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Indice

1CONTEÚDOS .............................................................................................................................................................................................3
2.ÂMBITO E OBJETIVOS .........................................................................................................................................................................3
3. MÓDULO 1 – NOÇÕES BÁSICAS DE MAQUILHAGEM .............................................................................................................4
3.1 – Historial da Maquilhagem ............................................................................................................................................ 4
3.2 – Definições de Maquilhagem, Esteticista e Maquilhador ......................................................................................... 6
3.3 – Preparação do espaço e do equipamento................................................................................................................. 6
3.4 – Receção.......................................................................................................................................................................... 7
3.5 – Higiene das mãos e do material.................................................................................................................................. 8
3.6 – Seleção dos produtos .................................................................................................................................................. 8
3.7 – Avaliação da pele .......................................................................................................................................................... 8
3.8 – Preenchimento da ficha ou consulta, análise e conselho adequado .................................................................... 9
4. MÓDULO 2 – IDENTIFICAÇÃO DO ROSTO ................................................................................................................................ 10
4.1 –Anatomia facial............................................................................................................................................................. 10
4.1.1 – O crânio humano .......................................................................................................................................................... 11
4.1.2 – a pele.............................................................................................................................................................................. 12
4.1.3 – Estudo do rosto ............................................................................................................................................................. 16
4.1.4 – As 9 personalidades básicas ...................................................................................................................................... 21
4.2 – Harmonização do rosto .............................................................................................................................................. 22
4.2.1 – Pelo delinear das linhas ............................................................................................................................................... 23
4.2.2 – Pelos contornos ............................................................................................................................................................ 23
4.2.3 – Pelos olhos .................................................................................................................................................................... 24
4.2.4 – Pela boca (lábios) ......................................................................................................................................................... 25
4.2.5 – Pelos efeitos da cor (cosméticos de maquilhagem), das sombras, da luminosidade ......................................... 25
4.3 – Escolha das linhas, dos espaços, segundo o formato do rosto .......................................................................... 26
4.3.1 – Linha das sobrancelhas ............................................................................................................................................... 26
4.3.2 – Linha dos olhos ............................................................................................................................................................. 27
4.3.3 – Linha dos lábios ............................................................................................................................................................ 27
4.3.4 – Coloração em espaço definido ................................................................................................................................... 28
4.4 – Ética em maquilhagem ............................................................................................................................................... 28
4.4.1 – Cores tradicionais ......................................................................................................................................................... 28
4.4.2 – Combinação de cores .................................................................................................................................................. 28
4.4.3 – Harmonia de cores ....................................................................................................................................................... 29
4.4.4 – As Cores Quentes e Frias ........................................................................................................................................... 30
4.4.5 – Execução e preenchimento de esquissos ................................................................................................................. 31
5. MÓDULO 3 – COSMÉTICA DA MAQUILHAGEM ....................................................................................................................... 31
5.1 –Cosmético da Maquilhagem ....................................................................................................................................... 32
5.2 – Camuflagem................................................................................................................................................................. 32
5.2.1 – Informação das técnicas .............................................................................................................................................. 32
5.2.2 – Filosofia e objetivos da camuflagem .......................................................................................................................... 33
5.2.3 – Introdução à execução de trabalhos de camuflagem .............................................................................................. 33
5.2.4 – Execução das técnicas mais simples ........................................................................................................................ 34
5.2.5 – Micropigmentação ........................................................................................................................................................ 34
5.3 – Correções..................................................................................................................................................................... 35
5.3.1 – Correções segundo a aplicação da base de cor ...................................................................................................... 35
5.3.2 – Correções do pescoço ................................................................................................................................................. 35
5.3.3 – da Fronte........................................................................................................................................................................ 36
5.3.4 – do Mento ( queixo) ........................................................................................................................................................ 36
6. MÓDULO 4 – MAQUILHAGEM ........................................................................................................................................................ 36
6.1 – Maquilhagem de base sem correções ..................................................................................................................... 36
6.2 – Maquilhagem dos lábios ............................................................................................................................................ 37
6.2.1 – Execução prática .......................................................................................................................................................... 37
6.3 – Maquilhagem do nariz ................................................................................................................................................ 37
6.3.1 – Execução prática .......................................................................................................................................................... 38
6.4 – Maquilhagem das sobrancelhas ............................................................................................................................... 38
6.4.1 – Execução prática .......................................................................................................................................................... 39
6.5 – Maquilhagem dos olhos ............................................................................................................................................. 39
6.5.1 – Execução prática .......................................................................................................................................................... 39
6.6 – Maquilhagem das Pestanas....................................................................................................................................... 40
6.6.1 – Execução prática com Pestanas em Banda/Chicote ............................................................................................... 40
6.6.2 - Execução Prática de Colocação de pestanas individuais ........................................................................................ 41

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7. MÓDULO 5 – TIPOS DE MAQUILHAGEM ................................................................................................................................... 42
7.1 – Maquilhagem segundo a tendência da moda ......................................................................................................... 42
7.2 - Efetuar a maquilhagem geral ..................................................................................................................................... 42
7.3 - Maquilhagem para o dia a dia .................................................................................................................................... 42
7.4 - Maquilhagem para a noite .......................................................................................................................................... 42
7.5– Época Outono-Inverno ................................................................................................................................................ 43
7.6 – Época Primavera-Verão ............................................................................................................................................. 43
7.7 – Maquilhagem segundo a idade ................................................................................................................................. 43
7.7.1 – Maquilhagem dos 15 aos 18 anos ............................................................................................................................. 43
7.7.2 – Maquilhagem dos 20 aos 30 anos ............................................................................................................................. 43
7.7.3 – Maquilhagem dos 30 aos 50 anos ............................................................................................................................ 43
7.7.4 – Maquilhagem dos 50 anos em diante ........................................................................................................................ 44
7.8 – Maquilhagem de circunstância ................................................................................................................................. 44
7.8.1 – Noite -Aplicação Prática .............................................................................................................................................. 44
7.8.2 – Casamento – Aplicação prática .................................................................................................................................. 44
7.9 – Informação sobre diferentes tipos de maquilhagem ............................................................................................. 44
7.9.1 – Teatro - Aplicação prática............................................................................................................................................ 44
7.9.2 – Cinema - Aplicação prática ......................................................................................................................................... 45
7.9.3 – Manequim - Aplicação prática ..................................................................................................................................... 45
7.9.4 – Carnaval - Aplicação prática ....................................................................................................................................... 45
8. BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................................................................................... 45

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1Conteúdos
Em todo o mundo homens e mulheres deixam o preconceito de lado e encontram na
maquilhagem uma grande aliada na busca da beleza.
Muitos produtos e técnicas têm a sua utilidade e quantidade questionada, testadas e
discutidas, para que o profissional possa oferecer ao cliente a informação mais precisa
e os melhores resultados. Assim o curso “Técnicas de Maquilhagem” apresenta o
conceito e a prática desta técnica, que oferece ao rosto uma nova beleza para várias
ocasiões distintas, além de permitir o disfarçar de problemas de pele.

2.Âmbito e objetivos
A profissão de técnica de maquilhagem tem vindo a ganhar cada vez mais expressão
no mercado da beleza em Portugal bem como no resto do mundo, sendo uma
profissão que requer muito rigor e uma constante atualização de técnicas e estilos. É
por isso essencial uma boa formação para desenvolver competências técnicas e
pessoais, para que seja possível atingir excelentes resultados profissionais.
No final da formação os formandos deverão identificar e aplicar as técnicas de
maquilhagem, assim como identificar diferentes tipos de maquilhagem.

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3. Módulo 1 – Noções Básicas de Maquilhagem

No final deste módulo, o formando deverá saber:


- o historial da Maquilhagem;
- as definições de maquilhagem, esteticista e maquilhador;
- preparar o espaço e o equipamento;
-fazer a receção do cliente;
-fazer higienização;
-selecionar produtos;
-fazer a avaliação da pele;
-preencher a ficha de anamnese.

3.1 – Historial da Maquilhagem


A maquilhagem, assim como os cosméticos, é muito antiga, provavelmente utilizada
desde a Pré-História, para a prática de rituais xamânicos, cultos funerários ou cultos à
fertilidade.
Três mil anos antes de Jesus Cristo, os egípcios já conheciam a maquilhagem: batom,
maquilhagem branqueadora e de luminosidade, maquilhagem para reforçar os olhos e
sobrancelhas (à base de chumbo, malaquita, antimónio), blush para corar as
bochechas (a partir de produtos vegetais, como pétalas de rosa ou de papoilas;
animais, como larva da cochonilha; ou minerais, como argilas, óxido de cobre ou ferro
ocre), que depois eram misturados com óleos ou pomadas.
As caravanas que levavam especiarias e seda para a Europa introduziram os
cosméticos e a maquilhagem na Grécia (ela não se desenvolveria verdadeiramente
até o início do século III, sendo anteriormente um atributo das cortesãs) e no Império
Romano. Mais tarde, a maquilhagem para rosto foi substituída por uma maquilhagem
à base de açafrão, cortiça queimada, fuligem ou cinzas; o blush corava as bochechas
através de amoras esmagadas. Muitos produtos da época à base de metais (chumbo,
mercúrio) eram tóxicos, estragando a aparência da pele e provocando um
envelhecimento prematuro da mesma.
Foi com o retorno das cruzadas que a maquilhagem se espalhou pela Europa nórdica,
onde ela era somente utilizada aquando da pintura para rituais. No século XVI, as
mulheres utilizavam pó branco, bochechas vermelhas e nos lábios, uma mistura de
corante de cochonilha. Os olhos, contrariamente ao período anterior, jamais eram
maquiados, a fim de não esconder “a janela da alma”.
Desde o século XVII, a maquilhagem é utilizada por todas as classes sociais. As mais
abastadas utilizavam preciosidades em suas maquiagens, como pó de ouro, prata e
pedras preciosas; os nobres utilizavam bases faciais, pintura para cabelos e perfume.
Os manuais de civilidade dos séculos XVI e XVII recomendavam não abrir a boca,
símbolo da oralidade e animalidade, devido aos dentes apodrecidos desde a
introdução do açúcar no ocidente; assim, a maquilhagem escondia a boca nesses
séculos.
A maquilhagem moderna tornou-se popular através do cinema dos anos 1920, sendo
a partir desta altura que se dá o maior desenvolvimento da indústria cosmética, e onde
cada década ficou marcada por algo diferente dentro da maquilhagem. Por exemplo:

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1920 – o cabelo curto definia a imagem, com ou sem franja, liso ou ondulado. O
cabelo era complementado por olhos contornados de preto, lábios vermelho-escuros e
sobrancelhas cuidadosamente delineadas. Pintar os lábios ou empoar o rosto era
considerado uma irreverência e algo chique, pelo que as mulheres usavam e
abusavam, mesmo ficando com um aspeto artificial; símbolo: Coco Chanel;
1930 – sobrancelhas totalmente depiladas e redesenhadas com lápis, num traço fino,
ousado e marcante. Sombras de pálpebras em pó exploravam todos os matizes, indo
dos castanhos aos cinzas, e inclusivamente ao preto para a noite. Os cílios
cuidadosamente recurvados e cobertos com máscaras para cílios. Para evitar todo o
excesso considerado vulgar, a maquilhagem da boca tornou-se mais discreta; símbolo:
Ginger Rogers;
1940 – a beleza, sinónimo de saúde, era considerada um dever nacional. Os efeitos
da guerra abalaram o mundo e o mercado de cosméticos teve uma queda em função
da falta de matéria-prima. Graxa para as botas servia como máscara para cílios,
carvão como sombra de pálpebras, graxa para sapatos como pintura para as
sobrancelhas e pétalas de rosas embebidas em álcool produziam um blush da era
vitoriana. As estrelas de cinema usavam os cabelos longos como forma de exprimir
feminilidade numa época em que muitos outros meios não eram acessíveis; símbolo:
Rita Hayworth;
1950 – os olhos eram modelados pela sombra nas pálpebras, o lápis de sobrancelhas,
a máscara para cílios, e sobretudo o delineador. Isto trouxe uma infinidade de criações
e reformulações de produtos. A maquilhagem realçava a palidez da pele e a
intensidade dos lábios, estando mais presentes o pó-de-arroz e os pós compactos;
símbolo: Marilyn Monroe;
1960 – os olhos eram exagerados transparecendo uma ousadia adolescente. Na
mesma época, surgiram as minissaias e as mulheres começaram a deixar de lado o
clássico e ultrapassado visual ‘fatal’. As cores eram fortes, puras, verdadeiras: rosa
choque, dourado, verde, violeta e laranja; símbolo: Twiggy;
1970 – pela primeira vez na evolução da beleza, homens e mulheres podiam escolher
a sua aparência seguindo o seu estilo de vida pessoal, e não somente as exigências
da moda. A maquilhagem e os cortes de cabelo tornaram-se meios de expressão de
escolhas. Cabelos livres, pele bronzeada e lábios brilhantes fizeram dos 70 uma
década de beleza explosiva; símbolo: Jaclyn Smith;
1980 – os lábios eram muito vermelhos, os olhos pintados de azul elétrico e as maçãs
do rosto realçadas por blush cor de tijolo. Os códigos de beleza começaram a mudar
consoante a estação do ano. As sombras passavam do castanho ao violeta e eram
esfumadas em arco-íris. Os cílios eram alongados com máscaras coloridas (verde
relva e azul piscina) e à prova de água. A beleza passou a ser uma competição e as
mulheres começaram a cuidar muito do corpo, onde os músculos mostravam que elas
não seriam mais intimidadas; símbolo: Madonna;
1990 – cansadas dos exageros dos 80, as mulheres dos 90 apresentam uma beleza
esquálida e perturbadora, não se apostando tanto na maquilhagem e sim nas
tatuagens e piercings, como forma de expressão de uma feminilidade ‘debochada’;
símbolo: Cindy Crawford;
2000 em diante – esta mudança de milénio caracteriza-se pela combinação de todos
os estilos adotados durante o século XX, trazendo a classe e elegância do início do
século, a delicadeza sexy dos anos 60, a irreverência dos anos 80 e a apatia dos anos
90; símbolo: Gisele Bundchen.

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Ainda no começo do século XIX, os cosméticos continham chumbo, mas os produtos
modernos são testados em laboratórios e fabricados com recursos neutros como talco,
caulino e amido de arroz, aos quais são adicionados óleos e corantes sintéticos.

3.2 – Definições de Maquilhagem, Esteticista e Maquilhador


A Maquilhagem consiste na aplicação de produtos com efeito cosmético, de
embelezamento ou de disfarce, seguindo as tendências da moda e aplicando produtos
criados para esse fim específico.

Quanto ao Esteticista e ao Maquilhador, já é necessário fazer a distinção entre ambos


porque, apesar de parecer que realizam as mesmas atividades, a realidade é outra.

O Esteticista é alguém cuja área de trabalho envolve habilidades e competências


destinadas à promoção, manutenção e recuperação da saúde da pele da face, do
corpo, do couro cabeludo e anexos, visagismo e maquilhagem, resultando na elevação
da autoimagem e autoestima, melhoria da qualidade de vida e da saúde integral,
enquanto o Maquilhador somente se pauta pelo embelezamento pessoal ou trabalhos
faciais.

3.3 – Preparação do espaço e do equipamento


Tal como em qualquer outro serviço que se oferece num gabinete, todo o ambiente
que rodear a cliente, e todos os elementos que irá necessitar para trabalhar, deverão
estar perfeitamente arrumados.
É importante que a cliente se sinta bem no local. Para tal, deve-se dispor de um
confortável cadeirão, situado a favor da luz, quer esta seja natural, através de uma
janela ou então, uma boa luz artificial.
A melhor iluminação para executar uma maquilhagem é a luz natural. Quando esta luz
não for possível, deve-se utilizar lâmpadas de incandescência, devendo-se evitar as
luzes fluorescentes, pois estas podem variar o tom das cores.
Ao realizar uma maquilhagem, deveremos ter em conta o local onde se trabalha; as
cores e as suas intensidades podem não ser as mesmas se, por exemplo, a
maquilhagem se fizer em plena luz do sol, ou então, iluminada pela luz avermelhada
de velas.
As paredes da sala deverão ser brancas, para que o seu reflexo não cause
interferências com as cores que estamos a usar.

Para trabalhar, o material necessário é o seguinte:

PARA O CLIENTE:
-Uma bata, para cobrir o vestuário.
-Guardanapos, para proteger o decote.
-Um turbante ou uma faixa para proteger o cabelo

PARA A MESA DE APOIO:


-Ficha de Anamnese, Lápis ou Caneta
-Desmaquilhante de olhos
-Leite de limpeza
-Tónico
-Taça para mistura de bases, se necessário
-Taça para desperdícios
-Pinça
-Discos de Algodão
-Cotonetes

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-Esponjas
-Pincéis de maquilhagem (ver fig. 30)
-Bases
-Pó solto
-Sombras, (em pó, liquidas, creme)
-Lápis Contorno de Olhos e Lábios
-Blush
-Rímel
PINCÉIS NECESSÁRIOS:
1- Pincel para pó
2 e 3 - Pincel para Blush
4 - Croupion
5, 15 e 16 - Pincéis para lábios
6 - Pincel para “varrer” sombra e pó solto
7 - Eyeliner
8 - Escova/pente para sobrancelhas
9, 11, 12, 13 e 14 – Pincel para sombra
10, 18 e 20: Chanfrado, delineador, sombra, corretor
17 – Esponja para sombras claras
19 – Pincel para base

Fig. 1 – Pincéis necessários na maquilhagem, a


explicitar o texto superior

3.4 – Receção
A forma como se recebe os clientes pode fazer a diferença entre o voltarem
novamente ou fazerem má publicidade a outras pessoas. Desta forma, estas são
algumas regras simples que devem ser seguidas:

-» Ao receber o cliente, faça-lhe perguntas para descobrir problemas, desejos e


necessidades que tenha, e ouça com atenção porque pode dar-lhe a oportunidade de
melhor servi-lo;

-» Para que o seu atendimento se destaque dos demais, faça algo extra;

-» Ao atender o cliente, a área de trabalho deve estar organizada, deve manter uma
boa aparência e sorrir, assim como deve reconhecer imediatamente o cliente e dar-lhe
a sua total atenção;

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-» Em vez de dizer que não consegue fazer algo, diga sim o que pode fazer;

-» Quando atender uma chamada telefónica de um cliente, atenda rapidamente, ponha


um sorriso na sua voz, identifique-se e trate o cliente pelo seu nome, e diga ‘Obrigado’;

-» Se um cliente se irritar, deixe-o falar, ouça com interesse e demonstre empatia;

-» Lembre-se que o segredo de um bom atendimento é interessar-se sinceramente


pelas pessoas.

3.5 – Higiene das mãos e do material


A higiene é a regra nº 1, mas não só das mãos como também em geral. Assim, o
técnico deve:

-» Usar farda adequada, assim como sapatos;


-» Ter os cabelos bem apanhados;
-» Usar brincos só muito pequenos e discretos;
-» Não usar fios, pulseiras e anéis, alianças ou piercings;
-» Usar sempre máscara;
-» Usar as unhas rentes e bem arranjadas;
-» Usar luvas, caso tiver feridas nas mãos;
-» Usar maquilhagem leve para um aspeto natural e saudável;
-» Ter uma pele cuidada;
-» Não exalar qualquer odor, seja corporal ou de perfume.
Materiais não higienizados corretamente e produtos conservados em locais
inapropriados, são portas de entrada para gripe, herpes, conjuntivite e outras
contaminações.

3.6 – Seleção dos produtos


Esta seleção é feita consoante o tipo de trabalho que o cliente pretende: noiva, dia,
noite, se é uma pele madura ou não, …, assim como o tipo de pele e formato de rosto.
Após diálogo com o cliente, de forma a averiguar o que pretende, e análise das suas
características faciais, aí então é feita a seleção dos produtos.

Os melhores produtos são feitos à base de óleo, para fixar melhor a cor e agir de
forma menos abrasiva sobre a pele, devendo-se ter também em conta que vão suar
muito, pelo que os materiais escolhidos devem ter isso em conta.

3.7 – Avaliação da pele


Como já referimos anteriormente, existem vários tipos de pele, pelo que cabe ao
maquilhador identificar qual o tipo de pele do cliente e utilizar os produtos que melhor
se adequam. As imagens seguintes mostram novamente como identificar os vários
tipos de pele:

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Fig.2 – pele normal Fig.3 - pele oleosa

Fig.4 – pele seca

Fig.5 – pele mista Fig.6 – pele sensível

Existe também outra forma de, rapidamente, determinar qual o tipo de pele: o teste do
papel absorvente.

Como fazê-lo?

Primeiro aperta-se uma folha de papel absorvente sobre a face durante 3 segundos;
seguidamente, retira-se o papel e observa-se a impressão gordurosa.

Impressão gordurosa mínima -» pele seca


Impressão gordurosa excessiva -» pele oleosa
Impressão gordurosa somente na zona central -» pele mista

3.8 – Preenchimento da ficha ou consulta, análise e conselho adequado


De forma a prestar o melhor serviço aos clientes, deve-se preencher uma ficha de
trabalho, específica para cada cliente, indicativa de todos os trabalhos já efetuados,

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tipo de pele, entre outros. A imagem abaixo é um exemplo da referida ficha.

4. Módulo 2 – Identificação do rosto

No final deste módulo, o formando deverá saber:


-Fazer a harmonização do Rosto
-Fazer a escolha das linhas, dos espaços segundo o formato do rosto, das cores
-Elaborar esquissos

4.1 –Anatomia facial


Para um maquilhador, não é necessário recordar todos os nomes técnicos de ossos e
músculos, mas é importante saber onde eles se localizam. Por exemplo, não necessita
saber ou lembrar-se do arco zigomático, quando o termo “osso da face” é mais
simples e mais comum. Contudo, em certos casos, quando se discute a localização
precisa de sombras e realces, é mais vantajoso saber designar a área exata.

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4.1.1 – O crânio humano

Fig.8 – ossos do crânio Fig.9 – relevos e depressões do


crânio

Na fig. 8 estão ilustrados os ossos que compõem o crânio humano, enquanto que a
fig. 9 indica também os relevos e depressões existentes na face.

De referir que, no nariz, a sua parte superior, o osso nasal, é a única porção óssea; a
parte inferior é composta por cartilagem e está presa ao osso nasal.

Apesar de geralmente se utilizar o termo ‘testa’ para toda a zona frontal superior da
face, esta é composta por duas proeminências separadas e distintas, a frontal e a
supraciliar, que devem ser consideradas em separado ao serem realçadas. Este é
um dos casos em que utilizar os termos corretos se torna útil na maquilhagem.

As proeminências da testa estão claramente definidas nalguns indivíduos,


especialmente se a luz vier de frente, o que forma uma pequena sombra entre ambas;
noutros indivíduos, a testa é suavemente arredondada e sem qualquer concavidade.

O osso da face, ou arco zigomático, é dos mais importantes ossos da face para um
maquilhador; o conhecimento da sua localização e forma é essencial para um trabalho
correto e preciso. Certas pessoas têm bochechas proeminentes, facilmente visíveis,
mas outras não. Deve-se começar o conhecimento das faces partindo pela própria,
estudando-a e localizando os vários ossos tanto pelo tato como pela observação.

Para sentir o maxilar, deve-se seguir a pele em todo o seu comprimento, começando à
frente da orelha, até perceber a sua forma exata e a maneira como ‘cai’ desde o
ouvido até ao centro da face. Fazer o mesmo com o osso da face, de forma a ver
como este se alonga debaixo do olho. Quanto às concavidades, existem as orbitais,
bem recortadas e fáceis de sentir ao tato, assim como as temporais, também
conhecidas por ‘fontes’ da cabeça.

A cabeça, para além dos seus ossos, também está coberta por músculos e pele, que
serão referidos mais adiante neste manual.

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4.1.2 – a pele
A pele é vital para a nossa saúde e bem-estar. Sendo a primeira linha de defesa do
nosso corpo contra as bactérias e fungos, uma pele saudável mantém o equilíbrio dos
fluídos e ajuda a regular a temperatura corporal. É altamente sensível, reconhecendo
o toque mais leve e a dor. Sendo o nosso maior e mais visível órgão, cobre cerca de
2m2 e perfaz quase um sexto do nosso peso. O estado da pele pode ter também um
impacto significativo na nossa autoestima.

Fig.10 – esquema de um corte de pele

Sendo um órgão dinâmico e em constante mudança, a pele é composta por três


camadas principais - a epiderme, a derme e a hipoderme ou subcutânea, cada uma
composta por diversas subcamadas. Os apêndices da pele - tais como os folículos e
as glândulas sebáceas e sudoríparas - também têm vários papéis na sua função geral.

A epiderme, estrato superior da pele, é um tecido composto essencialmente por


queratinócitos, células que, à medida que envelhecem, ficam carregadas com uma
substância, forte e impermeável: queratina (o que explica o papel de proteção da
pele). A epiderme também contém melanócitos (células que proporcionam proteção
natural contra os raios solares e são responsáveis pela pigmentação da pele) e células
de Langerhans que são parte do sistema imunitário.
A epiderme está organizada em quatro camadas de células: a camada basal (a mais
profunda), a camada da mucosa, a camada granular e a camada córnea (a camada
superior).
A derme é um tecido conjunto de espessura variável que contém os vasos
sanguíneos, muitas células imunitárias, glândulas sudoríparas, folículos
pilossebáceos, recetores sensoriais que reagem à pressão ou temperatura, e
terminações nervosas dor-sensíveis. Os principais constituintes da derme são fibras
de colagénio e elastina, garantindo que a pele permanece forte, proporcionando
flexibilidade, suporte e elasticidade.
A hipoderme, localizada sob a derme, é um tecido adiposo, mais ou menos
abundante de acordo com os indivíduos e partes do corpo. Ela forma um depósito de
energia importante para o corpo.
4.1.2.1 – grau de acidez PH

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Levemente ácido, o pH médio da pele varia de 4,6 a 6.0. Este potencial levemente
ácido é responsável por combater bactérias e fungos e ainda protege contra infeções,
alergias, irritações e comichões. Determinado pela gordura e suor libertados pelas
glândulas sebáceas e sudoríparas, o pH pode ainda sofrer alterações consoante a
região do corpo e o uso de produtos químicos. Assim, é importante estar atento ao
equilíbrio. Quando envelhecemos, a tendência é que o potencial se torne cada vez
mais neutro, o que deixa a pele suscetível ao crescimento de bactérias e surgimento
de rugas, flacidez e de manchas.

Para entender melhor como funciona o processo, confira, a seguir, a influência dos
tipos de pH no cuidado da pele e como manter uma rotina de cuidados que favoreça o
seu equilíbrio natural.

Pele seca - pH ácido


Sensível, fina e opaca, esse tipo de cútis tem poros visíveis, rugas finas e que se
descamam facilmente. Nesses casos, o índice de pH normalmente é inferior a sete.
Pele normal - pH neutro
De aspeto liso, macio e com poros pouco visíveis, esse tipo de pele tem pH igual a
sete.
Pele oleosa - pH básico
Áspera, com brilho intenso, poros dilatados, poucas rugas, mas com cravos e
espinhas, tem pH superior a sete.

4.1.2.2 - Conteúdo aquoso. Funções


A pele tem 3 funções principais: proteção, transmissão e troca.
PROTEÇÃO - Protege o corpo de ataques mecânicos, físicos, químicos, macrobióticos
do ambiente exterior, entre muitos através de imunidade e mecanismos celulares e
impermeabilidade, força e flexibilidade.

TRANSMISSÃO - É usada para transmitir informação entre o corpo e o mundo exterior


através das suas inúmeras terminações nervosas as quais recebem estímulos tácteis,
térmicos e de dor.

TROCA - É o local de múltiplas trocas entre o corpo e o ambiente exterior. Está


envolvida em complexos mecanismos, tais como a regulação de temperatura
(eliminando o calor e evaporando o suor segregado pelas glândulas, bem como
eliminando substâncias perigosas) e sintetiza a vitamina D, essencial para o
crescimento dos ossos.

4.1.2.3 - Evolução natural da pele – envelhecimento cutâneo


O envelhecimento da pele tem basicamente duas causas: passagem natural do tempo
(envelhecimento intrínseco/cronológico) e fatores ambientais que interagem com a
pele (envelhecimento extrínseco). Também conhecido como fotoenvelhecimento, o
envelhecimento extrínseco é provocado principalmente pela exposição ao Sol, que
tem efeito cumulativo e potencializa o surgimento de rugas e manchas.
O envelhecimento cronológico acompanha o processo ocorrido também com outros
órgãos diante da degeneração natural do corpo e não tem relação com fatores
ambientais. Com o passar dos anos, as células diminuem a sua capacidade de
renovação, e cai drasticamente a produção das fibras de colagénio e elastina, que
conferem firmeza e tonicidade. Assim, a pele perde elasticidade e torna-se mais fina e
flácida, passa a apresentar rugas finas na superfície, e é acometida também pela
atrofia.

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A menor atividade das glândulas sudoríparas torna a pele mais seca, e a diminuição
da microcirculação sanguínea reduz a sua vitalidade e luminosidade. Além disso,
efetuamos todos os dias mais de 1.500 contrações faciais, que marcam a epiderme na
forma de linhas finas e rugas de expressão. O processo de envelhecimento
cronológico acentua as rugas de expressão, que tendem a ficar mais profundas e
marcadas.

4.1.2.4 - Permeabilidade seletiva e penetração cutânea


A pele é uma barreira fechada para a maioria das substâncias e aberta para outras.
Quanto aos cosméticos, por exemplo, a sua permeabilidade dependerá de três fatores:
1. da impermeabilidade da camada córnea e do estado do manto hidrolipídico (película
protetora da pele).
2. das características próprias dos princípios ativos e dos veículos ou excipientes dos
produtos cosméticos.
3. das manobras ou procedimentos destinados a aumentar sua penetração.

Para além destes fatores, também varia o grau de penetração, podendo ser os
seguintes:
1. contacto
As substâncias tópicas ou cosméticos aplicados sobre a pele estendem-se sobre a
camada córnea sem atravessá-la. Quando se colocam lípidos ou água com agentes
tenso-ativos em contacto prolongado com a superfície cutânea, produz-se um mínimo
de penetração até um terço da espessura da camada córnea.
2. penetração
Alguns dos componentes do cosmético ultrapassam os estratos de células mortas
para chegar ao de células vivas. Teoricamente a penetração pode ser:
-» Superficial ou epidérmica: o cosmético chega até a camada espinhosa ou basal da
epiderme.
-» Profunda ou dérmica: atravessa a membrana basal e chega às estruturas
vasculares da derme.
3. absorção
Os princípios ativos e fármacos penetram na circulação sanguínea e linfática e
difundem-se por todo o organismo, podendo haver reações gerais extra-cutâneas.

4.1.2.5 - Classificação cosmética dos vários tipos de pele


Para manter a pele saudável, livre de rugas e manchas é importante conhecer as
características dos diferentes tipos de pele, que pode ser oleosa, normal ou seca,
para que desta forma, seja possível adaptar os sabonetes, protetores solares, cremes
e inclusive a maquilhagem para cada tipo de pele.
Tanto a pele branca, como a pele morena ou a pele negra, podem ser oleosas,
normais ou secas, e para determinar que tipo de pele se trata, o dermatologista é o
profissional mais indicado.
Além disso, ao longo dos anos, um tipo de pele pode alterar-se, passando de pele
oleosa para pele seca, por exemplo, sendo necessário ajustar os cuidados diários para
manter a pele sempre bem cuidada e bonita.

Fig.11 – Pele normal Fig.12 – Pele oleosa Fig.13 – Pele seca

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Características da pele normal: A pele normal apresenta textura suave,
aveludada e é agradável ao toque, não apresentando imperfeições e, sendo
por isso, típica dos bebés e das crianças mais pequenas. Normalmente, a pele
normal apresenta aspeto rosado e não desenvolve espinhas nem manchas.
Cuidados com a pele normal: Para cuidar da pele normal deve-se utilizar
diariamente sabonetes neutros e cremes hidratantes sem óleo. Além disso, deve-se
usar protetor solar diariamente nas zonas visíveis do corpo, como rosto e mãos, por
exemplo.

Características da pele oleosa: A pele oleosa, também conhecida por pele


lipídica devido ao excesso de sebo que produz, tem aspeto gorduroso, húmido
e brilhante, e apresenta tendência para desenvolver espinhas, cravos e acne,
sendo o tipo de pele comum da adolescência. O excesso de sol, o stress ou
uma dieta rica em alimentos com muita gordura pode causar pele oleosa.
Cuidados com a pele oleosa: Para cuidar da pele oleosa é importante aplicar loções
de limpeza neutras à base de extratos vegetais de hamamélis, calêndula, hortelã,
cânfora e mentol, por exemplo, pois têm propriedades que ajudam a diminuir a
inflamação da pele. Além disso, pessoas com pele oleosa devem evitar usar
maquilhagem, pois leva ao entupimento dos orifícios da pele e favorece a formação de
cravos.

Características da pele seca: A pele seca tem aspeto baço e descamativo,


especialmente nas mãos, cotovelos, braços e pernas e, por isso, podem surgir
rachaduras e descamação nesses locais. Os indivíduos com pele seca podem
desenvolver rugas mais cedo que os restantes tipos de pele, especialmente na
cara, por ser o local que está mais exposta; é o tipo de pele mais comum nas
pessoas idosas. A pele seca pode ter causa genética ou devido a condições
ambientais, como frio, vento ou sol em excesso ou até banhos demorados com
água quente.
Cuidados com a pele seca: Para cuidar da pele seca deve-se usar cremes
hidratantes ou óleos vegetais, como aloé vera ou camomila, por exemplo, adicionando
óleo de macadâmia, amêndoas ou de semente de uva para hidratar eficazmente a
pele. Além disso, deve-se usar produtos sem álcool, pois o álcool seca ainda mais a
pele, tornando-a áspera.

Apesar de estes serem os principais tipos de pele, ainda existem outros: a pele mista
e a pele sensível.

A pele mista é a combinação entre a pele seca e a pele oleosa, sendo que,
geralmente, a pele encontra-se oleosa no queixo, nariz e testa e, tem tendência para
secar em redor da boca, das bochechas e dos olhos. Nestes casos deve-se usar
loções de limpeza na região mais oleosa e cremes hidratantes na restante área.

A pele sensível é um tipo de pele muito frágil, ficando facilmente irritada com cor
avermelhada, provocando comichão, manchas, ardor e sensação de picadas após
aplicação de um novo produto ou a situações de muito calor, frio ou vento, por
exemplo. Nestes casos, o individuo deve evitar exposição prolongada ao sol e ao frio,
bem como evitar o uso excessivo de cremes e maquilhagem, pois irrita a pele.

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4.1.3 – Estudo do rosto Fig.14 – Pele mista Fig.15 – Pele
Através do estudo do rosto é possível desenhá-lo com sensível
as proporções corretas, assim
como trabalhar nele. Desta forma, existem alguns pontos a serem seguidos de forma a
conseguir-se isto.

4.1.3.1 – Abordagem sobre os canones (Regras) da cabeça humana


Existem proporções e medidas do corpo humano que foram consideradas universais
de forma a facilitar o seu desenho ou molde. A cabeça é dividida em quatro partes
iguais na sua altura e em duas partes em sua largura, como a figura abaixo indica
através das bolinhas pretas.

Fig.16 – Visão frontal da divisão Fig.17 – Visão lateral da divisão facial


facial
A primeira parte de cima para baixo é a região do cabelo e o início da testa;

Abaixo temos a segunda parte, começando na raiz dos cabelos até o centro dos
olhos, equivalente à testa;

Na terceira divisão temos a região inferior dos olhos até à ponta do nariz;

A quarta e última divisão situa-se da ponta do nariz até o queixo, lembrando que
até a quarta divisão temos a mesma altura;

Observe que os olhos se encontram no meio da cabeça, tanto na largura como na


altura na visão frontal e somente na altura no rosto de perfil;

A parte inferior da boca fica exatamente na metade do espaço entre o nariz e o


queixo;

A largura da boca foi encontrada a partir de duas linhas horizontais traçadas do


centro dos olhos;

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Há que ter em conta que a distância da altura é igual à da largura no rosto de perfil,
formando um quadrado perfeito, considerando também que a orelha se encontra
quase no meio da cabeça.

Observe nas figuras que, para a construção da cabeça humana, a unidade de medida
para comparação é a altura da testa.

4.1.3.2 – Formato do rosto

Existem vários tipos de rosto, sendo que estes 5 tipos são os mais frequentes:

O rosto redondo tem comprimento e largura na mesma medida.

Fig.18 – exemplo de um rosto redondo

O rosto oval é mais estreito na testa e maxilar e mais longo na região abaixo dos
olhos.

Fig.19 – exemplo de um rosto oval

O rosto quadrado é bem marcante e tem ângulos salientes.

Fig.20 – exemplo de um rosto quadrado

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No rosto longo, ou rosto retangular, a distância entre a testa e o queixo é maior que a
largura.

Fig.21 – exemplo de um rosto

longo/retangular

O rosto triangular considera-se como invertido quando tem a largura do queixo mais
estreita do que a testa. Pelo contrário, quando a testa é mais fina que a largura do
queixo, então temos um rosto triangular propriamente dito.

Fig.22 – exemplo de um rosto triangular


invertido

4.1.3.3 – Elementos internos do rosto (estudo detalhado)

Já se mencionaram os ossos da face, pelo que sobram os músculos. A imagem abaixo


indica os principais músculos faciais.

Fig.23 – músculos da face humana

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4.1.3.4 – Formas do rosto

A psicofisiognomia, ou o estudo das formas do rosto, analisa tudo num rosto, desde
o formato do rosto, o comprimento do nariz, o tamanho dos lábios, das orelhas, entre
outros. Para a análise ser mais eficiente, prática e lógica, o rosto foi dividido a partir de
pontos que mostram características específicas. A parte que vai do couro cabeludo até
às sobrancelhas representa o pensamento lógico, o intelecto; a parte que vai da
sobrancelha ao nariz representa o lado emocional da pessoa e a parte que vai do nariz
ao queixo representa o instinto e as suas necessidades. O lado esquerdo da face
caracteriza o lado íntimo da pessoa, enquanto o lado direito caracteriza o lado social.

A testa apresenta características que, principalmente nas mulheres, são marcas de


expressão, mas estas revelam coisas interessantes:

Testa muito lisa: Significa que a pessoa não usa a sua capacidade intelectual;
Testa larga e ampla: Significa inteligência e perspicácia;
Testa com uma ruga horizontal no meio: Significa uma pessoa idealista e sonhadora;
Testa com uma ruga sobre a sobrancelha: Significa uma pessoa extremamente
materialista;
Testa com uma ruga vertical no meio: Significa pessoas explosivas, de “pavio curto”;
Testas com muitas rugas horizontais e verticais: Significa pessoas tensas e com
facilidade ao desequilíbrio emocional.

As sobrancelhas dão a indicação de:


Unidas: pessoa ciumenta e possessiva;
Grossas: pessoa com boa saúde física e um caráter forte;
Delgadas e escassas: pessoa com um caráter feminino, sem muita capacidade de
ação, demonstrando sensibilidade.

Os olhos, considerados o espelho da alma, são a parte mais significativa do rosto,


podendo ser analisado o seu formato e cor. Desta forma, pode-se dizer quanto ao
formato que:

Grandes: As pessoas de olhos grandes não têm segredo: são espontâneas,


extrovertidas e mansas;

Pequenos: A pessoa que tem olhos pequenos sempre procura observar o ambiente
que a rodeia, podendo por vezes ser sinal de alguma timidez;

Amendoados: pessoa amorosa e talvez... FALSA;

Fundos: Pessoa possivelmente calada e observadora;

Quanto à cor dos olhos, esta revela sentimentos existentes:


Negros: pessoas de seriedade harmoniosa que amam a vida, com caráter forte e
dominador;
Azuis: pessoas delicadas, sensuais, intuitivas e dinâmicas;
Verdes: pessoas amorosas, possessivas, ciumentas e persistentes;
Cinzentos: pessoas inteligentes, de raciocínio destacado e grandes conhecimentos;
Castanhos: pessoas racionais, sensíveis, sérias e justas;
Avelã: pessoas de temperamento equilibrado, organizadas, seguras e racionais.

O nariz, normalmente o elemento da face que as mulheres mais criticam, indica:

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Afilado: Nariz de ponta muito fina revela temperamento curioso e penetrante. Se todo
o nariz for fino, a pessoa tende a ser negativa e irónica, mas quando o nariz é largo
com a ponta fina, caracteriza pessoas sagazes e ambiciosas;
De "batatinha”: Caracteriza pessoas simples, maleáveis que se contentam com pouco;
Reto (de perfil): Caracteriza pessoas de caráter e sensatas, que abrem mão de suas
vontades para beneficiar terceiros;
Arrebitado: Caracteriza pessoas alegres, otimistas e de temperamento forte que vivem
intensamente;
Assimétrico: Caracteriza pessoas com conflitos emocionais, complexas, inconformistas
e, por vezes, antissociais;
Aquilino: Caracteriza pessoas com poder de liderança facilitada;
Largo: Caracteriza pessoas alegres e violentas;

Os lábios mostram pessoas:


Grossos: que necessitam intensamente de prazeres sexuais;
Finos: insensíveis;
Lábio inferior para frente: que possuem a arte de falar muito;
Lábio superior para frente: reservadas.
As características do queixo revelam:

Largo: Pessoas ambiciosas e voluntariosas;


Estreito: Pessoas delicadas, sensíveis com talentos artísticos;
Redondo: Pessoas de iniciativa, generosidade, insatisfações ocultas e desejo de
prazeres materiais;
Longo e pontudo: Pessoas com espírito de liderança, autoritárias e ambiciosas;
Pontudo mas não pronunciado: Pessoas ambiciosas, mas pessimistas;
Pequeno e bem-feito: Pessoas harmoniosas, de bom senso que se adapta facilmente
a modificações;
Para dentro: Pessoas indecisas, volúveis, mas simpáticas;
Com ‘furinho’: Pessoas com força de vontade, porém inseguras;
Muito pequeno: Pessoas sonhadoras, com grande imaginação;
Duplo: Pessoas com problemas de saúde, preguiçosas, apáticas, que renunciam às
suas responsabilidades.

4.1.3.5 – Dados relativos à mímica do rosto

Como já foi referido, são vários os músculos presentes na face humana. E, consoante
a expressão que se quer mostrar, assim os músculos que funcionam.

São várias as emoções que o rosto humano consegue expressar mas, como esta não
é uma formação que necessite explicitar todas elas ao pormenor, são aqui
mencionadas as cinco mais frequentes: alegria, tristeza, surpresa, medo e cólera.
Desta forma, os músculos intervenientes em cada uma destas expressões são:

Alegria – o riso ou sorriso são as formas mais evidentes de demonstrar alegria,


estando vários músculos envolvidos no processo; são eles o músculo zigomático
maior e o músculo risório na boca, juntamente com o orbicular dos olhos.

Tristeza – a tristeza está relacionada com sentimentos negativos, como perda,


sofrimento, angústia, mágoa, entre outros. Existe uma evolução nas emoções,
começando na melancolia, seguindo para a tristeza e terminando no choro/pranto.
À medida que os sentimentos vão evoluindo, a musculatura que funciona vai-se
alterando: o corrugador das sobrancelhas e orbicular dos olhos na primeira fase; o
corrugador das sobrancelhas e orbicular dos olhos contraídos mais intensamente e
juntando-se o depressor da boca e o músculo do mento na segunda fase; e o
corrugador das sobrancelhas e orbicular dos olhos contraídos ainda mais

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intensamente, juntando-se-lhes os levantadores comuns da asa do nariz e do lábio
superior, o depressor do ângulo da boca, o depressor do lábio inferior, o músculo do
mento e o músculo do platisma na última fase.

Surpresa – a surpresa, por ser uma emoção de curta duração, não tem muitos
músculos envolvidos, sendo eles o occipito-frontal, que eleva as sobrancelhas, e o
dilatador das asas do nariz, que dilata as narinas.

Medo – ao contrário da surpresa, esta emoção já pode ser de curta ou longa duração,
dividindo-se em duas possibilidades: o medo propriamente dito e o terror. No medo,
os músculos envolvidos são o occipito-frontal, que puxa as sobrancelhas para cima, o
corrugador, que puxa o terço interno das sobrancelhas para cima, o dilatador das asas
do nariz, que dilata as narinas, o depressor do lábio inferior, que puxa o lábio inferior
para baixo, e o mento, que revira o lábio inferior para fora; quanto ao terror, os
músculos envolvidos são os mesmos, juntando-se o platisma, que puxa com mais
intensidade o lábio inferior para baixo e para trás, criando também pregas verticais no
pescoço.

Cólera –por fim, temos a cólera que, por ser uma emoção associada à luta e
libertação de energia, também tem vários patamares, neste caso 3: a irritação, a raiva
e a fúria. Na irritação, os músculos envolvidos são o prócero, que puxa as
sobrancelhas para baixo, o dilatador das asas do nariz, que dilata as narinas e o
orbicular dos lábios, que empurra ambos os lábios um contra o outro, o que faz com
que a boca se feche; na raiva, os músculos envolvidos são os mesmos da irritação,
mas contraídos mais intensamente, juntando-se-lhes todos os restantes músculos do
nariz, o que cria rugas à sua volta e deixa os dentes à mostra, isto também com a
ajuda do canino, zigomático menor (puxa o lábio superior para cima e expõe os dentes
superiores) e depressor do lábio inferior (puxa o lábio inferior para baixo e expõe os
dentes inferiores); num grau mais intenso está a fúria que, ao ser o culminar da raiva,
utiliza os mesmos músculos mas ainda mais intensamente contraídos, o que faz com
que os olhos se cerrem mais, as sobrancelhas se contraiam ainda mais, a zona do
nariz se enrugue ainda mais, os lábios se contraiam ainda mais e os dentes fiquem
ainda mais à mostra.

4.1.4 – As 9 personalidades básicas


As pessoas têm vários tipos de funcionamento, sendo que, segundo o Eneagrama (do
Grego nove pontos), estes 9 traços são estratégias ou modos defensivos e repetitivos
de agir, sendo que os diferentes traços de comportamento diferenciam cada pessoa e
criam uma identidade pessoal que é construída ao longo da sua vida. Deste modo, são
elas:

Tipo 1 – Perfecionista: pessoas com sentido muito claro do que é certo ou errado;
lutam sempre para melhorar as coisas, mas têm medo de errar;

Tipo 2 – Prestativo: pessoas compreensivas, generosas e empáticas, mas que se


esforçam para agradar os outros a qualquer preço; por esse motivo, acabam por ter
dificuldades em cuidar de si mesmas e reconhecer suas próprias necessidades;

Tipo 3 – Realizador: adaptáveis e movidas pelo sucesso, estas pessoas são seguras
de si, ambiciosas e prontas a agir; não costumam ser pensadores originais, preferindo
usar soluções conhecidas de projetos bem-sucedidos;

Tipo 4 – Romântico/Introspetivo: pessoas emocionalmente honestas e que não têm


medo de mostrar como são, contudo estão sujeitas a flutuações de humor;

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Tipo 5 – Observador: pessoas perspicazes e curiosas, conseguindo abstrair-se de
tudo exceto naquilo em que se concentram; no entanto, essa capacidade de abstração
pode mostrá-las como distantes e irritadiças;

Tipo 6 – Questionador: pessoas responsáveis e dignas de confiança, mas que se


podem ser muito nervosas, evasivas e ansiosas; costumam ser indecisas e
cautelosas, podendo mostrar-se também reativas, desafiadoras e rebeldes;

Tipo 7 – Entusiasta: pessoas versáteis, espontâneas e otimistas, mas com a


tendência para assumirem mais responsabilidades que aquelas que conseguem
cumprir;

Tipo 8 – Desafiador: pessoas seguras de si e assertivas, mas também podendo ser


dominadoras e orgulhosas; não é fácil lidar com elas porque, devido à sua
necessidade de controlar o que as rodeia, podem mostrar-se conflituosas e
intimidadoras;

Tipo 9 – Pacifista: pessoas constantes e recetivas, sendo fácil agradá-las; contudo,


de forma a evitarem conflitos, podem exagerar na complacência e irem longe demais
para manterem a paz.

Mas, quando chega a hora de atender alguém, são principalmente 4 os tipos de cliente
que podem surgir:

Cliente impulsivo: como principais características temos as rápidas ações, por vezes
bruscas, com reações inesperadas; são apressados e gostam que o serviço seja
rápido. Para atendê-lo, a rapidez e agilidade são fundamentais mas sem descurar a
qualidade; deve-se perceber o essencial do seu interesse e elogiar a sua criatividade e
objetividade, apelando ao seu orgulho pessoal.

Cliente ponderado: é um cliente que, não chegando a ser impaciente, é


extremamente minucioso e exigente quanto ao grau de conhecimento de quem o
atende. Para o fazer da melhor forma possível, a paciência é fundamental e o seu
conhecimento deve ser demonstrado de uma forma calma e segura; deve-se ser
objetivo e preciso, não apresentando muitas alternativas.

Cliente indeciso: hesita bastante e dificilmente toma uma decisão. Para atender um
cliente indeciso, o melhor é não forçá-lo a tomar uma decisão, e decidir por mas ele
mas dando a impressão de que a escolha foi sua; se possível, tenha testemunhas das
decisões para evitar conflitos.

Cliente positivo: sabe sempre o que quer e sente prazer em mostrar que é capaz de
tomar decisões. Para trabalhar com clientes assim, o melhor é mostrar-se confiante
para que ele facilite o seu trabalho, mas cuidado para não decidir por ele porque isso
fá-lo sentir-se humilhado.

4.2 – Harmonização do rosto


Entre os mais diferentes formatos de rosto que existem em todo o mundo, o que faz
com que achemos uns mais bonitos que outros? Mesmo que gosto seja uma questão
subjetiva e pessoal, existe uma resposta para essa pergunta.
Ainda que não exista um conceito de rosto bonito propriamente dito, existe, sim, a
noção de um rosto harmónico. E tal harmonia é conseguida através de vários pontos,
abaixo explicitados.

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4.2.1 – Pelo delinear das linhas
Com o passar do tempo, vão-se formando rugas devido ao desgaste da pele, quer por
fatores internos (por exemplo a perda de elasticidade) como por fatores externos (por
exemplo a exposição solar). Não é algo que se manifeste somente nas pessoas de
mais idade, já que, desde muito cedo, as rugas de expressão podem surgir. Contudo,
existem truques para disfarçar essas mesmas rugas; não conseguem disfarçar por
completo a sua existência mas conseguem sim harmonizar o seu aspeto e dar-lhe
uma aparência mais leve.

Esses truques são o preparar a pele e o realçar os olhos.

Procurar produtos à base de DMAE (um agente refirmador) é uma medida que mostra
efeitos imediatos. Além de suavizar as rugas no instante em que é aplicado, esse tipo
de cosmético aumenta a produção de colagénio e evita o surgimento de novas rugas
(ou, pelo menos, diminui o ritmo em que isso acontece).

Realçar os olhos, quer seja chamando a atenção para as sobrancelhas (um blush bem
aplicado no ponto mais alto da maçã do rosto é o suficiente), ou escurecendo um
pouco o canto interno dos olhos (com lápis preto ou castanho fortes), é o suficiente
para harmonizar o rosto.

4.2.2 – Pelos contornos


A harmonização do rosto pelos contornos varia consoante o formato do rosto. Desta
forma deve-se ter em conta que:
O efeito desejado para o Rosto Redondo é de afinar e alongar. Para isso escurece-se
toda a lateral do rosto e abaixo das maçãs do rosto, também para dar a sensação de
um rosto mais fino; deve-se dar destaque ao centro do rosto iluminando abaixo dos
olhos, no meio do nariz, meio da testa e no queixo. Assim a atenção será total para o
centro do seu rosto e não para as laterais que o deixam redondo!

Fig.24 – Exemplo de
harmonização de um rosto
redondo

O Rosto Oval é o mais harmonioso de todos, pelo que os contornos são feitos para
deixar o rosto ainda mais bonito. Para dar mais valor a este tipo de rosto, deve-se
escurecer abaixo das maçãs do rosto e iluminar a parte central do rosto.

Fig.25 – Exemplo de harmonização de


um rosto oval

O Rosto Quadrado e o Rosto Longo/Retangular são dois tipos diferentes mas que
se encaixam na maneira de contornar e iluminar. Para deixar esses formatos de rosto

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em harmonia, escurece-se do topo da testa até a têmpora e também as laterais do
maxilar. Para fazer com que o eixo central do rosto fique em destaque, ilumina-se
abaixo dos olhos, meio do nariz, meio da testa e queixo. Ao se fazer isso, disfarça-se o
quadrado/retângulo do rosto, deixando-os mais harmónicos.

Fig.26 – Exemplo de harmonização de um rosto


quadrado e retangular/longo

No Rosto Triangular, o efeito é para tirar atenção das laterais do maxilar desse tipo
de rosto e, para isso, é só escurecer essa região, dando assim um efeito de sombra
que irá disfarçar e diminuir. Para dar mais destaque a esse formato de rosto é só
iluminar abaixo dos olhos, meio da testa, meio do nariz e queixo.

Fig.27 – Exemplo de harmonização


de um rosto triangular

Já no Rosto Triangular Invertido, deve-se escurecer as laterais da testa próximo da


raiz do cabelo e as laterais das maçãs do rosto também. Assim tira-se a atenção
dessa região e dá-se a devida atenção merecida ao eixo central do rosto! Deve-se
também iluminar o meio da testa, meio do nariz, abaixo dos olhos e no queixo.

Fig.28 – Exemplo de harmonização de


um rosto triangular invertido

4.2.3 – Pelos olhos


A menos que se queira recorrer a cirurgia estética (não sendo esse o interesse deste
manual), a melhor forma de harmonizar o rosto pelos olhos é através das
sobrancelhas e das pestanas.

As sobrancelhas, quando bem desenhadas e compatíveis com o formato do rosto, elas


não somente realçam a beleza natural e a expressão, como também evidenciam as
características pessoais. Mais à frente falar-se-á sobre como escolher o melhor tipo de
sobrancelha para cada formato do rosto.

Quanto às pestanas, estas podem ser individuais ou em banda (como mostra a figura
abaixo). Atenção que, tal como nas sobrancelhas, as pestanas devem ser as
adequadas, neste caso ao formato do olho; usar-se uma pestana muito longa num
olho pequeno não dá harmonia ao rosto.

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Deve diferenciar-se extensão de pestanas (individuais) e pestanas postiças (em
banda/chicote). As pestanas postiças são um sistema rápido e simples para o
prolongamento de pestanas, com uma durabilidade muito curta (um dia). A aplicação é
sobre a pele da pálpebra móvel e retira-se com desmaquilhante ou com água; na
extensão de pestanas, a durabilidade é muito superior e aplica-se sobre as pestanas
do cliente.

Fig.29 – tipos de pestanas


postiças

4.2.4 – Pela boca (lábios)


Os lábios fazem parte da harmonização do nosso rosto. Desta forma, mantê-los bem
cuidados é essencial para um sorriso lindo.

Tal como outras regiões do rosto, os lábios também sofrem envelhecimento com
exposição solar, vento, saliva, poluição, cigarro e mímicas faciais, não esquecendo
também da região ao redor deles (peribucal), onde se podem formar rugas verticais
também conhecidas como “código de barras”. As alterações mais comuns são as
perdas do contorno labial, a cor do lábio, e a uniformidade da pele.

Para prevenção desta região o ideal é hidratar adequadamente os lábios e a região


peribucal, sempre. Fazer uma leve esfoliação com um produto adequado antes, ajuda
na remoção de células mortas e renovação de tecidos; após a mesma, um bom
hidratante de tratamento labial irá prevenir a perda do volume, elasticidade e
luminosidade. Dê preferência aos batons altamente hidratantes que contenham na sua
composição ácido hialurónico, caviar, vitamina E e filtro solar; evite os batons que
prometem aumento labial por meio de irritação, como no caso de batons de pimenta,
pois eles ressecam ainda mais os lábios.

4.2.5 – Pelos efeitos da cor (cosméticos de maquilhagem), das sombras, da


luminosidade
O iluminador facial serve para realçar aquelas áreas do rosto que queremos mostrar.
De forma a decidir o que valorizar e ocultar, existem os chamados “pontos passivos” e
“pontos ativos”. Os Pontos Passivos correspondem à testa, ao nariz, ao queixo e ao
duplo queixo; como são áreas de correção, podem ser escondidos com truques. Já os
Pontos Ativos são aqueles que dão a coloração bonita da maquilhagem, olhos,
maçãs e boca, que precisam estar permanentemente em harmonia.

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Fig.30 – exemplos de pontos
passivos e pontos ativos

4.3 – Escolha das linhas, dos espaços, segundo o formato do rosto

4.3.1 – Linha das sobrancelhas


As sobrancelhas definem a expressão do olhar. Através delas podemos aumentar ou
diminuir as pálpebras, aproximar ou separar os olhos, conferindo ao rosto expressões.

A forma ideal é determinada pelo formato e pelas dimensões do rosto, do arco natural
e do tamanho dos olhos. Desta forma, deve-se seguir o seguinte:

Do canto externo do nariz ao canto interno dos olhos, encontra-se a linha ideal para o
início da sobrancelha. Do canto externo do nariz ao externo dos olhos, encontra -se a
linha ideal para o término da sobrancelha. Do canto externo da boca até a parte
elevada da sobrancelha, centraliza o ponto mais alto da mesma, o arqueado.
Obs: em olhos muito próximos, as sobrancelhas devem estar um pouco mais distante
uma da outra, se forem separados, deve-se aproximá-las.

Fig.31 – Técnica para determinar o tamanho


adequado da sobrancelha segundo o olho

Mas, como já referi acima, o formato do rosto também deve ser levado em conta
aquando da escolha da linha das sobrancelhas. Assim temos que:
No caso de ter um rosto quadrado, deve-se apostar em sobrancelhas levemente
arqueadas na ponta.
Por ter um rosto redondo, as sobrancelhas arqueadas dão mais harmonia para todo
o rosto, abrindo mais os olhos e alongando o formato do rosto.
Num rosto retangular/longo, as sobrancelhas retas são as melhores aliadas para
manter um equilíbrio em todo o rosto.
O rosto oval geralmente combina com qualquer tipo de sobrancelha mas, se se quiser
optar por um formato, um com os fios mais arqueados fica muito bonito.
Por fim, para quem tem um rosto triangular invertido, a sobrancelha deve ser
levemente arqueada e comprida; pelo contrário, se o rosto for triangular, as
sobrancelhas já devem ser mais arredondadas.

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Fig.32 – Tipos de sobrancelhas consoante o formato de rosto

Se a cliente utilizar óculos, ao escolher o formato das sobrancelhas, também é


importante levar em conta o tipo de armação. Sobrancelhas mais clássicas, onde
se retira apenas o excesso dos pelos, costumam combinar com todos os formatos
de olhos e armações. Ao preencher as falhas procura-se apenas disfarçá-las sem
delinear demais, pois a aparência pode ficar pesada.

4.3.2 – Linha dos olhos


Usada para abrir o olhar e delinear a linha d'água (zona interna da pálpebra), marcar a
linha dos olhos dá a sensação de profundidade e aumento, além de diminuir a
aparência de cansaço. Comece a delinear uma linha-guia, na base das pestanas
superiores, partindo do canto interno do olho. Sendo que o traço deve ser mais fino
junto ao canto interno, volte a passar o delineador a partir de metade da pálpebra, num
sentido ascendente, até ao canto externo.

Para facilitar a tarefa, pode delimitar previamente o canto e unir depois os traços.
Se, ainda assim, fazer traços firmes e bem definidos for difícil, opte por fazer pequenos
pontos ao longo da pálpebra móvel, bastando uni-los no final. É natural que tenha de ir
retocando, com a ajuda de um cotonete e desmaquilhante de olhos, especialmente
enquanto não tiver muita experiência. O cotonete serve também para dar o efeito final
pretendido à ponta do traço, que deve ser afinado e desenhado em sentido
ascendente.

No caso de o traço não sair perfeito e, mesmo assim, não quiser estar a refazê-lo,
poderá aplicar um pouco de sombra de olhos, com um pincel fino, que ajudará a
minimizar as imperfeições. Para não comprometer a elastina da pele em torno dos
olhos, evite puxar a pálpebra para cima.

Como foi referido anteriormente, o lápis de olhos pode diminuir ou aumentar o olhar,
dependendo da maneira de como é aplicado. A maioria das mulheres aplicam-no só
em baixo, mesmo na linha de água dos olhos, mas não quer dizer que seja a maneira
mais correta. Deve-se aplicar de acordo com o tamanho dos olhos.

Para DIMINUIR OS OLHOS GRANDES, aplica-se na linha de água.


Para AUMENTAR OS OLHOS PEQUENOS o lápis deve ser aplicado um pouco
abaixo da linha d´agua, na parte de fora dos olhos, bem rente às pestanas inferiores e
superiores. Se quiseres suavizar o traço, podes esfumar o lápis preto, com um pincel
específico, ou mesmo com um cotonete, na parte inferior dos olhos. Aplicar um lápis
branco ou bege, na linha d´agua, dá a impressão de olhos ainda maiores.

4.3.3 – Linha dos lábios


Existem dois motivos para delinear os lábios: para ir ao encontro da cor natural dos
lábios ou para realçar a maquilhagem que se tenha.

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Esse mesmo delinear também serve para ou dar grossura ou afinar os lábios. Como?

Para tornar os lábios mais volumosos, começa-se por cobrir os lábios com corretor ou
com uma base de maquilhagem para corrigir a linha dos lábios. Depois delineia-se os
lábios ligeiramente acima da linha natural do lábio superior e por baixo da linha natural
do lábio inferior. Preenche-se os lábios completamente com o lápis de lábios para criar
uma base mate. Seguidamente aplica-se a maquilhagem de lábios conforme desejado.
Quando aplicar brilho de lábios, aplicar apenas no meio dos lábios para criar um
aspeto mais volumoso. Para tornar os lábios mais finos, começa-se por aplicar corretor
ou base de maquilhagem para corrigir a linha existente. Traça-se uma linha nos lábios
ligeiramente no interior da linha natural dos lábios superior e inferior, e preenchem-se
os lábios completamente com o lápis de lábios para criar uma base mate. A seguir
aplica-se a maquilhagem de lábios conforme desejado.

Fig.33 – como engrossar os lábios com Fig.34 – como afinar os lábios com lápis
lápis

4.3.4 – Coloração em espaço definido


Após se ter feito o delinear das várias zonas da cara (olhos, lábios, …), procede-se à
sua coloração, utilizando os produtos adequados a cada uma delas.

Mais à frente passaremos a explicar como proceder à sua coloração.

4.4 – Ética em maquilhagem


Sendo a ética um conjunto de normas de conduta consideradas mais ou menos
absolutas e universalmente válidas, ou melhor, uma ciência relativa aos costumes,
esta vai condicionar e dirigir o ato de aplicar produtos cosméticos
na face para embelezar ou alterar a aparência, definindo a aplicação de cores
tradicionais, como se deve fazer a combinação e a harmonização de cores, e definindo
as cores quentes e frias.

4.4.1 – Cores tradicionais


As cores tradicionais são aquelas que, apesar da tendência do momento, se mantêm
atuais e são sempre usadas, independentemente da cor de pele. São elas: castanho,
grafite, preto e bege.

4.4.2 – Combinação de cores


Para se ter um bom efeito no trabalho com sombras, nada melhor do que se entender
bem sobre combinações. A forma mais prática de se fazer isso é usando a roda das
cores. Para se fazer um bom uso da roda das cores, é preciso conhecer as cores
monocromáticas, análogas e complementares.
Monocromáticas: É a variação de uma mesma cor decorrente da sua mistura com
branco (matiz), cinza ou preto (tom) formando um degrade de cores. As
combinações monocromáticas apresentam baixo contraste:

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Análogas: São as cores vizinhas na roda das cores, quem mantém um pigmento em
comum. Ex: laranja e amarelo alaranjado. As combinações análogas apresentam
médio contraste:

Complementares: São as cores opostas na roda das cores e que se neutralizam pois
uma é quente e a outra fria. Ex.: verde e vermelho. As combinações complementares
apresentam alto contraste:

Fig.35 – A Roda das Cores

Conhecer alguns grupos de cores também ajuda na hora de escolher a combinação:


Grupo dos azuis: Azul / Rosa/ Roxo / Lilás / Vinho / Violeta / Cinza / Prata
Grupo dos verdes: Verde / Laranja / Castanho / Cobre / Ferrugem / Amarelo /
Vermelho / Bronze / Dourado
Grupo dos neutros: Branco / Bege / Grafite / Dourado / Preto / Marfim / Castanho /
Prata

4.4.3 – Harmonia de cores


Além do nível de contraste, há algumas dicas importantes que podem ajudar na hora
da escolha das cores na maquilhagem, de forma a realizar uma maquilhagem
harmoniosa:
• Levar em consideração se a pigmentação da pele é mais quente ou fria e que tipo de
contraste as cores escolhidas terão sobre a pele;
• É importante perceber que, em alguns casos, mesmo cores que se combinam podem
não oferecer um resultado tão harmónico, dependendo do tom e matizes escolhidos.
Isso acontece com mais frequência na combinação de cores análogas. Por exemplo:
azul escuro + violeta poderão se fundir e criar um efeito escuro demais e pouco
criativo; ou ainda azul + azul esverdeado poderão criar um efeito desbotado e sem
vida.

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4.4.4 – As Cores Quentes e Frias
Simplificando muito, as cores quentes e frias são conjuntos de cores:

Fig.36 – Roda das Cores Quentes e


Cores Frias

• as cores quentes são tons como o dourado, laranja e vermelho.


• as cores frias são tons como prata, azul e verde.

A primeira coisa que é necessário saber é que alguns tipos de pele ficam melhores
com maquilhagens em tons quentes, enquanto outras combinam mais com cores
frias.
Como existe uma grande diversidade de tons de pele, convém saber qual o da sua
cliente; e a maneira mais simples é colocando junto ao lado esquerdo do rosto um
objeto dourado, e do outro lado um objeto prateado, observando-se bem qual fica
melhor com o tom de pele.

Vamos então ver quais os tons de pele que são quentes e frios, assim como quais as
cores que melhor combinam com eles, tendo em conta que as mulheres negras, por
terem tons de pele muito variados, não podem ser classificadas tão facilmente, e,
muitas vezes, inclusive, podem optar entre as cores quentes ou frias, por a sua pele
combinar com ambas!

4.4.4.1 - Dourada (quente)

Mulheres que sejam ruivas, loiras e morenas com tons de pele mais escuros e mulatas
têm as chamadas peles douradas, pelo que devem utilizar as cores quentes.

Podem abusar dos tons terrosos e do dourado. Outro bom exemplo é usar verde (sem
exagerar!). Dica: sombras castanhas podem realçar as indesejáveis olheiras.

4.4.4.2 – Azulada (fria)

Mulheres que sejam orientais, árabes, loiras com a pele muito clara ou rosada têm as
chamadas peles azuladas, pelo que devem utilizar as cores frias.
Aqui já existe uma ligeira diferença entre as cores a utilizar.

As orientais podem abusar de todas as cores frias e, sabendo usar, até mesmo tons
como castanho e bege, devendo fugir dos tons de laranja; estes vão ressaltar o

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amarelado da pele; já as mulheres com a pele muito clara ou rosada, devem usar
cores frias mais naturais, como pêssego e rosado.

4.4.5 – Execução e preenchimento de esquissos


Os esquissos são o primeiro esboço do cliente, é o primeiro a fazer antes de começar
a trabalhar na pele do cliente. A partir deste esboço, faz-se a conjugação de cores e
estilos, sendo possível efetuar qualquer tipo de correção sem ter de andar a “apagar” o
trabalho na pele. Analisando o formato do rosto do cliente, faz-se esse primeiro
esboço de como a maquilhagem ficará no rosto e, caso o cliente queira alguma
alteração, é só apagar e começar de novo.
Para a criação desse esquisso, seguem-se os passos já mencionados acima nos
canones do rosto humano, fazendo as alterações necessárias consoante o formato do
rosto, olhos, nariz, boca, etc.
Para quem achar que não consegue fazer um esquisso que seja fidedigno, o mais
simples é utilizar fotografias, de frente e perfil. Pode tirá-las no momento ou pedir ao
cliente que as traga, desde que sejam recentes.
Depois é só colocar a fotografia debaixo de uma folha de papel vegetal e, com muito
cuidado, desenhar os contornos e as feições, preenchendo os lábios, sobrancelhas,
olhos, assim como as sombras que possam haver e um pequeno rascunho do cabelo
(sem muitos detalhes); quando isto estiver feito, retire a fotografia e dê os retoques
finais.
A imagem seguinte dá um exemplo de uma folha de trabalho, que se utiliza após a
conclusão do esquisso, já com as cores a serem utilizadas.

Fig.37 – Exemplo de uma folha de


trabalho

5. Módulo 3 – Cosmética da Maquilhagem


No final deste módulo, o formando deverá saber:
-distinguir cosmética de maquilhagem;
-efetuar trabalhos de camuflagem;
-efetuar correções no rosto.

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5.1 –Cosmético da Maquilhagem
A maquilhagem (do francês maquillage) consiste na aplicação de produtos com
efeito cosmético, de embelezamento, ou disfarce, seguindo-se alguns casos os ditames da
moda e com uso de substâncias especificamente destinadas a tal fim.

Cosmético é o nome dado aos ingredientes com que se procura conservar a beleza da
pele e dos cabelos ou fazer os disfarces. São produtos destinados à estética corporal
e que se utilizam quer para manter o aspeto exterior ou para tornar o corpo mais
atraente e ocultar as suas imperfeições.

5.2 – Camuflagem
De uma forma muito resumida, camuflar é usar produtos cosméticos com a finalidade
de esconder irregularidades da pele.
A maquilhagem de camuflagem aplica-se combinando uma camuflagem perfeita com
um resultado de longa duração, o mais natural possível, que pode encobrir os
inestéticos problemas de pele. É o resultado perfeito, mesmo quando se usa como
uma maquilhagem normal. A técnica é simples, porém com algumas peculiaridades
que são fundamentais para que o resultado final seja satisfatório e que esconda com
perfeição as imperfeições da pele.
Este tipo de maquilhagem está indicada para camuflar problemas como acne,
couperose, vitiligo, estrias, cicatrizes, derrames, entre outros.

5.2.1 – Informação das técnicas


Existem três passos básicos para a aplicação da camuflagem cosmética.
O primeiro trata-se da dissimulação, onde os produtos como a base e o corretivo são
mais grossos e opacos do que os da maquilhagem regular. Eles também aparecem
em uma grande variedade de cores, para combinar com o tom natural da pele do
paciente. Este tipo de correção possui uma eficácia maior em patologias como
cicatrizes, linhas de incisão cirúrgicas e hematomas.
Existe também o uso das cores como método de camuflagem. O método consiste no
uso de corretivos coloridos, onde certas cores são capazes de neutralizar outras,
advindas de problemas de pele. Um exemplo são as peles com edemas de cor
vermelha, que podem ser neutralizados por um produto na cor verde, que é a cor
complementar ao vermelho, como o mostra a grelha seguinte:

Cor para neutralizar Patologia Cor do corretivo

Eritema, psoríase, rosácea


Vermelho Verde
(couperose)
Azul
Hematoma Laranja
Roxo
Angiomas Amarelo
Castanho
Hiperpigmentação Branco
Branco/Rosa
Cicatriz Castanho
Fig.38 – Cores como método de camuflagem
A terceira e última técnica é a já referida técnica dos contornos. Ao se camuflar
alguns contornos de superfícies que não se encontram regulares, criam-se assim
dimensões através do uso de luz e sombra; cores escuras fazem protuberâncias
parecerem recuar, enquanto as cores claras fazem depressões parecerem mais rasas.

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5.2.2 – Filosofia e objetivos da camuflagem
Quando a imagem refletida não é a que se gostaria de ter, surge o sentimento de
inadequação, sendo esse sentimento que faz com que cada vez mais as pessoas
procurem novas alternativas, com o objetivo de recuperar a tão desejada autoestima.
Certas patologias de pele não são tratáveis pelos métodos da medicina dermatológica
ou por cirurgias plásticas, e é por isso que a camuflagem feita pela maquilhagem se
torna de extrema importância para estas pessoas.

5.2.3 – Introdução à execução de trabalhos de camuflagem


Uma maquilhagem corretiva completa deve incluir vários passos básicos: a utilização
do corretivo, da base e do pó facial, que devem ser aplicados nesta ordem, a menos
que a pele tenha poucas imperfeições e a ordem passa a ser base, corretivo e pó
facial. Mas não esquecer que, antes de qualquer produto, o primeiro a fazer é cuidar
da pele, ou seja, o primeiro passo é limpar, tonificar e hidratar a pele. Mais à frente
falaremos acerca deste ponto.

O corretivo é um elemento da maquilhagem capaz de dar uniformização à pele,


amenizando olheiras de uma noite mal dormida e disfarçando manchas, cicatrizes ou
outras marcas. Eles podem ser líquidos, cremosos ou em lápis/stick.

De forma a ver qual o corretivo indicado para o tipo de pele, o mesmo deve ser testado
na Zona C do rosto (testa, em baixo dos olhos, queixo) para determinar a melhor
tonalidade, sendo que o tipo de pele também deve influir na escolha. Assim, para
peles secas, deve-se optar por um corretivo cremoso; já nas peles oleosas, o corretivo
em stick é mais eficaz.

A imagem abaixo descreve como utilizar a paleta de corretivos.

Fig.39 – paleta
de corretivos

A base deve ser escolhida consoante o tipo de pele. Desta forma temos:

Em creme - Indicada para peles secas, já que costuma conter bastantes agentes
hidratantes;
Líquida - Pode ser ligeira ou densa, e tem uma aplicação fácil. Ideal para peles
oleosas ou mistas, apesar de também poder ser usada em peles secas, sempre
que contiver agentes humectantes (responsáveis por reduzir a dessecação da pele);
Em pó - Apesar de poder ser aplicada em todo o tipo de peles, é mais adequada para
as oleosas;
Mista - Uma textura que é meio creme, meio pó e que pode ser utilizada com bons
resultados num rosto que tenha sido previamente hidratado;
Com pincel - Indicada para todas as peles porque proporciona um acabamento
natural, sem pintar as sobrancelhas nem a linha de crescimento do cabelo;

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Em stick - É a melhor opção para peles oleosas; não é muito aconselhável quando há
secura, uma vez que marca muito as rugas.
Por fim, o pó facial, é formado por micropartículas de minerais que preenchem as
imperfeições da pele. Geralmente é utilizado após a sequência corretivo/base,
garantindo uma melhor fixação da maquilhagem e evitando o brilho excessivo da pele.
Pode ser aplicado em toda a Zona T do rosto (testa, nariz e queixo) e bem pouco
abaixo dos olhos, fixando o corretivo, mas fazendo movimentos suaves, para não tirar
a base ou corretivo.

Fig.40 – aplicação de pó facial

5.2.4 – Execução das técnicas mais simples


A técnica mais simples que existe é a maquilhagem simples de dia, servindo somente
para igualar o tom da pele, deixando-a com um aspeto suave e sedoso. Para tal,
segue os seguintes simples passos:

1 – Desmaquilhagem do rosto
2 - Tratamento das sobrancelhas
3 - Aplicação de uma base hidratante do tom da pele, com proteção solar
4 - Aplicação do pó facial
5 – Aplicação de sombras para as pálpebras em tons pastel, sem brilho, e contorno
dos olhos
6 – Aplicação do Blush
7 – Aplicação do Rímel
8 – Aplicação do Batom

5.2.5 – Micropigmentação
A micropigmentação consiste numa micro introdução de pigmentos na pele, através
de uma técnica inócua e praticamente indolor. Contudo, não pode ser vista apenas
como uma maquilhagem permanente, uma vez que tem outras aplicações, como
aplicações paramédicas ou técnicas complementares à cirurgia reparadora, entre elas,
a reconstrução da auréola mamária, a dissimulação de cicatrizes ou a densificação
capilar.
5.2.5.1 – Bases técnico-práticas
Esta técnica consiste na introdução de grânulos de pigmento de diferentes tons no
tecido dérmico, com a ajuda de umas agulhas muito finas. Estas estão ligadas a um
dermógrafo, que é responsável por criar movimentos de vaivém necessários à
deposição do pigmento na pele.
Antes de se iniciar o tratamento, é feita uma consulta de assessoria com o profissional
de dermopigmentação para estabelecer a forma ou método que mais favorece o
paciente. A cor a utilizar também é pensada, tendo em conta o gosto, a cor do cabelo,
o tom de pele e dos olhos do paciente.
Este processo é realizado com umas agulhas finíssimas, com as quais se introduz o
pigmento através do epitélio. Todos os utensílios são esterilizados, descartáveis e de
uso único, respeitando as condições de higiene e segurança.

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5.3 – Correções
5.3.1 – Correções segundo a aplicação da base de cor
Colocando a base de cor nos sítios certos consegue-se não só disfarçar imperfeições,
como também produzir efeitos de volume e profundidade. Desta forma, e como a
figura seguinte demonstra, deve-se fazer o seguinte:

Fig.41 – onde aplicar base de cor escura e


clara para fazer correções

1. Marcações de base escura: Aplique uma base ou pó de tonalidade mais escura


que a pele nas regiões:
Nariz: para afinar e levantar, aplique um traço na lateral, iniciando perto do canto
interno dos olhos e desça em linha reta. Feche essa linha na base do nariz formando
um triângulo para levantar a ponta.
Testa: para diminuir a largura da testa aplique escuro na lateral da testa próxima a raiz
do cabelo.
Abaixo do osso zigomático: “Aqui está o segredo. Para afinar o rosto faça o traçado
abaixo desse osso. Para facilitar a aplicação, faça movimento de peixinho com a boca,
para achar onde fica a cavidade”, explica Simone.
Queixo: para diminuir o prolongamento do queixo e necessário escurecer sua base.
Lábios: para salientar os lábios, escureça o contorno central no lábio superior e
inferior.
2. Esfume muito bem todas as marcações escuras para apenas dar o efeito e não
ficar aparecendo o escuro no rosto.
3. Faça as marcações claras, com base ou pó mais claro que o tom da pele, aplicando
no centro da testa, nariz e queixo, abaixo dos olhos e da marcação do osso zigomático
e nos lábios no arco do cupido.

5.3.2 – Correções do pescoço


Esta é uma zona muitas vezes esquecida mas que, comparada com o rosto, pode
estragar todo o efeito da maquilhagem, por causa da diferença de cores entre ambos.
É importante, então, não esquecer de também maquilhar o pescoço, mas de uma
forma leve e, de preferência, utilizando produtos à prova de água (isto evita que a
roupa se suje quando se começa a suar).

Para começar a maquilhagem no pescoço, é necessário manter a região limpa e bem


hidratada, de forma a fixar a maquilhagem por mais tempo. Com a ajuda de um pincel
para base ou uma esponja, aplica-se pouca quantidade de base no pescoço, sempre
fazendo movimentos suaves no sentido de cima para baixo, até chegar à região do
colo. Finaliza-se aplicando o pó facial.

Também é possível disfarçar a inestética ‘papada’. Para tal, basta escolher uma base
dois tons acima do tom da pele e aplicá-la apenas na ponta do queixo e abaixo dele,
deslizando suavemente o pincel para espalhá-la; termina-se com o pó facial espalhado
por todo o pescoço, desta vez do mesmo tom da pele.

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5.3.3 – da Fronte
Quando se trata de corrigir imperfeições o primeiro passo é sombrear o que se quer
esconder e iluminar uma outra região do rosto que você queira chamar mais atenção.
Portanto, o segredo está em escurecer a extremidade da testa, já que os tons escuros
tendem a diminuir. Para isso, use um pó facial ou corretivo dois tons mais escuros
para esconder e pó facial dois tons mais claros para realçar.
Para diminuir a "testa alta" passa-se o pincel levemente no pó, remove-se o excesso e
aplica-se no contorno da testa (bem rente à raiz do cabelo), esfumando com uma
esponja ou um pincel dos grossos até ficar quase impercetível; se, pelo contrário, for
um caso de "testa baixa", para aumentá-la passa-se o pincel no iluminador e espalha-
se no centro para as laterais e na raiz dos seus cabelos.

5.3.4 – do Mento ( queixo)


Aqui existem duas hipóteses de correção: ou se dá a ilusão de um queixo maior
ou de um queixo menor. Assim:
Aumentar o queixo - Prepare a pele com a base e o pó e esfumace com sombra
clara os cantos externos do queixo; usar um iluminador na ponta do queixo também
ajuda.
Diminuir o queixo - Prepare a pele com base e pó, e esfumace com um tom mais
escuro.

6. Módulo 4 – Maquilhagem
No final deste módulo, o formando deverá saber:
-efetuar a pré-maquilhagem;
-efetuar maquilhagem de base sem correções;
-efetuar maquilhagem nos lábios;
-efetuar maquilhagem no nariz;
-efetuar maquilhagem nas sobrancelhas;
-efetuar maquilhagem nos olhos;
-efetuar maquilhagem nas pestanas;
-aplicar a ética na maquilhagem.
Antes de se passar à maquilhagem propriamente dita, deve-se proceder à execução
da chamada pré-maquilhagem, ou seja, etapas a seguir antes da aplicação dos
produtos sobre a pele.

As etapas da pré-maquilhagem são:


-» remoção dos restos de maquilhagem, utilizando produtos desmaquilhantes;
-» higienização da pele, seguindo os passos básicos de limpeza, tonificação e
hidratação;
-» depilação das sobrancelhas e buço.

6.1 – Maquilhagem de base sem correções


Estar maquilhada não é somente uma questão de vaidade, hoje em dia é também uma
questão de cuidados com a beleza. Uma mulher que se preza quer sempre estar
bonita, por isso além de cuidar da pele lavando-a e hidratando-a sempre, também não
deixa de lado a maquilhagem. Podemos contar com diversos e variados produtos de
maquilhagem feitos para cada tipo de pele que o mercado da beleza disponibiliza.

Para o dia a dia, a maquilhagem deve ser mais leve e natural, para que apenas realce
a beleza e que não fique nada forçado. Para isso, é muito importante que a pele seja o
destaque, pelo que lave bem o rosto de manhã e hidrate-o também. Dando uma cor
aos olhos e lábios é o suficiente para maquilhagem deste tipo.

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6.2 – Maquilhagem dos lábios
A maquilhagem, quando é bem utilizada, consegue alterar as feições naturais das
pessoas, sendo que os lábios não são exceção. É possível engrossar lábios finos ou
afinar lábios grossos, ou mesmo igualar lábios desiguais. Para tal, devem-se seguir os
passos abaixo indicados.

6.2.1 – Execução prática


-» primeiro prepara-se os lábios, aplicando base e pó compacto, que permitem a
fixação do Batom e consequente aumento da sua duração; se trabalhar em lábios
finos, aplicar também um primer, que dará a ilusão de volume;
-» seguidamente, e consoante o tipo de lábio, aplicando sempre o batom do centro
para fora sem exagerar demasiado com muitas camadas, siga os seguintes passos:
LÁBIOS FINOS
-aplicar lápis de contorno dos lábios da cor dos mesmos, desenhando pela linha de
fora para deixá-los mais grossos;
-com um pincel fininho, retocar a linha de contorno desenhada pelo lápis com a cor de
Batom escolhida;
-com um pincel mais grosso, preencher o restante dos lábios.
Nota: aposte em cores claras e brilhantes, que deixam a boca mais carnuda.
LÁBIOS GROSSOS
-aplicar lápis de contorno dos lábios da cor dos mesmos, desenhando dentro da linha
labial, para deixá-los menos volumosos;
-com um pincel fininho, retocar a linha de contorno desenhada pelo lápis com a cor de
Batom escolhida;
-com um pincel mais grosso, preencher o restante dos lábios.
Nota: o ideal é utilizar cores escuras e opacas, que ajudam a afinar.
LÁBIOS DESIGUAIS
-se o lábio superior for mais grosso, passar aqui o lápis na parte de dentro da linha
labial, e no lábio inferior sobre o contorno do lábio;
-se o lábio inferior for mais grosso, passar aqui o lápis sobre o contorno da boca, e no
lábio superior pela linha de fora do lábio;
-com um pincel fininho, retocar a linha de contorno desenhada pelo lápis com a cor de
Batom escolhida;
-com um pincel mais grosso, preencher o restante dos lábios.
Nota: finalizar passando papel absorvente para retirar o excesso.

6.3 – Maquilhagem do nariz


O nariz, como já foi referido anteriormente, é um ponto passivo, pelo que a
maquilhagem a aplicar é a de correção.

O exemplo dado no ponto 6.3.1 é a correção para um nariz mais grosso e achatado.
Mas isto é possível para qualquer tipo de nariz, como o indica

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6.3.1 – Execução prática
1. Marcações de base escura: Aplique uma base ou pó de tonalidade mais escura
que a pele para afinar e levantar. Para isso, aplique um traço na lateral, iniciando perto
do canto interno dos olhos e desça em linha reta; feche essa linha na base do nariz
formando um triângulo para levantar a ponta.
2. Esfume muito bem todas as marcações escuras para apenas dar o efeito e não ficar
aparecendo o escuro no rosto.
3. Marcações claras, com base ou pó mais claro que o tom da pele, aplicando no
restante do nariz.

Fig.43 – Exemplo de um nariz mais


gordo e achatado

6.4 – Maquilhagem das sobrancelhas


O truque mais básico de todos é usar uma sombra ou um lápis para desenhar, reforçar
o contorno da sua sobrancelha ou esconder algumas falhas. Não é bom usar produtos
da cor preta, pois ficam muito marcados e com uma cara de artificial. Quem tem a
sobrancelha mais escura deve usar produtos de tom castanho. Já quem tem os pelos
mais claros, é melhor usar tons mais acinzentados.
Existe também o chamado lápis de cor universal, que combina com qualquer cor de
sobrancelha e tom de pele. A sua tonalidade é um castanho acinzentado, como o
indica a imagem abaixo:

Fig.44 – exemplo de lápis de


cor universal

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6.4.1 – Execução prática
Para maquilhar a sobrancelha, devem ser seguidos os seguintes passos:

 Afie o lápis e deixe a sua ponta um pouco mais fina, já que fica mais fácil para
não errar;
 Erga a sua sobrancelha;
 Comece corrigindo, com o lápis, começando na ponta junto ao nariz e ir
avançando;
 Com toques leves, não esfregando o lápis, deve-se ir preenchendo a
sobrancelha com o lápis;
 Tenha bastante atenção com a parte da frente da sobrancelha, procure não
deixar a pintura muito forte, pois você pode ficar com o olhar pesado;
 Siga o traço natural da sua sobrancelha, essa dica é fundamental para o
resultado ficar excelente!
Após passar a sombra ou o lápis, para o resultado ficar natural, deve-se também
esfumar a sobrancelha com um pincel chanfrado.

6.5 – Maquilhagem dos olhos


A figura abaixo ilustra as zonas do olho onde se deve maquilhar.

Fig.45 – Zonas de
maquilhagem dos olhos

Deve-se ter em atenção, também, se a cliente utiliza óculos, pelo que a maquilhagem
deve seguir alguns critérios especiais, como indicado a seguir.

No caso das pessoas com miopia, que costumam ficar com os olhos menores por
trás das lentes, devem aplicar a sombra com a intenção de aumentar os olhos,
optando por cores claras e luminosas. O arremate é feito com contorno de lápis
por fora, na raiz dos cílios.

Já quem apresenta hipermetropia costuma ficar com os olhos bem maiores ao


usar os óculos. A pessoa deve maquiar no sentido de diminuí-los. As cores, nesse
caso, têm que ser escuras e opacas. O lápis deve ser usado por dentro da linha
da lágrima.

Quanto à escolha das cores, a maquilhagem pode combinar tanto com o tom da
pele, dos olhos e do cabelo, como com a da armação. Isso não significa usar as
mesmas tonalidades, algo tipo "armação azul-sombra azul". Por exemplo:
armação preta e pesada pode ser combinada com um batom vermelho e olhos
suaves.

6.5.1 – Execução prática


Abaixo segue o protocolo para maquilhagem dos olhos. NOTA: as cores utilizadas são
exemplificativas para uma maquilhagem de dia, não sendo as únicas passíveis de
serem utilizadas.

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1- Use um lápis de olhos, cor castanho na linha dos cílios superiores, fazendo um
fundo escuro que servirá de base para a aplicação das sombras;
2- Use na pálpebra móvel, uma sombra fosca de tom castanho cobrindo toda a
pálpebra;
3- Aplique no canto externo superior do olho, uma sombra de tom castanho queimado,
usando a técnica de esfumar, fazendo o contorno da pálpebra móvel e delineando o
côncavo, de forma a criar uma profundidade no olhar;
4- Aplique iluminador ou uma sombra perolada abaixo da sobrancelha, respeitando o
canto externo do olho;
5- Cuidadosamente aplique bem em cima dos cílios, rente à pele uma linha bem fina e
delicada de lápis para olho na cor preto e use o esfumador do próprio lápis para criar
um efeito natural;
6- Aplique lápis para olhos de cor castanho ou preto, nos cílios, abaixo da linha
d’água, e lápis para olhos de cor bege, na linha d’água dos olhos.

6.6 – Maquilhagem das Pestanas


A maquilhagem das pestanas não inclui somente as pestanas naturais, mas também a
colocação de cílios postiços. São vários os modelos possíveis, como mostra a imagem
abaixo.

Fig.46 – exemplos
de cílios postiços

6.6.1 – Execução prática com Pestanas em Banda/Chicote


A aplicação de cílios postiços para muitas pessoas é um dilema, pois muitos não
sabem exatamente como colocá-los. Primeiramente, retire o excesso de máscara
(rímel) do pincel e aplique desde a raiz até às pontas dos cílios, como se estivesse
escovando, depois espere que seque.
*Dica para que os cílios não fiquem colados, evite aplicar a máscara fazendo
movimento de ziguezague.
Aplicando os cílios postiços:
1° Pegue os cílios com uma pinça e meça o tamanho nos olhos, caso necessário
corte-os para que se adequem aos seus olhos;
*Dica: Se quiser cílios mais naturais, aplique-os da metade até o canto externo dos
olhos, mas se preferir olhos mais ressaltados aplique os cílios inteiros.
2° Passe um pouco de cola na parte de cima das mãos e então, encoste os cílios na
cola com a ajuda da pinça;

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3° Espere aproximadamente de 5 a 10 segundo até a cola secar um pouco. Então
aplique os cílios postiços rente à raiz dos cílios naturais, começando pelo canto interno
e indo até o canto externo do olho, segurando firme para uma boa fixação;
*Dica: Use de preferência cola incolor para cílios, pois quando secar ficará totalmente
transparente e não marcará sua maquilhagem.
4° Finalize com um delineador ou um bom lápis de olho.
Look pronto para arrasar!

Fig.47 - colocação de cílios postiços

6.6.2 - Execução Prática de Colocação de pestanas individuais


Existem vários tipos de pestanas, de cabelo natural e postiças. As primeiras são
aquelas que duram mais tempo, cerca de dez vezes mais. As pestanas postiças
podem-se encontrar de várias cores.
As pestanas pelo a pelo (Individuais) são a grande novidade por parecerem mais
naturais. Cada pestana é colocada, com cola hipoalergénica, separadamente em cada
uma das nossas pestanas. Estas pestanas individuais enchem a nossa pálpebra, são
mais largas e, devido à sua forma de aplicação, o resultado causa mais impacto.
Utilizam-se diferentes tamanhos, que dependem do gosto da pessoa, e vão de 8 a 14
milímetros.
Este tipo de pestana dura muito mais tempo e basta fazer uma manutenção após a
primeira aplicação, dependendo do tratamento que cada pessoa lhes dá. Com este
método, a maquilhagem é muito mais simples pois basta um pouco de sombra para
termos uns olhos bonitos.
Estas pestanas são feitas com fios de seda, por ser o material que mais se parece às
nossas pestanas. Podem encontrar-se de vários tamanhos e cores.
Passo a passo
1ºDesinfeta-se as mãos e materiais com solução higiénica preparadora.
2ºComeça-se por desmaquilhar o olho da cliente com um disco de algodão e
desmaquilhante de base aquosa.
3ºColoca-se os papelotes de proteção na pálpebra inferior, deixando as pestanas
inferiores por cima.
4ºAplica-se a fita-cola em forma de X sobre as pestanas da pálpebra inferior para se
isolarem das da pálpebra móvel.
5ºPenteia-se as pestanas naturais com a escova para máscara, para que estas se
separem e fiquem ordenadas.
6ºCom a pinça reta para extensões, seleciona-se uma pestana natural, submerge-se a
metade da pestana artificial na cola de extensão de pestanas e fixa-se a extensão;
7ºPara acelerar o processo de secagem ventila-se a extensão com a válvula secadora
de extensões.

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Fig.48 – Colocação de
pestanas individuais

7. Módulo 5 – Tipos de Maquilhagem


No final deste módulo, o formando deverá saber:

Fazer Maquilhagem segundo a tendência da moda


Fazer Maquilhagem segundo a idade
Fazer Maquilhagem de circunstância
Informar sobre diferentes tipos de maquilhagem

7.1 – Maquilhagem segundo a tendência da moda


Como a maquilhagem funciona por tendências, deve-se manter sempre atualizado
acerca do que se passa no mundo da moda. E a melhor forma de o fazer é
acompanhar as Semanas da Moda, que ocorrem pelas principais capitais mundiais da
moda.

7.2 - Efetuar a maquilhagem geral


1. Limpe bem o rosto (lave e tonifique) antes de iniciar a maquilhagem;
2. Com um pincel (ou esponja), passe base por todo o rosto;
3. Coloque alguns pontinhos de corretivo onde for necessário;
4. Espalhe o corretivo com um pincel ou com a ponta dos dedos;
5. Nas maçãs do rosto aplique blush;
6. Para afinar o rosto, puxe o blush das têmporas para a boca;
7. Com lápis ou sombra específicos, preencha a sobrancelha (ver alterações para dia
e para noite);
8. Passe pó por toda a face;
9. Use modelador de pestanas nos cílios;
10. Aplique rímel;
11. Passe gloss ou batom.

7.3 - Maquilhagem para o dia a dia


 Passe sombra castanha clara pela pálpebra móvel, exceto na área côncava;
 Na parte inferior dos olhos use sombra clara para iluminar o olhar;
 Use a mesma sombra clara na área côncava (onde não passou sombra
castanha);
 Faça um delineado preto delicado sobre os olhos;
 Para finalizar, ponha rímel nas pestanas (utilizar o modelador de pestanas
antes).

7.4 - Maquilhagem para a noite


 Ponha uma sombra dourada em toda a pálpebra móvel;
 Na parte externa dos olhos passe sombra castanha e puxe em direção ao
côncavo para dar profundidade ao olhar;
 Esfumace a sombra castanha

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7.5– Época Outono-Inverno
Além da tendência do ano em que estiver, a época Outono-Inverno costuma dar
preferência a cores mais escuras, quer seja para os olhos, boca ou qualquer outra
zona. O importante é estar a par do atual e manter em mente que uma zona deve ser
a estrela da maquilhagem, ou seja, dar mais intensidade aos olhos implica lábios mais
suaves.

7.6 – Época Primavera-Verão


Contrariamente ao que acontece na época Outono-Inverno, na Primavera-Verão são
as cores mais alegres e vivas as preferidas, devendo-se utilizar produtos de longa
duração, uma vez que, nesta época do ano, o calor e o suor agem ainda mais contra a
maquilhagem. Mas, apesar de haverem as cores preferidas da época, não esquecer
que as tendências atuais são importantes.

7.7 – Maquilhagem segundo a idade


A maquilhagem é um poderoso aliado na altura de se dissimular imperfeições, fazer
sobressair pontos fortes e até mesmo dissimular o passar dos anos, por isso é
fundamental saber qual a maneira correta de maquilhar.
Para conseguir os melhores resultados deve-se fazer uma seleção dos produtos de
cosmética que mais favoreçam e torná-los básicos. Depois, a cada idade escolhe-se
uma cor, textura e produto distinto, que destaquem a virtude da mulher e a ajude a
camuflar as imperfeições.

7.7.1 – Maquilhagem dos 15 aos 18 anos


Na maioria das raparigas desta idade, o acne é um problema, por isso a limpeza e a
hidratação são os principais aliados nesta etapa. Para dissimular os “granitos”
bastará um pouco de base depois da limpeza e, para fazer sobressair a beleza,
basta aplicar um pouco de rímel nas pestanas, e uma leve sombra sobre as
pálpebras.

7.7.2 – Maquilhagem dos 20 aos 30 anos


Nesta idade a pele da mulher está radiante, já equilibrou o excesso de gordura e
ainda não apresenta qualquer sinal de envelhecimento. Por isso mesmo, o
tratamento deve focar-se na prevenção. Aplicar sempre um creme hidratante antes
da maquilhagem e também logo a seguir à desmaquilhagem, tendo o cuidado de
não usar produtos ultra nutritivos recomendados para peles mais maduras.
Um bom conselho é aplicar uma base ou creme com cor, de preferência com
proteção solar, dando um toque rosa nas faces, rímel para as pestanas, uma
sombra suave nos olhos e um brilho gloss nos lábios. Os tons quentes favorecem
as morenas enquanto as cores frias ficam melhor nas peles brancas.

7.7.3 – Maquilhagem dos 30 aos 50 anos


Esta é uma das melhores etapas da pele mas também onde começam a aparecer
os primeiros sinais de envelhecimento (para quem não tomou os devidos cuidados).
Um destes primeiros sinais são precisamente as rugas, tal como a mudança de tom
da pele, a qual tende a ficar mais opaca e seca.
Para combater este efeito, nada melhor do que aplicar uma base iluminadora antes
da maquilhagem e logo em seguida um creme na zona das olheiras e também nas
zonas mais profundas do rosto, como por exemplo os lados do nariz. Depois
complementa-se com uma sombra nos olhos evitando os tons escuros se houver
olheiras. As cores claras ficarão muito melhor nestes casos. Terminar a
maquilhagem com rímel nas pestanas e brilho nos lábios.
Quando se entra no período dos 40 aos 50, o objetivo principal da maquilhagem é
entregar frescura ao rosto e dissimular as rugas, linhas de expressão e manchas

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que apareceram na pele. No entanto não podemos esquecer a importância da
hidratação nesta idade, uma vez que a pele seca depois dos 40, porque a partir
daqui retém menos líquido.
No que toca à maquilhagem, esta deve ser fresca e suave. Prefira uma base de
textura ligeira e dissimule as manchas escuras com corretor um ou dois tons mais
claros que a pele, aplicando-o antes do fundo de maquilhagem. As faces podem ser
levemente rosadas, se a tez for pálida, ou ainda com uma cor mandarino se, pelo
contrário, for morena. Os lábios devem ser maquilhados com tons intensos, o que
favorece o rosto à medida que os anos passam.

7.7.4 – Maquilhagem dos 50 anos em diante


A partir desta idade o principal é dissimular as rugas. Para isso, ainda que pareça
contraditório, a mulher deve evitar a maquilhagem excessiva, já que esta vai
provocar um efeito de envelhecimento no rosto.
Também se devem evitar os tons muito apelativos, sendo que uma base de
maquilhagem untuosa e com um ligeiro brilho é preferível, marcando as pálpebras
com um lápis escuro ou cinzento, se estas começarem a ficar muito pálidas. Deve-
se privilegiar os olhos com tons suaves e luminosos, preferentemente mate, uma
vez que, contrariamente, o brilho acentua as rugas das pálpebras. Os lábios devem
andar sempre pintados com cores intensas e brilhantes.

7.8 – Maquilhagem de circunstância


Quer a cliente se esteja a preparar para um casamento, reunião importante ou uma
simples ida à praia, cada ocasião merece uma maquilhagem tão especial quanto o
momento. Uma vez mais, deve estar sempre a par das últimas tendências e ouvir os
gostos da cliente, de forma a criar algo que seja mesmo especial.

7.8.1 – Noite -Aplicação Prática


1-sobre a pálpebra móvel aplicar uma sombra escura; lembre-se que o castanho
usado em baixo favorece o acabamento de qualquer outra cor escolhida desde que
esta seja um tom escuro.
2 -retocar o canto externo superior e inferior dos olhos com uma sombra preta, ou a
escolhida para pálpebra móvel, criando um V para marcar e dar profundidade ao olhar.
Agora sim poder-se-á usar uma sombra cintilante, ou ainda usar glitter para sombra na
pálpebra móvel, em cima da cor escolhida.
3 – aplicar abaixo das sobrancelhas uma sombra iluminadora.
4 – usar lápis de olho preto na parte inferior dos olhos abaixo dos cílios, e na linha
d’água.
5 – reaplicar o rímel.
6 – aplicar na parte superior do zigomático ou maçãs do rosto um pó facial iluminador.
7 - usar um batom cor nude.

7.8.2 – Casamento – Aplicação prática


Depois do vestido, o penteado e a maquilhagem são duas coisas muito importantes no
look de uma noiva. Por isso, deve-se conhecer as tendências de maquilhagem desse
ano, para que se possa escolher o mais indicado, lembrando-se sempre que se deve
escolher aquilo com que a noiva se sinta melhor e que tenha mais a ver consigo.

7.9 – Informação sobre diferentes tipos de maquilhagem


7.9.1 – Teatro - Aplicação prática
Quando se está numa aula de teatro, é frequente ouvir-se o diretor dizer que usar
uma máscara totalmente branca é como trocar de personalidade instantaneamente.
Quando o seu rosto desaparece, todo o resto do corpo fica em evidência e qualquer

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movimento se torna maior, mais significativo. Fica muito mais fácil perceber a atuação,
o personagem em sua essência. Quando se coloca algum elemento a mais
nessa máscara, isso se torna representativo daquele personagem, e quanto mais se
acrescenta, mais autoral fica. É a caracterização da alma daquilo que está em
evidência. Isto mostra que a maquilhagem deve estar de acordo com a personalidade
da personagem, uns são mais tímidos e combinam com uma maquilhagem mais
suave, outros são espalhafatosos e pedem uma maquilhagem mais chamativa.

7.9.2 – Cinema - Aplicação prática


Todo o cinema influenciou muito a moda dos cosméticos em quase todas as gerações.
Por exemplo, na maquilhagem para cinema, normalmente quer-se simular o real com
muita naturalidade, por isso, na década de 30, devido à quantidade de luz que era
usada nos sets de filmagem, todo o rosto das atrizes era ‘redesenhado’. Havia um
longo trabalho com base para correção, sombra e luz com blush, etc, até
as sobrancelhas eram redesenhadas para que não desaparecessem. Isto levou as
mulheres a começarem a copiar essa maquilhagem que se tornou tendência,
as maçãs do rosto eram bem delineadas com blush, as sobrancelhas com lápis preto e
as pálpebras bem marcadas com sombra, os lábios com batons que demarcavam com
precisão o coração da boca, e aí por diante.
Um dos principais exemplos disto foi Marilyn Monroe, uma mulher que se tornou um
ícone, não pela sua atuação nos filmes, mas por tudo o que representou e por toda
influência sobre as mulheres da sua época e vindouras.

7.9.3 – Manequim - Aplicação prática


A maquilhagem das manequins não varia em nada na utilizada no dia a dia. Na
verdade, são elas quem primeiro mostram o que será tendência, já que é a moda
quem mais influi na cosmética da maquilhagem. É por isso que é importante manter-se
a par do que se passa nas Semanas da Moda mundiais, para estar sempre atualizada.

7.9.4 – Carnaval - Aplicação prática


Certamente já pensaram que usar um batom mais vivo ou um blush tão carregado não
seria apropriado, com medo do temido aspeto de palhaço. Pois, durante o Carnaval, a
sociedade deixa de lado os preconceitos, e qual melhor oportunidade para nos
tornamos criativas com a maquilhagem? Esta é uma época de exageros, pelo que
aproveitem.

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