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ELUCIDANDO 12

A CONSCIÊNCIA

CESAR DE SOUZA MACHADO


Cesar de Souza Machado 2

Elucidando a Consciência
1ª Edição
Março de 2020

Cesar de Souza Machado


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Elucidando a Consciência
Cesar de Souza Machado 3

Conteúdo
Apresentação 4
1 - Introdução 5
2 - Perspectiva Histórica 7
3 - A consciência e o Paradigma Fisicalista 11
4 - A consciência e o Paradigma Consciencial 13
5 - Multidimensionalidade e Multicorporeidade 16
6 - Multiexistencialidade 19
7 - Outras Características da Consciência 21
8 - Estados de Consciência 22
9 - Percepções e Parapercepções 24
10 - Autoconsciência e Metaconsciência 25
11 - Mitos sobre a Consciência 26
12 - Origem e Evolução da Consciência 27
13 - A Consciência Animal 29
14 - Escala Evolutiva 30
15 - Complexidade da Consciência 32
16 - Emulando a Consciência 34
17 - Autopesquisa da Consciência 35
18 - Algumas Conclusões 37
Miniglossário 38
Outras obras do autor 39
E-Books Elucidando 42
Presença na Internet 43
Sobre o Autor 44

Elucidando a Consciência
Cesar de Souza Machado 4

Apresentação
rezados leitor e leitora,

P A série de livros Elucidando foi criada para divulgar temas nas áreas do parapsiquismo e
espiritualidade de forma clara e objetiva.

Este volume aborda a consciência: definições, aspectos básicos, sua possível origem e destino. A
consciência sou eu e você, leitor ou leitora. É aquilo o que anima nossos corpos, nosso espírito, a
nossa essência mais íntima. Procurei abordar este importante tema de forma abrangente e
universalista apesentando o assunto sob diversos pontos de vista, filosóficos, científicos e
transcendentes.

Há muitos séculos se discute o que é a consciência, como ela surge e para onde se destina. É um
tema de interesse geral, pois trata-se da nossa origem mais remota e o que podemos esperar do
futuro de nosso processo evolutivo.

A ciência oferece apenas a abordagem intrafísica com suas severas limitações. As abordagens
transcendentes, por sua vez, tendem a cair no misticismo, propondo esquemas evolutivos
baseados em crenças, inverificáveis e que, com frequência, contrariam a parafenomenologia.

É desejo deste autor que esse volume possa lhe ajudar no entendimento sobre si mesmo,
despertando a vontade de se aprofundar nas abordagens mais promissoras sobre o estudo da
consciência.

Um bom proveito! Cesar de Souza Machado


Dezembro de 2020
cesardesouzamachado@gmail.com

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1 – Introdução
O que é a consciência? Após séculos de análises, definições, explicações e debates entre
filósofos, cientistas e espiritualistas, a consciência permanece intrigante e controversa.
Paradoxalmente, sendo, ao mesmo tempo, o aspecto mais familiar e o mais misterioso
de nossas vidas.

A consciência é uma qualidade psíquica, motivo pelo qual se diz também que ela é um
atributo do espírito, da mente ou do pensamento humano. Ser consciente não é
exatamente a mesma coisa que se perceber no mundo, mas ser no mundo e do mundo,
usando a intuição, a dedução e a indução.

No âmbito da ciência, a maioria dos pesquisadores acredita que a consciência, de


alguma forma, emerge das propriedades físicas do cérebro, mas, apesar de todos os
esforços empregados, não foi possível provar isso.

Do ponto de vista transcendente, a consciência é vista como um princípio espiritual,


uma alma ligada ao corpo físico e que sobrevive à morte.

A palavra consciência etimologicamente, provém da junção de duas expressões do


idioma Latim, cum (com) e scio (eu sei / eu conheço), e remonta ao império romano.
Deste termo derivaram o adjetivo conscius, o verbo conscio e o substantivo conscientia.
A palavra conscientia era usada no império romano em documentos jurídicos no sentido
de ser o conhecimento que uma testemunha tem da ação de outrem. Somente no
Século XVII, o filósofo René Descartes empregou o termo conscientia da mesma forma
que hoje usamos. Ao longo das últimas décadas, a palavra consciência também tem sido
usada como sinônimo de mente, alma, espírito, ego e self. Então, sob esse ponto de
vista, consciência seria nossa essência íntima; aquilo o que anima nossos corpos. Assim,
este autor e você, leitor ou leitora, somos consciências.

O emprego da palavra consciência em lugar de alma ou espírito tem diversas vantagens.


Além de ser um termo mais isento por ser desconectado de religiosidade ou misticismo,
essa palavra permite a derivação de vários termos úteis, como nesses três exemplos:
● Consciencialidade: o grau de maturidade evolutiva da consciência;
● Conscienciometria: a medição dos atributos da consciência;
● Conscienciocêntrico: a consciência como foco das abordagens.

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Inicialmente a consciência foi estudada no âmbito da filosofia. Com o tempo passou a


ser objeto de estudo da medicina, que se desdobrou em especialidades como a
psiquiatria, a neurologia e a psicologia. Ao longo das últimas décadas, a consciência
passou a ser pesquisada de forma multidisciplinar pelas ciências cognitivas, envolvendo
disciplinas como a psicologia, a linguística, a antropologia, a neuropsicologia e a
neurociência. Hoje fala-se no meio acadêmico em uma ciência da consciência.

SINÔNIMOS DE CONSCIÊNCIA

Científicos
Autoconsciência; awareness; cognição; ego; introspecção; individualidade; lucidez;
mente; mindfullness; psykhé (grego); self; vida interior; volição.

Transcendentes
Alma; anandamayakosha (sânscrito); anima (latim), atman; entidade; espírito; eu;
estado de consciência primordial e irredutível; inteligência; individualidade; jiva
(sânscrito); pneuma (grego); princípio espiritual; princípio inteligente; purusha
(sânscrito); sema; superconsciente, substrato do princípio espiritual
individualizado; naphsha (aramaico); nefesh (hebraico); ruach (hebraico); spiritus
(latim).

Para a ciência convencional, a consciência seria um epifenômeno, um produto do


cérebro físico. Sob a ótica espiritualista, é exatamente o contrário, o cérebro humano é
uma estrutura que se desenvolveu impulsionada pela consciência, que é um molde para
ela e que a transcende. Sob esse ponto de vista, a consciência seria, portanto, a força
motriz por trás de todos os fenômenos relacionados à vida.

Fig.1: O ponto circulado foi usado pelos pitagóricos e


por posteriormente por outros gregos para
representar o ser metaífico, a mônada ou O Absoluto

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2 – Perspectiva Histórica
A noção sobre a existência de um princípio incorpóreo da vida ou uma existência
humana além do mundo material é antiga. Há evidências que essas crenças já existiam
de forma generalizada entre povos pré-históricos. Apesar disso, diferenças culturais
levaram religiões e filósofos a desenvolver uma variedade de teorias sobre a natureza
da consciência, sua relação com o corpo e com a natureza.

No antigo Egito, o ka (respiração) era o princípio que sobrevivia à morte do corpo, mas
que permanecia próximo a ele, enquanto outro princípio, o ba, prosseguia para a
regiera (o portão dos mortos). Na antiga China havia uma distinção entre uma alma
inferior e sensível, que desaparece com a morte, e o hun, um princípio racional, que
sobrevive à morte, tornando-se objeto de veneração dos seus descendentes.

No hinduísmo, o atman (respiração ou alma) corresponde ao “eu universal eterno” do


qual cada alma individual (jiva ou jiva-atman) participa. O jiva-atman também é eterno,
mas está aprisionado em uma sucessão de vidas terrenas determinadas pelo karma (as
consequências de suas ações). O ciclo de morte e renascimento (samsara) para alguns
hindus é eterno e para outros prossegue até que a alma atinja a perfeição e se liberte
do Karma para se fundir ao Absoluto (Brahman).

Fig.2: A múmia e o ba

A civilização grega teve várias fases culturais ao longo das quais o conceito de alma,
chamada psyché (sopro de vida, alento, alma, vida, ser vivo, pessoa, e alma humana),
passou por consideráveis mudanças conforme a época e influência de diferentes
escolas filosóficas.

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Entre os séculos XII e VI a.C. os gregos acreditavam que, com a morte, as almas eram
transferidas para o Hades (reino dos mortos) onde passavam a viver nas sombras em
meio a privações, precisando, portanto, da atenção de seus familiares através dos ritos
fúnebres e sacrifícios para não sofrerem. No século VI a.C., com a introdução de várias
seitas como o orfismo, a noção de alma e morte se transformaram. Pessoas que em
vida foram consideradas heróis, magos e sábios, após a morte passam a ser chamadas
deuses epictônios, agindo como intermediários entre os homens e os deuses e
tornando-se responsáveis pela abastança, felicidade, sabedoria e virtude dos membros
de suas famílias no mundo material.

No século IV a.C. os filósofos Platão, Aristóteles e Epicuro elaboram teorias mais


sofisticadas sobre a alma que repercutiram por muito tempo, sendo desenvolvidas por
outros filósofos como Plotino e pelos padres da Igreja.

Fig.3: Mapa do Hades


baseado nas descrições
da Eneada de Virgílio.
Desenho de Andrea De
Jorio, 1825.

Segundo Platão, Sócrates descrevia a alma como uma substância simples, indivisível,
distinta do corpo material, dotada de sentido, vontade, liberdade, movimento próprio e
conhecimento. Por ser simples e indivisível, para ele, a alma também seria incorruptível
e, portanto, imortal. Aristóteles dividia a alma em duas partes: racional e irracional. A
parte irracional teria semelhanças com os animais, tais como a função perceptiva, ao
passo que a parte racional diferenciaria os homens dos animais e se dividiria em duas: a
virtude intelectual e a virtude moral. Na mesma época, seguidores do filósofo Epicuro
acreditavam que tanto a alma quanto o corpo eram compostos por pequenas partículas
indivisíveis, os átomos.

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Os romanos, que incorporaram a civilização grega a partir do século II a.C., adotaram


muitos de seus conceitos. Marco Túlio Cícero, em seu livro Tusculanae Disputationes,
afirmou que a alma era formada de um material muito sutil, respirável, e que se
elevava aos céus como o fogo ou o ar.

No Tanak, coleção de livros sagrados da cultura hebraica, existe o conceito do nephesh,


às vezes traduzido como “alma”. No século II a.C., os fariseus, devotos do Torá (os 5
primeiros livros do Tanak), insistiam que toda alma é imortal ou imperecível, enquanto
os essênios (uma seita de ascetas) contrastavam a corrupção do corpo com a
imortalidade da alma.

No Novo Testamento, Paulo em 2 Coríntios 12:2 comenta: “Conheço um homem em


Cristo que há catorze anos (se no corpo, não sei, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe)
foi arrebatado ao terceiro céu” o que demonstra a crença dos primeiros cristãos de que
a alma podia se apartar do corpo físico e a ele retornar.

Na Era Moderna as primeiras abordagens sistemáticas para o estudo da consciência


começaram no século XVII com os filósofos Descartes (França, 1596-1650), Locke (Reino
Unido, 1632-1704) e Leibniz (Alemanha, 1646-1716).

Descartes propôs a distinção entre o físico e o mental que ficou conhecida como
dualismo cartesiano. Segundo Descartes, o corpo é um tipo de substância e a mente
outra, pois podem ser concebidos em termos de atributos totalmente distintos.

O corpo, constituído por matéria, existiria em um


domínio de coisas materiais que ele chamou de res
extensa (o reino da extensão) e teria como atributos
a extensão espacial e o movimento. A mente, por
sua vez, existiria em um domínio imaterial que ele
chamou de res cogitans (o reino do pensamento) e
teria como atributo o pensamento. Na teoria de
Descartes, a interação entre esses dois domínios
ocorreria dentro do cérebro, talvez por meio da
glândula pineal.

Fig.4: Ilustração do dualismo cartesiano no qual as


entradas são passadas pelos órgãos sensoriais para a
glândula pineal e daí para o espírito imaterial.

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John Locke, discorrendo sobre a consciência, afirmou que deveríamos conhecer a união
oculta da alma e do corpo e a natureza destas duas substâncias, por meio da qual uma
é capaz de agir, de tantos modos, sobre a outra.

Leibniz em sua obra Discurso sobre a Metafísica, publicada em 1686, propôs uma teoria
da mente que permitia infinitos graus de consciência e talvez até mesmo alguns
pensamentos que seriam inconscientes. Esse filósofo rejeitava o dualismo mente-corpo
de Descartes, propondo o conceito de mônada para descrever um princípio simples e
essencial a partir do qual se constituiriam todas as coisas, incluindo a matéria e a
consciência.

No final do século XVII, Immanuel Kant argumentou que um relato adequado da


experiência e da consciência fenomênica requeria uma estrutura muito mais rica e
organizada, de tal forma que deveria haver um eu consciente situado em um mundo
objetivo estruturado com respeito ao espaço, ao tempo e a causalidade.

Em meados do século XIX tem início a psicologia científica. A mente e a consciência


eram consideradas a mesma coisa, mas sua relação com o cérebro permanecia obscura.
Métodos introspectivos em que a própria pessoa avaliava seus processos mentais
foram usados por pioneiros como Wilhelm Wundt (1897), Hermann von Helmholtz
(1897), William James (1890) e Alfred Titchener (1901).

Os pioneiros na psicologia queriam que essa fosse a ciência do estudo da consciência e,


de fato, conduziram suas pesquisas nesse sentido. Contudo, dificuldades metodológicas
fizeram com que a geração seguinte de psicólogos adotassem uma abordagem
completamente distinta. Na impossibilidade de estudarem a consciência de forma
adequada, conferiam à psicologia um aspecto integralmente comportamentalista, em
outras palavras, a psicologia se tornou para efeitos práticos, na ciência que estuda o
comportamento humano.

Dessa forma, o estudo da consciência foi considerado inútil e todas as referências a ela
foram ignoradas por, pelo menos, 50 anos. Somente no final da década de 1980 o
avanço tecnológico em áreas como a computação e o imageamento do cérebro levou a
comunidade científica a se interessar novamente pelo estudo da consciência.

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3 – A Consciência e o Paradigma Fisicalista


O pensamento científico atual é dominado por um paradigma fisicalista, que restringe
toda a realidade à matéria e à energia intrafísica. O termo paradigma significa modelo
de ideias, decodificação científica fundamental, matriz disciplinar, modelo científico
principal, teoria-líder ou teoria-padrão. O paradigma fisicalista tem os seus
fundamentos na antiguidade. Por conta dessa abordagem, ao longo das últimas
décadas, a consciência foi evitada pela maioria dos cientistas como um tópico de
pesquisa devido ao sentimento geral de que, por ser um fenômeno definido em termos
subjetivos, a consciência não poderia ser estudada apropriadamente através de
experimentos objetivos.

Porém, no final da década de 1980, ocorreu um ressurgimento da pesquisa científica e


filosófica sobre a natureza e a base da consciência motivado pelos avanços tecnológicos
que possibilitaram mapear em detalhes o funcionamento do cérebro. Surgiu um novo
campo de pesquisas chamado Ciência da Consciência, houve uma rápida proliferação de
pesquisas e uma abundância de livros e artigos publicados, incluindo periódicos
especializados e até sociedades profissionais dedicadas ao estudo da consciência. Um
dos principais focos das atuais pesquisas está em descobrir os correlatos neuronais da
consciência, em outras palavras, como ela emerge a partir do tecido neuronial. A
expectativa dos pesquisadores é explicar os aspectos funcionais conscientes
(pensamentos, sentimentos e reações emocionais) reduzindo-os ao nível
neurofisiológico, ao nível físico e até ao nível quântico.

PROBLEMA MENTE-CORPO
Como o corpo físico se relaciona com a consciência?

PROBLEMA FÁCIL PROBLEMA DIFÍCIL


Quais são as correlações Como a consciência
entre diversos estados surge e por que ela
de consciência e os existe?
estados neurológicos?

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Apesar das novas tecnologias, em meados da década de 1990, ficou claro que havia um
problema difícil da consciência decorrente da existência de uma lacuna que não podia
ser preenchida pelo paradigma fisicalista que ignora a existência de outros corpos e da
própria consciência como uma entidade independente do corpo físico.

É possível que, no futuro, a ciência encontre o rumo para fornecer as respostas sobre a
natureza da consciência ao “inverter a mão” das pesquisas, como sugeriu o filósofo
David Chalmers, criador do termo problema difícil (hard problem of consciousness):

“Como todas as formas de Fisicalismo que têm dominado a moderna filosofia e a


ciência não foram suficientes para explicá-la, uma forma de se chegar às respostas seria
ter a consciência como ponto de partida das diversas abordagens em vez de tê-la como
ponto de chegada”.

Fig.5: O FMRi – Functional Magnetic


Ressonance imaging é uma das formas de
mapear a atividade cerebral

Em um esforço para resolver o problema difícil, em anos recentes, filósofos e cientistas


se voltaram para a Teoria do Panpsiquismo, segundo a qual a consciência seria uma
característica fundamental e onipresente da realidade, permeando todas as coisas. Essa
teoria remonta aos filósofos da antiga Grécia, passa pelas mônadas de Leibniz, foi bem
difundida ao longo do século XIX e se adapta ao conceito de arquétipos de Carl Jung.
Várias vertentes do panpsiquismo foram revisitadas e outras novas foram propostas,
sendo discutidas no meio científico ao longo dos últimos anos.

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4 – A Consciência e o Paradigma Consciencial


Nas últimas décadas diversos paradigmas mais abrangentes vêm sendo propostos por
diferentes segmentos da sociedade, científicos ou não. A Conscienciologia, uma ciência
criada para pesquisar a consciência de forma mais abrangente também tem sua
proposta de modelo de ideias chamada paradigma consciencial. Esse paradigma nada
mais é do que uma abordagem científica daquilo que outras linhas de conhecimento
transcendentes (espiritualistas) vêm propondo ao longo dos últimos dois séculos, tais
como, por exemplo, o espiritismo e a teosofia.

As proposições fundamentais do paradigma consciencial são descritas a seguir.

Abstrações básicas

Abstração é uma forma conceitual para representar algo. O paradigma Consciencial se


desenvolve a partir de três abstrações básicas:

1 – A consciência: é o princípio que anima o corpo humano intrafísico e os corpos


extrafísicos. Pode ser chamada de alma, ego, espírito, self, dentre outras
denominações. Ela não é matéria nem energia, pois não apresenta as propriedades
nem de uma nem de outra.

2 – A energia: tudo aquilo que existe no universo, além das consciências, é energia. A
matéria é a energia condensada. A energia assume inúmeras formas, algumas
intrafísicas, como a gravidade e o eletromagnetismo, e outras extrafísicas, que alguns
chamam de bioenergias. A consciência não pode se manifestar diretamente por meio
da energia, surgindo daí a necessidade dos veículos de manifestação para fazer isso.

3 – O holossoma: é o termo empregado para designar o sistema de corpos que a


consciência usa para se manifestar. O termo holossoma vem do grego holos, que
significa conjunto, e soma, que significa corpo. Por meio do holossoma a consciência
interage com a energia.

Na perspectiva do paradigma consciencial, a consciência tem uma natureza muito mais


complexa que o cérebro e o corpo físico e os transcende. Os três aspectos
fundamentais que explicitam melhor a realidade da consciência são descritos a seguir.

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● Multidimensionalidade: a consciência manifesta-se em outras dimensões espaciais


além da dimensão intrafísica;
● Multicorporeidade: a consciência possui outros corpos mais sutis do que o corpo
físico, constituídos por matéria extrafísica (o holossoma);
● Multiexistencialidade: a consciência preexiste ao nascimento do corpo físico,
sobrevive à morte desse veículo e, periodicamente, renasce na dimensão intrafísica
em um novo corpo.

Essas três características básicas da natureza da consciência demonstram que todas as


abordagens convencionais, sejam elas filosóficas, psicológicas ou físicas, são muito
limitadas e, portanto, pouco adequadas para compreender o que é a consciência e
todos os inúmeros aspectos de sua manifestação. O paradigma consciencial pode
fornecer as bases para a compreensão da consciência como ela é de fato:
transcendente ao tempo, ao espaço e à energia.

Fig.6: Estruturas fundamentais do universo: consciência e energia

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O quadro apresentado a seguir resume as principais diferenças nas abordagens do


paradigma Fisicalista e Consciencial.

PARADIGMAS

Fisicalista Consciencial
Acaso Sincronicidade
Átomo Consciência
Cognição Paracognição
Corpo físico Holossoma
Determinismo Fluxo cósmico
Ética Cosmoética
Evolução da forma física
Fatos
Fenômenos
x Evolução da consciência
Parafatos
Parafenômenos
Materialidade Consciencialidade
Pensamento Pensene
Pesquisa não participativa Autopesquisa
Sentidos físicos Parapercepções
Sucesso Cooperação
Tridimensionalidade Multidimensionalidade
Vida intrafísica única Multiexistencialidade

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5 – Multidimensionalidade e Multicorporeidade
A consciência projetada do corpo físico pode manifestar-se em inúmeras dimensões,
cujos aspectos e condições variam ao infinito, e que denominamos, de forma genérica,
como a dimensão extrafísica. O mundo material pode ser descrito como a dimensão
física ou intrafísica. Nessa dimensão, valem as leis da física que conhecemos, as quais
atuam sobre a matéria que constitui inclusive nossos corpos. Até onde podemos
perceber, trata-se de uma realidade quadridimensional, formada por três dimensões
espaciais e uma temporal. Esse mundo é o habitat das formas de vida intrafísicas.
Podemos chamar as pessoas que vivem nessa dimensão de consciências intrafísicas. A
ciência admite a possibilidade de existirem outras dimensões, imperceptíveis aos
nossos sentidos. A Teoria M, por exemplo, propõe a existência de até 11 dimensões
espaciais e uma dimensão temporal. Segundo essa teoria, todas as partículas e formas
de energia seriam formadas, em sua essência, por minúsculos objetos unidimensionais,
semelhantes a uma corda, e que vibrariam em 11 dimensões espaciais, 3 das quais
acessíveis à nossa percepção.

A consciência intrafísica se manifesta com seus quatro veículos simultaneamente. Essa


condição também é chamada estado de coincidência ou vigília. Quando projetada na
dimensão extrafísica, ela emprega seus veículos mais sutis, o psicossoma e o
mentalsoma. Nas projeções de mentalsoma, a consciência emprega apenas esse veículo
e, nas projeções de psicossoma, também pode ficar lastreada com as energias do
energossoma.

Soma. O soma, ou corpo físico, surge com o nascimento e desaparece com a morte.
Constituído de matéria física, organiza-se em torno de um complexo de sistemas,
órgãos e aparelhos, conforme ditado pela herança genética descrita no DNA dos pais. O
soma está intimamente ligado aos demais corpos que com ele se relacionam de forma
interdependente. A consciência intrafísica tem suas potencialidades reduzidas às
percepções e à capacidade cognitiva que esse veículo proporciona. Com trabalho, por
meio do desenvolvimento do parapsiquismo, essas limitações podem ser reduzidas.

Energossoma. O energossoma, ou corpo energético, é constituído de matéria


extrafísica bastante densa denominada plasma. O energossoma recebe inúmeras
denominações: duplo etérico, corpo bioplásmico, dentre outras.

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O energossoma é expansível, móvel, mobilizável pela vontade, vibrátil, de coloração


mutável, conforme o estado de saúde da pessoa. É esse veículo que une o corpo físico
ao psicossoma, que é constituído por matéria extrafísica muito mais sutil.

Psicossoma. O psicossoma é o corpo que geralmente usamos quando temos


experiências extracorpóreas. É composto por matéria extrafísica, ou seja, átomos e
moléculas análogas às que existem na dimensão intrafísica. O psicossoma também
recebe várias denominações: corpo astral, perispírito, corpo extrafísico, etc. Possuindo
órgãos análogos aos do soma, no psicossoma reside o paracérebro, onde são
registradas todas as experiências da consciência, físicas e extrafísicas. O psicossoma é
bastante suscetível aos pensamentos, como podem constatar os projetores
conscientes, mudando de forma, tamanho e densidade sob o comando da vontade do
projetor. O psicossoma também é chamado de “o corpo das emoções”, pois o processo
emocional atua com força total quando nos manifestamos por meio desse corpo. Para o
projetor consciente, isso pode implicar desequilíbrios que forçam seu retorno ao corpo
físico.

Fig.7: Holossoma

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Mentalsoma. O mentalsoma é o corpo menos conhecido. Experiências vividas por


vários projetores sugerem que podem existir não um, mas vários corpos mais sutis do
que o psicossoma. Alguns desses corpos teriam forma conhecida e outros, mais sutis,
não. O que chamamos de mentalsoma é, portanto, o conjunto desses corpos.
Projetores que tiveram experiências de corpo mental relatam uma enorme expansão
das suas capacidades perceptivas e cognitivas, tanto durante quanto após a experiência.
Uma projeção de corpo mental seria equivalente ao êxtase religioso, às experiências de
nirvana, samadhi ou satori descritas pelas culturas orientais. O mentalsoma também é
denominado “corpo do discernimento”, pois ele está relacionado à razão, à lucidez e ao
raciocínio.

Fig.8: A consciência, o paracérebro do


psicossoma e o cérebro do corpo físico

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6 – Multiexistencialidade
Ao longo da existência intrafísica, a consciência passa por inúmeras experiências
necessárias ao seu aprimoramento. Todas as situações em sua vida são oportunidades
de aprendizado e evolução, até mesmo as mais desagradáveis. À medida que a
consciência aprende suas lições, muda seus padrões de pensamentos, sentimentos,
energias e comportamentos para melhor, ela evolui e se liberta de quaisquer
sofrimentos com que se defronte. Se isso não ocorre, ela segue sofrendo. Se ela muda
esses padrões para pior, o sofrimento que ela causa a si própria aumenta
proporcionalmente. O ciclo multiexistencial de reencarnações consiste na alternância
da condição da consciência. Quando a consciência está encarnada, se manifestando
com um corpo físico, ela tem uma existência intrafísica ou missão. Quando ela está
desencarnada, se manifestando sem um corpo físico, ela tem uma existência extrafísica
ou intermissão. A palavra missão provém do idioma Latim e remete ao sentido de ação.
Missão é a vida intrafísica. Durante a missão o processo evolutivo da consciência deve
ser executado e consolidado. A missão começa com o nascimento e se encerra com a
morte do corpo físico.

Fig.9: Ciclo multiexistencial

A intermissão é o período entre duas existências intrafísicas, também chamada de


período intermissivo, inter-vidas ou simplesmente vida espiritual. É a fase extrafísica da
consciência que começa com a morte do corpo físico e que se encerra com a concepção
intrafísica que leva à constituição de um novo corpo físico. Na Conscienciologia esse
processo é chamado ciclo multiexistencial, um intervalo de tempo que compreende as
etapas descritas a seguir.

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● O renascimento intrafísico ou ressoma (reconstituição do soma ou reencarnação);


● A manifestação na dimensão intrafísica por meio do soma;
● A desativação do corpo físico ou dessoma (a morte do corpo físico);
● O retorno da consciência, na condição extrafísica, a intermissão.

Existências intrafísicas e extrafísicas se alternam ao longo do tempo, por meio das quais
ocorre a evolução da consciência. Durante a missão a consciência precisa dominar o
corpo, atingir a maturidade física e psicológica, desenvolver e aplicar atributos
conscienciais (talentos, habilidades, competências). Na intermissão as possibilidades de
manifestação são mais amplas, mas muitas consciências ficam estagnadas em termos
evolutivos, retidas em uma dimensão extrafísica densa com baixa lucidez e frequência
vibratória.

As consciências que se manifestam em dimensões mais sutis e evoluídas têm


oportunidade de aperfeiçoar seus atributos e desenvolver outros novos. Contudo, para
que esses atributos sejam consolidados, é preciso retornar à dimensão intrafísica em
nova missão para pô-los à prova, pois isso não é possível no ambiente otimizado das
dimensões mais elevadas. Para isso é preciso a realidade intrafísica com todas as suas
dificuldades. Esse processo prossegue até que a consciência atinja o máximo de
desenvolvimento possível perante as condições oferecidas pelo planeta.

Um dos aspectos mais importantes da multiexistencialidade é que, quando renasce na


dimensão intrafísica, a consciência tem toda a sua memória factual, objetiva,
bloqueada, como se houvesse sido apagada. Isso decorre do processo de formação do
novo cérebro físico, que não consegue armazenar nas sinapses em formação essas
informações registradas no paracérebro da consciência.

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7 – Outras Características da Consciência


Além das características fundamentais descritas anteriormente, a consciência apresenta
outras faculdades cujo número e descrições variam conforme a abordagem seja
materialista ou multidimensional. Sob o ponto de vista multidimensional, podemos
deduzir, face à fenomenologia da consciência, as 12 faculdades descritas a seguir.

1 – Autoconsciência. A faculdade da consciência estar consciente da sua própria


existência.

2 – Cognição. A faculdade da consciência ser capaz de adquirir conhecimento.

3 – Continuidade. A inexistência de interrupções para a consciência, mesmo quando


está dormindo ou quando o corpo físico está em coma.

4 – Independência. A consciência é um ser único. Cada pessoa é uma consciência.


Inexiste uma consciência coletiva compartilhada por várias pessoas.

5 – Ilimitada. Não há limites para as capacidades de manifestação da consciência, sejam


cognitivos ou energéticos.

6 – Memória. A consciência possui memória que se manifesta de várias formas. Tudo o


que acontece com a consciência, em todas as suas existências intrafísicas e extrafísicas,
fica registrado em uma holomemória.

7 – Percepção. A faculdade de perceber a si própria e o mundo externo por meio de


sentidos físicos e de parapercepções.

8 – Permanência. Uma vez criado, o princípio consciencial não morre nem pode ser
destruído.

9 – Privacidade. A consciência não pode ser transplantada para outro corpo físico.

10 – Sentimento. As sensações, as emoções, os humores, os traços pessoais de


manifestação.

11 – Transcendência. A consciência transcende o espaço, o tempo, a matéria, a energia


e o corpo físico.

12 – Volição. A vontade, motivações, desejos, deliberações, decisões, escolhas e ações


da consciência.

Elucidando a Consciência
Cesar de Souza Machado 22

8 – Estados de Consciência
A vigília é o estado ordinário e normal de consciência que ocorre no ser humano e em
outros seres vivos. O termo vigília provém do idioma Latim e significa "guarda" ou
"vigia". Durante a vigília ocorre a máxima ou plena manifestação da atividade
perceptivo-sensorial e motora voluntária do corpo físico.

Em termos físicos, a vigília provoca o aparecimento de ondas cerebrais beta e gama de


alta frequência. A maioria dos estados diferenciados de consciência provoca o
aparecimento de ondas cerebrais de mais baixa frequência – ondas alfa, theta, mu e
delta.

Estados diferenciados de consciência (em inglês altered states of consciousness ou ASC)


são estados diferentes da vigília e surgem devido à impossibilidade fisiológica da
consciência ficar desperta, alerta e lúcida o tempo todo. O termo foi cunhado por
Arnold M. Ludwig em 1966 e popularizado por Charles Tart em 1969 para descrever
mudanças temporárias nos estados de consciência dos indivíduos.

Estados diferenciados surgem em função de agentes fisiológicos, psicológicos, tais como


a criatividade artística e diferentes níveis de concentração, ou ainda de agentes
farmacológicos.

Estados diferenciados provocam mudanças no nível de lucidez, nos processos


fisiológicos automáticos, nas percepções, nas parapercepções, na capacidade cognitiva,
no equilíbrio emocional, na capacidade de autocontrole e na orientação temporal.

A seguir são apresentados os estados diferenciados de consciência mais comuns.

Cosmoconsciência. Estado de expansão das parapercepções e capacidades cognitivas


para um nível muito além daquele existente na vigília física, também chamado
experiência cósmica.

Hipnagogia. Estado diferenciado de consciência que surge entre a vigília física e o sono
caracterizado pela semiconsciência e pelo surgimento de imagens e sons na tela
mental.

Hipnopompia. Estado diferenciado de consciência que surge entre sono e o despertar


para a vigília física caracterizado, tal como na hipnagogia, pela semiconsciência e pelo
surgimento de imagens e sons na tela mental.

Elucidando a Consciência
Cesar de Souza Machado 23

Inconsciência. Estado de ausência de manifestações conscientes ou semiconscientes da


mente, ausência de percepções e reduzida atividade cerebral.
Meditação. Estado em que a ocorre a atenção plena ou a focalização da mente em um
objeto, pensamento ou atividade particular, resultando em uma condição de clareza e
estabilidade emocional.
Paralisia do sono. Estado em que a consciência está lúcida, mas não totalmente
coincidente com o corpo físico, o que a impede, momentaneamente, de mover seu
corpo físico.
Projeção lúcida. Estado em que a consciência está projetada fora do corpo físico com
lucidez.
Sonambulismo. Estado diferenciado em que a consciência está coincidida, no corpo
físico, mas com este sendo guiado por ela em um nível subconsciente.
Sonho. Estado em que predomina a produção de imagens simbólicas pela mente
subconsciente sem uma sequência lógica e cronológica dos eventos.
Sonho lúcido. Estado que se situa entre o sonho e a EFC em que a consciência tem
controle parcial sobre os acontecimentos. Imagens simbólicas de sonhos se misturam a
imagens objetivas da EFC de tal forma que não temos certeza se estamos acordados ou
se estamos sonhando.
Sono. Estado em que ocorre o repouso normal e periódico com a suspensão temporária
da atividade perceptivo-sensorial e motora voluntária.
Transe. Um estado diferenciado de difícil definição onde podem ocorrer diversos
eventos neurofisiológicos, tais como anestesia, hiperminésia, amnésia, alucinações
perceptivas, hiper sugestionabilidade.

Fig.10: A meditação é um dos


diversos estados de consciência
Elucidando a Consciência
Cesar de Souza Machado 24

9 – Percepções e Parapercepções
A percepção do meio externo é uma das faculdades da consciência. Ela ocorre por meio
dos veículos de manifestação, de forma que, no corpo físico, há os sentidos físicos, dos
quais se destacam os 5 clássicos: visão, audição, tato, paladar e olfato.

Nos demais veículos, energossoma, psicossoma e mentalsoma, existem parapercepções


de muitos tipos e estas variam em graus diferentes de sensibilidade de consciência para
consciência. Enquanto o cérebro físico é o responsável por processar as percepções do
soma, o paracérebro, localizado nos corpos mais sutis, é quem processa por meio de
parasinápses as parapercepções.

Assim como as percepções do soma dependem de trocas energéticas, as


parapercepções dependem de trocas bioenergéticas para ocorrer. Por meio dessas
trocas, as parapercepções facultam, por exemplo:

● A paravisão: visão extrafísica;


● A clariaudiência: captação de sons extrafísicos;
● Psicometria: a captação de informações sobre consciências ou objetos;
● Telepatia: a captação dos pensamentos de outras consciências;
● Trocas energéticas: a absorção e a exteriorização de bioenergias.

MANIFESTAÇÃO DO PARAPSIQUISMO

Natural
O parapsiquismo inerente a qualquer pessoa, geralmente superficial, eventual e
quase sempre ignorado.

Inato
O parapsiquismo ativo manifestado espontaneamente em qualquer idade, com
frequência na infância ou adolescência.

Adquirido
O parapsiquismo ativo desenvolvido com exercícios específicos e técnicas
bioenergéticas praticadas em algum momento da vida.

Elucidando a Consciência
Cesar de Souza Machado 25

10 – Autoconsciência e Metaconsciência
A autoconsciência é a faculdade ou capacidade de estar consciente de sua existência, da
sua mente, de seus pensamentos e sentimentos. Autoconsciência é ser consciente de
estar consciente. A autoconsciência é o elemento fundamental da consciência, uma
qualidade essencial, única, pré-reflexiva, que diferencia os seres humanos dos animais,
porque não é encontrada da mesma forma, grau e complexidade em nenhum outro
organismo vivo na Terra.

Metaconsciência é um dos muitos aspectos ou funções da consciência; um estado


psicológico diferenciado, de mais alta ordem que consiste na consciência da atividade
da mente e dos processos mentais; um estado ao qual pode-se ascender por intermédio
da associação entre a razão e profundos conhecimentos culturais, comportamentais,
filosóficos e lógicos, entre outros mais ou menos relevantes. Em outras palavras,
metaconsciência é a reflexão crítica sobre os próprios pensamentos e sobre a forma
pessoal de pensar.

A metaconsciência nos habilita a controlarmos nossos próprios estados e processos


cognitivos, a tomarmos consciência das causas e efeitos acerca de nossos estados
cognitivos; a desenvolver estratégias metacognitivas textuais e discursivas e a refletir
sobre a própria linguagem e forma de pensar.

Lampejos de metaconsciencialidade começam a surgir nos seres humanos,


autoconscientes, e podem se estender com o desenvolvimento das faculdades
cognitivas. Até onde sabemos, é um estado em que uma pessoa não consegue se
manter de forma contínua. Pode-se, contudo, conjecturar que em algum momento da
evolução humana, estados de metaconsciencialidade ininterruptos serão não só
possíveis como uma condição normal.

metaconsciência

autoconsciência

inconsciência

Fig.11: Consciencialidades

Elucidando a Consciência
Cesar de Souza Machado 26

11 – Mitos sobre a Consciência


Ao longo do tempo surgiram mitos sobre a consciência nas diversas abordagens
transcendentes, tais como aqueles relacionados a seguir.

Almas gêmeas. O mito de que existem consciências extremamente afins que foram
criadas uma para a outra e que evoluem juntas, de forma interdependente.

Entrante. O mito de que uma consciência pode tomar de forma permanente o corpo
físico de outra consciência.

Destruição. O mito de que uma consciência possa ser destruída por algum tipo de
artefato ou energia, tal como uma bomba atômica.

Fusão. O mito da fusão consciencial (melding) segundo a qual duas ou três consciências
podem se fundir formando outra mais evoluída.

Metempsicose. O mito de que a consciência humana possa renascer no corpo de


animal inferior.

Morte. O mito de que a consciência morre com o corpo físico.

Regressão. O mito de que uma consciência livre, muito evoluída para os padrões
terrenos, possa voltar a renascer em um corpo físico.

Religação. O mito de que a consciência era, de alguma forma, ligada ou mais conectada
à Divindade e que, ao renascer na dimensão intrafísica, perdeu essa ligação.

Fig.12: O mito das almas


gêmeas

Elucidando a Consciência
Cesar de Souza Machado 27

12 - Origem e Evolução da Consciência


A origem da consciência é um assunto mateológico, em outras palavras, ainda
inalcançável para a inteligência humana. O que podemos observar pela lógica do
desenvolvimento biológico intrafísico é que a consciência deve surgir de forma bem
simples, evoluir passando por vários reinos vegetal e animal, até chegar à condição de
ser autoconsciente. Nesse sentido, informes de origem mediúnica e EFCs lúcidas
corroboram que o processo evolutivo da consciência é assim.

Na Terra, as formas de vidas mais simples são os vírus, que diferem de outros seres
vivos pela sua simplicidade: são menores que outros organismos, seu genoma pode ser
formado de DNA ou RNA e não possuem atividade metabólica fora da célula
hospedeira.

Um vírus em especial, conhecido como vírus do mosaico do tabaco (ssRNA) apresenta


um comportamento revelador. Quando as condições não estão favoráveis, ele torna-se
inerte, cristalizando como se fosse um mineral. Então, ele parece estar na fronteira
entre a matéria inerte e a vida.

Esse é o limite do nosso atual conhecimento. Não sabemos se os princípios


conscienciais surgem espontaneamente a partir da matéria inanimada, se isso ocorre
mediante à intervenção de algum fenômeno natural, se é provocado por outras
consciências ou princípios conscienciais, ou ainda se esses princípios simples existem
espalhados por todo o cosmos, apenas esperando condições favoráveis para animar a
matéria.

Após incontável número de existências intrafísicas, o


princípio consciencial que inicialmente animou um
vírus segue adquirindo e acumulando informação e
desenvolvendo atributos progressivamente mais
sofisticados. Ao longo de um processo que deve
consumir milhões ou até bilhões de anos em tempo
terrestre, ele chega a uma condição como aquela
que animais superiores na Terra, tais como
chimpanzés e golfinhos possuem, no limiar da
autoconsciência. Fig.13: Vírus do Tabaco

Elucidando a Consciência
Cesar de Souza Machado 28

A partir desse ponto, em algum momento, talvez eles passem por algum processo
derradeiro que lhes confere autoconsciência ou talvez simplesmente sejam
encaminhados para animar seres humanos, mas não como aqueles que existem na
Terra hoje. No nível em que nosso planeta se encontra, não é possível que consciências
autoconscientes em suas primeiras existências renasçam aqui. Não haveria como se
adaptarem à complexidade da sociedade humana de nosso mundo.

Precisam ser, portanto, encaminhadas para mundos cujas humanidades estão no início,
tal como a Terra estava há milhões de anos quando era habitada apenas pelos
australopithecus. Para que isso ocorra, certamente é necessária a intervenção e
supervisão de outras consciências, muito mais evoluídas.

Fig.14: Podemos chamar consciênçulas


as entidades espirituais que estão no
início de suas experiências humanas tal
como estavam os australopithecus há
milhões de anos

Fica claro que o processo multiexistencial leva a consciência a habitar vários planetas,
começando pelos mais primitivos até chegar aos mais evoluídos. Essa trajetória não é
linear. A consciência pouco adaptada às condições de um planeta pode ser
transmigrada, conforme o seu caso, tanto para um planeta mais evoluído quanto para
um menos evoluído.

Após milhares de existências como ser autoconsciente, a consciência chega a um limite


para as possibilidades de aquisição de informação e experiência na dimensão intrafísica.
Nesse ponto ela descarta o seu psicossoma e passa para um novo ciclo evolutivo como
CL – Consciência Livre. Esse ponto também é o limite do nosso conhecimento. É possível
para um projetor lúcido em condições excepcionais encontrar-se extrafisicamente com
CLs, mas compreender o que pensam, sentem ou fazem transcende a atual capacidade
da Inteligência humana.

Elucidando a Consciência
Cesar de Souza Machado 29

13 - A Consciência Animal
A discussão acerca da consciência animal é antiga. A maioria das pessoas, com base em
suas interações com animais, tem a impressão de que alguns deles, tais como cães,
gatos, chimpanzés, golfinhos e elefantes são conscientes, enquanto outros, como os
insetos, não. A ciência e a filosofia até recentemente não estavam instrumentalizadas
para fazer afirmações categóricas sobre esse assunto. Com frequência, foi afirmado que
nunca podemos nos colocar na mente do animal e experimentar seu mundo da maneira
como ele o faz. Em 7 de julho de 2012, cientistas eminentes de diferentes ramos da
neurociência se reuniram na Universidade de Cambridge para uma importante
conferência sobre a Consciência em Animais Humanos e não Humanos, quando
assinaram a “Declaração de Cambridge sobre Consciência” que declara o seguinte:

“A ausência de um neocórtex não parece impedir um organismo de experimentar


estados afetivos. Evidências convergentes indicam que animais não humanos têm os
substratos neuroanatômicos, neuroquímicos e neurofisiológicos de estados de
consciência, com a capacidade de exibir comportamentos intencionais.
Consequentemente, o peso da evidência indica que os humanos não são os únicos a
possuir os substratos neurológicos que geram a consciência. Não-animais humanos,
incluindo todos os mamíferos e pássaros, e muitas outras criaturas, como polvos,
também possuem esses substratos neurológicos.”

Para os autores da declaração, está claro que os animais têm consciência, embora isso
não seja óbvio para a maioria das pessoas. Uma abordagem transcendente sobre essa
questão permite ir mais além. É possível para uma pessoa com parapsiquismo mais
sensível perceber a pensenização (pensamentos-sentimentos-energias) de um animal e,
extrafisicamente, é possível para um projetor consciente sair do corpo e encontrar um
animal extrafísico ou projetado.

Elucidando a Consciência
Cesar de Souza Machado 30

14 – Escala Evolutiva
Com base no que conhecemos hoje, podemos didaticamente trabalhar com uma escala
evolutiva consciencial dividida em vários níveis evolutivos. Diferentes linhas de
pensamento possuem diferentes classificações. Os níveis evolutivos apresentados a
seguir são uma versão simplificada daquela proposta pela Conscienciologia.

Consciênçula. É a consciência primitiva que está passando pelas primeiras existências


intrafísicas no estágio humano, logo após deixar o nível evolutivo animal.

Consréu. Termo proveniente das palavras consciência reurbanizada que se refere a uma
consciência que foi compulsoriamente realocada de um ambiente extrafísico para outro
ambiente, extrafísico ou intrafísico, de modo a prosseguir seu processo evolutivo. Pode,
por exemplo, se tratar de uma consciência que ficou retida em uma dimensão
extrafísica de baixa vibração desde a Idade Média e que é encaminhada para o
renascimento intrafísico, como também pode se referir à consciência que se tornou
evolutivamente incompatível com a humanidade, sendo, nesse caso, transmigrada para
outro planeta mais primitivo.

Consciência comum. A consciência não intermissivista, sem uma missão ou


programação existencial definida por ela mesma.

Pré-serenão. A consciência mais consciente quanto a sua evolução e que trabalha a


caminho de condição evolutiva melhor (a condição de serenismo). É uma
intermissivista, trazendo consigo uma missão ou programação existencial para ser
executada durante a vida intrafísica. São as pessoas espiritualistas, eu e você leitor ou
leitora.

Desperto. Termo proveniente das palavras desassediado permanente total que se


refere a pessoa que não mais está sujeita a sofrer inconscientemente com assédios
interconscienciais, intrafísicos ou extrafísicos.

Evoluciólogo. A consciência que supervisiona os processos de um grupo evolutivo


(grupocarma) constituído por dezenas ou centenas de milhares de consciências
intrafísicas e extrafísicas. O mesmo que orientador evolutivo (espiritismo).

Elucidando a Consciência
Cesar de Souza Machado 31

Fig.16: Serenões e serenonas encontram-se no ápice da escala evolutiva humana

Serenão. A consciência que se encontra nas últimas existências intrafísicas e que


supervisiona o processo evolutivo de milhões de consciências ao nível planetário. O
termo provém da serenidade que caracteriza essas consciências que nunca se
perturbam com nada. Nas diversas abordagens espiritualistas essas consciências são
conhecidas, entre outros termos, por: Bodhisattvas, Avatares, Mestres Ascensionados,
Espíritos de Luz, Espíritos Planetários, Arcanjos e Elohins.

Consciência Livre. A Consciência Livre ou CL é aquela que já encerrou o ciclo de


existências intrafísicas, desativou definitivamente o psicossoma e que está no início de
um novo ciclo evolutivo inteiramente extrafísico.

Elucidando a Consciência
Cesar de Souza Machado 32

15 – Complexidade da Consciência
Ao ser analisada, a consciência humana demostra constituir um sistema extremamente
complexo. Fisicamente, o cérebro realiza o processamento neuronal que começa no
nível atômico até resultar na ativação e desativação de diversas áreas responsáveis
pelas diversas manifestações comportamentais. Extrafisicamente o paracérebro
processa a holomemória e a paracognição.

Intimamente, em um nível que transcende ao mapeamento cerebral, a consciência é


formada por vários substratos ou componentes conscienciais, que podem ser
interpretados e classificados de inúmeras maneiras. Entre os pioneiros no estudo da
consciência, destacam-se até hoje as contribuições dos psicanalistas Sigmund Freud e
Carl Jung para entender a consciência. Freud propôs classificar os componentes
formadores do indivíduo humano em três aspectos específicos: Id, Ego e Superego. Hoje
podemos relacionar esses aspectos aos veículos de manifestação da consciência:

● Id. Constitui o subego, a parte mais obscura, subterrânea, primitiva, instintiva e


animal da personalidade. Autônomo e subconsciente, o Id mantém relação direta
com as energias do energossoma.

● Ego. A parte consciente, visível, social, emocional e intelectual manifestada como


uma personalidade durante a vigília física ordinária, sediada no mentalsoma, mas
ainda sujeita ao paracérebro do psicossoma.

● Superego. A parte mais evoluída, a voz interna da consciência, o mantenedor dos


códigos éticos, a paracognição no mais alto nível em relação direta com o
mentalsoma.

Carl Jung aprimorou a descrição desses aspectos básicos. O Id é chamado de sombra


por Jung. A sombra é tudo o que “eu não tenho desejo de ser”, se constituindo,
portanto, um obstáculo inconsciente entre nós e nossos propósitos.

O Ego se manifesta através de uma instância psíquica que ele chamou persona
(máscara). Responsável pela interação com o meio externo e com outras pessoas, é
uma estrutura construída pela consciência ao longo da vida humana para expressar algo
de nossa individualidade no meio social, regido por códigos sociais e por variáveis das
outras pessoas.

Elucidando a Consciência
Cesar de Souza Machado 33

A persona é criada para a consciência se mostrar para o mundo e atender às suas


expectativas. Com frequência ela entra em conflito com a sombra. Resolver esses
conflitos e buscar o equilíbrio íntimo é fundamental para o processo evolutivo da
consciência.

O Superego, chamado de Self por Jung, é a parte “suprema” do indivíduo, responsável


por mover o ego e por desvendar e interpretar o que parece inconsciente e
desconhecido. A predominância do “self” consiste em uma etapa da “individuação” dos
seres, que ocorre ao longo da vida na medida que envelhecemos e acumulamos
experiências. O Self é o que nos faz olhar para dentro, é o que provoca a
metaconsciencialidade.

O Ego e o Self constituem um binômio: quanto mais o ego se apequena, mais o Self
pode se manifestar e quanto mais o Ego se agiganta, menor se faz o Self. A consciência
imatura com frequência possui conflitos internos entre sombra, ego e self. Tais conflitos
geram desequilíbrio e perda de muita energia psíquica. A consciência mais madura é
aquela que possui uma sombra, um ego e um self equilibrados e sem conflitos entre si,
o que lhe permite usar toda a sua energia psíquica de forma produtiva.

Fig.17: No Modelo Junguiano da psique (adaptado de On Jung de Anthony Stevens) o


inconsciente é pessoal e também coletivo, compartilhado com todos os outros seres
humanos; o ego é uma fração da manifestação da consciência; arquétipos são modelos de
todas as coisas existentes e complexos são “nós” formados por sentimentos e crenças

Elucidando a Consciência
Cesar de Souza Machado 34

16 – Emulando a Consciência
A ideia de criar um artefato dotado de consciência é um tema antigo que remonta à
antiga Grécia, de onde vem o mito de Pigmalião que esculpiu uma estátua que foi
trazida à vida. Mais tarde, na Idade Média, surgiu a história do Golem, um humúnculo
criado por um sábio Judeu para ser seu empregado. Em 1950 o inglês Alan Turing,
pioneiro na ciência da computação, propôs um teste que passou a ser conhecido por
Teste de Turing cujo objetivo é avaliar se um computador é capaz de imitar um ser
humano bem o suficiente para enganar outro ser humano que o interrogue.

Na década de 1950 os computadores eram muito primitivos, mas após décadas de


aprimoramento, hoje existem tanto hardwares muito potentes e rápidos quanto
algoritmos computacionais que possibilitam dotar uma máquina de IA - Inteligência
Artificial.

Alguns especialistas em computação acreditam que um dia poderão criar uma máquina
autoconsciente. Contudo, face ao exposto nesse volume, criar algo assim é impossível.
Além de ser incrivelmente complexo, um ser humano não se resume ao corpo físico. A
consciência possui outros veículos de manifestação, tem sentimentos, emoções e
parapercepções além das percepções do corpo físico. Logo, embora seja possível criar
IAs cada vez mais sofisticadas que passem no teste de Turing, elas sempre serão uma
emulação (imitação) da consciência humana intrafísica.

Elucidando a Consciência
Cesar de Souza Machado 35

17 – Autopesquisa da Consciência
Autopesquisa é a investigação sobre si mesmo, sobre aspectos da própria manifestação.
Toda pessoa interessada em aprofundar seu autoconhecimento pode desenvolver uma
autoinvestigação e obter resultados importantes mesmo sob a ótica da intrafisicalidade.
Por exemplo, atualmente, uma das autopesquisas mais comuns no meio empresarial é a
identificação dos próprios traços pessoais, os pontos positivos e negativos da sua
manifestação a fim de que esse autoconhecimento ajude a aumentar a eficiência,
produtividade e satisfação pessoal.

Contudo, muito mais importante do que as autopesquisas visando o sucesso material


são aquelas que objetivam a evolução consciencial. Por isso, a autopesquisa de forma
integral, multidimensional e multicorporal é um aspecto fundamental do paradigma
consciencial. É a forma de investigação mais importante que uma pessoa pode fazer, na
qual o foco das suas pesquisas é ela mesma, seu comportamento, energias,
sentimentos e pensamentos. Os resultados das autopesquisas proporcionam benefícios
imediatos ao investigador, ampliando a visão da própria realidade e fazendo com que
ele evolua mais rapidamente, pois, além das descobertas acerca de si mesmo, vários
traços conscienciais importantes são desenvolvidos ao longo do processo de
autopesquisa.

O ponto de partida de uma autopesquisa pode ser um material, fato, parafato, ideia,
traço consciencial, dúvida, questionamento, texto escrito, consciência intrafísica ou
extrafísica que motivou o desejo de iniciar uma autoinvestigação.

Conforme as especificidades, a autopesquisa pode ser classificada em, pelo menos, três
categorias:

1 – Autopesquisa aplicada: tem como objetivo gerar informações ou dados para


aplicação prática, visando solucionar problemas específicos, tais como a superação das
próprias deficiências e limitações.

2 – Autopesquisa experimental: consiste na condução de experimentos visando


confirmar ou refutar hipóteses formuladas pelo autopesquisador a respeito da
problemática pesquisada. Por exemplo, o efeito das mobilizações energéticas na rotina
diária.

Elucidando a Consciência
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3 – Autopesquisa exploratória: visa proporcionar mais familiaridade com o objeto de


investigação. Por exemplo, a partir da revisão bibliográfica sobre um tema a fim de
obter uma visão de conjunto sobre o assunto como, por exemplo, um aspecto
comportamental seu cujas causas lhe são desconhecidas.

Caso você, leitor ou leitora, tenha interesse, existem técnicas, metodologias e


procedimentos criados para realização de autopesquisas conscienciais. Busque por elas!

Fig.19: Ao trazer aspectos pessoais sobre os quais não tínhamos para o nível
consciente criamos um círculo virtuoso: quanto mais nos autopesquisamos mais
detalhadamente nos percebemos e melhor nos autopesquisamos

Elucidando a Consciência
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18 – Algumas Conclusões
Após milhares de anos de especulações, reflexões e pesquisas, todo o conhecimento
científico adquirido pela humanidade ainda não é suficiente para que a transcendência
da consciência quanto ao corpo físico seja formalmente reconhecida.

As abordagens transcendentes, espiritualistas, por sua vez, não são capazes de


responder perguntas fundamentais tais como o que é de fato a consciência, qual é sua
origem e no que consiste o estágio evolutivo mais avançado da consciência, livre.

A complexidade da consciência é notória. Nenhuma disciplina é suficiente para


descrevê-la em todas as suas nuances.

Para nós, o entendimento sobre os diversos aspectos da consciência é importante por


nos fornecerem elementos para entendermos a nós mesmos e para colocar em
perspectiva nosso processo evolutivo, mostrando o caminho que já trilhamos e aquele
que ainda precisamos percorrer.

CONTRIBUIÇÕES DAS DIVERSAS ABORDAGENS

ABORDAGEM FUNDAMENTAÇÃO O QUE PROPORCIONA

Seitas e Religiões Crenças Mitos

Filosofia Racionalidade O que é ser uma consciência

Ciência Fenômenos Processos conscientes no cérebro

Multidimensionalidade, Multicorporeidade
Transcendente Parafenômenos e Multiexistencialidade

Elucidando a Consciência
Cesar de Souza Machado 38

Miniglossário
Bioenergia: uma forma de energia extrafísica presente na natureza e em torno dos
seres vivos.
Consciência: o mesmo que espírito, ego, alma ou self.
Consciência extrafísica: o mesmo que espírito ou pessoa desencarnada.
Consciência intrafísica: o mesmo que pessoa comum ou encarnada.
Cosmoética: a ética cósmica, maior e universal.
Dimensão extrafísica: o que não é do mundo material. O mundo espiritual.
Dimensão intrafísica: o mundo material.
Dessoma: a desativação de um corpo. A morte do corpo físico.
EFC: Experiência Fora do Corpo. O mesmo que projeção da consciência, projeção astral
e desdobramento.
Energossoma: um campo de matéria extrafísica mais densa que une o corpo físico (o
soma) ao corpo extrafísico (o psicossoma). O mesmo que duplo etérico.
Holossoma: o conjunto de corpos sutis da consciência.
Intermissivista: a consciência que passou por uma preparação da próxima existência
intrafísica e elaborou uma programação existencial para si.
Mentalsoma: O corpo mais sofisticado da consciência, ligado a racionalidade.
Mônadas: na filosofia de Leibniz, as consciências mais simples, onipresentes em todo o
universo.
Paracérebro: o cérebro extrafísico da consciência situado no psicossoma. A matriz do
cérebro físico, mais complexa e sofisticada do que este.
Paracognição: a cognição mais avançada, parapsíquica, mentalsomática, capaz de
analisar e sintetizar as experiências parapsíquicas vivenciadas.
Problema difícil da consciência: O mesmo que hard problem of consciousness. A
impossibilidade da ciência explicar o que é a consciência.
Psicossoma: o corpo extrafísico da consciência. O mesmo que corpo astral, corpo
espiritual e corpo emocional.
Sinalética parapsíquica: um conjunto de sinais percebidos no corpo físico ou no campo
de energias pessoais que indica a ocorrência de um tipo específico de parafenômeno.
Soma: o corpo físico.

Elucidando a Consciência
Cesar de Souza Machado 39

Outras Obras do Autor

Essa obra explora os diversos aspectos relacionados às EFCs, descreve


técnicas projetivas, que o leitor poderá experimentar para ter suas próprias
experiências de forma lúcida, casos vivenciados pelo autor e por outros
projetores e, por fim, pelos dados de uma pesquisa de opinião respondida por
207 pessoas que também passaram por EFCs.
Impresso:www.metaconsciencia.com/livros/livro_efc_autores.html
Digital: www.metaconsciencia.com/livros/livro_efc_amazon.html

Elucidando a Consciência
Cesar de Souza Machado 40

Outras Obras do Autor

Voltada para iniciantes, esse livro descreve os fundamentos do Estado


Vibracional e várias formas para execução da técnica para ativá-lo, chamada
OLVE. O livro é dividido em três partes. A primeira parte consiste em 70
questões básicas sobre o EV e sobre a OLVE frequentemente formuladas por
iniciantes. A segunda parte descreve em detalhes como executar a OLVE e
ativar o EV. A terceira parte, por fim, apresenta algumas das principais formas
de aplicar o EV no dia a dia.

Impresso: www.metaconsciencia.com/livros/livro_evi_autores.html
Digital: www.metaconsciencia.com/livros/livro_evi_amazon.html

Elucidando a Consciência
Cesar de Souza Machado 41

Outras Obras do Autor

Esse é o primeiro livro escrito sobre o Estado Vibracional, ou EV, uma técnica
multifuncional de mobilização das energias pessoais. O EV proporciona para o
praticante, de diversas maneiras, a preservação da saúde física e mental, a
autodefesa bioenergética e o desenvolvimento do parapsiquismo. O livro
apresenta o fenômeno de forma abrangente e didática, explicando como
praticá-lo e desenvolvê-lo. A descrição de 45 casos de aplicação do Estado
Vibracional e do resultado de uma ampla pesquisa realizada com praticantes da
técnica, conferem o aspecto prático da obra.

Impresso: www.metaconsciencia.com/livros/livro_ev_guardia.html
ou www.metaconsciencia.com/livros/livro_ev_autores.html
Digital: www.metaconsciencia.com/livros/livro_ev_amazon.html

Elucidando a Consciência
Cesar de Souza Machado 42

Outras Obras do Autor


Download gratuito: www.elucidando.com.br

Elucidando a Consciência
Cesar de Souza Machado 43

Presença na Internet

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Elucidando a Consciência
Sobre o autor

Natural da cidade do Rio de Janeiro, Cesar de Souza Machado


é graduado em telecomunicações, mestre em engenharia da
produção com especialização em mídia e conhecimento e
pós-graduado em engenharia de software. Pesquisador de
fenômenos parapsíquicos desde 1979, também é professor,
palestrante, escritor, blogueiro, pós-graduado em Filosofia e
Psicanálise, Hipnoterapeuta e Master Practitioner em PNL –
Programação Neurolinguística. Suas principais pesquisas se
concentram em três áreas do parapsiquismo: Bioenergias,
Experiências Fora do Corpo e Existências Passadas. Entre suas
recentes publicações se destacam os livros Experiências Fora
do Corpo, Estado Vibracional e Estado Vibracional para
Iniciantes.

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