destacaram no período.
Outro fator para entender o fracasso da luta armada no Brasil foi que os
guerrilheiros usaram de teorias que muitas vezes não levavam em conta a
realidade brasileira, e diversas vezes conheciam mais sobre a “teoria do
foco”, a qual usaram para criar seus focos, do que sobre a realidade ou a
dinâmica do Brasil. O bom desempenho da economia era outro fator que
gerava grande popularidade do governo em meio ao povo, e que foi
habilmente explorado pelo governo, bem como a conquista do campeonato
mundial de futebol de 1970. Slogans poderosos surgiram: “Brasil Grande”,
“Ninguém Segura Esse País” entre outros, demonstrando a vitória do governo.
7. O Milagre Econômico
Se, por um lado, o governo vencia a luta armada, por outro apresentava
espetacular desempenho da economia brasileira. O período acabou por ser
chamado de “Milagre Econômico”, pois o País cresceu a taxas de 10% por
quase todo o mandato do presidente Médici.
163
EASA/SEAD/CAS – HISTÓRIA MILITAR
As razões para compreender como foi possível obter tal progresso econômico
são de fácil compreensão tendo em vista a política econômica e sua
reorganização, desenvolvida desde o governo Castello Branco. Os estímulos
à indústria, especialmente a automobilística, deram resultado: a indústria
era o setor que mais crescia, puxando o crescimento econômico.
164
Capítulo 9 – BRASIL: os governos militares (1964-1985)
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Capítulo 9 – BRASIL: os governos militares (1964-1985)
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EASA/SEAD/CAS – HISTÓRIA MILITAR
Para tal fim, era preciso recorrer ao governo americano que, além de ser
simpático ao Movimento de 1964, poderia ser o avalista do Brasil no exterior,
dada a caótica situação financeira em que Goulart havia deixado o País. Por
meio de empréstimos, créditos e gestões junto ao Banco Mundial e FMI, o
governo dos EUA avalizou os esforços de recuperação da economia brasileira,
e logo o País pôde receber uma grande quantidade de investimentos, que
ajudaram a lançar as bases do crescimento econômico e incentivar a indústria
nacional, conforme ditava a política governamental.
168
Capítulo 9 – BRASIL: os governos militares (1964-1985)
A busca por uma nova posição no cenário mundial se deu pela aproximação
do Brasil com países de África, Ásia e Europa, e neste período podem-se
constatar as bases da política diplomática brasileira empreendida até os
dias atuais. Tal forma de conduzi-la acabou por se chamar “Pragmatismo
Responsável”.
169
EASA/SEAD/CAS – HISTÓRIA MILITAR
Junto com a Igreja, outro importante ator do período foi o novo sindicalismo.
Fora das esferas tradicionais do sindicalismo, que eram controladas pelo
PCB, surgiu uma nova liderança sindical que buscava lutar por melhorias de
vida para os trabalhadores. A primeira grande greve do ABC paulista, onde
se deu o nascimento desse movimento, foi bem-sucedida e os trabalhadores
conseguiram aumentos substanciais, que tinham sido retidos por seus
empregadores.
170
Capítulo 9 – BRASIL: os governos militares (1964-1985)
O MST luta pela mudança da sociedade brasileira, pois, a seu ver, ela é
promotora das injustiças tanto no campo quanto na cidade, uma vez que o
movimento procurou avançar sobre diversas bandeiras que não estão ligadas
à luta pela terra. O desgaste do movimento com outras entidades de defesa
dos trabalhadores rurais já levou a conflitos e eventos nos quais foi
necessária intervenção policial. Militantes urbanos têm sido a saída do MST
para manter seu atual número e a dependência dos recursos federais tem
gerado críticas ao grupo, inclusive da própria esquerda.
171
EASA/SEAD/CAS – HISTÓRIA MILITAR
Referências
ARRUDA, José Jobson de A.; PILETTI, Nelson. Toda a História: História
Geral e História do Brasil. 13. ed. São Paulo: Ática, 2007.
FAUSTO, Boris. História do Brasil. 11. ed. São Paulo: EDUSP, 2003.
172
CAPÍTULO 10
173
EASA/SEAD/CAS – HISTÓRIA MILITAR
174
Capítulo 10 – A Nova República no Brasil: de 1985 aos dias atuais
175
EASA/SEAD/CAS – HISTÓRIA MILITAR
Uma prática que conhecemos hoje, e que teve início durante seu governo,
foi o processo de privatização, na tentativa de reduzir custos do aparelho do
Estado. Outra nova política foi a concessão de exploração de setores como
telecomunicações, transporte e energia a empresas privadas. Por meio de
leilões o Estado privatizou/terceirizou funções que eram suas, mas que estavam
muito decadentes e acumulando imenso prejuízo. As consequências dessas
novas práticas políticas são claras: a retirada do Estado do setor produtivo.
176
Capítulo 10 – A Nova República no Brasil: de 1985 aos dias atuais
177
EASA/SEAD/CAS – HISTÓRIA MILITAR
Todos os esforços foram feitos para que o Plano Real obtivesse sucesso e
ele teve, dando total crédito e visibilidade ao Ministro da Fazenda, Fernando
Henrique Cardoso.
178
Capítulo 10 – A Nova República no Brasil: de 1985 aos dias atuais
179
EASA/SEAD/CAS – HISTÓRIA MILITAR
Desta vez o processo eleitoral não foi vencido no primeiro turno. Passaram
para o segundo turno os candidatos do Partido dos Trabalhadores e do
Partido da Social Democracia Brasileira. O pleito foi vencido por Lula, o ex-
metalúrgico, líder sindical do ABC Paulista, candidato pela quarta vez. Era a
ascensão da esquerda ao poder.
180
Capítulo 10 – A Nova República no Brasil: de 1985 aos dias atuais
Quanto à política interna, Lula deu início a seus projetos lançando o programa
Fome Zero, com o objetivo de proporcionar condições mínimas de
alimentação aos mais necessitados. Também foram unificados os demais
projetos herdados do governo anterior que receberam o nome de Bolsa
Família, programa que beneficia famílias de baixa renda.
181
EASA/SEAD/CAS – HISTÓRIA MILITAR
A reeleição de Lula pode ser atribuída aos resultados positivos obtidos por
seu primeiro mandato: a inflação estava controlada, os juros bastante
reduzidos, o dólar em queda e o real em valorização; a dívida externa estava
sendo honrada - graças às reservas internacionais que, segundo Koshiba
(2007, p. 668), giravam momentaneamente em torno de 150 bilhões de
dólares.
182
Capítulo 10 – A Nova República no Brasil: de 1985 aos dias atuais
183
EASA/SEAD/CAS – HISTÓRIA MILITAR
8.1 Moçambique
O Brasil, duas décadas depois de sua primeira atuação, estava de volta às
operações de ajuda a países que momentaneamente encontravam-se em
situação de dificuldade de algum gênero. Neste novo contexto de atuação
da ONU, Moçambique, país da África Austral, foi o primeiro a contar com a
participação brasileira. Ex-colônia portuguesa, com um longo e doloroso
processo de independência (o país entrou em guerra civil após o processo
de independência).
184
Capítulo 10 – A Nova República no Brasil: de 1985 aos dias atuais
Neste intuito o Brasil esteve presente por praticamente dois anos, de janeiro
de 1993 a dezembro de 1994, exercendo inclusive o comando do contingente
por um ano. O Contingente Brasileiro de Força de Paz em Moçambique
escolheu por competência a Brigada de Infantaria Paraquedista do Rio de
Janeiro para realizar a missão. Mesmo com o pouco tempo de preparação
da tropa, o Brasil cumpriu sua missão com êxito.
8.2 Angola
O caso de Angola não difere muito do moçambicano, país também africano,
só que situado na costa ocidental. Trata-se de uma antiga colônia de Portugal
que conquistou a independência em 1975, quando foi acirrada a disputa
entre os movimentos internos UNITA, FNLA e MPLA, pelo poder do país. O
caos estava instalado em Angola, com toda a colaboração do cenário
internacional da Guerra Fria.
A guerra civil angolana que vigorava desde 1975 só teve fim em 2002, com
a morte de Jonas Savimbi, líder da UNITA. A longa guerra foi devastadora
para o país e sua população e a recuperação se caracterizou como tarefa
árdua. Desde o início dos acordos de cessar fogo entre os movimentos, a
ONU se fez presente primeiramente no de 1998 para fiscalizar a retirada das
tropas cubanas do território angolano. A participação brasileira nessa primeira
missão contou com participação de observadores militares.
185
EASA/SEAD/CAS – HISTÓRIA MILITAR
Na terceira missão, a mais expressiva das três, o Brasil ampliou sua equipe
médica, enviou um batalhão de engenharia e um de infantaria para
reconstrução da infraestrutura. Manteve, ainda, os observadores já
disponibilizados nas missões anteriores. O Brasil chegou a ser o país que
mais contribuiu com material humano para a terceira missão de paz para
Angola. As tarefas da ONU e das tropas sob sua bandeira eram muitas e
complexas nesta terceira missão:
• fazer cumprir os acordos de cessar fogo firmados pelos movimentos
em conflito;
• consolidar a paz, alcançar a reconciliação nacional; além de
• reconstruir um país devastado.
186
Capítulo 10 – A Nova República no Brasil: de 1985 aos dias atuais
Das várias missões de paz para o Timor Leste todas contaram com a
participação brasileira, sendo que, na primeira missão, que objetivava
supervisionar o desarmamento dos grupos conflitantes e viabilizar o processo
eleitoral do país, o Brasil enviou oficiais do Exército, bem como policiais,
peritos e funcionários do TSE.
8.4 Haiti
No caso haitiano, estamos tratando de uma missão em desenvolvimento. O
Haiti vive mais de duas décadas de conflitos intensos, decorrentes do processo
de independência, de invasões, de conflitos políticos nos mais diversos
níveis e de uma longa ditadura. Estes foram os fatores que tornaram
imprescindível a formação de diversas missões de paz.
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EASA/SEAD/CAS – HISTÓRIA MILITAR
O Brasil passou a ser visto como uma nação com poder de negociação e
peso regional, um elemento de equilíbrio na América do Sul e, neste sentido,
as relações estabelecidas, não só no continente sul-americano, fizeram o
Brasil conquistar junto aos EUA o papel de interlocutor preferencial no
Terceiro Mundo.
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Capítulo 10 – A Nova República no Brasil: de 1985 aos dias atuais
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EASA/SEAD/CAS – HISTÓRIA MILITAR
Esse novo preceito asiático faz a Asean se aproximar ainda mais do Brasil e
do Mercosul. É o resultado da nova realidade econômica mundial: o Japão
não representa mais única e exclusivamente a Ásia frente aos demais
territórios do mundo.
190
Capítulo 10 – A Nova República no Brasil: de 1985 aos dias atuais
A real novidade das relações bilaterais com a Europa ficou por conta das
relações com a Espanha, sendo de extrema importância para o Brasil o
capital espanhol que nos é dispensado, destinado aos campos político e de
investimento. Outra relação que floresce é com a Rússia, já que os dois
países têm interesse no reordenamento do sistema internacional, sendo
candidatos natos a ocupar um lugar de destaque na nova ordem mundial.
Essa relação representa bem a nova política externa brasileira que teve
início na última década do século passado.
Das relações bilaterais cada vez mais são transferidas competências para as
inter-regionais, com os blocos ganhando eficiência e maior projeção nas
negociações externas. O estreitamento dessa relação e a liderança que vem
sendo exercida pelo Brasil no bloco regional do Mercosul proporcionam a
nosso país fortalecimento como ator internacional, mediador de relações
com o continente sul-americano, promotor de debates diplomáticos acerca
de políticas comuns com a Europa, como a democracia e os direitos humanos,
fatores a respeito dos quais tanto o Brasil quanto a UE não têm divergido.
Já o mesmo não se pode dizer quanto à OMC e ao protecionismo exercido
pela Europa nos seus mercados. A relação brasileira com a UE é pauta nas
dimensões política e econômica.
191
EASA/SEAD/CAS – HISTÓRIA MILITAR
Referências
ARRUDA, José Jobson de A.; PILETTI, Nelson. Toda a História: História
Geral e História do Brasil. 13. ed. São Paulo: Ática, 2007.
BASTOS, Augusto Costa. A evolução da preparação operacional das tropas
brasileiras de força de paz de Moçambique ao Haiti: uma constatação
histórico-científica. Rio de Janeiro: ECEME, 2007.
CERVO, Amado Luiz. A ação internacional do Brasil em um mundo em
transformação: conceitos objetivos e resultados (1990-2005). In: OLIVEIRA,
Henrique A. de; LESSA, Antonio Carlos (Orgs.). Relações internacionais do
Brasil: temas e agendas. São Paulo: Saraiva, 2006. v. 1. p. 7-34.
HIST, Mônica. Os cinco “As” das relações Brasil–Estados Unidos: aliança,
alinhamento, autonomia, ajustamento e afirmação. In: OLIVEIRA, Henrique
A. de; LESSA, Antonio Carlos. (Orgs.) Relações internacionais do Brasil:
temas e agendas. São Paulo: Saraiva, 2006. v. 1. p. 91-127.
KINZO, Maria D’Alva. A democratização brasileira: um balanço do processo
político desde a transição. São Paulo em Perspectiva. v. 15, n. 4. São
Paulo: out/dez 2001. p. 3-12. Disponível em: <www.scielo.br/pdf/spp/v15n4/
10367.pdf>. Acesso em: 27 de nov. 2008.
KOSHIBA, Luiz; PEREIRA, Denise Manzi Frayze. História do Brasil no contexto
da história ocidental. 8. ed. São Paulo: Atual, 2003.
MESSARI, Nizar. O Brasil e o mundo árabe. In: OLIVEIRA, Henrique A. de;
LESSA, Antonio Carlos (Orgs.). Relações internacionais do Brasil: temas e
agendas. São Paulo: Saraiva, 2006. v. 1. p. 243-263.
MOURÃO, Fernando Augusto Albuquerque et al. As relações Brasil–África:
de 1990 a 2005. In: OLIVEIRA, Henrique A. de; LESSA, Antonio Carlos
(Orgs.). Relações internacionais do Brasil: temas e agendas. São Paulo:
Saraiva, 2006. v. 1. p. 211-242.
OLIVEIRA, Henrique Altemani de. O Brasil e a Ásia. In: OLIVEIRA, Henrique
A. de; LESSA, Antonio Carlos (Orgs.). Relações internacionais do Brasil:
temas e agendas. São Paulo: Saraiva, 2006. v. 1. p. 169-210.
ONUKI, Janina. O Brasil e a construção do Mercosul. In: OLIVEIRA, Henrique
A. de; LESSA, Antonio Carlos (Orgs.). Relações internacionais do Brasil:
temas e agendas. São Paulo: Saraiva, 2006. v. 1. p. 299-320.
SARAIVA, Miriam Gomes. As relações Brasil–Europa de 1990 a 2004: entre
o inter-regionalismo e o bilateralismo. In: OLIVEIRA, Henrique A. de; LESSA,
Antonio Carlos (Orgs.). Relações internacionais do Brasil: temas e agendas.
São Paulo: Saraiva, 2006. v. 1. p. 129-167.
192
CAPÍTULO 11
1.2 Alemanha
A Alemanha, que havia sido dividida no pós-Segunda Guerra Mundial, viu
correr uma intensa onda de protestos por liberdades individuais e democracia,
seguindo a abertura das fronteiras da Hungria, por onde milhares de alemães
orientais fugiram para a Alemanha Ocidental. A crise política forçou a
realização de mudanças, como eleições livres, mas não impediu a queda do
governo da Alemanha Oriental, que logo entrou em conversações com a
193
EASA/SEAD/CAS – HISTÓRIA MILITAR
194
Capítulo 11 – A Nova Ordem Mundial e o Século XXI
Outra organização que viu uma mudança em seu papel foi a Organização
dos Estados Americanos, a OEA. Durante a Guerra Fria, suas ações foram,
em muitos casos, mero respaldo da política dos EUA para a América Latina.
No pós-Guerra Fria, a organização passou a ser um fórum de debates dos
países latino-americanos, definindo políticas e formas de integração entre
as nações do continente.
195
EASA/SEAD/CAS – HISTÓRIA MILITAR
O NAFTA tornou-se objeto de críticas nos três países que o compõem, por
ter criado diversos efeitos em suas economias. Acabou com grande parte
da capacidade da produção agrícola mexicana, incapaz de competir com o
agronegócio dos EUA, bem como produziu uma grande saída das indústrias
dos EUA para o México, onde os custos de produção são bem menores. No
Canadá, muitos eram contra um tratado de livre comércio com os EUA,
crendo que a economia americana destruiria a independência da economia
canadense. Apesar de tais críticas, o tratado continua em vigor, e com
fortes sinais de integração entre as economias dos três países membros.
196
Capítulo 11 – A Nova Ordem Mundial e o Século XXI
197
EASA/SEAD/CAS – HISTÓRIA MILITAR
A presença das forças da ONU não foi suficiente para deter os sérvios, e
mais uma vez os americanos intervieram, dessa vez em Kosovo, em uma
campanha de bombardeio aéreo que demoveu os sérvios de suas intenções
e abriu espaço para que tropas da OTAN ocupassem a região e impedissem
que os sérvios massacrassem os kosovares. Tais intervenções acabaram
forjando a “Doutrina Clinton”, por meio da qual os EUA interviriam onde
houvesse violações aos direitos humanos e à democracia.
198
Capítulo 11 – A Nova Ordem Mundial e o Século XXI
Tais enfrentamentos se dão muitas vezes nas periferias das grandes cidades
da região, e, em muito, pela polêmica questão do tráfico de drogas, outra
poderosa fonte de renda para o crime organizado.
199
EASA/SEAD/CAS – HISTÓRIA MILITAR
5. Terrorismo Internacional
Após os grandes ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, contra os
EUA, realizados pela rede terrorista al-Qaeda, liderada por Osama Bin Laden,
o fenômeno do terrorismo encontrou grande interesse no mundo ocidental,
que buscava entender as razões do ataque e como poderia ter se processado.
200
Capítulo 11 – A Nova Ordem Mundial e o Século XXI
Diversos grupos foram fundados no seio das lutas pela independência das
colônias europeias e passaram a lutar contra as potências. Muitos foram
bem-sucedidos em sua luta por autodeterminação e abandonaram a causa
das armas logo após a independência. Porém, vários desses movimentos
foram chamados de terroristas, principalmente por uma coisa que ocorre
até os dias atuais. Não existe um conceito único de terrorismo e nem um
consenso internacional quanto a tipificar o termo, pois muitos países utilizam
a terminologia para designar opositores políticos e minorias inimigas.
201
EASA/SEAD/CAS – HISTÓRIA MILITAR
Porém, esse novo tipo de guerra tem cobrado seu preço em vidas civis.
Quando da busca pelos responsáveis pelos atentados de Madri, a polícia
espanhola estava próxima de capturar os terroristas quando estes se
explodiram, destruindo metade do prédio residencial onde estavam
escondidos, matando diversos civis. Na Inglaterra, o trágico caso do brasileiro
Jean Charles de Menezes, morto por um comando especial da polícia inglesa
quando embarcava no metrô, confundido com um dos terroristas dos ataques
de 7 de julho de 2005, causou grande consternação e julgamento dos
policiais envolvidos, que foram inocentados.
6. América do Sul
Nos anos 2000, a América Latina viu uma ressurgência da esquerda na
região, com vitórias de políticos de esquerda nas eleições de diversos países.
Tais governos têm buscado alterar o jogo de forças na região, buscando
maior proeminência na política regional, inclusive estabelecendo uma aliança.
202
Capítulo 11 – A Nova Ordem Mundial e o Século XXI
Com o resgate dos reféns mais importantes das FARC, em julho de 2008,
incluindo a ex-candidata à Presidência, senadora Ingrid Betancourt, e a
morte dos seus principais líderes, as FARC parecem experimentar um grande
período de refluxo, embora o apoio de diversos grupos e nações estrangeiras
tenha garantido seu acesso a armas e equipamentos. A prisão de membros
do Exército Republicano Irlandês (IRA) em Bogotá em 2001 e a declaração
do grupo de se considerar um movimento “bolivariano” levanta suspeitas
quanto à atuação de algumas nações, em especial a Venezuela, pois material
venezuelano bem como armas de tal origem tem sido encontrados
sistematicamente em diversos refúgios da guerrilha.
203
EASA/SEAD/CAS – HISTÓRIA MILITAR
Atualmente, Chávez tem sido acusado por nações como Chile e Colômbia
de ser um fator desestabilizador no continente, principalmente pelos
colombianos, que acusam Chávez de fornecer armas e suprimentos às FARC,
bem como guarida em território venezuelano. A Venezuela e seu presidente
se tornaram um assunto controverso e vivo debate se segue a respeito dos
rumos da “revolução bolivariana”, que garantiu diversos ganhos à população
mais pobre, mas, ao mesmo tempo, tem garantido poderes excepcionais à
figura do presidente Chávez, em um processo denunciado por alguns como
o fim da democracia na Venezuela.
204
Capítulo 11 – A Nova Ordem Mundial e o Século XXI
Cuba. Em 2006, tal debate aumentou com a saída de Fidel Castro para se
tratar de uma doença que o acometia. Fidel se recuperou, mas ficou
fragilizado e não retornou ao posto. Em 2008, Raúl Castro foi apontado
Presidente de Cuba e assumiu o cargo que exercia temporariamente desde
a doença do irmão.
A década de 1990 viu uma expansão nas missões de paz da ONU, com
contingentes militares sendo enviado para vários continentes, em especial
à África, para preservar ou impor a paz se preciso, e impedir ou solucionar
crises humanitárias. Muitas missões obtiveram bons resultados, embora
pesadas críticas tenham sido feitas à ONU e às potências ocidentais pela
falta de ação durante o genocídio em Ruanda, em 1994, e o massacre em
Srebrenica, Bósnia, em 1995, e também pela inação diante da crise em
Darfur que vem desde 2003. Esta já considerada como genocídio por vários
analistas e organizações internacionais, pois, segundo a própria ONU, mais
de 400 mil pessoas já foram mortas nos conflitos entre milícias islâmicas
apoiadas pelo Sudão e por grupos rebeldes.
205
EASA/SEAD/CAS – HISTÓRIA MILITAR
Os diversos blocos regionais têm demonstrado uma busca dos Estados por
alianças que lhes garantam segurança, economia e força política. Nesse
ínterim, a formação de blocos e alianças tende a ser uma constante no
mundo que se aproxima.
206
Capítulo 11 – A Nova Ordem Mundial e o Século XXI
É cada vez mais comum ver blocos de países se formando com siglas que
lembram a sigla do G-8, o grupo dos oito países mais ricos. O Brasil tornou-
se uma das principais lideranças do G-20, grupo das vinte nações em
desenvolvimento mais avançadas (não confundir com o G-20, grupo das
vinte maiores economias). Tal grupo tem batalhado em foros internacionais
a favor de uma melhor relação em meio ambiente, distribuição de riqueza e
comércio. Os líderes ativos desse bloco são chamados de G-4, composto
por Brasil, Rússia, Índia e China, também simbolizados pela sigla BRIC, que
ficou famosa nas publicações de economia e logo foi adotada nas relações
internacionais.
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EASA/SEAD/CAS – HISTÓRIA MILITAR
Referências
ARRUDA, José Jobson de A.; PILETTI, Nelson. Toda a História: História
Geral e História do Brasil. 13. ed. São Paulo: Ática, 2007.
208
CAPÍTULO 12
1. Durante a Colônia
O período compreendido entre o descobrimento do Brasil (1500) e o ano da
Proclamação da Independência (1822) é conhecido historicamente como
Período Colonial. Inúmeros foram os conflitos, revoltas e batalhas ocorridos
no período em questão. Alguns com origens e motivações internas e outros
travados contra agressores externos.
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Capítulo 12 – A Participação da Força Terrestre na História Nacional
Pela costa, os paulistas estenderam-se para o norte até Angra dos Reis,
fundada em 1624; para o sul foram surgindo várias povoações, até Laguna
(SC), durante muito tempo base do avanço dos paulistas pelos campos
sulinos.
211
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212
Capítulo 12 – A Participação da Força Terrestre na História Nacional
Î Insurreição Pernambucana
A Insurreição Pernambucana (1645-1649) foi o segundo grande conflito
inserido no episódio das invasões holandesas do Brasil (o primeiro foi a
invasão de Salvador – 1624 a 1625), culminando com a expulsão dos
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Capítulo 12 – A Participação da Força Terrestre na História Nacional
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Capítulo 12 – A Participação da Força Terrestre na História Nacional
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EASA/SEAD/CAS – HISTÓRIA MILITAR
2. Durante a Monarquia
2.1 Primeiro Reinado
Com o regresso de D. João VI a Portugal, cresceu a animosidade entre
portugueses e brasileiros. A situação agravou-se quando o general Avilez,
comandante da Divisão Auxiliadora, trazida de Portugal por ocasião da
Revolução Pernambucana de 1817, recusou-se a obedecer às ordens do
Príncipe Regente.
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Capítulo 12 – A Participação da Força Terrestre na História Nacional
Foi com esse exército que o Império fez calar a reação portuguesa no
Maranhão e na Bahia e envolveu-se na campanha Cisplatina de 1825-1828.
Com exceção da perda desta última, a unidade territorial foi preservada,
enquanto a América espanhola se fragmentara. Na Guerra Cisplatina, o
Exército fora mandado lutar uma guerra longa e impopular, que acabou por
desgastar o governo.
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abdicou em favor de seu filho, então com apenas cinco anos de idade, no
dia 7 de abril de 1831.
220
Capítulo 12 – A Participação da Força Terrestre na História Nacional
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Capítulo 12 – A Participação da Força Terrestre na História Nacional
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EASA/SEAD/CAS – HISTÓRIA MILITAR
Criou-se uma Guarda Nacional em 1831, nas mãos das elites locais, com o
objetivo de impor a ordem nos problemas internos. Porém, com a eclosão
das lutas internas de contestação do poder central do Rio de Janeiro, nas
quais se destacaram revoltas de caráter republicano como a Revolução
Farroupilha, tornou-se necessário o emprego de um exército nacional para
debelar as ameaças de desintegração do território. Surgiu a figura de Caxias,
que iria participar ativamente como pacificador de revoltas de Norte a Sul
do território. Apesar disso, o Exército Brasileiro, até o início da guerra do
Paraguai, era uma força marginalizada no seio da sociedade, com suas
graduações mais baixas ocupadas por elementos alijados da sociedade no
Império.
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Capítulo 12 – A Participação da Força Terrestre na História Nacional
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Î Infantaria
Adotou-se o sistema de instrução do coronel Bernardo Antônio Zagalo,
do Exército português, que duraria até 1892, quando foi substituído
pelo Regulamento Moreira César. Segundo Zagalo, a ordem unida
dominava no campo de batalha, regulando as evoluções dos pelotões e
batalhões - não havia escola e companhia - para realizar o tiro nas melhores
condições, seja avançando ou recuando. O fogo a pé firme podia ser em
conjunto ou por atiradores. O pelotão era a unidade de tiro e o batalhão
de emprego. A baioneta seria utilizada como arma ofensiva, no assalto
ou na defesa, nos quadrados ou em outras formações de combate,
especialmente contra a cavalaria.
Î Cavalaria
Adotou-se o Regulamento do marechal Beresford, do Exército inglês,
que durante a invasão napoleônica a Portugal comandara o Exército
lusitano contra as forças de Junot. A regra geral era o combate a cavalo.
Procurava-se tirar partido da ação de choque da arma e empregá-la
226
Capítulo 12 – A Participação da Força Terrestre na História Nacional
Î Artilharia
Adotou-se o Regulamento da Guarda Francesa, que era muito rudimentar;
os alvos compensadores eram formações de infantaria e cavalaria.
Î Engenharia
Não existia propriamente uma engenharia militar. No entanto, já
apresentavam importância a organização do terreno e a transposição de
cursos d’água.
Î Operações combinadas
Não havia doutrina sobre o emprego combinado de forças terrestres e
navais que, no entanto, foi levado à prática algumas vezes por iniciativa
de alguns comandantes. Por exemplo, na guerra contra Rosas, quando a
Marinha transportou forças do Exército ao longo dos rios da Prata e
Paraná, vencendo o Passo de Toneleiro, e na expedição do chefe-de-
esquadra Pedro de Oliveira, em 1855, para exigir explicações de Carlos
Antonio Lopez, presidente do Paraguai. Em operações de guerra ao longo
do rio Uruguai, em 1864, realizadas pelo almirante Tamandaré, em
cooperação com forças terrestres, evidenciou-se que em um conflito
com o Paraguai teríamos a necessidade do concurso simultâneo de forças
terrestres e navais, em operações combinadas.
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Capítulo 12 – A Participação da Força Terrestre na História Nacional
3. Durante a República
3.1 Campanha de Canudos
A Guerra de Canudos foi deflagrada por fanáticos religiosos e injustiçados
no Nordeste brasileiro, liderados por Antônio Vicente Mendes Maciel,
conhecido como beato Antônio Conselheiro, que fundou a cidade de Belo
Monte e o Arraial de Canudos, no interior da Bahia. As principais
características do movimento foram: o Milenarismo e o Messianismo.
Canudos era uma comunidade autossuficiente e antirrepublicana (devido à
separação da Igreja do Estado), bem organizada administrativamente. Os
latifundiários tentaram vencer Canudos e foram derrotados, vindo a pedir o
auxílio do Exército.
O episódio foi fruto de uma série de fatores, como a grave crise econômica e
social pela qual passava a região à época, historicamente caracterizada por
latifúndios improdutivos, secas cíclicas e desemprego crônico. Milhares de
sertanejos partiram para Canudos, cidadela liderada por Conselheiro, unidos
na crença de uma salvação milagrosa que pouparia os humildes habitantes
do sertão dos flagelos do clima e da exclusão econômica e social.
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Capítulo 12 – A Participação da Força Terrestre na História Nacional
Mapa do Contestado
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O rganiza ç ão dos C
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(O RG ANIZAÇ ÃO VARI ÁVEL)
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O BS E RVAÇÕ E S: No 3º C Ex
No 1º C Ex ( re par tição de saúd e, e nf er maria
ce nt ral, en fe rmaria do Passo d a Pát ria, re par tição ecle siástica, r ep art iç ão
fiscal, p agador ia militar ) F ON TE – HI ST ÓR IA D A GU E RR A E N TR E A TR Í PL I CE A L IA N Ç A E O BR A SI L –T A SSO F R A GOSO
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SO LDADO
SOL DADO COM PANHIA
11º CVP DE CO URAÇAS
PE RNAMB UCO BAHIA
Î Multiplicidade de armamentos
AR M A M ENT O IN D IV ID U A L
E S P IN G A R D A M I N I É - F U Z I L E IR O S - 1 4 , 8 0 m m
B A I O N E T A T R IA N G U L A R
C A R A B IN A M IN I É
S A B R E B A IO N E T A IN F A N T A R I A L IG E I R A
C L A V I N A M IN IÉ P I S T O LA
C A V A LA R I A L I G EI R A C AVA LARIA
F O N T E – A A R TE D A G U E R R A – R U A S S A N TO S – BI BL I EX
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Capítulo 12 – A Participação da Força Terrestre na História Nacional
PARA HUMAITÁ
UC
E LINHAS NEGRAS
SA
POSIÇÕES DEFENSIVAS
QUE MARCARAM A
IMOBILIDADE DA
FRENTE DE COMBATE
EM 1866 / 1867 A
AS
NORDESTE DE TUIUTI.
R
NE G
HA S
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PARA TUIUTI
PONTE DE CIRCUNSTÂNCIA
TRAVESSIA DO JUQUERI-GRANDE - 15 JUL 1865
Fonte: DUARTE, 1981
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ORGANIZAÇÃO DO EXÉRCITO
MINISTRO DA
GUERRA
EME SECRETARIA DA
GUERRA
DM
Fonte: <http://www.exercito.gov.br>
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Fonte: <http://www.exercito.gov.br>
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A ORGANIZAÇÃO DA FEB
FEB
OND 1ª DIE
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Referências
BENTO, Cláudio Moreira. As Batalhas dos Guararapes: descrição e análise
militar. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, 1971. 2 v.
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