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Analise Nao-Linear Geometrica de Trelicas Planas
Analise Nao-Linear Geometrica de Trelicas Planas
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All content following this page was uploaded by Sergio Persival Proenca on 12 January 2015.
RESUMO
1. INTRODUÇÃO
A condição de resposta linear do material pode ser garantida limitando-se os níveis de tensão
e deformação. Entretanto, a de pequenos deslocamentos, mesmo que verificada tem
implicações que vão além do sentido puramente geométrico.
2. FORMULAÇÃO DO EQUILÍBRIO
Na equação (1), a primeira parcela da soma de integrais refere-se à energia virtual interna e as
duas últimas ao trabalho virtual das cargas externas; b e t 0 são, respectivamente, forças
externas distribuídas por unidade de volume e de superfície da configuração de referência e S
é o tensor de Piola-Kirchhoff de 2a espécie. Ainda na (1), δd é o vetor de deslocamentos
virtuais cinematicamente admissíveis e δε o tensor de deformações virtuais compatíveis; ro
indica o vetor resíduo de forças.
Devido ao fato de que a equação do PTV é essencialmente não-linear nos deslocamentos, sua
linearização é normalmente empregada como uma estratégia eficiente para encontrar, de
modo iterativo, uma solução que a satisfaça. Deste modo, o método de Newton-Raphson
surge da linearização da equação (1), obtida a partir do truncamento em 1a ordem do seu
desenvolvimento em série em torno do instante t, tal como:
d
∫ r0 .δd dV0 = ∫ r0 .δd dV0 + ∫ r0 .δd dV0 ∆ t = 0 (2)
V0 t + ∆t V0 t dt V0 t
É importante observar que em análises puramente estáticas a variável tempo que aparece na
(2) é interpretada apenas como um parâmetro implícito de ordenação de eventos, como passos
de carregamento ou de deslocamento.
d
dt V∫0 0
r .δd dV0 = ∫ S& .δεG dV0 + ∫ S .δ ε&G dV0 (3)
V0 V0
ds ( dx + du) 2 + dv 2 dx + du
2
dv
2
λ= = = + (4)
dx dx dx dx
λ2 − 1 du 1 du dv
2 2
εG = = + + (5)
2 dx 2 dx dx
2 2
du du dv
εL = λ −1 = 1+ 2 + + −1 (6)
dx dx dx
N
S= (7)
λAo
N
σN = (8)
A0
sendo N a força normal e Ao a área inicial da seção transversal. Note-se, neste caso, que:
S = λ−1σ N (9)
σ N = Eε L (10)
S = E G εG (11)
sendo E o módulo de elasticidade longitudinal e EG o módulo correspondente que relaciona S
e ε G . Considerando-se as expressões (9), (10)e (11), e tendo-se em vista as equações (5) e (6),
obtém-se:
2E
EG = (12)
λ( 1 + λ )
S = EG ε G (13)
com isto: S = Eε G .
O elemento de barra de treliça plana adotado, maiores detalhes ver PAULA & LIMA (1999),
figura 2, possui quatro graus de liberdade no sistema local de coordenadas, sendo dois por nó,
correspondentes aos deslocamentos na direção do eixo da barra e transversal a ele. Na sua
configuração inicial o elemento possui área de seção transversal Ao e comprimento Lo .
q
3
q
4
q
1
q
2
X
; q T = {q 1 q4 }
X
N 1 ( X ) = N 2 ( X ) = 1 − ; N 3 ( X ) = N 4 ( X ) = q2 q3 (14)
Lo Lo
Utilizando-se as equações (5), (6), (13) e (14), obtém-se respectivamente, as deformações
axiais de Green εG e linear εL, representadas por:
ε L = 1 + (2 B L + B NL )q − 1
1
ε G = B L + B NL q e (15)
2
onde: BL =
1
Lo
[
−1 0 1 0 , ] B NL =
1
L2o
[
− U$ 1 − U$ 2 ]
U$ 1 U$ 2 , U$ 1 = q 3 − q1 e
U$ 2 = q 4 − q 2 .
Por outro lado, pode-se escrever a equação (1), de equilíbrio, da seguinte forma:
ψ = F int − F ext , onde F int = ∫ S .δε dV0 é o vetor dos esforços internos e
V0
F ext = ∫ b.δu dV0 + ∫ t 0 .δu dA0 o vetor das cargas externas aplicadas à estrutura. Na situação
V0 A0
de equilíbrio o vetor resíduo ψ = ∫ r0 .δudV0 deve, com uma certa tolerância, ser muito
V0
próximo de zero.
Numa forma matricial, o vetor dos esforços internos passa ser expresso por:
sendo B = B L + B NL .
Utilizando-se as equações (11) e (15) e realizando-se a integral indicada na equação (16), tem-
se:
− 1 − U$ 1
0
N − U$ 2
F int = N + $ (17)
1 Lo U 1
0 U$ 2
Eε L Ao
com N = E G ε G Ao ou com as relações (12) e (15): N = .
λ
É possível mostrar que a taxa da tensão de Piola-Kirchhoff de segunda espécie pode ser
escrita na forma:
E
S& = 3 ε&G (18)
λ
onde:
1 − 1 0 1 0
G=
Lo 0 − 1 0 1
(20)
E
KT = ∫ B T λ3 B dVo + ∫ G T SG dVo (21)
Vo
K T = K o + K L + Kσ (22)
onde:
Nota-se que, devido à facilidade algébrica, todo desenvolvimento foi feito utilizando-se a
tensão de Piola-Kirchhoff e a deformação de Green.
1 0 −1 0
0 − 1
N 0 1
Kσ = (24)
Lo − 1 0 1 0
0 −1 0 1
2U$ 1 U$ 2 − 2U$ 1 − U$ 2
1 EAo U$ 2 0 − U$ 2 0
KL = 3 2 +
λ Lo − 2U$ 1 − U$ 2 2U$ 1 U$ 2
$
− U 2 0 U$ 2 0
sendo: F ext o vetor de forças externas aplicadas, nulo no primeiro passo, uma vez que
nenhum carregamento é aplicado; F int é o vetor de forças internas, resultante do estado de
tensão proveniente do campo de deslocamento presente.
É importante ressaltar que a rigidez deve ser atualizada de acordo com a não-linearidade
envolvida no problema, neste caso a não-linearidade geométrica. Em particular na coordenada
nodal i, cujo deslocamento é prescrito, esse valor deve ser mantido constante ao longo de cada
incremento, ou seja, a variação de deslocamento nessa coordenada é nulo para todas as
iterações.
6. EXEMPLOS NUMÉRICOS
a a
6.1. Caso 1
Este caso foi analisado considerando-se h=10cm, a=150cm, área A=6,53cm2 e o módulo de
elasticidade longitudinal E=20500 kN/cm2. A Figura 4 apresenta os resultados obtidos
utilizando-se as diferentes medidas de deformação porém considerando-se ‘a priori’ λ ≅ 1.
Ilustra-se também a solução analítica apresentada por HINTON (1993), ressaltando que a
mesma emprega o módulo de elasticidade E e a deformação de Green.
-25
-20
-15
-10
carga (kN)
-5
0 -2 -4 -6 -8 -10 -12 -14 -16 -18 -20 -22 -24
0
10 def. linear -E
def.Green - E
15
def.Green - EG
20 Analítico
25
deslocamento (cm)
6.2. Caso 2
-10000
-8000
-6000
-4000
Carga (kN)
-2000
0 -50 -100 -150 -200 -250 -300 -350
0
2000
def.linear - E
4000
def.Green - E
6000 def.Green - EG
RUBERT (1993)
8000
10000
deslocamento (cm)
7. CONCLUSÕES
No caso 1, todas as curvas apresentadas na Figura 4 são coincidentes. De acordo com SOUZA
LIMA et al (1992), quando a elevação h apresentada na Figura 3 é suficientemente pequena,
tal que o ângulo de inclinação da treliça seja inferior a 5 graus, as deformações permanecem
pequenas para todo o carregamento, verificando-se, portanto, λ ≅ 1 . Assim, as medidas de
deformação se confundem.
Em treliças com inclinações superiores a cinco graus, como apresentado no caso 2, observa-
se, na Figura 5, que os resultados obtidos são coincidentes somente enquanto as deformações
são ainda pequenas. Tomar-se ‘a priori’ λ ≅ 1 pode constituir uma aproximação significativa,
particularmente quanto à determinação da carga limite. Um resultado análogo é apresentado
por CRISFIELD (1991).
Conclui-se, portanto, que um estudo coerente deve procurar relacionar de forma consistente as
medidas de deformação e de tensão, que deverão ser conjugadas. Neste trabalho, pôde-se
observar que quando esta consistência é verificada os resultados deverão ser independentes da
escolha sobre os pares de tensão e deformação.
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CRISFIELD, M. A., 1991, Non-linear finite element analysis of solids and structures. New
York, John Wiley. v.1.
HINTON, E., 1993, Introduction to nonlinear finite element. Glasgow, UK, NAFEMS.
PAULA, C. F., 1997, Estudo das descrições lagrangiana e euleriana na análise não-linear
geométrica com o emprego do método dos elementos finitos. São Carlos. Dissertação de
Mestrado. Escola de Engenharia de São Carlos. 112p.
SOUZA LIMA, V.M. e VENÂNCIO FILHO, F., 1992, Considerações sobre a não-
linearidade geométrica de estruturas reticuladas. In: Escola de Matemática Aplicada, 3.,
Laboratório de Computação Científica (CNPq), Rio de Janeiro, p.1-38.