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REVISTA M&T - MERCADO & TECNOLOGIA

N º 2 6 4 - J U N H O - 2 0 2 2 - W W W. R E V I S T A M T. C O M . B R
COMBUSTÍVEIS - A REVOLUÇÃO DOS RENOVÁVEIS

COMBUSTÍVEIS
Nº 264 - JUNHO - 2022

A REVOLUÇÃO
DOS RENOVÁVEIS
AINDA NESTA EDIÇÃO:
MANIPULADORES COMEÇAM A GANHAR MAIS ESPAÇO NO PAÍS
EDITORIAL

OS COMBUSTÍVEIS
ALTERNATIVOS AO DIESEL
O diesel alimenta equipamentos de construção há décadas. ser até 40% mais barato que o diesel, fazendo com que o TCO
Contudo, devido ao aumento dos custos na extração de (Custo Total de Propriedade) diminua com o tempo.
recursos, preocupações ambientais, restrições legais, Em outra frente, a Volvo CE anunciou que seus equipamentos
tendências sociais e outros fatores, cada vez mais as a diesel agora podem ser alimentados por Óleo Vegetal
fabricantes estão experimentando novos meios de alimentar Hidratado (HVO), sem modificações no motor. Com
as máquinas. desempenho semelhante ao diesel, o HVO é diferente de
A eletricidade já é popular em equipamentos menores, no outros biocombustíveis na medida em que utiliza hidrogênio
transporte de curta distância e na mineração subterrânea, e não metanol como catalisador, tornando-se menos
mas aparentemente ainda não responde aos desafios de suscetível ao calor, frio e luz solar.
aplicações mais pesadas. Para alimentar equipamentos A JCB, por sua vez, recentemente revelou o protótipo de
móveis de grandes dimensões, as fabricantes vêm investindo uma escavadeira que utiliza eletrólise para criar hidrogênio
em combustíveis alternativos, incluindo gás natural, propano, a partir da água. Com 20 t, o modelo 220X é equipado com
biodiesel e hidrogênio, dentre outros. sistema de células de combustível, o primeiro de seu gênero
O propano tem sido utilizado há tempos para alimentar na indústria. Já a Hyundai CE anunciou que, até 2023,
pavimentadoras – não para obter benefícios ambientais ou também apresentará uma escavadeira movida a hidrogênio.
atender a regulamentos governamentais, mas simplesmente De acordo com a empresa, as células de combustível são

“Devido ao aumento dos custos na extração de recursos, preocupações ambientais,


restrições legais, tendências sociais e outros fatores, cada vez mais as fabricantes
estão experimentando novos meios de alimentar as máquinas.”

porque é mais eficaz no aquecimento do asfalto. O gás natural mais compatíveis com equipamentos pesados devido à maior
também já tem sido utilizado em caminhões, mas novas facilidade de expansão da capacidade em relação às baterias
alternativas vêm surgindo em várias frentes. de íons de lítio.
Na Linha Amarela, que traz o maior dos desafios, os exemplos Como se vê, há uma verdadeira revolução em curso no que
também se multiplicam. Na ConExpo 2020, a Bomag tange aos combustíveis alternativos para máquinas pesadas,
apresentou o compactador BW 120 AD-5 nas versões a o que não deve eliminar totalmente o diesel, mas aponta para
diesel, elétrica e a gás liquefeito de petróleo (GLP), ainda não uma nova realidade no setor. Tema que, aliás, é reportagem
disponíveis comercialmente. O modelo traz vários benefícios de capa desta edição. Boa leitura.
em comparação ao homólogo a diesel, pois produz menos
poeira fina (-15%), dióxido de carbono (-15%) e óxido Silvimar Fernandes Reis
nitroso (-95%). Também é 21% mais potente, além de o GPL Presidente do Conselho Editorial

JUNHO/2022 3
EXPEDIENTE
EXPEDIENTE ÍNDICE
ÍNDICE

Associação Brasileira de Tecnologia


para Construção e Mineração
Conselho de Administração
Presidente:
Afonso Mamede (Filcam)
Vice-Presidentes:
Carlos Fugazzola Pimenta (Intech)
Eurimilson João Daniel (Escad)
Francisco Souza Neto (Queiroz Galvão)
Jader Fraga dos Santos (Ytaquiti)
Juan Manuel Altstadt (Herrenknecht)
Múcio Aurélio Pereira de Mattos (Entersa)
Octávio Carvalho Lacombe (Lequip)
Paulo Oscar Auler Neto (Paulo Oscar Assessoria Empresarial)
Silvimar Fernandes Reis (S. Reis Serviços de Engenharia)

12
Conselho Fiscal
Carlos Arasanz Loeches (Eurobrás) – Everson Cremonese (Metso)
Marcos Bardella (Shark) – Permínio Alves Maia de Amorim Neto (Getefer)
Rissaldo Laurenti Jr. (Würth) – Rosana Rodrigues (Epiroc)
Diretoria Regional

COMBUSTÍVEIS
Domage Ribas (PR) (CR Almeida) – Gervásio Edson Magno (RJ / ES) (Consultor)
Jordão Coelho Duarte (MG) (Skava-Minas) – José Luiz P. Vicentini (BA / SE) (Terrabrás)
Marcio Bozetti (MT) (MTSUL) – Rui Toniolo (RS / SC) (Toniolo, Busnello)
Diretoria Técnica
Adriano Correia (Wirtgen/Ciber) – Aércio Colombo (Automec) – Agnaldo Lopes (Consultor)
A transição para
Alessandro Ramos (Ulma) – Alexandre Mahfuz Monteiro (CML2) – Amadeu Proença
Martinelli (W.P.X. Locações) – Américo Renê Giannetti Neto (Consultor) – Anderson Oliveira
(Yanmar) – Benito Francisco Bottino (Minério Telas) – Carlos Eduardo dos Santos (Dynapac)
a descarbonização
Carlos Magno Cascelli Schwenck (Barbosa Mello) – Daniel Brugioni (Mills) – Edson Reis Del
Moro (Hochshild Mining) – Eduardo Martins de Oliveira (Santiago & Cintra) – Fabrício de Paula
(Scania) – Felipe Cavalieri (BMC Hyundai) – Gustavo Rodrigues (Brasif) – Ivan Montenegro
de Menezes (New Steel) – Jorge Glória (Comingersoll) – Luciano Rocha (Komatsu) – Luiz
Carlos de Andrade Furtado (Consultor) – Luiz Gustavo Cestari de Faria (Terex) – Luiz Gustavo
R. de Magalhães Pereira (Tracbel) – Luiz Marcelo Daniel (Volvo) – Mariana Pivetta (Cummins)
Maurício Briard (Loctrator) – Paula Araújo (New Holland) – Paulo Trigo (Caterpillar) – Renato
Torres (XCMG) – Ricardo Fonseca (Sotreq) – Ricardo Lessa (Lessa Consultoria) – Richard
Klemens M. Stroebele (Liebherr) – Rodrigo Domingos Borges (Sertrading) – Rodrigo Konda

19
(Consultor) – Roque Reis (Case) – Silvio Amorim (Schwing) – Thomás Spana (John Deere)
Walter Rauen de Sousa (Bomag Marini) – William Farkas Sodré (Serveng) – Wilson de
Andrade Meister (Ivaí) – Yoshio Kawakami (Raiz) GUINDASTES
Gerência de Comunicação e Marketing
Renato L. Grampa Adequação a
Gerência Comercial
Renato Tedesco
qualquer terreno
Assessoria Jurídica
Marcio Recco
Revista M&T – Conselho Editorial
Comitê Executivo: Silvimar Fernandes Reis (presidente)
Alexandre Mahfuz Monteiro – Eurimilson Daniel – Norwil Veloso
Paulo Oscar Auler Neto – Permínio Alves Maia de Amorim Neto
Produção
Editor: Marcelo Januário
Jornalista: Melina Fogaça
Reportagem Especial: Antonio Santomauro, Augusto Diniz e Santelmo Camilo

27
Revisão Técnica: Norwil Veloso
Publicidade: Evandro Risério Muniz e Suzana Scotini Callegas ESPECIAL
Produção Gráfica: Diagrama Marketing Editorial INFRAESTRUTURA
A Revista M&T - Mercado & Tecnologia é uma publicação dedicada à tecnologia,
gerenciamento, manutenção e custos de equipamentos. As opiniões e comentários de seus Os desafios da integração
colaboradores não refletem, necessariamente, as posições da diretoria da SOBRATEMA.
no saneamento
Todos os esforços foram feitos para identificar a origem das imagens reproduzidas, o que nem
sempre é possível. Caso identifique alguma imagem que não esteja devidamente creditada,
comunique à redação para retificação e inserção do crédito.

Tiragem: 5.000 exemplares


Circulação: Brasil
Periodicidade: Mensal
Impressão: Pifferprint
Endereço para correspondência:
Av. Francisco Matarazzo, 404, cj. 701/703 - Água Branca
São Paulo (SP) - CEP 05001-000

31
Tel.: (55 11) 3662-4159 MANIPULADORES
Auditado por:
TELESCÓPICOS
Media Partner:
Potencial de
crescimento
www.revistamt.com.br
junho / 2022

4 REVISTA M&T
REVISTA
- MERC M&T
ADO &
TECNOLOG
IA
Nº 26

Capa: Montagem mostra a


4 - J
UNH O - 2
022 - WW
W. REVI
S TA M
T. C O
M.BR

vibroacabadora P7110B com


o motor T4f D8, de 235 cv de

COMBUST
ÍVEIS -
A REVO
potência (Imagem: Volvo CE).

LUÇÃO
RENOVÁVE DOS
IS
COMBUST
ÍVEIS

Nº 264
- JUNH
O - 2022
DOSARREEVOLUÇÃO NOVÁVEIS
MANIP
ULADOR
ES COME
ÇAM A
GANHAR AINDA NEST
MAIS ES A ED
PAÇO NO IÇÃO:
PAÍS

36
AGRISHOW 2022
A nova revolução
agrícola

47
A ERA DAS MÁQUINAS
A construção da hidrelétrica
das Três Gargantas

41
PEÇAS E COMPONENTES
O embate na
classificação de FPS

50
MANUTENÇÃO
Sistema elétrico exige
regularidade nos cuidados

44
EMPRESA
Visão de longo prazo
ENTREVISTA

54 MAURÍCIO MELLO
“A digitalização está
transformando o setor”

SEÇÕES
06 PAINEL
27 ESPECIAL
INFRAESTRUTURA 58 COLUNA
DO YOSHIO
PAINEL
PAINEL
Brokk divulga portfólio de
acessórios para obras em túneis
A gama de acessórios inclui as séries para perfuração de rocha
TEI Rock Drill e C20 Rock Splitter, além de rompedores BHB,
cortadores de tambor e outros. Combinados com robôs de
demolição, as soluções permitem aplicações em operações
subterrâneas e espaços confinados, prometendo maior
potência hidráulica e economia de energia nas operações.

CIFA apresenta nova


bomba de concreto
Disponível com três unidades de bombeamento, a bomba
K56L pode ser montada em caminhões 8x4 ou 10x4 (para o
mercado europeu). Concebido com sistema de estabilização
em X e sistema inteligente Smartronic, o modelo traz lança
de cinco seções em configuração RZ, apresentada como ideal
para explorar os 55,1 m de extensão vertical.

Metso Outotec introduz solução


para gestão de rejeitos em minas
Voltada para gestão sustentável, a nova solução abrange
espessamento, desidratação, manuseio e empilhamento a seco
de rejeitos, além de tratamento de água. As soluções englobam
uma vasta gama de equipamentos da linha Planet Positive,
incluindo unidades de espessamento, plantas de filtragem e
sistemas de alimentação, dentre outros.

Revestimentos prometem
100% de proteção em peneiras
Segundo a Haver & Boecker Niagara, os novos revestimentos de poliuretano
Drop Guard proporcionam 100% de proteção em componentes críticos
como vigas cruzadas de peneiras vibratórias. Instalada em até 20 min, a
solução promete prolongar a vida útil dos equipamentos sem praticamente
nenhuma preparação, dispensando o uso de adesivos ou ferramentas.

WEBNEWS
Parceria Ação Treinamento Rede Gestão Equipe Liderança
Atingindo a A Ambipar Waste Com a aquisição A Iveco relançou A Gripmaster A Keestrack O executivo Lennart
marca de cinco to Energy lançou de mais uma a marca no Chile traz ao mercado reforça a presença Börjesson é o novo
anos na Rede uma ação com unidade móvel e e no Peru com o o GMS, um comercial na África membro do Grupo
Autorizada, a abrangência a retomada das novo distribuidor serviço que e no Oriente Médio de Gestão Executiva
Vincol Pneus (RJ) nacional focada ações presenciais, Andes Motor, utiliza telemetria com a contratação da Volvo Penta,
e a Dafonte Pneus em logística a Meritor prevê que passa a ser da Machinemax de Giovanni Bartoli substituindo Peter
(PE) receberam reversa, que treinar mais de 3 mil responsável pela para como diretor Granqvist, que
placas de engloba captação e mecânicos, frotistas comercialização de monitoramento de vendas de migra para a área de
reconhecimento transporte de pneus e distribuidores em veículos de curta, em tempo equipamentos para eletromobilidade
pela parceria com sem uso às unidades 2022. média e longa real da frota a região.
a Vipal Borrachas. de tratamento. distância. de máquinas
pesadas.

6 REVISTA M&T
Grove aumenta portfólio ESPAÇO SOBRATEMA
de guindastes telescópicos
Com capacidade nominal máxima de 80 t, o CONSTRUA BRASIL
No dia 26 de abril, o Ministério da Econo-
modelo GHC85 oferece 100% de capacidade de
mia lançou o “Projeto Construa Brasil”, que
elevação e movimentação em tabelas de carga de
tem o objetivo de melhorar o ambiente de
0,6°, 1,5° e 4°, prometendo o melhor desempenho negócios da construção por meio do estímu-
em elevação da categoria. Com estrutura-base lo à modernização das empresas e retirada
extensível hidraulicamente, o equipamento permite das atuais barreiras do setor. Participante do
três expansões de esteira em posições simétricas Grupo Técnico Consultivo (GTC), a Sobratema
contribui na meta número 9 da iniciativa, re-
e assimétricas e traz garras de barra tripla de 36
ferente à construção industrializada no Brasil.
polegadas nas esteiras, informa a empresa.
O vice-presidente Paulo Oscar Auler Neto é o
representante da entidade no GTC.

Guindaste de torre é M&T EXPO


novidade da Wolff Em maio, a M&T Expo iniciou o projeto
“Road Show Latam”, com o objetivo de pro-
Maior grua fixa da marca até o momento, mover o evento e convidar visitantes dos prin-
o novo modelo Wolff 8076 Compact tem cipais mercados de construção e mineração
capacidade de 40 toneladas e oferece da América Latina. Os países que contemplam
comprimento máximo de lança de 80 a iniciativa são Argentina, Paraguai, Bolívia,
Chile, Colômbia e Peru. A ação tem a partici-
metros, com 8,4 toneladas de capacidade
pação das principais entidades de classe do
na extensão total. Em vez do design usual
setor, câmaras de comércio e indústria, além
com três cabos, o equipamento utiliza quatro de veículos de mídia especializados.
cabos nas três primeiras seções da lança,
informa a empresa. EVENTOS DE CONTEÚDO
No dia 28 de julho, o Webinar Sobratema
atualiza as informações do “Tendências
MB Crusher divulga nova no Mercado da Construção”, única análise
quantitativa do mercado de equipamentos no
caçamba processadora Hemisfério Sul. Já no dia 11 de agosto está pro-
Indicado para escavadeiras de 30 a 45 toneladas, o gramada a realização do “Fórum de Infraestru-
modelo MB-HDS523 é alimentado por dois motores tura Grandes Construções”, importante vetor
e conta com cinco rotores, que prometem maior de debate sobre a infraestrutura brasileira que,
velocidade de processamento. Segundo a empresa, neste ano, recebe especialistas para tratar do
tema “Oportunidades e desafios do setor de
o sistema ‘V System Shaft’ permite peneiração dupla
energia no Brasil”.
simultânea, aumentando assim a produtividade das
operações em pedreiras. MOVIMENTO BW
O Movimento BW mantém o propósito
de divulgar iniciativas que visam a diminuir o
impacto ambiental das ações produtivas. Os
Linha de pneus tem foco recentes eventos on-line de conteúdo conta-

em operações portuárias ram com a participação de empresas do setor


de equipamentos, acentuando os investimen-
A Magna Tyres atualiza sua linha de pneus portuários para tos dessa indústria para lançar produtos mais
manuseio de materiais com o modelo M-Stacker 18.00-25 sustentáveis e descarbonizar as atividades.
(IND-4). Segundo a fabricante, o pneu foi desenvolvido com Além disso, a curadora do canal de Transfor-
banda de rodagem reforçada e traz alterações no design mação Energética – Hidrogênio, Monica Panik,
e nas ranhuras, além de utilizar compostos de borracha detalhou o momento desse mercado no Brasil.
Confira a agenda em:
aperfeiçoados para resistirem ao calor e à abrasão.
https://movimentobw.org.br

JUNHO/2022 7
PAINEL
Solução oferece configurações
flexíveis para transporte extrapesado
Lançado em 2021, o novo semirreboque Goldhofer P12PLUS permite
combinações de até 12 linhas de eixos, oferecendo uma plataforma
de carga mais longa e flexível. Com elevado nível de adaptabilidade, a
solução é especialmente concebida para lidar com uma vasta gama de
cargas sobredimensionadas, incluindo componentes e equipamentos.

Philippi-Hagenbuch reprojeta caçamba


para operações fora de estrada
A fabricante atualizou seu projeto de caçamba de basculamento traseiro
com um cilindro hidráulico de dupla ação e três estágios, suficientemente
robusto para manter os ejetores operando sob qualquer temperatura.
O cilindro foi projetado especificamente para movimento horizontal,
mantendo-se totalmente estendido enquanto opera, diz a empresa

Volvo Trucks abre fábrica


de baterias na Bélgica
A montadora inaugurou em Ghent sua primeira fábrica para montagem
de baterias, que a partir do 3º trimestre irá fornecer componentes para os
caminhões pesados elétricos da marca. A fábrica utiliza células e módulos
da Samsung SDI na montagem de conjuntos de baterias de 90 kWh, feitos
sob medida para a linha de elétricos, atualmente com seis modelos

Fronius lança carregadores de baterias


para veículos elétricos pesados
A multinacional apresentou na Intermodal South America 2022 seus carregadores
de bateria de íon-lítio SelectION com multivoltagem (24 V-80 V) e a linha
completa da família Selectiva 4.0, com versões 16 kW e 30 kW destinadas a
empilhadeiras, veículos elétricos pesados e máquinas mais potentes, além de
soluções para gerenciamento de carga.

PERSPECTIVA
Substituir o diesel é um enorme desafio, dado sua alta disponibilidade,
relativo baixo custo e grande frota instalada. É uma transição que vai exigir
desenvolvimento de infraestrutura de produção e abastecimento, redução
do TCO de veículos com novas tecnologias, previsibilidade regulatória e, até
mesmo, decisões nas matrizes das grandes montadoras do país”,
pondera Arthur Ramos, senior advisor em Clima e Energia do Boston Consulting Group (BCG)

8 REVISTA M&T
LENIAP
JOGO RÁPIDO Aplicativo da JLG fornece
AGRIBUSINESS
diagnóstico pelo celular
A tecnologia digital DaVinciGO permite que os
A partir de outubro, um serviço do
usuários visualizem, diagnostiquem e solucionem
Ministério da Agricultura permitirá registrar
problemas com as tesouras elétricas DaVinci AE1932
tratores e máquinas agrícolas. O Registro
em tempo real e em qualquer lugar. Disponível
Nacional de Tratores e Máquinas Agrícolas
como item de série para iOS e Android, o app
(Renagro) possibilita que o produtor tenha
elimina a necessidade de analisador separado ou
acesso gratuito a documentos com registro
qualquer outra ferramenta de diagnóstico.
e diversos dados sobre os equipamentos
em sua posse, garantindo a propriedade e
segurança do bem.
RODOVIAS Haulotte entra no mercado
Publicada em março pela Agência Nacional de acesso de baixa altura
de Transportes Terrestres (ANTT), a Portaria A fabricante anuncia a entrada no segmento Low
nº 90/2022 disciplina o funcionamento Level Access com sete novos modelos. A linha
das comissões tripartites no âmbito dos Move Up de mastros verticais é composta por
contratos de concessão de exploração dois modelos com altura máxima de trabalho
de infraestrutura rodoviária. As regras de 4,6 m e 5,6 m, enquanto a Swift Up traz duas
entram em vigor a partir de 11 de junho, tesouras push-around (de 3,8 m ou 4,5 m) e a
estabelecendo que, para cada contrato Swift Up SP inclui três tesouras autopropulsadas
de concessão, deverá ser constituída uma (de 4,5 m, 5 m ou 5,9 m).
comissão para acompanhamento da
execução do contrato.
MATERIAIS
Istobal apresenta
Lançado em abril, a plataforma do Sistema linha de equipamentos
de Informação do Desempenho Ambiental para lavagem de veículos
da Construção (Sidac) permite calcular a Na Intermodal, a marca mostrou produtos como o
pegada de energia e carbono de produtos de pórtico de lavagem de veículos HW’Progress e o sistema
construção fabricados no Brasil. O sistema de lavagem fixo com bicos rotativos motorizados
dimensiona a demanda de energia primária HW’Rotators (foto). Outro destaque foi o lançamento
e emissão de CO2 da extração à porta da da plataforma digital Smartwash Fleets, que promete
fábrica, permitindo cadastro de inventários automatizar e monitorar de maneira inteligente a
de ciclo de vida, submissão de dados e lavagem de qualquer frota de veículos.
publicação de declarações de desempenho
ambiental.
ENERGIA Referência em avaliação
A abertura do mercado de energia, proposta técnica ganha reedição
no PL 414/21, traz a possibilidade de o ACL A Oficina de Textos lançou a 5ª edição do livro
(Ambiente de Contratação Livre) crescer, “Engenharia Legal e de Avaliações”, do engenheiro Sérgio
passando das atuais 30 mil para cerca de Abunahman, falecido em 2021. Revisada e ampliada,
250 mil unidades consumidoras de alta a obra é considerada uma referência no segmento,
tensão já a partir de janeiro de 2024, data apresentando métodos de cálculo para avaliação de
prevista para a abertura a consumidores construções e terrenos, jazidas minerais e máquinas e
empresariais, comerciais e industriais, com equipamentos.
consumo entre 30 kW e 500 kW.

10 T&M A SIVER
Komatsu investe
R$ 158 milhões em
fábrica brasileira
Em um novo ciclo de expansão na unidade de
Suzano (SP), a fabricante anunciou investimento de
R$ 158 milhões para aumentar em 26% a capacidade
da unidade ainda em 2022. Distribuído ao longo de
três anos, o aporte prevê a modernização do parque
fabril inaugurado em 1975, com a implantação de
novos equipamentos e tecnologias.

Nova solução para


supressão vegetal da
Prinoth chega ao mercado
Combinado com o mulcher M450h, o Raptor 100 é
capaz de se movimentar por caminhos estreitos e
íngremes com até 45º, utilizando controle remoto com
até 100 m de alcance. Equipada com motor Deutz de 75
cv, a solução traz sistema hidráulico com distribuição
individual, além de permitir ajuste da largura da
engrenagem entre 1.200 e 1.600 mm.

Dynapac nacionaliza novo


rolo de asfalto de 7 toneladas
A fábrica de Sorocaba passa a produzir o modelo CC 2200, que
traz vários aperfeiçoamentos em relação à geração anterior.
Equipada com motor Cummins de 3,3 l e 99 hp, a máquina traz
tambor vibratório em aço Hardox com 1.500 mm de largura e
teve a autonomia ampliada com a adição de tanque de 130 l e
reservatório de aspersão de 750 l.

FOCO
Atualmente, ainda há um mercado mais restrito de sistemas
de armazenagem, mas que está amadurecendo muito,
até por uma necessidade pontual, com o e-commerce
explodindo sob o recente cenário de pandemia”,
relata Marcelo Bueno, presidente da Ulma Handling Systems para a América Latina

2 02/OHNUJ 11
COMBUSTÍVEIS

A TRANSIÇÃO PARA A
DESCARBONIZAÇÃO
ZERAR AS EMISSÕES DE GASES POLUENTES TORNOU-SE PRIORIDADE
PARA O SETOR, QUE JÁ CONTA COM AVANÇOS REGULATÓRIOS, PARCERIAS
ESTRATÉGICAS E ALTERNATIVAS TECNOLÓGICAS PARA VENCER O DESAFIO

Por Marcelo Januário, editor

VOLVO

12 REVISTA M&T
M&T
R esponsável por parte ex-
pressiva das emissões de
CO2, o setor de máquinas
vem sendo transformado
pela atenção crescente às mudanças
climáticas, atrelado à implantação de
metas por parte de empresas e gover-
E o processo regulatório tem papel
crucial nisso. Desde 1992, o Brasil
adota um programa de controle am-
biental de veículos, em um processo
que evolui por fases. Atualmente, o
programa está na 7ª fase para pesa-
dos, já migrando para o P8 (mesmo
concentradas no Sul e Centro-Oeste”,
relata Franieck.
Segundo ele, há planos governa-
mentais para ampliar a participação.
“Era para já estarmos na fase B12,
mas o processo recuou para a B10
com a pandemia”, sublinha o executi-
nos para zerar as emissões – o que se nível do Euro 6). vo, destacando que também se busca
traduz em uma revolução em direção O segmento fora de estrada tam- maior eficiência de motores. “Já está
à descarbonização. bém conta com legislações equipa- para começar o Ciclo 2 (2023-2028),
Segundo Erwin Franieck, diretor- ráveis às europeias, sendo que o país que inclui a substituição de combustí-
-presidente do Instituto SAE4Mobi- prepara a chegada do MAR-II, equi- veis fósseis para alternativas descar-
lity, o crescimento das emissões de valente ao Stage 4 europeu. “É um bonizadas”, informa. “Isso traz uma
CO2eq – relacionadas à energia de ori- nível que traz custos adicionais, mas visibilidade que se expande para as
gem fóssil – acompanha o crescimen- que tem um benefício para a qualida- demais áreas, pois promove a pesqui-
to da população mundial desde 1850. de do ar”, frisa. sa ao integrar universidades, institu-
“O crescimento da população global No que tange ao biodiesel, a ação tos e empresas – além de criar metas
sempre esteve ligado ao uso intensivo regulatória do PNPB (Programa Na- de eficiência energética específicas
de energia”, observa. “Com o mundo cional de Produção e Uso do Bio- para o país.”
ultrapassando 7,7 bilhões de habitan- Da mesma forma, o Programa Com-
diesel) ajudou o setor a superar 10
tes, o consumo médio per capita tam- bustível do Futuro vem avaliando a
bilhões de litros em capacidade de
bém aumentou.” demanda para motores de Ciclo Otto,
produção e consumo em 2020. Hoje,
Juntos, os países desenvolvidos já assim como alternativas para pro-
o país já é o 3º maior produtor mun-
emitem 19,5 tons/ano de CO2eq – dução de diesel sintético. Além dis-
dial, com 13,7% do total. “Em dezem-
quase cinco vezes a média global, de so, a sistemática de comercialização
bro de 2020, havia 49 usinas no país,
4,4 tons –, enquanto o Bra- do biodiesel deve se alterar nos
sil segue estável, abaixo da próximos anos, estimulada pela
média da América Latina recente regulamentação do die-
(2 tons/ano). “Usar fontes sel verde pela ANP (Agência Na-
renováveis de energia foi cional do Petróleo, Gás Natural e
uma decisão favorável em Biocombustíveis).
relação ao pacote global, Outra frente de atuação é o
possibilitando que o Brasil Programa RenovaBio, que se
assuma em breve a lideran- junta ao debate sobre os com-
ça entre os países menos bustíveis do futuro. Buscando re-
emissores do mundo”, diz duzir em 10,1% a intensidade de
Franieck. “Mas o mundo in- emissão de carbono até 2028, o
teiro é um barco só, não tem programa prevê a introdução de
Plano B.” biocombustíveis em todos os ní-
FONTE: SAE BRASIL

veis, a uma velocidade mais ade-


quada. “Esse processo também
PROCESSOS vem ocorrendo em outros paí-
Sem Plano B, um dos ses ricos em minérios, como Ar-
pontos para reduzir as gentina, Chile e México”, lembra
emissões são os combus- Franieck. “A demanda por lítio e
tíveis, que vêm ganhando outros metais para baterias faz
novas plataformas para com que a mineração assuma um
suplantar o predomínio Projeções até 2035 mostram impacto dos biocombustíveis no papel estratégico na formação da
mix de fontes de energia em relação ao cenário inercial
de fontes de origem fóssil. cadeia de descarbonização.”

2 02/OHNUJ 13
COMBUSTV
Í EIS
ALTERNATIVAS
De acordo com Franieck, já existem
alternativas de biocombustíveis para
máquinas pesadas, mas a descarboni-
zação pode ser um fator de competi-
tividade especialmente para o uso de
biomassa.

ANGLO AMERICAN
Nesse rol, o HVO (Hydrotreated Ve-
getable Oil) – ainda não disponível
comercialmente no Brasil – e outros
biocombustíveis ganham protagonis- Caminhão com células a combustível e baterias foi adotado pela Anglo American na África do Sul
mo, viabilizados por uma regulação
favorável e investimentos. “O cená- nio verde será mais competitivo que o o porte do veículo, maior é a vanta-
rio previsto pela Anfavea projeta um diesel”, projeta. gem para a tecnologia. “O Brasil pode
aumento de 15% de relevância do O país também tem a oportunidade ser transformar em um dos maiores
HVO no mix até 2030, contra 3% no de misturar biodiesel para transfor- produtores de energia limpa do mun-
cenário inercial”, ressalta Franieck. O mar em HVO, novamente com menor do”, avalia Franieck. “Mas temos de
HVO (diesel verde), diz ele, contém custo. “A introdução do hidrogênio fazer isso de forma integrada, com vi-
moléculas mais estáveis, com melhor dentro da linha do gás natural é inte- são ‘do poço à roda’, desde a extração
eficiência na queima e regulagem do ressante para a mineração, feita nas até o consumo.”
motor. “Mesmo crescendo a frota, não proximidades da área de uso”, acen-
crescem as emissões”, aponta. “Esta- tua. “O uso de hidrogênio verde pode
mos buscando estabelecer regras no reduzir os custos na mineração em PROTAGONISTAS
marco legal para tornar isso viável.” relação ao consumo e transporte de Fundamental no contexto energéti-
Por outro lado, as restrições para diesel, o que pode ser considerável co, o debate vem sendo direcionado
uso de biomassa e fontes renováveis em locais remotos.” por inovações que conduzem a indús-
vêm estimulando as pesquisas com Dependendo do uso, até 20% de hi- tria na transição. A Cummins é um
hidrogênio. De acordo com relató- drogênio podem ser misturados nos exemplo, tendo investido em 2021
rio da Bloomberg NEF, o hidrogênio dutos de gás natural. E quanto maior mais de US$ 1 bilhão em pesquisas
verde pode ser produzido na faixa de
US$ 0,8 a US$ 1,6/kg na maior parte
do mundo antes de 2050. “O hidro-
gênio verde será mais barato que o
gás natural em 15 dos 28 mercados
modelados, em um aumento de esca-
la”, salienta.
O relatório destaca ainda que o uso
de energia solar ou eólica leva a um
menor custo para a produção. Desse
modo, o Brasil aparece como o mais
barato entre os países estudados. “Vá-
rios investimentos têm acontecido
para tornar isso realidade em breve,
com o país exportando hidrogênio em
FONTE: CUMMINS

pouco anos”, reitera Franieck, obser-


vando que são necessários ganhos de
produtividade para competir com o
diesel. “De todo modo, nos próximos Projeção da transição energética em minas de superfície e
cinco a dez anos o custo do hidrogê- subterrâneas mostra tendências de soluções para os próximos anos

14 REVISTA M&T
60.000 TRATORES CAT
®

PRODUZIDOS NO BRASIL
53 ANOS AJUDANDO A FAZER HISTÓRIA

A Caterpillar fabricou o seu primeiro trator no Brasil em 1969, ainda na antiga fábrica do bairro paulistano de
Santo Amaro. Do primeiro D4D até agora, foram 53 anos de inovação ininterrupta. Hoje completamos 60.000
tratores, e muitos dos primeiros ainda estão em operação.

O resultado desse trabalho é a razão maior do nosso orgulho: há mais de cinco décadas os tratores Cat®
fabricados no Brasil vêm operando em todas as grandes obras do País e ajudando a construir desenvolvimento
no mundo todo, nos mais diferentes segmentos. Ajudar a fazer história é a melhor parte da nossa história.

© 2022 Caterpillar. Todos os Direitos Reservados. CAT, CATERPILLAR, LET’S DO THE WORK, seus
respectivos logotipos, “Caterpillar Corporate Yellow” e as identidades visuais “Power Edge” e
Cat “Modern Hex”, assim como a identidade corporativa e de produtos aqui usada, são marcas
registradas da Caterpillar e não podem ser usadas sem permissão.
COMBUSTV
Í EIS
para promover a descarbonização to-
tal até 2050.
Dois anos antes, a empresa já
havia iniciado a caminhada com a

MAMMOET
aquisição da Hydrogenics, estabe-
lecendo a unidade New Power, que Com regulação favorável e investimentos, diesel verde e outros biocombustíveis ganham protagonismo
cobre motores, sistemas de energia
e componentes. Diversos protóti- tabelecer parcerias com empresas sistemas”, adianta.
pos já estão em operação, incluin- estratégicas globais, em um traba-
do elétricos a bateria e com células lho conjunto para entregar soluções
a combustível. “Nos EUA, um dos a custos competitivos.” DEMANDA
destaques é a parceria com a Sca- A Cummins projeta que, no curto Responsável por 27,4% do PIB
nia e Freightliner para caminhões prazo, as minas de superfície conti- brasileiro em 2021 (com R$ 1,98 tri-
Classe 8 usando células”, afirma Fá- nuarão a usar motor diesel e combi- lhão), o agronegócio também se man-
bio Magrin, gerente geral da Cum- nações de diesel com trolley. “Quando tém atento à demanda energética. E
mins para Chile e Peru, destacando começa a subir a rampa, o caminhão essa preocupação passa pelas frotas
que atualmente as emissões já são toca as linhas, o motor praticamente que atuam no campo. “Sem dúvida, o
mais baixas, graças especialmente desliga e o equipamento sobe usan- combustível é o mais importante item
a motores de alta tecnologia. “Mas do apenas energia elétrica”, descreve. na demanda energética, apesar de
precisamos avançar, reduzindo as Na parte subterrânea, o motor diesel termos uma frota ainda considerada
emissões desde o fabricante até o e veículos elétricos devem se sobres- pequena em comparação ao volume
consumidor, focando não somente sair, com tendência de caminhões de veículos”, pondera Daniel Zacher,
no veículo, mas também em tudo o maiores e frotas menores, diminuin- diretor da Tekter Consultoria.
que integra a cadeia produtiva.” do a pegada de carbono. Completam o O especialista recorda que, quando
Na mineração, muitos clientes já quadro o uso de sintéticos como HVO o programa do biodiesel foi introdu-
começaram a se mexer. Dentre as e investimentos em infraestrutura zido no país, algumas questões técni-
ações, destacam-se iniciativas de mi- verde (hidrogênio). cas causaram preocupações, como o
neradoras como Bolden Mine, Rio No longo prazo, a partir de oito impacto do teor no desempenho dos
Tinto, Nouveau Monde e outras, que anos, os motores de combustão in- equipamentos. “Ensaio realizado com
apontam para a mesma direção. “Na terna devem continuar queimado um motor OM926 – P7 mostrou que
África do Sul, a Anglo American tirou diesel ou outro combustível sintético, há redução na potência e no torque
o powertrain de um motor de cami- além do avanço de células e trolleys quando se utilizam blends de 50%,
nhão com alternador e substituiu por com baterias de troca rápida. “Outros além de aumento no consumo”, expli-
células e baterias”, conta Magrin. avanços incluirão a introdução de cé- ca Zacher. “Também se observou um
Para ele, essas empresas serão lulas a combustível HPB (High Power aumento significativo de emissões de
protagonistas na indústria de re- Batteries) e HEB (High Energy Batte- NOX, principalmente.”
nováveis, impulsionando a adoção
ries), assim como a integração de sub- Atualmente, todavia, utiliza-se um
de combustíveis alternativos em
larga escala. Alguns, revela, anteci- Desenvolvimento de trator a metano manteve curvas de calibração e autonomia operacional da máquina
param o cancelamento de contra-
tos de fornecimento de térmicas e
estabeleceram acordos para fon-
tes renováveis. “Porém, não existe
uma solução única, pois depende
da aplicação, tipo de máquina e lo-
NEW HOLLAND AGRICULTURE

cal de operação”, argumenta. “Essa


transição não vai ocorrer de um dia
para o outro, vai levar anos ou até
décadas. Para acelerar, é preciso es-

16 REVISTA M&T
100% PRODUTIVIDADE.
0% TODO O RESTO.
A P R E S E N TA N D O A T E S O U R A

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Uma obra-prima de simplicidade construída para

oferecer produtividade que você precisa - e nada mais.

Absolutamente zero sistema hidráulico com a melhor

capacidade da classe de 362 kg (800 libras) que eleva

até 5,79m (19 pés) em ambientes internos ou externos,

tudo alimentado por uma única bateria de íons de lítio que

deve durar até 10 anos. Zero vazamentos hidráulicos Zero

substituições de bateria. Zero tempo perdido.

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COMBUSTÍVEIS
blend de 10%, bem abaixo dos tes- dução, pois temos condições técnicas, Para ilustrar, o diretor cita o modelo
tes. “Assim, há espaço para elevação mas resta equalizar o ambiente eco- New Holland T6 Methane Power, pri-
do blend em uma faixa entre 10% e nômico para custos com energia elé- meiro trator agrícola movido a biome-
20%, observando cuidados no que se trica, tributos etc., que podem tornar o tano. Apresentado na Agrishow 2022,
refere à operação, armazenamento e HVO uma opção mais atrativa.” a trator tem compromisso de diminuir
controle das especificações”, completa Outras tendências citadas por Zacher as emissões em até 80%, com 99% a
o executivo, que também cita o HVO são o biogás e o biometano, alternati- menos de materiais particulados e re-
como uma opção interessante para vas interessantes nas regiões rurais, dução no custo final do combustível.
motores de ignição por compressão. uma vez que suas matérias-primas são “Foi uma solução de engenharia com
“A maior vantagem do HVO, ligada às resíduos agrícolas e biomassa. “A par- muitos desafios, no sentido de usar
suas característica físico-químicas, é tir do processo de biodigestão aeróbica uma tecnologia de combustão interna
ser considerado combustível ‘drop in’, é gerado um gás, com 70% de metano e com ignição por centelha em uma má-
com características similares ao diesel 30% de CO2, que pode ser enriquecido quina que já existia, mantendo as mes-
fóssil, especialmente na estabilidade à e utilizado na cogeração de energia e mas curvas de calibração, autonomia
oxidação”, detalha. “A questão é a pro- na mobilidade”, repassa. suficiente para a atividade, solução
com biodigestor e especificações de
upgrade”, destaca.
EVENTO ON-LINE AVALIA FUTURO DOS COMBUSTÍVEIS Quanto à eletrificação, Zacher resga-
ta uma simulação da AGCO, que traçou
Com transmissão pelo canal da Sobratema no Youtube, o webinar “Combustíveis do futuro nos
quatro cenários (50, 180, 280 e 380
equipamentos de construção” reuniu especialistas para debater o estágio atual das tecnologias
cv) para tratores agrícolas, com recar-
na área. “Uma vez que a economia do petróleo é entendida como não sustentável, torna-se
imperativa a redução das emissões”, diz Afonso Mamede, presidente da Sobratema. “Inúme- ga diária e utilização média de 50% da
ras empresas já se dedicam a projetos de energia renovável, o que imprime uma diversidade potência do trator. Com a tecnologia
espantosa ao desenvolvimento dessas tecnologias em que o Brasil é protagonista importante.” atual, as baterias teriam volume e peso
Para o vice-presidente da Sobratema, Silvimar Fernandes Reis, o tema é tão sensível quanto de, respectivamente, 0,3 m3 (0,6 t), 2
urgente. “Problemas complexos não têm soluções fáceis”, afirma o coordenador do programa m3 (6 t), 3,8 m3 (12 t) e 5 m3 (15 t), o
de ESG da entidade. “Trata-se de um chamado não apenas para fabricantes, mas também cons- que torna a tecnologia factível apenas
trutoras, prestadores e demais envolvidos na cadeia produtiva, que precisam rever conceitos e a para a potência de 50 cv. “A expectati-
forma como executam seus serviços”. va é que se possa evoluir em relação à
Já Monica Panik, diretora de Associação Brasileira do Hidrogênio (ABH2) e curadora da armazenagem das baterias ou formas
Expo, Summit e Digital, destaca que não existe uma solução única. “Essa diversidade é a mais inovadoras como as células de hi-
chave do sucesso para reduzir as emissões, além de ser uma possibilidade de nos tornar- drogênio ou etanol”, avalia.
mos independentes energicamente”, destaca. “A independência energética é tema priori- Outro exemplo citado pelo especia-
tário no mundo inteiro e o Brasil – com seu grande potencial de energia renovável – pode lista é a plantadeira híbrida Uniport
produzir combustível limpo utilizando diferentes fontes e diversificando investimentos. São Planter 500 da Jacto, também exibida
soluções que podem ser aplicadas hoje, não no futuro.” na Agrishow e que traz motor a die-
sel com gerador acoplado, que aciona
SOBRATEMA

motores elétricos montados nas ro-


das de forma independente. “A eletri-
ficação dos sistemas de acionamento
tem permitido um aumento na auto-
mação das máquinas, abrindo espaço
para os motores elétricos justamente
pela maior precisão e facilidade de in-
tegração”, conclui Zacher.

Saiba mais:
Webinar Sobratema: www.youtube.com/user/sobratema
Evento avalia as perspectivas de descarbonização no setor com novos combustíveis

18 REVISTA M&T
GUINDASTES

ADEQUAÇÃO A
QUALQUER TERRENO
COM BOA OCUPAÇÃO DAS FROTAS APÓS MUITO TEMPO,
A LOCAÇÃO DE GUINDASTES ALL TERRAIN VIVE MOMENTO POSITIVO,
ENQUANTO MODELOS ROUGH TERRAIN AINDA SÃO POUCO
PROCURADOS NO MERCADO BRASILEIRO

Por Santelmo Camilo

Oferecimento:

CUNZOLO

2 0 2 / O H N U JUNHO/2022
J 19
GUINDASTES

O setor de locação atravessa


uma safra favorável para
os negócios com guindas-
tes, com boa ocupação
dos equipamentos no curto e médio
prazo. No 1º quadrimestre, algumas
locadoras atingiram resultados equi-
em rodovias como sobre terrenos
acidentados. Dessa maneira, segue
as regulamentações de trânsito e, ao
mesmo tempo, suporta situações ex-
tremas de terreno.
Com chassi em forma de caixa, ge-
ralmente feito em aço de elevada
Segundo Rafaela Silva, especialis-
ta do departamento de marketing da
Locar, o rental de guindastes AT atual-
mente gera mais receita que o de RTs
(Rough Terrain), principalmente de-
vido à pouca valorização por parte do
cliente. “No geral, o mercado utiliza os
valentes – ou até melhores – que no resistência, o equipamento utiliza ATs mesmo em situações em que os
mesmo período do ano anterior, com pneus de grande porte que possibili- RTs trariam mais agilidade”, observa.
mobilização para trabalhos rápidos e tam maior altura em relação ao solo, “Em um olhar mais amplo, fica nítido
contratos mais extensos. além de contar com suspensão acio- que oferta e demanda estão alinhadas
Assim como ocorre na Linha Ama- nada hidraulicamente, para ajuste de nessa preferência.”
rela, alguns modelos de guindastes altura em terrenos irregulares. “In- Todavia, quando se utiliza um guin-
também possuem maior procura de- discutivelmente, o guindaste AT é o daste AT no lugar de um RT o custo
vido à ampla variedade de trabalhos mais procurado devido à versatilida- operacional é maior. Para se deslocar
que podem executar, como é o caso de em diferentes situações”, concorda em rodovias, esses modelos precisam
dos modelos todo-terreno (All Ter- Marcos Cunzolo, diretor da Cunzolo. ser acompanhados por um veículo au-
rain – AT). “A vantagem de se deslocar em vias xiliar, que faz o transporte de contra-
Um dos mais utilizados, o guindas- públicas facilita a locomoção de uma pesos, além de serem equipamentos
te se destaca pela agilidade e desem- obra para outra, sem a necessidade de operação mais complexa e com ele-
penho em diferentes situações, tanto de carreta.” vado custo de aquisição e manutenção.

Atualmente, os guindastes AT geram as maiores receitas ao setor de rental especializado

LOCAR

20 REVISTA M&T
GUINDASTES
operações em setores como constru-

CUNZOLO
ção, óleo & gás, mineração, siderur-
gia, petroquímica e energia. Também
são tecnicamente capazes de fazer
deslocamentos curtos com a carga, o
que melhora a mobilidade em traba-
lhos de montagem industrial, como a
movimentação de vigas.
Os eixos robustos e direcionáveis
dão boa capacidade de tração 4x4 e
permitem tabelas de cargas variáveis,
com diferentes opções de patolamen-
to. Além, disso, o RT tem estrutura
mais compacta e reforçada que um
modelo rodoviário com a mesma ca-
pacidade. Devido a essas característi-
cas, o RT é capaz de içar cargas sobre
pneus e transitar por locais onde os
rodoviários não chegam.
Em períodos de escassez de obras, guindastes RT ficam parados no pátio Pars Rafaela Silva, da Locar, as dife-
renças entre os conceitos são claras.
APLICAÇÃO estiver em más condições.” “Os guindastes AT fornecem mais
Geralmente, os guindastes RT de- mobilidade, considerando a agilidade
Projetados para aplicação em ter-
vem ser utilizados em condições que o cliente exige nos prazos de mo-
renos acidentados, os guindastes
adversas e de acesso restrito, com bilização e movimentação dentro das
RT ao contrário seguem com parti-
pouco espaço para manobras, posi- plantas”, diz ela. “Contudo, os RTs têm
cipação tímida na frota de locação.
cionamento e deslocamentos. Por melhor performance em obras com
Isso ocorre porque, conforme rela-
serem versáteis, são indicados para terrenos difíceis e se movimentam
ta Rafaela Silva, da Locar, é possível
utilizar outros modelos de guindas- No Brasil, ainda são comuns guindastes rodoviários trabalhando em aplicações indicadas para um RT
tes na aplicação do RT.
No Brasil, de fato, é comum en-
contrar um guindaste rodoviário
trabalhando indevidamente em
aplicações fora de estrada, subs-
tituindo a função que deveria ser
desempenhada por um RT. “Embo-
ra o AT cumpra o papel de içar car-
gas, esse modelo não é dimensio-
nado para trabalhar em terrenos
acidentados”, avisa Leandro Nilo
de Moura, gerente de marketing
da Manitowoc Cranes, destacando
que a prática pode resultar em sé-
rios acidentes durante os desloca-
mentos, além de minar a produtivi-
dade. “Como os pneus rodoviários
MANITOWOC

não têm tração nem aderência, o


guindaste pode atolar se o terreno

22 REVISTA M&T
Viva o Progresso.

Pás-carregadeiras Liebherr
L 538 / L 556 / L 566 / L 580
Baixo consumo de combustível e menor desgaste
de freios devido ao sistema de translação hidrostático
Alta produtividade e elevada carga de tombamento
devido à montagem diferenciada do motor
Menor desgaste dos pneus por meio da regulagem
gradual da força de tração
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GUINDASTES
com a carga, sempre respeitando as a falta de RTs, principalmente mo- INVESTIMENTO
tabelas técnicas.” delos com capacidade acima de 50
Para as locadoras, o retorno em
A desvantagem, segundo ela, é que t, as empresas acabam utilizando
relação ao investimento nos dois
o RT precisa ser mobilizado com um o AT, mais disponível nas locado-
modelos pode ser relativo, pois o
conjunto transportador, o que limita ras. E, na ausência dos RTs e ATs,
custo de um RT pode ser menor,
a agilidade do cliente, embora o mer- o tipo mais utilizado de guindastes
cado brasileiro esteja completamente mas o equipamento pode ficar ocio-
nas operações off-road é o modelo
adequado a essas demandas. No iní- so. Tudo vai depender da utilização
de lança telescópica montado sobre
cio, os RT mais comuns no Brasil ti- caminhão (Truck Crane – TC), espe- e demanda. “Nos períodos de escas-
nham cabine de operação fixa. “Eram cialmente em operações mais com- sez de obras, os RT ficaram parados
mais simples que os modelos atuais, plexas. “Quando não há alternativa, no pátio”, frisa Cunzolo. “Nessas
que em sua maioria têm cabine ins- o mercado utiliza o que tem, embo- ocasiões, a maior parte dos contra-
talada na superestrutura”, descreve ra haja uma utilização acima da mé- tos tende a ser spots, em que a pe-
José Carlos Lima Rezende, gerente dia de guindastes AT e rodoviários dida é por guindastes rodoviários.’
de suporte ao cliente da Tadano. “A em detrimento do RT”, reconhece. Para os especialistas, a procura
operação era mais desgastante para “Sempre indicamos o equipamen- tende a crescer quando houver mais
o operador, que precisava torcer o to mais adequado para o trabalho, obras de infraestrutura, o que aumen-
pescoço para acompanhar o giro da mas muitas vezes o cliente resiste.” ta a necessidade de modelos RT de
estrutura superior.”
Em comparação aos modelos AT,
os RTs possuem demanda de loca-
ZOOMLION LANÇA NOVO GUINDASTE AT NO PAÍS
ção centrada em contratos de médio A companhia traz ao país o modelo ZAT3000V, um guindaste todo terreno (AT) com ca-
e longo prazo, nos quais o cliente pacidade de içamento de 300 t. Com alcance de 80 m, o equipamento conta com lança
percebe a maior eficiência da apli- telescópica de 7 seções, oferecendo a opção de Superlift na versão completa, chegando
cação. Cunzolo explica que o pato- a um total de 140 t de contrapesos. “Trata-se de um equipamento robusto, com tabela
lamento dos RTs é feito pela cabine de carga surpreendente”, ressalta Enio Pallaro, Country Manager da Zoomlion Brasil.
de operação, com apoio de um auxi- O lançamento tem foco no setor de rental, que representa 85% das vendas de guin-
liar, o que dá agilidade ao trabalho. dastes da empresa no país. Segundo o executivo, a novidade chega em um momento
“Mais robustos, os guindastes de de mudanças no relacionamento com locadoras e demais clientes. “A pandemia levou a
menor porte não têm montagem de uma ressignificação dos encontros com clientes”, avalia. “Hoje, nosso relacionamento,
contrapeso e não dispõem de muita embora distante fisicamente, ficou mais próximo devido ao uso de tecnologias que se
tecnologia na parte de suspensão”, tornaram mais presentes na rotina do escritório.”
detalha. “É diferente da suspensão
hidráulica e repleta de sensores dos
modelos ATs. Além disso, os eixos Equipado com lança
telescópica de 7 seções, modelo
direcionais facilitam a manobra no ZAT3000V tem alcance de 80 m
terreno”, acrescenta.
Normalmente, os procedimentos de
liberação e fixação do moitão à estru-
tura da máquina após as operações
são mais demorados nos guindastes
ZOOMLION

rodoviários. A dimensão maior (com-


parada a um RT da mesma capacida-
de) e a direção apenas nos eixos dian-
teiros também tornam a manobra dos
rodoviários mais demorada.
Para Cunzolo, o mercado brasi-
leiro entende bem a diferenciação
entre os modelos. Ocorre que, com

24 REVISTA M&T
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GUINDASTES
maior capacidade, para aplicações es- pena (ou seja, que surjam obras). riu um guindaste com capacidade
pecíficas em grandes obras. Enquanto Tanto a Cunzolo quanto a Locar de 400 t, por exemplo. “A Locar in-
esse momento não chega, o mercado apostam que o uso de guindastes, vestiu bastante em guindastes em
prefere modelos com maior facilidade independentemente do modelo, 2021”, conta Rafaela Silva. “Embora
de deslocamento, para uso em obras também tende a crescer em indús- não exista equipamento novo para
rápidas. As características dos mode- trias de grande porte, como minera- pronta-entrega, nos antecipamos
los RT, potencializadas às inovações doras, petroquímicas, empresas de ainda no ano passado, quando per-
tecnológicas e ao menor investimento óleo & gás, siderúrgicas, construção cebemos um significativo cresci-
inicial comparado ao AT, podem ga- civil e infraestrutura. mento do mercado.”
rantir vantagem competitiva a esse Por outro lado, o recente aqueci- Segundo Marcos Cunzolo, a locado-
tipo de guindaste, desde o mercado mento motivou o setor a ir às com- ra já avalia comprar mais equipamen-
entenda que o investimento vale a pras. Recentemente, a Locar adqui- tos. “Alguns fabricantes estão estipu-
lando prazo de entrega de seis meses

COMANSA PRODUZ GRUA SOB MEDIDA a um ano, sendo até dois anos para
máquinas de maior porte”, relata.
PARA ESTALEIRO NORUEGUÊS “Assim, para evitar prejuízos relacio-
nados à disponibilidade, colocamos
Em parceria com o distribuidor Rental Group AS, a empresa forneceu o guindaste de
constantemente os equipamentos em
torre 21LC1050 adaptado para as operações do estaleiro da Aibel, em Haugesund. Como
manutenção, mantendo-os prontos
se sabe, as gruas para estaleiros devem atender a requisitos mais rigorosos do que os
para voltar à operação.”
utilizados em projetos puramente construtivos – decorrentes da proximidade do mar, uso
Dessa maneira, a empresa vem
contínuo, condições meteorológicas e trânsito de veículos e pessoas.
conseguindo atender à demanda e se
No caso da operação na Noruega, uma grua Flat-Top com capacidade de 50 t foi adap-
adequar aos prazos de entrega esti-
tada às necessidades do cliente por meio de um processo detalhado de personalização.
pulados pelos fabricantes. Contudo, a
Para proteger o guindaste contra intempéries, foram utilizados elementos especiais de
desvalorização do real antepôs outro
proteção, bem como tinta de 250 mícrons para prevenir a corrosão. Na montagem, foi
desafio para as empresas, impactan-
utilizada uma grua móvel de 500 t, com altura de 115 m. “Além disso, a lança de 80
m tornou possível alcançar toda a plataforma com um único equipamento”, comenta a
do a aquisição de novos equipamen-
empresa. tos e peças, lubrificantes, combustível
e outros. “Hoje, um tambor de óleo
Gruas para estaleiros devem atender a requisitos mais rigorosos de segurança hidráulico de 200 l custa aproximada-
COMANSA

mente R$ 4 mil, uma despesa que an-


tes sequer fazíamos conta”, espanta-
-se Cunzolo. “Isso se soma aos custos
de pneus, peças importadas e outros
materiais necessários para manter a
frota em operação.”
Segundo ele, cerca de 30% dos
clientes mais fidelizados entendem
os reajustes, pois também vivem o
momento difícil, mas os demais 70%
preferem cotar com outras empresas.
“Está sendo um desafio hercúleo para
as locadoras equalizarem os preços
nos contratos”, arremata.

Saiba mais:
Comansa: www.comansa.com
Cunzolo: https://cunzologuindastes.com.br
Locar: www.locar.com.br
Manitowoc: www.manitowoc.com/pt
Tadano: http://br.tadano.com
Zoomlion: www.zoomlion.com.br

26 REVISTA M&T
ESPECIAL INFRAESTRUTURA

OS DESAFIOS DA INTEGRAÇÃO
NO SANEAMENTO

PIXABAY
Concessão inaugura
novo modelo ao
integrar serviços de
abastecimento de
O conceito de saneamento
básico é amplo e envolve
abastecimento de água, es-
gotamento sanitário, limpe-
za urbana, manejo de resíduos sólidos e
drenagem de águas pluviais, sendo que
três desses sistemas estão diretamente
Formado pela Orbis (80%) e pela
Vital Engenharia Ambiental (20%), o
Consórcio São Simão Saneamento foi
vencedor do leilão. A concessionária de-
verá investir cerca de R$ 50 milhões ao
longo de 35 anos de concessão. A Câma-
ra Brasileira da Indústria da Construção
relacionados às unidades habitacionais: (CBIC) – que tem defendido modelos
água, esgoto e lixo. mais pulverizados, para evitar a predo-
água, esgotamento Historicamente, o usuário brasilei- minância de oportunidades somente
sanitário e manejo de ro nunca relacionou abastecimento
de água e esgotamento sanitário com
para grandes grupos – elogiou o leilão.
O contrato tem como metas a uni-
resíduos; Participação manejo de resíduos sólidos. Porém,
um leilão de concessão em São Simão
versalização dos serviços de abas-
tecimento de água e esgotamento
de empresas públicas (GO) – município com cerca de 20
mil habitantes – realizado em feverei-
sanitário em até cinco anos, além da
construção de um novo aterro sanitá-
em PPPs gera debate ro, inaugurou esse modelo ao integrar
os três serviços em seu projeto de
rio para resíduos sólidos urbanos em
três anos. O projeto foi estruturado
gestão. Até então, os leilões de sanea- pela Caixa, em parceria com o Minis-
Por Augusto Diniz mento para o setor privado abrangiam tério da Economia e o Ministério do
somente água e esgoto. Desenvolvimento Regional. “É uma

2 02/OHNUJ 27
ESPECIAL INFRAESTRUTURA

experiência válida como laborató- própria estruturação de projetos de

ABCON
rio, uma vontade dos formuladores concessões integradas de saneamen-
de políticas públicas em ter esse tipo to. “Em geral, o técnico que trabalha
de leilão integrado”, diz Percy Soares com tratamento de água e esgoto não
Neto, diretor executivo da Associação mexe com resíduo”, diz Keller. “Pode-
Brasileira das Concessionárias Priva- -se ter ganho de escala no ponto de
das de Serviços Públicos de Água e vista administrativo, mas do ponto
Esgoto (Abcon). “Vai ser importante de vista do negócio, o assunto é bem
para saber se dá resultado, e como vai mais complexo.”
ser a regulação.” O fato é que, quase sempre, as em-
De saída, o executivo ressalta o fato de presas que trabalham com resíduos e
ter havido concorrência. “Inicialmente, água e esgoto são diferentes, com foco
havia desconfiança sobre o grau de in- em uma ou outra área. “Essas grandes
teresse”, comenta. “Mas, no momento empresas de água e esgoto poderiam
que diferentes empresas fizeram suas ter um business associado a resíduo”,
propostas, mostrou-se a disposição do diz o economista. “Há empresas de
mercado para esse tipo de iniciativa.” resíduos que agora estão olhando para
SS Soares: experiência válida como laboratório água e esgoto, de modo que há chance
COMPLEXIDADE de ganhos de escala. Mas ainda exis-
Apesar de contar com legislação espe- te um trabalho para [o setor] evoluir
cífica desde 2010, a disposição de rejei- Mundial, acredita que, a partir de ago-
nesse sentido.”
tos sólidos urbanos nunca avançou o su- ra, pode haver uma pressão maior para
Com a concessão integrada pionei-
ficiente no país. Até existem projetos de enfim se solucionar a disposição dos
ra de São Simão, é provável que em-
geração de energia a partir do lixo, mas resíduos sólidos no país, especialmente
presas dos três segmentos já estejam
de modo geral o manuseio de resíduos com a necessidade de universalização de estudando formas de sinergia, ele
sólidos segue como uma questão mal re- água e esgoto até 2033. acredita. Por outro lado, o especia-
solvida no Brasil. Todavia, as atividades de manuse- lista vê o setor de resíduos com pro-
Especialista em projetos de conces- ar lixo e água e esgoto são distintas. blemas históricos de governança. “O
são, o economista Daniel Keller, sócio E esse é o grande desafio não só do setor de água e esgoto tem grandes
da Una Partners e consultor do Banco município de São Simão, como da empresas com melhor grau de com-
pliance”, aponta. “Nesse aspecto, jun-
TT Município de São Simão tornou-se pioneiro na integração dos serviços
tar as atividades pode ser um aspecto
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO SIMÃO

positivo.”
Para ele, também é positivo que ocor-
ram novas concessões integradas de
água, esgoto e resíduos, especialmente
em municípios de menor porte, como é
o caso de São Simão. “É possível replicar
o modelo”, analisa Keller. “No entanto,
no curto e médio prazo a inserção do
segmento de resíduos em processos de
concessão em bloco, com vários municí-
pios, é bem mais complexa.”
Nesse ponto, Soares, avalia que “a ex-
periência de concessão integrada talvez
devesse ser replicada em um município
de porte maior”.
TARIFAS
A gestão de Marta Suplicy na pre-
feitura de São Paulo (2001-2004) foi
marcada pela criação de taxas de lixo e
iluminação pública. À época, foram es-
tridentes as críticas aos novos impostos.
“Mas faz sentido o consumidor pagar
pela coleta do resíduo, embora histori-

28
esgoto e resíduo em uma só conta, exis- to. “A discussão que envolve essa PPP

UNA PARTNERS
te chance maior de o usuário pagar pelo aponta para uma das disfunções do
serviço”, avalia. novo marco”, admite Soares Neto.
A Cagece, uma das primeiras com-
DEBATE
panhias estaduais de saneamento a
Apesar do potencial alvoroço, uma
comprovar capacidade técnica no
PPP do Ceará desperta interesse do se-
âmbito do marco legal, tem boa saú-
tor privado. O governo do estado prevê
lançar em breve o edital para prestação de financeira e eficiência operacional
de serviços em esgotamento sanitário e comparável à maioria das estatais de
serviços acessórios na área urbana de 23 saneamento. “Sabe-se que as PPPs
municípios, envolvendo parte da região podem ser uma saída para o poder
metropolitana de Fortaleza e da região de concedente e as companhias estaduais
Juazeiro do Norte. O projeto foi estrutu- resolverem os problemas de investi-
rado pelo BNDES e prevê o atingimento mentos para alcançar a meta de uni-
das metas do novo marco legal de sane- versalização”, analisa Keller. “Afinal,
amento em 11 anos, alcançando 1,6 mi- são investimentos cavalares.”
lhão de pessoas. Os investimentos são es- O especialista se refere ao considerá-
timados em R$ 7 bilhões ao longo dos 30 vel volume de recursos necessários para
anos de concessão, sendo R$ 3,2 bilhões a universalização de água e esgoto no
nos cinco primeiros anos. O leilão pode país até 2033. “Para as companhias esta-
ocorrer no segundo semestre. duais, dividir as responsabilidades com
SS Keller: estruturação de No entanto, há uma discussão se a a iniciativa privada em uma PPP é uma
projetos integrados é complexa PPP contraria o novo marco, especial- boa opção”, avalia o economista.
mente no que se refere à participação A proposta da PPP é que as compa-
camente a prática não seja essa no Bra- da Companhia de Água e Esgoto do nhias estaduais com capacidade finan-
sil”, diz Keller. “Existe uma barreira cul- Ceará (Cagece) na parceria, que – de ceira comprovada possam lançar mão
tural muito clara nesse sentido.” acordo com o decreto – deve ser limi- de projetos de parceria com a iniciativa
Amplamente conhecida, a tarifa de es- tada em até 25% do valor do contra- privada a fim de alcançar a universaliza-
goto já é universalmente calculada no va-
lor de 80% do valor consumido de água. TT Debate sobre PPP no Ceará revela disfunções do novo marco
Mas existe a necessidade de informar na
conta a cobrança da taxa de manuseio de
resíduo. No caso da concessão integrada
de São Simão, a tarifa de resíduos sólidos
será vinculada ao consumo de água.
Segundo estudos compartilhados por
ocasião da concessão, o consumo de
água possui uma alta correlação com a
geração de lixo. Antes do leilão, inclusi-
ve, o tema foi amplamente debatido em
audiências públicas, já que estava sendo
inserida uma nova taxa na conta do con-
sumidor. “Água e esgoto todo mundo
paga, porque afinal sempre foi assim. Se
não paga, a água é cortada. Mas, e quan-
to ao lixo?”, indaga o especialista.
No caso da iluminação pública, a taxa
é cobrada na conta de luz sob a sigla
Cosip (Contribuição para Custeio do
Serviço de Iluminação Pública). “Se o
munícipe não paga a conta de luz, não
vão cortar a iluminação pública”, com-
para Keller apontando para o potencial
de atrito. “Por outro lado, quando tudo
MDR

é modelado junto, com taxas de água,

JUNHO/2022 29
UTRAESPCILNF

B3
SS Para especialista, governo não quer que companhias estaduais ineficientes tenham alta participação nos contratos de PPPs

ção. A proposta é defendida até mesmo estoura esse limite. “O que é esse cri- desconto de 30% ou 35% da tarifa na
pelos grandes grupos de água e esgoto. tério de 25%?”, pergunta Keller, ilus- PPP da Cagece é bastante provável,
“O limite de parceria público-privada trando as pontas soltas na questão. avalia Keller, até pela demonstração
reduz o número de alternativas que os “E qual é o valor do contrato? Lendo de interessados em participar do
governos municipais e estaduais têm de [o decreto], seria a receita da compa- leilão. Por esse aspecto, a PPP no
levar saneamento às pessoas”, sublinha nhia daquilo que será repassado para Ceará pode dar à Cagece uma parti-
Soares. “Enquanto o país precisar de sa- a PPP, que não pode ser superior a cipação menor que 25% do valor do
neamento, a gente entende que todas as 25%”, pondera. contrato – portanto, abaixo do limite
alternativas devem estar na mesa.” No caso da Cagece, ele acentua, quan- determinado pelo decreto do marco,
do se faz a conta da receita da com- encerrando a questão. Keller lembra
MODELAGEM panhia e de quanto está projetado ainda que o BNDES, a Cagece e os
Para o diretor-executivo da Abcon, para ser repassado à concessionária municípios participantes querem fa-
a limitação de 25% tentou reverter da PPP, dá mais que 25%. Mas há um zer a PPP. “O projeto também tem
uma exceção feita no texto da Lei no terceiro aspecto, como aponta o espe- interesse de grandes companhias
14026, ato administrativo que estabe- cialista. Os projetos de licitação de sa- privadas”, diz ele.
lece diretrizes nacionais para o sane- neamento têm saído com ágio alto de De acordo com Soares, ao criar-se
amento básico em caráter de norma outorga (leva quem pagar mais). “Na discussão em torno de um projeto que
jurídica e, portanto, acima do decreto. Cagece, o leilão será por desconto na já está pronto, bem estruturado e que
“Mas é inócua”, crava Soares. tarifa”, ele explica. “Então, espera-se possui atratividade do mercado, tem-se
Na visão de Keller, o decreto evi- que o desconto seja alto também na um atraso para o setor de saneamento.
dencia que “o Ministério da Economia tarifa (como o ágio de outorga foi alto “As pessoas que estão contestando e
não quer que companhias estaduais em outros leilões). Se faço a conta criticando esse edital, por causa de
ineficientes tenham alta participação do estudo de viabilidade, dá mais de uma barreira extremamente burocrá-
nos contratos de PPPs”. Contudo, 25%, mas a conta que tenho que fazer tica, estão atrasando [a meta] de levar
além do fato de a Cagece não estar saneamento às pessoas”, finaliza.
é do resultado do leilão. Então, tem
inserida no quadro de ineficiência, há que esperar o leilão”.
uma discussão jurídica sobre o limite Para o economista, o BNDES tem Saiba mais:
Abcon: https://abconsindcon.com.br
de 25% em PPPs e, ainda, se a recei- trabalhado com ágio alto na estrutu- Una Partners: https://una.partners
ta da empresa nessa PPP específica ração de projetos. A perspectiva de

30
MANIPULADORES TELESCÓPICOS

POTENCIAL DE
CRESCIMENTO
A DESPEITO DA
INSTABILIDADE
ECONÔMICA, OSCILAÇÕES
CAMBIAIS E RELATIVO
DESCONHECIMENTO DO
R econhecidamente, os ma-
nipuladores telescópicos –
ou telehandlers – são equi-
pamentos ecléticos. Com
uma enorme gama de implementos,
um único equipamento permite rea-
lizar um conjunto de tarefas de trans-
pamentos, ainda disponíveis predo-
minantemente via importação. No en-
tanto, como observam os fabricantes,
também há muito desconhecimento
sobre a tecnologia e seus benefícios,
principalmente na agropecuária.
E é justamente desse mercado que
porte e movimentação que, sem ele, tem vindo a contribuição mais signi-
PRODUTO, DEMANDA DE exigiria pás carregadeiras, guindastes, ficativa para a expansão da demanda.
MANIPULADORES PODE DAR elevadores e outros equipamentos. Expansão que, embora pouco expres-
Em comparação a outros países, siva em números absolutos, mostra-
UM SALTO DE 150% NO porém, a assimilação dessas soluções -se acentuada em termos percentu-
BRASIL EM 2022 ainda é tímida. No Brasil, isso ocorre ais. “Relativamente a 2021, quando o
por diversos fatores, como a recor- mercado somou cerca de 240 mani-
rente instabilidade econômica e as puladores, este ano as vendas podem
oscilações cambiais, que impactam crescer mais de 150%, chegando a
Por Antonio Santomauro diretamente a demanda desses equi- 600 unidades”, prevê Etelson Hauck,

BOBCAT

2 0 2 / O H N U JUNHO/2022
J 31
MANIPULADORES E
T LESCÓPICOS

JCB
serva Medeiros, “já é importante para
diversos tipos de equipamentos”.
O modelo integra a série R (atua-
lizando a Série M), que a Bobcat co-
meça a divulgar agora no Brasil. A
linha conta com 19 modelos, com
capacidades de carga entre 2,6 e 4,3
ton e altura de elevação entre 6 e 18
m. Entre os destaques da linha, Me-
deiros aponta características como
maior conforto para o operador, novo
joystick – que confere maior precisão
aos movimentos e assegura maior
durabilidade – e design renovado na
transmissão, capaz de proporcionar
movimentos mais precisos.
No Brasil, relata Medeiros, a de-
manda ainda é maior por dois mo-
delos destinados à construção, com
Puxado pelo agronegócio, mercado pode chegar a 600 unidades este ano capacidade de carga de 4 ton e alturas
de 14 e 18 m, além de outros três mo-
gerente de produto da JCB. Cerca de lador a cada cinco tratores, enquanto delos que, com variações na cabina,
80% dessa expansão, ele projeta, de- na Inglaterra essa proporção é de um podem elevar de 2,6 a 4,3 ton de carga
correrão dos negócios realizados com para três. “No Brasil, se chegássemos a alturas de 5,9 m a 7,5 m, atenden-
o setor agropecuário. “Mas também a 10% do mercado de tratores, vende- do principalmente ao mercado agro.
há um nicho bastante interessante na ríamos 3 mil equipamentos por ano”, “A penetração dos manipuladores
mineração”, complementa. observa. “Seja como for, a demanda já vem crescendo nesses mercados,
Para Marcelo Bracco, diretor da Ma- vem crescendo bastante, tanto no agro mas tem potencial para crescer muito
nitou na América Latina, as possibili- quanto na construção e mineração.” mais”, afirma.
dades de negócios realmente são in- Apostando em modelos mais bási-
teressantes na mineração, que utiliza cos, a JCB acaba de lançar no mercado
tanto manipuladores de menor por- POSSIBILIDADES nacional os manipuladores 530-70
te – para manutenção e construção Mercados de exploração mais re- e 530-110, capazes, respectivamen-
de túneis – quanto versões maiores, cente também vêm alavancando as te, de içar cargas de até 3 ton a 7 m
destinadas à manutenção de grandes vendas. É o caso da reciclagem, seg- (agronegócio) ou a 11 m (constru-
equipamentos e sistemas de correias. mento para o qual a Bobcat posicio- ção). “Esses modelos contribuirão
“Recentemente, vendemos um mani- nou um modelo recém-lançado, com para alavancar nossas vendas no Bra-
pulador de 33 t para a Vale”, diz. “E o capacidade para elevar 4,3 ton a uma sil”, acredita Hauck.
setor de construção já conhece bem altura de 7,5 m. Com as mesmas capacidades de
os benefícios dos manipuladores.” A reciclagem, lembra Pedro Medei- carga e elevação, a marca disponi-
Não obstante, ao menos nos próxi- ros, gerente da Bobcat na América La- biliza outros manipuladores que, de
mos dois anos o agro deve seguir como tina, muitas vezes lida com material acordo com o executivo, atendem
o principal destino dos manipulado- contaminado, inclusive com substân- melhor à demanda por equipamentos
res comercializados no Brasil, projeta cias que podem agredir o equipamen- mais simples. Um deles é o modelo
Bracco, que compara o nicho com o to, como farpas e lascas. Por isso, o 531-70, que têm capacidade de carga
segmento de tratores, ainda predomi- modelo incorpora uma série de itens similar (3,1 ton) e a mesma altura de
nante nas operações no campo. de proteção – para proteger transmis- elevação do recém-lançado 530-70.
Na França, relata o especialista, es- são, tanques e faróis –, além de pneus Porém, conta com tecnologia mais
tima-se que seja vendido um manipu- sólidos. O mercado da reciclagem, ob- sofisticada, como maior potência –

32 REVISTA M&T
#FAMÍLIAJCB

LOADALL
530-70

LOADALL
530-110

Produtividade: capacidade de carga de até 3.000 kg


NOVO LOADALL JCB e alcance máximo de 7 a 11 m de altura ;

530-70 / 530-110 Estrutura e chassis com DNA dos Loadall JCB


com engate rápido de série, garfo pallet e caçamba
de até 1,2 m³ ;
PARA O BRASILEIRO FAZER Sistema hidráulico com bomba de engrenagens, válvulas
E ACONTECER. de retenção e linha hidráulica auxiliar bidirecional de série ;

Ventilador hidráulico com reversão ;


De Norte a Sul, existem vários “Brasis” dentro do
nosso país. São muitos sotaques, várias paisagens
e desafios. Seja na agricultura ou na construção civil, Economia: Trem de força JCB (motor, transmissão e eixos).
encontramos em cada um deles a capacidade de se
adaptar e fazer acontecer, que só o brasileiro tem.

Para combinar com essa garra, o Loadall que você já


conhece está chegando com a produtividade
e economia que você sempre esperou.

São dois novos modelos de manipuladores Cabine ROPS/FOPS Livelink para Versatilidade de
telescópicos: o 530-70 e o 530-110. com ar-condicionado, geoposicionamento, acessórios para diversas
Tudo isso com eficiência, produtividade indicador de momento cerca geográfica, aplicações agrícolas
de carga (LMI), quebra- registro de manutenção e construção.
e desempenho mais acessíveis, e é claro, sol dianteiro e no teto. e horímetro.
a qualidade JCB.

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Aponte a câmera
do seu celular.
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MANIPULADORES TELESCÓPICOS
114 hp contra 75 hp – e movimenta-

MANITOU
ção independente nas quatro rodas,
que permite o movimento conhecido
como ‘caranguejar’. “Com isso, o custo
de aquisição é cerca de 30% superior
ao do 530-70”, compara Hauck.
Globalmente, a JCB produz mais de
20 modelos de loadalls (termo com o
qual a empresa designa seus manipu-
ladores telescópicos). Seis deles são
oferecidos no Brasil, incluindo os mo-
delos 540-170 – com 4 ton de carga e
17 m de altura – e 535-125 – 3,5 ton
e 12,5 m –, ambos produzidos na uni-
dade de Sorocaba (SP). “Dos mode-
los que temos aqui, três são voltados
para o agro e três para a construção”,
ressalta Hauck, destacando que as
máquinas permitem o uso cruzado.
“Geralmente, as máquinas para o agro Mineração também vem descobrindo os benefícios dos manipuladores
são menores, comparativamente às
de construção”, descreve. OFERTA NO RENTAL ESTÁ EQUILIBRADA
COM A DEMANDA, AVALIA EXECUTIVO
DESAFIOS Como estima Guilherme Bueno, diretor

JCB
Na Manitou, a estratégia para am-
da Eleva Brasil, o mercado brasileiro
pliação das vendas inclui a expansão de locação dispõe de algo entre 800
do apelo de modelos rotativos, que e 1.000 manipuladores telescópicos.
Bracco qualifica como equipamentos Desse volume, 300 estão na própria
‘3 em 1’, pois podem movimentar car- Eleva, que também loca plataformas
gas, elevar pessoas e operar como um elevatórias. A oferta, avalia o executi-
pequeno guindaste. vo, está equilibrada com a demanda,
Na Europa e nos EUA, afirma, os que provém basicamente de setores
rotativos já têm uso bem-consolida- como construção civil e montagem
do na construção civil, setor que no industrial – os produtores rurais ge-
Brasil trabalha basicamente com ma- ralmente compram os equipamentos.
nipuladores fixos. “Também na mine- “Historicamente, manipuladores para
ração começamos a trabalhar mais locação têm uma ocupação de 60% a
intensamente com esses modelos”, 65% do tempo”, relata Bueno. “Esta-
especifica o profissional. mos mantendo essa média.”
Segundo ele, no Brasil o câmbio in- Ele também observa sinais capazes de Mesmo com desafios, mercado de locação de
flui na demanda não apenas quando prenunciar um início de desaquecimen- manipuladores pode expandir-se de 7% a 10% ao ano
valoriza acentuadamente as princi- to da demanda. “É o caso da elevação
pais moedas em relação ao real, mas das taxas de juros, indicando que a economia deve reduzir o ritmo”, comenta o diretor.
principalmente quando oscila muito, Além disso, a acentuada elevação dos preços de aquisição das máquinas nos últimos
gerando incertezas tanto nos fabri- meses também dificulta os projetos e investimentos dos locadores, que não conseguem
cantes quanto em potenciais compra- repassar os aumentos para os preços que praticam. “Porém, com o PIB do país crescendo
dores. Ao menos momentaneamente, uns 2%, o mercado brasileiro de locação de manipuladores pode expandir-se de 7% a
a demanda também pode ser afetada 10% ao ano”, projeta Bueno.
pelas dificuldades na logística global

34 REVISTA M&T
AEM LANÇA NOVO PROGRAMA ESTATÍSTICO que podem ser realizadas por manipu-
ladores. “Em uma operação que com-
PARA MANIPULADORES NA AMÉRICA LATINA bina lavoura e pecuária, o loadall é uti-
lizado em tempo integral. Excluindo o
A associação anunciou o lançamento de um novo programa de estatísticas para manipu-
arar (pois não é projetado para tracio-
ladores telescópicos na América Latina, incluindo países como Argentina, Chile, Colôm-
nar), o manipulador faz mais e melhor
bia, Peru e Panamá. O lançamento marca a mais recente fase dos programas da AEM na
que um trator”, assegura Hauck.
América Latina, cujas empresas participantes incluem Caterpillar, JLG Alliance, Doosan
Do mesmo modo, as pás carregadei-
Bobcat e Sany Brasil.
ras também podem ser substituídas
Desde janeiro, as empresas-membros recebem informações mensais sobre a participação
por telehandlers, acrescenta Bracco,
de mercado com base em dados desses países. “Os programas fornecem informações
da Manitou. “Além de tudo, o mani-
oportunas, precisas e confiáveis”, diz Arnold Huerta, diretor de Estatísticas da AEM para
pulador consome menos combustível
a América Latina. “Graças em parte aos programas, os membros contam com as melho-
que uma carregadeira”, pondera. Em
res ferramentas e relatórios para determinar sua penetração no mercado e a rentabili-
2012, ele lembra, foram vendidas cer-
dade do negócio”.
ca de 1.000 unidades no Brasil, muitas

JCB
utilizadas no programa Minha Casa,
Minha Vida, que vivia seu auge no país.
A partir daquele ano, as vendas fo-
ram se reduzindo, até chegar a 100
unidades em 2015. As vendas per-
maneceram baixas até 2019, quando
teve início um processo de recupe-
ração que, no ano passado, já gerou
a comercialização de cerca de 250
máquinas. Este ano, prossegue Brac-
co, as vendas estão atingindo índices
superiores aos registrados em 2021,
embora ainda seja difícil precisar a
quais patamares chegarão. “Creio que
em um prazo não muito longo – talvez
uns dois anos – esse mercado pos-
Programa de estatísticas da AEM abrange países como Argentina, Chile, Colômbia, Peru e Panamá
sa voltar a 1.000 máquinas/ano, das
quais uns 60% destinados ao setor
e pela escassez de alguns compo- mercado brasileiro de telehandlers agropecuário”, projeta.
nentes necessários à produção. “Não ainda tem números irrelevantes. “Em Mesmo o mercado de usados vive
estamos vendendo mais por falta de um momento bastante ativo, como
dez anos, nossa frota total não atingiu
disponibilidade, pois se tivéssemos destaca Medeiros, da Bobcat. A ativi-
sequer um ano de produção de equi-
mais 50% de máquinas, vendería- dade, ressalta, é decorrente de uma
pamentos novos na França”, compara.
conjugação de fatores. “Além de cres-
mos tudo”, revela Bracco. “Mas faltam
cer a popularidade desse equipamen-
componentes para produzir e contêi-
neres para transportar os produtos.” MERCADO to no Brasil, persiste a dificuldade
Atualmente, algo entre 1,5 mil e 2 para a entrega de manipuladores no-
Para Hauck, da JCB, o fator que hoje
mil unidades compõem a frota brasi- vos no mercado nacional”, explica.
pode conter a demanda nacional mais
incisivamente é mesmo a variação leira de telehandlers, estima o gerente
cambial. “Mas, hoje, o câmbio está da JCB. Para ele, o mercado nacional
Saiba mais:
muito mais equilibrado”, ele avalia. realmente comporta uma frota muito AEM: www.aem.org
Bobcat: www.bobcat.com/la/pt/index
Já Medeiros, da Bobcat, lembra que, maior, especialmente nas atividades Eleva Brasil: https://elevabr.com.br
quando confrontado com países eu- agropecuárias, que geralmente em- JCB: www.jcb.com/pt-br
Manitou: www.manitou.com/pt-BR#1
ropeus e com a América do Norte, o pregam tratores adaptados em tarefas

2 02/OHNUJ 35
AGRISHOW 2022

A NOVA REVOLUÇÃO
AGRÍCOLA
FABRICANTES APROVEITAM
A VOLTA DA EDIÇÃO
PRESENCIAL DO EVENTO
PARA EXIBIR TECNOLOGIAS
E MÁQUINAS VOLTADAS
A pós duas edições cancela-
das por conta da pande-
mia, a 27ª Agrishow (Feira
Internacional de Tecnolo-
gia Agrícola em Ação) foi novamente
realizada de forma presencial entre
os dias 25 e 29 de abril, em Ribeirão
presentes na feira”, afirma Francisco
Matturro, presidente da Agrishow.
Segundo João Carlos Marchesan,
presidente do Conselho de Adminis-
tração da Associação Brasileira da In-
dústria de Máquinas e Equipamentos
(Abimaq), o setor registrou um fatu-
Preto (SP). O evento contou com a ramento de R$ 88 bilhões em 2020,
AO AGRONEGÓCIO, participação de cerca de 193 mil visi- mantendo a meta de avançar mais
COM BENEFÍCIOS DE tantes, 30% a mais que o registrado 5% em valor real este ano, descon-
na edição de 2019. tada a inflação. “Ainda no primeiro
PRODUTIVIDADE DO PLANTIO Mesmo sem o crédito subsidiado do trimestre, subimos 9% em relação ao
À COLHEITA Plano Safra 21/22, os resultados fo- mesmo período do ano passado, com
ram surpreendentes, totalizando um viés de alta”, explica Marchesan. “Com
recorde de R$ 11,2 bilhões em vendas esses resultados, podemos concluir
Por Melina Fogaça de máquinas, cerca de 300% acima da que a venda de máquinas é tão grande
edição anterior. “Esse número não in- quanto o agronegócio brasileiro.”
clui máquinas rodoviárias, insumos, Segundo o presidente da Câmara
caminhonetes e outros equipamentos Setorial de Máquinas e Implementos

AGRISHOW

36 REVISTA M&T
M&T
marca e suas máquinas conectadas.
“Vamos aproveitar esse espaço como
laboratório de desenvolvimento tec-
nológico, mostrando aos clientes os
benefícios da agricultura digital na
produção”, complementa.

JOHN DEERE
A Case IH espera chegar ao final de
2023 com 100% de seus produtos co-
Edição histórica de retomada movimentou R$ 11,2 bilhões em vendas de máquinas nectados, alcançando 51 mil máquinas
conectadas até 2024. Na Agrishow, a
Agrícolas da Abimaq, Pedro Estevão, nologia em equipamentos e soluções. marca exibiu máquinas equipadas de
o setor encontrou novas maneiras de Segundo Christian Gonzalez, vice- fábrica com o sistema de monitora-
obter financiamento, incluindo uma -presidente da Case IH para a Améri- mento AFS Connect, que permite ge-
maior oferta de bancos privados. De ca Latina, a tecnologia não é mais um renciamento de dados em tempo real
acordo com o balanço do evento, o conceito, mas sim a realidade do se- de soluções como a colhedora Austoft
produtor rural teve à disposição qua- tor. “A nova revolução agrícola está na 9000, os tratores Magnum e Steiger e
se R$ 12 bilhões em recursos, dispo- digitalização, gestão de dados, conec- a colheitadeira Axial-Flow Série 250
nibilizados por bancos e cooperativas tividade e automação”, resume. “Esses Automation, que também conta com
de crédito presentes na feira. “De for- são os novos passos da agricultura de inteligência artificial.
ma geral, são recursos para viabilizar grande produtividade.” A Fendt é outra marca que aposta
a aquisição de máquinas, implemen- Para demonstrar isso na prática, em uma agricultura mais conectada,
tos e insumos, dentre outros”, diz ele. Gonzalez destacou o projeto Fazenda buscando contribuir para o acesso à
Conectada, lançado em 2021 em uma internet no campo. “Segundo estudos
fazenda de Água Boa, uma das princi- realizados pelo Ministério da Agricul-
CONECTIVIDADE pais regiões agrícolas em Mato Gros- tura e pela Esalq, cerca de 23% das
Durante os cinco dias de evento, foi so. O local recebeu conexão 4G da TIM propriedades rurais possuem sinal de
possível verificar o avanço da alta tec- para reunir as soluções avançadas da internet móvel”, cita José Galli, diretor

Digitalização, gestão de dados, conectividade e automação: tecnologia já é realidade no setor agrícola

CASE IH
FENDT
CASE IH
JOHN DEERE

2 02/OHNUJ 37
AGRISHOW 2022
da tecnologia, afirma Galli, é a necessi- Durante a Agrishow, o ConectarA-

NEW HOLLAND AGRICULTURE


dade de tratores com maior capacidade gro apresentou um simulador gra-
de potência, especialidade da fabrican- tuito em versão beta, que avalia o
te. Segundo o executivo, “o mercado de desempenho das soluções e aponta
tratores acima de 340 cv de potência meios de aprimorar a relação entre
vai crescer 5,5 vezes mais que o merca- custo e produtividade em uma fazen-
do nos próximos cinco anos”. da conectada. “Apenas com a gestão
Ainda em conectividade, a John De- eficiente da irrigação já é possível ob-
ere iniciou no ano passado uma par- ter uma redução de até 30% no gasto
ceria com a Claro no projeto Campo mensal de energia”, destaca Ana He-
Conectado, em que a companhia de lena de Andrade, que recentemente
telecomunicações fornece cobertu- assumiu a presidência da associação.
ra 4,5G para instalações, ativações e
visitantes. Segundo Rodrigo Bonato,
diretor de marketing da fabricante SOLUÇÕES
na América Latina, até agora já foram Com foco em redução de emissões, a
instaladas mais de 20 antenas, conec- New Holland Agriculture apresentou
tando cerca de 200 mil hectares. oficialmente na feira o T6 Methane Po-
Hoje, na avaliação da Claro, a de- wer, primeiro trator do mundo movido
manda represada é de 9 milhões de a biometano. “Mundialmente, o mer-
VALTRA

hectares. “Daremos o próximo salto cado de tratores movidos a biometano


da agricultura brasileira por meio de pode chegar de 5% a 7% da produção”,
tecnologia e gerenciamento das ope- afirma Carlos Lambro, presidente glo-
rações em tempo real”, afirma. bal da New Holland Agriculture, des-
Outra iniciativa relevante para le- tacando que 60 máquinas já operam
var conectividade ao campo é o Co- na Europa e cinco nos EUA. “No Brasil,
nectarAgro, associação sem fins lu- também observamos o interesse por
crativos que conta com a participação equipamentos movidos a energia al-
de fabricantes, desenvolvedores de ternativa”, completa.
MASSEY FERGUSON

tecnologias e empresas de telecom. Parte do portfólio da AGCO, a Valtra


Segundo Gregory Riordan, diretor de é outra empresa que vem desenvol-
tecnologias digitais e de precisão da vendo equipamentos inteligentes e
De cima para baixo, os tratores T6 Methane
CNH Industrial para a América do Sul, soluções voltadas para as necessida-
Power, Série BM135 e MF 8S 2: equipamentos
inteligentes para o produtor brasileiro o projeto busca oferecer uma solução des dos clientes. Durante a Agrishow,
de conectividade aberta, simples e a empresa apresentou a nova versão
da Fendt América do Sul. “Mas quan- acessível – o 4G LTE, na frequência de da Série BM de tratores, incluindo os
do vamos para o cerrado, esse índice é 700 MHz. modelos BM115 (117 cv) e BM135
ainda menor.” O ConectarAgro, ele garante, já le- (135 cv), assim como um pulveriza-
De acordo com Felix Glas, embai- vou conectividade a mais de 7 mi- dor da Série R, nas versões R530 e
xador da Fendt na América do Sul, a lhões de hectares de áreas rurais e R535, com barras de até 36 m. “Além
tecnologia tem muito a crescer no remotas no Brasil. “Para 2022, a as- dos maquinários, trouxemos o Valtra
campo. “Hoje, somente 55,6% dos do- sociação tem como meta alcançar 13 Connect, uma ferramenta que permi-
micílios rurais brasileiros têm acesso milhões de hectares conectados, além te acesso remoto aos dados da máqui-
à internet, enquanto 84% já utilizam de contribuir no desenho de novos na em qualquer local, com monitora-
ao menos uma tecnologia digital no modelos de negócios para pequenos e mento da frota em tempo real”, afirma
processo produtivo e 70,4% fazem médios produtores e desenvolver um Marcelo Traldi, vice-presidente da
uso da internet para desenvolver ati- projeto-piloto educacional nas áreas Fendt/Valtra para a região.
vidades ligadas à produção”, afirma. em que a conectividade está chegan- Outra integrante do Grupo AGCO,
Outro exemplo da expansão do uso do”, comenta. a Massey Ferguson destacou novida-

38 REVISTA M&T
des como o pulverizador MF 500R, a na. “Em 2008, quando começamos a tamos divulgando nosso projeto para
colheitadeira MF 9595 e os tratores participar desse mercado, o segmen- conectar 100% das máquinas”, acres-
compactos MF 3305 e MF 3400, além to agrícola representava 7% das nos- centa França. “Até 2024, esperamos
de mostrar pela primeira vez no Brasil sas vendas. Hoje, chega a quase 20%”, atingir esse feito.”
o MF 8S, por enquanto comercializa- compara. No caso da Caterpillar, a empresa
do apenas na Europa. Em agricultura Segundo o executivo, as máquinas vem investindo no segmento agrí-
de precisão, a marca exibiu a solução da Linha Amarela estão presente em cola há anos, sendo já responsável
de gerenciamento MF Connect, para praticamente todas as etapas da pro- por 25% das vendas totais da marca
monitoramento e suporte remoto de dução agrícola, desde a abertura de no mercado brasileiro. Neste ano, a
máquinas. estradas (com motoniveladora) até fabricante levou para o evento a mi-
curvas de nível (escavadeira) e movi- nicarregadeira 226B3 e as miniesca-
CONSTRUÇÃO mentação de insumos, fertilizantes e vadeiras Cat 302.7 e 303.5. “Os minie-
A presença de máquinas de cons- big bags (pá carregadeira). quipamentos são muito versáteis no
trução na Agrishow é recorrente, de- Nesse rol, a empresa levou a nova segmento agro, com diversas opções
vido à significativa participação da linha de motoniveladoras B Série de ferramentas de trabalho e, mais re-
Linha Amarela no segmento. Primei- 2, contemplando os modelos 845B, centemente, com produção nacional”,
ra marca de construção a participar 865B e 885B, além de outros equipa- explica Rodrigo Sampaio, gerente co-
da Agrishow, a Case CE mais uma vez mentos de construção que podem ser mercial da linha compacta da Cater-
marcou presença. “Percebemos que o amplamente utilizados pelo produtor pillar. “Ainda na linha de compactos,
segmento de agricultura começou a rural no campo, como a retroescava- trouxemos as carregadeiras 920K e
ter uma maior representatividade na deira 580N, a pá carregadeira 621E, 914K, a última voltada especifica-
Linha Amarela”, afirma Carlos França, a escavadeira CX220C Série 2 e a mi- mente para o segmento agrícola.”
líder da Case CE para a América Lati- nicarregadeira SR175B. “Também es- Apostando em redução de emis-
Em sentido horário: a retroescavacadeira 580N, a minicarregadeira 226B3 e os manipuladores telescópicos 530-70 e MLT X 841 PS+

CATERPILLAR
CASE CE
MANITOU

JCB

2 02/OHNUJ 39
AGRISHOW 2022
Outro lançamento, a escavadeira

NEW HOLLAND CONSTRUCTION


XE27U possui design compacto com
menor raio de giro, oferecendo enga-
te rápido e novo painel LCD colorido
de 7 polegadas. Fechando as novida-
des, o modelo XE180BR traz sistema
hidráulico mais rápido e eficiente,
garante a empresa, complementado
XCMG

por uma nova válvula principal com


maior diâmetro e carretel otimizado,
a fim de reduzir as perdas de pressão
internas dos canais.
De acordo com o executivo, o fatu-
ramento atual do agronegócio dentro
da empresa gira em torno de 5% a
8%. “Antes, uma propriedade rural
A motoniveladora RG200.B EVO e a miniescavadeira XE27U (no detalhe) foram destaque no evento adquiria um trator agrícola e o adap-
tava para utilização no carregamento
sões, a JCB apresentou ao mercado vidades agrícolas. “Com capacidade e escavação”, comenta. “Hoje, os pro-
brasileiro a miniescavadeira 19C- de 4 t para levantamentos em altura dutores já perceberam como é mais
1E, a primeira do segmento 100% até 7,6 m, o equipamento também rentável usar uma máquina de cons-
elétrica e livre de emissão de po- oferece cabine ergonômica e visibili- trução nessas atividades”, explica.
luentes. Além desse modelo, a em- dade de 360º”, descreve. Por sua vez, a New Holland
presa expôs os novos manipulado- Construction fez o pré-lançamento
res telescópicos 530-70 e 530-110. das motoniveladoras da Série EVO,
“A JCB tem o objetivo de aprimorar LANÇAMENTOS que podem ser usadas em diver-
continuamente a linha de máquinas Ainda na Linha Amarela, fabrican- sas aplicações agrícolas. Equipa-
para aumentar sua produtividade tes como a XCMG marcaram presença da com tanque de combustível de
em aplicações agrícolas”, comenta na feira com lançamentos exclusivos. maior capacidade (375 l), a linha –
Alisson Brandes, diretor de vendas A marca chinesa, que atua no seg- composta pelos modelos RG140.B
e marketing da JCB do Brasil. mento agro desde 2019, promoveu EVO, RG170.B EVO e RG200.B EVO
Falando em manipuladores, o Gru- o lançamento de três escavadeiras. – traz atualizações de design e me-
po Manitou também ressaltou na Com aplicação no segmento agrícola, lhorias no chassi traseiro, visando
Agrishow a importância desses equi- a escavadeira XE35U possui design uma melhor distribuição de peso
pamentos para o mercado agrícola. sem cauda, o que garante operação do equipamento.
“Quando chegamos ao mercado bra- em espaços estreitos. Segundo Paula Araújo, líder da
sileiro, só se vendia manipuladores Segundo a fabricante, o ângulo de New Holland Construction para a
para a construção de obras popula- flexão esquerdo e direito é de 75° e América Latina, as novas motonive-
res”, conta Fabio Miskulin Ferreira, 50°, respectivamente, podendo re- ladoras começam a ser comercia-
gerente comercial da Manitou Brasil. alizar operações complexas rente lizadas a partir de julho. “O ano de
“Como esses projetos diminuíram, a paredes e superfícies em espaços 2021 trouxe bons resultados tanto
passamos a desenvolver e imple- confinados. “Equipada com motor para o setor agro quanto de constru-
mentar outros modelos para atingir EPA Tier III (Mar-I), a máquina é in- ção”, sublinha. “E para 2022, já con-
mercados como o agro”, afirma, des- dicada para tarefas como escavação, tamos com vendas compromissadas
tacando que o mercado agrícola já carregamento, nivelamento, abertu- até o final do ano.”
corresponde a 30% do mercado bra- ra de valas, trituração, perfuração,
sileiro de manipuladores. compressão e levantamento, entre
Na feira, a empresa exibiu o modelo outras”, diz Renato Torres, diretor co- Saiba mais:
Agrishow: www.agrishow.com.br
MLT-X 841 – 145 PS+, dedicado a ati- mercial da XCMG Brasil.

40 REVISTA M&T
PEÇAS E COMPONENTES

O EMBATE NA
CLASSIFICAÇÃO DE FPS
RECEITA FEDERAL PASSA A ENQUADRAR PEÇAS COMO PONTAS, DENTES,
PROTETORES E ACESSÓRIOS DE CAÇAMBAS EM NOVA CLASSIFICAÇÃO FISCAL,
QUE INCIDE EM AUMENTO DE 14% NO IMPOSTO

D evido à reclassificação tri-


butária, as importadoras
de FPS (Ferramentas de
Penetração no Solo) estão
enfrentando uma nova realidade para
comercializar seus produtos no Bra-
sil. Isso porque, além das altas no pre-
tributos, a alta chega a variar de 16%
a 18% para o cliente final. A classifica-
ção fiscal na Receita é o código tribu-
tário de produtos. Desde que se come-
çou a importar FPS, esses itens sempre
se enquadraram no código 84314929,
que desobrigava a taxação de imposto.
tacando que a classificação favorecia o
importador. “Em 2019, começamos a
ter problemas de retenção de produ-
tos no porto, devido a essa mudança
de classificação”, conta.
Para ele, é como se uma importa-
dora de pneus fosse obrigada a pagar
ço do aço, a Receita Federal passou a Assim, era possível comprar uma imposto como importadora de carros.
enquadrar peças como pontas, den- ponta de caçamba original de qualquer Assim, o executivo entrou com um
tes, adaptadores, protetores e acessó- marca, nacional ou importada, sempre processo na Receita, chegando a ela-
rios em geral em uma nova classifica- com o mesmo registro. “Desde 2009, borar um laudo para demonstrar que
ção fiscal, que gera aumento de 14% nunca houve qualquer discussão ou o produto estava inscrito no enqua-
do imposto de importação. mudança de entendimento”, conta Eu- dramento correto, embora o órgão
A partir de uma cascata de outros ler Miranda, diretor da Fênix FPS, des- tentasse mudá-lo para outra catego-

LPR

2 0 2 / O H N U JUNHO/2022
J 41
PEÇAS E COMPONENTES
Inicialmente absorvido, o aumento

FÊNIX FPS
foi repassado de maneira gradativa
ao mercado, chegando a uma média
de 20% de alta. De forma geral, as mi-
neradoras tiveram impacto nos cus-
tos dos produtos, mas isso ocorreu
ao mesmo tempo em que deram um
salto nos ganhos com a disparada dos
preços dos minérios, além do dólar
favorável à exportação. “O momento
é favorável para validação de novos
produtos, com tecnologias que bus-
cam segurança, performance e menor
Regra para caçambas mudou com nova classificação, impactando as importações
tempo de parada dos equipamentos”,
avalia Riccioppo.
ria – e cobrar imposto. nova classificação pode mudar esse
No documento, ficou claro que as quadro. “Sem dúvida, agora [as peças
FPS são ferramentas destinadas a uma nacionais] se tornam uma opção de CLASSIFICAÇÃO
variedade de aplicações de penetração preço e podem ganhar mais espaço A mudança de classificação vai além
de solo, usadas em diferentes partes que os produtos importados, princi- do imposto de importação, pois a Re-
das máquinas. “Contudo, acabamos palmente da China”, diz Riccioppo. ceita também estabelece multa retro-
perdendo a causa”, resgata Miranda. “A O especialista destaca que aguarda ativa às empresas enquadradas no có-
regra mudou para todos os importado- as fabricantes se posicionarem e defi- digo anterior. “Algumas importadoras
res com a nova classificação 84314100, nirem o mercado. “Houve questiona- estão sendo penalizadas com multas
que é exclusiva para caçambas.” mentos por parte de clientes, pois os de até três anos, devido a mudanças
Segundo Paulo Riccioppo, diretor aumentos tiveram que ser repassados de interpretação – e não por má fé do
da LPR Soluções, não se entende por no custo final do produto, uma tare- importador”, critica Miranda. “Para
que a receita decidiu mudar a classifi- fa que não havia sido premeditada e evitar passivos de tributação, esta-
cação após tanto tempo, consideran- que acontece em meio a um grande mos pagando mesmo sem concordar
do as diversas fiscalizações que – ele aumento do custo da matéria-prima com a cobrança.”
assegura – validam o entendimento e de suprimentos, além da disparada Identificar a classificação de um
da NCM (Nomenclatura Comum do do dólar”, acentua. produto é uma tarefa mais técnica
Mercosul) anterior. “No nosso caso,
Receita estabelece multa retroativa às empresas enquadradas no código anterior
chegamos a ter fiscalização com peri-

FEURST
to aduaneiro determinado por fiscais
da receita, mas tudo foi validado”, re-
lata. “No entanto, quando avaliamos
o mercado de dentes, pontas, adap-
tadores e partes relacionadas, vemos
que ainda existem players importan-
do com a NCM antiga e outros com a
nova. Ou seja, é como se a regra não
estivesse valendo para todos.”
Algumas empresas produzem FPS
no Brasil, embora Riccioppo conside-
re que o produto nacional não substi-
tua os importados em termos de de-
sempenho, durabilidade e tecnologia,
especialmente em mineração. Mas a

42 REVISTA M&T
Partindo desse pressuposto, se to-

LPR
dos os contribuintes resolvessem
consultar o órgão e aguardar uma
solução, certamente haveria um co-
lapso na economia, aponta Francisco,
uma vez que muitas empresas não
poderiam importar, enquanto outras
sequer poderiam comercializar seus
produtos no mercado interno até ob-
ter o código NCM.
Por essas razões, ele não conside-
ra justo que sejam aplicadas multas
por supostos erros de classificação,
Para especialista, montante pago indevidamente deveria ser devolvido ao contribuinte
mas sim que o fisco funcione como
que fiscal, pois implica em conheci- ressalta o especialista, que também é um órgão informativo, orientando os
mento da mercadoria e do Sistema diretor da Orcem Consultoria. contribuintes sobre qual classifica-
Harmonizado de Designação e de Ele utiliza o termo ‘supostos erros’ ção adotar, sem punição retroativa.
Codificação de Mercadorias (SH), mé- pois considera que a Receita não é “A divergência de classificação fiscal
todo internacional baseado em uma um robô autônomo com inteligência seria analisada e discutida sem pa-
estrutura de códigos e respectivas artificial infalível. Quem classifica as ralisar a importação e comercializa-
descrições. De acordo com os espe- mercadorias, observa, são analistas ção”, comenta.
cialistas, é fundamental conhecer as fiscais do setor público, não mais ca- Há ainda, segundo ele, uma decisão
regras que regem a interpretação, pacitados que muitos classificadores do Supremo Tribunal Federal (STF)
bem como as centenas de notas com fiscais do setor privado. “Assim como que determina à Receita Federal não
detalhamento sobre as mercadorias, pode ocorrer equívoco com contri- bloquear mercadorias em proces-
visando auxiliar na classificação. so de importação por divergência
buintes ou profissionais do setor
Muitas peças têm seu próprio regi- de classificação fiscal, fato que pode
privado, o mesmo pode se passar no
me de classificação, ou seja, um códi- acarretar uma série de problemas
setor público”, equipara.
go específico, enquanto outras não. e prejuízos, envolvendo armazena-
mento, logística e situações que di-
Em razão disso, é necessário consul-
tar as notas, comparando caracte- FISCALIZAÇÃO zem respeito não só ao importador,
De acordo com Francisco, se a Recei- mas a toda a cadeia produtiva. “Um
rísticas das mercadorias com as in-
ta autua e cobra diferenças de impos- órgão como a Receita Federal deve-
formações constantes nos capítulos,
tos dos contribuintes – considerando ria agir como um aliado do contri-
posições e notas da TEC (Alíquota de
que tributaram a menos por um su- buinte, auxiliando-o em todas essas
Imposto de Importação) e TIPI (Alí-
questões e não apenas autuando e
quota de IPI) e nas Notas Explicativas posto erro de classificação fiscal –, o
cobrando diferenças corrigidas mo-
do Sistema Harmonizado (NESHs), oposto também deveria acontecer.
netariamente, visando cada vez mais
que compõem um acervo com milha- Ou seja, devolver o montante pago
arrecadação”, pondera Francisco,
res de aspectos técnicos. indevidamente, sem que o contri-
para quem os poderes da República
Especializado em classificação, o buinte precise solicitar por via judi-
e as instituições tributárias foram
consultor Cláudio Cortez Francisco cial. “A Receita não conseguiria suprir
criadas para atender e auxiliar o con-
explica que, na maioria das vezes, a a necessidade de classificação fiscal
tribuinte. “Porém, funcionam mais
identificação do Código NCM exige de todos os contribuintes que têm
como órgãos punitivos e arrecadató-
pesquisas, estudos, comparações e dúvidas nessa questão”, ressalta. “Se rios do que orientadores”, arremata.
interpretações, definindo a tributação todos fizessem consulta formal de
que recai sobre o produto. “Atualmen- classificação, a resposta demoraria
te, muitos contribuintes são autuados meses, pois o órgão não dispõe de Saiba mais:
Fênix FPS: https://fenixfps.com.br
diariamente por supostos erros de pessoal para atender à demanda que LPR Soluções: www.grupolpr.com.br
Orcem Consultoria: www.classificadorfiscal.com.br
classificação fiscal de mercadorias”, já existe”, diz.

2 02/OHNUJ 43
EMPRESA

IMAGENS: TRACBEL
VISÃO DE
LONGO PRAZO
C
APÓS FATURAR R$ 3
BILHÕES EM 2021, A
DISTRIBUIDORA TRACBEL
COMPLETA 55 ANOS
COM INVESTIMENTOS
onsiderada uma das
maiores distribuidoras
de máquinas pesadas do
país, a Tracbel chega aos
55 anos de história com resultados
positivos, incluindo a abertura de fi-
liais e a entrada em novos setores,
Segundo Luiz Gustavo R. Pereira,
CEO da Tracbel, não fossem as restri-
ções na cadeia de suprimentos e de
matérias-primas, a empresa poderia
ter crescido ainda mais. “No primeiro
trimestre de 2022 crescemos 42% em
relação ao mesmo período do ano an-
além da adoção crescente de práticas terior, em um resultado puxado prin-
EM SUA REDE DE sustentáveis. cipalmente pela região Norte, tanto
Com 31 unidades espalhadas por na parte de infraestrutura, como de
FILIAIS, ENTRADA EM 15 estados brasileiros, a empresa mineração e agricultura”, comenta.
NOVOS SETORES E com matriz em Contagem (MG) vem Mesmo não enxergando um cres-
registrando números significativos cimento tão forte neste ano, Pereira
PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS mesmo em meio à situação instável acredita que o Brasil, por ser um país
nos últimos anos. Prova disso é o fa- com déficit de infraestrutura, além
turamento histórico de R$ 3 bilhões de contar com uma forte presença no
obtido no ano passado. cenário agrícola, florestal e logístico,

44 REVISTA M&T
tem tudo para avançar nesses e em
outros segmentos.
Mas isso requer resiliência e tra-
balho. “Passamos por momentos tur-
bulentos em um espaço mais curto
de tempo”, avalia. “Desde a crise de
2014, nosso faturamento retraiu de
R$ 840 milhões para R$ 350 milhões,
mas fizemos nosso dever de casa e,
agora, chegamos ao número de R$ 3
bilhões.”
Para este ano, o CEO revela que a
distribuidora está investindo em pes-
soal, tecnologia e filiais, a exemplo do
que ocorreu recentemente em São
Luís (MA), Marabá (PA) e Miritituba
(PA). “Temos planos de longo prazo
no país”, ele assegura. “Nos últimos
três anos, investimos mais de R$ 100
milhões na operação.”

Pereira: Tracbel celebra de 55 anos de atuação em momento positivo


ESTRATÉGIAS
Atuando com marcas de destaque John Deere (tratores, colheitadeiras, da Itaeté, concessionária da John De-
como Volvo CE e Volvo Caminhões e pulverizadores e implementos agrí- ere em São Paulo, buscando melhorar
Ônibus, atualmente a distribuidora colas), adotando diferentes estraté- o atendimento na parte de gestão,
também representa fabricantes como gias geográficas para cada uma delas. tecnologia, e-commerce e monitora-
SDLG (carregadeiras e escavadeiras), “O agro é um dos setores que mais mento, de modo que a aproveitar as
Michelin e Camso (pneus), Kalmar crescem no país e, por isso, tornou- oportunidades crescentes do merca-
(soluções de manuseio de carga), -se um dos mais estratégicos para do agrícola.”
Tigercat (máquinas florestais), SP nós”, ressalta Pereira. “Desse modo, Outra frente que desde 2016 vem
Maskiner (cabeçotes florestais) e recentemente entramos como sócios recebendo investimentos na empresa

TELAS PARA
TELAS PARA
PENEIRAMENTO
PENEIRAMENTO
Linha completa de Telas utilizadas no
Linha completa de
processamento Telas utilizadas no
e beneficiamento
processamento e beneficiamento
de Minérios e Agregados.
de Minérios e Agregados.
TELAS DE AÇO TELAS DE BORRACHA
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TELAS DE POLIURETANO
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Avenida Victor Andrew, 2055 - Zona Industrial, Sorocaba - SP
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EMPRESA
é o e-commerce. Segundo o executi-
vo, a pandemia intensificou essa ten-
dência. Antes da covid-19, a empresa
tinha um volume de 300 mil reais/
mês de vendas on-line para peças de
reposição. “A pandemia fez o cliente
do balcão migrar para o on-line, mas
felizmente a empresa já estava com
tudo pronto”, afirma Pereira. “Com
isso, tivemos um crescimento 20 ve-
zes maior nesse período, passando
para 6 milhões de reais/mês em pe-
ças e pneus.”
Além da venda de peças, a empre-
sa registrou outro feito importante,
como explica Pereira. Como em mar- Projetos de profissionalização integram a agenda ESG da distribuidora
ço de 2020 (quando veio a pandemia)
a empresa contava com um grande
o CEO, o projeto conta com um orça- Coroando esse período de cres-
volume de máquinas em estoque, foi
mento de R$ 15 milhões para fazer cimento e fortalecimento, no ano
realizado um evento on-line que pre-
a transição. “Futuramente, o projeto passado a Tracbel recebeu a maior
via comercializar cerca de 30 equipa-
será estendido para todas as filiais do nota em satisfação do cliente da
mentos. “Porém, para a surpresa de
grupo”, revela. rede global de distribuidores da
todos, foram vendidas em torno de 90
Outro ponto importante da agen- Volvo. A empresa recebeu avaliação
máquinas”, afirma o CEO.
da, informa o executivo, são os de 9,7 pontos na tradicional pes-
Com esses resultados, o executivo
projetos sociais. Juntamente com quisa CSS (Customer Satisfaction
acredita que o novo modelo de ven-
a ONG Ação Cidadania, a empresa Survey), realizada mensalmente
das veio para ficar, tanto para peças,
atua desde 1995 no “Projeto Pro- entre os revendedores da marca
quanto para máquinas e implementos
fissionalizar”, voltado para cultura, em todos os continentes.
agrícolas. “Nada vai substituir as ven-
profissionalização, esporte e cida- Foi a primeira vez que um distri-
das presenciais, mas o on-line certa-
dania, transformando a vida de cen- buidor latino-americano da marca
mente será um aliado e uma alterna-
tenas de jovens. conseguiu uma avaliação tão eleva-
tiva para o cliente, que passa a ter um
Na mesma linha, a empresa tam- da. “Ficamos orgulhosos em fazer
ganho de eficiência”, diz ele.
bém incentiva o “Projeto Falcões”, um trabalho que repercute positiva-
para qualificação profissional de jo- mente e contribui para aumentar a
SUSTENTABILIDADE vens em situação de vulnerabilidade. rentabilidade da operação de nossos
Investindo em ESG, a Tracbel im- “Acolhemos meninos carentes na fai- clientes”, celebra.
plementou há pouco uma unidade xa etária de 16 a 18 anos, oferecendo Mesmo com todo esse crescimen-
autossustentável em energia solar oportunidades de carreira e vida”, to, a empresa mantém a filosofia de
na filial de Sumaré, na região me- conta Pereira. “Ao todo, já formamos trabalhar com zero endividamento,
tropolitana de Campinas (SP), com mais de 700 alunos, muito deles ago- derivada do que o CEO chama de
expectativa de reduzir em até 95% o ra diretores de empresas, executivos “conservadorismo dos mineirinhos”,
consumo de energia. de finanças e especialistas em tecno- que vem acompanhando a trajetória
O modelo adotado na unidade inclui logia, além de mecânicos.” da empresa nesses 55 anos. “São es-
a instalação de placas fotovoltaicas de O Grupo também aposta na diver- ses fatores que fazem com que a em-
captação de energia solar para con- sidade de gêneros, contando com presa continue crescendo de forma
sumo próprio. Instalados ao longo da mais de 25% dos cargos de liderança sustentável”, arremata Pereira.
extensão do telhado, 190 módulos de ocupados por mulheres. “E a tendên-
534 watts e 2,6 m² entregam uma po- cia é que esse quadro aumente ainda Saiba mais:
Tracbel: https://maquinas.tracbel.com.br
tência de 101,7 kWp. De acordo com mais”, assegura Pereira.

46 REVISTA M&T
A ERA DAS MÁQUINAS
A construção da hidrelétrica
das Três Gargantas
Por Norwil Veloso

questão, chegando-se à solução definitiva

IMAGENS: REPRODUÇÃO
após muita discussão e a despeito da
As eclusas de cinco níveis em
construção, no início dos anos 90 postura dos Estados Unidos nos governos
Carter e seguintes, contrária ao projeto,
invocando razões ambientais e questões
referentes a grandes obras.
A participação do Bureau of Recla-
mation foi encerrada em 1993, sob a
alegação que não era consistente com
os propósitos da entidade, enquanto as
grandes empresas americanas (como
Atkinson e Bechtel) se limitaram a servi-
ços de consultoria, auditoria e supervisão
da empreitada.

PROJETO
O projeto final compreendeu uma bar-
ragem de gravidade com altura de 181 m
e comprimento de 2,331 m. O vertedouro

C
é o maior do mundo em vazão, com
onstruída no Rio Yang-tsé, o dos japoneses. 110.000 m3/s, similar à de Tucuruí.
maior da China, a Usina Hidre- Em 1945, o Bureau of Reclamation dos Mesmo com a falta de apoio bancário,
létrica das Três Gargantas tem Estados Unidos, com apoio da comissão a Caterpillar vendeu US$ 15 milhões de
como funções a prevenção do Vale do Tennessee, elaborou uma equipamentos para o consórcio chinês
de enchentes, a geração de energia e a proposta para o projeto e enviou 54 en- responsável pela obra. Já a CS Johnson
melhoria do transporte fluvial. genheiros chineses para treinamento nos entregou quatro centrais dosadoras de
A ideia original de uma grande barra- Estados Unidos. As explorações prelimi- concreto de grande porte e a ITT forne-
gem nesse local coube a Sun Yat-sen, em nares, ao lado de estudos econômicos e ceu 48 bombas para poços profundos,
1919. Em 1932, o governo nacionalista trabalhos de design, foram então inicia- utilizadas no sistema de elevação de
de Chiang Kai-shek iniciou os trabalhos dos, mas tiveram de ser interrompidos embarcações.
preliminares, mas a ocupação japonesa em 1947, dessa vez devido à Guerra Civil Por sua vez, a Rotec Industries forneceu
em 1939 levou a um novo levantamento, Chinesa. guindastes e transportadores de concre-
o Plano de Otani, abortado após a derrota A vitória dos comunistas reabriu a to, além de outros equipamentos, totali-

2 0 2 / O H N U JUNHO/2022
J 47
A ERA DAS MÁQUINAS
zando US$ 80 milhões em equipamentos.
Um dos grandes problemas a serem
resolvidos no projeto era o da navegação,
uma vez que a barragem fica no rio mais
movimentado da Ásia, por onde passam
cerca de 170 navios por dia. Para possibi-
litar esse transporte, foi projetada a maior
eclusa do mundo, composta por cinco
estágios de elevação, da base até o coroa-
mento da barragem.
Esse processo leva cerca de 4 horas, um
tempo aceitável para navios de carga, mas
inviável para viagens de passageiros. Para
resolver esse problema, criou-se um segun-
do sistema de elevação de barcos, formado
por uma estrutura de concreto que utiliza
um sistema de contrapesos e reduz o tem-
po para cerca de 40 minutos.
Os blocos de concreto são conectados
por cabos à vala de aço, que carrega o na-
vio e a água onde ele flutua. À medida que
os contrapesos descem, vão elevando a
vala e o navio até o topo. Esse sistema tem
113 m de altura e capacidade para elevar
embarcações de até 3 mil toneladas, sendo
o maior do mundo já construído.

CONSTRUÇÃO Esquema mostra dimensões e estruturas do elevador fluvial da hidrelétrica, o maior do mundo já construído

A construção finalmente se iniciou em


mente, uma autoavaliação foi realizada sórcio GE Canadá-Siemens-Voith, responsá-
1992, envolta em grande polêmica devido
pelas próprias construtoras, seguida por vel pelo suprimento de turbinas e gerado-
ao seu imenso impacto ambiental. O
empresas de supervisão. Em seguida, uma res, e a GEC Alstom Mecânica Pesada, que
reservatório começou a encher em 2005 e,
empresa ligada à contratante verificava produziu equipamentos para o consórcio
em 2006, foi construída a segunda represa
os resultados, cujas informações eram ABB-GEC-Alstom. Parte das turbinas foi
provisória. Na mesma época, a eclusa e o
passadas para três centros técnicos e uma produzida no Brasil pela Voith (6 unidades)
primeiro grupo de geradores entraram em
comissão de controle. Foram colocados e pela Alstom (6 unidades), sendo que
funcionamento.
quase 300 supervisores na atividade, em essas empresas também participam de um
Até o final de 2004, já haviam sido
cobertura de 24 horas. processo de transferência de tecnologia
instaladas quatro turbinas, enquanto
outras 22 foram instaladas até o final de Havia ainda quatro auditorias chinesas para produção de componentes na China.
2009, atingindo a capacidade instalada de de porte e empresas internacionais como Os financiamentos dos bancos ameri-
18.200 MW, superior inclusive à de Itaipu Electricité de France, Bureau Veritas, Spie e canos foram sistematicamente negados
(todavia, a hidrologia do Rio Paraná, mais Harza atuando no projeto. às empresas solicitantes, o que levou a
favorável que a do Yang-tsé, faz com que a Diversas empresas brasileiras também um aumento da participação europeia no
geração real de Itaipu seja maior). participaram, tendo em vista sua experiên- fornecimento, tanto dos equipamentos de
Durante a construção, foi dada grande cia em obras como Itaipu e Tucuruí. Entre construção quanto de instalação definitiva.
ênfase ao controle de qualidade, que elas, podem ser citadas a Sade-Vigesa, Participaram do projeto empresas do
compreendeu diversos níveis. Inicial- fornecedora de componentes para o con- porte de Potain, Krupp Fordertechnik,

48 REVISTA M&T
que ainda estão sendo levantadas,
referentes ao risco de terremotos devido
à proximidade de duas falhas geológicas,
a deslizamentos das margens devido
ao movimento vertical das águas do
lago ao longo do ano e ao aumento da
poluição das águas devido à redução da
velocidade da correnteza, que aumenta a
precipitação de poluentes, já que são des-
pejadas mais 1,25 bilhões de toneladas de
esgotos por ano no leito do rio.
Imagem mostra a construção da casa de força da barragem da hidrelétrica de
Como o rio é um fornecedor de água po-
gravidade das Três Gargantas, uma incrível obra de engenharia com 181 metros de altura tável, esse também é um problema grave.
Por outro lado, a barragem tornou possível
Mannesmann Demag, Siemens, Baur, média pouco acima de 1,5 km. Durante a
o controle das enormes inundações que
Mitsubishi, NKK, Terex, Asea Brown Bove- construção, mais de mil cidades e aldeias
ocorriam a jusante na estação chuvosa, o
ri, Harza e outras, além das citadas. foram inundadas, com desalojamento
que também era extremamente sério.
total de 1,3 milhão de pessoas. Ademais,
PROBLEMAS o reassentamento é um problema social Leia na próxima edição:
O lago da barragem se estende por que perdura até hoje. O transporte de material
563 km ao longo do rio, com uma largura Além disso, há questões ambientais escavado nos anos 70
MANUTENÇÃO

REPRODUÇÃO
SISTEMA ELÉTRICO EXIGE
REGULARIDADE NOS CUIDADOS
ESPECIALISTAS DESTACAM

PONTOS DE ATENÇÃO COM

COMPONENTES ELÉTRICOS

EM EQUIPAMENTOS

PESADOS E CAMINHÕES,
N a medida em que se colocam
máquinas e caminhões em ope-
ração no canteiro de obras, in-
variavelmente já se deve pensar
em sua manutenção no período de ocupação.
A tarefa é essencial para evitar atrasos no cro-
nograma do projeto por conta de indisponibi-
de para-brisa, os sistemas elétricos em equi-
pamentos pesados também garantem o fun-
cionamento de componentes que integram o
aparato eletrônico dessas máquinas”, explica
Ricardo Giulett, consultor técnico da Sotreq.
Por isso, a manutenção preventiva e cor-
retiva de sistemas elétricos e eletrônicos em
lidade de equipamentos. caminhões e máquinas pesadas exige uma re-
EVITANDO ATRASOS NO Muitas vezes, a preocupação é manter a gularidade rigorosa. “Para os procedimentos
parte mecânica pronta para executar os pesa- preventivos, é importante priorizar as substi-
CRONOGRAMA DE OBRAS
dos serviços de uma construção. Isso é parti- tuições de rolamentos de alternadores, porta
POR INDISPONIBILIDADE cularmente crítico no que se refere ao sistema escovas (no motor de partida), borne de ba-
elétrico, sem o qual o motor nem mesmo tem teria (os dois pontos que conectam o chicote
como ser acionado. “Além de serem responsá- elétrico à bateria) e limpeza dos conectores”,
veis pela partida do motor e acionamento de destaca Julio Cesar da Costa Silva, superin-
diversos componentes essenciais para a segu- tendente da HBSP, especialista em maquinário
rança da operação, como faróis e limpadores de construção e soluções em tecnologia, que

50 REVISTA M&T
analisar e identificar o motivo das falhas re-

JCB
correntes e, então, atualizar os planos para o
tipo de operação no qual o equipamento está
inserido”, afirma.
Por sua vez, o consultor da Sotreq diz que
é bom ter em mãos o diagrama do circuito
elétrico original do fabricante. “Nele, o profis-
sional encontrará todas as ligações elétricas
do equipamento, identificando onde começa
e termina cada fio e, até mesmo, se há relé
ou fusível no percurso da fiação”, cita Giulett.

COMPONENTES
Principal componente elétrico de qualquer
veículo automotor, a bateria exige análise
diária de suas condições. De acordo com Jo-
Sistemas elétricos acionam componentes essenciais para a segurança da operação hansen, da JCB, é comum surgir oxidação nos
polos – onde estão os bornes. “Pode-se soltar
atua em parceria com a Passarelli Engenharia. de arranque e baterias”, lembra Costa Silva, o polo e lavar com água quente, usando uma
O superintendente alerta ainda para a ne- da HBSP. “São itens críticos à operação, pois escovinha para tirar a oxidação”, orienta.
cessidade de verificação diária dos sinais lu- quando apresentam falhas impossibilitam que Para fazer a limpeza nos polos da bate-
minosos no painel, bem como da iluminação a equipe continue com a análise dos demais ria, é necessário soltar antes o cabo nega-
externa do equipamento. “Com relação à ma- sistemas, como hidráulico, mecânico, pneumá- tivo e depois o positivo – soltar primeiro o
nutenção corretiva, é necessário manter um tico e mecatrônico”. positivo e encostá-lo inadvertidamente na
estoque mínimo de peças críticas à operação, Além disso, ele destaca a importância de carcaça causa curto-circuito. Testar a carga
evitando que o equipamento permaneça para- elaborar e executar um plano de manutenção da bateria, para avaliar sua integridade,
do, aguardando reposição”, afirma. preventiva. “Caso ainda não seja o suficien- também é algo corriqueiro. Em geral, esses
Para Giulett, a manutenção corretiva só é te para atender às situações da obra, deve-se testes são feitos com voltímetros.
necessária quando os equipamentos não pas-
Maioria das falhas está relacionada a alternador, motor de arranque e baterias
saram pelos demais tipos de manutenção. “Ou

JCB
quando foram negligenciados até apresenta-
rem problemas no canteiro”, complementa.
Segundo Carlos Johansen, gerente de ser-
viços e pós-vendas da JCB, antes de qual-
quer intervenção é preciso ler o manual que
acompanha a máquina, que traz o check-list
de manutenção a ser conduzido de forma es-
pecífica. “Há muita coisa que parece básica,
mas as pessoas não seguem o procedimento”,
diz Johansen.
O especialista aponta ainda a rotatividade
de pessoas que operam uma máquina, cada
uma delas com um jeito próprio de trabalhar,
dificultando a manutenção regular. “Nas obras
em que atuei, a maioria das falhas estava re-
lacionada principalmente ao alternador, motor

2 02/OHNUJ 51
Além disso, manter as baterias bem-fixadas,

HBSP
com os terminais sempre bem-apertados, é
outra prática recomendada. “Atualmente, com
o aumento de eletrônica embarcada nos equi-
pamentos, exige-se uma fonte de alimentação
maior para transferência de energia”, afir-
ma Giulett. “Quando desligamos a máquina
na chave de partida, percebemos que ainda
existe um ‘residual’ de alimentação, devido
aos capacitores, fontes e outros componentes
internos de sistemas elétrico-eletrônicos, oca-
sionando uma demanda maior de alimenta-
ção da bateria.”
Nesses casos, diz ele, a recomendação é
que, em momentos ociosos e após o término
do trabalho, a chave geral do equipamento
seja desligada, para não diminuir a vida útil da
bateria. “Várias situações costumam causar
fuga de corrente, que muitas vezes é identifi-
Em máquinas e caminhões, o aterramento elétrico é feito com parafusos presos ao chassi
cada somente quando não se consegue ligar o
veículo”, observa. por anomalias, como corte por pedra ou rom- de fábrica e que tenha sido fabricada com as
O gerente Johansen conta que, em certa pimento durante uma movimentação brusca”, mesmas especificações da original. “É comum
ocasião, a bateria de uma máquina passou a completa Giulett. “Ou mesmo como decorrên- que alguns mecânicos improvisem um chicote
descarregar em poucas horas após uma sol- cia da vida útil alongada, quando as proteções elétrico no próprio canteiro, em um procedi-
dagem, especialmente quando o equipamento se tornam mais frágeis.” mento que pode ser o início de muitos proble-
era parado. Na soldagem, ele relata, um dos O consultor lembra que, ao se identificar mas, como curto-circuito”, ressalta.
aterramentos (fio terra) do veículo foi danifi- o local da avaria, é importante retirar total- Outro item essencial do sistema elétrico que
cado, causando fuga de carga. “Procedimen- mente a fiação e instalar uma nova, oriunda deve ser avaliado no dia a dia são as luzes e
tos de soldas em partes estruturais podem
provocar danos aos módulos de controles Dependendo do ambiente de operação, equipamentos se tornam mais vulneráveis
eletrônicos e, se o procedimento correto não

CATERPILLAR
for seguido, pode ocasionar até princípio de
incêndio”, adverte Giulett, da Sotreq.
Em máquinas e caminhões, o aterramento
elétrico é feito com parafusos presos ao chas-
si. Desse modo, Johansen orienta que devem
ser feitas duas verificações: se os parafusos
precisam de aperto e eventuais limpezas por
conta de oxidação.
Em relação aos chicotes (condutores elétri-
cos), o mais importante é protegê-los quando
há necessidade de desinstalação. “Para isso,
coloca-se um saquinho no extremo para pro-
tegê-lo, evitando cair terra ou água”, orien-
ta, citando um cuidado que deve ser tomado
também com cabos elétricos. “Durante a ope-
ração, a fiação pode sofrer avarias causadas

52
avisos sonoros. No que se refere às luzes, a um canteiro. Portanto, a manutenção desses sendo operados, os equipamentos se tornam
ação pode ser feita visualmente, para saber se componentes é prioritária. ainda mais vulneráveis. Para Costa Silva, da
funcionam corretamente. Já os avisos sonoros, HBSP, identificar a natureza da operação e o
em geral acionados quando o veículo dá ré, AMBIENTE fator ambiente é crucial para que se possa
requerem testes práticos cotidianos. O canteiro de obras é caracterizado pela prevenir falhas recorrentes em algumas apli-
cações. “Em regiões próximas ao litoral temos
É importante frisar que luzes de freio, se- presença dispersa de pó e água, além de áre-
a maresia”, exemplifica. ‘Com o passar do
tas e faróis, além da sinalização sonora, são as confinadas e abrasivas. Assim, o contato
tempo, ela acaba por produzir zinabre nos co-
elementos fundamentais de segurança do com esse ambiente requer cuidados especiais
nectores elétricos, ocasionando problemas no
operador e das pessoas que trabalham pró- para máquinas pesadas e caminhões.
sistema de partida e no monitoramento dos
ximas a caminhões e máquinas pesadas em Dependendo do ambiente em que estão
equipamentos.”
Já locais onde há muita poeira, afirma,
VEÍCULOS ELÉTRICOS AMPLIAM causam problemas em alternadores e moto-
MANUTENÇÃO NO SEGMENTO res de arranque, tendo em vista que o acú-
mulo de partículas acaba por danificar esses
Tendência irreversível no setor, os veículos elétricos tornarão ainda mais importantes os
componentes. “Já em áreas de precipitação
cuidados com o sistema elétrico. A telemetria, por exemplo, avançou bastante no univer-
de chuva, o problema passa a ser a parte de
so de máquinas e caminhões. Segundo Julio Cesar da Costa Silva, superintendente da
iluminação”, completa Costa Silva. “Assim,
HBSP, a ferramenta tornou-se imprescindível para as equipes de gestão de manutenção,
permitindo que atuem de forma remota e mais assertiva. “Essa ferramenta fornece infor- é preciso identificar cada situação e agir de
mações sobre os pontos críticos do equipamento e, com isso, a equipe de manutenção maneira preventiva, a fim de manter os equi-
consegue se preparar e atuar na correção dos problemas, evitando parada e perda de pamentos sempre em condições de produzir
produção nos equipamentos”, afirma. com confiabilidade.”
Atualmente, muitas máquinas já possuem módulos específicos de monitoramento de Em canteiros de obras instalados em cli-
sistemas elétricos, como bateria, alternador e sinalização. Esses sistemas são capazes ma seco, o problema geralmente é o resse-
de fornecer informações sobre as condições dos itens elétricos na palma da mão do camento de chicotes. “Todavia, os principais
operador. Isso elimina, por exemplo, o uso de equipamentos externos para medições dos cuidados em sistemas elétricos se referem à
diversos componentes elétricos convencionais presentes no veículo. entrada de intempéries, agentes corrosivos e
Em algumas ações de uma máquina, as funções são realizadas conjugando os sistemas umidade, especialmente em rolamentos de
mecânico e elétrico. Mas na nova realidade de equipamentos movidos a eletricidade,
motores elétricos, conectores, alternadores e
dependendo do caso, o sistema elétrico será único, exigindo observar nesse campo um
isolação elétrica”, lista Giuliett, da Sotreq.
número muito maior de componentes, que não existem em um veículo de motor de
Já para realizar a lavagem de máquinas pe-
combustão interna convencional. “Assim, a manutenção elétrica crescerá bastante em
importância”, prevê o especialista. sadas e caminhões, normalmente usa-se jato
pressurizado. “Apesar de vários componentes
BAIDU

elétricos instalados em máquinas de constru-


ção já possuírem certificação IP 67 (proteção
contra poeira e água), o fato de se direcionar
a pressão de água além do especificado tam-
bém pode danificar o componente elétrico”,
alerta Johansen. “Por isso, durante a lavagem
da máquina deve-se evitar o jato de água em
direção ao alternador e ao motor de partida,
assim como nos demais itens elétricos.”

Saiba mais:
HBSP: www.passarelli.com.br/hbsp.asp
JCB: www.jcb.com/pt-br
Sotreq: www.sotreq.com.br
Tecnologia embarcada expande a presença de componentes elétricos nos equipamentos

53 REVISTA M&T 2 02/OHNUJ 53


ENTREVISTA

MAURÍCIO MELLO
A tecnologia atrelada à experiência e conhecimento do setor são
ferramentas que tornam a Veneza Equipamentos um dos distribui-
dores com maior e mais forte presença no segmento de equipa-
mentos de Linha Amarela do país.
Em entrevista exclusiva concedida à Revista M&T, o diretor de
operações da Veneza Equipamentos Sul – Sul, São Paulo e Nordeste,
Maurício Mello, discorre sobre as perspectivas do mercado brasilei-
ro de máquinas, traçando projeções de crescimento dos negócios
para o futuro e destacando a importância da tecnologia para os ma-
quinários, tornando-os mais sustentáveis e eficientes, além de ava-
liar como a digitalização vem transformando o tradicional modelo
de negócios das empresas.
Formado em Engenharia Mecânica pela Escola Politécnica de Per-
nambuco (UPE), Mello possui ampla experiência em gestão de ne-
gócios e estratégias voltadas para aumento de market share, ocu-
pando cargos de liderança em diversas empresas.
Após iniciar carreira no setor de transportes, ao longo da sua tra-
jetória profissional o executivo transitou pelos segmentos automo-
IMAGENS: VENEZA EQUIPAMENTOS

tivo e de construção, incluindo passagens por concessionárias, loca-


doras e distribuidoras em diferentes estados do Nordeste brasileiro.
Dentro do Grupo Veneza, sua trajetória começou em 2015, ini-
cialmente como gerente comercial da Via Diesel Natal para cami-
nhões e ônibus da VW/MAN, onde chegou à liderança em 2019. No
mesmo ano, passou a atuar como diretor de operações da Ve-
neza Equipamentos Sul, distribuidora dos produtos da John
Deere Construção. “A digitalização vem transformando
o modelo tradicional de negócio, integrando muito
fortemente as ferramentas de marketing tático e
a utilização de dados ao conhecimento e relacio-
namento dos nossos consultores de vendas”,
diz ele. Acompanhe.

“A DIGITALIZAÇÃO ESTÁ
TRANSFORMANDO O
SETOR”
54 REVISTA M&T
• Como o Grupo Veneza está também tem uma parcela extrema- afirmar é que, nos últimos dois anos,
estruturado atualmente? mente importante nos negócios. mesmo com as dificuldades de pro-
As empresas Veneza Equipamen- Nesse rol, também se destacam se- dução, observamos um crescimento
tos e Veneza Equipamentos Sul distri- tores como o florestal no Sul e o de médio de 30% ao ano na indústria. E
buem os produtos de Linha Amarela mineração no Nordeste. as projeções apontam para a continui-
da John Deere e a linha de pavimen- • E como está o desempenho do dade desse ritmo de crescimento, com
tação do Grupo Wirtgen, em diferen- mercado brasileiro de máquinas a normalização no cenário de gargalos
tes regiões de atuação. Atualmente, no país na sua visão? de produção prevista para o final deste
são 11 unidades ao todo, sendo três O mercado brasileiro vem apresen- ano e início de 2023. Também há boas
na região Sul (nos estados do Paraná tando uma retomada muito expressiva perspectivas de crescimento nas áreas
e Santa Catarina), duas em São Paulo desde o final de 2017 e início de 2018, para as quais distribuímos os produtos
e seis no Nordeste, sendo que, dessas em uma trajetória de recuperação que, de pavimentação da marca Wirtgen.
seis lojas, cinco fazem combo com o mesmo com a pandemia, ficou ainda • Quais foram os efeitos da
dealer do Grupo para a Linha Verde, mais acelerada no início de 2020. Com pandemia na operação em termos
a Veneza Máquinas. Na estrutura de esse aumento de demanda, ocorrida de vendas e atendimento?
gestão, contamos com uma Diretoria em um momento no qual – devido às Durante a pandemia, registramos
de Operações unificada, com base em limitações impostas pela pandemia um crescimento no atendimento
Indaiatuba (SP), além de Diretorias Co- – vivíamos todo um processo de difi- pós-venda até mais acentuado que
merciais Regionais na Veneza Equipa- culdades na logística de produção, sur- na comercialização de máquinas
mentos Sul, Veneza Equipamentos SP giram dificuldades especialmente em novas. De modo geral, tivemos uma
e Veneza Equipamentos NE. relação à disponibilidade de produtos, participação crescente de máquinas
• Quais são as principais áreas de afetando ainda o mercado de peças de de maior porte no volume de ven-
atuação dessas empresas? reposição, uma situação que, nesse das, especialmente escavadeiras
Temos uma diversificação muito momento, ainda não se apresenta to- e pás carregadeiras. E diante dos
grande de mercado em nossas di- talmente equalizada. desafios impostos pela pandemia,
ferentes regiões de atuação, mas • Diante desse cenário, quais também registramos um forte im-
contamos com uma demanda muito foram os resultados da empresa pacto na aceleração de soluções tec-
forte na infraestrutura, especialmen- no ano passado? nológicas, tanto de conectividade e
te na compra direta pelas construto- Por política interna da empresa, monitoramento do desempenho das
ras ou via empresas de rental. Além não divulgamos resultados operacio- frotas como de diagnóstico remoto
disso, o agronegócio evidentemente nais detalhados. Mas, o que podemos de falhas nas máquinas.

Mesmo com dificuldades na


produção, crescimento médio da indústria
chega a 30% ao ano, diz executivo

2 02/OHNUJ 55
ENTREVITS AI MAURCÍ OI MELOL
• Ainda sobre avanço tecnológico,
como a digitalização vem
transformando a atuação da
empresa?
A digitalização vem transformando
o modelo tradicional de negócio, inte-
grando muito fortemente as ferramen-
tas de marketing tático e a utilização
de dados ao conhecimento e relacio-
namento dos nossos consultores de
vendas. Diria que as ferramentas digi-
tais, por exemplo, vêm ‘turbinando’ o
trabalho do pessoal de campo, tornan-
do-o muito mais assertivo, trazendo
maior velocidade na identificação de
oportunidades e na adoção de ações
que jamais conseguiríamos obter no
modelo tradicional.
• Como isso pode impulsionar os
Para Mello, avanço tecnológico vai ditar o ritmo de transformação do setor em eficiência e sustentabilidade
negócios?
• Por falar nisso, como a tria, exatamente pelos motivos citados O consultor se faz cada vez mais
tecnologia pode ser um divisor acima, como sustentabilidade e efici- presente, pois isso gera confiança
de águas para o setor? ência. O avanço tecnológico nos acu- nos clientes. Dessa forma, a união da
Hoje, a tecnologia está presente em muladores (baterias), gerando aumen- tecnologia com a construção de rela-
diversas áreas de atuação. O foco em to de autonomia e tornando mais fácil cionamentos – que sempre envolve
soluções cada vez mais sustentáveis e e rápida a recarga, por exemplo, vão conhecimento técnico e confiança mú-
inteligentes é total, pois permite au- ditar o ritmo dessa transformação ine- tua – ainda é o modelo mais indicado
mento de produção não apenas por vitável. Ou seja, é uma questão deci- para o nosso negócio neste momento
meio da redução dos custos operacio- siva para o futuro, baseada na susten- do mercado.
nais, mas principalmente pelos meno- tabilidade. Claro que existem algumas
res níveis de emissões, gerando menos soluções em estágio mais avançado
resíduos e menor ruído, com soluções em outros países, mas com certeza Saiba mais:
Veneza: www.venezaequipamentos.com.br
sempre mais eficientes, específicas também estamos nesse caminho.
para as necessidades e, ainda, mais
seguras que antes. É necessário des- A digitalização vem transformando o
modelo tradicional de negócio, aponta Mello
tacar ainda o novo estágio da conec-
tividade que é a automação, presente
nos mais diversos segmentos, com so-
luções cada vez mais sustentáveis, seja
no agronegócio ou na construção, com
máquinas totalmente conectadas, au-
tônomas e elétricas.
• Como avalia o avanço desses
conceitos? Que impactos espera
no setor no curto prazo?
As máquinas elétricas, por exemplo,
não são apenas uma mera tendência,
mas um caminho sem volta da indús-

56 REVITS A M&T
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JUNHO/2022 57
COLUNA DO YOSHIO
Tecnologia e negócios inovadores

M
uitas vezes, a tecnologia e os novos produtos dela deri-
vados chegam antes mesmo que se entenda seu pleno
alcance ou a utilidade de sua aplicação. Todavia, há situa-
ções em que a ideia inovadora que envolve um processo
precisa esperar que a tecnologia avance para viabilizar um
novo modelo de negócios.
RAIZ CONSULTORIA

Voltemos décadas no tempo, até o ano de 1995, quando uma nova categoria de
produto chegava ao mercado. Refiro-me ao PDA (Personal Digital Assistant), precur-
sor de algumas funções que hoje desempenham papeis menores em um smartpho-
ne, como “agendas” e “anotações”. Creio que, após alguns anos, o Palm tornou-se um
dos mais destacados produtos tecnológicos do mercado.
O fato é que os engenheiros começaram a explorar o PDA para usos profissionais
mais sérios e valiosos. Uma dessas ideias incluía mudanças nos serviços técnicos de
Há situações manutenção e reparos de máquinas e motores. Devidamente programado, o PDA

em que a ideia poderia fazer a leitura de códigos de falhas e outros dados de diagnóstico da CPU,
permitindo ao técnico transmitir as informações à central por meio de um telefone
inovadora que ou notebook. Em tese, a solução multiplicaria a capacidade de atendimento, além
de impactar a formação de técnicos.
envolve um Porém, a ideia não foi muito longe. E uma das razões disso pode ter sido a limitada

processo precisa capacidade dos PDAs, que não trabalhavam com imagens. Outra hipótese aponta
para a falta de cobertura da comunicação via celular ou “satelital”. Em resumo, o con-
esperar que ceito estava à frente da tecnologia disponível comercialmente na época.
Hoje, a mesma ideia vem tomando uma nova forma, muito mais amigável e rá-
a tecnologia pida, por meio de imagens HD, Realidade Virtual, Realidade Aumentada, Óculos de

avance para RV, Processadores Rápidos e Comunicação 5G. Agora, o conjunto dessas tecnologias
já viabiliza o trabalho de diagnóstico remoto e orientação visual completa em am-
viabilizar um biente Metaverso, o que permite lidar com segurança em um campo cada vez mais
complexo e exigente de manutenção e reparo de equipamentos.
novo modelo de Entendo que estamos no “ponto de inflexão” da curva de adoção da solução que

negócios.” esse conjunto de tecnologias e produtos proporciona ao mercado, com mais efici-
ência, praticidade, rapidez e (por que não?) baixo custo.
Certamente não se trata de “Rocket Science”, mas de um “ambiente tecnológico”
que alcançou maior grau de maturidade, tornando viável uma solução já concebida
e que, antes, não tinha os meios técnicos de se concretizar.

*Yoshio Kawakami
é consultor da Raiz Consultoria e diretor técnico da Sobratema

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