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Prova de História
2017
Existe, todavia, uma autoridade que governa os que têm a mesma origem e os que
são livres. É a esta autoridade que podemos chamar ‘política’ e este é o género de
autoridade que o governante deve começar por aprender, sendo governado, tal como se
aprende a ser comandante de cavalaria servindo sob outro comandante, e a ser general
de infantaria servindo sob outro general como comandante de regimento ou de
companhia. Por isso é boa máxima afirmar que não pode mandar bem quem nunca
obedeceu.
II
‘Na obscuridade do século X e começos do XI’, o regime dominial havia sido ‘demolido’
pouco a pouco (G. Duby) e tinha dado lugar ao senhorio que, por seu turno, iria
posteriormente sofrer transformações. Existiam várias ‘espécies de senhorios’ e o
termo pode entender-se de diversas formas, visto que cada senhorio teve vários
aspectos. Os dois principais interessam ao historiador da economia: o senhorio é, por
um lado, um grande domínio, herdeiro, quanto ao essencial, da villa nas regiões
carolíngias, sendo a sua base territorial, bem como a daquela, dividida em duas (reserva
e tenures). Por outro lado, ele é também um poder de exploração económica.
G. Fourquin, História Económica do Ocidente Medieval, s. l., Edições 70, 1991, p. 203.
Em Portugal foi António Sérgio quem, em 1919, num ensaio célebre – que, conforme
pretendia o autor, abriu de facto o caminho para uma ‘interpretação não romântica’ da
expansão portuguesa, mas está hoje perfeitamente ultrapassado – esboçou, pela
primeira vez, uma resposta no sentido da primeira hipótese: a iniciativa da tomada de
Ceuta, tradicionalmente considerada o primeiro passo da expansão, partiu da burguesia.
Isso equivale logicamente a afirmar a relação directa, a unidade profunda entre a
expansão portuguesa e a revolução comercial da baixa Idade Média.
IV
VI
Comecemos com a revolução industrial, isto é, com a Inglaterra. Este, à primeira vista,
é um ponto de partida caprichoso, pois as repercussões desta revolução não se fizeram
sentir de uma maneira óbvia e inconfundível – pelo menos fora da Inglaterra – até bem o
final do nosso período; certamente não antes de 1830, provavelmente não antes de 1840
ou por essa época.