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ANOTAÇOES

SOCIEDADE DO ESPETÁCULO. O termo “sociedade do espetáculo” foi utilizado pela primeira


vez em 1967, pelo escritor e pensador francês Guy Debord. uma sociedade dominada por
imagens, signos e inautenticidade. organizado em torno de novas formas de
dominação e abstração. as imagens funcionam como meio de dominação utilizado pela
mídia. “sociedade da imagem” ou “do espetáculo” – uma socida de onde, por todos
os lados, lamentou Daniel Boorstin ([1961] 1987), “ilusões” e “pseudo-eventos”
varreram da vida o “natural”, o “autêntico” e o “espontâneo”, a tal ponto que a própria
realidade se converteu em encenação.

No Big Brother, O espetáculo fortalece a imagem dessas marcas e impulsiona suas vendas.
os grandes conglomerados de mídia, como a Globo, agem economicamente e
politicamente para defenderem seus interesses e os da sociedade capitalista. “Nessa lógica,
influenciam a forma das pessoas pensarem e agirem por meio da produção contínua de
novas imagens e mercadorias”( a professora da Faculdade de Comunicação e Artes da PUC
Minas, Cláudia Siqueira), “Na falta de outros discursos diários mais elaborados de nosso
cotidiano, podemos inadvertidamente assumir essas realidades como dadas, como pontos
de referência para nossos estilos de viver”,( Adriano Machado)

Kellner argumenta que espetáculos são aqueles fenômenos de cultura da mídia que
representam valores básicos da sociedade contemporânea, determinam o comportamento
dos indivíduos e dramatizam suas controvérsias e lutas, tanto quanto seus modelos para as
soluções de conflitos. (Kellner, filósofo da Educação pela Universidade da Califórnia)

Os realities shows, como o Big Brother Brasil, são um exemplo de fusão midiática e agregação
dos valores dessa nova cultura tecnológica.

"O espetáculo na sociedade representa concretamente uma fábrica de


alienação" Debord

"O espetáculo é a ideologia por excelência, porque expõe e manifesta em sua


plenitude a essência de todo sistema ideológico: o empobrecimento, a sujeição
e a negação da vida real"

A exploração da vida privada torna o BBB um sucesso midiático, e corrobora com os


pensamentos de Debord de que a vida moderna escolhe a representação ao invés da
realidade, onde a mídia tem poder persuasivo e domina a vida do ser humano através de
imagens. É a ação de deixar de viver diretamente, para viver através de uma vida imagética. A
negação da vida real e a necessidade de consumir uma realidade distante da sua, comprando
enredos disponibilizados pela grande mídia, está cada vez mais presente em nosso meio.

O marketing, a publicidade, a onipresença da televisão, principal meio de comunicação em


massa, ilustram como toda e qualquer manifestação social está mercantilizada e relacionada
às imagens.
Debord

POLITICA DO PÃO E CIRCO. Divertir-se significa que não devemos pensar, que
devemos esquecer a dor, mesmo onde ela se mostra. É, de fato, fuga, mas não, como
pretende, fuga da realidade perversa, mas sim do último grão de resistência que a
realidade ainda pode ter deixado. A libertação prometida pelo entretenimento é a do
pensamento como negação. (Adorno e Horkheimer, 2006, p. 119.).

(Jérôme Carcopino (1990), A vida cotidiana: Roma no apogeu do Império). os Césares


deveriam cercear a plebs romana, pois a mesma, caso não fosse ocupada com
distrações, seria perigosa e poderia, a qualquer momento, se manifestar de forma
violenta, ou seja, sublevar-se contra o poder vigente, incitando assim uma revolta. Com
efeito, os césares encarregavam-se ao mesmo tempo de alimentálo e distraí-lo. Com as
distribuições mensais do Pórtico de Minucius, asseguravam-lhe o pão de cada dia.

massa urbana de Roma como uma massa ociosa ao trabalho, desta forma, a mesma teria
bastante tempo livre. Esse tempo livre, de alguma forma, poderia ser utilizado para
“debilitar” a ordem política e social instalada no período imperial romano, uma ordem de
cima para baixo. Para o referido autor, era imprescindível que o Imperador buscasse
meios para ocupá-los. Os meios “estratégicos”, segundo Carcopino, foram arcar com as
despesas dos espetáculos e garantir a oferta de alimentos

POLITICA DO PAO E CIRCO NO BRASIL --- o alto índice de desemprego e da taxa de


analfabetismo, condições impróprias para uma moradia digna, a excessiva carga
tributária imposta aos contribuintes e o excesso de corrupção nos gestores públicos----
Assim, no Brasil, percebe-se a aplicação � nas devidas proporções � dessa política, em
que o governo, por meio de medidas assistencialistas e de jogos de futebol, as quartas e
domingo, alienam a população brasileira em relação aos problemas da nação.

Adriano Machado defende que esse alienamento é um mecanismo necessário, pois


permite que o sujeito fuja, ainda que temporariamente, da sua própria dor e
realidade.“Segundo Freud, todos nós utilizamos mecanismos de defesa, os quais
nos evadem de nossas realidades angustiantes. Toda cultura irá oferecer, de algum
modo, modalidades de prazer ou satisfação para que os sujeitos possam construir
um equilíbrio entre dor e prazer; felicidade e infelicidade”, coloca.

Em 2020, após a primeira ação da C&A na casa, o tráfego orgânico para o site da
marca aumentou 340%.

tráfego orgânico para o site da marca aumentou 34

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ENTRETENIMENTO. O enquadramento do programa na cultura do espetáculo é


inevitável. Primeiramente, é veiculado pela TV que está presente na maioria, se não em
todos, os lares brasileiros. Esse meio de comunicação carrega uma aura de integrante do
núcleo familiar, portanto, já se tornou mais que uma ferramenta de lazer ou informativa.
Assistir TV se tornou hábito. Mas, como manda a globalização os media precisam se ater
às exigências do mercado. O BBB foi uma dessas opções de fornecer entretenimento
para o telespectador e ainda possibilitar a interação deste com o programa.

O reality show também é um formador de opiniões, pois através dele o telespectador


cria uma realidade através de outra que lhe é apresentada. as narrativas militantes
influenciam a construção de discursos contemporâneos fora do campo da ficção, sendo
um formador de opiniões, pois através dele o telespectador cria uma realidade através de
outra que lhe é apresentada

INDENTIFICAÇAO. O filósofo destaca a importância da mídia na vida cotidiana. E,


nesta análise, amplia-se o olhar sobre a representação da vida cotidiana nas mídias,
basicamente TV e internet, com a análise do reality show BBB 11 e a espetacularização
das ações dos integrantes que se tornam celebridades. (Kellner, filósofo da Educação
pela Universidade da Califórnia)

Para Douglas Kellner, que cunhou a expressão “cultura da mídia”, é ela


que fornece aos sujeitos contemporâneos os materiais a partir dos
quais forjamos nossas identidades, conformamos nossas visões de
mundo e nossos valores; as histórias que proveem os símbolos, mitos
e recursos pelos quais nos integramos a uma cultura comum; e
espetáculos que demonstram quem são os detentores do poder e
quem são os excluídos

esse reality é um entretenimento diretamente intrínseco à realidade de quem assiste.


Inclusive, por se tratar de enclausuramento de pessoas e explicitação de como é o
desafio da convivência, a identificação do público com as situações coletivas e
particulares dos Brothers é recorrente e viciante.

Juliette Freire . Além disso a humanização da personagem, mostrando vivências diárias


anteriores ao programa, conectou-a a milhões de pessoas por identificação

PROBLEMAS SOCIAIS. {Juliette Freire. Ela despertou interesse e se tornou objeto de


estudo por ter construído uma trajetória jamais antes vista na história do programa. ou
pela perseguição sofrida dentro do programa, que gerou identificação pelo público que a
assistia; ou então pelo posicionamento, humanização e forte regionalismo apresentados
pela participante, não só na casa vigiada, mas também na vida pessoal antes do
programa, que passou a ser divulgada justamente pela equipe supracitada. O fator
regionalismo se tornou um tópico polêmico com a participação de Juliette no Big
Brother Brasil.}
{Quando Linn da Quebrada avisou dentro da casa do BBB 22 que quer ser tratada pelo
pronome feminino, as redes sociais, principalmente o Twitter e o Instagram, foram
invadidas por ilustrações, fotos da cantora, textos e vídeos sobre a questão. Na TV, o
apresentador Tadeu Schmidt pediu para que a participante, uma mulher trans, explicasse
a importância de todos usarem o "ela" para se referir a, enfim, ela própria — não
respeitar essa escolha é um ato de transfobia. A mensagem atingiu "o Brasil inteiro",
enfatizou o apresentador durante o ao vivo do reality}

“existe a possibilidade de ele, o bbb, apresentar perspectivas que pessoas não


conheciam. O BBB não é uma escola, mas, nesta edição, por exemplo, a Linn é uma
professora” mestra em Gênero Mídia e Cultura (LSE) Joanna Burigo

público e participantes aprendem, com a experiência de quem está na casa mais vigiada
do Brasil, sobre transfobia, racismo, homofobia, desigualdade social, violência contra
mulher, solidão da mulher negra, preconceitos. Expostos às análises de espectadores e
comentaristas na internet, quem está no jogo gera assunto sobre suas próprias trajetórias
de vida e opiniões

as narrativas militantes influenciam a construção de discursos contemporâneos fora do


campo da ficção.

tudo promove discussões e análises dos espectadores nas redes sociais e no dia a di

BBB Porém, esse não é a única função ou papel atribuído à realities semelhantes ao,
eles também. É possível compreender esse pensamento através do que o escritor e
pensador francês Guy Debord(2014) descreve como “sociedade do espetáculo”, que
seria uma sociedade dominada por imagens, onde a vida moderna escolhe a
representação ao invés da realidade e onde a mídia tem poder persuasivo e domina a
vida do ser humano através de imagens. Nesse sentido, o BBB, por meio da produção
contínua de novas imagens e mercadorias, influencia a forma de pensar, agir e,
principalmente, consumir das pessoas.

Tal fato é possível ser observado através de dados expostos pela revista Exame que
relata que, em 2020, após a primeira ação da C&A na casa, o tráfego orgânico para o
site da marca aumentou 340%, mostrando, assim, o poder exercido por esses programas
na população.
Ademais, é importante ressaltar, também que, por meio da produção contínua de novas
imagens e mercadorias, o BBB influencia diretamente na forma de pensar, agir e,
principalmente, consumir das pessoas. É possível compreender esse pensamento através do que
o escritor e pensador francês Guy Debord(2014) descreve como “sociedade do espetáculo”, que
seria uma sociedade dominada por imagens, onde a vida moderna escolhe a representação ao
invés da realidade e onde a mídia tem poder persuasivo e domina a vida do ser humano através
de imagens. Tal fato é possível ser observado através de dados expostos pela revista Exame que
relata que, em 2020, após a primeira ação da C&A na casa, o tráfego orgânico para o site da
marca aumentou 340%, mostrando, assim, o poder exercido por esses programas na população.

Além disso, é preciso enfatizar que, por meio da produção contínua de novas imagens e
mercadorias, o BBB influiencia diretamente na forma de pensar, agir e, principalmente,
consumir das pessoas. É possível compreender esse pensamento através do que o
escritor e pensador francês Guy Debord(2014) descreve como “sociedade do
espetáculo”, que seria uma sociedade dominada por imagens, onde a vida moderna
escolhe a representação ao invés da realidade e onde a mídia tem poder persuasivo e
domina a vida do ser humano através de imagens. Esse fato pode ser observado por
meio de dados expostos pela revista Exame, que informou que em 2020, após a entrada
da C&A, o tráfego orgânico para o site da marca aumentou 340%, mostrando, assim, o
poder exercido por esses programas na população.

Logo, através dos fatos expostos, torna-se evidente a manipulação, alienação e


dominação presente em programas de televisão tal qual o bbb, fazendo-se necessário
uma formação cultural e educação que resista à barbárie, por meio da conscientização e
formação para//// a independência dos sujeitos que, desde a infância, são
telespectadores de televisão.

Uma educação e formação cultural que resista à barbárie, por meio da conscientização e
formação emancipatória das pessoas que assistem TV desde a infância

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