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Diario Oficial ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE ‘Administragio da Exma, Sr, Maria de Fatima Bezerra - Governadora ‘ANO 87 - NUMERO: 14.563 NATAL, 19 DE DEZEMBRO DE 2019 - QUINTA - FEIRA PORTARIA N° 250/2019-GP Natal, 18 de dezembro de 2019. © Presidente da Fundagio de Atendimento Socioeducativo do Estado do Rio Grande do Norte - FUNDASE/RN, no uso das atribuigdes que Ihe so conferidas pelo art. 4°, VI, da Lei Complementar n°. 614, de 05 de janeiro de 2018. CONSIDERANDO as disposigdes do Estatuto da Crianga e do Adolescente, Lei n? 8.069/90; do Sistema Nacional de Atendimento Sociceducativo (SINASE), Lei n° 12.594/2012; e, de Plano Nacional de Convivéncia Familiar e Comunitaria. CONSIDERANDO @ politica empregeda nas unidades de atendimento geridas pela FUNDASE, assim como a edico do Plano Estadual de Atendimento Sociceducativo, CONSIDERANDO a descentralizacao politico-administrativa e a regionalizacao do atendimento, CONSIDERANDO que 2 FUNDASE deve garantir a protecio integral dos direitos dos adolescentes; proporcionar 0 acesso &s politicas sociais; garantir 0 pleno conhecimento do regulamento disciplinar e uniformizar procedimentos operacionais, DETERMINA: Instituir, no ambito da Fundacdo de Atendimento Socioeducativo - FUNDASE/RN, o Regimento Interno das Unidades de Atendimento 20 Adolescente em cumprimento de medida socioeducativa de Internaco e Semiliberdade, assim como a Internacdo Provisdria CAPITULO I Das Disposigses Gerais Secao! Do Objetivo e Principios do Atendimento Socioeducativo Art. 1° - A Fundacao de Atendimento Socioeducativo (FUNDASE) tem por finalidade a execugo da politica de atendimento aos(is) socioeducandos acusados(as) ou autores(as) de ato infracional, com privagio ou restrigao de liberdade, atentando para a garantia de direitos, a responsabilizagao e a construgao de projetos de vida, de acordo com as leis, uonmas e recomendagdes de ambito nacional e estadual e dos compromissos intemacionais dos direitos immanos. Art. 2° — © atendimento deveri garantir a protego integral dos direitos dos(as) socioeducandos(as), por meio de um conjunto articulado de agdes da Unido, do Estado e dos Municipios. Art, 3° — Sao prineipios do atendimento socioedueativo: L__ Respeito aos direitos hnmanos; IL _Responsabilidade solidaria entre a sociedade, o Estado e a familia; IL Respeito a situagio peculiar do(a) sociveducando(a), como pessoa em desenvolvimento; IV. Prioridade absoluta para o(a) socioedueando(a); V. Legalidade: VL_ Respeito ao devido processo legal; VIL_ Excepcionalidade e brevidade; VIIL_Respeito a incolumidade, integridade fisica e seguranga; IX Respeito as condigdes do(a) socioeducando(a) para o cumprimento da medida; X_ Fortalecimento dos vinculos familiares e comunitirios; XL Incompletude institucional; XIL_Garantia de atendimento especializado a0(4) socioeducando(a)_ com deficiéneis XIIL_ Municipalizagao do atendimento; XIV. Descentralizacao politico-administrativa; XV. Gestio democritica e participativa; XVL_Mobilizagio da opiniao piblica no sentido da indispensavel participagio dos diversos segmentos da sociedade; XVIL Nao discriminacao do(a) socioeducando(a) em razao de sua etnia, religiao, ‘género, classe social, orientagdo religiosa, politica ou sexual, ou quaisquer outras formas de exelusio. Secao II Das Medidas Socioeducativas Art4? — A medida socioeducativa tem por principio a responsabilizagao doa) sociveducando(a), através de ages de carater pedagogico. Parégrafo Unico ~ Todos(as) os(8s) trabelhadores(as) da unidade, aqui nomeados(as) socioeducadores(as), dever executar @ aco socioeducativa com base no Projeto Politico- Pedagégico Art, 5° — Constituem medidas socioeducativas, previstas no Estatuto da Crianga ¢ do Adolescente, regulamentadas pelo SINASE e executadas pela FUNDASE: I. Medida socioeducativa de semiliberdade; II Medida socioeducativa de Internago § 1° A medida de semiliberdade pode ser determinada desde o inicio, ou como forma de transigao para o meio aberto, possibilitada a realizagdo de atividades extemas prioritariamente, independentemente de autorizagio judicial, conforme art. 120° do ECA. § 2°— A intemagio constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos principios de brevidade, excepcionalidade e respeito condigao peculiar do(a) socioeducando(a), como pessoa em desenvolvimento conforme arts. 121° e 122° do ECA. Art. 6 A internagao proviséria consiste em uma medida cautelar, adotada para que se garanta a seguranga pessoal do(a) adolescente, a manutengo da ordem publica e para {que se proceda & apuragao da acusacao do ato infracional Parégrafo Unico - A internaco proviséria poderd ser efetuada pelo prazo maximo de quarenta e cinco dias, conforme o art, 1082, do ECA Art. 7° — A FUNDASE é responsiivel pelo atendimento inicial, mediante as condigdes de excepcionalidade previstas no artigo 175° do ECA, a fim de permitir o acolhimento do(a) sociceducando(a) apreendido(a) em local apropriado a sua condigio, enquanto se aguarda sua apresentacio ao representante do Ministério Publico, que deve ocorrer no prazo de até 24 horas. Art. 8° — A inteagdo proviséria e 0 atendimento inicial, para os fins deste Regimento Intemno, regem-se pelos Projetos Politico Pedagégicos dos Centros de Atendimento Socioeducando Provisério (CASEP). Segao IIT Das Unidades de Atendimento Socioeducativo Art, 9° — Sao unidades de atendimento da FUNDASE I CASEP: Centro de Atendimento Socioeducando Provisério, destinado ao(a) sociveducando(a) acusado de autoria de ato infracional (Atendimento inicial ¢ Internacao Provis6ria), conforme previstos nos artigos 108° e 175° do ECA. I CASE: Centro de Atendimento Socioducativo — Atendimento 20 socioeducando sentenciado medida socioeducativa de internacao, conforme -previsto nos artigos 121° e 122° do ECA. IL CASEF: Centro de Atendimento Sociveducativo Feminino - Atendimento a socioeducanda sentenciada a medida socioeducativa de internagao, conforme -previsto nos attigos 121° e 122° do ECA. IV.CASEMI: Centro de Atendimento Socioeducativo de Semiliberdade -Atendimento ao(a) socioeducando(a) sentenciado(a) & medida socioeducativa de semiliberdade, conforme previsto no artigo 120° do ECA. Art, 10° — As unidades de atendimento terdio sua capacidade e caracteristicas definidas em Portaria, que especificari a medida socioeducativa a ser executada, conforme sexo/género e faixa etiria dos(a) socioeducandos(as) de 12 a 18 anos e excepeionalmente até os vinte um anos incompletos. Art. 11° Caberd a cada unidade de atendimento apresentar, anualmente, o resultado da avaliagao e possiveis sugesties de alteracao do seu Projeto Politico Pedagégico. Segao IV Da Estrutura Organizacional e da Defini¢o das atribuigSes/ cargos das Unidades de Atendimento Art. 12°— A estrutura organizacional das Unidades de Atendimento compreende: 1 Conselho Gestor; IL Geréneia; Ul. Equipe Técnica Especializada; IV. Equipe de Agentes Socioeducativos(as); V. Equipe de Suporte Administrativo; VL. Conselho de Responsabilizagio Socioeducativa. Subsegdo I Do Conselho Gestor Art, 13° — O Conselho Gestor ¢ drgio integrative e facilitador do provesso de decisio, planejamento e operacionalizagao de agdes nas unidades de atendimento da FUNDASE. E composto pelos seguintes atores: 1. Gerente; TI, Subgerente Técnico; IIL. Subgerente Administrativo; IV.Representante dos(as) agentes socioeducativos(as) V. Representante da Familia dos(as) socioeducandos(as); ‘VLRepresentante dos(as) socioeducandos(as), § 1° - As unidades de internagio e semiliberdade constituirio, obrigatoriamente, Conselho Gestor. 2 - As unidades de intemagio proviséria constituirio Conselho Gestor, observadas as eculiaridades da unidade na composigao do mesmo. § Pe Subsegao IT Da Gestao da unidade de atendimento socioeducativo Art. 14°— A gestdo da Unidade de Atendimento Socioeducativo ¢ composta por: 1. Gerente de unidade; IL Subgerente Técnico de unidade; TI. — Subgerente Administrative deunidade Subsegdo IIL Da Equipe Técnica Especializada Art, 15°~ Integram a Equipe Técnica Especializada das Unidades de Atendimento os(as) seguintes analistas socioeducativos(as): IL. Assistente Social; IL. Psicdlogota); TI. Pedagogo(a). Subsegio IV Da Equipe de Agentes Socioeducativos Amt. 16° — Os(as) trabalhadores(as) responséveis por acompanhar diariamente as atividades pedagigicas desenvolvidas pelos(a) sociveducandos(a) na unidade de atendimento, bem como atividades externas (conducao para oitivas, audiéncias, exames periciais, depoimentos em delegacias, transferéneias para outras unidades, desinte mages e assisténcia médica), denominam-se agentes socioeducativos(as). Subsegio V Art, 17° — A equipe de suporte administrative € composta pelos(as) auxiliares de servigos diversos. Art 18° - As atribuigdes dos cargos encontram-se em consonancia com a legislacio que dispSe sobre Lei Organica e o Plano de Cargos, Carreira ¢ Remuneragio do Quadro de Pessoal da Fundagao de Atendimento Socioeducativo (FUNDASE) e da outras providéncias. Subsegao VI Do Conselho de Responsabilizaco Socioeducativa (CRS) Ast, 19° — O Conselho de Responsabilizagio Socioeducativa é uma ferramenta pedagégica, fundamentada nos principios e diretrizes da Tustiga Restaurativa e alinhada com 0 Projeto Politico Pedagégico da unidade socioeducativa, regulamentada através de Portaria, destinada a conduzir processos de responsabilizagao disciplinar decorrentes de faltas de naturezas leve, média e grave. Pardgrafo tnico - E assegurado ao(a) socioeducando(a) o direito a ampla defesa e a0 contraditério. Art. 20° ~ © Conselho de Responsabilizagao Socioeducativa seri formado por dois membros - efetivo e suplente — de cada uma das seguintes instancias: 1 Geréneia da unidades IL, Equipe Técnica Especializada; II. Equipe de Agentes Socioeducativos(as). § 1° A representagao dos(as) agentes socioeducativos(as) sera a referéncia do plantao em que ocorreu 0 fato, § 2°— A constiutigao do Consetho de Responsabilizagao Socioeduecativa seré definida em fungao da situagao disciplinar, registrada em ata pela Geréncia da unidade, para posterior encaminhamento & Geréncia de Atendimento Socioeducativo § 3°— O Conselho de Responsabilizagdo Socivedueativa teri sua composigdo renovada anualmente § 42 — As decisdes do Conselho de Responsabilizaco Socioeducativa deverdo ser comunicadas a0(8) socioeducando(a) e sua familia, bem como constardo de ata a ser disponibilizada as diferentes instancies de gesto da unidade de atendimento socioeducativo. § 5° — Toda decisao relativa as faltas disciplinares do(a) socioeducando(a) ser tomada unicamente pelo Conselho de Responsabilizagio Socioeducativa da unidade, § 6 ~ O membro do Conselho que estiver envolvido na falta disciplinar do(a) socioeducando(a) no poder participar da reuniio em que serd discutida essa falta. Segio V Do Funcionamento das Unidades Socioeducativas Subsegao | Do Funcionamento Art, 21° — A unidade socioeducativa funciona vinte e quatro horas por dia, de forma ininterrupta Art, 22° - A autorizagdo para a entrada na unidade de atendimento deve obedecer ao previsto no Manual de Seguranga Art, 23°— A ocorréncia de fato que coloque em risco a rotina da unidade apés o horirio administrativo e na auséneia da Geréneia e da Equipe Técnica, deverd ser comunicada imediatamente 4 Geréncia da unidade. Art. 24° — Aos sibados, domingos e feriados é prevista a presenca do(a) gerente ou do(a) subgerente da unidade de atendimento. Art, 25° — O visitante deverd respeitar as normas de seguranga estabelecidas no Manual de Seguranga da FUNDASE. Subsegdo I Da Rotina das Unidades Art, 262 - Respeitadas as peculiaridades, a rotina das unidades compreende: | - Despertar: higiene pessoal e limpeza do alojamento; Il Saida entrada dos alojamentos, de acordo com a dinémica daunidade; lll Atividades pedagégicas, esportivas e atendimentos especializados; IV- Refeigdes; V - Atividades Diversas: TV e video, jogos, som, entre outros, CAPITULO II DOS DIREITOS, DEVERES Secéo! Dos Direitos Art, 27° — Sao assegurados a0() socioedueando(a) todos os direitos fundamentais nao atingidos pela sentenga ou pela Lei, sem distingdo de natureza racial, social, religiosa, politica e de género Art. 28° — Sao direitos do(a) socioeducando(a), dentre outros, os seguintes: I. Ser ouvido pessoalmente pelo representante do Ministério Piblico, podendo ser acompanhado pela Equipe Técnica de referéncia, se prefer IL Peticionar diretamente a qualquer autoridade; IL Conversar reservadamente com o seu defensor; IV. Obter informagao sobre a sua situagio processual; V. Receber tratamento digno, sem discriminagao, devendo ser chamado pelo nome; VL_ Receber proteedo contra qualquer forma de constrangiment VIL Acessar as politicas de assisténcia bisicas e especializadas, promovidas diretamente pela unidade ou pela rede de atendimento; ‘VISer matriculado no ensino formal, de acordo com o nivel em que se encontra; IX Teracesso qualificagao profissional, de acordo com suas habilidades ¢ interesses, independente da medida que esteja cumprindo, conforme as metas acordadas no Plano Individual de Atendimento; X._ Ter acesso & documentacao necessaria ao exercicio de sua cidadania: XL Receber visitas semanais, ou sair semanalmente para visita domiciliar, nos finais de semana, quando em cumprimento de medida de semiliberdade; XIL Receber visita intima, conforme legislacio e previsto no Projeto Politico- Pedagogico, disciplinado por este Regimento e pelo Manual de Seguranga da FUNDASE; ‘iLCorresponder-se com seus familiares; XIV. Teracesso aos meios de comunicagao social disponibilizados pela unidade; XV. Manter a posse de objetos pessoais, desde que autorizado pela diregao da unidade, e dispor de local seguro para guardé-los; XVL Ter garantida a entrega 4 famiia de comprovante da guarda de objetos pessoais pela unidade; XVIL Receber os documentos pessoais indispensiveis 4 vida em sociedade, bem como 0s pertences que estiverem sob posse da unidade, quando do seu desligamento; Vi XVIT Solicitar as autoridades judiciais medida cantelar quando estiver em situagao de risco, sendo-Ihe assegurado espago fisico adequado para cumpri-la; XIX. Receber orientagdo quanto as regras de funcionamento da unidade e conhecer os diferentes documentos que norteiam o sistema socioeducativo na FUNDASE; XX Participar, junto com seus familiares, da elaboracao do seu Plano Individual de Atendimento e da avaliagdo da efetividade domesmo; XXL Ser representado no Conselho Gestor da Unidade, tanto por representante das familias quanto dos(as) socioedueandos(as), observadas as _peculiaridades do funcionamento do CASEP; XNXIL Participar das reuniSes do Conselho de Responsabilizagao Sociveducativa, com direito & voz, quando do seu envolvimento em falta disciplinar; XXIIL Receber material para a limpeza do seu alojamento e para sua higiene pessoal; XXIV. Ter a garantia do uso do nome social. Além disso, de nao ser designado por apelidos depreciativos ou constrangedores; XXV, Ter sua familia devidamente informada de todo e qualquer acontecimento em que esteja envolvido na unidade: XXVI Ter resguardada sua integridade fisica e psicolégiea; XXVII Ter acesso a alimentagao em quantidade e qualidade suficiente; XXVIL Ter garantido o cumprimento dos prazos das avaliagdes ¢ dos relatorios sobre sua medida. Segio II Dos Deveres Art, 29° — Cumpre ao(4) socioeducando(a), além das obrigagdes legais inerentes ao seu estado, submeter-se as normas de execugao das medidas socioeducativa e cautelar na unidade em que estiver situado. Art. 30°—Constituem deveres do(a) socioeducando(a): L_ Tratar com solidariedade e respeito as autoridades, os servidores da unidade e ‘os(as) demais socioeducandos(as); I. Conhever e cumprir este Regimento Interno e as normas da unidade; Participar das atividades pedagégicas previstas na rotina de unidade: IV. Cumprir _responsabilizagéio socioeducativa definida pelo Conselho de Responsabilizagio Socioeducativa; Zelar pelos bens patrimoniais ¢ materiais ao seu dispor na unida Fazer a higiene pessoal e conservar limpo o seu alojamento; VIL Submeter-se a revista pessoal. do seu alojamento e dos seus pertences nos momentos definidos pela geréncia da unidade, nas hipoteses estabelecidas neste Regimento Interno ou no Manual de Seguranea Socioedueativa; VIM Submeter @ avaliagio de seguranga os objetos ou valores a que tiver acesso, oriundos do exterior da unidade; IX. Devolver os objetos fornecidos pela unidade e destinados ao seu uso particular, ‘quando de seu desligamento; XIL X. tender ordem de contagem dos(a) socioeducandos(a), respondendo ao sinal da autoridade competente para o controle da seguranga e disciplina; XI. Submeter-se 4 avaliacao inicial e continuada coordenada pela Equipe Técnica; Usar a vestimenta autorizada pela unidade; XII. Cumprir a rotina didria da unidade, obedecendo ao cronograma de todas as atividades. CAPITULO IIL DAS FASES DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO E DA MOVIMENTAGAO Segal Das Fases do Atendimento Socioeducativo Do Acolhimento e da adptagaio Art. ~ 31° A Admissio é etapa do Acolhimento, sendo 0 momento em que o(a) socioeducando(a) ingressa na Unidade de Atendimento Socioeducativo, Art, 32° - A admissio do(a) socioeducando(a) na unidade obedecerd as etapas previstas no PPP, bem como os termos deste Regimento Interno ¢ do Manual de Seguranga da FUNDASE. Art. 33° - A definigo do alojamento ao qual ofa) sociveducando(a) sera encaminhado(a) para cumprir a medida ¢ antecedida por um processo de adaptagio, Gurante 0 qual o(a) sociceducando(a) ocupard alojamento provisério, no caso de proporcionado pela estrutura arquitetonica da unidade e da proposta pedagogica. Art. 34° - A adaptacdo se constitui de momento necessirio para proceder a avaliagao dos aspectos indicados abaixo, tendo em vista a definig’o do alojamento onde o(a) socioeducando(a) cumpriri sua medida I = Idade: TL - Compleigio fisie: II - Condigao de satide integral; IV - Condigao LGBT; V_- Historico e complexidade do ato infracional; VI - Existéncia de rivalidades e desafetos Art, 35° - A leitura e entrega ao(a) sociceducando(a) de documento contendo seus direitos e deveres deve ser feita pela equipe técnica e agentes socioeducativos, preferencialmente na forma de circulo de didlogo, § 1° - Para participagio no circulo de didlogo, deve o(a) socioeducando(a) encontrar- se em estado de lucidez e sobriedade. § 2 O(a) sociceducando(a) assinari termo de responsabilidade relative aos compromissos assumidos no Cireulo de Dislogo, a ser incluido no seu prontuitio. Subsegdo IT Do Acolhimento e da Construcao do Plano In Art 36° - O Plano Individual de Atendimento (PIA) sera mediado pela equipe técnica, em conjunto com ofa) socioeducando(a), sua familia representada pelos pais ou responsaveis e agentes socioeducativos, durante o processo de cumprimento da medida socioedueativa, Ait, 37° — O processo de construgio do PIA se inicia no Acolhimento, por meio dos circulos de didlogo Pardgrafo Unico ~ O acothimento doa) adolescente na unidade de intemnagao proviséria € 0 conhecimento previo das suas demandas, visando a identificagao do alojamento provisério, devera ocorrer preferencialmente por meio dos circulos de didlogos. Subsecio IIT Do PIA e do Acompanhamento da Medida Socioeducativa Art, 382- A medida socioeducativa seré executada com base nas metas do PIA Art, 392 - O PIA respeitard as fases de atendimento, estabelecendo a processuslidade no cumprimento da medida sociceducativa § 12 - Com 0 avango no cumprimento das metas, novas atividades deverdo ser pactuadas, de forma a contribuir com o proceso de autonomia do(a) socioeducando(a), elevando suas responsabilidades e possibilidades de acesso, inclusive, a ambientes externos. § 28 - A avaliagZo do adequado cumprimento das metas do PIA pelo(a) socioeducando(a) pode resultar em incentivo @ ser definido pela eauipe técnica, em consonéncia com 0 Projeto Politico-Pedagégico e o Manual de Seguranca da FUNDASE. Subsecio IV Da Conclusio do cumprimento da Medida Socioeducativa Art 40° - O processo de conctusio da medida socioeducativa contempla a avaliagio do adequado cumprimento das metas do PIA e a preparagio do seu desligamento da unidade Pardgrafo tinieo: A efetivagdio do processo de conclusio da medida socioeducativa ‘obedecera s agdes previstas no Projeto Politico-Pedagégico. Segao I Da Movimentacao do(a) Socioeducando(a) Art. 41° — Nenhum(a) socioeducando(a) seri incluido, excluido ou transferido da unidade sem ordem expressa da autoridade competente, sob pena de responsabilidade nos termos das normas vigentes. Art, 42° — A movimentagao de socioeducando(a) de uma unidade para outra, situadas em comarcas distintas, sera precedida sempre de ordem judicial, conforme normativas da FUNDASE. Art. 43° — A transferéncia de socioeducando(a) em situacio emergencial tem cariter provisorio, podendo ser feita pelos(as) Gerentes de unidade mediante consulta ao Geréneia do Atendimento Sociceducative, e autorizada pelo Juizo competente, conforme normativas da FUNDASE. § 1° - A transferéneia do(a) socioeducando(a) nao pode ser motivada por punicao decorrente de indisciplina. § 2° - Todas as transferéncias de socioeducandos(as) sero comunicadas pela Geréneia da unidade de origem ao Juiz responsavel pelo proceso e pela Geréneia da unidade receptora ao Juiz competente pela execugdo, no prazo maximo de vinte ¢ quatro horas da sua efetivagao Art. 44° - A familia do(a) socioeducando(a) deverd ser imediatamente comunicada, pelo(a) gerente da unidade de origem, de decisfo de transferéncia. Art, 45° — A pasta de acompanhamento, os documentos pessoais, 0s documentos de transferéncia © demais pertences do(a) socioeducando(a) deverdo ser encaminhados imediatamente a unidade receptora, quando da movimentagao do(a) socioeducando(a) em caréter definitivo, de acordo com normativas da FUNDASE. § 1° - O(a) Gerente da unidade de origem deverd proceder, antes da transferéneia, 4 atualizagio de todas as informagdes documentais do(a) socioeducando(a), notadamente do seu estdgio frente ao cumprimento das metas do PIA. § 2°. Nos casos de transferéncia em carter de urgéncia, o gerente da unidade procedera & atualizagio de todas as informagdes documentais do(a) socioeducando(a), notadamente do seu estégio frente ao cumprimento das metas do PIA, até vinte e quatro horas apés 0 encaminhamento. Art, 46° - O(a) adolescente somente poder ser conduzido(a) para outra unidade apés a assinatura do termo de recebimento de sociceducando(a), emitide pela Equipe da unidade receptora. CAPITULO IV DA COMPLEMENTARIEDADE INSTITUCIONAL Secao! Das Disposigdes Gerais Art. 47° - Considerada a incompletude institucional, para o(a) socioeducando(a) é articulado o acesso as politicas sociais basicas, oportunizadas pela unidade através de integragdo com os equipamentos piblicos proximos ao local de atendimento, com a comunidade e com 0 municipio de residéncia, Paragrafo nico — Na medida socioeducativa de semiliberdade, a assisténcia sera prestada preferencielmente por meio de encaminhamentos 4 rede socioassistencial. Art. 48° — Sao as seguintes, as diferentes formas de assisténcia articuladas com vistas 4 disponibilizagao ao(a) socioeducando(a): 1 Material; IL Educacional, cultural, esportiva e ao lazer: MI. Satide; IV. Social; V._ Religiosa; VI. Juridica. Pardgrafo tnico ~ Os procedimentos operacionais para a implementago das politicas sociais, através da assisténeia basiea ao(a) socioeducando(a), serio articulados institucionalmente pela Gesto Central da Fundase e Orgao gestor estadual, juntamente a cada politica setorial, em consonaneia com o Plano Estaudal de Atendimento Socioeducativo, o Plano de Desenvolvimento Institucional da Gestio Central da FUNDASE e 0 Projeto Politico Pedagégico de cada unidade de atendimento. Segao II Da Assisténcia Material Art, 49°— A assisténcia material sera padronizada e deverd assegurar: 1. Alimentacao balanceada e suficiente; IL. Vestuirio adequado a cada socioeducando(a); IIL. Guarnigdo de cama e banho; IV. Acesso a produtos e objetos de higiene e asseio pessoal; V. Acolhimento em alojamento, em condigdes adequadas de habitabilidade, higiene, salubridade e seguranga. Segio IIT Das Assisténcias Educacional, Cultural, Esportiva e ao Lazer Art, 50° — As assisténcias educacional, cultural, esportiva e ao lazer sto de responsabilidade do Estado, conforme legislagio em vigor, providenciando ainda: I Acesso ao Ensino Fundamental e Médio, obrigatérios e gratuitos, em horérios alternados e compativeis, sem distingao racial ou de género, impedimentos intelectuais ou fisicos ¢ com estrita observancia deste Regimento Interno; TAcesso a outros niveis de ensino, de acordo com a articulacao interinstitucional; IL Acesso educagio profissional obrigatéria e gratuita, considerando a demanda dos(as) socioeducandos(as) e do mercado de trabalho, e de acordo com a legislacio vigente; WAcesso a atividades que utilizem recursos didéticos e pedagégicos: V. Espagos adequados visando 0 pleno desenvolvimento das ages educacionais, compostos por salas de leitura, pesquisa, oficinas culturais e profissionalizantes; ‘ViAcesso as fontes de cultura que apoiem e estinulem as diferentes manifestagdes culturais e a liberdade de eriagao; VILAtividades de esporte, recreacdo e lazer, com fins educacionais e de desenvolvimento a satide, por meio de metodologia inclusiva as diversas atividades fisicas, aliadas ao conhecimento sobre 0 corpo e a socializacao. Paragrafo tnico — Cabera a Gestio Central da FUNDASE e ao Orgao Gestor estadual a articulagao institucional para o adequado cumprimento da assisténcia educacional, cultural, esportiva e de lazer Segio IV Da Assisténcia a Sadide Art, 51° — A assisténeia & saiide assegurara a promogio e a atengio integral & satide do(a) socioeducando(a), por meio de agdes educativas, preventivas e curativas e de forma articulada e integrada com o Sistema Unico de Saide, conforme SUS/PNAISARI, nas instancias municipal, estadual e federal, especialmente, conforme Portaria Interministerial SUS/PNAISARL, garantindo: I Acompanhamento do desenvolvimento fisico: IL Acompanhamento psicolégico; IL Orientagao sexual e reprodutiva; W. Imunizagao: Satide bueal; V1 Satide mental; VIL Controle de agravos; VIIL Apoio a vitima de violéncia; IX Recebimento de medicamentos e insumos farmacéuticos; X. Acesso a dietas especiais, devidamente prescritas; ‘XL Acompanhamento terapéutico. Pardgrafo tinico: Havendo a necessidade, a unidade deverd providenciar 0 cartio SUS do(a) socioeducando(a). Art, 52°— A estruturagio do atendimento das necessidades de Atencio Bisica a Sade, nas unidades de intemacao proviséria e de internagao, sera definida no Plano Operativo Estadual e nos respectivos Planos Municipais, conforme as normas de referéncia do SUS e do SINASE. Pardgrafo tinico: Caberd a Gestdo Central da FUNDASE e ao Orgio Gestor estadual a articulagio institucional para 0 adequado cumprimento da assisténcia socioassistencial ao(’) socioeducando(a) e sua familia Art, 53° — As Unidades que oferecam programas de atendimento socioeducativo de semiliberdade deverio prestar orientagdes e encaminhamentos ao(a) socioeducando(a) sobre 0 acesso aos servigos ¢ as unidades do SUS, bem como acompanhar a efetivagao Gos encaminhamentos; Art. 54° — O(a) socioeducando(a) com deficiéncia e a socioeducanda gestante receberao atendimento especializado, conforme Portaria Interministerial SUS/PNAISARI. Paragrafo Unico — E garantida a socioeducanda gestante assisténcia pré-natal, perinatal © ao parto, Segao V Da Assisténcia Social Art, 35° — A assisténcia social garantir’ 0 acesso e a incluso doa) socioeducando(a) nos programas e servigos da rede socioassistencial, em consonaneia com a Lei Organica da Assisténeia Social - LOAS, promovendo 0 fortalecimento da cidadania por meio da convivéneia familiar e comunitaria, Paragrafo tinico - © atendimento na politica de Assisténcia Social compreende: 1. Acompanhamento sistemético e continno do(a) socioeducando(a) ¢ sua familia

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