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Questões Administrativo - Cecílio - Trabalho 1º Bimestre
Questões Administrativo - Cecílio - Trabalho 1º Bimestre
Camila Rodrigues
Darielly Vaz de Lima
Eriberto Atti
Gustavo Padilha
Jonathan Erik von Erkert
Lidiane Mari Satomi
Luiz Balestra
A CF/88 dispõe sobre a ligação entre o Executivo e as agências nos artigos 84,
II (“Compete privativamente ao Presidente da República: II – exercer, com o
auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração Federal”)
e 87, parágrafo único, I, (“Compete ao Ministro de Estado, além de outras
atribuições estabelecidas nesta Constituição e na lei: I – exercer a orientação,
coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da administração federal na
área de sua competência e referendar os atos e decretos assinados pelo
Presidente da República”), pois há necessidade de supervisão administrativa
daquele em relação a estas.
Estadual.
Tal dispositivo, em uma primeira análise abre o questionamento acerca da
possibilidade de estar sendo ferido o princípio da continuidade do serviço
público. Porém, tal assertiva não merece prosperar, uma vez que o
mencionado dispositivo não deve ser analisado isoladamente, mas em conjunto
com a Lei 8987/95, que é clara ao prever em seu artigo 6º, § 3º que não se
caracteriza como descontinuidade do serviço, sua interrupção em situação de
emergência ou após prévio aviso, por razões de ordem técnica ou de
segurança das instalações, ou ainda, por inadimplemento do usuário, conforme
prevê o caput do artigo 17 da lei em estudo.
próprios. Este conceito pode ser também utilizado para pessoas de direito
público, representando a expressão dar receita própria, passível de ser
utilizada autonomamente.
Ocorre que a própria formatação de uma Agência Reguladora, traz no seu bojo
a automomia em questão, para que se realize técnicamente os trabalhos a que
a entidade se propõe.
Destacamos que as receitas relevantes, do ponto de vista financeiro, de que se
serve a ANEEL, estão previstas no art. 11 inciso II “recursos ordinários do
Tesouro Nacional” e art. 12 recursos “da Taxa de Fiscalização de Serviços de
Energia Elétrica” da referida lei.
Na primeira hipótese, para pleitear recursos da Administração Central, a
Agência Reguladora terá que encaminhar à Secretaria Geral do Ministério a
que estiver submetida, uma proposta orçamentária. Em seguida esta proposta
será encaminhada ao Ministério do Planejamento onde fará parte da LOA (Lei
Orçamentária Anual), sempre exaurida com cortes. Em seguida a LOA será
enviada e aprovada pelo Congresso Nacional.
Com os recursos já aprovados e com cortes, o Governo Central, somente os
liberará às Agências, de forma paulatina, e isto, se não houver política de
contingenciamento.
Conseqüência lógica: absoluta dependência financeira do poder central, e
conseqüente perda da autonomia funcional.
No caso das receitas oriundas das Taxas de Fiscalização, previstas no art.12, o
itinerário financeiro é seguinte: recolhimento da taxa via GRU, pelo Banco do
Brasil. Estes valores são encaminhados à STN (Secretaria do Tesouro
Nacional) para registro fiscal, de onde deveriam ser repassados às entidades
legalmente beneficiadas.
Porém estes valores ficam retidos na STN, para fazer superávit fiscal, e são
repassados às Agências ao longo do exercício, e nem sempre na sua
totalidade.
Conseqüência: as autarquias não terão recursos em tempo hábil para utilização
nas suas tarefas; inviabilização para aplicação financeira dos recursos, prevista
em lei e reiteração da dependência econômico-financeira, junto ao poder
central.
Conclui-se, portanto, que a autonomia financeira conferida pelo legislador, na
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prática é uma ficção, o que coloca em xeque a própria razão de ser da Agência
Reguladora, que tem na sua essência a independência funcional, pois será a
sua administração tão rígida quanto à do próprio Estado, fazendo desaparecer
a conveniência da sua criação.
O cotejo entre as leis revela uma principal diferença no que diz respeito à
indenização devida ao concessionário surgida na encampação da concessão.
A lei das concessões em seu artigo36 determina que a indenização devida
refere-se aos bens revertidos da concessão para o Estado, no que tange às
parcelas não amortizadas ou depreciadas, mas silencia em relação à
indenização por lucros cessantes.
Considerando que o principal fator na determinação dos valores apresentados
na licitação da concessão é o tempo do contrato (que permite calcular a
recuperação do investimento efetuado pelo concessionário), caso a concessão
seja encampada antes do decurso do prazo estipulado para ela é certo que o
concessionário tem direito ao que deixou de perceber no restante do tempo
que operaria a concessão. Neste caso, na forma de indenização.
No entanto, por outro lado a lei da ANEEL em seu artigo 19 explicita que a
indenização devida no caso da encampação exclui os lucros cessantes.
Necessária uma interpretação conforme a Constituição Federal, especialmente
quanto ao disposto no artigo 37, XXI, que exige, nos processos de licitação
para obras, serviços, compras e alienações, que sejam mantidas as condições
efetivas da proposta. Assim, uma vez extinto o contrato antes do prazo, por
razão de conveniência e oportunidade para a Administração Pública, não pode
o concessionário suportar os prejuízos decorrentes do desrespeito da equação
econômico-financeira do contrato. Outra solução não há a não ser a
indenização pelos lucros cessantes.