“O riso é a mais antiga, e ainda a mais terrível forma de crítica”
O riso é algo que todos gostamos de fazer, independentemente da idade, sexo
ou profissão. Todos rimos pelas mais diversificadas razões: ansiedade, felicidade, concretização. O riso parte de dentro e faz muito bem a todos. É precisamente pelo riso ser acessível a toda a população, que ele é também a forma mais terrível de crítica. Gil Vicente utilizou o riso para criticar a sociedade da época, por causa dos seus vícios e vaidade, na obra que intitulou como “Auto da Barca do Inferno”. Segundo o autor, a melhor forma de corrigir os costumes era a sorrir “Ridendo Castigat Mores”. A crítica social é assim feita por meio de gargalhadas. O Humor está indissociavelmente ligado à realidade do humorista e de quem lhe assiste. Se o comunicador tem uma intenção, cabe ao público uma assimilação e confronto com as mais diversas opiniões. As condições que fazem o público aceitar ou não a crítica transmitida não dependem somente do indivíduo. Platão foi um dos maiores críticos do riso, condecorando-o uma emoção que conduz a falso prazer e afasta o homem da verdade e do bem. O riso pode revelar simpatia, bem estar com a vida, mas pode ser cético na medida em que quem apenas sorri pode ter medo de ser criticado por dar opiniões, logo o riso, pode ser a melhor maneira de fugir ao ridículo. Já Voltaire, para fazer rir o povo fazia chorar a nobreza. Posto tudo isto podemos constatar que o riso é de facto a mais antiga e ainda a mais terrível forma de crítica.